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Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância Ano Letivo 2011/2012 Ano: 2.º | Turma: L Expressão Plástica MÓDULO 5 EXPRESSÃO PLÁSTICA BIDIMENSIONAL MATERIAIS RISCADORES

Caderno de materiais, técnicas e suportes de expressão plástica bidimensional

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Breve descrição das características e utilização de alguns materiais de expressão plástica bidimensional.

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Page 1: Caderno de materiais, técnicas e suportes de expressão plástica bidimensional

Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo

Curso Profissional de Técnico de Apoio à Infância

Ano Letivo 2011/2012

Ano: 2.º | Turma: L

Expressão Plástica

MÓDULO 5

EXPRESSÃO PLÁSTICA BIDIMENSIONAL

MATERIAIS RISCADORES

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INTRODUÇÃO

Vários são os materiais que podemos utilizar

para desenhar, mas precisamos saber

distingui-los por tipologias ou “famílias. Os

materiais riscadores podem ser divididos em

riscadores secos e riscadores húmidos, sendo

que nos primeiros podemos enquadrar os

lápis, o carvão e a esferográfica, e, nos

segundos, a tinta permanente, a aguarela ou a

têmpera.

Também ao nível dos suportes que pudemos

utilizar, encontramos uma grande variedade ao

nosso dispor. Pudemos recorrer a materiais

muito diversos, desde uma simples folha de

papel, passando pela tela, por uma tábua de

medeira, até ao chão ou uma parede.

Neste módulo pretende-se fazer uma

abordagem de alguns dos materiais mais

utilizados, dando principal destaque aos

poderão ser utilizados no âmbito da futura

prática profissional a que este curso

profissional se destina, mas não descuidando a

fulcral importância que o desenvolvimento de

um trabalho criativo tem para a expressão

plástica.

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I. MEIOS RISCADORES SECOS

A GRAFITE

A grafite, sob a forma de lápis, é o mais simples

material de desenho que conhecemos. É de

fácil utilização e permite uma expressividade

gráfica muito variada - devido à variedade de

durezas em que existe disponível.

As minas mais duras permitem traços mais

finos, de uma coloração cinza-pálido, e as mais

macias produzem traços mais grossos e negros.

Esta diferença deve-se à forma como a dureza

da mina condiciona a quantidade de grafite

que se vai depositar no suporte utilizado.

A classificação das minas de grafite é feita da

seguinte forma:

* As grafites duras são os Hs (do H ao 8H);

* As grafites médias são o HB, o F e o B;

* As grafites macias são os Bs (do 2B até ao

9B).

Experiência I

Numa folha de papel do caderno de

apontamentos de Expressão Plástica, escreva a

designação das diferentes durezas da grafite (1

por linha).

* Grafites duras - Hs

(do H ao 8H);

* Grafites médias - HB, o F e o B;

* Grafites macias - Bs

(do 2B até ao 9B).

Fazer um traço com o lápis correspondente, na

linha com a designação correspondente.

* O processo é muito acessível, direto e pode

ser aplicado sobre diversos suportes.

* A grafite produz traços monocromáticos (de

uma só cor), mas permite uma variada gama

de tons cinza.

* É a dureza da mina e o tipo de suporte que

vão condicionar a expressão final de cada

trabalho.

* Desenhar a grafite obriga a uma análise

cuidada e demorada do objeto a representar. É

preciso observar com muito cuidado, estudar

de forma rigorosa o objeto e por vezes, a

realização de um esboço rápido do objeto para

melhor o compreender.

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A expressão dos registos varia com:

1) o grau de dureza da mina;

2) a pressão exercida;

3) a velocidade do gesto;

4) o esfumado.

A grafite utiliza-se através da justaposição ou

cruzamento de traços. O traço será mais

intenso à medida que passamos de uma zona

de luz para uma zona de sombra. É tanto mais

irregular quanto maior a aspereza do papel. É o

cruzamento das linhas que acentua a

tonalidade.

