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Revista Brasileira de Geociências 24(4):203-222, dezembro de 1994 TERRAS-RARAS NO ESTADO DE SÃO PAULO: AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE GEOLÓGICA IVAN SÉRGIO DE CAVALCANTI MELLO*, MARSIS CABRAL JÚNIOR*, JOSÉ FRANCISCO MARCIANO MOTTA* ABSTRACT RARE EARTH ELEMENTS IN SÃO PAULO STATE: A GEOLOGICAL EVALUATION. This paper evaluates the metallogenetic potential for REE (Rare-Earth Elements) of the State of São Paulo- Brazil. An exploration analysis model was based on a review of the pertinent bibliography (geology of São Paulo State and deposit types) followed by visits to Brazilian REE deposits. After these analyses, some potential areas have been checked through field and lab works (sampling, chemical and mineralogical analysis). The study concludes tha the State of São Paulo has a low potential for REE deposits. However, it indicates areas, such as the coastal plain in Cananeia-Iguape and Cenozoic aluvial sediments of the Pindamonhangaba Formation in the Paraíba Valley, where small placer deposits could occur. Keywords: Rare earth, São Paulo, geological potential. RESUMO Este trabalho se constitui em um estudo metalogenético voltado à avaliação do potencial para ocorrência de depósitos de terras-raras (ETR) no Estado de São Paulo. O estudo envolveu a análise da tipologia dos depósitos mundiais dos ETR, visitas a jazidas brasileiras, formulação de modelos metalogenéticos, sua aferição através de campanha expedita de campo e a consideração de quesitos mineiros, econômicos e da legislação ambiental. Embcra o cenário geológico paulista esteja erguido sobre terrenos compatíveis com a existência dos principais metalotectos dos ETR, o potencial quanto a estes recursos minerais pode ser apontado como discreto. As perspectivas mais favoráveis estão relacionadas às faixas sedimentares litorâneas do sul paulista e às bacias continentais cenozóicas de Taubaté e São Paulo, compatíveis com mineralizações detríticas do tipo placer. A exeqüibilidade econômica dos eventuais jazimentos deverá estar subordinada ao aproveitamento de bens minerais associados, pesados ou não (i.e. ilmenita, rutilo, zircão ou materiais industriais e para construção civil), e pelo contorno de limitações à explotação impostas por questões ambientais (zona costeira, principalmente) ou de conflito com outras formas de uso e ocupação do solo (bacias de São Paulo e Taubaté). Palavras-chaves: Terras raras, São Paulo, potencial geológico. INTRODUÇÃO Os terras-raras são 15 elementos me- tálicos, muito semelhantes em sua química elementar e com propriedades até há alguns anos pouco conhecidas. Come- çaram a ser descobertos na segunda metade do século 18, e sua denominação decorre do aspecto terroso de seus óxidos e da suposição que seriam elementos pouco presentes na natureza (Abreu 1991). Os terras-raras, entretanto, são mais abundantes que um grande número de metais (i.e., zinco, cobre e níquel), e o mais escasso, o túlio, é mais abundante que a prata, o ouro e a platina somados. A nomenclatura desses elementos tem sido muito discu- tida. Em meados deste século, o termo "lantanídios" foi proposto para evitar a noção de escassez que o nome terras- raras poderia induzir. Por sua vez, a Comissão de Nomen- clatura da International Union of Pure and Applied Chemistry (TUPAC) recomenda os termos "metais de terras raras" para designar o escândio, o ítrio e os elementos de n° atômico 57 a 71 (lantanídeos). Nesta circunstância, o ítrio (Y) e o escândio (Sc) são associados aos lantanídeos, propri- amente ditos, por terem características físicas e químicas bastante semelhantes a estes últimos. Os elementos terras-raras (ETR) são constituintes de mais de 100 minerais. Em poucos destes, no entanto, ocor- rem em concentrações que os qualificam como minerais de minério. Monazita-(Ce), bastnãsita-(Ce) e xenotímio-(Y) são, de longe, as mais importantes fontes destes elementos, já que 95%, das reservas mundiais conhecidas (China, USA, Austrália, índia, Brasil, países africanos e do leste asiático) são formadas por estes minerais (Fig. 1). Constituindo exceções, no Canadá as reservas dos ETR se relacionam ao mineral gadolinita-(Y), enquanto que nos territórios corres- pondentes à antiga URSS as reservas dos ETR se associam ao mineral loparita-(Ce). A importância econômica dos ETR decorre da especifici- dade de suas aplicações, seja por suas características quími- cas, relativamente comuns a todo o grupo de elementos, seja por suas propriedades físicas, caso em que se torna neces- sário individualiza-los. A investigação tecnológica sobre o uso dos ETR é constante e estimulada nos países desenvol- Figura 1 — Localização dos principais depósitos mundiais dos ETR Figure l - Location of main world REE ore deposits * Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, Divisão de Geobgia/Agrupamcnto de Planejamento Mineral, Cidade Universitária, CEP 05508-901, Tel. (Oil) 268-2211 r. 475 - Fax (011) 869-6383

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Revista Brasileira de Geociências 24(4):203-222, dezembro de 1994

TERRAS-RARAS NO ESTADO DE SÃO PAULO: AVALIAÇÃO DAPOTENCIALIDADE GEOLÓGICA

IVAN SÉRGIO DE CAVALCANTI MELLO*, MARSIS CABRAL JÚNIOR*,JOSÉ FRANCISCO MARCIANO MOTTA*

ABSTRACT RARE EARTH ELEMENTS IN SÃO PAULO STATE: A GEOLOGICAL EVALUATION.This paper evaluates the metallogenetic potential for REE (Rare-Earth Elements) of the State of São Paulo-Brazil. An exploration analysis model was based on a review of the pertinent bibliography (geology of SãoPaulo State and deposit types) followed by visits to Brazilian REE deposits. After these analyses, somepotential areas have been checked through field and lab works (sampling, chemical and mineralogicalanalysis). The study concludes tha the State of São Paulo has a low potential for REE deposits. However, itindicates areas, such as the coastal plain in Cananeia-Iguape and Cenozoic aluvial sediments of thePindamonhangaba Formation in the Paraíba Valley, where small placer deposits could occur.

Keywords: Rare earth, São Paulo, geological potential.

RESUMO Este trabalho se constitui em um estudo metalogenético voltado à avaliação do potencial paraocorrência de depósitos de terras-raras (ETR) no Estado de São Paulo. O estudo envolveu a análise da tipologia dosdepósitos mundiais dos ETR, visitas a jazidas brasileiras, formulação de modelos metalogenéticos, sua aferiçãoatravés de campanha expedita de campo e a consideração de quesitos mineiros, econômicos e da legislaçãoambiental. Embcra o cenário geológico paulista esteja erguido sobre terrenos compatíveis com a existência dosprincipais metalotectos dos ETR, o potencial quanto a estes recursos minerais pode ser apontado como discreto. Asperspectivas mais favoráveis estão relacionadas às faixas sedimentares litorâneas do sul paulista e às baciascontinentais cenozóicas de Taubaté e São Paulo, compatíveis com mineralizações detríticas do tipo placer. Aexeqüibilidade econômica dos eventuais jazimentos deverá estar subordinada ao aproveitamento de bens mineraisassociados, pesados ou não (i.e. ilmenita, rutilo, zircão ou materiais industriais e para construção civil), e pelocontorno de limitações à explotação impostas por questões ambientais (zona costeira, principalmente) ou deconflito com outras formas de uso e ocupação do solo (bacias de São Paulo e Taubaté).

