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O POLITEIA Ano X, Edição II. Brasília, 24 de julho de 2013 Nova frente parlamentar defende liberdade sexual e de gênero, além de muito Glamour, Luxo e Sofisticação Não são só 0,20... Regulação da Comunicação PLs estagnados na CDEIC Raíssa Mendes (PT) recebe votos unânimes a seu parecer e o PL controverso é rejeitado PL aprovado na CCJC traz melho- rias à carreira jornalística brasileira Deputado Renan Almeida (PT) aguarda a chegada dos colegas para iniciar as deliberações GLS na Câmara

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O POLITEIAAno X, Edição II. Brasília, 24 de julho de 2013

Nova frente parlamentar defende liberdadesexual e de gênero, além de muito Glamour, Luxo e

SofisticaçãoNão são só 0,20... Regulação da Comunicação PLs estagnados na CDEIC

Raíssa Mendes (PT) recebe votos unânimes a seu parecer e o PL

controverso é rejeitado

PL aprovado na CCJC traz melho-rias à carreira jornalística brasileira

Deputado Renan Almeida (PT) aguarda a chegada dos colegas

para iniciar as deliberações

GLS na Câmara

O primeiro dia de traba-lho nas comissões normalmente é a avant-gaard da simulação: traz consigo dificuldades, trope-ços e sofre críticas duras vindas de todas as direções. Mas, como toda vanguarda, surpreende e agrada muitos dos que a esperam ansiosos. Atrasos, ausências, im-pressoras antipáticas, enganos jornalísticos e grosserias com as equipes de organização e de co-

municação causaram desconten-tamentos nesta terça-feira. Por outro lado, a criação de Frentes – descontraídas como elas só! –, recusas unânimes de PLs, cartas românticas e amigáveis dos lei-tores, além da aprovação de pro-jetos de lei admiráveis como o de biocombustíveis e o que regula-menta a profissão da equipe de O Politeia, fizeram com que, ao final, a batalha contra o cansaço

valesse a pena. Temas polêmicos e que não podem faltar à pau-ta da Câmara foram discutidos, como sexo, divisão de terras e re-ligião. Mexeram até com a cultu-ra popular, nosso querido funk. Na onda ainda da Lei da Anistia e Movimentos estudantis, PLs ti-veram discursos acalorados, do tamanho da paixão dos aficiona-dos pela simulação, e que rende-ram boas pérolas, é claro.

“Caravana do Tocantins está de parabéns!”

Fefo, para de turiar!“Me leva de Goiás pra morar com você no Tocantins, Ítallo!”

Opinião do leitor

Editorial

Expediente

Coordenadora de ComunicaçãoAnna Luiza Guimarães

Editora-chefeBrunna Ribeiro

Editora ExecutivaLuana Melody Brasil

Editores de JornalAna Teresa Alves MaltaVerônica Letícia Aragão

Victor Pires

Assessora de ComunicaçãoTássia Martins Saraiva

DiagramadorAdalberto Sampaio

RepórteresAna Tereza Libânio

Bruna ChavesJamile Racanicci

Nathalia AiresTainá AndradeThiago Gardin

FotógrafosJaciara Lins Draeger

Melina FleuryLucas Piccolo Cinquini

Fefo, para de turiar! Fefo, para de turiar! Fefo, para de turiar!

Fefo, para de turiar! Fefo, para de turiar! Fefo, para de turiar!

OpiniãoA busca por uma democracia mais igualitária

e o papel do parlamentoAs manifestações ocorridas entre os meses de junho e julho no Brasil têm muito a nos ensinar. Mas, como em todo processo educativo, as conclu-sões só devem vir após os questionamentos e não o contrário.

Se o indivíduo sai às ruas sem questionar qual solução propõe para aquilo que o leva a pro-testar, tem-se várias cabeças para um só corpo nu, sujeito a vestir a roupa que lhe der as Raquéis

Sherazade e os Arnaldos Jabor. Ora, vestir ou não a roupa já não é uma de-cisão somente dos que saem as ruas, mas tam-bém dos que ficam em casa, vendo o mundo lá fora pelas lentes em-prestadas. Conclui-se

que se trata de um “fora Dilma”, de fora pra dentro, questiona-se qual a melhor forma de derrubá-la.

Falham, sem dolo, os que acreditam na Política imparcial, apartidária, sem predileções. Sujeitam-se, querendo não ser nada, ser o que os outros dirão que são. Não se trata aqui de limitar as conclusões a apenas uma, mas de não negar o óbvio: não se parte do vácuo para se chegar a um lugar qualquer, tornado melhor pela discussão, simplesmente porque não se olha pra todos os la-dos da mesma forma. E não há mal em assumir o lugar de fala.

Gente saiu às ruas e agora precisa ocupar os espaços, inclusive os institucionais, se quiser tirar algo disso. O povo precisa se assumir e ter cora-gem de se questionar. Assumo-me, questiono-me e disso não sou exemplo. Escolhi descer do muro e fazer a política pelas Elisângelas, que dormem na rua por falta de assistência, pelas Anas que são violentadas diariamente, pelos Ricardos que dão aula em escolas sem estrutura, e pelos Fábios e Fernandos, que querem formalizar sua família. Es-colhi um Partido, luto com companheiros de valor. Escolhemos lutar por um futuro que diariamente construímos. Assuma-se, tome partido.

