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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO CADERNO TETRA 3

CADERNO 1 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO TETRA 3 · ... com máxima de 35,4 oC. Apenas cinco dias do mês tiveram ... apresentam um resumo esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOC A D E R N OTETRA 3

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Caro(a) professor(a),

O Manual do Professor constitui uma importante ferramenta para o uso dos cadernos de sala da

Coleção Pré-vestibular do Sistema de Ensino Poliedro (SEP) pelo corpo docente de nossas Unidades

Parceiras.

O objetivo é fomentar o conhecimento dos recursos contidos nas coleções para maximizar a

utilização dos materiais didáticos e possibilitar maiores resultados pedagógicos.

Neste Manual, descrevemos a estrutura e as seções contidas nos cadernos, fornecendo observações

que podem ajudá-lo(a) em sua dinâmica de ensino. Apresentamos também as resoluções dos exercícios

que serão trabalhados – como norteadoras à prática do professor – e possíveis exercícios opcionais –

como oportunidade de aprofundamento e completude do tempo despendido para as aulas.

Os cadernos possibilitam uma prática efetiva do aprendizado em sala de aula e, quando

utilizados em consonância com a fundamentação teórica contida nos livros de teoria, oferecem ao

aluno um aprendizado ainda mais amplo e completo.

Estimulamos o uso dos temas das aberturas dos capítulos e dos textos da seção “Texto

complementar” como pontos de partida para discussões em sala e como fontes de conhecimento

e curiosidades acerca dos assuntos da teoria.

Indicamos também o acesso aos diversos recursos que o Portal do Sistema Poliedro

(<www.sistemapoliedro.com.br>) oferece ao docente, como a análise de vestibulares, aulas-dica,

características e estrutura da coleção, matrizes de aula sugeridas e utilizadas nas Unidades-sede,

os Planejamentos dos cadernos de sala para as diferentes turmas, as resoluções das questões

presentes nos livros, videoaulas dos autores e também vídeos sobre as disciplinas da coleção.

Além desses recursos, oferecemos materiais que complementam o caderno e ampliam a

formação dos alunos do PV, tais como:

• Minuto de Leitura;

• Leia Agora;

• Balcão de Redação; e

• Banco de Questões.

Destacamos a importância da visualização dos relatórios e devolutivas dos simulados contidos

no EDROS como insumos para análise docente e da coordenação, visando potencializar as aulas

e os resultados acadêmicos.

Todas as iniciativas do SEP em oferecer recursos, ferramentas e materiais voltados à formação

do aluno, garantindo um rigor acadêmico almejado pelas escolas parceiras, buscam apoiar

o docente; mas, vale ressaltar, o professor se mantém como principal protagonista da prática

pedagógica, tendo total autonomia na utilização dos recursos oferecidos.

Esperamos que explore cada uma das ferramentas disponibilizadas e que conte com o SEP para

quaisquer esclarecimentos.

Sistema de Ensino Poliedro

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SumárioManual do Professor

Estrutura geral dos cadernos .................................. 4Aulas ................................................................... 5Exercícios de Sala ................................................. 6Guia de estudo ..................................................... 7

Orientações específicas .......................................... 7Orientações: Aula 19 .............................................. 8

Resoluções ........................................................... 11Orientações: Aula 20 .............................................. 13

Resoluções ........................................................... 16Orientações: Aula 21 .............................................. 18

Resoluções ........................................................... 20Orientações: Aula 22 .............................................. 22

Resoluções ........................................................... 25Orientações: Aula 23 .............................................. 27

Resoluções ........................................................... 31Orientações: Aula 24 .............................................. 33

Resoluções ........................................................... 35

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ESTRUTURA GERAL DOS CADERNOSOs cadernos de sala, usados em conjunto com os livros de teoria, sintetizam e facilitam a compreensão

dos assuntos estudados. Todas as aulas apresentam os principais tópicos de cada tema abordado e oferecem exercícios que permitem enriquecer a discussão em sala de aula e contribuir com a fixação do aprendizado.

Assim como nos livros, as disciplinas nos cadernos são divididas em frentes, que devem ser trabalhadas paralelamente. Essa divisão não só facilita a organização dos estudos como permite uma visão ainda mais sistêmica dos tópicos abordados em cada disciplina.

A organização das atividades foi elaborada para aumentar a eficiência do trabalho em sala:

O sumário, ferramenta que deve ser divulgada pelos professores, conta com um controle no qual o aluno pode organizar sua rotina de aulas e estudos, tendo uma visualização rápida de seu avanço pelos tópicos estudados.

> 2013 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS > TETRA > TETRA 3 [2013] / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 592 / ANTONIO / 20-03-2013 (10:09)

O estudo de Interpretação de texto é organizado em frente única. No caderno Tetra 3, as páginas de 55 a 72 contêm as aulas referentes à essa disciplina.

1 Frente da disciplina. 2 Número das aulas. 3 Controle de aulas dadas e tópicos estudados em casa.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOProf.: Aula Estudo Aula 19 ..................... 56

Aula 20 ..................... 59

Aula 21 ..................... 62

Aula 22 ..................... 64

Aula 23 ..................... 67

Aula 24 ..................... 71

U

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

56 INT. DE TEXTO

Aula

19Argumentação

Para defender ideias, empregamos provas; essas provas são chamadas de argumentos. Nesta aula, es-tudaremos os principais tipos de argumento.

Argumento do anterior sobre o posterior• o que é anterior, mais velho, chegou primeiro e é

melhor, tem tradição:Poliedro, tradição em aprovação.

Argumento do posterior sobre o anterior• o que é posterior, mais novo, está em sintonia com

a modernidade:Chegou a nova Ferrari.Tecnologia de ponta é eufemismo.

Argumento do durável sobre o efêmero • o que dura é melhor do que o que é passageiro:

Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade.

Argumento do efêmero sobre o durável• o que é passageiro é melhor do que o que é durável:

Não use sacola de plástico, o plástico é de difícil de-composição.

Argumento de qualidade• aquilo que é raro. • o que é considerado melhor, o primeiro, superior.

Sebastian Vettel é realmente fantástico, é de longe o maior corredor de todos os tempos; o alemão tem que-brado todos os recordes.

Quantidade• a quantidade é qualidade.• uso de dados estatísticos, cifras.

A quantidade passa a ser sinônimo de qualidade:Bombril, mil e uma utilidades.

Argumento de direção• para atingir C, é preciso passar por B:

Para obter uma matrícula na universidade, é neces-sário passar no vestibular.

Argumento baseado na competência linguística• na construção do discurso, utiliza-se da criativi-

dade e da inteligência, adequadas ao público e ao contexto. A maneira de falar dá confiabilidade/destaque ao que está sendo dito.

Argumento prova-concreta Quando empregamos:

• dados estatísticos.• documentos.• fatos do cotidiano.• fatos históricos.

Veja um exemplo de prova-concreta:Janeiro de 2014 foi o mês mais quente na cidade de

São Paulo nos últimos 71 anos, apontam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde que a série histó-rica começou a ser feita, em 1943, nunca o mês registrou temperaturas tão elevadas, com média mensal das máxi-mas de 31,7 graus Celsius (oC). O dia mais quente foi re-gistrado em 3 de janeiro, com máxima de 35,4 oC. Apenas cinco dias do mês tiveram máxima abaixo de 30 oC.

Camila Maciel; Davi Oliveira (Ed.). "Capital paulista tem o janeiro mais quente dos últimos 71 anos". Agência Brasil, 31 jan. 2014. Disponível em: <www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/capital-paulista-tem-o-janeiro-

mais-quente-dos-ultimos-71-anos>. Acesso em: 10 fev. 2014. (Adapt.).

Argumento de autoridadeOcorre o argumento de autoridade quando há:

• citação direta (com aspas).• citação indireta (sem aspas).

Cita-se uma autoridade sobre o assunto do qual se fala.

Argumento de consensoSerá consenso:

• o que a ciência já provou.• o que dispensa outras provas.

Argumento baseado no raciocínio lógicoEis algumas relações semânticas empregadas nes-

se tipo de argumentação:• oposições.• analogias.• relações de causa e consequência.• probabilidades.• hipóteses.• explicações etc.

Textos, ideologia e argumentação III

AULASRespeitando o Planejamento para o Professor disponibilizado na Área Exclusiva, todas as aulas

apresentam um resumo esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando os principais conhecimentos estudados.

1 Disciplina, frente e número das aulas. 2 Título das aulas. 3 Resumo do assunto estudado por meio de tópicos, diagramas e ilustrações.

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57TETRA III INT. DE TEXTO

19Aula

Argumento de reciprocidade• quando há uma relação de troca:

Olho por olho, dente por dente.

Argumento de ressalva• quando se reconhece um argumento oposto, po-

rém de menor importância.• emprego das conjunções concessivas (embora,

ainda que etc.).

Argumento de presença• a prova é mostrada pelo acusador (arma do crime).• presença do palestrante, político etc.

Argumento baseado no sacrifício• alguém se sacrificou pelo outro.

Exercícios de Sala

1 Enem 2010 A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas.

S. A. B. Simurro. Ser gentil é ser saudável. Disponível em: <www.abqv.org.br>. Acesso em: 22 jun. 2006. (Adapt.).

No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as re-gras de boa educação. A argumentação construída:(a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações

de causa e de consequência.(b) descreve condições para a ocorrência de atitudes

educadas.(c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser

praticada.(d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal.(e) mostra oposição e acrescenta ideias.

2 Enem 2010

A carreira do crimeEstudo feito por pesquisadores da Fundação Oswal-

do Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais des-sas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado enfrenta no combate ao crime organizado.

O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precá-ria (nenhum dos entrevistados havia completado o Ensi-no Fundamental) um plano de carreira bem-estruturado, com salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00 mensais. Para uma base de comparação, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da popu-lação brasileira com mais de dez anos que declara ter uma atividade remunerada ganha no máximo o "piso sa-larial" oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela

pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000 mensais; já na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.

