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BOLETIM SEMANAL DO IBDP 355 06/08/2015

BOLETIM SEMANAL DO IBDP - ajufe.org.br · do INSS e afirmou que a transferência de conta em que o benefício do aposentado era depositado teve atuação comissiva do INSS

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BOLETIM SEMANAL DO IBDP

355

06/08/2015

ÍNDICE EDITORIAL ......................................... .................................................................................................... 2

NOTAS INFORMATIVAS ................................ ....................................................................................... 3

NOTÍCIAS ............................................................................................................................................... 3

LEGISLAÇÃO EM DESTAQUE ............................ ................................................................................. 7

RESENHA LEGISLATIVA ............................... ....................................................................................... 9

ACÓRDÃO EM DESTAQUE ............................... ................................................................................. 10

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA ....................... ........................................................................... 18

EVENTOS ............................................................................................................................................. 30

RELEASES .......................................... ................................................................................................. 31

FICHA TÉCNICA...................................... ............................................................................................. 32

EDITORIAL Prezado Leitor O Informativo Semanal do IBDP - INF 355 destaca, dentre as notícias, a decisão da 1ª Seção do STJ que acolheu questão de ordem proposta pelo Min. MAURO CAMPBELL MARQUES e sobrestou o julgamento de recurso repetitivo que discute a incidência ou não de Imposto de Renda (IR) sobre juros de mora decorrentes de atraso no pagamento de benefícios previdenciários. Por maioria, o colegiado decidiu aguardar o julgamento da mesma controvérsia pelo STF. Vale a pena ressaltar, também, a decisão da 6ª Turma do TRF da 3ª Região que negou seguimento à apelação do INSS e manteve sentença de primeira instância que determinou a autarquia o pagamento de indenização por danos materiais e morais a um segurado que teve a conta em que recebia o benefício de aposentadoria transferida indevidamente a pedido de terceiro portador de documentos falsificados. Dentre as notícias destaca-se, por fim, a decisão da 4ª Turma do TRF da 4ª Região, que manteve a condenação imposta à União de aposentar um militar do Exército Brasileiro contaminado pelo vírus HIV. Entendeu-se que se trata de doença incapacitante para o serviço nas Forças Armadas, mesmo quando os pacientes não apresentam sintomas. Em «Legislação em Destaque» colaciona-se o Memorando-Circular Conjunto 39/DIRBEN/DIRAT/INSS, de 30/07/2015, que trata da adequação provisória do Sistema PRISMA à Lei 13.135/2015, com o objetivo de reduzir o represamento de benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão cuja decisão aguarda adequação dos sistemas às alterações decorrentes da referida lei. Em «Acórdão em Destaque» contamos com decisão da 2ª Turma do STJ segundo a qual a desaposentação, por consistir no desfazimento do ato de aposentadoria, e não em sua revisão, só pode ser requerida pelo titular do direito, tendo em vista o seu caráter personalíssimo.

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Assim, colocamos ao crivo do leitor mais uma edição do Informativo Semanal do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP As Diretoras

NOTAS INFORMATIVAS

� Adriane Bramante, vice-presidente do IBDP, fala ao Agora SP sobre a decisão do tribunal de impedir o INSS de cobrar a devolução de benefícios antecipados na Justiça, e em matéria publicada no site Press Reader http://www.pressreader. com/brazil/agora/20150731/281861527213135/TextView.

� Jane Berwanger, presidente do IBDP, fala sobre o veto da correção de aposentadorias acima do mínimo, em matéria publicada no Jornal Diário do Nordeste , de Fortaleza/CE http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/ negocios/aposentados-lamentam-veto-de-dilma-a-reajuste-1.1351866, no Jornal Diário do Grande ABC , de Santo André/SP https://www.dgabc.com.br/Noticia/ 1528161/presidente-dilma-veta-correcao-de-aposentadorias-acima-do-minimo.

� Arcelino Fernandes de Oliveira, Coordenador do IBDP no Rio Grande do Norte, fala sobre a aposentadoria para padres e bispos em artigo publicado no Jornal Diário do Grande ABC , de Santo André/SP http://www.dgabc.com.br/Noticia/1527053/ aposentadoria-de-padre-e-bispo-emerito.

� A presidente do IBDP, Jane Berwanger, fala sobre o 13° salário de aposentados e pensionistas em matéria no Diário do Grande ABC , Santo André/SP http://www. dgabc.com.br/Noticia/1538432/aposentados-e-pensionistas-podem-ter-13-salario-antecipado-nos-proximos-dias, no site Previdência Total http://www.previdencia total.com.br/integra.php?noticia=5371 e no site do Sindicato dos Metalúrgicos http://metalurgicos.org.br/noticias/aposentados-e-pensionistas-podem-ter-13o-salario -antecipado-nos-proximos-dias.

� Aletsandra Linhares fala sobre aposentadoria especial para a área da saúde em artigo publicado no jornal Diário do Grande ABC http://www.dgabc.com.br/Noticia/ 1538431/aposentadoria-especial-para-a-area-da-saude.

NOTÍCIAS STJ. Previdenciário. Plano de Previdência privada c omplementar. Liquidação extrajudicial. Resgate da quantia aplicada. Juros. Termo final. Data da liquidação. A 3ª Turma do STJ decidiu que, no caso de liquidação extrajudicial de plano de previdência privada complementar, os juros de mora contra a administradora correm apenas até a data da liquidação, da mesma forma como ocorreria se a liquidação atingisse a própria entidade previdenciária. A decisão mantém entendimento adotado pelo TJRJ. A tese foi discutida em recurso apresentado por funcionário da Varig que aderiu a um plano de previdência complementar administrado pela Aerus. Algumas modificações foram feitas no plano de modo a alterar o regime de contribuição do segurado e a contribuição da Varig, que poderia chegar a zero, conforme as novas

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regras, em razão da crise enfrentada pela companhia aérea. Em decorrência disso, o funcionário optou por desligar-se do plano e resgatar a quantia já aplicada. Entretanto, a Aerus afirmou que o resgate só seria possível se houvesse rompimento do vínculo empregatício do segurado com a Varig. No ano seguinte, o plano entrou em liquidação extrajudicial. A Aerus foi condenada em primeira instância a restituir as contribuições pagas com correção monetária a contar de cada desembolso e juros de mora a partir da citação. O TJRJ determinou que os juros fluíssem apenas até a data da entrada do plano em liquidação. No STJ, o funcionário argumentou que seria cabível a fluência dos juros durante a liquidação, mas a tese não foi acolhida. De acordo com o Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO, relator do recurso, o art. 49, IV, da Lei Compl. 109/2001 prevê expressamente a cessação da fluência dos juros de mora no caso de liquidação da entidade privada de previdência complementar. (Rec. Esp. 1.505.388) STJ. Previdenciário. Benefício. Requerimento judici al. Prestações atrasadas. Juros de mora. IR. Incidência. Controvérsia pendent e de julgamento no STF. Sobrestamento do recurso especial. A 1ª Seção do STJ acolheu questão de ordem proposta pelo Min. MAURO CAMPBELL MARQUES e sobrestou o julgamento de recurso repetitivo que discute a incidência ou não de Imposto de Renda (IR) sobre juros de mora decorrentes de atraso no pagamento de benefícios previdenciários. Por maioria, o colegiado decidiu aguardar o julgamento da mesma controvérsia pelo STF. Foram tornados sem efeito os dois votos já proferidos no julgamento do recurso, um pela sua rejeição e outro pelo provimento parcial. Assim, continua suspenso o andamento de todos os demais recursos que tratam da matéria versada no Rec. Esp. 1.470.443, no qual a Fazenda Nacional defende a incidência de IR sobre os juros moratórios decorrentes de benefícios previdenciários pagos em atraso pelo INSS, sustentando a inexistência de qualquer dispositivo legal que autorize a isenção do tributo no recebimento de verba indenizatória. Relatado pelo Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, o recurso foi interposto contra decisão que entendeu que os juros moratórios são, por natureza, verba indenizatória que visa à compensação das perdas sofridas pelo credor em virtude do pagamento extemporâneo de seu crédito e que por tal motivo não estão sujeitos à incidência de IR. Segundo o relator, o tema é diferente do já enfrentado pela 1ª Seção em recurso repetitivo julgado em 2011, pois este tratava da não incidência de IR sobre juros de mora exclusivamente quando pagos no contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho. (Rec. Esp. 1.470.443) TRF da 1ª Região. Previdenciário. Deficiente. Benef ício assistencial. LOAS. Condição de miserabilidade. Requisito. A 2ª Turma do TRF da 1ª Região confirmou sentença de primeiro grau que julgou improcedente o pedido de concessão de benefício de amparo social feito por uma pessoa deficiente, ora parte autora, ao fundamento de que, embora provada sua incapacidade para exercer atividade laborativa, a requerente não tem hipossuficiência familiar. Inconformada, a demandante recorreu ao TRF1 sustentando possuir todos os requisitos necessários para concessão do benefício, quais sejam: ser a pessoa deficiente ou idosa; não receber benefícios de espécie alguma, não estar vinculada a nenhum regime de previdência social, e ter renda mensal «per capita» inferior a um quarto do salário mínimo. Não foi o que entendeu o relator, Des. Fed. CANDIDO MORAES, ao analisar o caso. «O laudo pericial produzido constatou que a parte autora é portadora de patologia que a impede de exercer atividade laborativa. Por outro lado, no que tange ao limite de renda «per capita», o estudo socioeconômico trazido aos fólios não autoriza o enquadramento da