Recentemente, o Brasil passou por inúmeras mani-festações, que se espalharam por muitas cidades do país. A pauta era diversa: começou com a questão do acesso urbano – o aumento da tarifa em São Paulo – depois a população re-voltou-se com a repressão policial e, enfim, a atenção voltou para assuntos mais gerais, como a qualidade dos serviços públicos e até mesmo a questão genérica da corrupção.

Todos esses temas são extremamente relevantes. No entanto, a ênfase dada a eles não pode negligenciar a evidência de um aspecto maior: a crise de representa-tividade de nossas instituições.

Há alguns anos, tem-se nota-do a insuficiência do parlamento em atender as demandas da população. Uma dessas constatações é o nível de descrença com as instituições democráticas: pesquisas do Latinobarómetro demonstram que os brasileiros estariam dispostos a abdicar da democracia em troca da solução dos problemas econômicos que os atingem.

De forma semelhante, uma pesquisa do Estudo Elei-toral Brasileiro (ESEB) demonstrou uma avaliação negativa dos cidadãos em relação às instituições, estando o Congres-so Nacional entre as instituições que mais tiveram redução na avaliação positiva .

Da insuficiência institucional, surge a necessidade de sair de casa e colocar a cara nas ruas. Surge a necessidade de gritar por um país melhor – por mais que as concepções de “melhor” seja divergentes – de defender serviços públicos de qualidade, e de pedir por mais acesso ao sistema políti-co. Sobretudo, é importante lembrar que se democracia está relacionada à igualdade política, o sistema político é extre-mamente fechado a grandes parcelas da população, seja por falta de recursos econômicos ou condições sociais.

A participação além do voto é importante para a con-solidação da democracia. Mas também o papel do parlamen-tar nesse momento deve ser auxiliar na luta por uma demo-cracia igualitária, ou seja, uma democracia de fato. Para tal, o parlamento deve “colocar-se em seu lugar”: compreender que as pessoas que ocupam seu espaço detém um lugar pri-vilegiado, tanto em termos de condições materiais quanto de posição política, e que elas estão lá devido a grande parcela da população que trabalha, sofre, e luta para sobreviver. E é exatamente por essas pessoas que os parlamentares devem trabalhar, debatendo assuntos relevantes pelo país, buscan-do “escutar mais” e atendendo às demandas populares. Ao invés de utilizar-se de sua posição social para obter regalias e benefícios.

1. O deputado Juan Carlos é do PP, e não do PT, como divul-gado no Ping Pong da primeira edição. 2. Na matéria “Projeto Politeia 2013 tem início com cerimônia na UnB”, presente no jornal de ontem, erramos ao citar a edição desse ano como a 10ª. Na verdade, o Politeia está em sua 8ª edição.

Erratas

Joana D’Arc (PT)Benincasa (PSB)

Silêncio na CDEICAusência de deputados provoca atraso na votação de projetos da Comissão

Ana Teresa Malta

A Comissão de Desenvol-vimento Econômico Indústria e Comércio (CDEIC) enfrentou na manha desta Terça-feira (23) um “vazio” de deputados. Dos onze inscritos, apenas quatro compareceram, número insufi-ciente para compor o Quorum - nesse caso, são necessários seis deputados presentes. Segundo o deputado Renan Almeida, do PT, não houve nenhum comunicado entre os deputados referente às ausências no primeiro dia de si-mulação.

A expectativa de Renan Al-meida é que os deputados apare-çam para que seu PL favorável à apropriação por funcionários de fábricas falidas possa ser vota-do. O deputado Marcelo Alcân-tara Júnior (PSDB) acredita que as ausências possam ser justi-ficadas por problemas pessoais enfrentados pelos outros parla-

mentares, como provas, projetos acadêmicos e até mesmo pro-blemas de saúde. Este é o caso do atual presidente da Comis-são, deputado Gabriel Gameiro do PP. De acordo com Marcelo Alcântara, as ausências implica-rão discussões superficiais de alguns dos 22 projetos a serem votados na comissão atrasando também a aprovação destes. O deputado afirmou não acreditar na existência de um golpe parla-mentar, visto que a Comissão é pluripartidária e possui ideolo-gias distintas.

Segundo a organização do Politeia, a CDEIC é a comissão que possui mais projetos de lei a serem discutidos e os atrasos causados pelas ausências pre-judicarão não só essa comissão, gerando um efeito cascata para aprovação dos projetos no Ple-nário.

Diante da ausência de Quo-rum na CDEIC, líderes dos par-tidos se reuniram para realizar um remanejamento de deputa-dos com o objetivo de auxiliar o inicio das votações dos projetos na Comissão. A deputada Raíssa Mendes, do PT, assumiu o cargo de presidente da mesa por pos-suir o maior número de legisla-turas - atualmente três.

Após o inicio da sessão, diversos projetos começaram a ser votados na Comissão, dentre eles o do deputado Pastor Telles, líder do PR, referente ao fim do programa Bolsa Família em cin-co anos. A discussão do projeto gerou polêmica e foi adiada pelo relator, deputado Renan Almei-da, que pediu vista, prorrogando a votação para o inicio da pró-xima sessão que ocorrerá nesta quarta-feira.

Como tornar a Comunicação no Brasil mais democrática?As discussões sobre os projetos de lei 28 e 29 motivam o debate mais amplo sobre a liber-

dade de imprensa no BrasilJamile Racanicci

O PL nº 29, do Guilherme Marighella (PSB), foi aprovado hoje na Comissão de Educação (CE) e exige que o profissional do Jornalismo seja graduado em Comunicação Social. O tento contém ainda um piso salarial em R$3.390,00 para o jornalista e uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. Além disso, pro-íbe-se a contratação de jorna-listas como pessoa jurídica e se estabelece que os profissionais freelancer devam ser contrata-dos após três meses de trabalho constante para um mesmo veícu-lo.

