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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA CADEIRA DE RODAS ARTICULADA PARA CÃES Porto Alegre, 9 de novembro de 2017. Autor: Rafael Leite da Silva Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Curso de Engenharia de Controle e Automação Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre - RS - Brasil Email: [email protected] Orientador: Rubem da Cunha Reis Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - Bloco F - Sala 204 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre - RS- Brasil Email: [email protected] RESUMO Este artigo visa demonstrar o desenvolvimento de uma cadeira de rodas para cães de pequeno porte. Onde se utilizara de modelagem 3D, componentes de automação padrões de mercado e de tecnologias de prototipagem rápida para a obtenção do referido produto, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de animais que por algum motivo nasceram ou adquiriram alguma lesão medular, assim impossibilitando a movimentação dos membros posteriores. O diferencial proposto, será a possibilidade de o animal deitar-se, sem a necessidade de retirar o equipamento e sem a intervenção do seu cuidador. Assim tornando mais prática a movimentação diária do animal no ambiente doméstico e em eventuais passeios. Palavras-chave: cão. cadeira. mobilidade. automação.

CADEIRA DE RODAS ARTICULADA PARA CÃES · pontifÍcia universidade catÓlica do rio grande do sul faculdade de engenharia cadeira de rodas articulada para cÃes porto alegre, 9 de

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA

CADEIRA DE RODAS ARTICULADA PARA CÃES

Porto Alegre, 9 de novembro de 2017.

Autor: Rafael Leite da Silva

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Curso de Engenharia de Controle e Automação

Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre - RS - Brasil

Email: [email protected]

Orientador: Rubem da Cunha Reis

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - Bloco F - Sala 204 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre - RS- Brasil

Email: [email protected]

RESUMO

Este artigo visa demonstrar o desenvolvimento de uma cadeira de rodas para cães de pequeno

porte. Onde se utilizara de modelagem 3D, componentes de automação padrões de mercado e de

tecnologias de prototipagem rápida para a obtenção do referido produto, com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida de animais que por algum motivo nasceram ou adquiriram alguma

lesão medular, assim impossibilitando a movimentação dos membros posteriores. O diferencial

proposto, será a possibilidade de o animal deitar-se, sem a necessidade de retirar o equipamento e

sem a intervenção do seu cuidador. Assim tornando mais prática a movimentação diária do animal

no ambiente doméstico e em eventuais passeios.

Palavras-chave: cão. cadeira. mobilidade. automação.

ABSTRACT

This article aims to demonstrate the development of a wheelchair for small dogs. Where 3D

modeling, automation components, market standards and rapid prototyping technologies were

used to obtain this product, with the objective of improving the quality of life of animals that for

some reason were born or acquired some spinal cord injury, thus making it impossible the

movement of the hind limbs. The proposed differential will be the possibility of the animal to lie

down, without the need to remove the equipment and without the intervention of its caregiver.

Thus making more practical the daily movement of the animal in the domestic environment and in

eventual walks.

Key-words: dog. chair. mobility. automation

1 INTRODUÇÃO

No presente artigo será demonstrado o desenvolvimento de um equipamento para facilitar a

movimentação de cães com paralisia dos membros posteriores. O referido cão sofreu uma grave

lesão na medula, perdendo os movimentos das patas posteriores. Com a crescente popularização das

impressoras 3D, e de plataformas de desenvolvimento open source, como o Arduino e a Launch

Pad da Texas Instruments, pode-se realizar a confecção de dispositivos personalizados, com um

custo relativamente baixo, assim possibilitando realizar o desenvolvimento do equipamento aqui

exposto. Para assim abrir novas possibilidades no mercado de equipamentos para animais de

estimação com deficiência.

1.1 Tema de Pesquisa

O equipamento proposto para o estudo, será similar a uma cadeira de rodas, também

conhecida como andador pet, com a tração para a deslocamento horizontal, feita pelo animal,

através de suas patas dianteiras. Para as patas posteriores, será desenvolvido o mecanismo, dotado

de automação nos movimentos de levantar e abaixar-se, de acordo com as reações do cão. Visando

melhorar a ergonomia, para o deslocamento do animal. Este dispositivo deverá monitorar o

comportamento do animal, através de sensores dispostos na cadeira de rodas, e identificar a melhor

ação para o posicionamento de seus componentes mecânicos. Após a identificação, serão acionados

os motores para a troca de postura do animal, de forma autônoma. Sem a necessidade de

intervenção humana.

1.2 Justificativa do Tema

Através da convivência diária, com o referido cão. Foram observado os problemas

enfrentados pelo animal. Problemas como ferimentos causados pelo atrito com o solo, dificuldades

ao descansar, postura inadequada, choques de suas articulações ao solo e grande esforço ao se

deslocar pelo arrasto dos membros posteriores.

E fora percebida uma grande carência de equipamentos para cães com deficiência no

mercado brasileiro, e os que estão disponíveis, são muito caros e relativamente pouco elaborados,

praticamente concebidos de forma artesanal. Assim foi decidido a desenvolver este estudo, para

melhorar esta realidade. Oferecendo ao mercado para animais de estimação, uma nova alternativa

para os cães com paralisia ou amputação dos membros posteriores.

