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Brasília, 20 de julho de 2015 às 08h57 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

Brasília, 20 de julho de 2015 às 08h57 Seleção de Notícias63804].pdf · da refinaria de alumina Alunorte e da fábrica de alu- ... mundo político ... lhor prova disto é a mudança

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Brasília, 20 de julho de 2015 às 08h57Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

cni.empauta.com

Valor Econômico | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Acordo eleva competitividade do alumínio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4EMPRESAS | STELLA FONTES | RENATO ROSTÁS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Cai 13% o volume de importados no 1º semestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5EMPRESAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Luiz Carlos Mendonça de Barros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Benefícios não chegarão ao consumidor brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8INTERNACIONAL | ASSIS MOREIRA

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Ação da UE contra país na OMC quer atingir também incentivos não listados na disputa . . . . . . 9BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Drawback de direito antidumping . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10LEGISLAÇÃO & TRIBUTOS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Acordo de US$ 1 tri na OMC zera tarifa sobre eletrônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12INTERNACIONAL | ASSIS MOREIRA

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Merkel diz que pode discutir dívida grega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Acordo eliminará tarifas de eletrônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16MERCADO | DE SÃO PAULO | TATIANA FREITAS

O Globo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Merkel admite alívio a Atenas, mas nega corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18ECONOMIA

Federações | FIESP

Estrutura de impostos revela disparidade entre os setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19ECONOMIA

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.4

Acordo eleva competitividade do alumínio EMPRESAS

Renato Rostás e Stella Fontes

De São Paulo

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A extensão deumregimetributário especial para a in-dústria do alumínio no Pará representa perdas em re-lação aos benefícios que as companhias possuíam nopassado, mas traz segurança para a manutenção dosinvestimentos e é um passo para reforçar acompetitividade frente à concorrência in-ternacional, segundo as produtoras do metal.

Na sexta-feira, o governo do Pará publicou no DiárioOficial do Estado a prorrogação por 15 anos do re-gime especial de tributação dos produtos dacadeia dealumínio para extração de bauxita em Paragominas,da refinaria de alumina Alunorte e da fábrica de alu-mínio da Albras. Como contrapartida, a Hydro secompromete a ampliar a capacidade de produção noEstado, inclusivecom retomada dos estudos para im-plantação da Companhia de Alumina do Pará (CAP).

Pelo novo acordo, Paragominas e Alunorte con-tinuarãoarecolhero imposto sobre diesel eóleo com-bustível, enquanto outras compras intraestaduaisterão o diferimento renovado por mais 15 anos. Já aAlbras recolherá ICMS sobre 50% da eletricidadecomprada, com a expectativa de que esse gasto sejacompensado pelo aumento das vendas de alumínioprimário no mercado interno.

A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) elogiouo acordo costurado com o governo do Estado, que é omais relevante na produção do alumínio primário nopaís. Uma das maiores reclamações da entidade, é ocusto da energia elétrica na região. "Com o ICMS[Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Ser-viços]cheio para acompra deenergianãoseria viável

aatividade", afirmaMilton Rego,presidentedaAbal.

Para que a fabricação seja rentável, o executivo lem-bra que a média internacional aponta para um custoentre US$ 35 e US$ 40 por megawatt-hora (MWh)nos principais países produtores. Mas no Brasil, comos contratos atuais de fornecimento, o valor fica maispróximo de US$ 100 o MWh.

De acordo com Alberto Fabrini, presidente da NorskHydro no Brasil, já era sabido que a extensão não in-cluiria a isenção total do ICMS para energia. Mesmoassim, o executivo classificou a decisão como "umasegurança para o futuro, para continuar com os in-vestimentos no Pará".

A empresa já aplicou cerca de R$ 8 bilhões no Estadoe para saber quanto mais vai alocar em recursos, pre-cisa fazer uma revisão de todas suas atividades."Nossos estudos são antigos, mas vamos atualiza-lose saber com o que lidar daqui para frente. A per-spectiva é que em 2018 já teremos clareza, mas tudovai depender das condições de mercado", revelou.

A Hydro, ao contrário de outras do setor como a Al-coa, decidiu segurar a produção. O Pará, e prin-cipalmente o grupo, responde por entre 60% e 90%da fabricação na ponta inicial da cadeia do metal noBrasil, segundo a Abal. Por isso não fechar um acor-do neste momento seria "desastroso", afirma o pre-sidente da associação.

Rego lembra que agora o Estado precisa dar passosadiante para que a competitividade das empresasnão seja mais espremida. A Abal pede investimentosem infraestrutura, especialmente em ferrovias e noporto, e criação de valor com a cadeia verticalizadaque o governo, como demonstrado no acordo, pre-tende manter.

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.5

Cai 13% o volume de importados no 1º semestre EMPRESAS

Produtos químicos

Stella Fontes

De São Paulo

As importações de produtos químicos totalizaramUS$ 3,7 bilhões em junho, com alta de 0,2% na com-paração anual e de 15,1% frente ao valor apurado emmaio, de acordo com o Relatório de Estatísticas deComércio Exterior (Rece) da Associação Brasileirada Indústria Química (Abiquim). No primeiro se-mestre, as compras extemas de químicos somaramUS$ 18,9 bilhões, queda de 10,9%. Em volume, a re-tração foi de 13,3%, para 15,7 milhões de toneladas.Com US$ 2,7 bilhões em seis meses, os in-termediários para fertilizantes mantiveram-se comoos químicos mais importados, mesmo com queda de15,6%.

