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SÃO PAULO 12 a 18 de setembro de 2014 • ano 1 nº 48 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Voltadas para questões sociais, cerca de 250 obras estão expostas no Pavilhão do Ibirapuera p.14 Cultura » Bombeiros veem indícios de conduta criminosa; Prefeitura anuncia habitação popular no local Incêndio em favela deixa 600 famílias desabrigadas na zona sul Programa de Marina Silva deve aumentar influência dos bancos na política brasileira p.7 eleições 2014 ENTREVISTA Rafael Stedile Rafael Stedile Rafael Stedile “Israel se suicidou quando ocupou territórios palestinos” p.8 Bienal de Arte de SP Gershon Knispel artista plástico Silvia, uma das moradoras da favela do Piolho, que perdeu a casa e os bens, está abrigada na calçada em frente a àrea atingida

Brasil de Fato SP - Edição 048

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Jornal Brasil de Fato SP - Edição 47 - 12 a 18 de setembro de 2014

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SÃO PAULO 12 a 18 de setembro de 2014 • ano 1 nº 48 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita

Voltadas para questões sociais, cerca de 250 obras estão expostas no Pavilhão do Ibirapuerap.14

Cultura

» Bombeiros veem indícios de conduta criminosa; Prefeitura anuncia habitação popular no local

Incêndio em favela deixa 600 famílias desabrigadas na zona sul

Programa de Marina Silva deve aumentar influência dos bancos na política brasileirap.7

eleições 2014

ENTREVISTA

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“Israel se suicidou quando ocupou territórios palestinos”p.8

Bienal de Arte de SP

Gershon Knispelartista plástico

Silvia, uma das moradoras da favela do Piolho, que perdeu a casa e os bens, está abrigada na calçada em frente a àrea atingida

Page 2: Brasil de Fato SP - Edição 048

brasildefato.com.br2 editorial

O Plebiscito Popular da

Constituinte Exclusiva e Sobe-

rana do Sistema Político pro-

duziu uma unidade entre as

forças sociais e populares que

não se via há tempos, compro-

vando a força desta proposta.

Foram mais de 100 mil mili-

tantes e ativistas voluntários

pelo país, a maioria jovens.

Este é o primeiro Plebiscito

Popular da era das redes so-

ciais e produziu uma infinida-

de de imagens, vídeos e men-

sagens, numa campanha onde

todos puderam acompanhar

o ânimo e o esforço militante

nos mais distantes pontos.

Mais uma vez, a força das re-

des sociais driblou a proposital

omissão da grande mídia, que

limitou-se a coberturas locais

e artigos desqualificando a

campanha e os participantes.

Porém, nada impediu que a

mobilização ganhasse a pro-

porção que tomou.

O elemento mais original

deste Plebiscito Popular, quan-

do comparado às experiências

anteriores, foi a participação

dos trabalhadores. Uma gran-

de quantidade de urnas em

fábricas e empresas marcaram

o envolvimento do movimento

sindical. Centenas de escolas e

universidades também rea-

lizaram debates e o tema da

Constituinte ganhou força na

juventude.

Hoje, não resta dúvidas de

que, se as circunstâncias possi-

bilitarem, novamente, grandes

mobilizações da juventude, a

bandeira da “Constituinte Já”

ganhará as ruas. Não só por-

que a unidade entre os prin-

cipais movimentos sociais irá

assegurar sua presença, como

pelo resultado do formidável

trabalho pedagógico construí-

do no Plebiscito Popular.

A primeira batalha foi vito-

riosa. No entanto, a conquista

de uma Constituinte Exclusiva

e Soberana não é tarefa fácil.

Será necessário conquistar um

plebiscito com valor legal com

a mesma pergunta: “Você é a

favor de uma Constituinte Ex-

clusiva e Soberana do Sistema

Político?”. E o Congresso Na-

cional é quem tem o poder de

convocar esse Plebiscito Legal.

Isso somente será possível

se os mais de 1.800 comitês

populares que se construíram

ao longo da preparação do Ple-

biscito Popular forem capazes

de se manter atuantes, conser-

vando a preciosa unidade en-

tre as diversas forças políticas

e novos ativistas que trabalha-

ram juntos nos últimos meses.

O maior resultado deste Ple-

biscito Popular não será me-

dido em números. Mas sim

pelo fato de ter conquistado

corações e mentes pelo país.

Esta é a garantia de que a ban-

deira da “Constituinte Já” se-

guirá ganhando força.

Conselho Editorial: Aton Fon Filho, Carla Bueno, Gabriel Sollero, Igor Felippe, Igor Fuser, João Paulo Rodrigues, Neuri Rossetto, Ricardo Gebrim, Ronaldo Pagotto e Vitor Polacchini • Diretores executivos: Igor Felippe e Ronaldo Pagotto • Editora: Vivian Fernandes • Repórteres: Luiz Felipe Albuquerque e Rafael Tatemoto • Fotógrafo: Rafael Stedile • Jornalista responsável: Vivian Fernandes – Mtb 14.245/MG • Coordenação da distribuição: Laryssa Sampaio • Administração: Ana Karla Monteiro • Publicidade: [email protected] • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – Campos Elíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800 / Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo-SP

» O resultado deste plebiscito não está nos números. Mas em ter conquistado corações e mentes pelo país.

O vitorioso Plebiscito Popular da Constituinte

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país com uma edição nacional e em edições regionais,

no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país.

Contato: [email protected] | (11) 2131-0800

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Superlua no céu da cidade de São Paulo, na noite da segunda-feira (8)

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3brasildefato.com.br 3são paulo

Com uma média de quase 10 km de ciclovias sendo constru-ídas por semana em toda a ci-dade, o interesse pela bicicleta vem aumentando entre os pau-listanos. Para ajudar o cidadão a aproveitar melhor essa ini-ciativa da prefeitura, o site Bike é Legal [www.bikeelegal.com] criou um mapa que aponta exatamente por onde passa a malha cicloviária de São Paulo. Acesse o mapa no link: http://bit.ly/1ste9on

Além de ajudar a saber onde estão as ciclovias, o mapa pode

» Cresce implementação de faixas para bikes; site atualiza os mapas

auxiliar o poder público a iden-tificar quais são as áreas mais carentes dessa modalidade de transporte, bem como dar apoio aos ciclistas em relação à integração entre as ciclovias, estações de trem e metrô e rotas de linhas de ônibus.

Atualmente, a cidade já conta com quase 100 km de ciclovias – 44,9 km foram construídos desde junho. Além das faixas exclusivas para as bicicletas, há em São Paulo 3,3 km de ciclo-faixas, 4,5 de Calçadas Compar-tilhadas e 67,5 de Ciclorrotas.

A previsão do prefeito Fer-nando Haddad (PT) é que, ain-da este ano, a cidade conte com 200 km de ciclovias; metade de sua meta de 400 km, que de-vem ser implantados até 2016.

“Medidas rápidas e corajosas são necessárias. As ciclovias são parte do processo de retomada do espaço público e do respeito ao direito de ir e vir, com segu-rança e qualidade”, afirmam os ativistas Hélio Wicher Neto e Letícia Lindenberg, em coluna na edição 47 do Brasil de Fato SP. (*Com o SpressoSP)

Quer saber onde tem ciclovia em SP? Site mostra o mapa

Mobilidade

Ciclovia da rua Vergueiro até a Vila Mariana

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transporte

Com faixas exclusivas, ônibus andam 68% mais rápidos

A CET (Companhia de En-genharia de Tráfego) divul-gou um estudo que revela que houve um crescimento de 68,7% na velocidade média dos ônibus com as faixas ex-cluivas. Assim, o aumento foi de 12,4 Km/h para 20,8 Km/h, segundo o órgão. Os resulta-dos da amostragem foram pu-blicados nesta semana.

De acordo com a compa-nhia, “a pesquisa foi feita em 66 trechos de faixas exclusivas inauguradas entre o dia 13 de janeiro e 25 de agosto de 2014, que representam 59,3 Km”.

A metodologia envolve a medição durante uma sema-

na antes da implantação da faixa exclusiva e ao longo da primeira semana de ativação do trecho, em cada faixa.

Na pesquisa, o melhor re-sultado entre todas as faixas inauguradas este ano foiser observado na ativação da Ponte do Jaguaré, com me-lhora de 317,3% na velocida-de média dos coletivos. Antes da implantação, a velocidade média no trecho era de 10,8 Km/h. Após a segregação de pista, a velocidade média su-biu para 44,9 Km/h. Os dados completos estão no site da CET: www.cetsp.com.br. (Da Redação)

A pesquisa foi feita em 66 faixas exclusivas inauguradas este ano

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brasildefato.com.br4

por Juvandia MoreiraPor que os bancos lucram ainda mais?Mais uma vez, o setor bancário foi

o mais rentável da economia brasi-leira. De acordo com dados da Eco-nomatica, a rentabilidade mediana dos bancos com ação na bolsa foi de 12% em 2013. Se olharmos a rentabi-lidade dos maiores bancos que atuam no país, veremos que os valores são ainda mais impressionantes. A ren-tabilidade média destes bancos – que concentram mais de 80% do mercado – gira em torno de 20%.

