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CACAUTH – Relatório Semanal Ano II / No§ões de... · lhões de t por perda de 1% no peso) e as moagens ... Lampung, conforme ... trimestre de 2001. A Malaysian Cocoa Asso-

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CACAU: Informações do Mercado

Ano V - nº 20 – 17/06/2013 – 13/09/2013

Produção e Consumo Mundial: A Organi-zação Internacional do Cacau – ICCO, em fins de agosto/2013 divulgou, novas informa-ções não oficiais para a safra internacional 2012/13. Em fevereiro/2013 a ICCO estimou que, frente a 2011/12, haveria redução de 72.000 t. na produção, que cairia para 4,003 milhões de t. Estimativa de maio/2013, indi-cava que a produção total estimada cairia para 3,967 milhões de t, isto é, uma redução total de 111 mil t. com relação à safra de 2011/12. Paralelamente, em fevereiro/2013 se previa expansão de 60.000 t nas moagens, que subiriam para 4,008 milhões de t. A es-timativa de maio indicara moagens de 3,987 milhões de t. As estimativas de feverei-ro/2013 indicavam déficit de 45.000 t entre a produção líquida (4,003 x 0,99 = 3,963 mi-lhões de t por perda de 1% no peso) e as moagens. Na estimativa de maio/2013, o déficit calculado subiu para 60 mil t, deriva-do da diferença entre produção líquida (3,967 x 0,99 = 3,927 milhões de t por perda de 1% no peso) e as moagens previstas de 3,987 milhões de t. Nesse caso, os estoques sairiam de 1,793 milhão de t para 1,773 mi-lhão de t, ou 44,5% das moagens previstas para 2012/2013. Apesar de tais estimativas, em fins de agosto/2013 a ICCO divulgou no-va redução da sua previsão inicial de déficit na presente safra de 60 mil t para 52 mil t. O novo dado resultara da revisão para cima da estimativa de produção mundial líquida, das 3,927 milhões de t para 3,946 milhões de t (+19 mil t) e também das moagens mundiais de 3,987 milhões de t para 3,998 milhões de t (+11 mil t). Os estoques finais da safra seriam projetados para 1,784 mi-lhão de t, equivalentes a um razão esto-ques/moagens de 44,6%. Entretanto, poucos dias depois, em inícios de setembro/2013, a ICCO, em entrevista telefônica do economis-ta Chefe da organização à agência Bloom-berg, indicara que a organização iria rever para cima a previsão recente de déficit da safra 2012/13, de 52 mil t, em face das en-tradas de cacau na Costa do Marfim se mos-trar inferiores às estimativas das empresas. O oficial da ICCO citou um consenso da or-dem das 100 mil t para o déficit da safra

2012/13 e previsões iniciais de novo déficit na próxima safra 2013/14, devido ao clima desfavorável na África Ocidental bem como em função de medidas de contenção de sub-sídios em Gana. Daí, até o momento não ter sido verificada divulgação formal das esta-tísticas da ICCO de inícios de setembro, como sempre ocorre.

No relativo à situação internacional, não

houve mudanças significativas no panorama, continuando as dificuldades econômicas políti-cas e sociais na região dos países do Euro (€) mesmo quando registrados alguns discretos avanços e elementos positivos dentro do blo-co. Indicadores de recuperação e perspectivas positivas para a economia dos Estados Unidos parecem continuar a se mostrarem hegemôni-cos na tendência de melhoria. Na União Euro-peia, mesmo com indicadores controvertidos, em geral, pareceria inferir-se algum fôlego po-sitivo.

Quanto ao mercado de cacau. O primeiro

produtor mundial vem comercializando para entrega futura desde a safra 2011/12, volumes equivalentes a 70-80%, das suas safras anu-ais, através de contratos fechados por leilões eletrônicos. A produção mundial ofertada atra-vés de contratos de livre negociação, natural-mente, foi expandida e, assim, o mercado, altamente especulativo, endereçara-se inicial-mente para preços inferiores aos alcançados entre fins de 2011 e inícios de 2012.

As cotações internacionais Em 2013, mes-mo com informações que revelando expectati-vas de déficit de produção na safra 2012/13, as cotações verificaram redução gradual, po-rém, quase ininterrupta, ao longo dos primei-ros meses do ano, chegando a níveis de US$2.030-US$2.150/t em março/2013. De meados de março e até inícios de maio, os pre-ços elevaram-se até alcançar a máxima de fechamentos para o período (US$2.437/t). Ao longo do mês de maio as cotações mostraram evolução negativa, iniciando nova elevação e recuperação parcial em junho, notadamente nas máximas e mínimas. Os fechamentos se-manais em junho, entretanto, acusaram forte elevação inicial (US$173/t, para US$2.364/t) com redução parcial posterior, da ordem dos US$118/t, para ficar em US$2.246/t no final da segunda semana de junho. Na segunda me-tade do mês de junho prevaleceu tendência à redução das cotações da primeira posição, com maior queda das máximas que mostra-

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ram redução de mais de US$180/t para US$2198/t na última semana de mês. As cota-ções mínimas também caíram em torno de US$110/t para US$2.129/t em fins de junho.

Os fechamentos caíram na terceira semana US$95/t tendo leve recuperação semanal em fins de junho de US$13/t mostrando, porém, queda de mais de US$100/t, para US$2.164/t, com relação ao fechamento de meados de ju-nho. Em julho, preços máximos, mínimos e fechamentos mostraram elevação durante as primeiras 3 semanas para, nos últimos dias do mês, revelarem leve redução no valor de fe-chamento para US$2.333/t, estabilidade dos valores máximos alcançados na terceira se-mana de julho para US$2.381/t e uma sensível elevação da cotação mínima para os US$2.381/t. Cabe ressaltar nova queda relati-va em todas as cotações para a primeira posi-ção entre fins de julho e inícios de agosto. Du-rante as duas primeiras semanas de agosto e até meados do mês, todas as cotações da pri-meira posição (máximas, mínimas e fecha-mentos) tiveram sensíveis elevações entre limites de US$204/t e US$ 174/t. Já nas duas últimas semanas de agosto e até o final do mês, houve quedas cumulativas generalizadas entre US$31/t e US$95/t registrando, porém, valores de US$2.508/t de máxima, US$2.406 de mínima e US$2.436/t de fechamento. Mesmo com as reduções verificadas, as cotações mos-traram-se acima dos níveis de fim de junho. No final do período abrangido, as duas primeiras semanas do mês de setembro revelaram ele-vações cumulativas de US$165/t nos fecha-mentos, US$129/t nas mínimas e US$ 101/t nas máximas, alcançando respectivamente US$2.601/t, US$2,535/t e US$2.609/t. No últi-mo informe mencionou-se que sequência de fechamentos próximos das cotações máximas pareceria indicar sentimentos e/ou perspecti-vas altistas do mercado, e inversamente, se-quência de fechamentos próximos das míni-mas indicariam sentimentos baixistas. Para ambos os casos existem razões variadas, den-tre as quais, na alta, ações especulativas de trocas de posições compradas e/ou vendidas, pressão compradora comercial e/ou da indús-tria, ausência vendedora das origens produto-ras, reações derivadas de informações funda-mentais circunstanciais, tendentes a refletir, mesmo momentaneamente, um quadro defici-tário de produção frente às perspectivas de evolução da demanda, imediata e/ou mediata, etc. Inversamente, se os fechamentos sema-nais tendem a se aproximar das cotações mí-