Palavras-chaves: Terras raras, São Paulo, potencial geológico.

INTRODUÇÃO Os terras-raras são 15 elementos me-tálicos, muito semelhantes em sua química elementar e compropriedades até há alguns anos pouco conhecidas. Come-çaram a ser descobertos na segunda metade do século 18, esua denominação decorre do aspecto terroso de seus óxidose da suposição que seriam elementos pouco presentes nanatureza (Abreu 1991). Os terras-raras, entretanto, são maisabundantes que um grande número de metais (i.e., zinco,cobre e níquel), e o mais escasso, o túlio, é mais abundanteque a prata, o ouro e a platina somados.

A nomenclatura desses elementos tem sido muito discu-tida. Em meados deste século, o termo "lantanídios" foiproposto para evitar a noção de escassez que o nome terras-raras poderia induzir. Por sua vez, a Comissão de Nomen-clatura da International Union of Pure and AppliedChemistry (TUPAC) recomenda os termos "metais de terrasraras" para designar o escândio, o ítrio e os elementos de n°atômico 57 a 71 (lantanídeos). Nesta circunstância, o ítrio(Y) e o escândio (Sc) são associados aos lantanídeos, propri-amente ditos, por terem características físicas e químicasbastante semelhantes a estes últimos.

Os elementos terras-raras (ETR) são constituintes demais de 100 minerais. Em poucos destes, no entanto, ocor-rem em concentrações que os qualificam como minerais deminério. Monazita-(Ce), bastnãsita-(Ce) e xenotímio-(Y)são, de longe, as mais importantes fontes destes elementos,já que 95%, das reservas mundiais conhecidas (China, USA,Austrália, índia, Brasil, países africanos e do leste asiático)são formadas por estes minerais (Fig. 1). Constituindoexceções, no Canadá as reservas dos ETR se relacionam ao

mineral gadolinita-(Y), enquanto que nos territórios corres-pondentes à antiga URSS as reservas dos ETR se associamao mineral loparita-(Ce).

A importância econômica dos ETR decorre da especifici-dade de suas aplicações, seja por suas características quími-cas, relativamente comuns a todo o grupo de elementos, sejapor suas propriedades físicas, caso em que se torna neces-sário individualiza-los. A investigação tecnológica sobre ouso dos ETR é constante e estimulada nos países desenvol-

Figura 1 — Localização dos principais depósitos mundiaisdos ETRFigure l - Location of main world REE ore deposits

* Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, Divisão de Geobgia/Agrupamcnto de Planejamento Mineral, Cidade Universitária,CEP 05508-901, Tel. (Oil) 268-2211 r. 475 - Fax (011) 869-6383

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vidos, principalmente pelas indústrias metalúrgica (aços,ligas metálicas), química (catalisadores, petróleo), cerâmi-ca (supercondutores, pigmentos, vidros especiais) e eletrô-nica (raios X, tubos catódicos, fibras óticas, super-ímãs). AFigura 2 resume as principais aplicações industriais dosterras-raras.

NATUREZA DO TRABALHO Desenvolve-se aqui es-tudo metalogenético voltado à avaliação do potencial doEstado de São Paulo para ocorrência de depósitos de terras-raras (lantanídeos e ítrio). A distinção entre o ítrio e osdemais metais de terras-raras decorre da apreciável dis-sociação entre os ambientes geológicos próprios às geraçõesmais expressivas do ítrio em relação aos lantanídeos. Oescândio não é considerado em particular, por possuir carac-terísticas metalogenéticas bastante semelhantes às do ítrio esignificado econômico bem mais discreto.

A avaliação da potencialidade paulista quanto aos ETRfoi estabelecida a partir da tipologia dos depósitos mundiaisdestes elementos, visitas a jazidas brasileiras, formulação deanálise metalogenética e sua aferição através de trabalhos decampo, além da consideração dos aspectos de economiamineral, das implicações das demais formas de uso e ocupa-ção do solo, e das legislações mineira e ambiental quanto àexplotação desses recursos nos terrenos potenciais de SãoPaulo.

ANÁLISE EXPLORATÓRIA A metalogenia dosETR é bastante variada, fazendo com que estes elementospossam ocorrer em ambientes e metalotectos diversos,mais caracteristicamente a partir do Proterozóico Médio(Quadro 1).

A importância relativa dos vários tipos de depósitos dosETR permite que se possa classificá-los como principais,subordinados e alternativos.

Os depósitos principais, com significado econômicoreal, relacionam-se a intrusivas alcalinas (depósitos primá-

rios e secundários, de grande porte e teores elevados) eseqüências sedimentares detríticas (acumulações do tipoplácer). Ao final da década passada, embora apenas explo-tadas as jazidas de Bay an Obo (China) e Mountain Pass(EUA), carbonatitos mineralizados foram responsáveis porcerca de 70% da produção mundial dos ETR (FigueiredoFilho & Torezan 1988, 1989). Ao mesmo tempo, pláceres,principalmente costeiros, respondiam pelo restante da pro-dução mundial e pela totalidade da produção brasileira,apesar de também contar o País com grandes reservas asso-ciadas a alcalinas (i.e. Poços de Caldas e Araxá, MG, eCatalão, GO).

Depósitos subordinados possuem natureza diversificada.Séries granitóides calcioalcalinas a alcalinas especializadaspodem apresentar cúpulas enriquecidas em ETR, a partir dealterações hidrotermais tardi a pós-magmáticas (Beus 1982,Drysdall et al. 1984). Neste caso, entretanto, o conteúdo dosETR apenas adquire significado econômico quando subme-tido a processos naturais de concentração que possibilitem aformação de depósitos secundários elúvio-aluvionares. Nes-ta situação, os minerais dos ETR normalmente são subpro-dutos da lavra de cassiterita, volframita e columbita-tan-talita. Também ocorrem depósitos subordinados em terre-nos gnáissico-granitóides e de alto grau metamórfico, quepodem apresentar mineralizações dos ETR em zonas decisalhamento (Neary & Highley 1984). Além disto, estesterrenos se constituem em fontes para concentrações detrí-ticas secundárias, por apresentar a monazha-(Ce) comoacessório freqüente na paragênese de seus litotipos maiscomuns. Incluem-se também entre os depósitos subordi-nados pegmatitos granitóides mineralizados nos ETR(Laznicka 1985). No entanto, a exemplo do que se verificacom relação a cúpulas granitóides especializadas, estes cor-pos tendem a se comportar apenas como fontes para depósi-tos secundários dos ETR.

Depósitos alternativos correspondem a reservas técni-cas(*) dos ETR existentes em fosforitos (Loureiro 1988), e

Figura 2 -Aplicações industriais dos terras-rarasFigure 2 - Industrial uses of REE

(*) Entende-se como reservas técnicas concentrações minerais subeconômicas, cuja perspectiva de aproveitamento depende do desenvolvimento detecnologias de tratamento e extração.

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Quadro 1 - Tipologia dos depósitos de terras-rarasChart l - REE deposit types

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evaporitos, a exemplo daqueles relacionados ao vulcanismodo Recente africano (Laznicka op.cit.).

PANORAMA DA GEOLOGIA PAULISTA O Estadode São Paulo é constituído essencialmente por um emba-samento cristalino pré-cambriano a eo-paleozóico e por co-berturas sedimentares fanerozóicas.