Tais rendimentos mostram que as políticas sociais com-pensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15,00 mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes de impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas ali-viam um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais a manterem os filhos estudando, o que de modo algum im-possibilita a opção pela delinquência. No mesmo sentido, os programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime or-ganizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de futebol) são importantes, mas não resolvem o problema.

A única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adoles-centes provam isso: eles são elevados precisamente porque a possibilidade de ser preso não é desprezível. É preciso que o Executivo Federal e os estaduais desmontem as or-ganizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.

Editorial. Folha de S.Paulo, 15 jan. 2003.

Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para:(a) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em

torno do narcotráfico.(b) a constatação de que o narcotráfico restringe-se

aos centros urbanos.(c) a informação de que as políticas sociais compensató-

rias eliminarão a atividade criminosa a longo prazo.(d) o convencimento do leitor de que, para haver a

superação do problema do narcotráfico, é preciso aumentar a ação policial.

(e) uma exposição numérica realizada com o fim de mostrar que o negócio do narcotráfico é vantajoso e sem riscos.

EXERCÍCIOS DE SALAEm cada aula há a proposta de questões, muitas delas retiradas de importantes exames vestibulares de

todo o Brasil, a serem feitas com o professor, com toda a classe e/ou individualmente pelos alunos. Nesse momento, aspectos relevantes da aula são retomados, dando oportunidade ao professor e aos alunos de discutirem possíveis dificuldades. Todos os exercícios têm sua resolução apresentada neste Manual.

1 Além das questões do livro, uma seção de exercícios, específicos sobre o assunto das aulas, é apresentada.

2 Questões possibilitam a fixação dos conteúdos estudados e oferecem preparação adicional aos alunos.

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1 Indicação de disciplina, livro, frente e capítulo correspondentes à aula.

2 Localização das páginas do livro com a teoria estudada.

3 Seleção de exercícios.

GUIA DE ESTUDOAo final de cada aula, o caderno de sala oferece um guia que orienta o aluno para os estudos que

serão realizados em casa. A seção “Guia de estudo” direciona a leitura, no livro de teoria, dos assuntos que foram tratados em aula. Além disso, indica exercícios pertinentes a serem resolvidos, visando consolidar o conhecimento adquirido em sala.

Considerando que o tempo de estudo em casa deve ser cumprido de forma satisfatória para o aluno, esse Guia de estudos é pensado com bastante cuidado. Ao indicar o número de exercícios a serem feitos, consideram-se o tempo destinado à leitura da teoria e também o tempo que será despendido para a resolução das questões. Assim, o resultado é a satisfação do aluno, que consegue cumprir suas metas diárias de estudo em um tempo possível.

ORIENTAÇÕES ESPECÍFICASDe acordo com a Matriz de Referência de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias proposta pelo Inep

(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), as competências de áreas 5, 6, 7 e 8 referem-se, respectivamente, a:5. Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus

contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

6. Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

7. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.8. Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e

integradora da organização do mundo e da própria identidade.A essas competências correspondem diversas habilidades, tais como reconhecer a existência de valores

sociais na produção literária nacional; identificar, em diversos gêneros e tipos de texto, elementos que contribuem para sua organização e progressão temática; a partir da análise dos recursos argumentativos de um texto, identificar o objetivo de seu autor, bem como o público ao qual o texto se destina; reconhecer variedades linguísticas sociais, regionais e de registro em marcas linguísticas presentes em diferentes tipos de texto.

Tendo isso em vista, podemos perceber, no ensino corrente da Língua Portuguesa, uma maior preocupação em desenvolver em sala de aula uma prática pedagógica que vá além do simples esforço – por vezes desestimulante – em incutir nos alunos regras gramaticais e características das escolas literárias. É cada vez mais importante voltar-se para a formação de alunos críticos, capazes de interagir em situações comunicativas por meio de diferentes tipos de texto e que entendam que ler não implica apenas em decodificar, mas também em uma série de outras ações, como identificar, relacionar, abstrair, deduzir, comparar, agrupar, hierarquizar etc. Desse modo, criam-se condições para que os alunos possam relacionar e trabalhar as competências e habilidades empregadas nas diferentes situações de uso da língua, seja em família, com os amigos, no trabalho, na escola etc.

Cabe ressaltar, ainda, que a capacidade de compreender textos é importante não somente na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, mas em todas as demais áreas do conhecimento. A percepção da estrutura cronológica em vários textos dos livros de História é fundamental para a correta assimilação das informações, assim como a interpretação exata dos dados fornecidos nos problemas de Matemática.

Nesse sentido, o livro de Interpretação de Texto procura dar ao texto um espaço privilegiado, em que ele passa a ser analisado cientificamente, desde sua estrutura profunda até a superfície de sua significação. Para tanto, ao longo dos capítulos, são contemplados textos literários, jornalísticos, publicitários, visuais etc., dando ao aluno a possibilidade de se familiarizar com a análise de textos das mais diversas fontes, verbais ou não verbais. Soma-se a isso a seleção cuidadosa de exercícios provenientes de importantes exames vestibulares, possibilitando a professores e alunos um melhor aproveitamento e avaliação dos conteúdos abordados no livro, seja durante a aula, ou com o estudo em casa.

Boas aulas!

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 7I. Leia as páginas de 137 a 140.II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 8, 11 e 12.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

56 INT. DE TEXTO

Aula

19Argumentação

Para defender ideias, empregamos provas; essas provas são chamadas de argumentos. Nesta aula, es-tudaremos os principais tipos de argumento.

Argumento do anterior sobre o posterior• o que é anterior, mais velho, chegou primeiro e é

melhor, tem tradição:Poliedro, tradição em aprovação.

Argumento do posterior sobre o anterior• o que é posterior, mais novo, está em sintonia com

a modernidade:Chegou a nova Ferrari.Tecnologia de ponta é eufemismo.

Argumento do durável sobre o efêmero • o que dura é melhor do que o que é passageiro:

Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade.

Argumento do efêmero sobre o durável• o que é passageiro é melhor do que o que é durável:

Não use sacola de plástico, o plástico é de difícil de-composição.

Argumento de qualidade• aquilo que é raro. • o que é considerado melhor, o primeiro, superior.

Sebastian Vettel é realmente fantástico, é de longe o maior corredor de todos os tempos; o alemão tem que-brado todos os recordes.

Quantidade• a quantidade é qualidade.• uso de dados estatísticos, cifras.

A quantidade passa a ser sinônimo de qualidade:Bombril, mil e uma utilidades.

Argumento de direção• para atingir C, é preciso passar por B:

Para obter uma matrícula na universidade, é neces-sário passar no vestibular.

Argumento baseado na competência linguística• na construção do discurso, utiliza-se da criativi-

dade e da inteligência, adequadas ao público e ao contexto. A maneira de falar dá confiabilidade/destaque ao que está sendo dito.

Argumento prova-concreta Quando empregamos:

• dados estatísticos.• documentos.• fatos do cotidiano.• fatos históricos.

Veja um exemplo de prova-concreta:Janeiro de 2014 foi o mês mais quente na cidade de

São Paulo nos últimos 71 anos, apontam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde que a série histó-rica começou a ser feita, em 1943, nunca o mês registrou temperaturas tão elevadas, com média mensal das máxi-mas de 31,7 graus Celsius (oC). O dia mais quente foi re-gistrado em 3 de janeiro, com máxima de 35,4 oC. Apenas cinco dias do mês tiveram máxima abaixo de 30 oC.

Camila Maciel; Davi Oliveira (Ed.). "Capital paulista tem o janeiro mais quente dos últimos 71 anos". Agência Brasil, 31 jan. 2014. Disponível em: <www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/capital-paulista-tem-o-janeiro-

mais-quente-dos-ultimos-71-anos>. Acesso em: 10 fev. 2014. (Adapt.).

Argumento de autoridadeOcorre o argumento de autoridade quando há:

• citação direta (com aspas).• citação indireta (sem aspas).

Cita-se uma autoridade sobre o assunto do qual se fala.

Argumento de consensoSerá consenso:

• o que a ciência já provou.• o que dispensa outras provas.

Argumento baseado no raciocínio lógicoEis algumas relações semânticas empregadas nes-

se tipo de argumentação:• oposições.• analogias.• relações de causa e consequência.• probabilidades.• hipóteses.• explicações etc.

Textos, ideologia e argumentação III

Orientações

A intenção é permitir que o aluno identifique o que é um argumento e quais são as suas funções na construção de um texto. Afinal, por que precisamos argumentar? Para estabelecer esse paralelo, são apresentados, com composições textuais do cotidiano, os mais diversos tipos de argumentos. Estes podem ser verificados identificando que cada um deles têm intenção e construção distintas.

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

56 INT. DE TEXTO

Aula

19Argumentação

Para defender ideias, empregamos provas; essas provas são chamadas de argumentos. Nesta aula, es-tudaremos os principais tipos de argumento.

Argumento do anterior sobre o posterior• o que é anterior, mais velho, chegou primeiro e é

melhor, tem tradição:Poliedro, tradição em aprovação.

Argumento do posterior sobre o anterior• o que é posterior, mais novo, está em sintonia com

a modernidade:Chegou a nova Ferrari.Tecnologia de ponta é eufemismo.

Argumento do durável sobre o efêmero • o que dura é melhor do que o que é passageiro:

Duralmort, as pilhas que duram para a eternidade.

Argumento do efêmero sobre o durável• o que é passageiro é melhor do que o que é durável:

Não use sacola de plástico, o plástico é de difícil de-composição.

Argumento de qualidade• aquilo que é raro. • o que é considerado melhor, o primeiro, superior.

Sebastian Vettel é realmente fantástico, é de longe o maior corredor de todos os tempos; o alemão tem que-brado todos os recordes.

Quantidade• a quantidade é qualidade.• uso de dados estatísticos, cifras.