As exportações de químicos, por sua vez, tiveram nomês de junho queda de 0,8% em relação ao mesmomês do ano passado, totalizando US$ 1,2 bilhão, masaumento de 12,9% em relação a maio. No agregadodo primeiro semestre, as vendas externas somaram

US$ 6,3 bilhões, queda de 7,5% em relação ao pri-meiro semestre de 2014.

Com isso, o déficit acumulado da balança comercialda indústria química somou US$ 12,5 bilhões no pri-meiro semestre. Em 12 meses até junho, o saldo ne-gativo estava em US$ 29,1 bilhões, abaixo dos US$31,2 bilhões registrados no ano de 2014, "o que de-monstra claramente os impactos da retração daatividade econômica nacional nos primeiros mesesdo ano na balança comercial de produtos químicos",segundo a Abiquim.

Em nota, o presidente-executivo da entidade, Fer-nando Figueiredo, pondera que a redução das im-portações no primeiro semestre não se traduziu emganho de competitividade pela indústria nacional."São, na verdade, sinais de um cenário econômicobastantedelicado eda forte pressão cambial quemar-cou os primeiros meses do ano", afirmou Figueiredo."Esperamos queoPlanoNacionaldeExportações,re-centemente lançadopelo governo, fomentenovos ne-góciosecolaborenacontenção do aumentodo déficitem produtos químicos", acrescentou.

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Luiz Carlos Mendonça de Barros LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS

Luiz Carlos Mendonça de Barros

2016 : o ano que já começou

Iniciamos a segunda metade deste confuso ano de2015 sob o signo de tempos mais claros, tanto naeco-nomia como na política. Apesar das incertezas queainda cercam a evolução das investigações sobre acorrupção na Petrobrase seus desdobramentos nomundo político - alguns clarões já aparecem no ho-rizonte. E por esta razão, o número de analistas quecomeçam a traçar cenários menos nebulosos para2016 tem aumentado. Isto vale tanto para a políticacomo para a economia.

Gostaria de chamar a atenção do leitor do Valor paraum traço comum que acompanha estas previsões me-nos catastrofistas: elas são produzidas por pessoas demaior rodagem naestrada davida, nesta muitas vezescomplexamas deliciosa - sociedadequeéabrasileira.Ou em outras palavras, os mais jovens, e com menos

vida ativa nos eventos históricos do passado recente,têm encontrado muita dificuldade para entender oque vem ocorrendo no Brasil.

Esta dificuldade de separar os acontecimentos, quesão apenasruídos, dos fatos que nos conduzem ao fu-turo tem uma razão simples: o vácuo que estamos vi-vendo na política ocorreu apenas três vezes em nossahistória republicana: no final da ditadura Vargas em1945, no governo Figueiredo e, agora, no ocaso dochamado lulopetismo. Vamos por partes para ex-plicar ao leitor como este analista enxerga o futuro,considerado como tal o pós-govemo Dilma Rous-seff.

Na economia fica cada vez mais claro que vivemosum período marcado pelo fim da bolha de consumocriada pelo boom de commodities e do real forte noperíodo 2004/2012. E vivemos no Brasil um modeloclássico das mudanças na economia que ocorremquando uma bolha de consumo é rompida por razõesextemas a ela. Fica hoje mais fácil acompanhar estefenômeno pois as lições que podemos tirar do queocorreu nos Estados Unidos em 2008 são recentes ericas.

Observamos a mesma queda vertiginosa da demandaprivada sob o impacto das mudanças bruscas das ex-pectativas dos consumidores eda reaçãoviolenta dosempresários. Esta queda no vácuo cria uma sensaçãode que o chamado fundo do poço nunca será atingido,auto-alimentando o recuo do investimento e do con-sumo. Como sempre acontece nestes momentos, amídia na sua missão de informar os fatos do dia a dia,acaba reforçando a insegurança de todos. Este é oscript tradicional de todas as bolhas e o Brasil de Dil-ma Rousseff não está inovando neste campo.

Uma nova liderança começa a se formar e a melhorprova disto é a mudança de projeto de poder do PM-DB

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.7

Continuação: Luiz Carlos Mendonça de Barros

Coloquei anexo um gráfico do ocorrido nos EstadosUnidos entre 2008 e 2010 com as vendas de au-tomóveis, para servir como indicador ao leitor. Masesse mesmo gráfico mostra o que acontece quando ascausas primárias da criação desta bolha de-saparecem, o pânico diminui de intensidade e as for-ças naturais das economias de mercado começam afuncionar novamente. Osnúmerosdo mercadodeau-tomóveis americano mostram a fase de recuperaçãoem V a partir de 2010. Vejam também que esta re-cuperação ocorreu em outros momentos de bolhas deconsumo na história daquele país.

É o que deve acontecer no Brasil em algum momentona parte final de 2016, se a política econômica atualfor mantida. E quais serão estas forças de mercadoque vão criar as condições para uma recuperação nasegunda metade de 2016? Redução das pressões nomercado de trabalho, queda na inflação provocandoaumento estrutural do salário real, mudança na po-lítica monetária, forte redução dos custos em dólaresno setor industrial em função do real fraco, melhorasubstancial do déficit de nossas contas extemas e,principalmente, fim do pânico criado pela queda novazio do consumo.

