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caderno 0012 - viamagia.org · busca de parceiros, do trabalho de convencimento em ministérios, instâncias administrativas, redes, fundações, mas também junto a artistas, especialistas

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Vários anos transcorreram entre a primeira idéia e a realização

do Fórum Cultural Mundial em julho de 2004 em São Paulo.

Foram anos marcados pelo longo e penoso processo da

busca de parceiros, do trabalho de convencimento em

ministérios, instâncias administrativas, redes, fundações,

mas também junto a artistas, especialistas e intelectuais.

Muitos questionaram a utilidade de um evento dessa

natureza, especialmente num ano no qual o Fórum Universal

foi realizado em Barcelona com um orçamento de centenas

de milhões de euros. Para que mais um Fórum – não com

pretensões universais, mas de qualquer modo com

pretensões globais, e um orçamento comparativamente

mínimo? É no orçamento, embora não apenas nele, que a

disparidade entre o Norte e o Sul salta mais aos olhos.

Organizar uma conferência global sobre cultura com mais

de 500 conferencistas, especialistas e convidados de mais

de 70 países, com quase 100 conferências, seminários e

mesas-redondas, das quais acabaram participando

aproximadamente 11 mil pessoas, é uma bela tarefa. Mais

bela é ainda a organização paralela de um programa cultural

visitado por quase 150 mil pessoas. Nada belo, ainda que

bastante típico para o Sul, para a periferia, os assim

chamados países em desenvolvimento, é organizar tudo isso

sem dispor de promessas escritas de financiamento até dois

meses antes – e de nenhum centavo no caixa quatro

semanas antes. A realidade colocou o Fórum no centro do

seu próprio tema.

Em última instância, o Fórum Cultural Mundial não teve uma

dimensão gigantesca nem foi possuído por uma obsessão

de gigantismo: foi grande, registrou muitos visitantes e

participantes, muitos especialistas, talvez temas demais. E

claro que algumas coisas poderiam ter sido mais bem

preparadas.

“a cultura é um fator proeminente para o desenvolvimento da

economia e da democracia”

Os temas decisivos do Fórum Cultural Mundial tiveram umaressonância da qual nos orgulhamos com razão; o diálogoentre o Sul e o Sul foi o objetivo central, a linha de discussãoque perpassou todos os seus grandes temas, resultando emuma impressionante demonstração intelectual, política eprática de uma nova autocompreensão cultural em busca dasua forma. O Fórum Cultural Mundial foi indubitavelmente umFórum Cultural do Sul. E isso foi evidentemente interessantepara o Norte. Uma das ofertas mais convincentes do Fórumconsistiu em aprender como criar espaços de liberdade paraarte e cultura não-instrumentalizadas e não exclusivamentecomerciais para a diversidade cultural e a compreensãointercultural, em meio a estruturas democráticas em vias deformação e de uma compreensão igualmente nascente dosignificado social da cultura.

Causaram impacto a extensão dos debates (oficiais einformais) entre especialistas e artistas da África e da AméricaLatina, mas também as iniciativas e cooperações muitopráticas, resultantes desses contatos já durante o Fórum.Raras vezes se reuniram tantos especialistas em cultura earte da África e da América Latina.

Aqui existe um campo para o trabalho e fomento no futuro,por parte de organizações estatais e supranacionais, fundaçõese institutos de pesquisa: artistas, especialistas, políticos,funcionários públicos e intelectuais com as raízes e identidadesculturais, nacionais e políticas mais distintas imagináveis. Aquiestão em pauta as tradições bem como as formas artísticascontemporâneas, os direitos humanos culturais e conceitostão genéricos como o respeito e a ética.

Tais temas correspondem perfeitamente a uma políticaexterna, nova e mais confiante em si, constatável em paísescomo o Brasil, a Índia, a África do Sul e a China, quedesenvolvem novas alianças com vistas ao futuro. Eles

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correspondem igualmente à descoberta de que a cultura éum fator proeminente para o desenvolvimento da economiae da democracia. Entrementes essa descoberta já foiassimilada na ONU e mesmo no Banco Mundial.