Enquanto isso, as aplicações de um trabalhador na caderneta de poupan-ça fizeram seu patrimônio render cerca de 5,2% no ano passado.

Quando a economia está crescen-do, com mais empregos e renda, o setor financeiro ganha. As empresas precisam investir e os trabalhadores se sentem mais se-guros para consumir, muitas vezes através de crédito bancário. O preço cobrado por isso são os juros, que, no Brasil, são eleva-dos. A taxa de juros do cheque especial gira em torno de 171% ao ano e a do crédito pessoal não consignado 100,3%. Trata-se de uma fonte de ganhos inigualável.

Além disso, com a economia crescen-do mais pessoas abrem conta e ser cliente de banco significa pagar tarifa. Em 2013, os maiores bancos no Brasil ganharam

R$ 97 bilhões apenas com receitas de tari-fas e serviços.

O que aconte-ce então quando a economia cresce menos? Nesse caso, os bancos também

ganham! Existe uma fonte de receita relevante e histórica do setor bancá-rio brasileiro: os ganhos com finan-ciamento da dívida pública. As insti-

tuições financeiras no Brasil detêm 30% dos títulos públicos do governo e os fundos de investimento admi-nistrados por estas instituições têm mais 20%. Quando a taxa Selic sobe retraindo o crescimento econômico, portanto, os bancos ganham e muito!

Concluímos que os bancos têm lu-cro de forma independente do ciclo econômico e, nestas circunstancias, não tem nenhum compromisso com o país. Seu compromisso está ligado apenas aos seus acionistas.

Juvandia Moreira é presidenta do Sindi-cato dos Bancários de SP, Osasco e Região.

» Os bancos não têm nenhum compromisso com o país, mas apenas com seus acionistas

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Movimentos sociais do campo, de moradia e juventude realizaram o protesto

Há vinte anos, diversos movimentos sociais saem às ruas, no dia da proclamação da independência do Brasil, 7 de setembro. O objetivo é denunciar que grande par-te da população permanece marginalizada dentro da sua própria nação. Neste domin-go (07), não foi diferente. A 20ª edição do Grito dos Excluídos reuniu cerca de 10 mil pesso-as na capital paulista, com o lema “Ocupar Ruas e Praças por Liberdade e Direitos”.

Organizado pela CMP (Cen-

tral de Movimentos Popula-res), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e Levante Popular da Juventu-de, o protesto também mar-cou o último dia de votação do Plebiscito Popular uma Cons-tituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, sobre o tema da Reforma Política.

Outro ponto destacado no ato foi a falta de água em São Paulo. Centenas de ma-nifestantes carregavam bal-des com a inscrição “Cadê a água?”, além de cartazes acu-

sando Geraldo Alckmin pela crise hídrica.

Para o autor do hino do Gri-to dos Excluídos 2014 e mem-bro do MAB, Jadir Bonacina, os movimentos sociais e a po-pulação precisam unir forças para enfrentar esse problema. “A falta de água em São Paulo é culpa da ausência de inves-timentos do governo tucano na Sabesp, que priorizou ape-nas o lucro dos acionistas pri-vados. Então, o povo precisa unir forças”, afirmou.

(por Guilherme Weimann)

Grito dos Excluídos reúne 10 mil20ª edição do protesto pediu reforma política através de Constituinte

Eleições 2014manifestação

Pesquisa aponta que paulistas seguem preferindo Alckmin

Nova pesquisa do Instituto Datafolha sobre a corrida ao go-verno de São Paulo, divulgada nesta quarta-feira (10), mostra Geraldo Alckmin (PSDB) com 49%, Paulo Skaf (PMDB) com 22%, e Alexandre Padilha com 9% das intenções de voto. Gil-berto Natalini (PV) e Laércio Benko (PHS) têm 1% cada, e os demais candidatos não pontu-aram. Brancos e nulos são 8%, e indecisos, 9%.

O instituto fez apenas uma si-mulação de segundo turno, en-tre Alckmin e Skaf. Nela, o atual governador e candidato à ree-

leição aparece com 58 pontos, frente a 30 do peemedebista.

Com isso, Alckmin, recuou de 53% das intenções de voto do le-vantamento anterior para 49%, na disputa pelo governo do Es-tado. Apesar da queda, ele ainda venceria no primeiro turno.

O levantamento foi enco-mendado pela jornal Folha de S. Paulo e pela TV Globo. Para re-alizá-la, o Datafolha ouviu 2.046 eleitores em 56 municípios do estado entre os dias 8 e 9. A mar-gem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. (Do SpressoSP)

Segundo pesquisa, Alckmin seria eleito no primeiro turno

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Contudo, há queda nas intenções de voto para o atual governador, de 53% para 49%

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zona sul

Cerca de 600 famílias ficaram desabrigadas e tiveram seus bens consumidos no incêndio

são paulo

Bombeiros veem indícios de ação criminosa em incêndio em favelaSegundo capitão dos Bombeiros, a ocorrência teve aspectos incomuns, como ataques a pauladas e hidrantes sem água

De acordo com Palumbo, o volume das chamas era inco-mum. O chamado para o aten-dimento foi realizado às 21h e a primeira equipe chegou ao local apenas quatro minutos depois, com um nível de fogo anormal. Além disso, nenhum morador ouvido pela corpora-ção conseguiu relatar como o incêndio se iniciara, o que nor-malmente ocorre nesses casos.Um laudo técnico deve estabe-lecer as razões do incêndio.

ÁGUAAlém dos ataques contra os

bombeiros, o combate ao in-cêndio demorou a ser iniciado, pois foram encontradas dificul-dades na utilização do hidrante próximo ao local, que se en-contrava fora de manutenção e com ausência de água.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) emitiu nota ne-gando que foi registrada falta d’água durante o ocorrido. A versão contraria informações dos moradores e um vídeo

O porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo afir-mou durante essa semana que há indícios de que o incêndio na favela do Piolho, na região sul da capital, tenha sido “cri-minoso”. As favelas do Piolho e da Chácara, no Campo Belo, fo-ram destruídas pelo fogo entre a noite do domingo (7) e a ma-drugada de segunda-feira (8).

Cerca de 600 famílias ficaram desalojadas e perderam seus bens no incêndio. Parte dos moradores se abrigaram, próxi-mo ao local, ao lado do canteiro de obras da linha 17-Ouro do monotrilho, na avenida Jorna-lista Roberto Marinho.

Segundo o capitão Marcos Palumbo, o atendimento à ocorrência teve aspectos fora do comum. O primeiro grupo de bombeiros que chegou ao local foi atacado com pauladas, pedradas e até mesmo disparos de arma de fogo. O combate ao incêndio só foi possível com a presença de policiais militares.

em que bombeiros explicam a pessoas que passavam pelo local que não havia água para combater as chamas.

A companhia também alegou, inicialmente, que a responsabilidade pela ma-nutenção dos hidrantes é da Prefeitura, e não sua.

Entretanto, a Prefeitura lembrou, em comunicado ofi-cial, que participou, no dia 13 de agosto deste ano, de uma audiência no Ministério Pú-blico Estadual junto com a Sa-besp e o Corpo de Bombeiros. Na ocasião, “ficou esclarecido que o município não tem atri-buição legal para fazer a ma-nutenção de hidrantes. Além disso, autoridades da Sabesp e do Corpo de Bombeiros as-sumiram o compromisso de trabalharem juntos em plano de trabalho para assumir a responsabilidade e realizar a manutenção dos hidrantes”.

Após o Ministério Público confirmar a posição da Pre-feitura, a Sabesp voltou atrás e disse ser a dona dos hidrantes.

Prefeitura promete construir habitação popular no local

O prefeito  Fernando Ha-ddad (PT) afirmou que desa-propriará o terreno da Favela do Piolho, vítima de incêndio. A ideia da administração mu-nicipal é construir 500 uni-dades habitacionais e ofe-recê-las às famílias afetadas pelo ocorrido.

Por ora, a Prefeitura afirmou em nota que já fez o atendi-mento emergencial aos atin-gidos e que pretendia aloca--los em um abrigo provisório, até a liberação do auxílio alu-guel aos desalojados.

Além disso, garantiu que a atual gestão reativou o progra-ma de combate à incêndios em favelas. “A Prefeitura repassou à Sabesp R$ 2,2 milhões entre 2012 e 2013 para a instalação de hidrantes em 50 assenta-mentos precários da cidade.”

Para Ermínia Maricato, pro-fessora da Faculdade de Ar-quitetura e Urbanismo da USP

e ex-secretária municipal de Habitação, é necessário mais avanços nos programas de ur-banização de favelas. Também defendeu que é preciso “com-bater a especulação imobiliá-ria, que aumenta o preço dos terrenos e dos alugueis, promo-vendo o adensamento das fave-las ou a expulsão da população mais para as periferias”.