As sombras obtêm-se pelo movimento da mão

ou do pulso.

A mancha pode ser expressa por traços ou

pontos justapostos ou sobrepostos, linhas de

diferentes espessuras, ou até, por

apontamentos de borracha.

O sombreado resulta sobretudo do

suporte escolhido, mais liso ou mais

rugoso.

GIZ

Para além do giz utilizado para escrever nos

quadros das escolas, também existe adequado

ao desenho, como é o caso da sanguínea

(originalmente giz natural). Para além da sua

aparência sob a forma de barra

paralelepipédica ou cilíndrica, também pode

ser encontrado sob a forma de lápis.

Este material proporciona uma grande

variedade de tons e matizes, muito

semelhantes às do carvão. Tal como na grafite,

a expressão dos registo também resulta da

pressão exercida sobre o material, da

velocidade do gesto, do esfumado, mas

também da posição em que se utiliza o

material para riscar (a parte plana da barra ou

afiado como uma lápis).

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CERA

A cera pode apresentar-se sob a forma de lápis

ou de barra. Existindo numa grande variedade

de cores, o seu processo de fabrico resulta da

mistura de pigmentos com óleos vegetais.

Nesta mesma família de materiais, pelo seu

processo de fabrico e propriedades físicas,

também podemos enquadrar os pastéis a óleo,

com as mesmas características que as ceras,

mas mais secas e duras, mas mais gordurosas.

As suas marcas resultam por fricção,

esfumando com os dedos ou diluição com

pincel molhado em essência de terebentina,

podendo originar manchas e dégradés

semelhantes às da aguarela. Também podem

ser raspadas com lâminas, mas são

extremamente difíceis de apagar.

As cores podem ser utilizadas de forma isolada

ou sobrepostas, devem utilizar-se

preferencialmente sobre cartão.

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LÁPIS DE COR

O lápis de cor, tal como o lápis de grafite,

apresenta-se com diferentes durezas, existindo

mais brandos e mais duros. Para o desenho,

são os mais brandos os mais aconselhados,

devendo também ser escolhido um papel com

alguma rugosidade.

Os traços não se fundem, isto é, as cores não

se misturam umas com as outras, mas a

sobreposição de linhas e cruzamento de traços

permite-nos realizar uma mistura ótica das

cores.

Existem lápis de cor aguareláveis, lápis solúveis

em água, proporcionando um efeito de

aguarela através da ação de um pincel

embebido em água sobre os traços

previamente feitos.

Em termos técnicos, a sua utilização é em tudo

semelhante à do lápis de grafite, com a

diferença que o resultado é policromático.

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CANETAS DE FELTRO

Também conhecidos como marcadores, estão

disponíveis numa grande variedade de cores e

espessuras. À base de água ou de álcool,

podem ter pontas redondas, biselas, em cunha

ou pincel.

Pode utilizar-se recorrendo a linhas paralelas,

sempre no mesmo sentido, ou cruzadas.

Também se podem fundir cores, sobrepor

traços para gerar um tom mais escuro. As

pontas mais finas usam-se para os detalhes e

áreas pequenas, os maiores e mais largos, para

as áreas maiores.

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II. MEIOS LÍQUIDOS

CANETA

Existem vários tipos de canetas – de aparo

metálico, aparo de fibra, de esboço,

estilográfica, de ponta de feltro, de cana, de

pena de ave – possibilitando a obtenção de

uma grande variedade de traços. As diferentes

variações resultam da pressão, da direção e do

modo como se segura o instrumento de

desenho.

A linha é o elemento visual predominante na

utilização de canetas, seja através de traços de

diferentes comprimentos, direções e

espessuras, seja através de tramas que

proporcionam a criação de texturas, manchas

e superfícies. Em termos cromáticos, também

se pode obter uma multiplicidade de

resultados, uma vez que existem várias cores e

tipos de tinta no mercado para trabalhar com

estes instrumentos (nanquim, aguarelas,

anilinas, tinta-da-china, sépia).

