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ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO NÚMERO 235 DO JORNAL SEMANÁRIO CORREIO ALENTEJO | SEXTA-FEIRA | 2010.11.26 JOÃO DOMINGOS | GICOM NOVOS DESAFIOS MAIS FUTURO > POLITÉCNICO ASSUME PROJECTOS CONCRETOS E QUER APOSTAR FORTE NA INTERNACIONALIZAÇÃO

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Caderno do IPBeja publicado no Correio do Alentejo

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ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA EDIÇÃO NÚMERO 235 DO JORNAL SEMANÁRIO CORREIO ALENTEJO | SEXTA-FEIRA | 2010.11.26

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NOVOS DESAFIOSMAIS FUTURO> POLITÉCNICO ASSUME PROJECTOS CONCRETOS E QUER APOSTAR FORTE NA INTERNACIONALIZAÇÃO

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2 2010.11.26IPBEJACADERNO

Um discurso do presidente, Vito Carioca, a acentuar os grandes desa-fios para os próximos anos, marcou a sessão solene do Dia do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), no dia 3 de Novembro. O responsável não rejeitou a oportunidade para apelar ao “bom senso, espírito de unidade e algum espírito de sacrifício” no seio da instituição, anunciando um conjunto de medidas que estão em curso ou planeadas para o próximo futuro.

“Ajustamentos serão feitos, de-sequilíbrios serão corrigidos”, en-fatizou Vito Carioca, que anunciou “uma aposta imediata” no reforço do ensino e aprendizagem da lín-gua inglesa e a criação de um Cen-tro de Línguas que será colocado ao serviço “de todos e da comunidade” – “Estas medidas serão fundamen-tais para a implementação e desen-volvimento da nossa estratégia de internacionalização”, disse.

Convicto que as competências digitais, sociais, de cooperação e aprendizagem têm vindo a ganhar cada vez mais importância, existin-do uma procura crescente dos em-pregadores pelos alunos formados nesta lógica, o presidente do IPBeja quer apostar no desenvolvimento

> DIA DO IPBEJA. Presidente da insituição anunciou os grandes de-safios que se colocam nos próximos tempos.

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Novos desafios> IPBEJA CELEBROU 21 ANOs Em CERImóNIA REALIzADA A 3 DE NOvEmBRO

Estudantes temem dificuldades Um balanço muito positivo do trabalho dos Serviços de Acção Social (SAS) em tempo de crise foi uma das notas de maior destaque do discurso do provedor do Es-tudante do Instituto Politécnico de Beja, na sessão solene de 3 de Outubro.

Com uma intervenção bem preparada, Jorge Pereira revelou que, desde o início do ano, tem mantido várias reuniões com o administrador dos SAS, Manuel Pedro Gonçalves, para analisar e perceber “que mecanismos po-derão ser utilizados para fazer face a eventuais situações de ca-rência urgente dos estudantes do IPBeja e os recursos disponíveis para essa área”. E manifestou

tranquilidade: “Sou uma pessoa muito mais tranquila em relação às questões sociais dos estudan-tes, porque sei que tudo será feito para dar resposta às necessidades dos mesmos, com particular ên-fase às situações urgentes”, acen-tuou.

Antes, Jorge Pereira tinha des-tacado que os estudantes “vêm agora para Beja com uma menor margem financeira, agravada pela aplicação de novas fórmulas de cálculo no que respeita à atri-buição de apoios sociais”. E de-nunciou que os proprietários de algumas das casas alugadas por estudantes “pedem logo na pri-meira prestação o pagamento de duas prestações”, o que muitas

vezes “coincide” com primeiro pagamento de propinas,

Assumindo que tem desenvol-vido “acções internas” para iden-tificar e resolver problemas deste tipo, o provedor solicitou aos pro-fessores e associações que, “no seu dia-a-dia de contacto directo com os estudantes, estejam aten-tos a situações de carência que em alguns casos poderão ser ver-dadeiras situações de emergência social” – “Discretamente encami-nhem-nos para os SAS, pois não tenho dúvidas que estes técnicos irão ajudar na procura e constru-ção de alternativas”, disse.

Abordando outras áreas, Jor-ge Pereira lançou um desafio às quatro associações de estudan-

tes do IPBeja para que reflictam sobre a possibilidade de criar uma única associação. “Creio que poderemos estar perante um momento propício à mudança, à modernização e à adequação das estruturas representativas dos es-tudantes”, afirmou.

