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O HOMEM Desde seus primórdios, o homem tem feito aquilo que somente ele pode fazer, olhar para o universo e para dentro de si mesmo em busca de respostas. O homem é um microcosmo. Para sobrevivermos neste mundo como verdadeiros seres humanos devemos recolocar em questão nossa percepção sobre o sentido de nossas vidas. D's deixou-o livre para escolher caminhos e para transcender a si mesmo, a suas contradições internas, suas inclinações, sendo capaz de atingir as alturas e as profundezas espirituais. Deixou-o livre para se afastar ou se aproximar Dele. o homem é composto das mesmas "forças fundamentais", da mesma "matéria prima" através das quais D's deu forma e conteúdo à Sua Criação. A consciência (a neshamá, alma) do homem é uma centelha divina, é o "cordão umbilical" que une o Criador às suas criaturas. O homem não tem meios de entender D´us, Infinito e Imutável. CABALA Experiências místicas fazem parte do judaísmo, desde seus primórdios. A Cabalá (da palavra hebraica Kabalah, que significa "recebendo"ou "aquilo que foi recebido") é a parte mística do judaísmo. O autêntico misticismo judaico é parte integrante da Torá. Parte do pressuposto que há um nível de interpretação da Torá chamado de sod (que significa secreto). Reduzida a um simbolismo espiritual ou filosófico, ou a um misticismo emotivo, despida do cumprimento dos mandamentos, a Cabalá se torna uma concha vazia. "Se ela for afastada de seu sentido religioso, se perder sua ancora que é a Torá, corre o risco de transformar-se em uma espécie de auto indulgência". A glória fora do templo Ez 1. Remonta aos profetas e filhos de profetas, conhecimento reservado somente em círculos restritos. Um espaço para os dons. O cuidado era mais no sentido de proteção do que de proibição; nossos sábios temiam 1

Cabala - anotações

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Resumo de estudos sobre a cabala

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O HOMEMDesde seus primórdios, o homem tem feito aquilo que somente ele pode fazer, olhar para o universo e para dentro de si mesmo em busca de respostas.O homem é um microcosmo.Para sobrevivermos neste mundo como verdadeiros seres humanos devemos recolocar em questão nossa percepção sobre o sentido de nossas vidas.D's deixou-o livre para escolher caminhos e para transcender a si mesmo, a suas contradições internas, suas inclinações, sendo capaz de atingir as alturas e as profundezas espirituais. Deixou-o livre para se afastar ou se aproximar Dele.o homem é composto das mesmas "forças fundamentais", da mesma "matéria prima" através das quais D's deu forma e conteúdo à Sua Criação.A consciência (a neshamá, alma) do homem é uma centelha divina, é o "cordão umbilical" que une o Criador às suas criaturas.O homem não tem meios de entender D´us, Infinito e Imutável.

CABALA

Experiências místicas fazem parte do judaísmo, desde seus primórdios.A Cabalá (da palavra hebraica Kabalah, que significa "recebendo"ou "aquilo que foi recebido") é a parte mística do judaísmo. O autêntico misticismo judaico é parte integrante da Torá. Parte do pressuposto que há um nível de interpretação da Torá chamado de sod (que significa secreto).Reduzida a um simbolismo espiritual ou filosófico, ou a um misticismo emotivo, despida do cumprimento dos mandamentos, a Cabalá se torna uma concha vazia. "Se ela for afastada de seu sentido religioso, se perder sua ancora que é a Torá, corre o risco de transformar-se em uma espécie de auto indulgência".A glória fora do templo Ez 1. Remonta aos profetas e filhos de profetas, conhecimento reservado somente em círculos restritos. Um espaço para os dons. O cuidado era mais no sentido de proteção do que de proibição; nossos sábios temiam que os ensinamentos místicos fossem usados de forma inadequada.

Parábola: Quatro rabinos entraram no paraíso (êxtase): Ben Azai morreu; Ben Zomá ficou louco. Acher tornou-se herege. Rabi Akiva entrou e saiu em paz.

A Cabala oferece ao homem uma fonte inesgotável de sabedoria, ajudando-o a lidar com as realidades da vida. A Cabalá ensina-nos que somente estando cientes de nossas responsabilidades, podemos encontrar nosso verdadeiro "eu". iluminar a vida daqueles que estão à nossa volta.A Cabalá é, e sempre foi, um caminho para o homem se aproximar do Criador, uma busca de D’us através da qual o homem se torna consciente de si mesmo e do mistério que existe tanto dentro dele como em seu redor.A Cabalá persegue o ideal de uma perfeita comunhão pessoal entre D’us e o homem. ensina como controlar egos e emoções.A Cabala alerta que devemos ficar muito atentos ao distinguir o que é aparência do que é realidade. A realidade tal qual a vemos não passa de uma "casca" que esconde a verdade de nossa vida.