O pontoem aberto nesta recuperação cíclica é ainda ainclinação da curva em V, pois, diferentemente dosEstados Unidos, vivemos no Brasil hoje a ruptura deuma outra bolha especulativa - esta de natureza po-lítica - criada pelo fim da hegemonia de Lula e do PT.Se o ambiente institucional se acalmar e ficar evi-dente o cenário de uma hegemonia mais racional em

relação à economia, o espírito animal dos em-presários deve voltar e estimular os investimentos.

Na política temos hoje um quase consenso de que operíodo de Lula e do PT chegou - como todo períodolongo de hegemonia política - a um amargo fim. Ahistória - no Brasil eem outros países - nos ensina queem seguida ao ocaso de uma força política, comoacontece agora, segue-se um período de vazio de li-derança e de falta de clareza em relação ao futuro.Mas também nos ensina o passado que este períododurapoucoequeuma novaconfiguração de liderançacomeça a se formar. Esta fase já está em curso e me-lhor prova disto é a mudança de projeto de poder domaior partido brasileiro, o PMDB.

Os traços definitivos destas mudanças ainda estãosendo construídos e apenas quando se chegar a umamassa crítica de poder é que a transição do governoDilma para um outro será definida. Ouvi de uma ana-lista que respeito que isto se dará quando a incertezada operação Lava Jato, em relação ao rol de culpados,diminuir.Mas ela acredita queo desenhoda transiçãovai ocorrer antes das eleições municipais do pró-ximo ano. Isto também faz sentido para mim.

Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e eco-nomista, é diretor-estrategista da Quest In-vestimentos. Foi presidente do BNDES e ministrodas Comunicações. Escreve mensalmente às se-gundas.

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Benefícios não chegarão ao consumidor brasileiro INTERNACIONAL

De Genebra

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Com o Acordo de Tecnologia de Informação (I-TA-2), ganham as empresas, quereduzemo valor dastransações porque não terão mais de pagar impostode importação, como também o consumidor, que de-ve pagar menos pelos produtos - mas não todos.

O chamado ITA-2 exige que os participantes eli-minem as tarifas de importação com base na cláu-sula da "Nação Mais Favorecida (NMF)", que prevêque a liberalização de seus mercados deve valer paratodos os 162 países-membros da OMC.

Significa que o Brasil, que não faz parte do acordo, seexportar alguma mercadoria incluída na lista, paraqualquer umdos paísesparticipantes,entrarácom alí-quota zero. No entanto, de seu lado, o Brasil con-tinuará a impor as tarifa de importação sobre os

produtos da mesma lista que entrarem no mercadobrasileiro. O país é o chamado "free-rider", que nãofaz nenhuma concessão comercial, mas se aproveitadas reduções tarifárias ou concessões feitas por ou-tras nações em negociações com base na NMF.

O Brasil, ficando de fora, chama atenção para doispontos. Primeiro, o consumidor brasileiro não se be-neficia econtinuará pagando caro por eletrônicos im-portados.

Segundo, o potencial ganho de pegar carona com osoutros na verdade ilustra a ineficiência do país numsetor de alto valor agregado.

As grandes nações deixam o Brasil se beneficiar por-que o país na prática tem poucos produtos de TI paraexportar, e seu peso é menor. Os países que estão noacordo chegam a representar mais de 90% do co-mércio mundial dos produtos listados (incluindoTaiwan). (Assis Moreira)

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Ação da UE contra país na OMC quer atingirtambém incentivos não listados na disputa

BRASIL

Assis Moreira

De Genebra

A União Europeia (UE) indicou na OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC )que espera que tam-bém programas da política industrial do Brasil nãocontestados na disputa atual sejam atingidos poreventual condenação brasileira pelos juízes da en-tidade global.

No centro do contenciosoatual, os europeuscolocamo Inovar-Auto, além da lei de informática, programade automação e lei de inclusão digital, por exemplo,no mais abrangente questionamento da política in-dustrial brasileira.

A UE observou na OMC que, embora tenha decididonão incluirna sua queixa vários incentivosusados pe-lo Brasil em outros setores com exigências similaresde conteúdo local, que são proibidas pelas regras, is-so nãosignificaqueos programas queficaram deforasão isolados. Na verdade, diz que isso faz parte damaneira como o Brasil desenvolve sua política in-dustrial.

Bruxelas ressalvou que não está pedindo para os juí-zes decidirem sobre nenhum incentivo não listado naqueixa atual, mas considera que "uma clara decisãopelo painel, dequeprogramas similaresaos queestãosendo examinados na disputa entram em conflito .com as obrigações relevantes sob os acordos (daOMC], poderia contribuir para evitar novas disputasidênticas em futuro próximo".

Fontes de Bruxelas disseram ao Valor que isso de-veria incluirvantagens para bens produzidosnaZonaFranca de Manaus e pelos programas Repes e Re-

porto. O Repes dá vantagem fiscal a companhias quedesenvolvem software ou fornecem serviços de tec-nologia da informação para exportação. O Reportodáajuda para empresas operando em instalações por-tuárias.