Uma proposta relacionada será votada amanhã na Comis-são de Constituição e Justiça e Ci-dadania (CCJC). O PL nº 28, tam-bém de autoria de Marighella, versa sobre a publicidade gover-namental. Entre outras decisões, a proposição define os conteú-dos governamentais passíveis de divulgação, limita o volume da verba publicitária governamen-tal para 0,045% do orçamento anual e regulamenta a sua dis-tribuição segundo concentração máxima de 2,5% por veículo.

Marighella resume o intui-

o cidadão com imagens supos-tamente maquiadas, o Estado deveria realizar a prestação de contas por meio de publicações impressas e online dos orçamen-tos mais importantes.

Sobre a obrigatoriedade do diploma, afirma que limita a li-berdade de expressão por impe-dir que veículos comunitários se desenvolvam. Já que sua abran-gência é extremamente localiza-da e sua receita muitas vezes se baseia em contribuições de asso-ciados, é inviável a contratação de profissionais e não há motivo para impedir que “o cidadão faça Jornalismo”. O deputado também defende que se revogue a proibi-ção de publicidade na radiodifu-são comunitária. De acordo com ele, o investimento publicitário restrito a pequenos empreendi-mentos locais financiaria o au-mento da qualidade e da quan-tidade de veículos comunitários de comunicação.

Monarquista também acei-ta que os profissionais possam optar pela supressão de seus direitos trabalhistas em troca de algumas isenções fiscais, so-bretudo no início da carreira. Segundo ele, o aumento de sa-lário pode compensar os abusos de carga horária, a imposição de dupla jornada e a prática de aceitar propostas freelancers in-definidamente sem resultar em contratação dos profissionais.

As proposições ainda serão votadas na CCJC e em plenário. O PP promete derrubar ambas. Marighella considera formar uma frente parlamentar em de-fesa da Liberdade de Expressão.

to das proposições como a defe-sa da liberdade de expressão. “As pessoas confundem liberdade de imprensa com liberdade de em-presa”, afirma em relação à su-pressão de direitos trabalhistas em troca de isenção fiscal parcial aos jornalistas, supostamente em benefício das empresas.

Ele também ataca o oligo-pólio no setor, que impede a li-vre concorrência jornalística ao limitar o acesso aos meios de comunicação aos pouquíssimos veículos de abrangência nacio-nal existentes. Como o investi-mento publicitário é a principal fonte de receita das empresas jornalísticas é importante impe-dir a concentração da verba go-vernamental, para evitar tanto o oligopólio quanto a interferência no conteúdo veiculado pela im-prensa. Uma distribuição menos concentrada proporcionaria um debate público mais democráti-co e plural.

O principal opositor na CE foi o deputado Gabriel Monar-quista (PP). Igualmente defensor da liberdade de imprensa, Mo-narquista discorda das proposi-ções porque classifica qualquer

tipo de publici-dade governa-mental como “rasgar dinhei-ro” se com-parada com investimentos em outras áre-as estratégicas, a exemplo de saúde e edu-cação. Ao invés de “enganar”

Marighella e Monarquista lideram opiniões opostas sobre a liberdade de expressão

Discussão na CAPADR Criminalização de invasões de propriedade deixa evidente as ideologias dos partidos

Bruna Chaves

No primeiro dia de simu-lação na Câmara dos Deputados, as comissões iniciaram suas ati-vidades de forma tímida. Pela manhã, a Comissão de Desenvol-vimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), por exemplo, não deu prosseguimento aos debates por falta de quórum, enquanto que a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO) teve suas atividades encerradas antes do horário normal de tér-mino das discussões. Diferente das anteriores, as atividades da Comissão de Agricultura, Pecu-ária, Abastecimento e Desenvol-vimento Rural (CAPADR) funcio-naram de forma hábil ao discutir mais de quatro projetos só na parte da manhã, cujos temas fo-ram suficientes para provocar debates acalorados entre os de-putados.

Entre os projetos discu-tidos na ordem do dia da co-missão, existem assuntos como tornar facultativa a inscrição de produtores rurais no Cadastro Ambiental Rural (CAR), destinar recursos financeiros repassados pelo FNDE à aquisição de gêne-ros alimentícios da agricultura familiar, isentar de tributos os agricultores e empreendedores rurais, incentivar a substituição de combustíveis fósseis por bio-combustíveis e o combate às in-vasões de terras. Sendo que este, quando começou a ser discutido, logo deu indícios de ser um dos assuntos mais polêmicos, uma vez que houve tumulto e muitos deputados insatisfeitos com o tempo destinado aos parlamen-

tares que não eram da CAPADR. O plenário ficou cheio de

líderes e deputados de outras comissões. Houve até mesmo re-querimento do deputado Diego de Moraes (PR) aprovado para que as discussões ocorressem em sessão secreta. O projeto, que é de autoria do deputado Murilo Medeiros (DEM), tem como ob-jetivo a criação da Política Na-cional de Combate às Invasões de Terra (PNIT), com fins a im-pedir a violação da propriedade rural. Tal assunto mexe com as ideologias de partidos de oposi-ção como, por exemplo, o PSDB e o PT. “O PT nasceu dessas reivin-dicações sindicais. É claro que o setor do agronegócio é muito importante para o país, mas nós não acreditamos que ele será

protegido através de um projeto que criminaliza um movimento social” – disse a deputada Joana D’arc, líder do PT. Em contrapar-tida, o deputado Matheus Leone, líder do PSDB, afirma: “Não con-cordo e não acho que um grupo de agricultores e sem terras in-vadam uma propriedade rural, depredem o patrimônio, firam e matam pessoas só porque a dis-tribuição de terra é desigual”.

