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Artigo publicado originalmente no XVI Simpósio Brasileiro de Geografia Física ocorrido em Teresina.
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CARACTERIZAÇÃO LITOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICA DA ÁREA DO SISTEMA FLUVIOCÁRSTICO DO PARQUE ESTADUAL “TERRA RONCA”, NORDESTE DE GOIÁS: RESULTADOS PRELIMINARES LUCAS ESPINDOLA ROSA; MÁRCIO HENRIQUE DE CAMPOS ZANCOPÉ; LUIS FELIPE SOARES CHEREM; MAXIMILIANO BAYER
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GEOMORFOLOGIA CULTURAL E GEOCONSERVAÇÃO DA CIDADE VELHA, SANTIAGO, CABO VERDE. HUDSON SILVA ROCHA; SÓNIA MARIA DUARTE MELO SILVA VICTÓRIA
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METODOLOGIA ADAPTADA PARA AVALIAÇÃO DE GEOSSÍTIOS EM NÍVEL MUNICIPAL – ITAPEMA/SC CRISTINA COVELLO; ANGELA DA VEIGA BELTRAME
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9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
e UESPI. ISSN: 2236-5311
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PEDRA DA BOCA: O PARQUE DOS GIGANTES
CARLA SOARES BORBA1 LEONARDO FIGUEIREDO DE MENESES2
MÁRCIO BALBINO CAVALCANTE3
1 Universidade Estadual da Paraíba - UFPB [email protected]
2 Universidade Estadual da Paraíba - UFPB [email protected]
3 Universidade Estadual da Paraíba - UFPB [email protected]
Resumo
A espetacularidade de alguns elementos da natureza pode representar um critério motivador para a
realização de viagens turísticas. Alguns afloramentos rochosos apresentam feições curiosas que se
assemelham a formas típicas do cotidiano, como rostos e formas de animais. A esses locais atribuiu-
se o termo geoforma. O objetivo deste trabalho é apresentar as geoformas existentes no Parque
Estadual da Pedra da Boca (PEPB), na Paraíba, como um elemento de divulgação da geodiversidade
e aumento do fluxo turístico no parque. Foram identificadas 08 geoformas no interior do parque e uma
no entorno. Verificou-se que os elementos mais expressivos da geodiversidade nas geoformas estão
ligados ao conteúdo da geomorfologia e relacionados principalmente com a erosão diferencial
associada à dissolução química das rochas, causando o desgaste do relevo e fazendo surgir os
“gigantes de pedra” do parque representados pela Pedra da Boca, da Caveira, do Coelho, do Babuíno,
do Peixe Boi, do Dente, da Viola e do Coração. O PEPB possui uma geodiversidade com alto potencial
para realização de atividades científicas, didáticas e de lazer. Vislumbra-se na possibilidade de sua
divulgação como sendo o Parque dos Gigantes, uma nova perspectiva capaz de atrair um número
ainda maior de visitantes que possam, além da contemplação das geoformas, obterem novos
conhecimentos acerca dos elementos abióticos que compõem a paisagem do local, de uma forma
lúdica através do estímulo do imaginário.
Palavras-chave: Geodiversidade. Geoforma. Parque Estadual da Pedra da Boca.
Abstract
The grandeur of some elements of nature can be a motivator criteria for tourism. Some rocky outcrops
show curious features that resemble everyday images such as faces and animal forms. These locations
were named geoforms. This paper aims to present the existing geoforms in the ParqueEstadual da
Pedra da Boca - PEPB, Paraiba, as a geodiversity element who can increase the flow of tourists in the
park.It was identified 08 geoforms in the park and 01 in their neighborhood. It was found that the most
significant elements of geodiversity in the geoforms are linked to the geomorphological content and
mainly related to differential erosion associated with chemical dissolution of rocks, shaping the relief and
giving rise to the "giants stone" of the park represented by Pedra da Boca, da Caveira, do Coelho, do
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
e UESPI. ISSN: 2236-5311
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Babuíno, do PeixeBoi, do Dente, da Viola e do Coração. The PEPB have angeodiversity with high
potential for realization of scientific, educational and leisure activities. Promote the park using the stone
giants is a new perspective able to attract an even greater number of visitors who can, beyond the
contemplation of landforms, obtain new knowledge about the abiotic elements that make up the local
landscape, in a playful way through imaginary stimulus.