Quando a UE começou a questionar a política in-dustrial brasileira em comitês técnicos da OMC, umdos alvos foi o que chamava de "vantagens dis-criminatórias", como a isenção da taxa de IPI sobrebens manufaturados nas zonas de livre comércio, nãosó de Manaus, como também de Tabatinga, Gua-jará-Mirim, Boa Vista e Bonfim, Macapá e Santana,Brasileia e Cruzeiro do Sul.

Foi preciso uma intervenção mais incisiva da pre-sidente Dilma Rousseff em Bruxelas para a UE acei-tar tirar a Zona Franca de seu alvo na atual disputa naOMC, inclusivepelo aspecto dedesenvolvimento re-gional do programa.

Quanto ao Reporto, foi incluído em certo momentoentre os programas citados por Bruxelas pelo qual oBrasil suspende a cobrança de PIS-Pasep, Cofins,PIS-Pasep Importação e Cofins-Importação paracompanhias "predominantemente exportadoras", ouseja, quê obtiveram pelo menos 50% do faturamentovendendo ao exterior no ano precedente. Bruxelasalega que trata-se de programa de subsídios con-dicionado a desempenho exportador, e por isso ile-gal.

Os europeus sabem que a decisão dos juízes da OMCserá unicamente sobre os programas listados no con-tencioso atual. Mas não mencionar os que ficaram defora, e o risco de disputas futuras, procura elevar apressão para o Brasil fazer uma reforma ampla na po-lítica de incentivos, se condenado. '

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.10

Drawback de direito antidumping LEGISLAÇÃO & TRIBUTOS

Opinião Jurídica

Luiz Eduardo Salles

O recém-anunciado PlanoNacionaldeExportaçõeséresultado de um ainda inadequado equilíbrio entre oreconhecimento moral da importância em im-pulsionar as vendas externas brasileiras e a tra-dicional incapacidade de nossos Estado e sociedadepromoverem a inserção comercial do Brasil no mun-do. Há muitas medidas positivas previstas no plano,mas continua imperativo buscar pequenas ideias quepermitam melhorar a nossa capacidade de exportar apreços compatíveis com padrões internacionais. Issoé possível e salutar, inclusive porque, conforme afir-mado pelo ministro Armando Monteiro no lan-çamento, o plano é um "processo que tem de serconstantemente aperfeiçoado."

A inclusão dedireitos antidumping ecompensatóriosentre os encargos elegíveis aobenefício dedrawbacké um fruto maduro e de fácil alcance, ainda não co-lhido pelos planejadores do comércio exterior bra-sileiro. Direitos antidumping e compensatórios sãoencargos adicionais na importação, aplicados paraproteger um setor da concorrência de importações apreços de dumping, ou subsidiadas. Logo, indústriasusuárias de produtos importados como ma-térias-primas ou insumos que passam a se sujeitar adireitos antidumping e compensatórios enfrentamaumentos de custos. Como o Brasil tem se socorridofrequentemente da defesa comercial, muitas de nos-sas indústrias sofrem esse tipo de aumento de custo,perdendo ainda mais competitividade nas ex-portações.

Vários países já adotam versões da política aqui su-gerida. A índia, que, ao lado do Brasil, figura entre osmaiores usuários de instrumentos de defesa co-mercial, já inclui,pelo menosdesde1995, direitos an-tidumping entre os encargos elegíveis ao regime de

drawback. Inglaterra e Austrália também o fazem hávários anos. A racionalidade anunciada da jus-tificativa australiana para adotar a medida é ines-capável: a política industrial deve garantir aexportadores o benefício de preços de ma-térias-primas em padrões internacionais evitandoperder mercados devido à aplicação de medidas dedefesa comercial.

Desonerar as compras de matérias-primas e insumosimportados do pagamento de medidas de defesa co-mercial em casos de consumo ou utilização para ex-portação seria uma medida relativamente simples ede fácil execução. Juridicamente, a principal al-teração necessária se daria nos instrumentosinfralegais referentes ao mecanismo de drawback,para incluir direitos antidumping e compensatóriosno rol de encargos elegíveis ao benefício. O AcordoGeral de Tarifas e Comércio e o Acordo sobre Sub-sídios e Medidas Compensatórias, ambos daOrganização Mundial do Comércio, já permitemregimes de drawback em relação a direitos cobradossobre importações.

A medida aqui sugerida promovería eficiência ad-ministrativaesegurança jurídica, com benefíciossig-nificativos para exportadores e para o ambiente docomércio exterior.O governodeixaria de ter queana-lisar a situação do impacto da defesa comercial sobreas exportações brasileiras em processos de interessepúblico caso a caso, o que demanda tempo e recursospreciosos.Quantoaos exportadores brasileiros, já sa-beríam de antemão que os instrumentos de defesa co-mercial seriam neutros em relação a matérias-primase insumos adquiridos do exterior, nos casos de ex-portação de bens à jusante. Assim, poderíam planejarseus negócios de forma mais tranquila, a despeito deeventual hiperatividade em defesa comercial.

Em contrapartida, as indústrias demandantes de di-reitos antidumping ou compensatórios teriam re-

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.11

Continuação: Drawback de direito antidumping

lativamente pouco a perder. Afinal, o mercado paraconsumo dos produtos produzidos por demandantesem defesa comercial simplesmente inexiste quando aproteção comercial em questão retira acompetitividade da indústria à jusante. Além disso,a existência de uma regra do jogo compartilhada portodos, por si só, evitaria sujeitar os demandantes dedefesa comercial a discussões, caso a caso, sobre oimpacto de medidas de defesa comercial sobre ex-portações, nos processos de avaliação de interessepúblico.

