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CADERNO DE PUBLICAÇÕES

CADERNO DE PUBLICAÇÕES - UNEMATnx.unemat.br/sc/anais/content/anais/2018/AnaisSC2018v6_1.pdf · em áreas de ILP com2, 3 e 4 anos, área de pastagem degradada e área de mata (área

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CADERNO DE

PUBLICAÇÕES

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SEMANA CIENTÍFICA/ANAIS - 2018 “Ciência para a redução das desigualdades”

CADERNO DE

PUBLICAÇÕES 18 a 22 de Setembro de 2018

Curso de Agronomia Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

Curso de Engenharia Civil Curso de Turismo

Campus de Nova Xavantina Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT

Estado de Mato Grosso Brasil

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Universidade do Estado de Mato Grosso - Unemat Editora

Conselho Editorial

Presidente Maria do Socorro de Sousa Araújo

Membros

Ariel Lopes Torres

Luiz Carlos Chieregatto00

Mayra Aparecida Cortes

Neuza Benedita da Silva Zattar

Sandra Mara Alves da Salva Neves

Severino Paiva Sobrinho

Tales Nereu Bogani

Roberto Vasconcelos Pinheiro

José Ricardo Menacho Tramarim de Oliveira Carvalho (PROEG)

Roberto Tikau Tsukamoto Junior (PROEC)

Gustavo Laet Rodrigues (PRPPG)

Copyright © 2018 / Unemat Editora

Versão eletrônica – 2018

Ficha Catalográfica

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Semana Científica (9 : 2018 : Nova Xavantina)

S471c Caderno de publicações [recurso eletrônico] / IX Semana Científica, 18-22 setembro 2018, Nova Xavantina. – Nova Xavantina (MT): UNEMAT, 2018.

241 p: il; 21 x 29,7 cm “Ciência para redução das desigualdades” ISSN 2358-9752 Formato: PDF Requisitos: Adobe Acrobat Reader Disponível em: <http://nx.unemat.br/sc/anais/>

1. Agronomia - Congressos. 2. Ciências biológicas -

Congressos. 3. Turismo - Congressos. 4. Engenharia Civil – Congressos. I. Universidade do Estado de Mato Grosso. II. Título.

CDU-55+57(03)

Os resumos contidos neste caderno são de inteira responsabilidade de seus autores.

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SEMANA CIENTÍFICA/ANAIS

SEMANA CIENTÍFICA CAMPUS DE NOVA XAVANTINTA – UNEMAT

Endereço:

UNEMAT, campus Nova Xavantina

Avenida Prof. Dr. Renato Figueiro Varella, Caixa Postal 08.

Nova Xavantina-MT, CEP 78690-000

Fone: (66) 3438 2389 / (66) 3438 1224

Email: [email protected]

Página web: http://nx.unemat.br/sc/anais

Editores:

Silvio Yoshiharu Ushiwata - UNEMAT, Nova Xavantina, Brasil.

Rodrigo de Góes Esperon Reis - UNEMAT, Nova Xavantina, Brasil.

Cesar Crispim Vilar - UNEMAT, Nova Xavantina, Brasil.

Editores Associados:

André Luís Borges Milhomem – UNEMAT, Nova Xavantina, Brasil.

Ivaly Silva Triches Junior - UNEMAT, Nova Xavantina, Brasil.

Contribuição na Editoração:

Pâmella Réubia da Cunha Maranhão

Revisores que colaboraram com o Caderno de Publicações, v. 6, n. 1: Reviewers that cooperated with Caderno de Publicações, v. 6, n. 1

Alessandra Conceição de Oliveira (UNEMAT)

Ana Claudia Costa (UNEMAT)

Ana Heloísa Maia (UNEMAT)

Ana Paula Klaus Locatelli (UNEMAT)

André Maller (UNEMAT)

Beatriz Schwates Marimon (UNEMAT)

Diego Silva Freitas Oliveira (UNEMAT)

Érica Caetano da Silva (UNEMAT)

Estevão Alves da Silva (UNEMAT)

Francisco de Paula Athayde Filho (UNEMAT)

Joana Darc Batista (UNEMAT)

Jonas Sponchiado (UNEMAT)

Karina de Cássia Faria (UNEMAT)

Luciane Cristina Rozwalka (UNEMAT)

Mariney Menezes (UNEMAT)

Oriales Rocha Pereira (UNEMAT)

Renata Rossi Del Carratore (UNEMAT)

Rita Maria de Paula Garcia (UNEMAT)

Rodrigo de Góes Esperon Reis (UNEMAT)

Wallas Alves Pires dos Santos (UNEMAT)

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SUMÁRIO

ATIVIDADE DA FOSFATASE ÁCIDA E β-GLICOSIDASE DO SOLO EM ÁREAS DE

RECUPERAÇÃO COM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA .................. 8

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO EM ÁREAS DE SISTEMA INTEGRAÇÃO

LAVOURA-PECUÁRIA SOB PLANTIO DIRETO ................................................................... 14

AVALIAÇÃO DA FITOTOXIDEZ DE RESÍDUOS E SUBSTRATOS ORGÂNICOS

UTILIZADOS NO PREPARO DE MUDAS................................................................................ 20

CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS E DA ORIGEM DOS ALIMENTOS CONSUMIDOS

PELA POPULAÇÃO XAVATINENSE ....................................................................................... 26

DEPENDENCIA ESPACIAL DA PRODUTIVIDADE DE SOJA E MATÉRIA FRESCA DE

Urochloaruziziensis EM UMA ÁREA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA (ILP) 27

EFEITO DA APLICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS HÚMICAS NA NUTRIÇÃO DE PLANTAS

DE MILHO ...................................................................................................................................... 33

EFEITO DA CALAGEM E FOSFATAGEM EM Urochloa brizantha cv. MARANDU NO

SEGUNDO ANO ............................................................................................................................ 40

ESTUDO PRELIMINAR DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA NA FASE DE CRIA EM UM

REBANHO DA RAÇA NELORE ................................................................................................ 41

FORMAS DE ASSOCIAÇÃO DE Azospirillum brasilense E ADUBAÇÃO

NITROGENADA EM COBERTURA SOBRE PARÂMETROS FITOTÉCNICOS NA

CULTURA DO MILHO ................................................................................................................. 42

ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA (NDVI) E DEPENDÊNCIA

ESPACIAL DOS COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA SOJA EM NOVA XAVANTINA-

MT .................................................................................................................................................... 43

LEVANTAMENTO AGROAMBIENTAL DE UMA PEQUENA PROPRIEDADE NA

MICROBACIA DO CÓRREGO DO MURTINHO, NOVA XAVANTINA - MT ...................... 49

PERDAS NA COLHEITA MECANIZADA DA SOJA EM DIFERENTES ÂNGULOS EM

RELAÇÃO ÀS LINHAS DE SEMEADURA E VELOCIDADE ............................................... 54

PROPRIEDADES FÍSICAS E PRODUTIVIDADE DE SOJA EM AREA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA .................................................................................... 60

QUALIDADE DE SEMENTES FLORESTAIS ANALIZADAS NO LABORATÓRIO DE

SEMENTES DA UNEMAT CÂMPUS NOVA XAVANTINA ................................................... 66

RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA SOB PLANTIO DIRETO EM BARRA DO

GARÇAS-MT ................................................................................................................................. 67

RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA À ADUBAÇÃO FOSFATADA EM LATOSSOLO

VERMELHO AMARELO NO CERRADO.................................................................................. 73

RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA À APLICAÇÃO VIA FOLIAR E SOLO DE

BIOATIVADOR PENERGETIC ................................................................................................... 80

SISTEMAS DE PREPARO DE UM LATOSSOLO VERMELHO COMPACTADO:

INFLUÊNCIA NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO ............................................. 81

VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DO ALMEIRÃO EM DIFERENTES SUBSTRATOS . 82

A VARIAÇÃO ONTOGENÉTICA INFLUENCIA OS PROCESSOS ADAPTATIVOS DAS

ESPÉCIES VEGETAIS? .............................................................................................................. 83

ADAPTE-SE: ATRIBUTOS FUNCIONAIS COMO ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA

EM ÁREAS ALTERADAS ........................................................................................................... 84

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.6, 2018

ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE ODONATA EM VEREDAS MATOGROSSENSES ..... 90

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO SOBRE VARIÁVEIS FÍSICAS EM

QUATRO FITOFISIONOMIAS DE CERRADO NO DISTRITO DE CACHOEIRA DA

FUMAÇA-MT ................................................................................................................................. 91

ANÁLISE DE EUTROFIZAÇÃO EM AMOSTRAS COLETADAS NO RIO DAS MORTES

EM NOVA XAVANTINA-MT ........................................................................................................ 92

ANÁLISE DOS CONTEÚDOS DE PALEONTOLOGIA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE

BIOLOGIA ADOTADOS PELAS ESCOLAS ESTADUAIS DE NOVA XAVANTINA-MT 97

AS FLUTUAÇÕES AMBIENTAIS IMPULSIONAM A DINÂMICA DA ESTRUTURA DA

COMUNIDADE DE LAGARTOS .............................................................................................. 103

ASPECTOS ECOLÓGICOS DA ICTIOFAUNA EM UM CÓRREGO DE CERRADO NO

MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA – MT ............................................................................. 104

ASPECTOS FLORÍSTICOS E ECOLÓGICOS DE SAMAMBAIAS E LICÓFITAS EM

ÁREAS DE CERRADO RUPESTRE EM NOVA XAVANTINA-MT .................................... 105

CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DA ESPÉCIE Lophostoma brasiliense .............. 113

CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA E MORFOLÓGICA DE HYDROLYCUS ARMATUS

PISCES – CYNODONTIDAE – NA BACIA DO RIO DAS MORTES - MT, BRASIL. ...... 118

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE ESPÉCIES LENHOSAS EM TRÊS GRADIENTES

VEGETACIONAIS NO CERRADO .......................................................................................... 119

DESCRIÇÃO CARIOTÍPICA E PRIMEIRO REGISTRO PARA O ESTADO DE MATO

GROSSO DA ESPÉCIE Micronycteris sanborni (SIMMONS, 1996) .................................. 120

DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DE UMA COMUNIDADE DE MUTILLIDAE

(HYMENOPTERA) NEOTROPICAL EM GRADIENTE SAVANA - FLORESTA ............. 125

DIVERDIDADE DE GERROMORPHA (HETEROPTERA) E CONSERVAÇÃO EM

VEREDAS .................................................................................................................................... 126

EFEITOS DA AUTOTOMIA CAUDAL NO DESEMPENHO LOCOMOTOR DE

LAGARTOS DO PARQUE DO BACABA, NOVA XAVANTINA – MT .............................. 132

ESTRATÉGIAS FUNCIONAIS FOLIARES ASSOCIADAS A TOLERÂNCIA À SECA . 133

FLORÍSTICA E ASPECTOS ECOLÓGICOS DE SAMAMBAIAS E LICÓFITAS EM

FRAGMENTOS DE MATA DE GALERIA EM NOVA XAVANTINA-MT ........................... 134

HETEROPTERA AQUÁTICOS (NEPOMORPHA) EM RIACHO DE CERRADO:

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL E LONGITUDINAL ................................................................ 139

INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS NAS ADAPTAÇÕES FUNCIONAIS DAS

PLANTAS ..................................................................................................................................... 140

INFLUÊNCIA DO FOGO NOS ATRIBUTOS FUNCIONAIS REGENERATIVOS E

REPRODUTIVOS EM COMUNIDADES DE CERRADO ...................................................... 141

MARCHANTIOPHYTA DO PARQUE MUNICIPAL MÁRIO VIANA, NOVA XAVANTINA -

MATO GROSSO ......................................................................................................................... 146

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO EM FOCO ............. 153

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.7, 2018

PERFIL ETNOBOTÂNICO DE COMUNIDADES ARBÓREAS NA TRANSIÇÃO

CERRADO-AMAZÔNIA EM ÁGUA BOA-MT ........................................................................ 159

PRÁTICA PARA O ENSINO DE PALEONTOLOGIA NAS ESCOLAS: TANQUE DE

FOSSILIZAÇÃO .......................................................................................................................... 160

PREDAÇÃO DE FORMIGAS ARBORÍCOLAS EM NINHO DE VESPA SOCIAL .......... 165

PREPARO E CARACTERIZAÇÃO ESPECTROSCÓPICA DE MICROCÁPSULAS DE

ÓLEO ESSENCIAL DE ALECRIM ........................................................................................... 166

RESPOSTAS FUNCIONAIS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DA TRANSIÇÃO

AMAZÔNIA-CERRADO ............................................................................................................. 172

RIQUEZA DE PLANTAS LENHOSAS EM UM MOSAICO VEGETACIONAL NO LESTE

MATO-GROSSENSE, BRASIL ................................................................................................ 173

APROPRIAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS ......................................................................... 174

ECOTURISMO EM ÁREAS PROTEGIDAS: NOVAS POSSIBILIDADES PARA O

TURISMO DE FORMA SUSTENTÁVEL l .............................................................................. 180

ETAPAS E AÇÕES APLICADAS AO PLANEJAMENTO TURÍSTICO ............................ 181

ANÁLISE PATOLÓGICA DA PONTE SOBRE O RIO DAS MORTES EM NOVA

XAVANTINA – MT ...................................................................................................................... 186

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ACÚSTICAS DE UMA OFICINA MECÂNICA SITUADA

NA AV. COLOMBO, MARINGÁ-PR: ESTUDO DE CASO .................................................. 192

DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL NO

MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA-MT ................................................................................ 193

DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO ESTUDO

DE CASO: MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA - MT ......................................................... 194

EFICIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO ICF NO ISOLAMENTO ACÚSTICO DE

EDIFICAÇÕES ............................................................................................................................ 195

O CONCEITO BIM COM A COMPATIBILIZAÇÃO E A COORDENAÇÃO DE

PROJETOS .................................................................................................................................. 202

O IMPACTO FINANCEIRO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

INDIVIDUAL E COLETIVO, EM UMA OBRA DE PEQUENO PORTE .............................. 208

PAVIMENTO INTERTRAVADO DE BLOCOS DE CONCRETO: ATRIBUTOS E

ESTRUTURA ............................................................................................................................... 215

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CASA CONTEINER ......................... 222

UMA QUESTÃO DE SUSTENTABILIDADE: RACIONALIZAÇÃO DOS MATERIAIS

UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................ 228

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO AGREGADO GRAÚDO

PARA PRODUÇÃO DE CONCRETO RECICLADO ............................................................. 234

UTILIZAÇÃO DO PLÁSTICO NA PAVIMENTAÇÃO ........................................................... 235

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.8, 2018

ATIVIDADE DA FOSFATASE ÁCIDA E β-GLICOSIDASE DO SOLO EM ÁREAS

DE RECUPERAÇÃO COM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Franciele Kelly Mendes Soares1; Ândria Alves de Sousa1; Luis Paulo Lemes

dos Santos1; Gabriel Gonçales Miranda1; Cesar Crispim Vilar2;

Silvio Yoshiharu Ushiwata2

¹Graduandos em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; ²Eng. Agrônomo, Dr. Solos-

Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-Chave:Enzimas do solo; Áreas degradadas; Qualidade do solo; Atividade

microbiana.

Introdução

Como uma alternativa para a recuperação de pastagens degradadas, a integração

lavoura-pecuária (ILP), é um sistema que integra atividades agrícolas e produção

animal, além de propiciar tal recuperação, quando bem conduzida, pode melhorar

as características físicas, químicas e biológicas do solo (VOLK et al., 2014). Dentre

as características biológicas, a fração viva constituída pelos microrganismos é de

extrema importância para o funcionamento dos solos, desempenhando papel em

muitos processos que garantem a manutenção e a funcionalidade destes

(ANDREOTE; CARDOSO, 2016). Os microrganismos são responsáveis por

produzir a maior parte das enzimas encontradas no solo(BALOTA et al., 2013).

Segundo Melo (1998), quando esses organismos vivos que habitam o solo morrem

ocorre liberação do material que os constituía através da quebra da parede celular,

sendo as enzimas algumas dessas substâncias liberadas. Enzimas como a

fosfatase ácida pelo bom desempenho em solos ácidos e importância no ciclo do

fósforo (P) devido asua atividade estar correlacionada com a deficiência de P e

crescimento das plantas (BALOTA et al., 2013) e a β-glicosidase ligada ao ciclo do

caborno (C)e sua atividade na etapa final do processo de decomposição da

celulose presente na matéria orgânica (MIRANDA et al., 2014) denotam

necessidade de pesquisas.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.9, 2018

O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade enzimática da fosfatase ácida e β-

glicosidase em solo de áreas em recuperação com sistema de integração lavoura-

pecuária (ILP).