Finalmente, numa análise ao actual momento da instituição, o provedor assumiu que “agora, em comparação com igual momen-to do ano passado, o IPBeja está mais maduro, mais conscien-te daquilo que é, de onde está, para onde se deve dirigir e como o deve fazer”. Para quê? “Para ser uma instituição saudável e com-petitiva, quer a nível nacional quer a nível europeu”, resumiu.

de “conceitos e competências de empreendedorismo”.

“[Queremos] um modelo de ensino virado para a prática quoti-diana e para a relação com as em-presas e a indústria, suportado em lógicas criativas de pensamento. Desenvolver nos nossos alunos este tipo de competências é uma preo-cupação e assume-se como uma prioridade para o instituto”, disse.

O presidente do IPBeja dedicou também uma parte da sua inter-venção à componente formativa e à prestação de serviços, sublinhando

que são “áreas estratégicas funda-mentais” para o futuro.

Entre elas, Vito Carioca destacou a educação e formação de adultos, a agricultura e a tecnologia alimen-tar, a água e ambiente, as energias sustentáveis, as tecnologias do co-nhecimento e criatividade multi-média, turismo e património, saúde e qualidade de vida, planeamento e intervenção comunitárias.

“Estas áreas são fundamentais para o futuro. Competitividade im-plica inovar através da investigação, desenvolvimento e transferência de

conhecimento e, acima de tudo, na sua disseminação junto de outros sectores da sociedade ao nível da prestação de serviços”, disse.

Vito Carioca não deixou de fora do seu discurso algumas notas para os docentes do IPBeja, apre-sentando-lhes vários desafios que considera serem necessários. Nes-te enquadramento, o responsável pediu “mais produção científica, artigos publicados, patentes reco-nhecidas, mobilidade associada à difusão do conhecimento, lideran-ça reconhecida em algumas áreas

ÁREAs EstRAtégICAs CRUCIAIs PARA O fUtURO DO IPBEJA

Educação e Formação de Adultos

Agricultura e Tecnologia Alimentar

Água e Ambiente

Energias Sustentáveis

Tecnologias e Criatividade Multimédia

Turismo e Património

Saúde e Qualidade de Vida

Planeamento comunitário

vItO cArIOcApresidente do IPBeja

[Queremos] um modelo de ensino virado para a prática quotidiana e para a relação com as empre-sas e a indústria, suporta-do em lógicas criativas de pensamento.

com convite para realizações co-lectivas e, também, valorização da oferta formativa com consequente aumento da procura”.

O presidente do IPBeja lembrou também que 2011 será o ano da primeira edição do Fórum Anual de Desenvolvimento, um evento que “procurará criar sinergias entre as várias instituições da região em torno de temas transversais, pro-curando, desta forma, encontrar caminhos e soluções em matéria de desenvolvimento e sustentabili-dade”.

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Jorge Pereira

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IPBeja aposta na internacionalização

Novos tempos, novos objecti-vos! Com as fronteiras no interior do espaço europeu cada vez mais esbatidas e o processo decorren-te da Declaração de Bolonha em “velocidade de cruzeiro”, o Ins-tituto Politécnico de Beja tem no horizonte mais imediato um novo desafio: a sua internaciona-lização enquanto instituição de ensino superior de qualidade.

Esta é uma “matéria que con-sideramos de prioridade insti-tucional”, justificou no início do mês o presidente da instituição no seu discurso durante a ceri-mónia que assinalou o Dia do IPBeja e o arranque de mais um ano lectivo. Na ocasião, Vito Ca-rioca garantiu mesmo que até ao final do presente ano será apre-sentado o plano estratégico para a concretização daquele que é considerado o “desafio emergen-te” do instituto.

O objectivo de internaciona-lizar o IPBeja surgiu depois da aprovação dos novos estatutos, em Setembro de 2008, e visa garantir à instituição a sua re-putação e reconhecimento internacional, novas alianças es-tratégicas e uma maior qualida-de no ensino e/ou investigação, além do desenvolvimento pes-soal e profissional do seu corpo docente, e maiores níveis de in-vestigação e desenvolvimento de qualidade.

Ao mesmo tempo, a conso-lidação desta estratégia impli-ca a integração do IPBeja na designada “região do conheci-mento Sul” (rentabilizando as possibilidades decorrentes do eixo Algarve-Huelva-Sevilha) e o cumprimento das necessidades crescentes de formação ao lon-go da vida. Ao mesmo tempo, é objectivo do instituto criar uma rede alargada de ensino superior, “tendo em vista a exploração de projectos sinergéticos” e de no-

> Projecto. Politécni-co bejense reforça par-cerias estratégicas com congéneres estrangeiras e investe no enriqueci-mento da sua imagem.

