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O espaço temporal enfatizado, 1875-1914, de acordo coma Era dos Impérios pode ter este título não somente por introduzir um novo formato de imperialismo, mas igualmente deter um número considerável de governantes que se consideravam imperadores de fato ou simplesmente merecedores desta condição. Curiosidades a parte, Hobsbawm adentra nas questões mais relevantes, objetivando vislumbrar as reais motivações que conduziram um grupo de países europeus (juntamente com EUA e Japão, ainda que em proporções mais modestas) a impor sua supremacia bélica e econômica retalhando o globo em divisões por áreas de influência, submetendo os mais diferentes povos e localidades as suas aspirações. Primeiramente, o texto registra o que especificamente constituiu a divisão implementada por este conjunto de certa forma restrito de países europeus e seus “discípulos” oriental e norte-americano. No período acima mencionado, o mundo, com exceção da América e do próprio continente europeu, fora dividido por Inglaterra, França, e em segunda escala, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e Japão. Estes efetivaram uma nova forma de dominação, sobretudo sobre as extensões de impérios decadentes como no caso do espanhol e o português, apesar deste último ter mantido algumas extensões consideráveis devido à impossibilidade de acordo entre as potências de como proceder na respectiva partilha.

Bruno Resenha de HOBSBAWM

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O espaço temporal enfatizado, 1875-1914, de acordo coma Era dos Impérios

pode ter este título não somente por introduzir um novo formato de

imperialismo, mas igualmente deter um número considerável de governantes

que se consideravam imperadores de fato ou simplesmente merecedores desta

condição.

Curiosidades a parte, Hobsbawm adentra nas questões mais relevantes,

objetivando vislumbrar as reais motivações que conduziram um grupo de

países europeus (juntamente com EUA e Japão, ainda que em proporções

mais modestas) a impor sua supremacia bélica e econômica retalhando o globo

em divisões por áreas de influência, submetendo os mais diferentes povos e

localidades as suas aspirações.

Primeiramente, o texto registra o que especificamente constituiu a divisão

implementada por este conjunto de certa forma restrito de países europeus e

seus “discípulos” oriental e norte-americano. No período acima mencionado, o

mundo, com exceção da América e do próprio continente europeu, fora dividido

por Inglaterra, França, e em segunda escala, Alemanha, Itália, Holanda,

Bélgica, EUA e Japão. Estes efetivaram uma nova forma de dominação,

sobretudo sobre as extensões de impérios decadentes como no caso do

espanhol e o português, apesar deste último ter mantido algumas extensões

consideráveis devido à impossibilidade de acordo entre as potências de como

proceder na respectiva partilha.

A dominação construída variava de região a região, os continentes Africano,

Asiático e Americano protagonizaram distintas formas de dependência.

Enquanto a África sofreu uma completa divisão territorial, com exceções

extremamente restritas, como o caso da Etiópia, que se manteve

“independente”; a Ásia conservou de maneira formal extensas áreas não

pertencentes aos impérios europeus, contudo fortemente submissas à sua

influência, e exatamente com esta nomenclatura um novo tipo de dominação se

estabelecia , as chamadas zonas de influência conferiam outros moldes ao

imperialismo praticado na parte asiática. O continente americano, através da

extrema dependência econômica e do poder que esta confere nas decisões

Page 2: Bruno Resenha de HOBSBAWM

políticas; fora submetido sem uma efetiva ocupação militar por parte do

imperialismo europeu.

Estabelecido os formatos do Imperialismo, o autor firma o eixo central de seu

texto, distanciando-se de análises superficiais, Hobsbawm propõe o

esclarecimento de quais foram as reais motivações para este expansionismo,

que a princípio desencadeou-se a partir de disputas por locais de influência,

porém acabou por ganhar contornos e significados mais abrangentes.

O autor ressalta o aspecto econômico como a razão mais básica para a divisão

do globo. Porém, o mesmo realiza a tentativa de ampliar esta visão. Segundo

este, o papel desempenhado pela maioria das áreas ocupadas e submetidas

não constitui explicação suficiente para a “colcha de retalhos” na qual o mundo

se transformou.

Algumas versões alternativas são utilizadas pela corrente antiimperialista,

como a necessidade de expansão dos investimentos como principal agente

propulsor do expansionismo e da obtenção de territórios exclusivos do ponto de

vista comercial, todavia esta noção é desconstruída com um conjunto de

constatações; talvez a mais importante delas esteja no baixo volume de capital

aplicado nas áreas conquistadas pelos impérios. A exemplificação da Inglaterra

que destinou a maior parte de seus investimentos para as colônias de

povoamento já existentes confere contornos finais a esta hipótese.

O fator econômico ainda que descartado o seu lado investidor como o grande

incentivador do imperialismo, não perde em importância, sobretudo do ponto de

vista da procura de mercados consumidores. Como Hobsbawm destaca, ainda

que por algumas vezes esta busca tenha fracassado, a motivação derivada

deste processo é inegável; assim é possível demarcar um conceito mais

aproximado do movimento contido no período de 1875-1914, uma

conseqüência da dinâmica econômica internacional estimulada pelas

rivalidades entre potências e suas produções industriais, cada vez mais

concorrentes e intensas.