A quantidade passa a ser sinônimo de qualidade:Bombril, mil e uma utilidades.

Argumento de direção• para atingir C, é preciso passar por B:

Para obter uma matrícula na universidade, é neces-sário passar no vestibular.

Argumento baseado na competência linguística• na construção do discurso, utiliza-se da criativi-

dade e da inteligência, adequadas ao público e ao contexto. A maneira de falar dá confiabilidade/destaque ao que está sendo dito.

Argumento prova-concreta Quando empregamos:

• dados estatísticos.• documentos.• fatos do cotidiano.• fatos históricos.

Veja um exemplo de prova-concreta:Janeiro de 2014 foi o mês mais quente na cidade de

São Paulo nos últimos 71 anos, apontam dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde que a série histó-rica começou a ser feita, em 1943, nunca o mês registrou temperaturas tão elevadas, com média mensal das máxi-mas de 31,7 graus Celsius (oC). O dia mais quente foi re-gistrado em 3 de janeiro, com máxima de 35,4 oC. Apenas cinco dias do mês tiveram máxima abaixo de 30 oC.

Camila Maciel; Davi Oliveira (Ed.). "Capital paulista tem o janeiro mais quente dos últimos 71 anos". Agência Brasil, 31 jan. 2014. Disponível em: <www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/01/capital-paulista-tem-o-janeiro-

mais-quente-dos-ultimos-71-anos>. Acesso em: 10 fev. 2014. (Adapt.).

Argumento de autoridadeOcorre o argumento de autoridade quando há:

• citação direta (com aspas).• citação indireta (sem aspas).

Cita-se uma autoridade sobre o assunto do qual se fala.

Argumento de consensoSerá consenso:

• o que a ciência já provou.• o que dispensa outras provas.

Argumento baseado no raciocínio lógicoEis algumas relações semânticas empregadas nes-

se tipo de argumentação:• oposições.• analogias.• relações de causa e consequência.• probabilidades.• hipóteses.• explicações etc.

Textos, ideologia e argumentação III

57TETRA III INT. DE TEXTO

19Aula

Argumento de reciprocidade• quando há uma relação de troca:

Olho por olho, dente por dente.

Argumento de ressalva• quando se reconhece um argumento oposto, po-

rém de menor importância.• emprego das conjunções concessivas (embora,

ainda que etc.).

Argumento de presença• a prova é mostrada pelo acusador (arma do crime).• presença do palestrante, político etc.

Argumento baseado no sacrifício• alguém se sacrificou pelo outro.

Exercícios de Sala

1 Enem 2010 A gentileza é algo difícil de ser ensinado e vai muito além da palavra educação. Ela é difícil de ser encontrada, mas fácil de ser identificada, e acompanha pessoas generosas e desprendidas, que se interessam em contribuir para o bem do outro e da sociedade. É uma atitude desobrigada, que se manifesta nas situações cotidianas e das maneiras mais prosaicas.

S. A. B. Simurro. Ser gentil é ser saudável. Disponível em: <www.abqv.org.br>. Acesso em: 22 jun. 2006. (Adapt.).

No texto, menciona-se que a gentileza extrapola as re-gras de boa educação. A argumentação construída:(a) apresenta fatos que estabelecem entre si relações

de causa e de consequência.(b) descreve condições para a ocorrência de atitudes

educadas.(c) indica a finalidade pela qual a gentileza pode ser

praticada.(d) enumera fatos sucessivos em uma relação temporal.(e) mostra oposição e acrescenta ideias.

2 Enem 2010

A carreira do crimeEstudo feito por pesquisadores da Fundação Oswal-

do Cruz sobre adolescentes recrutados pelo tráfico de drogas nas favelas cariocas expõe as bases sociais des-sas quadrilhas, contribuindo para explicar as dificuldades que o Estado enfrenta no combate ao crime organizado.

O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precá-ria (nenhum dos entrevistados havia completado o Ensi-no Fundamental) um plano de carreira bem-estruturado, com salários que variam de R$ 400,00 a R$ 12.000,00 mensais. Para uma base de comparação, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da popu-lação brasileira com mais de dez anos que declara ter uma atividade remunerada ganha no máximo o "piso sa-larial" oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela

pesquisa, 25% recebiam mais de R$ 2.000 mensais; já na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.

Tais rendimentos mostram que as políticas sociais com-pensatórias, como o Bolsa-Escola (que paga R$ 15,00 mensais por aluno matriculado), são por si só incapazes de impedir que o narcotráfico continue aliciando crianças provenientes de estratos de baixa renda: tais políticas ali-viam um pouco o orçamento familiar e incentivam os pais a manterem os filhos estudando, o que de modo algum im-possibilita a opção pela delinquência. No mesmo sentido, os programas voltados aos jovens vulneráveis ao crime or-ganizado (circo-escolas, oficinas de cultura, escolinhas de futebol) são importantes, mas não resolvem o problema.

A única maneira de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão, que aumenta os riscos para os que escolhem esse caminho. Os rendimentos pagos aos adoles-centes provam isso: eles são elevados precisamente porque a possibilidade de ser preso não é desprezível. É preciso que o Executivo Federal e os estaduais desmontem as or-ganizações paralelas erguidas pelas quadrilhas, para que a certeza de punição elimine o fascínio dos salários do crime.

Editorial. Folha de S.Paulo, 15 jan. 2003.

Com base nos argumentos do autor, o texto aponta para:(a) uma denúncia de quadrilhas que se organizam em

torno do narcotráfico.(b) a constatação de que o narcotráfico restringe-se

aos centros urbanos.(c) a informação de que as políticas sociais compensató-

rias eliminarão a atividade criminosa a longo prazo.(d) o convencimento do leitor de que, para haver a

superação do problema do narcotráfico, é preciso aumentar a ação policial.

(e) uma exposição numérica realizada com o fim de mostrar que o negócio do narcotráfico é vantajoso e sem riscos.

Anotações

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3 Enem 2012 Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebra-das por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reporta-gem sobre separação. Mas acho que os advogados con-sultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de par-tilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.

Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 26 fev. 2012. (Adapt.).

O texto foi publicado em uma revista de grande circu-lação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto:(a) faz uma síntese do que foi abordado na reporta-

gem.(b) discute problemas conjugais que conduzem à se-

paração.(c) aborda a importância dos advogados em proces-

sos de separação.(d) oferece dicas para orientar as pessoas em proces-

sos de separação.(e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem,

lançando novas ideias.

4 Enem 2012

Laerte. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br>.

Acesso em: 8 set. 2011.

Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?(a) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.(b) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.(c) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com

um produto eletrônico.(d) Comparação, ao enfatizar que os produtos apre-

sentados anteriormente são inferiores.(e) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os

anseios do consumidor.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 7I. Leia as páginas de 137 a 140.II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 8, 11 e 12.

Anotações

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Aula

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3 Enem 2012 Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebra-das por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reporta-gem sobre separação. Mas acho que os advogados con-sultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de par-tilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.

Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 26 fev. 2012. (Adapt.).

O texto foi publicado em uma revista de grande circu-lação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do texto:(a) faz uma síntese do que foi abordado na reporta-

gem.(b) discute problemas conjugais que conduzem à se-

paração.(c) aborda a importância dos advogados em proces-

sos de separação.(d) oferece dicas para orientar as pessoas em proces-

sos de separação.(e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem,

lançando novas ideias.

4 Enem 2012

Laerte. Disponível em: <http://blog.educacional.com.br>.

Acesso em: 8 set. 2011.

Que estratégia argumentativa leva o personagem do terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?(a) Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.(b) Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.(c) Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com

um produto eletrônico.(d) Comparação, ao enfatizar que os produtos apre-

sentados anteriormente são inferiores.(e) Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os

anseios do consumidor.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 7I. Leia as páginas de 137 a 140.II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 8, 11 e 12.

Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: E. A argumentação se faz por meio da oposição entre as palavras difícil e fácil seguida de acréscimo de ideias.

2 Alternativa: D. O último parágrafo do texto afirma que a única maneira de diminuir a ação do narcotráfico é a repressão: “A única maneira

de reduzir a atração exercida pelo tráfico é a repressão”.

3 Alternativa: E. Ao criticar, na seção de carta do leitor, o artigo em que advogados instruem casais quanto à separação, o autor do texto rebate

o enfoque superficial dado à questão e sugere conselhos úteis.

4 Alternativa: E. Para sua interlocutora aceitar a maçã oferecida inicialmente por uma bruxa (no primeiro quadrinho) e, depois, por uma

serpente (no segundo quadrinho), a personagem masculina oferece-lhe uma pechincha: pelo irrisório valor de R$ 10,00, ela levaria, além da fruta, um celular, objeto de desejo dos indivíduos de uma sociedade de consumo. Dessa forma, a personagem masculina elabora um discurso de acordo com os anseios de um consumidor.

Anotações

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Anotações

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59TETRA III INT. DE TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Aula

20O signo• Signo: pode ser entendido como uma representa-

ção do real; a palavra, por exemplo, é um signo.

• Composição do signo: ele possui uma dupla face, um significante e um significado.

• Significante: é a parte presente, material do sig-no, a parte sensível (você capta o significante por meio das sensações); na linguagem escrita, a letra é um significante; na linguagem oral, o fonema. No nível da linguagem visual, as cores e os traços fazem parte do significante do desenho ou do qua-dro; no nível da sintaxe, as estruturas sintáticas funcionam como significante.

• Significado: é a parte ausente, o que algo significa.

• Signo verbal: é arbitrário, muda de acordo com a civilização (para o signo casa, temos, no inglês, house; no francês, maison, por exemplo).

• Signo visual: é universal, a imagem da casa (sig-no visual) será entendida em todas as civilizações.

• Aproximação entre significante e significado: a forma (sons, letras, cores, traços) remete ao con-teúdo (significado). Por exemplo:

A ausência de letras (significante) nas palavras devastação e na-tureza refere-se à própria devastação.