Segundo ela, ainda que não haja provas conclusivas, pode haver uma relação entre incên-dios em favelas e a valorização fundiária. “A manutenção de moradores pobres nas proxi-midades diminui o potencial de valorização imobiliária de empreendimentos. A Favela do Moinho por exemplo, está no caminho de um dos mais cobiçados eixos de operações imobiliárias:  Lapa/Brás. Esse pode ser o motivo para ter so-frido muitos ataques”, analisou a urbanista. (RT)

Famílias aguardam solução abrigadas próximo à favela do Piolho

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por Rafael Tatemoto

Page 6: Brasil de Fato SP - Edição 048

brasildefato.com.br6 brasil

por Frei BettoVote nas futuras geraçõesNas eleições deste ano, avalie o teu

município, estado, nação. O que ne-cessita nosso povo? O que macula nossos direitos de cidadania? Quais as causas do desemprego, da fome, da miséria e da violência? Por que o peso dos impostos, a falta de moradia, sa-neamento, saúde e educação? Quem elege os políticos corruptos?

Seja o teu voto, não a expressão de tuas ambições individuais, de tua ami-zade com o candidato, de tua simpatia, e sim da compaixão aos mais pobres, de tua fome de justiça, de teu respeito pelos direitos humanos, de teu projeto de Brasil soberano, independente, li-vre de discriminações e injustiças.

Nas eleições deste ano, não cometas

o erro de dar teu voto a quem defen-deu a ditadura, meteu a mão no di-nheiro público e jamais beneficiou os que labutam arduamente pela sobre-vivência. Vote com sa-bedoria e coragem, e empenha-te pela vitó-ria de teus candidatos.

Nas eleições, inda-gue como e em quem votarão as pessoas que admiras. Olhas quem são os candidatos preferidos daqueles que julgas exemplo de ética, de transparência cívica, de dedicação aos interesses da coletividade, de exer-cício do poder como serviço preferen-cial aos excluídos.

A depender de teu voto, pode ser que, na data da próxima eleição, o Brasil esteja ainda mais endividado, aviltado, conflitado e colonizado.

Mas pode ser que se alargue o espa-ço democrático, ampliem-se a par-ticipação popular e o controle da socie-dade sobre o poder público.

Nas eleições deste ano, se for nulo o teu voto, nula serão também as tuas queixas e estarás condenado à amargura cívica. À margem do pro-cesso político, teu protesto inócuo haverá de favorecer aqueles que me-

recem ser banidos da vida política. Como dizia o filósofo Platão, quem tem nojo da política é governado por quem não tem.

Contudo, se votares nas reformas que o Brasil tanto necessita, como a agrária, a política, e a melhoria da saú-de, da educação, do transporte público coletivo, da segurança, e na conquista do desenvolvimento sustentável, com plena soberania nacional, não serão os eleitos que te agradecerão, e sim teus filhos e as gerações vindouras, pois estarás votando por elas e nelas.

Frei Betto é escritor, autor de “A mosca azul – reflexão sobre o poder”, entre outros livros.

» Como dizia o filósofo Platão, quem tem nojo da política é governado por quem não tem

Pela primeira vez, o Brasil terá mais eleitores com en-sino superior concluído do que analfabetos. O balanço oficial do TSE (Tribunal Su-perior Eleitoral) mostra que, nas eleições de 5 de outubro, votarão 8 milhões de gradua-dos. Os analfabetos, por sua vez, são 7,4 milhões.

Em 2010, ano das últimas eleições gerais, votaram 6,2 milhões de formados em universidades, enquanto o número de pessoas que não sabiam ler nem escrever era de 7,8 milhões.

No total, 142,8 milhões de pessoas estão aptas a votar, um crescimento de 5,17% em relação a 2010, quando a quantidade de eleitores era de 135,8 milhões.

A participação de todas as faixas com escolaridade con-siderada alta - com ensino

Eleições têm mais universitários que analfabetos

Da Redação

Segundo levantamento do TSE a composição do eleitorado brasileiro está envelhecendo

educação

Mulheres e negros são os grupos mais onerados

sistema tributário

Caracterizado por onerar proporcionalmente os mais pobres em relação aos mais ricos, o sistema tributário bra-sileiro provoca um tipo mais profundo de injustiça. Estudo do Instituto de Estudos Socio-econômicos revela que os im-postos punem mais os negros e as mulheres.

Segundo o levantamento, os 10% mais pobres da po-pulação comprometem 32% da renda com o pagamento de tributos. Para os 10% mais ricos, o peso dos tributos cai para 21%. A relação com o gê-nero e a raça aparece ao com-parar a participação de cada fatia da população nessas ca-tegorias de renda.

Nos 10% mais pobres da po-pulação, 68,06% são negros e 31,94%, brancos. A faixa mais desfavorecida é composta por 45,66% de homens e 54,34% de mulheres. Nos 10% mais ricos, que pagam menos imposto proporcionalmente à renda, há 83,72% de brancos e 16,28% de negros. Nessa categoria, 62,05% são homens e 31,05%, mulheres. (Da Agência Brasil)

Em 2014, a maior parte dos eleitores terá entre 45 e 49 anos

médio completo ou mais - se ampliou. Houve redução em todos os segmentos de menor escolaridade. A participação do eleitorado com ensino su-perior aumentou 54,6% desde a última eleição geral, o maior avanço de todas os setores. Passou de 5,1 milhões em 2010 para 8 milhões em 2014.

Os dados do TSE mostram que o eleitorado está fican-do mais velho, enquanto os jovens participam relativa-mente menos: pessoas com idades acima de 35 anos estão ganhando espaço. A faixa etá-ria majoritária em 2014 é a de eleitores com idade entre 45 e 49 anos, com 23,66%. Em 2010 a maior concentração era na faixa dos jovens adultos, com idade entre 25 e 34 anos.

Os idosos com mais de 60 anos aumentaram a partici-pação em relação às últimas

eleições presidenciais. Hoje, são 17,1% do eleitorado con-tra 15,29% em 2010. O presi-dente do TSE, ministro Dias Toffoli, explicou que isso é o reflexo do envelhecimento da

população como um todo. “A cada eleição, diminuirá o nú-mero de eleitores em faixas etárias mais baixas em rela-ção às mais altas”, disse, em entrevista.

Page 7: Brasil de Fato SP - Edição 048

7brasildefato.com.br 7brasileleições 2014

Neca Setúbal, herdeira do Itaú, coordena campanha de Marina

Programa de Marina aumenta poder dos bancosPropostas um possível governo da candidata do PSB à presidência prevê “independência” do Banco Central

As candidatas à presidência da República Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) se acusaram, essa semana, de defender os interesses dos banqueiros. Marina tem sido bombardeada pela propos-ta de dar “independência” ao Banco Central. A medida pode dar ainda mais poder aos bancos privados na políti-ca de câmbio e de juros.

“O Banco Central é o órgão mais político de todos. É a ins-tituição que define a taxa de juros e a política de crédito. Quanto mais juros altos, mais desemprego, menos cresci-mento econômico”, afirma Miguel Pereira, secretário da Contraf (Confederação Na-cional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro).

Para o professor de Econo-mia da Universidade Estadual da Paraíba, José Carlos de As-sis, “se o Banco Central passa a ter independência, haverá uma política especulativa sem controle. E nossa indústria,

Toda a beleza da mulher negra, tantas vezes cantada e poetizada, agora será homenageada nas passarelas. A cidade do Rio de Janeiro receberá o primeiro Miss Black Power do Brasil. O concur-so é parte do evento “Mercado di Preta”, realizado entre os dias 7 e 9 de novembro, no Centro de Tea-tro do Oprimido, na Lapa.

As idealizadoras do projeto, Paula Azeviche e Isabel Freitas, avisam: esse não é como os con-cursos de miss habituais. “Não serão exigidos os padrões de estatura, pesos e nem idade má-xima. Nosso objetivo é não criar uma competição, mas sim exal-tar a beleza das negras que usam cabelos ao natural, que rompem com o padrão europeu de beleza, o qual não valoriza seus traços

que já está fragilizada, será completamente destruída”.

O governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), que já foi filia-do ao PSB, também condenou a proposta. “Sabe o que sig-nifica? Entregar aos bancos o poder de arbitrar os juros. Di-zer quanto o capital financeiro quer ganhar”, criticou.

Apesar de defender uma proposta favorável ao setor bancário, foi Marina Silva que acusou Dilma de ter criado a “bolsa-banqueiro” e a “bolsa juros altos”. A presidenta Dilma reagiu: “não tem banqueiro me sustentando, você entende”.

Foi uma referência ao fato de Marina ter a herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal, como sua coordenadora de campanha. Na semana pas-sada, o presidente do Itaú, Roberto Setúbal, afirmou que Marina Silva, na sua visão, re-presentaria “um avanço”.

