Caderno de Direito Tributário

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    DIREITO TRIBUTÁRIO IPROFESSOR HUMBERTO ÁVILACADERNO DA PRIMEIRA PROVA DO SEMESTRE (02/02/2016)

    AULA 1: SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO (29/02/2016)

     A Constituição Brasileira é um documento muito extenso que trataespecificamente dos mais variados temas relacionados aos direitos e deveresdos cidadãos, bem como da estruturação e organização da federação nacional.É sabido que nossa Constituição é dotada de complexidade e amplitude,diferentemente da Carta agna de outros pa!ses. "m exemplo concreto dessaafirmação é o fato de que a emenda que trata do #C$ é um texto maisextenso que a Constituição Americana.

    %a Carta brasileira, os legisladores estabeleceram limitesminuciosamente traçados a respeito do &ireito 'ribut(rio, elencando os tributosarcados pelos cidadãos, as formas de tributação, a destinação das receitas, ascompet)ncias tribut(rias, bem como outros pontos referentes * carga tribut(ria.&essa forma, é correta a afirmação de que no Brasil os tributos t)m baseconstitucional.

    +m contrapartida, alguns pa!ses não optaram por dar base constitucionalaos tributos. É o caso da Alemana. A constituição alemã não contém umcap!tulo espec!fico para as quest-es tribut(rias, existe apenas uma parte quetrata de assuntos financeiros gerais. A aus)ncia de constitucionalização dostributos na Alemana é uma barreira para que as normas de l( seamsimplesmente transpostas para o sistema normativo brasileiro.

     

    CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

    /  AB+0'"0A1 não podemos acar que o subsistema tribut(rio se exaureapenas nos cap!tulos que tratam especificamente da tributação, uma vez que opr2prio subsistema se abre para o restante da Constituição. "m grande

    exemplo é o artigo 345 da C6788, que faz refer)ncia a 9outras garantiasasseguradas ao contribuinte: citadas previamente pelo texto constitucional.

    ;ara parte da doutrina, o critério aglutinador das normas tribut(rias aorestante das normas constitucionais é a matéria umberto ?vila não concorda.;ara ele, todo o conte@do constitucional que se relaciona ao direito tribut(rio éimportante para ele.

    / 0##&+1 as regras de direito tribut(rio, como normas constitucionaisque são, não podem ser alteradas, uma vez que constituem direitosfundamentais e princ!pios estruturantes.

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    AULA2: CONCEITO DE TRIBUTO (07/0/2016)

    &ois breves apontamentos devem ser feitos antes de adentrarmos aoassunto da aula1

    i= uito embora a C6788 não contena um conceito expresso detributo, ela traz um conceito impl!cito. 6az isso ao indicar espéciestribut(rias que possuem requisitos b(sicos comuns, traçandoindiretamente o conceito em questão.

    ii= C2digo 'ribut(rio %acional conceituou o tributo em seu artigoDE. referido c2digo foi recepcionado pela nova ordemconstitucional com o status de lei complementar. Fogo, a definiçãode tributo trazido pelo C'% foi abraçada pela constituição, umavez que vai ao encontro do conceito impl!cito presente na C6788.

    ;assemos * an(lise do conceito de tributo presente no C'%1

    !) T"#! $%&'!*" $&+,-.%.! +"$,'%.!: tributo é obrigação de dar dineiro, sendo essa um dever do contribuinte. ;agar o tributo é umcomportamento obrigat2rio, logo, independentemente da vontade, ocontribuinte é obrigado a suportar a obrigação pecuni(ria. %a aula, oprofessor d( exemplo de outras prestaç-es que também sãocompuls2rias1 o aluguel e o sal(rio. 'anto esses exemplos dados em

    aula quanto os tributos possuem car(ter obrigat2rio e são tambéminstitu!dos por lei. &iferem, no entanto, quanto a origem daprestação. %o caso do aluguel e do sal(rio, o nascimento daobrigação decorre da vontade ou do acordo entre as partes. G( nocaso dos tributos, a obrigação surge pura e simplesmente da pr(ticado fato gerador. "ma vez que o fato ocorre, a obrigação tribut(rianasce independentemente da vontade do contribuinte. Acompulsoriedade decorre da previsão normativa.

    3) E "! ", +,4" 5!"% -&! '& $"''! &$%..%: expressão 9em

    moeda: reforça a ideia de que a prestação é pecuni(ria. G( aexpressão 9em cuo valor nela se possa exprimir: causou pol)mica

    CONCEITO DE TRIBUTO (ART8 CTN)

    T"#! $%&'!*" $&+,-.%.! +"$,'%.! & "! ", +,4" 5!"% -&! '& $"''! &$%..% ,& -*" +"-'.,! '!-*" #& !" .;+.".-'.,;#! & &. & +"3%!#! .!-& !.5.#!#& !#.-.'%!.5!$&-!&-& 5.-+,!#!

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    doutrin(ria, pois alguns autores entenderam que a expressãoampliou o conceito, uma vez que possibilitaria a criação de tributos inspecie, in natura  ou in labore, pelo fato de quase todos os bensserem suscet!veis de avaliação pecuni(ria. %o entanto, pol)micas *parte, a maioria da doutrina entende que tributo é exclusivamente

    prestação em dineiro.