1.3 Objetivo do Trabalho

No estudo e desenvolvimento do equipamento para o cão participante, será assumido como

principal objetivo, possibilitar uma melhor mobilidade do animal, diminui o atrito de seu corpo com

o solo, evitar sobrecargas na coluna, desenvolver melhorias na ergonomia do equipamento e

facilitar o descanso do animal, onde ele poderá deitar-se sem a necessidade da intervenção de seu

cuidador, lhe devolvendo uma pequena parcela de sua autonomia.

1.4 Delimitações do Trabalho

O estudo será limitado ao desenvolvimento de equipamento para cães com o peso máximo

de 7 kg. Com os movimentos das patas anteriores em perfeitas condições, para que se possa

tracionar com facilidade o equipamento, e os movimentos do estudo ficam limitados a deitar-se e

levantar para entrar em regime de caminhada. Compreende-se como deitar o ato de o animal abaixar

seus membros anteriores e posteriores, apoiando seu peito no solo. O posicionamento para dormir,

não será considerado, sendo assim o equipamento deverá ser retirado neste momento.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Os cães costumam ser animais muito ativos, e por este motivo podem ser acometidos por

lesões causadas por acidentes ou até por doenças, comuns a determinadas raças. Em alguns casos o

procedimento indicado é a amputação. A amputação é o mais antigo dos procedimentos cirúrgicos

(CRENSHAW, 1996).

Os animais que sofreram amputação de algum membro ou lesão medular, são aptos a seguir com

sua vida, com algumas limitações e adaptações.

Para este fim surgiram os equipamentos conhecidos popularmente como cadeira de rodas ou

andadores pets. Durante as pesquisas para a confecção do primeiro modelo, atualmente usado pelo

cão participante deste estudo, não foram encontrados materiais precisos e profissionais para o

referencial teórico.

Os equipamentos disponíveis aqui no Brasil, quase que na sua totalidade, são concebidos de

maneira artesanal. Utilizando-se de materiais como barras de alumínio ou canos de PVC, onde o

animal fica impossibilitado de deitar-se para descansar as patas.

Assim sendo, como este estudo visa desenvolver um equipamento inovador, onde serão

utilizadas técnicas de automação, com o auxílio da modelagem 3D, para uma melhor acomodação

do animal. Usaremos como referencial teórico as disciplinas de física mecânica, processamento

digital de sinais, programação de microcontroladores e eletrônica para embasar as escolhas

realizadas neste estudo.

2.1 Detecção dos movimentos

Para que o equipamento funcione conforme se necessita, deve-se detectar os movimento do

cão de forma precisa e com uma constante de tempo adequada ao propósito. Segundo B. P. Lathi

(2007, p. 200) “[…] os sistemas possuem um certo tempo de resposta. Em outras palavras, quando

uma entrada (estímulo) é aplicada a um sistema, uma certa quantidade de tempo passa antes que o

sistema responda completamente àquela entrada. Este intervalo de tempo ou tempo de resposta é

chamado de constante de tempo do sistema.”.

Porém não poderá ter uma resposta dinâmica demasiadamente alta, para assim evitar que o sistema

instabilize em momentos como o de uma caminhada. Esse efeito ruidoso poderá ser evitado com o

aumento da constante de tempo do sistema. Segundo B. P. Lathi (2007, p. 201) “[…] uma constante

de tempo pequena indica em um sistema capaz de responder a rápidas variações da entrada.

Portanto, existe uma conexão direta entre a constante de tempo do sistema e suas propriedades de

filtragem.

2.2 Distribuição de peso do animal

Para aumentar o conforto do animal, deve-se distribuir o peso de forma que não haja

sobrecargas nos membros anteriores. Segundo estudo realizado por BASTIAN, NATALIA

CAROLINA [...]”, os animais não tinham o membro anterior direito, o peso transferido para seu

lado esquerdo ...”.

Nesse mesmo estudo, segundo BASTIAN, NATALIA CAROLINA [...]” Com os Grupos 3 (sem

posterior esquerdo) e 4 (sem posterior direito), os animais acabaram distribuindo seus membros

anteriores, mas sempre ficando o lado que possui os dois membros com maior porcentagem de

peso”.

2.3 Processamento dos dados

Para processamento dos dados gerados pelos sensores, será utilizado um microcontrolador

da Texas instruments. Este controlador foi desenvolvido para ser utilizado em aplicações onde se

necessita baixo consumo de energia, onde se trabalha com fonte de energia limitada. Como por

exemplo equipamentos portáteis, alimentados a baterias.

Como descrito na página do fabricante “[…] A arquitetura, combinado com cinco modos de

baixa energia, é otimizada para alcançar a vida da bateria em aplicações portáteis de medição. O

dispositivo possui um poderoso CPU RISC de 16 bits”.