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situação da parte autora na condição de miserabilidade justificadora do deferimento do benefício assistencial em exame», explicou. Isso porque, segundo o magistrado, a autora mora com os pais, carpinteiros em serraria própria e professora estadual aposentada, dois irmãos, maiores e com renda fixa, e sobrinho que mora em casa própria. Além disso, consta dos autos que a demandante afirmou fazer bico como cabeleireira. «Assim, inexistindo a prova da condição de miserabilidade autorizadora do deferimento da prestação, não há como retificar o teor do comando sentencial da origem», finalizou o relator. (Proc. 0061972-68.2011.4.01.9199) TRF da 2ª Região. Previdenciário. Pensão por morte militar. Renúncia do segurado em vida. Anulação do ato pela beneficiária . Impossibilidade. A 8ª Turma Especializada do TRF da 2ª Região, de forma unânime, negou o pedido de filha de um militar do Exército Brasileiro, falecido em 2004, que pretendia a nulidade de termo de renúncia à pensão assinado pelo pai em 2001, e a consequente habilitação ao recebimento do benefício. A decisão foi proferida no julgamento de apelação apresentada pela filha contra sentença de primeira instância da Justiça Federal do Rio, que já havia negado o referido pedido. O relator do caso no TRF é o Des. Fed. GUILHERME DIEFENTHAELER. De acordo com informações do processo, em setembro de 2001, após publicação da Med. Prov. 2.131/2000 (que dispõe sobre a reestruturação da remuneração dos militares das Forças Armadas), o militar assinou um termo que excluía sua filha do rol de beneficiários à pensão por morte, ficando, consequentemente, isento de contribuição mensal de 1,5% sobre o valor de sua remuneração, valor este que seria destinado ao custeio da referida pensão. Em seu voto, o relator destacou que «por expressa determinação do art. 31, § 1º, da Med. Prov. 2.215-10/2001 (que também dispõe sobre a reestruturação da remuneração dos militares das Forças Armadas), o termo de renúncia é irrevogável». E mais – continuou –, «trata-se de direito personalíssimo do militar a anuência ou renúncia à manutenção dos benefícios previstos na Lei 3.765/1960 (que trata das pensões militares)», concluiu. (Proc. 0101187-28.2013.4.02.5101) TRF da 3ª Região. Previdenciário. Aposentado. Benef ício sacado por terceiro e empréstimo bancário fraudulento. Danos material e m orais. INSS. Condenação. Decisão da 6ª Turma do TRF da 3ª Região negou seguimento à apelação do INSS e manteve sentença de primeira instância que determinou a autarquia o pagamento de indenização por danos materiais e morais a um segurado que teve a conta em que recebia o benefício de aposentadoria transferida indevidamente. O aposentado ingressou com a ação no Judiciário contra o INSS após constatar que seu benefício já havia sido sacado e que havia um empréstimo em seu nome. Na ação, afirmou ser a autarquia responsável pelo ocorrido, ao permitir que as alterações fossem realizadas por terceiro portador de documentos falsificados. Na primeira instância, o pedido foi julgado procedente e o INSS foi condenado a pagar ao aposentado a quantia de R$ 2.835,00, a título de reparação por dano material, e a R$ 5.000,00, a título de dano moral. Após a decisão, apelou o INSS alegando sua ilegitimidade passiva, o reconhecimento da inexistência de responsabilidade civil frente à atuação de terceiros e a não comprovação dos danos alegados. Ao analisar o caso no TRF da 3ª Região, a relatora, Desª. Fed. CONSUELO YOSHIDA, negou o pedido de ilegitimidade passiva do INSS e afirmou que a transferência de conta em que o benefício do aposentado era depositado teve atuação comissiva do INSS. Destacou que há informação de que os documentos apresentados na agência do INSS para transferência de benefício eram

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falsos. «A simples conferência entre os documentos apresentados pelo terceiro fraudador permitiria visualizar a evidente diferença de sua assinatura com a do real beneficiário. Destarte, comprovada a conduta comissiva do agente público», afirmou a magistrada. (Proc. 0010492-85.2012.4.03.6119) TRF da 3ª Região. Previdenciário. Pensão por morte de filho. Dependência econômica dos pais. Comprovação. Benefício concedid o. Decisão da Desª. Fed. MARISA SANTOS, da 9ª Turma do TRF da 3ª Região, concedeu pensão por morte aos pais de um falecido segurado do INSS. Para que os pais tenham direito a esse benefício, deve haver provas de que eram dependentes economicamente dos filhos. A relatora explicou que essa dependência econômica não precisa ser exclusiva, conforme têm reiteradamente decidido os Tribunais, citando Súmula 229, do TFR: «A mãe do segurado tem direito à pensão previdenciária, em caso de morte do filho, se provada a dependência econômica, mesmo a não exclusiva». No caso, a magistrada entendeu que os depoimentos das testemunhas demonstraram que o filho era responsável pelo sustento dos pais e que se tratava de família de origem extremamente humilde, ficando comprovada a dependência econômica. (Proc. 0013205-28.2015.4.03.9999) TRF da 3ª Região. Previdenciário. Benefícios previd enciários e assistenciais. Requerimento judicial. Liminares posteriormente rev ogadas. Devolução dos valores recebidos. Descabimento. Ação civil pública . Procedência. A 2ª Turma do TRF da 3ª Região julgou procedente a ação civil pública movida pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) e pelo MPF para que o INSS deixe de exigir a devolução dos benefícios previdenciários e assistenciais concedidos por decisões que venham a ser revogadas em processos judiciais. O colegiado do TRF da 3ª Região analisou recursos interpostos pelo MPF e pelo INSS contra a sentença de primeiro grau, que já havia atendido ao pedido dos autores da ação. Em seu voto, o relator do caso, Des. Fed. ANTONIO CEDENHO, observou que não existe lei contrária à impossibilidade de restituição de verbas alimentares, como são classificados os benefícios previdenciários e assistenciais. Ele explica que a Lei 8.213/91, ao descrever as hipóteses de desconto dos benefícios previdenciários, trata somente dos procedimentos administrativos em que ocorreu pagamento além do devido, não havendo referência aos processos judiciais. Segundo o magistrado, as transferências decorrentes de liminares ou sentenças representam um risco totalmente absorvido pelo sistema. «O princípio da solidariedade assegura que as contribuições do pessoal em atividade financiem a subsistência de quem foi atingido por uma contingência social, ainda que de modo precário», disse o relator. Para reparar os prejuízos oriundos da cassação de decisões, o INSS dispõe de uma ferramenta menos dramática do que a devolução dos alimentos, que é a solidariedade no custeio da Previdência, completou o relator. (ACP 0005906-07.2012.4.03.6183) TRF da 4ª Região. Previdenciário. Militar infectado pelo vírus HIV. Aposentadoria por invalidez. Cabimento. Ausência de sintomas. Irr elevância. A União foi condenada, na última semana, a aposentar um militar do Exército Brasileiro contaminado pelo vírus HIV. O TRF da 4ª Região entendeu que se trata de doença incapacitante para o serviço nas Forças Armadas, mesmo quando os pacientes não apresentam sintomas. A decisão da 4ª Turma confirmou sentença da Justiça Federal de Santa Cruz do Sul (RS). O segundo-tenente descobriu estar contaminado durante

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um exame de rotina realizado em 2013. Ele ajuizou ação solicitando a reforma (aposentadoria), direito ao auxílio invalidez e isenção de pagamento do imposto de renda. A Advocacia-Geral da União (AGU) sustentou que a legislação vigente é ultrapassada, tendo sido criada em uma época em que não existiam os mesmos recursos médicos e de tratamento disponíveis hoje. A AGU mencionou, ainda, que o Brasil é referência mundial no combate à AIDS e que, embora ainda não seja possível a sua cura completa, a qualidade de vida pode ser mantida. O pedido do autor foi julgado procedente em primeira instância e a AGU recorreu da decisão junto ao TRF da 4ª Região. Segundo o relator do processo, Des. Fed. LUÍS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, «o militar portador do vírus HIV tem o direito à reforma independentemente do grau de desenvolvimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS)». Ele deverá ser aposentado como primeiro-tenente – grau imediato acima ao que possuía na ativa. (Proc. 5005792-14.2014.404.7111) TRF da 4ª Região. Responsabilidade civil. INSS. Ins crição equivocada de empresa em cadastro interno. Dano moral. Configuraç ão. Indenização. Cabimento. A Previdência Social deverá indenizar em R$ 10 mil, por danos morais, uma ferragem de Chapecó (SC) pela inclusão indevida, em seu cadastro, de um acidente de trabalho ocorrido com um segurado depois de ele já ter deixado a empresa. A decisão é do TRF da 4ª Região. A autora alegou que só soube do fato quatro anos mais tarde e que o instituto, apesar de saber do equívoco, não anulou o erro. O INSS defendeu-se dizendo que a empresa em nenhum momento solicitou a anulação, partindo diretamente para a intervenção do Judiciário. O juízo de primeiro grau condenou o INSS a indenizar em R$ 50 mil. O órgão recorreu ao tribunal sustentando ausência de comprovação de dano moral, bem como requerendo a redução no valor estipulado na sentença. A 4ª Turma entendeu que o dano moral está implícito na ilegalidade do ato, sendo desnecessária a sua demonstração. «Na jurisprudência do STJ, os danos morais provocados por equívocos em atos administrativos podem ser presumidos. Os atos administrativos devem ser realizados com perfeição, compreendendo a efetiva execução do que é almejado. O cidadão não pode ser compelido a suportar as consequências da má organização, abuso e falta de eficiência daqueles que devem atender ao público», avaliou o relator do processo, Juiz Fed. SÉRGIO RENATO TEJADA GARCIA, convocado para atuar no tribunal. Garcia decidiu reduzir o valor da indenização por entender que o montante era exagerado e violava o princípio da razoabilidade. (O Tribunal não divulgou o número dos autos)

LEGISLAÇÃO EM DESTAQUE

Memorando-Circular Conjunto 39/DIRBEN/DIRAT/INSS, d e 30/07/2015 Aos Superintendentes-Regionais, Gerentes-Executivos, Gerentes de Agências da Previdência Social. Especialistas em Normas e Gestão de Benefícios, Chefes de Divisão/Serviço de Benefícios, Chefes de Divisão/Serviço/Seção de Atendimento e Chefes de Serviço/Seção de Reconhecimento Inicial. Assunto: Adequação provisória do Sistema PRISMA. Lei 13.135/2015.

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1. Com o objetivo de reduzir o represamento de benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão cuja decisão aguarda adequação dos sistemas às alterações decorrentes da Lei 13.135/2015, informamos que será disponibilizada, nesta data, à noite, uma versão inicial, que visa liberar exigências atualmente existentes no Prisma, adequando parcialmente às regras previstas na Lei 13.135/2015. 2. Dentre as adequações provisórias que serão disponibilizadas no PRISMA, ressaltamos: a) para benefício com data de óbito/reclusão a partir de 01/03/2015, não mais se exigirá a carência de vinte e quatro contribuições sem perda da qualidade de segurado; b) para benefício com data de óbito/reclusão a partir de 14/01/2015, quando entre os dependentes constar cônjuge, companheiro(a), ex-cônjuge/ex-companheiro e não se tratar de óbito decorrente de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho, o Prisma observará a exigência de dezoito contribuições; b.1) a apuração das dezoito contribuições utilizará o cálculo em contribuições, em meses de atividade rural ou em contribuições e meses de atividade do empregado doméstico, conforme a última atividade do segurado, não sendo exigido o cumprimento de 1/3 após perda da qualidade de segurado, quando for o caso; b.2) estas alterações foram realizadas considerando que a inexistência de dezoito contribuições afeta exclusivamente a definição da duração da cota do cônjuge, companheiro ou ex-cônjuge/ex-companheiro, não sendo mais um impedimento para reconhecimento do direito; c) para os benefícios em que haja dependente cônjuge ou assemelhado e o total de contribuições do instituidor for inferior a dezoito e não se tratar de óbito decorrente de acidente, permanecerão sobrestados até a implementação de versão completa do PRISMA. Nesses casos, o PRISMA exibirá a exigência automática «- Aguarda adequação dos sistemas para a Lei 13.135/2015 (exigência de 18 contribuições para efeito de extinção de cota)»; d) a exigência de dois anos de casamento ou união estável é relativa à apuração da duração da cota do cônjuge ou assemelhado, não justificando o indeferimento do benefício. Assim, a exigência automática atualmente emitida pelo Sistema «- O Dependente XX não possui tempo mínimo de União exigido. Exclua o Dependente ou indefira o benefício pelo motivo 183» teve o texto alterado para «- Aguarda adequação dos sistemas para a Lei 13.135/2015 (exigência de 2 anos de casamento ou união para efeito de extinção de cota)». 3. Havendo no mesmo requerimento dependente «cônjuge/assemelhado» e «filhos/equiparados» e o instituidor possuir menos de dezoito contribuições ou não restar comprovado dois anos de casamento/união estável, e não se tratar de óbito decorrente de acidente, fazer requerimento distinto para «cônjuge/assemelhado», devendo o benefício dos demais dependentes ser analisado e decidido normalmente. 4. Todos os benefícios concedidos serão revistos oportunamente, para adequação às regras da Lei 13.135/2015, quanto à renda mensal e duração da cota do cônjuge ou assemelhado, conforme o caso. 5. Somente deverão ficar sobrestados (não indeferidos) os requerimentos de pensão por morte/auxílio-reclusão, cujo óbito/reclusão tenha ocorrido a partir de 14/01/2015,

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em que houver dependente «cônjuge/assemelhado» e o instituidor possuir menos de dezoito contribuições ou não restar comprovado dois anos de casamento/união estável e não se tratar de óbito decorrente de acidente de qualquer natureza. Atenciosamente, CINARA WAGNER FREDO Diretora de Benefícios MARIO GALVÃO DE SOUZA SÓRIA Diretor de Atendimento

RESENHA LEGISLATIVA

Tipo Número Órgão Resumo Emissão Publicação

PT 416 MPS-PREVIC

Aprova alterações propostas para o estatuto da CAGEPREV.