A rivalidade mencionada é estendida quando o autor trata do caráter simbólico

no qual o imperialismo estava imerso. O status de potência passou a estar

Page 3: Bruno Resenha de HOBSBAWM

atrelado a capacidade de cada nação em subjugar países, territórios e culturas,

como Hobsbawm ressalta:

Uma vez que o status de grande potência se associou, assim, à sua bandeira

tremulando em alguma praia bordada de palmeiras (ou, mais provavelmente,

em áreas cobertas de arbustos secos), a aquisição de colônias se tornou um

símbolo de status em si, independente de seu valor.

( HOBSBAWM,1988,P.102).

Logo é introduzida uma nova justificativa ao expansionismo imperial, o poder

frente a outras potências; além de significar que a cada novo território

conquistado constituiria menos uma opção as forças concorrentes.

O caso italiano pode ser destacado como eficiente exemplo desta premissa,

possuindo um poderio consideravelmente inferior as demais potências, e

possivelmente sendo a nação européia de segunda grandeza mais fraca,

especializou-se em conquistar áreas montanhosas e desérticas, desprezadas

pelos demais impérios, porém ainda relevantes para este processo de

obtenção de status.

Diante do exposto como caráter final da análise do referido texto, o proposto

por Hobsbawm possibilita entender o imperialismo como um processo

impossível de ser estudado separando-se os aspectos político e econômico. A

busca por mercados consumidores e a exploração ainda que secundária das

riquezas naturais presentes em áreas conquistadas caminham no mesmo ritmo

com as rivalidades ideológicas e até mesmo nacionalistas, como autor ressalta;

apesar de não se notabilizar melhoras efetivas da condição de vida européia

com o imperialismo, a noção de grandeza e superioridade é fomentada, deste

modo a procura por vantagens econômicas e a afirmação da nação certamente

podem ser elencadas como importantes propulsores da divisão a qual a maior

parte do mundo fora alvo.

Page 4: Bruno Resenha de HOBSBAWM

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

DISCIPLINA HISTÓRIA COMTEMPORÂNEA I

Professora formadora: Dr. Marco Antonio Stancik

Tutor de Pólo: Solange da Silva Pinto

ALUNO(A): Jaison Henrique Mainardes

PÓLO: Ponta Grossa

Proposta

ATV-UIII1 - Tarefa da Unidade III (valor 20,0)[->0]

Observações:

Em um editor de texto, digite o que se pede abaixo.

Salvar o arquivo com o seu nome e no TIPO do formato em .RTF (rich text

format) - Exemplo: fulano.rtf

Depois anexar o arquivo nesta atividade.

Caro aluno, nas questões a seguir, evite transcrever a fala dos autores,

utilizando sempre suas palavras de forma reflexiva (valor: 10,0 cada questão)

Page 5: Bruno Resenha de HOBSBAWM

1) A partir da leitura de “A construção das nações” (HOBSBAWM, 2007, p. 125-

145), comente o papel desempenhado pela educação escolar na constituição

do nacionalismo europeu do século XIX: (aproximadamente 10 linhas).

2) Comente a afirmação de René Rémond, segundo o qual “O fenômeno

nacional aparece, portanto, como universal, e esta não é a menor singularidade

deste movimento, que, sendo uma afirmação da particularidade, é talvez o

fenômeno mais universal da história (RÉMOND, 2003, p. 237):

(aproximadamente 10 linhas).

Digite seu texto.

Questão 1:

A partir do texto de Hobsbawm “A construção das nações”, percebemos

alguns dos aspectos que conduzem grupos a se unirem em torno de um bem

comum. Podemos citar nesse sentido a formação de nações e o sentimento de

nacionalidade.

Para o desenvolvimento dessas nações a educação escolar foi e ainda é

um dos fatores fundamentais na construção de uma nacionalidade, pois há

aspectos comuns como por exemplo os lingüísticos, os culturais, entre outros.

Segundo o entendimento sobre o texto, o Estado busca introduzir aspectos de

legitimação de nação aos indivíduos o mais rápido possível, onde um dos

principais meios utilizados para isso é por meio da educação escolar.

Questão 2:

A construção de nações e sentimentos de nacionalidades no século XIX

tiveram em parte influencias de intelectuais onde por meio de suas obras

contribuíram para o reencontro de um passado esquecido das nações.

Page 6: Bruno Resenha de HOBSBAWM

Rene Rémond em seus texto “ Introdução à História do nosso tempo”,

mostra como esse nacionalismo foi desenvolvendo-se e sendo absorvido pelos

indivíduos integrantes de uma nação no decorrer dos séculos.

Onde antes fatores como a busca pelo poder e dinásticos eram condições para

disputas, agora o nacionalismo faz a vez. Um nacionalismo com ideologias

políticas e filosóficas, quase sempre, manipulada como interesses de um

governo ou de um grupo dominante.