Na figura 1 abaixo, o diagrama funcional do microcontrolador MSP430. Retirado da página

5 do documento Datasheet SLAS735J, disponível no site da Texas Instruments.

Figura 1 – Diagrama funcional, MPS430G2x53

Podemos ver que este controlador possui diversos dispositivos, bastante úteis em um único

encapsulamento, como ADC, UART, SPI e I2C. Diminuindo assim a quantidade de hardware

necessária, para muitas aplicações, possibilitando compactação dos dispositivos. O seu baixo custo

é outro diferencial.

2.4 Movimentação

Para obter a alternância de posicionamento, do nosso dispositivo de estudo, serão

necessários os conhecimentos e conceitos da física clássica. Como por exemplo a definição do

torque. Segundo David Halliday (1996, 4 ed. Vol.1 p. 257) “[…] Uma força F, ao girar ou torcer um

corpo em relação a um eixo de rotação, produz um torque.”

Como veremos na metodologia este conceito será de grande utilidade para o

dimensionamento dos componentes mecânicos. Onde deverá ser empregada uma força que se

sobreponha a força peso do animal e o equipamento, para que ocorra a mudança de postura dos

mecanismos.

3 METODOLOGIA

A abordagem neste artigo, será em grande maioria teórico x prática. Onde serão

apresentados os problemas encontrados durante o desenvolvimento, com a metodologia utilizada

para solucionar ou reduzir tal questão a valores aceitos.

Serão realizadas medições no animal e em seu equipamento utilizado atualmente, para que

se tenha uma referência inicial aos estudos aqui realizados. E assim adicionar melhorias ao

dispositivo foco deste artigo.

Para iniciarmos os estudos do dispositivo em questão, as seguintes etapas deverão ser

consideradas, como descritas nos subitens a seguir.

3.1 Verificação prévia do cão

Como descrito no item 1.4, deste artigo. O objeto do estudo possui algumas limitações

básicas, para que o cão esteja apto a sua perfeita utilização.

Deve se verificar as condições de saúde do animal, como a sua capacidade de tração nas patas

dianteiras, flexibilidade e as condições dos membros traseiros. As condições dos membros traseiros

devem ser levados em conta no estudo inicial, para que possamos definir uma melhor forma de

acomodação do animal ao equipamento, que no caso de ainda possuir os membros, deve-se

conceber orifícios e suportes para a sustentação dos mesmos.

Outra verificação que deve ser feita, é a referente ao sexo do animal, que em sua anatomia,

possui particularidades entre macho e fêmea, necessitando de posicionamento diferente de orifícios

para que possa realizar a evacuação.

3.2 Massa do cão

Primeiramente devemos obter a massa total do cão, para que se possa dimensionar os demais

componentes do dispositivo, como os motores e eixos por exemplo.

3.3 Medidas do cão

Para que possamos iniciar a modelagem da base e das articulações do dispositivo, devemos

obter algumas medidas do animal.

A altura do peito do cão em relação ao solo deve ser obtida, para que se possa ter uma

referência do nivelamento da parte traseira do animal. O comprimento do corpo do cão deve ser

medido para se obter o parâmetro de apoio necessário, para a sustentação confortável dos membros

traseiro.

A largura do tórax e da parte traseira deverão ser verificadas assim como as posições dos

órgãos genitais e diâmetro da pernas traseiras. Outro item importante, verificar a diferença de altura

em relação ao solo, entre o tórax e abdômen.

3.4 Modelamento da base

A base será o componente central do equipamento desenvolvido neste estudo, nela serão

fixadas, a coleira que fará a sustentação e a tração do equipamento, os suportes para a fixação dos

motores, os sensores, componentes eletrônicos e baterias.

O objetivo que deve se assumir ao realizar o modelagem da referida base, é o de seguir,

dentro do possível a anatomia do animal. Evitando arestas pontiagudas, e sempre que possível usar

meios que possa melhorar o conforto do animal.

Este componente, terá que ser leve e suficientemente resistente, para suportar o peso do

animal, junto com os demais componentes do sistema. E resistente aos esforços empregados em sua

utilização diária.

3.5 Massa dos componentes

Nesta etapa do estudo, ainda não temos um modelo exato para obter as massas totais do

equipamento, sendo assim devemos realizar uma estimativa da massa total, com o auxilio de

catálogos e informações de fabricantes.

3.6 Modelamento da estrutura de elevação

Para a estrutura de elevação, deve ser observada se a altura que a base ficará do solo, será

compatível com a postura do cão de pé, evitando inclinações positivas ou negativas. Os raios das

rodas são parte da dimensão final do sistema, e devem ser consideradas para o dimensionamento do

sistema de elevação.

3.7 Escolha dos motores

Nesta etapa já estamos com o sistema de elevação praticamente definido, sendo assim

possuímos as informações necessárias para calcular os torques envolvidos no sistema. E também

quais as necessidades angulares do sistema.

