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08 | | Vitória, 9 de junho de 2010 | Vitória, 9 de junho de 2010 | 09 ESPECIAL DA COPA ZANGADO DESDE Sisudo. Dunga já pisou em gramados capixabas, nos anos 80, com mesmo jeito sério de hoje em dia FOTOS: ARQUIVO E ANDRE PENNER/AP TEMPO. O visual mudou de 1984 para 2010, mas Dunga manteve a mesma seriedade e liderança dos tempos de garoto no comando da Seleção Brasileira, na Copa Líder O Dunga já era o capitão da Seleção. E eu marquei uma falta do Geovani (ex-Desportiva, que também jogava na Seleção), que veio reclamar comigo e levou um chega pra lá do Dunga. Disse que, como capitão, se alguém tivesse de falar com o juiz, seria ele” CLAUDIONOR CALDAS EX-ARBITRO DE FUTEBOL COLATINA 1 SEL. OLÍMPICA 0 RESULTADO Colatina: Ronaldo; Jorge Luiz, Geraldo, Sid- nei e Humberto; Marco Antonio, Marcelo e Kinkas; Flexa, Antonio José e Marcos Lima. Técnico: Paulo Sá Seleção Brasileira Olímpica: Gilmar; Ro- naldo, Pinga, Mauro Galvão e André Luiz; Ademir, Dunga e Gilmar; Silvinho, Paulo San- tos e Kita. Técnico: Jair Picerni. Estádio: Justiniano de Mello e Silva Data: 10/07/1984 Árbitro: Carlos Alberto Valente Gol: Antonio José, de pênalti DESPORTIVA 0 SEL. OLÍMPICA 1 RESULTADO Desportiva: Rogério; Jocimar, Gabriel, Raul e Vicente Paixão (Sérgio Cogo); Japonês, Paulistinha e Marcelo; Edu, Naldo e Tizil. Técnico: Laone Seleção Brasileira Olímpica: Gilmar Ri- naldi; Ronaldo, Pinga, Mauro Galvão e André Luiz; Ademir, Dunga e Gilmar; Silvinho, Paulo Santos e Kita. Técnico: Jair Picerni Estádio: Engenheiro Araripe Data: 14/07/1984 Árbitro: Claudionor Caldas Gol: Tonho, para a Seleção RIO BRANCO 0 SANTOS 0 RESULTADO Rio Branco: Rodolfo; Nenem Carioca, Pau- lo, Nenê Paulista e Nonoca; Cardim, Sidnei, Edson Carioca (Juarez) e Jones; Mazolinha e Márcio Fernandes. Técnico: Paulinho de Almeida Santos: Rodolfo Rodrigues; Celso, Pedro Pau- lo, Amauri e Paulo Robson; Celso Alberto Borges (Edson), Dunga, Juninho e Ribamar; Gérson e Serginho Dourado. T é c n i co : Chico Formiga Estádio: Kleber Andrade Data: 07/09/1986 Árbitro: Renato Marsíglia (RS) Dunga também enfrentou o time c a pa - p re ta Dois anos depois da passagem com a Seleção Brasileira Olímpica, Dun- ga voltou ao Estado. Agora em uma partida válida pe- lo Campeonato Brasileiro de 1986, contra o Rio Bran- co, no Estádio Kleber An- drade. A partida contra o Santos ficou no 0 a 0 e teve bom público. Quase 17 mil pessoas pagaram ingress- so. Naquele ano, o time ca- pixaba fez sua melhor par- ticipação na história da competição, terminando em 21º lugar, entre 44 par- ticipantes. PASSADO. Dunga esteve no Estado três vezes. Foram dois amistosos, um contra o Colatina e outro diante da Desportiva, defendendo a Seleção olímpica, pela qual ele faturou a prata em Los Angeles-1984. Por fim (na foto menor), com a camisa do Santos, encarou o Rio Branco, pelo Brasileiro de 1986 THIERRY GOZZER [email protected] nn O cabelo era maior, mais vo- lumoso. O rosto, mais jovem. Mas a Seleção Brasileira e o jeito “tur- rão” de ser já estavam lá. O nome dele: Carlos Caetano Bledorn Ver- ri, o Dunga, técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da África do Sul. Para chegar a essa constatação e contar outras histó- rias, reviramos nossos arquivos. Fomos atrás dos passos do coman- dante canarinho em terras capixa- bas. O resultado você vê nos pró- ximos parágrafos. Aos 21 anos, em 1984, prestes a trocar o Internacional pelo Corin- thians, Dunga veio ao Espírito Santo com a Seleção Brasileira olímpica. E disputou duas parti- das. O suficiente para mostrar al- gumas daquelas que virariam suas marcas: o perfil viril como jogador e a liderança em campo, que hoje é mostrada no jeito sério de tratar a imprensa e na cobrança aos seus comandados. Árbitro do primeiro amistoso, na derrota da Seleção para o Co- latina por 1 a 0, no dia 10 de julho de 1984, no Estádio Justiniano de Mello e Silva, em Colatina, Carlos Alberto Valente se lembra de co- mo Dunga se portava. “Ele não dava trabalho para o juiz. Mas me lembro de que, du- rante o jogo, eu ficava me pergun- tando: como esse cara dá esporro no time dele”, relembra Valente. No segundo jogo, um menino franzino, que começava a carrei- ra, sofreu nas mãos, ou melhor, nas divididas com o agora técni- co da Seleção Brasileira. Era Sér- gio Cogo. O jogo foi contra a Desportiva, no Engenheiro Araripe, no dia 14 de julho. Desta vez a Seleção venceu por 1 a 0, gol de Tonho. “Entrei no jogo e logo levei uma porrada dele. Ele era muito viril. Madeira de dar em doido”, brin- ca Sérgio Cogo. O árbitro daquela partida foi Claudionor Caldas, que também tem história para contar. “O Dunga já era o capitão da Se- leção. E eu marquei uma falta do Geovani (ex-Desportiva, que tam- bém jogava na Seleção), que veio reclamar comigo e levou um che- ga pra lá do Dunga. Disse que, co- mo capitão, se alguém tivesse de falar com o árbitro, seria ele”, con- ta Claudionor. Com a Seleção, Dunga acabou sendo medalha de prata nas Olim- píadas de Los Angeles, em 1984, perdendo a final para a França (sempre ela!). Antes, em 1983, no México o jogador já fora campeão mundial sub-20, seu primeiro títu- lo com a amarelinha.