nimas, pareceria estar-se em mercado de sen-timento baixista, revelando situações opostas às mencionadas anteriormente, ou seja, pres-são vendedora, desinteresse comprador, in-formações indicativas de quadro fundamental, mesmo que circunstancial, de excedentes da produção mundial, etc. Na última semana de setembro, as cotações reagiram, para obser-var-se fechamento próximo à máxima. A evo-lução oscilante, porém, positiva do mercado, ocorreu de forma gradual a partir de julho, su-gerindo reflexos de informações não apenas e exclusivamente especulativas, porém, também de notícias fundamentais. Ressalta-se que depois de transcorridos 95% do ano cacaueiro internacional, ainda não há informações ofici-ais e formais sobre o real déficit para 2012/13, estimado atualmente em torno de 100 mil t. Até poucas semanas atrás, a ICCO divulgava estimativa de déficit em queda, de 60 mil t pa-ra algo em torno de 52 mil t. Poucos dias de-pois, se informou que deverá ser elevado tal déficit, mostrando o desencontro de dados e informações existentes. Tal situação pode ter sido gerada por divulgação de produções su-periores às reais em alguns países, entradas de cacau nos portos de embarque acima das quantidades efetivamente disponíveis, de for-ma que ao serem feitas as correções exigidas e necessárias, teria surgido insuficiência de produto para cumprir compromissos de entre-ga de produto comercializado anteriormente para entrega futura. Assim, o déficit real pare-ceria mostrar-se em elevação, induzindo a preços crescentes nas bolsas.

Produção e comercio nos principais paí-ses produtores. Na Costa do Marfim, as fir-

mas exportadoras estimaram que as entradas acumuladas de cacau nos portos até 08.09.2013, teriam alcançado 1.391.000 t frente ao volume reportado de 1.374.000t pa-ra data equivalente em 2012, indicando eleva-ção de 1,24%. Para Gana, o Cocobod informou

à agência Reuters que as compras da mid-crop até 22.08.2013 alcançaram 48.544 t, 6,27% acima do dado comparativo do ano de 2012. Extrapolação a partir dos poucos dados publicados, as compras totais da corrente sa-fra teriam alcançado 803.990 t ou 4,79% abaixo das 844.416 t no ano passado, em data equivalente. Para a República dos Camarões, o National Cocoa and Cofee Board (NCCB)

divulgou que a produção total do país na safra 2012/13, que vai de agosto a julho na conta-

gem local, somou 228.941t, ligeiramente aci-

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ma das 220.000t da safra passada. Para In-donésia, dados da indústria para a ilha de Su-lawesi e informações governamentais para Lampung, conforme publicação da Agência Reuters o total combinado das exportações de cacau em grão das duas regiões na corrente safra, incluindo outubro/2012 a julho/1013, totalizou 97.563,6t, comparadas às 98.570,6t no mesmo período na safra passada, mos-trando redução de 1,02%.

Moagens mundiais: Para a União Europeia no 2º trimestre/2013, a Associação Europeia de Cacau (ECA) divulgou informações das suas indústrias associadas, incluindo Alema-

nha, revelando moagens de 310.408t, volume 6,1% acima das 292.551t de igual trimestre de 2012. Na Alemanha, cujos dados de moa-gens, estão incluídos nas estatísticas da Euro-pa, como mencionado, a BDSI divulgou moa-gens de cacau do 2º trimestre de 2013, que alcançaram 75.612t, com queda de 10,67% frente às 84.643t do mesmo trimestre de 2012. As moagens dos Estados Unidos para o 2º tri-mestre de 2013 segundo a CMA foram de 126.044t, com elevação de 11,77% sobre as moagens de 112.768t do 2º trimestre de 2012 e acima do trimestre anterior, que represen-tara volume acima do recorde histórico do 3º trimestre de 2001. A Malaysian Cocoa Asso-

ciation divulgou as moagens da Malásia para o 2º trimestre de 2013, as quais foram de 72.191t, redução de 3,09% frente ao dado comparativo para 2012, de 74.493t. Tais mo-agens se incluem nos dados divulgados pela Associação de Cacau da Ásia para as moagens do 2º trimestre de 2013 das indústrias de In-donésia, Malásia e Cingapura membros da mesma Associação, com 153.792t, 2,03% acima das moagens de 150.726t do mesmo trimestre de 2012. As moagens de cacau do Brasil no 2º trimestre de 2013 alcançaram 54.426,2t com queda de 5,68% frente às 57.701,6t do 2º trimestre de 2012.

Importações Mundiais: As importações nor te-americanas para o 2 trimestre de 2013 so-

maram 117.277,8t de cacau em amêndoas, 71,51% acima das 68.830,4t do mesmo perío-do de 2012. As importações de manteiga al-

cançaram 13.063,1t, volume 9,08% acima das 11.975,6t do mesmo 2º trimestre de 2012. Pa-ra sólidos, as importações do 2º trimestre fo-

ram de 30.917,2t, com elevação de 18,61% frente às 26.065,9t do mesmo período de 2012.

Estoques de cacau em 08.07.2013, os esto-ques de cacau com certificados de classifica-ção válidos para entrega contra contratos fu-turos da LIFFE, somavam 106.790t. Já os esto-ques em armazéns licenciados pela LIFFE na Europa alcançavam 145.120t, nível mais ele-vado desde dezembro de 2011.