> EstRAtégIA vIsA CumPRIR DEsAfIOs lANçADOs PElA DEClARAçãO DE BOlONhA

vIto carIocapresidente do IPBeja

A internacionalização do Instituto Politécnico de Beja é matéria que con-sideramos de prioridade institucional.

”vos cenários de intervenção no âmbito do espaço lusófono (quer no Brasil, quer nos países africa-nos de língua oficial portuguesa).

estratégIa claraSendo este um processo que exi-ge, na visão de Vito Carioca, o “compromisso” de todos aqueles que partilham o espaço do IP-Beja, a estratégia de internacio-nalização da instituição assenta basicamente em três vertentes bem definidas.

Desde logo, a promoção e di-namização de redes de coopera-ção internacional em domínios estratégicos de actuação, além da aposta na divulgação das activi-dades e projectos desenvolvidos pelo IPBeja, reforçando a sua co-municação junto do “mercado-alvo” e dos stakeholders.

Depois, o IPBeja pretende re-forçar as parcerias estratégicas para o enriquecimento do perfil

da oferta formativa ao nível dos mestrados profissionalizantes, formação contínua e formação pós-graduada. Nesse âmbito, já foram assinados protocolos de colaboração com congéneres do Brasil (Faculdade de Natal e Pon-tifícia Universidade Católica de São Paulo) e da Hungria (Colle-ge University of Snolzok), assim como com a Universidade Lusó-fona e o Governo da Guiné-Bis-sau para o desenvolvimento de um projecto na área da agricultu-ra e pescas naquele país africano.

A estes acordos junta-se ainda a parceria estabelecida com as universidades do Algarve, Huel-va, Extremadura e Sevilha (as úl-timas três de Espanha) ao abrigo do designado “Espaço Sul da Pe-nínsula Ibérica”.

Finalmente, a estratégia de internacionalização do IPBeja aposta igualmente no enriqueci-mento e reconhecimento inter-

nacional da sua marca e imagem, existindo a ambição de criar uma rede de reflexão regional em torno dos desafios e cami-nhos desejados para o Alentejo (que envolva os agentes sociais, económicos, educativos e polí-ticos com responsabilidades na região) e lançar, já em 2011, o Fórum para o Desenvolvimento, que servirá para debater o eixo Alentejo-Algarve-Extremadura-Andaluzia.

A estas três vertentes, o IPBeja junta a intenção de fortalecer as competências do actual Gabine-te de Mobilidade e Cooperação (que poderá, inclusive, evoluir para um serviço de relações in-ternacionais) e avançar com a constituição de um grupo de consultadoria, além de reforçar o ensino-aprendizagem da língua inglesa e fundar um Centro de Línguas ao serviço da comunida-de em geral.

EstRAtégIA

A internacionalização do Instituto Politécnico de Beja é considerada pela direcção da instituição como um “desafio emergente”. Nesse sentido, existe uma estratégia assente, basicamente, em três verten-tes bem definidas.

Potenciar as redes de cooperação internacional em domínios estratégicos de actuação. Reforçar as parcerias estratégicas para o enri-quecimento do perfil da oferta formativa ao nível dos mestrados profissionalizantes, formação contínua e formação pós-graduada.

Apostar no enriquecimento da imagem e reconhecimento internacional da marca IPBeja.

A estas três vertentes, o IPBeja junta a intenção de, entre outras metas, fortalecer as competências do actual Gabinete de Mobilidade e Cooperação.

Direcção do IPBeja conside-ra internacionalização uma priridade. José tomé máximo

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“ALGARVE DEVE MERECER TODA A ATENçÃO” A tendência de aumento do número de alunos reflecte a qualidade da oferta for-mativa ou está associada a outros facto-res? A decisão sobre o número de vagas para o acesso e ingresso nos cursos do IPBeja tem sempre por base a existência de recursos hu-manos e materiais que nos permitam garantir a manutenção ou melhoria dos níveis de qua-lidade da oferta formativa que sempre ofere-cemos.