Caderno da Copa A Gazeta - Dunga

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08 | | Vitória, 9 de junho de 2 010 | Vitória, 9 de junho de 2010 | 09

ESPECIAL DA COPA

ZANGADO DESDE

Sisudo. Dunga jápisou em gramadoscapixabas, nos anos80, com mesmo jeitosério de hoje em dia

FOTOS: ARQUIVO E ANDRE PENNER/AP

TEMPO. O visual mudou de 1984para 2010, mas Dunga manteve amesma seriedade e liderança dostempos de garoto no comando daSeleção Brasileira, na Copa

Líder

O Dunga já erao capitão da Seleção. Eeu marquei uma faltado Geovani(ex-Desportiva, quetambém jogava naSeleção), que veioreclamar comigo elevou um chega pra ládo Dunga. Disse que,como capitão, sealguém tivesse de falarcom o juiz, seria ele”CLAUDIONOR CALDASEX-ARBITRO DE FUTEBOL

CO L AT I N A

1SEL. OLÍMPICA

0R ES U LTA D OColatina: Ronaldo; Jorge Luiz, Geraldo, Sid-nei e Humberto; Marco Antonio, Marcelo eKinkas; Flexa, Antonio José e Marcos Lima.T é c n i co : Paulo SáSeleção Brasileira Olímpica: Gilmar; Ro-naldo, Pinga, Mauro Galvão e André Luiz;Ademir, Dunga e Gilmar; Silvinho, Paulo San-tos e Kita. T é c n i co : Jair Picerni.Est á d i o : Justiniano de Mello e SilvaData : 1 0/07/ 1 9 8 4Á r b i t ro : Carlos Alberto ValenteGol: Antonio José, de pênalti

D ES P O RT I VA

0SEL. OLÍMPICA

1R ES U LTA D ODesportiva: Rogério; Jocimar, Gabriel, Raule Vicente Paixão (Sérgio Cogo); Japonês,Paulistinha e Marcelo; Edu, Naldo e Tizil.T é c n i co : LaoneSeleção Brasileira Olímpica: Gilmar Ri-naldi; Ronaldo, Pinga, Mauro Galvão e AndréLuiz; Ademir, Dunga e Gilmar; Silvinho, PauloSantos e Kita. T é c n i co : Jair PicerniEst á d i o : Engenheiro AraripeData : 14/07/ 1 9 8 4Á r b i t ro : Claudionor CaldasGol: Tonho, para a Seleção

