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Buracos da Cabeça Vasco Tiago

Buracos da Cabeça

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Page 1: Buracos da Cabeça

Buracos da Cabeça Vasco Tiago

Page 2: Buracos da Cabeça

Título: Buracos da Cabeça

Autor: Vasco Tiago

Contacto: [email protected]

1ª Edição, 2011

Baseado em: Anatomie Humaine – Tome 1, H. Rouvière, A. Delmas

Traité d’Anatomie Humaine – Tome 1, L. Testut, A. Latarjet

Atlas of Human Anatomy – F. Netter

Ilustrações: Anatomie Humaine – Tome 1, H. Rouvière, A. Delmas

Atlas of Human Anatomy – F. Netter

Universidade de Lisboa

Faculdade de Medicina

Sintra, Dezembro de 2011

Page 3: Buracos da Cabeça

Vasco Tiago

Buracos da Cabeça

Baseado nos Tratados de Anatomia Humana de

H. Rouvière e de L. Testut e no Atlas de

Anatomia Humana de F. Netter

Page 4: Buracos da Cabeça

ÍNDICE

NOMINA ANATOMICA ........................................................................................................................................................................................................................... 3

ANATOMIA DESCRITIVA ...................................................................................................................................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................................................ 8

CABEÇA ................................................................................................................................................................................................................................... 8

BASE DO CRÂNIO ................................................................................................................................................................................................................. 8

VISTA SUPERIOR ................................................................................................................................................................................................ 8

VISTA INFERIOR ............................................................................................................................................................................................... 11

ABÓBADA CRANIANA ...................................................................................................................................................................................................... 13

FACE ....................................................................................................................................................................................................................................... 13

CONFIGURAÇÃO EXTERIOR ......................................................................................................................................................................... 13

CAVIDADES ORBITÁRIAS ............................................................................................................................................................................. 14

FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR ........................................................................................................................................................................... 15

CAVIDADE BUCAL ........................................................................................................................................................................................... 15

FOSSAS NASAIS ................................................................................................................................................................................................ 16

TABELAS .................................................................................................................................................................................................................................................. 17

VISTA SUPERIOR DA BASE DO CRÂNIO ...................................................................................................................................................................... 18

ANDAR ANTERIOR ........................................................................................................................................................................................... 18

ANDAR MÉDIO .................................................................................................................................................................................................. 18

ANDAR POSTERIOR ......................................................................................................................................................................................... 20

VISTA INFERIOR DA BASE DO CRÂNIO....................................................................................................................................................................... 21

PORÇÃO FACIAL............................................................................................................................................................................................... 21

PORÇÃO JUGULAR ........................................................................................................................................................................................... 21

PORÇÃO OCCIPITAL ........................................................................................................................................................................................ 23

ABÓBADA CRANIANA ...................................................................................................................................................................................................... 23

VISTA ANTERIOR DA FACE ............................................................................................................................................................................................. 24

VISTA PÓSTERO-EXTERNA DA FACE........................................................................................................................................................................... 24

CAVIDADES ORBITÁRIAS ................................................................................................................................................................................................ 25

FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR.............................................................................................................................................................................................. 26

CAVIDADE BUCAL ............................................................................................................................................................................................................. 26

FOSSAS NASAIS................................................................................................................................................................................................................... 27

ATLAS ....................................................................................................................................................................................................................................................... 29

VISTA EXTERIOR DO CRÂNIO ........................................................................................................................................................................................ 30

VISTA SUPERIOR DA BASE DO CRÂNIO ...................................................................................................................................................................... 31

VISTA INFERIOR DA BASE DO CRÂNIO....................................................................................................................................................................... 32

VISTA SUPERIOR DA ABÓBADA CRANIANA ............................................................................................................................................................. 33

VISTA ANTERIOR DA FACE ............................................................................................................................................................................................. 34

VISTA ANTERIOR, EXTERNA E SUPERIOR DO MAXILAR INFERIOR.................................................................................................................. 34

RAMIFICAÇÕES DA ARTÉRIA MAXILAR INTERNA ................................................................................................................................................. 35

PAREDE EXTERNA DAS FOSSAS NASAIS ................................................................................................................................................................... 36

VISTA EXTERIOR DA FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR.................................................................................................................................................... 37

VISTA ANTERIOR DA CAVIDADE ORBITÁRIA DIREITA ........................................................................................................................................ 38

Page 5: Buracos da Cabeça

NOMINA

ANATOMICA

Page 6: Buracos da Cabeça

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Como auxiliar ao estudo daqueles que estão mais habituados à Terminologia Anatomica, nesta secção

escreverei os termos utilizados nesta edição, escrita na Nomina Anatomica, fazendo a sua correspondência para a

Terminologia Anatomica. Os termos que são comuns às duas nomenclaturas são familiares a todos, pelo que não

serão aqui referidos. Da mesma forma não são referidos termos que apenas constam das imagens.

Nomina Anatomica = Terminologia Anatomica

Apófise ascendente = Processo frontal (maxila)

Apófise clinoideia anterior = Processo clinóide

anterior

Apófise clinoideia média = Processo clinóide médio

Apófise clinoideia posterior = Processo clinóide

posterior

Apófise coronoideia = Processo coronóide

Apófise crista galli = Crista galli

Apófise esfenoidal = Processo esfenoidal

Apófise estiloideia = Processo estilóide

Apófise mastoideia = Processo mastóide

Apófise orbitária = Processo frontal (osso

zigomático)