Preços Internos: Os preços ao produtor, de meados de março a meados de junho/2013 evoluíram com oscilações entre R$59-64/@ nas ultimas duas semanas de março, R$62-70/@ em abril, R$68-72,50/@ em maio e R$70-78/@ nas duas primeiras semanas de junho. Os valores médios ficaram próximos a R$62/@ na segunda metade de março,

R$66,40/@ em abril, R$70,60/@ em maio e R$74,50/@ nas duas primeiras semanas de junho. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira semana de março a meados de junho/2013, se observa-ram elevações nominais tanto nos preços má-ximos limites, 21,8% (R$64/@ para R$78/@), 23,7% (R$59/@ para R$73/@) entre preços mínimos limites e 20,16% nos preços médios, (R$62/@ para R$74,50/@). Os preços ao pro-dutor, de meados de junho a meados de se-tembro/2013 evoluíram com oscilações entre R$71-73/@ nas ultimas duas semanas de ju-nho, R$72-81,50/@ em julho, R$79-93/@ em setembro e R$85-92/@ nas duas primeiras semanas de setembro. Os valores médios fica-ram próximos a R$73/@ na segunda metade de junho, R$77/@ em julho, R$86,75/@ em agosto e R$89,1/@ nas duas primeiras sema-nas de setembro. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira se-mana de junho/2013 à segunda semana de setembro, se observaram elevações nominais nos preços máximos limites, 19,2% (R$78/@ para R$93/@), 16,4% entre preços mínimos limites (R$73/@ para R$85/@) e 20,8% nos preços médios limites, (R$74,50/@ para R$90/@).

Recebimentos Internos: Na safra internaci-onal 2012/13 [01.10.12-30.09.13], os recebi-mentos até 08.09 alcançaram 172.913,2t (2.881.887 sacos de 60 kg). Na safra brasilei-ra 2012/13 [01.05.12 - 30.04.13], terminadas as verificações, correções e ajustes da safra principal, os resultados indicam a maior safra total dos últimos 18 anos, 239.859t, das quais

180.167,1t da Bahia e 59.691,1t para os de-mais estados. Os registros de importações até

fins de abri/2013 indicaram 24.874,56t proce-dentes de outros países (414.576 sacos de 60

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kg). Comparando as safras brasileiras dos anos 2010/11, 2011/12 e 2012/13, esta últi-ma, de 239.859t, cresceu 30,7% frente às 183.499,9t de 2011/12 e também mostra ele-vação de 19,35% frente às 200.964,5t da safra 2010/11. A respeito da safra brasileira 2013/14 [01.05.13 - 30.04.14], indica-se terem sido recebidas até 08.09.2013, volumes equi-valentes a 71.347t (1.189.117 sacos/60 kg.) das quais 45.234,24t da Bahia e 26.112t de outros estados. Os registros de importações também até 08.09.13 indicam 2.887,86t pro-cedentes de outros países (48.131 sacos/60 kg). As reivindicações da lavoura em função das dificuldades que enfrenta desde há tem-pos, como divulgadas no relatório passado, foram: a) revisão do sistema de importações via regime de drawback; b) reavaliação geral do marco regulatório para importações de cacau; c)

análise e avaliação crítica visando possível revisão das alíquotas aplicáveis para importação, con-forme a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e Tarifa Externa Comum (TEC); d) inclu-são do cacau entre os produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), e) revisão e aplicação rígida dos padrões interna-cionais de exigências sanitárias. Delas, avança-ram basicamente os trabalhos relacionados à inclusão do cacau na pauta dos produtos am-parados na Política de Preços Mínimos

Preços Internacionais, Cotações em Nova Iorque: O mercado mundial de cacau perma-

neceu instável. Da segunda semana de mar-ço/2013 a meados de junho/2013, as cotações máximas do mercado ficaram entre valores, superior de US$2.437/t no inicio de maio, e inferior de US$2.176/t na segunda semana de março. As cotações mínimas ficaram entre os limites, superior de US$2.320/t em inícios de maio e inferior de US$2.075/t na terceira se-mana de março/2013. Os fechamentos sema-nais ficaram entre os limites, superior de US$2.437/t em inícios de maio e inferior de US$2.115/t na segunda semana de março, Gráfico 1. Resumidamente, os preços na se-gunda metade de março, no mês de abril e até inícios de maio/2013, mostraram elevação, sofrendo nova redução relativa durante todo o mês de maio, para iniciar recuperação, tam-bém relativa, nas duas primeiras semanas de junho. Da terceira semana de junho/2013 a meados de setembro/2013, as cotações máxi-mas do mercado ficaram entre valores, supe-rior de US$2.609/t em meados de setembro, e inferior de US$2.198/t no fim de junho. As co-

tações mínimas ficaram entre os limites, supe-rior de US$2.535/t em meados de setembro e inferior de US$2.129/t no final de junho/2013. Os fechamentos semanais ficaram entre os limites, superior de US$2.601/t em meados de setembro e inferior de US$2.151/t na terceira semana de junho, Gráfico 2. Portanto, os pre-ços da terceira semana de junho/2013 até iní-cios de julho, revelaram queda; nos meses de julho e agosto/2013 houve predomínio de os-cilações com viés positivo para, em setembro, se Registrar sensível recuperação dos preços.

As evoluções oscilantes como sugerido no último informe, mostraram efetiva retração em junho/2013. A partir daí, a evolução das cota-ções, apesar de oscilantes revelaram tendên-cia positiva até meados de setembro, como mencionado. Conforme a evolução do merca-do, no curto prazo as cotações tendem a de-pender de possíveis movimentos e pressões especulativas no mercado. Em paralelo, outra base de influências sobre a tendência das co-tações será consequência de informações mais realistas sobre o quadro fundamental, este, dependente do balanço mundial de pro-dução e consumo no fim do ano safra 2012/13 bem como das especulações e estimativas iniciais das perspectivas para o ano safra

2013/14. Caso haja confirmação do déficit da ordem das 100 mil t em 2012/13, perspectivas de novo déficit para 2013/14 (em torno de 120 mil t), e ainda, confirmação da aparente evo-lução positiva do consumo mundial, tais fatos poderão ter reflexos nos preços ao longo das próximas semanas e, provavelmente, signifi-car cotações em níveis equiparáveis aos verifi-cados nas últimas semanas. Todavia, se a con-figuração de tais perspectivas não se mostrar real, certamente isso deverá desencadear rea-ções não positivas de curto prazo no mercado, com chances de oscilações mais ou menos in-tensas, em que se refletiriam compartilha-mentos e/ou predomínios temporais entre os elementos especulativos e as noticias básicas da realidade fundamental do balanço entre consumo e produção mundial.