O setor privado tem muita simpatia pelas ideias de Mari-na Silva e Aécio Neves (PSDB) porque, mesmo tendo lucrado muito nos últimos três anos,

naturais e as obriga a mudar o ca-belo em troca de aceitação da so-ciedade”, destaca Paula Azeviche.

As inscrições para o concurso Miss Black Power são gratuitas e vão até o dia 30 de setembro. Para Paula, esse “é um espaço de afir-mação de identidades e das nos-sas diversidades étnico-raciais”.

A iniciativa também é uma for-ma de protesto contra o racismo em relação às mulheres negras por assumirem seu verdadeiro cabelo. Recentemente, no Rio, a atriz e promoter Mônica Assis, precisou de três tentativas para tirar a foto do seu passaporte por causa do seu cabelo Black Power.

Mas, do lado bom da história, está a Miss Minas Gerais, Karen Porfíro, que é a primeira candi-data ao Miss Brasil com cabelo

mais de R$ 179 bilhões, o au-mento de juros irá privilegiar as financeiras.

Além disso, Dilma Rousse-ff utilizou os bancos públicos para baratear o custo do cré-dito, o que obrigou os bancos privados a diminuir a margem

de lucro nessas operações. Com isso, o Banco do Brasil é responsável por mais de 25% do crédito produtivo no país, que é o dinheiro aplicado no desenvolvimento da constru-ção civil, compra de maquiná-rios e novos negócios.

“A proposta da Marina fala em acabar com o crédito dire-cionado, para a compra da casa própria, a agricultura familiar e o financiamento estudantil. Isso vai diminuir o papel dos bancos públicos na economia”, diz Miguel Pereira, da Contraf.

por Pedro Rafael Vilela, de Brasília

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Rio de Janeiro recebe o primeiro concurso Miss Black Power do Brasil

Miss Black Power do Brasil não é como os concursos habituais

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ara crespo natural e, por isso, ela

também é fonte de inspiração.O “Mercado di Preta”, evento

que recebe o concurso, também promove rodas de debate sobre o racismo. A cada edição, um tema é lançado. Dessa vez, será a banalização do corpo da mu-lher negra. “Sempre convidamos estudiosas, especialistas, assim como pessoas que foram vítimas do racismo”, explica Paula.

Entre as principais atividades do “Mercado di Preta” está a feira de moda e estética, onde micro e pequenas empreendedoras negras expõe produtos de bele-za naturais, produzido por elas mesmas, assim como roupas, te-cidos, acessórios da moda e artes relacionadas a cabelo.

(por Fânia Rogrigues, do RJ)

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brasildefato.com.br8 entrevista

o nazismo ascendia com a nomeação de Hitler como chanceler do país. Meu pai foi perseguido desde o início. Em 1934, ele já estava determinado a ir para a Pa-lestina. Ele era membro do movimen-to sionista, que pregou essa ideia de manter um lugar dominado pelos ju-deus, para não haver mais perseguição. Chegamos no único porto que havia em Israel. Um porto, aliás, construído pelos britânicos. Digo isso de propósi-to, porque, no passado, os colonialis-tas ainda faziam algo pelos países que dominavam. Nós também estamos fa-

co. Não são apenas meus amigos, são famílias inteiras.

Como foi a luta pela formação do Es-tado de Israel?A geração fundadora de 1948 acha-va que estava combatendo o impe-rialismo. Tínhamos a noção de que nós éramos os combatentes contra o colonialismo no Oriente Médio. Israel foi fundada com o objetivo de ser o primeiro Estado contra o colo-nialismo e o imperialismo. O mundo ocidental embargou Israel, não tínha-mos armas. E a União Soviética che-gou com a ideia de dividir a Palestina e deu armar para nós.

Quando isso mudou?Começou em 1956, quando fomos convocados de novo. Diziam que era um ataque de [Gamal Abdel] Nasser, presidente do Egito, à Israel. Ante-

zendo algo no país que a gente ocupa: derrubando árvores, bombardeando as casas, não deixando vestígios.

Como eram as relações com entre ju-deus e palestinos nessa época?Meus pais chegaram sem dinheiro, que havia sido confiscado pelos alemães. Eles só puderam alugar um aparta-mento na região mais barata [da Pa-lestina], mais perto de onde viviam os árabes. Um bairro formidável. Havia vilarejos bem cuidados, portas grandes e abertas. Eles me recebiam como uma criança do povo deles. Eu me senti no paraíso lá. Eu até aprendi um pouco da língua árabe. Foram meus primeiros amigos. Sabe onde eles estão agora? Em Gaza. Eu chorei vendo os bombar-deios [das forças armadas israelenses contra os palestinos]. Eu não sei o que está acontecendo com eles. Cada bom-ba que cai em Gaza me deixa mais lou-

Celebrando 82 anos, o artista plás-tico Gershon Knispel viveu intensa-mente o século 20. Nascido em 11 de setembro de 1932 na Alemanha, teve sua família perseguida do nazismo, lutou pela formação do Estado de Is-rael e viu o golpe militar brasileiro. Ele é conhecido pela sua atuação política nas artes, através de telas e esculturas que retratam conflitos históricos e a li-bertação por levantes populares.

Nessa entrevista ao Brasil de Fato SP, em seu ateliê em São Paulo, Knis-pel, conhecido como “artista da paz”, critica a política israelense, fala da amizade com Oscar Niemeyer e dos sonhos que ainda tem.

Para começar, conte um pouco como foi sua infância.Nasci em um dia “significante”: 11 de setembro de 1932, na cidade de Colônia, na Alemanha. Um ano depois, em 1933,

“Fizemos uma exposição que foi um escândalo internacional. A primeira vez que pintores israelenses exibiram junto com palestinos. ”

Gershon Knispel

“Israelenses e palestinos precisam ser convencidos da paz”

por Rafael Tatemotofotos Rafael Stedile

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9brasildefato.com.br9 9brasildefato.com.br 9entrevista

riormente, os EUA havia feito de tudo para nos convencer a não se aliar ao Nasser [herói do nacionalismo ára-be frente aos países imperialistas]. Nosso ataque chegou até o canal de Suez. Lá, vimos soldados franceses e ingleses. Eu pensei: “meu Deus, fize-mos uma operação junto com eles? Estamos devolvendo o Oriente Médio para o colonialismo?” Fizemos o jogo imperialista. Nesse conflito, toma-mos o Sinai e liquidamos as tropas egípcias, só depois percebemos que eles estavam preparados para a defe-sa, não para o ataque. A razão para o ataque foi uma mentira.

Foi então que você começou a se preocupar com política?Não. Foi antes. Quando meu pai, sem dinheiro nenhum, chegou à conclusão de que faltavam carri-nhos de bebês em Haifa [cidade em que moravamna Palestina], ele criou uma indústria e uma loja, e chegou a empregar três operários. Com dez anos, eu o chamava de “capitalista”, dizendo que ele os explorava. Em casa ficou uma atmosfera pesada. Eu gostava, ainda gosto, de provocar. Nunca ando na rota que os outros querem. Aquele não era meu des-tino. Então, com 12 anos, fui morar em um kibutz [comunidade israelita que combinava socialismo e sionis-mo]. Ele era ligado ao grupo mais à

andar inteiro de uma casa abandona para criar um ateliê. Lá eu dava aula para soldados com talentos artísticos.Isso de 1954 até 1956. Foi nesse pe-ríodo que, em uma visita à Nazaré, encontrei alguns beduínos que eram vizinhos do meu kibutz. Eles estavam abandonados pelo governo israelen-se. Foi então que eu rompi com o an-tigo movimento do qual eu fazia parte e que estava no governo, e entrei no Partido Comunista.

Foi aí que você saiu de Israel pela primeira vez?Um dos museus da União Soviética comprou todas minhas obras. Eu saí de Israel, pretendia voltar, mas aca-bei não voltando. Fui fazer uma via-gem de estudos. Fui convidado a dar aulas na Alemanha Oriental. Depois fui para Munique. Houve um concur-so internacional para fazer a fachada do prédio da emissora [brasileira TV Tupi] do [empresário] Assis Chate-aubriand. Eu enviei um projeto e ga-nhei. Em 1958, vim de navio ao Brasil. Foi quando conheci uma pessoa baixi-nha, de bigode, olhos profundos, meio careca: Oscar Niemeyer. Uma amizade que durou até o dia que ele faleceu. Fi-zemos muitos trabalhos juntos.

O que você achava do Brasil naque-le momento?Eu encontrei um país muito dividido, cheio de favelas, mas em pleno entu-siasmo para fazer reformas. Ernesto Che Guevara e Fidel Castro haviam acabado de entrar em Havana [na Revolução Cubana], foi o que abriu as possibilidades [para a luta pelo socialismo na América Latina]. Logo, fiz contato com [os atores] Juca de Oliveira e Gianfrancesco Guarnieri. Ajudei a fundar o Centro Popular de Cultura. Até que no dia 31 [de março de 1964] chegou um telefonema do [Luís Carlos] Prestes avisando que iria ter um golpe militar. Fui para Santo Amaro, onde ficava meu ateliê, queimei cartazes em um forno. Fugi e consegui chegar até o consulado de Israel no Rio de Janeiro.