Exercícios de Sala

1 Enem 2008 Os signos visuais, como meios de co-municação, são classificados em categorias de acordo com seus significados. A categoria denominada "indí-cio" corresponde aos signos visuais que têm origem em formas ou situações naturais ou casuais, as quais, devido à ocorrência em circunstâncias idênticas, mui-tas vezes repetidas, indicam algo e adquirem signifi-cado. Por exemplo, nuvens negras indicam tempestade. Com base nesse conceito, escolha a opção que repre-senta um signo da categoria dos "indícios".

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

Nível da expressão I

Orientações

Apresentar aos alunos conceitos básicos de semiótica é, na realidade, uma maneira de oferecer mais recursos para que seja feita uma boa interpretação textual. Preocupe-se em exemplificar os conceitos expressos de maneira que esse assunto, essencialmente complexo, torne-se mais claro; use um mesmo signo para observar significado e significantes atribuídos. Os exercícios não tratam diretamente dos conceitos trabalhados, portanto é fundamental explicar de que maneira a apreensão de tais conhecimentos pode ajudar na resolução das questões.

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2 Fuvest 2007 Leia o texto a seguir:Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre

pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com preci-sas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último "Quarto de Badulaques". Acontece que eu, acos-tumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em "varreção" – do verbo "varrer". De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma repro-vação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário [...]. O certo é "varrição", e não "varreção". Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de "varrição". E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário [...]. Porque para eles não é o dicioná-rio que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala "varreção", quando não "barreção". O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

Rubem Alves. Disponível em: <http://rubemalves.uol.com.br/quartodebadulaques>.

"Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas re-clama sempre que o prato está rachado." Considerada no contexto, essa frase indica, em senti-do figurado, que, para o autor,(a) a forma e o conteúdo são indissociáveis em qual-

quer mensagem.(b) a forma é um acessório do conteúdo, que é o es-

sencial.(c) o conteúdo prescinde de qualquer forma para se

apresentar.(d) a forma perfeita é condição indispensável para o

sentido exato do conteúdo.(e) o conteúdo é impreciso, se a forma apresenta al-

guma imperfeição.

3 Enem 2011 A dança é um importante componente cul-tural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fa-tos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos.Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo:

Educação Física. São Paulo: 2009. (Adapt.).

A dança, como manifestação e representação da cul-tura rítmica, envolve a expressão corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela:(a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, in-

telectuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo de expressar-se no mundo.

(b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsiderando fa-tos históricos.

(c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mi-tológica e religiosa de cada região, sobrepondo aspectos políticos.

(d) tradições culturais de cada região, cujas manifes-tações rítmicas são classificadas em um ranking das mais originais.

(e) lendas, que se sustentam em inverdades históri-cas, uma vez que são inventadas, e servem apenas para a vivência lúdica de um povo.

Anotações

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2 Fuvest 2007 Leia o texto a seguir:Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre

pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com preci-sas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último "Quarto de Badulaques". Acontece que eu, acos-tumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em "varreção" – do verbo "varrer". De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma repro-vação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário [...]. O certo é "varrição", e não "varreção". Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de "varrição". E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário [...]. Porque para eles não é o dicioná-rio que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala "varreção", quando não "barreção". O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

Rubem Alves. Disponível em: <http://rubemalves.uol.com.br/quartodebadulaques>.

"Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas re-clama sempre que o prato está rachado." Considerada no contexto, essa frase indica, em senti-do figurado, que, para o autor,(a) a forma e o conteúdo são indissociáveis em qual-

quer mensagem.(b) a forma é um acessório do conteúdo, que é o es-

sencial.(c) o conteúdo prescinde de qualquer forma para se

apresentar.(d) a forma perfeita é condição indispensável para o

sentido exato do conteúdo.(e) o conteúdo é impreciso, se a forma apresenta al-

guma imperfeição.

3 Enem 2011 A dança é um importante componente cul-tural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fa-tos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos.Secretaria da Educação. Proposta Curricular do Estado de São Paulo:

Educação Física. São Paulo: 2009. (Adapt.).

A dança, como manifestação e representação da cul-tura rítmica, envolve a expressão corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela:(a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, in-

telectuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo de expressar-se no mundo.

(b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsiderando fa-tos históricos.

(c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mi-tológica e religiosa de cada região, sobrepondo aspectos políticos.

(d) tradições culturais de cada região, cujas manifes-tações rítmicas são classificadas em um ranking das mais originais.

(e) lendas, que se sustentam em inverdades históri-cas, uma vez que são inventadas, e servem apenas para a vivência lúdica de um povo.

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4 FGV 2008 “Fabiano esfregou as mãos satisfeito e em-purrou os tições com a ponta da alpercata. As brasas estala-ram, a cinza caiu, um círculo de luz espalhou-se em redor da trempe de pedras, clareando vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos da mulher e os meninos deitados.”

Em “clareando vagamente os pés do vaqueiro, os joelhos da mulher e os meninos deitados”, Graciliano Ramos se vale de técnicas que se assemelham às do cinema, como se fosse o olhar da câmera. Explique esse mecanismo e contextualize seu efeito de sentido com base na obra lida.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8I. Leia as páginas 154 e 155.II. Faça o exercício 1 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 1, 2 e 16.

5 Unifesp 2011 [...] Um poeta dizia que o menino é o pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino.Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e vo-luntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obede-cia, – algumas vezes gemendo – mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu retorquia: “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matro-nas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me bei-jos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da mi-nha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras.

Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.

Para reforçar a caracterização do “menino diabo” atribuída ao narrador, é utilizado principalmente o se-guinte recurso estilístico:(a) amplo uso de metáforas que se reportam aos com-

portamentos negativos do menino.(b) seleção lexical que emprega muitos vocábulos ra-

ros à época, particularmente os adjetivos.(c) recurso frequente ao discurso direto para exempli-

ficar as traquinagens do garoto.(d) utilização recorrente de orações coordenadas sin-

déticas aditivas.(e) emprego significativo de orações subordinadas

adjetivas restritivas.

Anotações

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Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: B. As pegadas indiciam que alguém passou.

2 Alternativa: B. O fato de o amigo fazer observações de ordem mais gramatical leva o autor a considerar tais correções como uma ênfase à

forma. Contudo, sua posição é discordante, uma vez que na frase “Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela [...]”, o termo sopa

figurativiza o conteúdo e sinaliza para a inconformidade do autor com relação à postura do amigo, que só enfatiza a forma: “o prato está rachado”.

3 Alternativa: A. Ao se considerar a dança como representação da cultura de um povo, pressupõe-se que ela manifeste a afetividade, a história,

a ideologia e as aspirações intelectuais e espirituais de um povo.

4 Na técnica cinematográfica, conhecida como traveling, a câmera se move para registrar imagens do espaço. No texto apresentado, esse recurso possibilita relacionar a condição de miséria das personagens à condição de miséria da paisagem em que elas se inserem.

5 Alternativa: D. O autor reforça a caracterização do “menino diabo” descrevendo ações praticadas por ele. São colocadas em sequência

orações coordenadas sindéticas aditivas, como vemos no trecho: “Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce ‘por pirraça’; e eu tinha apenas seis anos”.

Anotações

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Anotações

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

62 INT. DE TEXTO

Aula

21Recursos visuais

Determinados recursos no nível da forma criam efeitos de sentido. Veja a seguir alguns deles.

A perspectiva• algo infinito, prolongado, ilimitado.• algo a ser conquistado ou percorrido.

O primeiro plano• efeito de aproximação. • objeto ou ser como foco principal.

O closeEfeito de aproximação:

• detalhe, particularidades.• parte pelo todo.

O dinâmico e o estático• dinâmico: ideia de aventura, paixão, jovialidade,

emoção, progressão temporal, ação em processo. • estático: ausência de progressão temporal, retrato,

detalhe, velhice, morte, monotonia.

A superatividade, a inferatividade, a lateralidade, o centro• superatividade: poder, espiritualidade, superiori-

dade em algum nível.

• inferatividade: coisas terrenas, aspecto carnal, material ou aquilo que indica inferioridade em al-gum nível.

• lateralidade: à margem do processo, secundário, de menor importância.

• centro: protagonismo, foco, poder.

O áspero e o liso• áspero: rudimentar, primitivo, relativo à masculi-

nidade.• liso: escorregadio, movimento, leveza, relativo à

feminilidade, modernidade.

Formas moles e formas duras• moles: feminilidade, subjetividade, adaptabilidade.• duras: solidez, racionalidade, materialidade, mas-

culinidade.

O reto e o curvo• reto: modernidade, rigidez, virilidade, masculinidade.• curvo: antiguidade (arquitetura barroca, Rococó),

suavidade, feminilidade, religiosidade, pomposidade.

O aberto e o fechado• aberto: liberdade, jovialidade, grandiosidade.• fechado: espaço descontínuo, intimidade, secreto,

opressão.

Exercícios de Sala

1 Enem 2009

A. Eckhout. Índio Tapuia (1610-1666).Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 9 jul. 2009.

A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, benfei-tos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.

P. V. Caminha. A carta. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 12 ago. 2009.

Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que:

Nível da expressão II

Orientações

Embora o destaque seja para os signos visuais, ou seja, para as características que compõem as imagens e as sensações por elas proporcionadas, é preciso destacar que, por meio de texto escrito apenas, também é possível descrever imagens e alcançar impressões semelhantes. Por isso, o cinema também compartilha com as produções textuais escritas diversas técnicas parecidas, como o close, a perspectiva, o plano etc. Destaque que os exercícios podem estabelecer paralelos entre a linguagem visual e a escrita.

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63TETRA III INT. DE TEXTO

21Aula

(a) ambos se identificam pelas características estéti-cas marcantes, como tristeza e melancolia, do mo-vimento romântico das artes plásticas.

(b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, repre-sentando-o de maneira realista, ao passo que o texto é apenas fantasioso.