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ÁRVORE DA VIDA

Mas, acima de todas as Sefirot está Keter (coroa). É a mais próxima da Fonte Divina. No homem, esta é a verdadeira essência do ser criado à imagem de D's. Superior ao próprio pensamento, Keter é fonte da vontade, do querer, do livre arbítrio. É através de sua vontade que o homem consegue se elevar acima de todas as pressões externas ou internas e tomar suas decisões, independentemente de todas as considerações. E é o arrependimento o que faz o homem se conectar com Keter.

As Sefirot da mente

Chochmá - Sabedoria. É o fluxo de energia responsável pela inspiração e criatividade, a base da percepção intuitiva. É o pensamento em seu estado mais puro; aquele que não emana de um processo racional. É a "alma da idéia", o estalo subconsciente que desencadeia o raciocínio. Chochmá contém os elementos básicos de nossa personalidade, é a base sobre a qual a construímos. Chochmá é também a capacidade que o ser humano tem de aprender com os outros. É a parte direita do cérebro.

Biná – Entendimento, a compreensão, o raciocínio dedutivo, a lógica. É o sistema lógico através do qual o fluxo de pensamento proveniente de Chochmá é delineado e definido. Esta Sefirá direciona o primeiro "estalo" momentâneo e ainda sem forma, tornando-o tangível. É a habilidade inerente a cada ser humano de sintetizar, racionalizar, fazer distinções lógicas e desenvolver mentalmente uma ideia. Considera-se como sendo uma Sefirá feminina se comparada à Chochmá masculina. A Cabalá usa a metáfora literária de "pai" e "mãe" para descrever a relação que existe entre a idéia embrionária e a já desenvolvida, entre Chochmá e Biná. No corpo 'sefirótico', é a parte esquerda do cérebro. Os estudos científicos recentes sobre as funções cerebrais humanas têm associado a criatividade com a parte direita do cérebro e a lógica e a racionalização com a esquerda. Exatamente como o faz a Cabalá.

Da'at - Conhecimento. É a lógica aplicada, a verificação abstrata dos fatos, a cristalização da consciência em termos de conclusões. Da'at assegura a continuidade do pensamento, pois cria uma ponte entre as atividades cerebrais Chochmá e Biná. A habilidade que temos de expressar nossa inteligência, de comunicar nossos pensamentos, de desenvolver um tipo de relacionamento inteligente com o mundo se resume em Da'at. Os processos mentais só tomam forma quando são externalizados pelas Sefirot da emoção e Da'at é responsável pela conexão entre a mente e as emoções.Da'at, a "lógica aplicada" de modo diferente das duas anteriores. Não é apenas o acúmulo, mas também a soma de tudo o que é conhecido. É a capacidade de juntar as informações básicas e fazê-las funcionar logicamente.

As Sefirot da emoção humana

Estas são divididas em dois grupos. As três primeiras representam as relações que envolvem o entregar-se, num sentido unidirecional. Neste nível ainda não há reciprocidade nos relacionamentos. As três seguintes agem diretamente no mundo real e representam relacionamentos onde há reciprocidade e "concretização" dos sentimentos.

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Chessed - Graça, amor. É o altruísmo, o compartilhar, o dar incondicional, a bondade, a mão estendida para o outro. A Torá nos ensina que Criação foi imbuída de altruísmo e o amor é a emoção mais básica no ser humano. Orientada para os outros, Chessed é a primeira das Sefirot de ação responsável pelo início da interação. Representa a extroversão, o fluxo de energia que nos abre para o mundo. Quando estendemos nossa mão para o outro é o fluxo de Chessed que se manifesta. O homem de Chessed é aquele que dá de si mesmo, seja em termos de vontade, afeição ou relação. É o impulso incontrolável de expansão.

Mas Chessed é um sentimento e sentimentos internos não possuem uma direção. O dar de si sem limites pode levar ao esgotamento. Por isso mesmo, o fluxo da bondade e altruísmo deve ser guiado pelas Sefirot da mente. Segundo os ensinamentos místicos, a maneira fundamental de penetrar no mistério da Chessed é amando D's ao extremo. Consequentemente, amando todas as Suas criaturas. O que é um Chassid, perguntam nossos sábios. Alguém que age por amor a D's. No corpo sefirótico, Chessed é o braço direito.

