CABAIA

C a b a i a N ú m e r o 6

J u n h o 2 0 1 9

B o l e t i m T r i m e s t r a l

Fundação Casa de Macau

A Língua

Portuguesa

e Poetas

de Macau

CABAIA – junho 2019

Editorial A sexta edição da CABAIA desvela o

sortido de atividades e eventos que a

Fundação Casa de Macau tem

empreendido, procurando sempre

despertar a estima e a simpatia do público

por Macau, envolvendo miúdos e graúdos

no universo único que é o Oriente. Desta

feita, trazemos ao leitor a síntese dos

principais momentos da Fundação nos

últimos três meses, onde se revigoraram

antigos laços com figuras que se distinguem

pelo contínuo e admirável trabalho que

têm desenvolvido na manutenção da

identidade macaense, e onde foi também

possível construir novas pontes,

despontando outros caminhos e desafios.

Neste número da CABAIA, no âmbito da

educação, distinguimos a visita dos alunos

da Academia Lusófona Luís de Camões e a

colaboração da FCM com o Agrupamento

de Escolas Ferreira de Castro. A

apresentação do livro “Pássaros de Ferro” e

a apresentação da joia “Amar o Mar”

integram também o lote de eventos deste

trimestre, provando que a criatividade e o

talento afeiçoados ao Oriente estão vivos e

de boa saúde. Finalmente, destacamos os

eventos que, em comunhão com um

público variado, prestigiaram e

enalteceram, em igual medida, Macau e

esse património imaterial que é a Língua

Portuguesa. Falamos das Tertúlias Poéticas

do Casino Lisboa e do Mercado da Língua

Portuguesa, em Cascais.

A redação.

Junho 2019

VISITA DA ACADEMIA LUSÓFONA LUÍS DE CAMÕES

No passado mês de março, a Fundação

Casa de Macau recebeu a visita de um

grupo de cerca de 20 alunos do Curso

Geral, da Academia Lusófona Luís de

Camões, acompanhados pela

Professora Ana Maria Lopes.

Este curso, organizado e coordenado

pela Sociedade Histórica da

Independência de Portugal é realizado

através de uma plataforma de

apresentação e combinação de cursos

e ciclos de palestras, exposições e

workshops diversos, sobre as Culturas

Lusófonas, em especial, a Portuguesa.

Neste contexto, foi incluída no plano

curricular do curso uma visita à FCM que

integrou um ciclo de visitas a diversas

outras instituições da sociedade civil.

O Diretor da FCM, Mário Matos dos

Santos, realizou uma breve

apresentação da missão e ação da

Fundação, assinalando as principais

atividades desenvolvidas, o espólio

permanentemente disponível no Centro

de Documentação e os próximos

eventos a decorrer.

O interesse e a curiosidade dos alunos

motivaram uma comunicação aberta e

enriquecida pelo contributo geral dos

presentes.

Deste modo, foi conferida aos alunos a

oportunidade de adquirir e aprofundar

alguns conhecimentos sobre Macau e

acerca da própria história da

Fundação.

SOPHIA E O ORIENTE

A Professora Maria Antónia Jardim,

pintora alquimista que assina A.

Sinai, apresentou a sua mais recente

joia, no passado dia 25 de junho, na

Fundação Casa de Macau.

A joia, com parceria Eugénio

Campos, intitulada Amar o Mar, é

uma ode à vida e obra de Sophia de

Mello Breyner Andresen.

Durante a apresentação da joia, a

autora elucidou a audiência sobre a

relação de Sophia com o Oriente, e

em particular com o Rio das Pérolas.

A poetisa serviu de inspiração à

autora em vários momentos da sua

vida, quer no âmbito académico,

quer em alguns dos livros que

escreveu, A Feiticeira Sorriso e Alice

no país dos livros.

A joia, “ondulante e marítima”, que

nas palavras da autora simboliza “o

amor da poetisa pelo mar”, constitui

uma graciosa homenagem a Sophia

de Mello Breyner Andresen, no ano

em que se celebra o 100º

Aniversário do seu nascimento.

APRESENTAÇÃO DO LIVRO “PÁSSAROS DE FERRO”

A Fundação Casa de Macau foi palco

da apresentação do livro "Pássaros de

Ferro", da Professora Maria Helena do

Carmo, no passado dia 9 de abril.

“Pássaros de Ferro” é a última obra da

autora, editada em novembro de 2018,

e traz-nos a história de uma família

macaense, retratando três fases das

vivências de Macau, entre os anos 30 e

40 do século XX.