Apófise vaginal = Processo vaginal

Aqueduto de Falópio = Canal facial

Artéria auditiva interna = Artéria labiríntica

Artéria dentária anterior = Artéria alveolar anterior

Artéria dentária inferior = Artéria alveolar inferior

Artéria dentária média = Artéria alveolar média

Artéria dentária posterior = Artéria alveolar posterior

Artéria frontal interna = Artéria supra-troclear

Artéria mentoniana = Artéria mentual

Artéria milo-hioideia = Artéria milo-hióide

Artéria pequena meníngea = Artéria meníngea

acessória

Artéria têmporo-malar = Artéria têmporo-zigomática

Artéria vidiana = Artéria do canal pterigóide

Buraco carótico-clinoideu = Forame carótico-clinóide

Buraco cego = Forame cego

Buraco de Vesálio = Forame de Vesálio

Buraco esfeno-palatino = Forame esfeno-palatino

Buraco estilo-mastoideu = Forame estilo-mastóide

Buraco etmoidal = Forame etmoidal

Buraco grande redondo = Forame redondo

Buraco incisivo = Forame incisivo

Buraco infra-orbitário = Forame infra-orbitário

Buraco lácero anterior = Forame lácero

Buraco lácero posterior = Forame jugular

Buraco mastoideu = Forame mastóide

Buraco mentoniano = Forame mentual

Buraco oval = Forame oval

Buraco pequeno redondo = Forame espinhoso

Buracos olfactivos = Forames olfactivos

Canal anterior da corda/ Canal posterior da corda =

= Canalículo da corda do tímpano

Canal auditivo externo = Meato acústico externo

Canal auditivo interno = Meato acústico interno

Canal condiliano anterior = Canal hipoglossal

Canal condiliano posterior = Canal condilar

Canal dentário anterior = Canal alveolar anterior

Canal dentário inferior = Canal alveolar inferior

Canal dentário médio = Canal alveolar médio

Canal dentário posterior = Canal alveolar posterior

Canal dentário superior = Canal alveolar superior

Canal do ramo auricular do nervo pneumogástrico =

= Canalículo mastóide

Canalículo inominado de Arnold = Canal inominado

de Arnold

Canal palatino anterior = Canal incisivo

Canal palatino posterior = Canal grande palatino

Canal ptérigo-palatino = Canal palato-vaginal

Canal têmporo-malar = Canal têmporo-zigomático

Canal vidiano = Canal pterigóide

Cavidade bucal = Cavidade oral

Cavidade orbitária = Órbita

Chanfradura frontal interna = Chanfradura frontal

Chanfradura sigmoideia = Chanfradura mandibular

Cisura petro-timpânica = Fissura petrotimpânica

Côndilo do maxilar inferior = Processo condilar

corda = Canalículo da corda do tímpano

Corneto nasal inferior = Concha nasal inferior

Espinha jugular = Processo intra-jugular

Fenda esfenoidal = Fissura orbitária superior

Fenda esfeno-maxilar = Fissura orbitária inferior

Fenda ptérigo-maxilar = Fissura ptérigo-maxilar

Fossa nasal = Cavidade nasal

Fossa ptérigo-maxilar = Fossa infra-temporal

Fosseta condiliana posterior = Fossa condilar

Golfo da veia jugular interna = Bulbo superior da

veia jugular interna

Goteira do saco lacrimal = Sulco lacrimal

Goteira infra-orbitária = Sulco infra-orbitário

Hiato acessório = Hiato do canal do nervo pequeno

petroso

Hiato de Falópio = Hiato do canal do nervo grande

petroso

Page 7: Buracos da Cabeça

5

Ladeira de Blumenbach = Clivus

Lâmina papirácea = Lâmina orbitária

Maxilar inferior = Mandíbula

Maxilar superior = Maxila

Nervo auditivo = Nervo vestíbulo-coclear

Nervo dentário anterior = Nervo alveolar anterior

Nervo dentário inferior = Nervo alveolar inferior

Nervo dentário médio = Nervo alveolar médio

Nervo dentário posterior = Nervo alveolar posterior

Nervo esfeno-etmoidal = Nervo etmoidal posterior

Nervo espinhal = Nervo acessório

Nervo frontal interno = Nervo supra-troclear

Nervo grande hipoglosso = Nervo hipoglosso

Nervo grande petroso profundo = Grande nervo

petroso profundo

Nervo grande petroso superficial = Nervo grande

petroso

Nervo intermediário de Wrisberg = Nervo

intermediário

Nervo maxilar inferior = Nervo mandibular

Nervo maxilar superior = Nervo maxilar

Nervo mentoniano = Nervo mentual

Nervo milo-hioideu = Nervo milo-hióide

Nervo motor ocular comum = Nervo oculomotor

Nervo motor ocular externo = Nervo abducente

Nervo nasal = Nervo nasociliar

Nervo nasal interno = Nervo etmoidal anterior

Nervo patético = Nervo troclear

Nervo pequeno petroso profundo = Nervo pequeno

petroso

Nervo pequeno petroso superficial = Ramo

comunicante com o plexo timpânico

Nervo pneumogástrico = Nervo vago

Nervo têmporo-malar = Nervo têmporo-zigomático

Nervo vidiano = Nervo do canal pterigóide

Osso malar = Osso zigomático

Seio carotídeo interno = Plexo carotídeo interno

Seio longitudinal superior = Seio sagital superior

Sela turca = Fossa hipofisária

Sulco milo-hioideu = Sulco milo-hióide

Transfundo da fossa ptérigo-maxilar = Fossa ptérigo-

-palatina

Trompa de Eustáquio = Tubo auditivo

Tubérculo pituitário = Tubérculo da sela

Únguis = Osso lacrimal

Veia dentária anterior = Veia alveolar anterior

Veia dentária inferior = Veia alveolar inferior

Veia dentária média = Veia alveolar média

Veia dentária posterior = Veia alveolar posterior

Veia frontal interna = Veia supra-troclear

Veia mentoniana = Veia mentual

Veia milo-hioideia = Veia milo-hióide

Veia têmporo-malar = Veia têmporo-zigomática

Veia vidiana = Veia do canal pterigóide

Page 8: Buracos da Cabeça

6

Também será feito o procedimento inverso para os buracos, canais e regiões, para facilitar a procura dessas

estruturas pelos que estão mais familiarizados com a Terminologia Anatomica. Aqui serão referidas todas as

estruturas.

Terminologia Anatomica = Nomina Anatomica

Aqueduto do vestíbulo = Aqueduto do vestíbulo

Canal alveolar anterior = Canal dentário anterior

Canal alveolar inferior = Canal dentário inferior

Canal alveolar médio = Canal dentário médio

Canal alveolar posterior = Canal dentário posterior

Canal carotídeo = Canal carotídeo

Canal condilar = Canal condiliano posterior

Canal etmoidal anterior = Canal etmoidal anterior

Canal etmoidal posterior = Canal etmoidal posterior

Canal facial = Aqueduto de Falópio

Canal grande palatino = Canal palatino posterior

Canal hipoglossal = Canal condiliano anterior

Canalículo da corda do tímpano = Canal anterior da

corda/ Canal posterior da corda

Canalículo mastóide = Canal do ramo auricular do

nervo pneumogástrico

Canal incisivo = Canal palatino anterior

Canal infra-orbitário = Canal infra-orbitário

Canal inominado de Arnold = Canalículo inominado

de Arnold

Canal lácrimo-nasal = Canal lácrimo-nasal

Canal nutritivo = Canal nutritivo

Canal óptico = Canal óptico

Canal palatino acessório = Canal palatino acessório

Canal palato-vaginal = Canal ptérigo-palatino

Canal pterigóide = Canal vidiano

Canal têmporo-zigomático = Canal têmporo-malar

Canal timpânico = Canal timpânico (de Jacobson)

Cavidade nasal = Fossa nasal

Cavidade oral = Cavidade bucal

Célula etmoidal = Célula etmoidal

Chanfradura frontal = Chanfradura frontal

Chanfradura mandibular = Chanfradura sigmoideia

Chanfradura supra-orbitária = Chanfradura supra-

orbitária

Fissura orbitária inferior = Fenda esfeno-maxilar

Fissura orbitária superior = Fenda esfenoidal

Forame carótico-clinóide = Buraco carótico-clinoideu

Forame cego = Buraco cego

Forame de Vesálio = Buraco de Vesálio

Forame esfeno-palatino = Buraco esfeno-palatino

Forame espinhoso = Buraco pequeno redondo

Forame estilo-mastóide = Buraco estilo-mastoideu

Forame etmoidal = Buraco etmoidal

Forame incisivo = Buraco incisivo

Forame infra-orbitário = Buraco infra-orbitário

Forame jugular = Buraco lácero posterior

Forame lácero = Buraco lácero anterior

Forame mastóide = Buraco mastoideu

Forame mentual = Buraco mentoniano

Forame oval = Buraco oval

Forame redondo = Buraco grande redondo

Foramen magnum = Foramen magnum

Forames olfactivos = Buracos olfactivos

Fossa craniana anterior = Andar anterior

Fossa craniana média = Andar médio

Fossa craniana posterior = Andar posterior

Fossa infra-temporal = Fossa ptérigo-maxilar

Fossa jugular = Fossa jugular

Hiato do canal do nervo grande petroso = Hiato de

Falópio

Hiato do canal do nervo pequeno petroso = Hiato

acessório

Meato acústico externo = Canal auditivo externo

Meato acústico interno = Canal auditivo interno

Órbita = Cavidade orbitária

Ostium introitus = Ostium introitus

Porção facial = Porção facial

Porção jugular = Porção jugular

Porção occipital = Porção occipital

Porção têmporo-occipital = Porção têmporo-occipital

Seio esfenoidal = Seio esfenoidal

Seio frontal = Seio frontal

Seio maxilar = Seio maxilar

Sulco infra-orbitário = Goteira infra-orbitária

Triângulo occipital = Triângulo occipital

Triângulo temporal = Triângulo temporal

Tubo auditivo = Trompa de Eustáquio

Page 9: Buracos da Cabeça

ANATOMIA

DESCRITIVA

Page 10: Buracos da Cabeça

8

INTRODUÇÃO Os buracos da cabeça encontram-se distribuídos tanto pela face como pelo crânio, e destinam-se a

permitir a passagem de vasos, nervos e outros pelos ossos. Tentarei abordar todas as estruturas que

atravessam estes buracos. Contudo, é evidente que isso será impossível, já que algumas estruturas

menores não serão referidas, sendo que o estudo da anatomia humana não está ainda concluído, e ainda há

trabalhos a fazer neste sentido (o que justifica que as descrições entre livros diferentes sejam por vezes

discrepantes). L. Testut, no seu tratado de anatomia humana, refere arteríolas e vénulas passando por

alguns destes buracos. Não irei tanto ao pormenor, antes tentarei descrever os buracos da cabeça à

semelhança do Professor Henri Rouvière, e ainda referir as estruturas mais importantes que os

atravessam.

CABEÇA O esqueleto da cabeça divide-se em duas porções: o crânio e a face. O crânio é uma caixa óssea

que contém o encéfalo. Podemos distinguir nele uma porção superior, a abóbada, e uma porção inferior, a

base. A face é um maciço ósseo aplicado na metade anterior do crânio. Ela limita com o crânio as

cavidades ocupadas pela maioria dos órgãos dos sentidos.

BASE DO CRÂNIO A base do crânio é constituída pela porção horizontal do osso frontal, pelos ossos etmóide e

esfenóide, pelos ossos temporais excepto a escama e pelos ossos occipitais excepto a porção superior. Os

buracos serão descritos: em primeiro lugar, segundo uma vista superior, observando-se a configuração

interior da base do crânio; em segundo lugar, segundo uma vista inferior, observando-se a configuração

exterior da base do crânio.