(c) a pintura e o texto têm uma característica em co-mum, que é representar o habitante das terras que sofreriam processo colonizador.

(d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.

(e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é obje-to da catequização jesuítica.

2 Enem 2008 A linguagem utilizada pelos chineses há milhares de anos é repleta de símbolos, os ideogramas, que revelam parte da história desse povo. Os ideo-gramas primitivos são quase um desenho dos objetos re-presentados. Naturalmente, esses desenhos alteraram-se com o tempo, como ilustra a seguinte evolução do ideo-grama , que significa cavalo e em que estão representa-dos cabeça, cascos e cauda do animal.

Considerando o processo mencionado, escolha a se-quência que poderia representar a evolução do ideo-grama chinês para a palavra luta.

(a)

(b)

(c)

(d)

(e)

3 Enem 2008

Exame, 28 set. 2007.

Entre os seguintes ditos populares, qual deles melhor corresponde à figura acima?(a) Com perseverança, tudo se alcança.(b) Cada macaco no seu galho.(c) Nem tudo que balança cai.(d) Quem tudo quer, tudo perde.(e) Deus ajuda quem cedo madruga.

4 Enem 2006

As linhas nas duas figuras geram um efeito que se as-socia ao seguinte ditado popular:(a) Os últimos serão os primeiros.(b) Os opostos se atraem.(c) Quem espera sempre alcança.(d) As aparências enganam.(e) Quanto maior a altura, maior o tombo.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8I. Leia as páginas de 155 a 158.II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 5, 10 e 14.

Anotações

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Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: C. A alternativa a é incorreta, pois não há melancolia na imagem ou no texto. A alternativa b é incorreta porque o texto é um relato de viagem, podendo haver nele distorções, sem que seja fantasioso. A alternativa d é incorreta, já que, no texto e na pintura, a cultura indígena é discutida; em ambos os textos, os que enunciam

são europeus. A alternativa e é incorreta, pois não se observa a religiosidade na imagem; no texto, a referência às partes íntimas tem cunho

moral, mas não exatamente religioso.

2 Alternativa: B. O ideograma do enunciado passou por um processo de transformação artística, no qual a figura do cavalo tornou-se menos

estilística. A sequência que poderia representar a evolução do ideograma chinês para a palavra luta seria a da alternativa b, em que, inicialmente, é possível observar duas pessoas lutando.

3 Alternativa: A. O caracol é lento, portanto, para ele, é difícil começar a andar e carregar seu casco, mas ele persiste e consegue levar

tranquilamente sua “casa” nas costas. O difícil, então, é só começar, porque depois o fardo se torna suave e fácil, e é representado pela cama elástica. Assim, “Com perseverança, tudo se alcança”.

4 Alternativa: D. As imagens lidam com a questão da perspectiva: dependendo de onde se olha, o que se enxerga é diferente. Por isso, o ditado

que melhor se relaciona é “As aparências enganam.”

Anotações

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Anotações

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

64 INT. DE TEXTO

Aula

22Arte e linguagem

As linguagens se relacionam e se complementam. Nesta aula, estudaremos as principais características de algumas escolas de pintura a partir do Barroco, para que possamos relacionar a linguagem ao período de cada uma.

O Barroco• Temática realista, abrangendo todas as camadas

sociais. • Tentativa do pintor de captar cenas de maior in-

tensidade dramática.• Emoção, em oposição ao racionalismo da arte re-

nascentista.• Estilo grandioso, acentuado contraste de claro-

-escuro (expressão dos sentimentos).• Temática realista, intensidade dramática.• Composição assimétrica em diagonal.• Luz como guia do olhar do observador para o

acontecimento principal da obra.

O Romantismo• Escapismo ocorre no espaço.• Nacionalismo.• Emoção (implica movimento).• Subjetividade.• Tema da liberdade.• Libertação das convenções acadêmicas em favor

da livre expressão da personalidade do artista.• Valorização dos sentimentos e da imaginação.• Paisagem não é mero cenário, possui relação es-

treita com as personagens.• Profusão de cores reflete o estado do pintor.• Dinamismo nas telas.

O Realismo• Positivismo de Auguste Comte: exaltava religio-

samente a ciência.• Objetividade e praticidade cientítica eram o ideal

a ser seguido. • Observação da realidade, ênfase na razão e na

ciência.• Temas voltados para a ordem social e a política.• Trabalhadores e cenas do dia a dia são pintados.• Perspectiva para criar a ilusão de espaço, como

também a perspectiva aérea, dando uma nova vi-são da paisagem ou da cena (vista superior aérea).

• Volumes são muito bem representados, devido à gradação de cor, luz e sombra.

• Aparência real do objeto (a textura da pele, dos tecidos, da parede etc.).

O Modernismo• Cores do Brasil.• Resgate da cultura nacional.• Influência das vanguardas, estilo cubista, surrea-

lista etc.• Retrato do povo nas telas.• Imagens da favela.• Imagens do Carnaval.• Imagens de trabalhadores, retirantes.• Vanguardas: Expressionismo, Impressionismo,

Surrealismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Abstracionismo.

Nível da expressão III

Orientações

As escolas artísticas, ao longo da história, também influenciaram diretamente na produção textual, deixando como herança características que, além de determinarem a construção e a intenção do texto, podem ser relacionadas com outras produções artísticas. O Barroco, Romantismo, Realismo e Modernismo, bem como as vanguardas, devem ser trabalhados com relação à sua identidade mais evidente, garantindo bagagem cultural ao estudante (outros detalhes serão abordados diretamente em Literatura). A intenção é a

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

64 INT. DE TEXTO

Aula

22Arte e linguagem

As linguagens se relacionam e se complementam. Nesta aula, estudaremos as principais características de algumas escolas de pintura a partir do Barroco, para que possamos relacionar a linguagem ao período de cada uma.

O Barroco• Temática realista, abrangendo todas as camadas

sociais. • Tentativa do pintor de captar cenas de maior in-

tensidade dramática.• Emoção, em oposição ao racionalismo da arte re-

nascentista.• Estilo grandioso, acentuado contraste de claro-

-escuro (expressão dos sentimentos).• Temática realista, intensidade dramática.• Composição assimétrica em diagonal.• Luz como guia do olhar do observador para o

acontecimento principal da obra.

O Romantismo• Escapismo ocorre no espaço.• Nacionalismo.• Emoção (implica movimento).• Subjetividade.• Tema da liberdade.• Libertação das convenções acadêmicas em favor

da livre expressão da personalidade do artista.• Valorização dos sentimentos e da imaginação.• Paisagem não é mero cenário, possui relação es-

treita com as personagens.• Profusão de cores reflete o estado do pintor.• Dinamismo nas telas.

O Realismo• Positivismo de Auguste Comte: exaltava religio-

samente a ciência.• Objetividade e praticidade cientítica eram o ideal

a ser seguido. • Observação da realidade, ênfase na razão e na

ciência.• Temas voltados para a ordem social e a política.• Trabalhadores e cenas do dia a dia são pintados.• Perspectiva para criar a ilusão de espaço, como

também a perspectiva aérea, dando uma nova vi-são da paisagem ou da cena (vista superior aérea).

• Volumes são muito bem representados, devido à gradação de cor, luz e sombra.

• Aparência real do objeto (a textura da pele, dos tecidos, da parede etc.).

O Modernismo• Cores do Brasil.• Resgate da cultura nacional.• Influência das vanguardas, estilo cubista, surrea-

lista etc.• Retrato do povo nas telas.• Imagens da favela.• Imagens do Carnaval.• Imagens de trabalhadores, retirantes.• Vanguardas: Expressionismo, Impressionismo,

Surrealismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo, Abstracionismo.

Nível da expressão III

65TETRA III INT. DE TEXTO

22Aula

Exercícios de Sala

1 Enem 2011

N. Leirner. Tronco com cadeira (detalhe), 1964. Disponível em: <www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 27 jul. 2010.

Nessa estranha dignidade e nesse abandono, o ob-jeto foi exaltado de maneira ilimitada e ganhou um sig-nificado que se pode considerar mágico. Daí sua “vida inquietante e absurda”. Tornou-se ídolo e, ao mesmo tempo, objeto de zombaria. Sua realidade intrínseca foi anulada.

A. Jaffé. "O simbolismo nas artes plásticas". In: C.G. Jung (Org.). O homem e os seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

A relação observada entre a imagem e o texto apre-sentados permite o entendimento da intenção de um artista contemporâneo. Neste caso, a obra apresenta características:(a) funcionais e de sofisticação decorativa.(b) futuristas e do abstrato geométrico.(c) construtivistas e de estruturas modulares.(d) abstracionistas e de releitura do objeto.(e) figurativas e de representação do cotidiano.

2 Enem 2011

P. Picasso. Guernica. Óleo sobre tela. 349 X 777 cm.Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. Disponível em:

<www.fddreis.files.wordpress.com>. Acesso em: 26 jul. 2010.

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo:(a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca vá-

rias dimensões de um evento, renunciando à reali-dade, colocando-se em plano frontal ao espectador.

(b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano.

(c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volu-me, a perspectiva e a sensação escultórica.

(d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro.

(e) Uso de vários ícones que representam persona-gens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

de que o aluno tenha noções gerais sobre as características de cada escola para que possa, por conta própria, identificá-las em uma obra (textual ou representante de outra forma de arte) e interpretá-las.

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Aula

INT. DE TEXTO

22

3 Enem 2010

C. Monet. Mulher com sombrinha, 1875, 100 x 81 cm. In: W. Bekett. História da pintura. São Paulo: Ática, 1997.

Em busca de maior naturalismo em suas obras e fun-damentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a:(a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam

de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.(b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos,

que melhor definiam as imagens e as cores do ob-jeto representado.

(c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, re-criando, em suas telas, as imagens por eles ideali-zadas.

(d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissocia-das diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta.

(e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.

