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Brasil tem uma das maiores reservas de terras raras do planetaJanaína Simões - Inova Unicamp - 24/05/2011
As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos. [Imagem: Peggy Greb/USDA]
O Brasil pode ser dono de uma das maiores reservas de terras raras do planeta,
mas, hoje, praticamente não explora esses recursos minerais.
As terras raras são usadas em superimãs, telas de tablets , computadores e
celulares, no processo de produção da gasolina, e em painéis solares.
Estimativas da agência Serviços Geológico Norte-Americano (USGS), apontam que
as reservas brasileiras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de terras raras.
De olho no potencial brasileiro, a Fundação Certi, de Santa Catarina, o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, e Centro de Tecnologia Mineral (Cetem),
do Rio de Janeiro, estão se articulando para dar apoio à iniciativa privada, caso o
Brasil decida explorar esses recursos minerais e entrar no mercado.
Reservas de terras raras
Um mercado hoje inteiramente dominado pela China, responsável por 95% da
produção e dona de 36% das reservas conhecidas. O valor do mercado mundial dos
óxidos de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões anuais.
"Estamos nos estruturando para, caso alguém se interesse por entrar na mineração,
a gente poder apoiar as iniciativas. Temos alguns projetos de pesquisa, mas
começamos devagar porque se não amadurecer a mineração de terras raras no
Brasil, não tem sentido a gente investir em pesquisa e desenvolvimento para
exploração e produção", afirma Fernando Landgraf, diretor de inovação do IPT.
Como parte da ação das entidades acadêmicas de colocar o assunto em discussão e
contribuir para o debate, Landgraf publicou um artigo no jornal Valor Econômico no
dia 13 de abril, chamando a atenção para o potencial brasileiro.
Nos 3,5 bilhões de toneladas de terras raras, após os processos industriais que
concentram e separam os elementos químicos que ocorrem de forma agregada nos
minérios, há 52,6 milhões de toneladas de metal.
Essa estimativa do USGS consta no documento Os principais depósitos de
elementos terras rara nos EUA - Um resumo dos depósitos domésticos e uma
perspectiva global .
Com base em dados do geólogo da CPRM, Miguel Martins de Souza, publicados em
revista científica especializada, a USGS calculou também que a reserva de 2,9
bilhões de toneladas de terras raras na mina de Seis Lagos, na Amazônia, resultaria
em 43,5 milhões de toneladas de metal contido.
Em Araxá, Minas Gerais, em uma mina explorada pela Vale, haveria o segundo
maior depósito brasileiro: a estimativa dada pelo documento é de 450 milhões de
toneladas de terras raras e 8,1 milhões de metal contido para essa mina.
Terras raras
As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no
número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas
em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são
quimicamente muito parecidos.
Também têm como característica comum os nomes complicados: lantânio,
neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio,
disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.
Apesar do nome sugerir, esses metais não são tão raros como o ouro, por exemplo.
Se, até poucos anos atrás, não compensava para o Brasil entrar no setor, por não
haver condições de competição com a China, o potencial das reservas brasileiras e
o aumento dos preços das terras raras no mercado internacional podem tornar o
negócio economicamente viável, defende o diretor do IPT.
Tendência: O futuro dos leitores eletrônicos
Preços em disparada
Em média, os preços das terras raras no mercado internacional praticamente
triplicaram nos últimos anos, segundo Landgraf.
O óxido de neodímio, que em janeiro de 2009 custava US$ 15 o quilograma, em
janeiro de 2011 atingiu o valor de US$ 150 o quilograma.
"Na hora em que o preço sobe tanto, o que não era economicamente viável há três
anos pode se tornar viável no presente. E o Brasil está na posição de ter a maior
reserva de terras raras no planeta", aponta.
Algumas reservas do Brasil são bem conhecidas, particularmente as de fosfato em
Poços de Caldas, Araxá e Catalão. As terras raras estão contidas nos rejeitos da
mineração de fosfato. "São minas que não estão mais na fase de pesquisa mineral,
mas de pesquisa de viabilidade econômica : sabemos quanto tem, mas é viável
economicamente concentrar?", explica Landgraf.
Surge nova geração de telas digitais baseada em elementos de terras raras
Os chamados superimãs, usados nos geradores de energia eólica e nos motores miniaturizados, são feitos de neodíminio, um dos componentes da família das terras raras. [Imagem: CREMC]
A China e as terras raras
O aumento de preços das terras raras está diretamente relacionado ao que ocorreu
no mercado chinês, explica Landgraf. A preocupação com o meio ambiente
aumentou muito na China nos anos mais recentes e o governo tem pressionado as
empresas a melhorarem suas práticas.
Os produtores de terras raras estão sendo duramente atingidos, pois é uma
atividade que causa elevado impacto ambiental na China. "Quando o governo
chinês pressionou para organizar o aspecto ambiental da produção, muitas minas e
pequenas empresas de processamento fecharam, diminuindo a oferta", acrescenta.
Além dessa contração no fornecimento, o mercado chinês não pára de crescer e o
consumo de terras raras da China aumentou muito mais do que o consumo do resto
do mundo.
"A China era exportadora porque não consumia muito, mas o aumento da demanda
interna faz sobrar menos terras raras para serem exportadas", aponta. Há suspeita
também de que os chineses estão adotando cotas de exportação, o que motiva
outros países a comprarem mais desses minérios para estocar.
No ano passado, a China deu uma amostra de seu controle sobre o fornecimento de
terras raras: embargou as exportações de terras raras para o Japão, em represália
pela prisão de um comandante de um barco de pesca chinês em uma área marítima
disputada por ambos os países. Os japoneses tiveram problemas, já que sua
indústria é sustentada em produtos de alta tecnologia que usam as terras raras.
Diante desse panorama, os Estados Unidos, por exemplo, já elegeram as terras
raras como recursos críticos para sua economia, igualmente baseada na produção e
venda de produtos de alto conteúdo tecnológico. A empresa Molycorp Minerals, com
operações na Califórnia, está investindo US$ 200 milhões para recolocar sua fábrica
em operação.
Liga metálica de terras raras mantém tubarões longe das redes de pesca
Terras raras no Brasil
No Brasil também se observa alguma movimentação. O ministro da Ciência e
Tecnologia, Aloizio Mercadante, conversa com a Vale sobre a possibilidade de a
mineradora entrar no negócio, algo que precisará do apoio do governo, de
condições de financiamento favoráveis, melhoria no transporte e logística e de
investimentos em P&D para que o empreendimento possa competir com a produção
chinesa, como apontou reportagem do jornal Valor Econômico de 11 de maio.
"Cerca de 10 empresas no Brasil estão discutindo o tema [entrar na produção de
terras raras]. A Vale é citada por ser a maior, mas há outras interessadas, que não
se manifestam publicamente", conta o diretor do IPT.
Outra iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) está na negociação de
um acordo de cooperação técnica em inovação com a Alemanha, pelo qual a
projetos-pilotos de produção de superimãs, que usam terras raras, receberia apoio
do Instituto Fraunhofer, conforme a citada reportagem do jornal paulista.
Outra iniciativa do governo, e que ganhou pouco destaque até agora, é a da
empresa CPRM Serviços Geológicos do Brasil, vinculada ao Ministério de Minas e
Energia (MME). Ela começou a executar em 2011 o projeto Avaliação do Potencial
dos Minerais Estratégicos do Brasil , que vai identificar novas áreas em todo o
território brasileiro onde pode haver ocorrência de terras raras. O projeto deve
durar três anos e receber R$ 18,5 milhões em recursos, vindos do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Somente em 2011 o governo planeja investir
quase R$ 2,4 milhões no projeto, segundo a CPRM.