A massa dos motores deve ser observada com cuidado nesta etapa, pelo motivo que o cão

deverá deslocar a sua própria massa, juntamente com a massa dos motores, e todos os outros

componentes do sistema, unicamente com a força das patas dianteiras. Além de motores muito

robustos consumirem uma maior energia para o seu funcionamento, o que acarretaria na

necessidade de baterias maior porte, sobrecarregando o animal.

3.8 Escolha do sensor

O sensor desempenhará a tarefa de informar o microcontrolador alguma mudança na sua

inclinação, para que o microcontrolador possa tomar as devidas ações, de acordo com a sua

programação e os dados informados.

Será necessária a monitoração da aceleração e inclinação nos três eixos, para que se possa

definir a ação a ser executada. Para este fim, escolhemos o MPU6050, por incorporar os

acelerômetros e giroscópios num mesmo chip.

3.9 Escolha do controlador

Para este projeto, necessitaremos de um microcontrolador, que disponha de um baixo

consumo e de uma quantidade suficiente de portas I/O. Onde necessitaremos comunicar com os

sensores, coletar os dados e depois de manipulados enviar os sinais necessários ao controle dos

motores.

O microcontrolador utilizado neste estudo é pertencente à família MSP430, da Texas

instruments. Ele foi escolhido por apresentar baixo consumo de energia, em plena operação, e a

facilidade de materiais e ferramentas disponibilizadas no site do fabricante.

3.10 Dimensionamento das baterias

Com o sistema funcionando em bancada, serão realizadas as medições do consumo, em pleno

funcionamento, para assim com estes dados dimensionar a capacidade, a tensão e a quantidade de

baterias necessárias para o funcionamento do dispositivo.

4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA

A partir deste ponto, será discutida ponto a ponto, a aplicação da metodologia para a execução

do dispositivo proposto. Descrevendo os seus objetivos, limitações e soluções observadas.

A metodologia será aplicada visando manter um equilíbrio entre o custo, disponibilidade de

componentes e conforto para o animal participante do estudo. O item de grande importância, que

deverá ser considerado, é a massa que será agregada ao deslocamento do animal, que deve ser

mantida dentro de limites, que não prejudiquem o deslocamento em passeios mais prolongados.

4.1 Verificação prévia do cão

Em observações do comportamento do cão, podemos obter algumas das informações, sobre

sua capacidade de locomoção. O cão participante deste estudo possui grande capacidade de tração

nas patas dianteiras, visto que ele se desloca em superfícies lisas, com certa facilidade. Onde ele

consegue vencer o atrito, que parte de seu corpo tem com o solo, como podemos verificar na figura

2.

O animal não sofreu amputações, porém os membros posteriores não respondem aos seus

comandos. Por vezes, realizando movimentos involuntários.

Figura 2 – Deslocamento do cão em superfícies lisas

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

4.2 Massa do cão

Ao realizar as medições para verificar a massa do cão, percebe-se a necessidade de o animal

em realizar mais exercícios, pelo motivo de ele estar acima de seu peso ideal, porém apto aos

parâmetros do estudo em questão.

Já que não ultrapassou a massa de 7 kg, especificada anteriormente, na seção 1.4, onde temos

expostas as delimitações do trabalho.

4.3 Medidas do cão

As dimensões de largura do tórax, a largura da parte posterior, alturas do solo e comprimento,

nesta etapa são essenciais, para a etapa seguinte.

Iniciaremos a coleta das dimensões, para isso utilizaremos trena e paquímetro, primeiramente

irá se medir o comprimento do ponto de ancoragem até o fim da parte posterior do cão. Para melhor

ilustrar as explicações, utilizaremos fotos dos passos executados.

Para a ancoragem ao corpo do animal, utilizaremos como referência o ponto onde a coleira se

encontra. Na figura 3, demonstramos a forma que foi utilizada para obter a medida da ancoragem.

Figura 3 – Método de medida do comprimento posterior até a ancoragem

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

A altura do tórax em relação ao solo deve ser obtida com o cão, na posição mais próxima o

possível da que teria naturalmente, quando apoiado sobre as patas traseiras. E utilizaremos como

referência a parte mais próxima do solo. Como ilustrado na figura 4.

Figura 4 – Método de medida altura do tórax ao solo

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Para o correto nivelamento entre a parte anterior e posterior do animal, devemos obter a altura

do seu abdômen, para a realização desta verificação. O animal foi posicionado de maneira que suas

patas posteriores tocassem o solo, tentando manter a sua coluna livre de torções. E com o auxilio de

uma trena e de outra pessoa, medir a distância da parte mais próxima ao solo do abdômen,

conforme ilustrado na figura 5.

Figura 5 – Método de medida altura do abdômen ao solo

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

A largura do tórax, também é um parâmetro importante devido a sua condição, o animal

desenvolveu mais a sua musculatura das patas dianteiras, assim aumentando a sua caixa torácica.

Essa variável deve ser considerada ao desenvolver a ancoragem. Para a execução desta medida, por

questão de conveniência, utilizou-se de um paquímetro, conforme podemos ver na figura 6.