O conhecimento geológico sobre amplas faixas do Esta-do é ainda genérico, principalmente no que se refere aosterrenos pré-cambrianos, que sustentam controvérsias fun-damentais envolvendo sua constituição lítica, estratigrafia eestruturação, e permitem interpretações díspares sobre as-pectos geocronológicos, reconstituições paleoambientais emodelagens geotectônicas.

A natureza e a evolução dos terrenos fanerozóicos sãopresumivelmente mais simples. Estes resultam do desenvol-vimento de bacias intraplaca, sendo representados por partedo segmento nordeste da Bacia do Paraná e do Sistema deRifts da Serra do Mar (Almeida 1976) ou Rift Continental doSudeste do Brasil (Riccomini 1989), e por coberturascenozóicas costeiras e continentais em geral não muito ex-pressivas.

Sendo necessária a elaboração de uma base geológica dereferência para os diversos mapas temáticos utilizados naanálise exploratória dos ETR, recorreu-se à cartografia dasprincipais unidades litoestruturais do Estado de São Paulo(Fig.'3). A desvinculação desta base, de cunho eminente-mente operacional, com significado estratigráfico-tectônicomais acurado, decorre das limitações do conhecimento geo-lógico sobre áreas pré-cambrianas, conforme já citado. Isto,entretanto, não traz prejuízos consideráveis ao estudo, tendoem vista o caráter qualitativo e analógico adotado. De qual-quer modo, no Quadro 2 mostra-se a correlação entre os

conjuntos litoestruturais cartografados e as unidades geoló-gicas formais mais freqüentemente descritas no Estado deSão Paulo.

TERRENOS POTENCIAIS DO ESTADO DE SÃOPAULO Embora o cenário geológico estadual estejamontado sobre terrenos compatíveis com a existência dosprincipais metalotectos dos ETR, o único depósito conheci-do, relativamente expressivo destes elementos, ocorre nomanto de alteração residual dos carbonatitos situados emBarra do Itapirapuã, no médio vale do rio Ribeira. Ali seregistram reservas da ordem de 2,4 milhões de toneladas deminério com 1,3% de óxidos de terras-raras (Loureiro 1988,Loureiro et al. 1990). Além disto, há mineralizações emcarbonatitos de Juquiá e Itanhaém (CBMM 1984), e depósi-tos de porte muito pequen(**) em pláceres litorâneos, nosudeste do Estado (Tessler et al. 1985).

São tratados, em seguida, os terrenos estaduais paulistasfavoráveis à ocorrência dos vários tipos de mineralizaçõesdos ETR, com vista à análise da potencialidade de São Pauloquanto a estes bens minerais.

Intrusivas alcalinas As intrusivas alcalinas que ocor-rem em São Paulo são representadas por 15 unidades, umadelas abrangente das várias manifestações do Litoral Nortedo Estado (Fig. 4).

De modo geral, cada uma destas unidades compreendeassociações bastante variadas de rochas máfico-ultramá-ficas, alcalinas, peralcalinas e, eventualmente, carbonatitos.

Batólitos e stocks predominam como formas intrusivas.Diques ocorrem em menor escala, associados aos corposmaiores, ou isoladamente, caso mais característico deItanhaém (CBMM 1984). As alcalinas de Jaboticabal-

Figura 3 - Principais unidades litoestruturais do Estado de São PauloFigure 3 - Main lithostructural units of State of São Paulo State

(**) Laznicka (1985) considera depósitos de pequeno porte aqueles com conteúdo de monazita-(Ce) na faixa de 20.000 t, de médio porte com 100.000 t a200.0001 e grandes depósitos com mais de l .000.000t, os teores do mineral sempre variando entre 0,5% e 4% da fração pesada.

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Quadro 2 — Correlação entre unidades ütoestruturais e unidades litoestratigráflcas do Estado de São PauloChart 2 - Correlation between lithostructural and lithostratigraphic units of São Paulo State

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Figura 4 - Intrusivas alcalinas do Estado de São PauloFigure 4 - Alkaline intrusions of the State São Paulo

Taiaçu, por sua vez, incluem termos eruptivos equivalentesa fonólitos e lavas analcimíticas subaflorantes, intercaladosem arenitos cretácicos do Grupo Bauru (Coutinho et al.1981).

Carbonatitos ocorrem mais expressivamente nos comple-xos de Jacupiranga, Juquiá e Barra do Itapirapua (Melcher1966, Born 1971, Loureiro et. al. 1989). Apresentam-sebastante subordinados em Itapirapua (CPRM 1975) e sob aforma de diques em Itanhaem (CBMM op. cit.) e Ipanema(Nogueira Filho et al. 1978).

Em vista da grande diversidade dos tipos de depósitosque podem ser cogitados para este ambiente, a existência demineralizações conhecidas, a presença de carbonatitos e aocorrência de capeamento residual expressivo passam a serpreponderantes para atribuição de maior potencialidadequanto a depósitos não-descobertos. As demais característi-cas geológicas são importantes para indicação da naturezados possíveis metalotectos (Quadro 3).

Em relação às mineralizações conhecidas, foram antescitadas as reservas existentes nos carbonatitos de Barrado Itapirapua. No Complexo de Juquiá e nos carbonatitosde Itanhaem, por sua vez, há mineralizações primárias,representadas por indícios de monazita-(Ce) e bastnã-sita-(Ce), respectivamente registradas por Born (1971) eCBMM (1984). Quanto aos demais complexos, os dadosdisponíveis qualificam-nos como estéreis. No maciço dePoços de Caldas, os depósitos se situam no Estado de MinasGerais.

Pláceres Nestes metalotectos, os minerais enriqueci-dos em ETR, normalmente monazita-(Ce) e xenotímio-(Y),se concentram em sedimentos detríticos areno-rudáceos.

No Estado de São Paulo, o registro sedimentar compatí-vel com estes depósitos está basicamente inserido em terre-nos fanerozóicos (Fig. 5). Horizontes pré-cambrianos (i.e.Grupo São Roque, Complexo Turvo-Cajati) carecem deestudos que definam a distribuição, estratigrafia e os ambi-entes deposicionais das possíveis seqüências de interesse.Além disto, é discreto o registro de mineralizações dos ETRem pláceres antigos.

Deste modo, as três províncias geológicas de São Paulo aserem necessariamente consideradas são a Bacia do Paraná,o Sistema de Rifts da Serra do Mar e a Planície Costeira. Umquarto compartimento corresponde às planícies aluvionaresquaternárias, apenas tratadas de modo particular quandofora das demais províncias.

A Bacia do Paraná ocupa dois terços do Estado de SãoPaulo, abrangendo sedimentos do Devoniano ao Cenozóicoe uma vasta gama de sedimentos detríticos continentais ecosteiros. Com relação ao potencial de mineralização alu-vial, é imperativa a necessidade de proximidade dos hori-zontes concentradores com uma área-fonte enriquecida.Neste sentido, passam a ter mais significado a sedimentaçãoBauru ao redor de núcleos alcalinos (i.e. região deJaboticabal) e os sedimentos da borda da Bacia (i.e. Forma-ção Furnas). Devem ainda ser considerados os litotiposcosteiros permocarboníferos (parte das unidades Rio Boni-to, Tietê e Itararé-Aquidauana), que constituem, por si só,armadilhas faciológicas eficientes, mesmo a distânciasmaiores de áreas-fonte.