Finalmente, a medida aqui sugerida teria impacto or-çamentário negligenciável. Isso porque, com a apli-cação direitos antidumping e compensatórios sobrematérias-primas e insumos, a tendência é que elesdeixem de ser importados, deixando também de exis-tira arrecadação correspondente à importação. E, nafalta de competitividade para exportar, tampouco aprodução local aumenta.

Em conclusão, a inclusão de direitos antidumping ecompensatórios na lista de encargos sobre a im-portação elegíveis ao benefício de drawback é uma

candidata boa, barata e com baixa tendência à re-jeição para figurar no Plano Nacional de Ex-portações.

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A inclusão dedireitos antidumping entre os encargoselegíveis ao benefício de drawback é um fruto ma-duro e de fácil alcance

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Luiz Eduardo Salles é sócio de Azevedo? Sette Ad-vogados, PhD em direito internacional pelo Gra-duate Institute of International and DevelopmentStudies, em Genebra Este artigo reflete as opiniõesdo autor, e não do jornal Valor Econômico.

O jornal não se responsabiliza e nem pode ser res-ponsabilizado pelas informações acima ou por pre-juízos de qualquer natureza em decorrência do usodessas informações

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Acordo de US$ 1 tri na OMC zera tarifa sobreeletrônicos

INTERNACIONAL

Comércio: Brasil, porém, não faz parte do grupo quecortará alíquotas

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Assis Moreira

De Genebra

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Um grupo de54 países,do qual o Brasil nãoparticipa,fechou um mega-acordo preliminar para acabar comtarifas sobre 201 produtos eletrônicos ede tecnologiada informação, no primeiro entendimento desse tipoem 17 anos na Organização Mundial do Comércio(OMC ).

As linhas tarifárias cobertas pelo compromisso, querepresentam comércio internacional de US$ 1 tri-lhão, equivalem a todo o comércio do setor au-tomotivo mundial e três vezes mais o do setor têxtil.

Para o diretor-geral da Organização Mundial doComércio (OMC ),Roberto Azevêdo, o acordo é es-pecialmente importante por resultar na primeira re-dução tarifária acertada em quase duas décadas naentidade global. Os governos precisam confirmar alista acertada até sexta-feira aomeio-dia deGenebra.

A negociação visa expandir o atual Acordo de Tec-nologia da Informação (ITA, na sigla em inglês),uma iniciativa plurilateral (participa o país que qui-ser), acertada em 199G, três anos depois do apa-recimento do e-mail, que eliminou alíquotas de 203produtos como PCs, laptops, dispositivos móveis,monitores.

Agora os países participantes barganharam a in-

clusão de mais 201 produtos na lista, muitos dosquais sequer existiam há 18 anos. Foram acres-centados semicondutores de última geração, so-fisticados dispositivos médicos, novos produtosaudiovisuais (monitores, partes de TV, DVD player-s), dispositivos de GPS, console de jogos,autofalantes, equipamentos de testes etc.

Uma primeira tentativa de acordo fracassou em de-zembro de 2014 por causa de confronto entre a Chinae a Coréia do Sul envolvendo o fim de alíquota paratela plana (LCD). Desde então, o diretor da OMC,que normalmente não se envolve em negociação plu-rilateral, foichamadopara tentararrancarumacordo.

O Valor apurou que a negociação desta vez estava denovo na rota do fiasco por causa de uma pendênciaentre a União Européia e a China. A UE insistia quenão dava para incluir rádio digital para carros na listade eliminação tarifária, porque alguns países pe-quenos europeus ainda o produzem e sua inclusãocausariaproblemapolítico. Mas aChina, grande pro-dutor, queria de toda maneira o fim da alíquota. A ne-gociação caminhava para o colapso no sábado àtarde.

FoiquandoAzevêdo chamou todoseavisouquese re-cusava a acabar a negociação daquela maneira "i-nacreditável". Comparou o que estava acontecendo aalguém que vai a uma loja comprar um Rolls Royce efica discutindo com o vendedor que só paga se umdos carros mais caros do mundo vier com o tanquecheio de gasolina.

Azevêdo pediu tempo para se encontrar uma so-lução. A reunião foi interrompida por duas horas. Eu-ropeus, chineses e americanos passaram a consultaros ministros nas capitais. A solução foi dada pelosEUA, que tinham uma grande delegação de em-

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Continuação: Acordo de US$ 1 tri na OMC zera tarifa sobre eletrônicos

presas de tecnologia (como Texas Instruments, Mi-crosoft, Intel, Hewlett-Packard) presentes emGenebra. Para compensar os chineses por não con-seguir o que queriam com os europeus, Washingtonaceitou a retirada da lista de alguns equipamentosmédicos, que Pequim considerava sensíveis para suaindústria se fossem liberalizados.

Antes disso, a Coréia do Sul conseguiu a inclusão delentes nalista, para compensar aexclusão detelas LC-D. A China manteve sua posição de deixar telas LCDde fora, porque quer impulsionar sua própria in-dústria e tampouco pretende abrir mão da receita ge-rada pela tarifa de importação.

