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SETEMBRO 2011

POLÍTICA INDUSTRIAL COMPARADA

VOLUME 10

UMA ANÁLISE ANCORADA NA ABORDAGEM DAS

VARIEDADES DE CAPITALISMO

BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA BRICs

DE PAÍSES SELECIONADOS

POLÍTICA

INDUSTRIAL

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Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDIMauro Borges LemosPresidente

Maria Luisa Campos Machado LealDiretora

Clayton CampanholaDiretor

Otávio Silva CamargoChefe de Gabinete

Rogério Dias de AraújoCoordenador

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)Política industrial de países selecionados: Brasil, Rússia, Índia e China / ABDI – Brasília: ABDI, 2011.128 p. (Política Industrial Comparada, vol. 10)

ISBN 978-85-61323-31-8

1. Política Industrial – Brasil. 2. Política Industrial – Rússia. 3. Política Industrial – Índia. 4. Política Industrial – China. I. Título

CDD - 338

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Equipe TécnicaAgência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDIRogério Dias de Araújo – Coordenador de Inteligência CompetitivaCarlos Henrique de Mello Silva – TécnicoCid Cunha da Silva – Técnico

Universidade Federal de Juiz de Fora Ignacio José Godinho Delgado (UFJF) – CoordenadorAngelo Brigato Esther (UFJF) – PesquisadorEduardo Salomão Condé (UFJF) – PesquisadorHelena da Motta Salles (UFJF) – Pesquisadora

Estagiários: Fernando Luiz Silveira JuniorKarina Furtado RodriguesPaula Emília Gomes de AlmeidaThaynná Atheniense Bráulio

Projeto gráfico e Diagramação do mioloMarina Proni

©2012 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDIQualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

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Introdução 7

1. Linhagens e domínios institucionais das Variedades de Capitalismo 101.1) Linhagens 101.2) Domínios institucionais e os casos da Rússia, Índia e China 15

2. Governo e Empresariado na Rússia, Índia e China 262.1) Governo e Empresariado 262.2) Governo e Empresariado na Rússia 272.3) Governo e Empresariado na Índia 312.4) Governo e Empresariado na China 33

3. Aspectos Gerais da Política Industrial na Rússia, Índia e China 36

3.1) Política Industrial Hoje 363.2) Aspectos Gerais da Política Industrial na Rússia 413.3) Aspectos Gerais da Política Industrial na Índia 443.4) Aspectos Gerais da Política Industrial na China 48

4. Política Industrial para Setores Selecionados na Rússia, Índia e China 524.1) Política Industrial Setorial 524.2) Política Industrial para Setores Selecionados na Rússia 554.3) Política Industrial para Setores Selecionados na Índia 644.4) Política Industrial para Setores Selecionados na China 76

Considerações Finais 85

Referências 91Primeiro Capítulo 91Segundo Capítulo 96Terceiro Capítulo 103Quarto Capítulo 106Considerações Finais 117

Anexos 118

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

O texto que se segue corresponde ao Rela-tório Síntese do estudo Política Industrial de Pa-íses Selecionados: Brasil, Rússia, Índia e China (BRICs), produto 8 do projeto Sistematização de Informações Econômicas e Acompanhamento da Evolução da Indústria Brasileira, coordenado pe-los professores Célio Hiratuka e Fernando Sarti do Instituto de Economia da Unicamp. Os capí-tulos em que se divide apresentam versões con-cisas dos quatro relatórios parciais, disponíveis com textos integrais no site da ABDI. Neles são apresentados os resultados das diferentes eta-pas do estudo, conforme definido no Plano de Ações aprovado pela ABDI, no segundo semes-tre de 2010. Na primeira etapa, foram indicados os “diferentes padrões de articulação entre as empresas e o ambiente nacional, conforme as indicações da literatura sobre as variedades de capitalismo, com as retificações estabelecidas neste projeto” (Relatório 1 - Modelos Econômi-cos de Capitalismo: uma análise do ambiente institucional de negócios da Rússia, Índia e Chi-na a partir da abordagem sobre as variedades de capitalismo). A segunda etapa do estudo buscou apontar os “fóruns abrangentes de articulação entre empresariado e Estado nos países selecio-nados” (Relatório 2 – Política Industrial, Estado e Empresariado). Na terceira etapa foram descritos os “objetivos gerais contidos nos documentos de política industrial dos países selecionados, bem como os principais instrumentos apontados para seu alcance” (Relatório 3 - Política Industrial: ob-jetivos e instrumentos). Por fim, a identificação dos “instrumentos de política industrial, notada-mente para apoio à inovação tecnológica, em se-tores selecionados nos países em análise”, foi o objetivo da quarta etapa do estudo em tela (Rela-tório 4 - Política Industrial: Competitividade e Ino-vação em setores selecionados). Neste relatório final, além da síntese dos relatórios anteriores, conforme o Plano de Ações, são consideradas al-gumas “medidas de políticas públicas, em espe-

cial relativas à modelagem institucional favorável ao desenvolvimento da inovação tecnológica na indústria brasileira” (Relatório 5 – Formas Institu-cionais e Inovação Tecnológica)

Esta pesquisa dá continuidade ao Estudo com-parativo de política industrial: as trajetórias do Bra-sil, Argentina, México, Coréia do Sul, EUA, Espa-nha e Alemanha, desenvolvido entre 2008 e 2010, no âmbito do projeto Estudo sobre como as em-presas brasileiras nos diferentes setores industriais acumulam conhecimento para realizar inovação tecnológica, sob coordenação do professor Mau-ro Borges do CEDEPLAR-UFMG, que também pro-duziu cinco relatórios. Eles compõem os volumes iniciais da coleção Política Industrial Comparada, disponível no site da ABDI. Os volumes 6, 7, 8, 9 e 10 desta coleção correspondem aos relatórios do presente estudo. A comparação, efetuada entre o Brasil, a Rússia, a Índia e a China vai valer-se, para o Brasil, dos resultados obtidos no estudo ante-rior, aparecendo disseminada ao longo do texto e em sua seção conclusiva.

Tanto este estudo como o anterior apresenta-ram na coordenação Ignacio José Godinho Del-gado, com a participação de Ângelo Brigato Es-ther, Eduardo Salomão Condé e Helena da Motta Salles como pesquisadores, todos professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Políticas Públicas, Estratégias e De-senvolvimento (INCT-PPED). Participaram como estagiários na pesquisa os estudantes Fernando Luiz Silveira Junior, Karina Furtado Rodrigues, Paula Emília Gomes de Almeida e Thaynná Athe-niense Bráulio, também da UFJF. Somos imensa-mente gratos por sua dedicação ao trabalho de levantamento de dados, decisiva para que este estudo fosse desenvolvido.

Agradecemos, também, à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ao Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campi-nas (UNICAMP), notadamente ao Núcleo de Eco-

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nomia Industrial e da Tecnologia (NEIT), bem como ao Centro de Pesquisas Sociais (CPS), à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC), ao Instituto de Ciências Humanas (ICH) e ao Labora-tório de História Política e Social (LAHPS), da Uni-versidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Dedicamos este estudo à memória de Antônio Barros de Castro. Poderíamos, para isto, invocar sua clássica contribuição ao estudo da diversida-de econômica brasileira, tal como este trabalho salienta a diversidade de trajetórias entre os paí-ses. Mais, ainda, poderíamos destacar sua traje-tória intelectual e a participação em organismos como a CEPAL e o BNDES, para enfatizar o papel que atribui às escolhas na determinação dos ru-mos do desenvolvimento, em contraste com as expectativas fatalistas que marcaram o predomí-nio da crença neoliberal no crepúsculo do século XX. A ênfase que seus últimos trabalhos conferi-ram ao impacto da China sobre a economia mun-dial, acompanhado dos alertas sobre a necessi-dade de enfrentar os desafios que esta situação acarreta, com políticas públicas orientadas para a busca do futuro, também justificariam a menção ao seu nome. Homenageamos um grande pen-sador brasileiro, inarredável na defesa da cons-trução do desenvolvimento como uma opção de-liberada do Brasil, não obstante as pressões que podem torná-lo uma escolha difícil.

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 7

As pressões para a liberalização dos mercados nacionais e desregulamentação do fluxo de capi-tais alcançam na década de 1990 seu momento culminante, ultimando uma trajetória iniciada per-to de vinte anos antes, quando os diagnósticos sobre a crise fiscal do Estado e a ingovernabilida-de das democracias sinalizavam para a necessi-dade de redução do intervencionismo estatal na economia e para o esmaecimento dos disposi-tivos de proteção social presentes em diversos países, especialmente após a Segunda Guerra. A crise da dívida na década de 1980 e o colapso do socialismo real derrogaram os últimos cons-trangimentos aos esforços de definição de um ambiente regulatório que, no âmbito interno dos países, envolveria a realização de reformas de mercado e, no cenário internacional, implicaria a instituição de um novo marco para as transações comerciais e a circulação dos capitais, cristaliza-do, principalmente, na criação da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Os países situados na periferia e semiperife-ria do mundo capitalista eram instados a reduzir barreiras de proteção, liberar o fluxo de capitais, eliminar restrições aos investimentos estrangei-ros, flexibilizar o mercado de trabalho, reduzir os aparatos públicos de proteção social, abdicar de intervir no câmbio (exceto, em certos casos, para alinhar as moedas nacionais ao dólar), renunciar a políticas de promoção da indústria doméstica que afetassem o comportamento normal dos preços. A promessa era a inauguração de um novo ciclo de desenvolvimento, que superaria o esgotado desenvolvimentismo do passado, a partir da dinamização das inversões externas e da inserção crescente das economias nacionais ao mercado mundial.

Ao final da década de 1990, contudo, após a ocorrência de crises diversas e dos resultados econômicos e sociais no mínimo controversos de tal receituário, há um refreamento do ímpeto que o fez nascer poucos anos antes, ou mesmo

sua mitigação. Na cena intelectual, tal ponto de inflexão é acompanhado de um questionamento intenso da idéia segundo a qual as economias capitalistas tenderiam a uma convergência cres-cente, nos marcos de seu ordenamento liberal. Volta à tona a indicação não só da diversidade de caminhos de emergência da ordem capitalista, mas também a compreensão de que o capitalis-mo, ainda que dotado de características comuns, se manifesta em configurações diversas. Mais ainda, seu desenvolvimento e existência envolve-riam diferentes modalidades de intervenção do Estado, mesmo nas formas liberais. Repunha-se, pois, o debate sobre a utilização de medidas de política industrial para objetivos diversos.

A percepção de que todos os países estariam caminhando para a adoção de um mesmo padrão obscurecia, por outro lado, as condições em que eles se adaptavam ao novo marco regulatório, bem como suas diferentes respostas às pres-sões para liberalização dos mercados. Se tomar-mos os BRICs, tal diversidade é evidente.

Na Rússia, a adesão às novas disposições se faz em meio ao desmoronamento do socialismo real, sistema no qual o Estado ocupava um lugar central. A substituição abrupta dos mecanismos presentes nas economias de comando por pro-cessos de coordenação mercantis, expressa em medidas como a acelerada privatização de inú-meras empresas russas, num ambiente marcado por nebulosas simbioses entre uma máquina es-tatal fragilizada e novos segmentos empresariais germinados na velha burocracia, provocou resul-tados desastrosos para o desempenho econô-mico e as condições sociais no país. Na década seguinte, medidas igualmente abruptas restaura-vam em parte as capacidades estatais erodidas ao final do século XX.

Na Índia as mudanças na direção do Estado verificadas ao final do século XX, ao contrário da Rússia, não resultaram do colapso das estrutu-ras legais existentes, mas da possibilidade que

INTRODUÇÃO

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8 Política Industrial na Rússia, Índia e China

estas embutiam de substituição dos grupos di-rigentes num ambiente de estabilidade institu-cional. No início da década de 1990, pressionado pelas dificuldades crescentes em seu balanço de pagamentos, o país adotou diversas reformas li-berais, especialmente a liberalização do fluxo de capitais, a mitigação do monopólio estatal sobre diversos setores, a facilitação aos investimentos estrangeiros. Não houve, contudo, privatizações em massa e a adesão à agenda de reformas não dissolveu diversos mecanismos de coordenação e indução estatais da economia que estiveram presentes na trajetória da Índia, pelo menos des-de o movimento de Independência, a despeito dos eventuais limites do Estado Desenvolvimen-tista indiano.

Tal como na Índia, a China não conheceu des-continuidades que fizessem mitigar a capacida-de de coordenação do Estado. De fato, na China impressiona a capacidade de efetuar giros brus-cos de orientação econômica, sem alterações de monta na estrutura do Estado e no sistema político. Ao final da década de 1970, o país ado-tou diversas reformas liberais, que acentuaram a autonomia das empresas, aumentaram a possibi-lidade de expansão de pequenos negócios priva-dos, alargaram o espaço para as inversões exter-nas e a cooperação entre empresas chinesas e estrangeiras. A partir do final da década seguinte, todavia, sem abandonar o sentido principal das reformas – acentuar os estímulos mercantis para a operação da economia e acentuação de seu di-namismo -, a China estabeleceu um conjunto de programas de longo prazo, continuamente rede-finidos, que têm permitido ao país perseguir ob-jetivos diversos, para a modernização econômi-ca, a expansão das exportações, a diversificação da economia e o incremento das inovações. Por seu turno, ainda que buscando se afirmar como parceiro comercial cioso das normas definidas no cenário da década de 1990, a China não abriu mão de utilizar instrumentos diversos de política macroeconômica, notadamente o câmbio, para proteger sua produção doméstica e estimular as exportações.

O Brasil, por fim, perseverou tenazmente na consolidação das instituições democráticas defi-nidas em 1988 e, em meio a pressões no balanço de pagamentos, do endividamento público e da aceleração inflacionária, adotou medidas diver-sas de liberalização dos fluxos de capitais, priva-tização de estatais, mitigação de diversos mono-

pólios do Estado e desproteção cambial. Preser-vou, contudo, instrumentos importantes para a efetivação de políticas de desenvolvimento que, já ao final do século passado, sustentaram uma mudança de rumo.

O objetivo deste trabalho é analisar a trajetó-ria da política industrial destes países a partir do ponto de inflexão indicado acima. Ao longo do texto são focalizadas a Rússia, a Índia e a China. O Brasil, objeto de análise específica em estudo anterior (DELGADO et alli, 2011a), é contrastado à experiência dos demais nas Considerações Finais.

No Primeiro Capítulo são discutidas as linha-gens e as principais formulações presentes na literatura que enfatiza a diversidade de caminhos e configurações em que se expressa a ordem capitalista, bem como apresentadas as carac-terísticas dos domínios institucionais sugeridos por uma de suas vertentes – a abordagem das variedades de capitalismo – na Rússia, Índia e China, com retificações sugeridas neste estudo. O objetivo é identificar, como se verá, o ambien-te em que operam as empresas nestes países, de modo a perceber suas potenciais respostas a diferentes medidas de política industrial. Em rela-ção ao Relatório 1 da pesquisa em que se se ba-seia, ampliou-se o balanço relativo à abordagem sobre as variedades de capitalismo, de modo a incluir trabalhos recentes sobre os BRICs, mas foram suprimidas as seções Governança Cor-porativa, Relações de Trabalho e Qualificação e Indústria e Inserção Externa, presentes no Rela-tório, em que são descritos mais detidamente tais dimensões. Manteve-se, contudo, o resul-tado apresentado em tais seções no Quadro 2 presente no Primeiro Capítulo, assim como as tabelas que sustentam diversas conclusões. O texto integral destas seções pode ser encontra-do no Relatório 1 - Modelos Econômicos de Ca-pitalismo: uma análise do ambiente institucional de negócios da Rússia, Índia e China a partir da abordagem sobre as variedades de capitalismo), disponível no site da ABDI. .

O Segundo Capítulo discute as características da relação Estado–empresariado na Rússia, Índia e China. São destacadas as características bási-cas do sistema político, as principais agências de formulação e implementação de políticas indus-triais e as mais importantes associações empre-sariais atuantes em cada um destes países.

O Terceiro Capítulo discute o sentido da no-ção de política industrial contemporaneamente e

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 9

busca descrever as principais definições de polí-tica industrial nos países focalizados. Seu propó-sito é identificar as prioridades e objetivos nela presentes, bem como os instrumentos indicados para sua efetivação.

O Quarto Capítulo retoma o debate sobre a importância de políticas industriais dirigidas para determinados setores. Identifica e descre-ve, também, as principais medidas e programas orientados para setores industriais selecionados na Rússia, Índia e China.

Nas Considerações Finais são avaliadas as co-nexões existentes entre os domínios institucio-nais indicados acima e a definição e implemen-tação de políticas industriais. Por fim, são con-trastadas as experiências da Rússia, da Índia e da China, com o Brasil, com o propósito de identifi-car medidas que possam servir à definição das políticas industriais brasileiras.

A pesquisa ancorou-se fundamentalmente na literatura pertinente e numa vasta gama de do-cumentos de agências multilaterais, sites de or-ganismos dos governos dos países focalizados, além de fontes adicionais, como associações empresariais, organizações não governamentais e outras entidades, quando a busca nos primei-ros não alcançava resultados satisfatórios. A lite-ratura de referência está citada ao longo do texto e indicada nas Referências ao seu final, onde se encontram, também, todos os documentos pes-quisados, com indicação da forma de acessá-los.

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10 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Políticas industriais buscam, fundamentalmen-te, criar estímulos ao investimento privado, para objetivos diversos (emparelhamento, inovação, promoção do emprego), por meio da alteração dos preços relativos e da redução da incerteza quanto ao retorno de tais investimentos. Definida a políti-ca, espera-se que seja acompanhada de um con-junto articulado, ainda que descentralizado, de de-cisões de investimento capazes de provocar efei-tos que atendam aos seus objetivos (DELGADO, 2005, 2010; SUZIGAN E FURTADO, 2005; CASTRO, 2002; CHANG, 1994). Por que, todavia, as diversas medidas de política industrial têm efeito desigual em diferentes países? Esta é uma das indagações básicas deste estudo, que busca analisar, pois, a pertinência das medidas de política industrial aos ambientes institucionais em que operam as empre-sas capitalistas. Recusa-se, pois, a idéia de que o desenvolvimento industrial resultaria da adoção de um conjunto fixo de medidas, que poderiam ser to-madas como as melhores práticas, independente dos contextos em que incidem. Assinala-se que as empresas operam em configurações institucionais variadas, reagindo de forma diversa às medidas de política industrial. Neste sentido, considerar as características dos diferentes ambientes institucio-nais é o ponto de partida tanto para análise das diversas políticas industriais, quanto para a identifi-cação das possibilidades de reforma que potencia-lizem sua operação.

Neste capítulo, apontamos, num primeiro mo-mento, as formulações mais significativas que in-tegram a linhagem dentro da qual emerge a idéia de que a moderna economia capitalista, não obs-tante a presença de elementos comuns que a ca-racterizam, desenvolve-se em diferentes configu-rações institucionais. Em seguida, destacamos alguns estudos que retomam esta percepção, após o hiato provocado, em especial na última década do século XX, pelo predomínio político e intelectual da perspectiva neoliberal e da crença correlata numa inexorável convergência da eco-

nomia capitalista aos padrões presentes em sua forma liberal. Indicamos, então, os elementos centrais da abordagem das variedades de capita-lismo, em virtude de suas potencialidades analíti-cas para o estudo de políticas industriais. Por fim, apresentamos um quadro com as características dos domínios interativos das firmas, apontados pela abordagem sobre as variedades de caspita-lismo, tal como se apresentam nos BRICs

1.1) Linhagens

Pode-se afirmar que a percepção da presença de distintas configurações institucionais a emol-durar a trajetória da economia capitalista esteve, num primeiro momento, associada à análise das diferentes vias em que esta emerge e se consoli-da. List, Marx, Weber, Lênin, entre meados do sé-culo XIX e o início do século XX, aparecem como pioneiros na análise de processos diferenciados de aparecimento da ordem capitalista, levando em consideração variáveis como o atraso relativo de alguns países, o perfil da estrutura agrária e da relação entre campo e cidade, bem como di-ferentes legados institucionais, em obras que, de certa forma, combinavam elementos descritivos e prescritivos, no sentido de apontar caminhos para o alcance de padrões de organização eco-nômica prevalecentes nas economias mais di-nâmicas (LIST,1983; MARX, 1987; FERNANDES, 1982; WEBER, 1974 a e b; LÊNIN, 1982). De cer-ta forma, tais obras estabeleciam as bases para estudos posteriores que também se debruçaram sobre os diferentes processos de formação e de-senvolvimento do capitalismo (GERSCHENKRON, 1965; MOORE JR, 1975; e RUESCHMAYER, STE-PHENS E STEPHENS, 1992 ; SKOPCOL, 1984; SHONFIELD, 1965). Noutro registro, a percepção da diversidade de configurações na economia capitalista esteve associada à identificação de di-ferentes fases em sua evolução, em abordagens de diferentes filiações, que identificavam mudan-

1. LINHAGENS E DOMÍNIOS INSTITUCIONAIS DAS VARIEDADES DE CAPITALISMO

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 11

ças significativas na organização das empresas, nos padrões de competição, na relação entre a indústria e o sistema financeiro e entre as em-presas e o Estado, bem como nos paradigmas tecnológicos que estruturam a produção capi-talista e nas formas de regulação que a circuns-crevem (HILFERDING, 1973; BARAN & SWEEZY, 1989; BOCCARA, 1978; MANDEL, 1982; FREE-MAN & PEREZ, 1978; BOYER, 1978). Por fim, a diversidade de vias de desenvolvimento apare-ceu, ainda, na identificação de padrões desiguais de inserção das economias nacionais na ordem econômica mundial gerada pelo desenvolvimen-to capitalista, a exemplo das formulações de Wallerstein sobre o sistema econômico mundial, frequentemente acompanhadas de indicações sobre a ação do Estado para superação de tais desigualdades, como se verifica nas proposi-ções da CEPAL (WALLERSTEIN, S.D; PREBISCH, 2000; FURTADO, 1979).

A identificação da existência de diferentes vias e estágios de desenvolvimento, ainda que nem sempre tomados como sucessivos ou uniformes, não implicava necessariamente a percepção de que economias capitalistas já consolidadas po-deriam estruturar-se em configurações institucio-nais diversas. Esta proposição, segundo Jackson e Deeg, ganhou a sua expressão “mais popular” no livro de Michel Albert – Capitalism vs Capita-lism, no qual contrasta o capitalismo anglo-saxão, marcado, entre outras características, pela flexi-bilidade do mercado de trabalho e pela propen-são ao curto prazo, ao Rhineland capitalism, de mercado de trabalho mais regulamentado e incli-nado a investimentos de longo prazo (JACKSON E DEEG, 2006). Contudo, seria na tradição vin-culada aos estudos comparativos de diferentes indústrias e grupos de indústrias que se afirmou de maneira mais consistente a formulação que assinala a presença de diferentes configurações institucionais na ordem capitalista (JACKSON E DEEG, 2006). Nesta tradição, desponta a obra de Alfred Chandler, que sublinhou a emergência de um capitalismo gerencial, vinculado à formação de hierarquias estáveis e autárquicas nas mo-dernas corporações norte-americanas, vis a vis ao desenvolvimento do mercado de massas e à disseminação da produção fordista (CHANDLER, 1978, 1990). Tal padrão poderia ser encontrado em outros países, como a Alemanha e a Inglater-ra, mas com traços diversos. No primeiro caso, a tendência à maior cooperação entre as firmas no

âmbito dos cartéis ensejaria a presença de uma variante cooperativa do capitalismo gerencial, ao passo que, no segundo caso, a permanência de um papel importante desempenhado pelos pro-prietários das firmas justificaria a utilização da expressão personal capitalism para caracteriza-ção de uma modalidade particular de capitalis-mo gerencial. Outro trabalho seminal na tradição apontada acima foi a obra de Michael Porter, que destacou o papel exercido pelo sistema financei-ro na consolidação de determinados padrões de especialização industrial, nos quais se baseiam as vantagens comparativas de diversos países, assentadas em distintas capacitações tecnológi-cas e de qualificação, assinalando a correlação existente entre o predomínio do financiamento bancário e investimentos de longo prazo, mor-mente em ativos intangíveis, como pesquisa, de-senvolvimento e treinamento, em contraste com a prevalência do mercado de capitais, que favo-receria a ocorrência de inovações radicais, pela flexibilidade na sustentação de investimentos de risco (PORTER, 1990).

A diversidade de configurações institucionais no mundo capitalista foi tratada, de outro modo, para além da estrutura da firma e de suas relações com as finanças, na literatura sobre intermediação de interesses, que focalizou a relação entre o Es-tado, o capital e o trabalho, a partir do contraste entre os formatos neo-corporativos, predominan-tes na maior parte da Europa, e o pluralismo, pre-dominante nos EUA (SCHMITTER, 1974; SHARPF, S.D; STREECK E HASSEL, 2001). Enfatizando o maior potencial de coordenação e de contenção de comportamentos individualistas nas formas neo-corporativas, tal literatura, nascida na década de 70 do século passado, tendeu a conferir-lhes superioridade em arranjos destinados a lidar com problemas como a inflação e o desemprego.

Ao final da última década do século passado a abordagem sobre as variedades de capitalismo ganhou forte impulso como parte da reação inte-lectual ao predomínio de uma crença que, desde a década de 1980, era fortemente disseminada pelas agências multilaterais e secundada por boa parte da produção acadêmica. Caudatária do co-lapso das economias de comando no Leste Eu-ropeu, das dificuldades fiscais dos Estados Na-cionais europeus de matriz social-democrata, da estagnação do crescimento substitutivo na Amé-rica Latina, tal crença era associada a transforma-ções tecnológicas, econômicas e institucionais

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12 Política Industrial na Rússia, Índia e China

(especialmente a disseminação das TICs, a crise do fordismo, a elevação da mobilidade e volatili-dade dos capitais e a pressão para a abertura dos mercados nacionais), afirmando a crescente con-vergência das economias nacionais aos padrões do livre mercado e enfatizando a correlação entre desregulamentação dos mercados e desenvolvi-mento econômico, em contraste com o cenário observado nas décadas que se seguiram a Se-gunda Grande Guerra.

A ocorrência de crises diversas nos países que, em maior ou menor escala, buscaram adaptar-se às prescrições que emanavam das agências mul-tilaterais trouxe à tona uma nova vaga de formula-ções que enfatizavam a diversidade de rotas para o desenvolvimento no mundo capitalista, bem como buscavam identificar diferentes ambientes institucionais a emoldurar seu funcionamento, dando continuidade à linhagem identificada aci-ma. Nestes novos estudos, ganham relevo no-ções recolhidas junto à economia institucional (custos de transação, formas de coordenação), à tradição neo-schumpeteriana (sistema nacional de inovação, paradigma tecnológico, trajetória tec-nológica, inovações radicais/inovações incremen-tais) e à Escola Francesa da Regulação (regime de acumulação, modo de regulação), no primeiro caso pela identificação de mecanismos diversos do mercado para solução de dilemas de coordena-ção, nos demais pela ênfase conferida à determi-nação social e histórica da dinâmica econômica, em contraposição aos modelos abstratos das for-mulações neoclássicas (WILLIANSON,1975,1985; DOSI, FREEMAN, NELSON, SILVERBERG E SOE-TE, 1988; THERET E BRAGA, 1998).

Dentre os trabalhos que se valem mais efeti-vamente das formulações associadas à teoria da regulação, merece destaque a colaboração entre Boyer e Hollingsworth que, ao final da última dé-cada do século passado, valeram-se da noção de sistema social de produção, para designar a for-ma como, num país ou região, se articulam deter-minados padrões de relações industriais, de trei-namento da força de trabalho, de organização da estrutura interna das firmas, de relação entre as firmas e destas com consumidores e fornecedo-res, de estruturação do sistema financeiro,bem como as concepções de justiça associada ao ca-pital e ao trabalho, a estrutura do Estado e das políticas públicas, além de elementos da tradi-ção, dos padrões morais e de normas típicas de uma determinada sociedade (HOLLINGSWOTH E

BOYER, 1997)1. Além de mercado e hierarquias, redes, comunidades, o Estado e as associações são considerados como mecanismos de coor-denação que sustentam, com maior ou menor incidência em diferentes níveis (local, nacional, transnacional e global), diferentes estruturas de governança das atividades econômicas, dispon-do de distintas formas organizacionais, padrões de intercâmbio e adesão, virtudes e falhas. No li-mite, as atividades econômicas não são tomadas apenas como resultado estrito de escolhas estra-tégicas, envolvendo, também, padrões de com-portamento que se orientam para a adequação a normas e tradições. A operação da economia capitalista, pois, é circunscrita pelas condições contextuais, pelo ambiente institucional que sub-jaz às escolhas dos agentes econômicos.

Boyer e Hollingsworth identificam dois gran-des sistemas sociais de produção: o fordismo e os sistemas de produção flexíveis, que envolvem diversos subtipos. No fordismo, caracterizado pela produção em massa de bens estandardiza-dos, através de trabalhadores semiqualificados e equipamentos especializados, tendem a prevale-cer o mercado e a hierarquia como mecanismos de coordenação, com fraca incidência de formas de coordenação de perfil mais coletivo. Em geral, a produção fordista está conectada à presença de mercados de trabalho pouco regulamentados, no espaço nacional, e a situações de estabilidade na demanda. Dentre os sistemas flexíveis, Boyer e Hollingsworth destacam os sistemas de especiali-zação flexível e os sistemas de produção em mas-sa diversificada de qualidade, assinalando que sua identificação está relacionada mais efetivamente

1 A Escola Francesa da Regulação apresenta-se como uma alternativa à economia neoclássica, realizando uma síntese de contribuições da esco-la institucionalista, especialmente de Cambridge, do marxismo, do evolucionismo neo-schumpete-riano, da “escola latino-americana do desenvol-vimento”, além de agregar elementos da socio-logia de Bourdieu. Afirmando a historicidade de suas formulações, as principais noções com que opera são regime de acumulação (padrões de compatibilidade entre produção, renda e deman-da), formas institucionais (moeda, relação sala-rial, concorrência, Estado, inserção internacio-nal) e modo de regulação (padrões derivados de comportamento individual e coletivo, reprodução das formas institucionais), tendo como objeto fundamental o fordismo e suas crises. (THERET E BRAGA, 1998)

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 13

às formas de coordenação entre os atores do que a tecnologias e inovações específicas. No limite, os sistemas flexíveis, que já existiam antes do ad-vento do fordismo, revelariam um elevado grau de adaptabilidade à mudança tecnológica, como o evidenciaria o aparecimento de diversas áreas de produção flexível associadas à microeletrônica. Os elementos de distinção dos sistemas flexíveis em relação ao fordismo seriam a qualificação da força de trabalho, o predomínio de padrões coo-perativos de trabalho e de relação entre gerência e trabalhadores e as relações estáveis e de longo prazo firmadas entre consumidores e fornecedo-res. Entre os dois sistemas flexíveis apontados, a escala da produção aparece como o principal elemento de diferenciação. Nos sistemas de es-pecialização flexível, a criação de instituições que favorecem a cooperação entre os agentes econô-micos, notadamente no âmbito local, é uma carac-terística que se vincula à presença de firmas de di-mensão reduzida, que buscam explorar nichos de mercado. Nos sistemas de produção em massa diversificada de qualidade, as empresas exibiriam dimensão elevada, orientando-se para mercados amplos com uma produção diferenciada. Os me-canismos de coordenação de perfil coletivo ten-dem a efetivar-se em espaços maiores, ainda que eventualmente regionais.

Anos mais tarde, Boyer destacaria a articu-lação entre sistemas sociais de inovação e pro-dução, arquiteturas institucionais, modos de re-gulação e tipos de especialização, para identifi-cação de diferentes configurações capitalistas, a saber, o capitalismo orientado pelo mercado, o meso-corporativo, o estatista e o social-demo-crata (BOYER, 2005). Tal tipologia aproxima-se da apresentada por Bruno Amable, que enfatizou a relevância de cinco domínios institucionais para comparação entre os países, embora veja com reservas a construção de modelos a partir dos Estados Nacionais, por força de sua heteroge-neidade interna e das dificuldades que acarreta para definição de um quadro analítico abrangente (AMABLE, 2003). Os domínios assinalados refe-rem-se às formas de concorrência no mercado de produtos, às relações salariais e às instituições do mercado de trabalho, aos padrões de interme-diação financeira e de governança corporativa, às estruturas de proteção social e ao sistema de educação e treinamento, que se articulam em di-ferentes clusters. Amable destaca o capitalismo de mercado, as economias socialdemocratas, o

capitalismo asiático, o capitalismo europeu conti-nental e o capitalismo do Sul da Europa2.

No âmbito do que Jackson e Deeg denomina-ram abordagem dos sistemas nacionais de negó-cios tem destaque a obra de Whitley, que focaliza a relação entre proprietários, executivos, experts e empregados, em diferentes níveis e padrões de coordenação das atividades econômicas, a partir dos quais emergem seis tipos ideais, que des-crevem distintos sistemas organizacionais: frag-mentados, distrito industrial, compartimentado, organizado pelo Estado, colaborativo, altamente coordenado (JACKSON E DEEG, 2006; WHITLEY, 1999). Adicionalmente, Whitley considera dife-rentes elementos institucionais que circunscre-vem a operação dos diversos sistemas, a saber, o Estado, as finanças, padrões de qualificação e controle do trabalho, confiança e autoridade.

No rastro das formulações de Hall e Soskice, sobre as quais discorreremos na segunda seção deste capítulo, pode-se mecionar, ainda, a tipolo-gia proposta por Uwe Becker (2007), a partir da consideração de duas variáveis, a relação entre política e economia e as relações entre capital e

2 Os EUA e as economias européias têm sido o foco das abordagens sobre as diferentes confi-gurações institucionais que circunscrevem a eco-nomia capitalista, seguidos dos países asiáticos e, em escala reduzida, dos países latino-america-nos, e dos que transitaram das economias de co-mando para o capitalismo. Além das indicações presentes na obra de Amable citada acima, con-forme Jackson e Deeg, destaca-se, nos estudos sobre a Ásia, o trabalho de Biggart, que realçou a utilização de mecanismos patrimonialistas de coordenação por parte das empresas na econo-mia coreana (em contraste com a prevalência de padrões comunitaristas e familiais, prevalecentes no Japão e em Taiwan, respectivamente) e o de Orru, Biggart e Hamilton que contrastaram a eco-nomia francesa, tomada como um exemplo de economia dirigista, ao alliance capitalism da Ale-manha e Japão e o familial capitalism, de Taiwan e da Itália (JACKSON E DEEG, 2006). O caso la-tino-americano, contudo, tem sido escassamen-te tratado. Pode-se nomear a obra organizada por Evelyne Huber e os trabalhos de Bem Ross Schneider. A obra organizada por Huber, contu-do, em seus diferentes artigos, não se preocupa em construir uma tipologia, meta central de Ben Ross Schneider, como veremos adiante (HUBER, 2006; SCHNEIDER, 2004, 2008). Sobre os países do Leste Europeu registrem-se os artigos de La-wrence King, Magnus Feldman e Vlad Mykhenko, presentes em Hancké, Rhodes e Thatcher (2008)

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trabalho3. A primeira inclui dimensões como os sistemas de welfare e de proteção ao emprego, a regulação do mercado de produtos, os elos entre propriedade privada e estatal, bem como a regu-lação de salários, lucros, oferta e demanda. A re-lação entre capital e trabalho, por sua vez, refere--se aos padrões de relações entre empregadores e sindicatos, executivos e empregados, além de aspectos ligados à governança corporativa, tal como a relação entre investidores, stakeholders, executivos e acionistas. Becker aponta, então, cinco tipos de capitalismo, o liberal e quatro ti-pos de embeded capitalism, a saber, o estatista, o corporativista, o meso-comunitário e o patrimo-nialista. No primeiro, prevalecem mecanismos de regulação mercantis, sistemas de proteção social residuais, reduzida intervenção estatal, relações de trabalho atomizadas, associações de empre-gados e empregadores fracas. No tipo estatista, a regulação mercantil é circunscrita pela regula-ção estatal; o setor produtivo estatal é significa-tivo; as empresas dispõem de organização em geral hierarquizadas, com reduzida participação e proteção aos trabalhadores. O tipo corporativo é difinido pela importância da colaboração en-tre capital e trabalho, com suas entidades cum-prindo papel de relevo na negociação de temas próprios das relações industriais e de objetivos econômicos de longo prazo. O tipo meso-comu-nitário distingue-se pela organização das firmas e de seus elos com outros agentes econômicos, como comunidades ou grupos, favorecendo a cooperação de executivos e trabalhadores em favor dos interesses das firmas. Por fim, a varian-te patrimonialista destaca-se pelo papel proemi-nente da liderança política, que encima relações patrono-clientes na relação com o empresariado

3 Uma importante sugestão de Becker, não le-vada em conta neste trabalho, mas a ser consi-derada em investigações posteriores, é a análise das mudanças entre as variedades não apenas a partir das rupturas e reordenações globais, mas da identificação do crescimento ou redução dos diferentes elementos – no caso da tipologia de Becker liberais, estatistas, corporativos, meso--comunitaristas, patrimonislistas -, que podem ser considerados a partir de indicadores quan-tititivos, permitindo a percepção das mudanças dentro de um continuum. Na verdade, como as variedades são tipos ideais, tal analíse efetuada sobre os casos empríricos permitiria avaliações mais refinadas dos processos de mudança incre-mentais no âmbito da cada país (BECKER, 2011).

e nas diferentes esferas da vida econômica.Foge aos limites deste estudo resenhar o con-

junto de formulações, em geral radicadas no am-biente intelectual europeu, que têm apontado a presença de diferentes configurações institucio-nais no mundo capitalista. Nos EUA, destacam--se as formulações de Ben Ross Schneider, cujo objetivo é a elaboração de uma tipologia que, de-dutivamente, considere as diferentes lógicas ou princípios alocativos existentes numa economia capitalista - a saber, o mercado, a negociação, a confiança e a hierarquia -, de modo a evitar os problemas de classificações marcadamente in-dutivas, ou assentadas em características inca-pazes de captar as articulações internas de cada economia - como a oposição entre países atrasa-dos e avançados, que podem referir-se a econo-mias com traços semelhantes, embora em mo-mentos distintos do tempo (SCHNEIDER, 2008). Resultariam daí quatro tipos de capitalismo: o liberal, o coordenado, o hierárquico e o network capitalism. EUA, Alemanha, os países latino-ame-ricanos e o Japão seriam, respectivamente, os casos paradigmáticos de tais tipos4.

4 Em 2004, Schneider considerava a América Latina um modelo de capitalismo semi-articulado por força do predomínio de formas de interação mercantis, no âmbito das relações de trabalho e das atividades de qualificação da força de traba-lho, que se combinam à prevalência de formas não mercantis, expressas no modo como os con-glomerados resolvem seus problemas relativos à aquisição de capitais e de tecnologia (SCHNEI-DER, 2004). No limite, a articulação entre os con-glomerados e as multinacionais para enfrentar dilemas de financiamento e aquisição de tecnolo-gia desestimularia as empresas a investirem em esforços de qualificação, num processo que se reforça mutuamente. Associadas a tais caracte-rísticas apareceriam como complementaridades o predomínio das commodities nas exportações latino-americanas, o rarefeito mercado de capi-tais, a volatilidade econômica e política da re-gião, a presença de um Estado intervencionista, mas fraco, além das profundas divisões étnicas e/ou sociais das sociedades latino-americanas. Ao abandonar esta formulação em favor de um modelo mais elegante, cremos que Schneider perdeu em acuidade. De fato, a indicação de que a hierarquia corresponde ao princípio alocativo fundamental das economias latino-americanas obscurece a complexidade das relações das em-presas com o ambiente, que, em suas primeiras formulações, a nosso ver, Ben Ross Schneider indicou com mais precisão. Pelo menos no caso

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1.2) Domínios Institucionais e os casos da Rússia, Índia e China

No diversificado elenco de formulações sobre as diferentes configurações do mundo capitalis-ta, a obra de Hall e Soskice, à qual se associou a expressão variedades de capitalismo, tem espe-cial importância para este trabalho, por destacar o espaço nacional e as firmas como principais unidades analíticas na identificação das diferen-tes configurações institucionais que emolduram a economia capitalista5. Não obstante a crescen-te importância dos espaços transnacionais e da dimensão regional para operação da economia capitalista, o espaço nacional preserva boa par-te de sua influência para a interação estratégica das empresas, por força dos legados institucio-nais, regras formais e informais, organizações e padrões culturais que, no ambiente nacional, definem as condições em que se verificam o aprendizado, a confiança e o poder de sanção dos atores sociais (HALL E SOSKICE, 2001). Ade-

brasileiro, a desarticulação entre diferentes di-mensões da sociedade tem sido apontada como um traço fundamental da trajetória do país em di-versas análises. Não há avanço no conhecimento do país numa tipologia que oculta este traço.

5 Em boa medida a inspiração da abordagem sobre as variedades de capitalismo é a teoria da firma da economia institucional , com destaque para noção de custos de transação e dos dilemas de coordenação a eles conectados (JACKSON E DEEG, 2006). Boyer sublinha o apego à dimen-são micro-econômica que tal inspiração acarre-taria para a abordagem sobre as variedades de capitalismo, em contraste com a teoria da regula-ção, que confere centralidade à articulação entre diferentes dimensões da ordem social e não à firma (BOYER, 2005). Ainda que eventualmente procedente, a crítica de Boyer realça a inclinação holística mais acentuada da teoria da regulação (ainda que também presente na abordagem so-bre as variedades de capitalismo), que tende a obscurecer, em boa medida, a atuação dos ato-res sociais. Por seu turno, nos parece que a incor-poração pela abordagem sobre as variedades de capitalismo das noções de custos de transação e de coordenação, tomadas como balizas para compreensão da ação estratégica das firmas, não é efetuada sem consideração à determina-ção de elementos contextuais e históricos, des-tacados na referência ao espaço nacional como ambiente central na operação dos diferentes ato-res envolvidos no enfrentamento dos dilemas de coordenação pelas firmas.

mais, é principalmente no espaço nacional que incidem medidas de política industrial, definidas pelo Estado com o intuito de estimular as deci-sões de investimento das firmas. Nesta medida, sistemas sociais de produção e padrões de orga-nização do mundo dos negócios têm relevância na identificação das condições contextuais em que operam as firmas; todavia são as decisões que estas tomam para resolver seus dilemas de coordenação que, no limite, definem o rumo e o ritmo do processo de acumulação capitalista e do desenvolvimento econômico.

Nas formulações de Hall e Soskice sobre as variedades de capitalismo, são apontados cinco domínios interativos relevantes para a estratégia empresarial, que tendem a se reforçar mutuamen-te (HALL E SOSKICE, 2001). A governança corpo-rativa, ao lado dos vínculos entre as empresas e as finanças, é a primeira destas dimensões. Três domínios referem-se a diferentes esferas do mun-do do trabalho, a saber, questões ligadas à qualifi-cação da mão de obra, às relações industriais e à relação das firmas com seus empregados. Por fim, dilemas de coordenação aparecem também nas relações interfirmas, associadas aos elos entre for-necedores e clientes. Hall e Soskice destacaram dois padrões polares de interação estratégica das empresas, num espectro em que formas mistas também podem aparecer. Tais tipos são as eco-nomias de mercado liberais, em que prevalecem processos de coordenação guiados pelos meca-nismos de mercado (os EUA são o paradigma), e as economias de mercado coordenado, em que prevalece a concertação entre os diferentes ato-res envolvidos (a Alemanha é o paradigma).

Em cada um destes casos, desenvolvem-se vantagens institucionais comparativas que esti-mulam o apego das empresas às formas de in-teração predominantes e explicam a prevalência de determinados setores industriais em cada um dos tipos apontados. No que se refere às ativida-des de inovação, sugere-se que as formas libe-rais favorecem a ocorrência mais acentuada de inovações radicais, ao passo que as formas co-ordenadas favorecem a ocorrência de inovações incrementais6.

6 Uma crítica da correlação indicada por Hall e Soskice, efetuada com base na investigação das patentes registradas pelos EUA e Alemanha, é desenvolvida por Dirk Akkermans, Carolina Cas-taldi e Bart Los, para os quais as inovações radi-cais ocorreriam tanto nas economias de merca-

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As inovações radicais seriam mais afeitas aos fast-moving technology sectors, que envolvem design ligeiro e desenvolvimento rápido de pro-dutos e processos, como a biotecnologia, se-micondutores, software, vinculando-se, ainda, à provisão de componentes para outros setores, como telecomunicações, defesa, dispositivos operacionais do sistema financeiro, defesa e la-zer. A estratégia competitiva das firmas estaria relacionada à capacidade de correr riscos com novos produtos, bem como à implementação rá-pida. Além dos padrões de financiamento e de governança corporativa, tal estratégia é favoreci-da pelas relações entre as firmas e o mundo do trabalho, marcadas pelo predomínio do mercado e não da concertação que, embora não conduzam à cooperação para ações inovativas, estimulam a disposição de largar na frente na disputa de mer-cados, com produtos novos devidamente prote-gidos pelo segredo industrial, desenvolvidos por laboratórios em geral dissociados e protegidos do ambiente do chão da fábrica e da relação com outros atores, ou, ainda, por novas gerações de empresários. Novidade e preço são os elemen-tos fundamentais da estratégia competitiva.

As inovações incrementais, por seu turno, estariam mais associadas à produção de bens de capital, como máquinas e equipamentos in-dustriais, bens de consumo duráveis, artefatos e equipamentos de transporte. Neste caso, o que se busca é a introdução de inovações que aper-feiçoem a qualidade de uma linha de produção já estabelecida, de modo a garantir a lealdade do consumidor, além de assegurar a redução pro-gressiva dos custos. A sugestão é que as formas

do liberais, quanto nas economias de mercado coordenadas. Comparando os casos dos EUA e Alemanha, observam que na indústria química e eletrônica, as inovações radicais seriam mais comuns nos primeiros, ao passo que nas indús-trias metalúrgica, de máquinas e de transportes seriam mais frequentes na Alemanha. Ver Akker-mans, Castaldi e Los (2007). No entanto, importa registrar que os setores assinalados são os indi-cados por Hall e Soskice como mais representa-tivos dos diferentes tipos de inovação. Ademais, a Alemanha parece concentrar-se em atividades mais distantes daquelas que compõem o núcleo das atividades inovativas dentro do paradigma microeletrônico, no âmbito do qual se processa-ram as inovações de maior impacto na economia contemporânea. Sobre os paradigmas tecnológi-cos, ver Freeman e Perez (1988).

de financiamento e os padrões de governança corporativa das formas coordenadas seriam mais afeitas a este esforço, uma vez que permeáveis às estratégias de longo prazo e à cooperação entre as firmas e outros atores relevantes, como institutos de pesquisa e universidades. Ademais, a relação das firmas com o mundo do trabalho, baseadas na cooperação contínua e na confian-ça recíproca, predispõem à busca permanente de aperfeiçoamento na produção, embora não favoreçam o segredo industrial. Há pouco es-paço para o aparecimento continuado de novas gerações empresariais. Qualidade e lealdade do consumidor são os elementos-chave da estraté-gia competitiva.