Tecnologia para exploração das terras raras
Landgraf afirma que as tecnologias para mineração e processamento de terras são
dominadas.
"A gente já soube fazer, no passado, e temos competência para produzir terras
raras. Não há um desafio tecnológico intransponível", prossegue.
Ele recorda que o Brasil fez superimãs na década de 90. "Havia cinco grupos de
pesquisa, pelo menos, fazendo superimãs, isso foi meu tema no doutorado.
Chegamos a ter uma empresa produzindo superimãs; ela quebrou em 1994",
comenta.
Para o diretor do IPT, o problema é econômico. "A questão é saber se alguém tem
cacife para montar uma empresa no Brasil, ou se podemos fazer um conjunto de
empresas entrar no ramo, e enfrentar um possível dumping chinês", analisa.
Do ponto de vista da pesquisa e do desenvolvimento, Landgraf explica que seria
preciso estudar a produção em escala industrial. "A gente fez coisas em escala
laboratorial, não em escala comercial. Então, se houver decisão empresarial e do
governo e o País entrar nesse setor, o próximo desafio é fazer a escala piloto dos
processos para chegar à escala industrial", diz.
Ele acrescenta que hoje o Brasil tem instrumento para financiar as plantas
industriais previstas em projetos de P&D que operem em escala piloto, como é o
caso do Funtec, programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
Brasil desenvolve tecnologia de materiais luminescentes usando terras raras
Tecnologia para o uso
Landgraf defende que o Brasil não seja um mero exportador de minerais, mas que
desenvolva toda a cadeia de produção. Começa com a mineração e concentração
das terras raras, etapas de menor valor na cadeia. A seguir passa pela indústria
química, responsável por fazer a etapa de separação.
"Não existe imã de terras raras, existe imã de neodímio. As terras raras são
quimicamente parecidas, então precisa separar uma da outra", explica. "A
tecnologia necessária é relativamente sofisticada, mas sabemos fazer em
universidades, institutos de pesquisa", prossegue.
Ímã para motores de veículos elétricos permanece forte até 200 graus
Ele comenta que, no passado, havia grupos de pesquisa na USP, no Cetem, e em
outros centros que faziam, em laboratório, a separação, mas tudo se desarticulou
nos anos 1990, quando a China começou a praticar preços baixos no mercado
internacional. "São Paulo tem tradição nisso, tínhamos a empresa Orquima, que
depois foi adquirida pela Nuclebras e passou a se chamar Nuclemon,
posteriormente incorporada pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB)", recorda.
O mercado para venda de terras raras é crescente. Hoje, o mundo consome 150 mil
toneladas por ano de terras raras, de acordo com o diretor do IPT. O neodímio,
elemento químico mais usado dentro desse grupo, está presente nos superimãs.
Estes, por sua vez, são cada vez mais usados em motores que precisam ter
dimensões pequenas, como os que regulam bancos e espelhos em automóveis mais
luxuosos.
"São imãs que permitem miniaturizar os motores. Esse mercado vai crescer muito",
aponta Landgraf. O gerador de energia eólica pode ser feito com os superimãs,
outro nicho de aplicação que se expande com a necessidade de fontes renováveis
de energia.
Terras raras elevam eficiência de material termoelétrico em 25%
O lantânio é usado para fabricar gasolina. Numa das etapas de produção do
combustível na refinaria, os gases passam por cima de um catalisador de óxido de
lantânio, que promove a junção das moléculas que formam a gasolina. "O Brasil
consome 1.000 toneladas por ano de lantânio. Não é um grande mercado, mas se
não tivermos lantânio, não fabricamos gasolina. Somos dependentes da China",
destaca.
Os outros 12 elementos que formam o grupo terras raras são usados em menor
quantidade em várias aplicações. O óxido de cério, por exemplo, é usado para polir
lentes de óculos.
Nos LEDs brancos, que estão substituindo lâmpadas fluorescentes porque
consomem menos energia, também se usa óxidos de terras raras. "O laser é verde,
azul ou vermelho. Para obter a luz branca, o laser bate numa camada fluorescente
branca e quem gera essa luz branca é uma mistura de óxidos de terras raras
aplicada aos LEDs", explica. "Se o mercado de LEDs for crescer como indicam as
projeções, será preciso muita terra rara", afirma.
As terras-raras são um grupo seleto de 17 elementos químicos de relativa abundância na crosta terrestre (com concentração variando entre 68ppm para o cério e 0,5ppm para o túlio e lutécio) considerados raros pela dificuldade da sua separação (já que ocorrem em vários minérios de composições distintas). Apenas o lantânio, que é muito instável, não é visto nestas terras – embora se classifique como tal.
Hoje, a China é o maior produtor desses minérios (supre quase 97% do mercado
mundial), porém, tal produção diversas vezes é proporcionada por meios não lícitos,
com grande impacto para o ambiente.
Alguns dos elementos terras-raras
Os metais são:
Escândio (z = 21); Ítrio (z = 39); Lantânio (z = 57); Cério (z = 58); Praseodímio (z = 59); Neodímio (z = 60); Promécio (z = 61); Samário (z = 62); Európio (z = 63); Gadolínio (z = 64); Térbio (z = 65); Disprósio (z = 66); Hólmio (z = 67); Érbio (z = 68); Túlio (z = 69); Itérbio (z =70); Lutécio (z =71);
A exceção do escândio e do ítrio, todos os outros são integrantes da série dos
lantanídeos. Estes metais podem ser encontrados também em solos de terras-raras
pela semelhança que apresentam com os de transição interna.
Os minérios mais comuns que apresentam estes elementos são: a monazite (como
fonte importante de tório, lantânio, cério e samário), a bastnasite (cério, lantânio e
ítrio), o xenótimo (na maior parte, é fonte de ítrio. Mas, pode apresentar alguns
vestígios de arsênio, cálcio, disprósio, érbio, térbio, tório, urânio, itérbio e zircônio)
e a loparite (com maior parte constituída por cério).
Extração
O uso de retroescavadeira muitas vezes não é realizado por detalhes técnicos e
indisposições no solo, assim, são empregados produtos químicos em forma de
solução que, ao circular num caminho previamente perfurado, removem os minérios
de interesse. A alguns metros ou quilômetros dali, há um sistema de contenção.
Logo após, os sólidos são retirados e seguem para processamento.
O grande problema nesse mecanismo é que os produtos químicos utilizados (como
o sulfato de amônia) se disseminam na natureza (adentrando no solo) e podem
causar diversos tipos de impactos negativos ao ambiente.
Isso é visível quando exploradores particulares (incentivados pelo baixo
investimento inicial e a possibilidade retorno em pequena escala de tempo) o fazem
às escuras, contra o governo.
Em épocas de chuva, por exemplo, o solo enfraquecido é facilmente levado pelas
águas e as enxurradas de lama destroem as residências da população local.
Causando transtornos que poderiam ser evitados com um pouco mais de consciência
por parte dos produtores.