VISTA SUPERIOR

É possível distinguir na base do crânio três regiões: o andar anterior, o andar médio e o andar

posterior. Os três andares são muito facilmente delimitados ao observar uma base de crânio, precisamente

pela diferença das alturas.

ANDAR ANTERIOR

O andar anterior é o mais alto dos três andares. É limitado: anteriormente, pela porção vertical do

osso frontal; posteriormente, pelo tubérculo pituitário e pelas pequenas asas do osso esfenóide.

Sobre a linha média, no osso etmóide, encontramos a apófise crista galli, uma saliência alongada

numa direcção ântero-posterior, mais alta anteriormente que posteriormente. Anteriormente à apófise

crista galli, localiza-se, na porção horizontal do osso frontal, o buraco cego, que dá passagem a uma veia

emissária para o seio longitudinal superior e inserção a um prolongamento da dura-máter. Mais atrás, de

cada lado da apófise crista galli, encontram-se as goteiras olfactivas do osso etmóide, crivadas de buracos,

os buracos olfactivos, que estabelecem a comunicação com o tecto das fossas nasais. Cada buraco da face

superior é uma depressão com vários buracos abertos no fundo. Segundo H. Rouvière, todos os buracos

olfactivos dão passagem aos filetes do nervo olfactivo (I Par). Segundo L. Testut, apenas os anteriores

dão passagem a tais estruturas, sendo que os buracos olfactivos posteriores dão inserção a

prolongamentos da dura-máter.

Page 11: Buracos da Cabeça

9

Ainda na lâmina crivada existem dois buracos, na sua extremidade anterior, de dentro para fora, a

fenda etmoidal e o buraco etmoidal. O buraco etmoidal destina-se à passagem do nervo nasal interno

(ramo do V1 Par) e dos vasos etmoidais anteriores. A fenda etmoidal dá inserção a um prolongamento da

dura-máter.

No bordo externo da lâmina crivada encontram-se as aberturas internas dos canais etmoidais. O

mais anterior dos dois, o canal etmoidal anterior, é destinado à passagem do nervo nasal interno (ramo do

V1 Par) e dos vasos etmoidais anteriores. A sua abertura externa é na cavidade orbitária. Posteriormente

ao canal etmoidal anterior encontramos o canal etmoidal posterior, também comunicando com as

cavidades orbitárias, e dando passagem ao nervo esfeno-etmoidal (ramo do V1 Par) e aos vasos etmoidais

posteriores.

Estes dois canais apenas são visíveis como canais quando se observa os ossos etmóide e frontal

em conjunto, como é o caso da base de crânio. Num osso etmóide isolado, estes canais são visíveis na

forma de sulco. Também no osso frontal existem sulcos com as mesmas características, entre as hemi-

-células correspondentes às das massas laterais do osso etmóide. Ao juntar estes dois ossos, os sulcos

juntam-se e formam os canais etmoidais anterior e posterior.

H. Rouvière não admite a existência da veia etmoidal anterior. Aceita, assim, a passagem da

artéria etmoidal anterior e do nervo nasal interno sucessivamente pelo canal etmoidal anterior, pelo sulco

etmoidal e pelo buraco etmoidal. F. Netter, no seu atlas de anatomia humana, aponta o canal etmoidal

anterior e a fenda etmoidal como local de passagem dessa veia, bem como da artéria etmoidal anterior e

do nervo nasal interno. A veia etmoidal posterior também não é reconhecida por H. Rouvière, mas por F.

Netter.

Inferiormente às apófises clinoideias anteriores e anteriormente ao tubérculo pituitário, de cada

lado da goteira óptica, no osso esfenóide, encontramos o canal óptico, que se abre na cavidade orbitária.

Por este canal passam o nervo óptico (II Par) e a artéria oftálmica.

ANDAR MÉDIO

O andar médio tem uma altura intermédia entre o andar anterior e o andar posterior. Ele é

posterior ao andar anterior. É limitado: anteriormente, pelos limites posteriores do andar anterior;

posteriormente, pela sela turca do osso esfenóide e pelo bordo superior dos rochedos dos ossos temporais.

Externamente ao canal óptico encontramos uma fenda alongada para cima e para fora, a fenda

esfenoidal, destinada à passagem dos nervos motor ocular comum (III Par), patético (IV Par), motor

ocular externo (VI Par) e lacrimal, nasal e frontal (ramos terminais do nervo oftálmico, V1 Par) e da veia

oftálmica, e comunicando com a cavidade orbitária. Segundo L. Testut, por vezes, atrás da fenda

esfenoidal, existe um buraco, inconstante, o buraco carótico-clinoideu, resultante da junção das apófises

clinoideias médias e anteriores do mesmo lado, por onde passa a artéria carótida interna.

Superiormente e externamente à extremidade superior da fenda esfenoidal, sobre a grande asa do

osso esfenóide, existe um canal nutritivo, destinado à passagem de uma artéria nutritiva. Os ossos

apresentam canais nutritivos, destinados à passagem de tais vasos, mas achei pertinente apontar este em

particular por ser muito fácil de ver e por não estar referido nos tratados de anatomia humana, podendo

levar a confusões sobre a sua identificação.

Atrás da extremidade inferior da fenda esfenoidal encontramos o buraco grande redondo,

destinado à passagem do nervo maxilar superior (V2 Par) e de veias emissárias. Para trás deste buraco é

possível identificar um buraco de menor largura, o buraco de Vesálio, inconstante, atravessado por uma

veia emissária, também inconstante. O buraco oval encontra-se para fora do buraco de Vesálio. É um

buraco de forma elíptica, alongado obliquamente de fora para dentro e de trás para a frente. Por ele

Page 12: Buracos da Cabeça

10

passam o nervo maxilar inferior (V3 Par), a artéria pequena meníngea, inconstante, e ainda veias

emissárias, também inconstantes. Atrás do buraco oval está o canalículo inominado de Arnold,

inconstante, atravessado pelo nervo pequeno petroso superficial (ramo do VII Par) unido ao nervo

pequeno petroso profundo (ramo do IX Par). Quando estes nervos não deixam o crânio pelo canalículo

inominado de Arnold, fazem-no seja pela sutura esfeno-petrosa, seja pelo tronco subclávio (tronco

colector terminal do sistema linfático da cabeça). Para fora do canalículo inominado de Arnold encontra-

se o buraco pequeno redondo, destinado à passagem do ramo meníngeo do nervo maxilar inferior (V3

Par) e dos vasos meníngeos médios.

Na fronteira entre os ossos esfenóide e temporal, de cada lado das apófises clinoideias posteriores,

encontra-se um buraco de dimensões variáveis, o buraco lácero anterior. Este está dividido em duas

porções pela língula da grande asa do osso esfenóide. A porção interna relaciona-se (não é atravessada)

com a artéria carótida interna no momento em que esta penetra no seio cavernoso. A porção externa está

preenchida por tecido fibroso atravessado pelo nervo vidiano, formado pela reunião dos nervos grande

petroso superficial (ramo do VII Par) e grande petroso profundo (ramo do IX Par) e de um filete

anastomótico do plexo simpático pericarotídeo. O buraco lácero anterior é ainda atravessado por veias

emissárias.

Para trás e para fora do buraco lácero anterior encontra-se a abertura superior do canal carotídeo.

Este canal é atravessado pelo nervo carotídeo interno (plexo simpático), pela artéria carótida interna e

pelo seio carotídeo interno. A artéria carótida interna descreve aqui um trajecto em curva e contracurva,

designado de sifão carotídeo (sifão de Egas Moniz). O canal carotídeo comunica com a caixa do tímpano

pelo canal carótido-timpânico, destinado à passagem da artéria e do nervo carótido-timpânicos. Abre-se

na parede externa da porção ascendente do canal carotídeo e na parede anterior da caixa do tímpano.

Para trás e para fora do canal carotídeo encontram-se dois ou três pequenos orifícios. O mais

interno é o hiato de Falópio, destinado à passagem dos nervos grandes petrosos superficial (ramo do VII

Par) e profundo (ramo do IX Par) e do ramo petroso da artéria meníngea média. Para fora do hiato de

Falópio encontra-se um ou dois hiatos acessórios, destinados à passagem dos nervos pequenos petrosos

superficial (ramo do VII Par) e profundo (ramo do IX Par).

ANDAR POSTERIOR

O andar posterior é o mais baixo dos três andares. Ele é posterior ao andar médio. É limitado:

anteriormente, pelos limites posteriores do andar médio; posteriormente, pelas goteiras dos seios laterais,

no osso occipital.

