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NEGÓCIOS PRODUCÃO & ANO 1 - NÚMERO 36 RIO BRANCO, DOMINGO, 23.09.2012 Crescendo a um ritmo de 15% ao ano, o ramo da panificação gera empregos nas mais de 300 panificadoras acreanas que oferecem uma imensa variedade de produtos e serviços e, por incrível que pareça, hoje nas padarias, se vende até pão. O pão nosso de cada dia!

Caderno de Produção e negócio

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ANO 1 - NÚMERO 36RIO BRANCO, DOMINGO, 23.09.2012

Crescendo a um ritmo de 15% ao ano, o ramo da panificação gera empregos nas mais de 300 panificadoras acreanas que oferecem uma imensa variedade de produtos e serviços e,

por incrível que pareça, hoje nas padarias, se vende até pão.

O pão nosso de cada dia!

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Houve um tempo em que fazer pão no Acre

exigia mais que uma boa receita e prática para meter a mão na massa, era preci-so ter coragem para correr riscos dos prejuízos numa época em que por causa do isolamento do Acre com re-lação ao restante do Brasil, cargas de farinha se estraga-vam na estrada e os estoques eram atacados pela umidade, fungos e insetos.

Apesar das adversidades a Panificadora Rosamélia uma das primeiras criadas no Acre há quase 50 anos resistiu ao tempo, às crises e às dificuldades para garantir na mesa dos acreanos o pão de cada dia.

O pioneirismo de Abrahão Felício e sua esposa Rosa Amélia é levado adian-te pelo filho Abrahão Assis Felício presidente do Sindi-cato da Indústria de Panifi-cação no Acre, o Sindipan, e que é também diretor da As-sociação Brasileira da Indús-tria da Panificação, a Abip.

“Antigamente você ia à padaria para comprar pão, hoje nelas você encontra a conveniência, café da ma-nhã, sopa, lanches prontos, salgados e doces, almoço, além de atender com cafés da manhã, coquetéis e ou-tros serviços fora da padaria. Isso é fruto das mudanças de hábito dos consumidores e da pressa na vida moderna, então hoje dizemos que na padaria você encontra prati-camente de tudo e até pão!”

A melhoria na renda da

A padaria que começou com 10 funcioná-rios fazendo

pães, salgados, confeitos e encomendas diversas de seus fregueses, hoje tem 22 traba-lhadores que se revezam em três turnos nas 24 horas do dia, se prepara para ampliar o espaço a fim de oferecer no-vos serviços e mais conforto à clientela.

Tatiane Dalamaria e a mãe, dona “Didi” tocam o negócio de família que como dizem: “Padaria [é um negó-cio de bairro onde as pessoas começam o dia comprando e tomando café da manhã, ou-tros vêm à tarde lanchar e já levam o pão para o café da amanhã seguinte, faz parte da vida das pessoas. A nossa que fica na via Chico Mendes onde há muitas lojas, muitos de seus funcionários vem to-

mar café antes de começar o dia de trabalho!”

A filha lembra que desde o início a grande preocupação foi agradar os clientes, assim foram acrescentando novos produto de acordo com a procura e o investimento em máquinas e novas tecnologias garantiu cada vez mais quali-dade. “Quando nós recebe-mos apoio do Sebrae com o Propan a empresa passou por uma verdadeira transforma-ção que ainda está aconte-cendo, agora mesmo estamos preparando a ampliação do espaço de atendimento aos clientes. Com o Propan nós melhoramos muito em todos os aspectos e hoje sabemos para onde ir neste mercado em que qualidade e inovação são fundamentais!”

Apesar das novas máqui-nas e equipamentos que mo-dernizaram a linha de produ-

ção, 90% dos produtos ainda são feitos artesanalmente, o que dá um toque pessoal a cada um deles. “Multiplica-mos nossa produção e toda venda éfeita aqui mesmo na loja, além de contratos que temos com empresas que for-necem café ou lanche diaria-mente aos seus trabalhadores. Acredito que o segredo deste sucesso está no carinho com que preparamos cada pão, lanche, salgados ou confei-tos!”