Figura 6 – Método de medida do tórax

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Para o encaixe da parte posterior do animal, devemos obter a largura, o diâmetro das coxas,

para o caso de animais não amputados, e as medidas necessárias para o posicionamento dos

orifícios necessários pra a passagem das pernas e dos órgãos genitais. Na figura 7, ilustramos estas

medidas, realizadas no cão participante.

Figura 7 – Medições realizadas na parte posterior

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

4.4 Modelamento da base

Conforme falamos no item 3.4 deste artigo, a base deverá ter algumas características

essenciais. Onde além de conforto para o animal, ela deverá servir de suporte para os demais

componentes do dispositivo estudado.

Para uma modelagem mais precisa, utilizaremos de softwares de CAD 3D. Onde possamos

testar conceitos e formas, de maneirar rápida e sem custos com modelos físicos. Levando em conta

os parâmetros obtidos nos itens anteriores, foi modelada a base de forma mais ergonômica possível.

Figura 8 – Base inferior modelada em CAD

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Na base inferior, foram dispostos os orifícios necessários para a acomodação do animal,

mantendo-se arestas arredondadas e formas orgânicas. Para a confecção desta peça e de outras deste

estudo será utilizada a técnica de impressão 3D. Porque nos permite ter um modelo físico, com

grande liberdade de formas, e suficientemente resistente para a validação do trabalho.

A impressão será feita com filamentos de PLA, este material possui boa resistência mecânica,

é bastante leve e de fácil aquisição no mercado nacional.

Esta base foi modelada de maneira, que mantenha o corpo do animal apoiado, evitando

tensões excessivas em sua coluna, ela possui um desnível, que acompanha a diferença de altura do

corpo do animal.

Foram modeladas áreas planas na parte inferior, para possibilitar a acomodação da placa de

circuito impresso e do sensor.

Figura 9 – Base inferior (vista lateral)

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

4.5 Modelamento da estrutura de elevação

Com as dimensões da base definidas, pode-se modelar a estrutura responsável pela elevação

do dispositivo. Para a respectiva movimentação, foi decidido no uso de dois servos motores.

Os servos motores foram escolhidos pela vantagem de possuírem a possibilidade se

posicionar sem a necessidade de encoder ou sensores adicionais. A definição do tipo de motor a ser

escolhido nesta etapa, é importante para que se tenha a noção de qual a capacidade de

movimentação do motor.

Servo motores possuem limitação em relação ao ângulo de giro, geralmente os limites são de

- 90° à +90°, sendo assim o nosso dispositivo deverá fazer a sua movimentação completa, dentro

destes limites impostos pelo servo motor.

Com o giro de 180°, disponível nos servos, conseguimos a variação de 111 mm (Figura 10),

na altura do dispositivo, sendo o suficiente para os objetivos do dispositivo.

Figura 10 – Limites de elevação

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

4.6 Escolha dos motores

Conforme foi definido na modelagem do sistema elevatório,devemos escolher o servo motor

capaz de movimentar esse sistema. Para tal tarefa utilizaremos o MG 995, este servo possui

engrenagens metálicas, e torque de 10kgf.cm (0,980Nm) . Sendo assim calculamos as forças e

verificaremos a eficácia da movimentação do sistema com este motor.

Figura 11 – Esquemático sistema de elevação

𝜏𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 𝑟1 × 𝐹1

𝐹1 =0,980

0,03= 32,6 N

𝐹1𝐵 = 𝐹1. 𝑠𝑒𝑛(∝) = 32,6 . 𝑠𝑒𝑛(41°) = 21,38 N

𝐹𝑃 = 𝑚 . 𝑔 = 3,5 . 9,81 = 34,335 N

𝐹𝑃𝐵 = 𝐹𝑃. 𝑠𝑒𝑛(∝) = 34,335 . 𝑠𝑒𝑛(49°) = 25,91 N

𝐹𝑅 . 0,04 = 𝐹1𝐵. 0,12

𝐹𝑅 =2,5656

0,04= 64,14 N

𝐹𝑅 = 𝐹𝑅𝐵. 𝑠𝑒𝑛(49°)

𝐹𝑅𝐵 =64,14

𝑠𝑒𝑛 (49°)= 84,98 N

Após os cálculos efetuados, verificamos que o sistema funcionará com o servo motor

escolhido, já que a força peso FP é menor que a força resultante FR do sistema.

4.7 Escolha do sensor

O sensor MPU, foi o escolhido para a tarefa de monitorar os eixos necessários para a

verificação das ações a serem executadas pelo microcontrolador. O MPU6050 da Invensense foram

projetados para dispositivos de baixa potência onde os requisitos necessários são baixo custo e alto

desempenho.

Em um único encapsulamento, este dispositivo combina um giroscópio de 3 eixos, um

acelerômetro de 3 eixos e o processador de movimento digital (DMP).

Figura 12 – Disposição dos eixos do MPU

Fonte: Site TDK Invensense [2017]

O DMP tem a capacidade de processar algoritmos complexos de 6 eixos, sem a necessidade de

intervenção do microcontrolador.