A análise dessa evolução permite de-finir uma estratégia para a captação de novos alunos em algumas zonas dos dis-tritos referidos? Penso que a análise dos dados que possuímos actualmente pode con-

tribuir para definir uma estratégia de projec-ção de meios de divulgação nos distritos com maior crescimento no número de alunos ma-triculados no ensino secundário ou profissio-nal. E se o objectivo para o distrito de Beja é comunicarmos com todos os potenciais can-didatos ao IPBeja, divulgando a nossa oferta formativa, será igualmente importante apos-tarmos nos distritos em que os dados nos in-dicam um crescimento no número de poten-ciais candidatos. E, claramente, o distrito de Faro deve merecer toda a nossa atenção, pelo crescimento registado no número de alunos matriculados no ensino secundário nos úl-timos três anos. Justificando-se ainda esta aposta pela proximidade geográfica.

Entre as estratégias adoptadas há as-pectos mais particulares que possam ter reforçado os resultados alcançados ? Gos-taria de enaltecer todo o trabalho desenvolvido pelas comissões técnico-científicas e pedagó-gicas de curso, cujo o empenho permitiu orga-nizar os “Dias Abertos” dos diferentes cursos, divulgar os cursos directamente nas escolas e alimentar os actuais sites dos cursos com in-formação fundamental para a sua divulgação. Igualmente importante para esta análise são os resultados finais das nossas colocações, mas nesse caso já teremos um outro público que também está a crescer, e que são precisamente os alunos com origem nos nossos cursos de es-pecialização tecnológica (CET).

> ENTREVISTA

ANA LUÍSA AMARALVICE-PRESIDENTE DO IPBEJA

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Caminho acertado

O enriquecimento da oferta for-mativa com novos cursos e a dis-ponibilização de mais cursos em regime pós-laboral podem ser as razões mais lógicas que contribu-íram para o aumento do número de alunos no IPBeja no actual ano lectivo. Essa é a leitura adiantada ao “CA” pela professora Ana Luísa Amaral, vice-presidente da institui-ção.

No actual ano lectivo, o Politéc-nico baixo-alentejano registou um acréscimo de 115 vagas e 33 novos alunos. Este resultado, no contexto geográfico em que se insere o IPBe-ja, representa o maior aumento, se comparado com as universidades de Évora e do Algarve, e os poli-técnicos de Santarém, Portalegre e Setúbal.

Por outro lado, em termos per-centuais, na relação entre as vagas disponíveis e o número de colo-cações registadas, somente a Uni-versidade do Algarve assinalou um crescimento positivo. O IPBeja surge logo a seguir com uma clara tendência de estabilização.

Ana Luísa Amaral aponta al-gumas razões para este quadro

de estabilização e até de alguma

evolução no

> ALUNOS. Novos cur-sos e regime pós-laboral ajudam a estabilizar o nú-mero de alunos e deixam boas perspectivas para os próximos anos.

> POLITÉCNICO DE BEJA AUMENTA NÚMERO DE ALUNOS E ASSUME ESTRATÉGIA CLARA

ANA LUÍSA AMARAL | Vice-presidente do IPBeja

Talvez a melhor justificação esteja precisamente na existência de um grande envolvimento de toda a comu-nidade académica na construção de uma estratégia que visa basicamente dar a conhecer a qualidade do traba-lho formativo que o IPBeja oferece.

comprometidas no Contrato de Confiança que a instituição cele-brou com o Ministério do Ensino Superior. Nesse contrato, um dos objectivos delineados visa o “au-mento do número de vagas para cursos em pós-laboral e no regime de ensino à distância”. Refira-se que, nas 115 novas vagas para este ano lectivo, 95 foram para cursos desse tipo.

“A abertura de vagas para o regi-me de ensino à distância foi uma dupla aposta num curso que abri-mos pela primeira vez no corrente ano lectivo e num tipo de ensino que se previa ser especialmente vocacionado para os candidatos, trabalhadores, maiores de 23 anos”, esclarece.

Independentemente destas ex-plicações, Ana Luís Amaral admite não conseguir “determinar com exactidão uma justificação objecti-va, para que o IPBeja e a Universida-de do Algarve tenham aumentado o número de alunos”. Mas assume que “o enriquecimento” do portefó-lio de cursos e a implementação de uma campanha de comunicação directa com os alunos do ensino secundário, através da visita a todas as escolas do ensino secundário e profissional dos distritos de Beja e Faro, “poderá ter contribuído para os números registados”.

“Talvez a melhor justificação es-teja precisamente na existência de um grande envolvimento de toda a comunidade académica na cons-trução de uma estratégia que visa basicamente dar a conhecer a qua-lidade do trabalho formativo que o IPBeja oferece”, reforça.

número de alunos. Segundo a vice-presidente, houve diminuição de vagas em cursos que não as preen-cheram nos anos lectivos anterio-res; aumento de vagas nos cursos mais procurados; não abertura de vagas no curso de Protecção Civil e, finalmente, abertura dos cursos de Terapia Ocupacional e Solicitado-ria. Neste caso concreto, “a análise nacional e regional da situação de oferta/procura em anos lectivos an-teriores demonstrou que deveriam ser novas apostas”, explica.