O metal de transição interna lantânio (La) é branco prateado, maleável e dúctil, mole podendo ser cortado com uma faca, possui número atômico 57, massa atômica relativa 138,9055 u, sua configuração eletrônica é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f1 . O lantânio foi descoberto pelo cientista Monsander, em 1839 em Estocolmo, a partir de um mineral chamado lantana presente em areia monazítica, a qual é uma de suas fontes mais abundantes. Seu nome é oriundo da palavra grega “lanthano” e significa aquele que está escondido. O lantânio possui ponto de fusão de 920ºC e ponto de ebulição de 3460ºC. É um metal de propriedades moderadamente tóxicas, porém é utilizado em muitos segmentos industriais com diversas finalidades.
Quimicamente o lantânio é um metal reativo, formando inúmeros compostos
químicos com os mais diversos elementos; os principais são o nitrogênio, oxigênio
e os halogênios. Forma também carbetos e hidretos, dentre outros compostos,
porém esses são os mais comuns. Seu número de oxidação é +3, o lantânio reage
com água formando hidróxido e liberando hidrogênio, quando exposto ao ar
atmosférico rapidamente observa-se o aparecimento de manchas, em virtude da
formação de óxido e carbonato do metal; reage exotermicamente com ácidos
concentrados ou diluídos formando o respectivo sal e liberando hidrogênio. As
reações do metal são mais bem observadas segundo as equações, respectivamente:
Em função de sua reatividade o lantânio é utilizado como catalisador no
craqueamento do petróleo. Como componente absorvente de infravermelho na
manufatura de vidros especiais e ópticos em forma de La2O3 e/ou La(NO)3,
fabricação de pedras de isqueiro, artefatos de iluminação para projetores
cinematográficos, eletrodos de baterias e eletrodos catódicos em função da sua alta
emissão de elétrons , lentes telescópicas, na fabricação de ferro fundido e no
tratamento de água. É adicionado ao aço no processo de fabricação, para aumento
da resistência mecânica. Estudos têm observado o comportamento das interações
entre lantânio e hidrogênio, em virtude da liga formada entre os elementos ser
capaz de absorver cerca 400 vezes sua massa em volume desse mesmo gás.
É obtido comumente através da redução do LaF3 com Ca metálico, é encontrado
juntamente com o nitrato de cério, não sendo, portanto encontrado em seu estado
puro na natureza.
CérioPor Luiz Ricardo dos Santos
O cério é um metal de transição interna pertencente a série dos lantanídeos, é um metal maleável, dúctil e resistente, é sólido a temperatura ambiente, possui uma coloração semelhante a do aço sendo branco acinzentado levemente prateado. O cério foi descoberto no ano de 1803 por Berzélius e Hisinger na Suécia e de maneira independente na Alemanha pelo químico Klaproth, quando da análise da monasita e da bastnasita. Seu nome é oriundo do
asteróide Ceres, descoberto 2 anos antes do cério por Piazzi.
Símbolo Químico: Ce Número Atômico: 58 Massa Atômica: 140,1 u Ponto de Fusão: 798ºC Ponto de Ebulição: 3424ºC Nox: Ce+4
Configuração Eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f2
Densidade: 6,77g/cm3
Eletronegatividade: 1,12
Quimicamente
O cério é um metal reativo, logo que exposto ao ar úmido vemos a perca de seu
brilho metálico e o aparecimento de manchas, em seguida é recoberto por uma
camada amarela esverdeada CeO2 (oxido de cério). Reage exotermicamente com
água formando Ce(OH)4, e liberando hidrogênio, com ácidos diluídos ou
concentrados formando sais e hidrogênio, sofre ataque de soluções alcalinas.
Queima espontaneamente em contato com o ar atmosférico, quando em pó ou se o
metal sólido for arranhado com um objeto qualquer. Forma diversos compostos
químicos, porém os mais comuns são os cloretos, hidretos, óxidos e nitratos. O
cério possui uma estrutura eletrônica com variações, em virtude de seus níveis 4f e
6s possuírem a mesma quantidade de elétrons.
Reações do cério
Com Oxigênio:
Ce + O2 CeO2
Com água:
Ce + 4H2O Ce(OH)4 + 2H2
Com ácidos:
Ce + 4HCl CeCl4 + 2H2
Com bases:
Ce + 4OH- Ce(OH)4
Utilização do cério
O cério é um dos lantanídeos mais abundantes que se conhece, porém possui usos
semelhantes ao dos demais lantanídeos, como:
Ligas metálicas com lantânio, praseodímio e neodímio para fabricação do metal Misch; É combinado com ferro e magnésio para fabricação de pedra de isqueiro e artefatos
magnéticos; Junto com o carbono é utilizado na fabricação de equipamentos de iluminação
cinematográfica e seu óxido é utilizado como catalisador em escapamento de automóveis e fornos autolimpantes.
Sua obtenção industrial é através da eletrólise do cloreto ou por redução do fluoreto
fundido com cálcio. É um metal abundante na natureza em virtude de estar presente
em vários minérios. Seu isótopo mais estável é 140Ce com cerca de 88% de
ocorrência, porém não é encontrado na sua forma elementar, sendo pois encontrado
na bastnasita e na monazita em maior quantidade. O cério não possui atividade
biológica, porém estudos mostraram que é capaz de influenciar em alguns aspectos
bioquímicos. Assim como todos os lantanídeos ele é um metal tóxico e prejudicial
ao meio ambiente.
PraseodímioPor Luiz Ricardo dos Santos
O processo de descoberta do praseodímio foi iniciado com Monsander quando este extraiu o didímio da lantania. Porém Cleve após suas pesquisas constatou que na verdade o didimio se tratava de 2 elementos: neodímio e praseodímio, e somente no ano de 1885 o químico austríaco Weslbach, após observar que os sais dos dois elementos apresentavam cores diferentes descobriu o praseodímio e evidentemente o neodímio. O nome do elemento é originado das palavras gregas “praseos” que significa verde e “dimyos” que significa gêmeos em função de apresentar características próximas a do neodímio e estarem juntos em um mesmo minério.
Praseodímio
O terra-rara praseodímio é um metal de transição interna. É branco prateado,
maleável e dúctil, é sólido a temperatura de 25ºC. Pertencente à família dos
lantanídeos ou lantanóides, seu símbolo químico é Pr, funde 931ºC e seu ponto de
ebulição é 3020ºC. Seu número atômico é 59, sua massa atômica é 140,9 u, sua
configuração eletrônica é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f3.
Quimicamente
O praseodímio é um metal reativo formando diversos compostos químicos tais
como haletos, óxidos, sulfatos, carbonatos, teluretos, nitretos, sulfetos e selenetos
em virtude de sua afinidade eletrônica e seu número de oxidação que são +2, +3 e
+4. Reage exotermicamente com ácidos diluídos liberando hidrogênio ou oxigênio e
quando exposto ao ar da atmosfera logo é recoberto com uma camada verde de
óxidos de praseodímio, motivo este do metal ser guardado ao abrigo do ar.
Biologicamente o praseodímio não apresenta nenhuma função, é medianamente
tóxico.
Obtenção e uso
Este metal não ocorre na natureza em seu estado elementar, estando somente na
forma de minérios como a monazita e a bastinasita. É obtido industrialmente
através da redução dos haletos, com magnésio e/ou cálcio, segundo a reação:
Alguns dos usos mais importantes do praseodímio são:
Na indústria de equipamento cinematográfico como componente de luzes e refletores para iluminação;
Componente de ligas metálicas juntamente com magnésio pra proporcionar maior resistência, consequentemente essas ligas são utilizadas na fabricação de motores de aviões e na indústria aeroespacial;
Como pigmento capaz de conferir coloração amarelada na fabricação de vidros, cerâmica e tintas esmalte sob o nome de amarelo de praseodímio;
O Pr 2O3, é utilizado como componente refratário, apresentando maior resistência térmica em relação aos outros lantanídeos;
Na forma de didimio, que nada mais é do que uma mistura de praseodímio e neodímio, sendo usada na fabricação de lentes especiais para soldagem em virtude de absorver a luz;
Na composição do “mischmetal” utilizado na fabricação de pedras de isqueiro, contendo cerca de 5% do metal.