As discussões se estende-ram até a segunda reunião, sem tumulto pelo fato desta ter sido em sessão secreta. Como resulta-do do atraso, a votação do pare-cer pela aprovação do projeto de lei foi adiada para quarta-feira, dia 24.

Daniel Froés (PMDB), relator do projeto que visa combater as invasões em empropriedade rural

Disciplina proibida nas escolas públicasVotação aprova PL que proíbe Ensino Religioso nas escolas públicas

Gustavo Henrique Oliveira

No Brasil, um país suposta-mente laico, veículos de comunica-ção - tanto de iniciativa privada como pública - dão mais atenção à religião cristã do que às outras. A moeda nacio-nal possui “Deus seja louvado” e o seu principal plenário, uma grande cruz; a autoridade de uma religião é extrema-mente televisionada, enquanto outras não ganham nem um segundo de IBO-PE. Tendo em vista essa grande diferen-ça, o quão importante se torna o ensino religioso?

Nesta terça, 23, foi votado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 104/13, que visa excluir a disciplina de ensino religioso dos colégios públi-cos do Brasil. Com votação simbólica e aprovação, a proposição irá ao Plenário Ulysses Guimarães. Para os deputados que votaram a favor, o fato de o país ser laico - não ter uma religião imposta e respeitar toda e qualquer manifestação religiosa - e o grande número de pro-fessores cristãos no Estado foram os

aulas de História. O professor não po-deria fugir do livro didático de ensino religioso”.

Outra forte discussão teve a ver com a questão da pluralidade re-ligiosa nas escolas. Os deputados que votaram a favor do PL, afirmavam que não era possível haver diversidade de crenças no ensino religioso das institui-ções. Isso, de acordo com eles, deve-se ao fato de que cada professor tem sua própria religião, a qual, em sua maio-ria, é a cristã. Isso pode fazer com que o docente imponha seu dogma aos alu-nos. “Não é possível ter pluralidade no ensino religioso”, disse o deputado Caio Jardim (PT). O parlamentar Edson Car-los (PSDB) discorda do petista em mais esse ponto. “É claro que é possível ter pluralidade”, declarou.

Apesar de o Projeto de Lei ter sido aprovado, a votação foi acirrada. De acordo com o Presidente da Comis-são de Educação, Pedro Abelin (PT), os votos foram quase “metade-metade”.

principais responsáveis pela aprovação do PL, o qual proíbe qualquer manifes-tação religiosa no âmbito das escolas públicas, exceto aquelas originadas pe-los alunos. Sobre isso, o deputado Caio Albuquerque (PMDB), autor do Projeto de Lei, afirmou: “A chance de termos professores católicos querendo impor seus dogmas são grandes”.

Com a aprovação, há certa dúvida, por parte dos deputados favo-ráveis ao Projeto, de que haja uma “di-tadura cristã”. “Durante o debate, ouvi um dos maiores absurdos que se pode ouvir numa democracia: falaram que, pelo fato de as religiões não-cristãs serem minoria, devem ser esquecidas. É um absurdo tirar essa minoria”, afir-mou o deputado Caio Jardim (PT).

Já o deputado Edson Carlos (PSDB) tem uma visão diferente. Para ele, não há como existir a suposta “dita-dura”. Em entrevista, ele afirmou: “Não queremos criar a ‘ditadura cristã’, nem queremos aulas cultos; só queremos

Coragem feminina na CCJCTainá Andrade

A Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJC) presenciou cena curiosa na tarde de ontem (23), protagonizado pela deputada Joana D’Arc (PT). Autora do projeto de lei so-bre a instituição do novo mecanismo denominado “Recolhimento Eleitoral”, mais conhecido na Inglaterra como Recall, aceitou críticas dos colegas e a derrubada por unanimidade do PL. Po-rém, não deixou de lembrar sobre o PL 005/2013, que se assemelhava ao seu e foi aprovado pela manhã, na mesma comissão.

A iniciativa feriria o direito do sufrágio secreto da população, pois tornaria pública a preferência dos elei-

tores no ato de assinar o documento. Ademais, o projeto também perde legi-timidade ao não dispor sobre o direito de defesa aos deputados cassados. O relator do projeto foi o deputado Jorge Henrique Oliveira (PT), presidente da Comissão, que destacou falhas incons-titucionais.

Em tempo, a deputada líder do PT, percebeu que a lei não cabia ao sis-tema eleitoral brasileiro, pois em um regime de eleição proporcional, como o adotado no país, torna o percentual de 90% de eleitores – valor proposto por seu PL – excessivamente alto. Esta me-dida só é viável em um sistema distrital, cujos eleitores de uma região só elegem

um candidato, enquanto no outro mo-delo as regiões são maiores e elegem muitos deputados de uma só vez, o que torna o quórum difícil de ser alcançado para a realização de uma petição.