Fatos e Notícias, Ao longo dos três meses

focalizados (17.06.2013-13.09.2013), se verifi-caram fatos e informações diversas, dentre as

quais, em Junho/2013, a) Informação da Agencia Reuters indicara que a pirataria au-mentou na África Ocidental por ataques a na-vios no Golfo de Guiné, colocando em risco o transporte de commodities exportadas pela

região, que inclui Costa do Marfim, Gana e Ni-

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géria, principais fontes de cacau do mundo. Segundo a entidade International Marine Bu-reau, em 2013 já ocorreram 67 incidentes, frente a apenas 34 verificados no mesmo perí-odo no ano anterior; b) segundo informação fornecida por duas pessoas com familiaridade

sobre o assunto à Agência Reuters, a União Europeia deve aprovar a compra da NYSE (Euronext Liffe, dona da bolsa de cacau de Londres) por parte da ICE, (operadora da Bol-sa de cacau de Nova Iorque). Com a aquisi-ção, a ICE passará a ser a terceira maior bolsa de futuros do mundo atrás apenas da Hong-Kong Exchange and Clearings e da Norte-americana CME Group Inc. A informação foi, de fato, ratificada pela entidade reguladora da União Europeia em declaração formal dada no fim de junho; c) Pessoas ligadas à CME Group INC., ouvidas pela Agência Bloomberg, disse-ram que o grupo estuda a possibilidade de iniciar pregões de derivativos de soft commodi-ties tias como açúcar, cacau e café em Lon-dres, em reação à aquisição da NYSE Euro-next por parte da ICE. Cabe ressaltar que a CME já opera contratos de cacau, entre outras commodities, na New York Mercantil Exchan-ge nos Estados Unidos, porém, a facilidade é inexpressiva e pouco usada; d) Declarações

da Archer Daniel Midland – ADM, um dos gi-gantes globais do agronegócio, indicaram que a companhia está em entendimentos para vender as suas operações de cacau ao redor do mundo, negócio esse estimado em US$2 bilhões. A iniciativa enfatiza a tendência da ADM de focar-se na expansão da sua partici-pação no negócio global de cereais, que está em pleno crescimento, apostando no aumento continuado da demanda da China, maior pro-dutor e consumidor mundial de trigo; e) Os

governos dos países da África Central e Oci-dental decidiram criar um centro regional para combater a pirataria crescente no Golfo de Guiné praticada, principalmente, por gangues Nigerianas armadas, segundo reportagem da Agência Reuters. O centro deverá coletar in-formações de inteligência e pesquisa, confor-me acordo firmado em conferência de cúpula realizada em Yaoundé, República dos Cama-rões, onde será a nova sede da entidade; f) O

Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para possíveis riscos de atrasos e dificuldades na implementação de reformas anunciadas pelo Governo de Gana. Segundo o FMI, há crise energética assolando o país bem como dificuldades políticas para realizar as reformas, o que poderá prejudicar a execução do pro-

grama; g) a Agência Bloomberg noticiara au-mento dos pedágios ilegais nas estradas das

regiões produtoras de cacau na Costa do Mar-fim próximas à Libéria. Os pedágios ilegais são erguidos com a intenção de extorquir pa-gamento pelos caminhões que transportam cacau para os portos de Abidjã e San Pedro, sendo muitas vezes, feitos pelos próprios poli-ciais e militares; h) a mesma agência Bloom-berg divulgou informação de chuvas abundan-tes nas regiões produtoras de cacau ao oeste e sul da Costa do Marfim, o que favorecerá o desenvolvimento da próxima safra principal; i)

Julho/2013, O presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, eleito em 2010, porém só empossado em abril de 2011 após curta guer-ra civil, informara que irá procurar a reeleição em 2015. Nos dois primeiros anos do seu go-verno, conseguiu notável recuperação econô-mica do país, com taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 9,8% em 2012 e retornos aos investimentos internacionais para explorar oportunidades na agricultura, mineração, petróleo e outras indústrias. Entre-tanto, até hoje não foi possível a reconciliação de tensões políticas, que mantém o país pro-fundamente dividido; j) Segundo reportado

pela Agência Reuters, a Associação de Cacau da Nigéria prevê aumento de 40% na produ-ção de cacau do país na safra corrente, a qual sairia de 200 mil t para 280 mil t, em função de clima favorável de equilíbrio entre chuvas e períodos de sol. Aumento adicional de 15%, para volume próximo a 320 mil t, é projetado para a safra 2014; k) a agencia Reuters relata-ra que guardas florestais apoiados por solda-dos fortemente armados iniciaram evacuação das invasões de plantações de cacau na flo-resta de Niegre, iniciando a campanha de re-

cuperação das reservas florestais da Costa do Marfim anunciada no mês de junho. Não há dados sobre quantos dos 800 mil produtores de cacau vivem e mantêm plantações em áreas de proteção ambiental. Em Niegre, agentes florestais contaram 6 mil lares, cerca de 25 mil pessoas, invasores que começaram a ser removidos pela força, tendo as suas ca-sas e instalações destruídas; l) com a conclu-são doa processo de absorção das operações de cacau da Petra Foods, a suíça Barry Calle-baut, além de já ser o maior fabricante mundi-al de chocolate a granel, passou também, a ser o maior fornecedor global de produtos de cacau.A organização integrada terá corpo fun-cional de mais de 8 mil pessoas e volume de vendas estimado em 1,6 milhão de t, no valor

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de US$6,4 bilhões, com 50 fábricas operando em quatro continentes; m) na Costa do Mar-fim, segundo declaração do Presidente Alas-sane Ouattara, o PIB do país deverá crescer 9% em 2013, em função da safra de cacau ser maior do que esperado, dando suporte à ex-pansão dos gastos públicos em infraestrutura e à retomada dos investimentos privados. Na oportunidade, o Presidente fez novo apelo à oposição para buscar sarar as feridas antigas bem como expressou a sua confiança sobre os efeitos positivos que a robusta recuperação da economia terá, ajudando o país a acessar mercados internacionais com a emissão de US$500 milhões em debêntures, programada para o mês de outubro; n) em aparente reação a observações feitas pelo FMI e visando tran-quilizar investidores às vésperas da emissão de US$1 bilhão em Eurobonds prevista para julho, o Vice-presidente de Gana e chefe da equipe econômica governamental, disse que dados econômicos positivos e a eliminação de subsídios para os combustíveis, permitiriam a manutenção da meta do corte do déficit públi-co para 9% em 2013. O reajuste previsto das tarifas públicas resultará na redução dos sub-sídios para os combustíveis e água, porém, a inflação deverá chegar a 11%; o) relatório in-