Figura 13 – MPU-6000 Family Block Diagram

Fonte: Site TDK Invensense [2017]

Este dispositivo possui interface para comunicação I2C, que facilitará a integração com o

nosso microcontrolador. O MPU6050 fornece os dados na ordem FIFO (First In, First Out).

Para a aplicação no dispositivo deste artigo, foi adquirido o módulo GY-521/ MPU6050, este

módulo possui as conexões necessárias, para a nossa implementação, além de regulador de tensão já

incorporado na PCI.

Figura 14 – Módulo GY-521/MPU6050

Fonte: Site fornecedor Baú da eletrônica [2017]

4.8 Escolha do controlador

Para a tarefa de monitorar os valores informados pelo sensor, foi escolhido o

microcontrolador MSP430g2553, onde possuímos as características necessárias para o projeto em

questão. As características principais deste microcontrolador são as seguintes:

16kB Flash;

512 B RAM;

16 GPIO;

2 x 16-bit timer;

WDT, BOR;

1 x USCI (I2C/ SPI/ UART);

8 ch 10-bit ADC.

Com estas características o MSP430g2553, será apto a controlar a comunicação I2C, gerar os

sinais PWM, para os dois servos motores e tratar os valores lidos do sensor.

A característica mais vantajosa para o projeto, é a do baixo consumo, que no Active Mode é

de 230 uA para a frequência de 1MHz. Na figura 15, está descrito as funções dos terminais do

microcontrolador.

Figura 15 – Pinos MSP430g2553IN20

Fonte: Datasheet MSP430 [2017]

4.9 Implementação

Neste ponto já estamos com os componentes a ser utilizados definidos, então iniciaremos

efetivamente a confecção, a montagem e os testes para obter os resultados esperados neste artigo.

Após a finalização das especificações, foram modelados em CAD 3D as peças necessárias, para o

dispositivo, chegamos a seguinte estrutura ilustrada na Figura 16.

Figura 16 – Modelo 3D do dispositivo

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

O modelo concebido comporta dois servo motores, articulações para as variações de altura,

local destinado à placa de circuito impresso, suporte para estofamento, para evitar lesões ao animal,

baterias e rodas de 80 mm de diâmetro. Após verificar as dimensões do modelo em relação às

necessidades do cão, iniciou-se a confecção das peças, pelo método de impressão 3D.

Figura 17 – Modelo 3D do dispositivo

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Finalizada a etapa da impressão 3D, temos em mãos as peças para iniciar a montagem do

modelo físico do dispositivo, conforme podemos observar na figura 17, deve-se escolher

cuidadosamente a orientação das peças ao realizar a impressão 3D. As partes destacadas em

marrom nesta figura, são os suportes necessários, para que a impressora possa confeccionar a peça

em questão, este material deve ser removido, após o termino da impressão. Na Figura 18, podemos

perceber vestígios destes materiais de suporte.

Estes suportes podem ser removidos, com facilidade, com o auxílio de lixas, e brocas para as

furações. Foi verificado que devemos ter cuidados especiais, em algumas regiões das peças ao

utilizar meios mecânicos para a remoção das imperfeições. Por motivo de que a impressão 3D, não

realiza peças maciças, más sim peças semiocas. O software da impressora desenvolvem estruturas

internas, em forma de colmeias, para manter a estrutura com economia de material. Tornando assim

algumas superfícies frágeis a pressões excessivas, porém esse problema, se tomados os cuidados

necessários, não impedem a utilização desta técnica de confecção para o propósito deste estudo.

Figura 18 – Peças impressas em 3D

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Como descrito no item 4.6, optamos pelo servo motor MG 995, pela sua robustez , baixo

custo, pequenas dimensões e pesos. Neste estudo utilizaremos duas unidades deste servo motor,

sendo assim devemos controlar eles independentemente um do outro.

Para melhor entendimento de como deveremos controlar os servos, e quais os requisitos

necessários para o controle, faremos uma breve explicação do funcionamento dos servos motores.

Os servos motores CC são amplamente utilizados em equipamentos RC, por possuírem a

capacidade de manter a posição, mesmo que se tenha alguma força contraria. Estes motores são

compostos basicamente por quatro partes de componentes principais: motor de corrente contínua,

potenciômetro, caixa de redução por engrenagens e circuito de controle.

Figura 19 – Componentes básico de um servo motor CC

Fonte: Site Citisystems [2017]

O seu funcionamento básico é simples de ser compreendido, o posicionamento de seu eixo é

comandado por um sinal de controle (PWM), este sinal de controle é recebido em um circuito de

controle. Este circuito de controle monitora o valor da resistência do potenciômetro (Sensor de

posição) que está acoplado ao eixo de saída do servo, como se trata de um controle em malha

fechada, a diferença do sinal PWM e o oriundo do sensor de posição, alimentam o circuito

amplificador de erro, buscando anular a diferença entre os sinais, ou seja buscando zerar o erro.