Material e Métodos

As amostras de solo foram coletadas, para a avaliação da atividade enzimática, na

Fazenda São Luiz, do Grupo Carpa Serrana, localizada em 15º03'764"S e

52º07'609"W, no município de Barra do Garças, região do Vale do Araguaia-MT,

em áreas de ILP com2, 3 e 4 anos, área de pastagem degradada e área de mata

(área de referência) e em duas profundidades (0-5 e 5-10 cm). Cada área foi

dividida em cinco subáreas e, em cada subárea foram coletadas oito amostras

simples originando uma amostra composta, totalizando cinco amostras compostas

para cada área.

As amostras compostas foram homogeneizadas em sacos plásticos devidamente

identificados e acondicionadas em caixas térmicas para o transporte até o

Laboratório de Solos da Universidade do Estado de Mato Grosso no Campusde

Nova Xavantina-MT. No laboratório, as amostras foram peneiradas e armazenadas

na geladeira até serem analisados. As enzimas fosfatase ácida e β-glicosidase

foram medidas pelo método colorimétrico nos comprimentos de onda de 410 e 420

nm respectivamente, baseando-se no p-nitrofenol liberado pelas duas enzimas,

quando o solo é submetido à incubação com uma solução tamponada de p-

nitrofenil-β-D-glicopiranosídeo (β-glicosidase), e p-nitrofenyl fosfato (fosfatase

ácida) (TABATABAI; BREMER,1969; EIVAZI; TABATABAI, 1988).

Resultados e Discussão

Os resultados das características físico-químicas do solo do estão apresentados na

Tabela 1. Os valores da enzima fosfatase ácida variaram entre 265 a 588 mg de p-

nitrofenol por kg-1de solo h-1, na profundidade de 0 a 5 cm (Figura 1). As áreas de

ILP 2 e ILP 4 apresentaram valores superiores estatisticamente aos observados na

pastagem degradada, porém, não diferiram da área de mata.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.10, 2018

Na profundidade de 5 a 10 cm, os valores de p-nitrofenol variaram entre 28 a 108

mgkg-1de solo h-1(Figura 2). A área de mata diferiu dos demais sistemas estudados

o que não ocorreu na profundidade de 0-5 cm e apenas a área de ILP 4 não diferiu

da pastagem. Esses valores foram inferiores em comparação com a profundidade

de 0 a 5 cm, isso se deve a maior atividade dessa enzima na camada superficial do

solo, onde o teor de matéria orgânica é mais elevado (Tabela 1), favorecendo o

desenvolvimento dos microrganismos.

Tabela 1.Características físico-químicas do solo em área de pastagem degradada (PA), áreas com integração lavoura-pecuária de 2, 3 e 4 anos(ILP 2, ILP 3 e ILP 4) e área de mata (M). Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT, 2017.

Área

pH (CaCl2)

M.O. (g dm-3)

Teor de argila (g kg-1 de TFSA)

0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm 0-5 cm 5-10 cm

PA 4,28 4,20 13,80 13,80 194,5 190,8

ILP 2 5,10 5,12 16,20 14,60 281,8 193,1

ILP 3 5,42 5,28 15,00 12,80 218,6 222,6

ILP 4 5,12 4,74 14,20 13,00 215,6 231,5

M 4,14 4,08 32,80 26,40 258,8 221,2

M.O. = Matéria Orgânica; TFSA=Terra Fina Seca ao Ar.

Campos (2015), obteve um resultado semelhante, onde a área de mata apresentou

maior atividade enzimática comparado aos demais sistemas, e ainda afirma que a

atividade da fosfatase ácida, depende das condições de pH existente no solo.

Na atividade da β-glicosidase, na profundidade de 0 a 5 cm e 5 a 10 cm, os valores

de p-nitrofenol variaram entre 42 a 209 kg-1de solo h-1e entre 37 a 212 mg kg de

solo h-1, respectivamente (Figura 3). Observou-se que o valor da enzima foi superior

na área de mata, em ambas profundidades, diferindo das áreas de pastagem

degradada, ILP 2, 3 e 4 anos que não apresentaram diferença significativa entre si.

A enzima β-glicosidase foi uma das enzimas mais encontradas no solo de sistemas

de integração lavoura-pecuária no ecótono cerrado-amazônia (SOUZA, 2014). A

produção dessa enzima pelos microrganismos ocorre geralmente quando o

carbono solúvel do solo está escasso (KOCH, 1985 apud CAMPOS, 2015, p. 17).

Dentre os fatores que podem afetar a atividade das enzimas, se destacou a

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.11, 2018

quantidade e qualidade dos resíduos vegetais (MENDES et al., 2009), pH,

temperatura e umidade do solo (EKENLER; TABATABAI, 2003).

Figura 1. Valores de atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem degradada, mata e diferentes tempos de integração lavoura-pecuária de 2, 3 e 4 anos (ILP 2, ILP 3 e ILP 4), na profundidade de 0 a 5 cm. Barras verticais referem-se ao intervalo de confiança de média a 95% de probabilidade (p<0,05) e a sobreposição dos intervalos indica ausência de diferença entre as médias das áreas.Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT, 2017.

Figura 2. Atividade de fosfatase ácida em amostras de solo sob pastagem degradada, mata e diferentes tempos de integração lavoura-pecuária de 2, 3 e 4 anos (ILP 2, ILP 3 e ILP 4), na profundidade de 5 a 10 cm. Barras verticais referem-se ao intervalo de confiança de média a 95% de probabilidade (p< 0,05) e a sobreposição dos intervalos indica ausência de diferença entre as médias das áreas. Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT. 2017. Observando os dados da tabela 1 é possível ver que o teor de matéria orgânica do

solo nas duas profundidades na área de mata foi maior em comparação que das

outras áreas (pastagem, ILP 2,3 e 4 anos). Isso explica a maior atividade dessa

enzima na área de mata, já que a mesma tem relação direta com a matéria orgânica

do solo (BALOTA et al., 2013).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.12, 2018

Figura 3. Atividade de β-glicosidaseem amostras de solo sob pastagem degradada, mata ediferentes tempos de integração lavoura-pecuária (ILP 2, 3 e 4 anos) na profundidade de 0 a5 e 5 a 10cm. Barras verticais referem-se ao intervalo de confiança de média a 95% de probabilidade (p < 0,05) e a sobreposição dos intervalos indica ausência de diferença entre as médias das áreas.Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT. 2017. Conclusão

Em áreas de recuperação com ILP observou-se maior atividade de fosfatase ácida

quando comparadas com pastagens degradadas. Para a atividade de β-

glicosidase, não houve diferença entre as áreas de ILP e pastagem degradada.

Agradecimentos

Agradecemos a Fundação Agrisus pelo apoio financeiro.

Referências

ANDREOTE, F. Z.; CARDOSO, E. J. B. N. Introdução à biologia do solo. In:

ANDREOTE, F. D.; CARDOSO, E. J. B. N. Microbiologia do solo. Piracicaba:

ESALQ, 2016, p. 9-18.

BALOTA, E. L.; NOGUEIRA, M. A.; MENDES, I. C.; HUNGRIA, M.; FAGOTTI, D.

S. L.; MELO, G. M. P.; SOUZA, R. C.; MELO, W. J. Enzimas e seu papel na

qualidade do solo. In: ARAÚJO, A.P.; ALVES, B.J.R. (Eds.). Tópicos em Ciência

do Solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, v. 8, p. 189-249, 2013.

Page 13: CADERNO DE PUBLICAÇÕES - UNEMATnx.unemat.br/sc/anais/content/anais/2018/AnaisSC2018v6_1.pdf · em áreas de ILP com2, 3 e 4 anos, área de pastagem degradada e área de mata (área

nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.13, 2018

CAMPOS, D.T.C.; Atributos microbiológicos do solo em sistemas integrados na

região norte de Mato Grosso. Terceiro relatório parcial de atividades. UFMT.

Cuiába, MT. 2014.

EIVAZI, F.; TABATABAI, M.A. Glucosidases and galactosidases in soils.

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ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO EM ÁREAS DE SISTEMA INTEGRAÇÃO

LAVOURA-PECUÁRIA SOB PLANTIO DIRETO

Kálita Souza Silva1; Luis Paulo Lemes dos Santos1; Ândria Alves de Sousa1;

Franciele Kelly Mendes Soares1; Cesar Crispim Vilar2; Silvio Yoshiharu Ushiwata2

1Graduandos em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso;2Eng. Agrônomo, Dr.

Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso [email protected].

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Qualidade do solo; Matéria orgânica do Solo; Saturação por

bases.

Introdução

No Mato Grosso há 4,25 milhões de hectares em condições de degradação, valor

equivalente a 67% das pastagens do Estado (GALINARI, 2014). Os fatores que

mais contribuem para esse processo são: exploração de área inadequada; mau

preparo do solo; ausência de calagem e adubação; manejo e práticas culturais

incorretas; lotação animal e sistema inadequado de pastejo; ausência ou aplicação

incorreta de práticas de conservação do solo após uso prolongado (BRANCO,

2000).

Existem atualmente, diversos métodos de manejo do solo com finalidade de

melhorar a produção agrícola ou a alimentação animal, sendo usuais na região do

Cerrado os tratos culturais com preparo convencional, sistema de plantio direto

(SPD), integração lavoura-pecuária e agrossilvipastoril (SOUZA et al., 2017). Cada

um desses sistemas parte do princípio de atuação no solo como agente primário

de sustentação e desenvolvimento das culturas (LEPSCH, 2010).

A prática conjugada do sistema de integração lavoura-pecuária juntamente com o

plantio direto faz uso dos produtos e subprodutos de seus próprios exercícios para

manutenção e beneficiamento do solo, trabalhando de forma cíclica, com os

excrementos animais da pecuária e a palhada das culturas anuais favorecendo a

ciclagem dos nutrientes (MACEDO, 2009). Com a decomposição do material

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vegetal a longo prazo, ocorre aumento no teor de matéria orgânica, ocorrendo a

liberação de ácidos orgânicos de baixo peso molecular, que atuam como ligantes

orgânicos, isso favorece o aumento de Ca e Mg além de diminuir o Al tóxico em

profundidade (MIYAZAWA et al., 1993; FRANCHINI et al., 1999).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do sistema integração

lavoura-pecuária (ILP) sob sistema de plantio direto (SPD) nos atributos químicos

do solo.

Material e Métodos

O estudo foi realizado na Fazenda São Luiz, no município de Barra do Garças-MT.

Na região predomina o clima do tipo Aw, tropical, com dois períodos bem definidos,

seco e úmido, com índice pluviométrico anual entre 1400 a 1600 mm e temperatura

entre 25º a 30º C. A vegetação nativa é constituída em sua maioria peloCerrado.

Ao final do mês de Abril de 2017, com uso de trado do tipo Holandês, foram

coletadas amostras de solo em cinco áreas com aproximadamente 100 hectares

de dimensão com diferentes usos: pastagem degradada, integração lavoura-

pecuária (soja e pastejo sob Urochloa ruzizienses) com histórico de 2 (ILP 2), 3 (ILP

3) e 4 (ILP 4) anos de implantação e mata nativa. O solo foi coletado em quatro

profundidades 0-5; 5-10; 10-20; e 20-40 cm. As áreas foram subdivididas em cinco

subáreas de mesmas dimensões para maior homogeneidade das amostras, assim

consideradas pseudo-repetições. De cada subárea retirou-se oito amostras simples

para constituir uma única amostra (amostra composta) para cada profundidade. As

amostras foram destorroadas, homogeneizadas, secas ao ar livre e peneiradas com

peneira de malha de 2mm de diâmetro, assim obtendo terra fina seca ao ar (TFSA).

Os percentuais de argila dos solos avaliados variaram de 190 g kg-1 na

profundidade de 0-5 cm em pastagem a 280 g kg-1 na profundidade de 0-5 cm em

ILP 2 (Tabela 1).Os valores obtidos foram analisados utilizando o programa Excel.

Por se tratar de pseudo-repetições foram calculados e estabelecidos os intervalos

de confiança da média, a 95% de confiança.

Tabela 1. Teor de argila do solo (g kg-1) em quatro profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm) em áreas sob pastagem degradadas; 2, 3 e 4 anos de integração lavoura-pecuária (ILP 2, ILP 3 e ILP 4) e mata.

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Prof.(cm) Pastagem ILP 2 ILP 3 ILP 4 Mata

0-5 190 280 210 210 250

5-10 190 190 220 230 220

10-20 230 260 250 260 260

20-40 210 230 240 220 220

Resultados e Discussão

Os resultados de pH em água nas profundidades de 0-5 e 5-10 foram superiores

nas três áreas manejadas com ILP (5,1 a 5,7) em relação a área de Pastagem

Degradada (4,7 e 4,7) e de Mata (4,3 e 4,4) (Figura 1). Na profundidade de 10 a 20

cm, o pH nas áreas de ILP foram superiores a área de Mata e quando comparadas

à Pastagem, somente a área ILP 3 mostrou-se superior. Na profundidade de 20 a

40 cm, menor valor foi encontrado na área de mata. Não houve diferença entre as

áreas de ILP e Pastagem degradada.

Figura 1. Potencial hidrogeniônico do solo em H2O em quatro profundidades (0-5, 5-0, 10-20 e 20-40 cm) em áreas sob pastagem degradada;2, 3 e 4 anos de integração lavoura-pecuária (ILP 2, ILP 3 e ILP 4) e mata. . Os teores de matéria orgânica do solo (MOS) 32,80; 26,40; e 18,80 g dm-3da área

de mata nativa nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-20 cm respectivamente,

encontram-se maiores em relação às áreas manejadas com sistema integração

lavoura-pecuária e de pastagem degradada, não se diferindo somente na

profundidade de 20-40 cm que as médias de todas as áreas estão entre 8 a 12,6 g

dm-3 (Figura 2).Não houve diferença entre as áreas de ILP e pastagem em relação

a MOS em nenhuma profundidade.

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Figura 2. Matéria orgânica do solo (MOS) em g dm-3, em quatro profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm) em áreas sob pastagem degradada; 2, 3 e 4 anos de integração lavoura-pecuária (ILP 2, ILP 3 e ILP 4) e mata. . A porcentagem de saturação por bases das áreas em uso com ILP estão superiores

aos valores encontrados em pastagem e mata, essa diferença ocorre em todas as

profundidades avaliadas. Na profundidade de 0-5 cm a porcentagem varia de 59,5

a 63,5% nas áreas de ILP, valores superiores aos de mata 26,96% e de pastagem

20,10%. Esses valores permanecem mais elevados em áreas com ILP até a

profundidade de 20-40, estando as médias entre 31,95% (ILP 2) a 36,19% (ILP 3),

e mata e pastagem degradada não se diferindo, com médias 18,45% e 15,02%,

respectivamente. (Figura 3)

Figura 3. Saturação por bases (V%) em %, em quatro profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm) em áreas submetidas a cinco sistemas manejos: pastagem degradada;2, 3 e 4 anos de integração lavoura-pecuária (ILP 2, ILP 3 e ILP 4) e mata. A saturação por alumínio nas duas primeiras profundidades (0-5 e 5-10 cm)

apresentou médias inferiores nas áreas de ILP, com valores de 2,64 e 3,7% em ILP

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2; 0,75% e 0,75% em ILP3; e 2,47 e 12,89% em ILP4 anos; comparadas a 43,38 e

55,75% (Pastagem) e, 39,58 e 49,09% (Mata). (Figura 4)

Figura 4. Saturação por alumínio (m%), em quatro profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm) em áreas sob pastagem degradada; ILP 2, ILP 3 e ILP 4 (anos de uso do sistema integração lavoura-pecuária); e mata. Conclusão

O sistema de ILP não foi suficiente para elevar a matéria orgânica do solo até o

momento. Entretanto, as práticas de correção do solo favoreceram a redução da

acidez, diminuição da saturação por alumínio do solo e a elevação da saturação

por bases.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável pelo apoio

financeiro para execução do projeto.

Referências

BRANCO, R. H. Degradação de pastagens. Diminuição da produtividade com o

tempo. Conceito de sustentabilidade,Viçosa, 2000.