As discussões parcialmente enfáticas sobre temas comoreligião e cultura, a elaboração de conflitos e a garantia dapaz por meio da cultura, da diversidade cultural, dacooperação de redes, do uso de novas tecnologias, do lugardas culturas indígenas, do significado da arte na escola e naeducação, ou projetos bem concretos como a “Casa da Áfricano Brasil” compartilhavam um interesse comum, o de verna globalização ao menos alguns aspectos positivos, deencontrar no troca-troca global da ordem das cadeiras lugaresadequados para a cultura: não lugares na platéia, pois acultura e a arte se movem demais para que possam ficarquietas e imobilizadas nas cadeiras da platéia, mas lugaresnos palcos mesmo, nos corredores, nos saguões, nacontabilidade, nas caixas e nos departamentos de pesquisa– e nos pontos de encontro para as pessoas.

Intencionalmente prudente, o Fórum Cultural Mundial emSão Paulo não lançou nenhum manifesto sobre esse tema.Teria sido cedo demais. O Fórum em São Paulo retomouum processo recém-iniciado de comunicação e discussãoglobais no âmbito da cultura. Esse processo reuniudeliberadamente as esferas estatais bem como não-estatais,intelectuais, artistas e especialistas independentes. Essamescla distingue o Fórum da ONU e da UNESCO, deorganizações internacionais formadas por membros ou de

institutos com orientação científica. Mas ela distingue tambémo Fórum Cultural Mundial do Fórum Social, que com boasrazões é um fórum exclusivo de ONGs. A diversidade dasformas de organização que se conheceram no Fórum CulturalMundial perfaz a peculiaridade desse encontro. Reflete asituação da arte e da cultura na nossa realidade.

O Fórum Cultural Mundial é um processo iniciado em muitosfóruns regionais no Brasil e fóruns nacionais na AméricaLatina, na América do Norte, África e no Oriente Próximo,em conferências e grupos de trabalho na Europa e Ásia. Oprocesso continua e se intensifica também dessa formadepois do Fórum de São Paulo. Nesse sentido o Fórumarticula uma pretensão global de inclusão que mal começou.

Durante o Fórum de São Paulo a globalização também reveloua sua face simpática: pessoas de tantas culturas enacionalidades distintas discutiram e trabalharam sobreprojetos e idéias comuns. A realidade cotidiana global seapresenta sob outra face.

Por conseguinte, o Fórum Cultural Mundial São Paulo foi umacoletânea de temas, materiais e idéias, uma primeiratentativa de formulação no plano global e uma convincenteentrada em cena do Hemisfério Sul. Isso não deixará deproduzir efeitos, bem concretamente em muitos projetosiniciados em São Paulo, e como visão de diálogos, reflexões,propostas e melhorias contínuas para a cultura e as culturas

no contexto global.

Dieter Jaenicke - Diretor Executivo – FórumCultural Mundial 2004

“A realidade cotidiana global se apresenta sob outra face”

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Qual o propósito de uma linha orçamentária para “Cooperação

Cultural para os países em desenvolvimento”? Por que essa

linha orçamentária tem sido gerenciada por um serviço que

normalmente trata dos Direitos Humanos e da Democracia?

Por que a Comissão Européia decidiu financiar o Fórum

Cultural Mundial?

Vamos admitir que a primeira questão possa ser invertida;

por que as organizações internacionais freqüentemente

esquecem a importância da cooperação cultural?

Um dos motivos é que, discutivelmente, os resultados da

cooperação cultural são invisíveis a curto prazo. Poder-se-ia

dizer que a cooperação para o desenvolvimento é uma

política que somente produz resultados a longo prazo.

Também se poderia dizer que com cooperação para o

desenvolvimento, os doadores apóiam os beneficiários ao

estabelecer a base de seu desenvolvimento no futuro.