A responsável assume que esta evolução é fruto de “um trabalho de análise e reflexão sobre os resul-tados obtidos nos anos anteriores” e, ao mesmo tempo, das definições

IPBeja recebeu este ano mais 33 novos alu-nos do que em 2009/10. JOSé tOmé máximO

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Onze hectares para “aprender fazendo”

“Aprender fazendo” é o lema pelo qual se rege a Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politéc-nico de Beja. Uma regra de “ouro” que é cumprida de forma literal no seu Centro Hortofrutícola, onde ao longo dos 11 hectares de terre-no disponíveis os alunos colocam em prática aquilo que dia após dia aprendem em teoria nas aulas do curso de agronomia.

“Temos de ter prática para mos-trar aos alunos como as coisas se fa-zem na realidade”, justifica Manuel Patanita, subdirector da ESA e res-ponsável pela exploração agrícola do IPBeja, sem dúvidas em conside-rar o centro “uma mais-valia” para a instituição. “Os nossos alunos saem daqui com um know-how bastante grande em comparação com cole-gas de outras escolas”, garante.

Criado em 1995, o Centro Hor-tofrutícola da ESA ocupa uma área de perto de 11 hectares junto ao IP 2, na saída de Beja em direcção a Évora. É aí que os alunos deitam “as mãos à terra” e se ocupam de

> agricultura. Cria-do em 1995, centro per-mite aos alunos bejenses colocarem em prática aquilo que aprendem nas aulas teóricas.

> CENtRO HORtOfRutíCOlA DA EsCOlA suPERIOR AgRáRIA

NúmEROs

1995Foi o ano em que foi criado o Centro Hortícola da Escola Superior Agrária de Beja.

11Hectares é a área do centro, ocupados por diversas culturas.

Selo garante qualidade e...origem iPBeja

As hortaliças, frutas e con-servas produzidos pelo Centro Hortofrutícola da Escola Supe-rior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Beja vão começar, a partir do próximo mês de De-zembro, a ser identificados por um selo que garante a sua ori-gem… e a qualidade do produto.

“O selo de identificação pre-tende informar o consumidor que adquire os produtos sobre os quais é colocado o selo que está perante um produto pro-duzido no Centro Hortofrutí-cola”, sintetiza a directora da ESA, garantindo que o início da aposição do selo aos respectivos produtos deverá começar até fi-nal do corrente ano.

Segundo conta Olga Amaral, o novo selo foi criado por ini-ciativa da ESA e contou com a colaboração com alunos estagi-ários do curso de Artes Plásticas

> PRODutOs HORtOfRutíCOlAs IDENtIfICADOs

pomares, vinhas e culturas hortí-colas (ao ar livre ou protegidas em estufas), assim como de um peque-no olival (todo biológico) e alguma floricultura.

“Os nossos alunos têm aqui a possibilidade de praticar. Sem isto, não teriam o ensino prático que pretendemos. Eles vêm para aqui para fazerem mesmo, não só para olhar!”, afiança a responsável técni-ca pelo centro, a docente Mariana Regato.

EnSinar… E ExPErimEntar!Além da componente prática que possibilita à formação dos alunos, o Centro Hortofrutícola da ESA permite igualmente a realização de trabalhos de investigação aplicada,

demonstração e experimentação na área.

“Estamos continuamente a ex-perimentar e testar novas espécies e novas variedades. É por isso que ali temos ensaios de adaptação de variadíssimas espécies, de poda, de fertilização ou de rega”, explica Ma-nuel Patanita, lembrando que um dos objectivos da escola passa por “inovar e pro-mover novas culturas que potencialmente possam ser inte-ressantes para a região”.

Daí que tudo seja feito em consonância com a realidade e as necessida-des agrícolas do Alentejo. “Não podemos estar desligados da comunidade agrí-cola e andar a fazer investigação e experi-mentação se ela não ti-ver repercussão em termos de agricultura regional. Muitas das coisas que investigamos e ex-perimentamos têm que ver com os contactos que estabelecemos com a comunidade, tentando ir de encontro às dificuldades e preocu-pações da comunidade agrícola”, argumenta Manuel Patanita.