4 Enem 2011Texto I

Toca do Salitre – Piauí. Disponível em: <www.fumdham.org.br>. Acesso em: 27 juI. 2010.

Texto II

Arte Urbana. Foto: Diego Singh. Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 27 jul. 2010.

O grafite contemporâneo, considerado em alguns mo-mentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré--históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como:(a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu

efeito estético.(b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com

modelos estabelecidos.(c) o registro do pensamento e das crenças das socie-

dades em várias épocas.(d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas

classes dominantes.(e) o uso exclusivista da arte para atender aos interes-

ses da elite.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8I. Leia as páginas de 158 a 177.II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 6, 8, 9 e 15.

Anotações

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Aula

INT. DE TEXTO

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3 Enem 2010

C. Monet. Mulher com sombrinha, 1875, 100 x 81 cm. In: W. Bekett. História da pintura. São Paulo: Ática, 1997.

Em busca de maior naturalismo em suas obras e fun-damentando-se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a:(a) retratar, em suas obras, as cores que idealizavam

de acordo com o reflexo da luz solar nos objetos.(b) usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos,

que melhor definiam as imagens e as cores do ob-jeto representado.

(c) retratar paisagens em diferentes horas do dia, re-criando, em suas telas, as imagens por eles ideali-zadas.

(d) usar pinceladas rápidas de cores puras e dissocia-das diretamente na tela, sem misturá-las antes na paleta.

(e) usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeitos esfumaçados, tal como eram realizadas no Renascimento.

4 Enem 2011Texto I

Toca do Salitre – Piauí. Disponível em: <www.fumdham.org.br>. Acesso em: 27 juI. 2010.

Texto II

Arte Urbana. Foto: Diego Singh. Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 27 jul. 2010.

O grafite contemporâneo, considerado em alguns mo-mentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré--históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como:(a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu

efeito estético.(b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com

modelos estabelecidos.(c) o registro do pensamento e das crenças das socie-

dades em várias épocas.(d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas

classes dominantes.(e) o uso exclusivista da arte para atender aos interes-

ses da elite.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 8I. Leia as páginas de 158 a 177.II. Faça o exercício 3 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 6, 8, 9 e 15.

Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: D. A literatura e a arte plástica do Simbolismo procuram dar sugestões abstratas e inusitadas aos objetos, trabalhando com

associações ora oníricas, ora misteriosas. Faz-se uma releitura do objeto.

2 Alternativa: A. O Cubismo, iniciado no começo do século XX com o quadro Demoiselles D’Avignon, de Pablo Picasso, rompeu com o

paradigma de arte como mímese, ou seja, a ideia de a arte ser associada à beleza e à perfeição. Vanguarda artística de origem francesa, o Cubismo propõe a justaposição de figuras geométricas por meio de várias

perspectivas, como é descrito na célebre frase de Picasso: “Não pinto os objetos como os enxergo, e sim como os imagino”.

3 Alternativa: D. Seguindo a estética impressionista, o pintor registra a imagem com cores puras, não misturadas. Além disso, não há idealização

de cores e imagens.

4 Alternativa: C. Nos textos I e II, são mostradas duas figuras de diferentes tempos históricos: uma pintura rupestre, da Antiguidade, e um

grafite, do mundo contemporâneo. Sobre os elementos comuns às duas imagens, não se pode afirmar que: (a) há preferência por tintas naturais, pelo menos não hoje em dia; (b) há rompimento com modelos estabelecidos, uma vez que as figuras são registros do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas; (d) e (e) há restrição de uso pelas classes dominantes ou pela elite, já que o grafite, como o próprio enunciado afirma, é considerado uma arte marginal.

Anotações

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Anotações

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67TETRA III INT. DE TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Aula

23Os implícitos

Há várias formas de implícito; nesta aula, estuda-remos o pressuposto (marcado na frase) e o subenten-dido (não marcado na frase).

PressupostoDefine-se como o ato de pressupor um conteúdo;

atribui-se o conteúdo pressuposto a fatos conhecidos de todos e pelos quais ninguém responde. Veja os re-cursos linguísticos em que se apoiam os pressupostos:• Verbos factivos (pressupõem a verdade) ou con-

trafactivos (pressupõem a mentira):

O povo sabe que Jair Nonato é honesto. O presidente acredita que a oposição votará a seu favor.

• Verbos subjetivos (implicam um julgamento de valor):

O delegado confessou que participou da operação.

• Verbos ou marcadores aspectuais (pressupõem que havia um processo anteriormente):

Arnaldo, você parou de fofocar?

• Nominalizações (expressões sem verbo que pres-supõem um fato):

A loucura da filha levou-os à falência.

• Epítetos não restritivos (pressupõem que a qua-lidade era conhecida):

O professor fez referência àquela estranha funcio-nária.

• Interrogativas parciais (pressupõem um fato):

Quem assaltou a geladeira?

• SubentendidoTrata-se de forma implícita de dizer. Faz a respon-

sabilidade recair sobre o receptor, podendo o enuncia-dor afirmar, em qualquer tempo, que não foi ele quem disse algo, mas o outro quem assim interpretou. Para se criar o subentendido, são frequentes o uso da parte no lugar do todo e a transgressão à lei da conversação (toda pergunta pede uma resposta e, se essa não ocor-re, pode haver o subentendido). Observe:

• Parte pelo todo– O que você achou da prova?– A primeira questão estava fácil!

Pode estar subentendido que o restante da prova estava difícil, o que pode ser negado pelo falante que criou o subentendido:– Você está dizendo que o restante estava difícil?– Não, é que a primeira foi de graça, a prova estava

fácil.

• Lei da conversação– E aí, Isabella, vamos ao cinema?– Você sabia que a professora de inglês saiu da es-

cola?– Ah, sabia!– Tchau, vou estudar.

Isabella transgride uma lei da conversação no mo-mento em que não responde à pergunta, o que gera o subentendido de que ela não deseja ir ao cinema.

Implícitos, ambiguidadee semântica I

Orientações

Pressuposto e subentendido são duas chaves para a interpretação de textos. É necessário que o aluno perceba o quanto pode resolver exercícios com mais facilidade se estiver apto a perceber esses recursos tão presentes no dia a dia. Duas ferramentas são importantes para identificar as ideias subentendidas: a parte pelo todo e a lei da conversação. Pelos exercícios propostos, é possível perceber também a relação entre textos escritos e visuais, em que, muitas vezes, um é pressuposto para o outro ou os dois subentendem ideias semelhantes. Nesta aula, o aluno deve, portanto, desenvolver a habilidade de interpretar e perceber o que não está explícito no texto.

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Aula

INT. DE TEXTO

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Exercícios de Sala

1 Enem 2010Texto I

O chamado fumante passivo é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.

O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça “de segunda mão”, enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fu-mantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool.

Disponível em: <www.terra.com.br>. Acesso em: 27 abr. 2010. (Frag.).

Texto II

Disponível em: <http://rickjaimecomics.blogspot.com>. Acesso em: 27 abr. 2010.

Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que:(a) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, dia-

riamente, excede o máximo de nicotina recomendado para os indivíduos, inclusive para os não fumantes.

(b) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fu-mar, será necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo.

(c) a conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de manter a privacidade de cada indiví-duo e garantir a saúde de todos.

(d) os não fumantes precisam ser respeitados e pou-pados, pois estes também estão sujeitos às doen-ças causadas pelo tabagismo.

(e) o fumante passivo não é obrigado a inalar as mes-mas toxinas que um fumante, portanto depende de ele evitar ou não a contaminação proveniente da exposição ao fumo.

2 Enem 2013

Disponível em: <http://orion-oblog.blogspot.com.br>. Acesso em: 6 jun. 2012. (Adapt.).

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa propaganda revela que(a) o discurso ambientalista propõe formas radicais

de resolver os problemas climáticos.(b) a preservação da vida na Terra depende de ações

de dessalinização da água marinha.(c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia

o natural degelo das calotas polares.(d) o descongelamento das calotas polares diminui a

quantidade de água doce potável do mundo.(e) a agressão ao planeta é dependente da posição

assumida pelo homem frente aos problemas am-bientais.

Anotações

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Aula

INT. DE TEXTO

23

Exercícios de Sala

1 Enem 2010Texto I

O chamado fumante passivo é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. Até hoje, discutem-se muito os efeitos do fumo passivo, mas uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.

O fumo passivo é um problema de saúde pública em todos os países do mundo. Na Europa, estima-se que 79% das pessoas estão expostas à fumaça “de segunda mão”, enquanto, nos Estados Unidos, 88% dos não fu-mantes acabam fumando passivamente. A Sociedade do Câncer da Nova Zelândia informa que o fumo passivo é a terceira entre as principais causas de morte no país, depois do fumo ativo e do uso de álcool.

Disponível em: <www.terra.com.br>. Acesso em: 27 abr. 2010. (Frag.).

Texto II

Disponível em: <http://rickjaimecomics.blogspot.com>. Acesso em: 27 abr. 2010.

Ao abordar a questão do tabagismo, os textos I e II procuram demonstrar que:(a) a quantidade de cigarros consumidos por pessoa, dia-

riamente, excede o máximo de nicotina recomendado para os indivíduos, inclusive para os não fumantes.

(b) para garantir o prazer que o indivíduo tem ao fu-mar, será necessário aumentar as estatísticas de fumo passivo.

(c) a conscientização dos fumantes passivos é uma maneira de manter a privacidade de cada indiví-duo e garantir a saúde de todos.

(d) os não fumantes precisam ser respeitados e pou-pados, pois estes também estão sujeitos às doen-ças causadas pelo tabagismo.

(e) o fumante passivo não é obrigado a inalar as mes-mas toxinas que um fumante, portanto depende de ele evitar ou não a contaminação proveniente da exposição ao fumo.

2 Enem 2013

Disponível em: <http://orion-oblog.blogspot.com.br>. Acesso em: 6 jun. 2012. (Adapt.).

