40

C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA
Page 2: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anuncio Pernas.pdf 07/05/2007 18:17:33

Page 3: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

sumário

22

14

38

Eventos 04 Notícias 06

Postura em Foco 10 Associações 36

AviGuia: produtos, serviços e lançamentos 19

ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo 26

Alojamento de matrizes de corte 27

Produção de pintos de corte 28

Produção de carne de frango 29

Exportação de carne de frango 30

Disponibilidade interna de carne de frango 31

Alojamento de matrizes de postura 32

Alojamento de pintainhas comerciais de postura 33

Desempenho do frango vivo no mês de setembro 34

Desempenho do ovo no mês de setembro 35

24

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo [email protected]

Redação Érica [email protected]

InternetTiago Anderson Urbano

Diagramação e arteAgros Editorial e Bravos Comunicaçã[email protected]

Circulação e Assinatura Elaine Cristina Franco(19) 3241 9292 [email protected]

Tiragem: 4.000 exemplares

expediente editoriAL

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292Fax: (19) 3212 3782

Agros Editorial Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

padrões de produção próprios asseguram internacionalização da avicultura brasileira

Em recente matéria para o Financial Times, o jornalista Alan Beattie observa que um dos fronts de combate mais am-plos da moderna economia mundial vem sendo a aplicação de padrões de confor-midade de produtos “para regulamentar e, diriam alguns, asfixiar, o comércio inter-nacional”. São – diz ele – barreiras não-tarifárias, “especialmente na forma de pa-drões alimentícios”, mais difíceis de eliminar do que as tarifas comuns.

O Brasil já sente isso na carne. Literal-mente. Porque, quase diariamente, sur-gem (especialmente nos países desenvol-vidos - não por acaso os mais protecionistas) protocolos de conformidade de produtos aos quais os exportadores brasileiros de frango (e das outras duas carnes) são obri-gados a aderir para poderem continuar ou entrar em determinados mercados.

Não que esses protocolos sejam total-mente condenáveis: assim como os manu-ais de manejo da avicultura, padrões míni-mos de produção são, mais do que

desejáveis, necessários. O problema está na sua proliferação. E na deturpação dos objetivos originais.

Tudo isso considerado, é bastante aus-piciosa – e digna de aplausos – a iniciativa que levou a avicultura brasileira (com o respaldo de um órgão oficial, o Ministério da Agricultura), a elaborar, a um só tem-po, dois protocolos de boas práticas de produção: um voltado para a avicultura de corte, outro voltado ao setor de postura.

O assunto é um dos temas principais da penúltima edição de 2007 de Produção Animal – Avicultura, que também traz uma constatação nada alvissareira: a Lei de Murphy atingiu a avicultura brasileira. Ou essa carência de milho no final daque-le que vinha sendo o melhor ano já expe-rimentado pelo setor não é um desastre totalmente inesperado?

José Carlos GodoyCoordenador Editorial

[email protected]

Ponto Final Antônio Mário Penz Júnior

Não há qualquer chance de uso de hormônios na

alimentação avícola

Frangos e ovos: Boas práticas

de produção à moda brasileira

Ciência Avícola

Trabalho premiado identifica marcadores

microssatélites do cromossomo 13

Entrevista

Rosemary Bichara: O programa Feed & Food do Sindirações

Produção Animal | Avicultura 3

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anuncio Pernas.pdf 07/05/2007 18:17:33

Page 4: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

eVentos

4 Produção Animal | Avicultura

novembro26 a 29 de novembro

22º curso de Boas Práticas de Fabricação do SindiraçõesO treinamento de 32 horas é baseado na Instrução Normati-va nº 4 de 23 de fevereiro de 2007 e no “Manual do Progra-ma Feed & Food Safety - Gestão do Alimento Seguro”.Local: Mercure Apartaments, São Paulo, SPRealização: SindiraçõesContato: 11- 3541-1212E-mail: [email protected]ções: www.sindiracoes.org.br

26 a 28 de novembro

IX Seminário Nacional de Milho SafrinhaO objetivo do seminário é divulgar informações e novas tec-nologias sobre o manejo do milho-safrinha e debater proble-mas e dificuldades técnicas. Os sócios da Associação Brasilei-ra de Milho e Sorgo (ABMS), promotora do evento, pagam R$ 100,00, os não-sócios R$ 150,00 e os estudantes R$ 80,00.Local: Sindicato Rural, Dourados, MSRealização: Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS) e Associação Brasileira de Milho e SorgoContato: 67- 3425-5122 - ramal 153E-mail: [email protected]ções: www.cpao.embrapa.br/milhosafrinha

2008Janeiro

23 a 25 de janeiroInternational Poultry Expo and International Feed ExpoLocal: Georgia World Congress Center, Atlanta, EUARealização: U.S. Poultry & Egg AssociationE-mail: [email protected]ções:www.internationalpoultryexposition.com/index.cfm

Fevereiro

15 de fevereiro a 18 de dezembroMBA em Nutrição Animal como Fator de Sucesso em EmpreendimentosCurso de MBA destinado a Profissionais de nível universitário que atuem em empreendimentos baseados na produção ani-mal ou que tenham interesse em conhecer ou atuar na área.Local: Campinas, SPRealização: Instituto DidatusContato: 41 3018-8246E-mail: [email protected]ções: www.didatus.com.br

Maio

13 a 15 de maio de 2008AveSui 2008Local: Centro Sul, Florianópolis, SCContato: 11 2118-3133E-mail: [email protected]ções: www.avesui.com

Junho

29 de junho a 4 de julhoXXIII Congresso Mundial de AviculturaLocal: Convention and Exhibition Centre, Brisbane, AustraliaRealização: WPSA, World Poultry Science AssociationInformações: www.wpsa.info/homepage.asp

Novembro

19 a 21 de novembroAVISULAT 2008 Congresso Sul-Brasileiro de Avicultura, Sui-nocultura e LaticíniosLocal: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: ASGAV, Sindicato das Indústrias de Produtos Suí-nos e Sindicato das Indústrias de LaticíniosContato: 51-3228-8844

Page 5: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA
Page 6: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

notíciAs

6 Produção Animal | Avicultura

stF define direito a greve de servidor público

No final de outubro, o STF – Supremo Tribunal Federal anali-sou a questão das greves no serviço público e decidiu aplicar ao funcionalismo a Lei de Greve dos trabalhadores do setor privado.

Com a decisão, pela primeira vez desde 1988, quando foi aprovada a Constituição em vigor, os serviços públicos dispõem de regra sobre o assunto. Elas valem até existir lei específica so-bre a questão.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a maioria dos ministros do STF observou que as normas aplicáveis ao setor privado serão aplicadas “no que couber” ao serviço público. Mas, na prática, as restrições aos servidores poderão ser maiores, pois enquanto a Lei de Greve exige, por exemplo, a manutenção dos serviços es-senciais, no serviço público a Justiça decidirá o que deve ser mantido.

Assim, para o ministro Eros Roberto Grau, do STF, “todo o serviço público é essencial”. Dessa forma, terá de manter (em caso de greve) um funcionamento mínimo.

rússia embarga instalações nos euA e reabilita no Brasil

Em outubro, empresas norte-americanas produtoras e pro-cessadoras de carnes enfrentaram forte e inesperada desvaloriza-ção de suas ações depois que veio a público a informação de que o governo russo, após inspeções in loco, descredenciou 30 plan-tas de processamento ou estocagem de carnes.

Conforme o USDA – Departamento de Agricultura dos EUA a Rússia proibiu as importações, entre outros, de 17 abatedouros de aves e de sete abatedouros de suínos, aí inclusas três instala-ções da Tyson Foods e duas da Sanderson Farms.

O descredenciamento, segundo a mesma fonte, ocorreu de-pois que missões russas inspecionaram pessoalmente instalações norte-americanas de carnes e ocorreu sem que fosse apresenta-da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA interpretam a decisão como uma tentativa de reduzir os preços do produto importado, em especial das “leg-quarters” (coxa-sobrecoxa de frango), “cujos preços vêm atingindo níveis sem precedente na história”.

Falando a respeito em boletim do banco, um analista do Cre-dit Suisse observou que a Rússia absorve 33% das exportações norte-americanas de carne de frango e que as instalações embar-gadas representam perto de 10% da demanda russa. Já na carne suína – que representa 6,5% das exportações dos EUA, estão embargadas instalações que atendem 11% da demanda russa.

Na mesma ocasião, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura do Brasil, Inácio Afonso Kroetz, que es-tava na Alemanha (Berlim), recebia comunicado oficial do serviço veterinário da Federação da Rússia informando da liberação do porto de Ponta do Félix, em Antonina (PR) para exportar carnes in natura para aquele país, além da reabilitação de sete frigorífi-cos brasileiros – quatro de Mato Grosso, dois de São Paulo e um do Tocantins. Frigoríficos e porto (de onde, segundo o MAPA, cerca de 90% dos embarques tinham por destino a Rússia) so-friam embargo russo há tempos.

2016: tendências das carnes avícolas e as possibilidades brasileiras

Estudo conjunto OCDE-FAO (Organização para a Coopera-ção e Desenvolvimento Econômico e Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) estima que em 2016 as exporta-ções mundiais de carnes avícolas estarão girando em torno dos 10,5 milhões de toneladas, volume que corresponde a um au-mento de 27% sobre os (perto de) 8,3 milhões de toneladas previstos para este ano.

No desenvolvimento desse estudo, as duas entidades toma-ram por base o desempenho exportador dos países membros da OCDE (Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia, Di-namarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holan-da, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, Repú-blica Checa, Suécia, Suíça, Turquia e – claro - EUA, todos classifi-cados como “países ricos”) e dos países em desenvolvimento (ou seja, o resto do mundo, aí incluso o Brasil) entre 2001 e 2005, época em que as exportações de aves dos dois blocos estavam divididas, aproximadamente, meio a meio.

Pois bem: conforme as projeções do trabalho, em 2016 as exportações dos membros da OCDE devem alcançar 3,9 milhões de toneladas, apenas 6% a mais do que está sendo previsto para este ano, perto de 3,7 milhões de toneladas – o que significa estabilidade das exportações dos países ricos.

Já em relação aos países em desenvolvimento prevê-se que estarão exportando, em 2016, mais de 6,6 milhões de toneladas de carnes avícolas, 44% a mais que o previsto para 2007 – o que deve fazer com que a participação do bloco mais pobre nas ex-portações mundiais suba de cerca de 50% no qüinqüênio 2001-2005 para 63% em menos de dez anos.

E qual seria a participação do Brasil nesse processo?Levando-se em conta que as exportações brasileiras de 2006

(bastante afetadas pela crise da Influenza Aviária) representaram 62% do volume exportado pelos países em desenvolvimento (4,350 milhões de toneladas nos números da OCDE-FAO) e su-pondo-se que esse índice se mantenha até 2016, o volume ex-portado pela avicultura pode chegar aos 4,1 milhões de toneladas.

Page 7: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 7

Page 8: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

notíciAs

8 Produção Animal | Avicultura

compra da eleva torna perdigão a maior da avicultura brasileira

com foco na internacionalização, sadia cresce 25% em receita

C om o compromisso de manter o foco em seu core business e na internacionalização, a Sadia S.A fechou os primeiros nove

meses de 2007 com faturamento de R$ 6,9 bilhões e receita lí-quida de R$ 6,1 bilhões, o que significou desempenho 25% su-perior em relação a igual período do ano passado. Em volume, as vendas registraram alta de 11,8% e chegaram a 1,550 milhão de toneladas.

ExpansãoNo dia 29 de outubro, o governo de Pernambuco

e a Sadia S.A. firmaram protocolo de intenções para a construção de uma planta industrial no município de Vitória de Santo An-tão, a 50 km do Recife, na Zona da Mata Norte do Estado, além de um Centro de Distribuição (CD) de produtos na cidade para abastecer as regiões Norte e Nordeste.

A Sadia começará a construir em 2008 uma nova uni-dade da empresa nos Emirados Árabes Unidos, tendo em vista o grande volume de ex-portação para o Oriente Médio.

A empresa vai ainda inaugurar sua fábrica em Kaliningra-do, na Rússia, em dezembro, e vai colocar em operação sua unidade de abate de aves em Lucas do Rio Verde, MT, em meados de 2008.

Aurora vai construir dois novos complexos avícolas

A Coopercentral Aurora, aprovou a construção de duas novas unidades industriais de abate e processamento de aves, me-

diante investimentos da ordem de R$ 800 milhões de reais. Uma unidade será instalada em Canoinhas, no Planalto Norte de San-ta Catarina, e a outra em Carazinho, na região de Alto Jacuí, Rio Grande do Sul.

Cada uma das novas indústrias frigoríficas exigirá cerca de R$ 400 milhões de reais em investimentos, na forma de recursos próprios e financiados pelo BNDES. A previsão da Aurora é de que cada unidade gerará movimento econômico da ordem de R$ 1 bilhão de reais por ano.

Além disso, a Aurora e a Cotrel - Cooperativa Tritícola Ere-chim de Erechim (RS), celebraram um novo contrato para balizar o relacionamento jurídico entre as duas sociedades, com o desta-que para a compra das marcas da Cotrel pela Aurora e o investi-mento de R$ 22 milhões na modernização das indústrias.