terno da ICCO informou que foi reduzida em 25 mil t a previsão da safra 2012/13 de cacau da Indonésia, de 475 mil t para 450 mil t, volume equivalente à safra anterior. A causa seria o envelhecimento das plantações, sujeitas a ataques de doenças e pragas; na ocasião, a ICCO também reduziu a previsão de moagens do país, de 285 mil t para 280 mil t.; p) infor-

mações do Ministério das Finanças da Costa do Marfim e da entidade reguladora do setor de café e cacau (Conselho de Café e Cacau – CCC) fornecidas à agencia Reuters, indicaram que as vendas antecipadas da produção da próxima safra 2013/14 tinham alcançado 750 mil t até o final de junho. A fonte do CCC indi-cou que as vendas iniciadas em dezem-bro/2012 progrediram em passo mais acelera-do do que o que se esperava e assim, a meta de completar vendas de 80% da safra espera-da, poderia ser alcançada até o final de agosto sem esclarecer, entretanto, se o mencionado percentual fazia referência à safra principal ou ao total da safra do país; q) fonte qualificada

do Ministério das Finanças da Costa do Marfim ouvida pela agência Reuters, disse que o go-verno conta com a queda da produção de ca-cau do país para 1,4 milhão de t em 2013/14, representando um decréscimo frente à mais

de 1,5 milhão de t da temporada atual. Isso, em função do clima pouco favorável e da ex-pulsão de produtores de cacau das plantações ilegais nos parques nacionais de proteção am-biental; r) apesar das pesadas chuvas caídas sobre a principal região produtora no sudoeste da Nigéria, os intervalos de sol impediam o desenvolvimento do fungo da podridão parda, abrindo boas perspectivas para a safra 2013/14 que começa a ser colhida a partir de agosto; s) a agencia Reuters reportara volu-mes abundantes de chuvas nas principais re-giões produtoras da Costa do Marfim, favore-cendo o desenvolvimento da próxima safra principal. Produtores ouvidos mostravam-se preocupados com o clima frio, excesso de ne-bulosidade e a falta de sol, o que poderia pre-judicar a floração e a bilração - fase inicial de desenvolvimento dos frutos. Condições seme-lhantes foram relatadas em praticamente todas as regiões produtoras, tanto nas orientais e próximas à fronteira com Gana quanto nas ocidentais e adjacentes à Libéria e no sul dos arredores de São Pedro. Em paralelo, pesadas chuvas reportadas na Nigéria atrasaram a produção na principal região produtora ao su-doeste do país, impedindo a secagem do ca-cau ao sol. O excesso de umidade vinha sen-do agravado pelas baixas temperaturas. Ape-sar disso, não fora noticiada qualquer incidên-cia de podridão parda, principalmente, em fun-ção das intensas medidas de prevenção ado-tadas pela maioria dos produtores; t) as moa-

gens de cacau da Indonésia deverão aumen-tar 25%, alcançando 500 mil t em 2014, se-gundo informação da Associação Indonésia das Indústrias de cacau à agência Reuters. As moagens de 2013, segundo a entidade, deve-rão chegar às 400 mil t, superando as expecta-tivas iniciais que indicavam 360 mil t. A produ-ção do país, também segundo a Associação, deverá aumentar em 5%, para 500 mil t. A ca-pacidade instalada de moagens está elevan-do-se com a instalação de novas unidades da Barry Callebaut e da Cargill, podendo alcançar as 700 mil t em 2014; u) pesquisa promovida pela agência Reuters entre 11 analistas e ope-radores de mercado aponta para déficit de produção da ordem das 100 mil t na corrente safra, porém, déficit menor, em torno de 62,5 mil t, para 2013/14; isso, em virtude de proje-tados aumentos nas produções da Costa do Marfim e Gana. Os preços mundiais são proje-tados a girarem em torno dos US$2.500/t ao final de 2013; v) o parlamento de Gana autori-zou o Cocobod a negociar linha de financia-

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mento de US$1,2 bilhão junto a consórcio de bancos para financiar as compras de cacau da próxima safra 2013/14. O governo também fez lançamento de US$750 milhões em Euro-bonds porém, teve de pagar prêmio ao conce-der rendimento de 8% para os papéis de 10 anos, refletindo a precária situação econômica do país; w) secretário geral da Associação dos

Produtores de Cacau da Nigéria, em entrevis-ta concedida à agencia Dow Jones, disse que cerca de 20% de todos os frutos das principais regiões produtoras do sul do país já se encon-travam infectados pelo fungo da podridão par-da. O problema derivaria das pesadas chuvas e da incapacidade dos produtores de manter a frequência das aplicações de defensivos, que deveriam ser feitas a cada 2-3 semanas, em função do elevado custo do fungicida autoriza-do pelo governo, o qual sofreu elevação de 100% sobre os preços do ano passado. Tal informação desmentiu a situação indicada poucos dias antes, que não registrava incidên-cia da doença; x) Presidente da ICE, falando a plateia de 50 operadores na Associação Britâ-nica de Café em Londres, assegurou serem infundados temores veiculados no mercado a respeito de alterações nas operações que se-riam feitas após completada a aquisição da NYSE Euronext pela ICE. Citou os quatro prin-cipais rumores, segundo os quais: a) haveria aumento das tarifas; b) o ICE aboliria os comi-tês de operadores, c) seriam fechadas as ope-rações ou em Nova Iorque ou em Londres e d) os horários de operação seriam estendidos para 24 horas, afirmando que nenhum dos quatro rumores tem fundamento e garantiu que: i) a atual estrutura de tarifas será mantida pelos próximos cinco anos; ii) novos comitês de produtos estão sendo estruturados na LIFFE, iii) a ICE manterá as operações nos dois mercados e iv) os horários estendidos para vários produtos serão encurtados e horá-rios de fechamento alinhados; Agosto/2013, y) autoridades judiciárias colocaram em liberdade condicional 14 dos principais partidários do ex-presidente Gbagbo, presos desde o início de 2012, após o término da guerra civil; dentre eles, o filho do próprio Gbagbo, o presidente do seu partido (FPI) e o ex-presidente do ban-co central regional. Segundo declarações do promotor geral à televisão local – essa foi apenas liberação provisória já que os proce-dimentos que levarão ao julgamento dos liber-tados continuam; z) em reação a rumores de

que o CCC da Costa do Marfim iria anunciar uma revisão para cima das suas vendas para