Sobre a linha média, posteriormente à ladeira de Blumenbach, encontramos o foramen magnum,

de forma aproximadamente oval. Ele dá passagem ao bulbo raquidiano, às artérias vertebrais e aos seus

ramos meníngeos, às meninges, a plexos venosos e, de cada lado, ao nervo espinhal (XI Par).

De cada lado da metade anterior do foramen magnum encontra-se o canal condiliano anterior. Por

vezes, é possível encontrar este canal dividido em dois. Por ele passam o nervo grande hipoglosso (XII

Par), a veia condiliana anterior, emissária, e a artéria meníngea posterior. É possível que a artéria

meníngea posterior não atravesse este canal, mas o buraco lácero posterior, que se abre externamente ao

canal condiliano anterior. Este buraco está dividido em duas porções pelas espinhas jugulares dos ossos

occipital e temporal. A porção posterior corresponde à origem da veia jugular interna: é atravessada pelo

seio lateral, que forma o golfo da veia jugular interna ao atravessar o buraco lácero lácero posterior. A

porção anterior está dividida em dois segmentos por uma divisória fibrosa: um, anterior, é atravessado

pelo nervo glossofaríngeo (IX Par) e pelo seio petroso inferior; o outro, posterior, é atravessado pelos

nervos pneumogástrico (X Par) e espinhal (XI Par). Por este buraco passa ainda, além do caso da artéria

Page 13: Buracos da Cabeça

11

meníngea posterior, o ramo meníngeo da artéria occipital, quando este não atravessa o buraco mastoideu.

O buraco mastoideu, inconstante, localiza-se para fora e para trás do buraco lácero posterior e, tal como o

canal condiliano anterior, pode estar dividido em dois canais. Ele dá passagem à veia mastoideia,

emissária para o seio lateral, e ao ramo meníngeo da artéria occipital, quando este não atravessa o buraco

lácero posterior.

Anteriormente e superiormente ao buraco lácero posterior, na parede posterior do rochedo do osso

temporal, encontra-se o canal auditivo interno, atravessado pelos nervos facial e intermediário de

Wrisberg (VII Par) e auditivo (VIII Par) e pela artéria auditiva interna. Ainda na parede posterior do

rochedo, externamente e posteriormente ao canal auditivo interno, está o orifício de abertura do aqueduto

do vestíbulo, atravessado por um ducto endolinfático.

Posteriormente ao buraco lácero posterior encontra-se o canal condiliano posterior, inconstante,

destinado à passagem da veia condiliana posterior, emissária, e do ramo meníngeo da artéria faríngea

ascendente.

VISTA INFERIOR

Visto por baixo, o crânio mostra essencialmente os mesmos buracos da face interior. Contudo,

existem algumas diferenças significativas a apontar, seja nas posições relativas entre os buracos, seja na

existência de novos buracos não visíveis por cima, seja na impossibilidade de ver alguns dos buracos

descritos anteriormente. Deste ângulo, apenas são visíveis alguns dos buracos já descritos, todos

posteriores ao buraco grande redondo, bem como outros que, por não terem abertura na face interior do

crânio, não se vêem por cima.

H. Rouvière divide esta região em duas porções distintas. A porção facial é constituída pelos

ossos etmóide e esfenóide e pela porção horizontal do osso frontal. A porção têmporo-occipital,

constituída pelas porções inferiores dos ossos temporais e occipital, subdivide-se em duas porções

secundárias por uma linha imaginária que se estende do bordo posterior da asa interna da apófise

pterigoideia ao bordo posterior da apófise mastoideia. Essas porções consistem em dois triângulos: um,

ântero-externo, o triângulo temporal; outro, póstero-interno, o triângulo occipital.

L. Testut, por sua vez, divide esta região em três porções segundo duas linhas convencionais,

paralelas, que facilitam o estudo desta região: a linha bizigomática e a linha bimastoideia. A linha

bizigomática estende-se entre os dois tubérculos zigomáticos anteriores, no osso temporal. A linha

bimastoideia estende-se entre as duas apófises mastoideias, também no osso temporal.

Por conveniência, já que as linhas de H. Rouvière atravessam alguns buracos, utilizarei a divisão

de L. Testut.

PORÇÃO FACIAL

A porção facial é anterior à linha bizigomática. Na face inferior do corpo do osso esfenóide, de

cada lado do vómer, vê-se a abertura posterior do canal ptérigo-palatino, que tem outra abertura mais à

frente. Este canal resulta da junção dos ossos palatino e esfenóide, e é fechado pela apófise vaginal do

osso esfenóide e pela apófise esfenoidal do osso palatino. Por este canal passam o nervo faríngeo (nervo

ptérigo-palatino, ramo do V2 Par) e a artéria ptérigo-palatina.

Outros buracos se encontram nesta região, mas não são visíveis quando se observa a base do

crânio em conjunto com o maciço facial. Deste conjunto fazem parte a chanfradura supra-orbitária, a

chanfradura frontal interna, o orifício do seio frontal, a fenda etmoidal, o buraco etmoidal, os buracos

olfactivos, os orifícios das células etmoidais, o orifício do seio esfenoidal, as aberturas externas do canal

etmoidal anterior e do canal etmoidal posterior, as aberturas anteriores da fenda esfenoidal, do canal

Page 14: Buracos da Cabeça

12

óptico, do canal vidiano e do canal ptérigo-palatino e a abertura inferior do buraco grande redondo. Eles

serão descritos no contexto da face.

PORÇÃO JUGULAR

A porção jugular é limitada: anteriormente, pela linha bizigomática; posteriormente, pela linha

bimastoideia. Para trás e para fora do canal ptérigo-palatino encontramos o buraco lácero anterior.

Anteriormente e inferiormente ao buraco lácero anterior está a abertura do canal vidiano, por onde

passam o nervo e os vasos vidianos, até à sua outra abertura no transfundo da fossa ptérigo-maxilar. Este

canal não é visível deste ângulo, mas é possível apercebermo-nos da sua existência nessa zona pela

introdução de uma sonda na depressão que é anterior e inferior ao buraco lácero anterior, sonda essa que

se torna visível no transfundo da fossa ptérigo-maxilar.

Para fora do buraco lácero anterior encontra-se o orifício da trompa de Eustáquio, atravessado por

colunas de ar, em cada movimento de deglutição, de forma a manter iguais as pressões do ar para dentro e

para fora da membrana do tímpano, tal que essa membrana possa funcionar normalmente. Para a frente do

orifício da trompa de Eustáquio encontra-se o conjunto buraco oval/buraco pequeno redondo/buraco de

Vesálio/canalículo inominado de Arnold, que apresentam a mesma configuração da face superior da base

do crânio.

Posteriormente ao buraco pequeno redondo encontra-se a abertura inferior do canal carotídeo.

Posteriormente a este está a fossa jugular, uma depressão larga no fundo da qual se abre o buraco lácero

posterior. Aqui, o seio lateral é continuado pelo golfo da veia jugular interna. O seio petroso inferior, após

atravessar o buraco lácero posterior, transforma-se em veia e junta-se à veia jugular interna perto do golfo

da veia jugular interna. Na parede externa desta depressão está o ostium introitus, abertura inferior do

canal do ramo auricular do nervo pneumogástrico. Este canal dirige-se para fora, abre-se na porção

descendente do aqueduto de Falópio, sobre o buraco estilo-mastoideu, e destina-se à passagem do ramo

auricular do nervo pneumogástrico (X Par). Sobre a crista que separa a fossa jugular do canal carotídeo

localiza-se o canal timpânico (canal de Jacobson), atravessado pelo nervo timpânico (nervo de Jacobson,

ramo do IX Par). Este canal abre-se mais externamente e superiormente, na porção ínfero-interna da caixa

do tímpano.

O buraco estilo-mastoideu abre-se externamente à fossa jugular, posteriormente à apófise

estiloideia do osso temporal. Este buraco é a abertura inferior do aqueduto de Falópio, que estabelece a

comunicação entre o buraco estilo-mastoideu e o canal auditivo interno. Ele é atravessado pelo nervo

facial e intermediário de Wrisberg (VII Par) e pelos vasos estilo-mastoideus (a veia é apontada por L.

Testut).

Internamente à fossa jugular encontramos uma saliência, achatada de cima para baixo e alongada

de trás para a frente e de fora para dentro: é o côndilo occipital. Na sua extremidade anterior existe uma

depressão, a fosseta condiliana anterior, no fundo da qual se abre o canal condiliano anterior.