A abordagem sobre as variedades de capita-lismo assinala que as políticas públicas tendem a ser igualmente afetadas pelas características do ambiente institucional7. Assim, nas formas li-berais o predomínio do mercado nos processos de coordenação tornaria as empresas mais sen-síveis a incentivos propriamente financeiros, ao passo que, nas formas coordenadas a presença de associações vigorosas, capazes de assegurar a lealdade de seus membros para ações con-certadas, favorece o desenvolvimento de dis-posições cooperativas por parte das empresas sem que o impacto sobre os custos seja tomado como a variável mais importante. No limite, diver-sos instrumentos de política industrial e tecnoló-gica são usados indiferentemente por todos os países, porém nas formas liberais os incentivos fiscais e subsídios tendem a dispor de maior re-levância, além de políticas como as compras go-vernamentais, que permitem a redução da incer-teza nos investimentos privados, por intermédio de mecanismos de mercado. Nas formas coorde-nadas é mais provável que prosperem programas de cooperação entre as empresas, e destas com o Estado, para o alcance de determinadas metas,

7 Diferentes dimensões da ordem institucional e do sistema político são tratadas como com-plementaridades institucionais, que se articu-lam aos domínios interativos apontados acima, reforçando-os. Assim, modelos políticos mais consociativos seriam tendencialmente afeitos às economias coordenadas, ao passo que nas formas liberais predominariam sistemas em que o poder de agenda e de decisão do Executivo é mais acentuado. Do mesmo modo, sistemas de proteção social amplos e reduzidos conectar-se--iam, respectivamente, às formas coordenadas e liberais (HALL E SOSKICE, 2001).

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não obstante a ocorrência de incentivos financei-ros imediatos.

Não é nosso objetivo propor mais uma tipolo-gia, dentro do interminável debate, no qual tem se enredado boa parte da produção intelectual que aponta diferentes configurações na econo-mia capitalista. A abordagem sobre as variedades de capitalismo vale aqui como um instrumento heurístico para identificar, a partir das dimensões interativas apontadas acima, diferentes configu-rações nacionais, tomadas não como estruturas holísticas, estáticas, mas, tão-somente, como ambientes derivados de escolhas efetuadas em condições determinadas, que geram incentivos para o apego dos atores sociais à sua permanên-cia, porém abertos à mudança, notadamente em situações de crise, a partir da orquestração de coalizões, que podem estabelecer novas configu-rações (DELGADO et alii 2010, 2011a); GOURE-VITCH, 1986)8. Ademais, adicionamos à formula-

8 Autores vinculados à abordagem têm buscado enfrentar a objeção que aponta sua dificuldade em lidar com a mudança. Thelen e Streeck ex-ploraram as possibilidades de mudança consi-derando os interesses dos atores em situações de punctuated equilibrium (THELEN E STREECK, 2005). Vivien Schmidt (2006) objetou tal preten-são assinalando que a articulação entre a rational choice (associada à ênfase nos interesses dos atores) com o institucionalismo histórico (asso-ciada à identificação de situações de punctua-ted equilibrium), tenderia ao fracasso por força do caráter fixo das preferências para a rational choice e da noção de path dependance para o institucionalismo histórico. Sugere, então, que se dê mais atenção às ideias e aos discursos para análise da mudança no âmbito das variedades de capitalismo. Noutro momento, Peter Hall (2007) salientou que as variedades de capitalismo não podem ser tomadas como um elenco fixo de ca-racterísticas institucionais, mas como trajetórias abertas à mudança. Na verdade, o autor assinala, em análise sobre as alterações verificadas em di-versos países nas últimas décadas, como pres-sões exógenas são absorvidas no âmbito das va-riedades, levando a mudanças pontuais, sem que a articulação interna de seus elementos efetiva-mente se modifique. Reforça-se, pois, a objeção de Boyer, segundo a qual a abordagem sobre as variedades de capitalismo só concebe a mudan-ça a partir da ocorrência de pressões exógenas, ao contrário da teoria regulacionista, que destaca as crises estruturais que afetariam os diferentes modos de regulação. Há que se registrar, por fim, o trabalho de Hall e Thelen, que destacam o pa-pel das coalizões na estabilidade e na alteração

ção original o Estado e a inserção das economias nacionais no mercado mundial como domínios interativos de relevo para a operação das firmas9 (DELGADO et alii 2010, 2011a). De fato, o Estado é uma instituição decisiva ao enforcement dos elementos que compõem o ambiente em que tal operação se realiza, em qualquer variedade de capitalismo, bem como as políticas desenvolvi-das por seus titulares e agências afetam de for-ma crucial as decisões empresariais (POLANYI, 1980; OFFE E RONGE, 1984; HANCKÉ, RHODES E THATCHER, 2007; SCHMIDT, 2006). Além disto, as diferentes modalidades da presença econômi-ca do Estado interferem nas características dos diversos domínios interativos apontados por Hall e Soskice, em especial a governança corporativa nas empresas. Por fim, o gasto público, mesmo nas formas liberais, é fundamental nas configu-rações da demanda e da estrutura do mercado. Por seu turno, as firmas operam em ambientes econômicos nacionais mais ou menos abertos, mais ou menos protegidos, além de localizados em posições centrais, periféricas ou semiperifé-ricas da economia mundial, conforme a presença de atividades econômicas que encerram maior potencial inovativo, o que torna decisivo para as

de diferentes arranjos institucionais, apontando como mecanismos através dos quais a mudança pode ocorrer os processos de defecção, reinter-pretação e reforma (HALL E THELEN, 2008).

9 A incorporação do Estado em trabalhos poste-riores ao de Hall e Soskice, no âmbito da aborda-gem sobre as variedades de capitalismo, efetuou--se, em alguns casos, para indicar a presença de uma variedade estatista, em contraste com as for-mas liberal e coordenada, bem como para salien-tar diferentes modalidades de presença do Esta-do. Vivian Schmidt, apontando a França como pa-radigma da variedade estatista, assinala que nes-ta a presença do Estado é dirigista, em contraste com seu papel capacitador nas formas coorde-nadas e normativo nas formas liberais (Schmidt, 2006). Em direção assemelhada, seguem Becker (2011) e Hancké, Rodhes e Thatcher (2007) que, considerando duas modalidades de relação entre Estado e economia (influência direta X regulação) e dois padrões de articulação dos interesses em-presariais (fragmentada X organizada), indicam a presença de quatro padrões de coordenação: estatista (influência direta e fraca organização em-presarial), compensatório (influência direta e forte organização empresarial), normativo (regulação estatal e fragmentação empresarial), negociado (regulação e forte organização empresarial).

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estratégias empresariais a inserção internacional das economias nas quais estão sediadas as fir-mas (ARRIGHI, 1997) 10.

Tais elementos não podem ser desconside-rados na análise das modalidades de interação estratégica das empresas. Daí a importância de complementar a abordagem das variedades de capitalismo com a incorporação, em seu marco analítico, do Estado e da posição das economias nacionais na ordem mundial. É o que se faz nes-te trabalho. A partir daí, apresentamos, mais à

10 A inserção internacional no âmbito das dife-rentes abordagens sobre as diversas configura-ções institucionais que envolvem a economia ca-pitalista tem destacado, principalmente, o impac-to da globalização e do aparecimento de espaços institucionais supranacionais (HOLLINGSWORTH E BOYER, 1997; HALL, 2007). Um debate impor-tante, associado a este relaciona-se ao espaço possível para o desenvolvimento, no marco regu-latório definido pela criação da OMC (SHADLEN, 2009; CHAVES et al, 2007). Pouca atenção tem sido dada as diferentes posições ocupadas pelas economias nacionais na divisão internacional do trabalho. Becker (2007) menciona o trabalho de Nölke e Vliengenhart, que apontam a existência de uma modalidade dependente de capitalismo, a partir de considerações sobre o papel das mul-tinacionais e do investimento estrangeiro. Busca-mos aqui valermo-nos da trilha aberta pelos tra-balhos de Wallerstein, com base nas sugestões de Arrighi. A inserção das economias nacionais no mercado mundial é considerada, pois, levan-do-se em conta sua dimensão, seu grau de aber-tura, os índices de proteção, além do peso das atividades de maior intensidade tecnológica na produção interna e das manufaturas nas expor-tações. O grau de abertura leva em conta o peso das exportações e importações no PIB. Os índi-ces de proteção considerados foram os apresen-tados pelo Banco Mundial (ver anexo), no limite os que estão disponíveis para uma comparação mais abrangente, embora controversos, uma vez que não levam em conta subsídios domésticos e o câmbio. Por fim, consideramos o peso das atividades de média e alta tecnologia na produ-ção doméstica e das manufaturas nas exporta-ções para indicar se a economia nacional ocupa um lugar central (peso elevado das atividades de maior intensidade tecnológica e das manufaturas nas exportações), semiperiférica (equilíbrio entre atividades de maior intensidade tecnológica e de entre manufaturas e produtos primários nas exportações) ou periférica (predomínio das ativi-dades de baixa intensidade tecnológica na pro-dução doméstica e dos produtos primários nas exportações). Para mais detalhes, ver Delgado et alii (2011a).

frente, um quadro comparativo que permita a identificação dos elementos mais significativos nos processos de interação estratégica das em-presas, considerando, nos países selecionados, os padrões predominantes de a) financiamento e governança corporativa, b) relações industriais, c) qualificação da mão de obra, c) relações em-presa – empregados, d) relações inter-firmas, e) intermediação de interesses entre Estado e em-presariado, f) inserção da economia nacional na ordem mundial. Antes disto, no Quadro 1 são apresentados os diferentes domínios da aborda-gem sobre as variedades de capitalismo, com as retificações que apontamos acima, seus padrões representativos e os efeitos que acarretam sobre a performance das empresas.

Os BRICs, em especial a Rússia, a Índia e a China, países sobre os quais este trabalho se debruça, não têm sido, propriamente, objeto de tratamento destacado nas abordagens que sa-lientam as diferentes configurações em que se ordena a economia capitalista, em especial estu-dos que se ancorem nas formulações de Hall e Soskice. Esta pequena incidência, em parte, as-socia-se à matriz européia de tal reflexão, aponta-da acima. Por outro lado, a própria caracterização das economias da Rússia, da Índia e da China como capitalistas, é objeto de controvérsias, por força do peso que nelas têm o setor produtivo estatal e, no caso da Índia (e, em boa medida da China), de um setor agrário de subsistência. De todo modo, a existência de firmas privadas ou públicas expostas à competição através do mer-cado e a presença de um mercado de trabalho, ainda que não inclua a totalidade da força de tra-balho, permite tratá-las como tal (BECKER, 2011), mesmo a China, ainda que a retórica oficial re-cuse o qualificativo capitalista. Neste caso, vale a sentença de Marx, segundo a qual “não pode-mos julgar um indivíduo [ou um país] pelo que ele pensa de si mesmo (...) é necessário explicar esta consciência pelas contradições da vida material” (MARX, 1974, 29).

No caso russo, a presença de uma variante patrimonialista de capitalismo no país tem sido apontada por Vasileva (2011), que se vale da ti-pologia proposta por Becker (2011). Ao destacar a relação entre Estado e sociedade na Rússia, Vasileva sugere a existência de duas fases no desenvolvimento do capitalismo russo desde o colapso da União Soviética. A primeira, vigente até 1998, seria marcada pela tendência à afirma-

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 19

ção de postulados liberais, em virtude do proces-so de privatização e desregulamentação da era Yeltsin, conquanto acompanhado de processos de captura do Estado pelas novas elites empre-sariais que surgem de dentro da velha nomenkla-tura. A segunda fase, inaugurada com a ascensão de Putin, seria marcada pela retomada da capa-cidade de direção do Estado, erodida no período anterior, combinando um reforço inicial da regras legais favoráveis à expansão dos negócios priva-dos, com a crescente afirmação da autoridade do presidente da República e do aparato de Estado, que age em muitos casos discricionariamente, além da reestatização de diversas empresas. En-tre os elementos liberais e estatais apontados, subsistiriam os elementos patrimonialistas, de longa tradição na Rússia, envolvendo clientelis-

mo e favoritisno no trato das questões econômi-cas por aqueles que ocupam posições de relevo na máquina pública.

Sobre a Índia são virtualmente ausentes os estudos que se vinculem às abordagens elenca-das até aqui. Mazumbar (2010) observa que tais enfoques levam em reduzida consideração os ambientes em que as diferentes configurações se manifestam e as trajetórias específicas em que a economia capitalista se forma. No caso da Índia, as peculiaridades de sua inserção na ordem co-lonial britânica e a maneira como foi enfrentada a questão agrária no país resultaram na presença de um ambiente em que, apesar da magnitude da população indiana, a demanda interna é insufi-ciente para as empresas, dada a presença de um setor agrário pouco desenvolvido, escassamen-

Quadro 1 - Variedades de Capitalismo: domínios interativos e efeitos institucionais

Domínio interativo Padrões Representativos Exemplos de efeitos na Performance

Governança Corporativa

- Bancos/mercado de ações/

autofinanciamento/financiamento público

- predomínio das gerências/predomínio dos

shareholders/predomínio de stakeholders

- padrões de investimento

- estratégia das firmas

- investimento em qualificação

- inovação

Relações Industriais-Conflitivas/cooperativas

- pluralistas/corporativistas

- níveis de flexibilidade do

mercado de trabalho

- padrões salariais

- nível de emprego

Relações entre as firmas

- coordenação

- mercado

- hierarquia

- redes

- padrões de concorrência

- governança corporativa

- inovação

Qualificação

- Estatal

- Mercado

- associações

-firmas

- distribuição de rendimentos

- organização do trabalho

- inovação

-relações industriais

- estratégia da firma

Relação com os

empregados

- conflitiva

- cooperativa

- relações industriais

- estratégia da firma

- governança corporativa

- inovação

Relação com o Estado

- corporativa

- pluralista

- predatória

- estratégia da firma

- padrões de investimento

- atividades de qualificação

- inovação

- relações industriais

Relação com o mercado

mundial

- aberta/fechada

- hegemônica/central/semiperiférica/

periférica

- estratégia da firma

- inovação

- governança corporativa

- padrões de concorrência

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20 Política Industrial na Rússia, Índia e China

te integrado à economia nacional e ao mercado mundial, ao qual se adiciona um vasto mercado in-formal. Os grandes grupos empresariais indianos operam, pois, num cenário marcado por sua baixa integração ao conjunto da sociedade indiana, tor-nando insuficiente a caracterização do capitalismo no país a partir dos critérios usualmente utilizados pelas abordagens apresentadas acimas.

Na China, elementos de estatismo e patrimo-nialismo foram apontados na ordenação de sua economia, dada a importância do setor público e da direção estatal e de alguns indicadores (per-cepção da corrupção), que sugerem a presença de relações clientelísticas (BECKER, 2011). Valen-do-se especificamente das formulações de Hall e Soskice, destaca-se o trabalho de Witt (2010), que identifica a presença de elementos liberais na economia chinesa. Consideremos mais deti-damente seu argumento.

Na análise de Witt, a maior parte das esfe-ras da economia política chinesa, nos termos da formulação de Hall e Soskice (2001), é estrutu-ralmente mais assemelhada às configurações do tipo liberal que as do tipo coordenado. A exceção é o financiamento das empresas, dada a impor-tância dos bancos, que aproximariam a econo-mia chinesa do tipo coordenado. Contudo, como o acesso aos bancos é reduzido entre as em-presas privadas, que se valem basicamente do autofinanciamento, o padrão, neste caso, seria sui generis, e não coordenado, uma vez que tais empresas já alcançariam, em 2007, 75% das fir-mas chinesas, 50% do total do emprego, 32% do investimento fixo e 45% do valor agregado em 1988 (WITT, 2010). Nas demais dimensões ha-veria uma forte inclinação para a variante liberal na China. É o caso da governança corporativa e das relações com os empregados, marcadas pelo elevado poder da direção, em contraste com os padrões consensuais de direção das firmas no tipo coordenado. As relações industriais, seriam marcadas por crescente precariedade, encoberta pela presença de associações abrangentes patro-nais e de trabalhadores, porém fragmentadas em sua atuação local, além de submetidas ao con-trole do Estado e do partido comunista, que lhes retiraria a representatividade efetiva. Processos de qualificação tendem a reforçar elementos ge-néricos, não a especialização, reforçando-se pela reduzida disposição das firmas em promovê-las em função da precariedade das relações de tra-balho. Nas relações inter-firmas, Witt admite que

a presença de articulações assemelhadas aos distritos industriais europeus e de joint ventures entre as empresas chinesas e as multinacionais indicaria a eventual importância de elementos de coordenação entre firmas para transferência de tecnologia, mas salienta a baixa efetividade da atuação das associações e a crescente autono-mia das empresas, inclusive as multinacionais, no cenário chinês como uma tendência a fortale-cer o perfil liberal da economia do país.

Conquanto instigante, o trabalho de Witt evi-dencia alguns problemas derivados da ausência de uma dimensão como o Estado no modelo pro-posto por Hall e Soskice. Witt toma como clara a definição do caráter das firmas na China, onde as empresas privadas relevantes são as township and village enterprises, nas quais é significativo o papel dos funcionários do PC na gestão (BECKER, 2011). Por seu turno, assinala que a indicação das direções das estatais pelo Estado favoreceria a ausência de negociação e consenso na direção das empresas, tal como é no modelo liberal, mas deixa de esclarecer que a relação de executivos e acionistas é totalmente diversa daquela presente nas formas liberais, em que a pulverização da pro-priedade reforça o poder da gerência, condicio-nada ao desempenho no mercado, ao passo que na China a sanção do mercado aos executivos se combina à autoridade do Estado, fixando-se, pois, num padrão diferente das formas liberais e coor-denadas. O destaque conferido à precariedade das relações de trabalho e do perfil generalizante da qualificação são aspectos importantes destaca-dos, A primeira, contudo, não é estranha à varian-te estatal apontada por algumas formulações, e, na China, vem acompanhada de forte presença de associações controladas pelo Estado (sindicatos), na promoção da disciplina nas firmas, por meio de mecanismos de emulação ideológica, não só através de mecanismos de mercado (DELGADO et alii, 2011b). Por fim, conquanto os processos de coordenação mercantis sejam crescentes na China, o peso do financiamento público, do setor produtivo estatal, da influência estatal na direção das empresas, da regulação estatal da economia privada, das metas fixadas pelos programas esta-tais, que circunscrevem a atuação das empresas, operando como mais um mecanismo de coorde-nação, não deixariam qualquer dúvida sobre o ca-ráter não liberal da economia chinesa. A não ser, é claro, se o Estado for uma variável ausente, como o é nas formulações originais de Hall e Soskice.

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 21

Importa, ainda, efetuar dois registros, um so-bre a objeção de Mazumdar, apontada acima, às formulações sobre as variedades de capitalismo, outro, já cotejado, sobre a sua utilização no estu-do de economias em que é forte a presença do setor produtivo estatal.

No primeiro caso, é relevante assinalar que uma abordagem centrada na maneira como as empresas enfrentam dilemas de coordenação não é, naturalmente, suficiente para caracterizar economias em que não é possível considerar a empresa capitalista como única forma de organi-zação das atividades econômicas. Isto vale para todos os países e, naturalmente, em maior escala para aqueles em que formas econômicas tradicio-nais têm grande peso, como é o caso da Índia. Neste caso, é interessante levar em consideração – e ampliar - a proposta de Witt, que enfatiza a possibilidade de, no âmbito nacional, conviverem e se articularem diferentes padrões de intera-ção da empresa com o ambiente (consideradas as dimensões destacadas pela abordagem das variedades de capitalismo), como sugere para o caso chinês, embora, a nosso ver seja importante apontar qual padrão é dominante na regulação do conjunto do espaço econômico nacional11. Além disto, é possível ampliar tal enfoque, uma vez que as variedades de capitalismo necessariamente se apresentam em espaços, tempos e ambientes heterogêneos que afetam a tomada de decisão das empresas, devendo ser considerados para sua explicação. O peso dos segmentos não ca-pitalistas, clivagens étnicas, de casta, ou outras, são variáveis exógenas, cuja importância para o comportamento empresarial e dos agentes polí-ticos só pode ser apurada pela análise empírica, sem, contudo, tornar irrelevante a identificação de determinados padrões em que as firmas en-frentam seus dilemas de coordenação.

Por fim, sobre a possibilidade de usar a abor-dagem sobre as variedades de capitalismo em economias com forte setor estatal, importa as-sinalar que nela está explícita a indicação de que a economia capitalista se apresenta segundo diferentes configurações institucionais. Se a uti-lizarmos como um recurso heurístico, o que im-

11 Wiit (2011) sugere, também, que o capital social, isto é normas e procedimentos informais sejam considerados em análises sobre as varie-dades de capitalismo, segundo ele muito apega-das a disposições formais, cuja efetividade não é garantida.

porta é seu papel como guia na identificação de diferentes padrões de coordenação, tendo como objeto a forma como as empresas enfrentam os dilemas que envolvem os problemas de finan-ciamento e governança corporativa, de relações industriais, de qualificação, de relação entre dire-ção e empregados, de relação com outras firmas, de relação com o Estado, bem como aqueles de-rivados da relação entre as economias nacionais e o mercado mundial. Assim, qualquer economia que tenha a empresa como uma de suas unida-des constitutivas (e analíticas) poderá ser estu-dada segundo as lentes da abordagem sobre as variedades de capitalismo.

Apresentamos, em seguida, as principais ca-racterísticas dos domínios interativos da aborda-gem sobre as variedades de capitalismo para a Rússia, Índia e China, com as retificações efetua-das neste trabalho.

Na Rússia predomina o financiamento deriva-do de entes públicos, não obstante o crescimen-to da participação da captação de recursos nos mercados de capital do exterior. No que se refere à governança corporativa é possível destacar a elevada concentração da propriedade, a presen-ça expressiva do Estado no controle acionário das empresas de setores estratégicos, a reduzi-da autonomia dos executivos, apesar de esfor-ços recentes em direção contrária, e a limitada participação dos trabalhadores na gestão (PO-MERANZ, 2009; BORODINA, SHVYRKOV, BOU-IS, 2010; ARRIGO, CASALE, 2010; GUIMARÃES, FERREIRA, 2007; ADACHI, 2010; KRYVOI, 2010; DOLGOPYATOVA, IWASAKI e YAKOVLEV, 2009; LAZAREVA et al, 2010; FORTESCUE, 2006). As relações industriais são marcadas pela presen-ça de sindicatos múltiplos, mas pouco afeitos à ação reivindicativa; pela existência de restrições significativas aos processos de demissão; pela prevalência de contratos coletivos, mas em níveis diversos, que dificultam a orquestração de arran-jos abrangentes entre as empresas e os trabalha-dores; pela restrição ao direito de greve (LYUTOV, 2001; ASHWIN & CLARKE, 2003). Processos de qualificação são nacionalmente regulados, mas atribuídos às empresas, com reduzida incidência de ação governamental. As relações entre a dire-ção das empresas e os empregados não parece ser marcada pela cooperação, apesar das restri-ções a processos de demissão e da exigência de que esta ocorra em processos de qualificação, por força dos limites impostos à participação dos

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22 Política Industrial na Rússia, Índia e China

empregados, admitida apenas na definição de normas relativas ao contrato e aos processos de trabalho. A relação entre as firmas é circunscri-ta pela regulação estatal das atividades estraté-gicas, mas é possível identificar o crescimento de joint ventures envolvendo empresas russas e multinacionais (GUIMARÃES, FERREIRA, 2007). A relação entre empresas e o Estado é fortemen-te marcada pela regulação pública do forneci-mento de bens e pela fixação de preços em ati-vidades como energia, petróleo e gás, centrais na economia do país, bem como pela presença de organismos de intermediação circunscritos pelo Estado, mas é possível observar o apareci-mento de formas pluralistas, inclusive o lobby. A Rússia é uma economia medianamente aberta e protegida, fortemente especializada na exporta-ção de commodities, com indicadores reduzidos de inovação, o que a aproximaria da condição de economia semiperiférica, no que refere à relação com a economia mundial, mas dotada de indica-dores sociais próximos dos países centrais.

Na Índia prevalece o financiamento bancário, especialmente o público. O país é marcado por uma modelo de governança corporativa em que pontifica a concentração da propriedade, pelo predomínio dos acionistas majoritários, de perfil familiar, sobre a gerência e pela ausência de tra-balhadores na gestão (BORODINA, SHVYRKOV, BOUIS, 2010; PRASAD, 2006; CHAKRABARTI, 2008; VARMA, 1997; ARRIGO, CASALE, 2010). As definições legais sobre as relações industriais são enviesadas pela elevada informalidade do mercado de trabalho, além de revelarem grande flexibilidade: prevalência de contratos individu-ais, legislação descentralizada e de baixa efeti-vidade, sindicatos fracos, facilidade para demis-são, conquanto haja estímulo legal à negociação (JUTTING & LAIGLESIA, 2009; NAGARAJ, 2008; PAYCHEC, 2010; SILBER, 2004). Não foram en-contrados registros de medidas abrangentes para regular os processos de qualificação, que parecem limitados às iniciativas de empresas de maior intensidade tecnológica. O mesmo ocorre nas relações da empresas com os empregados, embora as reduzidas restrições à demissão su-giram a pequena incidência da colaboração, em-bora esta possa ocorrer em setores específicos. Há poucas informações sobre processos de co-laboração entre firmas, embora a organização de joint ventures com multinacionais seja expressi-va (DUTZ, 2007). A relação das empresas com o

Estado tende a combinar a aproximação direta, naqueles setores objeto de políticas prioritárias, com organismos circunscritos pelo Estado. Na relação com a economia mundial a Índia apare-ce como uma economia medianamente aberta e protegida, com presença expressiva de manufa-turados nas exportações (embora bem abaixo da China e dos países centrais), reduzida capacida-de de inovação tecnológica (confinada a setores específicos), o que a aproxima das economias semi-periféricas. O IDH é o pior entre os BRIC, mas seu índice de Gini aproxima-se daqueles exi-bidos pelos países centrais, embora esta infor-mação não reflita, como já assinalado, o impacto provável dos elevados índices de informalidade do mercado de trabalho.

Na China o financiamento público é predomi-nante, embora o autofinanciamento seja expres-sivo nas empresas locais. Seu modelo de gover-nança corporativa é marcado pelo predomínio da propriedade estatal, embora fragmentada, exibindo reduzida autonomia dos executivos, ain-da que crescente nos últimos anos. Há normas estabelecendo a possibilidade da participação dos trabalhadores na gestão das empresas, mas no âmbito de um padrão fortemente hierarquiza-do (BORODINA, SHVYRKOV, BOUIS, 2010; AYY-GARI, DEMIRGUÇ-KUNT, 2008; CLARKE, 2008; SCOTT et al., 2003; YU, 2007; WEI-AN, 2008; CHEN, 2005). As relações industriais são objeto de legislação detalhada que encobre, todavia, a presença de relativa flexibilidade nos processos de contratação e demissão, apesar do estímulo à negociação. Sindicatos submetidos a controle vertical e orientados por recursos mobilizadores estão voltados para acentuação da disciplina e da integração social. Subsistem restrições elevadas aos conflitos trabalhistas, com virtual proibição do direito de greve. Os processos de qualifica-ção são centralizados, mas há dispositivos que obrigam as empresas a eles se integrarem. A relação entre empresas e empregados, apesar da reduzida segurança dos contratos, é carac-terizada pela indução à colaboração através de organismos como as comissões sindicais e o sentido de missão que se atribui ao desempenho das firmas, envolto nos dispositivos que emanam do discurso socialista oficial. A relação entre as firmas na China é circunscrita pela regulação e planejamento estatais, mas é crescente a ope-ração dos mecanismos de mercado, bem como as joint ventures envolvendo empresas chinesas

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 23

e multinacionais (SCOTT et al., 2003). A relação com o Estado se processa através de fóruns que articulam o governo às empresas no âmbito das agências públicas, mas é possível observar um embrionário pluralismo. Por fim, a China, na rela-ção com a economia mundial, aparece como uma economia extremamente aberta, com níveis de proteção declinantes, embora os indicadores do Banco Mundial não captem o impacto do câmbio na proteção ao mercado interno e estímulos às exportações. Sua estrutura econômica é bastan-te desigual, mas o setor industrial tem adquirido peso destacado, assim como as manufaturas nas exportações. A dimensão de sua economia e a participação no mercado mundial tornam-na um dos mais importantes players na ordem mundial contemporânea, mas seus indicadores de renda, de condições sociais e de inovação permitem de-fini-la como, ainda, uma economia semiperiféri-ca, embora revelando um enorme potencial para a superação desta condição.

No quadro 2, a seguir, são sintetizados os ele-mentos até agora descritos.

Quadro 2 - Domínios Institucionais das Variedades de Capitalismo

Domínio Institucional

Rússia Índia China

Padrões/Traços Padrões/Traços Padrões/Traços

Financiamento Financiamento Financiamento

Governança Corportiva

- o governo é o maior investidor.- propriedade privada busca ampliar captação no mercado de capitais internacional.

- bancos privados e bancos de desenvolvimento do governo.

- Financiamento informal e com bancos do governo.

- predomina a propriedade estatal.

Relação com os stakeholders Relação com os stakeholders Relação com os stakeholders

- Propriedade concentrada.- Predomínio dos proprietários sobre a gerência, sendo o governo o principal acionista em setores estratégicos.- Conflitos de interesses principalmente nas empresas controladas pelo governo.

- Propriedade concentrada.- Predomínio dos acionistas majoritários sobre a gerência.- Conflitos de interesses residem principalmente na pouca proteção aos acionistas minoritários.

-Propriedade bem dividida (?), mas com grande influência do governo.- Predomínio dos proprietários sobre a gerência, sendo o governo o principal acionista- Conflitos de interesses nas empresas controladas pelo governo.

Relação de autoridade Relação de autoridade Relação de autoridade

- Não há participação efetiva de empregados/ trabalhadores no processo decisório, embora a lei a preveja sob certas condições.- Participação de servidores públicos (gestores) indicados pelo governo na decisão das empresas estatais.

- Não há participação efetiva de empregados/ trabalhadores no processo decisório, embora a lei a preveja sob certas condições.

- A participação é condicionada a uma cultura extremamente hierarquizada e vertical.

- Governo ainda tem muita influência nas empresas, apesar do aumento de acionistas estrangeiros ocidentais.

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24 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Domínio Institucional

Rússia Índia China

Padrões/Traços Padrões/Traços Padrões/Traços

Relações Industriais

Remuneração e legislação do salário mínimo

Remuneração e legislação do salário mínimo

Remuneração e legislação do salário mínimo

- Salário nacional e regional. O governo federal pode estabelecer um conselho tripartide ou bipartide para consultas sobre o salário mínimo.

- Garante uma taxa de remuneração mínima ao trabalhador, mas há grande flexibilidade- Não há obrigatoriedade de seguir determinação federal

- Salário regional. Não há um padrão federal de salário mínimo.

Processos de contratação e natureza do contrato de trabalho

Processos de contratação e natureza do contrato de trabalho

Processos de contratação e natureza do contrato de trabalho

- Individual e/ou coletiva. Contratos coletivos podem ser firmados ao nível geral, regional, industrial, inter-industrial.- Um único acordo coletivo pode ser criado dentro da empresa

- Contratos individuais

- Os contratos são divididos em três tipos: contratos de prazo determinado, contratos por tarefa, por prazo indetermidnado - Os contratos coletivos podem ser firmados em função da região ou da área de atuação

Estrutura sindical Estrutura sindical Estrutura sindical

- Independência formalmente garantida - “Sindicato Primário”, aquele que age dentro da empresa, A adesão dos trabalhadores ao sindicato é opcional.- União por área de atuação, localização geográfica, ou outro tipo de relação.

- Sindicatos fracos, com obrigações de registro, prestação de contas e direito de fusão com outro sindicato- Mínimo de metade dos membros precisam estar trabalhando em empregos fora da organização

- Sindicatos tem “missão”oficial de defesa do “patriotismo” e do “socialismo” - As organizações sindicais de todo o país formam a Federação chinesa dos Sindicatos, único permitido no país.

Processos de demissão Processos de demissão Processos de demissão

- Indeniza-se a demissão em caso de falência, redução de pessoal, problemas de saúde, na recusa do trabalhador em mudar-se para outra localidade, envio para o exército ou outra atividade civil, ou pontos específicos de contratos coletivos ou sindicais- Litígio: comissão de liquidação de disputas trabalhistas, podendo existir “Arbitragem Industrial.-Greves devem ser comunicadas com antecipação.

- Poucas restrições, mas em empresas com mais de 100 empregados, o Governo pode exigir a formação de um Comitê de Trabalho, composta por representantes dos trabalhadores e empregadores em igual número a fim de que reduzir conflitosLitígios: o Governo pode designar oficiais de Conciliação, bem como criar Câmaras de Conciliação, Tribunais de Inquérito ou de Trabalho

- Aviso prévio de 30 dias ou a remuneração de 1 mês.- Litígio: apesar da preferência pela conciliação, o empregado pode, em caso de não remuneração, pedir a condenação do empregador na Corte do Povo local.- A empresa pode criar uma Comissão de mediação de disputas trabalhistas para atuar dentro da empresa, - Comissão de Arbitragem de disputas trabalhistas é feita por cidades,municípios ou distritos.

Relação entre empresa e sindicatosRelação entre empresa e sindicatos

Relação entre empresa e sindicatos

- Direito de consulta aos atos normativos do empregador e de discordância sobre os mesmos. - Direito de greve precário, apesar de lega;l, apenas resolver litígios coletivos, não sendo permitida em casos de solidariedade, de protestos contra políticas públicas. - Greve vedada a ferroviários e agências internas do governo.

- Direito de negociação coletiva seja salvaguardado na lei,mas não há obrigação do empregador de reconhecer um sindicato ou participar da negociação coletiva.- Normas descentralizadas

Não há direito de greve . Pena de prisão relacionada a episódios de ordem trabalhista, com “reforma através de trabalho” e “reeducação através do trabalho”

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 25

(continuação) Quadro 2 - Domínios Institucionais das Variedades de Capitalismo

Domínio Institucional

Rússia Índia China

Padrões/Traços Padrões/Traços Padrões/Traços

Relações Inter-firmas

- Via mercado de capitais, as empresas participam da propriedade de outras.

- São permitidas relações diretas entre as empresas fornecedoras e compradoras no mercado externo, inclusive a formação de joint ventures

- Cooperação se dá através do mercado de capitais.

- Joint ventures

- Cooperação extensiva é vista como prejudicial à livre concorrência

- regulação e plenejamento estatais- Joint ventures

Qualificação

- A cargo do empregador - estipula a necessidade de reciclagem ou qualificação.- Obrigatoriedade de intercalar o trabalho com o curso de qualificação- empregador deve subsidiar bolsa de estudo.

Não foram encontradas informações específicas nessa área.

- Obrigação das Organizações de Serviço de Trabalho, sob as ordens do Departamento Administrativo do Trabalho.- Organizações não ligadas ao departamento podem prestar serviços de formação, desde que aprovados pelo Departamento

Relações com os empregados

- Participação na elaboração de contratos coletivos e discussão de aperfeiçoamento que interferem diretamente com os trabalhadores- consultas sobre leis e normas locais acerca do trabalho.

Não há informações nessa área.

- Em caso de empresas estatais, é garantido aos empregados, principalmente através da comissão sindical, participarem de operações e gestão- Sem obrigação de participação nas empresas privadas.

Relação com o Estado

- Forte presença reguladora do Estado em atividades estratégicas.- Combinação de fóruns circunscritos pelo Estado e pluralismo emergente

- Contato direto Estado e firmas mais dinâmicas- Combinação de fóruns circunscritos pelo Estado e pluralismo

- Predomínio da intermediação circunscrita pelo Estado.- Pluralismo incipiente e localizado

Relação com o mercado mundial

- Economia medianamente aberta e protegida- Especialização em commodities- Perfil semiperiférico

- Economia medianamente aberta e protegida- Inserção no mercado mundial em nichos tecnológicos- Perfil semiperiférico

- Economia aberta, com proteção declinante- Inserção diversificada e com peso elevado no mercado mundial- Perfil semiperiférico

Elaboração dos autores.

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26 Política Industrial na Rússia, Índia e China

2.1) Governo e Empresariado

Se, como vimos, o objetivo central de qual-quer política industrial é, através da alteração dos preços relativos e da redução da incerteza, estimular o investimento em intensidade e dire-ção compatíveis com os objetivos definidos pelo Estado, faz parte da ordenação do processo de construção da política industrial, a definição de canais de interlocução entre o Estado e o empre-sariado que permitam calibrar as metas e objeti-vos das políticas com as percepções e interesses do empresariado.

A presença de uma burocracia de perfil we-beriano no âmbito do Estado e de organizações abrangentes de representação do empresariado tem sido apontada como o arranjo mais favorável à mitigação das possibilidades de conluios pre-datórios entre o Estado e o empresariado, bem como à elevação das disposições de colaboração deste último com a efetivação das políticas in-dustriais (SCHNEIDER, MAXFIELD e HAGGARD, 1997; EVANS, 1992 e 2004). O cenário oposto, de predomínio de arranjos clientelistas na estru-tura burocrática, combinado à fragmentação da representação empresarial, por seu turno, difi-culta a formulação de políticas e a colaboração empresarial, estimulando comportamentos pre-datórios12. Todavia, nas situações intermediárias,

12 No capítulo 3 discorremos mais detidamente sobre a perspectiva neo-utilitarista, que toma a ocorrência de processos predatórios como ine-rente a qualquer parceria entre Estado e empre-sariado. Como veremos, conquanto relevante para a fixação de cautelas na operação de tais parcerias, ela serve pouco para uma discussão positiva das políticas industriais. Ademais, tende a subestimar a eficácia dos arranjos institucio-nais na definição das preferências dos atores e no controle dos riscos de predação. Ver Tullock (1984). Para uma crítica desta perspectiva, ver Chang (1994, 2002) e Evans (2004).

diversos arranjos podem ser construídos para contornar as dificuldades de formulação e de im-plementação de políticas por parte do Estado e de obtenção da colaboração do empresariado. Agências insuladas no Estado, combinadas a es-truturas setoriais de representação do empresa-riado favorecem a definição e implementação de políticas seletivas, ainda que fracamente conec-tadas à perseguição de metas mais abrangentes. Por outro lado, instrumentos como as compras governamentais elevam a capacidade de coorde-nação do Estado, via mecanismos de mercado, ainda que num cenário de reduzida articulação com o empresariado.

A literatura sobre intermediação de interesses destacou o pluralismo e o corporativismo como formatos mais abrangentes dentro dos quais se realiza a articulação entre Estado e empresaria-do13. O primeiro é caracterizado pela presença de associações independentes e competitivas, que disputam a prerrogativa de representação de interesses, sem que esta seja, necessariamente sancionada pelo Estado. Desta forma, raramen-te alcançam status público. O corporativismo, ao contrário, define-se pela presença de entidades abrangentes, não competitivas, que detêm o mo-nopólio a representação setorial. Em sua modali-dade estatal, sua existência e funcionamento são regulados pelo Estado. O corporativismo socie-

13 Schmitter (1979) distingue o corporativismo estatal do societal, o primeiro associado a formas políticas autoritárias e à prevalência do Estado na definição dos mecanismos de intermediação de interesses. As formas societais, por seu tur-no, emergem a partir da crescente convergência dos interesses organizados na sociedade para o Estado, combinando-se a formas políticas demo-cráticas.. A referência fundamental sobre o plura-lismo é Robert Dahl (1968), que vê na poliarquia a imagem ideal de uma ordem social em que é ex-tensa, diversificada e expansiva a articulação de interesses através de associações autônomas.

2. GOVERNO E EMPRESARIADO NA RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA

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tal, por seu turno, desenvolve-se a partir da afir-mação a partir de baixo de entidades abrangen-tes, cuja atuação adquire status publico, a partir de seu envolvimento em fóruns constituídos pelo Estado para formulação e monitoramente de di-ferentes políticas (SCHIMITER & STREECK, 1999).

A dispersão dos interesses empresariais pode favorecer a autonomia do Estado nos formatos pluralistas. Porém, sua atuação tende a ser mar-cada pela passividade, uma vez que opera como o depositário de um interesse geral residual, uma vez que este se constitui pela articulação e agre-gação de interesses, a partir, respectivamente, da atuação das associações de interesses e das disputas e negociações desenvolvidas no siste-ma parlamentar e partidário. Por seu turno, o Es-tado não está imune à penetração de interesses particularistas, que se afirmam através de redes informais e do lobby. Ademais, dada a ausência de processos de intermediação que envolvam de forma permanente as associações empresariais, as políticas públicas e a cooperação do empresa-riado tendem a ser caracterizadas pelas expecta-tivas de ganhos de curto prazo.

Nos formatos corporativos, o interesse geral tende a ser definido de forma substantiva, bem como a parceria entre empresariado e Estado fixada institucionalmente. Todavia, a capacidade das entidades empresariais assegurarem a co-operação de seus membros depende da abran-gência de suas funções e do controle de recursos obtidos na relação com o Estado. Associações que concentram funções diversas como a qualifi-cação e a orquestração de acordos coletivos, ou, ainda, que obtêm funções delegadas do Estado, tendem a dotar-se de maior capacidade para as-segurar a lealdade de sua base do que associa-ções que operam apenas como veículos do ponto de vista dos empresários sobre diferentes temas.

Há, portanto, múltiplas possibilidades de equi-líbrio nos dois formatos e de combinação entre os dois num mesmo arranjo institucional. Além disto, a definição dos objetivos das políticas pú-blicas está associada às coalizões que susten-tam os governos, à ideologia de sua liderança e colaboradores, além de características gerais do sistema político, tais como a relação entre Execu-tivo e Legislativo e a presença de pontos de veto, que afetam as preferências, percepções e estra-tégias dos diferentes atores. Por fim, dispõem de relevo na análise das estruturas de representação do empresariado e de sua relação com o Estado

outras dimensões importantes, como a distribui-ção da propriedade dos ativos entre empresas nacionais, multinacionais e públicas, bem como a natureza da estrutura industrial, envolvendo o porte das empresas e sua distribuição setorial14.

2.2) Governo e Empresariado na Rússia

A profunda transformação observada do leste da Europa à Rússia, com a substituição da econo-mia de comando centralizado por uma economia capitalista, nos moldes ocidentais, produziu uma “reinvenção” na estrutura do governo a partir de Boris Yeltsin. Yeltsin assumiu como Presidente da Rússia em 1991; na ocasião Mikhail Gorbachev permanecia Presidente da União Soviética. Ainda em 1991 ocorreu uma tentativa de golpe de esta-do para substituir Gorbachev e, ao fim do mesmo ano, após várias declarações de independência dos antigos estados, a URSS proclama sua auto--dissolução. Em setembro de 93, Yeltsin tenta dissolver o Parlamento, o congresso é invadido e Yeltsin alçado à condição de liderança forte na Rússia. Seu mandato se inicia em 1993, período das guerras na Chechênia, do gigantesco progra-ma de privatização e da apropriação dos ativos econômicos por muitos ex-dirigentes de estatais em aliança com elementos da máfia russa ou cor-

14 Michal Hall sugere a presença de determi-nadas correlações, envolvendo, por um lado, o predomínio de determinados ativos no meio em-presarial - em associação com certas formas po-líticas -, e, por outro, as coalizões e padrões de intermediação de interesses prevalecentes em diferentes países. Assim, sugere que nos países em que é maior a mobilidade dos ativos e o Exe-cutivo predominante, vão prevalecer processos de barganha em canais corporativos por via de peak associations. Nos países em que prevale-cem ativos fixos e o parlamento é dominante, vão ter destaque formas pluralistas e o lobby. Em situações marcadas pelo predomínio de ativos fixos e executivos fortes, vão se destacar o inter-vencionismo e o planejamento estatais. Por fim, quando prevalecem ativos de maior mobilidade e o parlamento, as coalizões entre atores econô-micos (class-based coalitions) são mediadas pela negociação entre os principais partidos políticos (HALL, 2003). Não efetuamos o teste destas pro-posições nos países estudados, mas é relevante registrar as possibilidades analíticas nelas conti-das. No limite, contudo, tais relações tendem a ser muito mais complexas. A análise de Hall não leva em consideração, por exemplo, a presença de empresas multinacionais.

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porações ocidentais15. Reeleito em 1996, Yeltsin sucumbe diante da crise de 1998, produto da gra-ve situação fiscal, dos enormes gastos de guerra, combinada à crise asiática de 1997 e à queda do preço do barril de petróleo. O pais adotou a mo-ratória, o rublo flutuou e a Rússia esteve sob a ameaça de uma crise bancária.

Yeltsin abdica do cargo ao fim de 1999. Wla-dimir Putin inicia seu período presidencial apos a eleição de março de 2000. Seu governo presidiu um apreciável crescimento econômico, influen-ciado pela retomada do preço do petróleo no mercado mundial e com impacto sobre o conjun-to das atividades, o que favoreceu a recuperação de certa influência na política internacional, dado o aumento de investimento militar e a retórica na-cionalista de Putin. Como parte do programa de reestruturação, o Estado retomou a propriedade da indústria de petróleo e gás com a Gazprom, que tornou-se a maior companhia da Rússia16. A despeito das criticas relativas ao autoritarismo e ao rígido controle do Estado, a posição de Putin foi suficientemente forte para garantir a eleição de Dimitry Medvedv em 2008, ex-chefe do staff presidencial de Putin e então Executivo Chefe da Gazprom. Putin é indicado por Medvedev a Pri-meiro Ministro, permanecendo como uma som-bra sob o governo.

Na Rússia, o Executivo é composto pelo Pre-sidente e o Primeiro Ministro – indicado pelo Presidente e confirmado pelo Parlamento – vices primeiros ministros e ministros de Estado. Além do poder de nomeação e demissão do gabinete, o Presidente é responsável pela política externa, a indicação do Presidente do Banco Central, o co-mando das forças armadas e toda a direção po-lítica do país. Sob sua autoridade é possível pro-por referendos, emendas constitucionais e até dissolver a Câmara Baixa. O chefe do executivo coordena os Ministérios de Assuntos Internos; Defesa Civil, Emergências e Desastres; Relações

15 Vasileva (2011) assinala que, neste período, simultaneamente à erosão da capacidade do Estado, verifica-se sua captura pelos oligarcas russos, contituídos pelos empresários formados a partir do domínios das estatais por antigos bu-rocratas.

16 Em contraste com o período de Yeltsin, Va-sileva (2011) considera o período inaugurado por Putin de subordinação do empresariado russo ao Estado.

Exteriores; Defesa e Justiça. O Primeiro Ministro é o chefe de governo, mas

submetido à autoridade do Presidente. É o gran-de operador do governo, colocando em prática determinações legais e decretos presidenciais. Pode ainda indicar e sugerir demissão de mem-bros do governo (submetendo-as ao Presidente) e distribuir responsabilidades aos ministros e seus subordinados. O atual Primeiro Ministro Pu-tin também coordena a “Comissão para monito-ramento dos investimentos estrangeiros na Rús-sia”, o “Conselho de Competitividade e empresas no governo da Rússia”, a comissão governamen-tal para o orçamento do próximo período fiscal e a comissão de fronteiras. O Premiê coordena os seguintes órgãos governamentais: Ministé-rios de Saúde e Desenvolvimento Social; Cultura e Meios de Comunicação de Massa; Educação e Ciência; Recursos Naturais; Indústria e Co-mércio; Desenvolvimento Regional; Agricultura; Transporte; Tecnologia da Informação e Comuni-cações; Finanças. Além dos ministérios existem órgãos federais sob jurisdição federal – serviço anti-monopólio; aero-navegação; fronteiras; im-postos; monitoramento ambiental; estatísticas; mercados financeiros; supervisão de ambiente, tecnologia e administração nuclear; supervisão de mídia, comunicação e herança cultural; agen-cia federal para o poder nuclear; agencia espa-cial, agencia federal de turismo e agencia para esportes e cultura física.

O poder Legislativo é exercido por duas câma-ras legislativas. A Câmara Baixa (Duma) e respon-sável pela legislação mais geral e tem entre suas atribuições a aprovação do nome proposto para Primeiro Ministro. A Câmara Alta não tem eleição direta. Metade dos seus membros são indicados pelos Parlamentos provinciais e a outra metade pelos governadores das províncias; ela repre-senta as diversas regiões. Finalmente, a Assem-bléia Federal (AF) reúne as duas casas. Todas as propostas precisam primeiro passar pela Duma, a AF vota em seguida, mas não pode mudá-las. Se houver rejeição, forma-se uma comissão de conciliação entre as casas; não havendo acordo, a Duma pode impor sua vontade por dois terços dos votos.