NeodímioPor Luiz Ricardo dos Santos
O neodímio é um elemento de transição interna localizado na família dos lantanídeos, é um metal que possui propriedades semelhantes a do praseodímio, com o qual ele é comumente encontrado e até mesmo foi confundido no passado em virtude de estarem presentes junto no didimio, que é um mineral encontrado na bastinazita e monazita. Minerais estes que são responsáveis não somente pela presença de neodímio e praseodímio, mas da maior parte dos lantanídeos. É um metal branco prateado levemente acinzentado, é maleável e dúctil além de resistente a ação de agentes químicos quando este esta presente em ligas metálicas.
A descoberta do neodímio foi iniciada
com Monsander quando este extraiu o didímio da lantania. Porém Cleve após suas
pesquisas constatou que na verdade o didimio se tratava de 2 elementos neodímio e
praseodímio, e somente no ano de 1885 o químico austríaco Weslbach, após
observar que os sais dos dois elementos apresentavam cores diferentes descobriu o
praseodímio e evidentemente o neodímio. O nome do elemento é originado das
palavras gregas “neos” que significa novo e “dimyos” que significa gêmeos em
função de apresentar características próximas a do neodímio e estarem juntos em
um mesmo minério.
Símbolo Químico: Nd Número Atômico: 60 Massa Atômica: 144,2 u Nox : Nd+3
Configuração eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f4
Ponto de Fusão: 1010,2ºC Ponto de Ebulição: 3027 ºC
O neodímio é um metal relativamente reativo, deve ser guardado em recipiente
fechado em virtude de reagir com o oxigênio vigorosamente. Logo que exposto ao
ar reage com o oxigênio formando óxido de neodímio, reage com ácidos HCl,
HNO3 e H2SO4 diluídos vigorosa e exotermicamente, com liberação de hidrogênio,
não apresenta reação com soluções alcalinas a temperatura ambiente, é tóxico
quando em local fechado reage com compostos presentes no ar formando gases e
vapores venenosos. O neodímio pode ser obtido através de vários processos, porém
o mais utilizado é a redução através do fluoreto de cálcio, e a extração por
solventes. A reação de redução é a seguinte:
Alguns dos usos mais importantes do neodímio são:
Na indústria de equipamento cinematográfico como componente de luzes e refletores para iluminação;
Componente de ligas metálicas juntamente com magnésio pra proporcionar maior resistência, consequentemente essas ligas são utilizadas na fabricação de motores de aviões e na indústria aeroespacial;
Na fabricação de lasers de para corte preciso e na fabricação de lentes usadas na astronomia para obtenção de bandas nítidas;
Como pigmento capaz de conferir coloração amarelada na fabricação de vidros, cerâmica e tintas esmalte sob o nome de amarelo de praseodímio;
O Nd2O3 é utilizado como componente refratário, apresentando maior resistência térmica em relação aos outros lantanídeos. Na forma de didimio, que nada mais é do que uma mistura de praseodímio e neodímio, sendo usada na fabricação de lentes especiais para soldagem em virtude de absorver a luz Na composição do “mischmetal” utilizado na fabricação de pedras de isqueiro, contendo cerca de 6 a 10% do metal.
PromécioPor Luiz Ricardo dos Santos
O promécio é um elemento radioativo, pertencente a série dos lantanídeos, é um metal mole de coloração cinza, seus sais possuem uma coloração luminescente, geralmente azul e verde em virtude da radiação emitida, seu nome é oriundo do nome do deus grego “Prometeu”, que segundo a mitologia foi quem roubou o fogo dos céus.
As pesquisas que tem o intuito de encontrar o metal na
crosta terrestre, não e tem sido satisfatórias, e concluiu-se que este elemento está
completamente ausente na superfície terrestre, sendo somente obtido através de
sínteses laboratoriais, por que assim como o tecnécio, o promécio não possui
isótopos estáveis com meia-vida bastante curta que alcançam no máximo 17 anos.
A descoberta do promécio iniciou-se no ano de 1902 quando Branner suspeitou da
existência de um elemento intermediário entre o neodímio e o samário, sendo
confirmada por Moseley em 1914. A partir daí iniciou-se uma série de pesquisas na
tentativa de obter o metal, a mais significativa talvez tenha sido a da “Ohio State
University”, onde os pesquisadores envolvidos bombardearam o núcleo do
praseodímio e do neodímio com nêutrons e partículas alfa oriundas do deutério
obtendo o elemento massa atômica 145u e numero atômico 61. Embasados no
experiemento, Wu, Bethe e Segre confirmaram a produção do elemento porém não
possuíam uma prova química em função da dificuldade de separação dos elementos
de transição interna.
Quando no ano de 1945 os cientistas Marinsky, Glendenin, Coryell confirmaram a
existência do elemento com a obtenção através de bombardeio do urânio com
nêutrons de neodímio identificando-o por cromatografia de troca iônica, obtendo a
prova química da existência do elemento, ao passo em que a descoberta deste fora-
lhe atribuída.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Pm Número Atômico: 61 Massa Atômica: 145 u Ponto de fusão: 1042ºC Ponto De Ebulição:3000ºC Nox: Pm+3
Configuração Eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f5
Quimicamente
Apesar de pouco conhecimento das propriedades químicas do promécio sabe-se que
ele é um metal reativo e logo que exposto ao ar reage vigorosamente com o O2
formando óxido de promécio Pm2O3, existem cerca de 30 compostos de promécio
conhecidos e sua distinção se dá pela emissão de luzes coloridas que vão do azul ao
verde pálido, em virtude da emissão de radiação. O promécio deve ser manuseado
com extremo cuidado em virtude de sua alta temperatura oriundo de sua alta taxa de
decaimento e emissão radioativa. O promécio é um metal tóxico e radioativo, que é
letal em baixa concentração. Até o momento as pesquisas não apontam nehuma
função biológica para o elemento.
Utilização
O promécio é aplicado como emissor de raios beta, em medidores de espessura,
esses raios quando absorvidos pelo fósforo e seu compostos produzem luz. Essa luz
é utilizada em dispositivos para operações de medição precisa e em baterias de
propulsão nuclear que captam a luz emitida através de células fotovoltaicas,
transformando-a em energia elétrica. As pesquisas têm demonstrado que o
promécio promete ser uma excelente fonte de energia e de raios-x para um futuro
próximo.
SamárioPor Luiz Ricardo dos Santos
O samário é um metal branco prateado que apresenta um brilho característico, é estável quando exposto ao ar da atmosfera é maleável e dúctil e relativamente mole. Faz parte dos metais de transição externa pertence ao grupo dos lantanídeos. Foi descoberto no ano de 1879 pelo químico francês Paul-Émile Lecoq de Boisbaudran que isolou o metal do mineral samarsquita ((Y,CE,U,Fe)3(Nb,Ta,Ti)5O16), após ter sido observado através de espectroscopia pelo químico suíço, Marignac no didimio. Recebeu este nome em homenagem ao coronel russo Samarsk.