O romance, que atravessa o período

desde anos 30 até à altura da II Grande

Guerra, dedica-se aos “filhos da terra e

europeus radicados por amor a Macau”

que “desempenharam um papel

importante” neste período conturbado

por conflitos internacionais, combinado

com alguns momentos de paz.

A neutralidade de Portugal no conflito,

granjeada, com a ajuda de homens de

valor, pelo Governador Gabriel Teixeira,

“deu abrigo a milhares de refugiados,

entre eles espiões, que fizeram da

cidade palco de crimes e prepotências,

sob o flagelo da fome.”

A apresentação do livro ficou a cargo

do Dr. Feliciano Flor e a audiência foi

ainda presenteada pela declamação

de alguns poemas em Patuá, pela

Professora Teresa Ximenez, a convite da

autora da obra apresentada.

MERCADO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Nos dias 3, 4 e 5 de maio, a Fundação

Casa de Macau participou no Mercado

da Língua Portuguesa, que se realizou no

Mercado da Vila, em Cascais.

A primeira edição do evento,

organizado pela UCCLA, contou com

mais de 20 expositores que, de várias

formas, promoveram e celebraram a

Língua Portuguesa.

Ao longo de 3 dias, a FCM esteve

presente no stand dedicado a Macau e

Extremo Oriente. Além da rica mostra

bibliográfica que dispôs, em parceria

com a Editora Gradiva, a FCM

disponibilizou ainda alguns artigos

alusivos ao turismo, à gastronomia e à

memória macaense, no geral.

No segundo dia do evento, a FCM

promoveu a atuação do Grupo de

Kung-Fu Hong Long que, perante uma

diversa e interessada plateia, realizou

uma demonstração de Dança do Leão

e de Kung Fu.

Durante o período em que se realizou o

Mercado, a FCM promoveu também

um concurso que levou, no último dia

do evento, ao sorteio de um cabaz de

obras literárias de e sobre Macau.

Mediante a numerosa participação

neste concurso e a significativa

afluência e interesse do público pelo

stand, na generalidade, a FCM acredita

no sucesso obtido por esta iniciativa,

aguardando, com expetativa, uma

próxima edição do Mercado.

TERTÚLIAS POÉTICAS – CASINO LISBOA

Dia 4 de junho, realizou-se no Casino

Lisboa, uma sessão de poesia dedicada

a Macau e seus poetas, integrada no

ciclo de Tertúlias Poéticas, organizado

pelo Casino Lisboa em parceria com a

Associação de Moradores e

Empresários do Parque das Nações,

com os quais a Fundação Casa de

Macau teve a honra de colaborar para

a realização deste evento.

A sessão contou com a distinta

participação da Dra. Celina Veiga de

Oliveira e do Dr. Rui de Carvalho, no

momento de poesia, contando ainda

com a honrosa participação da poetisa

Elsa de Noronha.

Como parte integrante desta Tertúlia,

complementando o requintado

ambiente, ocorreram momentos

musicais variados com instrumentos

musicais chineses, contrabaixo (Carlos

Barreto) e flauta transversal (João

Sabbo).

O evento sobejamente abrilhantado

pela música e poesia, tornou-se ainda

mais sublime por conta da pintura de

um retrato de Camillo Pessanha que, ao

longo da sessão, foi sendo esboçado e

pintado pelo pintor Carlos Santos

Marques.

FEIRA DAS CULTURAS – EB FERREIRA DE CASTRO

A Fundação Casa de Macau

participou, no passado mês de

maio, na Feira das Culturas,

organizada pelo Agrupamento de

Escolas Ferreira de Castro, do

concelho de Sintra.

A iniciativa, que pretende dar a

conhecer a diversidade cultural

existente, envolvendo os alunos na

história e nos principais traços de

cada cultura, contou com a

participação dos 2º e 3º ciclos

daquele agrupamento.

A participação da FCM no evento

traduziu-se pela decoração

temática de um stand, dedicado a

Macau, e pela cedência de obras

para mostra bibliográfica e para a

Biblioteca da escola.

Foi ainda realizado um sorteio,

aberto a todos os alunos, professores

e demais funcionários daquele

agrupamento, procurando envolver

a comunidade escolar de uma

forma lúdica e dinâmica nas

temáticas macaenses.

Sabendo que a memória cultural é

essencial para a manutenção das

identidades e que a história das

culturas é, além de um acrescento

curricular, um saber fundamental no

atual contexto, a FCM congratula-se

por ter contribuído para o

enriquecimento cultural e escolar

daquelas crianças e jovens.