RIO BRANCO

0SA N TOS

0R ES U LTA D ORio Branco: Rodolfo; Nenem Carioca, Pau-lo, Nenê Paulista e Nonoca; Cardim, Sidnei,Edson Carioca (Juarez) e Jones; Mazolinhae Márcio Fernandes. T é c n i co : Paulinho deAlmeidaSantos: Rodolfo Rodrigues; Celso, Pedro Pau-lo, Amauri e Paulo Robson; Celso Alberto Borges(Edson), Dunga, Juninho e Ribamar; Gérson eSerginho Dourado. T é c n i co : Chico FormigaEst á d i o : Kleber AndradeData : 07/0 9/ 1 9 8 6Á r b i t ro : Renato Marsíglia (RS)

Dunga tambémenfrentou o timec a pa - p re ta

Dois anos depois dapassagem com a SeleçãoBrasileira Olímpica, Dun-ga voltou ao Estado. Agoraem uma partida válida pe-lo Campeonato Brasileirode 1986, contra o Rio Bran-co, no Estádio Kleber An-drade. A partida contra oSantos ficou no 0 a 0 e tevebom público. Quase 17 milpessoas pagaram ingress-so. Naquele ano, o time ca-pixaba fez sua melhor par-ticipação na história dacompetição, terminandoem 21º lugar, entre 44 par-t i c i pa ntes.

PASSADO. Dunga esteve no Estado três vezes. Foram doisamistosos, um contra o Colatina e outro diante da Desportiva,defendendo a Seleção olímpica, pela qual ele faturou a prataem Los Angeles-1984. Por fim (na foto menor), com a camisado Santos, encarou o Rio Branco, pelo Brasileiro de 1986

THIERRY GOZZERtg ozze r @ re d e g a zeta .co m . b r

nn O cabelo era maior, mais vo-lumoso. O rosto, mais jovem. Masa Seleção Brasileira e o jeito “tur -r ã o” de ser já estavam lá. O nomedele: Carlos Caetano Bledorn Ver-ri, o Dunga, técnico da SeleçãoBrasileira na Copa do Mundo daÁfrica do Sul. Para chegar a essaconstatação e contar outras histó-rias, reviramos nossos arquivos.Fomos atrás dos passos do coman-dante canarinho em terras capixa-bas. O resultado você vê nos pró-ximos parágrafos.

Aos 21 anos, em 1984, prestes atrocar o Internacional pelo Corin-thians, Dunga veio ao EspíritoSanto com a Seleção Brasileiraolímpica. E disputou duas parti-das. O suficiente para mostrar al-gumas daquelas que virariam suasmarcas: o perfil viril como jogadore a liderança em campo, que hoje émostrada no jeito sério de tratar aimprensa e na cobrança aos seusco m a n d ad o s .

Árbitro do primeiro amistoso,na derrota da Seleção para o Co-latina por 1 a 0, no dia 10 de julho de1984, no Estádio Justiniano deMello e Silva, em Colatina, CarlosAlberto Valente se lembra de co-mo Dunga se portava.

“Ele não dava trabalho para ojuiz. Mas me lembro de que, du-rante o jogo, eu ficava me pergun-tando: como esse cara dá esporrono time dele”, relembra Valente.

No segundo jogo, um meninofranzino, que começava a carrei-ra, sofreu nas mãos, ou melhor,nas divididas com o agora técni-co da Seleção Brasileira. Era Sér-gio Cogo.

O jogo foi contra a Desportiva,no Engenheiro Araripe, no dia 14

de julho. Desta vez a Seleçãovenceu por 1 a 0, gol de Tonho.“Entrei no jogo e logo levei umaporrada dele. Ele era muito viril.Madeira de dar em doido”, brin-ca Sérgio Cogo.

O árbitro daquela partida foiClaudionor Caldas, que tambémtem história para contar.

“O Dunga já era o capitão da Se-leção. E eu marquei uma falta doGeovani (ex-Desportiva, que tam-bém jogava na Seleção), que veioreclamar comigo e levou um che-ga pra lá do Dunga. Disse que, co-mo capitão, se alguém tivesse defalar com o árbitro, seria ele”, con-ta Claudionor.

Com a Seleção, Dunga acabousendo medalha de prata nas Olim-píadas de Los Angeles, em 1984,perdendo a final para a França(sempre ela!). Antes, em 1983, noMéxico o jogador já fora campeãomundial sub-20, seu primeiro títu-lo com a amarelinha.