Adoptando um ângulo mais externo, torna-se mais fácil de ver dois canais: o canal auditivo

externo e o canal anterior da corda. Superiormente à apófise estiloideia do osso temporal, uma saliência

cónica e comprida, alongada de cima para baixo, de trás para a frente e de fora para dentro, encontra-se o

canal auditivo externo, atravessado por colunas de ar. A aplicação de uma sonda na trompa de Eustáquio

deixa o crânio no canal auditivo externo, mostrando uma comunicação entre estas duas estruturas. Na

espessura da cisura petro-timpânica, posteriormente ao canal auditivo externo, localiza-se o canal

anterior da corda, por onde a corda do tímpano (ramo do VII Par) deixa o crânio. A corda do tímpano

destaca-se do nervo facial e intermediário de Wrisberg (VII Par) perto do buraco estilo-mastoideu, dentro

do aqueduto de Falópio, passando pelo canal posterior da corda, que se abre nesta região.

Page 15: Buracos da Cabeça

13

PORÇÃO OCCIPITAL

A porção occipital é posterior à linha bimastoideia. Posteriormente ao buraco estilo-mastoideu,

sobre a sutura que separa o osso temporal do osso occipital, encontra-se o buraco mastoideu. As duas

aberturas possíveis deste buraco são facilmente visíveis deste ângulo, sendo que uma delas se encontra

totalmente sobre o osso temporal. Pode-se ainda observar, neste buraco, um terceiro canal, que não se

dirige para o interior do crânio, mas atravessa o osso para trás e para cima, terminando, sobre a face

externa do crânio, anteriormente e, por vezes, inferiormente ao astérion.

Sobre a linha média, posteriormente à ladeira de Blumenbach, encontra-se o foramen magnum.

Este é atravessado pela linha bimastoideia na sua porção anterior, pelo que se encontra em maior extensão

na porção occipital que na porção jugular. De cada lado do foramen magnum são visíveis os côndilos

occipitais. Na extremidade posterior do côndilo occipital encontramos uma depressão, a fosseta

condiliana posterior, onde se abre o canal condiliano posterior.

ABÓBADA CRANIANA A abóbada craniana é constituída pela parte do crânio que não constitui a base do crânio, ou seja,

pela porção vertical do osso frontal, pelos ossos parietais, pelas escamas dos ossos temporais e pela

porção superior do osso occipital.

Nesta região identifica-se um buraco no osso parietal, de cada lado da sutura sagital, na vizinhança

do obélion. Trata-se do buraco parietal, destinado à passagem da veia emissária de Santorini e do ramo

meníngeo parietal da artéria occipital, inconstante.

FACE Encaixada na metade anterior do crânio está a face. Serão descritos: em primeiro lugar, os buracos

visíveis na face exocraniana deste maciço ósseo; em segundo lugar, os buracos visíveis nas cavidades da

face.

CONFIGURAÇÃO EXTERIOR

Nas arcadas orbitárias, no osso frontal, encontra-se, sobre a cavidade orbitária, uma chanfradura, a

chanfradura supra-orbitária, por onde passam o nervo (ramo do V1 Par) e os vasos supra-orbitários. Esta

chanfradura pode surgir como um buraco. Por vezes, internamente à chanfradura supra-orbitária, é

possível observar uma outra chanfradura, a chanfradura frontal interna, destinada à passagem do nervo

(ramo do V1 Par) e dos vasos frontais internos. Estas chanfraduras não pertencem à face, mas ao crânio, já

que se encontram no osso frontal. Optei por descrevê-las neste contexto por não serem observáveis com a

base de crânio segundo os ângulos em que descrevi, mas antes no contexto da face.

Sobre a porção média do osso nasal, inferiormente e internamente à chanfradura supra-orbitária,

existe um canal nutritivo, que se abre na face posterior desse osso. Um outro canal nutritivo encontra-se

sobre o maxilar superior, na apófise ascendente, inferiormente e externamente ao canal nutritivo do osso

nasal e inferiormente ao rebordo interno da cavidade orbitária. Este canal dirige-se para baixo e abre-se na

face interna do maxilar superior.

Inferiormente à cavidade orbitária, no maxilar superior, encontra-se o buraco infra-orbitário,

abertura anterior do canal infra-orbitário, pelo qual passam o nervo (ramo do V2 Par) e os vasos infra-

-orbitários. Na parede inferior deste canal abre-se o canal dentário anterior, invisível pelo exterior, e por

onde passam o nervo (ramo do V2 Par) e os vasos dentários anteriores. Este canal dirige-se para os dentes

Page 16: Buracos da Cabeça

14

do maxilar superior, ramificando-se em vários ramos para isso. Juntamente com os canais dentários

posteriores e médios, os canais dentários anteriores constituem os canais dentários superiores.

Externamente ao buraco infra-orbitário, na face externa do osso malar, vê-se uma das aberturas do

canal têmporo-malar, destinado à passagem do nervo e vasos têmporo-malares. O nervo têmporo-malar é

formado pela anastomose dos ramos lacrimal do nervo oftálmico (V1 Par) e orbitário do nervo maxilar

superior (V2 Par). Este canal abre-se em Y, sendo as suas aberturas visíveis na face externa, na face

interna da apófise orbitária e na face temporal da apófise orbitária do osso malar. A bifurcação ocorre a

partir do orifício na face interna da apófise orbitária, que se divide nos dois canais secundários. Muitas

vezes, porém, estes dois canais são independentes, e abrem-se em dois orifícios distintos na face interna

da apófise orbitária do osso malar. Estes ramos dividem-se com o canal. O nervo têmporo-malar divide-se

num filete temporal, que sai pelo orifício posterior, e num filete malar, que sai pelo orifício externo.

Inferiormente à cavidade bucal, sobre a linha oblíqua externa, uma crista localizada na face

anterior do maxilar inferior, dirigida para trás e para cima, encontra-se o buraco mentoniano, destinado à

passagem do nervo (ramo do V3 Par) e dos vasos mentonianos.

Adoptando uma perspectiva mais externa, torna-se mais fácil de ver a chanfradura sigmoideia,

limitada pela apófise coronoideia e pelo côndilo do maxilar inferior. Por esta chanfradura passam o nervo

(ramo do V3 Par) e os vasos masseterianos. Removendo o maxilar inferior e a arcada zigomática, deste

ângulo é ainda possível encontrar os canais dentários posteriores na porção média da tuberosidade do

maxilar inferior, destinados à passagem do nervo (ramo do V2 Par) e dos vasos dentários posteriores.

Estes canais ramificam-se como o canal dentário anterior.

CAVIDADES ORBITÁRIAS

Inferiormente na cavidade orbitária é possível observar um sulco, a goteira infra-orbitária,

continuação posterior do canal infra-orbitário. Nesta região, seja na extremidade posterior do canal infra-

-orbitário, seja na goteira infra-orbitária, abre-se o canal dentário médio, que dá passagem ao nervo (ramo

do V2 Par) e aos vasos dentários médios. Estes ramos médios são inconstantes e muitas vezes

confundidos com os ramos dentários posteriores mais elevados, e ramificam-se como os canais dentários

posteriores e anteriores.

Externamente à goteira infra-orbitária existe uma fenda, alongada de trás para a frente e de dentro

para fora, a fenda esfeno-maxilar, ladeada pelos ossos maxilar superior, esfenóide e malar. O ramo

orbitário do nervo maxilar superior (V2 Par) e os vasos infra-orbitários atravessam esta fenda, que

comunica com a fossa ptérigo-maxilar.

Internamente na cavidade orbitária, inferiormente à goteira do saco lacrimal do maxilar superior,

abre-se o canal lácrimo-nasal, que faz comunicar a cavidade orbitária com as fossas nasais e por onde

passam lágrimas. Posteriormente e superiormente ao canal lácrimo-nasal, entre a lâmina papirácea do

osso etmóide e a porção horizontal do osso frontal, encontram-se as aberturas externas dos canais

etmoidais: anteriormente, o canal etmoidal anterior; posteriormente, o canal etmoidal posterior. Mais

atrás e para fora dos canais etmoidais, encontra-se, de dentro para fora, o canal óptico e a fenda

esfenoidal.

Externamente na cavidade orbitária encontra-se o orifício de abertura do canal têmporo-malar, na

face interna da apófise orbitária do osso malar. Internamente e superiormente a esse orifício,

superiormente e externamente à fenda esfenoidal, está um canal nutritivo, já descrito com o andar médio

da base do crânio.