Mas Tatiane demonstra preocupação com a pesada carga tributária que acontece num negócio em que o uso da matéria prima e sua co-mercialização tem que acon-tecer em apenas 24 horas. “Neste momento o que nos assusta é o aumento constan-te da farinha que já subiu três vezes neste ano e não sabe-mos onde isso vai parar!”

Os pioneiros avançampopulação brasileira impulsio-nou essa indústria que é uma das que mais cresce no Brasil e que, como a maioria dos se-tores do comércio e indústria sofre com a falta de mão de obra, apesar do trabalho de instituições como o Senai e o Senac treinarem centenas de novos padeiros a cada ano, poucos deles estão nas pada-rias.

“Oferecer cursos e treina-mentos é muito importante para garantir a formação de mão de obra, mas apesar dos gastos do governo e dos es-forços dos instrutores do Se-nai e Senac, isso vem gerando pouco resultado, isto porque a maioria dos aprendizes, sim-plesmente não têm vocação para esta atividade. Creio que é necessário reavaliar o sistema de encaminhamento destes jo-vens aos cursos. Na verdade, a grande maioria desses jovens rapazes e mocinhas que parti-cipam dos cursos, estão muito mais interessados em receber a bolsa de meio salário por mês do que em aprender algu-ma coisa e tornar-se um pro-fissional qualificado”, lamenta Abrahão.

Uma das razões dessa des-motivação dos jovens está na visão de status criada pelo mercado consumista onde o sonho de realização pessoal está na moda, na visão de que quem trabalha pouco ganha mais sem botar as mãos na massa.

Sobre isso, Abrahão escla-rece que: “Um padeiro traba-lha bastante e a média de salá-rios está na casa dos R$ 1 mil por mês, mas isso depende da qualificação do profissional,

Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae no Acre, que para atendê-los criou o projeto Indústria da Panificação que está em sua segunda edição. “Nós quería-mos melhorar a administração das nossas padarias para aten-der às novas exigências dos nossos clientes, e o Sebrae nos ofereceu uma série de treina-mentos, dentre eles o Progra-ma de Apoio à Panificação, o Propan, cuja metodologia foi desenvolvida pelo Marcos Rodrígues da Abip, progra-ma que não tínhamos condi-ções de pagar, então o Sebrae bancou os custos. Isso causou uma verdadeira revolução nas padarias que além de melhorar sua administração geral redu-ziram custos, melhoraram a qualidade e variedade de pro-dutos e ampliaram os serviços de atendimento aos clientes que também ganham muito com isso!”

A transformação é vi-sível na Panificadora Rosa Amélia administrada por Abrahão que explica. “Nós oferecemos treinamentos aos 28 funcionários, tro-camos todos os balcões, instalamos um forno para oferecer pão quentinho a toda hora, climatizamos o ambiente, instalamos me-sas e cadeiras mais con-fortáveis, além de oferecer uma série de novos pro-dutos e serviços, então, como dizia, agora a gente vende até pão!”

Neste momento a Ro-samélia está com uma co-zinha completa já monta-da para começar a oferecer almoço e outros pratos, mas segundo Abrahão, só não inaugurou ainda por falta de um profissio-nal ou parceiro para tocar mais esta atividade dentro da padaria.

quem se interessa em fazer cursos e treinamentos, apren-dendo sempre mais é valoriza-do, só que são poucos e alguns destes já ganham mais de R$ 5 mil por mês e são tão dispu-tados pelas padarias quanto os craques do futebol pelos gran-des clubes”.

Diante desse e outros di-lemas, há três anos, as pani-ficadoras buscaram apoio do

Abrahão moderniza o negócio criado pelos pais

Panificadora Rosamélia recebeu balcões novos, messas e ambiente climatizado

Padaria PertutiNegócio iniciado há sete anos cresceu e já está precisando de mais espaço para atender seus clientes

Pertuti está investindo na melhoria do espaço para atender mais clientes

Panificadora Pertuti é ponto de encontro das famílias do bairro

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Juracy Xangai

Trabalhando des-de os 14 anos em panificado-ras, Tarcísio to-

mou gosto pela profissão e por iniciativa própria procu-rou o Senai de Porto Velho onde fez vários cursos para se aperfeiçoar no ofício. Hoje ele é um dos técnicos em panificação e confeitaria do Senai Auton Fernandes que funciona no bairro da Cadeia Velha, em Rio Branco.