Centro Hortofrutícola permite mostrar aos alunos o que se faz na realidade, diz Manuel Patanita. José Tomé máximo

> alimEntaÇÃO. Iniciativa da Escola Supe-rior Agrária contou com colaboração de estagi-ários do curso de Artes Plásticas e Multimédia.

Com o novo selo o consumidor tem a garantia de que está a adquirir produtos obtidos com recurso a técnicas inovado-ras e ‘amigas’ do ambiente, inscritas

no Código de Boas Práticas Agrícolas e,

como tal, seguros do ponto de vista alimentar.

Olga amaraldirectora da Escola Superior Agrária

e Multimédia da Escola Superior de Educação de Beja, destinan-do-se a “ser aplicado a todos os produtos produzidos” ao longo dos 11 hectares do Centro Hor-tofrutícola [ver texto ao lado], casos de laranjas, maçãs, pês-segos, ameixas, figos, melões, morangos, dióspiros, damascos, marmelos, peras, romãs, pepi-nos, tomates, pimentos, batatas, alfaces, couves, feijão, brócolos, alhos ou conservas de azeitona.

Este selo de identificação “é uma forma de caracterizar e promover os produtos do Cen-tro Hortofrutícola, os quais são produzidos com o empenho e trabalho dos alunos dos vários cursos, quer nas aulas práti-cas diárias que decorrem neste pólo, quer nos estágios e traba-lhos de fim de curso”, sublinha a docente.

Além do mais, remata Olga Amaral, o novo selo permitirá igualmente que o próprio con-sumidor tenha “a garantia de que está a adquirir produtos obtidos com recurso a técnicas inovadoras e ‘amigas’ do am-biente, inscritas no Código de Boas Práticas Agrícolas e, como tal, seguros do ponto de vista ali-mentar”.

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Politécnico assumedesafios multimédia

A criação de um novo site na Internet, uma maior conciliação corporativa entre as plataformas digitais das quatro escolas e o reforço mais eficaz do canal IPBeja TV, no YouTube, são metas que o Instituto Politéc-nico de Beja (IPBeja) pretende atingir nos próximos meses.

Em declarações ao “CA”, Aldo Passari-nho, pró-presidente do IPBeja responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem, considera “fundamental um forte investi-mento na comunicação institucional atra-vés da Internet” porque, na sua opinião, “facilmente as instituições são comparadas através da qualidade e acessibilidade da in-formação que disponibilizam”.

Incrementar a comunicação directa com o público-alvo, melhorar a qualidade e acessibilidade da informação e permitir uma maior interacção de toda a comunida-

> On-LInE. Politécnico de Beja assume vários desafios na Internet e tem apostas claras para o futuro: a televisão no YouTube está em cur-so e o novo portal quase pronto.

> VÁRIOS PROJECTOS EM CURSO NA INSTITUIÇÃO

“NOVOs sITEs FARãO EsFORÇO cORpORATIVO”

Que estratégia existe no IPBeja para tirar partido da Internet? Essa estratégia passa por duas dimen-sões: uma primeira que passa por desenvolvermos o nosso actual site institucional, na perspectiva de um portal a partir do qual é possível ter acesso a toda a informação sobre o instituto, com respeito pela identida-de corporativa que paulatinamente vamos desenvolvendo; e uma segunda que tem como objectivo disponibilizar informação nas diferentes redes sociais onde o IPBeja já marca presença, pro-movendo desta forma a interacção com a comunidade.

Com o novo “site” haverá um es-forço de maior conciliação corpo-rativa? Sem dúvida! Neste momento estamos precisamente a desenvolver um trabalho de conciliação entre a ne-cessária uniformização corporativa de cada um dos sites e o respeito pelas sin-gularidades de cada uma das unidades orgânicas. Em termos práticos, vamos propor que os sites tenham um layout comum, correspondente ao desdobra-mento da nossa identidade visual, mas uma estrutura de conteúdos adaptada à realidade de cada unidade orgânica. Esse esforço será extensível aos sites dos departamentos e dos vários ser-viços que disponibilizam informação on-line. Penso que este é um trabalho que toda a comunidade académica irá apreciar na medida em que transmi-tirá uma imagem institucional forte e coesa.

Que “ecos” têm sentido a partir do Twitter e Facebook? São dois casos relativamente diferentes. No caso do Twitter sentimos que os seguidores têm aumentado lentamente e, como tal, o impacto na comunicação ainda não é notório. Já no que se refere ao Facebook, a realidade é completamen-te diferente. O nível de interacção com os seguidores é elevado. Sentimos que os seguidores vão muito para além dos membros da comunidade académica, o que é extremamente interessante. Atrever-me-ia a dizer que a maior parte dos seguidores da página do IPBeja no Facebook são antigos alunos, ou pessoas da comunidade que se interes-sam pelas dinâmicas institucionais do IPBeja.