Key-words: Geodiversity. Geoform. Parque Estadual da Pedra da Boca
1. INTRODUÇÃO
Grande parte dos indivíduos que compõem a demanda turística vive em cidades,
locais onde muitas vezes são submetidos a um ritmo de vida exigente e a uma pressão
externa que os leva a um progressivo acúmulo de tensões. Assim, a busca por locais
para descansar, realizar atividades esportivas, conhecer culturas diferentes, distrair-
se e fugir da rotina passam também a representar motivações para a efetivação do
turismo (MOREIRA, 2011) que, quando realizado em áreas ditas “naturais”, denomina-
se turismo de natureza, que engloba ecoturismo, turismo de aventura, turismo
educacional e uma profusão de outros tipos de experiências proporcionadas pelo
turismo ao ar livre e alternativo (Mckerher, 2002).
O turismo de natureza pode ser realizado em diversos compartimentos naturais,
porém de modo geral, os promotores desse segmento têm se preocupado mais com
a divulgação e proteção do meio biótico (fauna e flora), sem que ocorra a correta
interpretação e conservação da geodiversidade, entendida como “a variedade de
ambientes geológicos, fenômenos e processos ativos que dão origem a paisagens,
rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte para
a vida na Terra” (BRILHA, 2005).
Para suprir essa lacuna, um novo segmento do turismo vem ganhando espaço: o
geoturismo. Ruchkys (2007), o define como um segmento da atividade turística que
tem o geopatrimônio como principal atrativo e busca sua proteção por meio da
conservação de seus recursos e da sensibilização do turista, utilizando-se de meios
interpretativos para tornar as informações acessíveis ao público em geral, além de
promover a sua divulgação e o desenvolvimento das ciências da Terra.
A espetacularidade de alguns elementos da natureza pode representar um critério
motivador para a realização de viagens turísticas que, associado ao imaginário
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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humano pode impulsionar a prática do turismo, na medida em que os praticantes da
atividade se sintam efetivamente envoltos com o ambiente que estão visitando,
fazendo com que se sintam em um mundo totalmente alheio ao vivenciado em seu
cotidiano.
Exemplos típicos da associação entre o imaginário e a estética da natureza são
os casos nos quais os destinos buscados pelos turistas têm como principal objeto a
visitação a formas de relevo curiosas, que desafiam a percepção do cérebro humano,
fazendo com que pensemos ver nas rochas e afloramentos, formas típicas do
cotidiano, como rostos, formas de animais, etc. Aos locais onde essa percepção é
marcante no relevo, Borba e Meneses (2013a) atribuíram o termo “geoformas”. Essas
geoformas quase sempre são geradas pela ação de agentes intempéricos e podem
apresentar diversos valores tais como o científico/didático, cultural ou turístico, casos
que podem inseri-las no contexto do patrimônio geomorfológico (BORBA e
MENESES, 2013b).
Considerando o exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar as geoformas
como um recurso turístico a ser utilizado com vistas a captar a demanda turística que
anseia por descobrir lugares curiosos onde possam perceber a paisagem de forma
lúdica. Pretende-se mostrar, ainda, que para além da simples contemplação, algumas
geoformas podem apresentar conteúdos passíveis de serem utilizados como
instrumentos didáticos e científicos, particularmente no que se refere a processos e
materiais relacionados às geociências. Como estudo de caso, escolheu-se o Parque
Estadual da Pedra da Boca, na Paraíba, cujas características apresentam-se nos
tópicos que se seguem.
2. ÁREA DE ESTUDO
O Parque Estadual da Pedra da Boca - PEPB, está localizado no município de
Araruna (Figura 01), a aproximadamente 172 km de João Pessoa (capital do Estado
paraibano). O Parque é uma unidade de conservação de proteção integral, instituída
através do Decreto Estadual N° 20.889, publicado no Diário Oficial do Estado da
Paraíba em 08 de fevereiro de 2000 (PARAÍBA, 2000), possuindo uma área de 157,27
hectares.
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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Figura 01 – Mapa de localização do Parque Estadual da Pedra da Boca
Geologicamente, faz parte do Plúton Monte das Gameleiras, um corpo ígneo que
apresenta uma área aflorante de cerca de 340 km2, sendo composto, segundo
Guimarães (2012), basicamente de rochas graníticas porfiríticas com textura grossa e
fenocristais de feldspato apresentando enclaves dioríticos. O nome do Parque advém
de uma feição erosiva presente em um dos afloramentos rochosos à qual foi associada
ao formato de uma grande boca aberta, induzindo os turistas à uma curiosidade inicial
que pode ser um critério importante para a escolha do local como destino turístico.