Contudo, tem-se reconhecido que, no contexto de

cooperação para o desenvolvimento, algumas atividades

também produzem resultados tangíveis a curto prazo. Pontes,

estradas e açudes são itens concretos cujo benefício pode

ser demonstrado a curto prazo e que geram um feedback

muito positivo em termos políticos. Indubitavelmente, isso

é importante para os doadores internacionais que são atores

políticos (organizações estaduais e internacionais, etc.). Com

cooperação cultural, por outro lado, os investimentos são

freqüentemente efetuados tendo-se em mente o futuro

distante. Algumas vezes, é necessário esperar durante anos,

ou até mesmo gerações, antes que se possa ver os

resultados dessas ações. Isso realça a importância dessa

nova linha orçamentária piloto que, apesar de seu orçamento

muito limitado, é inteiramente voltada para o fortalecimento

da cooperação cultural. Obviamente, essa não é a única

“por que as organizações internacionais freqüentemente esquecem

a importância da cooperação cultural?”

estrutura com que a Comissão Européia apóia a cooperação

cultural (tem sido lembrada a criação da Fundação “Anna

Lindh” de Alexandria, assim como outros esforços no âmbito

do Programa MEDA1 e a cooperação com os países ACP2),

mas essa é a primeira vez que a Comissão tem um

orçamento temático específico nesse setor. O grande

interesse que essa pequena linha orçamentária gerou entre

os diferentes atores, inclusive as instituições educacionais e

ONGs, assim como museus, orquestras e teatros, demonstra

que a sociedade civil mantém grandes expectativas na área

de cooperação cultural e que um aumento dos esforços

internacionais nesse setor seria oportuno.

A segunda questão refere-se à relação entre cooperação

cultural e direitos humanos. Já que a cooperação cultural

visa principalmente preservar as diversidades culturais,

promovendo respeito mútuo entre diferentes civilizações, a

questão poderia então se referir à relação entre diversidade

cultural e direitos humanos. Nesse sentido, deve-se enfatizar

que a União Européia tem participado ativamente da

aprovação da Declaração sobre Diversidade Cultural da

UNESCO. Essa declaração começa relembrando o

compromisso de implementação integral dos direitos

humanos e das liberdades fundamentais, e o Artigo 4

determina que “a defesa da diversidade cultural é um

imperativo ético, inseparável do respeito pela dignidade

humana” e que isso “implica um compromisso com os

direitos humanos e com as liberdades fundamentais”. O

direito de manter a nossa cultura, de preservá-la, é, portanto,

um direito fundamental por si mesmo. A relação entre

diversidade cultural e direitos humanos é algumas vezes

complexa. A Declaração está ciente disso e afirma que

“ninguém poderá invocar a diversidade cultural para infringir

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toda a preparação do Fórum foi conduzida em consulta com

países em desenvolvimento de diferentes continentes. Como

resultado, graças ao Fórum, os artistas e operadores de

diferentes países em desenvolvimento puderam entrar em

contato, conhecer uns aos outros, discutir e criar sinergias.

Essa é a principal razão pela qual a Comissão apoio o Fórum,

o que teve que ser feito, desde o início, com entusiasmo e

motivação.

O Fórum foi um sucesso? Acreditamos que o Fórum foi uma

atividade muito positiva, mas, para que se torne um sucesso

real, o Fórum Cultural Mundial deve provar a sua

sustentabilidade. Deve demonstrar que esse não foi somente

um evento, mas também o início de um amplo processo

visando o fortalecimento do diálogo cultural e do

entendimento mútuo de modelos culturais; um processo

que foi iniciado e deve ser implementado principalmente

pelos países em desenvolvimento que acreditam na

importância da cooperação cultural. Acreditamos que existam

todas as condições necessárias para tornar isso possível.

Luca Pierantoni (Responsável pela linha orçamentáriaCooperação Cultural com os países em desenvolvimento –Europe-Aid – Comissão Européia)1 N.T.: Parceria euro-mediterrânica.2 N.T.: África Subsaariana, Ilhas Caraíbas e do Pacífico.

direitos humanos garantidos pela lei internacional, nem para

limitar o seu âmbito”. Assegurar que a diversidade cultural

seja preservada é parte integrante dos direitos humanos e

não seja invocada contra os direitos humanos, sendo,

portanto, o objetivo de qualquer ação da comunidade

internacional nessa área. Isso explica a razão de a linha

orçamentária de “cooperação cultural com os países em

desenvolvimento” ser gerenciada por serviços que tratam

da cooperação cultural.