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CPT Cursos Presenciais. Integração Lavoura-Pecuária (ILP): O que é, quais

são seus principais objetivos, e como pode ser usada para preservação do

meio ambiente.Disponível

em:https://www.cptcursospresenciais.com.br/artigos/agricultura/tecnica-

agricola/integracao-lavoura-pecuaria-ilp-o-que-e-quais-sao-seus-principais-

objetivos-e-como-pode-ser-usada-para-preservacao-do-meio-ambiente/. Acesso

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GALINARIA, G. Embrapa mapeia degradação das pastagens do Cerrado,

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Disponívelem: http://www.agrisus.org.br/arquivos/artigo_Embrapa_Cerrados.pdf>

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AVALIAÇÃO DA FITOTOXIDEZ DE RESÍDUOS E SUBSTRATOS ORGÂNICOS

UTILIZADOS NO PREPARO DE MUDAS

Cleon Justino de Souza1; Ândria Alves de Sousa2;Cesar Crispim Vilar3;

Rodrigo de Góes Esperon Reis4; Manoel Euzébio de Souza5; Silvio

Yoshiharu Ushiwata3

1Eng. Agrônomo, UNEMAT; 2Graduanda em Agronomia, UNEMAT; 3Doutor em Agronomia e

docente, UNEMAT;4Doutor em Fitotecnia-Agronomia e docente, UNEMAT; 5Doutor em Horticultura-

Agronomia e docente, [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Fitotoxidez; Húmus de minhoca; Resíduos orgânicos.

Introdução

O termo substrato aplica-se ao material sólido, natural, sintético ou residual, mineral

ou orgânico distinto do solo, que colocado em um recipiente de forma pura ou em

mistura permite o desenvolvimento do sistema radicular, desempenhando,

portanto, um papel de suporte para a planta (TEIXEIRA CAETANO, 2016).Os

materiais residuais orgânicos que podem ser utilizados para compor o substrato

(resíduo de soja, cana-de-açúcar, algodão etc) podem apresentar problemas como

a fitotoxidez, que acarretará no mal desenvolvimento da planta.

A fitotoxidez é definida como a intoxicação de plantas vivas por substâncias

presentes ou produzidas no meio de crescimento, que são absorvidas ou

acumuladas no tecido da planta, sendo o termo associado normalmente à

acumulação de substâncias potencialmente nocivas, em quantidades excessivas,

nos tecidos das plantas que podem afetar o seu crescimento e desenvolvimento

(LAGARTO RAMOS, 2016).

Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a fitotoxidez dos

resíduos e substratos orgânicos utilizados no preparo de mudas.

Material e Métodos

A avaliação da fitotoxidez dos resíduos orgânicos foi conduzida no Laboratório de

Solos da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus Nova

Xavantina. Os materiais avaliados foram: a) resíduos de soja, resultante da pré-

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limpeza da soja que consiste de sementes de plantas daninhas, bandas, grãos

chochos, resto de vargens e casca; b) resíduos de cana-de-açúcar, ou seja, bagaço

de cana; c) substrato comercial Bioplant; d) substrato preparado pelo produtor local;

e) areia e f) húmus de minhoca. O substrato adquirido do produtor foi preparado,

por ele próprio, utilizando resíduo de algodão (são restos de linter, plúmula, grãos

quebrados, impureza da plúmula, sendo o resultado do beneficiamento), calcário,

resíduo de soja, na proporção aproximada de 50 kg de resíduo de algodão, 1 kg de

calcário e 1 kg de resíduo de soja.

Para obtenção do extrato aquoso para avaliação da fitotoxidez, 10 g de resíduos

orgânicos ou substratos foram colocados em recipiente de vidro e posteriormente

100 mL de água destilada foi adicionada (relação 1:10, massa:volume). Esta

suspensão foi agitada a 60 rpm em mesa agitadora, durante uma hora, a

temperatura ambiente.

Em seguida, foicaracterizado o pH e a condutividade elétrica do extrato aquoso. A

leitura da condutividade elétrica foi efetuada através de condutivímetro modelo

Digimed DM 31 e peagâmetro HANNA modelo HI222. Na sequência, o extrato foi

centrifugado por 20 minutos e o líquido sobrenadante, com o mínimo de partículas

sólidas, foi obtido para uso no teste de germinação.

O bioensaio para a determinação do índice de germinação foi conduzido em placas

de petri de 9 cm de diâmetro, forrada com papel filtro, umedecido com 5 mL de

extrato dos resíduos orgânicos ou água destilada (testemunha). Posteriormente,

foram distribuídas 10 sementes de alface em cada placa uniformemente. As placas

foram mantidas em câmera de germinação a 25 °C, com fotoperíodo de 12 horas

no escuro e 12 horas na presença de luz, por um período de 48 horas, quando se

realizou a contagem do número de sementes germinadas e a medição do

comprimento das radículas das plântulas com um paquímetro digital.

Para avaliação do grau de toxidez de um substrato orgânico ainda não tem fórmula

universal, com isso o método mais usado para avaliar a toxidez de um substrato é

o teste de germinação (ASLAM e VANDERGHEYNST, 2009) citado por Rodrigues

(2001).

O índice de germinação (IG) foi obtido, como proposto por Zucconi et al., (1981)

citado por Rodrigues (2001), através da equação descrita abaixo.

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IG (%) = (NSGT x SCRT)

(nsgt x scrt)x100

Em que: IG = índice de germinação em porcentagem NSGT= número de sementes germinadas no extrato do tratamento SCRT= soma dos comprimentos da radícula no extrato do tratamento nsgt= número de sementes germinada em água destilada scrt= soma dos comprimentos da radícula das sementes germinadas

em água destilada.

O grau de fitotoxidez dos substratos e resíduos orgânicos foi classificado de acordo

com Zucconi et al., (1981) (Tabela 1).

Tabela 1. Classificação qualitativa de fitotoxidez dos substratos e resíduos orgânicos.

IG (%) Classificação do material em análise

>100 Material potencial a germinação e o crescimento da raiz das plantas

80-100 Não fitotóxicos

60-80 Moderadamente fitotóxicos

30-60 Fitotóxicos

<30 Muito fitotóxicos

Os teores de macronutrientes encontrados nos resíduos orgânicos e substratos

utilizados no experimento estão expostos na Tabela 2.

Tabela 2. Teores de macronutrientes que são: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio

(P), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Sódio (Na) e micronutrientes que são:

Zinco (Zn), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Cobre (Cu), Matéria Orgânica (M.O.),

Carbono Orgânico (C. Org.) e relação Carbono (C) / Nitrogênio (N) encontrados nos

resíduos orgânicos e substratos utilizados no experimento.

Amostra pH CaCl2 N P K Ca Mg S Na

g kg-1

RS 5,5 34,8 4,4 15,6 6,9 4,0 1,90 0,0 RC 5,0 11,3 2,3 4,6 3,5 1,7 1,27 1,0 SC 5,3 4,9 3,3 4,2 5,9 11,8 1,66 0,6 SP 7,2 13,1 3,3 0,8 26,8 2,8 2,94 0,1 HM 7,5 9,6 2,6 5,2 6,8 4,0 1,92 0,9

RS- Resíduo de Soja; RC - Resíduo de Cana-de-açúcar; SC - Substrato Comercial

Bioplant; SP - Substrato de Produtor Local; HM – Húmus de Minhoca.

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O experimento foi submetido à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. Para a realização da análise estatística

foi utilizado o programa computacional Assistência Estatística – ASSITAT.

Resultados e Discussão

Os resultados de condutividade elétrica e pH dos extratos aquosos são

apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Condutividade elétrica e pH dos extratos aquosos utilizados no teste de

germinação. Relação de 1:10 (massa:volume, material: água destilada)

Materiais pH Condutividade Elétrica (dS m-

1)

Húmus de minhoca 7,63 1,21

Substrato do produtor 7,29 0,45 Bioplant 6,66 1,11 Resíduo de Cana-de-açúcar 5,30 2,17 Resíduo de Soja 5,78 2,08 Areia 6,20 0,02

Os resíduos de cana-de-açúcar e de soja apresentaram os maiores valores de

condutividade elétrica, sendo estes valores indicativos de altas concentrações de

sais solúveis. Furlani et al., (1999) recomendam para hortaliças folhosas que a

condutividade elétrica da solução nutritiva esteja entre 1,0 a 1,2 dS m-1, durante a

fase de mudas e entre 1,4 a 1,6 dS m-1 na fase de produção. Para Cavins et al.,

(2000), um substrato com condutividade elétrica entre 2,0 e 3,5 dSm-1 em extrato

saturado apresenta salinidade adequada para maioria dos cultivos, não devendo

exceder 4,0 dS m-1. Segundo Giménez et al., (2008), na cultura do morangueiro

apresentou sensibilidade à salinidade, podendo reduzir a produtividade da cultura,

mas valores muito baixos de condutividade elétrica podem prejudicar a qualidade

do fruto. O substrato comercial Bioplant (SC) apresentou o maior índice de

germinação (155,71 %) (Figura 1). Em seguida, o substrato preparado pelo produtor

local (SP) e areia (AR) tiveram respectivamente 125,97 % e 121,72 %. Húmus de

minhoca (HM) e resíduos de cana-de-açúcar (RC) apresentou 93,75 % e 84,29 %,

respectivamente. Já o resíduo de soja (RS) apresentou menor índice de

germinação (61,20 %).

Com esse resultado, o substrato comercial diferenciou-se de todos os outros

tratamentos, expressando um efeito estimulante na germinação da semente de

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alface segundo a classificação de Zucconi e colaboradores (Tabela 1). O composto

preparado pelo produtor e a areia também apresentou característica estimulante à

germinação. Húmus de minhoca e resíduo de cana-de-açúcar, não apresentaram

característica de fitotóxicos para a germinação das sementes de alface. Já o

tratamento com resíduo de soja apresentou característica moderadamente

fitotóxicos, tendo um efeito inibidor na germinação.

Altos valores de condutividade elétrica no substrato Bioplant se devem à presença

de substâncias estimulantes e ausência de substâncias fitotóxicas no extrato

aquoso. Isso foi observado na elevada porcentagem de germinação e comprimento

das radículas e consequentemente no índice de germinação quando comparados

à germinação em água destilada. Por outro lado, a moderada fitotoxidez do resíduo

de soja pode ter sido causada pelo excesso de sais presentes neste resíduo. Isso

pode ser observado na alta condutividade elétrica do extrato aquoso originado

desse resíduo (Tabela 3). Além disso, este resíduo apresenta teores de nitrogênio

mais elevados (Tabela 2) e consequentemente pode haver um excesso de íons

amônio. O excesso de sais e íons amônio em excesso inibe a germinação de

sementes (LIMA et al., 2005). O aumento da salinidade não é desejável, pois a alta

concentração de sais é um fator de estresse para plantas, uma vez que reduz o

potencial osmótico, retendo água (AMORIM et al., 2002).

Figura 1. Índice de germinação de sementes de alface no extrato aquoso, água destilada (AD), substrato comercial (SC), substrato do produtor (SP), húmus de minhoca (HM), resíduo de cana-de-açúcar (RC), resíduo de soja (RS) e areia (AR). Letras iguais não diferem entre si pelo o teste Scott-Knott a 5%.

a

b

c

c

d

b

-

20

40

60

80

100

120

140

160

180

SC SP HM RC RS AR

Índ

ice

de

ge

rmin

ão

(%

)

Água destilada = 100%

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.25, 2018

Conclusão

O húmus de minhoca e resíduo de cana-de-açúcar, não apresentaramfitotoxidez

para a germinação das sementes de alface. Já o tratamento com resíduo de soja

apresentou fitotoxidez moderada, tendo um efeito inibidor na germinação. A

moderada fitotoxidez do resíduo de soja pode ter sido causada pelo excesso de

sais presentes neste resíduo, bem comoelevados teores de nitrogênio podendo

haver um excesso de íons amônio.

Referências

FURLANI, P.R.; SILVEIRA, L.C.P.; BOLONHEZI, D.; FAQUIN, V. Cultivo

hidropônico de plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1999. 52p.

GIMÉNEZ, G.; ANDRIOLO, J.; GOTO, R. Cultivo sem solo do morangueiro.

Ciência Rural, Santa Maria, v.38, n.1, p.273-279, 2008.

LAGARTO RAMOS, N. F. Avaliação da fitotoxicidade de correctivos

orgânicos. 2016. 85f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente).

Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016.LIMA,

M.G.S.; LOPES, N.F.; MORAES, D.M.; ABREU, C.M. Qualidade fisiológica de

sementes de arroz submetidas a estresse salino. Revista Brasileira de

Sementes, v.27, n.1, p.54-61, 2005.

RODRIGUES, S. S. B.; Avaliação de fitotoxidade através de Lepidium

sativum no âmbito de processos de compostagem.2001. 79f. Dissertação

(Mestrado em Gestão ambiental). Universidade de Coimbra, Portugal, 2001.

TEIXEIRA CAETANO, M. C. Substratos orgânicos para a produção de mudas

de Tabebuia heptaphylla irrigadas com água potável e residuária. 2016. 60f.

Tese (Doutorado em Agronomia). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,

Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2016.

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CARACTERIZAÇÃO DOS HÁBITOS E DA ORIGEM DOS ALIMENTOS

CONSUMIDOS PELA POPULAÇÃO XAVATINENSE

Gabriel Gonçales Miranda1; Igor Santos Moreira1; Ricardo Bonifácio

Barbosa1; Jínny Édlla Moreira Silva Rodrigues dos Santos2; Katia Maria

Pacheco dos Santos3

1Graduando em Agronomia, UNEMAT; 2Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT; 3Doutora em

Ecologia Aplicada, docente UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

A alimentação foi incluída, no ano de 2010, no artigo 6º Direitos Sociais dos Cidadãos da Constituição Federal Brasileira como um direito social, assim como é o acesso à educação, a saúde e os demais direitos previstos nessa Carta Magna. Estudos sobre os hábitos alimentares em populações urbanas são importantes para conhecer em que medida esse direito social está sendo alcançado epara traçar um perfil da identidade alimentar das famílias. O presente estudo avaliou padrões alimentares de uma amostra da população em 12bairros de Nova Xavantina, cidade interiorana do Mato Grosso, com 19.475 habitantes (IBGE 2010), que apresenta características expressivas da ruralidade comumente observada em pequenas cidades do centro-oeste do país. Para avaliar a dieta dos moradores, utilizou-se o método de inquérito dos alimentos ingeridos nas últimas 24 horas (R 24h) e enquadramento dos alimentos nas categorias: carboidratos, proteínas de origem animal, saladas, frutas, cereais, alimentos ultraprocessados e bebidas. As entrevistas foram realizadas por estudantes da segunda fase do curso de graduação em Agronomia da UNEMAT do Campusde Nova Xavantina, no primeiro semestre de 2018, configurando uma amostra de 2,4% da população urbana xavantinense. Após ranqueamento, na dieta diária dos entrevistados, as proteínas apareceram como a principal fonte de alimento (916 apontamentos de consumo) com destaque para as carnes e leite, seguida pelos cerais (arroz e feijão) (877 apontamentos), pelos carboidratos (596 apontamentos), sendo o pão o alimento mais consumido, pelas bebidas (café, chás, refrigerantes, chimarrão e suco) (362 apontamentos), sendo o café a bebida de destaque; pelas saladas(verduras, legumes e folhosas) (334 apontamentos), pelos alimentos ultraprocessados(48 apontamentos) e pelas frutas (35 apontamentos). Quanto a origem dos alimentos dimensionados dentro das categorias trabalhadas, mais de 90% dos itens foram adquiridos nos mercados, concluindo-se que a alimentação da população depende do seu poder de compra, mesmo sendo ainda uma cidade que apresenta fortes características rurais, eque os alimentos que fazem parte da dieta oriundos de quintais domésticos, de origem/aquisição diretamente do produtor são pouco expressivos, com exceção das folhosas, da mandioca, da batata-doce e do pequi. Palavras-chave: Hábitos alimentares; Direito social; População urbana; Nova Xavantina; Ruralidade

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DEPENDENCIA ESPACIAL DA PRODUTIVIDADE DE SOJA E MATÉRIA

FRESCA DE Urochloaruziziensis EM UMA ÁREA DE INTEGRAÇÃO

LAVOURA PECUÁRIA (ILP)

Maurício Ferreira Gonçalves1; Vandoir Holtz2; Carlos Eduardo Moura Costa1;

Murilo Rodrigues Martins1; Mikael Silva Paese1; Guilherme Augusto Santana

Borges1

1Graduando em Engenharia Agronômica, Universidade do Estado de Mato Grosso; Nova Xavantina,

Mato Grosso; 2Prof. Me. Engenheiro Agrícola, docente da Universidade do Estado de Mato

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Agricultura de precisão; Gliycine max; Manejo do solo; pastagem.