Nildemar Secches (esquerda) e Rami Goldfajn

No noite de 30 de outubro, as administrações da Perdigão S.A. e da Eleva Alimentos S.A. (ex-Avipal) divulgaram

“fato relevante” informando da assinatura de contrato de compra e venda pelo qual a Perdigão passará a deter o con-trole acionário da Eleva, passando esta a ser uma subsidiária integral da primeira.

O comunicado ainda informa que a operação será apre-sentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, Secretaria de Direito Econômico – SDE e Secretaria de Acompanhamento Econômico – SEAE, dos quais depende a aprovação final da negociação. De acordo com Nildemar Sec-ches, diretor-presidente da Perdigão, e Rami Goldfajn, diretor-presidente da Eleva, a negociação estará dividida em duas partes, uma em dinheiro e a outra em ações.

A primeira parte do pagamento será feita com recursos obtidos através da oferta de 20 milhões de papéis, que devem ser pagos até o final deste ano, totalizando cerca de 773 mi-lhões de reais para acionistas controladores e minoritários. A segunda parte será concluída no início de 2008 com a emis-são de mais 20 milhões de ações, que equivalem a cerca de 993 milhões de reais, variando de acordo com o preço das ações no dia do fechamento da operação. O valor total da operação deve totalizar 1,7 bilhão.

Resultados Perdigão e ElevaA Perdigão fechou o terceiro trimestre de 2007 com lucro

líquido de R$ 90,2 milhões, aumento de 320,8% ante igual período do exercício anterior. O excelente desempenho nos mercados externo e interno, que apresentaram crescimento de 31% e 17% em receitas, respectivamente, e as vendas de produtos de maior valor agregado, com alta de 22,2% na re-ceita foram os principais destaques.

A Eleva também apresentou números históricos, alcan-çando um lucro líquido de R$ 50,5 milhões no terceiro trimes-tre de 2007, em comparação com os R$ 46 mil no terceiro trimestre de 2006.

As exportações de frangos cresceram, em dólares, 65,4% no período. No mercado interno o faturamento apresentou crescimento de 5,5%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, refletindo os maiores preços obtidos.

Page 9: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 9

Globoaves nega negociação com sadia

A Globoaves afastou enfatica-mente as insinuações, surgidas

no mês, de que poderia ser adquirida pela Sadia. Conforme sua diretoria, a

Globoaves (cuja sede está localizada em Cascavel, PR) não só mantém o ritmo normal

de investimentos, como também vem aceleran-do o processo de aquisição – parcial ou integral –

de novas empresas. São destacadas, entre essas aqui-sições, os frigoríficos Porcobello (PR), Nhô Bento (MG) e Villa Germânia (SC).

Tem mais, porém. A empresa não comenta, mas segun-do a imprensa de Formiga (MG) - onde a Globoaves mantém em funcionamento, desde 2005, um incubató-

rio para a produção de pintos de corte – a empresa deve instalar no município também uma granja matrizeira. Atu-

almente, os ovos incubados em Formiga procedem de granjas da Globoaves situadas em outros municípios ou, mesmo, em

outros estados.

seara investe mais de us$ 9,5 milhões em unidade em sp

A Seara Alimentos anunciou no início de outubro investimen-tos em sua fábrica de Nuporanga, SP, que elevarão em 75%

a capacidade de abate de frangos da unidade. Com isso, haverá impacto positivo em toda a cadeia, particularmente no cresci-mento paralelo dos produtores integrados que ampliarão suas

granjas, além da geração estimada de 700 novos empre-gos diretos.

Frangos canção amplia atividades no norte paranaense

A empresa Frangos Canção vai investir R$ 5,5 mil na constru-ção de três núcleos de produção, com cinco aviários cada

um, alojando no total 120 mil matrizes em produção de ovos, no norte do Paraná. A iniciativa deve gerar 60 empregos diretos e outros 300 indiretos no município escolhido.

em porto Feliz, sp, empresa anuncia geração de 500 empregos

A Avícola Flamboiã, que já possui uma unidade em Cabreúva, SP, vai construir uma nova fábrica em Porto Feliz, SP, a partir

do próximo ano, gerando 500 novos empregos diretos, e cerca de 300 indiretos.

Mensalmente, serão produzidas 15 mil toneladas de ração para frango na unidade de Porto Feliz. Mais de cem caminhões da empresa deverão rodar pela cidade diariamente.

empresa pernambucanase instala no oeste da Bahia

O Grupo Mauricéa Alimentos, está implantando um comple-xo industrial composto de cinco plantas integradas destina-

do à produção de carne de frango no município de Luiz Eduardo Magalhães, BA. O complexo deve trabalhar desde a compra do milho e soja produzidos no próprio município até a criação de frango para o abate com duas granjas capazes de abrigar um plantel de 1,2 milhão de aves, cada.

Page 10: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

posturA em Foco

10 Produção Animal | Avicultura

Ovo:O alimento perfeito torna-se

+ do que perfeito

Em recente crônica para o canadense

Edmonton Journal, onde escreve

regularmente, a jornalista Judy Schultz

afirma que o ovo é um alimento quase

perfeito. Nós não concordamos: por

ser inferior, apenas, ao leite materno,

entendemos que entre os alimentos de

origem animal o ovo é perfeito. O melhor,

porém, é que através de modernas

técnicas de produção ele vem recebendo

“upgrades” contínuos.

O que vem a seguir tem

por base a crônica da

canadense.

posturA em Foco

10 Produção Animal | Avicultura

Page 11: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 11

A mais longa e mais profunda questão existen-cialista que por séculos e séculos desafiou a humanidade – quem veio primeiro: o ovo ou

a galinha? – obteve, na modernidade, uma resposta até agora considerada lógica: a primazia foi do ovo. Frustran-te, apenas, é saber que, entre os espécimes aviários, não foi uma galinha quem produziu o primeiro deles, fato ocorrido, provavelmente, seis mil anos atrás.

Como a vida vem da água, a lógica também leva à suposição de que os primeiros ovos “aviários” foram pos-tos por aves aquáticas – um ganso ou, eventualmente, um pato – o que teria acontecido na China. Segundo os historiadores avícolas, seriam necessários outros dois mil anos até que surgisse o primeiro modelo clássico de gali-nha, tudo indica na Índia.

Hoje, a distância entre a Ásia e Europa é considerada muita pequena. Mas demorou até que a galinha e seus ovos fossem introduzidos no que se chamava, à época, de “mundo civilizado”. Isso só aconteceu no Século V e, mesmo assim, de forma indireta, trazidos como curiosi-dade (ou suvenir) pelos marinheiros que retornavam de longas viagens pelo sudeste asiático. Já na América, gali-nhas e ovos chegaram dez séculos depois, com o próprio descobridor, Cristóvão Colombo - não por coincidência o primeiro a colocar um ovo em pé.

Nesses poucos mais de 500 anos praticamente nada mudou no ovo, exceto o fato de ter-se transformado num dos pratos de sustentação dos povos americanos, para o que passou a solicitar uma forte produção industrial (11,8 milhões de toneladas nas três Américas, segundo dados da FAO para 2005). Também, pudera: mesmo não sendo originalmente perfeitos, os ovos estão muito próximos da perfeição, visto que contêm quase todos os nutrientes essenciais a uma vida – haja vista, por exemplo, que o pinto dele originado pode hoje alcançar, em pouco mais de 40 dias, até cinqüenta vezes o peso inicial.

Alimento referênciaPor falar em perfeição, aliás, o ovo se destaca a tal

ponto que, sua clara, pelo grau de qualidade apresenta-da, foi escolhida como padrão referencial para a caracte-rização de todas as demais proteínas. Por sinal, antes que se desenvolvessem os modernos suplementos dietéticos, o “nutriente-chave” dos fisioculturistas era a clara do ovo, ingerida aos litros, ou, mesmo, o ovo cozido, consu-mido às dúzias.

Mas, voltando à razão - já que não há racionalidade no consumo excessivo de qualquer alimento, por melhor que seja - a gema do ovo, por sua vez, contém uma am-pla gama de vitaminas e minerais, aí inclusas as vitaminas A, B12, D, E, riboflavina, ácido fólico, selênio, colina, fer-ro, fósforo e zinco, além de ser uma das raras fontes de vitamina K. Ou, como se constata, é o único alimento natural a conter, efetivamente, vitaminas “de A até Z”.

Dá para melhorar?Precisar não precisava. Mas, algumas décadas atrás, os

cientistas descobriram que podiam tornar o ovo mais do que perfeito e agregar a ele – através da alimentação da poedeira – um valor ainda maior. Com isso, hoje, o cardá-pio do ovo contém uma série de versões adaptadas a dife-rentes necessidades nutricionais especiais, entre elas:

Ovos com elevado teor de Omega-3 – Há diferentes “receitas” para se chegar aos ovos com elevado teor de Omega-3, todas através da nutrição da poedeira. Uma delas é o uso de dietas ricas em linhaça (10% a 20%). O consumo regular desse tipo de ovo está diretamente as-sociado com a redução do risco de doenças cardíacas;

Ovos super-vitaminados – O nome é quase uma re-dundância. Mas o teor vitamínico dos ovos pode ser ain-da mais incrementado com a adoção de dietas ricas em vitaminas E, folato, B6 e B12. A vitamina de escolha de-pende apenas da “vontade do freguês”, o que, aliás, abre uma imensa porta para a produção de ovos capazes de atender deficiências nutricionais específicas de deter-minadas populações;

Ovos orgânicos – Provenientes de poedeiras alimen-tadas exclusivamente com produtos orgânicos certifica-dos ou comprovadamente naturais (por exemplo, colhi-dos de solo que recebeu adubação orgânica). Um dos detalhes que vêm sendo ressaltados na produção dos ovos orgânicos é que as galinhas “devem desfrutar da companhia dos galos”. Com isso, o produto (a exemplo do ovo caipira) é também “galado”;

Do antigo oriente ao ocidente: ovo conquista o mundo

Page 12: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

posturA em Foco

12 Produção Animal | Avicultura

A moderna tecnologia desenvolveu os suplementos dietéticos à base de ovos ou,

especificamente, de albumina. Antes disso, fisioculturistas eram obrigados a consumir litros de

clara ou dúzias de ovos cozidos.

A correlação “consumo do ovo – perda de peso” já tem várias comprovações científicas, em diferentes partes do mundo. E também diferentes explicações. Uma delas sugere que o simples consumo de proteína de alta quali-dade já é suficiente para a redução de peso de pessoas obesas ou com sobrepeso. E o ovo contém proteínas da mais alta qualidade. Mas há também quem afirme que, ao satisfazer o indivíduo nutricionalmente, o ovo tam-bém deixa a sensação de saciedade. Como a fome é me-nor, a perda de peso acaba sendo fato natural.

Isso, por sinal, também foi comprovado cientifica-mente, constatando-se que aqueles que tiveram um café da manhã com ovos consumiram em média, no almoço do mesmo dia, 163 calorias a menos que aqueles que ti-

veram um breakfast rotinei-ro, ou seja, sem ovos. Curio-samente, porém, a “ação” do ovo revelou-se prolonga-da, visto que num período de 24 horas foram consumi-das 418 calorias a menos.

A explicação até aqui dada para esse fenômeno é a de que a leucina, um ami-noácido essencial também presente no ovo, ajuda a re-

duzir a perda de tecido muscular, promove a redução de gordura corporal e ajuda a estabilizar os níveis sangüíne-os de glicose, dessa forma prevenindo os picos de açúcar que tanto afligem as pessoas sob regime.

Por outro lado, estudos ainda em andamento vêm demonstrando que o consumo de proteínas de alta qua-lidade como primeira refeição do dia é a possível chave para a perda de peso e sua manutenção a longo prazo.

A ação funcional do ovo, porém, não se resume a isso: há pesquisas demonstrando que contribui para a prevenção de doenças crônicas diretamente relacionadas ao envelhecimento, como as doenças coronarianas, a perda de massa muscular, a degeneração macular e a perda de memória e, mesmo, da audição.

E se atua com essa eficiência na terceira idade, o ovo também é essencial na outra ponta, ou seja, entre as ges-tantes, que têm nesse alimento nutrientes essenciais para

uma adequada e perfeita gestação. Da mesma forma que é extremamente importante para as crianças

– e não só para o desenvolvimento de uma sadia constituição corporal, mas especial-

mente como elemento-chave na formação da inteligência das novas gerações.

Não é por menos que, depois do lei-te materno, só mesmo o ovo. O que faz

dele um alimento de origem animal per-feito. E que, ainda passível de melhoramen-

tos, vem se tornando mais do que perfeito. n

12 Produção Animal | Avicultura

Ovos “vegetarianos” – Notícias do exterior dão conta de que os “vegans” (termo que designa os adeptos da alimentação exclusivamente vegetariana) já aceitam o ovo, um alimento de origem animal. Apenas exigem que a poedeira não seja alimentada com nenhum tipo de pro-teína animal. Ou seja: aqui, nem a minhoca tem vez...