O Sistema de Rifts da Serra do Mar abrange as baciasterciárias de Taubaté, de São Paulo, e o Graben de SeteBarras (Melo 1989), e envolve uma sedimentação continen-tal eminentemente detrítica. O caráter tectônico e os produ-tos sedimentares evidenciam uma relação estreita do sítiodeposicional com áreas-fonte pré-cambrianas. Por outrolado, seus conjuntos areno-rudáceos de topo e os aluviõesquaternários encaixados nestes compartimentos hospedamconcentrações de minerais pesados que incluem a monazita-(Ce), a exemplo do que ocorre na região de Tremembé(Ribeiro Filho 1958), no vale do rio Paraíba. Desta forma,horizontes areno-conglomeráticos fluviais são metalotectospotenciais para concentração de pesados.

Quanto à região costeira, verifica-se que o litoral paulistase apresenta bastante distinto em seus segmentos norte e sul.Na porção setentrional desta faixa, as serranias pré-cambrianas estão juntas ao mar, ocasionando o desenvolvi-mento de pequenas enseadas. Ao sul, a linha de costa seapresenta retilínea, com as escarpas serranas quase sempremais afastadas da orla. Neste trecho, a planície costeira

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Quadro 3 — Intrusivas alcalinas de São Paulo e parâmetros geológicos considerados na avaliação de potencialidade para terras-rarasChart 3 — Alkaline intrusive rocks in São Paulo State and their potential for REE deposits

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Figura 5 — Distribuição das unidades sedimentares compatíveis com depósitos tipo placer no Estado de São PauloFigure 5 - Sedimentary units with potential for placer deposits in State of São Paulo

mostra melhor desenvolvimento, constituindo paisagem ex-pressiva na região de Iguape-Cananéia. O embasamento écomposto por terrenos gnáissico-granitóides e faixas de altograu metamórfico. Ocorrem também intrusivas granitóidese alcalinas subordinadas, além de pegmatites, o que consti-tui associação lítica ordinariamente enriquecida em mine-rais dos ETR, com destaque para a monazita-(Ce).

O conteúdo sedimentar da planície possui caráter aluviale marinho costeiro, resultando de uma evolução que remon-ta ao Terciário, durante a manifestação de vários cicloserosivos e deposicionais.

O baixo vale do rio Ribeira registra a ocorrência detrês fases aluviais distintas, além da própria bacia fluvialheje instalada, com seus respectivos depósitos atuais esubatuais (Melo 1990). Todo esse registro sedimentar,sobretudo os mais antigos (Formação Pariqüera-Açu e ter-raços encaixados), denota um virtual potencial de pré-con-centração de monazita-(Ce) para abastecimento posterior àsfácies costeiras.

O registro de fácies costeiras é abundante na planície.Destaca-se a Formação Cananéia pela grande área que ocu-pa no trecho Cananéia-Iguape, posicionando-se nas porçõesmais interiores do sistema ilha-barreira atual.

É grande também a expressão das praias atuais e pré-atuais. Estes sedimentos se caracterizam como lençóis deareias finas incoesas, limpas, estratificadas, de ambientepraial, com fácies eólicas associadas. Exibem ainda termosmais grossos, que poderão estar associados a canais costei-ros (inlet) ou eventos tempestuosos (washoverfans).

No contexto apresentado, verifica-se a interrelação entrediversos ciclos aluviais e costeiros, a presença de áreas-fonte virtualmente possuidoras de minerais dos ETR, sub-metidas a intemperismo durante fases climáticas quentes eúmidas, e a freqüente ocorrência de concentração de pesa-dos, que formam, em alguns casos, pequenos depósitos.Explica-se, deste modo, a existência de mineralizações dosETR em pláceres nos segmentos mais desenvolvidos daplanície, local com boas perspectivas quanto a depósitosnão- descobertos, sobretudo nos trechos Cananéia-Iguape eItanhaém.

Em relação aos aluviões quaternários, muito embora arede de drenagem atual apresente ampla distribuição geo-gráfica no Estado, planícies aluvionares bem desenvolvidasestão restritas a alguns rios, encontrando-se, geralmente,condicionadas a seleiras litoestruturais do substrato rocho-so. O preenchimento sedimentar do fundo desses valesreflete o caráter meandrante do sistema atual, estando re-presentado por sedimentos inconsolidados (areias e casca-lhos silicosos, siltes e argilas), freqüentemente capeados pormatéria orgânica. Este perfil-tipo da sedimentação maisrecente encontra-se, por vezes, capeando ou entalhandogerações mais antigas de aluviões. Os minerais pesados,quando presentes, se concentram sobretudo junto aos paco-tes arenosos das barras aluviais e cascalhos basais.

Em geral, como atestam os depósitos residuais destanatureza, a concentração econômica de minerais dos ETRem pláceres aluviais depende de uma fonte enriquecidabastante próxima (geralmente a menos de 10 km), o poten-cial deste metalotecto varia de acordo com a área-fonte,seu principal controlador. Dessa forma, os prospectos maisinteressantes no Estado são representados pelos aluviõesposicionados dentro ou nas proximidades dos metalotectosprimários (intrusivas alcalinas, intrusivas granitóides espe-cializadas, províncias pegmatíticas, e terrenos gnáissico-granitóides e de alto grau metamórfico).

O Quadro 4 relaciona as unidades sedimentares enfo-cadas e suas principais características geológicas.

Intrusivas granitóides Mineralizações dos ETR as-sociadas a granitos (lato sensu) se relacionam com sériesintrusivas calcioalcaliftas a alcalinas especializadas.

Em São Paulo, no entanto, permanecem ausentes dadosque possibilitem a efetiva caracterização petroquímica epetrogenética de boa parte dos corpos granitóides do emba-samento cristalino do Estado.

Na falta de classificações mais recentes e amplas, grani-tos (lato sensu) com as características necessárias à meta-logenia dos ETR (Fig. 6) deverão estar incluídos entre asSuítes Itu e Graciosa de Hasui et al (1978), a Suíte Serrado Mar de Kaul et al (1982) e Kaul (1984), que inclui

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Quadro 4 — Unidades sedimentares e parâmetros geológicos considerados na avaliação da potencialidade paulista quanto a depósitos tipo placer de terras-rarasChart 4 - Sedimentary units and their potential for REE placer deposits

ÁREA FONTE DEINTERESSE

OCORRÊNCIASUNIDADE IDADE

DOMÍNIOS• Ambiental• Climático

ASSOCIAÇÃO LÍTICA OUSEDIMENTAR TIPO PRÉ

CONCENTRADOR

0 DBIBLIOGRAFIACONSULTADA

ALUVIÕES ATUAIS H • Fluvial• Quente e úmido Areias, cascalhes, siltes, argilas e turfas

(A)(H)

(GG)(G)(P)

?

PRAIAS ATUAIS H • Praia• Quente e úmido

Areias de praias finas, limpas, localmente comcores escuras (pesados)

AH

GGG

(D(2)(3)

x x

FORMAÇÃO CANANÉIA (1) Q • Praia/Duna• Quente e úmido

Lençol arenoso fino, limpo, estruturado emcordões subparalelos à costa atual

AH

GGG

(2)(3)

x

TERRAÇOS (2) TQ • Aluvial• Seco Cascalhes e areias

(A)(H)

(GG)(G)

(3)x

BACIACOSTEIRA

FORMAÇÃO PARIQÜERA-AÇU (3)

T • Leques aluviais, fluvial e lacustre• Úmido

Conglomerados, areias, silte e argilas (A)(H)

(GG)(G)

(2)(3) -

RIFTES

BACIAS SÃO PAULO,TAUBATÉ E SETE BARRAS T

• Leques aluviais, fluvial e• Lacuste (playa lake)• Semi-árido na base, úmidono topo

Arenitos médios, conglomerados, lamitossubparalelos à costa atual

(P)(GG)(G)(A)

? x

FORMAÇÃO ITAQUERIMARÍLIA E COBERTURASCENOZÓICAS

K-T • Leques aluviais e fluviais• Semi-árido Conglomerados, arenitos lamíticos e lamitos

(A)(GG)(H)

?