Existem 21 isótopos do elemento, que
são conhecidos, onde 17 são radioativos e somente 4 144Sm,150Sm, 152Sm e 154Sm, são
estáveis e a mistura isotópica destes da origem ao samário.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Sm Número atômico: 62 Peso Atômico: 150,36 u Ponto de Fusão: 1074 ° C Ponto de ebulição: 1794 ° C Densidade: 7,52 g/cm³ Estado Físico 25°C: sólido Nox: Sm+2 e Sm+3
Configuração eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f6
Quimicamente
O samário é um metal medianamente reativo, visto que é necessário que ocorra
aumento de sua temperatura para observar as reações do metal. Quando o elemento
atinge uma temperatura de 150ºC, ele reage vigorosamente com o oxigênio do ar
formando óxido de samário SmO2 e/ou SmO3, reage com ácidos fortes concentrados
ou diluídos como HNO3 e HCl principalmente, formando sais e hidrogênio porém,
os sulfetos de samário apresentam melhor estabilidade em temperatura ambiente e
temperaturas em torno de 1100ºC o que mostra ótima eficiência térmica.
Além dos sais o samário forma nitretos, hidretos e alguns outros compostos menos
comuns. Não foi observada reação do samário com soluções alcalinas em
temperatura ambiente, provavelmente por que o metal necessita de aquecimento
para formação de hidróxidos. Pouco se tem conhecimento das propriedades do
samário menos ainda de sua função biológica e toxicidade, o que reclama um
manuseio cuidadoso.
Ocorrência, obtenção e utilização
O samário não ocorre na natureza em sua forma elementar sendo encontrado
comumente na monazita e bastnazita na forma de samasrkita mineral do qual ele foi
isolado e é obtido industrialmente.
Atualmente o metal é obtido através de extração por solventes, colunas de troca
iônica, eletrodeposição em solução de citrato de lítio e por redução com óxido de
lantânio. O samário foi obtido em uma forma mais pura recentemente, em virtude
de sua obtenção ser dispendiosa e cara.
O metal tem muitas aplicações importantes, porém bastante semelhante a do
restante das terras raras tais como:
O óxido de samário é utilizado na fabricação de vidros capazes de absorver a luz infravermelha, na dopagem de cristais de fluoreto de cálcio para produção de lasers ópticos e comuns;
Juntamente com outros terras-raras e carbono forma ligas utilizadas na indústria de equipamentos cinematográficos, para fabricar o arco de carbono. Além de utilizado na fabricação de revestimento absorvedor de nêutrons em reatores nucleares;
Catalisador na desidrogenação e desidratação do etanol em sínteses orgânicas, o isótopo radioativo 153Sm, utilizado juntamente com cálcio e fósforo na medicina para o tratamento de dores ósseas em pacientes com câncer e em sensores de absorção de espectroscopia no infra vermelho;
A liga de samário com o cobalto é um potente imã, proporcionando um alto desempenho magnético e difícil desmagnetização, representa cerca de 2% da liga de metal Misch, utilizado na fabricação de pedra de isqueiros.
EurópioPor Luiz Ricardo dos Santos
O európio é um metal de transição interna pertencente a família dos lantanídeos, apresenta uma cor cinza prateada, é duro e maleável e possui propriedades semelhantes a do chumbo, logo que exposto ao ar forma óxido de európio.
A descoberta do európio iniciou-se no ano de 1890 com o cientista Boisbaldran
quando ele ao analisar uma amostra composta por samário e gadolínio, através de
espectrometria observou um espectro diferente, o que levou Demarcay a pesquisar a
origem do espectro, descobrir e isolar o metal no ano de 1901.
O európio recebeu este nome em homenagem ao continente europeu, até bem
recentemente o európio ainda não tinha sido isolado em sua forma pura em virtude
da dificuldade de separação do metal.
Propriedades Físico-Químicas do Európio
Símbolo Químico: Eu Número atômico: 63 Massa Atômica: 152,0 g mol-1
Ponto de Fusão: 822 ° C Ponto de ebulição: 1529° C Densidade: 5,25 g/cm³ Estado Físico a 25ºC: Sólido Nox: Eu+3
Configuração Eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f7
Quimicamente
O európio é o mais reativo dos lantanídeos, logo que exposto ao ar ele reage com o
oxigênio formando óxido de európio, Eu2O3, reage violentamente com água e ácidos
concentrados ou diluídos liberando energia e hidrogênio. Sua reação com a água é
semelhante a do cálcio. Atualmente o európio é obtido através da reação de seu
óxido com o lantânio. Até o presente momento não foi observado ação biológica do
elemento, porém o cuidado em seu manuseio é indispensável por tratar-se de um
metal com poucas propriedades conhecidas.
Além do oxido, o metal forma outros compostos como hidreto, nitrato, cloreto,
sulfato, oxalato, carbonato, acetato e fluoreto segundo as reações:
Reação do európio com ácido sulfúrico:
2Eu(s) + 3H2SO4(l) Eu2(SO4)3(s) + 3H2(g)
Reação do európio com água:
Eu(s) + 3H2O(l) Eu(OH)3 + 3/2H2(g)
Ocorrência, Obtenção e utilização
O európio ocorre na monazita e bastnazita, podendo ocorrer também em outros
minérios, porém é mais abundante nos minérios citados anteriormente. É obtido a
partir da redução térmica sob vácuo do seu óxido com o lantânio metálico
catalisado por tântalo. O európio não possui uso industrial atualmente porém, as
pesquisas mostram que o metal possui propriedades de absorção de nêutrons e
poderá ser utilizado em reatores nucleares, seus usos são basicamente:
Dopagem de vidros e plásticos pra lasers; Utilização com o fósforo vermelho em tubos de raios catódicos para televisores e laser
de infravermelho, e na fabricação de cristal líquido para tela de computadores; Utilização em alguns reatores nucleares como absorvedor de nêutrons.
GadolínioPor Luiz Ricardo dos Santos
O gadolínio é um metal de transição interna pertencente a família dos lantanídeos. É branco prateado com brilho metálico, é mole e flexível, em contato com ar úmido observa-se o aparecimento de manchas, provavelmente a mancha tem origem dos compostos formados em sua superfície em função da reação com elementos presentes no ar.
O gadolínio deve ser armazenado ao abrigo da umidade e do ar. Foi descoberto de
maneira independente pelos cientistas Boisbaldran e Marignac em 1880 e por
Monsander que o isolou do minério de ítrio em 1886. O gadolínio recebeu este
nome em homenagem ao químico finlandês Johan Gadolin (1760-1852), que
descobriu o ítrio em 1792.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Gd Número atômico: 64 Massa Atômica: 157,3 g mol-1
Ponto de Fusão: 1310° C Ponto de ebulição: 3000 ° C Densidade: 7,52 g cm-3
Estado Físico 25°C: sólido Nox: Gd+2, Gd+3
Configuração eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f8
Quimicamente
O gadolínio é um metal reativo que quando exposto ao ar úmido, reage com o
oxigênio formando óxidos (GdO e Gd2O3), que se desprende facilmente da
superfície do metal. Quando submetido a temperaturas acima de 1200ºC ocorre a
mudança de sua estrutura cristalina, forma diversos compostos como acetatos,
haletos, sulfatos, nitretos, óxidos, hidróxidos e organometálicos. Reage lentamente
com água formando hidróxido de gadolínio, dissolve-se facilmente em ácidos
concentrados ou diluídos com liberação de hidrogênio. Segundo as reações abaixo:
Reação do gadolínio com ácidos:
Gd(s) + 2H+ (aq) Gd+2 + H2(g)
Reação do gadolínio com água:
2Gd(s) + 3H2O(l) 2Gd(OH)3 + 3/2H2(g)
Ocorrência, Obtenção e utilização
O gadolínio assim como os outros terras–raras ocorrem frequentemente na
monazita, bastnazita e gadolinita, sendo o mais abundante dos lantanídeos. Na
natureza o metal não ocorre em seu estado elementar sendo encontrado na forma de
minérios, são conhecidos 17 isótopos de gadolínio, onde 7 desses dão origem a
mistura isotópica que origina o metal. Os isótopos 155Gd e 157Gd, são os menos
abundantes na natureza, porém são utilizados como absorvedores de nêutrons e
reatores nucleares, em virtude de sua característica de absorver mais nêutrons do
que qualquer outro metal.