Introdução

Os avanços tecnológicos na produção agrícola permitem manejo diferenciado das

áreas de produção com a alocação dosinsumos com base nas necessidades de

cada área no campo, sendo essa técnicadenominada de agricultura de precisão

(BALASTREIRE et al., 2001).

A partir dos mapas de isolinhasé possível visualizar adistribuição espacial dos

parâmetros analisados, sugerindo manejodiferenciado para cada área (KOURI,

2006). Segundo Cavalcante et al. (2011), as técnicas de agricultura de

precisão,além de implicarem em redução de custos com a aplicação de insumos a

taxa variável, também proporciona maior conservação ambiental, quando

comparados ao sistema tradicional de distribuição de insumos.

O estudo da variabilidade espacial da produtividade e aspectos agronômicos das

culturas, associado aos mapas de isolinhas,auxiliam na caracterização e

diferenciação de zonas específicas de manejo e direciona a investigação das

causas de heterogeneidade, proporcionando a identificação de locais que

requerem manejos específicos e aplicação localizada dos insumos agrícolas

(KOURI, 2006).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.28, 2018

Para Molin (2001), o mapa de produtividade é ainformação mais completa para se

visualizar a variabilidade espacial das lavouras.De tal modo, um atributo que

apresenta dependência espacial sugere a possibilidade de manejo diferenciado do

solo, até certo nível, mais adequado à condição, para melhor aproveitamento dos

recursos (SILVA et al. 2004).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a dependência espacial

dapopulação de plantas de soja,número de grãos por planta, produtividade de

grãos de soja e massa de matéria fresca de Urochloaruziziensis, em uma área

conduzida em sistema de integração lavoura-pecuária (ILP).

Material e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido em uma área dedicado a produção comercial de soja

e gado de corte localizada no município de Nova Xavantina-MT, com altitude média

de 300 m, latitude 14°39’57” S e longitude 52°25’49” O, safra 2017/2018. Os dados

foram coletados em uma malha amostral com 136 pontos, espaçados em 50 m,

totalizando 34 hectares, utilizando um receptor de GPS. Em cada ponto foram

determinados a população de plantas, média de grãos por planta, a produtividade

da soja e a produção de massa de matéria fresca da Urochloa sp.

A população de plantas foi obtida pela contagem direta das plantas em duas linhas

de cultivo paralelas no espaço de 2,0 metros em torno de cada ponto amostral e

posteriormente extrapolou-se os valores para plantas por hectare. Para a

determinação da média de grãos de soja por planta foramcolhidas

assistematicamente três plantas em torno de cada ponto, que tiveram seus grãos

contados.

Para determinar a produtividade da sojaforam colhidas e trilhados as plantas que

ocupavam 1 m2 em torno de cada ponto amostral, medida sua massa e extrapolado

para kg ha-1. A produtividade de Urochloaruziziensis foi determinada por meio do

Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), calculado a partir de

bandas espectrais oriundas do satélite LandSat 8 e equação obtida pela relação

entre NDVI e da massa fresca (MF) em pontos georreferenciados: MF =

37984.NDVI – 5071,3 com R2= 0,9883.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.29, 2018

Para a leitura das bandas espectrais e cálculo do NDVI foi utilizado o QGIS® versão

2.18.23 e para os cálculos de semivariância e confecção dos mapas de isolinhas o

programa GS+ versão 7.0 (Gamma Design Software®).

Resultados e Discussão

Segundo Wilding e Drees (1983), o coeficiente de variação (CV) é classificado

como baixo quando CV<15%; moderado para 15%<CV<35%; e alto para CV>35%.

Nos resultados da análise estatística descritiva verifica-se por meio da amplitude

dos dados e do coeficiente de variação que os fatores analisados são heterogêneos

no espaço (Tabela 1), principalmente a produtividade de grãos da soja, e que

devem ser estudada sua estrutura de distribuição para verificar a existência de

dependência espacial, para aplicação de manejos localizados.

Tabela 1. Análise estatística descritiva para população de plantas de soja, número de grãos por planta, produtividade de grãos de soja e massa de matéria fresca de Urochloasp.

Parâmetros Média Mínimo Máximo Desvio padrão

C.V.(%)

Plantas por hectare 249779,41 145000,00 385000,00 57332,26 22,95 Grãos por planta 48,33 18,00 82,30 15,20 31,45 Prod. da soja (kg ha-

1) 1906,48 514,40 3769,30 737,60 38,69

Matéria fresca (kg ha-1)

8955,13 5450,27 12781,18 1471,72 16,43

C.V. = coeficiente de variação.

A produtividade média de soja no presente trabalho foi 1.906,48 kg ha-1, ficando

abaixo da média nacional, que apresentou produtividade média de 3.385,00 kg ha-

1 (CONAB, 2018). Esta baixa produtividade pode se justificar por motivos diversos,

oriundos do uso excessivo do solo e do manejo inadequado do sistema ILP, além

de agentes causais edafoclimáticos e biológicos. Muitos fatores que podem causar

a baixa produtividade são passíveis de serem estudados pela geoestatística e

abarcados pela agricultura de precisão, como por exemplo, a compactação do solo,

quantidade de nutrientes presentes no solo, população de plantas,comprimento de

raízes, incidência de pragas, etc.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.30, 2018

Na análise geoestatística(Tabela 2) verifica-se que todas as variáveis analisadas

apresentaram dependência espacial, bem como alcance superior ao intervalo entre

os pontos, o que indica que as dimensões da grade de amostragem foi satisfatória

para definir a dependência espacial.O índice de dependência espacial (IDE) foi

classificadopor Zimback (2001) em dependência espacial fraca (IDE ≤ 0,25),

moderada (0,25 < IDE ≤ 0,75) eforte (IDE >0,75). Assim, com exceção da

produtividade de soja que possui IDE moderada, os demais parâmetros

apresentaram IDE forte.

Tabela 2. Modelos de semivariogramas parapopulação de plantas de soja, número de grãos por planta, produtividade de grãos de soja e massa de matéria fresca de Urochloasp.

Atributos Modelo Alcance Patamar Efeito pepita

IDE R2

Plantas por hectare Esférico 426,00 4,9x108 4,5x108 0,91 0,97 Grãos por planta Esférico 341,00 272,90 0,10 1,00 0,92 Produtividade (kg ha-

1) Gaussian

o 249,41 614900 235000 0,62 0,98

Matéria fresca (kg ha-

1) Esférico 387,00 2897000 146000 0,95 0,99

IDE = Índice de dependência espacial.

Dalchiavon et al. (2011), avaliando a dependência espacial de atributos de planta

e solona cultura da soja no município de Selvíria-MS, também em área de cerrado,

encontraram dependência espacial alta para produtividade de grãos obtido, com

0,889 e moderada para número de grãos por planta, com 0,549, reforçando a ideia

de que cada área apresentará resultados diferentes para os mesmos parâmetros

analisados.

Figura 1. Mapas de população de plantas de soja (A), número de grãos por planta (B), produtividade de grãos de soja (C) e massa de matéria fresca de Urochloasp. (D).

A B

B C D

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Para a variável população de plantas por hectare (Figura 1A), é possível notar que

os maiores valores se concentram na parte centro-norte da área, local onde o

produtor optou por manejo diferenciado, aumentando o estande de plantas, mas

não obteve resultado satisfatório verificado no mapa de produtividade (Figura 1C).

Comparando os mapas de distribuição espacial da produtividade de grãos de soja

e de massa de matéria fresca de Urochloa sp. (Figuras 1C e 1D) observa-se uma

queda de rendimento mais acentuado de ambas as culturas do sistema ILP em

torno dos mesmos pontos amostrais, sugerindo que pode haver algum fator ou

conjunto de fatores que, nesta região em específico, limita a produção, tornando

interessante se fazer um estudo mais detalhado para esclarecer a causa dessa

baixa produtividade, para adotar um manejo diferenciado em relação ao restante

da área.

Conclusão

Todas as variáveis abordadas neste estudo mostraram dependência espacial de

moderada a forte.

Sob os pontos de vista espacial, práticoe agronômico, pôde-se constatar que os

mapas de isolinhas ajudam na investigação da causa de baixa produtividade das

culturas.

Tem-se a necessidade de avaliar outros atributos que podem ter influenciado a

variabilidade espacial da produtividade, lembrando sempre que o sistema agrícola

deve ser compreendido como algo heterogêneo e sujeito a ação de diversas

variáveis.

Referências

BALASTREIRE, L. A.; AMARAL, J. R.; LEAL, J. C. G. Agricultura de precisão:

Mapeamento da produtividade de uma cultura de café. Disponível em

http://www.ciagri.usp.br/~leia/resucafe.htm. Acessado em: 26 ago. 2018.

CAVALCANTE, E. G. S.; ALVES, M. C.; SOUZA, Z. M.; PEREIRA, G. T.

Variabilidade espacial de atributos físicos do solo sob diferentes usos e manejos.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.32, 2018

Revista Brasileira deEngenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.

15, n. 3, p. 237-243, 2011.

Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. Acompanhamento da safra

brasileira de grãos, v.5 Safra 2017/18 – Décimoprimeiro levantamento, Brasília,

p. 1-148, ago. 2018.

DALCHIAVON, F.C.; CARVALHO, M. P.; NOGUEIRA, D. C.; ROMANO, D.;

ABRANTES, F. L.; ASSIS, J. T. OLIVEIRA, M. S. Produtividade da soja e

resistência mecânica à penetração do solo sob sistema plantio direto no cerrado

brasileiro. Pesquisa Agropecuária Tropical. Escola de Agronomia e Engenharia

de Alimentos/UFG, v. 41, n. 1, p. 08-19, 2011.

KOURI, C, S. Variabilidade espacial de atributos de solo e produtividade em

área cultivada com café orgânico e convencional. 2006. 74f. Tese (Doutorado

em Produção Vegetal) - Faculdade de CiênciasAgrárias e Veterinárias,

Universidade do Estado de São Paulo, Jaboticabal, 2006.

MOLIN, J. P. Agricultura de precisão: o gerenciamento da

variabilidade.Piracicaba: O Autor,2001. 83p.

SILVA, G.; CAPPELLI, N. L.; UMEZU, C. K. Métodos probabilístico e

determinístico para diagnóstico da necessidade de subsolagem de solos

agrícolas.Engenharia Agrícola, Jaboticabal. v. 24, 2004, p. 130-141.

WILDING, L. P.; DREES, L. R. Spatial variability and pedology. In: WILDING,

L.P.; SMECK, N. E.; HALL, G. F. Pedogenesis and soil taxonomy: concepts.

ZIMBACK, C. R. L. Análise espacial de atributos químicos de solos para fins

de mapeamento da fertilidade do solo. 114 f. Tese (Livre-Docência) -

Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu,

2001.

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EFEITO DA APLICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS HÚMICAS NA NUTRIÇÃO DE

PLANTAS DE MILHO

Diego Alves de Souza1; Gabriel Henrique de Souza1; Julio Cezar Xavier

Nabeiro1; Kálita Souza Silva1; Tayssa da Silva Flores1; Orismário Lúcio

Rodrigues2

1Graduando em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Eng. Agrônomo, Dr.

Fitotecnia-Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Nutrição mineral de plantas; Substâncias Húmicas; Zea mays L.

Introdução

O milho (Zea mays L.) é uma planta de ciclo anual, com origem nas Américas, seu

cultivo é amplamente disseminado, sendo amplamente cultivado no mundo e

apresentando grande importância econômica para o Brasil (BARROS, 2014).

A utilização de condicionador de solo é uma alternativa para melhorar o

crescimento e rendimento das plantas(TREVISAN et al., 2010). O mesmo promove

maior desenvolvimento do sistema radical e consequentemente maior volume de

solo explorado, além de induzir a formação de H+ ATPases na membrana celular,

resultando na maior absorção de nutrientes(CHEN et al., 2004).Os solos

agricultáveis necessitam de melhorias na sua qualidade e na adubação que

recebem (BENITES et al., 2006), em vista disso, o uso de substâncias húmicas

como condicionadores de solo vem ganhando espaço na agricultura, pois com a

prática ambos objetivos podem ser alcançados, podendo haver ainda uma redução

no custo de produção e no impacto ambiental devido a diminuição do emprego do

fertilizantes mineral (BROWN et al., 2013).A necessidade da utilização de

tecnologias renováveis é de extrema importância na agricultura atual, a fim de

precaver a escassez de recursos naturais não renováveis. Diante do notório

cenário, o objetivofoi avaliar o efeito da aplicação de substâncias húmicas na

absorção de nutrientes em plantas de milho.

Material e Métodos

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O experimento foi realizado no viveiro da Universidade do Estado de Mato Grosso

– UNEMAT, campus de Nova Xavantina. O local do experimento situa-se a uma

altitude

média de 275 m, nas coordenadas 14° 41’ 25”S e 52° 20’ 55” W. Segundo a

classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Aw, com duas estações bem

definidas, apresentando temperatura e precipitação média anual de 24°C e 1.500

mm, respectivamente (SILVA et al., 2008).

O experimento foi conduzido a pleno sol, utilizando 20 vasos com capacidade de

20 dm3 cada um. A semeadura do milho foi realizada no dia 22 de maio de 2017,

utilizando três sementes de milho em cada vaso. Após a emergência das plântulas

foi realizado o desbaste, mantendo apenas a planta mais vigorosa em cada vaso.

As plantas foram irrigadas com 1 litro de água diariamente. O controle de pragas e

plantas daninhas, que eventualmente apareceram, foi realizado manualmente, não

havendo aplicação de nenhum produto químico.

A adubação mineral utilizada na semeadura foi definida com base no resultado da

análise de solo (Tabela 1).

Tabela 1. Análise química do solo utilizada no experimento.

A quantidade de adubo recomendada foi: 20 kg.ha-1 de N, 70 kg.ha-1 de P2O5 e 60

kg.ha-1 de K2O na semeadura e mais 140 kg.ha-1 de N em cobertura no estádio de

desenvolvimento V4 (Tabela 2). O correspondente à adubação recomendada: 0,5

g de ureia, 5 g de superfosfato simples e 1,25 g de cloreto de potássio e metade

dessas doses foram aplicadas no solo utilizado para o enchimento dos vasos que

receberamtratamentos contendo adubação mineral e metade da adubação mineral,

respectivamente.

Argila pH P K S Al Ca Mg H + Al CTC (T) SB CTC (t) V

% H2O %

24 6,4 33 97 9,9 0 4,4 1,5 5,9 12,1 6,1 1,64 50,9

----mg/dm3 ---- ---------------------- cmolc/dm3 ------------------------

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Tabela 2. Recomendação de adubação mineral para a cultura do milho grão em

função da análise de solo e produtividade esperada (ALVES et al., 1999).

Foi utilizada a dose de substância húmica correspondente a 25 L.ha-1 igual a 0,25

L para cada 20 L de solo. conforme recomendação do fabricante, sendo aplicado

na hora da semeadura simulando a aplicação no sulco de plantio. O experimento

foi realizado em blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições.

Os tratamentos consistiram de: T1: testemunha (sem adubação mineral e

substância húmica), T2: adubação mineral, T3: substância húmica, T4: substância

húmica + metade da adubação mineral e T5: substância húmica + adubação

mineral.

Quando as plantas de milho estavam em pleno florescimento, foi realizada

amostragem, coletando a primeira folha oposta, logo abaixo da espiga

(MALAVOLTA et al., 1997), e encaminhada ao Tecsolo – Laboratório de Análises

Agronômicas, para avaliação dos teores foliares.

Os dados foram submetidos à análise de variância, pelo teste F a 5% de

probabilidade e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott, utilizando o

programa estatístico Sisvar®.

Resultados e Discussão

Houve diferença significativa entre os tratamentos para os teores foliares de

nitrogênio, potássio, magnésio, enxofre, boro, ferro e manganês, logo, para fósforo,

cálcio, cobre e zinconão houve diferença significativa a 5% de probabilidade pelo

teste F (Tabela 3).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.36, 2018

Tabela 3. Resumo da análise de variância para o teste F, significativo a 5% de

probabilidade.