FORMAÇÃO CAIUA, SANTOANASTÁCIO, ADAMANTINA(parte)

K • Fluvio-desértico• Semi-árido Arenitos, arenitos lamíticos e lamitos (A) -

FORMAÇÕES RIO BONITO,TIETÊ, TATUÍ (parte) eGRUPO ITARARÉ (parte)

P • Costeiro• Úmido

Arenitos, arenitos conglomeráticos, lamitos ecamadas orgânicas ? ?

BACIAD0PARANA SUBGRUPO ITARARÉ (parte)

e GRUPO TUBARÃO (parte) C-P• Diversificado: continental,costeiro e marinho• Predominantemente frio comfases úmidas

Arenitos, arenitos conglomeráticos, pelitos,diamictitos, etc.

(GG)(H)(G) -

IPT (1981a,1988c);Melo (1990)Riccomini (1990)

OBSERVAÇÕES: Em relação à área-fonte: A = rochas alcalinas ou carbonatitos; H = terrenos de alto grau metamórfico; GG = terrenos gnáissico-granitóides; G = intrusivas graníticas diferenciadas;P = pegmatites; ( ) = contribuição eventual.Em relação às ocorrências: O = ocorrência: D = depósito

CJ

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212 Revista Brasileira de Ceociências, Volume 24,1994

Granitóide* intrudvotdif«r*ooiad08

1 - Granitos Aluminosos

2 - Suíte Graciosa eSerra do Mar

Figura 6 - Intrusivas granitoides diferenciadas do Estado de São PauloFigure 6 - Granitic intrusive rocks in the State of São Paulo

toda a Suíte Graciosa de Hasui et al (op. cit.), e entre osgranites crustais caracterizados por Wernick & Gallembeck(1986). Todos esses plutonitos são considerados de idadesvariáveis desde o Proterozóico Superior ao Eo-Paleozóico(Quadro 5).

A potencialidade destes corpos é bastante imprecisa, jáque os parâmetros essencialmente químicos e petrográficosutilizados para sua classificação não lhes garantem especia-lização metalogenética ou a preservação das mineralizaçõesporventura associadas às suas cúpulas. De qualquer modo, aanálise metalogenética para os ETR não é sensivelmenteprejudicada em decorrência da importância secundária des-tes metalotectos.

Pegmatites granitoides Segundo IPT (1984a), asocorrências de pegmatitos no Estado de São Paulo concen-tram-se em sete regiões distintas, a saber: Embu-Guaçu,Mogi das Cruzes, Santa Branca, São Luiz do Paraitinga,Bananal, Perus, Guarulhos e Socorro (Fig. 7).

Os pegmatitos paulistas são predominantemente dos ti-pos simples e recristalizados, segundo a classificação deSmirnov (1982). Possuem composição mineralógica essen-cialmente quartzo-feldspática, que inclui ainda moscovita,biotita e turmalina preta. Subordinadamente, ocorremcorpos portadores de granada, rubelita, berilo, lepidolita,ambligonita, espodumênio, cassiterita e minerais de tório eurânio. Estes últimos pegmatitos, mais diferenciados (peg-matitos complexos), são raros e pontuais, situando-se, emgeral, nas regiões de Perus-Guarulhos, Mogi da Cruzes e,mais raramente, em São Luiz do Paraitinga (Quadro 6).

A análise da potencialidade das províncias pegmatíticasde São Paulo deve considerar duas possibilidades. A primei-ra é a existência de concentrações detríticas embutidas nasprovíncias citadas, independentemente da natureza daque-les corpos. A segunda, mais conjectural, é a ocorrência demineralizações em áreas do embasamento favoráveis à ocor-rência de pegmatitos não descobertos, nas cercanias dasprovincias já conhecidas.

Quadro 5 — Intrusivas granitoides de São Paulo e parâmetros geológicos de potencialidade quanto aos ETRChart 5 - Intrusive granitic rocks in São Paulo State and their potential for REE deposits

INTRUSIVASGRANITOIDES

LITOTIPOS IDADE NATUREZA DOSPOSSÍVEIS DEPÓSITOS

BIBLIOGRAFIACONSULTADA

Suítes Graciosa e Serra doMar (i.e granites Mandira,Guaraú, Sguário,Campina do Veado)

Granitos a sienitos(riebeckita granito aegerina-granitos, aegerina-riebeckitagranitos, sienitos, quartzo-sienitos sódicos

Hasui et al. (1978)IPT (1981a)Kauletal. (1982)Kaul (1984)

Granitos AluminososCrustais (granitosSalesópolis, CantareiraPerus, Mairiporã, NazaréPaulista e Cachoeira

Monzogranitos agranodiorios

Wernick & Galembeck(1986)

Suíte Itu (i.e. granitosItu, São Francisco, Pilardo Sul, São MiguelArcanjo, Parati

Monzogranitos agranodiorios

Neoproterozóico aoEopaleozóico

Placeres aluviais,juntamente com Sn, W, Nbe Ta. Menos prováveis,disseminações em cúpulas,escarnitos e filões periféricos

Hasui et al. (1978)IPT (1981a)

3 - Suíte Itú

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Quadro 6 — Natureza e parâmetros para avaliação de potencialidade, quanto aos ETR das províncias pegmatíticas de São PauloChart 6 - Pegmatitic areas in São Paulo State and their potential for REE deposits

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214 Revista Brasileira de Geociências, Volume 24,1994

Figura 7 - Áreas com ocorrência concentrada de pegmatitos em São PauloFigure 7 - Main pegmatitic areas in the State of São Paulo

Terrenos gnáissico-granitóides e de alto graumetamórfico Os terrenos gnáissico-granitóides e dealto grau metamórfico possuem ampla distribuição geográ-fica no Estado, constituindo praticamente um terço doembasamento pré-cambriano (Fig. 8).

Seqüências de alto grau metamórfico, fácies granulito,constituem núcleos isolados, como os da serras de Itatins,Bertioga, Ubatuba, Monteiro Lobato, Socorro, Divinolândiae Mococa, ou ocorrem em faixas onde coexistem com ro-chas de grau médio.

Dois segmentos pré-cambrianos são constituídos essen-cialmente por estas unidades. O mais expressivo e contínuo

refere-se à porção setentrional do embasamento paulista,sendo representado pelos complexos Varginha e Amparo,como conceituados por IPT (1981a). A segunda faixa cor-responde ao Complexo Costeiro (IPT op. c/V.), que constituicinturão localizado ao sul da Falha de Cubatão.

A porção do embasamento intermediária entre estes doisdomínios se apresenta recoberta por supracrustais vulcano-sedimentares e metassedimentares, onde afloram mais es-parsamente núcleos do substrato gnáissico-granitóide e ro-chas granulíticas (i.e. Monteiro Lobato). Mais recentemen-te, trabalhos de mapeamento de maior detalhe têm reveladoque parte da fácies granitóide Cantareira de Hasui et al.