E aí voltou a Israel?Sim. Trabalhei 22 anos como profes-sor em Haifa. Fiz todo o possível para fazer projetos artísticos junto com palestinos. Fizemos uma exposição que foi um escândalo internacional, a primeira vez que pintores israelen-ses exibiram junto com palestinos. Fiz protestos em uma galeria contra a política do governo israelense. Em

1995, depois de uma exposição sobre o Holocausto em Israel, fui convida-do para trazê-la para o Brasil. É uma exposição permanente no Palácio de Governo.

Qual o empecilho para a paz entre judeus e palestinos?Como começou essa situação que nos leva ao inferno? Em minha opi-nião, mas não só a minha, Israel se suicidou em 1967. Virou um país ocu-pante. Plantamos cidades, indústrias, kibutzim. Se você quer paz, tire as colônias. Mas é muito difícil. Foi um erro a colonização das terras ocu-padas, contra as leis internacionais, contra decisões da ONU. O território palestino virou um queijo suíço. O que estamos fazendo agora? Des-truindo, pegando mais terras, fazen-do mais cidades. Estou ficando louco. Abro os jornais e vejo a catástrofe que estão fazendo em Gaza. Cada bomba que cai em Gaza me deixa mais louco.

Há esperança para o povo palestino?Eles lutam sem armas, contra uma enorme potência. Eles vão vencer. Se necessário, farão uma cidade inteira embaixo da cidade que vem sendo destruída. Vão se enterrar vivos para ficar lá. Qual a vantagem política que Israel tira disso? Nenhuma. Mais uma guerra e estamos acabados. É neces-sário que surjam lideranças fortes que convençam ambos os povos da necessidade da paz.

esquerda da ideologia sionista.

Como surgiu seu envolvimento com a arte?Eu tinha um professor de desenho no kibutz que me ensinou coisas que eu jamais imaginei que pudesse fazer. Com 14 anos eu cheguei à conclusão de que meu destino era ser artista. Foi quando eu conheci a obra “Guernica” de Picasso. Eu fiquei louco. “Esse é um artista engajado, faz coisas para mostrar o mundo, a falta de igualda-de, a brutalidade, quero ser como ele”.O kibutz não queria perder seus “fi-lhos”, então, poucos cursavam uni-versidade, já que havia o risco de não voltar. A saída tinha quer ser aprova-da pela assembleia geral da comuni-dade. Com 16 anos, eu percebi que não entraria na academia se não sa-ísse do kibutz. Em 1949, eu entrei na academia em Jerusalém. Depois de um ano, prestei a obrigação do servi-ço militar, voltei à escola e recebi meu diploma em 1954. Quis servir ao povo e voltei para Haifa.

O que você fazia lá?Fui professor em campos de refugia-dos que chegavam da Europa, que es-tavam para uma situação péssima, o que me abriu os olhos para o que foi o Holocausto, e também nas escolas primárias para os filhos de operários. Em paralelo eu recebi do Exército um

“Os palestinos foram meus primeiros amigos da infância. Sabe onde eles estão agora? Em Gaza. Eu chorei vendo os bombardeios”

“Encontrei um Brasil dividido, cheio de favelas, mas com o entusiasmo das reformas”

“Israel se suicidou em 1967, quando virou um país ocupante”

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brasildefato.com.br10 fatos em foco

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“Tiramos mais fotos, temos mais celulares, todavia temos a injustiça em volta e entre nós, diferenças de classe, dores e imposições militares”

Desmatamento cresce na amazônia

Barragem rompe e causa mortes

A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera atingiu novo recorde em 2013, devido a crescentes níveis de dióxido de carbono, anunciou na terça-feira (9), em Genebra, a OMM (Organização Meteo-rológica Mundial).

A agência indica que a taxa de crescimento dos níveis de dió-xido de carbono na atmosfera, entre 2012 e 2013, representa o maior aumento em 30 anos.

O rompimento de uma bar-ragem numa mina em Itabi-tito (a 55 Km de Belo Hori-zonte) deixou ao menos três trabalhadores mortos e ou-tros oito soterrados, segun-do o secretário municipal de Meio Ambiente, Antonio Marcos Generoso. O acidente aconteceu na Herculano Mi-neração, na quarta-feira (10).

De acordo com os bombei-ros, o rompimento causou os

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou na quarta-feira (10) a taxa de des-matamento na Amazônia Legal no período de agosto de 2012 a julho de 2013.

A avaliação mostra um cres-cimento de 29% em relação ao mesmo período anterior. O re-sultado final do mapeamento de 2013 apresentou uma taxa de 5.891 km² desmatados .

O Prodes (Projeto de Monito-

“Sem sombra de dúvida, o nosso clima está mudando e as condições meteorológicas es-tão se tornando cada vez mais extremas devido às ações hu-manas”, disse o secretário-ge-ral da OMM, Michel Jarraud, citando o exemplo do uso dos combustíveis fósseis. “Temos de reverter essa tendência e cortar as emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa”, afirmou.

escoamento de um grande volume de rejeitos de mi-nério e lama, que atingiram veículos, quatro caminhões e uma retroescavadeira.

O Corpo de Bombeiros de-cidiu interditar uma outra barragem de rejeito de miné-rio na região, por haver risco de rompimento. O governo de Minas Gerais aponta que há cinco barragens no mes-mo local.

ramento do Desmatamento na Amazônia Legal) computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso. O cálculo foi obtida com o mapeamento do satélite Landsat 8/OLI.

Os estados que mais desmata-ram no último ano foram o Pará, com 2.346 km²; o Mato Grosso, 1.139 km²; e Rondônia, com 932 km². (Da EBC)

discursou o presidente do Uruguai, José Mujica, em visita ao Rio Grande do Sul, onde falou contra injustiças sociais e defendeu a união da América Latina, na quarta (10).

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Aumenta o Efeito estufa

A seleção masculina está fazendo uma ótima cam-panha no Mundial de Vô-lei 2014, que acontece na Polônia. Sob a tutela do técnico Bernardinho, os jogadores venceram as sete partidas disputadas no torneio.

Seleção de vôlei

previsão do tempo

Autor da nova série da Rede Globo “Sexo e as Nega”, que estreia no dia 16/9, Falabella está sendo criticado nas redes sociais por retratar a mulher ne-gra de forma hipersexua-lizada e inferiorizada.

Miguel Falabella

Fonte: CPTEC/INPE

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O ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Gui-lherme Estrella, afirmou que o documento recebido pela em-presa sobre a compra da Refi-naria de Pasadena, nos Estados Unidos, não continha todas as informações sobre o negócio e nem todas as cláusulas do con-trato foram analisadas.

“Aprovamos e depois é que obsevamos essas cláusulas. Elas complicaram a sustentabilidade

econômica do negócio”, disse Es-trella, no seminário da Platafor-ma Operária e Camponesa para a Energia no Rio, na quarta (10).

Segundo ele, a compra da refi-naria era estratégica para a Petro-brás, que buscava agregar valor ao petróleo pesado para exporta-ção, e que a refinaria norte-ame-ricana pareceu uma boa ideia, porque localizava-se no maior mercado consumidor de petró-leo do mundo. (Da ABr)

cláusulas da petrobras

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11brasildefato.com.br 11mundoOriente Médio

Ofensiva israelense contra palestinos em Gaza, “Margem Protetora“ durou de julho a agosto

Europa

Referendo de independência da Escócia polariza Reino Unido

Com a aproximação do re-ferendo sobre a independên-cia da Escócia, marcado para 18 de setembro, aumenta a polarização no Reino Unido.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Came-ron, visitou Edimburgo, ca-pital da Escócia, e declarou: “Ficaria com o coração par-tido se esta família de nações que reunimos - e fizemos coisas extraordinárias juntos - se separasse”, declarou na quarta-feira (10).

Acompanhando Cameron estavam o vice-primeiro--ministro do governo de co-alisão, Nick Clegg, e o líder da oposição, Ed Miliband, que fazem campanhapara o “não” à independência.

A visita ocorreu depois que as pesquisas indicaram que os escoceses favoráveis à in-dependência do país podem ter se tornado maioria.

Cameron apelou aos esco-ceses a utilizar as “cabeças e corações” quando votaram. Lembrou-lhes dos laços com a Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, evocando a Segunda Guerra Mundial e a luta contra Hitler. Ele tam-bém alertou que uma Escó-cia independente não poderá manter a moeda libra.

As declarações do premiê foram classificadas pelo mi-nistro escocês, o indepen-dentista Alex Salmond, como um “tentativa desesperada” para evitar a cisão.

O tema se polarizou en-tre os grupos “Yes Scotland” (“Sim Escócia”), que apoia a independência, e “Better Together” (“Melhor Juntos”), partidário da permanência no Reino Unido.