05/08/2015 06/08/2015

PT 415 MPS-PREVIC

Aprova Convênio de Adesão entre SINTEC/RS, na condição de instituidor do Plano de Benefícios Família Previdência e a ELETROCEEE.

04/08/2015 05/08/2015

PT 414 MPS-PREVIC

Aprova formalização do Convênio de Adesão entre o BNDES, o BNDESPAR e a Finame, na condição de patrocinadores do Plano Básico de Benefícios e a FAPES.

04/08/2015 05/08/2015

PTMIN 352 MPS Estabelece para o mês de julho de 2015, o valor médio da renda mensal do total de benefícios pagos pelo INSS.

03/08/2015 05/08/2015

PT 411 MPS-PREVIC

Aprova Transferência de Gerenciamento do Plano de Benefícios Celprev Amazônia da Fundação Sistel de Seguridade Social para a Fundação Atlântico de Seguridade Social e dá outras providências.

31/07/2015 03/08/2015

PT 410 MPS-PREVIC

Aprova Transferência de Gerenciamento do Plano PBS - Tele Norte Celular, da Fundação Sistel de Seguridade Social para a Fundação Atlântico de Seguridade Social.

31/07/2015 03/08/2015

RESINST 3 ESOCIAL Dispõe sobre o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a ser dispensado às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no âmbito do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).

30/07/2015 31/07/2015

PTMIN 349 MPS Autoriza o INSS a antecipar, nos casos em que especifica, aos beneficiários domiciliados nos Municípios de Careiro da Várzea - AM, e Coronel Freitas e Saudades – SC.

30/07/2015 31/07/2015

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PT 408 MPS-PREVIC

Aprovar as alterações propostas para o Regulamento do Plano de Aposentadoria de Contribuição Definida Tokio Marine - CNPB n° 2008.0012-29, que será denominado Plano de Previdência Tokio Marine, administrado pelo Itaú Fundo Multipatrocinado.

30/07/2015 31/07/2015

MP 686 Abre crédito extraordinário, em favor do Ministério da Educação, de Encargos Financeiros da União e de Operações Oficiais de Crédito, para os fins que especifica, e dá outras providências.

30/07/2015 31/07/2015

LEI 13154 Altera a Lei 9.503, de 23/09/1997 - Código de Trânsito Brasileiro, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Dec.-lei 5.452, de 01/05/1943, e a Lei 13.001, de 20/06/2014; e dá outras providências.

30/07/2015 31/07/2015

ACÓRDÃO EM DESTAQUE

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL 1.515.929 - RS (2014/0257426-9) RELATOR: MINISTRO HUMBERTO MARTINS RECORRENTE: IRACEMA TEREZA VENCATO FILGUEIRA ADVOGADOS: DECIO SCARAVAGLIONI E OUTRO(S)

DAISSON SILVA PORTANOVA ISABEL CRISTINA TRAPP FERREIRA

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. DIREITO PERSONALÍSSIMO. BENEFÍCIO NÃO REQUERIDO PELO TITULAR DO DIREITO. ILEGITIMIDADE ATIVA DE SUCESSOR PREVIDENCIÁRIO. CONFIGURAÇÃO. 1. A autora, titular do benefício de pensão por morte de seu marido, pretende renunciar à aposentadoria do «de cujus» e requerer outra mais vantajosa, computando-se o tempo em que o instituidor da pensão, embora aposentado, continuou a trabalhar. 2. A desaposentação constitui ato de desfazimento da aposentadoria, pela própria vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação para concessão de nova e mais vantajosa aposentadoria. 3. Trata-se de direito personalíssimo do segurado aposentado, porquanto não se vislumbra mera revisão do benefício de aposentadoria, mas, sim, de renúncia, para que novo e posterior benefício, mais vantajoso, seja-lhe concedido. 4. Os sucessores não têm legitimidade para pleitear direito personalíssimo, não exercido pelo instituidor da pensão (renúncia e concessão de outro benefício), o que difere da possibilidade de os herdeiros pleitearem diferenças pecuniárias de benefício já concedido em vida ao instituidor da pensão (art. 112 da Lei 8.213/1991).

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Recurso especial improvido.

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça: «Prosseguindo-se no julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, acompanhando o Sr. Ministro Humberto Martins, a Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator». Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes, Mauro Campbell Marques (Presidente) (voto-vista) e Assusete Magalhães votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 19 de maio de 2015 (Data do Julgamento) MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator): Cuida-se de recurso especial apresentado por IRACEMA TEREZA VENCATO FILGUEIRA contra decisão que obstou a subida de recurso especial, interposto com fundamento no art. 105, III, «a» e «c», da Constituição Federal, contra acórdão do TRF da 4ª Região assim ementado (fl. 173, e-STJ):

«PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. VIÚVA. PENSIONISTA. RENÚNCIA AO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO DA PENSÃO. DIREITO PERSONALÍSSIMO. ILEGITIMIDADE DE PARTE. A renúncia a um direito deve ser exercida pelo próprio titular desse direito. O direito à aposentadoria do segurado falecido, está completamente consumado, não podendo mais ser renunciado por outrem. Não colocada à apreciação do INSS pedido de desaposentação do segurado antes do falecimento, e não decorrendo o pedido de revisão por descumprimento de disposição legal, não há como admitir-se a renúncia «post mortem».»

Nas razões do recurso especial, a recorrente alega violação dos arts. 1.060, I, do CPC, 16, 74 a 79 e 112 da Lei 8.213/1991. Assevera, em síntese, que «o direito dos sucessores previdenciários, não só de figurarem como mero substitutos do polo ativo, mas de se habilitarem aos créditos tidos como devidos remanescentes do benefício originário, assim como inserem-se legítimos para o polo ativo, a demandar, quando há direitos e são devidos ao benefício originário, na condição de sucessores» (fl. 219, e-STJ). Aponta divergência jurisprudencial no que concerne à inexigibilidade da devolução dos valores recebidos por ocasião da desaposentação. Sem contrarrazões, sobreveio o juízo de admissibilidade negativo na instância de origem (fls. 183-185, e-STJ), o que ensejou a interposição do presente agravo. É, no essencial, o relatório.

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VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator): Cuida-se de demanda na qual a autora, titular do benefício de pensão por morte de seu marido, pretende renunciar à aposentadoria do «de cujus» e requerer outra mais vantajosa, computando-se o tempo em que o instituidor da pensão, embora aposentado, continuou a trabalhar. Inicialmente, destaque-se que o próprio conceito de desaposentação afasta a pretensão recursal. Trata-se de ato de desfazimento da aposentadoria, pela própria vontade do titular, para fins de aproveitamento do tempo de filiação para concessão de nova e mais vantajosa aposentadoria. No julgamento do Rec. Esp. 1.334.488/SC, de relatoria do Ministro HERMAN BENJAMIN (DJe 14/05/2013), submetido ao rito do art. 543-C do CPC, a Primeira Seção consolidou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que é possível, ao titular, renunciar à aposentadoria, a fim de obter outro benefício, ainda que no mesmo Regime, por se tratar de direito patrimonial disponível, sem necessidade de restituição dos valores percebidos. Confira-se:

«RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RES. STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA A APOSENTADORIA. CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE VALORES. DESNECESSIDADE. 1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito, por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoria e, por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de aposentadoria a que pretende abdicar. 2. A pretensão do segurado consiste em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo utilizado, conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que permaneceu trabalhando, para a concessão de posterior e nova aposentação. 3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para a concessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do STJ. (...) 6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.» (STJ, Rec. Esp. 1.334.488/SC, 1ª Seção, Rel.: Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 14/05/2013).

Entretanto, faz-se necessário destacar que o direito é personalíssimo do segurado aposentado, pois não se trata de mera revisão do benefício de aposentadoria, mas, sim, de renúncia, para que novo e posterior benefício, mais vantajoso, seja-lhe concedido. A desaposentadoria é um verdadeiro ato desconstitutivo negativo por excelência, ou seja, o titular do direito o renuncia, voluntária e unilateralmente, dando azo à suspensão do exercício daquele direito. Dessa forma, os sucessores não têm legitimidade para pleitear direito personalíssimo, não exercido pelo instituidor da pensão (renúncia e concessão de outro benefício), o

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que difere da possibilidade de os herdeiros pleitearem diferenças pecuniárias de benefício já concedido em vida ao instituidor da pensão (art. 112 da Lei 8.213/1991). O entendimento do Tribunal «a quo» coaduna-se com o do STJ, uma vez que consignou tratar a desaposentação de direito personalíssimo e concluiu pela ilegitimidade ativa da autora. Confira trechos do aresto hostilizado, litteris (fls. 170-172):