“Cumprimento muito a coragem dela de introduzir esse termo novo, mas foi falha no ponto de vista procedi-mental do projeto de lei”, disse o depu-tado Jonas França (PMDB), elogiando Joana D’Arc. “A atitude supera um pouco a questão das vaidades, achei íntegro e me surpreendi com a postura tomada”, complementa o relator Jorge Henrique.

Monarquista sai em defesa da moral e dos bons costumes Deputado propõe Lei que proíbe financiamento público a eventos de incentivo à

promiscuidade e criminalidadeNathalia Aires

Projeto de Lei nº 006/2013 que proíbe o Estado de financiar eventos fomentadores da imora-lidade foi rejeitado por unanimi-dade durante a tarde de ontem na Comissão de Seguridade So-cial e Família (CSSF). De acordo com o autor da proposta, depu-tado Gabriel Monarquista (PP), as músicas atuais fazem apolo-gia ao crime, principalmente nos gêneros funk e rap. Para propor o projeto, ele afirmou ter ouvi-do queixas de policiais militares, homens feministas e pessoas em defesa da unidade familiar. Com a aprovação da lei, estados brasileiros seriam proibidos de financiar eventos em apologia à

criminalidade e promiscuidade. “Esse projeto quer prejudicar as defesas de escolha e o direito de cidadania” afirmou Jonas France, vice-líder do PMDB. Já o relator do PL, Ernesto Lazari (PSDB), afirmou que “baile funk faz par-te da cultura popular brasilei-ra. Além disso, as mulheres que dançam e cantam não se sentem ofendidas com isso”. A proposta dispôs também sobre a Lei Rou-anet – que institui políticas pú-blicas para incentivar a cultura nacional –, sugerindo que ban-das que fazem apologia a com-portamentos que violam a “mo-ral e os bons costumes” fiquem proibidas de receber recursos

oriundos da lei.A sessão motivou algu-

mas pérolas: o deputado Mateus Lôbo (PR) disse que Silas Mala-faia deveria ser apoiado e ouvido em suas ideias. “O funk possível é o funk de Deus, aquele que está escrito nos céus. Sou a favor da família formada por homem e mulher e contra o ‘gayzismo’”, finalizou. O petista André Dutra terminou: “Arquive-se, de prefe-rência, para todo o sempre”.

CSSF rejeita PL controversoJuan Carlos (PP) propôs o pagamento de passagens com favores sexuais ou objetos de valorNathalia Aires

Ontem, a Comissão de Se-guridade Social e Família (CSSF) iniciou a votação pelo Projeto de Lei 017/2013, de autoria do de-putado Juan Carlos (PP). O PL foi reprovado por unanimidade na Comissão. A proposição estabe-lece que a cobrança de transpor-tes públicos será feita por meio de escambo ou favor sexual em saídas de bares e boates. Sobre a proposta, o deputado Juan Car-los afirma: “Fui pesquisar sobre o Movimento Passe Livre e as reivindicações do transporte público ocorridas ultimamente. Acabei descobrindo que no Wyo-ming – estado dos Estados Uni-dos – a tarifa pode ser paga por meio do escambo. A adição de favores sexuais foi feita por mim para dar uma pitada de liberalis-

mo ao projeto”. Segundo o texto do PL,

motoristas de qualquer trans-porte coletivo terrestre aceita-riam como forma de pagamento o favor sexual ou escambo, desde que o passageiro não dispusesse de dinheiro ou não se encontras-se em condições de dirigir ou al-coolizado. O deputado justifica a aprovação da lei com a diminui-ção da mortalidade causada por pessoas que dirigem alcooliza-das.

A relatora do projeto, deputada Raíssa Mendes (PT), mantendo-se exclusa de julga-mentos morais, afirmou que não havia encontrado menções no ordenamento jurídico brasileiro que proibissem a prostituição. Mas lembrou que o sistema de

transporte público no país fun-ciona sob regime de concessões. Dessa forma, não haveria como se pagar o custo do transporte somente com o corpo, pois não manteria o sistema. “O problema do projeto é de técnica”, consta-tou.

Rejeitado até mesmo por partidários, o PL do deputado Juan Carlos também foi alvo de críticas pelo líder do PP na Câ-mara, o deputado Maurício Ben-to. “É tão ‘anti-bons costumes’ que abre margem para menores deixarem de pagar a tarifa em troca de sexo. Não haveria outra conclusão a não ser rejeitar por unanimidade”, concluiu o depu-tado.

O deputado An-dré Dutra, um dos que ironi-zou o PL de Mo-narquista

Em defesa da purpurina e da liberdade sexualAna Teresa Malta e Bruna Chaves

Glamour, Luxo e Sofistica-ção (GLS) é a nova frente parla-mentar formada por 27 deputa-dos na tarde de ontem. O grupo foi criado com o intuito de defen-der a liberdade de identidade de gênero e sexual.

Lembrando que além da frente GLS, outra frente formou-se nesta semana, a Frente Par-lamentar Liberal, que obteve, igualmente, grande adesão dos deputados de diversos partidos. Apesar de possuírem focos dife-rentes, as frentes não entram em choque, visto que um dos princi-pais pontos do manifesto da FPL é a liberdade individual.

Sobre a maneira de atua-ção, o deputado João Ivo Vilela (PSDB) conta que os integrantes estão planejando uma perfor-mance. Já o deputado Caio Al-

é aceitável, mas que não apoia-ria, por medo de que a frente se voltasse para a defesa de privilé-gios de alguns grupos.