Nota: FV: fonte de variação, GL: grau de liberdade, QM: quadrado médio, CV:

coeficiente de variação, * significativo a 5% de probabilidade pelo teste F, ns não

significativo pelo teste F.

Os tratamentos contendo substância húmica proporcionaram um aumento nos

teores de nutrientes na parte aérea. Para nitrogênio e potássio, os tratamentos

contendo substância húmica e substância húmica + metade da adubação mineral

foram os tratamentos que apresentaram os maiores teores foliares desses

nutrientes. Para o magnésio, além dos tratamentos contendo substância húmica e

substancia húmica + metade da adubação mineral, o tratamento substância húmica

+ adubação mineral também proporcionou um aumento significativo no teor foliar

do nutriente. Os maiores teores de enxofre foram encontrados nos tratamentos

contendo adubaçãomineral, substância húmica + metade da adubação mineral e

substância húmica + adubação mineral (Figura 1).

N S

Tratame

nto4 56,00* 0,58*

Repetiçã

o3 1,73 0,04

Erro 12 1,59 0,06

CV (%) 12,79 26,38

Tratame

nto4

Repetiçã

o3

Erro 12

CV (%)

1,21 2,49 1386,26 226, 04 29,99

18,86 35,08 23,45 51,67 68,89

5,45* 3,12ns 9242,30* 1812,57* 51,42ns

1,38 0,86 239,6 15 35,78

FV GLQM

B Cu Fe Mn Zn

0,05 2,75 1,11 0,63

31,26 12,19 16,72 21,51

Mg

0,14ns 30,56* 1,48ns 2,72*

0,09 5,36 1,08 1,02

FV GLQM

P K Ca

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.37, 2018

Figura 1. Teor nutricional (g/kg) em plantas de milho, em função da adubação mineral e aplicação de substâncias húmicas.

Resultado semelhante foi encontrado por Baldotto et al. (2009) em abacaxizeiro

“Vitória”, onde as substâncias húmicas incrementaram em 52, 71, 50, 58, 60% os

conteúdos foliares de N, P, K, Ca e Mg, respectivamente.

Segundo Trevisan et al. (2010), as substâncias húmicas atuam diretamente na

fisiologia das plantas e alteram seu metabolismo bioquímico resultando no maior

crescimento do sistema radicular e desenvolvimento de sítios de emergência de

raízes laterais, o que aumenta a taxa de absorção e os teores foliares dos

nutrientes.

Figura 2.Massa seca de raíz (g/kg) em plantas de milho, em função da adubação

mineral e aplicação de substâncias húmicas.

A auxina é responsável pelo crescimento das raízes laterais e aumento da

concentração de H+ATPases, que por sua vez gera um gradiente eletroquímico ao

longo da membrana plasmática que leva à acidificação do apoplasto e ao

afrouxamento da parede celular, permitindo o alongamento das células e

consequente crescimento radicular. O aumento nos teores de nitrogênio devido a

aplicação da substância húmica pode ser atribuído ao aumento da absorção de

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nitrato (NO3-) (QUAGGIOTTI et al., 2004), e pelo aumento da atividade das enzimas

envolvidas na assimilação do N (ERTANI et al. 2011).

Conclusão

A aplicação de substâncias húmicas promoveu um maior incremento na nutrição

de plantas de milho em relação aos tratamentos que se constituíram de adubação

mineral, além de propiciar um melhor desenvolvimento da parte aérea e radicular.

a aplicação de substâncias húmicas juntamente com altas doses de adubo pode

ter efeitos contrários no desenvolvimento e produtividade da planta. Há maior

absorção de nutrientes em plantas de milho em função da aplicação de substâncias

húmicas, e as melhores respostas foram obtidas em condições de média fertilidade

do solo.

Referências

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.40, 2018

EFEITO DA CALAGEM E FOSFATAGEM EM Urochloa brizantha cv.

MARANDU NO SEGUNDO ANO

Djeison Felipe Supptitz1; Cesar Crispim Vilar2; Silvio Yoshiharu Ushiwata2;

Mikael Silva Paese1; Kálita Souza Silva1; Julio Cezar Xavier Nabeiro1

1Graduando em Agronomia, UNEMAT; 2Docente na Universidade do Estado de Mato Grosso,

Câmpus de Nova Xavantina. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

O Brasil possui o maior rebanho de gado criado à pasto do mundo e a Urochloa

brizantha cv. Marandu é uma das forrageiras mais utilizadas pelos pecuaristas

brasileiros. O objetivo do presente estudo foi avaliar em segundo ano, o efeito de

diferentes doses de P2O5 em características de U. brizantha cv. Marandu, em uma

área com e sem calagem em Nova Xavantina-MT. O experimento foi conduzido em

blocos casualizados com 10 tratamentos e 5 repetições, na forma de parcela

subdividida, somando 50 parcelas de 16 m2 total e 4 m2 útil. A parcela foi a área

com ou sem calagem (0 e 1,6 t ha-1) e as subparcelas foram cinco doses de P2O5

utilizando-se o Superfosfato Simples (SSP) (0, 45, 90, 135 e 180 kg ha-1) como

fonte de fósforo. Os dados de primeiro ano foram coletados no primeiro semestre

de 2017. No segundo ano, os dados de altura de planta e número de folhas foram

coletados semanalmente durante sete semanas após ser feito o corte de

homogeneização das plantas, em janeiro de 2018. No segundo ano de avaliação,

a produtividade de massa fresca (MF) e massa seca (MS) foi estimada colhendo-

se toda a área útil ao final da sétima semana de avaliações, cortando as plantas de

U. brizantha rente ao solo, e pesando a massa ainda no local para obtenção de MF,

enquanto uma pequena porção foi levada para o laboratório para secagem em

estufa à 65ºC por 3 dias até estabilização da massa e determinação da MS. Os

resultados foram submetidos à análise de variância (p = 0,05) no programa

computacional Sisvar versão 5.6. Para determinar o efeito da dose de fósforo foi

realizada uma análise de regressão, enquanto que para o efeito da calagem foi

realizado o teste de médias Scott-Knott. No primeiro ano, houve efeito significativo

para os valores de número de folhas para a área com calagem, para altura houve

efeito entre as doses na área sem calagem, já a produção de MS e MF foi maior na

área com calagem não diferindo entre as doses, e a interação somente teve efeito

na área sem calagem. No segundo ano, para as variáveis MS, MF e altura não

houve diferença significativa em relação as doses de P e calagem, já para a variável

número de folhas houve diferença significativa para as doses de P em área sem

calagem, sendo ajustado o modelo de regressão quadrático. Sendo assim, conclui-

se que a aplicação de calcário a lanço e incorporado e fosfato a lanço somente teve

efeito no primeiro ano de cultivo, sendo necessários mais estudos para elucidar o

efeito da dose e do modo de aplicação dos corretivos e fertilizantes na região e

cultura em estudo.

Palavras chave: Braquiária; pastagem; produção de massa seca.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.41, 2018

ESTUDO PRELIMINAR DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA NA FASE DE CRIA EM

UM REBANHO DA RAÇA NELORE

Tayssa da Silva Flores1; Diana Paula Bonfanti2; Beatriz Schwantes Marimon3;

Gilberto Romeiro De Oliveira Menezes3; Valéria Lima Da Silva4; Hugo Deleon

Dunck2

1Acadêmicos do Curso Engenharia Agrônomica, UNEMAT/NX; 2Engenheiro Agrônomo,

UNEMAT/NX; 3Dra. Docente do Curso de Agronomia, UNEMAT/NX; 4Mestrando em

Desenvolvimento Rural e Sustentável- UEG, São Luís de Montes Belos-GO. e-mail:

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

O desenvolvimento da atividade de pecuária de corte vem ocorrendo a partir de

pesquisas sobre o melhoramento genético. Neste sentido, o presente estudo

objetivou analisar a fase de cria de vacas Nelore quanto a sua eficiência produtiva

nas propriedades Madras, Madras do Araguaia, Madras do Corrente, Madras Ltda,

São Francisco e Santa Filomena das Águas. O objetivo foi alcançado a partir do

desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo em que

foram avaliados os seguintes fatores: peso adulto da vaca; peso na desmama do

bezerro; relação de desmama (Kg de bezerro desmamado / Kg de vaca adulta); Kg

de bezerro produzido por 450 Kg de vaca e a idade padrão, sendo ainda realizada

a correlação destas características. Este estudo apontou para o fato de que as

vacas mais pesadas foram mais eficientes em termos de produção de Kg de

bezerro na desmama. A conclusão em relação a análise nas fazendas alvo deste

estudo é que um dos principais problemas é o intervalo de parto longo, sendo que

a sugestão deste trabalho é que o proprietário invista em estação de montas

definida e descarte das vacas ineficientes.

Palavras-chave: Correlação Fenotípica; Peso na desmama; Peso Adulto;

Melhoramento Genético.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.42, 2018

FORMAS DE ASSOCIAÇÃO DE Azospirillum brasilense E ADUBAÇÃO

NITROGENADA EM COBERTURA SOBRE PARÂMETROS FITOTÉCNICOS NA

CULTURA DO MILHO

Eliel Mariano de Sousa1; Fernando de Almeida Mantelli1; Janiel Sousa

Chaves2; Bruno Luis Fiacadori2; Layla Gabriela Silva Azanki1; Luciane

Cristina Rozwalka3

1Graduando em Agronomia, UNEMAT; 2Engenheiro Agrônomo, UNEMAT; 3Doutora em

Fitopatologia, docente da UNEMAT, Campus Nova Xavantina. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

A promoção de crescimento e a redução do consumo de fertilizantes nitrogenados vêm ressaltando a importância da associação das bactérias fixadoras de nitrogênio (BFN) do gênero Azospirillum com a cultura do milho. O objetivo deste trabalho foi avaliar as formas de associação de Azospirillum brasilense via inoculação na semente e via aplicação em sulco e foliar, sem e com cobertura de nitrogênio (N) sobre os parâmetros fitotécnicos de milho cv. Impacto, sob sistema de plantio convencional, na safra 2018, em Nova Xavantina-MT. Nos tratamentosde aplicação em sulco e foliar foi utilizado a mistura de água e inoculante. Os tratamentos com cobertura de nitrogênio receberam 200kg.ha-1 de N, dividida em duas parcelas. Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados com 4 repetições e 8 tratamentos em esquema fatorial 2x4, com parcelas 5,0 x 6,0 m, com área útil de 12 m² contendo 6 fileiras. Foram avaliados o estande de plantas, índice SPAD, altura total de plantas, altura de inserção de espigas, número de fileiras por espiga, número de grãos por fileira de espiga, diâmetro de colmo, peso de mil sementes e produtividade. Dentre estes parâmetros avaliados, observou-se diferença significativa em índice SPAD (com nitrogênio e sem nitrogênio, 57,24 e 45,71 respectivamente), número de fileiras por espiga (sem inoculação, sem e com nitrogênio, 15,28 e 16,34 respectivamente; inoculação na semente, sem e com nitrogênio, 15,27 e 16,38 respectivamente; inoculação via foliar, sem e com nitrogênio, 15,44 e 16,72 respectivamente), diâmetro de colmo (sem inoculação, sem e com nitrogênio, 19,64 e 23,51 mm respectivamente; inoculação via sulco sem e com nitrogênio, 20,63 e 24,01 mm respectivamente e inoculação via foliar, sem e com nitrogênio, 20,87 e 20,73 mm respectivamente), estande de plantas (inoculação via semente, sem cobertura de nitrogênio, 46000 plantas ha-1), o peso de mil sementes (via semente, sem e com cobertura de nitrogênio, 134,24 g e 108,10 g, respectivamente). A maior produtividade média foi 45,18 sacas ha-1 obtida no tratamento aplicação via foliar com cobertura de nitrogênio, porém, não se observou diferença significativa em relação aos demais tratamentos.

Palavras-chave:Bactérias fixadoras;Fixação biológica de nitrogênio;Zea mays.

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ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA (NDVI) E

DEPENDÊNCIA ESPACIAL DOS COMPONENTES DE PRODUÇÃO DA SOJA

EM NOVA XAVANTINA-MT

Carlos Eduardo Moura Costa1; Vandoir Holtz2; Maurício Ferreira Gonçalves1;

Murilo Rodrigues Martins1; Janesley João Araújo Ferreira1

1Graduando em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; Nova Xavantina, Mato

Grosso; ²Prof Me. Engenheiro Agrícola, docente da Universidade do Estado de Mato

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Glycinemax; Agricultura de precisão; Sensoriamento remoto.

Introdução

A agricultura de precisão surgiu com tecnologias e procedimentos utilizados para

que os sistemas de produção agrícola sejam otimizados, por meio do

gerenciamento da variabilidade espacial da produção e os fatores

relacionados(MOLIN, 2000). Grego e Vieira (2005) acrescentam que a utilização de

tecnologias associadas à variabilidade se faz necessária na pesquisa agrícola, que

estuda o solo e sua capacidade produtiva.

As imagens de satélite são importantes ferramentas para modelos de previsão de

produtividade, pois, através de uma série de imagens é possível acompanhar o

desenvolvimento de uma cultura em áreas extensas. Segundo Esquerdo (2007) a

existência de informações espectrais geradas a partir de sensores com elevada

resolução temporal permite avaliar o comportamento espectral das culturas ao

longo de todos os seus estádios fenológicos.

O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) é um parâmetro biofísico

(ANDRADEet al., 2012) que possibilita rápida e eficiente detecção de variações na

vegetação (ROUSE et al., 1973). Para minimizar a variabilidade causada por

fatores externos a reflectância espectral tem sido transformada e combinada em

vários índices de vegetação (EMBRAPA, 2001).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.44, 2018

Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi identificar e avaliar o grau de

dependência espacial dos componentes de produção da soja(Glycinemax),

correlacionando o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) com a

produtividade da cultura, índice de área foliar e altura de plantas.

Material e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido em uma área de produção comercial sob integração

lavoura-pecuária, no município de Nova Xavantina-MT, com altitude média de 300

m, latitude 14°39’50” S e longitude 52°25’26” O. Os dados foram coletados

utilizando um receptor de GPS em uma malha amostral de 50 x 50m, com 136

pontos amostrais em 34 hectares.Em cada ponto foi avaliada a altura das plantas

de soja, índice de área foliar e produtividade de grãos de soja.

A altura das plantas foi avaliada por medição direta em três plantas por ponto,

utilizando régua graduada em centímetros.Destas plantas, determinou-se o índice

de área foliar (IAF), realizado com a retirada de todas as folhas nas quais foram

fotografadas, com uma câmera de resolução 20 megapixels e tiveram suas áreas

medidas com a utilização do programa de análise de imagens “ImageJ”. Para

avaliar a produtividade de grãos, foram colhidas manualmente as plantas em 1m2

em torno de cada ponto amostral, que depois de trilhadas e pesadas, tiveram sua

massa extrapolada para kg ha-1com umidade de 13%.

A realização do sensoriamento remoto foi através da obtenção de imagens orbitais

capturadas por meio do satélite Landsat8, disponível no portal da USGS

Explorer.Para determinar o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI)

foram usadas as bandas espectrais vermelho (Red, banda 4) e infravermelho

próximo (NIR, banda 5), sendo a leitura das bandas e cálculo do NDVI realizados

no programa QGIS® versão 2.18.23.

Para análise estatística descritiva foi usado o programa Excel e para identificar a

estrutura da dependência espacial a partir da análise dos semivariogramas

experimentais, bem como a construção dos mapas de isolinhas, utilizou-se o

programa GS+ versão 7.0 (ROBERTSON, 1998).

Resultados e Discussão

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.45, 2018

Segundo a análise estatística descritiva apresentada na Tabela 1, a área em estudo

apresentou produtividade média de 1906,48 kg ha-1 com considerável amplitude e

muito inferior a média nacional de 3333,00 kg ha-1(CONAB, 2018). O coeficiente de

variação segundo classificação de Wilding e Drees (1983) que classifica a

dispersão como baixa para Coeficiente de Variação (CV) inferior a 15%; moderada

para 15%<CV<35%; e alta para CV>35%. Assim, tanto a amplitude quanto o CV

indicam que os parâmetros analisados apresentam heterogeneidade,

principalmente a produtividade, e que podem apresentar dependência espacial.