Os órgãos de governo com atribuição direta associada à ciência, tecnologia e política indus-trial são os ministérios de Educação e Ciência, Indústria e Comércio, Comunicações e Desen-volvimento Econômico, todos sob autoridade

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do Primeiro Ministro. Sob a autoridade direta do Presidente, o Ministério da Defesa concentra investimentos militares, ainda que a pesquisa e indústria esteja sob controle do Ministério da In-dústria e Comércio. Entre os mais importantes, o Ministério da Educação e da Ciência regula a política de Estado para a educação, ciência, ino-vação, nanotecnologia e propriedade intelectual, bem como provê o apoio aos alunos integrados ao sistema educacional. Sob sua autoridade en-contram-se o Serviço Federal de Propriedade In-telectual, Patentes e Marcas e o Serviço de Fisca-lização em Educação e Ciência, alem de agências específicas para a educação e a ciência.

Outro ministério importante, o da Indústria e do Comércio tem a obrigação de propor toda a legislação para a indústria, incluindo as áreas de defesa e aviação, alem da responsabilidade pela padronização técnica e metrologia. Suas atribui-ções incluem ainda aplicação de ciência e tecno-logia em defesa e o comércio interno e externo. O poder deste ministério envolve os serviços esta-tais e a gerência das propriedades do Estado em engenharia, metalurgia, química, farmácia, bio-tecnologia, medicina, energia, eletrônica, aérea e naval, comunicação, desarmamento e munições convencionais. Cuida ainda de apoiar a indústria para exportação de bens e incrementar o acesso ao mercado de bens e serviços. Em resumo, toda a regulação e políticas de incentivo passam por este ministério, que também atua nas áreas anti--dumping, de compensação para importação de produtos, adoção de regulação não tarifária, bem como a regulação do comércio externo.

Importa, ainda, mencionar duas esferas, com importante papel na formulação e implementa-ção de políticas industriais na Rússia, que, embo-ra articuladas ao Executivo, não fazem parte do organograma ministerial da Rússia. O primeiro é o Conselho de Segurança, responsável pela ela-boração da política de defesa do país. Como o se-tor, junto ao de energia, dispõe de enorme peso relativo na indústria russa, as definições do Con-selho de Segurança têm impacto direto sobre a política industrial russa, especialmente após a as-censão de Putin, cujo governo sinaliza claramen-te para a retomada de um papel mais relevante, do ponto de vista estratégico, da Rússia no ce-nário internacional. O outro é o Conselho da Pre-sidência da Federação Russa, que, desde 2000, assumiu a atribuição de conduzir os chamados projetos nacionais. Estes, conforme a nota Como

nasceu a idéia dos Projetos Nacionais, presente no site do Conselho, fazem parte do esforço de reverter “desintegração perigosa das instituições do Estado”, os “custos das privatizações”, os “er-ros graves na condução de reformas econômicas e sociais”, que teriam tornado a “última década do século XX” um período de “desmodernização catastrófica e declínio social”. Dentre os projetos definidos, encontra-se o dirigido à área de saúde, com importante impacto na política industrial. Se o Conselho de Segurança é uma esfera do poder central com atribuições específicas, conquanto de repercussões sobre toda a economia russa, as iniciativas do Conselho da Presidência da Fe-deração Russa representam um esforço de recu-perar a as condições de coordenação do Estado russo, num primeiro momento contornando sua perda de capacidade operacional, herdada da dé-cada de 1990, com a concentração, em seu topo, de diversas iniciativas que seriam atribuições de esferas convencionais do governo.

Algumas organizações empresariais apresen-tam destaque, malgrado o poder de agenda do Executivo e a capacidade de pressão das agên-cias governamentais, mesmo quando se consi-dera a redução da capacidade de coordenação do Estado, herança da década de 1990. A União Russa de Industriais e Empresários (criada em 1991) apresenta-se como uma organização represen-tativa de 120 associações regionais da indústria em área-chave como combustível e energia, má-quinas, construção, química, transporte, forneci-mento militar, luz e alimentação. Oficialmente diz ainda representar mais de 300.000 membros nas áreas industrial, científica, financeira e comercial, bem como membros individuais. Como organi-zação, busca propor mudanças legais e envidar esforços para a redução dos tributos, desburo-cratização, desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PME), liberalização comercial e atuação relativa às taxas aduaneiras, sistemas de pensão, políticas de investimento, reforma de monopólios naturais (certamente leia-se aqui o setor petrolífero) e o complexo agroindustrial. Intenta manter contatos regulares com autori-dades federais e regionais para “proteger seus interesses” e promover encontros, simpósios e discussões públicas sobre questões ligadas ao desenvolvimento e apoiar o empresariado na promoção de exportações. É a mais representa-tiva organização privada do país, ainda que con-te também com indústrias de base estatal. Tem

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15 comitês e 17 comissões para incremento de competitividade. Pode ser lida como instituição de lobby e seus presidentes parecem cultivar relações diretas com o poder central. Ela repre-sentaria cerca de 60% do PIB russo (RUSSIAN TODAY, 2002).

Outra organização relevante é a Câmara de Co-mércio e Indústria da Federação Russa, estabelecida em 1991. Também uma organização não governa-mental sem fins lucrativos, estruturou-se oficial-mente para defender as PMEs e as grandes em-presas, envolvendo todos os setores. Propõe-se a promover o crescimento e integração da Rússia à economia internacional; contribuir em larga esca-la para a aplicação de inovações e promoção da economia do conhecimento. Suas preocupações normativas incluem parcerias locais e internacio-nais, a promoção do mercado de bens e serviços, a cooperação entre PMEs e a inovação. Ela é constituída por 170 câmaras territoriais, 200 em-presas em nível federal e 250 em nível regional; pelas 70 maiores companhias e 40.000 empresas em todos os setores. Suas relações envolvem a participação como membro da Câmara Interna-cional de Comércio, da Federação Mundial de Câ-maras de Comércio e da Câmara Européia. Como organização provê serviços ligados à análise de mercadorias, direitos de propriedade, consultas legais, manutenção de registros não governa-mentais sobre patentes, registro de firmas estran-geiras, além da produção de documentos sobre economia internacional. É também nesta câmara que são consideradas disputas comerciais. Ela se destaca muito mais pela prestação de servi-ços em variados campos para todas as indústrias, alem da divulgação de ações empresariais: criou o Mercury Club (com pessoas de destaque, para debater a economia), o Centro de Apoio às Crian-ças Sem Teto (caridade), um Fundo de Pensão Comercial e Industrial e um Centro Internacional de Imprensa. Ela envia anualmente sugestões ao governo sobre políticas setoriais.

A terceira grande associação não governa-mental é a Associação dos Bancos, criada também em 2001. Defende reformas no sistema bancá-rio, objetivando desconcentrar o poder do grande banco estatal Sberbank naquilo que se refere ao controle dos recursos do Estado. Ela representa 641 bancos comerciais (75% dos bancos) e 89% dos ativos bancários.

Outras organizações importantes são a União de Industriais e Homens de Negócios (lobby sobre

o governo das maiores indústrias), a Associa-ção de Negócios para o Desenvolvimento (médias empresas), a Mobilização para o Desenvolvimento e Associação Russa de Gerenciamento (pequenos negócios). Com pretensão nacional, na verdade revelam forte inclinação setorial. A estrutura de representação parece centrada na capacidade de influência junto aos órgãos governamentais.

A Organização Não Governamental Russa para a Pequena e Media Empresa (OPORA), estabelecida em 2002, é outra organização de “segunda ge-ração”, erguida após a desmobilização soviética. Foi criada para incentivar as PMEs, incluindo hoje 125 associações sem fins lucrativos pelo país. Na melhor “tradição” recente da Rússia, a OPORA se propõe a estabelecer caminhos de aproximação com o Estado, particularmente para a eliminação de barreiras administrativas, racionalização da fis-calização, redução da carga tributária e aperfeiço-amento dos procedimentos contábeis.

No esforço para compatibilizar ações do go-verno e dos empresários, o governo central criou, em 2003, o Conselho Nacional sobre Governança Corporativa. Trata-se de um Fórum consultivo de Executivos das maiores companhias e fundos de investimento, autoridades federais e comitês le-gislativos – participam líderes da Câmara de Co-mércio e Indústria, da União Russa de Industriais e Empreendedores, da Associação dos Bancos, da Associação Rússia da Pequena e Média Em-presa e da Associação Russa de Negócios. Seus objetivos centrais são atrair investimentos exter-nos e incrementar a imagem da economia local pelo desenvolvimento de uma legislação corpo-rativa sobre “melhores práticas” de governança.

O governo russo confere status público a es-tas organizações, mas existe a óbvia interface entre empresas e Estado, ressalvado o grande poder do último. Todas estas organizações se es-truturaram nos últimos 20 anos, sendo institucio-nalmente jovens e afirmando-se diante da forte tradição de predomínio do Executivo. Em geral buscam cultivar boas relações como o poder constituído. Com tudo isso, a vida política rus-sa ainda é marcada pela capacidade estatal de controle econômico e político, apesar da perda de capacidade de coordenação verificada na dé-cada de 1990. Entretanto, as condições de flo-rescimento de uma democracia constituída por instituições fortes no Estado e na sociedade civil ainda se revelam incertas. Mas hoje é indubitá-vel a relevância e a importância do Estado como

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agente econômico e regulatório, longe da desre-gulamentação descontrolada da era Yeltsin.

2.3) Governo e Empresariado na Índia

A Índia destaca-se entre os países de origem colonial pela estabilidade política, uma vez que, desde 1950, não se assistem interrupções efe-tivas da ordem constitucional. Tal característica tem sido atribuida a certos traços culturais da so-ciedade indiana, que teria desenvolvido um estilo consensual de lidar com conflitos (SURI, 2005). De certa forma, pode-se dizer que a articulação entre o pluralismo tradicional com o regime de-mocrático (HUNTINGTON, 1975) e a debilidade dos desafios extremistas, à direita e à esquerda, reduziram os desafios à ordem constitucional no país (MOORE JR, 1975). Não se constituíram no universo urbano e rural, atores sociais e políticos cuja mobilização ensejasse disposições de ruptu-ra e/ou reações preventivas que colocassem em risco o regime instituído após a Independência, seja pela importância das clivagens étnicas, de casta e regionais na configuração das identida-des coletivas no país, seja pela contenção aos possíveis efeitos disruptivos da articulação entre o frágil processo de modernização que surge no mundo urbano com a débil mobilização campo-nesa (HUNTINGTON, 1975; MOORE JR, 1975), preservando o poder dos grandes proprietários e o arcaísmo no campo, não obstante ações seletivas de modernização por parte do Estado (MAZUMBAR, 2010), por via dos compromissos firmados pelo Partido do Congresso Nacional In-diano, a força política dominante no país entre 1950 e 1989 (HUNTINGTON, 1975). No limite, as ações mais significativas com potencial de de-sestabilização da ordem constitucional na Índia apresentaram-se como disposições separatistas de algumas regiões ou como manifestações do nacionalismo hindu contra as opções moderni-zantes do partido hegemônico no país, sem al-cançarem, contudo, amplitude suficiente para erodir a ordem política definida em 1950.

Se considerarmos a trajetória da principal for-ça política do nacionalismo hindu, o Bharatiya Ja-nata, vamos observar que, à medida em que se incorpora à competição político partidária, esma-ece seus discurso, pelas alianças exigidas ao su-cesso eleitoral numa sociedade complexa (SURI, 2005). O Bharatiya Janata participou de coalizões efêmeras que, na década de 1990, estiveram à

frente do governo indiano. Em 1998, numa am-pla coalizão, assumiu a direção plena do gover-no, deixando-o em 2004, aprofundando parte das políticas de corte liberal em implantação desde 1991, especialmente as privatizações (CRUZ, 2005). Desde 1994, contudo, o Partido do Con-gresso Nacional Indiano retomou o controle do governo no país, Atualmente, tanto o presidente quanto o primeiro-ministro pertencem ao Partido Congresso Nacional.

A Índia ostenta um modelo de democracia parlamentarista parecido com o sistema inglês, mas preserva certas tradições específicas, como o evidenciam as assembléias populares (Sabhas e Samitis) registradas nos Vedas, a literatura mais antiga da Índia (NARAIN, 2007). O parlamento indiano é bicameral, sendo composto por duas casas – “A câmara do povo” ou The Lok Sabha, e o “Conselho dos Estados” ou The Rajya Sabha. Os governos estaduais são estruturados conforme o poder central, enquanto os governos distritais assumem formas variadas.

Dentro do Poder Executivo, tem-se o Presi-dente, o Vice-Presidente e o Conselho de Minis-tros, chefiado pelo Primeiro Ministro. O Presiden-te da Índia é eleito através de um colégio eleitoral formado por membros das duas câmaras legis-lativas (Rajya Sabha e Lok Sabha) para um man-dato de cinco anos. Ele lidera o poder executivo e é parte do Parlamento. Os poderes do presi-dente englobam a nomeação do Primeiro Minis-tro e outros Ministros, Governadores, Juízes do Supremo Tribunal, Procurador Geral, membros da Comissão Financeira, entre outros cargos. O Vice-Presidente da Índia é eleito por membros de um colégio eleitoral composto pelos membros de ambas as câmaras. Possui um mandato de cinco anos e pode se reeleger.

O Primeiro Ministro é o líder e responsável pelo Governo Federal, diferentemente do Presi-dente da Índia, que é Chefe de Estado. Ele recebe o suporte do Conselho de Ministros, que engloba Ministros de Gabinete, Ministros de Estado com encargo independente, Ministros de Estado que trabalham com Ministros de Gabinete e Vice-Mi-nistros. Ele também pode ser membro do Rajya Sabha ou do Lok Sabha, sendo o líder da câmara à qual pertence. Preside ainda a Comissão de Pla-nejamento da Índia.

Existem dois tipos de ministro: o ministro de gabinete e o ministro de Estado que não pertence ao gabinete. Ministérios importantes como o Fi-

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nanceiro e o de Defesa são geralmente chefiados por Ministros de Gabinete (ARORA, 2005). Os Mi-nistros de Estado estão abaixo dos Ministros de Gabinete na hierarquia do governo, e devem ser ligados a um destes ou serem nomeados como independentes de encargos. Quando ligados ao Ministro de Gabinete, suas ações são controladas por este. Quando independentes de encargos, têm a mesma autonomia de um Ministro de Gabi-nete, porém podem ou não serem chamados para as reuniões de Gabinete (ARORA, 2005).

O Poder Judiciário indiano é um dos mais antigos sistemas de justiça no mundo. A fonte primária das leis na Índia é a Constituição, que reconhece estatutos, jurisprudências e direitos consuetudinários (fundados no uso, costume ou prática). Adota-se um sistema federal, com a existência de Leis Centrais e Leis Estaduais, mas existe um sistema integrado de Corte única para administrar ambos os tipos de lei. No ápice do sistema jurídico está a Suprema Corte da Índia. Abaixo estão os Tribunais Superiores em cada es-tado ou grupo de estados. Abaixo dos Tribunais Superiores aparecem as Cortes Subordinadas, que decidem disputas criminais e outras ques-tões de natureza local.

Tomando-se como referência a formulação e a implantação da política industrial, os órgãos de governo mais significativos são o Ministério do Co-mércio e da Indústria, o Ministério das Indústrias Pesadas e Empresas Públicas, e o Ministério da Ciência e Tecnologia. O Ministério do Comércio e da Indústria é composto por dois Departamentos: o de Comércio e o de Políticas e Promoção Indus-trial. O Ministério das Indústrias Pesadas e Empre-sas Públicas é uma interface entre as Empresas do Setor Público e outras agências responsáveis pela elaboração de políticas públicas. O Ministério de Ciência e Tecnologia possui três departamen-tos: o de Biotecnologia, o de Ciência e Tecnologia e o de Pesquisa Científica e Industrial. Destaque especial merece a Comissão de Planejamento, dirigida pelo Primeiro Ministro e responsável pela elaboração dos planos quinquenais.

Há um elenco diversificado de associações empresariais na Índia, com atribuições diversas. A Associação Indiana de Indústrias (All India As-sociation of Industries - AIAI) ocupa-se de ativida-des ligadas ao comércio internacional e participa de organismos do governo como o Escritório do Comissário de Impostos Geral, Grupo de traba-lho para a formulação das Políticas de Frete no

Comércio, Ministério do Trabalho e Emprego, Conselho do Consumidor de Aço, Banco de De-senvolvimento de Pequenas Indústrias da Índia. A Federação dos Empregadores da Índia (FEI) surgiu em 1933 como uma associação autôno-ma de organizações industriais. Representa os empregadores perante órgãos como o Ministé-rio do Trabalho e seus comitês, representando também a Índia em algumas organizações inter-nacionais, como a Confederação dos Emprega-dores da Ásia-Oceano Pacífico, a Organização Internacional dos Empregadores (IOE) e a Orga-nização Internacional do Trabalho. A Conferência Permanente de Empresas Públicas (SCOPE) é constituída por empresas estatais, bancos, en-tre outras instituições. A Organização Indiana de Empregadores (AIOE) é composta de 50 Associa-ções regionais de empregadores e Câmaras de Comércio, e 149 empresas públicas e privadas. Além destas, pode-se mencionar a Câmaras PHD de Comércio e Indústria (PHDCCI); a Organização Indiana de Fábricas (All India Manufacturers’ Or-ganisation – AIMO); a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI); e a Orga-nização para a Promoção de Negócios da Índia.

A articulação com o governo se efetiva atra-vés da presença de tais associações em orga-nismos diversos dos Ministérios responsáveis pela implementação das políticas públicas. Cabe registrar, ainda, a constituição do Conselho dos Empregadores Indianos, que resultou da junção da Federação de Empregadores Indianos com a AIOE, que antes atuavam separadamente. O Conselho passou a ser reconhecido pelo Gover-no como o corpo representativo dos empregado-res na Índia, também englobando a Conferência Permanente de Empresas Públicas17.

17 Não podemos apurar se tais fóruns de inter-mediação de certa forma contornam os limites do Estado Desenvolvimentista indiano que Peter Evans (1993) coloca a meio dos Estados Preda-tóirios e dos Estados Desenvolvimentistas bem sucedidos, como a Coréia do Sul e o Japão. Nes-tes a articulação entre uma burocracia weberiana e o empresariado se faria de modo a garantir a autonomia inserida do Estado, na qual o governo ficaria imunizado de disposições de sua captura pelo setor privado, mas, por outro lado, desem-penharia papel ativo na promoção do desenvolvi-mento, em colaboração com o empresariado. No caso indiano, nas esferas centrais do aparelho de Estado existiriam elementos no recrutamento e formação dos quadros que o aproximariam da

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2.4) Governo e Empresariado na China

As reformas desencadeadas em 1978 na Re-pública Popular da China (doravante RPC) trouxe-ram mudanças na ordem econômica e na relação entre o poder central e as empresas, mas não significaram a adesão do país à ordenação liberal da economia (ARRIGHI, 2008). O poder executivo é exercido pelo presidente, com mandato de cin-co anos, e o Conselho de Estado, por ele consti-tuído. Até hoje houve 5 presidentes na RPC: Mao Zedong, Liu Shaoqi, Li Xiannian, Shangkun Yang, Jiang Zemin, e o atual presidente, Hu Jintao.

O poder legislativo é exercido pelo congres-so, constituído como uma câmara única, que se reúne uma vez por ano ou em sessões extraor-dinárias. Os deputados têm mandato de 5 anos e são responsáveis pela eleição do presidente e do vice-presidente. A escolha dos deputados dos Congressos do Povo ao nível de condados, distritos, vilas e cidades se dá por eleição direta; a eleição para o Congresso Nacional é indireta. O poder judiciário é estruturado em três órgãos principais: a Suprema Corte, as Cortes Especiais, e as Cortes Locais.

A Comissão Militar Central é o órgão militar mais importante do Estado. O Partido Comunista da China é o partido no poder, regido pelo prin-cípio do centralismo democrático, mas existem além dele 8 partidos no país.

As reformas na China resultaram num “regi-me autoritário regionalmente descentralizado”, ou seja, uma forte centralização política convi-ve com certa descentralização econômica (XU, 2010). Em decorrência das reformas econômicas na China é possível perceber maior intervenção das empresas no processo político através das associações comerciais e outros intermediários. (KENNEDY, 2005).

Apresentamos a seguir os Ministérios e Co-missões de nível ministerial que, direta ou indire-tamente, atuam na formulação e implementação de políticas industriais e mais efetivamente se

burocracia weberiana, contudo, a relação com o empresariado é problemática, por conta da ex-trema heterogeneidade da sociedade indiana, de suas divisões étnicas, do peso e atraso dos pro-prietários rurais. Deve-se acrescer a estes pro-blemas, a opção, muitas vezes pragmática, pela reformas liberais, que reduziu, em boa medida, a já problemática capacidade de coordenação do Estado.

relacionam com o empresariado. - MIIT- Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação (Ministry of Industry and Infor-

mation Technology)- é parte integrante do Con-selho de Estado, agindo como órgão regulatório responsável pelo setor de fabricação de produtos eletrônicos e de informação, comunicações e in-dústria de software, bem como a promoção da informatização da economia nacional e dos ser-viços sociais no país. Cabe ao MIIT a elaboração de toda a política para este setor.

- Ministério da Ciência e TecnologiaEste Ministério possui um departamento es-

pecífico voltado pra a indústria: o Departamento de Desenvolvimento e Industrialização de Nova e Alta Tecnologia, responsável pela formulação de planos e políticas de industrialização de novas e altas tecnologias, além de organizar e facilitar a implantação dos mesmos

- Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma (NDCR)A NDCR é o principal órgão de planejamento

econômico em nível ministerial do governo da RPC. Dada sua ampla autoridade em relação à aprovação de projetos de investimentos estran-geiros, à política de preços e planos nacionais de médio e longo prazo, é às vezes considerada um “super ministério”.

- Ministério do ComércioO Ministério do Comércio conta com a Agência

de Investigação de Danos à Indústria, tema sobre o qual formula políticas e regulamentos; auxilia na elaboração de medidas antidumping, compensa-tórias, e outras medidas que visam salvaguardar as indústrias domésticas, analisando as mudan-ças no desenvolvimento econômico internacional e anomalias na exportação e competitividade da indústria nacional. Vale destacar o Departamento de Indústria Mecânica, Eletrônica e de Alta Tecnologia, responsável por formular e implementar planos de importação e exportação e assuntos correlatos e o Departamento de Comércio Exterior.

- Administração do Estado para Indústria e ComércioSão suas funções: a manutenção da ordem

no mercado, a proteção dos direitos legítimos e interesses das empresas e dos consumido-res através da regulamentação do registro das empresas, da concorrência, da defesa do con-sumidor, da proteção das marcas registradas e combate a ilegalidades econômicas. Juntamente com outros ministérios, O Ministério do Comér-

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cio patrocina uma série de eventos – fóruns e ex-posições- envolvendo indústrias e empresas das mais diversas áreas.

Há um grande número de Câmaras de Comér-cio e Associações Comerciais em cada setor da economia e em cada recanto do país. As associa-ções podem ser agrupadas segundo duas gran-des categorias: a forma de propriedade, e nesse caso dividem-se em estatais, coletivas, privadas/domésticas, e estrangeiras; ou o tipo de produto e nesse caso há as Associações de Comércio e In-dústria Domésticas e Associações de Negócios Internacionais.(KENNEDY, 2005).

- Conselho Chinês para a promoção do Comércio InternacionalO CCPIT (China Council For The Promotion of

Internacional Trade) foi fundado em 1952, com-preendendo empresas, personalidades importan-tes e organizações de representação econômica e comercial da China. Intitula-se a mais importan-te instituição para a promoção de comércio ex-terior da China. Com o aval do Governo chinês, o CCPIT passou a adotar, a partir de 1988, um nome distinto, Câmara Chinesa de Comércio In-ternacional (China Chamber of International Com-merce – CCOIC), que é usado simultaneamente com o CCPIT.

- Associações não estataisNa década de 1980, os setores não governa-

mentais ganharam um grande impulso e com isso, o Estado criou associações não estatais para gerenciá-los: a Associação de Trabalhado-res por Conta Própria (Self- Employed Laborers Associations - SELA), a Associação de Empresas Privadas (Private Enterprises Association - PEA), a Associação de Empresas com Investimento Es-trangeiro (Association of Enterprises with Foreign Investment- CAEFI) e a Associação das Empresas de Municípios e Vilas da China (Association of Township and Village Enterprises -CTVEA) (YING, 2009:38).

A SELA e a PEA, que experimentaram maior tensão ao auxiliarem o governo a gerenciar o se-tor privado, são em geral mais favoráveis aos in-teresses do Governo. Por outro lado, a CAEFI e a CTVEA, representantes da economia estrangeira e dos distritos e vilas, respectivamente, mais fre-quentemente favorecem os interesses empresa-riais. A maior parte do setor privado foi incluída nas SELAs e PEAs dada a obrigatoriedade da adesão a uma dessas associações, o que as dis-tingue das demais associações (YING, 2009).

- Associação Chinesa de Empresas com Investimento Estrangeiro: Fundada em 1987, é uma entidade de abran-

gência nacional, vinculada ao Ministério do Co-mércio e sem fins lucrativos, composta principal-mente por empresas chinesas com investimento estrangeiro ou investimentos de Hong Kong, Ma-cau, Taiwan e compatriotas estrangeiros.

- All-China Federação da Indústria e Comércio: Organização não governamental composta

por industriais e homens de negócios, sob a lide-rança do Partido Comunista da China. Foi funda-da em 1953 para organizar e controlar empresas privadas, mas cessou suas atividades à medida em que as firmas iam sendo nacionalizadas ou fechadas; seu ressurgimento ocorre em 1979, pelas mãos de Deng Xiaoping, constituindo-se em uma extensa rede. Distingue-s das outras as-sociações por ser uma seção do grupo consulti-vo do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e como outras seções, é supervisionado pelo PCC.

- Federação de Economia Industrial da China (CFIE)A CFIE é uma organização social nacional au-

torizada pelo Conselho de Estado. Tem como ob-jetivos modernizar a indústria chinesa, com foco na gestão macro-econômica, servindo de ponte entre as organizações industriais, as empresas e o governo, a fim de acelerar o desenvolvimento da economia industrial e a produtividade social.

- Câmaras de Comércio- Destacam-se também no cenário associativo da China as Câmaras de Comércio, agrupadas na Câmara de Comércio Geral da China – CGCC: Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Metais Mine-rais e Produtos Químicos da China, Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Ma-quinário e Produtos Eletrônicos da China, Câma-ra de Comércio para a Importação e Exportação de Produtos Têxteis, Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Produtos Industriais Leves e Arte & Artesanato da China, Câmara de Comércio para a Importação e Exportação de Gêneros Alimentícios, Produtos Nativos e de Ori-gem Animal da China, Câmara de Comércio para Importação e Exportação de Medicamentos e Produtos de Saúde da China.

A complexidade das relações entre governo e empresariado na China não nos permite enqua-drá-las em um modelo único, de forma definitiva. Embora a autonomia das associações sofra cons-trangimentos, há gradações no controle exerci-

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do pelo governo; as associações são em geral voluntárias, não organizadas hierarquicamente e sem monopólio de jurisdição (mas há exceções).

O fortalecimento dos atores individuais já foi interpretado como um caso de corporativis-mo fragmentado (HOLBIG, 2006), mas como a China está em um claro processo de transição e apresenta grandes variações internas, o melhor é tentar compreender o que se passa no país sem as amarras de modelos prévios, próprios do mundo capitalista ocidental, a exemplo de cate-gorias como pluralismo e corporativismo. Grande parte das variações quanto ao modo pelo qual o governo e os negócios interagem e quanto aos resultados dessa dinâmica estão relacionados com as mutáveis circunstâncias econômicas de firmas individuais e dos setores a que pertencem (KENNEDY, 2005).

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3.1) Política Industrial Hoje

O predomínio da perspectiva neoliberal, duran-te a última década do século passado, reduziu o uso da expressão política industrial, embora a prá-tica efetiva dos governos estivesse muito distante do cumprimento de papéis orientados exclusiva-mente para a garantia da simples operação das forças do mercado. De fato, mesmo os países que levaram adiante reformas para a abertura dos mercados nacionais, para a redução da presença empresarial do Estado e para a desregulamen-tação de diversos mercados, adotaram políticas ativas de atração de capitais externos e estímulo às exportações (RODRIK, 2004), tomados como componentes de um padrão de desenvolvimen-to adequado a um cenário internacional marcado pela acentuação da mobilidade internacional dos capitais, do desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, da ampliação dos flu-xos de comércio e da erosão da polaridade polí-tica mundial, presente nos anos de Guerra Fria. Especialmente nos países que, na segunda me-tade do século XX, apostaram na industrialização substitutiva, com índices acentuados de proteção ao mercado interno e apoio seletivo do Estado a diferentes setores, a política industrial mudava de nome e de foco, perdendo, eventualmente, inten-sidade, mas em poucos momentos deixou de ser utilizada, em favor de uma presença do Estado que se limitasse à garantia dos contratos, dos di-reitos de propriedade intelectual e da operação desimpedida dos mercados que, tal como pro-pugnado, garantisse eficiência alocativa e acentu-ação do crescimento econômico.

Ao início do século XXI, diante de seguidas crises no cenário internacional e dos resultados no mínimo controversos das reformas de mer-cado nos países que as adotaram com mais profundidade, é possível assistir, em perspecti-vas diversas, à reabilitação da idéia de política

industrial (RODRIK, 2004; WADE, 2004 e 2010; BIANCHI & LABORY, 2006). Frequentemente, tal reabilitação vem em companhia de enunciados que acentuam os elementos de diferenciação de suas manifestações e exigências atuais em relação às práticas protecionistas, seletivas e centralizadas do passado (BIANCHI & LABORY, 2006; PITELIS, 2006). No limite, a política indus-trial hodierna envolveria um conjunto de medi-das que serviriam à superação da resistência das firmas à mudança e à sua adaptação a um ambiente crescentemente competitivo, decor-rente das dificuldades que os atores econômi-cos apresentariam para dominar a complexida-de dos processos de mudança e identificar seu sentido. Assim, a política industrial deveria ser fundamentalmente bottom up, orientada para a definição de marcos regulatórios que favoreçam a operação do mercado (propriedade intelectu-al, regras sobre comércio, legislação anti-trust, medidas anti-dumping), combinada a ações que acentuem as capacidades das firmas para ope-rarem num cenário de competição acirrada, por via da identificação de novas oportunidades de mercado, inovação e diferenciação de produtos, aglomeração e ganhos de escala (BIANCHI & LA-BORY, 2006; PITELIS, 2006)

Tais capacidades estariam relacionadas a con-dições e atividades que se situam antes (capital humano, infra-estrutura de pesquisa, logística) e depois (marketing) do processo produtivo, conectando-se, portanto, a outras esferas, como o setor de serviços, em especial as instituições ligadas à pesquisa. Do mesmo modo, sugere-se que os Estados Nacionais deixariam de cumprir o papel de apoio seletivo a setores industriais e de criação de campeões nacionais, para cumprir uma função catalizadora, no suporte a ações re-alizadas basicamente nos espaços locais e re-gionais, ainda que orientadas para o alcance de competitividade na esfera internacional (BIANCHI & LABORY, 2006).

3. ASPECTOS GERAIS DA POLÍTICA INDUSTRIAL NA RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA

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O escopo do que seriam as políticas indus-triais contemporâneas, indicado acima, está for-temente vinculado aos esforços da União Euro-péia na criação de condições mais homogêneas de seu espaço econômico18. Assim, o apoio a setores ou firmas nacionais, que operem como players globais, cede lugar à perspectiva de for-talecimento dos diferentes espaços do território europeu, de modo a desenvolver sinergias en-tre dimensões como a pesquisa, o emprego, a sustentabilidade, o desenvolvimento regional e a inserção internacional, através de ações que identifiquem potencialidades locais, enfrentem diferentes externalidades e favoreçam a coope-ração entre as grandes firmas européias e em-preendedores locais. Neste sentido, a política de desenvolvimento industrial envolveria uma estra-tégia que articula as políticas tecnológica, regu-latória, competitiva, associadas às ações para o desenvolvimento regional e do território. Investi-mentos em P&D centrados no desenvolvimento de tecnologias genéricas que possam ser utiliza-das por variados setores, estímulos à formação de clusters, criação de parques científicos, apoio às pequenas e médias empresas, constituição de parcerias com as universidades aparecem como elementos destacados desta perspectiva de polí-tica industrial (BIANCHI & LABORY, 2006)19.

18 De fato, Bianchi e Labory (2006: 13) desta-cam como representativas das proposições de política industrial descritas acima as prescrições contidas em documentos da União Europeia como Industrial Policy in an Enlarged Europe, Some Keys Issues in Europe’s Competitiveness – Toward na Integrated Aproacch e Fostering Struc-tural Change: an Industrial Policy for an Enlarged Europe, respectivamente de 2002, 2003 e 2004.

19 As proposições de Dani Rodrik, presentes em paper apresentado à UNIDO, aproximam-se bastante desta abordagem, na medida em que destacam o papel apenas catalizador do Estado, distante da perspectiva de constituição de cam-pões nacionais. Rodrik assinala que as políticas industriais do século XXI deveriam priorizar ati-vidades e não setores, buscando, fundamental-mente, enfrentar dilemas associados à presença de information externalities e coordenation ex-ternalities. As primeiras estariam vinculadas aos custos de self-discovery, que pesam sobre os empresários envolvidos na adaptação de tecno-logias desenvolvidas no exterior aos ambientes nacionais, ficando com os riscos, não compar-tilhados pelos seguidores, que se aproveitam, então, dos resultados obtidos como se fossem

A indagação básica é se tal padrão de política industrial pode ser tomado como suficiente para países ou regiões em diferentes estágios de de-senvolvimento, especialmente quando dispõem de dimensão territorial elevada e grande popula-ção, como os BRICs. No limite, se evidentemente são indispensáveis ações para o desenvolvimen-to da infra-estrutura de pesquisa e a formação de capital humano, combinadas à acentuação dos processos de colaboração entre múltiplas instituições nos âmbitos local e regional, impor-ta saber se tais iniciativas são suficientes para a integração interna das economias nacionais de países em desenvolvimento, combinada à sua integração externa ao mercado mundial, por via da exploração de vantagens comparativas que se ancorem, ainda que não exclusivamente, na pro-dução de artigos de densidade tecnológica eleva-da. Por integração interna, entenda-se

um denso conjunto de ligações entre os setores (um alto nível de articulação setorial entre a produção rural e urbana, bens de consumo e bens intermediários), e uma estrutura de demanda em que ele-vada proporção da produção nacional é vendida para os assalariados domésti-cos (um alto nível, pois, de articulação “social” entre os salários, consumo e produção) (WADE, 2004, xlviii) (tradução nossa)20

ganhos sociais, desestimulando as atividades de adaptação. As segundas referem-se aos pro-cessos de articulação entre diferentes setores e outras instituições num determinado espaço. Ro-drik enfatiza, também, a política industrial como um processo, dando maior relevo à colaboração Estado-empresariado do que à fixação de metas, num padrão tendencialmente bottom up. Contu-do, na arquitetura institucional que propõe para as políticas industriais, destaca a presença de uma agência fixada em posições centrais da es-trutura de poder de Estado e do sistema político nacional. Enfatiza, do mesmo modo, a importân-cia de diversificação da economia, que é associa-da a maiores possibilidades de elevação da renda e da riqueza. Nestes dois últimos aspectos, pois, suas formulações parecem distinguir-se da des-crição do que seria uma nova política industrial de Bianchi e Labory (RODRI, 2004).

20 No original: a dense set of links between sec-tors (a high level of sectoral articulation between, e. g. rural and urban, and consumer goods and intermediate goods), and a structure of demand

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Sem a combinação destas duas dimensões, tanto as ações voltadas à promoção do desenvol-vimento tecnológico, no âmbito local e regional, quanto o apoio à integração externa podem dis-por de fraca incidência na dinamização do espa-ço econômico nacional. A rigor, as dificuldades para o desenvolvimento de atividades inovativas nos países em desenvolvimento tendem a situar--se mais na esfera da demanda do que na ofer-ta de recursos humanos e da presença de uma infra-estrutura de pesquisa (RODRIK, 2004). Por isto, sem a presença de uma estrutura industrial diversificada são reduzidas as possibilidades de alteração de tal cenário. Além disto, uma integra-ção externa centrada apenas na especialização em determinadas vantagens comparativas ten-de a acentuar as vulnerabilidades da economia nacional, erodindo as chances de sua integração interna Neste sentido, a política industrial para os países em desenvolvimento não poderia deixar de envolver a preservação, por um lado, de ins-trumentos ainda típicos do processo de substi-tuição de importações, favorecendo a internaliza-ção de atividades inovativas capazes de ampliar o potencial competitivo da produção interna, para dentro ou para fora (WADE, 2004). Por outro lado, ela implicaria, também, a exploração de vanta-gens comparativas já existentes para ampliação da presença no mercado mundial, articulada à dinamização de atividades que tanto estimulem a integração interna, quanto a inserção compe-titiva no âmbito da integração externa, dentro de uma estratégia coerente de desenvolvimento21.

such that a high proportion of domestic produc-tion is sold to domestic wage earners (a high level of “social” articulation between wages, consump-tion, and production.

21 Antônio Barros de Castro identifica no atual cenário da economia mundial, marcado pela cres-cente centralidade da economia chinesa, três ti-pos de políticas públicas: a proteção a atividades ameaçadas; o apoio ao reposicionamento, para adaptação às mudanças operadas no ambiente, e a busca do futuro. A primeira, face aos desafios decorrentes da presença de uma enorme varie-dade de produtos chineses baratos, associa-se a uma estratégia de entrincheiramento, em que as políticas se orientam para a preservação de po-sições já existentes, fadadas ao arcaísmo, com pouca capacidade de dinamização da economia. A segunda, correponderia à estratégia adaptati-va, voltada para a seleção de cursos de atuação das empresas que permitam explorar as compe-

Difícil imaginar que o alcance destes objetivos não acarrete a presença de ações para o forta-lecimento de empresas nacionais que possam operar como players globais no âmbito das redes e cadeias internacionais e para o estímulo à dina-mização de setores tomados como estratégicos.

No limite, o objetivo central de qualquer políti-ca industrial é ampliar a capacidade de produção da riqueza e não apenas a correção de deficiên-cias alocativas decorrentes da presença de falhas de mercado, associadas à produção de bens públicos, externalidades e informações imper-feitas (BIANCHI & LABORY, 2006; CIMOLI, DOSI & STIGLITZ, 2007; PITELIS, 2006). A rigor, pode--se imaginar um cenário em que estas são en-frentadas sem a alteração dos padrões vigentes de inserção dos diferentes países na economia mundial, nos marcos de uma ampla desregula-mentação dos fluxos de comércio e de capitais à escala global. Nas economias nacionais de baixo ou médio rendimento isto pode ocorrer, contudo, sem assegurar sua diversificação interna, que, na maior parte dos casos, tende a correlacionar-se positivamente à elevação da riqueza e da renda (RODRIK, 2004). Mais ainda, em tal cenário, não está garantido o domínio sobre o conhecimento e os processos que estruturam os paradigmas tecnológicos predominantes em cada época, “fontes de habilidades tecnológicas, oportunida-des para solução de problemas e melhorias da produtividade”, acarretando uma reduzida capa-cidade de inovação e impactos negativos sobre o crescimento econômico por força da pressão recorrente sobre o balanço de pagamentos (CI-MOLI, DOSI & STIGLITZ, 2007, 63). Neste senti-do, além da criação de condições para o desen-volvimento de instituições de ensino e pesquisa, capacitação e treinamento de recursos humanos, torna-se crucial garantir que estes venham a ser efetivamente utilizados, como vimos, através da

tências existentes e adquirir outras, de modo a inscrever-se no novo cenário com capacidade de explorar as oportunidades que ele gera. Mais que a primeira, envolve a dinamização de um siste-ma nacional de inovações e o desenvolvimento tecnológico, mas não implica transformações de monta na economia. Caberia, então, à estratégia de busca do futuro estabelecer as frentes estraté-gicas que permitam identificar campos de espe-cialização próximos à fronteira do conhecimento, de modo a impedir uma inserção passiva na divi-são do trabalho que tende a se constituir a partir da expansão chinesa (CASTRO, 2011).

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presença de uma estrutura industrial diversifica-da, favorecendo a produção de efeitos dinâmi-cos, “por meio de variáveis globais do sistema, tais como a demanda agregada, a demanda in-dustrial de insumos, ou os custos da busca” (CI-MOLI, DOSI & STIGLITZ, 2007, 65).

O desenvolvimento das modernas políticas in-dustriais exige, ainda, mais três condições com-plementares. A primeira é a presença de agên-cias que disponham de grande suporte político e elevada capacidade de coordenação das ações a serem desenvolvidas (WADE, 2004 e 2010), co-locadas a meia distância dos interesses empre-sariais, para redução dos riscos de sua captura (EVANS, 1993; RODRIK, 2004). É fundamental, pois, que tais agências não estejam totalmente insuladas, o que poderia acarretar a produção de políticas irrealistas, descoladas das disposi-ções efetivas do empresariado. Neste sentido, a constituição de mecanismos de articulação entre o Estado e o empresariado - que assegurem a fixação de metas, a colaboração e a confiança re-cíprocas-, aparece como outro elemento funda-mental para a condução adequada das políticas industriais (EVANS, 1993; RODRIK, 2004; DEL-GADO, CONDÉ, SALLES, ESTHER, 2011a). Por fim, é importante a preservação de cenário insti-tucional estável e marcos regulatórios favoráveis às inversões privadas, além da presença de um ambiente macroeconômico pró-investimento. Não se trata aqui, importa ressaltar, de estabele-cer formas precárias de contratação da força de trabalho para assegurar o crescimento econômi-co, correlação baseada numa crença repetida à exaustão ao final do século passado. Na verdade, o contrário é que tende a prevalecer, quando se trata de combinar crescimento econômico com aumento da capacidade de inovação das em-presas (DELGADO, CONDÉ, SALLES, ESTHER, 2010, 2011a) Trata-se de garantir condições ins-titucionais e macro-econômicas para assegurar estímulos ao investimento e certa imunidade das economias nacionais diante das flutuações de-rivadas da intensa mobilidade internacional dos capitais, além de mecanismos que assegurem a participação de diferentes atores no processo de inovação.

Por fim, importa registrar os constrangimentos para a implementação de políticas industriais em decorrência das mudanças no cenário internacio-nal ao final do século XX. Tais restrições estão associadas aos padrões internacionais definidos

para concessão de financiamento e regulação econômica, levados em conta pelo Banco Mun-dial e Fundo Monetário Internacional em seus programas, ainda que não impositivos, e, princi-palmente, aos acordos definidos no processo de constituição da OMC, que enrijeceram e amplia-ram a aplicação de dispositivos do GATT, até me-ados da década de 1990 circunscritos, na prática, aos países desenvolvidos (RODRIK, 2004; DiCA-PRIO & GALLAGHER, 2006)22. Merecem destaque os acordos relativos à proteção da propriedade intelectual (TRIPS), à concessão de subsídios e medidas compensatórias (SCM) e à regulação do comércio e investimentos (TRIMS)23. No pri-meiro caso, têm destaque os requerimentos para monitoramento de riscos nas operações de em-préstimo dos bancos de investimento, além das recomendações sobre transparência e não discri-minação nas ações dos governos junto ao setor privado, em parte orientadas para a contenção do espaço para medidas em favor das indústrias do-mésticas (RODRIK, 2004). No âmbito da OMC, os signatários dos acordos que a instituem obrigam--se ao cumprimento de suas disposições, redu-zindo, pois, o espaço político para as políticas de desenvolvimento, ainda que subsistam algumas brechas significativas24.

22 Outros constrangimentos não são derivados dos novos dispositivos regulatórios das agên-cias multilaterais, associando-se à realização de acordos bi-laterais, uma iniciativa conduzida prin-cipalmente pelos EUA, que, em geral agravam as condições estabelecidas nos acordos globais. (SHADLEN, 2005; RODRIK, 2004; DiCAPRIO & GALLAGHER, 2006). Pode-se, ainda considerar, com diferentes intensidades, as limitações deri-vadas da constituição de arranjos como a União Européia, o NAFTA e o MERCOSUL.

23 Respectivamente, TRIPS - Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Ri-ghts; SCM – Agreement on Subsidies and Coun-tervalling Measures; TRIMS - Agreement on Trade Related Investment Measures.

24 O tema da redução do “espaço político para o desenvolvimento” que subjaz à definição da regulação do comércio internacional após a as mudanças operadas na última década do século passado, tem sido objeto de análise de diversos estudiosos, em níveis variados críticos de tais mudanças. Esteve, também, no centro dos de-bates travados em alguns organismos internacio-nais como a UNCTAD. Ver, dentre outros, Chang (2003), Gallagher (2005), Wade (2003), Shadlen

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O TRIPS institui normas rígidas a serem se-guidas pelas legislações nacionais de proprie-dade intelectual, reduzindo as possibilidades para ações imitativas, que estiveram no cerne das políticas levadas a efeitos pelos países em desenvolvimento, especialmente os asiáticos. Todavia, foram definidos prazos de transição para adaptação dos países em desenvolvimento e não desenvolvidos ao acordo e situações em que as normas teriam sua aplicabilidade mitigada (caso da pipeline patents, importações paralelas e licenças compulsórias). À margem das disposi-ções do TRIPS, por seu turno, diferentes arranjos garantiram, respeitados determinados prazos, a exploração experimental do objeto patenteado para finalidades científicas e a realização de tes-tes para fins da obtenção de registro antes da expiração das patentes (exceção Bolar). (CHA-VES, OLIVEIRA, HASENCLEVER, MELO, 2007; SHADLEN, 2005). O SCM proíbe a concessão de subsídios para exportações em países com ren-da per capita superior a US$ 1000, mas estabele-ce medidas compensatórias para a proteção das indústrias domésticas fortemente afetadas por indústrias estrangeiras que recebem subsídios em seus países de origem (RODRIK, 2004; DiCA-PRIO & GALLAGHER, 2006). O TRIMS restringe a utilização de medidas performance-related, que associem o apoio ao investimento a medidas de desempenho capazes de afetar as operações do comércio exterior - também centrais nas políticas industriais do países em desenvolvimento, espe-cialmente nos sistemas de parceria utilizados na Coréia (RODRIK, 2004; DiCAPRIO & GALLAGHER, 2006). Ademais, restrições à utilização de tarifas de importação, de limites quantitativos às impor-tações, de acordos com cláusulas de nação mais favorecida, de tratamento tributário diferenciado ao investimento estrangeiro, aparecem entre as normas da OMC para o comércio internacional, com impacto direto sobre os instrumentos usual-mente utilizados para política industrial, não obs-tante a previsão de salvaguardas para o caso do atendimento a objetivos não econômicos (saúde e segurança), para garantia de condições justas de competição (medidas anti-dumping) e, no li-mite, para algumas situações econômicas (sério impacto das importações sobre o balanço de pa-gamentos, suporte a indústria infante) (RODRIK,

(2005), UNCTAD (2004).