Figura 8 - Distribuição dos terrenos gnáissico-granitóides e de alto grau metamórfico em São PauloFigure 8 - Gnaissic-granitic and high grade metamorphic terrains in São Paulo State

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Revista Brasileira de Geociências, Volume 24, 1994 215

(1978), a exemplo dos maciços Três Córregos e MorroAgudo, no vale do rio Ribeira, se constitui, na verdade, emsegmentos gnáissico-granitóides. Isto deve se repetir emterrenos similares da porção nordeste do embasamento emesmo em certos ambientes supracrustais (i.e. ComplexoEmbu, como definido em IPT 1981a).

Uma vez que os terrenos considerados são portado-res ordinários de minerais dos ETR, em particular a mo-nazita-(Ce), seu potencial metalogenético está vinculadoà sua suposta capacidade como áreas-fonte para concen-trações detríticas secundárias. Desta forma, a grande exten-são geográfica dos terrenos gnáissico-granitóides e dealto grau metamórfico.verificada no Estado, abre perspecti-vas favoráveis ao aporte significativo de minerais dosETR para diversos sítios deposicionais. Por outro lado,depósitos primários fílonianos podem ocorrer relaciona-dos às extensas zonas de cisalhamento que cortam estasseqüências.

Fosforitos Freqüentemente os ETR se associam comrochas fosfatadas (Laznicka 1985). Tratam-se, no entanto,de concentrações subeconômicas, fazendo com que seuaproveitamento seja possível apenas como subproduto dobeneficiamento do próprio fosfato.

Muito embora não sejam conhecidos fosforitos em SãoPaulo, ocorrem unidades litoestratigráficas sedimentarescompatíveis com sistemas mineralizantes fosfáticos (Fig. 9e Quadro 7).

Neste caso, as melhores perspectivas de mineralizaçõesdos ETR se relacionam com as seqüências metassedimen-tares do Proterozóico Superior: Grupo Itaiacoca, SubgrupoLageado e Grupo São Roque (parte carbonática). Os parâ-metros geológicos que justificam esta suposição são:a) a paleogeografia dessas seqüências, já que constituembacias marinhas com ambientes plataformais bem desenvol-vidos, provavelmente conectados a condições oceânicasmais francas, com possível acesso de correntes marinhasprofundas (upwelling currents). Poderiam corresponder,desta forma, a sítios para aporte e acúmulo de sedimentosfosfáticos;

b) a presença de expressivos pacotes carbonáticos, indi-cativos de condições paleoclimática e paleolatitudinais fa-voráveis à proliferação da biomassa marinha;c) o regime tectônico relativamente ameno registrado nes-tas unidades, que possibilitaria a preservação dos eventuaishorizontes bioquímicos fosfáticos e de guias prospectivosfaciológicos e estratigráficos.

Evaporitos Dentro do cenário geológico do Estado deSão Paulo, ocorrem algumas seqüências sedimentares queregistram sítios deposicionais condizentes com condiçõesclimáticas evaporíticas (Fig. 9).

A existência de mineralizações dos ETR nestes ambien-tes, no entanto, é reduzida e parece se restringir a ocorrênci-as em lagos evaporíticos alimentados por fonte vulcânicaalcalina (Laznicka 1985).

No caso dos terrenos do Estado, é praticamenteinexistente a associação das faixas compatíveis com depósi-tos de evaporitos e áreas-fonte com episódios vulcânicos oumesmo litotipos magmáticos enriquecidos em ETR, o queinibe sobremaneira a possibilidade de mineralizações desteselementos nos metalotectos considerados.

Mesmo neste contexto desfavorável, podem-se relacio-nar especulativamente o Grupo Bauru e as bacias do Sistemade Rifts da Serra do Mar como portadores de fáciesevaporíticas que melhor reúnem os condicionantes básicosdeste sistema mineralizante, a saber: calcretes, foscretes,argilas autígenas (esmectita e paligorskita), e atividadesvulcânicas, embora discretas (Cabral Júnior 1991).

AFERIÇÃO DOS MODELOS METALOGENÉTICOSTrabalhos de campo expeditos contribuíram para aperfei-çoamento da análise exploratória. Esta atividade enfocoualgumas áreas representativas das ambiências apontadascomo potenciais para mineralizações dos ETR ou possuido-ras de mineralizações já conhecidas destes elementos.

Como representantes de maciços alcalinos, foram visita-dos os complexos de Poços de Caldas e Ipanema. Depósitostipo plácer foram observados na bacia de Taubaté, região deTremembé-São José dos Campos e, mais detalhadamente,

Figura 9 — Unidades compatíveis com a ocorrência de depósitos defosforito e evaporito em São PauloFigure 9 - Potential areas for phosphorite and evaporite deposits in the State of São Paulo

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Quadro 7 - Unidades e parâmetros para avaliação de potencialidade dos ETR relacionados a possíveis fosforitos em São PauloChart 7 - Potential areas for REE deposits in the State of São Paulo State related to likely phosphorite enviroments

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Revista Brasileira de Geociências, Volume 24, 1994 217

no litoral sul paulista, no trecho entre Itanhaém e a Ilha doCardoso. No que se refere a maciços granitóides, efetuou-seamostragem de rochas e sedimentos de corrente do GranitoMandira, no baixo vale do rio Ribeira. Áreas e depósitossedimentares relacionados a pegmatites foram estudadosem Perus e Mogi das Cruzes. O modelo fosforito foi verifi-cado por perfis geológicos feitos no Grupo Itaiacoca, naregião de Itapeva.

Não foram observadas mineralizações primárias em ne-nhuma das áreas visitadas. O Quadro 8, por sua vez, resumeos resultados analíticos, mineralógicos e químicos decor-rentes da amostragem, naqueles locais, de alguns horizon-tes sedimentares detríticos. Verifica-se que estas amostrasapresentam massa reduzida de concentrados de mineraispesados (CMPs), ainda mais se comparadas com conteúdosequivalentes em depósitos conhecidos do conjunto ilmenita-rutilo-zircão-monazita-(Ce) (IRZM), nos quais o conteúdode CMP gira em torno dos 90 a 100 kg/m3, podendo atingirextremos anômalos de até l 000 kg/m3.

Em termos mineralógicos, predomina amplamente a il-menita, alternando-se, em seguida, como mais abundantes,zircão e monazita-(Ce). A presença de rutilo é bastantereduzida, muito embora se deva considerar a presença quaseconstante de representantes isomorfos do mineral na fraçãomagnética do CMP, que foram classificados indistintamentecomo ilmenita.

Verificam-se, por outro lado, diferenças muito pronuncia-das entre os conteúdos de monazita-(Ce) indicados por cál-culos estequiométricos, derivados das análises químicas eos teores estabelecidos pelas análises mineralógicas. Defato, sendo a monazita-(Ce) o único mineral dos ETR pre-sente, já que baixos teores de xenotímio-(Y) foram observa-dos apenas na amostra EM-01, os percentuais de óxidos deterras-raras (OTR) quimicamente dosados nas amostrasMC-01, MC-01A, LS-06 e EM-01 conferem a estas, respec-tivamente, teores de monazita-(Ce) da ordem de 2,3 kg/m3,4,7 kg/m3,12,2 kg/m3e 13,9 kg/m3, bem maiores que os 0,23kg/m3, 0,17 kg/m3, 6,7 kg/m3 e 7,9 kg/m3 registrados pelaanálise mineralógica. Considerando que eventuais impreci-sões analíticas não justificariam discrepâncias de tal ordemde grandeza, pode-se supor que o conteúdo de monazita-(Ce) esteja subavaliado eticamente.