A terceira questão permanece sem resposta. Por que a

Comissão decidiu financiar e apoiar o Fórum Cultural Mundial?

Há diversos motivos. Em primeiro lugar, deve-se enfatizar

que essa é uma das primeiras vezes em que um evento

como um Fórum Cultural, com a participação de milhares

de artistas, foi organizado em um país no hemisfério sul.

Em segundo lugar, a Comissão realmente acreditava na

estrutura do Fórum e, particularmente, no fato de que tanta

atenção seria dada ao diálogo Sul-Sul. Finalmente, um

terceiro elemento muito positivo consiste no fato de que

“Assegurar que a diversidade cultural seja preservada é parte

integrante dos direitos humanos”

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A experiência do Forum Cultural Mundial deve ter tidoprovavelmente tantas leituras como participantes, conseqüênciade ser uma primeira edição, o fragmento de um processo noque confluíram diversas expectativas, reflexões e resultados.Cremos meio ano depois do foro que é importante poder avaliar,porque no fundo queremos continuá-lo e estamos continuando.Mas os processos que tratam os desejos da gente, suacriatividade, seu pensamento, são processos quepermanentemente constróem e destróem. Não podem seravaliados em pouco tempo. Produzem efeitos, geram outrosprocessos, são fragmentos.

Do ponto de vista da nossa experiência, esta instância abriuum espaço frutífero de encontro, planificação e geração deprojetos coletivos, que foram e estão indo na direção de novosespaços. A RSD chegou ao foro com três iniciativas pendentes:reunir-se com seus coordenadores regionais (básico eimpossível de financiar), concretizar a realização do seu encontroanual, formar um grupo de trabalho que reunisse asuniversidades de dança da região.

Foi este marco internacional que permitiu a seis integrantes denossa rede se reunir presencialmente e conseguir articular açõesdesde a dança e para a região; foi no hall do foro que fechamosacordo com o Festival de Dança da cidade de Araraquara pararealizar o que foi um importante e integrador encontro regionalem setembro de 2004. Foi num dos tantos salões que puderamreunir-se a conhecer seus programas, pela primeira vez, muitasdas tantas universidades sul-americanas de dança. Incipiente,mas necessário. Urgente, mas esperado. Reunir-se, conhecer-se, capacitar-se.

O Forum Cultural Mundial viabilizou além destes processos, aparticipação da RSD numa mesa de trabalho sobre redes,organizada pelo Internacional European Theater Meeting e istoprovocou novas sinergias e mobilidade. Mobilidade, como disse

“Como não continuar? Todas estas ações já derivaram outras, já

se multiplicam e se celebram, se desfazem, se amalgamam”

o amigo asiático, do pensamento e do espírito mais que defronteiras físicas, e depois de tudo, quase a única com a quepodemos sonhar por enquanto, para todos.

Também nesses dias reforçamos contatos com redes africanas,forças que ainda não derivam em atividades concretas mascomeçam a transitar uma ponte ancestral, abandonada porséculos e a qual dá gosto tirar a poeira. Como não continuar?Todas estas ações já derivaram outras, já se multiplicam e secelebram, se desfazem, se amalgamam.

O cenário do foro poderia ter sido interpretado à primeira vistacomo uma coreografia na que a pauta era correr caoticamentepelos corredores com o programa na mão, entrar e sair denumerosos quartos, trocar papéis e cartões.

Mas creio que havia algo mais forte que as circunstâncias e aspalavras. Algo em comum que desde esse espaço nossubmergiu no mundo e que com paciência redescobrimos eminfinitas formas. Essa misteriosa e maravilhosa necessidade detransformar, criando.

Desde as redes reafirmamos que o desafio de nossa criaçãopassa pela formalização de cenários verdadeiramenteparticipativos, de planificação e gestão de projetos em diversasescalas. Ser capazes de articular com outras redes, detransformar-nos se é que queremos transformar, buscar novossentidos em nós, a cultura, nossa cultura.