Tabela 1. Análise estatística descritiva para produtividade de grãos de soja (safra 2017/2018), índice de área foliar (IAF) e altura de planta. n = 136.

Parâmetros Média Mín. Máx. D. padrão C.V.(%)

Produtividadekg ha-1 1906,48 514,40 3769,30 737,60 38,69 Índice de área foliar 2,42 1,00 4,90 0,812 33,55 Altura de planta 39,24 27,00 60,67 6.76 17,23

CV.: coeficiente de variação; D. padrão.: desvio padrão.

Os modelos matemáticos que melhor se ajustaram às semivariâncias e a

magnitude do índice de dependência espacial (IDE) de cada parâmetro avaliado

(Tabela 2) confirmam a ocorrência de dependência espacial. De acordo com

Zimback (2001) o índice de dependência espacial (IDE) é considerado fraco para

valores até 0,25; moderado entre 0,25 e 0,75 e forte dependência espacial acima

de 0,75. Assim o índice de área foliar apresentou forte dependência espacial e os

demais atributos dependência espacial moderada.

Tabela 2. Modelos matemáticos ajustado aos semivariogramas para produtividade de grãos de soja (safra 2017/2018), índice de área foliar (IAF) e altura de planta.

Atributos Modelo Alcance Patamar Efeito pepita IDE R2

Prod. kg ha-1 Gaussiano 249,42 614900 235000,00 0,62 0,98

IAF Exponencial 93,00 0,65 0,07 0,90 0,27

Altura de planta Esférico 252,00 48,10 15,60 0,68 0,97

Através do patamar pode-se observar que o IAF apresentou maior variabilidade em

uma menor distância entre as amostras, reforçando assim o forte grau de

dependência.

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Os modelos de semivariograma que melhor se ajustaram e o método de

interpolação por krigagem para estimar valores em locais não amostrados foram

utilizados para gerar os mapas de isolinhas da distribuição espacial dos atributos

fornecidos a partir da análise laboratorial de altura de planta, produtividade e índice

de área foliar (Figura 1 (a, b, c)).

(a)

(b)

(c)

(d)

Figura 1.Mapas de isolinhas: altura de planta (a), índice de área foliar (b), produtividade da soja dasafra 2017/2018 em kg ha-1(c) e Índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) Imagem obtida em 21/01/2018 (d).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.47, 2018

O NDVI presente na Figura 1d mostrou que onde foi identificado maior

índice de vegetação obteve-se maior produtividade. Segundo Huete et al.,

(2002) o NDVI é mais sensível à presença de clorofila e outros pigmentos

responsáveis pela absorção da radiação solar na banda do vermelho.Zanzarini

(2013) em seu experimento utilizando cana-de-açúcar concluiu que o NDVI

apresentou boa aplicação para observar a variabilidade espacial, correlacionando

com os atributos estudados.

Conclusão

O NDVI pode ser um bom índice para indicar produtividade.

A área em estudo apresentou variabilidade espacial dos atributos avaliados, sendo

adequado investigar as causas desta variabilidade para introduzir manejos

diferenciados.

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LEVANTAMENTO AGROAMBIENTAL DE UMA PEQUENA PROPRIEDADE NA

MICROBACIA DO CÓRREGO DO MURTINHO, NOVA XAVANTINA - MT

Katia Maria Pacheco dos Santos1; Italo Somavilla Busatto2; Valério Francisco Peixer Hoffman2

1Doutora em Ecologia Aplicada, docente UNEMAT. 2Graduandos em Agronomia, [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Conservação dos recursos naturais, Cerrado, Córrego do

Murtinho

Introdução

Os impactos negativos provocados pela espécie humana sobre o meio ambiente

muitos são resultantes das formas de uso e apropriação dos recursos naturais,

desconsiderando que esses não são renováveis. A gama de serviços ambientais

ofertados pelo bioma Cerrado é indiscutível, em especial quanto a garantia da

manutenção dos lençóis d'água e da biodiversidade. Esse bioma brasileiro é um

dos dois hotspots que compõe a lista mundial, ou seja, é um dos biomas mais

biodiversos e que apresenta alto grau de ameaça. O Cerrado é o segundo maior

bioma brasileiro, ocupa 21% do território nacional e é considerado a última fronteira

agrícola do planeta (ARRUDA, 2005). Nas regiões chamadas “fronteiras agrícolas”

em expansão, ou seja, as áreas da porção central do país, como é o caso do estado

Mato Grosso, onde esse bioma está presente. O clima é estacional, sendo nos

meses de outubro a março o período chuvoso, e de abril a setembro, período seco.

A precipitação média anual é de 1.500mm.

É incontestável que a ação antrópica desordenada sobre as áreas de Cerrado

resultado dentre outros prejuízos, do desmatamento das áreas as margens dos

veios hídricos, como aponta o estudos desenvolvidos por docentes e acadêmicos

da UNEMAT, campus Nova Xavantina, na microbacia do córrego do Muritnho que

já no ano de 2007 observaram que as áreas de preservação permanente (APP) ao

longo dessa microbacia foi constatada a ausência de cobertura florestal nativa de

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.50, 2018

Cerrado em vários pontos (ALVES & ROSSETE, 2007). Vale pontuar, que essa

microbacia hidrográfica do Córrego Murtinho apresenta uma área de 1.201

hectares, e sua foz deságua no Rio das Mortes, importante rio, que contribui para

a formação da Bacia do Rio Araguaia. Ao longo dos anos novas áreas foram sendo

abertas ao longo do Murtinho, e em muitos casos, de forma degradadora por meio

de desmatamento das matas ciliares, resultando em assoreamento. A conservação

das matas ciliares é uma obrigação legal no âmbito do Código Florestal vigente (Lei

Federal nº 12.651 de 2012), portanto, cabe a todos os ocupantes e/ou proprietários

dessa microbacia a salvaguarda do recurso florestal e hídrico. Objetivando

capacitar os alunos da disciplina de conservação dos recursos naturais no primeiro

semestre do ano vigente para realização de diagnósticos ambiental em

propriedades rurais foi proposta uma atividade prática no âmbito da disciplina que

resultou na realização de um diagnóstico agroambiental rápido junto a propriedades

rurais no município de Nova Xavantina. Os estudos diagnósticos constituem-se em

uma das etapas das análises prospectivas baseadas em cenários (BUARQUE,

2003). O presente estudo descreve o cenário agroambiental de uma propriedade

localizada na microbacia do córrego do Murtinho, município de Nova Xavantina -

MT.

Material e Métodos

A propriedade estudada é de 3,7 hectares situada na microbacia hidrográfica do

córrego do Murtinho (Figura 1 – Localização da microbacia do Murtinho). A seleção

da propriedade se deu de forma aleatória dentre as localizadas nessa microbacia.

A mesma teve seu nome oficial resguardado em atendimento a solicitação do

proprietário quando o mesmo concordou em participar da pesquisa nesta condição,

portanto, para efeito de identificação denominamos como Chácara 01.

A coleta de dados para caracterizar seus aspectos agroambientais se deu por meio

da aplicação de questionário in loco com o proprietário, incursão na área e a análise

dos dados utilizando como base os aspectos legais do Código Florestal Brasileiro,

em especial no que tange as áreas de proteção permanente e a reserva legal no

bioma Cerrado. De posse dos dados foi possível conhecer o histórico de uso da

terra e o cenário agroambiental atual.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.51, 2018

Figura 1. Imagem do córrego Murtinho até o Rio das Mortes e a localização da Chácara (seta amarela). Adaptado sobre a ferramenta https://goo.gl/maps

Resultados e Discussão

Desde a década de 1950 há uso da terra na área que compõe a Chácara 01. De

acordo com as informações coletadas após a retirada a vegetação florestal

presente as atividades exercidas faziam uso intensivo do solo. A mata nativa foi

retirada para fins madeireiro, e depois se teve ocupação por pastagem e

monocultura. E a nascente existente na área foi impactada devido a retirada de sua

mata ciliar.

A propriedade fora adquirida pelo atual proprietário em 2000, e desde então técnica

de manejo e conservação do solo, manutenção das matas ciliares e uso racional

dos recursos florestais que são premissas da agricultura ecológica foram adotadas

e constatadas na propriedade. Atualmente a referida nascente (Foto 1. Foto a

nascente no mês de junho do ano corrente) está protegida pela vegetação florestal

que está sendo preservada, e observa-se um processo de sucessão florestal bem

estabelecido, onde espécies nativas, como o buriti e outras que compõe as

vereadas típicas do bioma Cerrado. O proprietário faz uso dessa água para fins

domésticos e para a irrigação manual do SAF (Foto 2. Área de SAF da Chácara).

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O cultivo é exercido com base nas técnicas Agroflorestais, num consórcio de

plantas perenes e anuais tais como: abacaxi (Ananas comosu), buriti (Mauritia

flexuosa), açaí (Euterpe oleracea), cacau (Theobroma cacau), banana (Musa spp.,

abóbora (Curcubita spp). As atividades agroprodutivas observadas foram:

agricultura de autoconsumo, apicultura e avicultura em pequena escala. A mão de

obra é exclusiva do proprietário, o qual reside na área desde da compra da mesma.

A produção oriunda das atividades esporadicamente é vendida dentro do município.

Foto 1. Vista da nascente. Foto 2. Vista de parte da área de SAF.

O capim braquiária (Urochloa spp.) é observado nas áreas onde o SAF (Sistema

AgroFlorestal) ainda não se estabeleceu. Foi constatada baixa incidência de

plantas de palmeiras nativas do Cerrado. Como forma de controle e fornecimento

da biomassa para o solo, o proprietário faz roçadas localizadas. Não há emprego

de mecanização na área, exceto pelo uso de roçadeira manual. No SAF não é

aplicado qualquer tipo de defensivo agrícola, apenas se faz uso de adubação

mineral quando necessária.

Nas áreas onde o solo já apresenta uma boa serapilheira, ou seja, não se observa

que há camada de matéria vegetal em processo de decomposição suficiente para

manter as plantas nutridas, o manejo adotado é o fornecimento de irrigação

localizada e podas de condução.

Os resíduos vegetais produzidos no ciclo do SAF são incorporados ao solo com

auxílio da intervenção manual do proprietário. Alguns materiais como galhos e

casca de palmeiras são utilizados na confecção de artesanatos, suporte de

orquídeas.

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Uma fragilidade observada é o risco de deriva dos produtos agroquímicos que são

utilizados nas áreas vizinhas. Tal realidade comprometerá uma futura certificação

orgânica da produção realizada na Chácara.

Conclusão

As estratégias de manejo dos recursos naturais observadas na propriedade estão

em concordância com as premissas da agroecologia. E o cenário agroambiental

atual da área se mostra em evolução quanto aos aspectos de conversação do

recurso hídrico, pedológico e florestal.

O proprietário está salvaguardando as áreas de proteção permanente de sua

propriedade, que são: as margens do córrego do Muritnho e o entorno a nascente,

assim como a manutenção da reserva legal, portanto, o código florestal está sendo

cumprido.

Referências

ARRUDA, M.B. Representatividade ecológica com base na biogeografia de

biomas, ecótonos e ecorregiões continentais do Brasil: o caso do bioma

Cerrado. 2005, 194 f. Tese (Dourado em Ecologia) - Instituto de Ciências

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PERDAS NA COLHEITA MECANIZADA DA SOJA EM DIFERENTES

ÂNGULOS EM RELAÇÃO ÀS LINHAS DE SEMEADURA E VELOCIDADE

Jelvonei Darlan Lira1; Vandoir Holtz2

1Graduando em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Me. Engenharia Agrícola,

Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Colhedora, Glicyne max, mecanismos internos, plataforma de

corte.

Introdução

A soja (Glycine max L. Merrill) é originária da região central da China onde foi

domesticada há cerca de 5.000 anos na Manchúria, que é uma região favorável à

agricultura, com latitudes próximas a 40º N (UNFRIED; BRAGA, 2011). A produção

de soja mundial na safra de 2017/2018 foi de 340,86 milhões de toneladas, sendo

que o Brasil contribuiu com aproximadamente 118 milhões de toneladas (CONAB,

2018).

Todo o processo de colheita mecanizada implica em maior ou menor perda de

produto devido às características morfológicas das plantas e construtivas das

máquinas (CUNHA, PIVA e OLIVEIRA 2009). As características morfológicas da

planta, como altura da primeira vagem, a altura da planta, população de

plantaspodem influenciar o sucesso da colheita pelo fato que as plantas com menor

porte ou que estejam acamadaspossivelmente aumentarão as vagens próximas ao

solo e dificultarão o recolhimento das mesmas pela colhedora, aumentando as

perdas de grãos(SILVEIRA e CONTE, 2013). Esse aspecto adquire maior

importância quando há um atraso na colheita, podendo acarretar perdas na

qualidade e nas quantidades produzidas(AGUILA e HEIFFIG, 2011).

Outro fato que está chamando a atenção dos produtores, relacionado à colheita

mecanizada da soja, é o ângulo de deslocamento da colhedora em relação às

linhas de cultivo. Tradicionalmente o operador da máquina buscava deslocar com

a colhedora seguindo as linhas de cultivo da soja. Contudo, muitas áreas de cultivo

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.55, 2018

de soja apresentam relevo com alguma declividade, o que requer a construção de

terraços para evitar a erosão. Nestas áreas, a existência de terraços impõe uma

nova característica às áreas de cultivo, que leva o produtor a uma difícil decisão,

que é a semeadura em nível seguindo aos terraços, que reduz a capacidade

operacional efetiva do conjunto trator-semeadora ou semear em linhas retas e

paralelas, transpondo os terraços (BERTOLINI e COGO, 1999). Qualquer que seja

sua decisão, também será afetada a forma como serão conduzidos os tratos

culturais e colheita mecanizada (MACHADO e WADT, 2016).

Para manter as perdas de grãos dentro do limite aceitável, é imprescindível o seu

monitoramento. Desta forma o objetivo deste trabalho foi avaliar as perdas durante

a colheita mecanizada da cultura da soja realizada em três ângulos em relação às

linhas de semeadura e com diferentes velocidades de deslocamento da colhedora.

Material e Métodos

O presente trabalho foi realizado na Fazenda Lira, no município de Querência-MT,

nas coordenadas geodésicas 11°58'0,92"S e 52°29'53,71"O, no mês de março de

2018.

O delineamento utilizado foi em faixas, com quatro repetições e o arranjo dos

tratamentos foi esquema fatorial 3x3, compondo nove tratamentos sendo: os

ângulos de colheita 0º, 45º e 90º (paralelo, transversal e perpendicular) em relação

às linhas de semeadura e as velocidades de deslocamento da colhedora de 5,0;

6,0 e 7,0 km h-1.

Utilizou uma colhedora combinada da marca SLC, modelo 6200, fabricada no ano

de 1986, com sistema de trilha radial e plataforma de 13 pés. Para a determinação

das perdas, utilizou-se uma armação retangular, construída de barras de ferro e

cordões de náilon, com medidas ajustadas para obter a mesma largura da

plataforma de corte da colhedora, mantendo-se a área interna de 2,0 m², segundo

metodologia proposta por Mesquita et al. (1998).

Para mensurar as perdas ocorridas nas plataformas de corte e recolhimento, o

operador da colhedora interrompeu repentinamente o processo, desligando os

mecanismos da plataforma e em seguida a recuou. Após a retirada da máquina, a

armação retangular foi montada a frente das marca do pneu dianteiro no solo,

coletando todos os grãos, vagens e plantas inteiras que estavam dentro da faixa

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delimitada pela armação. Para se determinar as perdas totais na colheita, a

armação foi montada no percurso da colhedora, em área já colhida. A partir dos

resultados, são determinadas as perdas ocasionadas pela ação dos mecanismos

internos da colhedora, subtraindo-se, das perdas totais, as perdas ocasionadas na

plataforma de corte e as perdas naturais. Estes dados foramsubmetidos à análise

de variância e quando significativos a 5% tiveram suas médias comparadas pelo

teste de Tukey, com o auxílio do programa SISVAR 5.6 (FERREIRA, 2014).

Resultados e Discussão

Observa-se na Tabela 1, que as perdas ocorridas na plataforma com diferenças

significativas, tanto para o ângulo de colheita, como para a velocidade, além da

interação entre os fatores. O ângulo de colheita altera a forma e intensidade com

que as barras transversais do molinete conduzem massa a ser colhida em direção

ao transportador helicoidal. No sentido transversal (45º) o atrito foi menor entre o

molinete e o material colhido, ocorreu um fluxo contínuo de material na plataforma,

resultando em menores perdas na plataforma.