«A renúncia é direito personalíssimo que só pode ser exercido por seu titular. O pedido da viúva pensionista de aproveita r as contribuições recolhidas por seu marido durante a manutenção do b enefício originário por ele percebido para obter a concessão da pensão mais vantajosa já foi analisado pela 6ª Turma desta Corte, que conclui pe la ilegitimidade da parte autora . Adoto os fundamentos do voto do relator, Desembargador Federal João Batista, como razões de decidir: '(...) A autora pretende a despensão com a desaposentação da aposentadoria do instituidor da pensão a fim de obter um aumento no valor da pensão por morte atualmente recebida. O direito à aposentadoria é, via de regra, personalíssimo. A desaposentação consiste na concessão de nova aposentadoria (não se trata de revisão) também possui caráter personalíssimo. Logo, o segurado, ainda em vida, deveria ter demonstrado sua intenção de requerer a desaposentação. Nesse sentido: (...) Busca a autora efetivar a renúncia a aposentadoria proporcional de seu falecido marido, obtida no ano de 1980, a fim de que seja considerado o tempo de serviço posterior, com consequente majoração de sua pensão por morte, concedida em 2002 (fls. 53). A renúncia a um direito, todavia, deve ser exercida pelo próprio titular desse direito, não podendo praticar-se ato de tal repercussão jurídica nem mesmo por procurador, a não ser que munido de poderes especiais (CCB/2002, art. 661, § 1°; CPC, art. 38, «caput»). Ora, tendo falecido o marido da autora, é evidente que seu direito à aposentadoria está completamente consumado, não podendo mais ser renunciado, menos ainda por outrem. O que a autora recebe não é a aposentadoria do marido, mas sim pensão por morte dele. Considerando os julgados acima, não foi colocada à apreciação do INSS pedido de desaposentação do segurado antes do falecimento. Logo, não possui legitimidade ativa a demandante para pleitear, agora, a desaposentação em nome do segurado a fim de que haja um aumento no valor da renda mensal da pensão por morte, ou seja, despensão. Cumpre observar que a questão deve ser analisada em relação à aposentadoria e não à pensão por morte, uma vez que a desaposentação incide apenas sobre aquela que, por conseguinte, repetirá nesta. Ausente pedido de desaposentação do segurado, não há legitimidade ativa da autora para requerê-la.' Acrescento ainda, que além de não haver sido 'colocada à apreciação do INSS pedido de desaposentação do segurado antes do falecimento', este pedido não decorre de simples descumprimento de lei o que dispensaria tal requerimento caso verificado. Acolhida a preliminar restam prejudicados os demais itens do apelo.»

A propósito, confiram-se precedentes no sentido de que a desaposentação, por consistir no desfazimento do ato de aposentadoria, e não em sua revisão, só pode ser requerida pelo titular do direito, tendo em vista o seu caráter personalíssimo:

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«BENEFÍCIO. DESFAZIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 103 DA LEI 8.213/1991. INAPLICABILIDADE. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DISPENSABILIDADE. 1. Conforme o entendimento firmado nesta Corte, o prazo decadencial aplica-se nas situações em que o segurado visa à revisão do ato de concessão do benefício. A desaposentação não consiste na revisão desse ato, mas no seu desfazimento, motivo pelo qual não se submete ao decurso de prazo decadencial para o seu exercício, máxime porque trata-se de direito patrimonial personalíssimo disponível. 2. A Primeira Seção, ao julgar o Rec. Esp. 1.334.488/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, sob o regime do art. 543-C do CPC, consolidou o entendimento segundo o qual os benefícios previdenciários são direitos patrimon iais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, dispensando-se a devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja renunciar para a concessão de novo e posterior benefício . 3. Agravo regimental a que se nega provimento.» (STJ, Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.270.481/RS, 5ª T., Rel.: Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, DJe 26/08/2013) «AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. ATO DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. DESFAZIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. ART. 103 DA LEI 8.213/1991. INAPLICABILIDADE. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. DEVOLUÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. DISPENSABILIDADE. 1. Conforme o entendimento firmado nesta Corte, o prazo decadencial aplica-se nas situações em que o segurado visa a revisão do ato de concessão do benefício. A desaposentação não consiste na revisão desse ato, mas no seu desfazimento , motivo pelo qual não se submete ao decurso de prazo decadencial para o seu exercício, máxime porque trata-se de direito patrimonial personalíssimo disponível. 2. A Primeira Seção, ao julgar o Rec. Esp. nº 1.334.488/SC, Relator o Ministro Herman Benjamin, sob o regime do art. 543-C do CPC, consolidou o entendimento segundo o qual, os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis d e desistência pelos seus titulares, dispensando-se a devolução dos valo res recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja renunciar par a a concessão de novo e posterior benefício . 3. Agravo regimental a que se nega provimento.» (STJ, Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.241.724/PR, 5ª T., Rel.: Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, DJe 22/08/2013) «AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO PROPOSTA PELA ESPOSA PARA PLEITEAR APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DO DE CUJUS. DIREITO PERSONALÍSSIMO. BENEFÍCIO NÃO REQUERIDO PELO TITULAR DO DIREITO. INAPLICABILIDADE DO ART. 112 DA LEI 8.213/1991. ILEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O direito à concessão de benefício previdenciário é personalíssimo . 2. O «de cujus» não buscou em vida a concessão de apos entadoria por invalidez na via administrativa e nem na via judici al, razão pela qual não se aplica ao caso em tela o disposto no art. 112 da Lei nº 8.213/1991, que prevê a legitimidade dos sucessores para postular e m juízo o recebimento de valores devidos e não recebidos em v ida pelo «de cujus», independentemente de inventário . 3. Agravo regimental a que se nega provimento.» (STJ, Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.107.690/SC, 6ª T., Relª.: Minª. ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (CONVOCADA DO TJPE), DJe 13/06/2013)

Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.

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É como penso. É como voto. MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relator

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PAUTA: 10/03/2015 - JULGADO: 10/03/2015 Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

«Após o voto do Sr. Ministro-Relator, negando provimento ao recurso, pediu vista dos autos, antecipadamente, o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques.»

Aguardam os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes e Assusete Magalhães.

EMENTA PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VOTO-VISTA. DESPENSÃO. DESFAZIMENTO DO ATO DE CONCESSÃO DA PENSÃO POR MORTE E DO ATO DE CONCESSÃO DA APOSENTADORIA ORIGINÁRIA POR PARTE DOS DEPENDENTES DO SEGURADO FALECIDO. DESCABIMENTO. PRECEDENTES. VOTO-VISTA QUE ACOMPANHA O VOTO DO MINISTRO RELATOR.

VOTO-VISTA O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES: Trata-se de recurso especial interposto por Iracema Tereza Vencato Filgueira contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado:

«PREVIDENCIÁRIO. DESAPOSENTAÇÃO. VIÚVA. PENSIONISTA. RENÚNCIA AO BENEFÍCIO ORIGINÁRIO DA PENSÃO. DIREITO PERSONALÍSSIMO. ILEGITIMIDADE DE PARTE. A renúncia a um direito deve ser exercida pelo próprio titular desse direito. O direito à aposentadoria do segurado falecido, está completamente consumado, não podendo mais ser renunciado por outrem. Não colocada à apreciação do INSS pedido de desaposentação do segurado antes do falecimento, e não decorrendo o pedido de revisão por descumprimento de disposição legal, não há como admitir-se a renúncia «post mortem».»

Em suas razões de recurso especial, sustenta a recorrente: 1) o cabimento do instituto da despensão, pois a pensão por morte não é benefício novo, mas transposição do patrimônio jurídico do falecido segurado para o seu dependente legal, nos moldes dos arts. 16, 74 e 79 da Lei 8.213/1991; 2) violação do art. 567 do CPC e do art. 1.060, I, do CCB, pois os sucessores do credor podem promover a execução;

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3) negativa de vigência ao art. 112 da Lei 8.213/1991, pois todo valor não recebido pelo segurado em vida habilita o dependente com direito a pensão; 4) há possibilidade de renúncia de aposentadoria feita pelo dependente do segurado falecido, pois postula direito fundamental social, considerando que os direitos atinentes à aposentadoria geram efeitos na pensão que dela decorre; 5) dissidio jurisprudencial entre o acórdão recorrido e precedentes do STJ: Ag. Reg. no Rec. Esp. 958.937/SC; Ag. Reg. no Rec. Esp. 926.120/RS; Rec. Esp. 663.336/MG; Ag. Reg. no Rec. Esp. 328.101/SC e Rec. Esp. 557.231/RS. O prazo para apresentação de contrarrazões ao recurso especial decorreu «in albis». Noticiam os autos que Iracema Tereza Vencato Filgueira ajuizou ação em face do INSS, objetivando despensão. A sentença extinguiu o processo sem julgamento de mérito, nos termos do art. 267, VI e § 3º, do CPC, reconhecendo de ofício a ilegitimidade ativa ad causam. A autora, ora recorrente, interpôs apelação, tendo o Tribunal a quo negado provimento ao recurso, nos termos da ementa supra transcrita. Interpostos embargos de declaração por Iracema Tereza Vencato Filgueira, que foram providos em parte para o fim exclusivo de prequestionamento. Interposto o recurso especial, ao qual foi negado seguimento pelo Presidente do Tribunal «a quo». Ascenderam os autos ao STJ, por força do recurso de agravo em recurso especial, que foi provido pelo douto Ministro Relator Humberto Martins, que determinou a conversão em recurso especial, que ora se aprecia. O recurso especial não foi provido pelo eminente Ministro Relator, que observou a jurisprudência do STJ acerca do instituto da despensão, que vem se firmando pelo não cabimento. Pedi vista dos autos por ser o tema central do recurso especial, condizente com o ato de despensão, novo e desafiador. Consoante doutrina de Marco Aurélio Serau Junior, em seu livro titulado «Desaposentação», publicado pela editora Forense, em 5ª edição, p. 81, a despensão é espécie diferenciada de revisão de proventos de pensão, a partir de desaposentação possível, mas não praticada em vida pelo próprio segurado. A indagação que se faz no presente caso consiste em saber se o pensionista poderia promover à desaposentação de segurado falecido, que continuou a trabalhar, mas não se desaposentou antes do seu falecimento, para obter uma alteração no seu valor de pensão. Partindo-se da premissa de que o ato de desaposentação é personalíssimo de vontade do segurado aposentado, que implica em renúncia à aposentadoria, para que nova aposentadoria, mais vantajosa, seja-lhe concedida, se o segurado não o fizer em vida, seus dependentes habilitados à pensão por morte não detém legitimidade para fazê-lo. A renúncia a um direito deve ser exercida pelo próprio titular desse direito. Não há como admitir-se a renúncia «post mortem». Os dependentes do «de cujus» não detém legitimidade na pretensão de mudar o valor do benefício originário tendo por base a desaposentação não requerida em vida pelo segurado falecido para gerar uma pensão por morte mais vantajosa. Essa hipótese não se confunde com habilitação de sucessores no curso do processo em que o próprio segurado postula, em que perfeitamente aplicável o art. 112 da Lei 8.213/1991, o qual dispõe que o valor não recebido em vida pelo segurado só será

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pago aos seus dependentes habilitados à pensão por morte, ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil, independentemente de inventário ou arrolamento. Muito embora seja louvável a doutrina dos que sustentam o direito à despensão, a exemplo de Marcus Orione Gonçalves Correia e Érica Paula Barcha Correia, sob a ótica de que o direito previdenciário tem uma natureza toda peculiar, classificando o instituto como nova modalidade de extinção do ato para beneficiar titular correlacionado, coaduno-me com a orientação da jurisprudência do STJ de que a renúncia é ato personalíssimo que deve ser exercido pelo próprio titular do direito. Colacionam-se os seguintes precedentes:

«PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RENÚNCIA À APOSENTADORIA PARA OBTENÇÃO DE NOVO BENEFÍCIO, MAIS VANTAJOSO. POSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE RESTITUIÇÃO DOS VALORES PERCEBIDOS. PRECEDENTES DO STJ. CARÁTER PERSONALÍSSIMO. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Na forma da pacífica jurisprudência do STJ, por se tratar de direito patrimonial disponível, o segurado pode renunciar à sua aposentadoria, com o propósito de obter benefício mais vantajoso, no Regime Geral de Previdência Social ou em regime próprio de Previdência, mediante a utilização de seu tempo de contribuição, sendo certo, ainda, que tal renúncia não implica a devolução de valores percebidos (Rec. Esp. 1.334.488/SC, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC). II. Contudo, faz-se necessário destacar que o aludido direito é personalíssimo do segurado aposentado, pois não se trata de mera revisão do benefício de aposentadoria, mas sim, de renúncia, para que novo e posterior benefício, mais vantajoso, seja-lhe concedido. Dessa forma, os sucessores não têm legitimidade para pleitear direito personalíssimo, não exercido pelo instituidor da pensão (renúncia e concessão de outro benefício), o que difere da possibilidade de os herdeiros pleitearem diferenças pecuniárias de benefício já concedido em vida ao instituidor da pensão (art. 112 da Lei 8.213/1991). Precedentes do STJ: Rec. Esp. 1.222.232/PR, Rel.: Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJe 20/11/2013; Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.270.481/RS, 5ª T., Rel.: Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, DJe 26/08/2013; Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.241.724/PR, 5ª T., Rel.: Min. MARCO AURELIO BELLIZZE, DJe 22/08/2013; Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.107.690/SC, 6ª T., Rel.: Minª. ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (Desembargadora Convocada do TJPE), DJe 13/06/2013. III. Agravo Regimental improvido.» (STJ, Ag. Reg. no AREsp. 436.056/RS, 2ª T., Rel.: Minª. Assusete Magalhães, DJe 10/03/2015) «PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REQUERIMENTO E RENÚNCIA (DESAPOSENTAÇÃO). ATOS PERSONALÍSSIMOS. EXERCÍCIO. SUCESSORES DO TITULAR. IMPOSSIBILIDADE. 1. Segundo a jurisprudência do STJ, tanto o requerimento de benefício previdenciário, quanto o pleito de renúncia desse direito, como na chamada desaposentação, são atos personalíssimos, o que afasta a possibilidade de os sucessores do titular do mencionado direito o exercitarem. Confiram-se: Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.107.690/SC, 6ª T., Relª.: Minª. ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA, DJe 13/06/2013; Ag. Reg. no Ag. 839.244/SP, 6ª T., Rel.: Min. Paulo Gallotti, DJ 12/11/2007; e Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.270.481/RS, 5ª T., Rel.: Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe 26/08/2013. 2. Agravo Regimental não provido.» (STJ, Ag. Reg. no AREsp. 553.033/RS, 2ª T., Rel.: Min. Herman Benjamin, DJe 26/11/2014)

A despeito de o direito previdenciário estar classificado como direito fundamental social, a jurisprudência do STJ caminha com coerência no enfrentamento do tema.

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Por fim, ressalvo meu ponto de vista acerca do tema da despensão, para tornar possível em outra oportunidade judicante uma reavaliação dos valores que envolvem o tema, considerando a importância do orçamento da seguridade social equilibrado, mas, de outro lado os direitos fundamentais dos beneficiários do Instituto previdenciário. Ante o exposto, acompanho o voto do Ministro Relator.

CERTIDÃO DE JULGAMENTO PAUTA: 19/05/2015 - JULGADO: 19/05/2015 Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

«Prosseguindo-se no julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, acompanhando o Sr. Ministro Humberto Martins, a Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator.»

Os Srs. Ministros Herman Benjamin, Og Fernandes, Mauro Campbell Marques (Presidente) (voto-vista) e Assusete Magalhães votaram com o Sr. Ministro Relator. DJe 26/05/2015

EMENTÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA

STF

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO. REGIME APLICÁVEL A NOTÁRIOS E REGISTRADORES. LEI ESTADUAL 15.150/2005 DECLARADA INCONSTITUCIONAL NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 4.639. MODULAÇÃO DE EFEITOS. PRESERVAÇÃO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS OU EM CONDIÇÕES DE SÊ-LO NA VIGÊNCIA DA LEI. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (STF, Ag. Reg. no Rec. Ext. 880.083/GO, 2ª T., Relª.: Minª. CÁRMEN LÚCIA, j. em 23/06/2015, DJe 03/08/2015) Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Previdenciário. 3. Fator previdenciário. Art. 29, I, da Lei 8.213/1991, com a alteração dada pela Lei 9.876/1999. Constitucionalidade. Medida cautelar em controle abstrato. Indeferimento. Possibilidade de julgamento de causas idênticas. 4. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, Ag. Reg. no Rec. Ext. c/ Ag. 861.090/RJ, 2ª T., Rel.: Min. GILMAR MENDES, j. em 23/06/2015, DJe 03/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. FATOR

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PREVIDENCIÁRIO. CÁLCULO. ISONOMIA DE GÊNERO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. O Supremo Tribunal Federal já assentou a inexistência de repercussão geral da questão relativa à adoção de critério para cálculo do fator previdenciário com base na expectativa de sobrevida média para ambos os sexos, nos termos do art. 29, § 8º, da Lei 8.213/1991, por restringir-se a tema infraconstitucional. 2. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. (STF, Embs. de Decl. no Rec. Ext. c/ Ag. 690.370/RS, 2ª T., Rel.: Min. ROBERTO BARROSO, j. em 23/06/2015, DJe 06/08/2015)

STJ

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONVERSÃO DOS PERÍODOS DE ATIVIDADE ESPECIAL EM COMUM. MOTORISTA. PERÍODO ENTRE A VIGÊNCIA DA LEI 9.032/1995 (29/4/1995) E O DECRETO Nº 2.172/1997 (5/3/1997). FORMULÁRIO DSS-8030. COMPROVAÇÃO DA EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS. PROVA SUFICIENTE DE QUE O TRABALHO FOI DESENVOLVIDO SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS. JUROS DE MORA. PERCENTUAL. ART. 1º-F DA LEI 9.494/1997. CUSTAS PROCESSUAIS. INSS. ISENÇÃO. 1. A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é no sentido de que «quanto ao lapso temporal compreendido entre a publicação da Lei 9.032/95 (29/04/1995) e a expedição do Dec. 2.172/97 (05/03/1997), e deste até o dia 28/05/1998, há necessidade de que a atividade tenha sido exercida com efetiva exposição a agentes nocivos, sendo que a comprovação no primeiro período é feita com os formulários SB-40 e DSS-8030, e, no segundo, com a apresentação de laudo técnico» (REsp 597.401/SC, Relatora Ministra Laurita Vaz, DJ 15/3/2004). Precedentes. 2. Verifica-se que o Juízo singular julgou procedente o pedido da parte recorrida, condenando o INSS a averbar em favor do autor os períodos de 29/04/1995 a 05/03/1997, como laborados em condições especiais, bem como ao pagamento das custas processuais. Fixou os juros de mora em 12% ao ano. O INSS apelou da referida decisão, tendo o TRF da 4ª Região reformado a sentença, dando provimento ao recurso apresentado. Interposto recurso especial pela parte autora, esta Corte Superior deu provimento ao recurso para restabelecer a sentença. Ora, por ocasião do julgamento do recurso especial interposto, este Tribunal Superior está autorizado a analisar a questão dos juros moratórios e das custas processuais, pois, uma vez que foi dado provimento ao recurso especial da parte autora, inaugurou-se a competência desta Corte para analisar a incidência dos juros de mora e das custas processuais, pois aqui surgiu o interesse do INSS em questionar tais pontos. 3. No caso dos autos, como a condenação imposta é de natureza não tributária (benefício previdenciário), os juros moratórios devem ser calculados com respaldo nos juros incidentes sobre a caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei 11.960/2009. 4. O entendimento do STJ é no sentido de que, em atenção ao disposto nos arts. 1º e 4º, I, da Lei 9.289/1996, as autarquias não estão sujeitas ao pagamento de custas processuais nos feitos que tramitam na Justiça Federal, gozando o INSS de isenção do pagamento de custas e emolumentos. Precedentes. 5. Agravo regimental parcialmente provido.

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(STJ, Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.154.080/PR, 5ª T., Rel.: Min. REYNALDO SOARES DA FONSECA, j. em 30/06/2015, DJe 03/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. PRETENSÃO DE MAJORAÇÃO DO BENEFÍCIO EM FACE DE LEI POSTERIOR À SUA CONCESSÃO. IMPOSSIBILIDADE. ENTENDIMENTO FIRMADO PELO STF NO RITO DA REPERCUSSÃO GERAL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. 1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento de recurso submetido à sistemática da repercussão geral, firmou o entendimento de que não é possível aplicar lei posterior para a majoração de benefício de auxílio-acidente já concedido. 2. Em respeito a essa decisão do Pretório Excelso, esta Corte Superior vem modificando os seus julgados acerca do tema. 3. Juízo de retratação exercido com fulcro no art. 543-B, § 3º, do CPC, para negar provimento ao recurso especial. (STJ, Rec. Esp. 1.015.465/SP, 5ª T., Rel.: Min. GURGEL DE FARIA, j. em 30/06/2015, DJe 05/08/2015) PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. CUMULAÇÃO DE AUXÍLIO-ACIDENTE COM APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. MOLÉSTIA INCAPACITANTE ANTERIOR À LEI N. 9.528/1997. 1. Consoante entendimento desta Corte, tendo a moléstia surgido antes da MP 1.596/1997, posteriormente convertida na Lei 9.528/1997, é possível a percepção cumulativa do auxílio-acidente com aposentadoria. 2. Hipótese em que, apesar de ter o aresto rescindendo se assentado na jurisprudência há muito consolidada nesta Corte, não foram observados os elementos fáticos-probatórios colacionados aos autos reconhecidos pelas instâncias ordinárias que, por si sós, comprovavam que o desenvolvimento da moléstia incapacitante teria ocorrido antes da edição da legislação restritiva, restando configurado julgamento pautado em erro de fato. 3. Ao negar a cumulação, o aresto rescindendo violou o disposto no § 3º do art. 86 da Lei 8.213/1991, em sua redação anterior à lei restritiva, que permitia a percepção cumulada dos benefícios em questão. 4. Pedido rescisório procedente. (STJ, AR 4.480/SP, 3ª Seção, Rel.: Min. REYNALDO SOARES DA FONSECA, j. em 24/06/2015, DJe 04/08/2015) PROCESSUAL CIVIL E PREVIDÊNCIA PRIVADA. RECURSO ESPECIAL. EXTENSÃO DA DECISÃO, PROLATADA EM AÇÃO COLETIVA, AOS PARTICIPANTES E/OU ASSISTIDOS QUE NÃO SÃO FILIADOS À ASSOCIAÇÃO, AO FUNDAMENTO DE ISONOMIA. DESCABIMENTO. RELAÇÃO CONTRATUAL AUTÔNOMA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E RELAÇÃO ESTATUTÁRIA E/OU CELETISTA. VÍNCULOS CONTRATUAIS DISTINTOS, QUE NÃO SE COMUNICAM. INEXISTÊNCIA DE INTERESSE JURÍDICO A JUSTIFICAR O AJUIZAMENTO DE AÇÃO COLETIVA, POR ASSOCIAÇÃO QUE TEM POR FIM INSTITUCIONAL APENAS A DEFESA DE SERVIDORES PÚBLICOS, PARA DISCUSSÃO CONCERNENTE EXCLUSIVAMENTE À RELAÇÃO CONTRATUAL PREVIDENCIÁRIA. CONTUDO, EM VISTA DO TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO, CABE OBSERVÂNCIA AO QUE FORA DECIDIDO, EM DECISÃO SOB O MANTO DA COISA JULGADA MATERIAL, FIXANDO OS SEUS LIMITES

