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jconde1948
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Marinharia
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Classificao
Os cabos, de um modo geral, podem ser classificados, segundo a matria-prima utilizada em sua confeco, em cabos de fibra ou de ao.
- Cabos de fibra natural So confeccionados com as fibras do caule ou das folhas de algumas plantas txteis, tais como manilha, sisal, linho cnhamo, linho cultivado, coco, juta, algodo, etc.- Cabos de fibras sintticas Nesta categoria incluem-se os cabos confeccionados com matria plstica, entre elas nilon, polipropileno, polietileno, polister e kevlar.
FibraNatural
Fibra Sintticas
- Cabos de ao Confeccionados principalmente com fios de arame de ao, podendo ser utilizado o ferro na confeco de cabos de qualidade inferior.- Medida dos cabos de fibra natural Os cabos de fibra natural podem ser medidos pelo dimetro nominal ou pelo comprimento de sua circunferncia retificada. O mais comum fazer-se a medida pela circunferncia em polegadas ou, mais raramente, em centmetros ou milmetros.
- Cabos finos So cabos de pequena bitola, assim considerados aqueles cuja circunferncia igual ou menor que 38 milmetros (1 1/2 polegada).- Colher um cabo Chama-se colher um cabo arrum-lo em aducha, a fim de que ele no possa ficar enrascado e tenha sempre os chicotes livres; e pronto para uso em qualquer ocasio.
Cabo de Ao
- Aducha em pandeiro - Depois de ter sido desbolinado, o cabo colhido no convs, a comear pelo seio, em voltas circulares para a direita, umas sobre as outras.
- Aducha inglesa Para colher um cabo inglesa, do-se voltas concntricas sobre o convs, a comear do seio que deu voltas no cunho ou na malagueta.
- Aducha em cobros Para colher-se em cobros comea-se pelo seio do cabo (ou por um dos chicotes, se ambos estiverem livres), dando-se dobras sucessivas que vo sendo colocadas paralelamente umas s outras.
- Carga de ruptura Carga de ruptura, fortaleza, resistncia trao, ou simplesmente resistncia de um cabo so os modos usuais de exprimir a menor carga de trao capaz de parti-lo. Nos cabos de fibra natural ela varivel, pois depende de fatores incertos, como as condies de colheita da fibra, a manufatura e o grau de toro do cabo; que dependem do fabricante.As cargas de ruptura so dadas em tabelas fornecidas pelo fabricante do cabo, bem como podem ser obtidas por frmulas empricas:- Carga de trabalho a carga mxima a que se pode submeter um cabo em servio, determinada pela margem de segurana que se d a um cabo, a fim de no ser ultrapassado seu limite de elasticidade permanente
Cabos de fibra natural- Detalhes de construo A fabricao dos cabos realizada pela unio e toro de determinado nmero de fios primrios, formando os fios que, no cabo, tomam o nome de fios de carreta. Esses, reunidos e retorcidos, tambm em certo nmero, mas em sentido contrrio ao anterior, formam as pernas (cordes) do cabo, que so reunidas, torcidas ou tranadas. Trs ou quatro pernas, torcidas todas juntas e em sentido inverso ao anterior, formam um cabo. O cabo assim confeccionado chama-se cabo de massa, e sempre formado de trs ou quatro pernas, qualquer que seja sua bitola.
Se fizermos um novo cabo composto de trs destes cabos de massa, teremos um cabo calabroteado.Cabo calabroteado
Na confeco de um cabo, a ao de torcer os vrios elementos que o constituem chama-se cochar; as torcidas assim feitas chamam-se cochas, que podem ser para a direita ou para a esquerda. Cochas so tambm os intervalos entre as pernas de um cabo.- Uso e conservao dos cabos de fibra natural Nunca se deve tentar um esforo mximo no cabo que j tenha sofrido uma nica vez uma tenso prxima de sua carga de ruptura, nem no cabo que j tenha sido usado em servio contnuo, sob esforos moderados, isso porque, em razo do limite de elasticidade, as fibras escorregam umas sobre as outras, reduzindo a resistncia de ruptura do cabo. No se deve recolher aos paiis os cabos que no estejam bem secos. Quando molhados com gua salgada, aconselhvel deix-los na chuva ou dar-lhes, um banho de gua doce, a fim de tirar-lhes o sal. Os cabos devem ser guardados em paiis bem ventilados e secos
CABOS DE FIBRAS SINTTICAS- Generalidades Fabricadas com materiais sintticos, so cabos de excelentes propriedades tm resistncia e elasticidade superiores aos cabos de fibra natural, no absorvem umidade recebem perfeitamente bem os ns e costuras e so de melhor aparncia
CABOS DE AO
- Definies- Arames ou fios So fios de ao carbono ou ao liga, obtidos por laminao ou trefilao. Que formam o cabo. - Perna Conjunto de fios torcidos, que podem ter um ncleo (ou alma), de material metlico ou no. - Cabo de ao Conjunto de pernas torcidas entre si, podendo ter um centro (ou alma), de material metlico ou no, constituindo-se em um elemento flexvel de transmisso de fora.