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa propaganda revela que(a) o discurso ambientalista propõe formas radicais

de resolver os problemas climáticos.(b) a preservação da vida na Terra depende de ações

de dessalinização da água marinha.(c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia

o natural degelo das calotas polares.(d) o descongelamento das calotas polares diminui a

quantidade de água doce potável do mundo.(e) a agressão ao planeta é dependente da posição

assumida pelo homem frente aos problemas am-bientais.

69TETRA III INT. DE TEXTO

23Aula

3 Enem 2013

Mal secretoSe a cólera que espuma, a dor que moraN’alma, e destrói cada ilusão que nasce.Tudo o que punge, tudo o que devoraO coração, no rosto se estampasse:

Se se pudesse, o espírito que chora.Ver através da máscara da face,Quanta gente, talvez, que inveja agoraNos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigoGuarda um atroz, recôndito inimigo.Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,Cuja ventura única consisteEm parecer aos outros venturosa!

R. Correia. In: M. Patriota. Para compreender Raimundo Correia. Brasília: Alhambra, 1995.

Coerente com a proposta parnasiana de cuidado for-mal e racionalidade na condução temática, o soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma como as emoções do indivíduo são julgadas em sociedade. Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela que(a) a necessidade de ser socialmente aceito leva o in-

divíduo a agir de forma dissimulada.(b) o sofrimento íntimo toma-se mais ameno quando

compartilhado por um grupo social.(c) a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças

neutraliza o sentimento de inveja.(d) o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a

apiedar-se do próximo.(e) a transfiguração da angústia em alegria é um arti-

fício nocivo ao convívio social.

4 Unicamp 2012

Texto IEntre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram

da condição de pobreza absoluta (rendimento médio do-miciliar per capita até meio salário mínimo mensal), per-mitindo que a taxa nacional dessa categoria de pobreza caísse 33,6%, passando de 43,4% para 28,8%.

No caso da taxa de pobreza extrema (rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal), observa-se um contingente de 13,1 mi-lhões de brasileiros a superar essa condição, o que possi-bilitou reduzir em 49,8% a taxa nacional dessa categoria de pobreza, de 20,9%, em 1995, para 10,5%, em 2008.

Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil, Comunicados do IPEA, 13 jul. 2010, p. 3.

Texto II

Benett. Disponível em: <chargesdobenett.zip.net>. Acesso em: 21 out. 2011.

a) Podemos relacionar os termos miséria e pobre-za, presentes no texto II, a dois conceitos que são abordados no texto I. Identifique esses conceitos e explique por que eles podem ser relacionados às noções de miséria e pobreza.

b) Que crítica é apresentada no texto II? Mostre como a charge constrói essa crítica.

Anotações

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70

Aula

INT. DE TEXTO

23

5 Unifesp 2014 Leia os textos enviados a uma revis-ta por dois de seus leitores.

Leitor 1: O alto número de óbitos entre as mulheres fez com que os cuidados com a saúde feminina se tornassem mais necessários. Hoje sabemos que estamos expostas a muitos fatores; por isso, conhecer os sintomas do infarto é fundamental.

Leitor 2: Os médicos devem se aprofundar nos estudos relacionados à saúde da mulher. A paciente, por sua vez, não pode deixar de se prevenir. Nesse processo, a infor-mação, os recursos adequados e profissionais capacita-dos são determinantes para diminuir os infartos.

Cartas. IstoÉ, 4 set. 2013. (Adapt.).

A comparação dos textos enviados pelos leitores per-mite afirmar corretamente que(a) duas mulheres escrevem à revista para falar da

prevenção dos infartos, mais incidentes no sexo feminino.

(b) duas pessoas escrevem à revista para expressar sua indignação com a falta de recursos destinados à saúde da mulher.

(c) dois profissionais da saúde escrevem à revista para reforçar a necessidade da medicina preven-tiva.

(d) duas pessoas escrevem à revista para ressaltar a importância dos cuidados com a saúde da mulher.

(e) dois leitores escrevem à revista para informar a falta de conhecimentos sobre o infarto feminino.

6 Unifesp 2012 Todo estudante sabe que atualidade também é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique atento a temas que se repetem du-rante alguns dias em jornais, sites ou canais de TV. Quan-do estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas.

Veja, 18 maio 2011.

A intenção explícita do texto, considerada a interlocu-ção nele definida, é(a) descrever que o próprio vestibular é um tema de

atualidade.(b) orientar os vestibulandos sobre como estudar atua-

lidade.(c) mostrar aos professores que a TV é importante

para se ensinar atualidade.(d) enfatizar as divergências entre informações da mí-

dia e da escola.(e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um

tema já desgastado.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9I. Leia as páginas 186 e 187.II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 3, 4, 12 e 13.

Anotações

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Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: D. Os textos retratam o desrespeito com relação ao fumante passivo, fato demonstrado na alternativa d. Em nenhum momento é mencionada a quantidade de cigarros consumida por pessoa, como propõe a alternativa a. O foco

não é o direito do fumante ativo, como demonstrado na alternativa b e na alternativa e; e a conscientização deve partir do fumante ativo, e não do passivo, eliminando-se a alternativa c.

2 Alternativa: E. A questão exige do candidato uma análise da relação entre os elementos verbais e não verbais presentes na propaganda. Analisando os elementos verbais, nota-se a conjugação do verbo derreter, o qual remete a um dos problemas causados pelo

aquecimento global, nesse caso, o derretimento das calotas polares. Além disso, essa conjugação sugere que o receptor da mensagem seja indiferente ao aquecimento global, o que é evidenciado pela pergunta “Você tem certeza que quer conjugar este verbo?”. A construção “tem certeza” deixa implícito que há uma expectativa de resposta afirmativa. Portanto, essa pergunta oferece ao receptor uma oportunidade para refletir sobre suas atitudes com relação ao planeta e uma oportunidade para mudá-las. Sendo assim, a relação entre os recursos verbais e os não verbais revela que a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.

3 Alternativa: A. Segundo o eu lírico, o indivíduo vive o “parecer” em detrimento do “ser”, ou seja, veste uma máscara que faz com que pareça

uma pessoa venturosa àqueles que o cercam.

4 a) O substantivo pobreza associa-se à expressão “pobreza absoluta” (pessoas que têm rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal); já o substantivo miséria refere-se à expressão “pobreza extrema” (pessoas que têm rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo mensal).

b) Na charge, o fato de a linha não estar visível deixa implícita a ideia de que não há diferença entre os dois estados; em ambos, o ser humano vive de forma indigna.

5 Alternativa: D. A alternativa a está incorreta. O primeiro texto foi escrito por uma mulher, o que fica evidente pelo emprego da expressão

“estamos expostas”. Todavia, não se pode afirmar que o segundo texto foi escrito por uma mulher, já que não há nenhuma marca linguística que assinale tal gênero.

A alternativa b está incorreta. Não há tom de indignação por parte dos leitores e não há referência, em seus textos, à falta de recursos destinados à saúde da mulher. No primeiro texto, por exemplo, a afirmação “os cuidados com a saúde feminina se tornassem mais necessários” pressupõe que esses cuidados já existem, posto que não são eficientes.

A alternativa c está incorreta. Não se pode afirmar que os leitores sejam profissionais da área da saúde. Não há nenhuma marca linguística que sustente tal afirmação.

A alternativa d está correta. O trecho “os cuidados com a saúde feminina se tornassem mais necessários”, no texto 1, e o trecho “Os médicos devem se aprofundar nos estudos relacionados à saúde da mulher”, no texto 2, evidenciam a preocupação com a saúde da mulher (e, consequentemente, sua importância).

A alternativa e está incorreta. Em nenhum dos dois textos, há a afirmação de que seus enunciadores não têm conhecimentos sobre o infarto feminino.

6 Alternativa: B. O enunciador do texto procura orientar os alunos com relação ao que é cobrado em vestibulares, no caso, o tema

atualidades. Por não se tratar de uma ciência, ensina-se como estudar tal assunto: “Quando estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula”.

Anotações

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Aula

INT. DE TEXTO

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5 Unifesp 2014 Leia os textos enviados a uma revis-ta por dois de seus leitores.

Leitor 1: O alto número de óbitos entre as mulheres fez com que os cuidados com a saúde feminina se tornassem mais necessários. Hoje sabemos que estamos expostas a muitos fatores; por isso, conhecer os sintomas do infarto é fundamental.

Leitor 2: Os médicos devem se aprofundar nos estudos relacionados à saúde da mulher. A paciente, por sua vez, não pode deixar de se prevenir. Nesse processo, a infor-mação, os recursos adequados e profissionais capacita-dos são determinantes para diminuir os infartos.

Cartas. IstoÉ, 4 set. 2013. (Adapt.).

A comparação dos textos enviados pelos leitores per-mite afirmar corretamente que(a) duas mulheres escrevem à revista para falar da

prevenção dos infartos, mais incidentes no sexo feminino.

(b) duas pessoas escrevem à revista para expressar sua indignação com a falta de recursos destinados à saúde da mulher.

(c) dois profissionais da saúde escrevem à revista para reforçar a necessidade da medicina preven-tiva.

(d) duas pessoas escrevem à revista para ressaltar a importância dos cuidados com a saúde da mulher.

(e) dois leitores escrevem à revista para informar a falta de conhecimentos sobre o infarto feminino.

6 Unifesp 2012 Todo estudante sabe que atualidade também é questão de vestibular. Para garantir um bom desempenho, fique atento a temas que se repetem du-rante alguns dias em jornais, sites ou canais de TV. Quan-do estiver se informando, relacione os acontecimentos aos conteúdos aprendidos em sala de aula. E cuidado especial com meio ambiente, sempre em alta nas provas.

Veja, 18 maio 2011.