O gadolínio é obtido através da redução de seus fluoretos anidros com cálcio
metálico a vácuo e alta temperatura, não obstante existem outras maneiras de obter
o metal tais como a troca iônica e a extração por solvente. O gadolínio possui várias
características importantes que o tornam um metal com vários usos como por
exemplo:
Forma ligas com ítrio que são utilizadas na fabricação de forno de microondas, forma compostos com o fósforo para ser usado na fabricação de televisores e telas parar computador;
É adicionado a 1% em ligas de Fe+Cr, entre outras ligas com objetivo de conferir resistência química, mecânica e térmica;
É usado como metal ferromagnético em virtude de possuir 2 elétrons desemparelhados. A baixas temperaturas é um metal supercondutor;
O sulfato de gadolínio é utilizado na fabricação de amplificadores de som, CDs e memórias de computador;
Os quelatos de gadolínio com EDTA são utilizados como contraste em exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada em virtude de suas propriedades magnéticas amplificarem os sinais emitidos pelo equipamento.
TérbioPor Luiz Ricardo dos Santos
O térbio é um metal de transição interna, branco prateado levemente acinzentado, pertencente aos lantanídeos ou terras-raras. È um metal macio, mole e flexível que é facilmente cortado com uma faca afiada. Foi descoberto no ano de 1943 por Monsander, no minério de ítrio juntamente com o érbio cujo, as impurezas restantes da purificação do érbio em 1942, continham o térbio, o metal foi nomeado em homenagem a cidade de Ytterby na Suécia. São conhecidos 21 isótopos de térbio que variam de 145Tb a 166Tb , somente o
isotopo159Tb, é estável para formação do elemento.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Tb Número atômico: 65 Peso Atômico: 158.9 g mol-1
Ponto de Fusão: 1360 ° C Ponto de ebulição: 2500 ° C Densidade: 8,27 g cm-3
Estado Físico a 25ºC: Sólido Nox: Tb+3
Configuração Eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f9
Quimicamente
O térbio é um metal medianamente reativo, é estável em contato com o ar em
temperatura ambiente. Quando o metal é submetido a temperaturas superiores a
100ºC, observa-se a formação de Tb2O3, que apresenta uma coloração marrom
escuro semelhante ao chocolate em pó, em temperaturas superiores a 1200º C
ocorre uma mudança na estrutura cristalina do metal. O térbio reage com ácidos
concentrados ou diluídos, com água e oxigênio, formando diversos compostos
químicos como haletos, carbonato, sulfato, nitrato, oxalato, acetato, borato e óxido.
As reações abaixo expressam melhor a formação de compostos de térbio.
Obtenção, ocorrência e usos
O térbio é obtido através da reação da reação de seu fluoreto com cálcio sob alta
temperatura usando o tântalo como catalisador da reação com posterior purificação
do metal através da fusão a vácuo, porém existem outros métodos de obtenção do
metal tais como troca iônica e extração por solventes, como comumente tem
acontecido no processo de purificação do metal. Não existem pesquisas que
apontam o grau de toxicidade do metal e nem de ação biológica, portanto o
manuseio do térbio deve ser cuidadoso em virtude de este pertencer a família dos
lantanídeos que geralmente apresentam propriedades tóxicas.
O térbio ocorre em minérios como cerite, gadolinita, na monazita a 0,03%, na
xenonita e na euxenite a 1% de óxido de térbio, e comumente nos outros minerais
em que são encontrados os demais lantanídeos, vale lembrar que assim como a
maioria dos elementos químicos o térbio não é encontrado na natureza em seu
estado elementar. A utilização do térbio é bastante peculiar, entre seus usos podem
ser enunciados os seguintes:
Os sais, óxido e hidróxido de térbio juntamente com o fósforo são utilizados na fabricação de tubos de imagem de televisores, na dopagem de dispositivos para computadores e na fabricação de lasers,
O térbio metálico juntamente com zircônio e ferro forma ligas metálicas resistentes, que são utilizadas na fabricação de equipamentos refratários, revestimento para reatores nucleares, com o borato de sódio é utilizado em dispositivos de estado sólido, com óxido de zircônio tem aplicação como estabilizador refratário em células catalíticas para fabricação de combustíveis.
DisprósioPor Luiz Ricardo dos Santos
O disprósio é um metal de transição interna pertencente a família dos lantanídeos, é branco prateado maleável extremamente mole podendo ser facilmente cortado com uma faca pelo
simples ato de pressioná-la sobre o metal. O disprósio foi descoberto no ano de 1886 pelo cientista francês Boisbaldran, porém só foi isolado em forma pura em 1950 pela Speeding & Associados, com o desenvolvimento de técnicas metalográficas através da redução e troca iônica. O nome disprósio é originado da palavra grega “dysprositos” que significa difícil de
chegar.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Dy Número atômico: 66 Peso Atômico: 162,50 g mol∙ -1
Ponto de Fusão: 1410 ° C Ponto de ebulição: 2567 ° C Densidade: 8,53 g cm∙ -3
Estado Físico a 25ºC: Sólido Nox: Dy+3
Configuração Eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f10
Quimicamente
O disprósio é um metal pouco reativo apresenta estabilidade quando em contato
com o oxigênio do ar em temperatura ambiente. Porém é extremamente reativo
quando aquecido, reagindo vigorosamente com o ar. É atacado lentamente por
ácidos diluídos e/ou concentrados formando sais liberando hidrogênio e energia até
a completa dissolução do metal. O disprósio é um metal que sofre acentuada
influência de impurezas, que acabam por afetar suas características físicas e
químicas. O disprósio forma diversos compostos tais como: óxido, hidróxido,
nitrato, hidreto, carbonato, acetato, haletos, oxalato e sulfato. De acordo com alguns
exemplos de reações abaixo:
Reação do disprósio com ácido sulfúrico:
2Dy(s) + 3H2SO4(l) Dy2(SO4)3(s) + 3H2(g)
Reação do disprósio com água:
Dy(s) + 3H2O(l) Dy(OH)3 + 3/2H2(g)
Ocorrência, Obtenção e utilização
O disprósio ocorre em minerais como xenotima, fergusonite, gadolinita, policrase,
euxenite e blomstrandine, porém como a maioria das terras raras ocorre na maioria
das vezes na monazita e bastnasita. O metal é obtido com maior grau de pureza a
partir da redução do fluoreto de disprósio com cálcio metálico. Segundo a reação:
As informações e as utilizações do disprósio são limitadas, no entanto alguns de
usos mais freqüentes se dão em virtude do metal possuir características, físico-
químicas, interessantes para a indústria, sendo estas:
Em função do alto ponto de fusão e inércia química, o disprósio é utilizado na metalurgia de aços inoxidáveis especiais para fabricação de revestimentos para reatores nucleares, e na fabricação de equipamentos resistentes a altas temperaturas;
Forma liga com o níquel que é utilizado em sistemas de refrigeração para reatores nucleares, além de possuir capacidade de absorção de nêutrons. Com Fe+Nd+B forma uma liga especial com alto poder magnético e uso em cerâmicas especiais;
Em combinação com V, Cd e outros terras raras tem sido utilizado na fabricação de equipamentos emissores de infravermelho no estudo usados no estudo de reações químicas;
A pesquisa tem demonstrado que o composto formado por Dy+Fe+Si+Ho, forma um excelente centro doador de íons para diversas finalidades. Por enquanto a ciência ainda não demonstrou nenhuma ação biológica do elemento.
