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“Bordando” mudanças sociais04.07.2007 Uma nova versão para o bordado

Tem gente que além de conviver muito bem com as diferenças sociais e culturais, ainda promove a inclusão social. Ou seja, são pessoas que fazem a diferença.

Um bom exemplo é o do Grupo Matizes Dumont, de Pirapora, MG, formado pela mãe e os cinco filhos, todos artistas plásticos. Valendomãe Antonia Zulma e da arte de contar estórias do pai, os filhos passaram a ilustrar com bordados os livros de estória das bordadeiras e escritoras da família, Ângela e Sávia Dumont, e também de grandes autores brasileiros, como Jorge Amado, Ziraldo, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Rubem Alves, Carlos Brandão, Tetê Catalão, Marina Colassanti, Nilm

Uma verdadeira inovação na área de ilustração, uma vez que o bordado sempre foi utilizado para fins decorativos. Com os livros, vieram as exposições das telas originais e assim o bordado teve grande aceitação do público, como artes plásticas.Aconteceram exposições no Brasil e no exteriorarte visual.

Já receberam dois prêmios Jabuti e, recentemente, angariaram o TIM com a produção da capa do último CD de Maria Bethânia.

De “O Caminho das Águas” ao ICAD

Mas para uma família, que também tem mestres na arte de educar, isso era pouco. Acrescentar nova função ao bordado, darcotidiano e os sentimentos e recriando no bordado as qualidades cromáticas da pintura, com novos pontos e tecidos, tendo como base os desenhos do irmão Demóstenes, satisfazia apenas a imaginação e o lado criativo da família.

“Foi aí que surgiu a idéia de mobilização social por meio do bordadoDumont. E, neste projeto de arte e educaçãequipe.

No projeto “O Caminho das Águas”, os Dumont visitaram 22 cidades ribeirinhas do São Francisco, usando o bordado como principal instrumento de mobilização para promover educação, saúde, resgate cultural e preservaç

Depois veio o “Projeto Letras e Linhas do Bordado”mulheres educadoras e meninas com risco social, em vários estados brasileiros. E, a seguir, foi a vez do “Projeto Bordando o Brasil”.

Em uma década, os projetos ensinaram mais de seis mil mulheres a bordar a realidade local onde vivem, discutindo a qualidade de vida, a saúde, a preservação ambiental e, sobretudo, buscando a sustentabilidade econômica por meio do bordado. “Elas participam de feiras, ganhamvasto Brasil”, diz Sávia, uma das escritoras

Há quatro anos, os Dumont criaram o ICAD Dumont, entidade sem fins lucrativos, que propõecriativas para gerar transformações sociais.

“Bordando” mudanças sociais

Uma nova versão para o bordado

Tem gente que além de conviver muito bem com as diferenças sociais e culturais, ainda promove a inclusão social. Ou seja, são pessoas que fazem a diferença.

Um bom exemplo é o do Grupo Matizes Dumont, de Pirapora, MG, formado pela mãe e os cinco filhos, todos artistas plásticos. Valendo-se da arte de bordadeira da mãe Antonia Zulma e da arte de contar estórias do pai, os filhos passaram a

s os livros de estória das bordadeiras e escritoras da família, Ângela e Sávia Dumont, e também de grandes autores brasileiros, como Jorge Amado, Ziraldo, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Rubem Alves, Carlos Brandão, Tetê Catalão, Marina Colassanti, Nilma Lacerda.

Uma verdadeira inovação na área de ilustração, uma vez que o bordado sempre foi utilizado para fins decorativos. Com os livros, vieram as exposições das telas originais e assim o bordado teve grande aceitação do público, como artes plásticas.

exposições no Brasil e no exterior e o trabalho foi reconhecido como

dois prêmios Jabuti e, recentemente, angariaram o TIM com a produção da capa do último CD de Maria Bethânia.

De “O Caminho das Águas” ao ICAD

as para uma família, que também tem mestres na arte de educar, isso era pouco. nova função ao bordado, dar-lhe características pessoais, bordando o

cotidiano e os sentimentos e recriando no bordado as qualidades cromáticas da pontos e tecidos, tendo como base os desenhos do irmão

Demóstenes, satisfazia apenas a imaginação e o lado criativo da família.