Com todo respeito, se Carlos e José nos tivessem visto essesdias a todos com o poema debaixo do braço, elaborando aindamais perguntas, certamente que teriam sorrido com ternura. Eagora, o que? Os direitos, aonde? O conhecimento, para quem?

O desenvolvimento, quando?

O próximo foro cultural, como?

Natasha Melo - Red Sudamericana de Danza

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“O Rio, como sede do Fórum, reafirma sua

condição de capital cosmopolita e consolida

definitivamente sua presença na cultura

mundial”

O Rio é a cidade brasileira de maior investimento público em cultura, com 3% do orçamento

municipal, percentual recomendado pela Unesco. É a cidade que mais investe na

preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, no fomento de novas companhias de

teatro e dança, na música, na literatura e no cinema. A Prefeitura garante tudo isso, tendo

como prioridade promover transformação e inclusão social através da democratização do

acesso aos equipamentos urbanos de cultura. Prioridade essa que, em geral, faz parte

dos programas de organizações não-governamentais.

Não foi apenas por sua vocação histórica, como centro da cultura passada e contemporânea

do Brasil, mas principalmente em reconhecimento à sua tradição de tolerância, respeito e

valorização das distintas identidades e manifestações culturais, que o Rio é a cidade

escolhida para sediar o Fórum Cultural Mundial de 2006.

Consciente das funções da cultura, como elemento que transforma socialmente, reforça

identidades e revitaliza as cidades, o Rio, como sede do Fórum, reafirma sua condição de

capital cosmopolita e consolida definitivamente sua presença na cultura mundial.

Rio e Cultura, uma cidade e a sua alma.

Ricardo Macieira - Secretário das Culturasda Cidade do Rio de Janeiro

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Reconhecida mundialmente por conciliar patrimônio ambiental e legado histórico notáveis,

a cidade do Rio, também extremamente rica em manifestações culturais e produção artística,

terá a possibilidade, no ano de 2006, de ampliar sua visibilidade internacional ao sediar o

Fórum Cultural Mundial.

Dimensão fundamental da vida contemporânea, a cultura se consolida cada vez mais

como instrumento estratégico do desenvolvimento econômico e, sobretudo, como forma

substantiva de investimento no cidadão, contribuindo a partir daí para a formação de pessoas

éticas.

O Fórum Cultural Mundial será espaço de reflexão sobre a nova cultura que se desenha no

mundo. Uma cultura de transparência, com a fiscalização coletiva dos recursos aplicados.

Uma cultura de planejamento, com o fomento de estratégias de longo prazo para o

desenvolvimento combinado nos âmbitos cultural, social e econômico. Uma nova cultura

estética, que investe na contemporaneidade e na tradição, no futuro e na memória. Uma

cultura plural, que reconhece a diversidade das diferentes comunidades, de seus modos

de vida, sistemas de valores, crenças e tradições. Um cultura que ajuda a aumentar a

auto-estima das pessoas.

O Fórum é a cultura no centro das discussões. É o Brasil se firmando no cenário internacional.

É a cidade do Rio de Janeiro, que sempre reafirma sua condição de capital nacional da

cultura, alcançando o status de capital mundial da cultura.

Cesar Maia - Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro

“O Fórum Cultural Mundial será espaço de

reflexão sobre a nova cultura que se desenha

no mundo.”

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Alberto, Alberto Félix (Argentina) ............................................................................................................................... 275

Albuquerque, Durval Muniz de (Brasil) ....................................................................................................... 127, 128, 264

Ali, Taha Muhammad (Palestina) ................................................................................................................................ 139

Alckmin, Geraldo (Brasil) ............................................................................................................................................ 31

Andrade, Calor Drummond (Brasil) ................................................................................................................................ 9

Araújo, Padre Jurandyr Azevedo de (Brasil) ....................................................................................................... 103 - 106

Baniwa, Gersem Luciano (Brasil) ..................................................................................................................... 214 e 215

Barikrishnan, Gopal (Índia/ EUA) ................................................................................................................................ 244