HólmioPor Luiz Ricardo dos Santos
O hólmio é um elemento de transição interna pertencente ao grupo dos lantanídeos ou terras-raras. É um metal branco prateado brilhante, é relativamente macio, mole e flexível. A descoberta do hólmio iniciou-se através dos químicos suíços Delafontaine e Soret, quando eles observaram espectros diferentes na banda de absorção de outros metais, suspeitando assim tratar-se de um elemento “X”, que se encontrava na amostra que eles estavam analisando em 1978.
Não obstante e de maneira
independente o cientista sueco Cleve descobriu o metal durante sua pesquisa com a
érbia, a comprovação de que realmente tratava-se de um novo elemento veio em
1911 quando Homberg preparou o óxido de hólmio, que é um composto amarelo
intenso. O elemento recebeu este nome em homenagem a cidade de Cleve, Hólmia
na Suécia, palavra latina de onde também deriva o nome Estocolmo, capital sueca.
Propriedades Físico-Químicas
Símbolo Químico: Ho Número atômico: 67 Peso Atômico: 164,93 g mol-1
Ponto de Fusão: 1460 ° C Ponto de ebulição: 2720 ° C Densidade: 8,80 g cm-3
Estado Físico a 25ºC: Sólido Nox: Ho+3
Configuração eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f11
Quimicamente
O hólmio é um metal relativamente estável quando exposto ao ar atmosférico, desde
que o ar esteja seco e a temperatura a 25ºC. Quando o metal é exposto a
temperaturas superiores a 1000ºC, ou ar úmido, observa-se a formação de uma
película amarela em sua superfície de óxido de hólmio Ho2O3. O hólmio reage
lentamente com ácidos minerais ou orgânicos que podem estar concentrados ou
diluídos desprendendo hidrogênio e formando sais. O hólmio forma compostos
como carbonato, acetato, nitrato, hidreto, óxido, hidróxido, oxalato, cloreto,
fluoreto, iodeto e sulfato. As reações abaixo expressam melhor a formação dos
compostos e obtenção do metal puro:
Obtenção, ocorrência e usos
O hólmio é obtido através da reação de redução do seu fluoreto com cálcio sob alta
temperatura usando o tântalo como catalisador da reação com posterior purificação
do metal através da fusão a vácuo, porém existem outros métodos de obtenção do
metal tais como troca iônica e extração por solventes, como comumente tem
acontecido no processo de purificação dos lantanídeos. Não existem pesquisas que
apontam o grau de toxicidade do metal e nem de ação biológica, portanto o
manuseio do hólmio deve ser cuidadoso em virtude de este pertencer a família dos
lantanídeos que geralmente apresentam propriedades tóxicas.
O hólmio ocorre em minérios como cerite, gadolinita, na monazita onde está
presente na proporção de 0,05% e é extraído comercialmente, xenonita e na
euxenite, e comumente nos outros minerais em que são encontrados os demais
lantanídeos, vale lembrar que assim como a maioria dos elementos químicos o
hólmio não é encontrado na natureza em seu estado elementar. A utilização do
hólmio é bastante peculiar, entre seus usos podem ser enunciados os seguintes:
Os sais e outros compostos de hólmio são utilizados na fabricação de vidros especiais, cerâmicas, dopagem de granadas para fabricação de lasers, catalisadores na produção de combustíveis e sínteses orgânicas. A mistura entre compostos de fósforo, haletos metálicos e haletos de hólmio são utilizados na fabricação de lâmpadas especiais e tubos de televisores;
O hólmio metálico é trabalhado em várias formas como chapas, discos, esferas entre outras formas. O metal é adicionado a ligas que suportam altas temperaturas, além de ser utilizado na fabricação de supercondutores em equipamentos que operam em altas temperaturas e no revestimento de reatores nucleares. O hólmio também é
adicionado em ligas para fabricação de super imãs, em virtude de sua extraordinária característica de proporcionar campos magnéticos superiores aos existentes.
TúlioPor Renato Marcondes
O Túlio é um elemento químico que possui numero atômico 69 e símbolo atômico Tm, pertence à família dos lantanídeos, possui cor prateada e é um metal maleável podendo ser cortado a faca, possui boa ductilidade e é encontrado em minérios como monazita juntamente com outras terras raras e em areias de rios, sendo mais resistente a corrosão que a maioria dos metais.
Foi descoberto em 1879 por Per Teodor
Cleve, quando este, ao tentar remover impurezas de outras terras raras, retirou todos
os contaminadores da érbio (Er3, O3) e obteve duas substâncias sendo uma marrom
e outra verde. A substancia marrom era óxido do elemento hólmio e o verde que era
um óxido de substância desconhecida ele deu o nome de túlia sendo seu elemento
túlio, que em romano significa uma terra mítica mais ao norte e habitada sendo
talvez a Escandinávia.
O túlio tem pouca abundância no meio-ambiente terrestre por isso a sua utilização
se tornou inviável pouco tempo depois de sua descoberta e inicio de utilização
mesmo porque no inicio não se obtinha o túlio de forma 100% pura até o
desenvolvimento de técnicas como a troca de íons e de metalotermica por volta dos
anos 50. Era usado principalmente em aparelhos de raios-X e em produção de
lasers.
O túlio provavelmente nunca terá um bom aproveitamento a preços razoáveis, pois
sua abundancia é muito baixa na natureza, mas uma aplicação fora de seu preço é a
de produção dos raios-X portáteis sendo útil em consultórios odontológicos e
médicos.
O grupo das terras raras possui uma toxidade baixa em relação aos outros
elementos.
Itérbio
Por Renato Marcondes
O itérbio foi descoberto por um químico chamado Jean-Charles Marignac 1878 em Genève – Suíça, quando o mesmo descobriu um novo elemento o qual deu a nomenclatura de terra iterbia (atualmente chamado de érbia) o qual ele acreditava ser um metal puro. Mais tarde em 1907 um químico francês Georges Urbain conseguiu separar as impurezas da iterbia em dois outros compostos na tentativa de purificá-los para obter as características físicas e químicas do mesmo, mas sem muito sucesso, aos quais deu o nome de neoiterbia e lutércia, respectivamente chamados de itérbio e lutécio atualmente.
Somente em 1937 os cientistas Daane Dennilson e
Sedding conseguiram uma forma realmente pura suficiente para obter as
características do elemento e catalogá-lo, recebendo o nome atual de itérbio que é
uma derivação de Ytterby – Suécia.
Itérbio é um material presente no meio ambiente encontrado em minerais como
xenotima, monazite e gadolina, vendido comercialmente por isso sua produção em
laboratório não comum, tanto pela sua presença natural quanto pela dificuldade de
separá-lo do metal puro. Trata-se de um metal solido presente há família dos
lantanoides (terras raras) de símbolo químico Yb de um aspecto físico maleável,
dúctil e macio, bom condutor de eletricidade, de cor branco-prateado, possui
numero atômico 70 e massa atômica de 173,04.