Observa-se, portanto, já a partir do nome da unidade de conservação, a presença das
geoformas como elemento marcante da paisagem local.
Além do expressivo conteúdo geológico/geomorfológico, que será apresentado
mais adiante, a área é também utilizada para a prática de diversos segmentos do
turismo, a exemplo do ecoturismo, geoturismo, turismo de aventura, turismo religioso
e pesquisas científicas (CAVALCANTE, 2012a). No entanto, percebe-se que apesar
do grande apelo do conteúdo do meio físico que constitui o Parque, de modo geral os
visitantes não recebem informações mais pormenorizadas sobre os elementos da
geodiversidade, fazendo com que o turista tenha a compreensão apenas parcial do
ambiente que está visitando.
3. GEOFORMAS ENQUANTO RECURSO TURÍSTICO NO PEPB
Apesar do nome do parque se referir à apenas uma das geoformas presentes na
região, verifica-se que nos limites do parque e em sua vizinhança diversos outros
exemplares podem ser observados nos afloramentos rochosos e em algumas de suas
feições erosivas.
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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De modo geral, as geoformas do PEPB apresentam-se em grandes afloramentos
rochosos e são de fácil visualização uma vez que apresentam tamanhos
consideráveis, fato pelo qual criou-se, ao longo da produção deste texto a expressão
Parque dos Gigantes, para se referir à unidade de conservação.
Esta peculiaridade presente no PEPB atribui ao local um valor singular se
comparado a outras unidades de conservação. Considerando que a busca pelo
“curioso” pode ser listado como um elemento motivador para a escolha de destinos
turísticos, verificou-se que as geoformas do Parque Estadual da Pedra da Boca
podem representar um recurso turístico extra para o Parque, sendo capazes de, por
si só, atraírem mais visitantes ao local.
A partir dos levantamentos realizados em campo e em revisão bibliográfica,
verificou-se a existência de pelo menos 08 geoformas no interior da área do parque
(Pedra da Boca, da Caveira, do Coelho, do Babuíno, do Peixe Boi, do Dente, da Viola
e do Coração) e 01 em seu entorno imediato (Pedra do Peixe Boi), ver Figura 02. Esta
última, apesar de não se localiza no interior do Parque, pode ser visualizada a partir
de um mirante que se localiza dentro da área, a Pedra da Santa.
A Figura 03 ilustra alguns dos “Gigantes de Pedra” do PEPB. Vale salientar que
podem existir mais geoformas na região e que não tenham sido identificadas ao longo
da pesquisa, seja por serem desconhecidas dos moradores, seja por não terem sido
percebidas na paisagem.
Figura 02 – Distribuição das geoformas identificadas na área do PEPB e entorno
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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Figura 03 – Gigantes do PEPB: A. boca; B. coelho; C. caveira; D. peixe boi; E. coração e F. babuíno.
Fotos: A, B, D, F – Autores, 2014; C – Autores, 2015; F – Autores, 2012.
Do total das geoformas identificadas, 05 já foram alvo de visitas in loco (Boca,
Caveira, Coelho, Babuíno, Peixe Boi) para identificar seu potencial estético e para
ilustrar elementos da geodiversidade, como forma de ampliar a experiência dos
visitantes, passando de uma simples contemplação para a apreensão de conteúdos
relativos às características dos elementos ambientais que os compõem
(geodiversidade, biodiversidade e cultura).
À exceção da Pedra do Babuíno e do Peixe-Boi, cujas geoformas são percebidas
a partir da silhueta do corpo rochoso em si, as demais geoformas inventariadas (boca,
coelho e caveira) foram produzidas pela subtração de parte do material rochoso por
processos erosivos diferenciais entre o granito e o diorito, que ocasionam o
surgimento de cavidades de profundidade e diâmetro bastante considerável, conforme
descrito por Cavalcante (2012b). A rede de diaclases comum nos corpos rochosos
que compõem o plúton, pode propiciar a queda de blocos e colaborar na formação
das geoformas.
Do ponto de vista da possibilidade de ilustrar elementos da geodiversidade,
destacam-se alguns conteúdos que podem ser observados nas geoformas e que
podem ser explorados pelos guias do parque para ampliar a carga de conhecimentos
passíveis de serem repassados aos visitantes.