Perguntado se a frente po-deria sofrer algum tipo de oposi-ção, o líder do PSD, Kadu Freire, acredita que a bancada monar-quista poderia fazer alguma re-sistência “por motivos de recal-que.” Gabriel Monarquista, líder do PP, recusa a hipótese e afirma que “defender a família não é re-calque, é um pilar básico da so-ciedade”.

Até o fechamento dessa edição a GLS possuía 27 assina-turas para a formação da frente, enquanto que a Frente Liberal contava com 21 assinaturas. A frente está aberta a entrada de novos membros. Para sair na foto, basta “fazer carão”.

buquerque (PMDB) classifica a frente como “uma manifestação criativa”.

Líder do PSDB, Matheus Leone explica que a GLS defen-derá projetos de lei como a regu-lamentação de dados cadastrais de transexuais, de autoria do deputado Murilo Alberto (PSD), e o que estabelece garantias para qualificação e emprego de transexuais e travestis, proposto pelo deputado Salvador (PSD).

Sobre o último, no entanto, o deputado Leone afirma que o PSDB não concorda, porque fun-cionaria como um tipo de cota. “O PL fere uma série de direitos que transcendem a questão de gênero e que tocam em direitos constitucionais”, argumenta o deputado. Já o líder do DEM, Mu-rilo Medeiros, acredita que a GLS

RapidinhasCE

PL n° 046/13, que dispõe sobre a obrigatoriedade da matrícula na rede de ensino pública de filhos e menores sob guarda de ocupantes de cargos comissionados foi rejeita-da na Comissão de Educação.

De manhã7 parlamentares. À tarde, 8 deputa-dos. Ao todo, 6 PLs votados no dia; marcado pela calmaria. Exceção: PL nº 018/13, de autoria do deputa-do Augusto Brito (PP), que “dispõe sobre a instalação de academias de ginástica ao ar livre em municípios com número igual ou superior a 30 mil habitantes”. O motivo do debate girou em torno da necessidade de ter ou não profissionais de Educa-ção Física acompanhando os cida-dãos nos exercícios nessas acade-

mias. O PL teve o parecer favorável e as emendas aditivas aprovadas pela Comissão.

Na reunião do PR houve discussão da lista de projetos de hoje. Deputa-dos querem aprovar o PL da Anistia. Acordaram que os membros podem votar como bem julgarem, nada re-lacionado ao partido. Querem apro-var o PL 034, de João Ribeiro (PR), PL 093, de Murilo Medeiros e o PL 002, de Vinicius Albernaz. Termi-nam a reunião falando que querem ir sempre contra o PT.

Na reunião do PSB, após os depu-tados relatarem o que foi votado e debatido nas Comissões que os membros estavam presente foi de-cidido que os parlamentares preci-sam melhorar a comunicação entre

os membros do partido. Além disso, os deputados foram aconselhados a estreitar o contato com outros par-lamentares “progressistas”, nas pa-lavras do líder, Benincasa.

Surpresa do diaO improvável parecer favorável dado ao PL nº 64, do deputado Pas-tor Teles (PR), que regulamenta a atividade de Militante Estudan-til Profissional (MEP). Vista como uma piada, a proposição foi levada à sério pelo PSB, representado pelo líder Benincasa, que utilizou a “ten-tativa de ridicularizar” o militante para subverter a piada e trazer a discussão sobre a falta de vivência política que se evidencia no am-biente acadêmico.

Pérolas

Pra variar

Entre as pautas que marca-ram as recentes manifestações, uma das mais importantes tem a ver com o exagero dos gastos públicos com a Copa do Mundo. O Estádio Mané Garrincha, por exemplo, teve gasto estimado em cerca de R$1.300.000.000,00. Muitos manifestantes tinham ideias claras de como investir esse dinheiro: em educação, saú-de e transportes, principalmen-te. Mas como será que os deputa-dos do Politeia investiriam essa soma?

Alguns deles têm ideias semelhantes às da população presente nos protestos, como o deputado Benincasa Neto (PSB). Ele afirmou que investiria o di-nheiro em educação e tentaria montar uma escola diferente dos padrões convencionais. O deputado André Dutra (PT) tem ideias grandiosas: afirmou que, se tivesse o dinheiro do Estádio,

mudaria a estrutura e o concei-to do transporte público no DF. E acrescentou: “Ainda sobraria dinheiro para construir um ‘ e s -tadiozinho’”.

Nos protestos, muitos manifestantes se colocaram con-tra canais de comunicação. De forma semelhante, a deputada Lorena Bruschi (PSD) informou que, com o dinheiro da reforma do Estádio, gostaria de criar um meio de comunicação que pu-desse competir com o poder da Rede Globo. Já o parlamentar Otto Von Bismarck, do PR, afir-mou que investiria em cursos capacitantes para os deputados da vida real. Acrescentou: “Se eu gostasse de futebol, ainda daria para fazer dez estádios iguais”.

Entre as muitas ideias, algumas ganham destaque pela originalidade e até pela estra-nheza. Uma delas é a do depu-tado André Atadeu (PSDB), pre-

sidente da Casa, que investiria no Programa Bolsa Zara para modernizar o modo de vestir da mulher brasileira. O deputado Murilo Medeiros, líder do De-mocratas, tem pretensões mais individualistas: ele abriria uma empresa e compraria bois para investir na fazenda do avô.