No fim, foi a vez de Taiwan anunciar que não entrariano acordo por causa da ausência de telas LCD e demáquinas-ferramentas. Para o pacote entrar em vigorem julho de 2016, é necessária a participação de 90%dos produtores das mercadorias cobertas pelas ne-gociações, algo complicado se Taiwan, quinto pro-

dutor mundial de eletrônicos, mantiver sua rejeição.

No entanto, certos negociadores acham difícilTaiwan manter sua oposição. O país já não tem mui-tos amigos na cena internacional. Sua recusa teria re-percussões negativas nas relações bilaterais com osEUA e a Europa. A expectativa é que os taiwanesesentrem nos eixos até a conferência ministerial daOMC em dezembro, em Nairóbi (Quênia).

No fim da tarde do sábado, havia comemoração noscírculos diplomáticos em Genebra. A UE divulgoucomunicado reconhecendo explicitamente a me-diação de Azevêdo. Ministros telefonaram também.Quando Azevêdo dizia que as coisas boas vêm emgrupo de três - a primeira sendo o acordo, a segunda aexpectativa de sua confirmação na sexta-feira -, o te-lefone tocou com sua esposa informando-lhe que eleseria avô mais uma vez.

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

cni.empauta.com pg.14

Merkel diz que pode discutir dívida grega ECONOMIA

Líder alemã admitiu que é possível alterar ven-cimentos e reduzir juros do empréstimo

REUTERS

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ontem queseria possível falar sobre alterar os vencimentos e re-duzir os juros da dívida da Grécia após a primeira re-visão bem-sucedida do novo pacote de resgate queserá negociado.

"Já foi dado um alívio à Grécia. Tivemos uma re-dução dadívida voluntária por parte dos credores pri-vados e então estendemos os prazos e reduzimos osjuros", disse Merkel em entrevista à emissora alemãARD.

"E agora podemos falar sobre essas possibilidades denovo, uma vez que a primeira revisão bem-sucedidado programa a ser negociado for concluída, em se-guida exatamente esta questão será discutida Nãoagora, mas depois", disse ela.

Os bancos gregos estão prontos para reabrirem suasagências em todo o país hoje, após três semanas fe-chados, disseram autoridades, enquanto a chanceleralemã pediu que as negociações para um resgate do

país sejam rápidas, para que Atenas possa suspenderos limites a saques bancários impostos à população.

A reabertura cautelosa dos bancos e o aumento a par-tir de hoje do imposto sobre valor agregado in-cidente nas refeições em restaurantes e no transportepúblico visam a restaurar a confiança dentro e fora daGrécia, após um acordo de ajuda em troca de re-formas na semana passada ter evitado a falência dopaís.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, está ten-tando virar a página após ter aceitado com relutâncianegociar os termos de um terceiro resgate, per-mitindo que o Banco Central Europeu forneça linhasde crédito aos bancos, mas gerando uma rebelião emseu partido de esquerda, o Syriza.

"Os controles de capital e restrições de saques serãomantidos, mas estamos entrando em uma nova fase,que todos nós esperamos que seja de normalidade",disse o chefe da associação de bancos da Grécia,Louka Katseli, à emissora de TV Skai.

Os correntistas gregos poderão sacar EUR 420 porsemana de uma vez, em vez de EUR 60 por dia, masefetivamente o limite é o mesmo.

"Isso não é uma vida normal por isso temos que ne-gociar rapidamente", disse Merkel em entrevista àemissora pública alemã ARD. Berlim, o maior con-tribuinte para resgates da zona do euro, fará tudo oque puder para que as negociações sejam concluídascom sucesso, mas vai "negociar duro" para assegurarque Atenas cumpra os acordos, disse ela.

"Isso certamente não vai ser fácil, porque há coisasque temos discutido com todos os governos gregosdesde 2010 que nunca foram feitas, mas que foramfeitas em países como Portugal e Irlanda", disse ela.

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Continuação: Merkel diz que pode discutir dívida grega

A aceitação dos termos de resgate, que permitiu queos bancos possam reabrir, marcou uma reviravoltapara Tsipras depois de meses de negociações difíceise um referendo que rejeitou um acordo menos ri-goroso proposto pelos credores.

Ele demitiu rebeldes do partido na reforma do ga-binetenasexta-feira eestá buscandoumrápido iníciodas negociações sobre umacordo deresgate com par-ceiros europeus e o Fundo Monetário Internacional(FMI) antes das eleições, que devem ocorrer em se-tembro ou outubro, segundo o ministro do Interior,Nikos Voutsis.

Reabertura. No sábado, o governo divulgou um de-creto ordenando que os bancos abram suas portas ho-je, fechadas desde o dia 29 de junho para evitar ocolapso do sistema bancário, devido ao aumento dossaques por preocupaçõescom acrise dadívida grega.

Mas, enquanto as pesquisas deopinião sugerem queapopularidade do primeiro-ministro continua alta, nasruas de Atenas alguns estão céticos de que a rea-bertura dos bancos irá mudar muito o país atingidopela recessão e com uma taxa de desemprego de

25%.

"Os bancos abrirem não vai mudar nada para mim",disse Joanna Arvanitaki, 31 anos, funcionária de umhotel. "Eu nunca retirei EUR 60 euros por dia. EUR60 é o que eu tenho para as minhas despesas se-manais."