Page 17: Buracos da Cabeça

15

FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR

Esta região, localizada entre a tuberosidade do maxilar superior e as apófises pterigoideias do osso

esfenóide, é aberta e visível pelo exterior. Internamente, apresenta uma escavação, chamada transfundo da

fossa ptérigo-maxilar, com a qual comunica através da fenda ptérigo-maxilar. É no transfundo da fossa

ptérigo-maxilar que encontramos os canais que descreverei.

Na porção superior da parede interna encontramos o buraco esfeno-palatino, que estabelece a

comunicação com as fossas nasais, destinado à passagem dos nervos naso-palatino (ramo do V2 Par) e

nasais superiores (ramo do V2 Par) e dos vasos esfeno-palatinos.

Na parede posterior, ligeiramente abaixo do nível do buraco esfeno-palatino, encontramos a

abertura anterior do canal vidiano.

A porção superior, a base do transfundo da fossa ptérigo-maxilar, comunica com as cavidades

orbitárias pela fenda esfeno-maxilar. Esta fenda estende-se para fora, pela fossa ptérigo-maxilar. Mais

atrás, a este nível, encontra-se o buraco grande redondo.

Na porção inferior da parede anterior, perto do vértice do transfundo da fossa ptérigo-maxilar,

encontramos as aberturas superiores dos canais palatinos posterior e acessórios, que comunicam com a

cavidade bucal. Os canais palatinos acessórios dão passagem aos nervos palatino médio (ramo do V2

Par) e posterior (ramo do V2 Par) e aos vasos palatinos inferiores. O canal palatino posterior abre-se

superiormente aos canais palatinos acessórios e dá passagem ao nervo palatino anterior (ramo do V2 Par)

e aos vasos palatinos superiores.

CAVIDADE BUCAL

A parede superior da cavidade bucal é designada de abóbada palatina, e nela se vêem os canais

palatinos. Na sua porção anterior, sobre a sutura que separa os maxilares superiores, encontramos o

buraco incisivo, abertura inferior do canal palatino anterior. Este canal bifurca-se em Y, tendo duas

aberturas nas fossas nasais, de cada lado do septo nasal. Por ele passam o nervo (ramo do V2 Par) e os

vasos naso-palatinos.

Para trás e para fora do buraco incisivo, sobre a sutura que separa o osso palatino do maxilar

superior, está o canal palatino posterior. Para trás deste encontram-se os canais palatinos acessórios, na

apófise piramidal do osso palatino.

No maxilar inferior existe um outro canal, na porção média da face interna do ramo ascendente, o

canal dentário inferior, limitado anteriormente pela espinha de Spix. Ele dá passagem ao nervo (ramo do

V3 Par) e aos vasos dentários inferiores. Tal como os canais dentários superiores, o canal dentário inferior

irá emitir os vasos e os nervos para as raízes dos dentes, dividindo-se em vários ramos nessa região. Um

dos ramos, porém, deixa o maxilar inferior pelo buraco mentoniano, evidenciando-se uma comunicação

entre estes dois buracos. O sulco que corre internamente ao canal dentário inferior é o sulco milo-hioideu,

por onde passam o nervo (ramo do V3 Par) e os vasos milo-hioideus.

Page 18: Buracos da Cabeça

16

FOSSAS NASAIS

Nas fossas nasais existem, além de outros buracos e canais, os seios perinasais, cujas funções

incluem a ressonância do ar, a diminuição da densidade da porção anterior do crânio, a filtração do ar, o

aquecimento do ar e a fonação. O ar penetra nos seios perinasais pelos seus orifícios de abertura.

Anteriormente e superiormente existe o seio frontal. Superiormente existem as células etmoidais.

Posteriormente existe o seio esfenoidal. A uma altura média localiza-se o seio maxilar.

Na parede externa das fossas nasais, inferiormente ao orifício do seio esfenoidal, encontramos o

buraco esfeno-palatino. Inferiormente a este está o orifício da trompa de Eustáquio. Anteriormente a este

orifício, e sob o corneto nasal inferior, encontramos o orifício inferior do canal lácrimo-nasal. Os canais

nutritivos descritos com o osso nasal e com o maxilar superior abrem-se anteriormente a estes, o do osso

nasal superiormente ao do maxilar superior.

Na parede inferior das fossas nasais, anteriormente e inferiormente aos canais lácrimo-nasais,

encontram-se as aberturas superiores do canal palatino anterior.

Na parede superior das fossas nasais encontra-se a lâmina horizontal do osso etmóide, com as

aberturas inferiores dos buracos olfactivos, do buraco etmoidal e da fenda etmoidal. Mais atrás, pouco

adiante das choanas, encontramos o orifício posterior do canal ptérigo-palatino. Este abre-se mais à

frente, ao nível do buraco esfeno-palatino.

Note-se que a trompa de Eustáquio não pertence às fossas nasais, mas faz comunicar o ouvido

médio com a rino-faringe. Optei por inseri-la aqui pela evidente relação que ela estabelece entre as fossas

nasais e o ouvido médio, através da rino-faringe.

Page 19: Buracos da Cabeça

TABELAS

Page 20: Buracos da Cabeça

18

VISTA SUPERIOR DA BASE DO CRÂNIO

ANDAR ANTERIOR

É limitado:

- anteriormente, pela porção vertical do osso frontal;

- posteriomente, pelo tubérculo pituitário e pelas pequenas asas do osso esfenóide.

ANDAR MÉDIO

É limitado:

- anteriormente, pelos limites posteriores do andar anterior;

- posteriormente, pela sela turca do osso esfenóide e pelo bordo superior da porção

petrosa dos ossos temporais.

1 F. Netter, mas não H. Rouvière, admite a existência da veia etmoidal anterior. 2 F. Netter, mas não H. Rouvière, admite a existência da veia etmoidal posterior. 3 Segundo H. Rouvière e A. Delmas, todos os buracos olfactivos dão passagem a filetes do nervo olfactivo (I Par). Segundo L.

Testut e A. Latarjet, contudo, apenas os anteriores dão passagem aos filetes do nervo olfactivo (I Par); os buracos olfactivos posteriores dão inserção a prolongamentos da dura-máter.

Osso Buraco Atravessado

Frontal Buraco cego Prolongamento da dura-máter

Veia emissária para o seio longitudinal superior

Frontal/

Etmóide

Canal etmoidal anterior

Nervo nasal interno (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal anterior

Veia etmoidal anterior1

Canal etmoidal posterior

Nervo esfeno-etmoidal (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal posterior

Veia etmoidal posterior2

Etmóide

Buracos olfactivos anteriores Filetes do nervo olfactivo (I Par)

Buracos olfactivos posteriores Prolongamentos da dura-máter3

Fenda etmoidal Prolongamento da dura-máter

Buraco etmoidal

Nervo nasal interno (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal anterior

Veia etmoidal anterior

Esfenóide Canal óptico Nervo óptico (II Par)

Artéria oftálmica

Page 21: Buracos da Cabeça

19

4 O nervo vidiano é formado pela reunião dos nervos grande petroso superficial (ramo do VII Par) e profundo (ramo do IX Par)

e de um filete anastomótico do plexo simpático pericarotídeo. 5 O canal carotídeo comunica com a caixa do tímpano pelo canal carótido-timpânico, destinado à passagem da artéria e do

nervo carótido-timpânicos. O canal carótido-timpânico abre-se na parede externa da porção ascendente do canal carotídeo e na parede anterior da caixa do tímpano.

Osso Buraco Atravessado

Esfenóide

Fenda esfenoidal

Nervo motor ocular comum (III Par)

Nervo patético (IV Par)

Nervos lacrimal, nasal e frontal (ramos do V1

Par)

Nervo motor ocular externo (VI Par)

Veia oftálmica

Buraco carótico-clinoideu

(inconstante) Artéria carótida interna

Buraco grande redondo Nervo maxilar superior (V2 Par)

Veias emissárias

Buraco oval

Nervo maxilar inferior (V3 Par)

Artéria pequena meníngea (inconstante)

Veias emissárias (inconstantes)

Buraco de Vesálio (inconstante) Veia emissária (inconstante)

Canalículo inominado de Arnold

(inconstante)

Nervo pequeno petroso superficial (ramo do VII

Par) unido ao nervo pequeno petroso profundo

(ramo do IX Par)

Buraco pequeno redondo

Ramo meníngeo do nervo maxilar inferior (V3

Par)

Artéria meníngea média

Veia meníngea média

Canal nutritivo Artéria nutritiva

Esfenóide/

Temporal Buraco lácero anterior

Nervo vidiano4

Veias emissárias

Temporal

Canal carotídeo5

Nervo carotídeo interno (plexo simpático)

Artéria carótida interna

Seio carotídeo interno

Hiatos acessórios

Nervo pequeno petroso profundo (ramo do IX

Par)

Nervo pequeno petroso superficial (ramo do VII

Par)

Hiato de Falópio

Nervo grande petroso superficial (ramo do VII

Par)

Nervo grande petroso profundo (ramo do IX

Par)

Ramo petroso da artéria meníngea média

Page 22: Buracos da Cabeça

20

ANDAR POSTERIOR

É limitado:

- anteriormente, pelos limites posteriores do andar médio;

- posteriormente, pelas goteiras dos seios laterais.