“Há cinco anos vim para Rio Branco como instrutor técnico de uma empresa de panificação sempre traba-lhando em parceria com o Senai onde estou trabalhando nestes últimos três anos aten-dendo os aprendizes da pani-ficação e confeitaria”, explica Tarcisio.

O treinamento oferecido é de 800 horas ministradas ao longo de dez meses, cinco de-les dedicado ao conhecimen-to teórico de formação do aluno tanto no conhecimento da panificação como também no português, inglês, mate-mática, empreendedorismo e gestão do negócio. Nos ou-tros cinco ele vai por mão na massa e aprender fazendo to-das as etapas e processos da panificação.

“Temos dois tipos de cur-so, o profissionalizante e os de aprendizagem como este em que jovens inscritos no Cade Único do governo fe-deral são encaminhados para compor as turmas onde tam-bém são incluídos os jovens aprendizes encaminhados pelas empresas que atuam com responsabilidade social. Neste momento estamos executando dois cursos para jovens aprendizes, um pela manhã com 20 na minha tur-ma da manhã e mais 15 na do Deoclécio à tarde”, esclarece Tarcisio.

Ele faz questão de destacar que o antigo conceito de que padeiro trabalhava muito e ga-nhava pouco, como também aproveita para avisar que: “O mercado está aberto com as padarias necessitando deses-peradamente de bons profis-sionais, um bom profissional está ganhando mais de R$ 5 mil, mas para isso ele precisa estar qualificado e só vai che-gar aí se tiver disposição para estudar e aprender cada vez mais, nada vem de graça!”

Alta do trigo assustaO constante aumento no preço da farinha de trigo procupa tanto os padeiros quanto os moinhos brasileiros

Jofrei Paulo Signor é o responsável pela Distri-buidora de Alimentos do Sul, a principal em-presa fornecedora de trigo para mais de 300 panificadoras existentes no Acre, 150 delas

em Rio Branco.Ele explicou que: “As alterações do clima e outros

fatores vem fazendo com que os estoques de trigo caiam ano a ano em todo o mundo. Agora noticiam problemas nas lavouras dos Estados Unidos, Russia e Argentina, a alta do dólar, as greves e a batalha fiscal entre os países também contribuem para isso, mas a verdade é que tivemos três aumentos no preço durante os últimos 30 dias, uma média de um aumento a cada dez dias e tudo indica que não pára por aí!” Adverte Jofrei.

Outro fator que complica a situação é a diminuição do poder de compra da população, o que impede o repasse dos aumentos ao produto, assim moinhos e panificadoras vem preferindo encolher sua margem de lucro, segundo Jofrei.

Metendo a mão na massa em ritmo acelerado o padei-ro Adelino Barbosa Pinto fez seu primeiro curso de aprendizagem de panifica-ção e confeitaria no Senai em 2010.

Depois empregou-se nas padarias da rede de super-mercados Araújo, agora que está concluindo o terceiro ano do ensino médio foi convidado a representar o Acre nas Olimpíadas do Co-nhecimento que acontecem a cada dois anos no Senai de São Paulo. “Neste momento

estou faço no treinamento para fazer tudo o mais rápido possível e atender a qualquer receita surpresa que possa aparecer. Um dos grandes desafios do concurso é o de preparar uma escultura de massa sobre um tema que só será conhecido na hora. Agora quero vencer a olim-píada, depois vou fazer ves-tibular para um curso da área de nutrição ou gastronomia porque gosto disto. Essa foi a oportunidade que recebi e vou aproveitar da melhor maneira possível!” Adelino vai representar o Acre nas Olimpíadas do Conhecimento

“Aproveitei a oportunidade”

Escola da panificaçãoSenai oferece cursos de panificação para jovens aprendizes e também atende os profissionais e donos de padaria

Tarcísio reconhece que apesar da falta de mão de obra, a maioria dos padeiros ainda recebe salários relativamen-te baixos, por isso poucos se vêem estimulados a fazer um curso completo de técnico em panificação, preferindo buscar um curso de nível superior que nem sempre garante salá-rio tão bom quanto o que se paga a um bom padeiro.