Barros, Âmbar de Oliveira (Brasil) ..................................................................................................................... 226, 244

Bartlett, Ken (Inglaterra) ........................................................................................................................................... 141

Bautista, Reynaldo (Filipinas) .................................................................................................................................... 144

Becker, Erick (Venezuela) ......................................................................................................................................... 154

Benedetti, Mario (Uruguai) .......................................................................................................................................... 99

Bengu, Sibusiso (África do Sul) ..................................................................................................................... 88, 89, 145

Bonga (Angola) .................................................................................................................................................. 51, 224

Bonnin, Jean-Louis (França) ...................................................................................................................................... 108

Bordage, Fazette (França) ......................................................................................................................................... 136

Brecht, Bertold (Alemanha) ...................................................................................................................................... 179

Büllow, Andrés (Dinamarca) ........................................................................................................................................ 78

Bursztyn, Marcel (Brasil) ........................................................................................................................................... 259

Canclini, Nestor Garcia (Argentina) ............................................................................................................ 123, 125, 237

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Carrilho, Manuel Maria (Portugal) ................................................................................................................................. 94

Castro, Ubiratan de (Brasil) .............................................................................................................................. 110 - 114

Cavalcanti, Bruno César (Brasil) ...................................................................................................................... 129 e 130

Chung, Kiyul (Coréia/ EUA) ............................................................................................................................... 187, 273

Couto, Mia (Moçambique) ........................................................................................................................................... 41

Conome, Luis (Moçambique/ África do Sul) ............................................................................................................... 283

Dadson, Ama (Gana) .................................................................................................................................................. 51

Declaração de Okinawa ............................................................................................................................................ 223

Delorme, Jean Philippe (França / Brasil) ..................................................................................................................... 208

DeVlieg, Mary Ann (Bélgica) ..................................................................................................................................... 280

Diskin, Lia (Brasil) ..................................................................................................................................................... 197

Elmandjra, Mahdi (Marrocos) ..................................................................................................................... 222, 223, 257

Enwezor, Okwui (Nigéria) .......................................................................................................................................... 265

Faroult, David (França) ............................................................................................................................................. 257

Filho, Alberto Alves da Silva (Brasil) ........................................................................................................................... 284

Fragateiro, Carlos (Portugal) ............................................................................................................................ 171 e 172

Frateschi, Celso (Brasil) .................................................................................................................................. 270 e 272

Friese, Peter (Dinamarca) ........................................................................................................................................... 66

Gabriel, Panaibra (Moçambique) .................................................................................................................................. 95

Gallois, Dominique (Brasil) ........................................................................................................................................ 101

Garcia, Pedro (Brasil) ................................................................................................................................................ 273

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306Getino, Octavio (Argentina) ............................................................................................................................... 263, 265

Gil, Gilberto (Brasil) .............................................................................................................................. Págs. 21 - 26, 59

Girolamo, Cláudio de (Chile) ............................................................................................................................ 161 - 164

Gitai, Amos (Israel) .................................................................................................................................................... 45

Gonçalvez, José Manuel (França) .............................................................................................................................. 177

Gulberg, Horacio Cerutti (México) ................................................................................................................................ 86

Haile, Reesom (Eritréia)............................................................................................................................................ 201

Héau, Laurent (Gabão) ............................................................................................................................. 246, 257, 275

Hertling, Nele (Alemanha) ............................................................................................................................... 280 e 281

Jaenicke, Dieter (Alemanha) ............................................................................................................. Págs 37, 288 e 289

Jit, Krishen (Malásia) ................................................................................................................................................ 100

Khalili, Ali El (Cisjordânia) .......................................................................................................................................... 287

Leal, Maria Teresa (Brasil) ......................................................................................................................................... 174

Lemos, André (Brasil) ..................................................................................................................................... 134 e 135

Lepecki, André (Estados Unidos)............................................................................................................................... 176

Liao, Hsien Hao (Taiwan) ........................................................................................................................................... 126

Lima , Luis Paulo (Brasil) ........................................................................................................................................... 283

Lima, Luiz Costa (Brasil) ........................................................................................................................................... 223