Osso Buraco Atravessado

Occipital

Foramen magnum

Bulbo raquidiano

Nervo espinhal (XI Par)

Artérias vertebrais

Plexos venosos

Ramos meníngeos das artérias vertebrais

Meninges

Canal condiliano anterior6

Nervo grande hipoglosso (XII Par)

Veia condiliana anterior (emissária)

Artéria meníngea posterior7

Canal condiliano posterior

(inconstante)

Veia condiliana posterior (emissária)

Ramo meníngeo da artéria faríngea ascendente

Occipital/

Temporal Buraco lácero posterior

Nervo glossofaríngeo (IX Par)

Nervo pneumogástrico (X Par)

Nervo espinhal (XI Par)

Seio petroso inferior

Seio lateral

Ramo meníngeo da artéria occipital7

Artéria meníngea posterior7

Temporal

Canal auditivo interno

Nervo facial e intermediário de Wrisberg (VII

Par)

Nervo auditivo (VIII Par)

Artéria auditiva interna

Orifício do aqueduto do

vestíbulo Ducto endolinfático

Buraco mastoideu (inconstante)6 Veia mastoideia (emissária para o seio lateral)

Ramo meníngeo da artéria occipital7

6 Pode ter dois orifícios de abertura. 7 Passa num ou no outro buraco, mas nunca nos dois.

Page 23: Buracos da Cabeça

21

VISTA INFERIOR DA BASE DO CRÂNIO

PORÇÃO FACIAL

8

É limitada:

- posteriormente, pela linha bizigomática.

PORÇÃO JUGULAR

É limitada:

- anteriormente, pela linha bizigomática;

- posteriormente, pela linha bimastoideia.

8 Divisão segundo L. Testut, por linhas imaginárias e convencionais. H. Rouvière adopta outro modelo de divisão desta região, mais incómodo pela passagem de algumas linhas sobre a porção média de alguns buracos.

Osso Buraco Atravessado

Esfenóide Canal ptérigo-palatino

Nervo faríngeo

(nervo ptérigo-palatino) (ramo do V2 Par)

Artéria ptérigo-palatina

Osso Buraco Atravessado

Esfenóide

Buraco oval

Nervo maxilar inferior (V3 Par)

Artéria pequena meníngea (inconstante)

Veias emissárias (inconstantes)

Buraco pequeno redondo

Ramo meníngeo do nervo maxilar inferior (V3

Par)

Artéria meníngea média

Veia meníngea média

Buraco de Vesálio (inconstante) Veia emissária (inconstante)

Canalículo inominado de Arnold

(inconstante)

Nervo pequeno petroso superficial (ramo do VII

Par) unido ao nervo pequeno petroso profundo

(ramo do IX Par)

Canal vidiano

Nervo vidiano

Artéria vidiana

Veia vidiana

Esfenóide/

Temporal Buraco lácero anterior

Nervo vidiano

Veias emissárias

Page 24: Buracos da Cabeça

22

9 Encontra-se sobre a crista que separa a fossa jugular do orifício do canal carotídeo. Abre-se mais externamente e mais

superiormente, na porção ínfero-interna da caixa do tímpano. 10 O aqueduto de Falópio estabelece a comunicação entre o buraco estilo-mastoideu e o canal auditivo interno. 11 Este canal abre-se pelo ostium introitus, dirige-se para fora e abre-se na porção descendente do aqueduto de Falópio, sobre o

buraco estilo-mastoideu. 12 Uma sonda aplicada na trompa de Eustáquio deixa o crânio no canal auditivo externo, mostrando uma comunicação entre

estas duas estruturas. 13 A corda do tímpano destaca-se do nervo facial e intermediário de Wrisberg perto do buraco estilo-mastoideu, dentro do

aqueduto de Falópio, passando pelo canal posterior da corda. A sua emergência do crânio ocorre no canal anterior da corda, na

espessura da cisura petro-timpânica. 14 É a continuação inferior do buraco lácero posterior. 15 É a continuação inferior do seio lateral. 16 O seio petroso inferior, após atravessar o buraco lácero posterior, transforma-se em veia e junta-se à veia jugular interna perto do golfo da veia jugular interna.

Osso Buraco Atravessado

Temporal

Canal carotídeo

Nervo carotídeo interno (plexo simpático)

Artéria carótida interna

Seio carotídeo interno

Canal timpânico9

(Canal de Jacobson) Nervo de Jacobson (nervo timpânico) (ramo do

IX Par)

Aqueduto de Falópio10

(Buraco estilo-mastoideu)

Nervo facial e intermediário de Wrisberg (VII

Par)

Artéria estilo-mastoideia

Veia estilo-mastoideia

Canal do ramo auricular do

nervo pneumogástrico11

(Ostium introitus)

Ramo auricular do nervo pneumogástrico (X

Par)

Canal auditivo externo Coluna de ar

Trompa de Eustáquio12

Coluna de ar

Canal anterior da corda13

Corda do tímpano (ramo do VII Par)

Temporal/

Occipital Fossa jugular

14

Nervo glossofaríngeo (IX Par)

Nervo pneumogástrico (X Par)

Nervo espinhal (XI Par)

Golfo da veia jugular interna15

Veia jugular interna

Seio petroso inferior16

Ramo meníngeo da artéria occipital

Artéria meníngea posterior

Occipital Canal condiliano anterior

Nervo grande hipoglosso (XII Par)

Artéria meníngea posterior

Veia condiliana anterior (emissária)

Page 25: Buracos da Cabeça

23

PORÇÃO OCCIPITAL

É limitada:

- anteriormente, pela linha bimastoideia.

ABÓBADA CRANIANA

17 Pode-se encontrar um outro canal na parede superior do buraco mastoideu, dirigido para trás e para cima, que termina

anteriormente e, por vezes, inferiormente ao astérion. 18 O foramen magnum é atravessado pela linha bimastoideia. Contudo, como essa linha o atravessa na sua porção anterior, e não na porção média, optei por colocá-lo nesta secção.

Osso Buraco Atravessado

Temporal/Occipital Buraco mastoideu

17

(inconstante)

Veia mastoideia (emissária para o seio lateral)

Ramo meníngeo da artéria occipital

Occipital

Foramen magnum18

Bulbo raquidiano

Nervo espinhal (XI Par)

Artérias vertebrais

Plexos venosos

Ramos meníngeos das artérias vertebrais

Meninges

Canal condiliano posterior

(inconstante)

Veia condiliana posterior (emissária)

Ramo meníngeo da artéria faríngea

ascendente

Osso Buraco Atravessado

Parietal Buraco parietal

Veia emissária de Santorini

Ramo meníngeo parietal da artéria occipital

(inconstante)

Page 26: Buracos da Cabeça

24

VISTA ANTERIOR DA FACE

VISTA PÓSTERO-EXTERNA DA FACE

19 O osso frontal pertence ao crânio, não à face. Optei por apontar estas chanfraduras neste capítulo por serem mais fáceis de

observar no contexto da face, e não do crânio. 20 Na sua parede inferior abre-se o canal dentário anterior, invisível pelo exterior, e por onde passam o nervo (ramo do V2 Par)

e os vasos dentários anteriores. Posteriormente ao canal dentário anterior, seja na extremidade posterior do canal infra-

-orbitário, seja na goteira infra-orbitária, abre-se o canal dentário médio, que dá passagem ao nervo (ramo do V2 Par) e aos

vasos dentários médios. Estes ramos médios são inconstantes e muitas vezes confundidos com os ramos dentários posteriores

mais elevados. 21 Este canal abre-se em Y, sendo as suas aberturas visíveis na face externa, na face interna da apófise orbitária e na face

temporal da apófise orbitária do osso malar. A bifurcação ocorre a partir do orifício da face interna da apófise orbitária, que se

divide nos dois canais secundários. Muitas vezes, porém, estes dois canais são independentes, e abrem-se em dois orifícios

distintos na face interna da apófise orbitária do osso malar. 22 O nervo têmporo-malar é formado pela anastomose dos ramos lacrimal do nervo oftálmico (V1 Par) e orbitário do nervo

maxilar superior (V2 Par). Divide-se em dois filetes: um, temporal, sai pelo orifício posterior do canal; outro, malar, sai pelo orifício externo.