a próxima safra 2013/14, a agência Bloomberg promoveu uma pesquisa entre 15 operadores e analistas sobre o assunto. A média das res-postas indicou total estimado de 845 mil t até inícios de agosto e, em função de estimativa de 1,4 milhão de t para a safra 2013/14, feita pelo próprio CCC, tal volume corresponderia a 60% da safra. Na mesma notícia se reportou previsão de analista da Macquarie Group Ltd para a safra 2013/14 da Costa do Marfim, de 1,42 milhão de t; aa) persiste clima desfavo-

rável na Costa do Marfim, desanimando os produtores de cacau, em função da elevada possibilidade das condições climáticas afeta-rem negativamente a produção da safra 2013/14. Quadro semelhante foi reportado em praticamente todas as regiões produtoras no oeste, leste, sul e sudeste do país.Apenas áreas litorâneas registraram condições favorá-veis de clima; ab) tempo nublado e frio, porém sem chuvas, persistia nas principais regiões

produtoras da Nigéria, dificultando a secagem de cacau da nova safra que esta começando a ser colhida. Como consequência, o produto mantêm elevados teores de umidade, causan-do a formação de mofo, o que torna o produto impróprio para exportação; ac) alto oficial do

Ministério das Finanças da Costa do Marfim, que preferiu não ser identificado, confirmou que as vendas futuras do país para a safra 2013/14 chegaram a 1 milhão de t até o final de julho, superando as expectativas do próprio governo, que só esperava chegar a tal volume em final de agosto ou inícios de setembro. Se-gundo a mesma fonte, o progresso feito nas vendas permitiria que o preço mínimo garanti-do aos produtores para a safra 2013/14 pu-desse elevar-se de FrCFA725/kg na corrente safra para FrCFA750/kg, claro está, se fossem feitos os esforços necessários. Aventara-se a possibilidade de redução de alguns impostos, porem, sem maiores detalhes; ad) segundo reportagem da agência Reuters, o ratio da manteiga de cacau para entrega em setembro aumentou de 2,39 vezes LIFFE em inícios de agosto para 2,55 no mercado europeu, verifi-cando-se ainda demanda continua e intensa; a alta, entretanto, ainda não seria suficiente para incentivar um aumento das moagens, devido às dificuldades de encontrar compradores para o pó de cacau.; ae) as tentativas do Presiden-te Ouattara da Costa do Marfim de resolver questões pendentes de nacionalidade e pro-priedade de terras continuam enfrentando difi-culdades e resistências, inclusive, dentro da própria coalizão partidária que compõe o seu

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governo. Antigos preconceitos enraizados na população e fomentados por governos anterio-res, se configuram numa forte rejeição da ten-tativa ao atual governo de conceder a naciona-lidade marfiniana a 950 mil imigrantes que vi-vem há décadas no país e atuam principal-mente na lavoura, inclusive o cacau. Até o par-tido PDCI, aliado do partido RDR do presiden-te Ouattara, faz reservas à iniciativa e várias das suas lideranças chegam a considerar a possibilidade de aliar-se aos partidos de opo-sição, que suportam o ex-presidente Gbagbo; af) o fabricante suíço de chocolate Lindt & Sprüngli reportou elevação de 8,7% nas suas vendas no primeiro semestre de 2013, resul-tante de um crescimento de 5,8% na Europa, que responde por 65% do movimento da em-presa, e de 12,7% na América do Norte, que absorve quase 27% da sua produção. As ven-das totalizaram US$1,22 bilhão e o lucro líqui-do cresceu 40%, chegando a valor próximo dos US$45,3 milhões.Entre os concorrentes da Lindt, a Hershey reportou alta de 18% na sua receita trimestral entanto que a Mondelez registrou aumento de dois dígitos nas vendas das suas principais marcas no 2º trimestre do presente ano; ag) o parlamento da Costa do Marfim aprovou nova legislação que facilita o acesso de estrangeiros(as) à cidadania marfi-niana ao casar com cidadão(dã) da Costa do Marfim. Outra medida estende a mesma per-missão a estrangeiros natos da Costa do Mar-fim desde antes da independência do país até 1973, incluindo seus descendentes. Quanto à propriedade legal das terras, o prazo para im-plementação de uma lei de 1998, que visa re-gulamentar as transações de propriedades mas que nunca foi aplicada, foi estendia por mais 10 anos, durante os quais posseiros de terras poderão legalizar sua situação; ah) se-gundo resumo das notícias veiculadas na se-gunda semana de agosto, revelaram-se chu-vas esporádicas na Costa do Marfim, não sufi-cientes par para fomentar as colheitas da pró-xima safra principal, que poderão sofrer atraso

de pelo menos um mês; novas chuvas na Ni-géria podem causar danos adicionais à quali-dade da safra; segundo o banco Macquire, em reportagem de e-mail, indicara que mesmo novas chuvas durante duas semanas, não se-riam suficientes para repor a umidade exaurida do solo nas áreas produtoras de cacau na África Ocidental; chuvas inconsistentes sobre

as regiões produtoras da Costa do Marfim dei-xam os produtores com perspectivas mistas sobre as colheitas da safra principal 2013/14;

ai) o diretor executivo do Cocobod de Gana, ouvido pela agência Reuters prevê aumento da mid-crop corrente para 150 mil t, muito acima da previsão anterior de 90 mil t, com-pensando o fraco resultado da safra princi-pal.O dirigente atribui o aumento às chuvas inesperadas de abril e maio, mas ressaltou que o quadro favorável não se estende para a próxima safra principal, pois Gana sofreu as mesmas adversidades climáticas da Costa do Marfim, que deverão atrasar o início das co-lheitas. Em paralelo, porta voz do Cocobod informou à agência Bloomberg que a entidade planeja cortar pela metade os subsídios para pesticidas na próxima safra, reduzindo as seis campanhas anuais de pulverização gratuita para apenas três em 2013/14, e eliminá-las totalmente dentro de cinco anos. Contudo, os subsídios para fertilizantes serão mantidos. A implementação das medidas ainda dependeria de aprovação ministerial. A agência Reuters confirmou a notícia, dando como motivo para tal a queda da receita do Cocobod em face da queda dos preços mundiais, o que já forçou a entidade a recorrer ao fundo de estabilização para pagar o preço garantido de US$1.574/t na atual safra. Também, o Cocobod iniciou tratativas com a indústria processadora visan-do eliminar o desconto concedido para o ca-cau mais miúdo da mid-crop; aj) a ICCO, no seu boletim Trimestral divulgado no fim do mês de agosto, reduziu a sua previsão inicial de déficit na presente safra de 60 mil t para 52 mil t. O novo dado resulta da revisão para ci-ma da estimativa de produção mundial líquida, das 3,927 milhões de t para 3,946 milhões de t e também das moagens mundiais de 3,986 milhões de t para 3,998 milhões de t. Os esto-ques finais da safra são projetados para serem de 1,784 milhão de t, equivalentes a um razão estoques/moagens de 44,6%; ak) exportado-