Foi aí que surgiu a idéia de mobilização social por meio do bordado”, conta Sávia Dumont. E, neste projeto de arte e educação coletiva, as netas se juntaram à

No projeto “O Caminho das Águas”, os Dumont visitaram 22 cidades ribeirinhas do São Francisco, usando o bordado como principal instrumento de mobilização para promover educação, saúde, resgate cultural e preservação ambiental.

Projeto Letras e Linhas do Bordado” capacitando mulheres artesãs, mulheres educadoras e meninas com risco social, em vários estados brasileiros. E, a seguir, foi a vez do “Projeto Bordando o Brasil”.

projetos ensinaram mais de seis mil mulheres a bordar a realidade local onde vivem, discutindo a qualidade de vida, a saúde, a preservação ambiental e, sobretudo, buscando a sustentabilidade econômica por meio do

articipam de feiras, ganham prêmios, exportam e bordam este diz Sávia, uma das escritoras-bordadeira da família.

Há quatro anos, os Dumont criaram o ICAD - Instituto Cultural Antônia Diniz Dumont, entidade sem fins lucrativos, que propõe soluções inovadoras, fáceis ecriativas para gerar transformações sociais.

Tem gente que além de conviver muito bem com as diferenças sociais e culturais, ainda promove a inclusão social. Ou seja, são pessoas que fazem a diferença.

Um bom exemplo é o do Grupo Matizes Dumont, de Pirapora, MG, formado pela se da arte de bordadeira da

mãe Antonia Zulma e da arte de contar estórias do pai, os filhos passaram a s os livros de estória das bordadeiras e escritoras da família,

Ângela e Sávia Dumont, e também de grandes autores brasileiros, como Jorge Amado, Ziraldo, Manoel de Barros, Thiago de Mello, Rubem Alves, Carlos Brandão,

Uma verdadeira inovação na área de ilustração, uma vez que o bordado sempre foi utilizado para fins decorativos. Com os livros, vieram as exposições das telas originais e assim o bordado teve grande aceitação do público, como artes plásticas.

e o trabalho foi reconhecido como

dois prêmios Jabuti e, recentemente, angariaram o TIM com a

as para uma família, que também tem mestres na arte de educar, isso era pouco. lhe características pessoais, bordando o

cotidiano e os sentimentos e recriando no bordado as qualidades cromáticas da pontos e tecidos, tendo como base os desenhos do irmão

Demóstenes, satisfazia apenas a imaginação e o lado criativo da família.

”, conta Sávia o coletiva, as netas se juntaram à

No projeto “O Caminho das Águas”, os Dumont visitaram 22 cidades ribeirinhas do São Francisco, usando o bordado como principal instrumento de mobilização para

ão ambiental.

capacitando mulheres artesãs, mulheres educadoras e meninas com risco social, em vários estados brasileiros. E,

projetos ensinaram mais de seis mil mulheres a bordar a realidade local onde vivem, discutindo a qualidade de vida, a saúde, a preservação ambiental e, sobretudo, buscando a sustentabilidade econômica por meio do

prêmios, exportam e bordam este

Cultural Antônia Diniz soluções inovadoras, fáceis e

A psicanalista e pesquisadora clínica da “Ser e Fazer”: Oficinas Psicoterapêuticas de Criação do IPUSP, Jacirema Cléia Ferreira, ressalta a importância desses projetos comunitários, que ultrapassam o objetivo de gerar renda para as populações carentes:

- Esses trabalhos promovem uma grande transformação na vida dos envolvidos: o convívio diário, o exercício conjunto de uma atividade arcaica e a partilha de experiências contribuem tanto para a recuperação de memórias sumamente importantes para o imaginário coletivo do grupo como para a integração histórica pessoal de cada indivíduo e para sua inserção em uma comunidade na qual a linguagem é comum e as pessoas, confiáveis.

As palavras da psicanalista soam afinadas com as de Sávia que diz: “no ato de bordar, estas mulheres bordam os sonhos de uma vida melhor, saudável e mais promissora; bordam o sonho de cada dia buscar uma vida mais digna e mais terna; bordam a vida simplesmente onde o homem, o bicho, a flor, a árvore, o vento e a delicadeza matizam a alma humana” e conclui, nos ensinando: “o que não é tarefa de algumas mulheres, mas de todos nós, bordadeiras de vida inteira”.

Para quem quer saber mais, visite o site http://www.matizesbordadosdumont.com/

Bordado em marca d’água: Grupo Dumont