Alguns parlamentares foram ainda mais longe na ten-tativa de mudar o país com o dinheiro da reforma do Estádio. O deputado Kauany Souza (PP), por exemplo, informou que in-vestiria em lobby para os legis-ladores aprovarem uma lei que considere o comunismo como crime. O líder do PMDB, Duque da Gironda, foi categórico ao afir-mar: “A Dilma não importou mé-dicos!? Então eu importaria uma presidente, alguns governadores e também prefeitos melhores!”

Victor Pires

O que os deputados fariam com o dinheiro do Estádio?

“Essa é a casa do povo e o povo não pode usar o Wi-fi.” (Otto von Bismark- PR)

“Eu não estou falando do MST, eu estou falando dos cida-dãos” - Maurício Bento (PP) sobre o projeto de lei que cri-minaliza invasões de proprie-dades rurais.

“Num país que tem 50 mil homicídios por ano, você vai prender velhos???” Dep. Mau-rício Bento (PP) ao falar sobre a punição aos torturadores da ditadura militar.

“E se dez pessoas não tive-rem dinheiro, o ônibus vai ter que parar? O Juan cer-tamente deve ser um mo-torista de ônibus” - do lí-der do PP Maurício Bento, acerca do PL 017/2013.

“A sociedade nunca foi mo-nogâmica”, Izabela Patriota (PT).

Crônica

Maria ouviu o desperta-dor tocar cedo demais. Ainda não era hora de desenterrar seu corpo daquele abraço de cober-tas para mergulhar em um ba-nho de arrepios, caçar alguma presa na geladeira e se render à viagem até a Câmara dos De-putados. Como disfarçar que as horas em claro da noite anterior assombraram seu humor como a área logo abaixo de seus olhos pesados? Pra quê investir saliva naquele bando de estudante me-tido a deputado, para ainda ter que negociar as suas propostas capazes de salvar o mundo? Os sonhos daquela manhã – ou me-lhor, daquela madrugada – sedu-zem muito mais que esse sacrifí-cio absurdo. Mas são os sonhos de uma carreira profissional que motivam Maria a se levantar.

Talvez a situação do seu ca-belo esteja mais indefinida que a ideologia do seu partido. É pro-vável que o delineador tremido esteja mais firme que os argu-mentos da oposição. E certamen-te a sua fé na humanidade é tão risível quanto sua expectativa de paquera naquela Comissão. Mas Maria se satisfaz no momento em que entra no plenário, sente o ar condicionado eriçar seus pe-los e se enquadra na posição de uma senhora deputada. No vazio da sala, esculpe frases de enver-gadura dos grandes autores e en-saia movimentos fervorosos, até que entra o nobre secretário e a mão que se alçava ao infinito se disfarça num tchauzinho para o membro da organização.

É hora de se aprumar na cadeira e fingir que lê o seu PL

pela milésima vez, embora a primeira linha do texto já tenha deixado de significar qualquer coisa há uns cinco minutos. Dez. Quinze. São uns vinte quando um colega de Comissão se senta na extremidade oposta da mesa da frente. O secretário boceja graciosamente quando o relógio na parede marca 8h30. E uma coceirinha de indignação resol-ve que Maria deve olhar o reló-gio do pulso. O da parede devia estar errado, não é possível. Mas os ponteiros formam mesmo um perfeito pedaço de pizza.

Às nove, Maria vê a jorna-lista. A repórter tem a caneta em mãos para veicular a notícia do que não está acontecendo. Olha seu furo aí, amiga, esse bando de cadeira vazia consegue encher uma página inteira daquele jor-nalzinho.

- Com licença, senhora de-putada, a senhora tem um minu-tinho...

- Tenho vários minutinhos.- Eu estou fazendo uma

matéria sobre os atrasos, será que a senhora podia contribuir

com uma entrevista?Maria desaguou a raiva de

seu coração em uma série de ironias que golpeavam o bloqui-nho da repórter por meio de sua caneta ágil. E Maria a fazia virar várias páginas com o dó de orga-nizar um evento tão trabalhoso para ocupá-lo com a ausência de debate, com a irritação ao per-ceber que trocou horas de sono por horas de espera impaciente, com a indignação silenciosa de ter que aceitar que tem gente que tem prova, tem gente que tem imprevisto, tem gente que ficou doente...

- Um atraso de dez, quinze minutos é tolerável, mas isso já é ausência, isso já é silêncio no plenário!

As palavras de Maria co-moveram a repórter. Também fizeram o colega de comissão discretamente concordar com a cabeça e chamaram a atenção do secretário. Por meio da poé-tica da repórter, ganharam até os ouvidos dos atrasados. Mas tam-bém terminaram no lixo, ao lado das demais notícias do dia.

Jamile Racanicci

O que Maria pensou e falou hoje de manhã

Anistia para os torturadores?

Ponto de vista

A atual comissão da ver-dade tem feito seu papel? De levar a verdade? Ou tem sido revisionista ou

revanchista?

J. D.: Acho que a Comissão Na-cional da Verdade tem feito um bom papel em trazer os fatos obscurecidos de nossa história, e não apresenta nenhuma forma de revanchismo. Sua intenção revelar a história daqueles que perderam seus parentes e nem souberam como ocorreu sua morte. Não se trata de inventar a historia, mas de dar a população o direito de saber como, de fato, a história aconteceu.