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SUBJETIVOS. AÇÃO COLETIVA MOVIDA POR ASSOCIAÇÃO EM FACE DE ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. À LUZ DA INTERPRETAÇÃO DO ART. 5º, XXI, DA CF, CONFERIDA PELO PLENÁRIO DO STF, EM DECISÃO COM REPERCUSSÃO GERAL, NÃO CARACTERIZA - À EXCEÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO - A ATUAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO COMO SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, MAS COMO REPRESENTAÇÃO, EM QUE É DEFENDIDO O DIREITO DE OUTREM (DOS ASSOCIADOS), NÃO EM NOME PRÓPRIO DA ENTIDADE. 1. Na ação prévia de conhecimento, houve inequívoca limitação aos associados da autora que os representou naquela lide, definindo o campo subjetivo. Ademais, o próprio acórdão recorrido reconhece que, na verdade, não está cumprindo a coisa julgada, mas sim estendendo à autora o decidido na sentença coletiva, ao fundamento de que «todos aqueles que se encontrarem em situação análoga devem ser beneficiados pela procedência da lide, na medida em que foi declarado irregular o ato normativo expedido pela ré/apelada, sob pena de se criarem situações jurídicas diversas dentro da mesma classe de funcionários públicos». 2. No entanto, é descabida a intervenção do Judiciário na relação contratual de previdência privada complementar para, em execução de sentença, ao fundamento de isonomia, estender benefícios advindos de decisão prolatada em ação que não contempla a exequente. 3. De fato, como o fim institucional da associação limita-se à defesa dos interesses dos servidores do INSS, é bem de ver que o agir da associação decorre de interesse jurídico que ela tenha na demanda e que, por óbvio, não se confunde com o «interesse pessoal» que a associação ou representados (afiliados à associação) possam ter. Com efeito, em vista da previsão contida no estatuto da associação que manejou a ação coletiva, o entendimento que ora prevalece no âmbito da jurisprudência do STJ, atribuindo às associações poder de substituição dos componentes da categoria que representa, não se amolda ao caso, pois há «total autonomia entre o contrato de trabalho celebrado pelo empregado com o empregador em relação ao contrato de previdência privada estipulado entre o participante e a entidade de previdência privada instituída pelo patrocinador. São relações contratuais que não se comunicam». (DIAS, Eduardo Rocha; MACÊDO, José Leandro Monteiro de. Curso de direito previdenciário. São Paulo: Método, 2008, p. 630-632). 4. Ademais, não se desconhece que prevalece na jurisprudência do STJ o entendimento de que, indistintamente, os sindicatos e associações, na qualidade de substitutos processuais, detêm legitimidade para atuar judicialmente na defesa dos interesses coletivos de toda a categoria que representam, por isso, caso a sentença coletiva não tenha uma delimitação expressa dos seus limites subjetivos, a coisa julgada advinda da ação coletiva deve alcançar todas as pessoas da categoria, legitimando-as para a propositura individual da execução de sentença. 5. No entanto, não pode ser ignorado que, por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário n. 573.232/SC, sob o regime do artigo 543-B do CPC, o Plenário do STF proferiu decisão, com repercussão geral, perfilhando entendimento acerca da exegese do art. 5º, inciso XXI, da Constituição Federal, em que fez distinção entre a representação, conferida pelo mencionado dispositivo às associações, da substituição processual dos sindicatos. 6. Com efeito, à luz da interpretação do art. 5º, XXI, da CF, conferida por seu intérprete Maior, não caracterizando a atuação de associação como substituição processual - à exceção do mandado de segurança coletivo -, mas como representação, em que é

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defendido o direito de outrem (dos associados), não em nome próprio da entidade, não há como reconhecer a possibilidade de execução da sentença coletiva por membro da coletividade do plano de benefícios de previdência privada que nem sequer foi filiado à associação autora da ação coletiva. 7. Recurso especial provido. (STJ, Rec. Esp. 1.374.678/RJ, 4ª T., Rel.: Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, j. em 23/06/2015, DJe 04/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. ENGENHEIRO AGRÔNOMO. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ATIVIDADE ESPECIAL. ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA 7/STJ. 1. Trata-se, na origem, de Ação Ordinária contra o INSS objetivando a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição sob o argumento de que laborou em atividade rural, sob regime de economia familiar, bem como exerceu atividades insalubres e urbanas como Engenheiro Agrônomo. 2. Inicialmente, constata-se que não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada. 3. A jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que o rol de atividades consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física descritas pelos Decretos 53.831/1964, 83.080/1979 e 2.172/1997 é meramente exemplificativo, e não taxativo, sendo admissível, portanto, que atividades não elencadas no referido rol sejam reconhecidas como especiais, desde que tal situação seja devidamente demonstrada no caso concreto. A Propósito: Rec. Esp. 1.306.113/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 14/11/2012, DJe 7/3/2013. 4. In casu, o Tribunal a quo, com base nos elementos fáticos coligidos aos autos, concluiu pela especialidade da atividade de Engenheiro Agrônomo em analogia para com a atividade de «Engenheiros de Construção Civil, de minas, de metalurgia, eletricistas» (fls. 347-348, e-STJ). 5. Assim, o exame das questões trazidas no Recurso Especial demandaria o revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado nesta instância recursal. Aplica-se o óbice da Súmula 7/STJ. Nesse sentido: Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.454.157/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 7/10/2014, DJe 15/10/2014 6. Ademais, a jurisprudência do STJ reconhece o direito ao cômputo do tempo de serviço especial exercido antes da Lei 9.032/95, com base na presunção legal de exposição aos agentes nocivos à saúde pelo mero enquadramento das categorias profissionais previstas nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. Precedentes do STJ. 7. Recurso Especial não provido. (STJ, Rec. Esp. 1.534.801/RS, 2ª T., Rel.: Min. HERMAN BENJAMIN, j. em 23/06/2015, DJe 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REVISÃO DE BENEFÍCIO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. AUTOR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. INAPLICABILIDADE. 1. O Tribunal local consignou que não corre prazo quinquenal contra o absolutamente incapaz (fl. 423, e-STJ).

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2. Dessume-se que o acórdão recorrido está em sintonia com o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, razão pela qual não merece prosperar a irresignação. Incide, «in casu», o princípio estabelecido na Súmula 83/STJ: «Não se conhece do Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida». Precedentes: Rec. Esp. 908.599/PE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 4.12.2008, DJe 17.12.2008; Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.437.248/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 15.5.2014, DJe 20.6.2014; Ag. Reg. no AREsp 269.887/PE, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 11.3.2014, DJe 21.3.2014 e Rec. Esp. 281.941/RS, Rel. Ministro Paulo Medina, Segunda Turma, julgado em 24.9.2002, DJ 16.12.2002, p. 292. 3. Cumpre ressaltar que a referida orientação é aplicável também aos recursos interpostos pela alínea «a» do art. 105, III, da Constituição Federal de 1988. Nesse sentido: Rec. Esp. 1.186.889/DF, Segunda Turma, Relator Ministro Castro Meira, DJe de 2.6.2010. 4. Agravo Regimental não provido. (STJ, Ag. Reg. no Rec. Esp. 1.503.815/SC, 2ª T., Rel.: Min. HERMAN BENJAMIN, j. em 02/06/2015, DJe 05/08/2015)

TRF DA 1ª REGIÃO

PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO MAIS VANTAJOSO. APOSENTADORIA ESPECIAL. POSSIBILIDADE. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA REFORMADA. 1. O ponto controverso trazido à tutela judicial foi a possibilidade de o autor retroagir a DIB para efeito de cálculo da RMI da aposentadoria especial, de modo a auferir benefício mais vantajoso. 2. Nas suas razões recursais, o recorrente afirma tratar-se de direito adquirido, esse ocorrido em junho/1990, sendo independente o prévio requerimento administrativo, o que se usa para efeito de cálculo do benefício e não para fixação da data de inicio de pagamento, a qual, de fato, inicia a partir da data do requerimento. 3. O STF manteve na decisão do RE 630501/RS o entendimento, de que o art. 122 da Lei 8.213/91 assegura o direito à retroação da DIB em qualquer situação, independentemente da mudança de regras do RGPS, conforme colacionado abaixo. No acórdão de relatoria da Ministra Ellen Gracie, proferido no Recurso Extraordinário 630.501/RS, em sessão plenária por maioria dos votos, foi reconhecido o direito do segurado ao melhor benefício. A tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal é a que deve-se observar o momento do preenchimento dos requisitos para fruição do benefício. Se o segurado deixa de requerer a aposentadoria e continua na ativa, lei posterior que revogue o benefício ou estabeleça critério de cálculo menos favorável, não pode ferir o direito adquirido, já incorporado ao patrimônio do segurado. Vejam-se alguns trechos importantes do acórdão: 4. Apelação provida. (TRF da 1ª Região, Proc. 2006.38.04.002677-8/MG, 1ª Câm. Reg. Prev. de Juiz de Fora-MG, Relª.: Desª. Fed. GILDA SIGMARINGA SEIXAS, j. em 18/05/2015, e-DJF1 05/08/2015)

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PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. AUXILIO DOENÇA. PREEXISTENCIA DE DOENÇA. PROGRESSÃO OU AGRAVAMENTO. DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO 1. Nas suas razoes recursais, a recorrente afirma que a recorrida, ao ingressar no RGPS, já tinha a doença que a tornava incapaz para o trabalho. 2. O laudo técnico, ao contrário do que afirmou o recorrente, especificamente no quesito 04, à fl. 66 diz que: « informa o início dos sintomas em 2004, mas houve melhora após a angioplastia. O mesmo ocorreu em 2008.» 3. O Juízo a quo foi escorreito ao fundamentar: « (...)em 2008, quando ela teve novamente dores no peito e foi encaminhada para a colocação do «stent», apresentando, portanto agravamento da doença ( que teoricamente estava controlada), o que se subsume à parte final do parágrafo único do art. 59 da Lei 8.213/91...» 4. É notório que uma pessoa pode, em determinado momento, estar acometido de uma doença, sem estar incapacitado para o trabalho e, em outro momento, tornar-se incapaz, pela progressão dessa doença. 7. Apelação não provida. (TRF da 1ª Região, Proc. 0026732-81.2012.4.01.9199/MG, 1ª Câm. Reg. Prev. de Juiz de Fora-MG, Rel.: Des. Fed. JAMIL ROSA DE JESUS OLIVEIRA, j. em 18/05/2015, e-DJF1 05/08/2015)