Outra modalidade de cur-so é o de aperfeiçoamento dos profissionais que já atuam no ramo, caso dos padeiros e donos de padarias. Um destes cursos, o de Pães e Massas foi iniciado no último dia 16 de setembro com 20 profissio-nais da área. Mais dois cursos dessa natureza serão ofereci-dos daqui pra dezembro e o próximo será para aprender Fabricação de Panetones e Produtos da Cesta Natalina.

Tarciso elogia iniciativas de lojas e empresas que atuam com responsabilidade social, como é o caso da Bemol, que está oferecendo gratuitamente em sua loja, no Shopping Via Verde, cursos rápidos de pa-nificação, artesanato e outras atividades geradoras de renda.

A Bemol, em parceria com o Senai estará oferecendo a partir do dia 24 de setembro o curso de Diamante de Cho-colate ministrado pelo instru-tor Deoclessiano. Já a par-tir do dia 13 de outubro é o próprio Tarciso quem estará oferecendo treinamento para a produção de Torteletes.Aprendizes do Senai aprendem colocando a mão na massa

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A morte do orquidófi lo Wa l d e m a r Maffi no úl-

timo dia nove, em Epita-ciolândia deixou viúva dona Dovildes Filomena Maffi, e órfãos os filhos Simone, Sa-livan, Solange e Sara, além dos netos Paulo César, Caio e Vássia Vitória.

Maffi foi tema de matéria publicada nesta Produção e Ne-gócios com o tema: Um caso de Amor que virou Negócio. Nascidos no Rio Grande do Sul e casados em Santa Catarina de onde vieram fazer a vida e formar uma nova família total-mente dedicada ao Acre.

Ele chegou no Acre em 1974 contratado por uma em-presa que queria montar uma serraria, e deixou lá sua namo-rada Dovildes com quem teve de ficar um ano e dois meses sem se comunicar. Voltou a Santa Catarina para casar-se e

vir para o Acre onde trabalha-ram por cinco anos na serraria dos padres, pediu as contas e foi montar sua colônia onde produzia mudas de frutas e começou a cultivar as primei-ras orquídeas.

Em mais de 30 anos dedi-cados ao amor por estas flo-res exóticas construiu uma coleção de mais de 140 espé-cies, a maioria delas acreanas, muitas das quais, certamente desconhecidas da ciência.

Dovildes lembra que: “Ele construiu este patrimônio em plantas às quais tinha muito amor, mas lamentava que pou-cos dessem o valor que mere-cia a esse trabalho. Agora nós vamos dar continuidade ao tra-balho dele. Nestes 37 anos de casados, conheci um homem teimoso que quando decidia fazer uma coisa, fazia mesmo, e como diz o neto Paulo Cé-sar – Deus o levou para salvar uma orquídea no céu!”

Fazendo uma média de 60 pães caseiros por dia, dfona

Neide de Freitas de Oliveira e seu esposo Leones Nunes de Oliveira têm na produção dos pães doces e salgados, canjica, bolos e encomendas de confeitos sua única fonte de renda.

Até o meio dia ele a ajuda na fabricação dos produtos e depois do almoço carrega sua bicicleta e sai pelas ruas do Castelo Branco e bairros próximos fazendo suas ven-das. Também fazem entregas para dois locais de venda no Bosque e na Vila Ivonete. “Aprendi a fazer pães e bolos com minha mãe, mas nunca

Morre o pai das orquídeas acreanasValdemar Maffi veio ao Acre trabalhar em madeireiras, mas encantou-se pela beleza das orquídeas da floresta

Dovildes e o neto dão continuidade ao trabalho iniciado por Valdemar Maffi

Composição feita pelo músico popular Andrelino Caetano que depois de trabalhar seis anos como padeiro faz uma troça bem humorada da antiga profissão, à qual ele declara profundo respeito e uma ponta de saudade, mesmo do tempo em que padeiro trabalhava dia e noite:

A vida do padeiro é ruim, porque não tem alegriaEnquanto tem gente no bar aproveitando a boemia;Em casa tem gente dormindo com sua família e o padeiro padecendo o maior sono na padaria.