Ovos “free-range” – Representam a “moda atual” na Europa e na América do Norte, onde obtêm um diferen-cial de preços significativo. Nada têm de diferente dos ovos convencionais produzidos industrialmente (isto é, em gaiolas ou baterias), exceto pelo fato de a poedeira não ser mantida em gaiola, podendo inclusive ter acesso ao ar livre, conforme permitam as condições do tempo (e também as condições sanitárias, visto que a dissemina-ção do vírus da gripe aviária, por exemplo, é favorecida pelas criações ao ar livre).

Chega? Pois tem mais. Porque agora se reconhece, cientificamente, que o ovo também tem propriedades funcionais – não apenas su-pre as necessidades nutri-cionais básicas de todo indi-víduo, mas desempenha, igualmente, papel impor-tante na manutenção e no desenvolvimento da saúde corporal. Coisa, aliás, que vovó já sabia quando acordava o netinho debilitado com uma sempre saborosa gemada.

Ovo, alimento funcionalE foi procurando pelas propriedades funcionais do

ovo que se descobriu, por exemplo, que ele é extrema-mente útil na redução da obesidade – até aqui, a grande epidemia do século XXI. Essa constatação, felizmente, está levando a medicina a dedicar muito maior atenção ao ovo que – também está cientificamente comprovado – não tem a mínima relação com a produção de coleste-rol do organismo e – até pelo contrário – contribui para a

formação do chamado “colesterol bom”, essencial à saúde.

Page 13: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 13

AnáLise nutricionAL com BAse em um oVo de 58 GrAmAs

constituinte QuAntidAde por unidAde

Peso1 51,6gEnergia 324 kjoules / 78 kcalProteína 6,5 g

Carboidratos TraçosGordura total 5,8g

Gordura saturada 1,7gGordura monoinsaturada 2,3gGordura poliinsaturada 0,9g

Gordura trans 0gFibra alimentar 0g

minerAis e eLementos-trAÇo

Sódio 72mgPotássio 67mgCálcio 29mg

Fósforo 103mgMagnésio 6,2mg

Ferro 1mgZinco 0,7mgCobre 0,04mgIodo 27µgCloro 83mg

Enxofre 93mgSelênio 6µg

VITAMINASVitamina A 98µgVitamina D 0,09µgVitamina E 0,57mgTiamina (B1) 0,05mg

Riboflavina (B2) 0,24mgNiacina 0,05mg

Vitamina B6 0,06mgÁcido fólico 26µgVitamina B12 1,3µg

Biotina 10µgÁcido pantotênico 0,91µg

FonTE: RoyAL SoCiETy oF ChEmiSTRy/mAFF 1991

1 – Volume comestível igual a 89% do peso com casca.

conteúdo nutricional do ovo

Produção Animal | Avicultura 13

Page 14: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

certiFicAÇão

14 Produção Animal | Avicultura

os programas brasileiros de boas práticas de produção de frangos e de ovos

piFQuase simultaneamente, a avicultura brasileira ga-

nhou em outubro dois programas de boas práticas avícolas: um voltado especificamente para a produção do frango; outro dedicado à produção do ovo. Por ora, vêm sendo identificados pelas siglas PIF e PIO, corres-pondentes a Produção Integrada de Frango e Produção Integrada de Ovo.

A justificativa que abre os documentos descritivos do PIF e PIO observa que as boas práticas de produção (BPP) na cadeia produtiva avícola representam uma das formas de garantir o padrão de qualidade exigido pelos merca-dos consumidores interno e externo. É ressaltado, igual-mente, que somente através da junção de procedimentos definidos por programas de qualidade obtém-se a com-petitividade global dos produtos.

Num primeiro momento, porém, o que a avicultura pretende é enfrentar o sem número de programas (ou, tecnicamente, “protocolos”) que vêm do exterior e são impostos diariamente à atividade com regras de produção próprias. Não que sejam inúteis ou condenáveis mas, em muitos casos, nada têm a ver com as condições brasileiras (exemplo: práticas de produção no inverno europeu). Isso quando não são feitas exigências que, na realidade, se in-serem melhor no campo das barreiras comerciais do que, propriamente, nas boas práticas de produção.

A questão, naturalmente, não é nova. Vem sendo dis-cutida pela avicultura desde o início dos anos 2000, oca-sião em que exportadores de carne de frango começa-ram a ser submetidos a determinados protocolos de conformidade de produção para conseguirem acesso a mercados específicos. Como as exigências se avolumas-sem e os protocolos se multiplicassem, no decorrer de 2005, quando se intensificaram as discussões em torno do problema, UBA e ABEF decidiram encarar a questão de frente desenvolvendo suas próprias armas – ou, me-lhor dizendo, o programa brasileiro de BPP. Foi quando implantaram um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar um “protocolo para a produção integrada de frango” com o objetivo, sim, de nortear o produtor inter-no, mas com a finalidade maior de responder aos progra-mas exógenos, em relação aos quais agora se pretende obter o necessário reconhecimento de equivalência.

A questão, porém, não é exclusiva do setor privado, é do próprio País. Porque, por exemplo, envolve relações comerciais internacionais. Ou porque, também, progra-mas do gênero, para obterem o reconhecimento externo, dependem do aval oficial do governo. Assim, não foi difí-cil sensibilizar o Ministério da Agricultura que, no final de 2005, pratificou a iniciativa UBA/ABEF, firmando convê-

Somente através da junção de procedimentos definidos por programas

de qualidade obtém-se e competitividadeglobal dos produtos

&

Page 15: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 15

os programas brasileiros de boas práticas de produção de frangos e de ovos

pionio com as duas entidades para o desenvolvimento dos trabalhos necessários e que, desde então, contaram com a participação não só do setor produtivo, mas também de técnicos do MAPA, da Embrapa, de universidades e de institutos de pesquisa.dois Bpps a um só tempo

O resultado final, após dois anos de intensivas pesqui-sas, reuniões, discussões e troca de informações, veio à luz em outubro passado, quando o grupo responsável pela elaboração do protocolo “bateu o martelo” em rela-ção ao texto final do PIF.

O curioso, porém, é que um dia antes dessa “final”, um segundo grupo criado dentro dos mesmos princípios do primeiro, definiu um outro programa – o PIO, protoco-lo para produção integrada de ovos. Aliás, o grupo só foi formado em fevereiro de 2007, quando a UBA, após im-plantar seu Comitê Técnico de Ovos, propôs também a elaboração do protocolo de produção de ovos, nos mes-mos moldes do BPP para frangos.

Neste caso, a experiência já acumulada no desenvol-vimento do PIF foi fundamental. Pois isso, mais a adoção de documentos de BPP pré-existentes e as sugestões de integrantes do grupo, permitiu que em apenas nove me-ses se chegasse a um programa que, no dizer do Depar-tamento Técnico-Científico da UBA, “reflete os anseios

do setor produtor de ovos brasileiro, com todas as suas peculiaridades regionais e características próprias de produção”.

Agora, PIF e PIO estão nas mãos do Ministério da Agricultura, onde seguirão os trâmites burocráticos nor-mais para serem transformados em instrumento oficial, através de um arcabouço de normas legais como porta-rias e instruções normativas. O que não significa que se transformem em obrigação imposta por lei: a adesão será voluntária. No entanto, quem aderir terá, por obri-gação, de atender às normas prescritas, única forma de receber o certificado (ou selo) de conformidade na produção.

Porém, tão importante quanto a certificação em si é o órgão certificador. Neste caso, a atribuição será entre-gue a um órgão também oficial, o INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade In-dustrial, autarquia federal vinculada ao Ministério do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O que se poderia questionar aqui é a experiência do INMETRO na certificação de produtos pecuários, já que toda a vivência do órgão está concentrada na área indus-trial. Porém, o INMETRO já atua no agronegócio (desde 2002) através de um outro PIF – o da Produção Integrada de Frutas.

&

Page 16: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

certiFicAÇão

16 Produção Animal | Avicultura

Além disso, pesa a favor do órgão do MDIC o fato de ser conhecido e respeitado internacionalmente, inclusi-ve pelos governos. Portanto, não parece difícil obter o reconhecimento de equivalência com outros protocolos de conformidade já existentes e cuja maioria, por sinal, provém do setor privado, carecendo da oficialização pro-porcionada pelos órgãos de comercio internacional.

Não existe a menor dúvida de que qualquer atividade com produção industrial – e a avicultura é uma delas – necessita de normas de produção. Parece, porém, que os órgãos dedicados à normatização (como a ISO - Or-ganização Internacional de Estandardização, responsável pelos certificados ISO; ou, internamente, o Inmetro - Ins-tituto Nacional de Metrologia e, ainda, a ABNT - Asso-ciação Brasileira de Normas Técnicas) não se deram conta da industrialização do agronegócio.

Acabaram perdendo o bonde da história, pois, no vácuo da existência de normas para a produção agrícola e animal, começaram a surgir, primeiro, empresas (sobre-tudo varejistas) impondo regras para produtores que qui-sessem utilizar seus serviços de comercialização. Depois, instituições (formadas, em muitos casos, pelos próprios varejistas) com atuação mais ampla, ou seja, não mais em nível regional ou nacional, mas internacional.

O exemplo mais conhecido disso está, sem dúvida, no protocolo Eurepgap (atualmente, GlobalG.A.P.), implan-tado em 1997 pelo EUREP – Euro Retailer Group, uma instituição formada por 30 redes varejistas européias. O objetivo inicial do EUREP era estabelecer regras de pro-dução para fornecedores de frutas e vegetais - daí o GAP, de Good Agricultural Practice (boas práticas agrícolas). Mas, dos vegetais para os animais, foi apenas um passo.

Porém, diferentemente das instituições normatizado-ras já existentes, os novos organismos que começaram a surgir, mesmo estabelecendo padrões a serem obedeci-dos pelos produtores, não se restringiram apenas à pro-dução, apresentando metas mais amplas que a simples eficiência produtiva. Pois – citando como exemplo o Eu-repgap – procuraram (1) manter a confiança do consumi-dor na qualidade e segurança dos alimentos ofertados; (2) minimizar os impactos danosos ao meio ambiente; (3) reduzir o uso de agrotóxicos (ou de aditivos, no caso da produção animal); (4) Aumentar a eficiência no uso de recursos naturais como solo e água; (5) garantir atitude responsável quanto à saúde e segurança do trabalhador.

Até aí, nada contra. O problema é que, com a abertu-ra desse novo processo, começaram a proliferar institui-ções com programas individuais de certificação. Para dar breve idéia do que isso hoje representa, basta citar que uma única empresa certificadora em atuação no Brasil opera com 11 diferentes protocolos. O pior, porém, é que cada um desses protocolos traz as suas próprias exigên-cias, o que agrava ainda mais a situação, pois não só os importadores passaram a exigir esta ou aquela certifica-ção, conforme seus interesses, como também os expor-tadores passaram a se deparar com exigências de produ-

Os protocolos PIF e PIO aprovados em outubro esta-belecem as normas técnicas para a produção de frangos e de ovos, dividindo-as em obrigatórias, recomendadas, proibidas e permitidas com restrição.

Essas normas estão distribuídas entre diferentes áre-as temáticas (quadro) que se alteram apenas conforme o documento esteja voltado para a produção de frangos ou de ovos. Assim, por exemplo, a questão da debica-gem está restrita ao PIO.

Também nos dois casos, as especificações técnicas apresentadas estão relacionadas apenas à produção pro-priamente dita, ou seja, envolvem desde o alojamento do pinto de corte ou pintainha de postura até sua retirada e chegada na plataforma de abate. As normas se aplicam exclusivamente à produção industrial, existindo no pro-tocolo aprovado pelo setor a sugestão de que a produ-ção familiar seja tratada em outro documento. É ressal-tado, ainda, que as especificações técnicas apresentadas devem ser adequadas às diferentes realidades produtivas do País, considerando-se não só as condições climáticas e geográficas, mas também o volume de produção.

Padronização das práticas de produção mas, também, tentativa de vencer

a multiplicidade de diferentes protocolos externos

normas técnicas brasileiras para a produção de frangos e de ovos

16 Produção Animal | Avicultura

Page 17: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 17

ção inexeqüíveis, por exemplo, nas condições brasileiras. Com o PIF e o PIO a avicultura brasileira tenta superar

esses desafios. Mais que isso, procura colocar-se dentro dos padrões internacionais de produção para poder cum-prir com mais eficiência o que muitos consideram como “vocação para o abastecimento do mundo”.

Um dos passos seguintes após a oficialização dos dois programas pelo MAPA será obter o reconhecimen-to externo acerca da existência de equivalência entre as exigências brasileiras e os demais protocolos em uso externamente. Nesse aspecto, porém, a tarefa deve ser facilitada pelo fato de que participaram dos grupos que elaboraram os dois protocolos representantes de várias empresas brasileiras de consultoria e certificação interna-cional em BPP. Portanto, a experiência acumulada no PIF e no PIO não se resume à vontade dos produtores brasi-leiros: reflete também boa parte das exigências externas. Ou, pelo menos, aquelas absolutamente plausíveis.poucas novidades para a avicultura

Analisadas as normas técnicas propostas para o PIF e para o PIO, a conclusão principal é a de que, na realida-de, elas apresentam poucas novidades para a avicultura, pois, na maioria, integram as recomendações dos mais tradicionais manuais de manejo, inclusive no que tange ao bem-estar das aves. Ou será que ninguém mais lem-bra de que - frente à constatação de que a produtividade máxima esperada não se coaduna com frangos ou poe-deiras submetidos a “stress” – o primeiro setor a utilizar esse termo na produção animal (e a adotar práticas anti-stress) foi, exatamente, a avicultura?