TRF DA 3ª REGIÃO

DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. APOSENTADORIA ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTES AGRESSIVOS. NÃO COMPROVAÇÃO. DESPROVIMENTO. 1. Tendo o autor por atribuição a supervisão e fiscalização das obras de manutenções e de reformas, relacionadas com a construção civil, que estavam sendo realizadas nas Centrais Telefônicas da empregadora em aproximadamente 400 prédios, é certo que tais prédios de centrais telefônicas se localizam em diferentes cidades. 2. O autor não comprovou a alegada exposição aos agentes agressivos de forma habitual e permanente, 3. Não se mostra razoável desconstituir a autoridade dos precedentes que orientam a conclusão que adotou a decisão agravada. 4. Agravo desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0004419-39.2012.4.03.6106/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO DOENÇA. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. DESPROVIMENTO. 1. De acordo com os dados constantes do extrato do CNIS, a autora manteve vínculos de trabalho formais no período de 22.02.1982 a 12.02.1998; verteu contribuições ao RGPS nos períodos de novembro a dezembro de 2006, outubro a dezembro de 2010 (recolhidas em 01.02.2012), e fevereiro e março de 2012. 2. Os recolhimentos feitos com atraso impedem a validação da carência e a retomada da qualidade de segurado, nos termos do Art. 27 da Lei 8.213/91. 3. A autora não logrou demonstrar a impossibilidade de efetuar as contribuições em decorrência de doença incapacitante, posteriormente a 12.02.1998 até o ano de 2012, data de início da incapacidade laborativa, segundo o laudo pericial, pelo que é de se concluir pela perda da qualidade

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de segurado, pelo decurso do «período de graça» previsto no Art. 15, da Lei 8.213/91. 4. Recurso desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0005456-57.2015.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. AUXÍLIO DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL. ACRÉSCIMO DE 25%. DESPROVIMENTO. 1. O termo inicial do benefício de auxílio doença deve ser fixado na data do requerimento administrativo de 28/09/2009, tendo em vista o lapso temporal decorrido entre a data da cessação do benefício anterior (22/07/2009) e a do ajuizamento da presente ação (12/03/2010). 2. A conversão em aposentadoria por invalidez deverá ser feita a partir da data da realização do exame pericial (02/02/2012), quando restou constatada a natureza permanente da incapacidade, assim como o pagamento do acréscimo de 25%. 3. Recurso desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0002837-35.2010.4.03.6183/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CUMPRIMENTO DE TÍTULO EXECUTIVO. COISA JULGADA. PAGAMENTO INDEVIDO DE BENEFÍCIO SUPORTADO PELA AUTARQUIA. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A parte autora fez prova do requerimento administrativo tempestivo, comprovando que foi diligente na via administrativa e que seu benefício não lhe foi concedido por dupla falha de serviço do INSS: em primeiro lugar por não reconhecer a sua união estável com o segurado falecido, o que lhe obrigou a buscar o reconhecimento de seu direito na via judicial, e, em segundo lugar, por ter concedido o benefício de pensão por morte aos genitores do de cujus mesmo sabendo da existência de ação judicial em curso. 2. O pagamento indevido do benefício aos genitores deve ser suportado pela autarquia embargante por força do princípio da causalidade. 3. A matéria invocada em sede de embargos encontra óbice em coisa julgada; devendo a execução prosseguir de modo a dar fiel cumprimento ao título executivo. Precedentes do E. STJ. 4. Agravo desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0008060-59.2013.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. PENSÃO POR MORTE. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL. DEMONSTRAÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A decisão judicial proferida em ação declaratória na Justiça do Trabalho, uma vez transitada em julgado, possui idoneidade suficiente à comprovação de período de atividade laborativa, produzindo efeitos previdenciários, ainda que o INSS não tenha integrado a lide. 2. A exigência de início de prova material, nesse caso, é descabida. Mesmo porque a jurisdição trabalhista está respaldada na Constituição, que lhe confere competência para reconhecer o vínculo empregatício, de forma que, após os prazos recursais, suas decisões adquirem igualmente a autoridade da coisa julgada. 3. Questionar a validade de sentença proferida por Juiz do Trabalho, que reconhece a existência de relação trabalhista, implica menoscabar o papel daquela justiça especializada. Ademais, não aceitá-la como início de prova em ação previdenciária

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resulta na rediscussão de matéria que já foi objeto de controvérsia e pronunciamento judicial, estando, por força da preclusão máxima advinda de seu trânsito em julgado, revestida da qualidade de imutabilidade. Precedente da 3ª Seção desta Corte. 4. Preenchidos os requisitos legais, os autores fazem jus à percepção do benefício de pensão por morte. 5. Recurso desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0030993-89.2014.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. AUXÍLIO DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DESPROVIMENTO. 1. Analisando o conjunto probatório e considerando o lapso temporal decorrido entre a data do ajuizamento da presente ação e a da realização do exame pericial, é de se reconhecer o direito do autor ao restabelecimento do benefício de auxílio doença, não estando configurados os requisitos legais à concessão da aposentadoria por invalidez, que exige, nos termos do Art. 42, da Lei 8.213/91, que o segurado seja considerado incapaz e insusceptível de convalescença para o exercício de ofício que lhe garanta a subsistência. 2. O benefício deve ser restabelecido desde o dia seguinte ao da cessação indevida, devendo ser mantido até a data da realização do exame pericial, quando restou constatada a ausência de incapacidade. 3. Recurso desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0033143-43.2014.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL INSUFICIENTE PARA CORROBORAR O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. NÃO IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS. DESPROVIMENTO. 1. Tendo a autora constituído novo núcleo familiar, não poderia arrimar-se na condição de rurícola de seus genitores, e não tendo se desincumbido do ônus de produzir o início de prova material em nome próprio referente ao período anterior a 1991, não faz jus ao benefício pleiteado. 2. Os argumentos trazidos na irresignação da agravante foram devidamente analisados pela r. decisão hostilizada, a qual se encontra alicerçada na legislação que estabelece o benefício e em jurisprudência da Colenda Corte Superior. 3. Não se mostra razoável desconstituir a autoridade dos precedentes que orientam a conclusão que adotou a decisão agravada. 4. Agravo desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0030636-12.2014.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. DESAPOSENTAÇÃO. VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. CONFIGURAÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. O autor pleiteia a desaposentação em relação à sua aposentadoria por tempo de contribuição; tendo ajuizado ação idêntica anterior, que tramitou perante o Juizado Especial Federal Cível de São Paulo, na qual a Primeira Turma Recursal, em decisão transitada em julgado, deu provimento ao recurso do INSS e julgou improcedente o pedido, em razão da impossibilidade de renúncia ao benefício do RGPS. 2. Diante da inequívoca identidade entre as partes, bem como da mesma postulação e causa de pedir, configurada está a violação à coisa julgada, sendo de rigor a extinção do feito, sem resolução de mérito. Precedentes do E. STJ e desta Corte. 3. Agravo desprovido.

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(TRF da 3ª Região, Proc. 0000378-21.2014.4.03.6183/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL PARA CORROBORAR O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. NÃO IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS. DESPROVIMENTO. 1. Considerando que contraiu matrimônio no ano de 1997, a autora somente poderá aproveitar eventual qualificação rurícola de seu marido a partir dessa data, que são posteriores ao ano de 1991, e o Art. 55, § 2º, da Lei 8.213/91, dispõe que o segurado deve comprovar filiação ao regime anteriormente à vigência da Lei 8.213/91, que a isentaria, no caso, do recolhimento de contribuições, bem como comprovar carência legal de 156 meses de labor rural. Precedentes do E. STJ e desta Corte. 2. Pesam, ainda, no mesmo sentido, em desfavor da autora, os depoimentos das testemunhas, que disseram conhecer a autora há vinte anos, ou seja, após o ano de 1992, ocasião em que já estava em vigor a Lei 8.213/91. 3. Não tendo sido apresentado início de prova material em nome próprio, que comprove a sua filiação ao regime anteriormente à vigência da Lei 8.213/91, não há como reconhecer o direito ao benefício pleiteado. Precedentes do E. STJ. 4. Não se mostra razoável desconstituir a autoridade dos precedentes que orientam a conclusão que adotou a decisão agravada. 5. Agravo desprovido. (TRF da 3ª Região, Proc. 0010030-94.2013.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. BAPTISTA PEREIRA, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015) PROCESSUAL CIVIL - PREVIDENCIÁRIO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA - CONCESSÃO EM PERÍODO EM QUE HOUVE RECEBIMENTO DE REMUNERAÇÃO SALARIAL - DESCABIMENTO - OMISSÃO - INOCORRÊNCIA. I -Não se justifica a concessão da benesse de auxílio-doença de forma retroativa, ainda que o autor estivesse incapacitado, já que recebia remuneração salarial de forma regular no período pleiteado, consoante constatado dos dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais, juntados aos autos. II- Não há omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada, apenas, o que deseja a embargante é fazer prevalecer entendimento diverso, ou seja, rediscutir a matéria, o que não é possível em sede de embargos de declaração. III Embargos de declaração interpostos pela parte autora rejeitados. (TRF da 3ª Região, Proc. 0004939-52.2015.4.03.9999/SP, 10ª T., Rel.: Des. Fed. SERGIO NASCIMENTO, j. em 28/07/2015, e-DJF3 05/08/2015)

TRF DA 4ª REGIÃO

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. REVISÃO. TEMPO URBANO RECONHECIDO EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. 1. A sentença trabalhista não pode ser estendida para o âmbito previdenciário quando o INSS for estranho à reclamatória trabalhista, mas é apta como início de prova material para demonstrar o vínculo de segurado - quando verificado que aquele processo visava efetivamente dirimir controvérsia entre empregado e empregador -, desde que complementada por outras provas.