Autoridades da União Europeia esperam que o acor-do do resgate esteja em prática em meados de agosto,quando a Grécia precisa fazer novos pagamentos aoBanco Central Europeu a fim de redimir sua dívida.Um financiamento ponte de EUR 7,16 bilhões é su-ficiente para ajudar Atenas a atravessar julho, masnão agosto.

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Limite

EUR 420 por semana é quanto os gregos poderão sa-car por semana de suas contas bancárias

EUR 60 por dia era a cota anterior

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

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Acordo eliminará tarifas de eletrônicos MERCADO

Tratado da OMC tem 80 signatários e inclui cerca de200 produtos de tecnologia da informação; Brasil es-tá fora

Para associação de comércio exterior, ausência bra-sileira mostra isolamento do país; indústria defende

Oitenta países devem assinar no final desta semana aatualização de um acordo comercial para eliminartarifas de importação de mais de 200 produtos detecnologia, de videogames a semicondutores.

Trata-se da primeira grande negociação para corte detarifas na OMC (Organização Mundial do Co-mércio) em 18 anos. O Brasil está fora do tratado in-ternacional de tecnologia da informação (ITA).

Entre os signatários, que representam 97% do co-mércio mundial de produtos de tecnologia da in-formação, estão Estados Unidos, China, Coreia doSul e União Europeia.

No sábado (18), os EUA fizeram algumas con-cessões à China que impediam um acordo. A ex-

tensão do tratado é discutida há anos. A negociaçãocom aChina havia sido suspensa em 2013, masfoi re-tomada em novembro.

"Estamos muito otimistas de que chegaremos a umacordo bem-sucedido no final da próxima semana.Temos a base para um acordo", disse o diretor-geralda OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, via Twitter,no sábado.

O comércio mundial de produtos de tecnologia da in-formaçãomovimenta cercadeUS$4 trilhões por ano.Com a atualização do acordo, cerca de US$ 1 trilhãoem tarifas seriam eliminados.

BRASIL ISOLADO

O presidente da AEB (Associação de Comércio Ex-terior do Brasil), José Augusto de Castro, diz que aausência do Brasil em um acordo que envolve 80 na-ções, num setor com alto potencial de crescimentonas transações, reforça o isolamento do país nocomércio internacional.

"Ou nos integramos ao mundo ou o Brasil ficará cadavez mais à parte", afirmou.

Segundo ele, o país não pode pensar apenas na pro-teção de sua indústria, que já tem na taxa de câmbioatual uma barreira à invasão de importados, e deveconsiderar que o isolamento comercial também afetaa competitividade de outros setores.

Já o presidente da Abinee (Associação Brasileira daIndústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato,defende a posição brasileira. "Nunca quisemos par-

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Folha de S. Paulo

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Continuação: Acordo eliminará tarifas de eletrônicos

ticipar do ITA. Se isso acontecesse, praticamentenão teríamosmais indústria eletroeletrônica no país",diz ele, ao destacar os baixos preços dos itens chi-neses, os altos custos de produção no Brasil e o câm-bio valorizado dos últimos anos.

TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO

20 de julho de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Globo

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Merkel admite alívio a Atenas, mas nega corte ECONOMIA

Na véspera da reabertura dos bancos gregos, chan-celer diz que 'negociará duro' por acordo

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ontem es-tar disposta a aceitar eventuais novos alívios fi-nanceiros a Atenas, como alterar os vencimentos ereduzir os juros da dívida grega, mas somente após aprimeira avaliação do novo programa de ajuda fi-nanceira, que está para ser negociado. Em entrevistaà televisão públicaalemã ARD,a líder alemã reiterousua oposição a um corte da dívida grega, afirmandoque esta prática não deve ocorrer "na união mo-netária"

- Não deve haver um corte no sentido clássico dentroda união monetária, ou seja, a redução de 30% a 40%da dívida - ressaltou. - lá foi dado um alívio à Grécia.Tivemos uma redução da dívida voluntária por partedos credores privados e, então, estendemos os prazose reduzimos os juros.

À frente do governo alemão, o maior contribuintedos resgates, Merkel disse quefará o possívelpara le-var as negociações a uma conclusão bem sucedida,mas "negociará duro" para assegurar que Atenascumpra os acordos.

- Isso certamente não será fácil, porque há coisas quetemos discutido com todos os governos gregos desde

2010 que nunca foram implantadas, mas que outrospaíses também em situação econômica difícil, comoPortugal e Irlanda, fizeram - explicou.

GRÉCIA DEVE SER ÁGIL, DIZ CHANCELER

A chanceler afirmou ainda que o governo de AlexisTsipras terá de agir rapidamente sobre os termos dequalquer novo resgate para quepossa suspender os li-mites a saques bancários. Os bancos gregos reabremhoje pela primeira vez em três semanas, com limitesde EUR 420 por semana, por pessoa.

A reabertura cautelosa dos bancoseoaumentodo im-posto de valor agregado sobre refeições servidas porrestaurantes e transportes públicos, também previstopara hoje, destinam-se a restaurar a confiança dentroe fora da Grécia depois do acordo firmado na semanapassada.

Merkel também deu por encerrada a polêmica em to-modeuma possível saída temporária daGrécia dazo-na do euro e descartou a demissão de seu ministro dasFinanças, Wolfgang Schäuble:

- A saída da Grécia da zona do euro esteve em pauta,masoptamos por outra solução. O queconta agora éoresultado das negociações.