De toda forma, os protocolos estabelecem algumas normas adicionais que, efetivamente, solicitam um posi-

Unidade de produção;

Edificações;

Aquisição e alojamento das aves de um dia;

Densidade de alojamento;

Ventilação e controle de temperatura;

Iluminação;

Cama;

Alimentação e água;

Medicamentos;

* Normas técnicas específicas do PIO.

cionamento oficial. Por exemplo, qual a densidade ideal de alojamento na criação de frangos? Nas discussões da questão chegou-se à conclusão de que o recomendável é um máximo de 38 kg por metro quadrado – volume que corresponde a 18 cabeças de 2,1 kg ou 25% a menos (13,5 cabeças) se o objetivo forem aves vivas de 2,8 kg.

Por este exemplo constata-se que se evitou impor

valores fixos do tipo “15 cabeças por metro quadrado”, procurando-se estabelecer a densidade ideal conforme o objetivo da criação. Assim, numa produção de “grillers” será possível criar 18 ou mais frangos por metro quadra-do. Já na produção voltada para o mercado interno (aves mais pesadas) a densidade ideal ficará em, no máximo, 15 frangos por metro quadrado.

Haverá quem não concorde. Mas, note-se, essa den-sidade corresponde, aproximadamente, aos padrões adotados internacionalmente. A União Européia, por exemplo, instituiu recentemente (junho de 2007) seus próprios padrões para a produção de frangos. E estabele-ceu como densidade padrão um máximo de 33 quilos de peso vivo por metro quadrado, valor que, sob determina-das condições, pode chegar aos 39 kg/m2. É, portanto, o que os exportadores brasileiros precisarão atender para obter uma certificação de exportação para a UE.

Inclusão no mercado global agora requer cuidados com o meio ambiente, atenção ao trabalhador e rastreabilidade do produto final

principais áreas temáticas do piF e do pio

Produção Animal | Avicultura 17

Biosseguridade;

Debicagem*;

Coleta e armazenagem dos ovos*;

Apanha e transporte;

Bem-estar das aves;

Saúde, segurança e bem-estar do trabalhador;

Treinamento dos trabalhadores;

Rastreabilidade;

Gestão ambiental;

Page 18: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

certiFicAÇão

18 Produção Animal | Avicultura

A criação de protocolos próprios de boas práticas de produção não é uma exclusividade da avicultura brasilei-ra nem do Brasil. Outros países, todos exportadores, têm enfrentado a mesma necessidade. Daí a existência, mun-do afora, de esquemas equivalentes aos do GlobalG.A.P. – podendo-se citar, entre eles, o ChileGAP, MexicoGAP, ChinaGAP, KenyaGAP, ThaiGAP (Tailândia) e JGAP (Ja-pão).

É curioso notar que, embora não tenha implantado nenhum “GAP”, o Brasil já possui o seu “PIF”. Ele está voltado para a produção integrada de frutas e foi de-senvolvido pelo Inmetro em conjunto com o Ministério da Agricultura. Trata-se de um programa voluntário de avaliação de conformidades cujo objetivo – conforme o próprio Inmetro – é “gerar frutas de alta qualidade, priorizando a sustentabilidade, a aplicação de recursos naturais, a substituição de insumos poluentes, o monito-ramento dos procedimentos e a rastreabilidade de todo o processo do programa, tornando-o economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo”.

Ainda de acordo com o Inmetro, o PIF existente tem como meta substituir as práticas convencionais onerosas por um processo que possibilite a diminuição dos custos de produção, a melhoria da qualidade, a redução dos danos ambientais e o aumento do grau de credibilida-de e confiabilidade do consumidor em relação às frutas brasileiras.

Sob o ponto de vista legal, o protocolo de produção integrada de frutas é composto por um arcabouço de

Naturalmente, há casos em que os padrões inter-nacionais têm que ser relevados. E, aqui, o caso mais gritante talvez seja o da utilização da cama dos aviários que, por alguns protocolos externos, precisa ser reno-vada a cada novo lote de frangos. Os produtores brasi-leiros não concordam. E não só porque uma exigência do gênero criaria, por exemplo, problemas ambientais (deposição da cama usada; ou, então, desmatamento para atender as necessidades de maravalha do setor) e econômicos (alta demanda de matéria-prima para a cama), mas sobretudo porque as condições ambientais brasileiras possibilitam o reuso da cama por vários lotes, sem que isso implique em perda de produtividade ou na ocorrência de problemas sanitários.

Por essa razão o PIF não faz menção a essa exigên-cia. E não porque o setor esteja se omitindo, mas por-que aguarda os resultados de um estudo que vem sendo realizado pela Embrapa Suínos e Aves exatamente com

o outro piF brasileiro, o das frutasdocumentos que compreendem Instruções Normativas, Portarias, formulários, modelos oficiais de avaliação de conformidade ao sistema e regulamentos.

Esse, com certeza, é o caminho a ser percorrido pelos dois protocolos elaborados pela avicultura. Mas agora, provavelmente, com mais dinâmica e maior eficiência, já que existe a experiência de um protocolo anterior, o das frutas. Aparentemente, porém, só o PIO deve manter a denominação original recebida no setor, visto que o nome PIF já tem dono.

o objetivo de avaliar de forma técnico-científica as pos-sibilidades de reutilização da cama. Aliás, é provável que esses resultados estejam disponíveis ainda neste ano e, isso ocorrendo, poderão integrar o PIF.

Pulando, ainda que brevemente, para o campo das práticas proibidas, pode-se dizer que elas são poucas. No caso do PIF, por exemplo, concentram-se sobretu-do na questão de apanha dos frangos, vetando o car-regamento pela cabeça, pescoço, asas ou cauda. Neste caso é recomendado que as aves sejam apanhadas, ex-clusivamente, pelo dorso, sugerindo-se, ainda (medidas permitidas com restrição) que, no caso de apanha pelas pernas, os carregadores respeitem o limite máximo de três aves por mão.

Preciosismo dispensável? Pois é exatamente isso (e “otras cositas más”) que muitos importadores exigem de seus fornecedores brasileiros. Com o PIF e o PIO espera-se dar fim às exigências esdrúxulas. E fazer prevalecer o pa-drão brasileiro de produção. Afinal, se a avicultura do País consegue concorrer com vantagens no mercado interna-cional (a ponto de se transformar no primeiro exportador mundial de carne de frango) é porque sabe trabalhar com qualidade maior que os demais concorrentes. n

O que parece preciosismo, é pura necessidade. Mesmo assim, peculiaridades da produção brasileira foram preservadas

18 Produção Animal | Avicultura

Page 19: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 29

AViGuiA: produtos, serViÇos e LAnÇAmentos

Full Gauge lança gerenciamento remoto via celular

Fort dodge lança apresentações de 5 mil doses de vacinas

As vacinas Pouvalc Bursa F e a Bursine Plus, produzidas pela Fort Dodge Saúde Animal, estão com nova apresentação. A par-tir de agora, os produtos podem ser adquiridos em caixas de 5 mil doses, o que garante mais economia e praticidade.

Estas vacinas são indicadas para situações de maior desafio pelo vírus Gumboro. A doença, que registra índices de mortalidade de até 60%, atinge principalmente frangos de corte e poedeiras. O verão é a época de maior incidência da enfermidade. A biosse-guridade e a vacinação são as melhores formas de prevenção.

A família Gumboro é uma das principais linhas de produto da Fort Dodge, representa cerca de 20% do faturamento da empre-sa. Com as novas apresentações, a organização busca manter o bom posicionamento no setor.

Segundo Alberto Inoue, gerente de produtos de aves e suí-nos da empresa, as novas apresentações atendem à demanda do mercado. “As de 5 mil doses têm um custo cerca de 20% infe-rior em relação aos fracos de 1 mil doses. Além disso, facilitam a preparação quando existe a necessidade de vacinar plantéis maiores”, afirma.

Mais informações: www.fortdodge.com.br

A Full Gauge Controls, que desenvolve e produz instrumen-tos digitais para controle e indicação de temperatura, umidade, tempo, pressão e voltagem, lança o Sitrad Mobile. Este aplicati-vo, instalado em um celular ou smartphone, possibilita ao usuá-rio administrar, intervir e modificar variáveis e funções dos con-troladores em instalações industriais, comerciais e residenciais, a qualquer hora e lugar do mundo. Com o Sitrad é possível gerar e imprimir gráficos e relatórios históricos sobre o desempenho das instalações, registros de temperaturas e umidade relativa, entre outras funções.

Estas ações, que eram feitas através de um computador, ago-ra podem ser realizadas via celular com o uso do Sitrad Mobile.

De acordo com a empresa, o novo equipa-mento traz mais praticidade, com a mesma segurança de sempre, no gerenciamento de instalações à distância.

Mais informações: www.fullgauge.com.br

Page 20: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA
Page 21: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA
Page 22: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

entreVistA - sindirAÇÕes

22 Produção Animal | Avicultura

Através de certificação que inclui requisitos da legisla-ção européia, o Sindirações promete abrir - ou evitar

que se fechem - as portas do velho continente para as indústrias brasileiras do setor de alimentação animal.

Rosemary Bichara - coordenadora do Comitê de Boas Práticas de Fabricação do Sindirações - Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação, falou a Produção Animal – Avicultura sobre os procedimentos e detalhes dos progra-mas de certificação da entidade.

Produção Animal – Avicultura: Como a empresa interessada pode obter a certificação Gestão do Alimento Seguro (Feed & Food Safety)?

Rosemary Bichara: Em primeiro lugar é preciso conhe-cer os Requisitos do Programa e avaliar em que estágio de atendimento sua empresa se encontra e qual deseja atender. O manual descritivo dos requisitos dos diversos níveis e o check list estão disponíveis no site do Sindira-ções para consulta (www.sindiracoes.org.br). Para me-lhor compreensão dos requisitos, o Sindirações oferece cursos, em parceria com os organismos certificadores, nos quais além da discussão detalhada do programa, ain-da são exercitadas técnicas de auditoria interna.

O próximo passo é implantar os requisitos correspon-dentes ao nível de certificação desejada: o programa é evolutivo e incorpora gradativamente requisitos de Boas Práticas (BPF), Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e Elementos de Gestão, atingindo no

último nível (3), o reconhecimento de equivalência inter-nacional EUREP. A implantação dos requisitos e a elabora-ção da documentação é a etapa mais longa. Eventual-mente exige investimentos em infra-estrutura e muitas vezes, o auxílio de um consultor externo.

Em seguida, a empresa contata um organismo certifi-cador de sua preferência, dentro do grupo de organismos credenciados pelo Sindirações, e negocia os custos de certificação. Os contratos são por três anos, incluindo au-ditoria preliminar (opcional), auditoria de certificação e auditorias anuais ou semestrais de manutenção. Para cer-tificação em qualquer dos níveis do Programa não podem ser identificadas “não-conformidades maiores” na Audi-toria de Certificação.

Uma vez realizada a auditoria, o organismo certifica-dor recomenda a certificação, e o Sindirações emite o Certificado. O certificado tem validade de três anos, con-dicionado aos resultados das auditorias de manutenção anuais.

PAA: Existe uma estimativa de custos para se obter a certificação?

RB: Depende do ponto em que a empresa está, além do nível de certificação desejado, equipe a ser utilizada, investimentos necessários para adequação das instala-ções, contratação de consultor e número de processos ou linhas a serem certificadas. No geral, a certificação em si - o pagamento a organismos certificadores - é uma par-

Alimento seguro: o programa Feed & Food do sindirações

Rosemary Bichara (ao centro) e turmas do Programa Feed & Food: capacitação essencial para segurança alimentar e na conquista e preservação dos mercados internacionais

22 Produção Animal | Avicultura

Page 23: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 23

Alimento seguro: o programa Feed & Food do sindiraçõescela pequena e, pelo programa, os valores estão dentro de determinados critérios de homens/dia em função do tamanho da empresa.

PAA: A certificação é válida por quanto tempo? O que é preciso para renová-la?

RB: A certificação é válida por três anos, mas está condicionada aos resultados das auditorias de manuten-ção. Ao final de três anos, todo o sistema é auditado de novo para renovação.

PAA: Quais são e o que representam cada nível do programa?

RB: O Sindirações já certificou várias empresas em di-ferentes níveis. O programa é apresentado em três op-ções de certificação: 1. Certificação em Boas Práticas de Fabricação (BPF); 2. Certificação em Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e 3. Certificação com Equivalência Internacional.

Seara e Tortuga foram as primeiras certificadas no ní-vel 3, mas a Tortuga já tinha certificado em BPF Avança-do, assim como várias outras. O nível três significa o aten-dimento a todos os requisitos dos níveis anteriores, BPF, APPCC, Elementos de Gestão, além dos requisitos especí-ficos do reconhecimento internacional - EUREP - que in-clui requisitos de gestão e legislação européia.