2004; DiCAPRIO & GALLAGHER, 2006)25. Em que pesem as brechas apontadas acima,

não há dúvidas de que as disposições da OMC reduziram fortemente o espaço para as políticas de desenvolvimento. Na segunda metade do século passado, os países em desenvolvimen-to utilizaram-se, em maior ou menor escala, de um conjunto de políticas que são hoje passíveis de contestação no âmbito dos painéis da OMC. Merecem destaque as medidas para controle do comércio exterior (tarifas, licenças de importação, direitos de drawback); subsídios diversos (expor-tações, produção, pesquisa e desenvolvimento); restrições ao investimento estrangeiro (exigên-cias de performance exportadora, de compras a fornecedores locais, acordos de transferência de tecnologia); restrições aos direitos de proprieda-de intelectual (reconhecimento seletivo de paten-tes, licença compulsória). Excluídas as exceções previstas acima, como a licença compulsória no caso dos medicamentos, apenas os direitos de drawback e os acordos sobre transferência de tecnologia não sofrem restrições dos dispositivos da OMC. Os subsídios para pesquisa e desenvol-vimento não são proibidos, mas podem ser ob-jeto de contestação por países que se sentirem prejudicados26 (DiCAPRIO & GALLAGHER, 2006).

25 Diferentemente do período anterior à OMC, em que as medidas de proteção, na maior parte dos casos, não eram sujeitas a prazos, as me-didas de salvaguarda são cercadas por diversas condicionalidades (RODRIK, 2004; DiCAPRIO & GALLAGHER, 2006). DiCaprio e Gallagher (2006) chamam a atenção, também, para o mecanismo da notificação, em que um país se antecipa a eventuais objeções as políticas contrárias as dis-posições da OMC, assegurando prazos maiores de adaptação, ao contrário das situações em que determinadas políticas são denunciadas e julga-das, nas quais o prazo de adaptação é de cerca de quinze meses. As normas sobre tarifas e licen-ças de importação estão previstas no Agreement on Import License Procedures.

26 Evidentemente que tais instrumentos não esgotam o repertório utilizado em diferentes padrões de política industrial desenvolvidos na segunda metade do século XX. Embora diver-sos dispositivos sejam amplamente utilizados, conforme apontado na abordagem sobre as va-riedades de capitalismo, estímulos mercantis e medidas como as compras governamentais ten-dem a prevalecer em países de ordenamento li-beral, enquanto os programas que estimulam a colaboração entre diversos agentes econômicos,

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Em suma, são evidentes as limitações impos-tas às políticas de desenvolvimento no âmbito dos novos dispositivos da OMC. Contudo, eles, por um lado, não eliminaram completamente a possibilidade de sua realização, nem tampouco configuram um espaço impermeável a mudan-ças. Como o revelam os sucessivos fracassos das reuniões associadas à Rodada de Doha da OMC, há impasses variados que afetam direta-mente os países situados em áreas periféricas e semi-periféricas da economia mundial. É o caso das disputas em torno do comércio de produtos agrícolas, além da interpretação sobre o trata-mento diferenciado a ser dispensado a países não desenvolvidos e em desenvolvimento, que dispunha de ampla aplicabilidade sob o regime do GATT, perdendo substância com a OMC, em-bora subsista como um princípio da organização. Neste cenário, a ação diplomática e a construção de coalizões no plano internacional aparecem como um novo e decisivo instrumento das políti-cas de desenvolvimento.

associações de representação de trabalhadores e empresários, entidades de pesquisa e agências públicas prevalecem em ordenamentos coorde-nados. No caso dos países em desenvolvimento, exigências de performance existiram em maior ou menor escala, embora os padrões de articu-lação entre empresariado e Estado as tornassem mais efetivas nos países asiáticos do que na América Latina. Do mesmo modo, tanto na Amé-rica Latina quanto nos países asiáticos, houve um esforço público de montagem de uma infra--estrutura de pesquisa, bem como criados instru-mentos de apoio ao desenvolvimento tecnológi-co, contudo, as diferentes formas de inserção na economia mundial e de organização das relações de trabalho, assim como o acentuado peso das multinacionais no espaço econômico interno na-cional, na América Latina, ajudam a compreender seu impacto reduzido se comparado aos países asiáticos, notadamente o Japão e Coreia do Sul. No limite, os padrões de articulação entre os dife-rentes domínios institucionais previstos na abor-dagem sobre as variedades de capitalismo, tal como indicamos no primeiro relatório desta pes-quisa e em outros trabalhos - governança corpo-rativa, relações industriais, relações inter-firmas, relações empregadores empregados, padrões de qualificação, relação Estado-empresariado, formas de inserção das economias nacionais no mercado mundial -, não só elucidam a presença de certos tipos de política industrial, bem como sua eficácia na produção das respostas espera-das pelas políticas por parte das firmas (DELGA-DO, CONDÉ, SALLES, ESTHER, 2010, 2011a).

3.2) Aspectos Gerais da Política Industrial na RússiaA tendência para a expressiva redução da ação

estatal na Rússia, a partir da Presidência de Boris Yeltsin, tornou a expressão “política industrial” pra-ticamente banida do vocabulário local: a promo-ção de incentivos ou orientações para investimen-to, ou ainda regras efetivas relativas ao estimulo setorial pelo Estado, eram vistas como contrapro-ducentes ao sucesso econômico. Os anos 90 fo-ram de privatização e fundamentalismo de merca-do, sendo conduzido um dos maiores programas de desestatização conhecidos. Uma parte dele foi revertida principalmente no campo de energia, no governo de Putin, promovendo uma retomada da presença efetiva e regulatória do Estado no cam-po econômico, não obstante a permanência de percepções que associam política industrial a au-toritarismo e ineficiência (GAIDAR, 2004).

Entre o fim da era soviética e os anos 2000 a combinação de instabilidade política e redução do preço do petróleo fizeram mal ao crescimento da Rússia. Somente a partir dos anos de 2000 é que a alta do óleo, o aumento do consumo in-terno e do investimento domestico e estrangeiro (BEUTIN et alii, 2007) promoveram maior efetivi-dade econômica. O período Yeltsin ou conservou a base a partir da qual a indústria já estava esta-belecida, ou então foram utilizados instrumentos de clientela, visando relações privilegiadas entre grupos empresariais e o Estado (ROMANOVA, 2009; FORTESCUE, 1997; VASILEVA, 2011). Como esperado, aqui não foram identificados documentos significativos sobre políticas indus-triais. O debate russo neste período se centrava na criação de um ambiente favorável às deno-minadas instituições de mercado, com a defesa do Estado voltado apenas ao equilíbrio fiscal e macroeconômico (embora sem resultados sig-nificativos) e para eliminar entraves ao mercado, inclusive com a reforma do sistema de contratos.

No pós 89, a Rússia herdou um parque tec-nológico oriundo da União Soviética e estava claramente em inferioridade de investimento em relação ao Ocidente e o Japão. A privatização e as parcerias internacionais foram, inicialmente, os instrumentos utilizados no país para reversão deste quadro; os gastos militares foram reduzi-dos, bem como o programa espacial, investimen-tos tipicamente estatais. De fato, consolidou-se um caráter monoprodutivo (FUSHITA, 2009) da economia de exportação, a base de petróleo e

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gás, grande parte dele, a partir daí, até o gover-no Putin, sob controle privado. Como regra, todo o setor mais inovador da economia sofreu. Se-gundo Fushita (2009), o investimento russo em P&D foi declinando ao longo da década de 90 e o cenário não melhorou depois. Segundo a OCDE, em 2004 ele representava 1,1% do PIB e em 2008 declinou para 1,0%; a média desde 1990 não passa de 1,1%, ante 2,17% para os países da OCDE (OCDE, 2010b). Este foi um cenário de-solador para um país com um complexo indus-trial-militar do porte no passado. Por seu turno, a perspectiva de atração de investimento externo para pesquisa se revelou ilusória e a privatização representou mais um reforço da velha estrutura industrial, muitas vezes obsoleta.

Segundo a OCDE, indústrias de alta tecnolo-gia são aquelas onde parcela significativa da pro-dução associa-se aos gastos em P&D, portanto de alta intensidade, e classificadas por cinco se-tores: aeronáutica e espacial, farmacêutica, com-putadores e similares, equipamentos de rádio e TV e instrumentos médicos, óticos e de precisão (OECD, 2001: 137 e 139). Para a mesma OCDE (2010a), a Rússia é um país com elevada presen-ça de pesquisadores em P&D e 25% de todos os graduandos e doutores são das áreas de ciências e engenharias. Como esperado, o governo tem importante papel indutor no setor: ainda que os gastos públicos em P&D tenham declinado de 62% em 94 para 51% em 99, a partir daí o per-centual voltou a subir. O gasto privado em P&D estava em 0,7% do PIB em 2008, abaixo da mé-dia de 1,6% para a OCDE. O financiamento pú-blico nas empresas aumentou de 35% para 56% do total gasto por elas. Ainda segundo a OCDE, em 2008 a Rússia detinha 0,13% das patentes triádicas (as registradas na Europa, EUA e Japão) do mundo, pouco segundo a OCDE.

É árduo o trabalho russo para tornar-se um player internacional em alta tecnologia. A percep-ção do governo de que ele precisaria desempe-nhar um papel ativo neste processo ajuda a ex-plicar sua mudança de atitude: a partir de 2005, percebia-se que as fragilidades estavam se tor-nando estruturais, com a preservação do peso de setores tradicionais na economia russa. O governo voltou-se para “intervenções seletivas”, buscando a promoção de determinadas áreas geográficas, indicadas como zonas econômicas especiais, parques tecnológicos, fundos estatais específi-cos e ação direta do Estado na economia, como

no caso de energia (VEUGELERS, 2007). Surgiu um fundo de investimento estatal, que pretende promover parcerias público-privadas, melhorando a infra-estrutura e para contribuir com o sistema nacional de inovação. Para receber recursos, são necessários projetos que devem proporcionar re-torno maior que o investido, indiquem potencial para aumentar o produto e demonstrem que não podem ser realizados sem apoio estatal.

Outra iniciativa importante são as zonas econô-micas especiais, a serem instaladas em área públi-ca por 20 anos. Dividem-se em zonas de produção industrial e zonas técnicas de inovação: a primeira para indústrias geradoras de produtos com maior valor agregado (excluem o setor metalúrgico e de extração), enquanto a segunda faz parte do esfor-ço geral em ciência e tecnologia. Entretanto, o in-vestimento russo em P&D não apresentou nenhu-ma alteração após 2005, o que fala por si.

Perceber o Estado não como árbitro, mas como um ator que opera de forma ativa na pro-moção do desenvolvimento, é algo novo na Rús-sia desde o fim da URSS. Veugelers (2007: 87) observa que a Rússia passou a perceber que as “forças de mercado” ampliavam a dependência do país e reduziam sua competitividade. O gover-no passa a manter controle mais estreito sobre o setor de energia e incentiva setores específicos, com maior influência e/ou propriedade estatal. É o caso da indústria de automóveis (AvtoVAZ) que recebe apoio direto, além da indústria de aviação (cuja maior parcela já é estatal) e de telecomunica-ções (linhas fixas públicas e móveis privadas). O aumento de intensidade na ação estatal pode ser avaliada a partir das observações de Veugelers, que assinala a elevação das aquisições do Estado russo entre 2004 e 2008: destaques para óleo e gás, usina nuclear e eletricidade, automóveis, avi-ões, máquinas e banco (VEUGELERS, 2007: 90). E é muito significativo o fato de que a gigante esta-tal Gazprom seja a maior investidora no país.

É lançado em abril de 2007 o Plano de Mé-dio Prazo para o Desenvolvimento Econômico e Social da Rússia (2008-2010) e, no mesmo ano, a Con-cepção para o Desenvolvimento Econômico e Social da Rússia entre 2008 e 2020. Conforme observou Fushita (2009), para o médio prazo, foram elen-cadas mudanças necessárias desde o investi-mento em “capital humano” ao investimento em infra-estrutura. A ênfase recaiu sobre a necessi-dade de melhoria do clima para investimento e reformas no poder administrativo. A máquina bu-

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rocrática era vista como excessivamente pesada e inibidora, ligada a uma tradição de corrupção e relações de clientela. Importante destaque foi dado às parcerias público-privadas, seja na infra--estrutura, seja nos investimentos em tecnolo-gia. A preservação da antiga estrutura industrial levou à constatação da necessidade de estimu-lar setores chave da indústria, inclusive para o desenvolvimento de máquinas e a modernização do setor de montadoras, visando maior profun-didade de mercado e aumento da produção e das exportações. Como já havia sido constata-do, a excessiva dependência do setor de energia para as exportações desafiava os esforços eco-nômicos de diversificação. As medidas previs-tas neste plano envolviam a redução de tarifas alfandegárias, particularmente sobre máquinas e equipamentos industriais, para o estímulo à aquisição de maquinário mais moderno no exte-rior. Finalmente, foi considerada a possibilidade de regimes tributários preferenciais para os pro-dutores domésticos de bens de capital, demar-cando um campo mais protecionista.

A concepção de longo prazo, até 2020, é um documento que explora três cenários, segundo Kovalishina (2008): inercial, centrado em energia e matérias primas e inovador. Em termos práticos, o documento explora as possibilidades de investi-mento e estabelece algumas metas quantitativas, mas padece, segundo a autora, de clareza com relação às ações necessárias para seu sucesso, como melhoria da infra-estrutura, da produtivida-de e apoio às novas tecnologias. Há grande preo-cupação com o desenvolvimento de dois setores chave da indústria, a pesada e a militar.

Em fevereiro de 2008, é publicada a Estraté-gia para a Rússia até 2020, na verdade um discur-so do Presidente que deixava o cargo, Wladimir Putin. Nesta oportunidade, o argumento presi-dencial era a necessidade de superar a depen-dência estrutural do setor primário da indústria e estimular um conhecido conceito de todos que acompanham políticas industriais: a necessidade de investimento na “economia do conhecimen-to”, particularmente indústrias de alta tecnologia. Foram utilizadas, na época, quatro palavras cha-ves para indicar esta visão de desenvolvimento: sistema institucional, infra-estrutura, inovação e investimentos.

Sob qualquer prisma, algumas medidas se fa-riam necessárias: o incremento em P&D, políticas de qualificação, melhor uso de recursos e relação

com o mercado, em particular o externo, inclu-sive para transferência de tecnologia. E, claro, existem investimentos que podem ser levados a cabo pela própria indústria que opera sob res-ponsabilidade governamental, indústrias de ma-quinaria e setores militares, p.ex., que poderiam induzir ao desenvolvimento tecnológico.

A ação mais estimulante a partir do Estado pa-rece ter criado mais condições para um potencial inovador, segundo Romanova (2009). Mas, uma das características das políticas industriais é sua maturação mais lenta e com resultados pouco efetivos no curto prazo. Portanto, as medidas tomadas entre 2006 e 2008 ainda obedeciam a uma conjuntura desfavorável herdada do passa-do recente. Entre seus elementos estavam cons-tituídos uma degradação importante no setor manufatureiro, excessiva dependência do setor de energia e em commodities agrícolas, declínio na qualidade do trabalho e distorções no sistema bancário (ROMANOVA, 2009: 27-28).

A crise global iniciada em 2008 não tinha na Rússia uma situação confortável para seu enfren-tamento. Medidas mais diretamente ligadas às políticas industriais ainda estavam no nascedou-ro e careciam de substância quando é considera-do o longo prazo. A manutenção de estratégias centradas no mercado, que haviam contribuído para a deterioração mais geral da indústria, não podia ser considerada como elemento de solu-ção. Neste momento, a ação efetiva do Estado e dos investimentos públicos e a possibilidade de adoção de uma política industrial mais firme pas-saram a operar. Não necessariamente restringin-do o mercado, mas introduzindo o Estado como uma variável chave na solução da crise. Neste caso, a combinação de uma janela de oportuni-dade proporcionada pela crise, mais a necessida-de objetiva de uma estratégia expansionista de modernização do setor industrial, deram o tom do período. É o que Delyagin (2008) chamou de “modernização anti-crise”. Estava criada a opor-tunidade para o Estado redefinir rumos para a economia, legitimado pela “emergência”, adotan-do políticas de incentivo a uma “nova industriali-zação” e à criação de clusters ligados a inovação.

A partir de 2008 o Estado passou a adotar me-didas que envolviam gastos públicos envolvendo empresas estratégicas em tecnologia. Foi criada uma agencia para recuperação econômica, defi-nidas metas para modernização da infra-estrutu-ra, para a manutenção da demanda nas empre-

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sas de tecnologia, acompanhadas de obrigações ao setor privado em relação aos preços de alguns produtos manufaturados, além da importação de máquinas, redução do imposto sobre valor agre-gado (incentivando a indústria local) e do uso das reservas para importação de alta tecnologia. O resultado esperado seria reduzir a dependência econômica do setor de energia e das indústrias de baixo valor agregado. A política industrial, vis-ta como uma política de Estado, apresenta um papel importante na indução da demanda inter-na e ganha características de re-industrialização (ROMANOVA, 2009: 30). Por isso, permanecem em curso os incentivos governamentais, zonas especiais, fundos públicos de investimento e propriedade estatal em alguns setores. Daqueles intensivos em tecnologia, em curto prazo a Rús-sia parece ter capacidade de reação mais rápi-da em aviônica e aeroespacial, mas parte de um patamar inferior. Na estratégia de fortalecimento de sua base clássica de produção, o papel do se-tor de energia parece ser central na manutenção do crescimento econômico. A reação a crise de 2008 reforçou esta estratégia.

Como alguns países emergentes no cená-rio internacional, a pretensão em tornar-se um player importante na alta tecnologia permanece um objetivo. Mas, o investimento russo na área de C&T e P&D não parece ser um fator que vem se tornando decisivo, antes ele permanece está-vel. O país produziu uma “armadilha”: na ânsia de crescer e reforçar a economia sobressaem políti-cas de reforço da indústria de energia, p.ex., com pouca inovação. Resta, entretanto a percepção do poder de agenda e de implementação do Es-tado. Ele ainda é o grande participante no jogo e a rápida reação da economia à mais recente crise do capitalismo global foi mais uma prova desta iniciativa. Mesmo que um governo com carac-terísticas centralizadoras e pouco aberto, onde há clara hegemonia política de um grupo, esteja hoje no firme controle da máquina pública.

3.3) Aspectos Gerais da Política Industrial na Índia

O governo sempre teve um papel importante na indústria indiana desde a independência (PA-THAK, 2007). De fato, a Índia parece ser o único caso de combinação entre planejamento econô-mico e democracia política (CRUZ, 2005). Porém, ao longo dos anos surgiram problemas: a lucra-

tividade das empresas era insatisfatória, pouca atenção era dada à qualidade dos produtos, às economias de escala e ao desenvolvimento tec-nológico, não obstante a ênfase sempre confe-rida a este nos diversos planos quinquenais e à estrutura de que dispõe o governo indiano para impulsioná-lo (HERSTATT et al, 2008)27. Na déca-da de 1980 a economia indiana passou a exibir problemas crescentes em seu balanço de paga-mentos, fortalecendo a alternativa de abertura do mercado interno e desregulamentação de di-versos mercados, com o propósito de acentuar a presença do país no mercado mundial (CRUZ, 2005). O país foi gradativamente removendo controles sobre a indústria, apesar de ainda, no início dos anos 1990, haver monopólios estatais para a maioria dos produtos e serviços ligados a energia, comunicação, aço, metais não-ferrosos, construção de navios, química, fertilizantes, pa-pel e carvão. Na época, 106 das 233 empresas estatais apresentavam prejuízo financeiro.

As mudanças ocorridas na Política Industrial da Índia fazem parte deste processo de abertura do mercado indiano a companhias e investidores estrangeiros, articulado à preservação e redefini-ção do planejamento estatal, o que parece ter fa-vorecido um grande crescimento econômico nas duas últimas décadas. O número de indústrias cresceu e a agricultura deixou de ser o principal setor da economia. Simultaneamente, o governo começou a tomar diversas medidas para melho-rar a infra-estrutura.

Os objetivos expressos das Políticas Indus-triais do Governo são: manutenção do cresci-mento sustentado da produção; estímulo ao em-prego assalariado; utilização ótima de recursos humanos; alcance de competitividade interna-cional e transformação da Índia em um dos prin-cipais parceiros e participantes do mercado glo-bal. Diversos setores tem crescido rapidamente, porém, três se destacaram dentre os demais: o setor de Tecnologia da Informação (TI), de Teleco-municações e a Indústria Farmacêutica.

27 O Governo da Índia possui seis departamen-tos ligados exclusivamente a assuntos relativos à C&T: Departamento de Energia Atômica, De-partamento de Biotecnologia, Departamento de Ciências da Terra, Departamento de Ciência e Tecnologia, Departamento de Pesquisa Científica e Industrial, e Departamento Espacial, dentre ou-tros que possuem como funções principais ope-rações de C&T (HERSTATT et al, 2008).

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Há controvérsias sobre a forma como foi realizada a liberalização da economia indiana (HASHIM, CHALAPATI RAO, RANGANATHAM, MURTHY, 2009; MAZUMDAR, 2010). Diversos analistas do país chamam a atenção para a redu-ção do peso do setor industrial e o efeito diminuto das reformas sobre a inovação tecnológica, ainda fortemente dependente das ações estatais e do setor privado indiano, com pequena relevância dos investimentos externos (MAZUMDAR, 2010; BHALA, 2009; GUHA; 2009; KUMAR SINGH, 2009; MISHRA, 2009). De fato, o desenvolvimento de P&D interno também se mostrou baixo na Índia pós-liberalização, indo de uma presença de 0,05% nas indústrias em 1990-01 para uma de 0,33% em 1996-97. Além disto, houve grande aumento de pagamento de royalties por tecnologias es-trangeiras, com montantes de US$ 25,1 milhões em 1985, US$200,8 milhões em 1998 e US$350,2 milhões em 2002 (BANGA, 2005)28. Por seu turno, o impacto das políticas de liberalização não pare-ce atender às expectativas dos reformadores em relação à geração de empregos (PAPOLA, 2009) e, no setor financeiro, mitigou os programas de

28 Banga assinala, por outro lado, que a elevação dos Investimentos Estrangeiros Diretos têm au-mentado a produtividade, porém também aumen-tam as desigualdades salariais entre profissionais capacitados e não capacitados. Concomitante-mente, o aumento de exportações diminuiria es-tas diferenças salariais, levando-o à conclusão de que políticas de incentivo à importação de tecno-logias com o foco no aumento de exportações, e não somente de atendimento ao mercado interno, se fazem necessárias (BANGA, 2005).

apoio às pequenas e médias empresas, fortemen-te dependentes do financiamento público antes das reformas (HANUMANTHA RAO, 2009).

Não se pode dizer, contudo, que houve o aban-dono de uma ação estimuladora do Estado. O setor público ainda continua com forte presença na produção, com as empresas estatais represen-tando 38% de valor agregado, ainda que a pro-dutividade e lucratividade das empresas privadas revelem-se muito maiores que as das estatais.

Os documentos mais importantes relativos a políticas públicas na Índia são os Planos Quinque-nais, elaborados pela Comissão de Planejamento com uma perspectiva de cinco anos. No quadro abaixo, podem ser identificados o período dos planos anteriores.

A seguir, são apresentadas as características mais significativas dos Planos definidos dentro do período focalizado por este estudo.

9º Plano Quinquenal - 1997 a 2002O 9º Plano Quinquenal traz metas elevadas de

investimento e prioridade na eliminação comple-ta da pobreza, por via de mecanismos de parceria público-privada que, acredita-se, estaria assegu-rando o desenvolvimento da Índia. Seus objeti-vos principais destacados foram a industrializa-ção rápida, a criação de um mercado indepen-dente, para estimular investimentos financeiros privados, a geração de empregos, a estabilização de preços, dentre outros.

O crescimento da Agricultura no 9º Plano conti-nua sendo considerado, como nos Planos anterio-res e subsequentes, de importância decisiva para a diminuição da pobreza e desemprego no país.

Quadro 3 – Planos Quinquenais da Índia (1951-1997)

Plano Ano1º Plano Quinquenal 1951 a 1956

2º Plano Quinquenal 1956 a 1961

3º Plano Quinquenal 1961 a 1966

4º Plano Quinquenal 1966 a 1974

5º Plano Quinquenal 1974 a 1979

6º Plano Quinquenal 1980 a 1985

7º Plano Quinquenal 1985 a 1989

8º Plano Quinquenal 1992 a 1997

Elaboração dos autores.

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No setor de Energia e Recursos Naturais o Plano previa grande elevação na demanda de energia, aumentando-se a exploração de recursos natu-rais, além da construção de usinas térmicas e hidrelétricas. O plano recomenda o desenvolvi-mento de energias alternativas e ressalta o gran-de salto na utilização de energia eólica nos anos anteriores ao mesmo.

No setor de Tecnologia, destaca-se o estabe-lecimento de um Conselho de Desenvolvimento de Tecnologia em 1996, com o objetivo de inter-mediar e facilitar o desenvolvimento de novas tecnologias, bem como para uma melhor adap-tação de tecnologias importadas ao ambiente do país. Para isto, foram intensificadas as parcerias entre indústrias e instituições de Pesquisa e De-senvolvimento. O Plano considerava, contudo, que o setor industrial ainda precisava de maiores investimentos em tecnologia, especialmente as pequenas e médias empresas. Menciona-se a necessidade do desenvolvimento de habilidades, do empenho tecnológico (investimento em P&D), do acesso à tecnologia, do estreitamento de rela-ções entre instituições tecnológicas e a indústria, e da infra-estrutura geral (envolvendo dissemina-ção de informações, criação e manutenção de parques científicos, dentre outras ações).

No setor Industrial, o 9º Plano identifica uma desaceleração de crescimento, atribuindo-a ao re-duzido investimento em infraestrutura, à falta de demanda, à recessão na economia global, dentre outros fatores. Em face de tal diagnóstico define que deveriam ser objeto de maior atenção o de-sempenho das exportações, a flexibilidade nas leis trabalhistas, a redução da presença das empresas estatais, as diferenças regionais no desenvolvi-mento industrial, além da já citada infraestrutura.

A avaliação oficial é de que a Índia respondeu bem à liberalização de sua economia, e o inves-timento estrangeiro direto trouxe benefícios tec-nológicos e de eficiência produtiva. A redução do investimento do Governo em empresas estatais foi previsto, uma vez que a grande maioria delas apresentava grandes prejuízos ou baixa lucrativi-dade, ficando dependentes de subsídios estatais para continuar existindo. O Plano contabiliza 104 empresas estatais dando prejuízos e 53 cronica-mente falidas (com prejuízos por mais de 5 anos seguidos). Foram feitas previsões de aumento de oferta de crédito para os pequenos negócios, considerado um dos maiores entraves vividos pelo setor. O Plano aponta o problema vivido pelo

setor produtivo de frutas e vegetais que, apesar de ser o segundo maior do mundo, só beneficia-va internamente de 20 a 30 da produção.

10º Plano Quinquenal – 2002 a 2007O 10º Plano Quinquenal foi acompanhado de

um crescimento anual de 8% da economia, e projetava a implantação imediata de determina-das políticas formuladas anteriormente, de modo a não haver uma quebra de continuidade dos pla-nos anteriores. O slogan que o embalava era a idéia de renovação da nação, tornando-a suficien-temente competitiva para se equiparar a algumas das economias de maior crescimento econômico no mundo. Pretendia-se atingir um crescimento anual de 10%, tendo como referência uma ele-vação consistente do PIB a uma taxa de 7% na última década.

No Setor Externo, foram identificados dois principais entraves à expansão de exportações: a parcela de bens comercializáveis no PIB vinha caindo e os setores tradables continuam voltados para o mercado interno. Aponta-se a necessida-de de medidas como a diminuição de tarifas de importação, de modo que o viés anti-exportação possa ser corrigido. O Plano destaca a importân-cia da integração com a economia global para as-segurar o rápido crescimento econômico.

No Setor da Agricultura e Desenvolvimento Rural, o 10º Plano assinalava a necessidade de mudar a política feita até então. A realidade apresentada é a de um país com áreas de floresta em crescen-te declínio, não obstante a falta de terra e água para o desenvolvimento do setor. A saída apon-tada era o aumento a produtividade da terra já cultivada, o investimento em irrigação (que só al-cançava 40% da área utilizada para agricultura no país), a melhora da infraestrutura, com rodovias em boas condições, além da disseminação de tecnologias disponíveis para a agricultura, com base no entendimento segundo o qual a pesqui-sa na área teria se enfraquecido, apesar da exten-sa rede existente no país para este intento. Um outro ponto abordado é a necessidade de diver-sificação na produção agrícola.

Nas Políticas Industriais, o 10º Plano lida com um panorama diferente em dois aspectos: o grande aumento da competitividade derivado da abertura de mercado e o processo de redu-ção do investimento do governo nas empresas em que tem participação societária. Assinala-se que estas, por não serem mais parte do setor pú-

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blico, estavam se tornando mais vulneráveis às variações do mercado. O foco do plano, então, se torna a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento do setor privado. Para além da já citada diminuição das barreiras para a impor-tação, que levaria as empresas a buscar diferen-ciais competitivos e a internacionalização, outras políticas importantes seriam a extensão da libera-lização industrial, o apoio a indústrias de pequena escala através de diminuição de procedimentos e burocracias de acesso ao crédito.

Alguns imperativos nas políticas realizadas neste setor foram: reformas das políticas relati-vas a indústrias de pequena escala; uso do tu-rismo como diminuidor da pobreza e gerador de empregos, através de um plano de investimento integrado da estrutura necessária para seu de-senvolvimento, inclusive com a elaboração e o branding de uma única imagem para a Índia.

Na Infraestrutura Econômica, o 10º Plano foca em energia e transporte para assegurar o crescimento do PIB do país, considerando que a qualidade e o preço desses serviços são igualmente importan-tes em relação à sua disponibilidade. A porcen-tagem de energia gerada por hidrelétricas ainda é baixa no país, o que precisaria ser revertido. A energia atômica é tomada como uma fonte a ser ampliada. Assinala-se, também, a importância de expansão das ferrovias e um maior favorecimento do transporte de passageiros em detrimento do transporte comercial, o que criava a necessidade de grandes investimentos no esquema de trans-porte de produção. O Plano prevê modificações na legislação para facilitar a participação de em-presas privadas na concessão de rodovias.

11º Plano Quinquenal (2008-2011)O Plano foi acompanhado da manutenção dos

níveis de crescimento obtidos pelo plano anterior (8%) em seu primeiro ano de vigência.

No setor Industrial e Mineral o Plano previa in-vestimentos em infraestrutura, tidos como es-senciais para alcançar a taxa de crescimento in-dustrial fixada como meta, que é de 10%, neces-sária geração de empregos para novos entrantes no mercado de trabalho e para migrantes da área rural. Um dos principais problemas encontrados na infraestrutura era o fornecimento de energia elétrica, insuficiente para as indústrias. Mencio-na-se também a necessidade de melhorias nas estradas e portos.

Outro elemento destacado desde o 9º Plano

era a alegada falta de flexibilidade nas leis traba-lhistas. De acordo com o documento, a proteção excessiva ao trabalho permanecia como uma bar-reira psicológica para a expansão de empresas.

O 11º Plano reforça as mudanças na legisla-ção sobre as MPEs, efetuada no Plano anterior, que elevou o teto de investimentos na planta de fábrica e em máquinas para esse tipo de classifi-cação de empresa. Fundos como o Esquema de Fundo de Atualização de Tecnologia (Technology Upgradation Fund Scheme) e Banco Indiano de Desenvolvimento de Pequenas Indústrias (Small Industries Development Bank of India - SIDBI) têm previsão de aumento nos investimentos re-cebidos. É significativo destacar que o 10º Plano destacava o micro-crédito como um instrumento para a elevação da competitividade.

O 11º Plano faz uma avaliação positiva do cres-cimento da indústria nos últimos 15 anos, princi-palmente nos setores têxteis e de componentes automotivos. Porém, o contraste entre o setor formal e informal ainda constituía um grande pro-blema. Por força disto, o 11º Plano sinalizava para o aumento do setor formal e a potencialização da produtividade do setor informal. Destaca-se o de-senvolvimento da infra-estrutura, informação, cré-dito e serviços de suporte de forma mais fácil e a menores custos através da promoção de clusters de pequenas e médias empresas (BRITTO, 2009).

A presença estatal na resolução de questões estruturais vitais para a Índia, como a infra-estrutu-ra urbana e rural, fica evidenciada na criação, pelo primeiro-ministro, de um comitê para discutir o as-sunto, com a definição de uma agenda que para vigorar até o final do 11º Plano Quinquenal (2012), prevendo-se aumento de 3,4% de investimentos em relação ao PIB. Além disto, a operacionaliza-ção dos Planos incluia parcerias público-privadas (PPPs) em alguns setores (BRITTO, 2009).

O Setor Agrícola também foi alvo de grande atenção, já que ocupa em torno de 60% da força de trabalho do país e possui grande importância social. Foi estipulado que seria necessário um crescimento de 4% a.a do setor (valor que repre-senta o dobro do crescimento conseguido no 10º Plano) para melhora do desenvolvimento agrário. Para isto, o 11º Plano estabeleceu como estraté-gias a elevação da demanda, da oferta e da pes-quisa. Para tanto, o governo pretendia aumentar a demanda interna através de uma expansão do poder de compra das camadas mais pobres do país. Contudo, assinala, também, a necessidade

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de avanços tecnológicos para um crescimento de longo prazo sustentado, o que seria desen-volvido através de investimentos na pesquisa bá-sica pelo National Agricultural Research System (BRITTO, 2009).

No Setor de Tecnologia, o 11º Plano constatava um crescimento muito grande, que requeria, con-tudo, mais investimentos no sistema educacional, para estímulo à criatividade, desenvolvimento de uma cultura de P&D que dê suporte tanto para a pesquisa básica como para a aplicada, de uma cultura de interação entre a indústria e a Acade-mia, além de políticas que incentivem a entrada de jovens no ramo da pesquisa científica. São defini-dos, então, alguns focos para atuação do Estado, com destaque para o desenvolvimento de novos modelos de parcerias público-privadas nas áreas de alta tecnologia; a identificação de meios para catalisar descobertas da Academia no contexto in-dustrial; a promoção de parcerias com países de tecnologias mais desenvolvidas; dentre outros.

Um elemento citado na análise do setor tec-nológico no 9º Plano volta a ser abordado no 11º Plano: a deficiência de habilidades estratégicas nos profissionais disponíveis, desde executivos, passando por designers, até operadores de má-quinas. Para conquistar estas habilidades neces-sárias, o Plano traz iniciativas como o estabele-cimento de 30 novas universidades centrais, 5 novos IISER’s (International Institute for Species Exploration – Instituto Internacional de Explora-ção de Espécies), 8 novos IIT’s (Institutos India-nos de Tecnologia), 20 novos IIIT’s (Institutos Indianos de Tecnologia da Informação), 7 novos IIM’s (Institutos de Medicina Integrada), dentre outras. Lançou também uma Missão Nacional de Desenvolvimento de Habilidades, que pretende oferecer treinamento vocacional para jovens.

3.4) Aspectos Gerais da Política Industrial na China

A China tem recorrido a Planos Quinquenais para atingir seus objetivos em relação ao desen-volvimento econômico desde a década de cin-quenta. Excetuando-se os três primeiros anos após a revolução socialista em 1949, período de recuperação da economia, encontramos desde 1953 uma sequência de doze planos. No período em foco na presente pesquisa estão contidos os planos 9º, 10º e 11º. O 12º já está esboçado para o período 2011-2015. Quem propõe e aprova os

Planos Quinquenais é o Comitê Central do PCC e quem os administra é a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

Observa-se nos três planos uma preocupação significativa em apoiar a inovação tecnológica e não mais a produção intensiva de produtos bara-tos, bem como de aumentar a inserção da China na economia mundial. A preocupação com os desníveis regionais e mesmo com a redução da pobreza ganhou relevo nos planos focalizados, sendo que, no 11º plano, ela é associada ao tema da superação das diretrizes de Deng Xiaoping, o arquiteto das reformas econômicas. Deng consi-derava que algumas pessoas e regiões poderiam enriquecer primeiro porque, através de um “efei-to demonstração”, essa prosperidade se difundi-ria pelas demais regiões. Tal premissa legitimou a idéia de que vantagens comparativas entre regiões eram legítimas (6º e 7º planos), e, con-sequentemente, também o maior e mais rápido enriquecimento da região costeira oriental. O 11º plano preocupa-se com a melhoria da qualidade de vida das pessoas em geral e o maior equilíbrio entre regiões.

Abaixo fazemos uma síntese ligeira dos planos implementados no período delimitado por este estudo. Em seguida, apresentamos os principais programas, que se associam aos planos quinque-nais, levados adiante pelo governo chinês.

- O 9°Plano (1996-2000)As principais metas previstas para este plano

foram: completar a segunda fase do processo de modernização (construção de um moderno sistema empresarial na China) (TRINDADE, S.D.) conter o crescimento populacional em 300 mi-lhões até 2000; quadruplicar o PIB per capita em relação ao de 1980; eliminar a pobreza; acelerar o processo de criação de um sistema empresa-rial moderno. O 9° Plano também contém metas de longo prazo, para 2010, a saber: dobrar o PIB em relação ao ano de 2000, e dar continuidade à construção do sistema econômico do “socialis-mo de mercado”.

Como o crescimento do PIB ficou aquém do esperado no primeiro semestre de 1998 (8%) em consequência de inundações, o governo decidiu adotar uma política fiscal pró-ativa: o Conselho de Estado emitiu 100 bilhões de Yuans adicionais de Títulos do Tesouro a fim de impulsionar o investi-mento no desenvolvimento de infra-estrutura.

Dos três planos quinquenais incluídos no pe-

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ríodo de abrangência desta pesquisa apenas em relação ao 9º encontra-se disponível uma avalia-ção dos resultados veiculada pela agência oficial de notícias da China. Este texto informa que o setor de indústrias leves cresceu 11 vezes desde 1978 e suas exportações 9,8% ao ano nos pri-meiros 4 anos do plano.O valor da produção das indústrias de alta tecnologia teve um aumento médio de 22,7%, 5,8% maior do que o valor total da produção industrial. Em 1995, a China foi a 11° maior comerciante de produtos e matérias--primas do mundo, subindo para 9° lugar em 1999. No período do 9° Plano, a taxa de cresci-mento anual de indústrias de equipamentos de informação e indústrias de serviço manteve-se 3 vezes maior do que a do PIB.

- O 10°Plano (2001-2005)Para que a China pudesse cumprir as metas

acordadas com a OMC, o que demandou prolon-gadas e difíceis negociações (NOLAN, 2001), o Ministry of Science and Technology – MOST- de-cidiu implantar 12 mega projetos para aprimorar o status da ciência de ponta na China no século XXI. O objetivo era desenvolver novos produtos e estimular novas indústrias, “saltar etapas” do desenvolvimento através da implantação dos projetos, enfatizar o desenvolvimento com base na inovação. Para isso, seriam concedidos um to-tal de aproximadamente 2,4 bilhões de dólares em investimento aos 12 mega-projetos. As me-tas dos projetos incluíam atingir uma taxa média anual de crescimento econômico em torno dos 7%; alcançar um PIB de 12,500 bilhões de yuans em 2005, calculados a preços de 2000, e um PIB per capita de 9.400 yuans; aumentar o número de empregados urbanos e o número de traba-lhadores rurais excedentes transferidos para as cidades em 40 milhões – controlando a taxa de desemprego urbano em cerca de 5%; manter a estabilidade dos preços, bem como o equilíbrio entre receita e despesas; melhorar e atualizar a estrutura industrial, reforçando a competitividade internacional do país; alcançar um crescimento para as indústrias primárias, secundárias e ter-ciárias de 13%, 51% e 36% do PIB, respectiva-mente, para que esses setores empregassem, 44%, 23% e 33% do número total de emprega-dos do país; melhorar a economia nacional e as aplicações sociais das TIs; desencadear opera-ções para melhorias na infraestrutura; controlar o aumento das disparidades entre regiões e au-

mentar os níveis de urbanização; elevar os fun-dos para P&D para mais do que 1,5% do PIB e fortalecer a capacidade de inovação em ciência e tecnologia acelerando o progresso tecnológico; aumentar a taxa bruta de matrículas em escolas secundárias (junior high schools), escolas de en-sino médio (senior high schools) e instituições de ensino superior a mais de 90 por cento, 60 por cento e 15 por cento, respectivamente; reduzir a taxa de crescimento natural da população para menos de nove por mil, e nivelar a população em não mais do que 1,33 bilhões até 2005; na frente ambiental, aumentar a cobertura florestal em 18,2%, e a porcentagem das áreas urbanas verdes para 35%; o montante total dos principais poluentes urbanos e rurais seria reduzido em 10% em comparação com 2000, e mais medidas seriam adotadas para proteger e conservar os recursos naturais; aumentar as taxas de cresci-mento do rendimento disponível dos habitantes da zona urbana, e a renda líquida da população rural em 5% cada; aumentar o espaço de habi-tação para 22 m² até 2005 e instalar TV a cabo em 40% de todas as casas da China; melhorar os serviços médicos e de saúde nas áreas urbana e rural, enriquecer a vida cultural e reforçar a mora-lidade e a segurança.

A implementação dos 12 mega projetos serve para demonstrar o desenvolvimento sócio eco-nômico e o compromisso com a ciência e tecno-logia; além disso, representa um importante pas-so para resolver as questões suscitadas a partir da adesão da China à OMC.

- O 11°Plano (2006-2010)Em sua análise do 11° Plano quinquenal, Fan

(2006) menciona que ele foi considerado “revolu-cionário”, um “divisor de águas”, por diversas au-toridades e especialistas, por se basear em dois princípios: a construção de uma “sociedade so-cialista harmoniosa” (emprego, segurança social, redução da pobreza, cuidados com a saúde, pro-teção ambiental e segurança), através do “desen-volvimento científico” (crescimento econômico associado à busca do bem estar e preocupações ambientais).

Além disso, o plano distinguiu-se por ter sido elaborado através de um processo mais aberto e baseado em consultas (ao Banco Mundial, a bu-rocratas do governo e a economistas) iniciadas três anos antes do período de sua vigência.

Os principais focos do plano eram: promover o

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desenvolvimento através da expansão da deman-da doméstica; aperfeiçoar a estrutura industrial; conciliar desenvolvimento e conservação dos recursos ambientais; apoiar o desenvolvimento no crescimento da capacidade de inovação inde-pendente, no avanço da ciência e da tecnologia e nos recursos humanos; permitir a alocação de recursos pelo mercado, mas submetê-lo à macro regulação e controle; equilibrar o desenvolvimen-to econômico com o social.

Os Planos Quinquenais se concretizam através de programas que por sua vez se desdobram em pro-jetos. Abaixo apresentamos os mais importantes:

I - Programa Nacional de P&D High-Tech (Programa 863) - Foi criado em 1986 visando o

desenvolvimento da alta tecnologia chinesa fren-te às mudanças globais; foi executado durante 3 planos quinquenais. O programa 863 teve e ainda tem papel fundamental na investigação e inser-ção de fontes e meios renováveis de obtenção de energia (THORNLE et al, 2011).

II - Programa de P&D em Tecnologias-ChaveÉ o primeiro programa nacional de C&T da

China; tem como objetivo prioritário resolver questões de C&T que auxiliem a construção da economia nacional e do desenvolvimento social. Os objetivos principais do programa relacionam--se com o desenvolvimento social, a agricultura e a tecnologia de ponta.

III -Projeto de Desenvolvimento Ocidental: Este Projeto pretendia melhorar a capacidade

de inovação em C&T da região ocidental, acelerar a reestruturação e a atualização industrial, facili-tar o rápido desenvolvimento das indústrias com características locais e indústrias de alta tecno-logia, e atingir o desenvolvimento coordenado entre ecologia regional, meio ambiente e cons-trução econômica.

IV - Programa Nacional de Pesquisa Básica daChina (Programa 973)O Programa possui quatro tarefas principais,

a saber: 1) conduzir pesquisas abrangentes e multidisciplinares, fornecer fundamentos teóri-cos e científicos para a resolução de questões importantes da ciência nos campos da agricul-tura, energia, informação, recursos ambientais, população, saúde, dentre outros, além de temas que auxiliem no desenvolvimento econômico e

social; 2) implantar uma importante vanguarda em pesquisas; 3) incentivar pessoas com qua-lificação científica elevada e grande capacidade criativa a auxiliarem na realização das exigências para o desenvolvimento no século XXI ;4) Cons-truir um grupo de trabalho de alto nível científico e tecnológico no país, constituindo alguns cen-tros de pesquisa científica multidisciplinar.

V - Construção de Ambiente para Indústrias de C&TEste programa foi um componente importan-

te do plano nacional de C&T no 10° Plano Quin-quenal. Seus objetivos são: fortalecer a política para a construção de um ambiente favorável às indústrias de C&T, promover o desenvolvimento econômico regional, melhorar os intercâmbios e serviços técnicos, estimular o desenvolvimento de pequenas e médias empresas de C&T. Além disso, tem o propósito de desenvolver intensa-mente as indústrias de C&T intermediárias, e criar um ambiente sólido para a industrialização de descobertas em C&T e sua comercialização.

VI - O Projeto SparkO Projeto Spark (que às vezes aparece tam-

bém como “Programa Spark”) é o primeiro que visa desenvolver a economia rural através da ci-ência e tecnologia aprovado pelo Conselho de Estado da China. Em 1985 o plano começou a ser testado em locais selecionados, vindo a atingir dimensão nacional no ano seguinte. Tem como objetivo estimular os técnicos a criarem um grande número de tecnologias de efeito rápido e baixo custo, beneficiando a economia local, as pequenas e médias empresas, especialmente as de condados e vilas.

VII - National Spark Technology CityTrata-se de um projeto industrial, incluído no

Projeto Spark, apoiado pela Comissão Estatal de Ciência e Tecnologia, sendo o primeiro empreen-dimento de tecnologia altamente especializada na indústria de informação. Após sua conclusão, o “Cidade Spark” irá se tornar um grupo interna-cional de ações conjuntas. O objetivo é criar um grande mercado Spark, com enormes constru-ções inteligentes e instalações que funcionam através da avançada rede internacional de com-putadores. O mercado Spark possui 6 esferas de operação principais: o Mercado Spark de Com-modities (apóia duas vezes ao ano a Feira Spark de Commodities); o Mercado Spark de Tecnologia (

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apóia uma vez por ano uma reunião para fornecer vários tipos de tecnologias tanto para o mercado interno quanto para o externo); o Mercado Spa-rk de Informação (núcleo do funcionamento do “Cidade Spark”, ligado à Rede Nacional Spark de Informações); o Mercado Spark de Recursos (for-nece a tecnologia de processamento profundo e investimentos para áreas e empresas com recur-sos próprios); o Mercado Spark de Investimentos (responsável por atrair fundos de investimento in-terno e das regiões próximas); o Mercado Spark de Talentos (responsável por construir um banco de dados de pessoas talentosas na rede de com-putadores da Cidade Spark).

VIII - Programa TorchCriado em 1988, o Programa Torch visa a pes-

quisa, comercialização e internacionalização de alta- tecnologia, sendo um dos componentes da Estratégia Nacional de Revitalização do País através da Ciência e Educação (SHI, LI, S.D.). São suas principais iniciativas: criar um ambiente adequado para o desenvolvimento de indústrias de alta-tecnologia, criar Parques Industriais de Ci-ência e Tecnologia e Centros de Incubadoras de Tecnologia, criar prêmios para projetos de tecno-logia avançada.

IX - Programa Nacional de Infraestrutura em Ciência e TecnologiaNo 10° Plano, o “Programa P&D em Infra es-

trutura e Facilitação do Desenvolvimento”, cons-tituiu um componente importante do sistema nacional de planejamento de C&T. O empenho foi no sentido de ajustar, enriquecer, e fortale-cer a capacidade nacional de C&T e suas diver-sas bases de pesquisas. Uma das metas era o compartilhamento de recursos e condições para a pesquisa científica e o desenvolvimento técni-co, e forte suporte para o desenvolvimento das C&T nacionais. O programa inclui o Programa de Desenvolvimento de Laboratórios Estatais Estratégicos; o Programa Nacional de Projetos Científicos Estratégicos; o Programa Nacional de Desenvolvimento de Centros de Pesquisa de Tec-nologia em Engenharia; o Programa de Trabalho Básico em C&T; o Programa de Pesquisa para o Bem Estar Público; e o Programa Internacional em C&T para Projetos de Cooperação.