M. B.: A proposta de anistia de autoria do grupo do PT e PSB procura buscar apenas acusar seus antigos inimigos políticos, apesar de não ser favorável a tortura. As pessoas que come-teram esse crime há 40 anos ou faleceram ou estão muito velhos. No Brasil há 50 mil mortes por ano por homicídio, deveríamos nos preocupar menos em jogar velhos na cadeia.

Qual o signi�icado do pro-jeto de lei recusado na

CCJC sobre anistia?

J. D.: O projeto de lei apenas in-clui a tortura e lesa-humanidade, crimes imprescritíveis, às exce-ções a anistia, sendo que as pra-ticas dos guerrilheiros não eram defendidos também pela anistia.

M. B.: Não tem. Ela está clara-mente de cunho unilateral. Com uma postura revanchista, só olha o lado do regime. O Estado está sendo incompetente para pro-teger o cidadão e está querendo revanche contra seus rivais ideo-lógicos de 30 anos – aliás, o Esta-do não, o governo.

M. B.: O PT nada mais fez que procurar culpar a ditadura – es-tamos em 2013 e o que a comis-são de justiça está discutindo é a ditadura militar? Temos que pensar no presente e no futuro. O presente nos diz: 50 mil mor-tes por ano por homicídio – mor-tes que nós podemos prevenir. Era isso que os parlamentares deveriam estar discutindo: po-líticas de prevenção a violência contra pais, mães de família e fi-lhos. E não criminalizar mortos e idosos.

J. D.: O projeto de Lei não impli-ca na imediata perseguição ou prisão dos torturadores, mas apenas poderão ser investigados mais minuciosamente os crimes contra os direitos humanos e sancionada se for o caso, tendo os torturadores direito de res-posta e que “ não se pode pren-der um velhinho”.

Esse Projeto de Lei é Re-vanchista?

A CCJC recusou ontem parecer contrário do rela-tor do PL 003/2013, de autoria do deputado Vi-nicius Albernaz (PT). O texto propunha emenda à Lei de Anistia, com a retirada da proteção de anis-tiados de crimes que lesa-humanidade e tortura. O autor justificou seu projeto afirmando que o direito à história é dever de Estado, e que crimes de tortura não eram crimes políticos, mas sim, comuns. Apesar de bancada contra, a líder do PT persistiu em defender o parecer do seu partido.

Joana D’Arc (PT) Maurício Bento (PP)

Ping-pongVermelho (PSB)

Nome real: Gustavo Emmanuel de Castro.Idade: 18 anos.Curso: Gestão de Políticas Públicas.Político que admira: Não tenho um político

que admiro, prefiro pegar as melhores caracterís-ticas de cada um.

Sonho na política: Poder contribuir para uma sociedade mais progressista e menos desi-gual, livre das amarras morais.

Explicação sobre o nome: O nome vem do cabelo ruivo, da pele, das brincadeiras e apelidos por causa disso, além da ideologia de esquerda.

Otto Maria Carpeaux (PR)

Nome real: Kaio Felipe.Idade: 23 anos.Curso: Mestrado em Ciência Política.Político que admira: Dom Pedro II, porque foi

o maior estadista do Brasil, e Margareth Thatcher.Sonho na política: Pretendo seguir carreira

acadêmica em Letras, sem carreira política, por-que prefiro o discurso humanista.

Explicação sobre o nome: É o nome de um crítico literário que fugiu do nazismo e se instalou no Brasil. Ele fez com que Franz Kafka e outros autores políticos ficassem conhecidos em nosso país, além de influenciar na cena literária e política brasileira.

Utopus Paz (PSB)

Nome real: Samuel Silva.Idade: 19 anos.Curso: Ciência Política.Político que admira: Gandhi, principalmen-

te. Sonho na política: Fazer um mundo em que

um erro não seja justificativa para outro. Isso fará acabar o ciclo de violência gerando mais violência e o mundo andará melhor.

Explicação sobre o nome: Utopus vem do fundador da ilha Utopia, criada no livro do filósofo Thomas More. Já o nome Paz é por causa da ideo-logia pacifista aos moldes de Gandhi.

Otton Von Bismarck (PR)

Nome: Igor Koehne.Idade: 20 anos.Curso: Economia.Político que admira: Reguffe.Sonho na política: Não quer seguir carreira

política. Explicação sobre o nome: Fui “trollado”

pela organização do Politeia, que disse para esco-lher nomes extrovertidos porque era comum. Mas também achei legal para quebrar a seriedade do evento.

Fora de foco

InternetSite: www.projetopoliteia.com

Progamação23 e 24 de julho de 2013 – Terça-feira e Quarta-feira08h00 – 12h00 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão 12h00 – 13h30 Almoço -13h30 – 16h00 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão16h00 – 16h30 Coffee break A definir16h30 – 17h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão17h30 – 18h00 Reuniões Partidárias Plenário de Comissão 25 de julho de 2013 – Quinta-feira08h00 – 09h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão09h30 – 10h00 Coffee break A definir10h00 – 11h30 Reuniões Deliberativas Ordinárias Plenário de Comissão11h30 – 12h00 Reuniões partidárias Plenário de Comissão12h00 – 13h00 Coletiva de imprensa Plenário de Comissão13h00 – 14h30 Almoço -14h30 – 18h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães 26 de julho de 2013 – Sexta-feira08h00 – 12h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães12h00 – 13h30 Almoço -13h30 – 16h00 Sessão Deliberativa Ordinária Plenário Ulysses Guimarães16h00 – 16h30 Coffee break A definir16h30 – 18h00 Encerramento Plenário de Comissão