O Programa Feed & Food do Sindirações é o único do mundo em alimentação animal a ser reconhecido pelo

Eurep (Euro-Retailer Produce Working Group) e o único do Brasil no que diz respeito à segurança de alimentos.

PAA: Quais as vantagens para a empresa ao obter a certificação? E para o consumidor?

RB: Para a empresa, a certificação tem como resulta-dos quase que imediatos os ganhos na organização, pro-dutividade, redução de perdas, controle de custos, otimi-zação nos processos, além das vantagens comerciais de melhores negociações com fornecedores e clientes e, principal-mente, a possibilidade de participar de mer-cados para os quais a certificação dos siste-mas de gestão é fator deter minante.

Para o consumidor, a certificação traz a garantia de que a produção de uma empresa certificada no programa do Sindirações não utiliza substâncias proibidas, que os processos são planejados, controlados e monitorados para evitar contaminação, deterioração e qualquer malefício à saúde. E significa, principalmente, a responsabilidade e o compromisso com a segurança alimentar dos animais, como primeira instância, e como conseqüência, de ser um elo da cadeia com o ser humano.

O Feed & Food compreende três estágios de certificação: BPF, APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) e BPF Avançado Nível EurepGAP (preenche os requisitos para acessar o mercado europeu)

Para mais informações acesse:

www.sindiracoes.org.br

Produção Animal | Avicultura 23

Page 24: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

ciênciA AVícoLA

24 Produção Animal | Avicultura

Associações entre marcadores mi crossatélites do cromossomo 13 e características de desempenho, carcaça e Órgãos em Galinhas

Concorrendo com cerca de cem inscritos de vários países da América Latina, o traba-

lho “Associações entre Marcadores Microssa-télites do Cromossomo 13 e Características de Desempenho, Carcaça e Órgãos em Galinhas” foi o vencedor do prêmio Lauriston von Shimi-dt, oferecido ao melhor trabalho técnico-cien-tífico inscrito no XX Congresso Latinoamerica-no de Avicultura.

De autoria de Clarissa Boschiero, douto-randa do Programa de Pós-graduação em Zoo-tecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, Universidade Estadual Paulista, o trabalho foi orientado pela Dra. Ana Silvia Moura e teve como co-autores Ra-quel de Lello Rocha Campos, Marcel Ambo, Millor Fernandes do Rosário, Kátia Nones, Mô-nica Corrêa Ledur e Luiz Lehmann Coutinho.

O trabalho faz parte do Projeto Brasileiro de Genômica de Aves, que envolve vários sub-projetos, participantes e instituições. Iniciado em 1999 pela Embrapa Suínos e Aves em par-ceria com a Esalq, Escola Superior de Agricul-tura “Luiz de Queiroz”, o projeto teve como objetivo inicial o mapeamento de QTLs (locos de características quantitativas) para caracte-rísticas de desempenho e carcaça. A popula-ção experimental foi desenvolvida a partir do cruzamento de uma linhagem de corte e uma de postura. O estudo buscou identificar mar-cadores microssatélites do cromossomo 13 as-sociados a características de desempenho, car-caça e órgãos nesta população experimental brasileira.

introduçãoA metodologia de marcas sim-

ples é uma opção apropriada para a análise preliminar de QTLs (locos de características quantitativas), pois não requer a construção de mapas de ligação e detecta possíveis asso-ciações entre os genótipos dos mar-cadores e características quantitati-vas. Esta metodologia, entretanto, não permite mapear QTLs, nem esti-mar seus efeitos. A Embrapa Suínos e Aves desenvolveu duas populações experimentais F2 através de cruza-mentos recíprocos entre uma linha-gem de aves de corte e uma de pos-tura com a finalidade de desenvolver estudos de mapeamento de QTLs para características de produção.

Os QTLs - locos de características quantitativas - são uma região do cromossomo que contém um ou mais genes que influenciam uma ca-racterística quantitativa. Muitas das características de interesse econômi-co em animais são de natureza quan-titativa, ou seja, os fenótipos obser-vados refletem a ação de muitos locos mais o efeito ambiental. O ma-peamento de QTLs é um trabalho ini-cial na busca por genes que influen-ciam uma característica quantitativa, como peso corporal, conversão ali-mentar, ganho de peso entre outros.material e métodos

A população experimental F2 to-talizou 2063 aves, produzidas em 17 incubações. Deste total, 327 animais pertencentes a quatro famílias de ir-mãos-completos foram utilizados neste estudo. As aves foram criadas como frangos de corte até os 42 dias, quando foram abatidas. As ca-racterísticas avaliadas foram: peso ao nascer (PN), peso vivo aos 35, 41 e 42 dias (PV 35, 41 e 42), ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar dos 35 aos 41 dias (GP, CR e CA 35-41), hematócrito, compri-mento do intestino (CI), pesos dos

pulmões, fígado, coração e moela, pesos da gordura abdominal e par-tes: peito, coxas (coxas e sobrecoxas) e asas.

Foram calculadas as característi-cas: rendimento de carcaça (R car = peso da carcaça/PV 42), porcenta-gem de peito (P% pei = peso do pei-to/PV 42), rendimento de coxas e so-brecoxas (R cox = peso de coxas e sobrecoxas/PV 42), rendimento de asas (R asas = peso das asas/PV 42) e porcentagem de gordura na carcaça (P% gord = peso da gordura abdo-minal /PV 42). Amostras de sangue de todos os animais foram colhidas e armazenadas para posterior extração de DNA.Genotipagens

Foram utilizados cinco marcado-res microssatélites do cromossomo 13: ADL0147, LEI0251, MCW0213, MCW0110 e MCW0104, que foram amplificados por PCR, “Polimerase Chain Reaction”. Em seguida, foi re-alizada a genotipagem de cerca de 90 animais F2 de cada uma das qua-tro famílias de irmãos completos.Análises Estatísticas

As características foram divididas em três grupos: desempenho, carca-ça e órgãos. As características PN e PV 42 foram utilizadas somente como covariáveis. A covariável PN foi utilizada para ajuste do PV 35 e 41. A covariável PV 35 foi utilizada para ajustar: GP, CA e CR 35-41. A covari-ável PV 42 foi utilizada para as carac-terísticas: pesos do fígado, coração, moela, CI, pulmão e hematócrito. Foram considerados significativos to-dos os resultados cuja probabilidade de erro do tipo I foi menor que 0,10 (P < 0,10).resultados e discussão

Foram encontradas associações significativas dos genótipos dos cin-co marcadores com 12 característi-cas: PV 35 (MCW0213 e LEI0251), PV 41 (MCW0213, LEI0251, Clarissa Boschiero

Page 25: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 25

Associações entre marcadores mi crossatélites do cromossomo 13 e características de desempenho, carcaça e Órgãos em Galinhas

Os genótipos dos marcadores no cromossomo 13 estão associados à importantes

características para a indústria avícola: peso vivo, ganho de peso, conversão alimentar,

rendimento de carcaça, porcentagem de peito e

peso do coração

MCW0110 e MCW0104), GP 35-41 (LEI0251 e MCW0110), CA 35-41 (MCW0110), pesos do fígado (MCW0110), coração (MCW0213, LEI0251, MCW0110 e MCW0104), moela (LEI0251 e MCW0110), pul-mão (MCW0213 e MCW0110), CI (LEI0251), R car (MCW0213, ADL0147, LEI0251 e MCW0110), P% pei (MCW0213, ADL0147, LEI0251 e MCW0110) e R cox (ADL0147 e MCW0104). Na Figura 1 estão ilustradas as associações dos marcadores com as características de órgãos. Os marcadores que foram associados significativamente a um maior número de características ana-lisadas foram: MCW0110 e o MCW0213. Isto é uma indicação de que a região compreendida entre eles possa conter QTLs para estas características.

Foram significativas também as interações GxS para: GP 35-41 (MCW0213), P% pei (MCW0110), R cox (MCW0104), R asas (MCW0213), P% gord (MCW0213, LEI0251 e MCW0110), pesos do coração (MCW0213 e ADL0147), moela (LEI0251), pulmão (MCW0213 e MCW0110), CI (MCW0110) e hema-tócrito (MCW0213). As característi-cas: PV 41, peso do coração ajusta-do, rendimento de carcaça e porcentagem de peito foram as que foram associadas, simultaneamente, a quatro marcadores. No cromosso-mo 13 foram mapeados QTLs para características de crescimento e peso do coração ajustado em estudos an-teriores (revisado por Abasht et al., 2006).

Um QTL significativo para peso do coração foi mapeado entre os marcadores ADL0147 (32 cM) e ADL0225 (70 cM) em aves de 9 se-manas (Navarro et al. 2005). No atu-al estudo, o peso do coração ajusta-do foi associado simultaneamente com: MCW0213, LEI0251,

Estes resultados confirmam a existência, neste cromossomo, de uma região influenciando a caracte-rística de peso do coração, além de uma possível interação com o sexo dos animais, como já foi evidenciado no estudo de Navarro et al. (2005) em outra população. Além disso, a associação dos marcadores com PV, GP, CA, R car e P% peito, indica regi-ões potenciais de QTL para essas características.conclusão

As características que foram as-sociadas aos genótipos dos marca-dores no cromossomo 13 são impor-tantes para a indústria avícola, como: peso vivo, ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de carcaça, porcentagem de peito e peso do co-ração ajustado. Entretanto, há a ne-cessidade de prosseguir as análises com o mapeamento por intervalo, vi-sando confirmar as associações en-contradas com uma maior precisão, detectar e mapear possíveis QTLs neste cromossomo, bem como esti-mar seus efeitos.

Confira o trabalho completo em www.avisite.com.br/cet

MCW0110 e MCW004 (Figura 1). Além disso, foi detectada interação GxS em dois casos (MCW0213 e ADL0147). O peso do coração é uma importante característica em frangos de corte, pois a seleção intensa para crescimento ocasionou redução pro-

porcional do sistema cárdio-respira-tório, resultando numa maior inci-dência da síndrome ascítica e morte súbita (Gaya et al., 2004).

Figura 1: Associações entre as características de órgãos e os marcadores do cro-mossomo 13: marcadores microssatélites (MCW0213, ADL0147, LEI0251, MCW0110 e MCW0104). P = probabilidade de erro do tipo I no teste F. A linha vertical representa o limiar de significância (P<0,10)

Page 26: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

26 Produção Animal | Avicultura

estAtísticAs e preÇos

produção e mercado em resumoesgotamento dos estoques de milho é novo desafio para o setor

Depois da profunda crise que afe-tou a avicultura brasileira duran-

te boa parte de 2006 e que só foi su-perada a duras penas e com grandes prejuízos para todo o setor, todos acreditávamos que nada mais pudes-se dar errado na atividade. Afinal, o maior risco - o da perda de consumi-dores externos e internos pelo temor da Influenza Aviária (como ocorreu no ano passado) - estava superado graças à conscientização desse con-sumidor. E enquanto o mundo avíco-la vivia às voltas com os preços do milho, extremamente valorizado em conseqüência da quebra de safras e da concorrência desencadeada pela fabricação do etanol, o avicultor bra-sileiro seguia tranqüilo com a safra brasileira de milho, recorde e ultra-passando pela primeira vez os 50 mi-lhões de toneladas.

Alguma coisa tinha que dar erra-do, diz a Lei de Murphy. E está dan-do. Porque o estoque final de milho, que em julho deste ano era previsto em nove milhões de toneladas, sim-plesmente se volatilizou. E com um já sabido atraso na colheita, o País e mais particularmente a avicultura correm o risco de ficar sem o precio-so grão. E, como enuncia a Lei de

Murphy, “da pior maneira e no pior momento”.

Da pior maneira, porque o pro-blema envolve o principal ingredien-te alimentar das aves, para o qual não há substituto interno, visto que a produção de grãos alternativos – como o sorgo, por exemplo – conti-nua sendo incipiente. Neste caso, pois, a única solução é recorrer ao mercado externo. Mas de que forma, se o único produto disponível inter-nacionalmente é geneticamente mo-dificado e, por isso, se encontra proi-bido no Brasil?

No pior momento, também. Por-que o esgotamento prenunciado deve ocorrer em fevereiro, tradicio-nalmente um dos piores momentos do ano para a comercialização de ali-mentos. Mas não só isso, porque des-ta vez, em fevereiro, ainda estaremos na entressafra, ao contrário do ocor-rido em anos mais recentes, quando a colheita foi iniciada precocemente. Portanto, pior momento do que esse, impossível. O que fazer?

Diante desse panorama, parece não haver outra solução senão bus-car o produto necessário no mercado externo. E, para isso, a avicultura terá que trabalhar muito e desde já, pro-

curando remover os muitos obstácu-los – alguns legais, outros aleatórios – que impedem a importação de pro-duto transgênico.

Talvez não só isso, visto que algu-mas vozes dissonantes da agricultura não concordam com a importação de milho, transgênico ou não, alegando que isso poderia derrubar os preços internos e prejudicar o produtor. Não se trata disso e, sim, de absoluta falta do produto. Mas para vencer essa oposição, a avicultura precisará reali-zar um profundo trabalho de cons-cientização. E o tempo é curto.