20 de julho de 2015Federações | FIESP

O Globo

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Estrutura de impostos revela disparidade entre ossetores ECONOMIA

Estudo mostra que indústria automobilística é líderem proteção efetiva

Lucianne Carneiro [email protected] r

A estrutura dos impostos de importação no Brasil re-vela disparidades entre os diferentes setores. Quandose considera o grau de proteção efetiva - cálculo feitoa partir das tarifas de importação sobre um bem fi-nal e também sobre os insumos necessários para aprodução desse item -, há uma elevada proteção adois segmentos em particular: automóveis (127,2%)e caminhões e ônibus (132,7%), para uma média de26,3%. Do outro lado, hásetorescom baixa proteção,como em extração mineral, vegetal, da agricultura eda pesca e bens intermediários.

O quadro está presente no estudo "A estrutura re-cente de proteção nominal e efetiva no Brasil", feitopelo Grupo de Indústria e Competitividade do Ins-tituto de Economia da UFRJ, a pedido da Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp )e doInstituto de Estudos para o Desenvolvimento In-dustrial (Iedi).

O trabalho aponta que, em 2014, o grau de proteção

efetiva médiadaeconomia brasileira era de26,3%. Ataxa se mantém em torno de 25% nos últimos 15anos. A média, no entanto, esconde situações muitodistantes. No caso de automóveis, camionetas e uti-litários, a taxa era de 127,2%. Em caminhões e ôni-bus, a proteção efetiva era de 132,7%. Em minério deferro, por exemplo, essa taxa é de 1,6%. No caso deagricultura, silvicultura e exploração florestal, o graué de 3,9%.

- Nossaproteçãonominaleefetiva tem se mantidoes-tável, de forma agregada, desde a reforma tarifária de1991. Só que por um lado há setores muito pro-tegidos, e por outro há bens intermediários com ta-rifas muito próximas dos bens finais. Isso encarece aprodução de bens finais e reduz a proteção - explica aprofessora do Grupo deIndústria eCompetitividadee coordenadora do estudo, Marta Reis Castilho.

FALTA DE POLÍTICA INDUSTRIAL

Na avaliaçãodo economista-chefe do (Iedi), RogérioCésar de Souza, a estrutura tributária "é uma colchade retalhos" Segundo ele, as mudanças feitas nos úl-timos anos criaram muitas exceções e não foram usa-das para a criação

Proteção. Funcionário trabalha na fábrica da GM noABC Paulista. Proteção da indústria automobilísticaé bem superior à média de uma política industrial:

- Há muitas disparidades, que geram muitas dis-torções e reforçam uma estrutura de produção de in-sumos básicos.

É essa falta de política industrial, de acordo comSouza, que pode ajudar a explicar um grau de pro-teção efetiva que ele admite ser alto.

20 de julho de 2015Federações | FIESP

O Globo

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Continuação: Estrutura de impostos revela disparidade entre os setores

- Minhaimpressão équeaproteçãoefetiva no Brasil éalta.Quando se olha a tarifanominal, estudos do Ban-co Mundial já apontaram que o Brasil se destaca, jun-to com países africanos - afirma o economista EdmarBacha, um dos formuladores dos planos Cruzado eReal e que, em 2013, sugeriu a criação de "um planoReal para a indústria", com abertura do mercado.

Mais do queapenas o nível deproteçãoefetiva eadis-paridadeentre os setores,Bacha condena os elevadosimpostos de importação exatamente para o setor au-tomobilístico:

- Na verdade, protege-se a ineficiência de um setorque só consegue exportar para a Argentina. A in-dústria automobilística é totalmente protegida, vol-tada para o mercado interno e com preços altos.

Procurada, a Associação Nacional dos Fabricantesde Veículos Automotores (Anfavea) informou quenãotinha porta-voz disponível no fim desemana paracomentar os impostos da indústria automobilística.

REVISÃO DE TARIFAS DE IMPORTAÇÃO

Diante do retrato traçado no estudo, Marta Reis Cas-tilho e Rogério César de Souza defendem uma rea-valiação da estrutura dos impostos de importação nopaís.

- Mais do que uma redução, precisamos de uma ra-cionalização da estrutura tributária. As distorçõesprecisamser corrigidas, masnãose podeperder apro-teção às importações como instrumento de política

industrial - afirma Marta.

Para Souza, o documento deve ser usado como ele-mento para discussão danecessidadedeuma políticaindustrial de longo prazo e não apenas de medidaspontuais. Ele admite que é preciso "repensar muitasdas proteções" mas alerta que uma abertura ex-cessiva do mercado pode destruir parte da indústria.

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Números

26,3%

É o grau de proteção efetiva no país, indicador cal-culado a partir das tarifas de importação sobre umbem e sobre os insumos usados em sua produção

127,2 %

É a taxa para o setor de automóveis, camionetas e uti-litários

132,7 %

É a proteção para caminhões e ônibus

40,3%

É a taxa de têxteis

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Índice remissivo de assuntosTemas de Interesse | Seção Economia -mídia nacional4, 5, 14, 16, 18, 19

Temas de Interesse | Reforma Tri-butária4, 14

Temas de Interesse | Competitividade4, 5, 10, 16, 19

Temas de Interesse | Comércio In-ternacional6, 8, 9, 10, 12, 16, 19

Temas de Interesse | Indústria9, 10, 19

Federações | FIESP19