Tabela 1 – Teste de média das perdas na colheita mecanizada de soja (kg ha-1) na

plataforma de corte e recolhimento

Velocidade Ângulo

0º 45º 90º Média

5,0 km h-1 36,56 aA 15,36 aB 46,72 aA 32,88 a

6,0 km h-1 16,05 bB 16,15 aB 41,26 aA 24,49 b

7,0 km h-1 13,13 bB 11,56 aB 36,55 aA 20,41 b

Média 21,91 B 14,36 C 41,51 A

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Neste estudo verifica-se que em torno de 80 % das perdas ocorreram na plataforma

de corte e recolhimento, o que se aproxima dos resultados de Cunha e Zandbergen

(2007), que afirmam que de 80 a 85% das perdas na colheita mecanizada ocorrem

pela ação dos mecanismos da plataforma de corte das colhedoras (molinete, barra

de corte e condutor helicoidal) devido ao impacto gerado no material no momento

do corte e recolhimento.

Na Tabela 2, observam-se as perdas nos mecanismos internos da colhedora,

apresentando as menores perdas nos mecanismos internos no ângulo de 45º

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.57, 2018

(transversal) não diferindo estatisticamente do ângulo 0°. Destacadamente a maior

perda foi encontrada no ângulo de 90º na velocidade de 7,0 km h-1.

Tabela 2- Média das perdas nos mecanismos internos na colheita mecanizada de soja (kg ha-1)

Ângulo

Velocidade 0º 45º 90º Média

5,0 km h-1 1,66 aA 2,80 aA 3,72 cA 2,73 b

6,0 km h-1 1,03 aB 1,01 aB 14,14 bA 5,39 ab

7,0 km h-1 6,03 aB 4,02 aB 31,07 aA 13,71 a

Média 2,91 B 2,61 B 16,31 A

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula na linha não diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

Estes resultados são superiores, em porcentagem, aos encontrado por Pinheiro

Neto e Gamero (1999), que observou perdas nos sistemas de trilha e separação e

limpeza entorno de 12%. Segundo Carvalho Filho et al. (2005), as perdas nos

mecanismos internos podem ser consequência do acréscimo de velocidade de

deslocamento da colhedora, que produz maior volume de material colhido,

resultando em um excesso de material a ser trilhado, que se somaram as perdas

da plataforma, resultarão em maiores perdas totais durante este processo. As

perdas totais ocorridas durante a colheita apresentam diferenças significativas

(Tabela 3), com menor valor foi no ângulo de 45º, a 6,0 km ha-1. Isto se deve ao

melhor fluxo de material recolhido e trilhado pela colhedora, com menor atrito e

impactos com os mecanismos da máquina. No ângulo de 90º as perdas totais foram

maiores, mas somente na velocidade de 7 km h-1 acima de 60 kg ha-1.

Tabela 3 – Teste de média das perdas totais na colheita mecanizada de soja em diferentes ângulos nas três velocidades (kg ha-1)

Ângulo

Velocidade 0º 45º 90º Média

5,0 km h-1 37,48 aB 17,95 aC 50,44 bA 35,29 a

6,0 km h-1 15,29 bB 13,48 aB 55,40 bA 28,06 b

7,0 km h-1 19,17 bB 14,85 aB 67,23 aA 33,88 a

Média 23,98 B 15,43 C 57,82 A

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, e maiúscula nas linhas não diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

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Outro fator que deve ser observado é a idade e as condições de manutenção da

colhedora de acordo com Carvalho Filho et al. (2005), o tempo de uso das

colhedoras, ano de fabricação, também interfere nas perdas. Segundo Schanoski

et al, (2011) nas colhedoras mais novas as perdas são menores porque estas

possuem maior tecnologia embarcada em seu processo de fabricação, que resulta

em maior sensibilidade as perdas ocorridas. Mas neste trabalho foi utilizada uma

colhedora com mais de 30 anos de uso, colhendo com perdas totais de grãos dentro

dos limites aceitáveis. Isto permite afirmar que a idade da colhedora não é fator

principal na geração de perdas, mas a sua operação e manutenção inadequadas.

Conclusão

As maiores perdas na plataforma ocorreram no ângulo de 90º e velocidade de 5,0

km h-1;

As menores perdas totais foram no ângulo de 45º, transversal às linhas de

semeadura e na velocidade de 6,0 km h-1;

De modo geral, a colheita no sentido perpendicular as linhas de cultivo resulta em

maiores perdas de grãos em campo.

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PROPRIEDADES FÍSICAS E PRODUTIVIDADE DE SOJA EM AREA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA

Murilo Rodrigues Martins1; Vandoir Holtz2; Carlos Eduardo Moura Costa1;

Maurício Ferreira Gonçalves1; Maikon Araújo Borges1.

1Graduando em Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; Nova Xavantina, Mato

Grosso; ²Prof Me. Engenheiro Agrícola, docente da Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Agricultura de precisão; Resistencia à penetração; Dependência

espacial.

Introdução

A agricultura de precisão é uma filosofia de manejo da propriedade na qual os

produtores são capazes de identificar uma área qualquer como não homogênea e

então subdividi-la em talhões menores para trabalhar a variabilidade espacial

existente, com o interesse de aumentar a produtividade e os lucros por meio da

identificação do potencial produtivo de cada subárea, determinando manejo e

aplicação localizada de insumos, com acréscimos no retorno econômico de uma

área de alta produtividade já existente, em detrimento de áreas de baixa

produtividade (RODRIGUES, 2002).

Todo solo, por mais que aparente ser homogêneo e até mesmo pertencente a uma

mesma classe, pode apresentar determinada variabilidade dos atributos físicos e

químicos, podendo existir a variação espacial de determinados atributos, que

poderá interferir na produtividade das culturas (AMARO FILHO et al., 2007). Para

avaliar essa variação espacial torna-se necessário a utilização de ferramentas de

geoestatistica, que qualifica essa dependência espacial e a utiliza para interpolar

valores em determinados locais não medidos, produzindo assim informações para

construção de mapas contínuos a partir da amostragem discreta e para estruturar

novas amostragens em função da variabilidade espacial (GREGO et al.,2014).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.61, 2018

Diante do exposto este trabalho teve como objetivo identificar e avaliar a

dependência espacial da resistência à penetração do solo, massa específica do

solo, umidade do solo, comprimento de raiz e produtividade da soja, em uma área

cultivada com soja em um sistema de integração lavoura pecuária.

Material e Métodos

O presente trabalho foi conduzido na Fazenda Alvorada, município de Nova

Xavantina, em uma área de integração lavoura-pecuária, com altitude média de 300

m, longitude 14°39’50” S e latitude 52°25’26” O. Na área analisada foi construída

uma malha amostral de 50 x 50 m em 34 ha, totalizando 136 pontos amostrais. Em

cada ponto amostral foi analisado resistência à penetração do solo, massa

específica do solo, umidade do solo, comprimento de raiz e produtividade da soja.

Para determinar a resistência à penetração, foi utilizado um penetrômetro analógico

com haste de 0,8 m, cone de 14 mm de diâmetro, sendo realizadas três coletas em

cada ponto, avaliada até 0,6m de profundidade em intervalos de 0,10m. Para

determinar a massa específica do solo utilizou-se um trado Ulhand. A umidade do

solo foi determinada pelo método gravimétrico. Para determinar o comprimento de

raiz foram coletadas três plantas em cada ponto e medido o comprimento de sua

raiz principal com o auxílio de uma régua graduada em milímetros. Para determinar

a produtividade foram colhidas manualmente as plantas em 1 m2 em torno de cada

ponto, que posteriormente foram trilhadas e os seus grãos pesados, com a

produtividade extrapolada para kg ha-1 a umidade de 13%. Para análise estatística

descritiva utilizou-se o programa Excel®. Para avaliar a dependência espacial,

gerar os semivariogramas experimentais e construir os mapas de isolinhas foi

utilizado o programa GS+ versão 7.0 (Gamma Design Software®).

Resultados e Discussão

Na Tabela 1 verifica-se destacada amplitude dos dados analisados, bem como

elevados coeficiente de variação, o que indica que a área é heterogênea e que é

possível que os atributos do solo e produtividade apresentem dependência

espacial. Ainda verifica-se que produtividade média da área apresentou-se abaixo

da média nacional, que foi 3.333 kg ha-1 (CONAB, 2018).

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Tabela 1. Análise estatística descritiva para produtividade de grãos de soja (safra 2017/2018), resistência à penetração máxima (RPmax), comprimento de raiz (comp. raiz), umidade e massa especifica (massa esp.)

Parâmetros Média Min. Max. D. padrão CV(%)

Produtividade (kg ha-1) 1906,5 514,4 3769,3 737,6 41,73

Rpmax. (MPa) 3,90 2,65 5,4 0,53 15.32

Compr. da raiz (cm) 10,20 3,70 15,0 2,30 24.59

Umidade (kg kg-1) 0,10 0,07 0,14 0,015 22.10

Massa esp. (g cm-3) 1,55 1,12 1,78 0,13 8.77

CV.: coeficiente de variação; D.padrão.: desvio padrão.

O valor médio da resistência à penetração foi classificado como alto, o que pode

explicar o comprimento das raízes e a umidade do solo. De acordo comDalchiavon

et al (2011) a resistência à penetração é um fator limitante para a produtividade da

cultura. Para Martins et al. (2009), os níveis críticos de resistência à penetração do

solo para o crescimento radicular das plantas podem variar de acordo com o tipo

de solo e com a cultura implantada. Neste trabalho a resistência a penetração

média foi classificada alta (2,0 ≤ RP < 4,0 Mpa) de acordo com critério de Arshad

et al. (1996).

A produtividade, resistência à penetração e massa específica apresentaram

dependência espacial moderada e que o comprimento de raiz e a umidade do solo

apresentaram forte dependência espacial. Zimback (2001) classificou o índice de

dependência espacial dos atributos (IDE), sendo dependência espacial

considerado baixa para os valores menores que 0,25, moderada para os valores

entre 0,25 e 0,75 e alta para os valores superiores a 0,75.

Tabela 2. Modelos de semivariância ajustados para produtividade de grãos de soja da safra 2017/2018, resistência a penetração máxima (Rpmax), comprimento de raiz (comp. raiz), umidade e massa especifica.

Atributos Modelo Alcance Patamar Efeito pepita IDE R2

Produtividade Gaussiano 249,4 614900, 235000,0 0,62 0,98

Rpmax. Gaussiano 303,2 0,3138 0,14 0,54 0,96

Comp. raiz Gaussiano 79,67 5,47 0,94 0,83 0,82

Umidade Esférico 72 0,00023 0,000005 0,98 0,77

Massa específica Exponencial 378 0,019 0,0063 0,63 0,94

IDE.: Índice de dependência espacial; RPmax.: Resistência do solo à penetração.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.63, 2018

Ainda observa-se que o alcance foi satisfatório para todos os atributos avaliados,

mas com valores diferentes para cada atributo, o que indica que os atributos devem

ser avaliados de forma individualizada, podendo utilizar grades amostrais com

diferentes dimensões. Dalchiavon e Carvalho (2012) encontraram valores

superiores de índice de dependência espacial (0,889), porém com o alcance de

38,1 m. Segundo Grego e Vieira (2005), o solo pode variar de um local para outro,

dependendo do manejo adotado e das próprias características de origem.

Na Figura 1 pode-se observar a coincidência da maior produtividade (Figura 1a)

com a região de maior comprimento de raízes (Figura 1c), contudo na região com

maior RPmax (Figura 1b), o que indica a necessidade de investigar outros atributos

que podem estar restringindo a produtividade. De igual modo verifica-se resultado

controverso ao analisar o mapa de resistência à penetração (Figura 1b) e massa

especifica do solo (Figura 1d), o que pode estar relacionado com a textura do solo.

A distribuição espacial da umidade (Figura 1e) apresentou-se heterogênea, com

valores típicos de solo arenoso.Este resultado concorda com Reinert et al.

(2008)em que a umidade do solo variou entre 0,09 e 0,12 kg kg-1 e não influenciou

a resistência do solo à penetração.

a

b

c

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d

e

Figura 1 - Mapas de isolinhas: a) produtividade; b) resistência à penetração; c) comprimento de raiz; d) massa especifica; e) umidade.

Conclusão

Todos os atributos analisados apresentaram dependência espacial e a malha

amostral foi satisfatória para análise dos dados;

A resistência à penetração apresentou valores altos e considerados restritivos ao

desenvolvimento das raízes da planta, sendo indicada a subsolagem em área total.

Referências

AMARO FILHO, J.; NEGREIROS, R.F.D. DE; ASSIS JÚNIOR, R.N.; MOTA,

J.C.A. Amostragem e variabilidade espacial de atributos físicos de um Latossolo

vermelho em Mossoró, RN. Revista Brasileira de Ciência do Solo. v.31, 2007,

p.415-422.

ARSHAD, M.A.; LOWERY, B; GROSSMAN, B. Physical tests for monitoring

soil quality. In: DORAN, J.W. &JONES, A.J., eds. Methods for

assessing soil quality. Madison, Soil Science Society of America, 1996.

p.123-141. (SSSA Special Publication, 49).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.65, 2018

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – (CONAB). Acompanhamento

da safra brasileira de grãos, v. 11 Safra 2017/18 - Décimo primeiro

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DALCHIAVON, F.C.; CARVALHO, M.P. Correlação linear e espacial dos

componentes de produção e produtividade da soja. Semina: Ciências Agrárias,

p. 541-552, 2012.

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ABRANTES, F.L.; ASSIS, J.T.D.; OLIVEIRA, M.S.D. (2011). Produtividade da soja

e resistência mecânica à penetração do solo sob sistema plantio direto no cerrado

brasileiro. Pesquisa Agropecuária Tropical, 08-19.

GREGO, C.R.; DE OLIVEIRA, R.P.; VIEIRA, S.R. Geoestatística aplicada a

Agricultura de Precisão. Embrapa Monitoramento por Satélite-Capítulo em livro

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GREGO, C.R.; VIEIRA, S.R. Variabilidade espacial de propriedades físicas do

solo em uma parcela experimental. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 29,

n. 02, p. 169-177, 2005.

MARTINS, M.V.; CARVALHO, M.D.P.; MARCELO, A.; MONTANARI, R.

Correlação linear e espacial entre a produtividade do feijoeiro e atributos físicos

de um Latossolo Vermelho distroférrico de Selvíria, Estado de Mato Grosso do

Sul. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 31, n. 1, p. 147-154, 2009.

REINERT, D. J.; ALBUQUERQUE, J. A.; REICHERT, J. M.; AITA, C.; ANDRADA,

M. M. C. Limites críticos de densidade do solo para o crescimento de raízes de

plantas

de cobertura em argissolo vermelho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.

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RODRIGUES, J.B.T. Variabilidade espacial e correlações entre atributos de

solo e profundidade na Agricultura de Precisão. Dissertação (Mestrado em

Agronomia). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências

Agronômicas. Botucatu, 2002.

ZIMBACK, C.R.L. Análise espacial de atributos químicos de solos para fins

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Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu,

2001.

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QUALIDADE DE SEMENTES FLORESTAIS ANALIZADAS NO LABORATÓRIO

DE SEMENTES DA UNEMAT CÂMPUS NOVA XAVANTINA

Marcos Vinicius Silva Lima1; Janesley João Araújo Ferreira2; Rodrigo de

Góes Esperon Reis3; Guilherme Henrique Pompiano do Carmo4; Luciane

Cristina Rozwalka3.

¹Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Graduando em Agronomia, UNEMAT; 3Eng.