res de cacau da Costa do Marfim rejeitaram a estrutura de custos proposta pelo CCC para a safra 2013/14, insistindo num aumento de US$54/t dos custos no cálculo da estrutura de preços do ano passado, alegando aumentos das despesas de transporte e na taxação. Se-gundo informação de um trader europeu, as receitas da maioria dos operadores mingua-ram; Setembro/2013, al) doença viral conhe-cida como “broto inchado” é um dos piores

problemas da cacauicultura da Costa do Mar-fim, segundo reportou o centro de Pesquisas do CIRAD, ouvido pela agência Reuters. Eco-nomista da instituição, indica que a doença já atacara áreas na principal região produtora no

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centro-oeste. Dado preliminar de estudo inici-ado pelo governo marfiniano em 2008, indica que 12% das plantações da Costa do marfim já registraram a ocorrência da doença, que acaba por matar os pés de cacau; am) além das medidas de contenção anunciadas, de redução pela metade das campanhas de pul-verização gratuita com pesticidas e da elimi-nação dos descontos concedidos à indústria processadora para o cacau da mid-crop, o fornecimento de fertilizantes também será afe-tado. O mesmo fornecimento já será reduzido de 2 milhões de scs no ano passado para 600 mil scs neste ano, o que, provavelmente, so-frerá novo corte para 300 mil scs no próximo ano; an) na ICCO, entrevista telefônica do economista Chefe à agência Bloomberg, indi-cou que a organização vai rever para cima a sua previsão recente de déficit da safra 2012/13, de 52 mil t, face às entradas de ca-cau na Costa do Marfim terem sido inferiores às estimativas das empresas. O oficial da ICCO citou consenso da ordem das 100 mil t para o déficit da corrente safra e previsões de novo déficit na próxima safra devido a clima desfavorável na África Ocidental bem como às medidas de contenção de subsídios em Gana; ao) clima melhora na Costa do Marfim em fun-ção do aumento de chuvas e períodos de sol, o que deverá beneficiar as condições para a próxima safra principal. Isso, entretanto, se-gundo operadores do mercado, pode não neu-tralizar as más condições de clima verificado semanas atrás, quando o tempo mais seco e encoberto inibiu a floração, diminuindo sensi-velmente a bilração, além de provocar a peca de frutos pequenos em quantidades substan-ciais. Em paralelo, exportadores e produtores ouvidos pela agência Reuters temem o risco de deterioração da qualidade do cacau da no-va safra que começa a ser colhida, devido à elevação dos níveis de mofo causada pelas chuvas. A maior parte do cacau colhido está sendo retido pelos produtores na expectativa de um reajuste no preço mínimo garantido pe-lo governo para a safra 2013/14. Tal situação, em função da secagem inadequada do produ-to, se agrava pela armazenagem em condi-ções impróprias. Isso favorece o desenvolvi-mento de fungos, como já começou a ser constatado nas primeiras entradas em Abidjã, o que poderá levar a altos índices de rejeição em outubro; ap) a redução do uso de insetici-das e fungicidas pelos produtores da Costa do Marfim antes do início da nova safra, é motivo de receios entre os exportadores, que temem

a queda da qualidade e da quantidade da pro-dução. Os agricultores se queixam da eleva-ção dos prelos de todos os gêneros para satis-fazer as suas primeiras necessidades, elevan-do os seus gastos entanto o preço do cacau permanece inalterado ou mesmo reduzido pa-ra o cacau de qualidade inferior da mid-crop. Comerciante de insumos ouvido pela agência Reuters disse que as suas vendas de defensi-vos caíram entre 60 e 70% com relação aos últimos dois anos; aq) em seu relatório de se-

tembro, importante broker de commodities de Londres elevou a sua previsão de déficit da safra 2012/13, de 107 mil t no relatório anteri-or, para 161 mil t, tendo também divulgado a sua primeira projeção para a safra 2013/14 com déficit de 134 mil t. O aumento do déficit resultara da reavaliação da produção para 3,880 milhões de t frente à avaliação anterior de 3,760 milhões de t.(+120 mil t) e um reajus-te ainda maior para as moagens globais, que se elevariam de 3,867 para 4,041 milhões de t (+174 mil t). O déficit calculado de 2013/14 (134 mil t), surgira de estimativas de produção de 4,028 milhões de t e moagens de 4,162 milhões de t; ar) pesquisa promovida pela agência Bloomberg entre 9 traders, industriais e analistas sobre os déficits das safras de ca-cau, resultou em médias de 98 mil t para 2012/13 e 118 mil t para 2013/14.

Comentários: Apesar de transcorridos 11,5

meses ou quase 95% do ano safra 2012/13, as informações sobre perspectivas reais da produção mundial ainda mostram previsões não definitivas de déficit. Em inícios da presen-te safra se divulgaram informações de expec-

tativas de reduções sensíveis na produção e problemas para exportação na Costa do Mar-fim, de forma similar às expectativas para Ga-na. Em reação à revisão que elevou a previsão de safra da Costa do Marfim, divulgada em inícios de junho, alguns analistas reduziram as previsões do déficit da safra 2012/13 para va-lores entre 50 e 70 mil t. Entretanto, outros tantos analistas projetavam equilíbrio entre produção e consumo ou mesmo até superávit de produção. Embora tais expectativas fossem verificadas no início da safra, na Costa do Mar-fim as últimas informações indicam recupera-ção da produção e aparente superação dos níveis da safra 2011/12, em que não houve

anormalidades maiores. Em Gana, as compras divulgadas pelo Cocobod revelam alguma queda. Feita extrapolação a partir dos poucos dados publicados até fins de agosto, as com-pras totais da corrente safra teriam alcançado

