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CABO VERDE Follow us: 27| 10 | 2015 OUTUBRO 07| 2015 Daí voltarmos novamente a abordar o tema das Com a introdução dos novos diplomas referentes tributações autónomas (art.º 89 do IRPC), pois ao IRPC e IRPS, e estando a reforma tributária em importa dar a conhecer alguns detalhes que podem curso, é crucial que os responsáveis das empresas fazer a diferença no imposto a liquidar anualmente. tenham em conta o impacto fiscal das suas decisões · Despesas não documentadas – Tributação diárias de gestão. Autónoma à Taxa de 40% O aumento da complexidade fiscal é São aquelas que não apresentam ou têm por inquestionável e as empresas devem preparar-se base qualquer documento de suporte que as desde já para evitar surpresas menos agradáveis no justifique. Muitas vezes são designadas por que respeita ao imposto a liquidar em cada ano. A “despesas confidenciais”. Como exemplo de uma atividade da contabilidade, assente numa despesa não documentada, temos a saída em prestação regular e mensal de informação, assume numerário do caixa sem agora uma relevância qualquer suporte ou mais significativa, documento justificativo, devendo ser uma e que tenha sido para preocupação frequente pagar honorários sem o de gestores, empresários correspondente recibo e empreendedores, os emitido. quais devem exigir dos Há que ter atenção em seus serviços internos não confundir o conceito e/ou externos de de despesas não contabilidade uma documentadas com constante prestação de encargos não contas. devidamente A habitual azáfama dos documentados, pois vários intervenientes este refere-se a despesas perto do período limite que têm suporte de entrega de relatório documental, no entanto, o documento não se de contas, não será mais uma prática compatível encontra na sua forma devida e exigida pela lei. com uma boa utilização da fiscalidade, dado que É de realçar que a empresa ao receber estas matérias requerem agora mais tempo e documentos para justificação de despesas os ponderação para uma aplicação correta, sob pena analise criteriosamente, pois se numa fatura do imposto a liquidar a cada ano ser custoso. constar apenas “Serviços prestados”, essa não está A mudança de comportamento por parte dos de acordo com o estipulado por lei, logo não será responsáveis diretos das empresas, quanto às aceite como custo fiscal. O mesmo acontece com questões contabilísticas e fiscais é um imperativo documentos emitidos por sujeitos passivos com NIF atual, para a construção de empresas mais inválido ou inexistente. robustas. Adaptação é a palavra de ordem. TRIBUTAÇÕES AUTÓNOMAS – COMO ENTENDER AS DIFERENÇAS, CRIAR ACEITABILIDADE DE DETERMINADO CUSTO E SUJEIÇÃO À TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA

BTOC News 07|15 - Tributações Autónomas entenda as diferenças

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Com a introdução dos novos diplomas referentes ao IRPC e IRPS, e estando a reforma tributária em curso, é crucial que os responsáveis das empresas tenham em conta o impacto fiscal das suas decisões diárias de gestão. Importa dar a conhecer alguns detalhes que podem fazer a diferença no imposto a liquidar anualmente. Palavras-chave: IRPC; Tributação autónoma; Despesas não documentadas; Encargos com viaturas ligeiras; Despesas de representação; Ajudas de custo; Deslocação em viatura própria;

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27| 10 | 2015

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Daí voltarmos novamente a abordar o tema das Com a introdução dos novos diplomas referentes tributações autónomas (art.º 89 do IRPC), pois ao IRPC e IRPS, e estando a reforma tributária em importa dar a conhecer alguns detalhes que podem curso, é crucial que os responsáveis das empresas fazer a diferença no imposto a liquidar anualmente.tenham em conta o impacto fiscal das suas decisões

· Despesas não documentadas – Tributação diárias de gestão.Autónoma à Taxa de 40%O aumento da complexidade fiscal é

São aquelas que não apresentam ou têm por inquestionável e as empresas devem preparar-se base qualquer documento de suporte que as desde já para evitar surpresas menos agradáveis no justifique. Muitas vezes são designadas por que respeita ao imposto a liquidar em cada ano. A “despesas confidenciais”. Como exemplo de uma atividade da contabilidade, assente numa despesa não documentada, temos a saída em prestação regular e mensal de informação, assume

numerário do caixa sem agora uma relevância qualquer suporte ou m a i s s i g n i f i c a t i va , documento justificativo, d e v e n d o s e r u m a e que tenha sido para preocupação frequente pagar honorários sem o de gestores, empresários correspondente recibo e empreendedores, os emitido.quais devem exigir dos