Enfim, 2007, que vai chegando ao fim e que até agora vinha sendo considerado um dos melhores anos para as aviculturas de corte e de pos-tura pode não terminar da maneira desejada. Da mesma forma que 2008 deve se iniciar com um novo e ines-perado desafio para o setor.

Frente às boas perspectivas inter-nas e externas desenhadas para o próximo ano, isso surpreende. Mas não deveria ser assim, porquanto a lógica natural dos acontecimentos ensina que “depois da bonança, vem a tempestade”. Pena, somente, ter-mos sido desprevenidos. Agora, nos encontramos despreparados.

Page 27: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 27

MATRIZES DE CORTE Alojamento mensal em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2005/2006 2006/2007 VAR. %

Outubro 2,936 3,444 17,29%

Novembro 3,108 3,490 12,28%

Dezembro 3,425 3,585 4,66%

Janeiro 3,347 3,137 -6,28%

Fevereiro 3,145 2,962 -5,83%

Março 3,099 3,674 18,55%

Abril 2,635 3,444 30,73%

Maio 3,110 3,863 24,20%

Junho 3,022 3,358 11,12%

Julho 3,263 3,601 10,36%

Agosto 3,152 3,527 11,90%

Setembro 3,105 3,347 7,77%

Em 9 meses 27,879 30,912 10,88%

Em 12 meses 37,349 41,431 10,93%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

O levantamento mensal efetuado pela UBA mostra que no mês

de setembro o alojamento de matri-zes de corte no Brasil totalizou 3.346.791 cabeças – um volume 5% menor que o do mês anterior e que configura redução de alojamento pelo segundo mês consecutivo. Com isso, o alojamento do terceiro trimes-tre do ano (período julho-setembro) acabou ficando quase 2% abaixo do registrado no trimestre anterior, o se-gundo de 2007.

Essas reduções, de qualquer for-ma, não alteram o ritmo de expan-são do setor no ano. Assim, enquan-to o alojamento de setembro aumentou perto de 8% em relação ao mesmo mês do ano passado, o acumulado no ano – 30,912 milhões de matrizes de corte, 80% do total alojado em 2006 – acusa evolução de 10,88% e projeta para 2007 vo-lume total da ordem de 41,2 milhões de cabeças, ou seja, apenas 100 mil matrizes a menos que o volume pro-jetado um mês atrás, quando o acu-mulado no ano ainda era inferior aos 28 milhões de cabeças.

Até setembro passado, as matri-zes de corte alojadas em um período corrido de 12 meses somavam 41,431 milhões de cabeças, volume 10,93% superior ao alcançado nos 12 meses encerrados em setembro de 2006.

Alojamento de matrizes de corteredução pelo segundo mês consecutivo

não altera ritmo de expansão do setor

calhau

Page 28: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

28 Produção Animal | Avicultura

estAtísticAs e preÇos

PINTOS DE CORTE Produção brasileira em 24 meses

MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2005/2006 2006/2007 VAR.% ANUAL

Outubro 414,9 412,6 -0,55%

Novembro 413,2 394,1 -4,62%

Dezembro 413,6 405,4 -1,98%

Janeiro 408,0 420,5 3,06%

Fevereiro 353,9 390,8 10,43%

Março 340,8 423,4 24,24%

Abril 333,0 414,3 24,41%

Maio 376,4 433,5 15,17%

Junho 379,8 418,8 10,27%

Julho 387,6 434,6 12,12%

Agosto 396,4 444,8 12,22%

Setembro 388,3 424,4 9,30%

EM 9 MESES 3.364,2 3.805,3 13,11%

EM 12 MESES 4.605,9 5.017,2 8,93%

Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

produção de pintos de corteAlta evolução é apenas aparente, pois volumes mensais se mantém estáveis

O levantamento mensal da APIN-CO aponta que em setembro

passado foram produzidos no Brasil 424,4 milhões de pintos de corte, volume 9,3% superior ao alcançado no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, agosto de 2007, houve queda, em valores no-minais, de 4,6%. Porém, numa pro-jeção ajustada para meses de 30 dias, constata-se que essa diferença cai para menos de 1,5%, conforme aponta o gráfico.

Mais que isso, porém, observa-se que a despeito do recorde alcançado no mês de agosto, a produção do se-tor mantém elevado índice de estabi-lidade. Ao ponto de os números mais recentes apresentarem variação de apenas 1,4% sobre volume propor-cional alcançado em fevereiro. Ou de menos de 1% em relação a julho passado.

Agora, em nove meses, a produ-ção brasileira de pintos de corte soma 3,805 bilhões de cabeças e apresenta incremento de 13,11% em relação ao mesmo período de 2006. É fundamental não esquecer, entretanto, que entre janeiro e se-tembro de 2006 os números do se-tor apresentaram um retrocesso de 2,60% sobre o mesmo período de 2005. Dessa forma, a atual expansão corresponde a um incremento anual efetivo de não mais que 5%.

Apesar da evolução relativamente modesta, a produção anualizada (es-paço de 12 meses) continua a apre-sentar números tão elevados quanto os registrados em 2004 e 2005, anos em que a produção em 12 meses apresentou expansão de 9,49% e 9,77%, respectivamente. Dessa for-ma, o volume acumulado nos 12 me-ses decorridos entre outubro de 2006 e setembro de 2007, pouco superior a 5 bilhões de pintos de corte, se en-contra 8,93% acima do registrado no mesmo período anterior.

Page 29: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 29

produção de carne de frangoAlcançada a marca de 10 milhões de toneladas num período de 12 meses

CARNE DE FRANGO Produção em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2005/ 2006 2006/ 2007 VAR. % ANUAL

Out 830,0 797,5 -3,93%

Nov 827,1 790,7 -4,40%

Dez 883,6 851,4 -3,64%

Jan 856,8 828,9 -3,25%

Fev 755,4 749,8 -0,74%

Mar 814,9 843,7 3,54%

Abr 708,8 835,3 17,85%

Mai 707,1 859,7 21,58%

Jun 727,2 851,6 17,10%

Jul 802,2 872,6 8,78%

Ago 764,4 871,8 14,04%

Set 777,3 866,9 11,53%

EM 9 MESES 6.914,1 7.580,3 9,64%

EM 12 MESES 9.454,8 10.019,9 5,98%Fonte: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

* Dezembro//2005: atual recorde do setor

Com base na produção anterior de pintos de corte e nas exportações

de carne de frango do mês, a APINCO estimou que em setembro último o Brasil produziu 866.903 toneladas de carne de frango, 11,5% a mais que o registrado no mesmo mês do ano pas-sado – época em que, em função da crise nas exportações, a produção do setor ainda era inferior à alcançada em 2005. E isso considerado, a produção de setembro último foi cerca de 10% maior que a do mesmo mês de 2005, índice que configura um crescimento médio, anual, da ordem de 5%.

Em relação ao mês imediatamen-te anterior, agosto de 2007, a produ-ção de setembro foi meio por cento inferior. Deve-se considerar, porém, que o período é, também, mais cur-to, de 30 dias. Assim, proporcional-mente, o volume produzido no mês foi 2,75% maior que o de agosto.

Agora, em nove meses, a produ-ção brasileira de carne de frango soma 7,580 milhões de toneladas e apresenta expansão de 9,64% sobre o mesmo período de 2006. Corres-pondendo a um volume médio men-sal de 842,2 mil toneladas, a produ-ção até aqui acumulada projeta para o ano um volume total de 10,1 mi-lhões de toneladas, quase 8% a mais que o alcançado no ano passado.

Porém, o detalhe mais importan-te nesse resultado é que, pela pri-meira vez na história do setor, a avi-cultura brasileira alcançou a marca dos 10 milhões de toneladas em um período de 12 meses. Entre outubro de 2006 e setembro de 2007, o volu-me de carne de frango posto no mercado ficou em 10,020 milhões de toneladas, correspondendo a um

CARNE DE FRANGOVolume produzido no Brasil em períodos de 12 meses - Março de 1999 a Setembro de 2007

MILHÕES DE TONELADAS

Como aponta o gráfico, em menos de 10 anos (entre

março de 1999 e setembro de

2007) a produção brasileira de carne de frango, anua-lizada, dobrou de volume, passando dos cinco para os dez milhões de

toneladas

incremento de aproximadamente 6% sobre os 9,455 milhões de tone-ladas acumulados 12 meses antes.

E uma vez que no trimestre final do ano a tendência é, apenas, de au-mento da produção, já está configu-rado que 2007 será o ano em que a avicultura brasileira alcançou e ultra-passou a marca dos 10 milhões de toneladas de carne de frango.

Page 30: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

30 Produção Animal | Avicultura

estAtísticAs e preÇos

exportação de carne de frangoApesar dos obstáculos, ritmo de expansão segue superando as melhores expectativas

CARNE DE FRANGO Exportação brasileira em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2005/2006 2006/2007 VAR. % ANUAL

Out 259,8 256,9 -1,09%

Nov 206,6 284,1 37,50%

Dez 245,6 238,1 -3,06%

Jan 213,7 209,2 -2,11%

Fev 198,9 232,4 16,84%

Mar 225,5 303,6 34,61%

Abr 211,5 264,0 24,82%

Mai 196,5 275,2 40,07%

Jun 194,9 259,3 33,06%

Jul 186,2 284,0 52,54%

Ago 300,6 304,7 1,36%

Set 210,6 242,1 15,00%

EM 9 MESES 1.938,4 2.374,6 22,50%

EM 12 MESES 2.650,4 3,153,7 18,99%

Fonte: ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Conforme a ABEF, em setembro passado as exportações brasilei-

ras de carne de frango ficaram nas 242.146 toneladas, o terceiro menor volume registrado em 2007. Em rela-ção ao mesmo mês do ano passado, os embarques do mês aumentaram 15%. Em contrapartida, recuaram 20% em relação ao mês anterior, agosto de 2007, ocasião em que se registrou o melhor resultado do ano, até aqui.

A despeito dos números visivel-mente menores que os de meses an-teriores, as exportações do ano man-têm um bom ritmo de crescimento: somaram, nos nove primeiros meses de 2007, algo em torno de 2,375 milhões de toneladas, volume que corresponde a um aumento de 22,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Correspondendo a embarques médios da ordem de 264 mil tonela-das mensais, as exportações consoli-dadas até setembro projetam, para a totalidade do ano, volume muito próximo dos 3,170 milhões de tone-ladas, 17% a mais que o exportado em 2006.

Por ora, a expansão registrada em um espaço de 12 meses não é muito diferente, pois os 3,153 mi-lhões de toneladas embarcados en-tre outubro de 2006 e setembro de 2007 são 19% maiores que os alcan-çados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Não será muito difícil, porém, os resultados do ano chegarem aos 3,2 milhões de toneladas. Basta, para tanto, que os embarques do trimes-tre final de 2007 alcancem 275,2 mil toneladas mensais. Isto, note-se, está aquém do exportado no trimestre julho-setembro, quando a média mensal ficou próxima das 277 mil toneladas.

Page 31: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 31

disponibilidade interna de carne de frangorefletindo exportação menor, volume ofertado

cresceu significativamente em setembro

CARNE DE FRANGO Disponibilidade interna em 24 meses

MIL TONELADAS

MÊS 2005/ 2006 2006/ 2007 VAR. % ANUAL

Out 570,0 541,6 -5,04%

Nov 620,5 506,9 -18,31%

Dez 638,0 613,6 -3,82%

Jan 643,1 619,7 -3,62%

Fev 556,5 517,5 -7,02%

Mar 589,4 540,1 -8,35%

Abr 497,2 571,3 14,89%

Mai 510,6 584,5 14,46%

Jun 532,3 592,2 11,26%

Jul 616,5 588,6 -4,52%

Ago 465,3 567,0 21,87%

Set 567,7 624,7 10,04%

EM 9 MESES 4.978,6 5.205,6 4,56%

EM 12 MESES 6.807,1 6.867,7 0,89%Fontes dos dados básicos:

APINCO e ABEF - Elaboração e análises: AVISITE

Embora a produção brasileira de carne de frango venha registran-

do visível estabilidade, a queda nos embarques para o exterior (por con-ta da greve dos fiscais federais agro-pecuários, mas também devido ao mês mais curto) fez com que, em se-tembro passado, houvesse expressi-vo aumento na disponibilidade inter-na do produto.

Assim, o período foi fechado com um incremento de 10% - tanto em relação ao mês anterior, como em comparação a idêntico mês do ano passado – o que significou uma ofer-ta de 624.757 toneladas, volume correspondente (em valores reais, isto é, considerado o número de dias do mês) ao maior volume disponibiliza-do internamente em todos os tem-pos pelo setor. Em outras palavras, foi superado, em setembro, o recor-de que se mantinha desde janeiro de 2006 (início da última grande crise do setor), quando a oferta interna chegou às 622 mil toneladas.

Naturalmente, não há qualquer correlação entre um e outro momen-to, mesmo porque de lá para cá a população (e o número de consumi-dores) aumentou. Mas o inesperado aumento em relação ao mês anterior (de quase 14% se considerada a oferta diária) se refletiu no mercado.