X - Sistema de Bolsas e Políticas do Ministério da Educação Visando o retorno dos estudantes chineses que

concluíram seus estudos fora da China, o Ministé-rio da Educação implantou diversos programas de incentivo à volta dessas pessoas, como o “Fundo de Repatriados para o Empreendimento de Pes-quisa em C&T”, o “Programa de Formação de Ta-lentos para o Século 21”, o “Programa ‘Chunhui”,o “Programa Changjiang de incentivo acadêmico”,o “Programa Acadêmico para retorno rápido de Es-tudantes e pesquisadores intercambistas”.

O que se observa de modo geral nas orien-tações da Política Industrial na China é a busca persistente do desenvolvimento científico-tecno-lógico para a expansão dos produtos knowledge based (SHENKAR, 2005); da inserção competiti-va de empresas chinesas no mercado mundial, do maior equilíbrio entre as regiões do país com o estímulo ao crescimento da região ocidental, do aumento do poder aquisitivo da população de forma equitativa.

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4.1) Política Industrial Setorial

A indicação das principais iniciativas de polí-tica industrial de perfil setorial na Rússia, Índia e China, desde o final do século passado, é o propósito deste capítulo. Foram selecionados os seguintes setores: complexo automotivo; couro, calçados e artefatos; higiene pessoal, perfuma-ria e cosméticos; madeira e móveis; plásticos; têxtil e confecções; bens de capital; complexo aeronáutico; naval; tecnologias de informação e comunicação; complexo industrial da saúde; complexo energia (bioetanol, biodiesel, petróleo e gás); sistema agroindustrial; defesa. A estes foram adicionados setores ligados às atividades portadoras de futuro, como a nanotecnologia e a biotecnologia. Todavia, seja pelos limites dos procedimentos adotados pela pesquisa, seja pela ausência ou pequena importância conferida às políticas para determinados setores nos sites de agências multilaterais e dos órgãos de gover-no dos diferentes países, não foi possível identi-ficar ações de política públicas projetadas para todos os setores mencionados, mesmo com a utilização de um uma grande diversidade de fon-tes adicionais.

Parte das dificuldades relativas ao levanta-mento de políticas setoriais é a objeção firmada em muitos círculos acadêmicos e de governo contra a adoção de políticas seletivas, por supos-to inclinadas a favorecer procedimentos predató-rios, rent seeking, como sugerido pelas perspec-tivas neo-utilitaristas, que ganham proeminência a partir da década de 1970, com base na iden-tificação de falhas de governo, que tornariam o Estado inepto para a intervenção no mercado29. Ainda que a influência de tais formulações seja declinante, desde os anos derradeiros da última

29 Para uma síntese crítica das formulações neo-utilitaristas ver Evans (1998) e Chang (1994 e 2002).

década do século XX, por força dos seguidas crises e dos resultados controversos das políti-cas neoliberais para o crescimento econômico e o desenvolvimento dos países que as dotaram, elas acentuaram as cautelas em relação à adoção de políticas dirigidas a setores industriais especí-ficos. É o que observamos, por exemplo, quan-do se mira o conteúdo das políticas industriais definidas em documentos da União Européia desde o início deste século, de estilo bottom up, centradas no estímulo às atividades de P&D em tecnologia genéricas, utilizáveis por diversos se-tores industriais. No limite, a adoção de alguma seletividade, nesta perspectiva de política indus-trial, aparece quase que exclusivamente na de-fesa de medidas de apoio a pequenas e médias empresas e à formação de clusters, nos espaços locais e regionais, num escopo de política que vê com reservas a ação indutora do Estado e a adoção de medidas top down, orientadas para a edificação e/ou fortalecimento de determinados setores industriais.

Todavia, como vimos no capítulo anterior, as exigências colocadas para as políticas industriais contemporâneas são diversas, conforme a di-mensão, o estágio de desenvolvimento e as mo-dalidades de inserção das economias nacionais no mercado mundial. Países como os BRICs, de enorme extensão territorial e grande heteroge-neidade econômica e social, dificilmente alcan-çariam níveis elevados de renda e riqueza sem a diversificação de sua produção industrial30. Ade-

30 Rodrik faz menção a estudo de Jean Imbs e Romain Wacziarg (2003), assentado em compa-rações de diferentes momentos no processo de desenvolvimento de um país e entre diferentes países, que assinala ser a correlação entre diver-sificação econômica e crescimento da renda as-semelhada a uma curva em forma de U. Somente após alcançarem níveis elevados de diversifica-ção econômica e crescimento da renda é que os países tendem a evidenciar uma relação positiva

4. POLÍTICA INDUSTRIAL PARA SETORES SELECIONADOS NA RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA

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mais, a experiência dos países que dominam o conhecimento e os processos que estruturam os paradigmas tecnológicos predominantes em cada época revela que esta condição não resul-tou de uma dinâmica econômica marcada pela presença passiva do Estado, como mero mante-nedor de um ambiente institucional favorável ao livre mercado. De fato, para isto foram decisivos instrumentos para redução da incerteza que se associam aos investimentos em inovação, deri-vada dos custos de oportunidade que a eles se vinculam: crédito, sistemas de contrapartidas, compras governamentais, arranjos consociati-vos entre os agentes econômicos, alteração dos preços relativos dos insumos via subsídios e ou-tros mecanismos (DELGADO, CONDÉ, SALLES E ESTHER, 2010, 2011a). Num país periférico ou semiperiférico, a mera exploração das vantagens comparativas existentes não assegura o domínio acima referido, condição para o controle sobre “habilidades tecnológicas, oportunidades para

entre concentração setorial e renda elevada (Ro-drik, 2004). Noutros termos, a especialização se-torial de países em desenvolvimento, de modo a explorar determinadas vantagens comparativas, está negativamente associada ao crescimento da renda, tornando a diversificação econômica uma exigência de políticas de desenvolvimento. Ro-drik, contudo, assinala que o propósito das políti-cas deve ser o apoio a atividades, não a setores, especialmente para contornar os custos de self--discovery, que pesam sobre os empresários en-volvidos na adaptação de tecnologias desenvolvi-das no exterior, além do fomento à articulação de diferentes setores e instituições num determina-do espaço. No primeiro caso, está implícito que superadas as dificuldades iniciais de adaptação, com a germinação de empresários dedicados às novas atividades, o Estado poderia retirar-se. Uma indagação a ser feita é se esta retirada pode ser plena, caso os níveis de integração externa e integração interna de um país não forem su-ficientes para garantir a redução da vulnerabili-dade face à competição com os países mais de-senvolvidos, como veremos adiante. Neste caso, políticas setoriais podem ser decisivas para es-tabelecer e consolidar setores que se associam a tecnologias mais dinâmicas ou portadoras de futuro, ou para evitar processos regressivos que, atingindo setores fundamentais na estrutura pro-dutiva existente, fragilizem as cadeias industriais no âmbito nacional, reduzindo os níveis de inte-gração interna da economia. Valemo-nos neste e no relatório anterior deste estudo das noções de integração interna e integração externa de Wade (2004). Voltaremos a elas adiante.

solução de problemas e melhorias da produtivi-dade”, capazes de elevar a capacidade de inova-ção das economias nacionais e reduzir o impacto negativo de sua ausência sobre o crescimento econômico, por força da pressão recorrente so-bre o balanço de pagamentos (CIMOLI, DOSI & STIGLITZ, 2007, 63).

Importa assinalar, contudo, que não se trata, apenas, de desenvolver iniciativas que ampliem a infra-estrutura científica e tecnológica e o ca-pital humano num determinado espaço nacional. Boa parte das vezes, os problemas associados à reduzida utilização da ciência e da tecnologia na produção industrial de um país vincula-se a di-lemas situados na esfera da demanda e não da oferta, por força de determinantes estruturais e institucionais que desestimulam a inovação (RO-DRIK, 2004; DELGADO, CONDÉ, SALLES e ES-THER, 2011). A criação de demanda que estimule a inovação está relacionada à presença de uma estrutura industrial diversificada, como já assina-lamos anteriormente, que favoreça a produção de efeitos dinâmicos, “por meio de variáveis glo-bais do sistema, tais como a demanda agregada, a demanda industrial de insumos, ou os custos da busca” (CIMOLI, DOSI & STIGLITZ, 2007, 65). Ou ainda, à presença de uma economia que seja externa e internamente integrada, nos termos da formulação de Wade (2004), isto é dotada de pre-sença dinâmica no mercado mundial por via da exploração de vantagens comparativas que se ancorem, ainda que não exclusivamente, na pro-dução de artigos de densidade tecnológica ele-vada e que, simultaneamente, apresente, interna-mente, um denso conjunto de ligações entre os setores e uma estrutura de demanda dinamizada fortemente pelos assalariados domésticos.

O escopo, pois, das políticas industriais exigi-das para países situados na periferia e semiperi-feria da economia mundial não se refere apenas às ações orientadas para a correção de falhas de mercado pelo Estado, uma vez que esta pode ser efetuada sem alteração da posição relativa dos diferentes países na economia mundial, nem tampouco ao desenvolvimento de condições genéricas para o desenvolvimento tecnológico, como a formação de capital humano e a expan-são da infra-estrutura de ciência e tecnologia, pois sem ações adicionais para o fortalecimento e diversificação da estrutura produtiva tais inicia-tivas podem revelar-se inócuas. Assim, a política industrial para países situados na periferia e se-

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miperiferia da economia mundial, especialmente aqueles da dimensão e complexidade dos BRICs, implica uma ação deliberada para diversificação econômica, notadamente através da acentuação da presença de setores e atividades que concen-trem maior dinamismo tecnológico e/ou sejam portadores de futuro, isto é vinculem-se a pro-cessos situados na fronteira do desenvolvimento tecnológico, prenunciando os novos paradigmas em que tende a se estruturar a atividade econô-mica. Subsiste, contudo, a indagação sobre a capacidade de o Estado desenvolver ações de política industrial, quaisquer que sejam seus ob-jetivos (correção de falhas de mercado, empare-lhamento, estímulo à inovação, elevação do nível de emprego), sem produzir efeitos perversos de-rivados da presença de falhas de governo, nos termos das formulações utilitaristas.31 As falhas de governo referem-se, fundamentalmente, à atribuição de comportamento equivalente, em seus componentes, àquele que se supõe preva-lecente no mercado (TULLOCK, 1984). Relacio-nam-se, também, à indicação da possibilidade de captura do Estado por agentes econômicos be-neficiados pela intervenção estatal e à existência de assimetria de informações na relação entre tomadores de decisão e burocratas – problema associado à relação principal-agente. No limite, políticos e burocratas seriam tão maximizado-res quanto os indivíduos no mercado, o que os conduz a iniciativas, na busca de votos e rendas, que distorcem as sinalizações do mercado, além de produzir privilégios. A adoção de políticas em favor de determinados grupos econômicos, por seu turno, levaria à criação de rendas de mono-pólio e à ineficiência. Por fim, ainda que as de-terminações de políticos e dirigentes possam ser bem intencionadas, esbarrariam nas dificuldades para obtenção e processamento de informações e na capacidade de que dispõem os burocratas para brecar ou distorcer sua implementação.

A crítica à teoria sobre as falhas de governo, sem recusar plenamente validade aos proble-mas que aponta no funcionamento do Estado, indica como suas limitações a percepção uni-lateral sobre as motivações dos indivíduos e a incipiência da compreensão sobre os desenhos institucionais pertinentes à estrutura do Estado

31 Valemo-nos, nos próximos cinco parágrafos, de passagem contida em Delgado, Conde, Salles e Ésther (2011a, 87-90)

e sua relação com a sociedade (CHANG, 1994 e 2002; EVANS, 1998 )32. A forma de recrutamento da burocracia, seu treinamento, a presença de uma vigorosa ideologia orientada para o serviço público, a natureza mesmo da burocracia webe-riana, a possibilidade de contar com mecanismos de controle externo mitigam os efeitos do com-portamento maximizador, que não seria, de todo modo, inerente ao comportamento dos indivídu-os em qualquer situação. Por seu turno, a indica-ção da possibilidade de captura do Estado por setores econômicos beneficiados por políticas industriais dá por resolvido o problema da ação coletiva de tais setores, desconsidera os diver-sos elementos que participam na formação da agenda pública e deixa obscuro o processo em que a penetração de interesses privados no Esta-do se realiza. Por fim, a afirmação de que proble-mas de informação tornam inefetivas as ações estatais negligencia a generalidade do problema da ausência de informações, além de assentar--se num postulado de racionalidade substantiva – em que se presume o domínio completo das in-formações relevantes no processo de tomada de decisões -, que deve ser contraposta à perspec-tiva da racionalidade procedimental, cuja efetivi-dade está relacionada à definição de um desenho institucional que favoreça a troca e o comparti-lhamento de informações (CHANG, 1994 ).

Contornada a objeção relativa à presença de falhas de governo, subsiste a objeção às políti-cas seletivas em enunciados que enfatizam os objetivos restritos que devem ser perseguidos pela política industrial. Neste caso, a política in-dustrial é associada, como vimos, à correção de falhas de mercado - produção de bens públicos, externalidades, informações imperfeitas -, ou, no limite, às ações do Estado orientadas para a ga-rantia de certas condições que afetam positiva-mente as atividade econômica em seu conjunto, sem seleção de grupos e setores (políticas hori-zontais). Na verdade estas duas proposições de política industrial aproximam-se por negarem ao

32 Peter Evans, salienta, ainda, os limites dos postulados neoclássicos das teorias sobre as falhas de governo para lidar com temas como a mudança social e o desenvolvimento econômico, além de apontar um paradoxo para seus desdo-bramentos práticos. Por que políticos e burocratas agiriam para criar o Estado mínimo, se agem sem-pre de forma auto-interessada, destruindo irracio-nalmente a fonte de seus ganhos? (EVANS, 1998)

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Estado qualquer papel na orientação dos rumos a serem tomados pelas atividades econômicas. Na primeira formulação, a intervenção estatal, como já observamos noutro momento, ocorre ex post, destinando-se à correção de desequilíbrios e imperfeições verificados no mercado, de modo a restaurar situações anteriores de equilíbrio (DELGADO, CONDÉ, ESTHER & SALLES, 2010, 2011a). O problema aqui é a impossibilidade de definir ações orientadas para a mudança, uma vez que situações de equilíbrio podem se verifi-car em estágios incipientes de desenvolvimento econômico e tecnológico.

A idéia de políticas horizontais compartilha do ceticismo com a intervenção estatal, que se as-socia às teorias sobre as falhas de governo, enfa-tizando as dificuldades para o gerenciamento de políticas seletivas e os riscos que elas trazem no sentido da distorção dos sinais produzidos pelo mercado e na criação de facilidades à corrupção e ao favoritismo. Neste sentido, admite-se, tão somente, a ação estatal na produção de bens que podem ser utilizados por todas as indústrias. O problema é a impossibilidade de contornar a seletividade de tais políticas, por um lado, e a sua eventual inefetividade, por outro. Políticas de apoio genérico à pesquisa e desenvolvimen-to, num quadro de recursos escassos, vão be-neficiar primordialmente indústrias intensivas em tecnologia. Políticas de qualificação deverão definir quais profissionais serão formados, o que implica orientar a qualificação para as necessi-dades de algumas indústrias. Criação de infra--estrutura – portos, por exemplo – está associada a necessidades de determinadas atividades eco-nômicas. Por seu turno, se não estão definidos os mecanismos de transmissão dos bens pro-duzidos ao tecido industrial, é possível que eles permaneçam sem aproveitamento. Ademais, as políticas horizontais não garantem a efetividade de esforços de equiparação, nem resolvem pro-blemas de coordenação econômica, que podem exigir a indicação precisa de ramos e setores que se encontram defasados e/ou cuja magnitude é insuficiente para assegurar o equilíbrio entre os setores na atividade econômica.

A indicação do caráter seletivo das políticas industriais evita a incoerência inerente à idéia de políticas horizontais. A seletividade, por seu tur-no, deve estar associada à perseguição de ob-jetivos gerais. Na definição sugerida por Chang, política industrial é aquela que se dirige a grupos

específicos de indústrias para o alcance de re-sultados que são percebidos pelo Estado como eficientes para a economia em seu conjunto (CHANG, 1994, p. 60). Entretanto, como veremos neste trabalho, boa parte das políticas seletivas são apresentadas no âmbito de políticas gené-ricas, associadas, principalmente, à defesa e à inovação tecnológica. Isto não significa que ine-xistam como políticas seletivas, mas sua identifi-cação torna-se ainda mais complexa.

Indicamos, em seguida, os momentos mais im-portantes das políticas industriais setoriais desen-volvidas na Rússia, na Índia e na China, desde os últimos anos da década de 90 do século passado.

4.2) Política Industrial para Setores Selecionados na Rússia

A antiga aspiração da Rússia em se modernizar nos moldes ocidentais alterou-se muito no fim do século XX. Com a queda da União Soviética e a ascensão de Yeltsin abandonou-se a perspectiva de um desenvolvimento “por dentro” em favor da fé no progresso “por fora”, vinculado à idéia de uma economia de mercado aberta ao mundo. O resultado efetivo desta prática foi que, parti-cularmente entre 1991 e 1998, acreditava-se que a melhor política industrial era não possuir ne-nhuma política industrial. Assim, restava à Rús-sia de Yeltsin vender seus ativos e adequar-se à competição internacional. Mais recentemente, a ascensão de Putin – e depois Medvedev - ao po-der demarcou um movimento pendular: a Rússia torna-se mais agressiva internacionalmente e, in-ternamente, busca-se recuperar a capacidade de coordenação do Estado, fortemente comprome-tida ao final do século XX, com ações mais efeti-vas de recuperação da economia, inclusive com reestatização de empresas. A preocupação com projetos nacionais associados, por exemplo, à alta tecnologia, somente reaparece partindo de 2006. A partir de 2008, são tomadas medidas anti-crise que promovem a indução de algumas políticas específicas em determinados setores.

NANOTECNOLOGIANa Rússia, existe um Programa de Desenvolvi-

mento da Nanotecnologia na Federação Russa (de 2008 a 2015) e o Programa Federal de Desenvolvi-mento e Infra-Estrutura para Nanotecnologia na Fede-ração Russa (de 2008 a 2010). Ambos estão sob os

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auspícios do Ministério da Educação e Ciência, mas com participação da Corporação Russa de Na-notecnologia. Esta foi gerada a partir do interesse estatal em organizar este campo e comercializar produtos oriundos desta área; é uma corporação estatal que existe desde 2007 e foi reorganizada em 2011, adotando a denominação RUSNANO. Esta organização é ativa na promoção de apoio, investimento e ações neste campo, com grande movimentação nos setores de energia em laser (com uma fábrica em Moscou), termoconduto-res, metais, área química, microeletrônica, medi-camentos, além de parcerias internacionais. É o braço operacional de uma rede de ações oriun-das do Estado33.

Entre as metas para este campo, pretende-se atingir, a partir de 2015, vendas de produtos rus-sos de nanotecnologia em torno de 900 bilhões de rublos (cerca de US$ 31 bi34). O financiamen-to previsto para a formação de infra-estrutura in-dustrial e tecnológica deverá ser de 180 bilhões de rublos (US$ 6,2 bi) e o custo das taxas de licença para a introdução comercial de proprie-dade intelectual deverá chegar a 27 bilhões de rublos (US$ 929 mi). A base das propostas é a criação de uma moderna infra-estrutura da rede de nanotecnologia para o desenvolvimento e ca-pacidade de implementação nesta área visando: (1) uma nova geração de nanomateriais e nano-tecnologia para recursos e eficiência energética, manufatura, saúde e produção de alimentos, defesa e segurança; (2) produtos fabricados na

33 A RUSNANO, tal como a ZH-K-KH (fundo para reforma da habitação), o Vnesheconombank (banco de desenvolvimento, com foco na eco-nomia internacional), a Olimpstroi (corporação criada para preparer as Olimpíadas de Inverno de 2014), a Rosatom (corporação ligada à nergia atômica) e a Rostekhnologii (coporação para de-senvolvimento da tecnologia), figuram entre as goskoporacii, organismos estabelecidos pelo go-verno, através de dispositivo legal específico, não subordinados às leis comerciais, que dispõem de grande poder sobre suas áreas de atuação, inclu-sive com domínio sobre rendas potenciais nelas geradas. Operam como braço da centralização e reforço da autoridade estatal operadas no gover-no Putin (VASILEVA, 2011).

34 Seja ressaltado desde já que a estimativa em dólares por todo o texto leva em conta a conver-são em valores de agosto de 2011. Estes valores são meras grandezas quantitativas de demons-tração.

Rússia com até 75% de nacionalização, garantin-do controle interno da tecnologia e incentivando rede de pesquisas na área; (3) em P&D, incenti-var as organizações a ampliarem seus registros e internacionalizarem-se, produzindo 80 patentes por ano; (4) participação ativa da Federação na cooperação técnico-científica internacional; (5) a criação de informações contábeis sobre os resul-tados da investigação científica e do desenvolvi-mento tecnológico no campo da nanotecnologia; (7) melhorar a base metodológica de inovação científica e técnica; (8) estabelecer e financiar centros de pesquisa, redes, centros de uso co-letivo de equipamento científico e experimental no campo em questão; (9) a criação e o desen-volvimento de infra-estrutura inovadora, buscan-do também melhorar o mecanismo de interação entre os participantes no processo de inovação (instituições de pesquisa/universidades com as indústrias) para promover a produção de novas nanotecnologias e nanomateriais; (9) formar no-vos cientistas e conservar os existentes, incluin-do a criação de condições para atrair e manter jovens talentos na área e estimular o retorno para a Rússia de cientistas e especialistas que traba-lham no exterior.

Já para 2011, pretendia-se ampliar a competi-tividade do setor de P&D incluindo o envolvimen-to na segurança dos nanomateriais e nanotecno-logia aplicada à saúde e à vida e o desenvolvi-mento de novos tipos e produtos que possam ser trazidos para fabrico e comercialização nos próximos 2-3 anos e a criação um sistema efi-caz de comercialização de produtos. Em 2015, pretende-se estar em condições para aumentar o volume de produção em larga escala de novos produtos. Este esforço envolve equipamentos experimentais para diagnóstico, metrologia, ci-ência básica e a própria industria russa. A rede de nanotecnologia nacional irá se constituir com base em organizações estatais, garantindo, se-gundo o ministério responsável, o funcionamen-to eficiente no interesse geral da Rússia e suas organizações científicas, incluindo instituições educacionais de ensino superior interessadas em nanotecnologia e nanomateriais. A estratégia se complementa com apoio para o desenvolvimen-to de mecanismos reguladores, para harmonizar os padrões russos e internacionais, produzindo elementos de orientação para a garantia de ras-treabilidade e avaliação da conformidade dos produtos, para apoiar as exportações e promover

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a comercialização.A cada ano o volume e as fontes de financia-

mento são especificados no orçamento federal para o ano. Somente entre 2008 e 2010 estavam previstos 25 bi de rublos (cerca de US$ 860 mi). Para o futuro, conforme mencionado, é esperado US$ 6,2 bi até 2015 na área de infra-estrutura.

BIOTECNOLOGIAGrande parte dos trabalhos tem referência na

Organização Russa de Biotecnologia. Ela defende a formação de parcerias público-privadas, descrito no documento Programa nacional de desenvolvi-mento da biotecnologia na Rússia (2006-2015). Pelo governo federal, as ações se desenvolvem em torno do Ministério da Educação e Ciência.

Como em outras áreas, esta chegou ao qua-se colapso na era Yeltsin e, em 2003, o mercado ainda representava cerca de 40% de seu poten-cial. Para o Ministério da Educação e Ciência, em 2010 o mercado biotech na Rússia está estimado em US$ 4,4 bi, sendo US$1,8 bi oriundo de com-panhias domésticas (BIOTECHNOLOGY JOUR-NAL, 2007: 777).

O programa Desenvolvimento da Biotecnologia na Rússia entre 2006 e 2015 tem, entre variados pontos, o estabelecimento de zonas especiais de inovação tecnológica e a criação de Parques Tecnológicos de Biotecnologia. Existem progra-mas estatais em regiões como Moscou, Saratov, Tomsk e Kirov. As pesquisas-chave envolvem bio-proteção, biotecnologia renovável, biocatálise, bionanotecnologia e sistemas biológicos. Preten-de ainda o desenvolvimento em genômica, bio-informática e nanotecnologia (como biochips), a criação de programas de formação de pessoal para a área, a produção de projetos-chave em prática médica, alimentos e agricultura, fornecen-do produtos biotecnológicos domésticos para a população.. Existe larga tradição na área veteriná-ria e de medicamentos, abrindo caminho, já hoje, para mais de 1000 instituições e organizações conduzindo pesquisas neste campo (BIOTECH-NOLOGY JOURNAL, 2007: 778). Outra estratégia implica em aumentar a produção doméstica, vi-sando substituir importações e gerar uma base legal mais eficaz para controle e disseminação de produtos biotecnológicos.

O programa se estrutura em três fases. A primeira (2006-2008) incluía a análise do esta-do da arte da biotecnologia no país, construção de bancos de dados, definição de prioridades e

o aperfeiçoamento das bases legais federais e regionais, incluindo a provisão para inovações e solução para os problemas de propriedade inte-lectual. Foram criadas as Prioridades científicas e práticas na área de biotecnologia (2009-2015). A fase 2 (2009-2011) expandiu projetos de prioridade na-cional e com ênfase na solução dos problemas de abastecimento alimentar e nutrição, enfatizan-do projetos sustentáveis e o tema da melhoria na qualidade de vida com base na biotecnologia moderna. Foram definidos projetos regionais e inter-regionais (programas) em cerca de 30 regi-ões da federação, com o lançamento da produ-ção nacional de biofármacos para o diagnóstico e tratamento e profilaxia de doenças (biogenéricos, vacinas, diagnósticos). É adotado um programa para a formação e manutenção de biotecnólogos.

A terceira fase (2012-2015) está em vigor. En-tre suas preocupações está a definição de proje-tos nacionais prioritários na área energética com a introdução de 5% de bioetanol e biodiesel em combustíveis e a transição para matérias-primas renováveis não inferior a 10%. Pretende-se ain-da aumentar a produção biotecnológica domés-tica e substituir importações em 30%, incluindo as áreas associadas a fermentos, biopesticidas, polissacarídeos e assemelhados. Finalmente, intenta-se a introdução das últimas conquistas no campo da genômica, bioinformática e nano-tecnologias.

Os recursos estimados para todo o programa eram US$ 2 bi para implantação, no orçamento federal e provincial, além de fontes não orçamen-tárias. Como está baseado em parcerias público--privadas, a estimativa por ano envolvia 60% de recursos provenientes de fontes extra orçamen-tárias. Fica a ressalva da dificuldade em compro-var este volume de investimento, por limitações de fonte.

SETOR AUTOMOTIVO.O Ministério da Indústria e Comércio estabe-

leceu – entre 2010 e 2020 – uma série de ações apresentadas na Estratégia da Indústria automotiva da Federação Russa até 2020: fundos próprios das empresas envolvidas, empréstimos, investimen-to de parceiros estrangeiros e também financia-mento público. O total estimado é de 584,1 bi de rublos (pouco mais de US$ 20 bi)35.

35 Em relação ao setor automotivo russo ver também Kuboniwa (2009)

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58 Política Industrial na Rússia, Índia e China

O documento menciona que a entrada de montadoras internacionais foi incapaz de propor-cionar o pleno desenvolvimento do segmento. Um dos objetivos iniciais era recuperar o valor agregado da indústria automobilística ao nível de 2008 (21%), visando atingir 48% em 2020. Até 2020 a produção deverá incorporar maior propor-ção de produtos russos no mercado doméstico na ordem entre 80% (veículos leves de passagei-ros) até 97% (caminhões) e 99% no caso de ôni-bus. Figuram, também, entre os objetivos apre-sentados aumentar as exportações de veículos.

A estratégia básica a ser adotada envolve identificar as áreas prioritárias para o desenvol-vimento da indústria automobilística em médio e longo prazo, bem como formas de implementá--las. Reconhecendo o papel do capital privado, incentiva a parceria público-privada, envolvendo autoridades públicas em vários níveis e as em-presas em áreas-chave do desenvolvimento, em médio e longo prazo.

O conjunto do processo vai exigir dos parcei-ros – governo e empresas – mecanismos de estí-mulo à demanda no mercado interno e medidas que possam facilitar a exportação. O governo rus-so não tem o menor pudor em operar com bar-reiras de entrada: o documento fala em barreiras tarifárias e não tarifárias para restrições às impor-tações. E menciona abertamente a necessidade de reestruturação societária na indústria nacional.

MADEIRA E MÓVEIS, Através do Ministério da Indústria e Comércio,

existe uma Estratégia para o desenvolvimento do se-tor florestal na Federação Russa, com perspectiva de desenvolvimento até 2020. O plano visa a ges-tão sustentável das florestas; a conservação e valorização de seus recursos; o atendimento das necessidades do mercado interno com qualidade e produtos competitivos e a redução da partici-pação das importações no mercado interno (por substituição de importações). Pretende-se ainda reforçar o contributo do setor florestal para o desenvolvimento socioeconômico das regiões e garantir a segurança ambiental e sustentável da sociedade em recursos e serviços florestais. A estratégia para implantação envolve a delimita-ção de áreas para exploração, o uso do conceito de manejo florestal, um programa de desenvol-vimento regional para a área e a combinação de energia e transporte. Na implementação estão definidos parâmetros de parcerias público-pri-

vadas para o setor, prioridades em termos de preparação e transformação de madeira bruta, as formas de sua implementação e o desenvol-vimento de ações articuladas no Executivo e no Legislativo sobre o desenvolvimento setorial no longo prazo.

Segundo o Secretariado para Questões flores-tais (SIFI), organização com base em Estocolmo, há três desafios fortes para o setor: disponibilida-de de recursos, incremento de valor dos produ-tos florestais e o hoje presente forte uso dos re-cursos existentes. A lógica da “Estratégia Russa”, observa a SIFI, gera dois cenários: um, a manu-tenção e extrapolação das atuais condições sem recursos federais; no outro, a um cenário mais inovador com forte apoio do governo central, pro-porcionando crescimento mais significativo do setor. No primeiro são considerados investimen-tos de 670 bi em rublos (US$23 bi) e aumento na produção de celulose e madeira serrada em 40%, produção de papel e cartão em 25%, e o valor da produção de móveis perto do dobro do que era produzido em 2006. No segundo cenário, o investimento poderia chegar a 1,225 tri de ru-blos (US$ 42 bi), permitindo dobrar em celulose, papel e cartão e provocar crescimento de quatro vezes na produção de móveis. Ciente da impor-tância do setor, o governo entende que seu pa-pel é crucial, enfatizando a participação pública (fundo público, investimento em infra-estrutura e incentivos tributários) e a relação associada ao setor privado.

SETOR AERONÁUTICOO programa geral para o setor é intitulado De-

senvolvimento da aviação civil russa 2002-2006 e até 2015, sob os auspícios do Ministério da Indústria e Comércio e da Agência Federal da Indústria. Entre 2002 e 2005, US$13 bi estavam em tela, sendo US$ 440 mi do governo federal. Para o fu-turo, o governo pretende reduzir esta participa-ção direta delegando o esforço ao setor privado.

Com esta perspectiva, se espera uma maior competitividade no setor civil para os mercados interno e externo, aguardando uma nova geração tecnológica, soluções técnicas e ganhos espera-dos de mais de US$ 580 bi para o setor. Preten-dia-se aumentar a contribuição da aviação para o crescimento do produto interno bruto por rápido crescimento da oferta e filiais de vendas, além do escoamento das exportações, com melhoria da estrutura para o comércio exterior. Em nível

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micro, busca-se a formação de uma indústria da aviação eficiente, gerando novos negócios com aumento dos níveis de inovação e renovação das organizações da indústria aeronáutica. Também deseja-se que o mercado financeiro tenha maior participação na produção da indústria, através da expansão do mercado de valores mobiliários para geração de fundos. O governo parece con-siderar este setor de exploração basicamente pri-vada, limitada apenas por questões de segurança e defesa nacional.

SETOR NAVAL A Estratégia para a Indústria Naval, sob os auspí-

cios do Ministério da Indústria e Comércio, teve várias medidas aprovadas no período entre 2007 e 2010. Para este lapso de tempo, foram conside-rados 75 bi de rublos (US$ 2,580 bi). São espera-dos para o período, entre 2011 e 2015, 70 bi de rublos (US$ 2,408 bi), enquanto para 2016-2020 e além, 230 bi de rublos (US$ 8 bi).

Figuram no documento como objetivos: me-lhorar a defesa do país e a competitividade indus-trial, eliminar a defasagem tecnológica, estimular ação público-privada, aumentar a produtividade, ampliar a contribuição deste setor ao PIB. Per-manece aqui a explícita intenção em associar esta política ao setor de defesa: a construção de submarinos e navios para “o nível necessário de defesa nacional”. Refere-se ainda à ampliação da frota de petroleiros e a necessidade de investi-mento no Ártico, considerando a ampliação da frota para alimentos em geral, a atenção às ne-cessidades de deslocamento de passageiros e para as emergências nacionais.

A indústria indica mais de 200 empresas atu-ando em plataformas de construção de navios de até 5000 toneladas. Como em outros setores, o momento da década de 90 levou a uma série de consequências, como a redução do investimen-to em P&D; estima-se que na construção naval, entre 1990-1999, esta tenha diminuído entre 5 e 6 vezes. A partir de 1992, na área militar, houve uma quase paralisia de investimento. Surgiram três problemas relevantes: desequilíbrio estrutu-ral na indústria (incompatibilidade escala/estru-tura), baixo desenvolvimento e investimento no setor e problemas na legislação e na infra-estru-tura. Por isso, pretende-se criar um novo perfil competitivo da indústria naval através do desen-volvimento das capacidades científicas e tecno-lógicas, otimizando a capacidade de produção,

modernização e atualização técnica, para atender as necessidades do governo e das empresas. Neste esforço, o principal objetivo desta primeira fase (2007-2010) foi a consolidação e reforço das posições alcançadas, implicando ainda em mo-dernização legislativa para a área de construção e no aumento na produção russa de naves em aproximadamente 1,5 vezes.

A segunda fase (2011-2015) é o maior aperfei-çoamento técnico do setor e a criação de novas bases científicas e industriais na área. Isto sig-nifica atender aos seguintes objetivos: (1) mo-dernização global e a reconstrução da indústria de equipamentos; (2) preparativos para o desen-volvimento de novos produtos (navios de guerra avançada, grandes navios a gás); (3) desenvol-vimento, aprofundamento e desenvolvimento de tecnologias para a criação de uma produção competitiva com fins militares e civis; (4) a cria-ção das condições básicas para a eliminação da dependência do país em relação aos fornecedo-res internacionais de materiais, equipamentos e capital e (5) a expansão das exportações de pro-dutos de construção naval. A meta é que o volu-me da construção naval civil da Rússia torne-se 1% do total mundial, tendo sua produção amplia-da (até 2015) em 2,2 vezes.

O principal objetivo da terceira fase (a partir de 2016) é revitalizar a marinha (mercante e mi-litar). Isto implica em modernização da produção em série e dos produtos disponíveis pela indús-tria. Mesmo com atraso e desinvestimento, a Rússia permanece como um país capaz de pro-duzir todas as classes e tipos de navios, como de propulsão nuclear. Melhorar esta capacidade envolve absorver tecnologia, incluindo projetos para grande tonelagem e transporte geral, além das modernas turbinas a gás. A estratégia não descarta cooperação internacional e parcerias, mas mantém uma forte característica de controle nacional da indústria.

A construção naval pública recebe impulso em 2010 com a criação de uma Corporação Uni-da para Construção Naval, com 100% de controle estatal, definindo estratégias para o desenvolvi-mento, projeto, fabricação, entrega, garantia e manutenção, modernização e reparo. Considera--se, para fins civis e militares, o desenvolvimento na plataforma continental, bem como a introdu-ção de novas tecnologias e o desenvolvimentos da construção naval. Para indicar o alcance de tudo isso, a estratégia de financiamento implica

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na utilização dos recursos do orçamento federal e verbas extra-orçamentárias (fundos próprios de empresas e investimentos estabelecidos por fundos em parceria com a Federação Russa). O princípio geral de recursos extra-orçamentários é o de diminuir a quota de participação do governo com a redução de riscos.

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO (TI) E INOVAÇÃOSegundo o próprio governo russo, a tecnolo-

gia de informação tem sido, ao lado do setor de petróleo e gás, um dos motores do desempenho econômico da Rússia, crescendo 4 vezes acima da média da economia. Em 2007, foi apresentado pelo Conselho de Segurança, diretamente ligado ao então Presidente Putin, a Estratégia para o de-senvolvimento da sociedade de informação na Rússia, objetivando transformar o país em um dos líde-res mundiais no desenvolvimento denominado “pós industrial”, com ênfase, ainda, no tema da segurança de informação.

A estratégia expressa no documento indica proporcionar um crescimento forte e sustentado em três áreas: a infra-estrutura nacional de infor-mação e comunicação, a produção de uma base científica e técnica para inovações e um acesso eficiente e seguro aos serviços ligados a TI. Entre seus objetivos está tornar a parcela da economia ligada ao setor como responsável por 8% das exportações até 2015. Até a mesma data, pelo menos 80% das cidades e aldeias devem estar conectadas à rede telefônica e ter acesso aos re-cursos de informação disponibilizados pelo Esta-do na Internet. O número de professores usando a tecnologia da informação no trabalho docente deve aumentar para 50% em escolas secundá-rias e para 70% nos estabelecimentos de ensi-no superior. A demanda do mercado de trabalho para os especialistas em segurança da informa-ção deve ser plenamente satisfeita.

Por sua vez, o conceito de e-governo vem se ampliando, também com o intuito de aumentar a eficiência da administração pública federal e local, a interação da sociedade civil com as au-toridades públicas e a qualidade e a eficiência dos serviços públicos (lei nº 632-r, de 2008). Pelo nível de proliferação de computadores pessoais na população e dada a expansão da Internet, a Rússia pretende reduzir rapidamente o atraso em relação aos países desenvolvidos. Pretende ainda melhorar a qualidade e a acessibilidade dos serviços públicos para organizações e cida-dãos, reduzir os custos administrativos para os

cidadãos e entidades, a introdução de padrões uniformes de serviços, aumentar a transparência das informações sobre as atividades do governo e para expandir a capacidade de acessá-lo.

A fase inicial do programa pretendia equi-par órgãos do governo com computadores mo-dernos e o estabelecimento de uma tecnologia adequada para informação e infra-estrutura de comunicação. Segundo o Ministério do Desen-volvimento Econômico, as autoridades públicas precisariam ter websites na internet com infor-mações gerais sobre o lugar e sua atividade. Até o momento, as soluções técnicas foram desen-volvidas para a construção de um sistema seguro de gestão de documentos eletrônicos. O Minis-tério reconhece, entretanto, que a maior parte dos resultados refere-se aos serviços a serem utilizados, faltando melhorar a cooperação entre as agências e a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos.

Pelo lado das orientações gerais ligadas à inovação, o Ministério do Desenvolvimento Eco-nômico descreve as preocupações básicas do governo no documento Política de Inovação Os objetivos e orientações básicas para moderni-zação e desenvolvimento de ações de inovação na economia nacional são, por sua vez, definidos no Conceito de longo prazo de desenvolvimento sócio--econômico da Rússia até 2020. Nestes documen-tos, o Governo indica suas pretensões de criar uma comunidade inovadora, modernizando os setores tradicionais da economia e produzindo uma infra-estrutura de transporte moderna e se-tores competitivos dentro da “nova economia”. As atribuições do Ministério são incentivar a ino-vação nas empresas e gerar novos empreendien-tos inovadores, aumentar a demanda por produ-tos inovadores e apoiar a orientação do setor da ciência e da educação.

Um último documento importante é a Estra-tégia para o desenvolvimento da ciência e da inova-ção na Federação Russa até 2015. O Ministério da Educação e da Ciência é o responsável pela implementação. Defende que a Rússia deve se tornar um país com qualidade de vida, inovador, competitivo em nível global e um dos estados lí-deres no mundo. O desenvolvimento do capital humano é visto como o principal meio para atin-gir estas metas. O investimento em educação, ciência, saúde, cultura e instituições sociais está no núcleo da estratégia. Em 2020 os gastos do governo com a educação deverão subir de 4,1%

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para 5,5 a 6% do PIB, enquanto em Ciência deve passar de 1,1% para 2,5-3% do produto.

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDEUm documento central de política setorial é o

Desenvolvimento da indústria farmacêutica e médica da Federação Russa até 2020 e além, de 2011. Ele prevê medidas voltadas à cooperação internacio-nal, como o co-financiamento na produção dos medicamentos e o desenvolvimento de drogas inovadoras em colaboração com companhias ex-ternas. Baseia-se em parcerias público-privadas e co-financiamento em pesquisa. Os Ministérios de referência são o Ministério da Saúde e do De-senvolvimento Social e o Ministério da Industria e do Comércio.

A estrutura prevista para o programa prevê o investimento de 188 bi (US$6,47 bi) de rublos, sen-do 122 bi (US$ 4,2 bi) do orçamento federal. Pre-vê a organização de 7 grupos de implementação, com o propósito de desenvolver a base científica e técnica da indústria farmacêutica, o potencial de inovação do setor, a infra-estrutura de recursos humanos, a reestruturação dos equipamentos da indústria e a gestão do próprio programa.

Segundo uma consultoria privada (FROST & SULLIVAN, 2009), as importações representam cerca de 60 por cento do mercado farmacêutico russo. A ação governamental vem tentando dimi-nuir a dependência de medicamentos com o for-te aumento na produção de genéricos e diversos incentivos. A existência de um sistema de saúde centralizado, com hospitais de grande porte e especializados, pode ser considerado facilitador da expansão da industria. Há esforços para bio-tecnologia e para incorporar tecnologia de infor-mação ao setor: redes de telessaúde foram de-senvolvidos e um Programa Nacional de Saúde foi iniciado para fornecer fundos significativos para construir centros de saúde especializados no país. Há também uma demanda crescente para substituir equipamentos médicos obsoletos.

O chamado Plano Nacional de Saúde, de 2006, pretendia melhorar o sistema e recuperar sua infra-estrutura, com a modernização de equipa-mentos, construção de novos centros médicos e programas de vacinação. Foi dirigido diretamente pelo escritório do então Presidente Putin e pre-tendia construir 15 grandes centros especializa-dos no país, reforçando o poder de compra do governo, Somente entre 2007 e 2009 o orçamen-to previsto para estas ações chegou a US$12 bi.

Tais esquemas de apoio e investimento direto são complementados pelo Conceito de Desenvol-vimento em Saúde 2020, baseado na legislação mais recente, que visa melhor cobertura para envelhecimento, reduzir a mortalidade na idade predominante para trabalho, reduzir mortalidade materno-infantil e aumentar ações contra drogas, AIDS fumo e bebida. Isto implica em programas específicos e cuidados primários, mas também envolve a compra de equipamentos de tecnolo-gia mais avançada.

ENERGIAEste setor pode ser visto como a chave do de-

senvolvimento russo recente. O setor petróleo/gás é tão expressivo que as variações no preço do óleo são decisivas não somente para a balan-ça de pagamentos, mas também para uma parte significativa da capacidade de investimento do país. Existe uma Estratégia Energética para a Rús-sia, com abrangência entre o fim de 2009 e 2030, operando em longo prazo. A condução institucio-nal opera através do Instituto de Estratégia Ener-gética em associação ao Ministério da Energia. O investimento previsto é, certamente, o maior da Federação: 60 tri de rublos (mais de US$ 209 bi)36.

O maior objetivo do programa é a segurança no campo de energia, centrado na capacidade para exportar suas fontes energéticas e diversi-ficar vendas. O governo se preocupa com a de-pendência do país em óleo e gás, construindo ações para diminuir a dependência da economia russa em relação ao setor energético de 30% para 18% do PIB e trabalhar pela otimização das fontes energéticas (como energia solar e geoter-mal). A estratégia implica na maior eficiência em extração e processamento para o atendimento externo e interno e com a diversificação da ma-triz energética e a construção de uma nova infra--estrutura para o setor.

Está em curso um projeto que utiliza a região de Altai (província russa) para fornecimento de gás para a China. O objetivo de ampliação geral (até 2030) na produção de óleo envolve passar de 530 mi para 535 mi de toneladas, a de gás de 880m3 para 940m3 e a capacidade elétrica pas-sar de 1,8 para 2,2 tri de kw/hora. Somente em gás, as exportações representam 35% de tudo que é produzido na área. Como a Rússia apre-

36 Em relação à política russa referente ao com-plexo energético, ver também Mastepanov (S.D.)

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senta uma taxa expressiva de crescimento eco-nômico, há também que se esperar o aumento da demanda interna.

Esta estratégia desdobra-se por três fases. Na primeira (2013-2015), projeta-se a recupera-ção do setor diante da crise global e a criação de bases de crescimento futuro. A segunda fase (2015-2022) implicará em inovações tecnológicas e a terceira (2022-2030) em eficiência energética. Estas fases também têm associação com outras fontes energéticas (nuclear, eólica, hidrogênio) es-timando que estas atendam a 14% da demanda do país. São as características da abundância em hidrocarbonetos: em 2030, a Rússia pretende al-cançar, ainda, apenas 14% de energia renovável!

Em termos fiscais o governo federal controla 95% das taxas, restando 5% para as províncias, segundo mudanças recentes na legislação do se-tor. O governo central aumentou seu apetite pe-los recursos, argumentando que necessita deles para grandes investimentos. Foi criado um fundo público para financiamento energético e o Banco Central foi instado a passar 75% de seus lucros ao governo por três anos (antes em 50%). Em contrapartida, Moscou propõe subsídios às pro-víncias como compensação.

SETOR AGROINDUSTRIALO Ministério da Agricultura operou um impor-

tante programa intitulado Conservação e restaura-ção da fertilidade do solo das terras agrícolas e terras agrícolas como nacional patrimônio da Rússia nos anos 2006 – 2010. O investimento previsto foi de 21bi de rublos (US$ 731 mi) do orçamento federal.

O setor de alimentos sempre foi muito sen-sível na Rússia, particularmente pelo rigor do in-verno e as variações fortes no mercado de grãos. O plano previa o aumento da área agricultável, reduzindo em 3,2 mi de hectares as áreas não utilizáveis. Ao longo dos anos de execução do programa era esperada a criação de 70.000 pos-tos de trabalho e a ampliação da safra em 80 mi de toneladas de grãos em relação a 2005. Além disso, pretendia-se ampliar as áreas agrícolas em mais 22 mi de hectares com utilização de nitro-gênio, potássio e fósforo melhoradas. Pretendeu ainda aumentar a proteção contra enchentes e alagamentos; impedir a desertificação de terras agrícolas na área de 250 mil hectares; proteger 100 mil hectares de terras da erosão hídrica e eólica; a redução do grau de acidez do solo em uma área de 1.287.000 hectares e o mapeamen-

to complexo de fertilidade do solo agrícola em uma área de 3,2 milhões de hectares. As metas envolvem a conservação e o uso sustentável das terras agrícolas, a melhoria no desempenho do complexo agro-químico e dos sistemas agro-flo-restais, o manejo de água e atividades que visam a modernização de toda o complexo agroindus-trial. O Estado persiste como o principal financia-dor do sistema. Não existe nada de fortemente inovador na proposta. Infelizmente, não foi pos-sível verificar os resultados por falta efetiva de informações.