A campanha pelo “sim” ressalta o desejo de construir uma sociedade mais justa, colocando à frente os inte-resses exclusivos da Escócia. Já os opositores da indepen-dência acreditam que o país ficaria mais forte e seguro dentro do Reino Unido e uma Escócia separada pode-ria sofrer economicamente.

No dia 18 de setembro, quatro milhões de escoceses deverão responder à pergun-ta: “A Escócia deveria ser um país independente?”. Caso a maioria vote pelo “sim” no referendo, a Escócia colocará fim à união de 307 anos com o Reino Unido, mesmo com a declaração de independên-cia ocorrendo somente em 24 de março de 2016. (Com informações do Opera Mundi e agências)

Campanha pelo “Sim” à independência cresce na Escócia

trabalho

Banco Mundial alerta para crise global de empregoO Banco Mundial advertiu

que o mundo enfrenta uma cri-se de emprego generalizada que ameaça as perspetivas de uma retomada do crescimento eco-nômico. Em anúncio na terça--feira (9), o órgão disse que ne-nhum “truque de mágica” pode resolver o problema.

Em estudo divulgado antes de um encontro de ministros do Trabalho e do Emprego do G20, na Austrália, o Banco Mundial defende ser preciso criar 600 milhões de novos postos de

trabalho em todo o mundo até 2030 apenas para lidar com o aumento da população.

Segundo Nigel Twose, chefe da delegação do Banco Mundial na reunião do G20, “igualmente perturbador é o fato de estarmos vendo o aumento das desigual-dades salariais e de rendimen-tos em muitos países do G20, apesar de terem sido alcançados progressos em algumas econo-mias emergentes, como o Brasil e a África do Sul”.

Em termos globais, defendeu,

os mercados emergentes tive-ram um melhor desempenho do que os países desenvolvidos do G20 no quadro da geração de emprego, com a China e o Brasil aparecendo como motores, mas ainda assim as perspetivas não são animadoras.

Esta é uma das reuniões mi-nisteriais preparatórias para o encontro de novembro do G20, que reúne asprincipais econo-mias desenvolvidas e em desen-volvimento do mundo. (Com informações da Agência Lusa)

ONU irá investigar violações de Israel na Faixa de GazaEm resposta, governo israelense cria investigação própria para casos

O secretário-geral das Na-ções Unidas, Ban Ki-moon, anunciou, na quarta-feira (10), a criação de uma comis-são de inquérito independen-te sobre os ataques das Forças Armadas de Israel contra ins-talações da UNRWA (Agên-cia da ONU para Refugiados Palestinos), em 24 de julho, e também contra quatro crian-ças que morreram enquanto brincavam em uma praia na Faixa de Gaza.

Os casos ocorreram du-rante os 50 dias da operação

israelense “Margem Proteto-ra”, que resultou na morte de mais de 2.100 palestinos e 70 israelenses.

Em resposta, a Procuradoria Militar de Tel Aviv abriu mais de 90 processos de investiga-ção sobre a recente ofensiva no enclave ocupado. Segundo o portal israelense Ynetnews.com, equipes de inspeção es-pecial já começaram a inves-tigar 44 situações em que as Forças Armadas são acusadas de atacar inocentes de modo ilegal e outros 55 casos devem

ser colocados em pauta nos próximos dias.

De acordo com a Agência Efe, a investigação de todos os casos denunciados faz par-te da estratégia de Israel para evitar que algum de seus co-mandantes seja julgado em tribunais internacionais.

O governo de Israel anun-ciou que não colaborará ofi-cialmente com a ONU por considerar que suas perspec-tivas são tendenciosas por não investigar organizações palestinas. (Do Opera Mundi)

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O saber popular está pre-sente em nossa vida em vários aspectos e, por isso, também exerce influência nas escolhas sobre a forma de lidar com os problemas de saúde. Mui-tos cuidados e “diagnósticos” guardam as heranças de uma relevante sabedoria popular.

As mulheres, quando grávi-das, são uma das que mais re-cebem orientações desse tipo. Enquanto algumas dicas pou-co influenciam no problema, muitas guardam um sentido real. Mas como saber qual é positiva e qual é negativa?

Um exemplo é a azia na gravidez: frequentemente, as gestantes chegam às consul-tas queixando-se de queima-ção ao longo da gestação. Há uma crença de que isso ocor-re quando o bebê é cabelu-do, mas a ciência explica isso como uma ação hormonal que

faz com que a ardência ocorra no início da gestação e que, no final, é piorada porque o estô-mago fica comprimido pelo bebê. Por preferirem não to-mar outros remédios, algumas gestantes já trazem soluções caseiras prontas que, para elas, dão certo, como beber a água da batata cozida ou ingerir vá-rios copos de água gelada du-rante o dia.

Para essas experiências, ain-da não há estudos científicos provando a eficácia, embora várias mulheres relatem me-lhoras. Em contrapartida, não provou-se que fazem mal, ou

seja, não há contra-indicação, principalmente se for acom-panhada de cuidados como diminuir as porções de comi-da e os intervalos entre as re-feições.

Assim, o primeiro cuidado deve ser o de antes de tomar qualquer decisão sobre tera-pias caseiras, pensar no que ela pode afetar de imediato a vida do bebê ou da mãe. E se ela não oferece riscos à saúde.

Além disso, as mamães de-vem compreender que vários sintomas, apesar de parecerem pequenos, podem significar a presença de algum descon-forto real para o bebê e que, sempre que houver dúvida, a gestante pode contar também com os profissionais de saú-de da Unidade de Saúde mais próxima de sua casa, ou mes-mo dos serviços de referência de sua cidade.

Nosso DireitoOs requisitos do auxílio-reclusão

Muito se fala, principal-mente nas redes sociais, so-bre o auxílio-reclusão, mas é importante que se desfaça al-guns equívocos. Em primeiro lugar, trata-se de um benefí-cio que atende à proteção da família e à dignidade das pes-soas que vivem com o segura-do que foi recolhido à prisão. É por isso que são os depen-dentes do segurado – e não ele – que fazem jus ao auxílio, aplicando-se as mesmas re-gras referentes à pensão por morte para identificar quem tem direito (cônjuge, compa-nheiro, filhos, etc.).

Outro ponto importante: o segurado deve ser consi-derado de baixa renda. Para tanto, uma portaria fixa, o valor máximo que pode ser

atingido pelo último salário--de-contribuição do segurado para garantir a concessão do auxílio-reclusão. A cada ano isso é alterado. O Poder Exe-cutivo estabeleceu, para o ano de 2014, que esse valor pode chegar a R$ 1.025,81.

A cada três meses, é neces-sário, ainda, que seja com-provada situação por meio de atestado de recolhimento do segurado à prisão. Não é necessário que haja sentença definitiva, desde que ele esteja em prisão provisória, regime fechado ou semiaberto. Não

é devido o benefício em caso de livramento condicional, regime aberto ou fuga.

Enquanto os dependentes estão recebendo o auxílio-re-clusão, o segurado não pode-rá receber acumuladamente o auxílio-doença ou a aposen-tadoria. Nesse caso, deverão os dependentes e o segurado fazer em conjunto a opção por um dos benefícios.

São muitos os mitos acerca desse benefício, mas as regras existentes apontam para a sua importância e estabelece cri-térios precisos para que quem fez contribuições à Previdên-cia possa recebê-lo, não ha-vendo razão para a criação de boatos contra um direito tão importante quanto os demais direitos previdenciários.

por Júlio Araújo

por Luciana Cajado

procurador da República

médica da Atenção Básica

» O primeiro cuidado deve ser o de antes de realizar qualquer tratamento caseiro, procure saber dos seus riscos à saúde.

» O benefício atende os familiares dos segurados da Previdência que encontram-se presos

Nossa SaúdeCrenças populares e os cuidados com a gravidez

serviços

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manoela campos

Todas as noites a água é cortada no meu bairro, o Jaçanã, há meses. Só que a Sabesp insiste em dizer que não faz

racionamento. Essa mentira precisa ser denunciada!

jacyra nascimentoGostaria que publicassem mais receitas de doces de verão.

Caio cunha

As ciclovias na cidade vêm aumentando. Realmente, essa é uma política fundamental.

Os consumidores tiveram mais dificuldades para pagar em dia as suas dívidas em agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, com alta de 17,2% O dado é do Indicador Serasa Experian.

Carta do leitor

Jurandir NeveS - Ciclovia ao lado da Biblio-teca Mário de Andrade, no Centro.

Inadimplência

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BOLO DE LARANJA COM CASCAPor Helena Schutz

A primavera antecidapa pede receitas com muitas frutas, mas ainda bem docinhas. O bolo de laranja com casca é perfeito para aproveitar essa deliciosa fruta interamente. Além disso, acompanha uma de-liciosa calda de chocolate. Aproveite! Ingredientes da massa- 1 laranja pêra cortada em pedaços (tirar somente as sementes);- 3 ovos inteiros;- 1 xícara de açúcar;

- 1 xícara de óleo de milho ou de girassol;- 2 xícaras de farinha de trigo com fermento.