Lima, Paulo Costa (Brasil) ................................................................................................................................. 127, 128

Loureiro, João de Jesus Paes (Brasil) ................................................................................................................. 242, 257

M’Balla, Elise (Camarões) ................................................................................................Págs. 132, 133, 187, 273, 281

M’Bambuya, Lupwish (Moçambique) ........................................................................................................................ 280,

Macieira, Ricardo (Brasil) .......................................................................................................................................... 298

Maia, César (Brasil) .................................................................................................................................................. 299

Mauro, Claudio Antônio de (Brasil) ....................................................................................................................... 93, 202

Mekawi, Enas (Alemanha) ........................................................................................................................................ 131

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307Melo, Natasha (Uruguai) ........................................................................................................................................... 297

Mendéz, Margarita (Espanha) .................................................................................................................................... 175

Miranda, Danilo (Brasil) ....................................................................................................................................... 10 e 11

Mollard, Claude (Franca) ........................................................................................................................................... 122

Moreira, Altair (Brasil) ....................................................................................................................................... 199, 226

Morte, Andrés (Espanha) .................................................................................................................................. 133, 140

Mosly, Mamdouh (Egito) ........................................................................................................................................... 280

Moura, Carlos (Brasil) ............................................................................................................................................... 282

Narby, Jeremy (França/ Canadá) ..................................................................................................................... 261 e 262

Naychapi, Tzamarenda (Equador) ......................................................................................................................... 68 - 73

Neil, Garry (Canadá) ......................................................................................................................................... 175, 226

Neto, Agostinho (Angola) ............................................................................................................................................ 65

Neto, João Cabral de Mello (Brasil) ............................................................................................................................ 267

Neto, Pedro Taddei (Brasil) ............................................................................................................................... 247 - 249

Niang, Margone (Nigéria) .......................................................................................................................................... 226

Nizery, François-P. (França) .................................................................................................................. Págs. 34, 35 e 36

Novaes, Regina (Brasil) ............................................................................................................................................ 137

Ong, Edric (Malásia) ................................................................................................................................. 133, 158, 226

Oxalá, Mãe Sylvia de (Brasil) ...................................................................................................................... Págs. 47 e 48

Pacheco, João (Brasil) ...................................................................................................................................... 126, 217

Paim, Paulo (Brasil) ........................................................................................................................... Págs. 58, 280, 281

Paz, Octavio (México) ............................................................................................................................................... 157

Petroni, Renata (EUA) ................................................................................................................................................. 56

Pianko, Francisco (Brasil) .......................................................................................................................................... 218

Pierantoni, Luca (Itália) ................................................................................................................................... 294 e 295

Pimentel, João (Brasil) ............................................................................................................................................. 226

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308Pinto, Antônio (Brasil) ............................................................................................................................................... 282

Pinto, Valdina (Brasil) .................................................................................................................................... Págs. 81,85

Plat, Els van der (Holanda) ........................................................................................................................................ 283

Poyato, Carmen Calvo (Espanha) ......................................................................................................... Págs. 27, 28 e 29

Price, Richard (EUA) ........................................................................................................................................ 151 - 153

Price, Sally (EUA) ..................................................................................................................................................... 108

Reyes, Rose (Brasil) .................................................................................................................................................. 42

Robatto, Lia (Brasil) .................................................................................................................................................. 285

Sall, Babacar (Congo) ....................................................................................................................................... 264, 281

Sall, Oumar (Senegal) .............................................................................................................................................. 257

Samassekou, Adama (Mali) .................................................................................................................................. 50, 51

Sanguinetti, Ines (Argentina) .................................................................................................................................... 108

Sant´Anna, Affonso Romano de (Brasil) .................................................................................................................... 221

Santilli, Juliana (Brasil) .............................................................................................................................................. 204

Sarkovas, Yacoff (Brasil) .......................................................................................................................................... 172

Schneider, Wolfgang (Alemanha) ........................................................................................................................ 79 e 80

Seidel, Carlos Daniel Del´Santo (Brasil) ................................................................................................... 192, 194 e 195