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2. «É viável o reconhecimento do vínculo laboral de sentença proferida em sede de reclamatória trabalhista, malgrado o INSS não tenha participado da contenda laboral, desde que, naquele feito, se verifiquem elementos suficientes que afastem a possibilidade de sua propositura meramente para fins previdenciários, dentre os quais se destaca a contemporaneidade do ajuizamento, a ausência de acordo entre empregado e empregador, a confecção de prova pericial e a não prescrição das verbas indenizatórias.» (EIAC 95.04.13032-1, Terceira Seção, Relator Des. Fed. João Batista Pinto Silveira, DJ 01/03/2006) (TRF da 4ª Região, Proc. 5001733-30.2011.404.7000/PR, 5ª T., Rel.: ROGERIO FAVRETO, j. em 04/08/2015, D.E. 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO URBANO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. CONCESSÃO. 1. Comprovado o labor urbano mediante a apresentação de certidão de tempo de contribuição expedida por Prefeitura, segundo a qual o tempo de serviço respectivo é reconhecido no âmbito do regime próprio de previdência, o segurado faz jus ao cômputo do aludido tempo também no Regime Geral de Previdência Social. 2. Comprovado o exercício de atividade profissional enquadrável como especial, o respectivo período deve ser convertido para tempo comum. 3. Tem direito à aposentadoria por tempo de serviço o segurado que, mediante a soma do tempo judicialmente reconhecido com o tempo computado na via administrativa, possuir tempo suficiente e implementar os demais requisitos para a concessão do benefício. (TRF da 4ª Região, Proc. 5022774-30.2014.404.7200/SC, 5ª T., Rel.: ROGERIO FAVRETO, j. em 04/08/2015, D.E. 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL. COMPROVAÇÃO. QUALIDADE DE SEGURADO. TERMO INICIAL. TUTELA ESPECÍFICA. I. Evidenciado que a autora detinha qualidade de segurada quando do início da incapacidade laboral parcial, deve ser restabelecido o auxílio-doença, desde o seu cancelamento, com a posterior conversão em aposentadoria por invalidez a partir da data em que apontado o início da incapacidade definitiva pelo perito. II. Deve-se determinar a imediata implantação do benefício previdenciário, considerando a eficácia mandamental dos provimentos fundados no art. 461 do CPC, e tendo em vista que a presente decisão não está sujeita, em princípio, a recurso com efeito suspensivo. (TRF da 4ª Região, Proc. 5024017-43.2013.404.7200/SC, 5ª T., Rel.: ROGERIO FAVRETO, j. em 04/08/2015, D.E. 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE DE CÔNJUGE. NOVAS NÚPCIAS. SÚMULA 170 DO EX-TFR. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO INDEVIDO. 1. A demora na propositura da ação visando ao restabelecimento da pensão por morte, mais de 25 anos após sua cessação, é indicativo, por si só, de que a requerente, em razão do novo casamento, ou por outras circunstâncias, não mais necessitava da pensão do falecido marido para prover a própria subsistência. 2. Situação que não enseja a incidência do preceito da súmula 170 do extinto Tribunal Federal de Recursos, segundo a qual «não se extingue a pensão previdenciária, se do

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novo casamento não resulta melhoria na situação econômico-financeira da viúva, de modo a tornar dispensável o benefício». 3. A ratio da súmula da jurisprudência do TFR não contemplava situações concretas semelhantes à dos autos, não sendo possível a invocação do preceito sumular, como se de norma abstrata se tratasse, descontextualizada das situações concretas que lhe deram origem. (TRF da 4ª Região, Proc. 5001747-97.2014.404.7003/PR, 5ª T., Relª.: TAÍS SCHILLING FERRAZ, j. em 28/07/2015, D.E. 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-RECLUSÃO. TERMO INICIAL. MENOR INCAPAZ. PRESCRIÇÃO. CONCESSÃO. 1. A regra que regula a concessão do auxílio-reclusão é a vigente na época do recolhimento do segurado à prisão, que, no caso, era a Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.528/97. 2. O Egrégio Supremo Tribunal Federal decidiu que, para fins de concessão de auxílio-reclusão, o valor da renda do preso é que deve ser utilizada como parâmetro. 3. Se à época do recolhimento à prisão o segurado estava desempregado e não possuía renda, aplicável o parágrafo 1º do art. 116 do Decreto n. 3.048/99. 4. O menor incapaz não pode ser prejudicado pela inércia de seu representante legal, não se cogitando de prescrição de direitos de incapazes, a teor do art. 198, inciso I, do Código Civil e dos artigos 79 e 103, parágrafo único da Lei 8213/91, do que não se lhe aplica o disposto no artigo 74 do mesmo diploma legal. 5. Em não correndo a prescrição contra o absolutamente incapaz, o implemento dos 16 anos não torna automaticamente prescritas parcelas não reclamadas há mais de 5 anos, apenas faz iniciar a fluência do prazo quinquenal, que se esgotará aos 21 anos, quando, então, todas as parcelas não reclamadas há mais de 5 anos contadas dos 16 anos é que se tornarão inexigíveis. (TRF da 4ª Região, Proc. 5006930-65.2013.404.7009/PR, 5ª T., Relª.: TAÍS SCHILLING FERRAZ, j. em 28/07/2015, D.E. 05/08/2015) PREVIDENCIÁRIO. COISA JULGADA. INOCORRÊNCIA. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. AGENTE NOCIVO RUÍDO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO. 1. Se a demanda precedente não analisou a especialidade do labor desenvolvido no intervalo ora requerido, a realização de tal pedido, em nova demanda, para fins de concessão de aposentadoria por tempo de serviço/contribuição, não afronta a coisa julgada. 2. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condições nocivas são disciplinados pela lei em vigor à época em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrimônio jurídico do trabalhador. 3. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, admitindo-se qualquer meio de prova (exceto para ruído e calor); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, sendo necessária a comprovação da exposição do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, através de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica.

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4. A exposição a ruídos em níveis superiores ao limite legal de tolerância enseja o reconhecimento do tempo de serviço como especial. 5. Comprovada a exposição do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legislação previdenciária aplicável à espécie, possível reconhecer-se a especialidade do tempo de labor correspondente. 6. Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito à obtenção de aposentadoria por tempo de contribuição/serviço proporcional. (TRF da 4ª Região, Proc. 5013744-46.2011.404.7112/RS, 5ª T., Relª.: TAÍS SCHILLING FERRAZ, j. em 28/07/2015, D.E. 05/08/2015)

EVENTOS CURSO ANÁLISE TÉCNICA DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO - PP E DA APOSENTADORIA ESPECIAL 14 de agosto de 2015 (Presencial) Local: Atame - Av. República do Líbano, Edifício Vanda Pinheiro, 1.551, Qd. D-1, Lotes 06/08, Sala 501, Goiânia-GO. DOCENTE: Dr. SANDRO ANDRIOLI BITTENCOURT: Engenheiro Florestal (UFPR), Engenheiro de Segurança do Trabalho (UFPR), Bacharel em Direito (PUCPR), Perito da Justiça do Trabalho da 9ª Região, Professor do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da Universidade Federal do Paraná-UFPR, Professor em cursos de Pós-Graduação, Discente do Curso de Pós-Graduação em Direito Previdenciário e Processual Previdenciário Aplicado da PUCPR. Inscrições: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=254. I WEBNARIO DO IBDP 14 de agosto de 2015, das 09:00 às 12:00 Local: na web Cidade: onde quer que você esteja! Inscrições: http://www.ibdp.org.br/evento.php. PALESTRA GRATUITA - AS RECENTES REFORMAS PREVIDENCI ÁRIAS: AVANÇO OU RETROCESSO? 20 de agosto de 2015 (Presencial) Local: OAB/Palmas - Quadra 201 Norte, Conjunto III, Lotes 1 e 2, Palmas-TO. Inscrições: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=255. CURSO DE BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE COM ELABORAÇÃO DE PETIÇÃO INICIAL 21 de agosto de 2015 (Presencial) Local: OAB/Palmas - Quadra 201 Norte, Conjunto III, Lotes 1 e 2, Palmas-TO. DOCENTE: DOCENTE: Dra. Adriane Bramante. Advogada. Mestre em Direito Previdenciário pela PUC de São Paulo. Coordenadora do curso de pós-graduação da Atame em Brasília e Goiânia pela Universidade Cândido Mendes. Professora de Pós-graduação; Autora dos livros: “Aposentadoria Especial. Teoria e Prática”, “Desaposentação. Teoria e Prática” e “Aposentadoria por Idade” 2ª Edição, Editora Juruá; Vice-Presidente e Diretora de Cursos do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP. Membro Efetivo da Comissão de Previdência Social da OAB/SP.

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Membro do Conselho Editorial da Revista de Direito Previdenciário da Editora Lex-Magister. Inscrições: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=252. CURSO ANÁLISE TÉCNICA DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO - PP E DA APOSENTADORIA ESPECIAL 27 de agosto de 2015 (presencial - Porto Alegre) e 27/08 a 27/09 (online) Local: ESMAFE/RS - Rua dos Andradas 1001, Conjunto 1603. DOCENTE: Dr. SANDRO ANDRIOLI BITTENCOURT: Engenheiro Florestal (UFPR), Engenheiro de Segurança do Trabalho (UFPR), Bacharel em Direito (PUCPR), Perito da Justiça do Trabalho da 9ª Região, Professor do Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da Universidade Federal do Paraná-UFPR, Professor em cursos de Pós-Graduação, Discente do Curso de Pós-Graduação em Direito Previdenciário e Processual Previdenciário Aplicado da PUCPR. Inscrições: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=264. CURSO - APOSENTADORIA DO PROFESSOR: LINHAS DE APLIC AÇÃO DO DIREITO AO MELHOR BENEFÍCIO 28 de agosto (presencial - Porto Alegre) e 28/08 a 28/09 (online) DOCENTE: Dra. Cleci Maria Dartora. Advogada. Doutorado em andamento - Ciências Jurídicas Sociais. Universidad Del Museo Social Argentino, UMSA, Argentina. Especialização em Direito Previdenciário. Especialização em Direito Processual Civil. Tem experiência na área de Direito Público, com ênfase em Direito Previdenciário, atuando principalmente nos seguintes temas: direito previdenciário, direito administrativo, previdência do servidor público, previdência do Regime Geral de Previdência Social (aposentadoria), pensões e outros benefícios. Inscrição na modalidade presencial: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=260. Inscrição na modalidade online: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=259. XI CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO E I CONGRESSO IBERO AMERICANO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO 7, 8 e 9 de outubro de 2015 - PRESENCIAL Local: Grand Hyatt São Paulo. Avenida das Nações Unidas, 13.301 - Itaim Bibi. São Paulo - SP Inscrição: http://www.ibdp.org.br/eventos2.asp?id=246.

RELEASES Descrição da obra: BALERA, Wagner; FERNANDES, Thiago D'avila. Fundamentos da Seguridade Social . São Paulo: LTr, 2015. 205 p. Quem queira buscar os fundamentos da seguridade social encontrará neste texto os elementos essenciais. A partir dos conceitos que dão suporte ao mais importante sistema de proteção social brasileiro e, sobretudo, com apoio no desenho constitucional e legal da matéria, o livro conduz o leitor ao amplo panorama jurídico do Direito Previdenciário.

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Descrição da obra: MARTINEZ, Wladimir Novaes. Princípios de Direito Previdenciário . 6. ed. São Paulo: LTr, 2015. 656 p. Esta é a mais completa enciclopédia técnico-jurídica sobre a previdência social, por sua sistematizada, seu didatismo e sua atualização, é um magnífico instrumento de trabalho do Direito Previdenciário.

FICHA TÉCNICA

Boletim Semanal do IBDP - Instituto Brasileiro de D ireito Previdenciário

Período: 31/07 a 06/08/2015.

Diretora: Andressa Mara dos Santos Milani, Advogada.

Artigos para publicação : Enviar para: [email protected], com formato de, no máximo, 4 páginas, espaço 1,5cm, Arial 12, com qualificação do autor.

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