A B C
D E F
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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Grande parte desses conteúdos relaciona-se com a geomorfologia, com destaque
para o processo de erosão diferencial ente o granito e o diorito; as caneluras formadas
pela dissolução química da rocha, causada pelo escoamento de água superficial; a
formação de alvéolos gerados por erosão eólica associada à erosão nos tetos dos
abrigos. No tocante à geologia, é possível apresentar aos visitantes os produtos do
plutonismo, através da formação de fenocristais, além de ser possível ilustrar a
“captura” e a mistura de materiais (enclaves) de constituição distintas ao longo do
processo de formação da massa rochosa (Figura 04).
Figura 04 – A. caneluras; B. alvéolos formados no teto da Pedra da Santa (mirante da Pedra do Peixe Boi); C. exemplo de erosão diferencial; D. fenocristal de feldspato; E. enclave de diorito. Fotos: Autores, 2015.
Associado ao conteúdo geológico, alguns afloramentos do parque apresentam
elementos de valor cultural que já têm sido bastante divulgados para os visitantes,
como a presença de pinturas rupestres, além de existir um santuário nas proximidades
da Pedra da Santa (mirante do Peixe Boi) onde mensalmente são realizadas grandes
missas ao ar livre.
4. CONCLUSÃO
O PEPB possui uma geodiversidade com alto potencial para realização de
atividades científicas, didáticas e de lazer, conforme se pôde observar com os
elementos apresentados ao longo do texto. Algumas das geoformas presentes na
A B C
D E
9. Geoconservação, Geoturismo, Patrimônio geomorfológico e impactos ambientais. XVI Simpósio de Geografia Física e Aplicada. “Territórios Brasileiros: Dinâmicas, potencialidades e vulnerabilidades”. Teresina, Piauí 28 de junho a 04 de julho de 2015. Geografia da UFPI
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área do parque já são bastante conhecidas do público visitante, a exemplo da Pedra
da Boca e da Caveira, no entanto não têm sido utilizadas como o elemento principal
de atração dos visitantes.
Do ponto de vista da atividade turística, quanto maior o número de segmentos que
possam ser realizados em uma mesma área, maiores as chances da atividade como
um todo se consolidar. Sendo assim, vislumbra-se na possibilidade da divulgação do
PEPB como sendo o Parque dos Gigantes, uma nova perspectiva capaz de atrair um
número ainda maior de visitantes que possam, além da contemplação das geoformas,
obterem novos conhecimentos acerca dos elementos abióticos que compõem a
paisagem do local, de uma forma lúdica através do estímulo do imaginário.
Referências
BORBA, C. S.; MENESES, L.F. O potencial estético das geoformas do Cariri paraibano. In: Encontro Paraibano de Estudos sobre Geodiversidade, João Pessoa. 2013. BORBA, C. S.; MENESES, L.F. Geoformas: potencial do Cariri Paraibano. In: II GeoBRheritage - Simpósio Brasileiro de Patrimônio Geológico, Ouro Preto. 2013. BRILHA, J.B.R. Patrimônio Geológico e Geoconservação: a conservação da natureza na sua vertente geológica. Palimage Editora, 190p. 2005; 52p. CAVALCANTE, M. B. Parque Estadual da Pedra da Boca (Araruna/PB): Uma Avaliação Sobre as Atividades Turísticas e as Ações de Gestão Territorial. Boletim de Geografia (UEM), v. 30, p. 15-29, 2012. CAVALCANTE, M.B. Parque Estadual da Pedra da Boca (Araruna-PB): uma avaliação sobre as atividades turísticas e as ações de gestão territorial. 2012. 146 f. Dissertação (Mestrado em Geografia). Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2012. GUIMARÃES, T. O.; MARIANO, G.; SEABRA, G. Estratégia de Geoconservação através da inventariação e quantificação de geossítios: Parque Estadual da Pedra da Boca - Plúton Monte das Gameleiras - Araruna/PB. Estudos Geológicos (UFPE), v. 22, p. 77-92, 2012. MCKERHER, B. Turismo de Natureza: Planejamento e Sustentabilidade. São Paulo: Contexto, 2002. MOREIRA, J. C. Geoturismo e Interpretação Ambiental. Paraná, 2011. PARAIBA. Decreto nº. 20.889, de 07/02/2000. Criar o Parque Estadual da Pedra da Boca, e dá outras províncias. 2000. RUCHKYS, U.A. Patrimônio Geológico e Geoconservação no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Belo Horizonte. 2007.