    +)

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    Com relação * cobrança e fiscalização das quest-es tribut(rias, nãoexistem atos discricion(rios /0/2016)

     

    #mporta dizer que a doutrina brasileira apresenta nuances ao tratar dasespécies tribut(rias. Algumas obras apontam a exist)ncia de quatro principaisposiç-es na doutrina nacional. $ão elas as defensoras das teorias bipartida,tripartida, quadripartida e quinquipartida.

    "ma das teorias mais fortes na doutrina nacional é a tripartida. $eusdefensores utilizam o artigo 3K4 da C6788 para embasar sua tese. %ele, os

    legisladores elencam apenas tr)s espécies tribut(rias, quais seam, impostos,taxas e contribuiç-es de meloria. Além disso, os artigos que preveem outrasespécies tributarias, normalmente são redigidos como o artigo 3KL

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    +xplicados, portanto, os argumentos pr2s e contra a teoria tripartida, oprofessor passou * explicação de cada uma das cincos espécies tribut(riasadmitidas na C6788.

    +x. taxa de mineração

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    morador não utilize o serviço, uma vez que o caminão de lixo teve que passar na frente de sua casa, caso ouvesse de recoler o lixo. que interessa paraa cobrança da taxa é aquilo que o +stado faz, não o que o contribuintepercebe. Além disso, o serviço pode ser aproveitado ou não pelo contribuinte,razão pela qual deve ser cobrado da mesma maneira.

    B$1 as taxas de iluminação p@blica foram declaradasinconstitucionais por dois motivos1 3= porque o serviço não era divis!vel e J= oserviço não era especifico, pois era imposs!vel identificar os usu(rios que sebeneficiariam dele e cobr(/los pela prestação estatal

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    • CONTRIBUI@ES SOCIAIS

    $ão tributos que servem como instrumentos para a consecução definalidade. %ão ( previsão de fato gerador. +nquanto os impostos, taxas econtribuiç-es de meloria seriam tributos de validação causal

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      CRIT=RIOS

    ESP TRIBUTÁRIAS

    FATO  CAUS

    AFINALIDA

    DEDESTINAÇ

    ÃORESTITUIBILID

    ADE

    IMPOSTOS X - - - -

    TAXAS X - - - -

    CONTRIBUIÇÕES DEMELHORIA

      X - - - -

    CONTRIBUIÇÕESSOCIAIS

      - - X X -

    EMPRÉSTIMOS

    COMPULSÓRIOS   - X X* - X

    RA finalidade dos empréstimos compuls2rios est( relacionada *vinculação da arrecadação com as ip2teses enumeradas na C6.%ecessariamente, o montante arrecado dever( ser destinado para atender adespesas extraordin(rias, decorrentes de calamidade p@blica, de guerraexterna ou sua imin)ncia ou no caso de investimento p@blico de car(ter urgente e de relevante interesse nacional.

    AULA : COMPETNCIAS TRIBUTÁRIAS (2J/0/2016)

     As regras possuem tr)s funç-es principais

    3= +liminar ou reduzir problemas de coordenação entre pessoas1 as regrasarmonizam os conflitos existentes entre os interesses individuais, decorrentesdas vontades e comportamentos diferentes, determinando o que é permitido,proibido e obrigat2rio.

    J= +liminar ou reduzir os problemas de conecimento1 diminui o grau deinterfer)ncia do destinat(rio ou intérprete das normas para repetir o conte@doda regra que deve ser observada. As regras funcionam como limitadoras daatividade interpretativa e do poder do destinat(rio da norma, para tirar/lesentidos.

    +xemplo 31 As regras devem limitar que cada pessoa enxergue osistema normativo de um eito particular e interprete as normas segundo seu u!zo de valor. É o caso das placas de alerta presente nas praias brasileiras.Cada cor indica a situação de agitação do mar e determina aos banistas a

    proibição ou a permissão para nadar. +ssa regra impede que cada banista

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    interprete a situação do mar de seu eito e faça um u!zo de valor das suaspr2prias abilidades, colocando sua vida em risco.

    +xemplo J1 +m determinada cidade ficou decidido que o limite develocidade de uma das estradas seria retirado. +m seu lugar, vigoraria o 9bom

    senso: de cada motorista para avaliar a que velocidade poderia dirigir. %oentanto, muitos acidentes começaram a acontecer. Assim, em nova discussãoa respeito da estrada, restou decidido que o limite de velocidade voltaria avigorar na via, uma vez que ele impedia a ocorr)ncia de acidentes.

    D= +liminar ou reduzir problemas de limitação de poderes1 dificulta o exerc!cioarbitr(rio do poder, estabelecendo parImetros

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    +xemplo 31 A C6 na redação original previa compet)ncia para a "nião6ederal instituir contribuiç-es sobre fola de sal(rio. &iante disso, surgiu aindagação1 o que é sal(rioO +ra conveniente que os aplicadores de direitosoubessem o que é sal(rio para saber o quanto atingiriam essas contribuiç-es.