Em função dos últimos números, a oferta interna de carne de frango nos nove primeiros meses de 2007 somou 5,205 milhões de toneladas, 4,5% a mais que o registrado em 2006. O volume total projetado para 2007 é de 6,940 milhões de tonela-das – 300 mil toneladas ou 4,5% a mais que o ofertado em 2006.

Já nos últimos 12 meses a varia-ção de oferta vem sendo mais mo-desta, inferior a 1%, pois o volume de 6,807 milhões de toneladas dis-ponibilizado internamente entre ou-tubro de 2005 e setembro de 2006, subiu para cerca de 6,868 milhões de toneladas nos 12 meses encerra-dos em setembro de 2007.

Page 32: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

32 Produção Animal | Avicultura

estAtísticAs e preÇos

Alojamento de matrizes de posturaApesar do crescimento de 20%, acumulado no ano será inferior ao de 2005

MATRIZES DE POSTURA Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2005/2006

2006/2007

VAR. %% OVO BRANCO

2005/06 2006/07

Out 77,255 78,400 1,48% 79,88% 66,45%

Nov 49,258 80,900 64,24% 80,21% 73,42%

Dez 65,770 62,143 -5,51% 60,04% 73,13%

Jan 101,510 59,975 -40,92% 75,38% 83,33%

Fev 82,893 34,687 -58,20% 77,19% 59,64%

Mar 18,159 100,664 454,35% 37,89% 64,12%

Abr 46,747 23,304 -50,15% 83,81% 56,66%

Mai 23,223 83,167 258,12% 77,62% 74,63%

Jun 42,489 95,915 125,74% 72,49% 63,49%

Jul 93,053 53,253 -42,77% 76,50% 64,66%

Ago 43,751 63,392 44,89% 66,41% 85,02%

Set 31,827 67,212 111,18% 34,56% 43,68%

EM 9 MESES

483,742 581,569 20,22% 71,67% 66,90%

EM 12 MESES

676,025 803,012 18,78% 72,10% 67,99%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

O levantamento mensal da UBA mostra que em setembro passa-

do foram alojadas em todo o Brasil 67.212 matrizes de postura, 43,68% delas representadas por linhagens produtoras de ovos brancos. Cres-cente neste trimestre, o volume al-cançado em setembro representou aumentos de 111% sobre o mesmo mês de 2006 e de 6% sobre o mês anterior, agosto de 2007.

Com o resultado mais recente, o alojamento nos nove primeiros me-ses do ano soma 581.569 matrizes de postura (67% para produção de ovos brancos), número que repre-senta expansão de 20% sobre o mesmo período do ano passado. Equivalente, por sua vez, a um aloja-mento mensal de cerca de 65 mil re-produtoras de postura, esse volume projeta para 2007 alojamento global de 775 mil cabeças, 10% a mais que o alojado em 2006.

Ressalve-se, no entanto, que a despeito da expansão estimada, o número apontado permanece aquém do alcançado em 2005, ano em que foram alojadas no País pouco mais de 850 mil matrizes de postura

Calhau

Page 33: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 33

Alojamento de pintainhas de posturaVolume alcançado nos primeiros nove meses

de 2007 decresceu quase 7%

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA Alojamento em 24 meses (ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MÊS2005/2006

2006/2007

VAR. %% OVO BRANCO

2005/06 2006/07

Out 5,953 6,086 2,24% 75,89% 75,73%

Nov 5,925 4,882 -17,60% 75,17% 72,55%

Dez 5,817 4,792 -17,63% 71,73% 75,16%

Jan 5,695 4,821 -15,34% 76,67% 76,96%

Fev 5,493 4,729 -13,55% 75,24% 77,81%

Mar 5,343 5,028 -5,91% 76,67% 73,73%

Abr 4,472 4,980 11,36% 72,86% 73,53%

Mai 5,483 4,960 -9,53% 74,44% 74,17%

Jun 5,478 5,142 -6,14% 74,68% 74,39%

Jul 5,689 5,078 -10,44% 74,57% 74,30%

Ago 5,543 5,091 -8,16% 72,91% 74,48%

Set 5,034 5,074 0,80% 73,43% 72,28%

EM 9 MESES

48,221 44,922 -6,82% 74,66% 74,60%

EM 12 MESES

65,906 60,682 -7,93% 74,56% 74,55%

Fonte: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Alguns segmentos da avicultura vêm apresentando, neste ano,

relativo nível de estabilidade, fato ra-ras vezes observado no setor. No en-tanto, nenhum outro registra o grau de estabilidade observado no seg-mento de pintainhas comerciais de postura que – apenas para exemplifi-car – nos últimos quatro meses alo-jou, em média 5,096 milhões de ca-beças mensais, com variação máxima de 0,9% para cima (5,142 milhões em junho) e de 0,4% para baixo.

Este último índice refere-se a se-tembro passado, mês em que o setor alojou um total de 5,074 milhões de pintainhas de postura, volume que, por sua vez, foi 0,8% maior que o de setembro de 2006 (o que demonstra que a estabilidade vem de longe) e, também, 0,3% menor que o alojado em agosto de 2007.

O principal é que, por força desse alojamento estável, o volume nos pri-meiros nove meses deste ano perma-nece 6,82% menor que o do mesmo período do ano passado, somando 44,922 milhões de cabeças e proje-tando para o ano volume máximo de 60 milhões de pintainhas, 6% a me-nos que o alojado em 2006 e 17% a menos que o alojado em 2005.

Até aqui, o volume acumulado em 12 meses está muito próximo da-quele previsto para o exercício, visto que as pintainhas de postura aloja-das entre outubro de 2006 e setem-bro de 2007 somam 60,682 milhões de cabeças e apresentam redução de, praticamente, 8% sobre os 12 meses imediatamente anteriores.

A propósito da estabilidade ob-servada no setor, chama a atenção a relação entre os tipos de poedeiras que, tanto nos nove primeiros meses de 2007, como nos últimos 12 me-ses se mantém praticamente imutá-vel – 74,5% de linhagens produtoras de ovos brancos; 25,5% de linha-gens produtoras de ovos vermelhos.

Page 34: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

34 Produção Animal | Avicultura

estAtísticAs e preÇos

FrAnGo ViVo - preÇos histÓricos e preÇo eFetiVo em 2007 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1887 2005): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2007: (R$/KG, granja, interior paulista)

r$ 2,00

r$1,17r$1,33

r$1,79r$1,55

r$1,36r$1,20

r$1,40

r$1,68r$1,84

r$1,68r$1,60

110

r$ 1,80 105

r$ 1,60 100

r$ 1,40 95

r$ 1,20 90

r$ 1,00 85

r$ 0,80 80

DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

desempenho do frango vivo no mês de outubroremuneração em queda se opõe ao forte e contínuo aumento dos custos de produção

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

Outubro/2006 1,76 22,22% 15,03%

Novembro/2006 1,28 - 2,29% -27,27%

Dezembro/2006 1,17 2,63% - 8,59%

Janeiro/2007 1,33 27,88% 13,67%

Fevereiro/2007 1,79 79,00% 34,58%

Março/2007 1,55 89,02% -13,41%

Abril/2007 1,36 38,78% -12,26%

Maio/2007 1,20 4,35% -11,76%

Junho/2007 1,40 25,00% 16,66%

Julho/2007 1,68 82,60% 20,00%

Agosto/2007 1,84 55,93% 9,52%

Setembro/2007 1,68 9,80% -8,69%

Outubro/2007 1,60 -9,09% -4,76%

COTAÇÕES MÉDIAS ANUAIS (2001 A 2006) E ENTRE JANEIRO E OUTUBRO (2006 E 2007)

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2001 0,971 6,47% 2004 1,492 2,61%

2002 1,131 16,48% 2005 1,359 -8,91%

2003 1,454 28,56% 2006 1,162 -14,50%

Média do período 2006 -> R$ 1,15/kg+33,91%

Janeiro-Outubro 2007 -> R$ 1,54/kgFonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Após mais de 40 dias de estabili-dade (R$1,60/kg), o frango vivo

comercializado no interior paulista fechou outubro de 2007 em queda (R$1,55/kg nos dois últimos dias do mês) e alcançou preço médio de R$1,60/kg (valor arredondado; na rea lidade, R$1,5962/kg), com perdas de 9% e de quase 5% sobre, respec-tivamente, outubro de 2006 e setem-bro de 2007. De agosto a outubro, o produto acumulou queda de 13%.

Outubro, é tradicional, não tem sido bom mês para o frango vivo já que, com raras exceções, remunera os produtores com preços inferiores aos de agosto e setembro. Em outu-bro de 2007, porém, esse comporta-mento cíclico teve um agravante: a elevação dos custos de produção em decorrência da forte valorização dos dois principais insumos do setor, mi-lho e farelo de soja. Assim, ainda que o preço médio do mês tenha ficado 33% acima do pior resultado do exercício até aqui (R$1,20/kg, em maio/07), o aparente ganho daí de-corrente acabou totalmente neutrali-zado. Pior: fez com que os produto-res menos eficientes voltassem a registrar resultados negativos que irão corroer rapidamente os ganhos obtidos de julho a setembro.

Nesse quadro, o detalhe adicio-nal é que, em plena entressafra da carne (que, neste ano, deve se esten-der bem além do normal), o frango vivo segue caminho oposto ao do boi e do suíno que, nos últimos 30 dias, experimentaram valorização da ordem de 10%. Isso, sem dúvida, é reflexo da perda de participação da ave viva no mercado global de fran-gos (não mais que 5% dos abates de São Paulo, segundo estimativas do setor). Mas como o preço do frango vivo continua sendo adotado como balizador do mercado por atacadis-tas e varejistas, sem dúvida toda a cadeia acaba afetada.

O preço médio do frango no ano (R$1,54/kg entre janeiro e outubro) per-manece quase 34% acima da média alcançada no mesmo período de 2006. Mas os aumentos de custo vêm absorvendo estes ganhos mais re-centes. Ou seja: feitas as contas, é bem provável que os ganhos deste ano não sejam muito diferentes dos de 2006, ano da pior crise do setor.

Page 35: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 35

desempenho do ovo no mês de outubroexpectativa de reversão de preços não se confirma:

mercado continuou em queda

OVO BRANCO EXTRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/Caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO %ANUAL MENSAL

Outubro/2006 28,89 0,85% 6,80%

Novembro/2006 29,05 6,38% 0,55%

Dezembro/2006 35,55 10,34% 22,37%

Janeiro/2007 30,30 25,77% -14,76%

Fevereiro/2007 39,25 34,88% 29,54%

Março/2007 41,18 58,87% 4,92%

Abril/2007 37,83 43,90% -8,14%

Maio/2007 37,21 45,29% -1,64%

Junho/2007 43,56 59,09% 17,06%

Julho/2007 42,13 63,16% -3,28%

Agosto/2007 43,34 73,22% 2,87%

Setembro/2007 38,42 42,03% -11,24%

Outubro/2007 37,38 29,36% -2,70%

cotAÇÕes mÉdiAs AnuAis (2001 A 2006) e entre jAneiro e outuBro (2006 e 2007)

Ano r$/cxA VAr. % Ano r$/cxA VAr. %

2001 24,07 4,11% 2004 34,47 -13,11%

2002 27,88 15,83% 2005 33,48 -2,87%

2003 39,67 42,29% 2006 27,48 -17,92%

média do período 2006 -> r$ 26,52/kg+47,28%

janeiro-outubro 2007 -> r$ 39,06/kgFonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

oVo extrA BrAnco- preÇos histÓricos e preÇo eFetiVo em 2007 PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1887 2005): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2007: (R$/KG, granja, interior paulista)

r$ 50,00

r$3

5,55

r$ 3

0,30

r$ 3

9,25

r$ 4

1,18

r$ 3

7,83

r$ 3

7,21

r$ 4

3,56

r$ 4

2,13

r$ 4

3,34

r$ 3

8,42

r$ 3

7,20

130

r$ 45,00 120

r$ 40,00 110

r$ 35,00 100

r$ 30,00 90

r$ 25,00 80

r$ 20,00 70

r$ 15,00 60

r$ 10,00 50

A sazonalidade típica do setor, apontada pelo gráfico abaixo,

criava a expectativa de uma reversão no mercado de ovos - como já havia ocorrido em agosto. Mas o setor pro-dutor atravessou todo o mês de ou-tubro enfrentando quedas sucessivas nas cotações. Assim, registrou na úl-tima semana do período preços 7% menores que os da abertura do mês.

Culpa, sem dúvida, da estação do ano, responsável por um aumento de produção que acabou excedendo a demanda. Mas há quem diga que a culpa é, também, do próprio setor produtivo que, frente aos resultados positivos mais recentes, esqueceu que eles decorreram de um trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de ano. Nesse esquecimento, voltaram a repetir-se os mesmos erros anteriores – como a realização de muda forçada e a manutenção de poedeiras muito além da idade ideal de descarte.

Independente, porém, de qual seja a razão maior para o decréscimo observado, o fato é que outubro foi encerrado com uma cotação média de R$37,38/caixa, valor 2,70% me-nor que o registrado um mês antes, em setembro/07, mas 13,75% infe-rior ao registrado há apenas dois me-ses (agosto de 2007), quando o pro-duto obteve sua segunda melhor média deste ano.