PINCEL

Existem vários tipos de pincéis, variando em

tamanho, em formato e em tipo de pelo. O

pelo pode ser fino ou duro, natural ou

sintético, de cerda de marta, de pelo de boi, de

doninha, lontra, pónei, gazela, esquilo; o cabo

pode ser comprido ou curto; pode ser de

forma redonda, quadrada ou língua-de-gato.

A expressividade da linha e da manchas será

tão mais rica, quanto maior for o domínio dos

instrumentos por parte do utilizador. A

pintura/desenho efetuada a pincel é

transparente e plena de luz.

O papel a utilizar deve ser absorvente, para

que a tinta não escorra. Caso se queira

recorrer às aguadas e manchas, deve ser

escolhido um papel texturado com uma maior

capacidade de tolerância da humidade.

AGUARELA

A aguarela resulta da junção de pigmentos em

pó com uma substância aglutinante (goma-

arábica – seiva retirada da acácia africana). A

única diferença relativamente a outras

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variedades de tinta, é a não existência do

branco. Na aguarela, o branco resulta da não

colocação de qualquer pigmento sobre o

papel, ou, utilizando guache branco.

Ao nível da expressão dos seus registos,

destaca-se a transparência e luminosidade

como principais características. Aplicada

através de aguadas, e produzindo as

tonalidades mais claras diretamente sobre o

próprio papel, adicionando mais água para

diluir a concentração do pigmento.

Os traços, manchas e texturas são produzidos

pela posição, velocidade e direção do pincel.

Neste processo, o papel tem uma função

fulcral, devendo ser encorpado, duro,

texturado e com uma grande capacidade de

tolerância à humidade e à luz.

A tinta de aguarela pode ser aplicada por

sobreposição de velaturas ou sobre fundo

seco, no entanto, a impossibilidade de corrigir

os traços e manchas anteriores pode ser

minimizado através da realização de um

esboço prévio da composição.

Nas papelarias e lojas especializadas, as

aguarelas podem ser compradas sob a forma

de tubo, pastilhas ou líquida.

GUACHE

O guache resulta da mistura dos mesmos

produtos utilizados para fabricar a aguarela

mas, ao contrário da aguarela, as tintas

resultantes são opacas. Geralmente

encontram-se em tubos, boiões ou frascos,

consoante a quantidade.

Em termos expressivos, o guache permite-nos

obter uma grande variedade de resultados

através de camadas completamente opacas ou

aguadas e transparentes de cor, aplicadas em

linhas, manchas e texturas variadas. Devido às

suas características, e a fim de retirar o maior

partido das suas potencialidades plásticas,

deve recorrer-se a um papel revestido de cola,

de superfície dura, ou cartão.

Tal como nos restantes meios líquidos, a

expressividade resulta do modo como se

manuseia o pincel na aplicação da tinta.

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ACRÍLICO

As tintas acrílicas resultam da junção de

pigmentos com aglutinantes sintéticos.

Disponível em boiões, tubos e frascos, com

uma variedade considerável de substâncias

que podem ser adicionadas para obter

resultados diferentes, pode ser aplicada com

pincel, trincha ou espátula.

O processo de secagem é relativamente

rápido, apresentando variações em função da

temperatura ambiente, não apresenta grandes

variações de coloração depois de seco nem

com a ação do tempo. Por ser produzido com

aglutinantes sintéticos/plásticos, (uma

“receita” recente, resultado de um

aperfeiçoamento realizado durante a década

de 50 do século passado) permite a sua

aplicação numa grande diversidade e de

superfícies. (papel de gramagem superior,

cartão, tela, madeira, entre outros).

As cores podem ser sobrepostas por velatura

ou através de camadas opacas.

Bibliografia

RAMOS, Elza; PORFÍRIO, Manuel – Arte Para

Jovens - Educação Visual. 3.º Ciclo do Ensino

Básico. 7.º/8.º/9.º Anos de Escolaridade. S. l.:

Edições ASA, 2009. ISBN:978-972-41-4674-4-1