Modo de preparoLave bem a laranja e corte em pedaços direto no copo do liquidificador. Acrescente os ovos, o açúcar e o óleo e bata bem. Inclua uma xícara de farinha de trigo de cada vez e bata. Unte uma forma de bolo re-tangular média (ou outro formato) com óleo e der-rame a massa. Leve ao forno de 35 a 40 minutos a 220-260 graus.

Ingredientes da cobertura- 4 colheres de sopa de açúcar;- 4 colheres de sopa de chocolate em pó ou cacau;- 4 colheres de sopa de manteiga sem sal;- 4 colheres de sopa de leite.

Modo de preparoLeve todos os ingredientes ao fogo baixo em uma panela. Desligue quando estiver em ponto de fio, após cerca de 5 a 10 minutos. Derrame por cima do bolo já assado e bom apetite!

Áries - 21.03 a 20.04O período lhe proporciona algumas dificulda-des nos relacionamentos e disputas territo-riais. Porém, você está muito atraente, o que ameniza esse clima bélico e pode ajudá-lo a manter a paz e a harmonia com os outros.

Touro - 21.04 a 20.05Poderá se comportar como se a satisfação de seus desejos e caprichos fosse seu único objetivo, esquecendo-se dos outros. É prová-vel que não note, pois está focado em sua individualidade acima de tudo.

Gêmeos - 21.05 a 20.06Sente vontade de mudar alguns pontos, é possível que esteja passando por dificulda-des sociais, impedindo-o de apreciar o con-forto material. Não se arrisque, pois pode ter prejuízos ainda mais graves nessa área.

Câncer - 21.06 a 22.07Energia amorosa e de proteção o rodeiam, há muito afeto e boa vontade ao lidar com os outros. Porém, poderá perder todo seu tempo cuidando do bem estar do próximo e esque-cer do seu. Equilibre as coisas.

Leão - 23.07 a 22.08Você pode querer impor a sua visão do mun-do às pessoas, o que ocasiona conflitos e frustrações. Muito do que você fala vale a pena levar a sério, mas a forma com que isso é colocado faz toda a diferença.

Virgem - 23.08 a 22.09Seu desafio é conseguir verbalizar as emo-ções. Você acha difícil compreender os senti-mentos dos outros e também se atrapalha ao expressar os seus. Pode estar muito falante, direto e sincero nesta fase, saiba dosar.

Libra - 23.09 a 22.10Sorte no âmbito social. Pode ser um período em que conhecerá muita gente nova, que lhe proporcionará desafios, aprendizados e evo-lução pessoal. Essa expansão também atinge seu físico, há tendência a engordar.

Escorpião - 23.10 a 21.11Cuidado com o pessimismo e crítica em ex-cesso, há a tendência em tratar os outros de forma extremamente rígida. Comece desde já a trabalhar esses hábitos para não se desgas-tar e magoar quem lhe quer bem.

Peixes - 20.02 a 20.03A mente estará mais capaz de compreender o lado oculto das pessoas, isso pode ser útil ao fazer novos contatos. A carreira ganha desta-que, utilize sua determinação e intensidade para conquistas metas!

Aquário - 21.01 a 19.02Sede de conhecimento esta semana. Apro-veite para se aprofundar em algum estudo interessante ou novo. Sua mente estará mais apta para aprender e gravar as coisas e há também muita energia e vitalidade!

Capricórnio - 22.12 a 20.01Há boa sorte no lado material, aproveite para investir ou aplicar seu dinheiro. Há indepen-dência, iniciativa e magnetismo pessoal. Mas cuidado com discussões com o sexo oposto ou em parcerias de trabalho.

Sagitário - 22.11 a 21.12 Seus sentimentos caminham harmoniosa-mente. Estará otimista, com vontade de se socializar, produzir, se transformar, sempre atrás da evolução pessoal. Não tem medo de inovar e tira muito proveito disso.

BOA & BARATA • [email protected]

Há muita expansividade, comunicação e troca de experiências neste período! No entanto, podemos nos deparar com dificuldades em conseguir expressar bem o que pensamos e sentimos. É momento de exercitarmos a paciência e a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.

Keka Campos, astróloga | [email protected]

Horóscopo • 12 A 18 DE setembro DE 2014

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

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PREDETETIVE

AMEEMOICAÇADOLRED

ÃOACSIRREODEOUTCAN

ABNECOCPATIFEAREIA

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CRIADOODBOCADEURNA

A defutebol

contabiliza90 minutos

Engenhoespacialessencialao GPS

“O (?) Bour-ne”, filmecom MattDamon

Profissão de Sherlock

Holmes(Lit.)

(?)-natal: período emque é feita

a ultra

Na Meso-zoica surgi-ram os di-nossauros

(?) Globe,variedade

de uva(ingl.)

Persegui-do de

maneiraimpetuosa

A maislacônica

dasrespostas

Fora, eminglês

Poemacantado

na GréciaAntiga

Atitude dacriança

pirracenta

Instânciapsíquicaligada à

realidade

Variantecoloquialde “você”

O indivíduodado a

ações des-prezíveis

Materialusado na

fabricaçãodo vidro

Provocarmedo

intenso

Marcadeixada

pelo arado

“Progra-ma”, em

PNBL(Inform.)

Únicotrecho daviagem

sem volta

Sensaçãocomum

ante ratos

“Quem bem(?) bemcastiga”

(dito)

“(?) Man”,canção de

BlackSabbath

OrlandoDrummond,humoristabrasileiro

Estrada,em inglês“(?) dos

VinteAnos”, an-tologia deÁlvares deAzevedo

Nando Reis, cantorArco, emfrancês

Secreçãodo narizentupido

À (?): aopé da letra

Poder, em inglês

Diz-se dapesquisarealizada

por órgãosde opiniãoem época

de eleições

(?)-mudo,móvel dequartos

Veste invernal

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Oeste(abrev.)

(?) pois:sendoassim

Sacrificou

“Long”, em LP

Estilo derock ca-

racterizadopela me-

lancolia desuas letras

Desinênciaverbal doinfinitivo

Plano deaposen-tadoria

oferecidopor bancos

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Reunião via computa-dor comum entre pro-fissionais do “home

office” Possui

Peça gi-ratória demotores

PerversaDante

Alighieri,poeta

A M A3/arc — can — out — red. 4/iron — rego — road. 6/patife.

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Page 14: Brasil de Fato SP - Edição 048

brasildefato.com.br14 cultura

Em obra sem títutlo, Éder de Oliveira expõe rostos em grandes dimensões de presidiários do Pará

ARTE

Mais de 80 projetos com 250 obras ficam abertos ao público gratuitamente até 7 de dezembro

“Como falar/escrever/ima-ginar (...) sobre as coisas que não existem?”. Com essa frase questionadora a 31ª edição da Bienal de Arte de São Paulo se apresenta ao público, desde 6 de setembro até 7 de dezem-bro, no Pavilhão da Bienal, que fica no Parque do Ibirapuera. Esta é uma Bienal que não evi-ta assuntos polêmicos, como religião, sexualidade, feminis-mo, desigualdades sociais.

“A 31ª Bienal quer analisar di-versas maneiras de gerar confli-to, por isso muitos dos projetos têm em suas bases relações e confrontos não resolvidos: entre grupos diferentes, entre versões contraditórias da mesma histó-ria ou entre ideais incompatí-veis”, se autodefine a Bienal em seu material de divulgação.

Assim, a resposta para esse quadro, de acordo com o mote da exposição, é a de saídas cole-tivas. “As dinâmicas geradas por esses conflitos apontam para a necessidade de pensar e agir coletivamente, modo mais po-deroso e enriquecedor do que a lógica individualista que nos é geralmente imposta”, apresenta.

No total, são 81 projetos ar-

tísticos, de autoria coletiva ou individual, envolvendo mais de 100 participantes e cerca de 250 obras hospedadas ao lon-go das áreas do Pavilhão locali-zado no Parque do Ibirapuera. Participam artistas brasileiros e de outros países.

Entre as obras de destaque da Bienal está a do artista pa-raense Éder de Oliveira. Em grandes retratos pintados nas paredes do Pavilhão estão imagens de pessoas que es-

tamparam páginas de cader-nos policiais em jornais do Pará. A maioria de jovens, os homens com olhar assustado e criminalizados em sua con-dição de detentos passam por um processo de humaniza-ção sob o olhar do artista, que busca dar-lhes novamente sua dignidade tirada.

Essa lente empregada por Oliveira em sua obra casa com as demais obras e com a pro-posta da Bienal deste ano.

Conflitos são apresentados pelo olhar da Arte na Bienal

por Vivian Fernandes

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“As diversas crises políticas, sociais, religiosas, econômicas e ecológicas que vivenciamos, a distribuição cada vez mais desigual do poder e dos recur-sos e a sensação de que carece-mos dos meios ou opções para realizar uma mudança verda-deira parecem ter chegado a um estado de virada”, declaram os construtores da Bienal.