Há que ter atenção em seus serviços internos não confundir o conceito e / o u e x t e r n o s d e d e d e s p e s a s n ã o co nta b i l i d a d e u m a documentadas com constante prestação de e n c a r g o s n ã o contas.d e v i d a m e n t e A habitual azáfama dos documentados, pois vários intervenientes este refere-se a despesas perto do período limite q u e t ê m s u p o r t e de entrega de relatório

documental, no entanto, o documento não se de contas, não será mais uma prática compatível encontra na sua forma devida e exigida pela lei.com uma boa utilização da fiscalidade, dado que

É de realçar que a empresa ao receber estas matérias requerem agora mais tempo e documentos para justificação de despesas os ponderação para uma aplicação correta, sob pena analise criteriosamente, pois se numa fatura do imposto a liquidar a cada ano ser custoso.constar apenas “Serviços prestados”, essa não está A mudança de comportamento por parte dos de acordo com o estipulado por lei, logo não será responsáveis diretos das empresas, quanto às aceite como custo fiscal. O mesmo acontece com questões contabilísticas e fiscais é um imperativo documentos emitidos por sujeitos passivos com NIF atual, para a construção de empresas mais inválido ou inexistente.robustas. Adaptação é a palavra de ordem.

TRIBUTAÇÕES AUTÓNOMAS – COMO ENTENDER AS DIFERENÇAS, CRIAR ACEITABILIDADE DE DETERMINADO CUSTO E SUJEIÇÃO À TRIBUTAÇÃO AUTÓNOMA

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Esta informação é de carácter informativo geral, não dispensando a consulta de serviços profissionais. A BTOC Consulting não se responsabiliza por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base nesta informação. © 2015 BTOC Consulting Para esclarecimentos e informações adicionais consulte www.btoc.com.cv ou envie mail para [email protected]

· Encargos relacionados com As despesas de representação atribuição de ajuda de custo viaturas ligeiras de passageiros são, basicamente, todas as pressupõe que não exista a ou mistas, motos e motociclos – d e s p e s a s e fe t u a d a s e m apresentação de documentos de Tributação Autónoma à Taxa de representação da empresa junto despesa correspondentes.10% de terceiros. Entenda-se por Outro ponto relevante a

terceiros, clientes, fornecedores A tributação autónoma incide considerar são os limites para as e outros não diretamente n o m e a d a m e n t e s o b r e ajudas de custo estabelecidos relacionados com a empresa.deprec iações, rendas ou em Portaria própria.

alugueres, seguros, manutenção Com a apresentação das e conservação, combustíveis e contas, metade do respetivo · C o m p e n s a ç ã o p e l a impostos sobre a sua posse ou valor não é aceite como custo deslocação em viatura própria – tributação. fiscal. Sobre a restante metade Tributação Autónoma à Taxa de

incidirá a tributação autónoma à Ao se dizer “nomeadamente” 10%taxa de 10%.implica que muitas mais poderão São custos suportados pela

ser as despesas, tais como As despesas deverão ter como empresa para compensar o estacionamento, encargos com base um documento emitido de trabalhador pela utilização da l it ígios que envolvam os f o r m a l e g a l ( f a t u r a o u sua viatura própria ao serviço da referidos meios de transporte e equivalente). empresa. Depreende-se que também juros de leasing ou ALD. apenas a entidade patronal pode

· Despesas de representação · A j u d a s d e C u s t o – a t r i b u i r e s t e t i p o d e – Tributação Autónoma à Taxa Tributação Autónoma à Taxa de compensação.de 10% 10%

São considerados despesas de Trata-se duma importância representação, todos os gastos atribuída aos trabalhadores suportados com receções, dependentes e órgãos sociais refeições, viagens, passeios e quando estes se desloquem ao espetáculos oferecidos no País serviço da empresa, destinada a ou no estrangeiro, a clientes ou c o m p e n s a r o s e n c a rg o s fornecedores, ou ainda a adicionais suportados com a entidades. alimentação e o alojamento. A

NOTA IMPORTANTE:As taxas de tributação autónoma serão elevadas em 10 pontos percentuais quando os

sujeitos passivos, residentes e não residentes, ou entidades que beneficiem de regime de tributação privilegiada, apresentem prejuízo fiscal no período de tributação.

É fundamental que as empresas tomem conhecimento dos novos meandros fiscais, criem e implementem boas práticas, para justificar que determinadas despesas possam ser consideradas como não sujeitas a tributação autónoma.

Adicionalmente recomenda-se a leitura da newsletter BTOC nº 02/2015 de Maio Tributações autónomas no IRPC a partir de 2015, disponível em www.btoc.com.cv