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803.990 t ou 4,79% abaixo das 844.416 t, em data equivalente no ano de 2011/12; portanto, verificar-se-ia redução bem menos intensa do que indicavam as previsões ao inicio da safra. Em paralelo, deve ressaltar-se a elevação das moagens no segundo trimestre de 2013, na União Europeia (+6,1%), Estados Unidos (+11,8%), e Ásia (+2,03%), frente ao segundo trimestre de 2012. Portanto, mesmo que a Cos-ta do Marfim venha mostrando situação opos-ta às previsões iniciais de queda, em paralelo e, em contraposição, as elevações nas moa-gens internacionais dos principais países con-sumidores podem ter neutralizado possíveis efeitos baixistas. No relativo às cotações inter-nacionais em 2013 e para o período em foco, (3ª semana junho/2013 a 2ª semana setembro/ 2013), as cotações máximas do mercado fica-ram entre valor superior de US$2.609/t em meados de setembro e inferior de US$2.198/t no fim de junho. As cotações mínimas ficaram entre o limite superior de US$2.535/t em mea-dos de setembro e inferior de US$2.129/t no final de junho/2013. Os fechamentos semanais ficaram entre o limite superior de US$2.601/t em meados de setembro e inferior de US$2.151/t na terceira semana de junho, Da evolução, observa-se que os preços de junho/ 2013 até inícios de julho, revelaram queda; nos meses de julho e agosto/2013 predomínio de oscilações com viés positivo e, em setembro, sensível recuperação dos preços. Os preços ao produtor, de meados de junho a meados de setembro/2013 evoluíram com oscilações en-tre R$71-73/@ nas ultimas duas semanas de junho, R$72-81,50/@ em julho, R$79-93/@ em setembro e R$85-92/@ nas duas primeiras semanas de setembro. Os valores médios fica-ram próximos a R$73/@ na segunda metade de junho, R$77/@ em julho, R$86,75/@ em agosto e R$89,1/@ nas duas primeiras sema-nas de setembro. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira se-mana de junho/2013 à segunda semana de setembro, se observaram elevações nominais nos preços máximos limites, 19,2% (R$78/@ para R$93/@), 16,4% entre preços mínimos limites (R$73/@ para R$85/@) e 20,8% nos preços médios limites, (R$74,50/@ para R$90/@). A evolução positiva do mercado, deu-se forma gradual a partir de julho, suge-rindo informações tanto especulativas quanto fundamentais. Ausência de informações ofici-ais sobre o real déficit para 2012/13, estimado atualmente em torno de 100 mil t, indicaria desencontro nas informações existentes.

Perspectivas de déficit real maior teriam indu-zido a preços crescentes nas bolsas. Em face da forma de funcionamento do mercado, pelo menos no curto prazo, as cotações tenderão a sofrer influências de movimentos e pressões especulativas. Todavia, cabe enfatizar as in-fluências nas cotações derivadas de informa-ções sobre o quadro fundamental. Caso haja confirmação do déficit da ordem das 100 mil t em 2012/13, perspectivas de novo déficit para 2013/14 (em torno de 120 mil t), e ainda, con-firmação da aparente evolução positiva do consumo mundial, tais fatos podem ter refle-xos nos preços e, provavelmente, significar cotações em níveis equiparáveis aos verifica-dos nas últimas semanas. Todavia, se a confi-guração de tais perspectivas não se mostrar real, certamente isso deverá desencadear rea-ções não positivas no mercado, com chances de oscilações em que se refletiriam comparti-lhamentos e/ou predomínios temporais entre elementos especulativos e noticias básicas fundamentais de consumo, produção mundial e possível evolução do interesse comprador no último trimestre do ano.

Cotações/t (ICE): Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 07/06/13 2.364 Fechamento em 14/06/13 2.246 (-118)

Mínimo: 2.239 (+ 48) Máximo: 2.379 (+ 6)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 14/06/13 2.246 Fechamento em 21/06/13 2.151 (- 95)

Mínimo: 2.145 (- 94) Máximo: 2.253 (-126)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 21/06/13 2.151 Fechamento em 28/06/13 2.164 (+ 13)

Mínimo: 2.129 (- 16) Máximo: 2.198 (- 55)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 28/06/13 2.164 Fechamento em 05/07/13 2.204 (+ 40)

Mínimo: 2.138 (+ 9) Máximo: 2.250 (+ 52)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 05/07/13 2.204 Fechamento em 12/07/13 2.236 (+ 32)

Mínimo: 2.165 (+ 27) Máximo: 2.260 (+ 10)

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Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 12/07/13 2.236 Fechamento em 19/07/13 2.364 (+128)

Mínimo: 2.209 (+ 44) Máximo: 2.377 (+117)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 19/07/13 2.364 Fechamento em 26/07/13 2.333 (- 31)

Mínimo: 2.324 (+115) Máximo: 2.381 (+ 4)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 26/07/13 2.333 Fechamento em 02/08/13 2.291 (- 42)

Mínimo: 2.263 (- 61) Máximo: 2.326 (- 55)

Nova Iorque – Setembro 2013 (US$):

Fechamento em 02/08/13 2.291 Fechamento em 09/08/13 2.463 (+172)

Mínimo: 2.287 (+ 24) Máximo: 2.514 (+188)

Nova Iorque – Dezembro 2013 (US$):

Fechamento em 09/08/13 2.463 Fechamento em 16/08/13 2.495 (+ 32)

Mínimo: 2.437 (+150) Máximo: 2.521 (+ 7)

Nova Iorque – Dezembro 2013 (US$):

Fechamento em 16/08/13 2.495 Fechamento em 23/08/13 2.465 (- 30)

Mínimo: 2.430 (- 7) Máximo: 2.364 (- 56)

Nova Iorque – Dezembro 2013 (US$):

Fechamento em 23/08/13 2.465 Fechamento em 30/08/13 2.436 (- 29)

Mínimo: 2.406 (- 24) Máximo: 2.508 (- 39)

Nova Iorque – Dezembro 2013 (US$):

Fechamento em 30/08/13 2.436 Fechamento em 06/09/13 2.564 (+128)

Mínimo: 2.410 (+ 4) Máximo: 2.583 (+ 75)

Nova Iorque – Dezembro 2013 (US$):

Fechamento em 06/09/13 2.564 Fechamento em 13/09/13 2.601 (+ 37)

Mínimo: 2.535 (+125) Máximo: 2.609 (+ 26)

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 38-50

Informações Mercado nº 20 –17062013–13092013-Ed.1709013 – Ceplac/Diret

Gráfico 1: Evolução Cotações primeira posição – Bolsa de Nova Iorque, Período Março-Junho 2013, US$/t

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 24-37.

Informações Mercado nº 19 –18032013–14062013 - Ed.17062013 – Ceplac/Diret

Gráfico 2: Evolução Cotações primeira posição – Bolsa de Nova Iorque, Período Junho-Setembro 2013,US$/t

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 38-50.

Informações Mercado nº 20 –17062013–13092013 - Ed.17092013 – Ceplac/Diret