Figura 20 – Diagrama de controle de servos CC

Fonte: Site Citisystems [2017]

Neste estudo necessitaremos movimentar os dois servos na mesma velocidade e posição, o

microcontrolador MSP430, será utilizado para a obtenção dos dois sinais de controle, um para cada

servo. Serão necessários duas saídas diferentes, por motivo de que os servos são posicionados em

lados opostos, e deverão trabalhar em conjunto, sendo a rotação para subir no servo 1, sentido

horário e a do servo 2, sentido anti-horário.

Os sinais PWM, foram gerados utilizando se o timerA0 e o timerA1 do microcontrolador,

assim foi possível ter dois sinais sincronizados, com larguras de pulsos diferentes e controláveis,

conforme a posição desejada. A seguir um trecho da programação, para ilustrar a utilização do

timerA do MSP430:

P1DIR |= 0x40; //P1.6 IMPLEMENTADO COMO SAÍDA (CONTROLE SERVO 1)

P1SEL |= 0x40; //CONFIGURANDO P1.6 COMO PERIFÉRICO TA0.1

P2DIR |= 0x04; //P2.2 IMPLEMENTADO COMO SAÍDA (CONTROLE SERVO 2)

P2SEL |= 0x04; //CONFIGURANDO P2.2 COMO PERIFÉRICO TA1.1

//############## CONFIGURAÇÃO DO TIMER0_A ####################//

// SERVO 1

TA0CCR0 = 16000; //PERÍODO DO PWM 16000

TA0CCTL1 = OUTMOD_7; //MODO DE SAÍDA DO TIMER0_A: RESET/SET

TA0CCR1 = 8000; //DUTY CYCLE DO PWM

TA0CTL = TASSEL_2 + MC_1; //TIMER COM CONTAGEM PROGRESSIVA DE 0

//ATÉ TA0CCR1

// SERVO 2

TA1CCR0 = 16000; //PERÍODO DO PWM 16000

TA1CCTL1 = OUTMOD_7; //MODO DE SAÍDA DO TIMER0_A: RESET/SET

TA1CCR1 = 8000; //DUTY CYCLE DO PWM

TA1CTL = TASSEL_2 + MC_1;

Com o auxílio de um osciloscópio, observou-se o sinal PWM obtido nas saídas do

microcontrolador.

Figura 21 – Sinal PWM servo posição +90°

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Figura 22 – Sinal PWM servo posição -90°

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Agora que obtemos os sinais para variar a posição dos servos, necessitamos de um circuito de

drive para interconectar os servos e o microcontrolador. O MSP430 pode fornecer como corrente

máxima em seus terminais 6 mA, e tensão de 3,3V. Os servos MG995 operam na faixa de tensão

de 4,8V a 7,2V e consomem uma corrente em torno de 100 mA. Esses valores ultrapassam a

capacidade do microcontrolador, para sanar estes problemas, foi desenvolvida a placa de circuito

abaixo, com ela será possível alimentar os servos motores, o microcontrolador, estabelecer a

comunicação I2C com o sensor e interconectar os servos ao microcontrolador, sem ter os problemas

relacionados acima.

Figura 23 – PCI desenvolvida para o projeto

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Ao iniciar os testes práticos, com os servos montados em seus alojamentos, e devidamente

acoplados ao sistema de elevação. Verificou-se a eficácia dos servos para esta função, porém foi

percebida uma variável que até o momento não se tinha considerado.

Quando o cão posiciona-se na posição sentado, o seu peso por vezes, não fica distribuído

igualmente entre aos dois servos, sobrecarregando um ou outro. Essa sobrecarga causará desgaste

prematuro em seus componentes, além de causar um desequilíbrio na elevação do dispositivo.

Para direcionar esta variável, a valores aceitos, utilizaremos o conjunto de duas molas de

tração, estas molas serão adicionadas ao sistema de elevação, e trabalharão em conjunto com os

servos motores, no sentido de compensarem e assumirem o esforço extra dos servos, deixando para

os servos a função de posicionar e manter a posição do sistema.

Para isso devemos calcular a mola necessária, para esta compensação. Segundo a lei de

Hooke:

F = −k . 𝑥

Primeiramente calculamos a força peso:

P = m . g = 0,442 kg . 9,81m

s2

𝑃 = 4,336 N

Com esta força peso, a mola sofreu um deslocamento x = 0,018m, com esta informação

podemos calcular a constante da mola adquirida:

P = k . 𝑥

4,336 = k . 0,018

k = 240,9N

m

Para se adicionar uma força de 50N ao sistema de elevação, devemos deslocar a mola x metros:

F = k. 𝑥

50 = 240,9 . 𝑥

𝑥 =50

240,9= 0,2 m

Solucionada esta etapa, seguiremos com a implementação do sistema de controle, como foi

especificado nos itens anteriores, para a detecção dos movimentos do cão utilizaremos o módulo de

sensor GY-521. Foi escolhido o eixo Y do acelerômetro e do giroscópio, para realizar as leituras do

sensor.