DEFESA O setor é considerado, naturalmente, um

dos mais importantes pelo governo. Existe um Programa Federal de Reforma do complexo industrial militar, iniciado em 2005, com vigência até 2010, conduzido pelo Ministério da Educação e Ciên-cia e pela Agência Espacial Russa, ainda que sob estreito acompanhamento do Ministério da Defesa. Por tratar-se de documentação em par-te considerada em sigilo, os dados do setor não estão disponíveis em escala maior. Este progra-ma pretende criar condições para a sustentabili-dade e promoção de vantagens competitivas na exportação de alta tecnologia. Mas também mo-dernizar o parque produtivo existente e a própria estrutura geral das forças armadas. A produção militar está concentrada em um número limita-do de áreas e em sociedades de economia mista com participação estatal, atuando principalmente em pesquisa integrada e grandes estruturas de produção, centros de investigação públicos e centros federais de pesquisa e produção. Existe a produção de certos tipos de armas e empre-sas de equipamentos militares em organizações científicas e industriais, especialmente em con-tratos com prioridade de defesa e naqueles para o Programa Espacial Russo (Rosaviakosmos).

Entre 2001 e 2005 tratou-se de, basicamente, reestruturação industrial na área nuclear, incluin-do modernização. Entre 2006 e 2010, buscou-se diversificar a produção e gerar novas empresas sob controle estatal, mais competitivas, com in-tegração inter-setorial. A reforma da defesa será centrada principalmente em empresas estatais e empresas com participação estatal de impor-tância estratégica, mas o núcleo central do setor assinala a importância de buscar a integração es-tratégica com o setor civil da indústria.

A retomada do investimento representa um

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importante reflexo do crescimento econômico e da ação ativa do Estado em seu controle e finan-ciamento, estabilizando o cenário do setor, inclu-sive trazendo de volta cientistas ligados à área. O governo russo avalia que o cenário geopolítico após os atentados nos EUA em 2001 abriu tam-bém novos mercados às armas russas. O poder russo em energia com petróleo e gás também entrou no jogo comercial, com a presença de pressões para vincular a compra de gás à aquisi-ção de itens do setor de defesa.

O salto mais significativo diz respeito à dimen-são do orçamento estatal, incluídos aí os valores para P&D. O impulso proporcionado pelas vendas externas de armamento é significativo. Em 2006, foram US$ 6,12 bi e em 2007 cerca de US$ 7 bi. Os principais compradores russos são chineses e hindus.

O Parlamento Russo votou legislação especí-fica (2005) proibindo o controle estrangeiro (mais de 50%) em 39 setores considerados estraté-gicos. Um dos instrumentos de controle desta política é a empresa estatal Rosoboronoexport, responsável pela comercialização de armas, con-trolando 80% de todo o segmento.

O setor de defesa opera uma rede de interfa-ces com muitos outros campos, como indústria naval, biotecnologia, nanotecnologia, tecnologia da informação. Muitas indústrias de outros seg-mentos têm propriedade estatal e realizam con-tratos com o setor de defesa, o que somente tor-na mais complexa a rede.

Na Rússia, o conceito de política industrial tornou-se mais corrente apenas em 2006. O go-verno assumiu protagonismo em muitas áreas, retomou propriedade no setor de energia, avia-ção, parte da indústria automobilística, confir-mou sua supremacia no setor naval e de defesa e é o principal financiador do sistema agrícola. O crescimento econômico significativo e a re-ceita crescente do Estado revitalizaram alguns setores e a ação pública teve papel decisivo na superação rápida da crise de 2008. Entre 2008 e 2009, para enfrentar a crise global, foi adotado um grande conjunto de ações, envolvendo sub-sídios, apoio governamental direto, incentivos setoriais, redução seletiva de impostos, proteção de setores, tal como indicado nos documentos Diretrizes anti crise do governo da Federação Russa para 2009 e Diretrizes anti crise do governo da Federação Russa para 2010. Para 2009 foram 7 prioridades: honrar compromissos públicos e

o desenvolvimento de recursos humanos; man-ter e desenvolver capacidades tecnológicas para o crescimento; estimular demanda doméstica; estimular inovação; ampliar competição e atacar monopólios; reforçar o sistema financeiro; man-ter estabilidade macroeconômica e confiança externa. Entre outros é produzido um programa de construção de casas. O pacote de incentivo às empresas implicava estímulo às firmas base-adas em tecnologia e alta produtividade, reduzir drasticamente bônus dos dirigentes, aumentar transparência das operações econômicas e pro-teger trabalhadores mais vulneráveis. Anuncia--se o corte de 20% de taxas para setores com projetos específicos, programas de treinamento e para importação de equipamentos não produzi-dos na Rússia. Incentiva-se a exportação, reem-bolsando os exportadores de parte do tributo e os setores de automóveis, construção, agricultu-ra e pesca, defesa nacional, transporte e energia recebem atenção direta. No sistema financeiro, em associação com o Banco da Rússia, política de refinanciamento para os bancos e apoio dire-to para companhias em dificuldades com oferta de liquidez. Este pacote poderia atingir 2 tri de rublos (US$ 69 bi).

O relatório com medidas para 2010 assinala que o crescimento havia retornado na Rússia, com 1,9% no último quarto do ano anterior. Tam-bém diz haver encontrado estabilidade no mer-cado de trabalho e na agricultura. A inflação de-clinou e o desemprego recuou 1%. O resultado foi que o pacote de 2008 teria “suavizado” a crise e o aumento no preço internacional do petróleo favoreceu o processo. Garantiu-se, ainda, em-préstimos para as regiões e para empresas es-tratégicas. Para o ano de 2010, foram alocados adicionalmente 233 bi de rublos (US$ 8,1 bi). Pre-tendia-se estabilizar o setor bancário e aumentar empréstimos comerciais, desenvolvendo novos produtos e completando projetos de interesse nacional (aviação, industria de automóveis e cor-porações de pesquisa). Isto implicava também medidas para estimular consumo e setores como automóveis, projetos farmacêuticos domésticos e produtos de construção. Outras medidas impli-cavam apoio aos pequenos negócios, às cidades cuja economia gira em torno de um grande em-pregador, incrementar fundos para modernização de empresas e empréstimos de longo prazo, in-centivar setores de alta tecnologia. Finalmente, o documento fala em melhorar a governança no

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setor estatal e privatizar determinados setores. A leitura desses dois documentos é essencial

porque mostra a disposição ativa do governo em ampliar seus recursos e, ao mesmo tempo, incre-mentar investimentos. A capacidade estatal na Rússia inegavelmente subiu após o débâcle de Yeltsin. Hoje, mesmo com um discurso ligeiro so-bre privatização, prevalece a vontade do Estado e sua força como investidor e agente ativo. Mas também permanece a força do governo acima de mecanismos que operem a partir da sociedade.

4.3) Política Industrial para Setores Selecionados na Índia

A retórica do governo indiano, expressa em diferentes momentos da trajetória do país desde o início da década de 1990, atribui a expansão da economia do país à implementação de políticas tais como a liberalização do mercado financeiro, a diminuição dos regulamentos restritivos aos investimentos estrangeiros e a redução dos pri-vilégios concedidos ao setor público. Salta aos olhos, contudo, a partir da observação das ini-ciativas indicadas abaixo, que, com frequência, há uma grande distância entre intenção e gesto, entre o discurso e a prática. No limite, embora a retórica dos governos indianos seja de adesão aos preceitos do livre mercado, o país não de-sativou de forma plena os instrumentos com os quais sempre buscou garantir a indução pública do desenvolvimento, mesmo quando se levam em consideração políticas setoriais, objeto de es-pecial objeção das perspectivas teóricas em que se alicerça a retórica do governo indiano. Noutros termos, a adoção das reformas de mercado na Índia dispôs sempre de um sentido pragmático, subordinando-se aos objetivos definidos pelo go-verno, sem implicar a adesão a princípios gerais (CRUZ, 2005). Ademais, mesmo quando adere aos marcos regulatórios definidos pelas agências multilaterais, a Índia busca aproveitar ao máximo possível as brechas neles existentes para os pro-pósitos nacionais. É o caso do TRIPS, em que o país, embora signatário, valeu-se, ao contrário do Brasil, do prazo mais dilatado para adaptar sua legislação de propriedade intelectual aos termos do acordo, ao mesmo tempo em que impulsio-nava sua indústria farmacêutica e de TIC para ocupar posições de destaque nas exportações mundiais (CHAVES, OLIVEIRA, HASENCLEVER, MELO, 2007; SHADLEN, 2005).

Apresentamos abaixo uma ligeira descrição das metas de diferentes políticas setoriais, pre-vistas, principalmente no 11º Plano Quinquenal. Em alguns setores, não foi possível identificar programas que fossem a eles explicitamente diri-gidos. Neste caso, optamos por, pelo menos, in-dicar os organismos responsáveis pela regulação e condução de políticas públicas. Cabe esclare-cer, ainda, que, de modo a manter a fidedignida-de das informações financeiras e orçamentárias, os valores foram apresentados na moeda corren-te do país37.

NANOTECNOLOGIAO governo indiano lançou, em 2007, a Mis-

são Nacional para a Nanociência e a Nanotecnologia (National Mission For Nano-Science & Nanote-chnology), ou, apenas, Missão Nano (Nano Mis-sion). O programa está sob responsabilidade do Ministério de Ciência e Tecnologia e do Depar-tamento de Ciência e Tecnologia. Para sua sus-tentação, foi criado o Conselho da Missão Nano (Nano Mission Council - NMC), responsável por seu andamento e execução. Há também o auxí-lio técnico em alguns subprogramas da Missão, coordenados por dois grupos: Nano Science Advisory Group (NSAG) e Nano Applications and Technology Advisory Group (NATAG).

As metas do programa são a promoção da pesquisa básica, o desenvolvimento de infraes-trutura para a pesquisa de nano-ciência e nano-tecnologia, a criação e manutenção de parcerias público-privadas para a criação de centros de es-tudos focados no tema, o desenvolvimento de recursos humanos, e o fomento à colaboração internacional. Dentro da Missão Nano, há vários projetos, destacando-se o Centro de Tecnologia de Nanomateriais Funcionais (Nano Functional Materials Technology Centre - NFMTC), o Dia-mante Nanocristalino (Nanocrystalline diamond - NCD) e o Nanotubos de Carbono (Carbon Na-

37 Para se ter uma noção comparativa dos va-lores em dólares americanos, observem-se as seguintes taxas de câmbio: 1 rúpia = 0,02 dó-lar americano. 1 dólar americano = 45,99 rúpias. Taxa de conversão em 24/08/2011. Fonte Banco Central do Brasil (Consulta em 25/08/2011). A Ín-dia também utiliza um sistema próprio para valo-res elevados. Assim, observe-se: 1 crore = 107 rúpias (10.000.000 rúpias) ou 100 lakhs. 1 lakh = 105 rúpias (100.000 rúpias). Assim, 1 crore = 200.000 de dólares americanos.

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notubes - CNT), todos com aplicação prática na indústria. O 11º Plano Quinquenal prevê investi-mentos estatais da ordem de 10 bilhões de rú-pias (1.000 crores de rúpias) nos projetos desen-volvidos pela Missão Nano.

BIOTECNOLOGIANo campo da biotecnologia, que se relacio-

na fortemente com a indústria farmacêutica, o governo indiano criou, no âmbito do 11º Plano Quinquenal, o Instituto Nacional de Pesquisa e Edu-cação Farmacêutica (National Institute of Pharma-ceutical Education and Research - NIPER), orga-nização autônoma subordinada ao Departamen-to de Farmacêuticos, do Ministério da Ciência e Tecnologia. O NIPER tem como objetivo central a excelência em estudos avançados e pesquisa nas ciências farmacêuticas. Foram previstos 95 crores no 11º Plano Quinquenal para o programa.

No âmbito do Departamento de Biotecnolo-gia, o governo indiano promove diversas iniciati-vas, conforme se segue.

- Desenvolvimento de Recursos Humanos (Human Resource Development). Uma vertente dessa iniciativa é o Programa de Treinamento em Biotecnologia Industrial, coordenado pela empresa estatal Biotech Consortium India Limited, e subor-dinada ao Departamento de Biotecnologia, tendo como meta a diminuição das diferenças entre a formação acadêmica e as necessidades da indús-tria. A outra vertente é o Programa de Pós-Gradua-ção, e que consiste em incentivos que beneficiam mais de 70 universidades indianas, responsáveis pela realização dos cursos. As duas vertentes têm, em conjunto, uma verba de 250 crores.

- Centros de Excelência e Programa de Suporte nas Áreas de Biotecnologia (Centers of Excellence and Programme Support in Areas of Biotechnology). Possuem administrações próprias, mas são su-bordinados ao Departamento de Biotecnologia. As metas consistem em expandir e desenvolver a capacidade e a infraestrutura de pesquisa. No 11º Plano há previsão de criação de Centros de Exce-lência em biologia básica, tecnologia em ciências e engenharia, além de centros de tradução, com orçamento de 350 crores. O Programa oferece subsídios para vários projetos, tendo no ano de 2006-2007 oferecido suporte a seis projetos.

- Programa de Instalações para Biotecnologia (Biotech Facilities). O objetivo é a criação de Uni-dades Repositórias visando pesquisas em Bio-tecnologia, com investimento de 250 crores.

- Rede Nacional de Bioinformática (BIOGRID), através de Biotecnology Information Systems (BTIS). A meta é possibilitar a troca de dados e de softwares criados e desenvolvidos por cada nódulo da rede. Sua verba é de 125 crores.

- Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Possui as seguintes áreas de atuação: agricultura, biotec-nologia animal, hidrocultura, pesquisa básica, biofertilizantes, biopesticidas e admonostração de colheitas, biotecnologia do meio-ambiente, biotecnologia de alimentos, produtos biotecno-lógicos e desenvolvimento de processos, bio-tecnologia em plantas medicinais e aromáticas, genética humana e análise de genoma, biotec-nologia médica, biotecnologia vegetal e células tronco. Seu orçamento é de 1.564 crores, no âm-bito do 11º Plano Quinquenal.

- Programa de Cooperação Internacional (Inter-national Collaboration) surgiu no 9º Plano Quin-quenal. O próprio Departamento é o responsável pela realização dos acordos, que visam aumentar o intercâmbio internacional de informações para implantação de programas nacionais, elevação de conhecimentos adquiridos e capacitação em áreas de alta tecnologia. Seu orçamento é de 100 crores.

- Biotecnologia para o Desenvolvimento Social (Bio-technology for Societal Development). Envolve a Força-tarefa em Biotecnologia para a População Rural, Força-tarefa em Biotecnologia para Mulhe-res e o Comitê de Promoção de Programas de Biotecnologia (BPPC). Seu objetivo é a implemen-tação de programas comunitários para desenvol-vimento social, por meio da capacitação de re-cursos humanos em biotecnologia. Os recursos financeiros são da ordem de 100 crores.

- Iniciativa de Pesquisas em Inovação de Peque-nas Empresas (Small Business Innovative Resear-ch Initiative - SBIRI). O programa é coordenado pelo Special Purpuse Vehicle (SPV), subordinado ao Departamento de Biologia e ao Governo da Índia, através do Apex Comitee of SBIRI (ACS). Tem como objetivo incrementar e potencializar as parcerias público-privadas relativas à inova-ção na Índia através do fortalecimento da P&D. São destinados 750 crores de rúpias para o SBI-RI, BIPP e BIRAP, de acordo com o 11º Plano Quinquenal. Os subsídios são variáveis, bem como os juros para empréstimos.

- Parques e Incubadoras de Biotecnologia (Biote-chnology Parks and Incubators). Este programa foi iniciado em 2005/2006, e visa a promoção de empresas startup em biotecnologia, por meio de

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Parcerias Público-Privadas, criação de parques tecnológicos e incubadoras em 8 cidades in-dianas. Financiado pelo SBIRI, contou com um investimento de 102 crores no 10º Plano Quin-quenal.

- Programa de Assistência à Pesquisa Industrial em Biotecnologia (Biotechnology Industrial Rese-arch Assistance Programme - BIRAP). Coordena-do pelo próprio Departamento de Biotecnologia, visa facilitar a transferência de tecnologia, ma-pear oportunidades e capacidades potenciais do setor. O orçamento é de 750 crores para o SBIRI, BIPP e BIRAP, de acordo com o 11º Plano Quin-quenal. Além disto, o governo fornece subsídios de 30 a 50% do valor do projeto, seguindo os parâmetros do BIPP, que é o financiador.

- Programa de Parcerias de Indústrias de Bio-tecnologia (Biotechnology Industry Partnership Programme - BIPP). O Monitoramento de cada projeto é feito através de Comitês Especialistas constituídos e formados pelo Departamento de Biotecnologia para cada projeto. Tem como objetivo incentivar a inovação nas indústrias, tomando para o governo a parcela do alto risco inerente às atividades de P&D. São destinados 750 crores de rúpias para o SBIRI, BIPP e BIRAP, de acordo com o 11º Plano Quinquenal. Neste programa, o governo fornece subsídios de 30 a 50% do valor do projeto.

- Conselho Nacional de Desenvolvimento de Recur-sos Naturais (National Bioresource Development Board - NBDB). O conselho foi criado em 1999, e é o próprio organismo criado para as discussões sobre recursos naturais. Há também um Comitê Diretor criado para dar suporte às atividades do conselho. Seu objetivo é discutir e gerar planos de ação para a área de Biotecnologia.

- Biocombustível e Bioenergia (Biofuel and Bioe-nergy). Visa o aperfeiçoamento de tecnologia para implantação de bioenergia para diferentes tipos de clima, produção economicamente viável de etanol, produção de biodiesel e produção de hi-drogênio a partir de algas e bactérias. Desenvolve projetos sobre biodiesel, bioetanol, hidrogênio de biomassa, plantações com bioenergia, dentre ou-tros. São escolhidos pelo Departamento diversos centros de pesquisa já existentes no país.

COMPLEXO AUTOMOTIVO O setor recebe atenção no 11º Plano Quin-

quenal, dando continuidade a iniciativas anterio-res. Destacam-se as seguintes ações:

- Projeto Nacional de Infraestrutura de P&D e Testes Automotivos (National Automotive Testing and R&D Infrastructure Project - NATRIP). Essa medida é suportada pela Auto Policy38, Automotive Mission Plan39 (2006-2016), definidas, respectivamente, no 10º e 11º Planos Quinquenais. O NATRIP é uma das principais estratégias do governo india-no para fomento do setor. Entre seus parceiros estão os Ministérios de Indústria Pesada e Em-presas Públicas, de Petróleo e Gás Natural, do Meio Ambiente, além de associações como As-sociação de Pesquisa Au tomotiva da Índia (ARAI), Sociedade de Fabricantes de Automóveis India-nos (SIAM), dentre outras. No 11º Plano Quin-quenal, há previsão de finalização da implantação de sete centros de teste localizados estrategica-mente perto dos fabricantes, visando a preenchi-mento da lacuna em testes e homologação auto-motivos. Após a finalização, estes centros serão administrados pelas próprias indústrias, sem in-tervenção do governo. É o principal programa de fomento ao setor e, para isto, o 11º Plano prevê um investimento de 14,07 trilhões de rúpias.

38 A Política de Automotivos (Auto Policy) foi criada em 2002 pelo Departamento de Indústrias Pesa-das do Ministério das Indústrias Pesadas e Empre-sas Estatais, com o objetivo de, até 2010, dobrar a contribuição do setor para a economia indiana, dar assistência ao desenvolvimento de veículos movidos a energias renováveis, aumentar a com-petitividade global, concluir a modernização do se-tor, entre outros. Para isto, estabeleceu medidas como as citadas a seguir: criação de restrições para importação de carros já prontos, mantendo facilidades para importação de peças e bens de capital; aprovação automática de investimentos estrangeiros para a fabricação de 100% do auto-móvel na Índia; diversos tipos de incentivos fis-cais; promoção de logística multimodal.

39 O Plano da Missão Automotiva (Automotive Mission Plan) tem o objetivo de ser o principal destino global para design e manufatura de au-tomóveis e peças automotivas até 2016, com uma receita de US$145 bilhões e criação de 25 milhões de empregos. O plano foi estabelecido em 2006 pelo Ministério de Indústrias Pesadas e Empresas Estatais e, assim como o Auto Policy, pretende dobrar a participação do setor até 2016, saindo dos 24 para chegar aos 35% de parcela no PIB. Prevê também atuação do governo e da indústria, respectivamente através de mudanças tributárias, investimentos em infraestrutura e me-lhoria na qualidade da produção através de inves-timentos em atualização de maquinário e treina-mento de pessoal.

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- Corredor Dedicado a Transporte de Carga (Dedi-cated Freight Corridor – DFC). O programa surgiu de um acordo de cooperação com o Japão, du-rante o Japan-India Summit Meeting em 2005. É suportado pelos 10º e 11º Planos Quinquenais. O responsável inicial pela iniciativa foi o Ministério das Ferrovias, juntamente com o governo japo-nês, quando se criou a empresa estatal Dedica-ted Freight Corridor Corporation of India Limited (DFCC) para ser a controladora da execução do projeto. A iniciativa tem como objetivos básicos reduzir custos, atender à demanda crescente de logística no país, e desafogar as rodovias que se encontram superutilizadas. O investimento é de 400 milhões de rúpias. O Governo japonês se comprometeu a conceder empréstimos que via-bilizariam 67% da construção do Corredor Oeste. Outros financiadores são o Banco Mundial e o Asian Development Bank.

- Criação do Instituto Nacional Automotivo (Na-tional Automative Institute). Também consiste em medida suportada pela Auto Policy, Automo-tive Mission Plan (2006 - 2016) e pelo 11º Plano Quinquenal. O organismo responsável é o Depar-tamento de Indústrias Pesadas. O instituto reali-zará cursos e treinamentos. Não há registros da implantação do Instituto até o momento, e nem de projeções de investimento.

COURO, CALÇADOS E ARTEFATOSProjeta-se a continuidade a iniciativas anterio-

res, tais como:- Programa Swarnjayanti Gram Swarozgar Yoja-

na (SGSY), sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Rural, depois de reestru-turado o Programa Integrado de Desenvolvimento Rural (IRDP). Foi criado em 1999, com previsão de continuidade no 11º Plano Quinquenal. São responsáveis pela implementação do programa as Agências de Desenvolvimento Rural Distritais (DRDAs), as Instituições Panchayati Raj (PRIs), os bancos e as Organizações Não-Governamentais. Foi criado com o objetivo de ajudar na diminuição do número de famílias abaixo da linha de pobre-za, com enfoque no auto-emprego, por meio de desenvolvimento de habilidades profissionais. As normas de subsídio do programa são de 30% do valor do projeto de auto-emprego, ou o máximo de 7.500 rúpias. Porém, para deficientes físicos e para swarozgaris (pessoas e grupos que depen-dem somente do auto-emprego para subsistên-cia), o subsídio pode ser de até 50% do valor do projeto, com um teto de 10.000 rúpias.

- Programa Indiano de Desenvolvimento do Couro (Indian Leather Development Programme - ILDP). Está sob a responsabilidade do Departamento de Promoção e Políticas Industriais, vinculado ao Ministério do Comércio e Indústria, e foi lançado no 10º Plano Quinquenal. Consiste na criação de parques e complexos a serem gerenciados pelas próprias indústrias posteriormente. Figu-ram entre ações definidas a criação de Parques Industriais de Couro (Development of Leather Park); o Desenvolvimento Integrado do Setor de Couros (Integrated Development of Leather Sector - IDLS); a construção do Complexo de Treinamento em Couros de Nellore; a moderni-zação do Instituto de Desenvolvimento e Design de Calçados (Footwear Design & Development Institute - FDDI); o estabelecimento de mais 3 centros do instituto em outras regiões; e o de-senvolvimento e instalação de infraestrutura de proteção ambiental no Setor de Couros. O pro-grama tem como metas aumentar a capacidade produtiva do setor, introduzir conceitos de sus-tentabilidade, desenvolver recursos humanos, e atrair investimentos para o setor. Em termos de recursos envolvidos, são cerca de 3 bilhões de rúpias a partir de 2009 na criação de Parques Industriais de Couro; 2.534.300.000 de rúpias na modernização e aumento da capacidade de pro-dução da Indústria do Couro; 290 milhões de rú-pias investidos nos complexos de treinamento; 290 milhões de rúpias na construção do Com-plexo de Treinamento em Couros de Nellore, 3 bilhões de rúpias investidos no FDDI, e 2 bilhões de rúpias na infraestrutura de proteção ambien-tal, sendo 50% vindos do Governo Central, 15% dos Governos Estaduais e 35% vindos da Indús-tria. Os custos de operação e manutenção têm previsão de serem mantidos pela indústria.

HIGIENE, PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOSSão pouco expressivas as ações definidas

para o setor. Pode-se mencionar o reembolso de investimentos estaduais em testes farmacêuti-cos, prevista no 11º Plano Quinquenal, através do Conselho Nacional de Creditação para Labora-tórios de Testes, visando fortalecer a Lei dos Me-dicamentos e Cosméticos (Drugs and Cosmetics Act). A gestão das ações cabe ao Ministério da Saúde e do Bem-estar da Família, em particular ao Departamento da Saúde. Menciona-se como objetivo da iniciativa o aumento do controle da qualidade de Medicamentos e Cosméticos.

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68 Política Industrial na Rússia, Índia e China

MADEIRA E MÓVEIS As ações e a regulação do setor são de res-

ponsabilidade, desde a década de 1960, do Ins-tituto Indiano de Pesquisa Industrial em Madeira Compensada (Indian Plywood Industries Resear-ch and Institute - IPIRTI), apoiado pela Karnataka Societies Registration Act. Existente desde 1962, o Instituto é subordinado ao Ministério do Meio Ambiente e Florestas, embora seja um órgão au-tônomo. Tem como objetivos o estabelecimento de padrão de qualidade para produtos de madei-ra, a capacitação no setor, a redução da explo-ração de florestas, e o aumento da vida útil dos produtos derivados da madeira.

PLÁSTICOSPara o setor de plásticos, está previsto o Pro-

grama de Criação de Parques Tecnológicos de Plástico (Scheme for Setting up of Plastics Parks), vinculado ao Departamento de Químicos e Pe-troquímicos do Ministério de Produtos Químicos e Fertilizantes. Foi instituído um Special Purpose Vehicle (SPV), organização ou entidade para cap-tação de fundos de procedência variada. Seus objetivos são o incremento da competitividade do setor através de medidas de P&D, o aumen-to investimentos, a melhora da infraestrutura, a elevação da capacidade e o desenvolvimento de clusters, para economia de escala. O projeto tem 50% financiados pelo governo e os outros 50% são captados através de empréstimos a institui-ções financeiras, sendo estes 50% até 40 crores de rúpias.

TÊXTIL E CONFECÇÕES O setor tem uma participação significativa na

economia do país. Ele está contemplado com os seguintes programas de estímulo para seu de-senvolvimento:

- Programa do Fundo de Melhoramento de Tec-nologia (Technology Upgradation Fund Scheme - TUFS). O programa começou em 1999, sendo estendido até o 11º Plano Quinquenal. Está a cargo do Ministério dos Têxteis e prevê incenti-vos fiscais, subsídios e financiamento para com-pra de maquinário, dentre outros.

- Programa Integrado de Desenvolvimento de Ha-bilidades para o setor Têxtil e de vestuário, incluindo Juta e Artesanato (Integrated Skill Development Scheme For The Textiles And Apparel Sector In-cluding Jute And Handicrafts). É um programa

dirigido ao setor de vestuário e artesanato. Foi criado em 2009 para ser implementado a partir do 11º Plano Quinquenal, sob responsabilidade do Ministério dos Têxteis. Visa a capacitação do setor. São previstos investimentos de 239,70 crores de rúpias até o final de 2011. O Governo estima arcar com 75% do custo do projeto.

- Projeto de Desenvolvimento de Clusters de Ar-tesanato (Comprehensive Handcrafts Cluster De-velopment Scheme - CHCDS), sob direção do Ministério dos Têxteis, sendo a Agência Técnica e de Administração de Clusters (Cluster Manage-ment & Technical Agency - CMTA) responsável por gerenciar as atividades dos clusters. Cada projeto deve ser implantado em 4 anos, tendo sido instituído um Special Purpose Vehicle para elaboração dos projetos. O foco do programa são as micro, pequenas e médias empresas.

- Programa de Parques Têxteis Integrados (Sche-me for Integrated Textiles Parks -SITP), aprova-do em 2005 para o 10º Plano Quinquenal, com continuação prevista no 11º. Está sob respon-sabilidade do Ministério dos Têxteis, que subsi-dia Consultores de Gerenciamento de Projetos (PMCs) para os SPVs. O objetivo é proporcionar facilidades para a indústria têxtil e estimular a criação de clusters, por meio da construção de Parques Tecnológicos Têxteis. No 10º Plano Quinquenal, houve a aprovação da implantação de 30 projetos têxteis e, no 11º Plano, a previsão é de 10 Parques Têxteis. O Programa tem custos estimados de 2.428,33 crores para infraestrutura comum, sendo 866 crores de rúpias vindos do Governo indiano.

- Programa de Desenvolvimento de Infraestrutura de Centros Têxteis (Textile Centres Infrastructu-re Development Scheme -TCIDS), iniciado em 2002. Está sob responsabilidade do Conselho de Promoção de Exportações de Vestuário (Apparel Export Promotion Council - AEPC) -, órgão subor-dinado ao Ministério dos Têxteis. Tem como ob-jetivo modernizar instalações e infraestrutura em centros têxteis de produção de grande escala, visando alcançar a marca de US$50 bilhões em exportações em 2010, como definido na Política Nacional dos Têxteis de 2000. Os recursos são ob-tidos através do TUFS, e foram de 271,06 crores de rúpias. Os subsídios podem ser de até 50% do projeto de melhoria de infraestrutura, com um teto de 20 crores de rúpias.

- Programa de Parques de Exportação de Vestuário (Apparel Parks for Exports Scheme - APES), tam-

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bém iniciado em 2002, e está sob responsabili-dade do Ministério dos Têxteis. Seus objetivos envolvem a modernização de equipamentos de centros de produção em crescimento, e elevar os padrões dos produtos a níveis internacionais, para fins de exportação. Os recursos são obti-dos através do TUFS, cujo valor alcança 191,60 crores de rúpias.

- Programa Sistema Generalizado de Preferên-cias (Generalised System of Preferences – GSP – Scheme). O primeiro convênio da Índia com outro país no GSP foi junto aos Estados Unidos, tendo sido autorizado nos termos da Lei do Co-mércio (Trade Act) em 1974. O programa está sob responsabilidade do Ministério dos Têxteis, e tem como objetivo aumentar a exportação de produtos têxteis, valendo-se da isenção ou redu-ção de taxas de exportação. Cada país estipula seu próprio conjunto de benefícios para as im-portações dos países em desenvolvimento.

- Programas para o Setor Descentralizado de Teares Mecânicos (Schemes For Decentralised Powerloom Sector). Respaldado pela Lei das MPE’s. Surgiu em 2007 e está sob responsabi-lidade do Ministério dos Têxteis. O objetivo do programa é alcançar maior desenvolvimento do setor como um todo. Para isto, busca forneci-mento de subsídios (Programa do Fundo de Me-lhoramento de Tecnologia - Technology Upgrada-tion Fund Scheme) ao setor, criação de clusters de produção, criação de seguro de vida para os trabalhadores da área. O programa é realizado através de vários Centros de Serviço em Teares (Powerloom Service Centres), que conduzem pesquisas, além de consultoria, treinamento e outros serviços para o setor.

BENS DE CAPITALÉ um setor que não vinha recebendo tanta

atenção anteriormente. Hoje é contemplado pe-los seguintes programas:

- Programa de Atualização Tecnológica / Instala-ções de P&D para a modernização do Setor de Bens de Capital (Comprehensive Scheme for Technology upgradation/R&D facilities for modernization of Capital Goods sector). Foi estabelecido ao final do 10º Plano Quinquenal, prevendo-se sua con-tinuação no plano seguinte. Está sob responsa-bilidade do Departamento de Indústrias Pesadas do Ministério de Indústrias Pesadas e Empresas Públicas. Objetiva fomentar a competitividade do setor de bens de capital. Inicialmente, o pro-

grama visa financiar os cinco maiores segmen-tos que, juntos, respondem por cerca de 70% da produção do setor: material elétrico pesado, maquinário de processo de fabricação, equipa-mentos de mineração e construção, maquinário têxtil, e a indústria de máquinas-ferramentas. Inicialmente foram disponibilizados para o pro-grama 47,4 crores de rúpias pela Comissão de Planejamento dos Planos Quinquenais.

- Programa de Aprimoramento da Infraestrutura Industrial (Industrial Infrastructure Upgradation Scheme - IIUS). Sua abrangência engloba o 10º e o 11º Planos Quinquenais, e está sob respon-sabilidade do Departamento de Política e Promo-ção Industrial, do Ministério do Comércio e da Indústria. Foi criado um SPV, o qual será respon-sável pelo desenvolvimento do programa, de sua operação e manutenção, sendo uma associação registrada na Lei das Empresas. O objetivo do programa é aumentar a competitividade da in-dústria doméstica, provendo a infraestrutura de qualidade (através de PPPs), em locais e setores selecionados. No âmbito do 10º Plano Quinque-nal, foi estipulado um orçamento governamental de 675 crores para o desenvolvimento de 20 a 25 clusters/locais industriais.

- Programa do Fundo de Modernização (Moder-nization Fund Scheme), criado em 2006, previsto para iniciar em 2011, sob responsabilidade do Departamento de Indústrias Pesadas e do Go-verno Indiano. Consiste na criação de instituição financeira estatal, cujo fundo suporta o Progra-ma de Atualização e Modernização Tecnológica (Te-chnology Upgradation & Modernization - TUM), de modo a modernizar as instalações fabris, por meio de instalações de P&D comuns a projetos críticos necessários para tal. No 11º Plano a ver-ba destinada ao programa foi de 300 crores de rúpias.

- Programa de Incremento da Competitividade do Setor de Bens de Capital (Scheme for enhancement of competitiveness in capital goods sector). Ainda não foi implantado, mas a previsão é que seja a partir de outubro de 2011.

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70 Política Industrial na Rússia, Índia e China

COMPLEXO AERONÁUTICOO governo indiano definiu algumas diretrizes

em torno de seus órgãos, de modo a regular e incrementar certas atividades ligadas ao setor. Todas as ações a seguir estão vinculadas ao Mi-nistério da Aviação Civil do país. Não identifica-mos programas abrangentes. Nomeia-se, então, os principais órgãos existentes para sua regula-ção: Diretoria Geral da Aviação Civil (Directorate General of Civil Aviation - DGCA); Escritório de Segurança da Avaiação Civil (Bureau of Civil Avia-tion Security -(BCAS); Instituto Nacional de Treina-mento de Vôo (National Flying Training Institute – NFTI); e os Laboratórios Nacionais Aeroespaciais (National Aerospace Laboratories - NAL).

SETOR NAVALNa Índia está sob o comando do Ministério

das Navegações. Em sua estrutura, destaca--se a Diretoria Geral Naval (Directorate General of Shipping - DG), órgão criado em 1949, dedicado à navegação comercial. Suas funções incluem implementação de políticas, legislação e regula-mentação do setor naval, prevenção da poluição marítima, sendo responsável, ainda, pela implan-tação/manutenção da Universidade Marítima In-diana e outros institutos de treinamento. Tem um orçamento de 66 crores. A Universidade Marítima da Índia (Indian Maritime University - IMU) é uma organização de administração autônoma, cuja missão é prover o setor naval de profissionais qualificados para o trabalho, fornecendo treina-mento e formação de profissionais. Seu orça-mento é de 300 crores.

Destaca-se, também, a Diretoria Geral de Faróis e Barcos-faróis (Directorate General of Lightships and Lighthouses - DGLL), que visa prover segu-rança na navegação nos mares indianos, sobre-tudo de navios internacionais. Desenvolve pro-jetos de P&D e treinamento. Tem um orçamento previsto de 150 crores no 11º Plano Quinquenal.

Em termos de estrutura governamental, ressalta-se a Autoridade de Navegação Aquaviária Indiana (Inland Waterways Authority of India - IWAI), também subordinada ao Ministério das Navegações. Seu papel é garantir o desenvolvi-mento e a regulação do trânsito aquaviário em rios, por meio de investimentos, criação e manu-tenção de sua infraestrutura. Tem orçamento de 615 crores pelo 11º Plano Quinquenal.

No site do Ministério das Navegações é men-cionada a Companhia Central de Transporte Hidrovi-

ário (Central Inland-water Transport Corporation Limited - CIWTC), empresa comprada pelo Es-tado após sua falência, sendo administrada pelo Ministério das Navegações. Tem como objetivo desenvolver o transporte hidroviário do país. A empresa participa do programa de desinvesti-mento40 do governo. Não foram disponibilizadas verbas para a empresa no 10º e no 11º Plano Quinquenal.

Por fim, destaca-se o Estaleiro do Hindustão (Hindustan Shipyard Ltd. - HSL). Está subordina-do ao Ministério da Defesa, mas possui verbas compartilhadas com o Ministério das Navega-ções. Desenvolve pesquisas em HDPE (polie-tileno de alta densidade) e SBR (borracha de butadieno estireno). É a principal construtora de navios e submarinos, tanto para defesa, quanto convencionais.

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)É um dos setores mais expressivos na Índia.

O ministério responsável pelo setor conduz di-versos programas, alguns em parceria com ou-tros ministérios. Destacam-se:

- Programa de Incubação e Desenvolvimento Tec-nológico para empreendedores (Technology Incuba-tion and Development of Entrepreneurs -TIDE Scheme). Criado em 2008, com previsão de revi-sões anuais, o projeto tem a duração de 3 anos e está sob a responsabilidade do Departamento de Tecnologia da Informação, vinculado ao Mi-nistério de Comunicações e Tecnologia da Infor-mação. Objetiva o fortalecimento das incubado-ras nas instituições de ensino superior, o desen-volvimento da comercialização de tecnologias empreendedoras, a promoção de pesquisa e de-senvolvimento de produtos, e a viabilização do comércio de novas tecnologias. Envolve a cria-ção dos centros de incubação. O Departamento de Tecnologia da Informação também subsidia as ações dos centros, que recebem, cada um,

40 A Disinvestment Policy é o processo de reti-rada de capital estatal das empresas. Não pode ser considerada privatização porque, de acordo com a Política de Desinvestimento, para as em-presas estatais envolvidas neste processo só é permitido desinvestir até 49% de suas ações, sendo o Estado sempre o acionista majoritário e possuidor do controle administrativo. O intuito da política é o de assegurar aos cidadãos indianos a possibilidade de posse de empresas estatais.

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cerca de 15,5 milhões de rúpias, destinados a um fundo para melhoria nas instalações e apoio às empresas incubadas. Há, ainda, dispositivos para busca de investidores individuais (Angel In-vestors) e de capital de risco (Venture Capitalists).

- Programa Multiplicador de Subsídios (Multiplier Grants Scheme - MGS). Constitui outra linha de subsídios do Departamento de Tecnologia da Informação, visando encorajar a indústria a ter uma maior participação e colaboração com ins-tituições governamentais de P&D no desenvolvi-mento de novos produtos. Os subsídios são de até 20 milhões de rúpias por empresa em cada projeto. Para consórcios de indústrias, o teto de subsídio é de 40 milhões com um tempo máxi-mo de projeto de 3 anos.

- Programa de proteção e suporte internacional a patentes em Eletrônica e Tecnologia da Informação (Support International Patent Protection in Electro-nics & IT - SIP-EIT – Scheme). O Departamento de Tecnologia da Informação subsidia a inovação e possibilita às pequenas empresas a entrada no mercado na área de Eletrônicos e Tecnologia da Informação (start up). Proporciona reembolso dos custos de registro de patente em até 50%, num teto de 1,5 milhão de rúpias.

- Programa Centros de Serviços Comuns (Common Services Centers – CSC - Programme). Foi iniciado em 2006, com previsão de término em 4 anos, sob responsabilidade do Departamento de Tec-nologia da Informação e do Plano Nacional de Governança Eletrônica (National e-Governance Plan - NeGP). Envolve a criação de centros, com apoio de ONG’s. O modelo de parcerias público--privado neste programa segue um tripé. Para a administração dos centros estarão envolvidos os operadores do CSC (denominados Village Level Enterpreneur – VLE), Agências de Serviço Central (SCA) - responsáveis por divisões de 500 a 1000 CSCs - e Agências Designadas do Estado (SDA). Estas agências são organizações criadas especificamente para o controle da implantação do programa, sendo as VLEs em nível distrital, as SCAs em nível regional e as SDAs em nível estadual. O objetivo é levar a governança, me-canismos institucionais, infraestrutura e políti-cas governamentais até os cidadãos. As verbas do governo são de 57,42 trilhões de rúpias. Os beneficiários são os moradores das localidades onde forem implantados os CSC.

- Programa de Construção de Capacidade (Capa-city Building Scheme). Teve início em 2008, com

previsão de término em 3 anos, sob responsabi-lidade do Departamento de Tecnologia da Infor-mação e do Plano Nacional de Governança Ele-trônica (National e-Governance Plan - NeGP). O Departamento de Tecnologia da Informação é o responsável pela implementação do programa, de modo a prover suporte técnico e profissio-nal aos órgãos governamentais de decisão e de-senvolver mão-de-obra especializada para a im-plantação do e-governance. São previstos 3,13 bilhões de rúpias para os estados que aderirem ao Plano Nacional de e-governance.

- Programa Centro Estatal de Dados (State Data Centre – SDC – Scheme). Com duração prevista de 5 anos, o projeto tem previsão de encerra-mento em dezembro de 2011. Também está sob responsabilidade do Departamento de Tecnolo-gia da Informação e do Plano Nacional de Go-vernança eletrônica (National e-Governance Plan - NeGP), e tem como objetivos consolidar ser-viços, aplicações e infraestrutura para fornecer serviços eficientes do governo para o governo, do governo para os consumidores e do gover-no para as empresas. O governo disponibilizou uma verba de 162,32 milhões de rúpias para o programa.

- Programa Rede Estatal de Área Extensa (Sta-te Wide Area Network - SWAN). Teve início em 2005, com o período de 5 anos para sua realiza-ção, sob responsabilidade do Departamento de Tecnologia da Informação. Há dois modos de implantação das SWAN: uma através de PPPs, e outra através do Centro Nacional de Informática (NIC). Tem como objetivo viabilizar conectividade entre os Estados, trazendo confiabilidade, rapidez e eficiência ao sistema de relações intragoverna-mentais. A verba aprovada em 2005 foi de 33,34 bilhões de rúpias, com uma parcela de 20,05 bi-lhões de rúpias a ser gasta ao longo de 5 anos pelo Departamento de Tecnologia da Informação.

- Programa de Promoção de Exportações: Zona Econômica Especial (Export Promotion Schemes: Special Economic Zones (SEZ) Scheme). Teve iní-cio em 2005, sob os auspícios do Departamen-to do Comércio. Há um Conselho formado por 19 membros de vários ministérios, o SEZ Board of Approval, responsável por todas as decisões referentes às zonas. Visa a criação de estrutu-ra facilitadora no aumento de exportações, por meio de simplificação de procedimentos e bu-rocracias para as empresas, além de uma única janela de comunicação em relação às políticas e

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72 Política Industrial na Rússia, Índia e China

benefícios. Tem como foco as grandes empre-sas e a competitividade nas exportações, além de subsídios e isenções fiscais.

- Programas de Promoção à Exportação: Parques Tecnológicos de Softwares (Export Promotion Sche-mes: Software Technology Parks - STPs). O pro-grama teve início em 1991, e está sob o comando do Ministério das Comunicações e Tecnologia da Informação. Os Parques Tecnológicos de Softwa-re da Índia são órgãos autônomos subordinados ao Departamento de Tecnologia da Informação, e tem como objetivo expandir as exportações e for-talecer o setor de software no país. Foram criados 51 parques. Estão previstos 450 bilhões de rúpias para o 11º Plano Quinquenal.

- Programa de Implantação de Parques Tecnológi-cos de Hardwares Eletrônicos / Unidades Orientadas à Exportação (Electronics Hardware Technology Park - EHTP - Scheme / Export Oriented Unit – EOU - Scheme). São órgãos autônomos subordi-nados ao Departamento de Tecnologia da Infor-mação e ao Ministério do Comércio e da Indús-tria, com o objetivo de aumentar exportações. Para as empresas há possibilidade de 100% de investimento estrangeiro, importações de bens de capital, matérias-primas sem processamento e outros inputs sem cobrança de impostos, den-tre outros benefícios.

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDE É um dos setores de maior dinamismo atu-

almente no país, notadamente na produção de artigos farmacêuticos. Destacam-se os seguin-tes programas:

- Controle de Qualidade de Medicamentos, sob tu-tela da Lei de Medicamentos e Cosméticos (Dru-gs & Cosmetics Act). O programa teve início no 9º Plano Quinquenal, e está sob o comando do Departamento de AYUSH (Department of Ayur-veda, Yoga & Naturopathy, Unani, Siddha and Ho-meopathy). O objetivo é padronizar a qualidade dos medicamentos AYUSH no país. Até o mo-mento já foram criados 29 Centros de Teste Es-tatais e 49 farmácias especializadas. O governo destinou um orçamento de 225,00 crores no 11º Plano Quinquenal.

- Programa de Desenvolvimento e Promoção dos produtos Químicos e Farmacêuticos (Pharma & Chemical Promotion & Development Scheme - PCPDS). É de responsabilidade do Departamen-to de Ciência e Tecnologia (Ministério Ciência e Tecnologia) e do Departamento de Químicos e

Petroquímicos (Ministério de Produtos Químicos e Fertilizantes), e tem como objetivo a promoção de P&D no setor farmacêutico e de medicamen-tos. No 11º Plano Quinquenal estão previstos 13,6 crores de rúpias.

- Pesquisa de Drogas e Fármacos (Drugs & Phar-maceuticals Research). Teve início em 1994, sob responsabilidade do Departamento de Ciência e Tecnologia, Ministério de Ciência e Tecnologia, e tem como função promover P&D de medica-mentos e produtos farmacêuticos, por meio de projetos colaborativos entre instituições de pesquisa e indústrias. O programa fornece faci-lidades de crédito para a realização dos proje-tos. Tem orçamento de 500 crores no 11º Plano Quinquenal.

- Suporte a Empresas Estatais Baseadas em Pro-jeto (Project Based Support to PSUs). Abrange o 11º Plano Quinquenal, sob responsabilidade do Departamento de Farmacêuticos e do Departa-mento de Químicos e Petroquímicos. Tem como objetivo auxiliar o desenvolvimento das empre-sas estatais do setor farmacêutico. O subsídio é dado para projetos com justificativa comercial. Prevê o investimento de 220,17 crores.

- Suporte a Órgãos Autônomos em Base de Pro-jeto (Support to Autonomous Bodies on Project Basis). Abrange o 11º Plano Quinquenal, e está sob responsabilidade do Departamento de Far-macêuticos e do Departamento de Químicos e Petroquímicos. Tem como objetivo fornecer au-xílio ao desenvolvimento de órgãos e institutos autônomos do setor farmacêutico. O Plano pre-vê um aporte de 192 crores.

- Instituto Nacional de Pesquisa e Educação Far-macêutica (National Institute of Pharmaceutical Education and Research - NIPER). Previsto no 11º Plano Quinquenal. Constitui uma organiza-ção autônoma, subordinada ao Departamento de Farmacêuticos, e visa a excelência em estudos avançados e pesquisa nas ciências farmacêuti-cas. Segundo o 11º Plano Quinquenal, seu orça-mento é de 95 crores. São destinados, ainda, 69 crores de rúpias para a criação de novos progra-mas pelo NIPER, além de 514 crores de rúpias para a construção de 5 novos centros da NIPER nas cidades de Ahmedabad, Hyderabad, Kolkata, Hajipur e Guwahati.