Sevcenko, Nicolau (Brasil) ................................................................................................................................... 60 - 63

Sidarus, Adel Youssef (Brasil) ........................................................................................................................... 119 - 122

Silva, Luiz Inácio Lula da (Brasil) ........................................................................................................... Págs. 18, 19 e 20

Silva, Ruy César (Brasil) ............................................................................................................................ Págs. 12 e 13

Sissoko, Regis (República Centro Africana) ................................................................................................................ 223

Smiers, Joost (Holanda) ........................................................................................................................................... 273

Smith, Bradford (Estados Unidos) ............................................................................................................................. 175

Soares, Sebastião (Brasil) ................................................................................................................................. 197, 226

Solanas, Fernando (Argentina) .................................................................................................................................. 250

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309Stella, André (Brasil) ................................................................................................................................................ 218

Suandi (Inglaterra) ......................................................................................................................................... 274 e 275

Sunkel, Guillermo (Chile) ................................................................................................................................. 182 - 186

Suplicy, Marta (Brasil) ................................................................................................................................ Págs. 32 e 33

Taberna, María Helena (Espanha) .............................................................................................................................. 131

Tagore, Rabindranath (Índia) ..................................................................................................................................... 239

Takahashi, Tadao (Brasil) .......................................................................................................................................... 255

Tan, Alvin (Singapura) ............................................................................................................................................... 131

Tapeba, Dourado Brasil) ........................................................................................................................................... 109

Taubkin, Benjamin (Brasil) ......................................................................................................................................... 142

Taukane, Darlene (Brasil) .......................................................................................................................................... 108

Tavares, Bráulio (Brasil) ............................................................................................................ 127, 128, 129, 255, 265

Tavares, Regina Moura (Brasil) .......................................................................................................................... 206, 255

Taylor, Charles ........................................................................................................................................................... 86

Torres, Rosa María (Equador) ............................................................................................................................... 90 - 92

Tuxá, Sandro (Brasil) ................................................................................................................................................ 151

Velasco Arroyo, Juan Carlos (Espanha) ........................................................................................................................ 86

Wolfensohn, James D. (EUA) ...................................................................................................................................... 39

Xavante, Agnelo (Brasil) ........................................................................................................................................... 218

Yassine, Tassadit (Argélia) ................................................................................................................................ 231 - 236

Yoshimoto, Mitsuhiro (Japão) ...................................................................................................................................... 96

Yudice, George (EUA) ................................................................................................................................................. 48

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PRESIDENTE DE HONRAGilberto Gil

Ministro da Cultura do Brasil

CONSELHO DIRETORPresidente

Danilo Santos de MirandaSESC –SP

Celso FrateschiSecretaria Municipal de Cultura de São Paulo

Cláudia CostinSecretaria de Cultura do Estado de São Paulo

Iara PietricovskyINESC

Franz PatayWorld Culture Forum Alliance

Paulo MiguezMinistério da Cultura

Rebecca RaposoGIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas

Regina NovaesIBASE / ISER

Ruy Cezar SilvaCasa Via Magia

Walter Roberto MaltaRede Brasil

Jorge WertheinUnesco

Octavio ArbelaezRede Latinoamericana

DIRETOR EXECUTIVODieter Jaenicke

ESCRITÓRIO REGIONAL BRASÍLIAGuilherme Reis

ESCRITÓRIO REGIONAL RIO DE JANEIROMaria Helena Alvarez

CADERNOS DO FORUM CULTURAL MUNDIAL:

COORDENAÇÃO EDITORIAL E TEXTOSRuy Cezar Silva, Paulo Costa Lima, Vanessa Salles,

Lia Robatto e Dieter Jaenicke

DESIGNER GRÁFICO - Criação e ArteRose Vermelho

PESQUISA TEMÁTICACasa Via Magia: Paulo Costa Lima, Ruy Cezar Silva, Lia

Robatto, Nádia Brito e Vanessa SallesSESC-SP: Danilo Santos de Miranda, Fernanda Pitta,Fernando Fialho, Ivan Giannini e Valter Sales Filho