As leituras serão transmitidas ao microcontrolador por meio de comunicação de protocolo

I²C. Este protocolo necessita da seguinte sequência de informações:

Figura 24 – Diagrama de sequencia para comunicação I²C

Fonte: Site Spakfun [2017]

Como fica claro na figura 24, o protocolo I²C necessita de dois canais distintos. O SDA é o

responsável pelo envio e recebimento das informações, já o SCL é responsável pelo sincronismo da

comunicação. Após o procedimento de START, o microcontrolador deverá enviar na rede I²C o

endereço 0x68, pertencente ao modulo GY-521. E ele deverá receber a confirmação ACK, vinda do

GY-521. Na figura 25, com o auxilio de um osciloscópio, podemos ver a comunicação sendo

executada entre o microcontrolador e o módulo do sensor.

Figura 25 – Sinais da comunicação I²C

Fonte: Arquivo pessoal do autor [2017]

Realizadas as tarefas anteriores, possuímos todas as ferramentas para a implementação

completa da programação do microcontrolador, após testes chegamos a seguinte estrutura de

programação:

Figura 26 – Estrutura de fluxo da programação

Na estrutura do programa, podemos ver que foi necessário o monitoramento da inclinação e

da movimentação do cão. Depois de estabelecida as comunicações necessárias, o dispositivo

comuta para a configuração superior, independente do estado atual, para facilitar a acomodação do

animal ao dispositivo. A seguir o programa entra em um laço de monitoramento dos eixos, onde se

verifica de o dispositivo está ou não em movimento, caso esteja em movimento, mantêm-se na

posição superior. Caso contrário, verifica-se a inclinação, para se decidir a ação necessária. Se o cão

estiver parado, porém de pé, o dispositivo deverá manter esta configuração.

No caso de o animal estar de pé, e flexionar suas patas frontais a fim de deitar-se, uma

mudança negativa na inclinação será detectada, assim posicionando o dispositivo na configuração

inferior. Para a situação inversa, o valor da mudança de inclinação será positivo, levando

novamente o dispositivo a configuração superior.

5 CONCLUSÃO

No decorrer do estudo para a elaboração do dispositivo deste artigo, foram percebidas

algumas limitações nas técnicas de prototipagem utilizadas, como por exemplo, a confecção de

alojamentos para os parafusos, estes alojamentos apresentaram fragilidades, por serem feitos em

uma peça semioca, característica da impressão 3D. Para o dispositivo em questão, estas limitações

foram contornadas.

Outra dificuldade encontrada no decorrer do estudo, foi a de obter as medidas exatas do

animal, assim como alguns valores físicos, que foram obtidos através de testes e experimentos. No

decorrer dos experimentos, foram observadas variáveis não percebidas no inicio do estudo, más que

foram tratadas, de maneira que tivessem seus efeitos negativos, reduzidos a valores aceitáveis ao

objetivo do projeto.

O microcontrolador MSP430 em conjunto com o sensor MPU6050, se mostrou bastante

eficaz nesta função. Podendo certamente ser utilizado no dispositivo deste artigo.

O dispositivo elaborado mostrou-se viável, pelo seu baixo custo e sensação de liberdade

adicionada ao dia a dia do animal participante. Os objetivos de reduzir o atrito do animal com o solo

e o de diminuir as torções na coluna do animal, foram alcançados, possibilitando que o animal possa

descansar sem que sua parte posterior fique elevada. As rodas possuem um baixo nível de ruído,

melhorando a utilização em apartamentos e pisos de madeira, a base possui uma boa área de apoio

para a parte posterior do animal, com formas bem próximas às curvas do corpo do cão, obtivemos

uma acomodação satisfatória.

Apesar de os objetivos serem alcançados, deve se ter a ciência de que podemos melhorar as

formas utilizadas para a confecção do dispositivo, melhorar o sistema de elevação e diminuir as

dimensões externas do dispositivo.

Em uma visão geral, acredita-se no sucesso do estudo, na questão de validar uma nova

alternativa para cães acometidos por problemas de locomoção.

6 REFERÊNCIAS

CRENSHAW, A.H. Amputações. In: CRENSHAW, A.H. Cirurgia ortopédica de Campbell. 8. ed.

São Paulo: Manole, 1996. v. 1, p. 400-600.

Citisystem. Funcionamento de Servo Motores. Disponível em:

https://www.citisystems.com.br/servo-motor/ Acesso em 08 de novembro 2017

Fundamentos de física vol. 1 – Mecânica / David Halliday – 4. ed. – Rio de Janeiro: LTC, 1997

TDK INVENSENSE. Datasheet MPU6050. Disponível:

https://www.invensense.com/products/motion-tracking/6-axis/mpu-6050/ Acesso em 08 novembro

2017.

TEXAS INSTRUMENTS. Datasheet MSP430. Disponível em:

http://www.ti.com/lit/ds/symlink/msp430g2553.pdf Acesso em 29 agosto 2017.

Sinais e sistemas lineares / B. P. Lathi – 2. ed. - Porto Alegre: Bookman, 2007.

SPARKFUN. Tutoriais I²C. Disponível em:

https://learn.sparkfun.com/tutorials/i2c Acesso em 09 de novembro 2017.