> ENTREVISTA

ALDO PASSARINHOPró-Presidente dO institUtO POLitÉCniCO de BeJA

componente multimédia, com visitas inte-ractivas ao campus e a cada uma das suas unidades orgânicas. A ligação às redes so-ciais, o acesso a “muito intuitivo” ao canal IPBeja TV e a versão em inglês de toda a es-trutura são outras novidades.

“Vamos disponibilizar sites sobre cada um dos oito departamentos do IPB e o novo site irá contribuir para um reforço da nossa identidade corporativa, através da unifor-mização visual e organizacional da infor-mação”, reforça Aldo Passarinho.

IPBEja TV nO YOuTuBECriado em Abril deste ano, o canal IPBeja TV, no YouTube, é encarado no Politécnico de Beja como “uma ferramenta extremamente importante para a comunicação institucio-nal”. Através do canal, adianta Aldo Passa-rinho, é possível dar cobertura aos eventos organizados no IPBeja e difundir informa-ção sobre a oferta formativa ou actividades

onde os alunos estejam envolvidos. “Recentemente começamos a dar cober-

tura aos jogos de futsal nos quais a equipa do IPBeja está envolvida. Para já os resul-tados são extremamente interessantes. Es-tamos a publicar um ‘clip’ de dois em dois dias, o que é bastante bom, e os vídeos já ultrapassaram as 12.000 visualizações”, re-vela com satisfação

No futuro, o IPBeja pretende posicionar-se como um produtor de conteúdos e os seus responsáveis esperam tirar vantagem de comunicarem directamente com o seu público. A ideia, destaca Aldo Passarinho, é “aproveitar a grande apetência que actual-mente se sente pelo vídeo e pela imagem”.

“Em termos estratégicos, gostaríamos que esta fosse uma plataforma que estimu-lasse a relação entre a comunidade acadé-mica e a comunidade regional, através da mediatização de conteúdos de interesse mútuo”, acrescenta o responsável.

Actual “site” do IPBeja na Internet será completamente remodelado em Dezembro e assumir-se-á como um portal.

de académica com o exterior, na sua dimen-são nacional e internacional, são objectivos assumidos por Aldo Passarinho.

“Sem dúvida que a Internet é e conti-nuará a ser espaço influente e decisivo na percepção da qualidade do trabalho que diariamente desenvolvemos, ajudando a captar mais alunos e estimulando as profí-cuas relações com a comunidade regional”, assinala.

nOVO sITE Em BrEVEA primeira versão do novo site do IPBeja será apresentada durante o mês de Dezem-bro. Contudo, o conjunto de funcionali-dades e informações dessa plataforma só estará disponível em Fevereiro de 2011.

Aldo Passarinho explica ao “CA” que “a arquitectura de informação adoptada” na nova plataforma “irá permitir aceder aos conteúdos de forma mais directa e in-tuitiva”, estando planeado um reforço da

aLDO PassarInHO | pro-presidente do Instituto Politécnico de Beja

Sem dúvida que a Internet é e continuará a ser espaço influente e decisivo na percepção da qualidade do trabalho que diariamente desenvolvemos, ajudando a captar mais alunos e estimulando as profícuas relações com a comunidade regional. ”

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sexta. 2010.11.26

> IPBEJA DESENVOLVE PROJECTO G-AOC – AIRPORT OBSTRUCTION CHARTS

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Projecto do IPBeja põeaeroportos mais seguros

E se um trabalho de fi m de cur-so em engenharia topográfi ca em Beja redundasse na melhoria da segurança nas operações de na-vegação aérea de todo o mundo? A questão pode parecer rebusca-da, mas é esse o fi nal previsível para o projecto G-AOC – Airport Obstruction Charts, que junta o Instituto Politécnico de Beja (através da ESTIG – Escola Su-perior de Tecnologias e Gestão) à ANA – Aeroportos de Portugal, à Agência Espacial Europeia e à empresa Edisoft.

O nosso objectivo “é aumentar a segurança de navegação à volta dos aeroportos nas suas princi-pais actividades, que são a ater-ragem e a descolagem” de aviões, explica em síntese Henrique Oli-veira, docente na ESTIG e coor-denador-científi co do projecto, que nasceu com o trabalho de fi -nal de curso do antigo aluno Marco Rodri-gues, agora professor no IPBeja e igualmen-te ligado ao projecto.