A intenção explícita do texto, considerada a interlocu-ção nele definida, é(a) descrever que o próprio vestibular é um tema de

atualidade.(b) orientar os vestibulandos sobre como estudar atua-

lidade.(c) mostrar aos professores que a TV é importante

para se ensinar atualidade.(d) enfatizar as divergências entre informações da mí-

dia e da escola.(e) indicar aos estudantes que meio ambiente é um

tema já desgastado.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9I. Leia as páginas 186 e 187.II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 3, 4, 12 e 13.

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Anotações

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71TETRA III INT. DE TEXTO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Aula

24Ambiguidade

Tipos de ambiguidade• Verbal: só com palavras.• Visual: só com imagem.• Verbo-visual: com imagem e palavra formando o

duplo sentido.

Mecanismos que disparam a ambiguidade• Pronomes – Pronome pessoal

João bateu em Joca porque ele estava bêbado. João é descontrolado.

Observe: A palavra que gera ambiguidade é o pro-nome pessoal ele, que pode referir-se a João ou a Joca; o ideal é empregarmos os demonstrativos este (Joca) ou aquele (João).

– Pronome possessivo

O guarda prendeu o criminoso em sua casa.

Observe: O possessivo sua pode retomar guarda ou criminoso; pode-se usar o demonstrativo este (... na casa deste).

– Pronome relativo

A filha da professora, que estava em outra cidade, chegou esta tarde.

Observe: O relativo que pode retomar filha ou professora.

– Pronome demonstrativo

O capacete é a sua segurança: ponha isso na cabeça.

Observe: O demonstrativo isso pode retomar ca-pacete ou a frase inteira (“O capacete é a sua segu-rança”).

• Elipse

− Eu queria ser piloto como meu avô!

Observe: A omissão do verbo na segunda oração permite duas interpretações: o avô era piloto ou queria ser? A frase poderia ser reescrita desta maneira: − Eu queria, como meu avô, ser piloto!

• Ordem das palavras

Compra-se avental de dentista branco.

Observe: O termo branco, na posição em que está, pode referir-se a avental ou a dentista, a ordem das palavras compromete a compreensão. O correto seria dizer: Compra-se avental branco de dentista.

• Duplo contexto

Lia-se em um cartaz: A saúde não tem remédio!

Observe: Temos o contexto das prateleiras vazias (remédio como medicamento) e o contexto do minis-tério, que abrange a saúde em geral.

• Paronomásia

Você já morou nos Estados Unidos? A Marilyn Monroe!

Observe: O termo Monroe remete simultanea-mente, por meio de um trocadilho (paronomásia), à cantora ou ao verbo morar.

Implícitos, ambiguidade e semântica II

Orientações

Ambiguidade é o destaque desta aula e de muitos exercícios de interpretação de texto dos vestibulares. É necessário mostrar como ela se constrói em uma frase (por meio, principalmente, de pronomes, elipse, ordem das palavras, contexto, paronomásia), tanto para evitar erros quanto para propor recursos para interpretar textos propositalmente ambíguos. Por meio dos exercícios da aula, é possível perceber que a ambiguidade é um recurso recorrente nos textos publicitários, adquirindo uma função de destaque ao ser usada.

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Aula

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Exercícios de Sala

1 ESPM 2012 Das manchetes jornalísticas abaixo, uma permite dupla leitura. Assinale-a:(a) Barco levado por tsunami do Japão aparece na

costa canadense.(b) Na Indonésia, garoto de 8 anos fuma 25 cigarros

por dia.(c) Coreano é morto no Brás ao tentar defender o fi-

lho de ladrões.(d) País corre o risco de não cumprir Lei da Ficha

Limpa este ano.(e) Mulheres brasileiras estão mais felizes no trabalho.

2 Insper 2012

Folha de S.Paulo, 3 ago. 2011.

Considerando-se os elementos verbais e visuais da charge, conclui-se que o humor decorre do(a)(a) crítica despropositada feita a um livro considera-

do um clássico da literatura universal.(b) duplo sentido que a palavra barata adquire no

contexto do último quadrinho da tirinha.(c) ambiguidade do substantivo impressão, presente

no segundo quadrinho.(d) explícita referência intertextual que ocorre no pri-

meiro quadrinho da tira.(e) traço caricatural das personagens que as aproxima

do conteúdo do livro mencionado.

3 Unicamp 2013 Leia a propaganda (adaptada) da Fundação SOS Mata Atlântica reproduzida abaixo e responda às questões propostas.

a) Há no texto uma expressão de duplo sentido sobre a qual o apelo da propaganda é construído. Trans-creva tal expressão e explique os dois sentidos que ela pode ter.

b) Há também uma ironia no texto da propaganda, que contribui para o seu efeito reivindicativo, ex-pressa no enunciado: “Aproveita enquanto tem água.” Explique a ironia contida no enunciado e a maneira como ele se relaciona aos elementos vi-suais presentes no cartaz.

4 Fuvest 2013 Leia o texto:

Ditadura/ DemocraciaA diferença entre uma democracia e um país totalitário é que numa democracia todo mundo reclama, ninguém vive satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão de uma ditadura o que acha do seu país, ele responde sem hesitação: “Não posso me queixar”.

Millôr Fernandes. Millôr definitivo: a bíblia do caos.

a) Para produzir o efeito de humor que o caracteri-za, esse texto emprega o recurso da ambiguidade? Justifique sua resposta.

b) Reescreva a segunda parte do texto (de “Mas” até “queixar”), pondo no plural a palavra cidadão e fazendo as modificações necessárias.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9I. Leia as páginas 186 e 187.II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 15, 17 e 19.

Por isso, destaque que a ambiguidade não é sempre um erro, pelo contrário, quando construída propositalmente, pode apresentar-se como uma ferramenta do texto para produzir determinado efeito em seu leitor.

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Aula

INT. DE TEXTO

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Exercícios de Sala

1 ESPM 2012 Das manchetes jornalísticas abaixo, uma permite dupla leitura. Assinale-a:(a) Barco levado por tsunami do Japão aparece na

costa canadense.(b) Na Indonésia, garoto de 8 anos fuma 25 cigarros

por dia.(c) Coreano é morto no Brás ao tentar defender o fi-

lho de ladrões.(d) País corre o risco de não cumprir Lei da Ficha

Limpa este ano.(e) Mulheres brasileiras estão mais felizes no trabalho.

2 Insper 2012

Folha de S.Paulo, 3 ago. 2011.

Considerando-se os elementos verbais e visuais da charge, conclui-se que o humor decorre do(a)(a) crítica despropositada feita a um livro considera-

do um clássico da literatura universal.(b) duplo sentido que a palavra barata adquire no

contexto do último quadrinho da tirinha.(c) ambiguidade do substantivo impressão, presente

no segundo quadrinho.(d) explícita referência intertextual que ocorre no pri-

meiro quadrinho da tira.(e) traço caricatural das personagens que as aproxima

do conteúdo do livro mencionado.

3 Unicamp 2013 Leia a propaganda (adaptada) da Fundação SOS Mata Atlântica reproduzida abaixo e responda às questões propostas.

a) Há no texto uma expressão de duplo sentido sobre a qual o apelo da propaganda é construído. Trans-creva tal expressão e explique os dois sentidos que ela pode ter.

b) Há também uma ironia no texto da propaganda, que contribui para o seu efeito reivindicativo, ex-pressa no enunciado: “Aproveita enquanto tem água.” Explique a ironia contida no enunciado e a maneira como ele se relaciona aos elementos vi-suais presentes no cartaz.

4 Fuvest 2013 Leia o texto:

Ditadura/ DemocraciaA diferença entre uma democracia e um país totalitário é que numa democracia todo mundo reclama, ninguém vive satisfeito. Mas se você perguntar a qualquer cidadão de uma ditadura o que acha do seu país, ele responde sem hesitação: “Não posso me queixar”.

Millôr Fernandes. Millôr definitivo: a bíblia do caos.

a) Para produzir o efeito de humor que o caracteri-za, esse texto emprega o recurso da ambiguidade? Justifique sua resposta.

b) Reescreva a segunda parte do texto (de “Mas” até “queixar”), pondo no plural a palavra cidadão e fazendo as modificações necessárias.

GUIA DE ESTUDOInt. de texto / Livro Único / Frente Única / Capítulo 9I. Leia as páginas 186 e 187.II. Faça os exercícios 7 e 8 da seção “Revisando”.III. Faça os exercícios propostos 15, 17 e 19.

Resoluções Exercícios de Sala

1 Alternativa: C. Há duas possibilidades de se interpretar a alternativa: - O coreano defendeu seu próprio filho contra o ataque dos ladrões. - O coreano defendeu um indivíduo, que era filho de ladrões.

2 Alternativa: B. O humor presente na charge decorre do trocadilho com a palavra barata presente no último quadrinho. Em decorrência da

história do livro Metamorfose, de Kafka, que trata de um homem que se transforma em um inseto, a construção “literatura barata” sugere duplo sentido.

3 a) A expressão que tem duplo sentido é “lavar as mãos”. Pode remeter à higiene (lavar as mãos em sentido literal) ou ao fato de não se tomar uma atitude sobre o assunto, eximir-se da responsabilidade (no sentido figurado).

b) O vocábulo enquanto pressupõe que um dia não haverá mais água e que, portanto, o “aproveitar” será efêmero. Implicitamente, o enunciador convoca o leitor para que não abandone a mata atlântica, pois, para que haja água, é fundamental a existência da mata (na imagem, árvores nascem da torneira). Para o enquanto virar porque na oração, é preciso que haja o respeito à natureza.

4 a) A expressão “Não posso me queixar” tem duplo sentido: - Não tenho reclamação a fazer (ou seja, aceito o regime). - Não posso reclamar (proibição pressuposta da censura).

b) Fazendo as adaptações necessárias, teremos: Mas se você perguntar a quaisquer cidadãos de uma ditadura o que acham do seu país, eles respondem sem hesitação:

“Não podemos nos queixar”.

Anotações