A cotação média de outubro cor-responde ao terceiro pior preço regis-trado no decorrer de 2007, estando acima, somente, das médias de R$30,30/caixa e R$37,21/caixa regis-tradas, respectivamente, em janeiro e em maio passados.

O pior é que esse processo de que-da de preços ocorre exatamente quan-do os custos das matérias-primas acu-sam uma das mais rápidas evoluções de todos os tempos. A tal ponto que nem mesmo a valorização de 29,38% em relação a outubro de 2006 tem, a esta altura, qualquer significação.

Na média dos 10 primeiros meses de 2007 o ovo acusa uma valorização de 47,28% sobre o mesmo período de 2006, seu preço médio tendo evo-luído de R$26,52/caixa para R$39,06/caixa. Mas esse alto índice decorre muito mais dos baixos preços do ano passado, do que, propriamente, de uma real valorização do produto.

DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Page 36: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

AssociAÇÕes

36 Produção Animal | Avicultura

espírito santo

AVes realiza leilão beneficente durante encontro

rio Grande do sul

conab atende pleito do segmento gaúcho de aves e suínosA Companhia Nacional de Abaste-

cimento atendeu à reivindicação do setor de aves e suínos do Rio Grande do Sul e incluiu como participantes do Leilão VEP de milho em grão, realizado na segunda quinzena de outubro, as fábricas de rações de agroindústrias avícolas e suinícolas. A solicitação, feita um dia antes pela Asgav, Associação Gaúcha de Avicultura, por meio de documento, foi oficializada em Brasília pelo presidente da Conab, Wagner Rossi, em reunião com o secretário executivo da entidade, José Eduardo dos Santos, o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do RS, Valdecir Folador e o deputado estadual Jerônimo Goergen.

De acordo com Santos, a inclusão das agroindústrias é uma garantia de que não haverá falta de matéria-prima, afastando a possibilidade de elevação de custos. Du-rante a audiência, o presidente da Conab também assumiu o compromisso de ga-rantir o abastecimento de milho pelo pro-grama Balcão para regular o mercado.

O leilão em questão vendeu cerca de 40.000 toneladas de milho em grão para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ini-cialmente, a Conab havia estabelecido que só poderiam participar dos leilões avicultores, suinocultores e cooperativas de criadores de aves e suínos, o que pro-vocou apreensão no setor quanto ao de-sabastecimento da matéria-prima.

nização. Os dois setores juntos geram mais de 15 mil empregos diretos e aproxi-madamente 12 mil indiretos”, afirmou Venturini.

O evento teve um cunho de confra-ternização e os cerca de 750 participan-tes tiveram a oportunidade de conhecer novidades em produtos e serviços, atra-vés dos fornecedores, e também poten-ciais parceiros e clientes.

Segundo a organização do encon-tro, além da significativa participação do setor, que superou a dos anos anterio-res, o evento foi marcado pelo espírito social. Durante o evento, uma carreta de milho, doada por empresas da região, foi leiloada pelo valor de R$ 23 mil e o valor dividido entre os ganhadores de uma gincana. Cada um dos vencedores indicou uma entidade filantrópica do Es-tado para receber o prêmio conquistado e repartido em cinco partes iguais de R$ 4,6 mil.

De acordo com o secretário executivo das AVES, Nélio Hand, os valores serão entregues oficialmente em novembro.

Para integrar técnicos, produtores e fornecedores, a AVES, Associação dos Avi-cultores do Estado do Espírito Santo, reali-zou no início do mês de outubro no muni-cípio de Conceição do Castelo, ES, o III Encontro da Suinocultura e Avicultura Capixaba.

A abertura oficial contou com a pre-sença do senador Renato Casagrande, re-presentantes do Ministério da Agricultura, o presidente da AVES, Antonio Venturini e o presidente da ASES, Associação dos Sui-nocultores do ES, José Puppin, que desta-caram a importância dos setores na eco-nomia capixaba.

Venturini afirmou que a terceira edi-ção do encontro foi a melhor de todas as realizadas até hoje. “É muito importante reunir empresas, produtores técnicos e funcionários em um evento de confrater-

Abastecimento de milho preocupa avicultura gaúcha

Confraternização da AVES: avicultura e suinocultura capixabas geram mais de 25.000 empregos diretos e indiretos

36 Produção Animal | Avicultura

Page 37: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 37

De acordo com a imprensa catarinen-se, o Sincravesc, Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina, firmou um acordo na segunda quinzena de outubro com representantes das empresas Sadia, Seara, Aurora, Diplomata e Bondio, após quase nove meses de discussões.

A disputa teve início em fevereiro, quando mais de nove mil criadores de aves do Estado passaram a protestar por reajustes nos valores recebidos das indús-trias, além de questionar os custos gera-dos pelas regras de biosseguridade impos-tas pelas empresas, como a reestruturação das granjas para isolamento completo das aves, instalação de sistemas de desinfec-ção, quarentenários com apoio laborato-rial e ventilação artificial.

De acordo com o presidente do Sin-cravesc, Valdemar Kovaleski, os aviculto-

res tinham de arcar sozinhos com todas as despesas de adaptação das granjas.

Diante da ameaça de rompimento das parcerias, que afetaria cerca de 80 mil tra-balhadores em todo o setor, o Sincravesc solicitou ao Tribunal de Justiça do Estado que cedesse o juiz agrário do Estado, Er-mínio Amarildo Darold, para atuar como mediador da causa - proposta aceita pela ACAV, Associação Catarinense de Avicul-tura, representante das indústrias. “Em-bora mediar conflitos não judicializados não seja uma das atribuições do magistra-do, a medida evita que milhares de pro-cessos de origem comum sejam despeja-dos no tribunal, congestionando a Justiça”, afirma o juiz.

O acordo, assinado dia 17 de outubro em solenidade no salão do júri do Fórum de Chapecó, estabeleceu uma planilha

padrão de custos arcados pelos aviculto-res, que definirá, conforme os contratos individuais entre parceiros, a remuneração de cada criador.

Foi definido também um abono per-manente aos avicultores que adequarem suas instalações aos padrões exigidos de biosseguridade, sem restrições àqueles que não optarem pelas mudanças.

O sucesso da iniciativa deu origem ao Programa de Mediação de Grandes Con-flitos Sociais do TJSC, criado pelo presi-dente da corte, desembargador Pedro Manoel Abreu. De acordo com a Resolu-ção nº 1, de 2007, publicada no dia 9, o programa disponibilizará juízes para atua-rem como mediadores em causas de gran-de impacto social e econômico, exceto aquelas pertinentes à Justiça Federal ou à Justiça do Trabalho.

santa catarina

sincravesc firma acordo e sana conflito na avicultura catarinense

Brasil

ABeF participa da Anuga, uma das maiores feiras de alimentos do mundo

trar a qualidade do frango brasileiro e a competência das empresas exportadoras.

A Anuga é realizada a cada dois anos. Nesta 29ª edição do evento, a participa-ção de empresas estrangeiras totalizou 83% dos expositores. Depois da Alema-nha, que tem a presença de 1.098 empre-sas, a maior participação é da Itália, China e Espanha. O Brasil aparece em 10º lugar na lista, dividindo o ranking com a Tailândia.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, tam-bém esteve presente na Anuga, quando apresentou ao público internacional o Pla-no Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, que monitora carnes bo-vina, eqüina, suína e de ave, além de leite, mel e ovos no território brasileiro, por meio de um sistema oficial de análises, ca-paz de identificar não-conformidades e fazer correções necessárias.

A Abef, Associação Brasileira dos Pro-dutores e Exportadores de Frangos, esteve presente na Anuga, uma das maiores fei-ras de alimentos e bebidas do mundo, re-alizada em Colônia, Alemanha, entre os dias 13 e17 de outubro. A ABEF, que tem o apoio da APEX Brasil, Agência de Pro-moção de Exportações e Investimentos, contou com 10 empresas associadas em seu estande, entre elas Ad’oro, Agrovêne-to, Cossisa, Copacol, DaGranja, Diploma-ta, Penabranca, Nogueira Rivelli, Goiaves e Pif Paf. Outras associadas como Aurora, Doux Frangosul, Eleva, Frango Forte, Per-digão, Sadia, Seara/Cargill e Sertanejo ti-veram estandes próprios. Das 24 empre-sas associadas à ABEF, 18 estiveram presentes na Anuga 2007.

Para Christian Lohbauer, presidente executivo interino da ABEF, a Anuga não é apenas um bom fórum de negócios, mas principalmente um espaço para demons-

Será que os empresários avícolas de seu Estado sabem o que a entidade de classe do setor vem fazendo por eles?Divulgue as atividades de sua Associação – reuniões, iniciativas, eventos, pleitos oficiais, necessidades,etc. – através da Produção Animal – AVICULTURA. Basta enviar e-mail para [email protected].

Page 38: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

38 Produção Animal | Avicultura

ponto FinAL

Caro Deputado:

Discordo de suas posições por conterem pelo menos duas falhas gra-ves. A primeira é a de que legislação do gênero nada acarretará. Por-

que já existem, no Brasil, instrumentos legais que proíbem o uso de hor-mônios na produção de carne de qualquer espécie animal. Portanto, uma nova lei tratando do mesmo assunto é totalmente dispensável.

A segunda é seu julgamento de que prevalece nas pessoas a idéia de que hormônios são utilizados. Ele não é pertinente, pois pessoas não vo-tam e não decidem. Vocês deputados votam e decidem. Assim, me parece de uma pobreza imensurável que pessoas com o poder que vocês, como deputados, usufruem, não tenham o cuidado de estudar assunto do gêne-ro e se valham, como cidadãos comuns, das crendices e das conversas de esquina, esquecendo que em nosso País existem universidades, existem pesquisadores e existe uma indústria avícola que lidera as exportações mundiais de carne de frango e que leva seu produto para 146 países.

Mas seu argumento de que uma nova legislação do gênero “nada acarretará” é pior ainda. É pior, pois não há caso hipotético do uso de hor-mônios. Não há qualquer possibilidade de uso! Acredito que os senhores deputados tenham mais o que fazer do que tratar de assuntos sem funda-mento e com a possibilidade de preservar o hipotético. Seu raciocínio é o de que, se no meio de tantos decentes, aparecer um empresário corrupto, ele seria passível das penas previstas pela Lei. Neste caso, Sr. Deputado, não há como ser corrupto, pois não há qualquer chance de uso de hormô-nio na alimentação de frangos ou poedeiras.

Concluo dizendo que sinto imensamente que pessoas que passaram pelas universidades de nosso Brasil (inclusive alguns médicos) e se torna-ram deputados – pelo voto de todos nós, que acreditamos que nos repre-sentarão – consigam ser tão incompetentes quando tratam de uma ques-tão pública. Mas o que mais me preocupa é constatar que se erram em assunto sobre o qual tenho conhecimento absoluto, o quanto não errarão em áreas que desconheço. Que lástima! Realmente, perdemos o rumo!

“No Brasil, instrumentos legais já proíbem o uso de hormônios na produção de carne de qualquer espécie animal. Portanto, uma nova lei tratando do mesmo assunto é totalmente dispensável. Os senhores deputados devem ter mais o que fazer ao invés de tratar de assuntos sem fundamento ou da possibilidade de preservar o hipotético.”

Antônio Mário Penz JúniorProfessor Titular

Departamento de ZootecniaFaculdade de Agronomia

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

não há qualquer chance de uso de hormônios na alimentação avícola

Projeto de Lei que ninguém consegue brecar e que tramita no Congresso Nacional desde 2002 pretendendo proibir o proibido e inexistente – o uso de hormônios na produção de aves e ovos – vem suscitando intensivas manifestações e queixas do setor avícola a seus representantes políticos em Brasília. Uma dessas queixas mereceu, como resposta, a observação de que a “inexis-tência de hormônios em aves ou ovos parece não ser do co-nhecimento das pessoas, pre-valecendo a idéia de que são utilizados” – o que justifica-ria a legislação proposta. Por outro lado, porém, o mesmo deputado conclui que “sob o ponto de vista prático (uma lei do gênero) nada acarretará, uma vez que as sanções são para hipotéticos casos de adi-ção de hormônios”.

Ao tomar conhecimento, por terceiros, dessa resposta, o Professor Antônio Mário Penz Júnior – que há mais de uma década vem procurando demonstrar aos desinforma-dos que na produção de aves e ovos não são utilizados hor-mônios – não resistiu: enviou ao autor da resposta o mani-festo a seguir, onde, mais que o posicionamento de um téc-nico, ressalta a manifestação do cidadão que todos deverí-amos ser. Pena, somente, que a posição de Mário Penz não chegue a todos os integran-tes do Congresso Nacional. Pois dessa forma, com certe-za, a questão dos hormônios na avicultura teria, enfim, seu ponto final.

Page 39: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

Produção Animal | Avicultura 39

Page 40: C CMY - AviSite - O Portal da Avicultura na Internet · 2012. 6. 11. · da nenhuma justificativa ou explicação por parte dos russos. Mas analistas e o próprio mercado dos EUA

40 Produção Animal | Avicultura

ponto FinAL