Guevurá - Poder, força, justiça, o julgamento severo. É o recuo das forças para dentro de si, a auto-contenção. O fluxo de Guevurá é a fonte de energia para a justiça, o controle, o domínio sobre os impulsos. Na Guevurá o ser humano encontra a força e a habilidade de superar sua natureza, suas contradições e conflitos.Perguntam nossos sábios, na Éticas dos Pais: 'Quem é forte? Aquele que controla seus impulsos', pois é mais difícil refrear seus próprios impulsos do que resistir a um perigo externo. Não controlada, esta Sefirá pode levar o homem a uma situação em que não consegue dar nem receber, uma retração total em si mesmo, podendo ser fonte de energia para o ódio e o medo. No corpo sefirótico, é o braço esquerdo. Guevurá representa a contração, a restrição, a criação de barreiras. A "auto-limitação" Esta sefirá direciona a energia espiritual para atingir uma meta específica. É a força que permite o controle para podermos vencer tanto nossos inimigos internos quanto os externos.

Tiferet - Beleza e harmonia, compaixão. Tiferet equilibra os fluxos de Chessed e Guevurá. É o dar equilibrado, o julgamento atenuado pelo amor. A habilidade de harmonizar e integrar os dois extremos. Representa o desenvolvimento do ser humano até seu maior potencial. Os sábios nos ensinam que nossa compaixão deve estender-se sobre todas as criaturas, não desprezando nem destruindo nenhuma delas. Tiferet representa também a verdade, pois a pessoa só pode ser verdadeira se estiver equilibrada e somente estando ela mesma equilibrada poderá ter relações equilibradas. No corpo sefirótico, é o tronco.

Netzach - Eternidade. É a vontade de vencer, conquistar; o impulso profundo de realização. Representa a capacidade de vencer o mal. À medida que surgem os sentimentos, devem ser realizados através de relacionamentos. Netzach é primeira Sefirá onde há reciprocidade. Esta Sefirá é responsável pela necessidade que cada homem tem de se relacionar com o "outro". E isto pode ser participar de numa conversa, estender a mão ou simplesmente praticar qualquer ação que toque o outro. Netzach significa vitória; conseguir sair das limitações do nosso próprio ser para entrar no mundo do outro. É o dar de acordo com as necessidades de quem esta dando. Este atributo é a perna direita do corpo sefirótico.

Hod – Esplendor, empatia. É a sinceridade, o zelo. Na luta para o cumprimento das responsabilidades ou atingir o que se deseja, é o poder de rechaçar os obstáculos que surgem e perseverar. Relacionamentos sinceros ou duradouros não resultam de um simples alcançar o outro. Dependem também de nossa habilidade de criar um espaço interno para aceitar o outro.

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Hod restringe e contém o fluxo de Netzach para que o relacionamento não se torne dominador. No corpo sefirótico, é a perna esquerda.É responsável pela criação, dentro de uma relação, do espaço deixado para o outro. A qualidade espiritual de Hod salienta o atributo da humildade e reconhecimento. Hod representa também a submissão.

Yessod - Fundamento. Representa o poder da conexão, a força vital procriadora. Esta Sefirá representa o tipo de relação recíproca onde todo o ser está envolvido, é o estreito vínculo entre dois entes. A capacidade de fazer contatos e se relacionar com os outros. É também o poder de comunicação e a habilidade de se concentrar na pessoa com quem estamos comunicando-nos. Yesod representa a reciprocidade ideal numa relação. É o meio de comunicação, o veículo de transporte de uma condição para outra. Representa o lugar do prazer espiritual e físico; o vínculo mais poderoso que pode existir entre dois indivíduos, assim como entre o homem e D'us: a aliança entre D'us e Israel.

Malkut - Reinado. É a vivência, a realização do potencial no homem. Malkut define o ponto de encontro de todas as Sefirot, sua expressão final. Representa a coesão final em um relacionamento. É o mundo revelado onde o potencial latente é concretizado. Como símbolo do receber, esta sefirá é caracterizada como aquela que não tem nada próprio. É um um mero recipiente. Malchut é o último elemento de uma corrente que se inicia na Vontade Divina e encontra sua realização neste mundo. Aquele que recebe pode dar de volta, tornando-se além de receptor, um doador.

Para a Cabalá, as Sefirot não são um sistema teológico abstrato, mas sim um mapa da consciência humana através do qual poderão ser descobertas as dimensões do ser, pois a totalidade espiritual e psicológica do ser humano pode ser obtida pela meditação nas qualidades de cada Sefirá e pela imitação dos atributos Divinos. Estas descobertas poderão levar a uma revolução na percepção do sentido da vida.

Um dos preceitos básicos do Judaísmo é que a vida tem sentido, e a meta do homem é se aperfeiçoar e aperfeiçoar ao mesmo tempo o mundo à sua volta. A Cabalá nos ensina que o homem é a única criatura que tem como superar sua natureza interna, suas inclinações, aperfeiçoar-se espiritualmente aproximando-se desta forma de seu Criador.

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