E marcante a maior presença dos ETR nos sedimentoscontinentais das Bacias de Taubaté e São Paulo e nossedimentos costeiros da Formação Cananéia. Quanto aosrepresentantes da Bacia de São Paulo, embora sejam muitoreduzidos os conteúdos de pesados, verificam-se nos con-centrados teores elevados de minerais industriais (turmali-na, estaurolita e cianita) de densidade intermediária. Estesteores passam a ser mais significativos ao levar-se em contaque boa parte daqueles minerais certamente foi descartadadurante o processo de concentração das amostras.

POTENCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA OSETR Para maior precisão dos termos utilizados na aná-lise da potencialidade do Estado de São Paulo quanto aosETR, recorre-se aqui à terminologia considerada por Ma-chado (1989) para designação de depósitos minerais nãodescobertos. Este autor classifica depósitos não descobertoscomo hipotéticos ou especulativos ante a maior ou menorexpectativa quanto à sua existência real. A partir do mesmocritério, analisou-se o Estado com base em seu potencialhipotético e especulativo. A estes conceitos, associou-segraduação qualitativa de potencialidade (maior, intermediá-ria, menor), comparando-se a natureza dos vários terrenosdo Estado com a tipologia dos depósitos dos ETR.

As Figuras 10 e 11 resumem o tipo de potencialidadeatribuída aos terrenos paulistas. Nestas estão demarcadas asáreas relativas a metalotectos específicos e, no caso derepresentantes intrusivos, faixas circunvizinhas, balizadas

por raios de 5 a 10 km, abrangentes de eventuais manifesta-ções periféricas correlatas e espalhamento dos produtossedimentares detríticos associados.

As intrusivas alcalinas, os terrenos mais compatíveiscom mineralizações do tipo placer, as intrusivas granitóidesdiferenciadas e as faixas com ocorrência concentrada depegmatitos foram considerados possuidores de potencia-lidade hipotética. Ao mesmo tempo, os terrenos gnáissico-granitóides e de alto grau metamórfico, as faixas capazes deabrigar depósitos de natureza fosforítica ou evaporítica eparte do registro sedimentar detrítico fanerozóico estadualforam considerados com potencial apenas especulativo.

O fato das alcalinas não registrarem, na maioria doscasos, a presença de mineralizações dos ETR, concorredecisivamente para a diminuição da potencialidade destesmetalotectos. Para isto contribui também a existência debarreiras tecnológicas à instalação de linhas de beneficia-mento das mineralizações secundárias (manto de intem-perismo) relacionadas àqueles complexos, seguramente asmais comuns e importantes nestes terrenos. Este quadronegativo, no entanto, pode a qualquer tempo sofrer altera-ções, à medida que avance o conhecimento geológico sobreas unidades alcalinas já mapeadas, o que estará subordinadoaos interesses mineiros das empresas que as mantêm sobrequerimento de pesquisa ou decreto de lavra. Outras possi-bilidades para aumento do significado econômico destasunidades seria a descoberta de novos conjuntos minera-lizados e o avanço das técnicas de tratamento mineraldas concentrações residuais dos ETR, próprias destesambientes.

Considerando-se as características dos demais metalotec-tos com potencialidade hipotética, assumem maior signifi-cado as concentrações porventura associadas a pláceres,particularmente nas áreas sedimentares detríticas posicio-nadas na planície costeira (trecho Itanhaém-Iguape-Cana-néia) e nas seqüências areno-conglomeráticas fluviais dasbacias de Taubaté e São Paulo. Menos importante, porémdigno de registro, é o potencial para depósitos deste tiporelacionado aos aluviões quaternários de áreas com pegma-titos, granitóides especializados e núcleos granulíticos dosterrenos de alto grau metamórfico.

Deve ser observado que a parte sul da planície costeira(planícies de Itanhaém e Iguape-Cananéia) possui tratosedimentar comparável, guardadas as devidas proporções,aos sistemas mineralizantes praiais brasileiros que se esten-dem da costa fluminense ao sul baiano. Há registro de ciclossedimentares costeiros bem desenvolvidos, relações comáreas-fonte promissoras (faixas de alto grau metamórfico,granitóides anorogênicos e alguns complexos alcalinos), eum possível pré-concentrador representado pela FormaçãoPariquera-Açu.

De fato, trabalhos da CPRM (1975) apontam a existênciade depósitos portadores de monazita-(Ce) na ponta da Juréiae, menos expressivos, na Ilha do Cardoso (Quadro 9).

Por sua vez, entretanto, Tessler et al.(1985) apresentamresultados pouco promissores em relação à presença deminerais pesados (Quadro 10) naquele trecho.

Segundo estes últimos autores, também os sedimentossuperficiais da área plataforma!, instalada até 50 m de pro-fundidade, não apresentam depósitos econômicos de pe-sados, sobretudo de maior porte, pela inexistência de me-canismos de transporte e deposição adequados. Não foramamostrados, no entanto, sedimentos mais profundos da se-qüência sedimentar submersa. Na região emersa foram ana-lisadas a Formação Cananéia e as fácies praiais atuais. Paraa primeira unidade, apenas 5% das amostras tomadas apre-sentam concentrações acima do cut-off por eles considerado(5% de pesados na amostra total).

As aferições de campo feitas no âmbito do presente estu-do se coadunam melhor com os dados da CPRM (op. cit.).

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Quadro 8 - Resultados analíticos de concentrados de minerais pesados obtidos em trabalhos de campoChart 8- Mineralogical and chemical data from heavy minerals analysis

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Revista Brasileira de Geociências, Volume 24,1994 219

Figura 10 —Áreas do Estado de São Paulo com potencial hipotético para depósitos de terras-rarasFigure 10 - Hypotetic potential areas for REE deposits in the State of São Paulo

Figura 11 —Áreas do Estado de São Paulo com potencial especulativo para depósitos de terras-rarasFigure 11 - Speculative potential áreas for REE deposits in the State of São Paulo

Além disto, as ocorrências de monazita-(Ce), descobertasem faixas mais interiores continentais (amostra LS-06, noQuadro 8), ampliam o horizonte geográfico mais favorável àbusca de novos depósitos.

Ponderados todos os aspectos anteriores, seriam objetosde maior interesse as armadilhas relacionadas a canais tipoinlet e washover, pontos de convergência de correntes litorâ-neas (Tessler et al 1985) e altos e paleoaltos do emba-samento (esporões).

De qualquer modo, as possibilidades para a existênciade mineralizações dos ETR, nesta faixa, forçosamente selimitam à escala dos depósitos de porte muito pequeno apequeno.

Obstáculo adicional à exploração mineral deve-se ao fatode boa parte da área costeira inserir-se em faixas de conser-vação ambiental.

Em relação à parte imersa da planície costeira, conside-rados os custos envolvidos na pesquisa mineral off-shore, a

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220 Revista Brasileira de Geociências, Volume 24,1994

Quadro 9 -Depósitos de minerais pesados nas praias do Litoral Sul do Estado de São Paulo (CPRM 1975).Chart 9 - Heavy mineral placer deposits in the southern coast of the State of São Paulo.

exploração deste ambiente parece se justificar apenas seforem descobertas novas e significativas mineralizações naárea emersa.