Na prática, o G-AOC [na foto pequena] visa dar cumprimento à legislação da Orga-nização Internacio-nal da Aviação Civil e monitorizar os obstá-culos naturais (mon-tanhas e outros pontos de relevo) ou humanos (edifícios, gruas, etc.) que existam em redor de um aeroporto num raio até 45 qui-lómetros e possam condicionar a navegação aérea. “Esta moni-torização é exigente na medida em que a simples colocação de uma grua numa zona próxima do aeroporto pode constituir um perigo para a navegação aérea do

> CIÊNCIA. Projecto jun-ta IPBeja à ANA – Aeropor-tos de Portugal e à Agência Espacial Europeia e os resultados serão apresen-tados em Março de 2011.

“KNOW-HOW” RECONHECIDO A participação da ESTIG en-quanto “inventor” no G-AOC – Airport Obstruction Charts re-presenta, na opinião do director da escola, “o reconhecimento da sua capacidade em termos de conhecimento e know-how científi co na área”. Para Miguel Tavares, o projecto pode, por um lado, ajudar a ESTIG (e por con-sequência o IPBeja) a estabelecer “contactos a nível internacional com entidades de reconheci-da competência e capacidade de inovação” e, por outro lado, permitir “o enriquecimento do conhecimento e das tecnologias mais avançadas que se encon-tram a ser desenvolvidas na área, contribuindo para o aumento do know-how dos elementos par-ticipantes”. Acrescenta este res-ponsável que além deste projecto mais mediático, a ESTIG tem vin-do igualmente a “consolidar áre-as de intervenção vocacionadas para a produção de ferramentas informáticas para apoio a pesso-as com necessidades especiais e na especialização de testes de pe-netração em sistemas informá-ticos, numa perspectiva do que actualmente se designa como ‘Segurança Ofensiva’”.

SATISFAÇÃO NA ESTIG

mesmo”, vinca Henrique Oliveira.Ora a grande inovação pro-

porcionada pelo G-AOC é que nesta operação de monitorização o projecto desenvolvido em Beja recorre à informação captada pelo satélite da Agência Espacial Europeia, em detrimento das ha-bituais aeronaves que por norma fazem o reconhecimento topo-gráfi co das áreas em causa com

radares de abertura sintética. “As plataformas de satélite

apresentam resultados bastante satisfatórios e têm a particulari-dade de conseguir observar uma zona bastante ampla de uma só vez, o que nos permite baixar razoavelmente os custos des-sa monitorização. O objectivo é montar um sistema que seja capaz de monitorizar com fi abi-lidade e a baixo custo”, esclarece o coordenador-científi co do pro-jecto, frisando que a técnica apli-cada permite, igualmente, uma actualização mais frequente dos dados.

IPBEJA EM “ALTOS PATAMARES”O projecto G-AOC – Airport Obs-truction Charts destina-se, em primeira instância, às empresas gestoras de aeroportos, que assim poderão melhorar as condições de segurança nas operações de navegação no espaço da infra-es-trutura, e tem vindo a ser desen-volvido desde Outubro de 2009 pelo grupo de trabalho onde o IPBeja se juntou como “inventor” aos restantes parceiros.

Os primeiros “frutos” só serão apresentados em Março de 2011, mas Henrique Oliveira assegura que o resultado “será um conjunto de informação que tem de ser ge-rida numa plataforma específi ca”. “Não se trata de uma aplicação de software, mas de todo um proce-dimento que vai desde a captação à gestão dos dados”, revela, ga-rantindo já haver interessados na aquisição desta nova tecnologia.

O projecto tem um custo total de quase 500 mil euros, suporta-dos em 50% pela Agência Espa-cial Europeia. Ao IPBeja coube um investimento de perto de 100 mil euros, verba que Henrique Oliveira considera “compensada” com o facto da instituição ter sido colocada “num patamar bastan-

te elevado”. A provar isso, conclui, estão os convites para apresentar o projec-to nas conferências sobre aeronáutica que se irão realizar no próximo mês de Dezembro em França e Macau.

HENRIQUE OLIVEIRACoordenador-científi co do G-AOC

Objectivo é aumentar a segurança de navegação à volta dos aeroportos nas suas principais actividades: aterragem e descolagem.

Henrique Oliveira explica que projecto do IPBeja é fi ável e mais barato que as aplicações existentes. JOSÉ TOMÉ MÁXIMO

Miguel Tavares, director da ESTIG