Apesar de ser estável possui a necessidade de permanecer em um recipiente fechado
livre de ar e umidade, pois reage com ambos. Ele é reativo com todos da família dos
halogênios formando haletos de itérbio, alem de reagir lentamente com a água fria e
rapidamente com a água quente formando hidróxido de itérbio e hidrogênio gasoso.
Raramente traços de itérbio são encontrados nos organismos humanos, mas sendo
altamente tóxico. Ele é utilizado na produção de ácidos, laser, em tubos de raios-X
e na melhoria da resistência mecânica do aço, em forma de pó pode causar
queimaduras nos olhos e riscos de explosões.
LutécioPor Renato Marcondes
O lutécio foi descoberto por um químico chamado Jean-Charles Marignac 1878 em Genève – Suíça, quando o mesmo descobriu um novo elemento o qual deu a nomenclatura de terra iterbia (atualmente chamado de érbia) o qual ele acreditava ser um metal puro. Mais tarde em 1907 um químico francês Georges Urbain conseguiu separar as impurezas da itérbia em dois outros compostos na tentativa de purificá-los para obter as características físicas e químicas do mesmo, mas sem muito sucesso, aos quais deu o nome de neoiterbia e lutércia, respectivamente chamados de itérbio e lutécio atualmente.
Até os finais do século XX não avia se
conseguido obter o metal puro, pois este possui elevada dificuldade de separação do
mineral ao qual está presente, a monazita (que contem 0,03% de lutécio presente em
sua composição), usando-se atualmente de troca iônica para obter a separação desse
metal que é o menos abundante na natureza, este metal possui elevado preço no
mercado, mas mesmo assim possui aplicação na indústria do petróleo.
Mesmo o lutécio não tento nenhuma função biológica no corpo acredita-se que ele
estimula o metabolismo, e sua toxidade iguala-se aos demais de sua família os
lantanídeos ou terras raras.
É um metal de características físicas sendo dúctil e macio, de cor prateada sendo
estável se mantido livre de contado com o ar e a umidade. É usado em tecnologias
nucleares e na industrial do petróleo, tendo numero atômico 71 e massa atomica175
e características gerais comuns ao do itérbio.
MBAC investe US$ 1,2 bi para explorar fosfato e terras-rarasVisitas: 515
06/09/12 - 00:00
SÃO PAULO - Para atingir um nível de produção anual de 1,5 milhão de toneladas de superfosfato simples (SSP, um adubo à base de fósforo) até 2016, a MBAC Fertilizer - companhia canadense liderada por brasileiros - vai investir US$ 1,2 bilhão nos próximos anos no Brasil. O aporte ainda crescerá com a exploração de terras-raras (conjunto de dezessete elementos que, hoje, desafia mineradoras de todo o mundo).
São três os novos projetos da empresa localizados na região do Mapito (Maranhão, Piauí, Tocantins e parte da Bahia), a nova fronteira agrícola do País. Uma das plantas, a oeste de Minas Gerais, contempla a extração das terras-raras.
Trata-se da operação de Araxás (MG), onde estima-se que três milhões de toneladas de óxidos do tipo estão incrustados no solo, e com alto teor de pureza: acima de 5%. "Essa é uma das maiores reservas do mundo", afirmou ao DCI o presidente da MBAC, Roberto Busalto Belger - embora, depois, tenha reconhecido que, nesse mercado, "cada empresa anuncia que a sua mina é a maior".
E os anúncios têm acontecido com frequência mensal, segundo o executivo, que dirigiu a Bunge Fertilizantes e acumulou trinta anos de experiência nos segmentos de mineração e adubos.
"Há três anos, não se falava em terras-raras. Mas a China, que produzia e exportava 90% desses elementos, na expectativa de internalizar a própria tecnologia, cortou suas exportações. Então, o mundo todo passou a buscar novas fontes das matérias-primas", contextualizou Belger.
Quilos valem toneladas
As terras-raras destinam-se à fabricação de produtos tecnológicos, como telas de computador e catalisadores de combustão. "São essenciais para dois tipos de indústria: a de tecnologia verde e a de alta tecnologia, que demandam baixos volumes com alto valor agregado, isto é, quilos que valem toneladas", ilustrou Belger.
Uma "cesta-básica" contendo mil quilos de terras-raras vale, em média, US$ 50 mil. Entretanto, apenas um quilo de alguns desses elementos pode custar até mil dólares. "O mercado existe, mas não é tão grande. Tem potencial de crescimento porque abastece indústrias do presente e do futuro", definiu o especialista.
O desafio atual das empresas que trabalham com terras-raras, no Brasil, é separar o óxido da matéria-prima, ou seja, a purificação dos elementos. A indústria brasileira está convidando especialistas japoneses, coreanos e europeus para desenvolver a aplicação fabril das terras-raras, segundo Belger. "O problema não é o tamanho da reserva, mas o controle da tecnologia", explicou.
Questionado sobre o quanto a MBAC investirá em sua planta de terras-raras, lá em Araxás, Belger calou. "Existe um potencial de valor muito grande, e os investidores, sem dúvida, estão muito interessados nesse potencial", disse em seguida.
Terras fosfóreas
Nessa mesma mina - localizada no Triângulo Mineiro, ao lado da maior operação de fosfato da Vale -, a MBAC prepara terreno para também extrair, a partir de 2016, a matéria-prima do adubo SSP, cuja função é fazer raízes se prolongarem - algo de uso tipicamente brasileiro, em função dos tipos de solo encontrados no País.
Mas Belger não revela os números de tal projeto. Por outro lado, entra em detalhes a respeito das outras duas plantas de fosfato, ambas em fase de preparação, da companhia: em Arraias (TO) e Santana (PA).
Os negócios fazem parte de um amplo plano de investimentos: US$ 18,9 bilhões até 2016, liderados por Vale e Petrobrás, para desenvolver a cadeia brasileira de fertilizantes (que ainda depende, a nível de 70%, da importação de matérias-primas).
Em Arraias, a exploração das minas de fosfato começarão em novembro. "A terraplanagem já foi feita para a duplicação, entre 2016 e 2017, para chegar a uma extração de um milhão de toneladas por ano", acrescentou Belger. O investimento total previsto para a planta é de US$ 400 milhões.
Já em Santana, o volume de exploração anual deve chegar a 500 mil toneladas de fosfato no final de 2015, tendo recebido aportes de US$ 650 milhões. "A pureza do fosfato, em Santana, é praticamente o dobro do de Arraias", detalhou o chefe das operações. 400 mil toneladas de fertilizantes de alta concentração e 100 mil toneladas de sal mineral, para nutrição animal, também deverão ser extraídos anualmente do local.
"As regiões têm as mesmas características estratégicas: localizam-se na nova fronteira agrícola do Brasil e têm acesso ao Mato Grosso, que é o maior consumidor de fertilizantes do País."
Elemento K
A MBAC também passará a sondar, ainda neste ano, reservas de potássio em Anebá (AM).
Vale registrar que os principais macronutrientes utilizados na fabricação de fertilizantes (mais especificamente, nas formulações NPK, que são os adubos utilizados em larga escala) são nitrogênio, fósforo e potássio.
Declarado celeiro do mundo, o Brasil importa 92% do potássio e 50% do fosfato que consome.