Osso Buraco Atravessado

Frontal19

Chanfradura supra-orbitária

Nervo supra-orbitário (ramo do V1 Par)

Artéria supra-orbitária

Veia supra-orbitária

Chanfradura frontal interna

Nervo frontal interno (ramo do V1 Par)

Artéria frontal interna

Veia frontal interna

Nasal Canal nutritivo Artéria nutritiva

Maxilar

Superior

Canal infra-orbitário20

(Buraco infra-orbitário)

Nervo infra-orbitário (ramo do V2 Par)

Artéria infra-orbitária

Veia infra-orbitária

Canal nutritivo Artéria nutritiva

Malar Canal têmporo-malar21

Nervo têmporo-malar22

Filete temporal do nervo têmporo-malar

Filete malar do nervo têmporo-malar

Artéria têmporo-malar

Veia têmporo-malar

Maxilar

Inferior Buraco mentoniano

Nervo mentoniano (ramo do V3 Par)

Artéria mentoniana

Veia mentoniana

Osso Buraco Atravessado

Maxilar

Superior Canais dentários posteriores

Nervo dentário posterior (ramo do V2 Par)

Artéria dentária posterior

Veia dentária posterior

Maxilar

inferior Chanfradura sigmoideia

Nervo masseteriano (ramo do V3 Par)

Artéria masseteriana

Veia masseteriana

Malar Canal têmporo-malar

Nervo têmporo-malar

Filete temporal do nervo têmporo-malar

Filete malar do nervo têmporo-malar

Artéria têmporo-malar

Veia têmporo-malar

Page 27: Buracos da Cabeça

25

CAVIDADES ORBITÁRIAS

Osso Buraco Atravessado

Maxilar

Superior

Canal infra-orbitário

(Goteira infra-orbitária)

Nervo infra-orbitário (ramo do V2 Par)

Artéria infra-orbitária

Veia infra-orbitária

Maxilar

Superior/

Esfenóide

Fenda esfeno-maxilar

Ramo orbitário do nervo maxilar superior (V2

Par)

Artéria infra-orbitária

Veia infra-orbitária

Esfenóide

Fenda esfenoidal

Nervo motor ocular comum (III Par)

Nervo patético (IV Par)

Nervos lacrimal, nasal e frontal (ramos do V1

Par)

Nervo motor ocular externo (VI Par)

Veia oftálmica

Canal óptico Nervo óptico (II Par)

Artéria oftálmica

Canal nutritivo Artéria nutritiva

Únguis/

Nasal Canal lácrimo-nasal Lágrimas

Frontal/

Etmóide

Canal etmoidal anterior

Nervo nasal interno (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal anterior

Veia etmoidal anterior

Canal etmoidal posterior

Nervo esfeno-etmoidal (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal posterior

Veia etmoidal posterior

Malar Canal têmporo-malar

Nervo têmporo-malar

Filete temporal do nervo têmporo-malar

Filete malar do nervo têmporo-malar

Artéria têmporo-malar

Veia têmporo-malar

Page 28: Buracos da Cabeça

26

FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR

Osso Buraco Atravessado

Palatino

Canal palatino posterior

Nervo palatino anterior (ramo do V2 Par)

Artéria palatina superior

Veia palatina superior

Canais palatinos acessórios

Nervo palatino médio (ramo do V2 Par)

Nervo palatino posterior (ramo do V2 Par)

Artéria palatina inferior

Veia palatina inferior

Palatino/

Esfenóide Buraco esfeno-palatino

Nervo naso-palatino (ramo do V2 Par)

Nervos nasais superiores (ramo do V2 Par)

Artéria esfeno-palatina

Veia esfeno-palatina

Esfenóide

Canal vidiano

Nervo vidiano

Artéria vidiana

Veia vidiana

Buraco grande redondo Nervo maxilar superior (V2 Par)

Veias emissárias

Maxilar

Superior/

Esfenóide

Fenda esfeno-maxilar

Ramo orbitário do nervo maxilar superior (V2

Par)

Artéria infra-orbitária

Veia infra-orbitária

CAVIDADE BUCAL

Osso Buraco Atravessado

Maxilar

Superior

Canal palatino anterior23

(Buraco incisivo)

Nervo naso-palatino (ramo do V2 Par)

Artéria naso-palatina

Veia naso-palatina

Maxilar

Superior/

Palatino

Canal palatino posterior

Nervo palatino anterior (ramo do V2 Par)

Artéria palatina superior

Veia palatina superior

Palatino Canais palatinos acessórios

Nervo palatino médio (ramo do V2 Par)

Nervo palatino posterior (ramo do V2 Par)

Artéria palatina inferior

Veia palatina inferior

Maxilar

Inferior Canal dentário inferior

24

Nervo dentário inferior (ramo do V3 Par)

Artéria dentária inferior

Veia dentária inferior

23 O canal palatino anterior bifurca-se em Y, tendo duas aberturas nas fossas nasais. 24 No maxilar inferior, o canal dentário inferior ramifica-se em vários outros canais. Um deles tem uma abertura na face anterior do corpo do maxilar inferior: o buraco mentoniano.

Page 29: Buracos da Cabeça

27

FOSSAS NASAIS

25 Na trompa de Eustáquio, em cada movimento de deglutição, o ar movimenta-se de modo a manter iguais as pressões dentro

e fora da membrana do tímpano, tal que essa membrana possa funcionar normalmente. A trompa de Eustáquio não se encontra

nas fossas nasais, mas faz comunicar o ouvido médio com a rino-faringe. Foi inserida nesta secção pela relação que estabelece, através da rino-faringe, entre as fossas nasais e o ouvido.

Osso Buraco Atravessado

Frontal Orifício do seio frontal Ar

Etmóide

Buracos olfactivos anteriores Filetes do nervo olfactivo (I Par)

Buracos olfactivos posteriores Prolongamentos da dura-máter

Fenda etmoidal Prolongamento da dura-máter

Buraco etmoidal

Nervo nasal interno (ramo do V1 Par)

Artéria etmoidal anterior

Veia etmoidal anterior

Orifícios das células etmoidais Ar

Palatino/

Esfenóide

Buraco esfeno-palatino

Nervo naso-palatino (ramo do V2 Par)

Nervos nasais superiores (ramo do V2 Par)

Artéria esfeno-palatina

Veia esfeno-palatina

Canal ptérigo-palatino

Nervo faríngeo

(nervo ptérigo-palatino) (ramo do V2 Par)

Artéria ptérigo-palatina

Esfenóide Orifício do seio esfenoidal Ar

Únguis/

Nasal Canal lácrimo-nasal Lágrimas

Nasal Canal nutritivo Artéria nutritiva

Maxilar

Superior

Canal palatino anterior

Nervo naso-palatino (ramo do V2 Par)

Artéria naso-palatina

Veia naso-palatina

Orifício do seio maxilar Ar

Canal nutritivo Artéria nutritiva

Temporal Orifício da trompa de

Eustáquio25

Coluna de ar

Page 30: Buracos da Cabeça
Page 31: Buracos da Cabeça

ATLAS

Page 32: Buracos da Cabeça

30

VISTA EXTERIOR DO CRÂNIO

Page 33: Buracos da Cabeça

31

VISTA SUPERIOR DA BASE DO CRÂNIO

Page 34: Buracos da Cabeça

32

VISTA INFERIOR DA BASE DO CRÂNIO

Page 35: Buracos da Cabeça

33

VISTA SUPERIOR DA ABÓBADA CRANIANA

Page 36: Buracos da Cabeça

34

VISTA ANTERIOR DA FACE

VISTA ANTERIOR, EXTERNA E SUPERIOR DO MAXILAR INFERIOR

Page 37: Buracos da Cabeça

35

RAMIFICAÇÕES DA ARTÉRIA MAXILAR INTERNA

Esta imagem permite visualizar o percurso das artérias dentárias no maxilar superior e no maxilar

inferior, desde os canais dentários até às raízes dos dentes correspondentes.

Page 38: Buracos da Cabeça

36

PAREDE EXTERNA DAS FOSSAS NASAIS

Page 39: Buracos da Cabeça

37

VISTA EXTERIOR DA FOSSA PTÉRIGO-MAXILAR

Page 40: Buracos da Cabeça

38

VISTA ANTERIOR DA CAVIDADE ORBITÁRIA DIREITA