Já as bacias de Taubaté e São Paulo contam com ciclosfluviais bem desenvolvidos, formados sob a influência declima quente e úmido (Riccomini 1989). No que se refereaos ETR, estas bacias se relacionam com áreas-fonte supos-tamente enriquecidas, representadas por terrenos gnáissico-granitóides e pegmatíticos (i.e. região de Mogi das Cruzes).Quanto a isto, apesar do caráter preliminar, expedito e ape-nas aferidor dos trabalhos de campo, detectou-se conteúdodos ETR importante e representativo em Eugênio de Melo,região de São José dos Campos (Quadro 8), relacionadocom as seqüências arenosas do topo da Bacia de Taubaté(Formação Pindamonhangaba). Neste caso, o horizonteamostrado revelou massa de monazita-(Ce) em torno de 14kg/m3, estimada a partir do teor químico de 16% de OTR noconcentrado de bateia obtido. Foram igualmente registradosteores de 42,9 kg/m3 de CMP, 23,5 kg/m3 de ilmenita e 6,0kg/m3 de zircão. Para comparação, sem que sejam conside-rados os demais aspectos de economicidade envolvidos, norio Sapucaí, Minas Gerais, foi estabelecido plano piloto delavra e beneficiamento para os aluviões locais a partir deteores médios de 26,4 kg/m3 de CMP, 16,7 kg/m3 deilmenita, 1,4 kg/m3 de monazita-(Ce) e 4,3 kg/m3 de zircão(SAMITRI 1984).

Mais uma vez, no entanto, os metalotectos potenciais,representados por conglomerados e arenitos conglomerá-ticos fluviais, tendem a possuir dimensões reduzidas epouco contínuas. Pode-se especular a existência de depósi-tos individuais de muito pequeno porte, com teores médiosoil eventualmente altos (volumes a partir de 10.000 m3 eteores de até 14 kg de monazita-(Ce)/m3). Estes depósitosestariam relacionados com níveis concentradores, de espes-sura métrica a submétrica, que poderiam possibilitar ocor-rências da ordem de centenas de toneladas de monazita-(Ce)contida.

Quadro 10 — Distribuição de minerais pesados na regiãocosteira de Iguape-Cananéia (segundo Tessler 1985)Chart 10 - Heavy mineral distribution in the Iguape-Cananéia coastalplain

Pelas características inerentes à natureza e à própria situ-ação geográfica das unidades consideradas, há uma série deoutros aspectos a serem levados em conta. Quanto a isto,verifica-se que a potencialidade da existência de depósitossedimentares detríticos continentais dos ETR se reveste, emprincípio, de caráter relativamente alternativo. De fato, emtermos mundiais a produção se mostra afeita a depósitosdetríticos concentrados em faixas costeiras. No Brasil, éesporádico o registro da exploração de áreas continentais.Mais ainda, neste caso nota-se a existência de aspectosimpeditivos à lavra, na forma do freqüente capeamentoestéril dos horizontes de interesse, e a densa ocupação des-sas áreas, característica extremada no caso da Bacia SãoPaulo. Por outro lado, trata-se de faixa intensamenteexplotada para argila e, principalmente, areia para constru-ção civil, o que abre perspectiva para aproveitamento damonazita-(Ce) como sub-produto de empreendimentos mi-neiros já instalados. Além disto, a constatação da associaçãoIRZM com minerais industriais (turmalina, estaurolita ecianita), pelo menos nas áreas amostradas em Mogi dasCruzes e São José dos Campos, abre perspectivas paraexplotação destes minerais como sub-produtos das lavraslocais.

Especificamente quanto ao ítrio, o potencial estadualparece bem mais restrito. Pela própria natureza da minera-lização de xenotímio-(Y), seu principal mineral-minério, epelos dados disponíveis quanto aos pesados no registrosedimentar costeiro e continental, pode ser esperado que oelemento tenha seu significado econômico subordinado àexistência de mineralizações de cúpulas granitóides dasquais decorram depósitos secundários detríticos. Mesmonestes casos, aquele mineral seria recuperado como co-produto ou sub-produto da lavra de conteúdos de cassiterita,volframita e associados. Possibilidade talvez mais remotaadvém do virtual beneficiamento de conteúdos elevados deítrio existentes em depósitos de monazita-(Ce). Note-se,quanto a isto, que o conteúdo monazítico amostrado emEugênio de Melo parece ser o principal responsável peloteor de 1% de Y2O3 dosado naquele material.

CONSIDERAÇÕES FINAIS No Brasil, muito embo-ra repetido o quadro mundial relativo à distribuição dasreservas conhecidas dos ETR, toda a produção decorre daexplotação de pláceres de pequeno a médio porte instaladosna faixa costeira, principalmente no trecho litorâneo que vaido Rio de Janeiro ao sul da Bahia. Os grandes depósitos,associados a alcalinas (i.e. Catalão, Araxá, Poços de Cal-das), permanecem como reservas técnicas dependentes dodesenvolvimento de processos economicamente viáveis debeneficiamento do conteúdo de ETR.

Quanto ao Estado de São Paulo, embora o cenáriogeológico esteja erguido sobre terrenos compatíveis coma existência dos principais metalotectos mundiais dosETR, o potencial para estes bens minerais pode ser apontadocomo relativamente baixo. A alteração deste quadro podese dar pela descoberta de mineralizações associadas acorpos periféricos aos complexos alcalinos conhecidos, ou

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Revista Brasileira de Geociências, Volume 24,1994 221

mesmo a novos corpos desta natureza que venham a serdescobertos.

As áreas do Estado com maior potencial para os ETRenvolvem depósitos do tipo plácer, cujo significado é auxi-liado pelo domínio da técnica de beneficiamento e proces-samento da monazita-(Ce) detrítica. No entanto, a reduzidadimensão dos virtuais depósitos, aliada aos vários impedi-mentos ambientais e ocupacionais, surgem como fatores queprejudicam campanhas exploratórias e a instalação de em-preendimentos mineiros.

CONCLUSÕES No Estado de São Paulo, o poten-cial para recursos não descobertos dos ETR mostra-se maispropriamente restrito às faixas sedimentares litorâneas dosul paulista e às bacias de Taubaté e São Paulo, sempre paradepósitos do tipo plácer. Pelos dados disponíveis, mesmonestas situações, estes depósitos deverão ter necessariamen-te porte muito pequeno a pequeno.

Em particular, se considerada a extensão das seqüênciasareno-rudáceas do topo da Bacia de Taubaté (conglomeradobasal da Formação Pindamonhangaba), e repetindo-se oconteúdo de monazita-(Ce) detectado em ponto deste nívelestratigráfico, há a perspectiva de existência de diversos

pequenos depósitos nesta província que, em conjunto, pode-riam viabilizar sua lavra.

De qualquer modo, a economicidade dos virtuais depósi-tos tipo plácer dos ETR parece estar subordinada à possibili-dade do aproveitamento de bens minerais associados, pesa-dos ou não (i.e. ilmenita, rutilo, zircão ou materiais indus-triais e para construção civil), e pelo contorno de limitaçõesà explotação impostas por questões ambientais (principal-mente na zona costeira) ou de conflito com outras formas deuso e ocupação do solo, como a expansão urbana ou agricul-tura (caso típico das bacias de São Paulo e'Taubate).

Agradecimentos Os autores agradecem à Secretariade Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico doEstado de São Paulo (SCTDE)/Programa de Desenvolvi-mento de Recursos Minerais (PRÓ-MINÉRIO), pelo patro-cínio da pesquisa e permissão para utilização de dados; aoInstituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo(IPT), pelo apoio à elaboração do trabalho; aos geólogosFrancisco E. L. Lapido Loureiro, Jorge Silva Bettencourt eao Engenheiro de Minas Ayrton Sintoni, pelas sugestõesrecebidas.

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MANUSCRITO A820Recebido em 31 de agosto de 1994

Revisão do autor em 11 de novembro de 1995Revisão aceita em 18 de março de 1996