Referências

HOBSBAWM, Eric J. A ERA DO CAPITAL 1848-1875. Tradução de Luciano

Costa Neto. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2007. p. 125-145.

JOANILHO, A., L. e Cláudio Denipoti. História Contemporânea I. Ponta Grossa:

UEPG/NUTEAD, 2011.

RÉMOND, René. INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO NOSSO TEMPO. Do Antigo

Regime aos Nossos Dias. Lisboa: Ed. Gradiva, 2007. p. 237.

[->0] - http://ava.nutead.org/mod/assignment/view.php?id=42215

"A ERA DOS EXTREMOS" Cap. 4 “A queda do Liberalismo”

Hobsbawm inicia o texto falando que o fato que mais chocou a Era da

Catástrofe foi o colapso das instituições da civilização liberal, que havia sido

baseada em valores como a desconfiança a ditadura, compromisso com um

governo constitucional, liberdade de expressão etc. Esses valores haviam

proporcionado progresso durante todo o século e estavam destinados a

avançar mais, antes de 1914 era contestado apenas pela Igreja Católica e por

Page 7: Bruno Resenha de HOBSBAWM

outros poucos grupos.As instituições da democracia liberal haviam avançado

politicamente e o barbarismo ocorrido entre 1914-18 apenas apressou esse

avanço, com exceção da Rússia todos os regimes que emergiram da Primeira

Guerra eram basicamente parlamentarista representativos eleitos.

Porem Hobsbawm vai atentar que nos 23 anos que separam ao inicio da

“Marcha para Roma” de Mussolini e o auge do sucesso do Eixo na II Guerra

Mundial vê-se uma retirada acelerada das instituições políticas liberais. Nas

Américas haviam poucos estados independentes não autoritários.

Pode-se dizer que durante o entreguerras houve no globo muitas

movimentações às vezes para a direita e outras para a esquerda, rumo a

regimes autoritários. O liberalismo fez uma retirada durante a Era das

Catástrofes e esta se acelerou depois que Hitler se tornou chanceler.

O movimento fascista compartilhava em todos os países do anticomunismo,

antiliberalismo, e do nacionalismo, o racismo que é um elemento tão

fundamental aparentemente esteve ausente no fascismo Italiano em seu

principio.A diferença fundamental, que o autor vai destacar, entre a direita

fascista e a não fascista é que para a fascista era imprescindível amobilização

das massas.O ódio aos judeus estava ligado ao fato deles representarem o

compromisso com as idéias iluministas e a Revolução francesa que os haviam

emancipados e os tornado cada vez mais visíveis eles eram o símbolo do

capitalista/ financistas, do agitador revolucionário, da influencia dos intelectuais

sem raízes, dos novos meios de comunicação e da competição então a

antipatia aos judeus já era difusa no mundo ocidental.

Hobsbawm vai dizer que a ascensão da direita radical após a 1ª Guerra

Mundial foi a resposta ao perigo da revolução social e do poder do operariado e

sem essa ameaça não teria havido fascismo algum. Porem não pode

subestimar o impacto da 1ªGM sobre uma importante camada de soldados e

jovens nacionalistas e em grande parte a classe média e média baixa que tinha

perdido a sua oportunidade de heroísmo, outro fator que não se pode esquecer

é que a direita não respondeu ao bolchevismo como tal, mas há todos os

movimentos que ameaçavam a ordem existente. O anti-semitismo, anti-

socialismo e anti-liberalismo já existia antes da 1ªGM porem a ultra direita não

Page 8: Bruno Resenha de HOBSBAWM

havia conseguido chegar ao poder, o que trouxe as condições para o triunfa da

ultra direita foi o Estado Velho com os seus mecanismo dirigentes não mais

funcionando, uma massa de cidadão desencantados, desorientados e

descontentes, não mais sabendo a que ser leal, fortes movimentos socialistas e

uma inclinação do ressentimento nacionalistas contra os tratados de Paz.

Hobsbawm vai atentar para o fato do fascismo ter trazido algumas grandes

vantagens para o capital, primeiro eliminou e derrotou a revolução social,

segundo eliminou o capital e outras limitações para os empresários, terceiro

destruiu os movimentos trabalhistas e assegurou uma solução favorável da

depressão para o capital.

Hobsbawm também vai falar que provavelmente o fascismo não teria

significado muito para a história mundial se não fosse a grande depressão, a

Itália sozinha não teria tido força para abalar o mundo.

Alcir Lenharo também atenta para esse fato e mostra que durante o período de

1924 quando a Alemanha começa a se recuperar economicamente o partido

nazista perde força política, e quando da Grande depressão a sua

representatividade ganha força, Hobsbawm vai dizer que a Grande depressão

transformou Hitler de um fenômeno da periferia política no senhor potencial, e

finalmente real do país.

Depois da Grande depressão se vê no mundo uma grande propagação de

ditaduras de direita, tanto feita por alas conservadoras como por militares, o

que mostra a queda do liberalismo.