- Cabo de ao polido Cabo de ao constitudo por fios de ao, sem qualquer revestimento- Cabo de ao galvanizado Cabo de ao constitudo por fios de ao galvanizados.- Alma Ncleo em torno do qual as pernas so enroladas. Nos cabos de fibra recebe a denominao de madre do cabo. A alma pode ser constituda de fibras natural ou artificial, podendo ainda ser formada por uma perna ou um cabo de ao independente.
- Construo Termo genrico para indicar o nmero de pernas, o nmero de fios de cada perna e a sua disposio, o tipo de alma e a toro (cocha) do cabo.- Composio dos cabos Maneira como os fios esto dispostos nas pernas, podendo ser de dois tipos: cabos compostos com fios de mesmo dimetro ou de dimetros diferentes.- Galvanizao o meio mais simples e eficiente de proteger os cabos de ao contra a ao da corroso; consiste em submeter o fio a um banho de zinco derretido, fazendo com que ele adquira uma camada de zinco fina, mas tenaz, e suficiente para proteg-lo contra a ao corrosiva da ferrugem
Galvanizao
- Lubrificao Os cabos de ao devem ser lubrificados interna e externamente, durante o processo de fabricao, com lubrificantes especialmente desenvolvidos para esses cabos. A lubrificao muito importante para o cabo, tanto como proteo contra corroso, como tambm em relao conservao de sua flexibilidade e vida til. Para uma boa conservao do cabo, recomenda-se renovar a lubrificao periodicamente. O lubrificante deve ser novo e limpo e no deve conter cidos ou outros agentes de corroso- Medio dos cabos de ao A medio da bitola dos cabos de ao geralmente feita pelo seu dimetro, em milmetros, ou em polegadas. Ao medi-los, deve-se ter o cuidado de colocar o calibre no sentido da maior grossura, isto , na direo de duas pernas opostas, pois o dimetro do cabo o da circunferncia que o circunscreve
Termos nuticos referentes aos cabos e sua manobra
- Agentar sob volta Segurar um cabo que esteja portando, dando uma, duas ou mais voltas redondas para mant-lo sob mo.- Alar ou Puxar Exercer trao num cabo para executar qualquer manobra.- Alar de leva-arriba Alar caminhando sem parar.- Alar de lupada Alar aos puxes, com os intervalos necessrios para que o pessoal mude a posio das mos ao longo do cabo. Nesta manobra preciso que um homem agente o socairo, que a parte do cabo que vai sobrando e se vai colhendo. Para agentar o socairo d-se volta singela numa pea fixa, nada se deixando voltar do que se alou. Lupada cada um dos puxes dados.
- Alar de mo em mo Alar o cabo seguidamente, sem o pessoal sair do lugar, pagando-o alternadamente com uma ou outra mo; tambm, neste caso, fica agentando numa pea fixa.- Aliviar um cabo, um aparelho folg-lo pouco a pouco.-Amarrar a ficar Dar um n ou volta firme, de modo a no se desfazer por si. Diz-se principalmente ao se dar volta s manobras.- Arriar um cabo Largar, aos poucos, um cabo que suspende ou agenta qualquer pea.-Arriar um cabo sob volta Consiste em no desfazer totalmente as voltas, podendo ser agentadas quando preciso. Para arriar sob volta, em geral, deixa-se uma ou duas voltas redondas no cabo.
- Beijar Fazer encostar duas peas quaisquer. Diz-se de uma adria quando chega ao seu lugar; de uma talha quando, iando, seus poleames se tocam; atopetar.- Boa Pedao de cabo ou de corrente empregado para aboar. - Brandear Folgar um cabo, uma espia, uma amarra etc.; tornar brando um cabo; dar seio a um cabo que esteja portando.- Coado Diz-se de um cabo que est ferido em conseqncia do atrito.-Colher o brando Alar um cabo que esteja com seio at que fique sem folga; rondar um cabo.
- Colher um cabo Arrum-lo em aduchas.- Dar salto Arriar repentinamente parte de um cabo de manobra.- Desaboar Desfazer a boa do cabo.- Desbolinar um cabo Tirar-lhe as cocas.- Desencapelar Tirar as encapeladuras; tirar um aparelho de onde est amarrado.
- Desgurnir Tirar os cabos de laborar dos lugares em que esto trabalhando; desfazer talhas.- Desengastar Tirar um corpo estranho que o poleame tenha engolido com o cabo que nele labora, ou desfazer uma coca que tenha mordido no gorne.- Dobrar a amarrao Aumentar o nmero de pernadas das espias para amarrar um navio no cais ou a outro navio.- Encapelar Lanar as encapeladuras nos lugares respectivos. Diz-se ainda encapelar um aparelho, quando se o coloca no lugar.