- Autoridade Nacional de Precificação de Farma-cêuticos (National Pharmaceutical Pricing Autho-rity - NPPA), apoiada pela Drugs (Prices Control) Order, de 1995. Definida no 11º Plano Quinque-

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nal. É uma organização regulatória subordinada ao Departamento de Farmacêuticos, cujo ob-jetivo é a manutenção dos preços de produtos farmacêuticos em níveis razoáveis, além do con-trole de disponibilidade dos mesmos no país. Também estabelece permissões, fixa preços máximos. Tem orçamento de 5 crores de rúpias no 11º Plano Quinquenal.

- Subsídio para Conformidade às Normas “M” (Interest Subsidy for Schedule M compliance). Definido no 11º Plano Quinquenal, estando sob responsabilidade do Departamento de Farma-cêuticos, com apoio das MPEs, agências de certificação, bancos e instituições financeiras e Departamentos de Saúde e da Indústria. Tem como função propiciar a atualização (upgrade) de tecnologia nas MPEs, por meio de subsídios para a aquisição de máquinas e equipamentos. As normas “M”, editadas pelo Drug And Cosmetics Act especificam os requisitos gerais e específi-cos para a propriedade (terreno e instalações) e materiais de fábricas, equipamentos e áreas mí-nimas para instalação básica de certas categorias de drogas. São estimados 340 crores no 11º Pla-no, oriundos de bancos parceiros do programa

- Centro de apoio a patentes (Patent Facilitation Centre). Está sob responsabilidade do Departa-mento de Farmacêuticos, e do Ministério do Co-mércio e da Indústria. Os centros de suporte são subordinados ao Pharmaexcil (Pharmaexcil (Phar-maceuticals Export Promotion Council - Conselho de Promoção de Exportações do setor farmacêu-tico), que presta serviços de apoio a registro de patentes para empresas. Seu propósito é prestar informações e apoiar as empresas, para aumento e segurança das exportações.

COMPLEXO ENERGIA (BIOETANOL, BIODIESEL, PETRÓLEO E GÁS) Existem diversos programas para o setor,

dada a sua importância e dimensão. Além do programa de Biocombustível e Bioenergia (Bio-fuel and Bioenergy), descrito anteriormente, destacam-se as seguintes iniciativas:

- Distribuição em redes e Distribuição Indepen-dente de Energia Renovável: Programa de Acesso à energia eólica (Wind Resource Assessment Pro-gramme). Está sob responsabilidade do Minis-tério de Energias Novas e Renováveis, através do Centro de Tecnologia em Energia Eólica (Cen-tre for Wind Energy Technology - C-WET), e tem como objetivo aumentar e tornar mais eficien-

te a comercialização de energia eólica. A verba governamental é de 500 crores em subsídios e auxílio na implantação de projetos, para o 11º Plano Quinquenal, juntamente com o Programa Energia Renovável Distribuída. O custeio dos projetos pelo governo central varia entre 80 e 90% do valor total, sendo o restante bancado pelos estados. Além disto, há incentivos fiscais e financeiros, isenção de impostos, dentre ou-tros. Há facilidades de empréstimo pela Agência de Desenvolvimento de Energia Renovável (Re-newable Energy Development Agency - IREDA).

- Distribuição em redes e Distribuição Indepen-dente de Energia Renovável: Programa de Pequenas Centrais Hidrelétricas (Small Hydro Power Pro-gramme). Seu término está previsto para final do 12º Plano Quinquenal. O Ministério da Energia é responsável pelos projetos hidrelétricos maio-res, enquanto o Ministério de Energias Novas e Renováveis é responsável pelos projetos hidre-létricos micro, mini e pequenos. Seu foco é a di-minuição de custos de equipamentos, elevação de sua confiabilidade e avaliação dos locais mais adequados para utilização de capacidade.

- Distribuição em redes e Distribuição Indepen-dente de Energia Renovável: Programa de Energia de Biomassa e Co-geração (Biomass Power & Co-ge-neration Programme). Teve início em 1950 e está sob responsabilidade do Ministério de Energias Novas e Renováveis, por meio dos centros autô-nomos, embora ligados ao Ministério. O objetivo é a promoção de desenvolvimento de tecnolo-gias na área. Prevê-se a assistência financeira do governo Central, incentivos fiscais (depreciação de maquinário acelerada em 80%), isenção de impostos, entre outros benefícios. Além disto, há tarifas diferenciadas para a energia renovável através das Comissões Federais Regulatórias de Eletricidade. A Agência de Desenvolvimento de Energias Renováveis (IREDA) também oferece financiamentos a projetos de biomassa.

- Programa de Energia de Biomassa e Co-geração na Indústria (sem utilização de bagaços) (Biomass Energy and Co-generation - Non-bagasse- in In-dustry). Teve início em 2005. Há agências em cada estado, subordinadas ao Ministério de Energias Novas e Renováveis, responsáveis pelo monitoramento da realização dos projetos. Tem como objetivos acentuar o uso deste tipo de energia pelas indústrias, promover a geração de energia independente e descentralizada, con-servar os combustíveis fósseis do país, reduzir a

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emissão de poluentes nas indústrias, por meio de projetos de geração de energia originária de biomassa nas indústrias. Os subsídios vêm do Governo Central, variando entre 200 mil e 2 mi-lhões de rúpias, dependendo do porte e do tipo de projeto.

- Distribuição em redes e Distribuição Indepen-dente de Energia Renovável: Reaproveitamento de energia desperdiçada em áreas urbanas (Energy Recovery from Urban Wastes). Embora sob res-ponsabilidade do Ministério de Energias Novas e Renováveis, os projetos vinculados ao programa são realizados em âmbito municipal, com o ob-jetivo de promover tecnologias para o reaprovei-tamento do desperdício urbano de energia, para consumo de empresas e da população. Inclui o Accelerated Programme on Energy Recovery from Urban Wastes, que serviu de impulsionador de mais investimentos do primeiro programa, iniciado em 2005, e vigora até o momento, com o aporte de 80 milhões de rúpias em 2005.

- Reaproveitamento de Energia a partir de desper-dícios comerciais e industriais (Energy Recovery from Industrial and Commercial Wastes) / Progra-ma de Aceleração de reaproveitamento de desperdí-cios comerciais e industriais (Accelerated Program-me on Energy Recovery from commercial and industrial wastes). Teve seu início em 2005. As Agências Nodais de cada estado, subordinadas ao Ministério de Energias Novas e Renováveis são responsáveis pelo monitoramento da reali-zação dos projetos. O objetivo é desenvolver e melhorar técnicas de conversão, aperfeiçoar as relações do setor, e acelerar a implantação de projetos . Os subsídios dispõem de um teto de 5 crores por projeto e/ou 20% de seu custo to-tal. Projetos de P&D também são aceitos. São 5 bilhões de crores destinados a este programa e ao programa de desperdício urbano de energia.

- Projetos de Redes Interativas em Geração de Energia Solar (Grid Interactive Solar PV Power Ge-neration Projects). Teve seu início em 2008, es-tando sob a responsabilidade do Ministério de Energias Novas e Renováveis, juntamente com a Agência de Desenvolvimento de Energias Re-nováveis (IREDA), que fornece os fundos para os projetos, além de monitorar seus andamentos e resultados. Os subsídios e incentivos fiscais em projetos do IREDA possuem um teto de 12 rú-pias por kWh.

- Geração de Energia Termal Solar (Solar Thermal Power Generation). Está sob responsabilidade

do Ministério de Energias Novas e Renováveis, com o apoio financeiro da IREDA. O objetivo é desenvolver e melhorar o desempenho da gera-ção de energia solar, reduzindo seus custos. Os incentivos aos projetos têm um teto de 10 rúpias por kWh.

- Programa de Energia Solar (Solar Energy Pro-gramme). Está sob responsabilidade do Minis-tério de Energias Novas e Renováveis, cujo ob-jetivo é expandir o uso da energia/calor solar no país como forma alternativa de energia. Os in-centivos variam conforme o projeto, oferecendo subsídios e financiamentos a empresas, organi-zações e municípios.

- Desenvolvimento de Pesquisa, Design e Tecnolo-gia (Research, Design and Technology Development). Está sob responsabilidade do Ministério de Energias Novas e Renováveis, por meio do res-pectivo Comitê de Avaliação (Research, Design & Development Project Appraisal Committee - RDPAC), e visa o desenvolvimento e expansão de uso das energias alternativas, com foco em combustíveis alternativos, geração de energia limpa, viabilização e distribuição de energia re-novada e renovável. Possui orçamento de 1200 crores pelo 11° Plano Quinquenal.

- Instituto de Tecnologia do Petróleo Rajiv Gandhi (Rajiv Gandhi Institute of Petroleum Technology). Teve início em 2007, sob responsabilidade do Ministério do Petróleo e Gás Natural. O Institu-to fornece subsídios de pesquisa para as com-panhias de petróleo estatais juntamente com o Conselho de Desenvolvimento da Indústria de Petróleo (OIDB). Promove, também, treinamen-to, educação e pesquisa para o setor petroleiro indiano, visando oferecer profissionais forma-dos em cursos de graduação, mestrado, douto-rado e MBA’s na área de Tecnologia do Petróleo. Tem orçamento de 174,18 crores pelo 11° Plano Quinquenal.

- Bonificação de Juros para o Programa Rajiv Gandhi Grameen Vidyutikaran Yojana (RGGVY), con-duzido pela empresa estatal Rural Electrification Corporation Limited (REC) - Interest Subsidy for REC-RGGVY. Teve seu início em 2005, sob res-ponsabilidade do Ministério da Energia, com o objetivo de prover cidades e população rural de energia elétrica, fornecendo-a gratuitamente a famílias que estejam abaixo do nível de pobreza. Prevê-se uma bonificação de juros para os em-préstimos feitos através do REC. Cerca de 90% da verba do programa vem do Governo Central.

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Os 10% restantes vêm da REC sob a forma de empréstimos aos estados.

- Programas em Novas Tecnologias - Novos pro-jetos e iniciativas (Programmes/Schemes in New Te-chnology - New Projects/New initiatives). Encerrado em 2010. O Governo Central financiou progra-mas em recursos químicos de geração de ener-gia, energia através do hidrogênio, energia geo-termal do oceano. Abrangeu instituições de P&D e organizações autônomas com financiamentos para desenvolvimento de tecnologias e projetos de demonstração.

SISTEMA AGROINDUSTRIAL,Destacam-se para o setor as seguintes iniciativas:- Assistência a Cooperativas (Assistance to Coo-

peratives). Vinculado ao Ministério da Agricultura, abrange o período de 2000 a 2011, envolvendo o Governo Central, através do Departamento de Zootecnia, Indústria de Laticínios e Indústria Pes-queira. Os órgãos responsáveis pela implemen-tação do programa são a União Distrital de Co-operativas de Leite e a Federação de Laticínios do Governo. O objetivo é revitalizar as uniões e cooperativas de leite em nível federal. Prevê sub-sídios às uniões e cooperativas federais, na pro-porção de 50% pela União e 50% pelos estados.

- Programa de Levantamento Integrado de Amos-tras para Estimativa dos Principais Produtos Pecuá-rios (Integrated Sample Survey Scheme for Esti-mation of Major Livestock Products). Foi implan-tado em 1985, com término previsto para 2011, sob responsabilidade do Departamento de Zoo-tecnia. Envolve a indústria de laticínios e a pes-queira. Os responsáveis pela implantação são os estados e os representantes dos territórios da União. Visa a avaliação do preço justo de remu-neração dos produtores, além da ampliação das informações disponíveis para o setor. O Governo Central contribui com 50% dos custos dos pro-jetos nos estados e com 100% nos projetos de territórios da União.

- Programa do Centro de Treinamento em Conser-vação do Solo (Central Sector Scheme of Soil Con-servation Training Centre, Damodar Valley). Teve seu início em 1967, sendo finalizado em 2011. O Departamento de Agricultura foi o responsável pelas ações do programa, que envolviam cons-cientizar sobre a importância dos trabalhos de conservação do solo e da água. O programa é 100% financiado pelo Governo Central.

- Programa Nacional de Seguro Agrícola (National Agricultural Insurance Scheme - (NAIS). Iniciou-se em 1999, encerrando-se em 2011. Sob respon-sabilidade do Departamento de Agricultura, vin-culado ao Ministério da Agricultura, visa prover seguro e suporte financeiro para agricultores nos casos de falência ou de problemas na colheita (calamidades e pragas).Há, ainda, o estímulo à adoção de práticas agrícolas modernas e à uti-lização de maquinário de ponta, estabilizando a oferta agrícola principalmente após desastres. O programa é 100% financiado pelo Governo Cen-tral. Abrange fazendeiros com ou sem financia-mentos / empréstimos em vigência.

- Promoção e Fortalecimento da Mecanização Agrícola através de Treinamento, Teste e Demons-tração (Promotion and Strengthening of Agricul-tural Mechanization through Training, Testing & Demonstration). Teve início em 1955, com pre-visão de encerramento em 2011. Está sob res-ponsabilidade do Departamento de Agricultura. É implementado através de quatro Institutos de Treinamento e Testes em Maquinário Agrícola, subordinados ao Departamento de Agricultura. A meta é introduzir no campo novas tecnologias e sistemas de produção, por meio de treinamen-to e da atualização de conhecimentos. É 100% financiado pelo Governo Central.

- Fortalecimento de Infraestrutura para a Produção Limpa e de Qualidade do Leite (Strengthening Infras-tructure for Quality & Clean Milk Production). Foi iniciado em 2003, com previsão de encerramen-to em 2011. Está sob a responsabilidade do De-partamento de Zootecnia, envolvendo a indús-tria de laticínios e a pesqueira. É implementado por Cooperativas e Federações de produtores de leite, subordinadas ao Governo Central, com o objetivo de criar infra-estrutura para a produ-ção de leite de qualidade. O programa é 100% financiado pelo Governo Central.

- Programa Pradhan Mantri Gram Sadak Yojana. Estabelecido em 2000 e encerrado em 2007. Es-teve sob a responsabilidade do Departamento de Desenvolvimento Rural, subordinado ao Ministé-rio de Desenvolvimento Rural. O principal obje-tivo era criar acessos rodoviários entre vilarejos rurais da Índia com população acima de 1000 habitantes até 2003. Era 100% financiado pelo Governo Central.

- Conselho para Avanço de Ações Comunitárias e Desenvolvimento Rural (Council for Advancement of People’s Action & Rural Technology - CAPART).

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Foi criado em 1986, sob o comando do Depar-tamento de Desenvolvimento Rural, vinculado ao Ministério de Desenvolvimento Rural. É um órgão autônomo, que controla e subsidia vários programas, com verba determinada pelo Minis-tério. Seu objetivo é promover e estimular ações voluntárias em torno da agricultura, de modo a modernizá-la, oferecendo subsídios e organizan-do programas como o Gram Samridhi Yojana, De-senvolvimento de Mulheres e Crianças em áreas Rurais (DWCRA), Programa Integrado de Desen-volvimento Rural (IRDP), Programa Central de Sa-nitarização Rural (CRSP), dentre outros.

- Agências de Desenvolvimento Rural Distrital (Dis-trict Rural Development Agency - DRDA). Teve seu início em 1999, sob responsabilidade do Depar-tamento de Desenvolvimento Rural. É um órgão autônomo, subordinado ao Ministério de Desen-volvimento Rural. Controla e subsidia vários pro-gramas e sua verba é determinada pelo Ministé-rio. Tem por meta de padronizar a administração e fortalecer as ações de cada uma das agências envolvidas. Visa expandir os horizontesdas Agên-cias Distritais nas ações de combate à pobreza, ar-ticulando-se com outras Agências do Ministério e do Governo. Prevê atuação junto às Zilla Parishads, centros administrativos de pequenas áreas distri-tais da Índia. O governo central repassa 75% dos recursos e os estados entram com 25%, sendo o montante estimado pelo número de blocos ou quarteirões que os distritos possuem.

DEFESAPodemos identificar os seguintes arranjos

institucionais e iniciativas vinculadas ao setor.- Convenção de Armas Químicas (Chemical Wea-

pons Convention). A participação da Índia na Con-venção iniciou-se em 1993, com seu surgimento.

- Organização de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa (Defense Research & Development Orga-nisation - DRDO). Criada em 1958, é um órgão autônomo subordinado ao Ministério da Defesa e ao Departamento de Pesquisa e Desenvolvi-mento em Defesa. Visa equipar o país com uma defesa de altíssima qualidade e padrão interna-cional. Conta com investimentos tanto estatais como privados.

- Centro de Estudos Conjuntos de Guerra (Centre for Joint Warfare Studies - CENJOWS). Órgão autônomo subordinado ao Ministério da Defesa, com o objetivo de promover o crescimento in-tegrado do Poder Nacional através de debates

focados em Pesquisa e Desenvolvimento. - Aeronaves de combate multi-função de porte mé-

dio (Medium Multi-Role Combat Aircraft - MMR-CA). Criado em 2011, com abrangência até 2013. Responsabilidade do Ministério da Defesa. Se-rão compradas 18 aeronaves num período de 36 meses. Estão destinados 10 bilhões de dólares para a Força Aérea Indiana.

- Programa Indiano de Armas Nucleares (India’s Nuclear Weapons Program): Operação Shakti (Operation Shakti). De 1998, é dirigido pelo Minis-tério da Defesa. Envolve organizações responsá-veis pelo desenvolvimento das armas e dos tes-tes, visando tornar a Índia uma potência nuclear: Centro de Pesquisas Atômicas Bhabba (BARC), Organização de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa (DRDO),

- Centro de Pesquisas Atômicas Bhabba (Bhab-ba Atomic Research Centre - BARC). Surgiu em 1944. É um órgão autônomo subordinado ao Mi-nistério da Defesa. Desde 2000, as atividades de pesquisa em energia nuclear e armas nucleares foram separadas. Antes, ambas as atividades eram reguladas pelo Conselho Regulatório de Energia Nuclear (AERB), que não mais regula-menta o desenvolvimento de armas do BARC. Ainda assim, o centro é subordinado ao Depar-tamento de Energia Nuclear do Ministério da De-fesa. No ano de 2008 o Governo Central Investiu 1695.52 crores, em 2009, 2204.49 crores, e em 2010, 1887.02 crores de rúpias no BARC.

4.4) Política Industrial para Setores Selecionados na China

Na China, houve mudanças significativas no tocante às políticas industriais nas últimas déca-das. Entre 1978 e 1989, no período mais intenso das reformas econômicas, perdem força instru-mentos como os subsídios fiscais, restrições às importações, regulamentos sobre taxas de câmbio e investimento estrangeiro direto, inter-venção em fusões e aquisições, dentre outros, à medida em que a economia do país movia-se de um sistema de planejamento central em di-reção a uma economia orientada pelo mercado. Os formulares de políticas foram influenciados, a partir do final da década de setenta, pelos países capitalistas avançados da Europa41 e pelos EUA,

41 Agarwala (2002) argumenta a respeito da filosofia das reformas, que ao contrário do que

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num período que, de certa forma, corresponde a uma fase de catch-up do desenvolvimento chi-nês. Após 1989, contudo, a influência mais mar-cante passa a ser de outras economias asiáticas, sobretudo Japão e Coréia do Sul. A China, como esses países, tem como meta construir empre-sas grandes e competitivas no mercado global.

Curiosamente, a expressão “política indus-trial” volta ao vocabulário oficial exatamente ao final da década de 1980, quando se fortalecia no Ocidente - e mesmo em diversas economias asiáticas – o apelo às forças do mercado como instrumento quase exclusivo para o desenvolvi-mento econômico. A partir de então, o governo chinês passa a assumir claramente o propósito de definir orientações para cada setor da econo-mia (LIU, 2005) 42.

A seguir são apresentadas as principais medi-das adotadas pelo governo em setores selecio-nados da economia, dentro do período abordado na presente pesquisa.

NANOTECNOLOGIAA China possui sete centros de pesquisa em

Nanotecnologia. A pesquisa sobre nanociência e nanotecnologia foi destaque no Programa 973; 400 milhões de yuans (50 milhões de dólares) foram investidos em pesquisa básica em nanoci-ência e nanotecnologia antes de 2001 e 300 mi-lhões de dólares para projetos relacionados com a nanotecnologia (ATIP, 2006) durante o período de 2001 a 2006. O Programa Nacional de Médio e Longo Prazo para o Desenvolvimento da Tecnologia da China para o período de 2006 a 2020 tem como meta equiparar a China aos principais países ino-

se difundiu amplamente, a China não aderiu às premissas do Consenso de Washington; mesmo no período de Deng, prevaleceu a idéia de que o país precisava se abrir para o mundo, mas perma-necer enraizado em seu próprio solo.

42 No entanto, a descentralização ocorrida na China repercutiu na implementação das políticas industriais.Liu, Ling (2005) argumenta que as províncias chi-nesas são muito grandes, em área e população. Em média, cada província tem 270.000 Km2 e uma população de 50 milhões, o mesmo que um país de tamanho médio. Durante o sistema eco-nômico centralizado os líderes provinciais perde-ram força, mas a partir da reforma sua atuação tornou-se decisiva para o sucesso das medidas emanadas do governo central.

vadores através de investimentos na pesquisa de fronteira, entre as quais a Nanociência e a Nano-tecnologia. As empresas que investem em ino-vação devem receber incentivos tributários. São previstas políticas de incentivo à inovação nativa e a restrição à importação de produtos que já se-jam fabricados na China; o estabelecimento de um fundo de apoio à assimilação e utilização das inovações e re-inovação de tecnologias importa-das; a formulação de regulamentos de aplicação da “Lei de Compras Governamentais da RPC” para incentivar a proteção dos produtos nacio-nais; reforço dos DPIs- Direitos de Propriedade Intelectual; aperfeiçoamento de mecanismos de investimento de capital de risco para a inovação e as atividades pioneiras.

BIOTECNOLOGIAA pesquisa chinesa recai sobretudo sobre os

setores da biotecnologia agrícola com prioridade para as pesquisas em engenharia celular e cultura de tecidos voltadas para plantações como o arroz, trigo, algodão, milho, soja, batata, canola, repo-lho e tomate, com a intenção de criar variedades resistentes a insetos, doenças e stress (LAKHAN, 2007). Na área da biomedicina, a China participou do Projeto Genoma e investe na modernização da Medicina Tradicional Chinesa. O Programa 973 é o principal norteador das pesquisas na área da bio-medicina, papel representado pelo Programa 863 na bioagricultura. A biotecnologia recebeu des-taque, ainda, segundo a mesma fonte, no Plano Nacional de Diretrizes de Médio e Longo Prazo para o Desenvolvimento da Tecnologia (2006-2020) (ITALIAN TRADE COMMISSION, 2009).

A Safety Administration Regulation On Genetic En-gineering, de 1993 (sem prazo definido para térmi-no), originou-se da State Science and Technology Commission com as seguintes metas: promover a investigação e o desenvolvimento da biotecno-logia na China; intensificar o controle de seguran-ça no trabalho de engenharia genética; prevenir a poluição ambiental e manter o equilíbrio eco-lógico. Para tanto foram estabelecidas normas e regulamentos que garantissem a segurança das pesquisas de engenharia genética e alguns pré--requisitos foram estabelecidos para a realização de trabalhos nesta área. Os Regulamentos sobre a Segurança dos Organismos Geneticamente Modifica-dos Agrícolas foram criados em 2001 pelo Con-selho de Estado e pelo Comitê de Biosegurança Agrícola e permanecem válidos. Os Departamen-

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78 Política Industrial na Rússia, Índia e China

tos Administrativos Agrícolas em nível local ou provincial são responsáveis pela supervisão e administração em seus respectivos âmbitos. Os Regulamentos para a Avaliação de Segurança de Orga-nismos Agrícolas Geneticamente Modificados,criados em 2002 pelo Ministério da Agricultura, tam-bém permanecem em vigor. As instituições de-vem apresentar regularmente, durante e após o trabalho concluído, um resumo do relatório de testes, plano de produção e relatório de progres-so para o Ministério da Agricultura e o departa-mento agrícola local a nível provincial onde os testes dos OGM são feitos. Os Regulamentos da Rotulagem de Organismos Agrícolas Geneticamente Modificados, criados em 2002 pelo Ministério da Agricultura, ainda estão em vigor, As autoridades locais, bem como a “Administração Estatal de Su-pervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena” supervisionam as atividades de comercialização de produtos agrícolas transgênicos. Da mesma forma, os Regulamentos sobre a Segurança da Impor-tação de Organismos Geneticamente Modificado Agrí-colas, também de 2002, permanecem em vigor. Algumas providências foram tomadas: os Depar-tamentos de Saúde Pública dos diversos níveis administrativos são responsáveis pela supervi-são da higiene e segurança dos OGMs dentro de suas respectivas áreas administrativas; foi criado um sistema de conferência conjunta das admi-nistrações de segurança dos OGMs agrícolas; a licença de produção de OGMs agrícolas é obriga-tória; toda pessoa ou organização envolvida com comercialização de OGMs agrícolas deve manter arquivos sobre transporte, armazenamento e pa-radeiro das sementes, bem como dados sobre melhoramento genético das aves e gado, peixes, sementes e outros; as importações devem se-guir as normas de segurança estabelecidas pela lei; as multas para violação do regulamento va-riam de 10.000 yuans até 50.000 yuans; aqueles que violam o regulamento ao produzir OGMs te-rão os produtos e sua renda ilegal confiscados e serão cobradas multas vultosas.

COMPLEXO AUTOMOTIVOO decreto sobre a Política da Indústria Automotiva

(BAN, 2005; HOLWEG, LUO, OLIVER, 2005; TIAN, Lihui 2007) para o período de 1994 a 2003 tinha quatro objetivos básicos: estabelecer grupos de larga escala de produtores de automóveis e ca-minhões leves (para substituir os pequenos e dis-persos, de pequena escala); melhorar a indústria

de componentes; criar capacidade de desenvolvi-mento de produtos automotivos e encorajar a pro-priedade individual de carros. Outro decreto, de 2004, estabelece a Política de Desenvolvimento da In-dústria Automotiva (BAN et al, 2005; HOLWEG, LUO, OLIVER, 2005; HG.ORG, 2004; HKTDC, 2004), que levou à elaboração do projeto de lei “Regras de Administração de Veículos a Motor”, determinan-do que os departamentos funcionais do governo seriam responsáveis por gerir as várias etapas da produção. Resultou também do decreto o estabe-lecimento de normas nacionais uniformes sobre impostos automotivos. Para alcançar tais metas foram previstas as seguintes estratégias: incen-tivo à P&D, à inovação tecnológica, e à proteção dos DPIs; incentivo à aquisição internacional ou fusão; incentivo ao estabelecimento de joint ven-tures; continuação da política de combinação en-tre importação de tecnologia e desenvolvimento independente; aumento da competitividade dos produtos chineses no mercado mundial; promo-ção de P&D de tecnologias que reduzam o consu-mo de combustíveis; incentivo através do Estado para P&D e comercialização de veículos alimen-tados por energias alternativas e automóveis de alimentação híbrida; apoio do Estado à P&D de produtos eletrônicos voltados para automóveis; unificação do sistema de acesso para empresas automotivas de acordo com os padrões estatais; selo “3C” (certificação compulsória da China) para empresas com situação legal regular; melhoria da reputação das marcas chinesas; obrigatorie-dade de todas as peças e veículos produzidos no país ostentarem a marca e local de produção; obrigatoriedade de que empresas fabricantes de veículos de passageiros realizem marketing de suas marcas e serviços a partir de 2005, e a partir de 2006 , de todos os automóveis ; proibição da aprovação de novos veículos agrícolas a partir de 01/01/2006; determinação de que a participação chinesa em joint ventures sino-estrangeiras seja maior do que 50%; exigência de que empresas estrangeiras não possam iniciar mais do que duas joint ventures que produzam os mesmos tipos de veículos completos; entradas no país limitadas a quatro portos marítimos e duas entradas ter-restres; proibição de serviços ligados a automó-veis importados em áreas sob controle aduanei-ro dos portos de importação a partir de 2005; proi-bição de importação de veículos usados (reparos ou reexportação somente são permitidos dentro das zonas de processamento de exportação).

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O programa Carros para o Campo foi aprova-do pelo Ministério das Finanças para estimular a aquisição de veículos, vigorou a partir de 1 de março de 2009 com os principais subsídios sen-do válidos até 31 de dezembro do mesmo ano.Os subsídios variam de acordo com o tipo de ve-ículo (Vans, micro-ônibus, caminhões leves, etc).

COURO DE CALÇADOS No 11º Plano Quinquenal há algumas pou-

cas metas relacionadas a esse setor: aprimorar a qualidade dos produtos; estabelecer marcas fortes; desenvolver e utilizar produtos ecologica-mente corretos nas exportações.

HIGIENE PESSOAL E COSMÉTICOSHá um Regulamento sobre registro de Cosméticos

oriundo do Ministério da Saúde e da Administra-ção Estatal de Alimentos e Medicamentos (SFDA) com o propósito de registrar todos os produtos e indústrias de cosméticos e tornar mais rigoroso o controle sobre produtos importados. Os regis-tros devem ser feitos para importar ou exportar produtos cosméticos, cumprindo os regulamen-tos de qualidade e higiene da China; devem ser fornecidos os dados detalhados dos ingredien-tes, finalidade de uso, a composição com seus respectivos percentuais e outros requisitos; a nomeação é padronizada e nomes de plan-tas, minerais, ou animais devem ser fornecidos também em latim. Além disso, em 2009 foram criadas Novas Regras para os Registros de Produtos Cosméticos na China pela SFDA, em que constam procedimentos como a exigência de preencher um formulário on line para a submissão de pedi-dos à SFDA, etc.

MADEIRA E MÓVEISHá um Programa de Proteção de Florestas Natu-

rais (CHUNQUAN, RODNEY; GUOQIANG, 2004), para o período de 2001 a 2005 cujos objetivos são a proibição da exploração da madeira em al-guns casos e a preservação florestal. Para o inte-rior da Mongólia, Nordeste e Noroeste da china, e a província da China em Hainan, planeja-se a criação de mais de 740 mil postos de trabalho para os trabalhadores que foram demitidos devi-do à proibição de extração de madeira. Para tan-to, foi previsto o treinamento dos trabalhadores que ficaram desempregados devido às restrições à extração de madeira, qualificando-os para a gestão da proteção ambiental, o replantio, etc.. O

governo criou um fundo de 96,2 bilhões de yuans para a execução do programa. O Programa de De-senvolvimento de base de Florestas Industriais tam-bém foi criado pelo Conselho de Estado (CHUN-QUAN, RODNEY; GUOQIANG, 2004), para o perí-odo de 2001 a 2015. Visava promover a produção de madeira de rápido crescimento e plantações de alto rendimento em regiões selecionadas, com o objetivo de produzir 130 milhões de m³ de madeira anualmente para consolidar o mercado interno da China. O Programa Nacional de Reforma da Habitação (CHUNQUAN, RODNEY; GUOQIANG, 2004), tem repercussões claras na demanda por madeira. Foi criado em 1988 com os objetivos: estimular a procura de novas residências para habitação; transferir as habitações de proprieda-de estatal para a propriedade privada; melhorar o padrão de vida chinês, aumentando o espaço médio das moradias.

PLÁSTICOS Há metas para a Indústria de Plásticos no âm-

bito do 10° Plano Quinquenal (2002-2005) (FRIEN-DLNET, 2003) visando a utilização dos tubos de plástico de forma ampla nos novos projetos em todo o país. Já há medidas na China relacionadas à proteção ambiental, como a proibição da distri-buição gratuita de sacolas plásticas nos super-mercados e lojas, mas têm caráter pontual, não se configuram como políticas nacionais.

INDÚSTRIA TÊXTILHá metas relacionadas com a modernização

do setor no 10º Plano Quinquenal (2001-2005) e no 11º Plano Quinquenal (2006-2011) e clara preocupação com a redução do impacto ambien-tal das indústrias do setor. Em ambos os planos enfatiza-se a necessidade de ampliar as expor-tações e o nível tecnológico da produção. Para isso são apontadas como necessárias medidas como a adoção de tecnologias que evitem o des-perdício e possibilitem a reutilização da água, en-tre outros. Em 2005 foi elaborado um Catálogo de Orientação de Indústrias de Investimento Estrangeiro com o objetivo de Incentivar o investimento es-trangeiro na indústria têxtil e indústrias de fibras químicas. Já o Plano Diretor para a Indústria Têxtil na China (2009-2011) foi elaborado pelo Conselho de Estado para aprimorar a tecnologia do setor e minimizar seus impactos ambientais. Houve um reajuste de taxas de exportação em 2006 para otimi-zar a estrutura industrial e melhorar o comércio

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exterior e para isso a taxa de impostos de pro-dutos têxteis diminuiu de 13% para 11% e dos produtos de couro de 13% para 8%.

BENS DE CAPITALO 10º Plano Quinquenal (2001-2005) contém me-

tas para a indústria de máquinas como acelerar o desenvolvimento de produtos indispensáveis para outras empresas competitivas no mercado mundial. São elas: acelerar a reorganização da in-dústria de máquinas para alcançar um número de corporações de grande escala e competitivas no mercado mundial; alcançar o valor inicial em 2005 no setor de máquinas de 26% do total da produ-ção industrial; alcançar em 2005 o valor agrega-do do setor acima de 6% do PIB; fazer o merca-do de câmbio gerado pela indústria de máquinas atingir US$ 83 bilhões e ser responsável por 28% do total; dobrar a produtividade do trabalho em relação aos números de 2000; alcançar taxa de retorno sobre o capital maior do que o nível mé-dio das indústrias nacionais como um todo; al-terar o desequilíbrio entre oferta e demanda de maquinário até 2005, focando na qualidade dos novos produtos; incentivar a cooperação entre diversas corporações de grande porte para que em 2005, de 10 a 15 grupos de grande escala te-nham sido criados, garantindo-lhes independên-cia na aquisição de DPIs; incentivar mais a P&D dentro das empresas e aumentar sua capacidade de processamento. O aumento tão expressivo da indústria de maquinário envolveria providências como: o uso de novas e sofisticadas tecnologias para desenvolver o setor, a melhoria da gestão e administração; o reforço da cooperação entre as empresas nacionais e estrangeiras a fim de esta-belecer fábricas em outros países e participar da concorrência internacional; o apoio a pequenas e médias empresas que possuam produtos origi-nais ou well-know para acelerar a construção de um sistema de produção especializada.

O setor de Bens de Capital também foi bene-ficiado pelo Pacote de investimento para revitalização, criado para o período 2009- 2011, pelo conselho de Estado, em resposta à crise financeira interna-cional. Sua meta era combater a recessão causa-da pela crise e para isso foram investidos em se-tores considerados prioritários 4 trilhões de yuans.

COMPLEXO AERONÁUTICOA China tem feito um esforço prodigioso para

quebrar o duopólio dos gigantes mundiais nessa

área, a BOEING, norte-americana, e a AIRBUS, européia (FERREIRA et al, 2009). Houve uma re-forma na estrutura das indústrias de aviação, de 1999 a 2008, pelo Conselho de Estado. Dessa reforma resultou a Divisão da antiga “Aviation Industries Corporation of China (AVIC)” em AVIC I e AVIC II. Os objetivos eram aumentar a competitividade do setor e desconcentrar o monopólio da antiga AVIC, e, para alcançá-los, a AVIC I assumiu todos os programas de aviões militares exceto o K-8 trainer e o Q-5 Fantan43.

Os Regulamentos Gerenciais sobre Fusão e Reor-ganização das Empresas de Aviação Civil e Aeroportos (LIU, 2010) por iniciativa também do Conselho de Estado para o período de 2002 a 2005, propi-ciaram a consolidação de 9 companhias aéreas sob o controle do CAAC - General Administration of Civil Aviation of China, no âmbito de 3 grupos principais: Air China, China Southern e China Eas-tern. Os objetivos eram concentrar as empresas responsáveis pela oferta de combustível para a aviação, emissão e distribuição de bilhetes e compra de aeronaves; fomentar o incentivo dos governos locais e a iniciativa privada nos aeropor-tos; reestruturar o sistema administrativo da avia-ção civil de quatro para dois níveis. Para alcançar tais objetivos, houve a consolidação das Opera-doras, a transferência do controle de todos os aeroportos (exceto os de Pequim e do Tibet) aos governos locais (processo concluído em 2004); e a remoção da interferência da CAAC na operação comercial das empresas de transporte aéreo e companhias de aviação.

Em 2002 a CAAC, o Ministério do Comércio Exterior e Cooperação Econômica e a Comissão Estatal de Planejamento e Desenvolvimento pro-mulgaram a medida Disposições sobre Investimento Estrangeiro na Aviação civil visando elevar o inves-timento estrangeiro na Aviação Civil e aumentar o desenvolvimento do setor. Há várias medidas para o setor aeronáutico no 11º Plano Quinque-nal, além de iniciativas do Congresso Nacional e da NDRC, cujo objetivo é fortalecer a gestão de segurança da aviação civil. Por tais disposi-ções o investimento estrangeiro deveria ser feito através de empresas de capital misto ou de joint

43 Assim como a China, o Brasil também tem feito esforços para se afirmar no cenário interna-cional. Vale registrar a parceria firmada recente-mente entre a EMBRAER e a AVIC criando uma joint venture para a fabricação de aviões. Conferir em Democracia & Política (S.D.)

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ventures; bem como da aquisição de ações de empresas de aviação civil ou outras formas de investimento aprovadas. A proporção de investi-mento estrangeiro não poderá exceder 25%; o período de funcionamento de empresas mistas com investimento estrangeiro não poderá exce-der 30 anos. Há um conjunto de medidas rela-cionadas ao complexo aeronáutico implementa-das durante o 11º Plano Quinquenal (2006-2011) que têm como meta aumentar a segurança da aviação civil. Para alcançá-las houve um reforço da fiscalização na área de segurança e várias leis foram promulgadas em relação à melhoria do sis-tema jurídico da aviação, junto à liberalização da entrada no mercado de investimento estrangeiro, a racionalização da compra de aeronaves, a coor-denação de exportações e importações para me-lhorar o setor, o estabelecimento em 2006 dos “Regulamentos sobre os Limites da Responsa-bilidade Civil dos Transportadores do Transporte Aéreo Doméstico”, e o Regulamento relativo às indenizações que devem ser operadas.

COMPLEXO NAVALHouve em 1999 a divisão da China State Shi-

pbuilding Corporation (CSSC) pelo Conselho de Estado (MEDEIROS, 2005), que deu origem aos dois conglomerados estatais que coordenam o setor, a China Shipbuilding Industry Corporation (CSIC, 2009) e a China State Shipbuilding Corpo-ration (CSSC, S.D.). Os objetivos dessa medida eram aumentar a concorrência entre as estatais e a qualidade dos serviços.

No 11º Plano Quinquenal (2006-2010) foram eleitas as seguintes metas para o setor: rom-per a distância da indústria naval chinesa em relação à dos países desenvolvidos; saltar eta-pas do desenvolvimento; destacar a inovação independente; fortalecer a perspectiva de longo prazo, implantando maior tecnologia de ponta e aumentando as reservas técnicas; dominar as tecnologias necessárias à fabricação de na-vios modernos; estabelecer, até 2020, as bases para o poder naval global; adequar os produtos às normas internacionais; impulsionar a P&D em tecnologias de exploração marinha (com ou sem presença humana); criar até 2010 um design in-dependente, desenvolvido com DPIs garantidos. Para a conquista de tais metas o caminho seria: organizar 13 temas prioritários para enfrentar o desenvolvimento industrial e fornecer suporte à tecnologia abrangente; promover um sistema

em torno de quatro grandes áreas, selecionando dez grandes projetos para priorizar a inovação; reforçar a P&D de tecnologias de base, em tec-nologias de energia e combustíveis, bem como em equipamentos marítimos e engenharia (pla-taformas de perfuração móvel, integração de sis-temas de produção flutuante, suporte operacio-nal aos navios, equipamentos de alta-tecnologia marítima, equipamentos de sistema de energia, máquinas de convés, equipamentos de cabina, sistema de comunicação e automação dos na-vios, tecnologias modernas de construção naval).

O documento “Direcionamento do Progresso Tec-nológico da Indústria Naval e Investimento na Trans-formação Tecnológica” do MIIT – Ministério da In-dústria e Tecnologia e Informação elegeu como estratégia voltar o foco da P&D para navios gra-neleiros, navios petroleiros e navios porta-contê-ineres; de modo a alcançar alta-tecnologia nos navios, equipamentos marítimos e de engenharia (os mesmos da medida anterior), gerando alto valor agregado. A inovação tecnológica seria vol-tada para os equipamentos marítimos, os equipa-mentos de engenharia de oceano, a capacidade de produção, com o fito de atender as demandas do mercado, permitir a exportação de navios em massa, favorecer os DPIs, assegurar a transfe-rência de tecnologias e a absorção de inovações, garantir a consolidação de uma marca.

A China tem metas ambiciosas para o setor até 2015 e para isso há um conjunto de medidas adotadas pelo governo chinês visando estimular a indústria da construção naval (LUDWIG, THO-LEN, 2006), como isenção de impostos (inclusive os de exportação para a construção de navios de estaleiros chineses para esse fim); investimentos financeiros (vendas de títulos, leasing.); estabili-zação dos custos de material; permissão de joint ventures com empresas estrangeiras; permissão aos investidores estrangeiros da posse de 49% dos empreendimentos se realizados com parcei-ros chineses.

Finalmente, uma iniciativa motivada por fato-res conjunturais, a crise internacional de 2008: em 14 de janeiro de 2009 a China aprovou um pacote de estímulo a 10 indústrias-chave, no va-lor de 4 trilhões de yuans, incluindo a indústria de construção naval (XINHUA,2010).

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃOMedidas para o desenvolvimento das TICs

foram tomadas em 2001 pelo primeiro ministro (BREIDNE, 2005). Aponta-se para o reforço da co-

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ordenação entre governo e empresariado; o in-centivo às industrias de TICs para que pudessem adotar abordagens voltadas para o mercado; re-dução da redundância na fabricação; melhora do produção interna de softwares; expansão da mí-dia digital através de três redes (internet, teleco-municações e infraestrutura de cabos); estímulo à implantação do e-commerce, e administração por meio eletrônico.

O programa The Golden Card (LIANG, 2006) foi iniciado em 1995 pelo Ministério da Indústria Ele-trônica (já extinto). Suas metas eram promover a “moeda eletrônica” na sociedade chinesa; criar um sistema unificado de pagamento; permitir o uso generalizado de cartões de crédito e débi-to. O programa foi implantado em três estágios e a escolha dos municípios e províncias foi deci-dida pelo governo de acordo com seu tamanho e importância. O Golden Bridge (PECHT, 2006) foi um programa criado em 1993, com o propósito de criar a espinha dorsal da infraestrutura infor-macional da China. Originalmente foi concebido para fornecer acesso à internet, EDI (Electronic Data Interchange), serviços de bancos de dados, de informação online e application service systems (BREIDNE, 2005:41). O propósito deste projeto era facilitar o controle macroeconômico e a toma-da de decisões estratégicas pelo Estado, facilitar a partilha da informação nacional econômica e so-cial e construir e promover o desenvolvimento de uma moderna indústria eletrônica da informação (PECHT,2006: 83).Para tanto seria necessário es-tabelecer provedores de acesso, IPs, servidores, bancos de dados e páginas da rede; enfim, toda a estrutura necessária para o acesso à internet.

O Government Online Project – (BREIDNE, 2005) foi lançado em 1999 pela China Telecom e the State Economic and Trade Commissions (SETCs) ; Economic Information Center; mais cerca de 40 departamentos centrais do governo. Tinha como objetivos informatizar completamente os escritó-rios do governo; criar um sistema centralizado e acessível de coleta e transporte de dados para o governo, empresas e público em geral.

COMPLEXO INDUSTRIAL DA SAÚDEAs Decisions on Health Reform and Development

(BLOOM, LIU,QIAO, 2009) foram tomadas pelo Conselho de Estado e o Comitê Central do Par-tido Comunista da China em 1997, visando a re-abilitação da infraestrutura de saúde; a criação de um seguro de saúde básico para todos os

empregados urbanos; a racionalização dos recur-sos destinados à saúde; o aprofundamento da reforma de pessoal e do sistema de pagamento, dando mais autonomia à instituição de saúde. Um dos instrumentos para isso foi a criação de Cooperativas Médicas Rurais. Os Regulations for the Supervision and Administration of Medical Devices (Decreto n° 276) de 2000 originaram-se do Con-selho de Estado e da Administração Estatal de Alimentos e Medicamentos (SFDA), para reforçar a administração e supervisão de dispositivos mé-dicos e manter um sistema de registro de pro-dutos para a fabricação de dispositivos médicos.

As Decisions on Further Strengthening Rural He-alth Work (BLOOM, LIU, QIAO, 2009), de 2002, também originadas do Conselho de Estado e do Comitê Central do Partido Comunista, foram to-madas com o propósito de reforçar as medidas da reforma de 1997 e resultaram na criação do New Cooperative Medical System (NCMS) e da Medical Assistance (MA). Os objetivos do NCMS eram melhorar o acesso aos cuidados de saúde e reduzir a pobreza das famílias através da cober-tura das despesas médicas.

As Guidelines on Deepening Healthcare Reform Plan (GINIAT et al. 2011; PINGHUI, 2010; FROST, SULLIVAN, 2011). foram projetadas para curto prazo (2009-2011) e médio prazo (2009-2020) pelo Conselho de Estado e o Comitê Central do Partido Comunista da China. Elas visam esta-belecer um sistema de saúde seguro, efetivo e acessível. O plano prevê, entre outras exigências, que os hospitais e clínicas públicas forneçam medicamentos essenciais com preços regulados pelo governo; o desenvolvimento de um seguro médico básico e a liberação do estabelecimento de empresas (hospitais e clínicas) totalmente es-trangeiras (com aprovação do Ministério do Co-mércio e da Saúde).

As Provisions Governing the Registration of Me-dical Devices (YONGHENG, 2007) foram produzi-das pela SFDA, primeiro para o período de 2000 a 2004 e depois, de 2004 aos dias atuais, para melhorar a padronização e inspeção de qualidade dos produtos. Para possibilitar isso, foram provi-denciadas a classificação de produtos, a padroni-zação; estudos clínicos dos produtos médicos; um Sistema de Inspeção de Qualidade; testes de laboratório dos produtos médicos.

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COMPLEXO ENERGÉTICOO 10° Plano Quinquenal para Conservação de

Energia e Utilização de Recursos Abrangentes foi pro-duzido pelo Comitê Permanente da Assembléia Popular Nacional da República Popular da China com os seguintes objetivos - chave: promover a conservação e o uso racional dos recursos e ga-rantir a utilização global dos recursos44.

O Programa do Etanol Combustível (YANQIN, 2007; TIAN, Le. 2007), também chamado de “Fase Piloto”, para o período de 2000 a 2005, foi produzido pelo Conselho de Estado com o pro-pósito de construir quatro usinas para produzir etanol a partir do milho, com capacidade total de 1,02 milhões de tons por ano. Em 2005 o con-sumo do gasohol chegaria a 20% do consumo nacional de gasolina.

A Proibição do uso do milho para a produção de etanol, medida de 2007, tinha como objetivo pro-duzir etanol sem o uso de alimentos básicos.