Além das exposições, há uma programação paralela chamada de “Programa no

Tempo”, com diversas perfor-mances, oficinas, simpósios e saraus com grupos de peri-feria, que acontecem no Pa-vilhão da Bienal e no próprio Parque do Ibirapuera.

31ª Bienal de São Paulode 06/09 a 07/12Pavilhão da Bienal (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, parque do IbirapueraMais informações: www.31bienal.org.brGrátis

Page 15: Brasil de Fato SP - Edição 048

15brasildefato.com.br 15culturacultura {agenda cultural}

zona sul

Musical infantilO espetáculo “Chovendo na Roseira” é um musical infantil com algumas das canções mais expressivas da MPB, que interpretadas ao vivo contam a história de uma menina que resolve deixar um pouco de lado os jogos ele-trônicos para descobrir o mundo que existe no seu jardim.

Sáb (13) e Dom (14), às 12h – R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia) – Sesc Belenzinho – R. Padre Adelino, 1000.

Aula abertaO maculelê é uma espécie de jogo de bastões remanescente dos antigos índios cucumbis. Esta dança de por-rete tem origem Afro-indígena e foi trazida pelos negros da África ao Brasil, onde foi misturada com a cultura dos índios que aqui já viviam.

Até 28/9, Dom às 14h – Entrada Gratuita – Sesc Itaquera – Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000.

zona norte centro

MPB - Hamilton de SouzaHamilton de Souza se apresentará em companhia de Raul de Souza. Hamilton é bandolinista e recebeu o prêmio de melhor instrumentista do Icatu Hartford de Artes 2001. Raul é trombonista e já gravou com Sérgio Mendes e Milton Nascimento.

Sex (12), às 21h, e Sáb (13), às 20h – R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) – Sesc Santo Ama-ro – Rua Amador Bueno, 505.

zona leste

O grupo Catimba Manouche tem no reper-tório música instrumental e releituras do estilo conhecido como gypsy jazz ou jazz cigano, o qual tem como seu mais impor-tante representante o guitarrista Django Reinhardt (1910-1953). 

Sáb (13), às 19h – Entrada Gratuita – Sesc Santana – Avenida Luiz Dumont Villares, 579.

Teatro para CriançasNa peça “O Esquisito Jardim do Senhor estra-nho”, o personagem do título possui um jardim onde não chove nunca. Mas tudo começa a mu-dar quando duas crianças resolvem brincar por lá. Da Companhia Sabre de Luz.

Sáb (13), às 16h30 – Entrada Gratuita – Sesc Bom Retiro – Alameda Nothmann, 185

Ao redor do mundoO Grupo Mawaca convida o público infantil para uma grande viagem musical por vários lugares do mundo como França, Albânia, Tanzânia, Índia, Portugal, Israel e Brasil, criando uma verdadeira trama de sons e histórias que se entrelaçam com momentos lúdicos e de interação com o público.

Até 11/10, Sáb às 11h – Entrada Gratuita – Sesc Consolação - R. Dr. Vila Nova, 245.

zona oeste

Cinema - Marco FerreriEm parceria com o Museu da Imagem e do Som, o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo promove a mostra “Marco Fer-reri – O Sentimento Trágico da Vida”, com as principais obras do diretor.

Sáb (13), das 15h às 23h, e Dom (14), das 19h15 às 23h – Entrada Gratuita – Mu-seu da Imagem e do Som – Avenida Eu-ropa, 158, Jardins.

Ingresso democráticoO projeto “Onda Instrumental” traz as bandas de rock instrumental “Bombay Groovy”, com o som metálico do sitar indiano, e “Martinez”, com o segundo disco recém lançado - “50ºC”, ao Puxadinho da Praça. A casa abre às 17h e é você quem diz quanto vale o show. A en-trada funciona pelo sistema “pague o quanto quiser”.

Sáb (13), às 17h – Pague o quanto quiser – Puxadinho da Praça – Rua Belmiro Bra-ga, 216, Vila Madalena.

Cultura popularA festa “Revelando São Paulo” é composta por grupos de comunidades tradicionais, artesanato, cortejos, carros de bois e muito mais. O festival apresenta ainda uma feira gastronômica especial com pratos típicos da culinária paulista.

Até 21/9, diariamente,das 9h às 21h – Entrada Gratuita – Parque do Trote – Avenida Nadir Dias de Figueiredo, s/n, Vila Maria Baixa.

Música instrumental

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ação

Mulher no cinemaAs “3 Nuances Femininas” são o tema da edição de setembro do “CineSábado”. O projeto exibe, durante os sá-bados do mês, filmes que abordam de forma polêmica a posição da mulher na sociedade. Esse final de semana é a vez de “Ninfomaníaca”.

Sáb (13), às 14h – Entrada Gratuita – Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141.

Page 16: Brasil de Fato SP - Edição 048

brasildefato.com.br16 esporteboa fase

Brasileiros seguem invictos no Mundial de VôleiChance de passar a próxima fase é alta; partida contra a China marca a 100ª vitória brasileira em Mundiais

Brasil venceu as sete partidas disputadas até o momento

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Corinthians deseja o “fica”

Como tem sido sondado por clubes ingleses, Paolo Guer-rero deve ser procurado pelo Corinthians nos próximos dias para iniciar as negociações da renovação de contrato. A in-tenção da diretoria é avançar ao máximo na negociação, evi-tando uma exposição maior do centroavante, que está mundo a fora em amistosos pela sele-ção peruana.

Sem intenção de contratar novos jogadores  para a atual temporada, o objetivo é man-

O rei do futebol, mais uma vez, confirmou o diagnós-tico de que quando perma-nece calado é um poeta. Em um evento, na última quarta (10), no Rio de Janeiro, Pelé comentou o caso de racismo contra o goleiro Aranha.

Comentando a agressão ocorrida na partida entre San-tos e Grêmio, Pelé disse que se deve combater o racismo, mas condenou a postura do

ter o elenco atual. O vínculo de Guerrero vale

até 15 de julho do ano que vem. A partir de fevereiro, o atacante poderia assinar um pré-contrato com outro clube sem pagar nada ao Timão.

Guerrero, que já admitiu de-sejo de retornar ao futebol eu-ropeu, e foi procurado pelos ingleses West Ham e Sunder-land, deve ser convocado para novos amistosos do Peru no mês de outubro. Até lá, incer-teza na casa alvinegra.

atleta, que reagiu aos gritos de “macaco” vindos da arqui-bancada.

“O Aranha se precipitou em querer brigar com a torcida. Se eu fosse querer parar o jogo cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todos os jogos iriam parar. O torce-dor grita mesmo. Temos que coibir o racismo. Mas não é num lugar público que você vai coibir”, afirmou.

O goleador não sabe se fica no Corinthians ou vai para a Europa

Pelé dá bola fora sobre Aranha

Pelé parece não perceber que ainda hoje existe discriminação racial

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Rodada 21

sábado 13.09

domingo 14.09

18h30

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A equipe masculina de vôlei do Brasil venceu a seleção chi-nesa por 3 sets a 0, na última quinta-feira (11). As parciais foram de 25/14, 25/23 e 25/18. Com a vitória, o Brasil deu um passo importante para avançar à terceira fase do Mundial, que este ano ocorre na Polônia.

Agora, basta uma vitória sobre o time do Canadá para garantir uma vaga na próxima etapa da competição. O jogo ocorrerá no sábado (13), às 16h30 (horário do Brasil).

A partida contra a China, também marcou a centésima vitória brasileira em Mundiais, feito só alcançado pela Rússia, quando também contabiliza-das as partidas ganhas pela antiga União Soviética.

O grupo do técnico Bernar-

dinho, que venceu a sétima partida seguida e segue invicto, abriu uma grande vantagem no início do jogo, demonstran-do grande superioridade téc-nica e fechando o primeiro set em apenas 25 minutos.

O segundo período foi o mais disputado, com a equipe bra-sileira fechando com apenas dois pontos na frente. O último set foi tranquilo, com o Brasil abrindo uma vantagem segura e sem grandes surpresas.

Os destaques da partida fi-caram por conta das atuações individuais de Lucarelli, que forçou no saque, dificultando a recepção chinesa, e a dupla Lucão e Sidão, responsáveis por grande parte dos pontos marcados pelo Brasil e que jo-garam pelo meio da rede.

2ª FASEA atuação do Brasil nesta

etapa do campeonato tem sido considerada impecável até agora. De forma diferente do que ocorreu em alguns jogos da primeira etapa, a seleção tem jogado bem desde o início dos jogos, garantindo vanta-gens amplas sobre os adversá-rios em alguns sets.

O Brasil estreou na segunda fase contra a Bulgária, vencen-do também por 3 sets a 0. As parciais foram de 25/15, 25/21 e 25/21. Ainda pela segunda fase do campeonato, além do Ca-nadá, o Brasil enfrenta a Rússia no domingo (14). O Mundial de Vôlei acontece a cada qua-tro anos. O Brasil é tricampeão, vencendo todas as edições des-de 2002. (Da Redação)