A vida do padeiroVou me renunciar, vou procurar solução;Porque já estou cansado desta vida de fazer pão;À noite na padaria estou perdendo meu valor;Vou deixar de ser padeiro, vou lutar pra ser cantor.Desculpe meu patrão, perdão minha patroa;Porque quem trabalha de noite, nesta vida a gente enjoa;De dia estou com sono, aí que o problema aumenta;Porque não me sobra um tempinho pra dar um beijinho na minha patroa!Andrelino Caetano

Feito em casa

pensei que ia fazer disto uma profissão. Copio receitas da televisão, nunca fiz um curso, mas tenho muita vontade de aprender mais porque a gente está vivendo disto e eu acho bom, mesmo que o lucro não seja muito grande, o dinheiro pinga todo dia!”

Atendendo a encomendas de bolos e confeitos para fes-tas pelo telefone 9985-8366, dona Neide ainda comple-menta a renda vendendo can-jica e doces regionais.

Mais da metade das 300 padarias existentes no Acre são negócios informais tocados em casa

Neide e Leones sobrevivem da venda de pães e bolos feitos em casa

Número de padarias caseiras se iguala às formaisBolos ajudam completar o orçamento familiar

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Praticidade é a palavra chave da vida moder-na onde a pressa

é amiga da refeição que as pessoas buscam nas padarias que para isso ampliam tanto o cardápio de ofertas de lan-ches e outros alimentos pron-tos, quanto o espaço de aten-dimento e, principalmente, o de consumo no próprio local.

Há 30 anos, Célio Pereira iniciou sua panificadora com auxílio do pai e do irmão que depois foram atuar em outro ramo, daí nasceu o Chalé do Trigo que a princípio produ-zia para que outros vendes-sem, até construir sua panifi-cadora.

“Quando começamos o maior problema era a falta de matérias primas, a gente com-prava a farinha e o fermento, o resto ficava por conta da criatividade adaptando o que estivesse disponível. Hoje você encontra praticamente

tudo em Rio Branco mesmo, mas os tempos mudaram, os clientes estão cada vez mais exigentes e querem pratici-dade no atendimento e no consumo, agora mesmo es-tou para começar uma obra de ampliação da área de de-gustação para oferecer maior conforto a quem vem comer na padaria!”

Trabalhando com pro-dutos tradicionais acreanos como o pão manual, Célio acrescentou ao cardápio uma variedade de pães finos, tam-bém os de fibra e para quem está de dieta. Ampliou a con-feitaria além de oferecer ser-viços dentro e fora do esta-belecimento, como café da manhã, coquetéis e chás da tarde. “Temos um cardápio com mais de 500 receitas e estamos prontos para aten-der as necessidades de nossos clientes!”

A empolgação por esta arte culinária e pelo cresci-

mento constante do negócio não conseguem esconder a apreensão que o setor vive hoje por causa das alterações do clima que vem reduzindo cada vez mais a oferta de trigo no mundo. “A seca e outras dificuldades vêm diminuindo ano a ano a produção da Ar-gentina que é nosso principal fornecedor, o mesmo acon-tece nos Estados Unidos, Rússia e Europa, o que vem causando aumentos constan-tes no preço da farinha, o que se complica ainda mais com o aumento do dólar que vai diminuindo o poder de com-pra das pessoas. Diante desta situação temos dificuldade em passar o aumento de cus-to para os clientes, isso causa uma séria redução na nossa margem de lucro, mas ainda tenho esperança de que essa crise vai passar!”

Com 55 funcionários tra-balhando em três turnos às 24 horas do dia, muito des-

Chalé do trigoApostando na qualidade e na diversidade a panificadora tem em seu

cardápio mais de 500 produtos e o limite é a criatividade

Para a maioria das pessoas é quase impossível resistir à tentação engordiet dos confeitos finos que as padarias exibem em seus balcões

sa transformação pela qual passa o Chalé do Trigo veio depois que participou do programa Propan. “Antes de recebermos apoio do Sebrae que nos ofereceu o Propan a gente já não sabia mais o que fazer para se adequar aos novos tempos que geraram

mudanças muito rápidas na economia e nos hábitos da população. Depois dele, sa-bemos o que é preciso fazer, mas isso exige tempo, trei-namentos e dinheiro, então vamos fazendo uma coisa de cada vez, sabendo onde te-mos que chegar!”

Panificadora vai ampliar espaço de degustação dos seus lanches e quitutes