O Programa E10 (SIANG, 2007), dentro do pe-ríodo do 11º Plano Quinquenal (2006 a 2010) originou-se da NDRC – Comissão de Desenvolvi-mento Nacional e Reforma -e tinha como objetivo aumentar significativamente a produção do com-bustível bio-etanol e do bio-diesel até 2020, além de outras metas relacionadas ao aprimoramento da produção desses dois tipos de combustível e a separação entre as safras a eles relacionadas e as destinadas aos alimentos. A NDRC criou tam-bém o Top-1000 Energy-Consuming Enterprise Pro-gram para o período 2006-2010 com o propósito de reduzir em 100Mtce o consumo total esperado para 2010 das 1000 indústrias que são as maio-res consumidoras de energia (ROMENEY,2008). Além disso, a NDRC criou em 2007 o CNCCP -The National Climate Change Programme, que inclui en-tre suas metas mais gerais como “contribuir para proteger o clima global”, outras específicas rela-cionadas à redução da emissão de CO2.

SISTEMA AGROINDUSTRIALDestaca-se o Programa 948, (TEKES, 2011) ou

Introduce Advanced Foreign Agriculture Technology to China. Criado em 1994, permanece até hoje, pois foi renovado dentro do 12º Plano Quinque-nal (2011-2015). Originou-se dos Ministérios da

44 Inclusive com a utilização mais intensa de resíduos industrais, ganga e carvão pulveriza-do. Apropósito, ver Hexel e Orris (2006) e Hurst (2010).

Agricultura; das Finanças; de Recursos Hídricos e da Administração Florestal Estatal. O programa elegeu como suas metas: desenvolver a moder-nização, pesquisa e desenvolvimento de longo prazo da agro indústria na China; reduzir o fosso em relação aos países desenvolvidos; aumentar a inovação (principalmente de forma indepen-dente); promover avanços na área de aperfeiço-amento genético de plantas, animais e microrga-nismos para auxiliar na resolução do problema do aquecimento global. Há uma preocupação com o gerenciamento dos Projetos do Plano 948 para fazer bom uso dos fundos a eles destinados. Ademais, é assinalada a importância de buscar fundos de contrapartida de serviços competen-tes e de outras fontes e atrair recursos de orga-nizações internacionais, empresas, governos lo-cais e instituições de financiamento para criar um mecanismo de entrada “multi- input”. Os êxitos do programa são continuamente divulgados.

O Documento 1 (GALE, LOHMAR, TUAN, 2005) é um programa de 2004, mas é revisado anual-mente. Foi criado pela NRDC e o Ministério da Agricultura. São seus objetivos a sustentação de preços agrícolas e o aumento da renda do produ-tor, além da manutenção da infraestrutura rural e dos serviços públicos. Para isso são utilizados tanto o crédito para investimento, quanto os sub-sídios para a aquisição de insumos.

Há uma medida adotada durante o 10º Plano (2004-2006) pela NRDC e o Ministério da Agricul-tura, que consistiu na Redução gradual dos impostos agrícolas, até a eliminação total dos mesmos em 01 de janeiro de 2006.

A Política de Segurança Alimentar (SOLOT, 2006), do Ministério da Agricultura, é de 2006 e permane-ce em vigor. Seu objetivo era atingir a auto-sufici-ência em grãos para a prevenção em relação a ca-tástrofes Para isso, foi providenciada a manuten-ção estratégica de reservas de milho, arroz e trigo e o “Fundo de Risco de Grãos”; junto a medidas para apoio ao comércio, especialmente estatal, como tarifas e impostos sobre o valor agregado; licenças de Importação e exportação; metas pla-nejadas anualmente e controle de preços.

DEFESAEm 1998 houve uma reestruturação dos orga-

nismos responsáveis pela indústria de defesa pelo 9º Congresso Nacional do Povo (HUISKEN, 2009). A COSTIND - Commission of Science, Technology, and Industry for National Defense, até então su-

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bordinada simultaneamente à CMC- Comissão Central Militar- e ao Conselho de Estado, torna-se civil, passando a ser uma agência de nível minis-terial diretamente subordinada ao Conselho do Estado. Suas responsabilidades estritamente mi-litares ficam a cargo do recém criado GAD - Ge-neral Armament Department - um departamento subordinado à CMC. Os objetivos eram a melho-ria da eficiência e da concorrência; a criação de um sistema de compras militares mais formal e racional; o aprimoramento da fiscalização, a pa-dronização e a qualidade dos produtos da indús-tria de defesa. A estratégia utilizada para alcançar tais propósitos foi uma tentativa de separação do Estado das operações das empresas de defesa.

Em 1999 houve nova iniciativa de reestruturação, que resultou na criação de 10 novas Defense in-dustry enterprise groups (DIEGs), as Big Ten45, a par-tir da duplicação das Big Five (Corporações indus-triais estatais do setor de defesa nacional). Eram seus objetivos corrigir o endividamento crônico, o excesso de pessoal e a burocracia ineficiente do Estado no funcionamento das empresas esta-tais; aumentar a concorrência; melhorar a gestão e supervisão das empresas; incentivar a P&D nas empresas; reduzir o tamanho do complexo mili-tar. Para tanto, foram tomadas as seguintes me-didas: dividir em duas cada uma das Big Five; dar prioridade às áreas de microeletrônica, sistemas espaciaist, novos materiais, propulsão, mísseis e tecnologia de informação.

O Programa 126 (BRUZDZINSK, 2004) foi inicia-do em 2000 e projetado para médio prazo (12 a 15 anos). Os organismos responsáveis foram o Conselho de Estado, a Comissão Militar da Chi-na e a Agência Política do Comitê Central. Suas metas são a aceleração do desenvolvimento da China e a produção de armamento de alta-tecno-logia. Para alcançá-las seriam desenvolvidas uma nova geração de armas estratégicas de alta tec-nologia e armas nucleares estratégicas, melho-rando a disponibilidade de armamento estratégi-co para modernizar o PLA - People’s Liberation Army (BRUZDZINSK, 2004).

Um novo programa intitulado Some Opinions on Deepening the Reform of the Investment System of Science, Technology and Industry for National Defense foi criado pelo conselho de Estado em 2007, sem

45 A lista com as antigas e novas corporações pode ser encontrada em Huisken (2009).

previsão de término. Busca eficácia na alocação de recursos para o setor de defesa; o aperfeiço-amento da gestão e supervisão das indústrias do setor de defesa e a melhoria da interação entre os setores militar e civil. Para tanto, seria criado um novo sistema de investimento com controle e regulamentação mais eficaz do Estado e haveria maior participação do capital social e a padroniza-ção de serviços intermediários.

Um novo Plano de Reestruturação foi criado pelo 11º Congresso Nacional do Povo em 2008, sem previsão de término. Para alcançar suas metas o COSTIND passou a ser subordinado ao MIIT. A Co-missão de Ciência, Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional da República Popular de China foi substituída pela Administração Estatal da Ciência Tecnologia e Indústria para a Defesa Nacional.

Ainda em 2008, um novo programa intitulado Regulamentos sobre a Administração de Licença de Armamentos e Pesquisa e Produção de Equipamentos foi criado pelo Conselho de Estado e a CMC. Ele propõe que a ciência, a tecnologia e a indústria relacionadas com a defesa melhorem a informa-tização dos armamentos e o desenvolvimento e design dos equipamentos e tornem o design dos produtos mais digitalizado, modularizado, padro-nizado e confiável.

Observa-se uma preocupação da área de de-fesa em melhorar a interação entre as áreas civil e militar e há concordância entre as fontes a res-peito dos parcos efeitos obtidos pelas reformas estruturais; em decorrência, a China ainda neces-sita desenvolver muito seu setor de defesa para que se equipare ao dos países desenvolvidos.

Uma visão panorâmica das medidas adota-das em relação aos diversos setores da econo-mia chinesa nos revela claramente o anseio de aumentar a competitividade do país no cenário internacional. A transição experimentada pela China é perceptível, pois de um lado temos a ên-fase nos setores ligados à área militar e de de-fesa que evoca o ambiente da guerra fria e seus resquícios; de outro, a ambição de alcançar um desenvolvimento científico-tecnológico adequa-do a uma economia pós-industrial, baseada no conhecimento, está muito evidenciada nas medi-das dirigidas às mais variadas áreas.

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Neste trabalho, num primeiro momento, bus-camos, à luz da abordagem sobre as variedades de capitalismo, identificar os elementos mais sig-nificativos do ambiente em que operam as empre-sas - e no qual incidem as políticas industriais - na Rússia, Índia e China. Em seguida, salientamos certas características da moldura institucional em que se processa a relação entre o Estado e o empresariado. Destacamos, então, os objetivos gerais das políticas industriais nos países focali-zados. Por fim, identificamos as principais propo-sições de políticas dirigidas a setores industriais selecionados. Vamos agora contrastar tais dimen-sões com o cenário do Brasil, com o propósito de avaliar a pertinência da experiência russa, indiana e chinesa para a política industrial brasileira.

Há uma grande convergência nos objetivos fixados pelas políticas industriais de diferentes países no sentido de acentuar a capacidade e a disposição das empresas de inovar. Isto implica definir medidas que sejam capazes de afetar as escolhas que estas fazem. A resposta das em-presas a medidas de política industrial, contudo, está associada às percepções que desenvolvem sobre os dilemas de coordenação que enfrentam em sua operação, no que se refere ao financia-mento da produção, da relação entre os atores re-levantes na propriedade e gestão das empresas, nos elos que estabelecem com fornecedores e clientes, na forma como lidam com conflitos e demandas vinculadas à relação com os trabalha-dores (disciplina, cooperação, relações salariais, formas de contratação), no modo como vêem atendida a demanda por força de trabalho quali-ficada, nos elos que estabelecem com o Estado e, last but not least, na forma como as economias nacionais relacionam-se com o mercado mundial e os atores que nele atuam. A articulação entre estas dimensões resulta na presença de diferen-tes ambientes institucionais que circunscrevem as escolhas efetuadas pelas empresas.

Na Rússia predomina o financiamento deriva-

do de entes públicos, não obstante o crescimento da captação de recursos nos mercados de capital do exterior. Nos padrões de governança corpora-tiva das empresas é possível assistir, em setores estratégicos, a uma retomada do controle estatal nos últimos anos, enquanto permanecem fluidos os elos entre proprietários, gerentes e acionis-tas. Existem dispositivos diversos de proteção aos trabalhadores nas relações de emprego, mas pouco espaço para arranjos cooperativos. Processos de qualificação são nacionalmente regulados, mas atribuídos às empresas, com re-duzida incidência de ação governamental. A rela-ção entre as firmas é circunscrita pela regulação estatal das atividades estratégicas, mas é pos-sível identificar o crescimento de joint ventures envolvendo empresas russas e multinacionais. A relação entre empresas e o Estado é fortemente marcada pela regulação pública do fornecimento de determinados bens, pela presença de organis-mos de intermediação circunscritos pelo Estado, mas é possível observar o aparecimento de for-mas pluralistas, inclusive o lobby. A Rússia é uma economia relativamente aberta, protegida, espe-cializada na exportação de commodities, com presença pequena nas exportações mundiais e índices de inovação reduzidos.

Também na Índia prevalece o financiamento bancário, especialmente o público, mas o país tem buscado contar de forma crescente com a atração de capitais externos. Há um expressivo setor estatal na economia, junto a empresas pri-vadas que apresentam propriedade bastante con-centrada de perfil familiar. Prevalecem relações de trabalho precárias e elevada informalidade, ao lado de sindicatos fracos, que não favorecem processos de concertação entre trabalhadores e empresários, a exceção de alguns nichos. Apesar do anúncio de medidas para incremento da for-mação da força de trabalho, a qualificação tende a concentrar-se entre alguns setores mais dinâmi-cos. Há poucas informações sobre processos de

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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colaboração entre firmas, embora a organização de joint ventures com multinacionais seja expres-siva. A heterogeneidade e desarticulação interna da economia e sociedade indianas não parecem favorecer a constituição de redes densas entre os agentes econômicos. A relação das empresas com o Estado tende a combinar a aproximação direta, naqueles setores objeto de políticas prio-ritárias, com organismos circunscritos pelo Es-tado. A inserção indiana no mercado mundial é diversificada, no que se refere à pauta e destino das exportações, com significativa presença de produtos manufaturados, mas seu peso relativo nas exportações mundiais é pequeno. Sua eco-nomia é relativamente aberta e protegida.

Na China, é relevante o financiamento da produção por bancos públicos. A direção das empresas tende a ser centralizada e dotada de relativa autonomia para responder aos sinais do mercado, embora circunscrita pela ação diretiva do Estado, que, em certa medida, modula a rela-ção das empresas entre si. Os dilemas de coor-denação associados ao mundo do trabalho são enfrentados através da combinação de disposi-tivos repressivos, precariedade das relações de emprego e emulação ideológica. Processos de qualificação são centralizados, mas diversifica-dos. Fóruns diversos de concertação, com peso expressivo do Estado, articulam as empresas às esferas estatais responsáveis pela formulação e implementação de políticas industriais. Por fim, a presença chinesa nas exportações mundiais é bastante diversificada, a economia é relativamen-te aberta, pouco protegida (excluído câmbio), com presença importante nas exportações mun-diais, mas, internamente, o país não alcança os indicadores de inovação presentes nas nações capitalistas avançadas.

O Brasil tem contado com o autofinanciamen-to e o Estado, através dos bancos públicos, no financiamento das empresas, não obstante a expansão do mercado de capitais. Os conglome-rados familiares predominam entre as grandes empresas nacionais, mas é expressiva a pre-sença de empresas estrangeiras. Num regime de propriedade concentrada, a direção das em-presas conta com peso expressivo do controle familiar e pequena participação de acionistas e funcionários. Nas relações industriais prevalece o contrato individual, há um amplo dispositivo legal regulando os direitos individuais do traba-lho, mas são de pequena monta as restrições à

demissão. O corporativismo sindical, que rege as organizações patronais e de trabalhadores, con-vive com crescente diversificação da estrutura de representação de interesses. São escassas as ações de colaboração entre empresas e em-pregados para inovação e qualificação. Esta, via de regra, é efetuada por agências semi-públicas, que oferecem formação profissional elementar, ao lado da formação geral, garantida pelo Esta-do. Ao lado das relações hierárquicas no interior dos conglomerados familiares, iniciativas para acentuação da colaboração entre as firmas têm sido estimuladas pelo Estado, como os fóruns de competitividade, envolvendo diferentes segmen-tos das cadeias produtivas dos setores, e o apoio a clusters e arranjos produtivos locais, mas estão longe de ser uma prática generalizada. A relação Estado-empresariado no Brasil tem se efetuado por uma multiplicidade de canais, pluralistas e corporativos, sendo que os últimos, esvaziados na última década do século passado, retomaram sua importância. Dotada de vigoroso mercado interno, a economia brasileira tem se mantido re-lativamente fechada, com níveis ainda elevados de proteção, sem superar as deficiências de sua capacidade de inovação tecnológica.

À luz das formulações originais da abordagem sobre as variedades de capitalismo, certas carac-terísticas das relações industriais e inter-firmas na China não favoreceriam o desenvolvimento de inovações incrementais. Por seu turno, a influên-cia do Estado na direção das empresas poderia mitigar a disposição para inovações radicais, que estaria associada à presença, entre outras coisas, de gerentes ávidos pela obtenção de ganhos rápi-dos, para satisfação de acionistas que pouco se envolvem na vida das empresas, mas nutrem a expectativa de auferir rendimentos elevados. To-davia a disposição de inovar envolve, também, a redução da incerteza, de modo a contornar os cus-tos de oportunidade associados à realização de esforços para definição de processos e produtos não consolidados no mercado. Assim, se as carac-terísticas do modelo chinês explicam seu formidá-vel desempenho na produção de artigos baratos e diversificados, segundo a pauta de consumo de seus parceiros comerciais - embora, talvez de pouca qualidade -, o financiamento público, bem como a combinação entre autonomia das empre-sas e forte regulação estatal parece dotar o país de expressiva capacidade de operar com políticas variadas, preservando níveis acentuados de coor-

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denação e reduzindo a incerteza das empresas na tomada de decisão de investimento estimuladas por tais políticas. Há sinais de que a China cami-nha para um padrão de produção e exportações diverso daquele com o qual é comumente identi-ficado. Neste caso, têm relevância as disposições dos programas públicos e a capacidade de definir e tornar efetivas suas metas.

Na Índia os padrões de relações industriais não parecem estimular disposições de inovação incrementais, conquanto sejam compatíveis com as inovações radicais, nos termos da formulação original da abordagem sobre as variedades de capitalismo, embora não se articulem a padrões de governança e financiamento supostamente adequados a este propósito. Não se impede, contudo, a conformação de um setor industrial com segmentos competitivos. O que parece evi-dente na Índia é que a desarticulação interna da economia no país é de tal ordem, que determi-nados segmentos empresariais podem se valer do apoio do Estado e do padrão de financiamen-to existente para, de forma insulada, alcançar desempenho expressivo, explorando nichos do mercado internacional, mesmo com indicadores de inovação reduzidos, sem que isto se irradie em benefícios para o conjunto da população in-diana, em sua maioria apartada em atividades in-formais, de baixo rendimento e reduzida integra-ção com os setores econômicos mais dinâmicos.

Na Rússia, os padrões de financiamento e cer-tos traços das relações industriais tendem a favo-recer o desenvolvimento de inovações incremen-tais. A inexperiência dos grupos empresariais, a incerteza nos padrões de governança corporativa e a instabilidade do marco legal não favorecem, contudo, tal disposição, nem tampouco as orien-tadas para as inovações radicais. Por seu turno, a retomada recente da ação coordenadora do Estado não se ancora em organismos consolida-dos, deixando incerta sua efetividade para imple-mentação de políticas que reduzam a incerteza e acentuem a disposição de investir, fora daqueles segmentos que se incrustam no tecido industrial russo de modo a conferir-lhe o caráter pouco di-versificado que ele hoje exibe.

No Brasil, as relações industriais, os padrões de governança e a expressiva presença de mul-tinacionais operam como fatores que inibem as disposições de inovar. Em sentido contrário pode operar o financiamento público, se conectado à exigência de contrapartidas às empresas. De

todo modo, a exuberância do mercado interno brasileiro e a diversidade de sua pauta de expor-tações afastam o país das características exibidas pela Rússia e pela Índia. Por seu turno, é pouco provável – e talvez sequer desejável – que o Es-tado brasileiro alcance a capacidade diretiva do Estado chinês, mas a utilização de instrumentos como as compras governamentais podem operar como um recurso para elevação da capacidade de inovação das empresas, num cenário em que permaneçam inalteradas as relações industriais e entre firmas no cenário brasileiro. Alternativa-mente, é possível imaginar uma agenda de refor-mas que, ancorada em nossa tradição, acentue a disposição de colaborar entre os diferentes atores. A presença da estrutura corporativa de representação de interesses e a experiência de intermediação neo-corporativa entre Estado e empresariado, que se reitera de formas diversas ao longo da trajetória brasileira, está longe de desenvolver todas as suas potencialidades para a orquestração de ações cooperativas para ativi-dades de inovação. A ampliação das atribuições das entidades corporativas pode favorecer este intento, tornando-as mais representativas para assegurar a lealdade de seus membros a progra-mas abrangentes.

Se consideramos as características do sis-tema político, da estrutura do Estado voltada à implementação de políticas industriais e de ino-vação, bem como das formas de intermediação ente governo e empresariado, na Rússia, Índia e China, tal como indicadas neste estudo, pode--se observar a relativa convergência na presença de formas de intermediação neo-corporativas, se levamos em conta a existência de organiza-ções abrangentes que se fazem representar em organismos públicos. Formas pluralistas também aparecem, embora em escala muito reduzida na China. Nos três casos, contudo, as categorias centrais da literatura sobre intermediação de in-teresses parecem insuficientes para lidar com as realidades observadas. No caso russo e indiano arranjos neo-corporativos estão conectados a sistemas políticos que buscam se aproximar das modalidades ocidentais da democracia represen-tativa, embora com um peso expressivo do po-der central e reduzida expressão das regiões nas definições estatais de políticas, em contextos marcados pela presença de grande diversidade cultural, étnica e regional. Tal diversidade em boa

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medida também existe na China, que se diferen-cia, contudo, por força da natureza de seu siste-ma político - uma versão reformada das formas centralizadas do socialismo real.

A China e a Índia têm sido países marcados pela continuidade de agências importantes na definição de políticas industriais, como a Comis-são Nacional de Desenvolvimento e Reforma no primeiro e a Comissão de Planejamento no se-gundo. A Rússia, por seu turno, vivenciou um processo de erosão da capacidade de coorde-nação do Estado na década de 1990, revertida a partir do início do século através de organismos ad hoc, que não parecem configurar, ainda, a cria-ção de uma estrutura coerente e articulada.

O Brasil tem sustentado de forma tenaz as instituições democráticas definidas em 1988. Seu sistema político exibe características con-traditórias, com a presença de elevado poder de agenda do executivo, combinada à existência de múltiplos pontos de veto no parlamento e nos estados. A relação com o empresariado exibe um caráter misto, dada a presença e o peso da estrutura corporativa, ao lado da multiplicação de organismos pluralistas de representação, in-clusive o lobby. As ações de política industrial, por seu turno, são conduzidas no âmbito de uma estrutura marcada por baixa coordenação, seja pela ausência de uma agência central dotada de capacidade de se impor aos diferentes organis-mos envolvidos, seja pela descontinuidade dos instrumentos criados para resolver este proble-ma, definidos a cada período de governo.

Incremento das exportações, elevação da competitividade e da capacidade de inovação das empresas, diversificação da produção indus-trial, sustentabilidade ambiental são objetivos re-correntes nos documentos de política industrial exibido pelos governos da Rússia, Índia e China. Ressalve-se que, nos dois últimos, estes são consolidados nos planos quinquenais firmados, em ambos, como uma tradição cuja origem re-monta aos anos 50 do século passado. Na Rússia não foram encontrados, senão ao final da primei-ra década do século XXI, documentos abrangen-tes de política industrial.

Medidas para incremento do capital humano, expansão e aperfeiçoamento da infra-estrutura para a indústria e para o desenvolvimento da ci-ência e da tecnologia são um mantra que se re-pete em diversos documentos e discursos. Junto

a eles, a indicação de instrumentos como a cria-ção de fundos de investimento, subsídios e isen-ções, criação de parques tecnológicos e zonas econômicas especiais, além do desenvolvimento de parcerias público-privadas.

Mesmo entre os programas dirigidos a seto-res selecionados, identificados neste trabalho, têm destaque proposições com o teor das indica-das acima, acompanhando os padrões de política industrial que ganharam destaque ao final do sé-culo passado e/ou não colidem fortemente com o ambiente normativo definido no âmbito do mar-co regulatório que acompanha a criação da OMC, como a criação de parques tecnológicos, a cons-tituição de zonas de exportação, medidas para o incremento das iniciativas de P & D e a formação de clusters. Contudo, os programas da Índia - de certa forma em consonância com a retórica da década de 1990, à qual o país se conformou -, enfatizam disposições para formação e desenvol-vimento da infra-estrutura, ao passo que a Rússia estabelece metas para a criação de produtos ex-portáveis e para a substituição de importações, e na China menciona-se a importância de controle das importações e concessão de subsídios, reve-lando a presença de temas e instrumentos que tendem a ser vistos como apropriados a outros tempos. Em setores industriais de certa forma convencionais, como a indústria automobilísti-ca, observa-se no programa indiano a ênfase no aperfeiçoamento da infra-estrutura para exporta-ções, além de medidas para a modernização da produção, ao passo que na China menciona-se o propósito de constituição de grandes grupos e na Rússia deplora-se a opção pela atração de investimentos externos para o setor, efetuada na década de 1990, salientando-se a importância de fortalecimento da indústria doméstica.

A desenvoltura da China em operar com di-ferentes estratégias pode ser observada no contraste entre a divisão da base empresarial da indústria aeronáutica, associada à atração de capitais externos, com o propósito de construir grandes conglomerados estatais na indústria na-val, num arranjo assemelhado ao da Rússia para os dois setores. O reforço das empresas estatais não é estranho, todavia, mesmo a algumas inicia-tivas projetadas pela Índia, destacadamente nos subsídios definidos para a indústria farmacêuti-ca, chave no esforço do país em buscar maior in-serção no mercado mundial. No complexo indus-trial da saúde, por sua vez, salienta-se nos três

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países a tendência a uma acentuação dos elos entre o Estado e o setor produtivo, num conjunto de iniciativas que envolvem o aperfeiçoamento da regulação, subsídios para o investimento e a utilização do poder de compra do Estado. De modo similar, para as indústrias do complexo TIC, a presença do Estado aparece como decisi-va, vinculando a expansão do setor a projetos de modernização da administração pública.

Há casos em que as políticas industriais ar-ticulam-se nitidamente a propósitos da política social, de geração de renda e ambientais, como é o caso de setores como os de couros, calçados e artefatos, na Índia, e madeira e móveis na Rús-sia e na China. Noutros casos, alguns setores as-sumem papel central nas ações do Estado, pelo peso que dispõem na economia nacional, como é o caso do complexo energético na Rússia, ob-jeto de significativa recuperação do controle do Estado ao início deste século. Por seu turno, nos três países o complexo industrial ligado à defesa recebe atenção destacada, seja por seu potencial inovativo e pelos efeitos dinâmicos que acarreta para o conjunto da economia, seja por considera-ções de ordem estratégica.

Não obstante o grande repertório de ações identificadas neste relatório, fica evidenciado que estamos longe de um cenário marcado pela perda de importância de políticas setoriais. Na China estas se encontram em curso desde o fi-nal da década de 1980. Na Índia, não obstante sua mitigação na retórica governamental desde a década de 1990, permaneceram, em maior ou menor escala, nos planos quinquenais. Na Rús-sia, virtualmente desapareceram na década de 1990, recobrando fôlego nos últimos anos, em meio a um duro balanço da experiência neolibe-ral. Por seu turno, em que pese os limites presen-tes no ambiente regulatório internacional, medi-das orientadas para a constituição de empresas com capacidade para operarem como players mundiais, iniciativas voltadas para a proteção à indústria doméstica, esforços para a diversifica-ção e adensamento das estruturas e cadeias pro-dutivas, subsistem ao lado da admissão de maior flexibilidade nas relações entre as economias na-cionais e o mercado mundial.

O Brasil não fugiu à regra no período. Após 1998, sinais de retomada mais efetiva de ações de política industrial aparecem na criação dos fundos setoriais e dos fóruns de competitividade. No go-verno Lula, as duas edições da política industrial

enfatizaram como objetivos o incremento das ex-portações, da competitividade, da capacidade de inovação das empresas, da escala das empresas e modernização do tecido industrial. Na Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PI-TCE), de 2004, contudo, tal disposição era dirigida a determinados setores (fármacos, bens de capi-tal, softwares, semicondutores) e atividades por-tadoras de futuro (nanotecnologia, biotecnologia, biomassa e energia renovável), ao passo que na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), de 2008, eram estabelecidas metas para todos os se-tores industriais, além de objetivos estratégicos. No repertório de instrumentos levantados, dentre outros, programas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), subsídios e isenções, ampliação da infra-estrutura de ciência e tecnologia, estímulos à colaboração entre empresas e universidades, criação de organismos públicos como empresas e institutos, apoio à fusão de empresas para ele-vação da competitividade internacional. A recém anunciada política Brasil Maior, do governo Dilma Roussef, mantém os objetivos já apontados, mas sinaliza mais claramente para a exigência de con-trapartida das empresas.

Em que medida os três países destacados nesse estudo podem sinalizar para caminhos viá-veis para o Brasil? No caso da Rússia, há um sinal evidente de um caminho viável, porém, provavel-mente, não desejável. O bom desempenho das commodities nas exportações brasileiras, em boa medida resultante do crescimento chinês, abre uma perspectiva de expansão econômica sem grandes turbulências no setor externo. O risco é, como tem sido apontado, a ocorrência de algum tipo de regressão e especialização industrial que deixa espaço reduzido para a atividade inovativa, mesmo que o país eleve seus indicadores de in-fra-estrutura científica e tecnológica e de capital humano. O cenário favorável que se abre deveria, então, ser acompanhado de ações de longo pra-zo para que o país possa se firmar em atividades portadoras de futuro, para situar-se em posição favorável quando o atual ciclo se esgotar. Neste caso, dispomos de uma vantagem expressiva em relação à Rússia, que é a diversidade de nossa pauta exportadora. Não vivenciamos, da mesma forma, a desagregação do Estado verificada na Rússia na década de 1990, embora a definição de políticas de longo prazo envolvam a construção

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de instituições das quais ainda não dispomos plenamente, capazes de acentuar a coordenação das ações de política industrial e assegurar sua continuidade como política de Estado, não de go-verno, mesmo que as circunstâncias exijam sua contínua retificação.

Em relação à Índia, a principal lição está as-sociada à percepção de como é possível sele-cionar setores industriais para convertê-los em segmentos dotados de capacidade de inovação e bom desempenho exportador. Em sentido in-verso, a Índia nos revela o limite desta estraté-gia para distribuição ampla dos benefícios do desenvolvimento, sem sua articulação a políticas de renda bem sucedidas. Embora importante o desempenho exportador, ele não assegura a inte-gração interna da economia. Assim, talvez a Índia é que precise mirar-se na experiência brasileira dos últimos anos. Estamos longe de dispor de condições, no âmbito da distribuição de renda, que garantam a presença de todos os elementos necessários à integração interna da economia brasileira. Todavia, sua constituição parece hoje mais próxima de ancorar-se num pacto social abrangente, a partir das definições expressas no Plano Plurianual de 2004-2007, que fixava como objetivo inaugurar “um processo de crescimento pela expansão do mercado de consumo de mas-sa e com base na incorporação progressiva das famílias trabalhadoras ao mercado consumidor das empresas modernas” (grifo nosso) (BRASIL--MPOG, 2003: 17). Se efetivada esta promessa, podemos contornar o dilema indiano.

A China evidencia as possibilidades de um desenvolvimento diversificado, crescentemente dotado de capacidade endógena de inovação, a partir da ação indutora do Estado, em articu-lação com estímulos de mercado. Como fazê-lo no Brasil em circunstâncias tão diversas, dado o peso expressivo das multinacionais na economia brasileira (reduzindo a capacidade de coordena-ção do Estado), combinada à predominância do mercado interno? Faz parte dos desafios a serem enfrentados pelo Brasil impulsionar o desenvol-vimento tecnológico num cenário marcado pela presença destes dois elementos que, quando combinados, têm se revelado pouco favoráveis à inovação tecnológica. De todo modo, esta não será possível sem a redução da incerteza nos in-vestimentos industriais e a definição de metas e objetivos. Neste sentido, e talvez apenas neste sentido, a experiência chinesa pode ser portado-

ra de lições importantes.Enfim, as exigências que se colocam para

política industrial brasileira são múltiplas, envol-vendo a defesa e reposicionamento de nossas empresas face as tendências mundiais, de modo a preservar as bases em que se alicerça nosso crescente mercado de massas, bem como a construção deliberada de capacitações para que o país se inscreva em posição destacada nas no-vas configurações do desenvolvimento. Nos ter-mos de Antônio Barros de Castro:

quanto ao futuro, não se espera que ele seja espontaneamente engendrado por de-cisões tomadas, uma a uma, pelas empre-sas, com ou sem apoio de políticas públi-cas. Na realidade uma estratégia de trans-formação faz diferença, na medida em que vislumbre possibilidades que só podem ser alcançadas mediante esforços coope-rativos e concentrados, em busca de uma certa visão de futuro (...) dada a comple-xidade e crescente convergência das tec-nologias contemporâneas, ao se atingir e mesmo ultrapassar a fronteira das soluções conhecidas, a conjugação de esforços pú-blicos e privados adquire elevado grau de importância. Mas isto também sugere ser inexequível (e indesejável), tentar, sequer conceber uma só estratégia para a econo-mia como um todo. Faz sentido conceber ‘frentes estratégicas’, reunindo conjuntos articulados de propostas, ali onde se vis-lumbre grandes possibilidades (CASTRO, 2011: 9-10)

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118 Política Industrial na Rússia, Índia e China

ANEXOS

Tabelas do Relatório 1

Tabela 1 - PIB Total (US$ milhões) e per Capita

1998 2002 2006 2008

Total Per capita Total Per capita Total Per capita Total Per capita

Brasil 843.827,6 4.988,3 506.040,5 2.825,1 1.089.398,2 5.789,8 1.595.497,8 8.311,1

China 1.045.199,1 853,8 1.454.040,3 1.150,8 2.779.871,0 2.141,8 4.327.024,4 3.292,0

Índia 425.273,7 422,3 504.946,4 468,4 911.376,4 794,1 1.253.859,8 1.061,3

Rússia 270.953,2 1.835,1 345.488,3 2.377,1 989.427,9 6.941,9 1.676.587,8 11.857,5

Fonte: UNITED NATION DEVELOPMENT PROGRAMME. United Nations Human Developmet Report. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/ReportFolders/reportFolders.aspx Acesso em 11/2010

Tabela 2 - Indicadores Sociais – IDH

2000 2006 2008 2010

Brasil 0,649 0,681 0,690 0,699

China 0,567 0,627 0,648 0,663

Índia 0,440 0,491 0,506 0,519

Rússia 0,662 0,700 0,715 0,719

Fonte: UNITED NATION DEVELOPMENT PROGRAMME.United Nations Human Developmet Report.Disponível em: http://hdr.undp.org/en/statistics/ Acesso em: 11/2010

Tabela 3 - Coeficiente de GINI

2001 2005 2007

Brasil 58,69 56,39 55,02

China - 41,53 -

Índia - 36,80 -

Rússia 39,60 37,51 43,68

Fonte: THE WORLD BANK. Countries and Economies. Disponível em: http://data.worldbank.org/country Acesso em: 11/2010

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 119

Tabela 4 - Grau de Abertura da Economia

2002 2006 2009

Total Export. Import. Total Export. Import. Total Export. Import.

Brasil 26,68 14,10 12,58 25,83 14,37 11,47 26,12 12,83 13,29

China 47,70 25,13 22,56 70,47 39,08 31,39 47,10 26,18 20,93

Índia 29,97 14,49 15,48 45,69 21,32 24,37 55,47 25,40 30,07

Rússia 59,65 35,21 24,43 54,77 33,75 21,03 49,89 30,31 19,58

Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

Tabela 5 - Participação no Comércio Mundial

2002 2006 2009

Total Export. Import. Total Export. Import. Total Export. Import.

Brasil 1,68 0,93 0,75 1,91 1,14 0,77 2,29 1,23 1,06

China 9,45 5,02 4,43 14,39 7,99 6,40 17,65 9,68 7,98

Índia 1,63 0,78 0,85 2,45 1,00 1,44 3,29 1,31 1,98

Rússia 2,66 1,66 1,01 3,97 2,51 1,46 4,12 2,44 1,68

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 6 - Índices de Restritividade às Importações

2000-2004 2005-2008 2006-2009

TTRI/MFN TTRI OTRI TTRI/MFN TTRI OTRI TTRI/MFN TTRI OTRI

Brasil 13,08 - 27,15 9,04 7,60 22,09 9,34 7,56 22,09

China 14,45 - 21,13 5,50 5,08 10,39 5,33 5,06 9,84

Índia 27,14 - 32,23 13,83 13,40 19,87 12,00 12,00 18,00

Rússia 7,96 - 26,75 7,31 6,06 21,54 6,13 5,51 19,61

TTRI/MFN – Índice que apura o impacto de políticas não discriminatórias nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo écapturar as distorções no comércio exterior impostas por tarifas MFN, isto é, orientadas para nações mais favorecidas. Não leva emconsideração subsídios domésticos ou impostos sobre exportações. Quanto menor, menor a restrição às importações.TTRI – Índice que apura o impacto das políticas de comércio exterior nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo écapturar as distorções no comércio exterior impostas por tarifas, incluindo preferenciais. Não leva em consideração subsídiosdomésticos ou impostos sobre exportações. Quanto menor, menor a restrição às importações.OTRI - Índice que apura o impacto de política não discriminatórias nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo é capturaras distorções no comércio exterior impostas por tarifas de importação e medidas não tarifárias.Não leva em consideração subsídiosdomésticos ou impostos sobre importações. Quanto menor, menor a restrição às importações.

Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

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120 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Tabela 7 - MFN Zero Duty Imports* (% no total das importações)

1995-1999 2000-2004 2005-2008 2006-2009

Brasil 3,64 14,45 32,04 32,6

China 2,45 12,23 44,27 43,54

Índia 12,11 1,5 9,75 11,72

Rússia 7,25 1,76 11,2 19,48

*Percentual das importações do país não sujeitas a nenhum tipo de tarifa.Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

Tabela 8 - Maximum Rate*

1995-1999 2000-2004 2005-2008 2006-2009

Brasil 50,0 51,0 40,0 55,0

China 121,6 94,7 77,6 418,4

Índia 245,0 322,9 322,2 301,0

Rússia 104,9 20,0 514,7 425,4

*Maior tarifa aplicada no país.Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

Tabela 9 - Participação Percentual dos Grandes Setores no PIB

2000 2004 2008

Prim. Secund. Térc. Prim. Secund. Térc. Prim. Secund. Térc.

Brasil 5,60 27,73 66,67 6,91 30,11 62,97 6,76 28,08 65,16

China 15,21 46,36 38,43 13,37 46,16 40,47 11,61 48,34 40,05

Índia 23,22 26,41 50,37 19,12 28,34 52,54 19,00 28,61 52,39

Rússia 6,68 37,95 55,37 6,01 36,51 57,48 4,87 36,12 59,01

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 121

Tabela 10 - Participação Percuntual da Indústria no PIB

2000 2004 2008

Brasil 17,22 19,22 17,60

China 40,74 40,73 42,76

Índia 15,78 15,91 16,11

Rússia 19,37 17,70 17,46

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 11 - % Bens Manufaturados e Commodities Primárias no Conjunto das Exportações

2001 2005 2009

Manufat. Commod. Manufat. Commod. Manufat. Commod.

Brasil 54,52 45,48 53,09 46,91 38,87 61,13

China 88,58 11,42 91,98 8,11 93,58 6,42

Índia 63,30 36,70 59,01 40,99 59,34 40,66

Rússia 27,76 72,24 21,79 78,21 19,35 80,65

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 12 - Índice de Concentração de Produtos e Mercados de Exportação

1995-1999 2000-2004 2005-2008 2006-2010

E.P.C.I. E.M.C.I. E.P.C.I. E.M.C.I. E.P.C.I. E.M.C.I. E.P.C.I. E.M.C.I.

Brasil 8,97 26,26 8,72 27,92 9,50 20,67 10,72 17,64

China 7,36 35,25 9,15 32,48 10,43 25,83 9,57 20,65

Índia 13,79 25,49 12,95 24,32 13,88 19,52 14,22 16,19

Rússia 25,11 19,38 31,37 26,68 35,12 20,12 36,33 15,07

Fonte: The World Bank. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

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122 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Tabela 14 - Distribuição Percentual dos Gastos em Inovação: setor público, empresas, estrangeiros e outros

2000 2004 2007

S. Pub. Emp. Estr. Outr. S. Pub. Emp. Estr. Outr. S. Pub. Emp. Estr. Outr.

Brasil 54,07 44,73 - 1,20 53,45 44,49 - 2,06 52,95 44,70 - 2,35

China 33,41 57,59 2,69 6,32 26,63 65,67 1,28 6,42 24,62 70,37 1,35 3,66

Índia 77,94 18,05 - 4,02 70,58 25,04 - 4,38 65,98 29,63 - 4,40

Rússia 54,81 32,87 11,96 0,37 60,63 31,39 7,58 0,40 62,62 29,45 7,22 0,72

Fonte: UNESCO INSTITUTE FOR STATISTICS. Disponível em: http://stats.uis.unesco.org/unesco/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 15 - Patentes: US Patent and Trademark Office (USPTO) Applicants

2000 2005 2009

USPTO USPTO USPTO

Brasil 0,06% 0,05% 0,06%

China 0,08% 0,28% 0,99%

Índia 0,08% 0,27% 0,41%

Rússia 0,12% 0,10% 0,12%

Fonte: U.S. PATENT AND TRADEMARK OFFICE. Patents Counts by Country/State and Year. Disponível em: http://www.uspto.gov/web/offices/ac/ido/oeip/taf/reports.htm Acesso em: 11/2010

Tabela 13 - Gastos em Inovação com Percentual do PIB

2002 2004 2007 2008

Brasil 0,98 0,90 1,10 1,13

China 1,07 1,23 1,44 -

Índia 0,81 0,79 0,87 0,88

Rússia 1,25 1,15 1,12 1,03

Fonte: ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). OECD Statistics Portal. Disponível em: http://stats.oecd.org/index.aspx Acesso: 11/2010

Page 125: BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA BRICs · Linhagens e domínios institucionais das Variedades de Capitalismo 10 1.1) Linhagens 10 1.2) Domínios institucionais e os casos da Rússia,

Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 123

Tabela 16 - PIB Total (US$ milhões) e per Capita

2009

Total Per capita

Alemanha 3.338.152 40.626,59

Coreia do Sul 830.532 17.183,42

Estados Unidos 13.800.632 43.296,12

Fonte: UNITED NATION DEVELOPMENT PROGRAMME. United Nations Human Developmet Report. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/ReportFolders/reportFolders.aspx Acesso em 11/2010

Tabela 18 - Coeficiente de GINI

1998 2000

Alemanha - 28,31

Coreia do Sul 31,59 -

Estados Unidos - 40,81

Fonte: THE WORLD BANK. Countries and Economies. Disponível em: http://data.worldbank.org/country Acesso em: 11/2010

Tabela 17 - Indicadores Sociais – IDH

2000 2006 2008 2010

Alemanha - 0,881 0,885 0,885

Coreia do Sul 0,815 0,858 0,87 0,877

Estados Unidos 0,893 0,897 0,9 0,902

Fonte: UNITED NATION DEVELOPMENT PROGRAMME.United Nations Human Developmet Report.Disponível em: http://hdr.undp.org/en/statistics/ Acesso em: 04/2011

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124 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Tabela 21 - Índices de Restritividade às Importações

2006-2009

TTRI/MFN TTRI OTRI

Alemanha 4,09 1,79 10,12

Coreia do Sul 8,20 8,20 9,95

Estados Unidos 2,22 1,48 7,20

TTRI/MFN – Índice que apura o impacto de políticas não discriminatórias nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo écapturar as distorções no comércio exterior impostas por tarifas MFN, isto é, orientadas para nações mais favorecidas. Não leva emconsideração subsídios domésticos ou impostos sobre exportações. Quanto menor, menor a restrição às importações.TTRI – Índice que apura o impacto das políticas de comércio exterior nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo écapturar as distorções no comércio exterior impostas por tarifas, incluindo preferenciais. Não leva em consideração subsídiosdomésticos ou impostos sobre exportações.. Quanto menor, menor a restrição às importações.OTRI - Índice que apura o impacto de política não discriminatórias nas importações agregadas de cada país. Seu objetivo é capturaras distorções no comércio exterior impostas por tarifas de importação e medidas não tarifárias.Não leva em consideração subsídiosdomésticos ou impostos sobre importações. . Quanto menor, menor a restrição às importações.Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 04/2011

Tabela 20 - Participação no Comércio Mundial

2009

Total Export. Import.

Alemanha 15,77 8,40 7,37

Coreia do Sul 5,47 2,91 2,56

Estados Unidos 21,25 8,50 12,75

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: HTTP://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 19 - Grau de Abertura da Economia

2007 2008

Total Export. Import. Total Export. Import.

Alemanha - - - 88,13 47,16 40,97

Coreia do Sul - - - 107,18 53,00 54,18

Estados Unidos 28,77 11,86 16,91 - - -

Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 11/2010

Page 127: BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA BRICs · Linhagens e domínios institucionais das Variedades de Capitalismo 10 1.1) Linhagens 10 1.2) Domínios institucionais e os casos da Rússia,

Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 125

Tabela 23 - Maximum Rate*

2006-2009

Alemanha 228,8

Coreia do Sul 831,2

Estados Unidos 124,5

*Maior tarifa aplicada no país.Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 04/2011

Tabela 22 - MFN Zero Duty Imports* (% no total das importações)

2006-2009

Alemanha 56,66

Coreia do Sul 34,70

Estados Unidos 53,25

*Percentual das importações do país não sujeitas a nenhum tipo de tarifa.Fonte: THE WORLD BANK. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 04/2011

Tabela 24 - Participação Percentual dos Grandes Setores no PIB

2008

Prim. Secund. Terc.

Alemanha 0,87 30,15 68,96

Coreia do Sul 3,12 37,65 59,22

Estados Unidos 1,07 21,86 77,06

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Page 128: BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA E CHINA BRICs · Linhagens e domínios institucionais das Variedades de Capitalismo 10 1.1) Linhagens 10 1.2) Domínios institucionais e os casos da Rússia,

126 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Tabela 27 - Índice de Concentração de Produtos e Mercados de Exportação

2006-2009

E.P.C.I. E.M.C.I

Alemanha 9,19 15,05

Coreia do Sul 15,70 24,74

Estados Unidos 6,98 20,91

Fonte: The World Bank. World Trade Indicators. Disponível em: http://info.worldbank.org/etools/wti/2a1.asp Acesso em: 04/2011

Tabela 26 - % Bens Manufaturados e Commodities Primárias no Conjunto das Exportações

2009

Manufat. Comoodities

Alemanha 87,91 12,09

Coreia do Sul 88,79 11,21

Estados Unidos 75,57 24,43

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 04/2011

Tabela 25 - Participação Percuntual da Indústria no PIB

2008

Alemanha 23,43

Coreia do Sul 27,63

Estados Unidos 13,18

Fonte: UNITED NATIONS UNCTAD. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

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Uma análise ancorada na abordagem das variedades de capitalismo 127

Tabela 28 - Gastos em Inovação como Percentual do PIB

2007

Alemanha 2,53

Coreia do Sul 3,21

Estados Unidos 2,66

Fonte: ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). OECD Statistics Portal. Disponível em: http://stats.oecd.org/index.aspx Acesso: 11/2010

Tabela 29 - Distribuição Percentual dos Gastos em Inovação: setor público, empresas, estrangeiros e outros

2007

S. Pub. Emp. Estr. Outr.

Alemanha 27,71 67,92 0,35 4,02

Coreia do Sul 24,79 73,65 0,34 1,22

Estados Unidos 28,29 66,18 2,84 2,69

Fonte: UNESCO INSTITUTE FOR STATISTICS. Disponível em: http://stats.uis.unesco.org/unesco/TableViewer/tableView.aspx Acesso em: 11/2010

Tabela 30 - Patentes: US Patent and Trademark Office (USPTO) Applicants

2009

USPTO

Alemanha 5,38%

Coreia do Sul 5,24%

Estados Unidos 49,23%

Fonte: U.S. PATENT AND TRADEMARK OFFICE. Patents Counts by Country/State and Year. Disponível em: http://www.uspto.gov/web/offices/ac/ido/oeip/taf/reports.htm Acesso em: 11/2010

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128 Política Industrial na Rússia, Índia e China

Tabelas do Relatório 3

Tabela 31 - Formação Bruta de Capital Fixo como Percentual do PIB

1998 2002 2006 2009

Brasil 16,97% 16,39% 16,43% 16,73%

China 33,02% 36,25% 40,67% 43,83%

Índia 23,08% 24,40% 32,60% 33,70%

Rússia 16,15% 17,91% 18,51% 21,47%

Fonte: United Nations Conference on Trade and Development. Statistics. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx. Acesso em: 12/07/2011* Em documentos de agências brasileiras aparecem valores diversos. No Anuário Estatístico – 2010, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, p 9, os valores para o Brasil são 17% em 1998, 16,4% em 2002, 18,7% em 2008 e 16,7% em 2009.

Tabela 32 - Taxa de Crescimento do PIB Industrial

1998/2006 1998/2002 2002/2006

Brasil 40,60% -38,41% 128,27%

China 176,11% 38,22% 99,77%

Índia 230,60% 18,58% 178,80%

Rússia 418,75% 4,23% 397,72%

Fonte: United Nations Conference on Trade and Development. Statistics. Disponível em: http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx. Acesso em: 12/07/2011

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