- Encapeladuras So as partes extremas dos cabos fixos dos mastros, que ficam alceadas nos mastros, mastarus etc.- Engasgar Diz-se de um cabo que, passando por um gorne ou um retorno qualquer, fica impedido de correr em conseqncia de ns, cocas, cordes arrebentados, ou qualquer corpo estranho.- Enrascar Diz-se dos cabos, velas etc. que se embaraam entre si de modo a no poderem trabalhar regularmente.- Espia Cabo grosso que se lana de um navio para terra ou para outro navio, a fim de amarr-lo.- Fiis Cabos finos com que se prendem quaisquer objetos, tais como as fundas dos escaleres, as defensas etc.
- Gurnir Meter um cabo num gorne, olhal etc., ou pass-lo num cabrestante ou num retorno.- Largar por mo um cabo Larg-lo completamente, desfazendo as voltas que possam segur-lo.- Morder um cabo, uma talha Apertar, engasgar, entalar um cabo ou amarra; diz-se que uma talha ficou mordida quando uma das pernadas montou sobre a outra junto ao gorne do cadernal, impedindo a roldana de girar.- Peias Nome que tomam os cabos quando prendem a bordo quaisquer peas ou objetos, a fim de evitar que eles se desloquem com o jogo do navio. Pear prender qualquer objeto amarrando-o com peias.
- Recorrer Folgar. Deixar que arriem os cabos ou a amarra o quanto for necessrio para alivi-los. Diz-se tambm de um cabo ou amarra que arria sob a ao do prprio peso ou do esforo que agenta. Um n ou volta pode recorrer.- Rondar puxar um cabo ou o tirador de uma talha at que fique portando.- Safar cabos Colher os cabos nos seus respectivos lugares depois de concluda uma manobra, para desembaraar ou safar o navio; deixar os cabos claros manobra.
- Solecar Dar um brando ao cabo, arriando-o um pouco; aliviar o peso ou esforo; dar mais folga ao seio.- Tesar Esticar um cabo.- Virador um cabo grosso, em geral de ao, empregado para reboque, atracao ou mesmo para fundear com ancorote.
NS E VOLTASNs e voltas so os diferentes entrelaamentos feitos a mo e pelos quais os cabos se prendem pelo chicote ou pelo seio. Se dados corretamente aumentam de resistncia quando se porta pelo cabo; entretanto, podem ser desfeitos com facilidade pela mo do homem. Se mal dados, podem recorrer no momento em que aplicado um esforo sobre o cabo, e so s vezes difceis de desfazer, por ficarem mordidos.Cabo solteiro um pedao de cabo que no tem aplicao especial e que est mo para ser empregado em qualquer faina.
- Chicote: Nome dado as pontas do cabo.- Seio: o nome que se d a parte do cabo compreendida entre os chicotes.- Voltas So dadas, com o chicote ou com o seio de um cabo, em torno de um objeto qualquer.
- Meia-volta a volta usada comumente nos embrulhos, a qual se d com o chicote de um cabo e pode-se desfazer facilmente. Sua principal funo servir como base ou parte de outros ns.
- N Direito - Serve para ligar dois cabos de mesma bitola, seguro porque no corre, de fcil execuo e quando bem apertado, difcil de ser desfeito
- N Torto - feito quase da mesma maneira que o n direito, a diferena que aquele deixa os chicotes paralelos e do mesmo lado, dois a dois, enquanto que este n os chicotes ficam cruzados, com o seio do cabo entre elas. Sua desvantagem no oferecer segurana porque corre
- Ns de Escota Singelo- usado quando se deseja unir dois cabos de bitolas diferentes ou para fixar o cabo em uma ala.
- N de Escota Dobrado- Tem a mesma finalidade que o n acima e originado dele.
- N de correr Tambm chamado, s vezes, n de pescador. Conforme se v na figura, serve para emendar dois cabos, dando em cada chicote uma meia-volta em torno do outro.
mais empregado por pescadores. Serve para unir dois cabos de bitola diferentes.
- Catau de Reboque - Serve para encurtar um cabo, sem que seja preciso cort-lo. Serve tambm para isolar uma parte danificada.
- Volta de Fiel singela- a volta mais usada a bordo para se passar um fiel ou uma adria em torno de um balastre, um olhal, ou um p-de-carneiro. til tambm para amarrar um cabo fino em torno de um mais grosso. A volta de fiel deve ser empregada onde a tenso no cabo seja constante. Nos outros casos deve ser rematada com um cote ou um boto.
- Volta de fiel dobrada comeada e terminada como a volta de fiel singela, porm com uma volta a mais entre o primeiro e o ultimo cote, ou seja, o primeiro cote mordido com volta redonda. O grande valor desta volta que nunca recorre, e, deste modo, pode ser usada para agentar qualquer cabo em torno de um mais grosso, ou em torno de um p-de-carneiro.
- Lais de Guia (Rei dos Ns) - o rei dos ns; muito usado a bordo, pois dado com presteza e nunca recorre. Serve para formar uma ala, que pode ser de qualquer tamanho, mas no corre como um lao; nesta forma, serve para fazer a ala temporria numa espia, ou para ligar duas espias que no devem trabalhar em cabrestante
- Voltas Falidas - Consiste numa srie de voltas alternadas que tem por finalidade prender o cabo em um cunho, em uma malagueta ou cabeo.Forma um 8 .