Agrônomo, Doutor, docente da UNEMAT; 4Eng. Florestal, Rede de Sementes do Xingu/Instituto

Socioambiental [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

A necessidade de conservação das florestas tropicais e o fortalecimento da política ambiental promoveram um aumento na demanda de sementes de espécies florestais nativas. A utilização de sementes de qualidade é um dos fatores primordiais para garantir o sucesso da restauração/recuperação de áreas degradadas. O presente trabalho teve como objetivo realizar a caracterização da qualidade de sementes florestais analisadas no Laboratório de Qualidade de Sementes (LQS) da UNEMAT Câmpus Nova Xavantina utilizadas no reflorestamento de áreas degradadas pela Rede de Sementes do Xingu. Para tanto, foram avaliadas as informações referentes aos testes de pureza física e de germinação de sementes de 31 espécies nativas analisadas no LQS, os quais foram realizados de acordo com a Regras para Análise de Sementes. Durante um ano foram realizados 95 testes de pureza física e de germinação de sementes em 66 lotes de sementes das cidades de Canarana e Nova Xavantina, Mato Grosso. Em todos os lotes analisados verificou-se pureza física entre 94 a 100%. Nos testes de germinação, as espécies Tabebuia roseoalba,Astronium flaxinifolium, Handroanthus impetiginosus, Jacaranda brasiliana, Handroanthus serratifolius, Apuleia leiocarpa e Dipteryx alata apresentaram médias entre 75 a 100%. Para as espécies Anadenanthera colubrina, Anacardium occidentale, Anacardium nanum, Mabea fistulifera, Sterculia striata, Senegalia polyphylla, Cybistax antisyphilitica, Buchenavia tomentosa e Ceiba speciosa verificaram-se porcentagens de germinação entre 50 e 75%. As espécies de Myracrondron undrueva, Tabebuia aurea, Anadenanthera peregrina, Platypodium elegans, Copaifera langsdorffi, Tachigali vulgaris e Bixa orelana a porcentagem de germinação variou de 25 a 50%. Para as demais espécies analisadas, Schefflera morotoni, Terminalia argentea, Peltophorum dubium, Maclura tinctoria, Curatella americana,Cariocar brasieliensis, Enterolobium contortisiliquum e Ormosia paraenses, constatou-se germinação abaixo de 25%. Conclui-se que a pureza física das sementes analisadas se encontra dentro de valores satisfatórios, enquanto a porcentagem de germinação varia de acordo com a espécie analisada. Portanto, necessitam-se de mais pesquisas ou estudos de caso para verificar os fatores que levam à redução da viabilidade em sementes das espécies analisadas. Palavras-Chave: Espécies florestais; Teste de germinação; Pureza física.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.67, 2018

RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA SOB PLANTIO DIRETO EM BARRA DO

GARÇAS-MT

Luis Paulo Lemes dos Santos1; Potiguara Marques Pizarro1;

Silvio Yoshiharu Ushiwata2; Cesar Crispim Vilar2; Vandoir Holtz3;

Marcelo Alessandro Araújo4

1Graduando em Eng. Agronômica, Universidade do Estado de Mato Grosso; ²Eng. Agrônomo, Dr.

Solos-Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso; 3Eng. Agrícola, Me. Engenharia

Agrícola, Universidade do Estado de Mato Grosso; 4Eng. Agrônomo, Dr. Solos-Agronomia,

Universidade Estadual de Maringá[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Compactação; Crescimento radicular; Recuperação de áreas

degradadas.

Introdução

O sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) sob plantio direto é utilizado com o

intuito de manter ou melhorar as qualidades físicas e químicas do solo, para obter

uma melhor produção agrícola, promovendo assim a recuperação ou renovação de

pastagens (MACEDO, 2009). O sistema ILP baseia-se na diversificação, rotação,

consorciação e/ou sucessão das atividades da agricultura e da pecuária dentro da

propriedade rural onde ambas se beneficiam (KLUTHCOUSKI et al., 1991). Esse

sistema permite que o solo seja explorado praticamente o ano inteiro,

proporcionando aos produtores rurais aumentar sua produção de grãos, de carne

e leite (MACEDO, 2009).

A limitação física do solo se deve a sua compactação, caracterizada pelos

aumentos da densidade, da resistência à penetração e da microporosidade com

consequente redução da macroporosidade. Portanto, para o início da implantação

do sistema ILP é requerida a utilização de máquinas e implementos para o preparo

do solo, visando o revolvimento do solo com arado para que ocorra a

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.68, 2018

descompactação nas camadas mais superficiais, melhorando assim os atributos

físicos (ROSOLEM et al., 1999). Porém, no sistema ILP sob o sistema de plantio

direto (SPD), o preparo do solo para semeadura fica restrito apenas ao primeiro

ano de implantação, sendo que ao ser realizado por vários anos consecutivos, o

SPD promove o aumento da microporosidade e diminuição na macroporosidade e

porosidade total do solo, diminuindo a frequência de revolvimento do solo,

aumentando os valores de densidade nas camadas subsuperficiais devido ao

tráfego de máquinas (SILVEIRA et al., 2008).

Em relação a compactação do solo por pisoteio animal no sistema ILP, ainda há

poucos estudos que comprovem se o pisoteio de animais exerce influência na

compactação do solo e ou na redução de produtividade, e alguns estudos que

demostraram que a compactação foi mínima e ficou restrita apenas nas camadas

superficiais (MACEDO, 2009).

Diante do exposto, objetivou-se avaliar a resistência à penetração do solo (RPS)

em áreas de pastagem degradada, com diferentes tempos de implantação do

sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) e de vegetação nativa (mata).

Material e Métodos

O experimento foi realizado na Fazenda São Luiz, do Grupo Carpa Serrana, no

município de Barra do Garças, região do Vale do Araguaia-MT, em abril de 2017.

Foram realizados os testes de RPS e coletadas amostras de solo para

caracterização da granulometria e avaliação da umidade em cinco áreas distintas:

área de pastagem degradada; áreas com dois, três e quatro anos de ILP; e área de

vegetação nativa (mata). A RPS foi determinada em 25 pontos em cada área com

intervalos de 10 em 10 cm até a profundidade de 60 cm, utilizando um

penetrômetro. As amostragens foram realizadas nos dias 28, 29 e 30 de abril de

2017, logo após a colheita de soja. A determinação da granulometria, método da

pipeta, e umidade gravimétrica foram realizadas no Laboratório de Solos da

Universidade do Estado de Mato Grosso no Campus de Nova Xavantina-MT, de

acordo com metodologia de EMBRAPA (DONAGEMA, 2011).

A caracterização da granulometria do solo das áreas é apresentada na Tabela 1.

Os solos das áreas avaliadas apresentam teor de argila que varia de 190,8

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.69, 2018

(pastagem degradada, 5 a 10 cm) a 281,8 (ILP 2 anos, 0 a 5 cm), portanto,

apresentando pequena variação entre as áreas e também em profundidade.

A comparação das variáveis entre os tratamentos foi realizada por meio do intervalo

de confiança da média a 95% (p< 0,05), com auxílio de uma planilha eletrônica do

software Excel@.

Tabela 1. Valores médios (X) e de desvio padrão (DV) de areia, argila e silte em terra fina seca ao ar (TFSA) (g kg-1 de TFSA)em solos de áreas de pastagem degradada, com 2, 3 e 4 anos sob integração lavoura-pecuária (ILP) e mata nas profundidades de 0 a 5, 5 a 10, 10 a 20 e 20 a 40 cm. Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT. 2017.

Profundidade

(cm)

Áreas Areia

(g kg-1TFSA)

Argila

(g kg-1TFSA)

Silte

(g kg-1TFSA)

X DV X DV X DV

0 a 5

Pastagem 757,6 34,9 194,5 25,3 47,8 18,3

ILP (2 anos) 682,0 29,1 281,8 46,0 36,2 28,7

ILP (3 anos) 726,6 28,2 218,6 31,2 54,8 25,1

ILP (4 anos) 698,3 38,6 215,6 26,7 86,1 38,7

Mata 687,6 46,7 258,8 16,9 53,6 36,4

5 a 10

Pastagem 749,9 26,8 190,8 24,2 59,3 17,1

ILP (2 anos) 689,3 30,7 193,1 25,3 117,5 16,2

ILP (3 anos) 722,9 25,0 222,6 20,6 54,6 12,2

ILP (4 anos) 699,8 32,0 231,5 35,8 68,7 16,5

Mata 685,2 30,0 221,2 28,7 93,5 30,8

10 a 20

Pastagem 738,9 30,7 236,6 30,5 24,5 8,2

ILP (2 anos) 691,6 35,9 261,3 34,8 47,1 57,7

ILP (3 anos) 724,3 38,1 255,1 21,5 20,7 16,9

ILP (4 anos) 694,4 35,7 260,4 27,6 45,2 10,7

Mata 723,9 45,5 257,2 32,2 18,9 21,0

20 a 40

Pastagem 721,4 39,3 213,9 29,2 64,7 17,6

ILP (2 anos) 667,1 33,2 235,4 27,4 97,5 28,3

ILP (3 anos) 696,1 46,5 246,6 30,6 57,3 36,4

ILP (4 anos) 652,2 41,2 228,0 66,9 119,8 29,8

Mata 673,6 43,2 224,6 8,9 101,9 35,5

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Resultados e Discussão

A RPS, na profundidade de 0 a 10 cm, foi muito superior na área de pastagem

degradada sendo observado o valor de 7,9 MPa acima de 2,0 MPa, índice de

referência comumente utilizado como limitante ao crescimento de plantas (Figura

1). Para as outras áreas, os valores variaram abaixo do índice de referência em ILP

2 anos 1,8 MPa e próximos a este em ILP 3 anos 2,31 MPa, ILP 4 anos 2,19 MPa

e em área de mata 2,7 MPa.

Na profundidade de 10 a 20 cm, a RPS reduziu na área de pastagem degradada,

porém os valores continuaram elevados 5,7 MPa. As outras áreas apresentaram

valores próximos que variaram de 2,6 MPa em área de ILP 2 anos a 3,2 MPa em

área de ILP 4 anos. Quando comparados à profundidade anterior, foi observado

aumento da RPS nas áreas de ILP.

Para a profundidade de 20 a 30 cm, os valores de RPSvariaram de 2,2 MPa em

área de mata a 3,7 MPa em área de pastagem. Nas áreas de ILP, a área de 2 anos

apresentou valores menores do que as áreas de 3 e 4 anos. Obteve-se pouca

diferença de RPS entre os valores encontrados nessa profundidade até 60 cm, para

as áreas de mata, ILP 2 anos e pastagem degradada que se mantiveram entre 2,2

a 1,9; 2,6 a 2,6 e 3,7 a 3,3 MPa, respectivamente. Para as áreas de ILP 3 e 4 anos,

os valores tiveram uma redução até a profundidade de 60 cm.

A RPS foi determinada em um período com frequência reduzida ou menor de

chuvas na região e consequentemente umidade abaixo da capacidade de campo.

Essa menor umidade que variou de 0,07 a 0,17 g g-1de solo seco pode ter

aumentado a resistência do solo à penetração de modo geral. Por esse resultado

é possível fazer diversas inferências e observações por meio dos dados obtidos.

A umidade gravimétrica de 0,05 a 0,1 g g-1 valor, considerada baixa em pastagem

até a camada de 0 a 40 cm pode ter aumentado à resistência do solo no momento

da sua determinação, tornando evidente a degradação física e química dessa área

(Figura 2). A compactação desse solo pela redução da cobertura vegetal e pelo

pisoteio animal aumentou a RPS e reduziu a infiltração da água no solo. Valores

abaixo de 2,3 MPa em todas as áreas de ILP em relação à mata, na profundidade

de 0 a 10 cm, se devem provavelmente à descompactação superficial do solo pelas

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semeadoras, e o bom manejo animal e das pastagens que evitou a compactação

pelo pisoteio, mesmo após 4 anos de ILP. Nas profundidades de 10 a 20 e 20 a 30

cm, valores mais altos de RSP em ILP em relação à área de mata se devem ao

tráfego de máquinas e colheitadeira naárea.

Figura 1. Resistência à penetração do solo em áreas de pastagem degradada, mata e com 2, 3 e 4 anos sob integração lavoura-pecuária, nas profundidades de 0 a 10, 10 a 20, 20 a 30, 30 a 40, 40 a 50 e 50 a 60 cm. Linha reta vertical, em vermelho, indica o valor de resistência de 2,0 MPa comumente utilizado como restritivo ao crescimento de plantas. Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT. 2017.

Figura 2. Umidade gravimétrica de solos de áreas de pastagem degradada, mata e com 2, 3 e 4 anos sob integração lavoura-pecuária nas profundidades de 0 a 10, 10 a 20 e 20 a 40 cm. Fazenda São Luiz, Barra do Garças-MT. 2017.

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Conclusão

O sistema de manejo ILP influência na resistência a penetração do solo quando

praticado por vários anos.

Percebe-se, maiores valores de resistência á penetração do solo nas camadas

mais subsuperficiais, devido o tráfego intensivo de maquinas agrícolas, e menores

valores nas camadas superficiais, devido a descompactação do solo promovido

pelas semeadoras.

Agradecimentos

Os autores agradecem a Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável pelo apoio

financeiro para execução do projeto.

Referências

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de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230p.

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Goiânia: Embrapa arroz e feijão, 1991. p20.

MACEDO, M. C. M. Integração lavoura e pecuária: O estado da arte e inovações

tecnológicas. Revista Brasileira de Zootecnia, Campo Grande, v. 38, n. SUPPL.

1, p. 133–146, 2009.

ROSOLEM, C. A. et. al. Crescimento radicular de plântulas de milho afetado pela

resistência do solo à penetração. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.

34, n. 5, p. 821–828, 1999.

SILVEIRA, P. M. et. al. Efeitos Do Manejo Do Solo Sob Plantio Direto E De

Culturas Na Densidade E Porosidade De Um Latossolo. Bioscience Journal,

Uberlândia, v. 24, n. 3, p. 53–59, 2008.

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RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA À ADUBAÇÃO FOSFATADA EM

LATOSSOLO VERMELHO AMARELO NO CERRADO

Julio Cezar Xavier Nabeiro1; Diego Alves de Souza1; Waguine Barbosa

Gomes1;Neuzilene das Graças Rossi2; Cesar Crispim Vilar3, Silvio Yoshiharu

Ushiwata4

1Graduandos em Agronomia,Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Mestranda em Agronomia,

Universidade Estadual de Maringá; 3Eng. Agrônomo, Dr. Solos-Agronomia; 4Eng. Agrônomo, Dr.

Solos-Agronomia. [email protected].

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Palavras-chave: Fósforo; Produtividade; Glycine max.

Introdução

O Brasil produziu 232,6 milhões de toneladas de grãos, na safra 2017/2018,

correspondendo a produção de soja (Glycine max) a 116.995,9 toneladas; sendo o

estado de Mato Grosso o maior produtor do país com 30.513,5 toneladas com uma

produtividade de 3.350 kg ha-1 deste grão (CONAB, 2018).Latossolos se destacam

em cultivo eextensão, sendo o Latossolo Vermelho-Amarelo responsável por

154.219,44 km2 da área total em extensão no Mato Grosso (SEPLAN-MT, 2000).

Os Latossolos são solos altamente intemperizados e ácidos, possuindo alta

concentração de óxi-hidróxidos de Fe e Al na fração argila, apresentando alta

capacidade de adsorção de fósforo (P) (VILAR et al., 2010). Os minerais mais

abundantes no solo são a caulinita, gibbsita, hematita, goethita e a maghemita que

apresentam sítios para retenção de ânions (CTA) (COSTA et al., 1999) e

contribuem para o fenômeno de adsorção do P nos solos (VILAR et al., 2013).Solos

com maior capacidade de adsorção de fósforo, tendem a apresentar menores

níveis críticos do elemento.(MUNIZ et al., 1985)

Marin et al. (2015) obtiveram a maior resposta da produtividade da soja com a dose

de 108 kg ha-1 de P2O5. Segundo Araújo et al. (2005), a dose de fósforo que

proporcionou maior rendimento foi de 270 kg ha-1 de P2O5, obtendo uma produção

de 2.996 kg ha-1 de soja. Devido a esses fatores citados acima, adubação fosfatada

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poderá proporcionar ganhos de produtividade nas lavouras de soja do cerrado. O

objetivo desse trabalho foi avaliar a influência ou o efeito da adubação fosfatada

sobre os componentes de produção e produtividade de grãos da cultura da soja em

um Latossolo Vermelho - Amarelo na região do Cerrado.

Material e Métodos

O experimento foi realizado na fazenda Primavera no município de Água Boa-MT,

coordenadas geográficas de 14°12'22.85"S e 52°45'15.23"O e 430 m de altitude. O

clima é classificado como Aw de acordo com a classificação de Köppen, clima

tropical verão chuvoso e inverno seco (SOUZA et al., 2013). Com precipitações

anuais em média 1.400 mm a 1.600 mm e temperatura média anual de 23 a 24 ºC

(RAMOS et al., 2017).

O solo da área experimental foi classificado como LATOSSOLO VERMELHO

AMARELO (EMBRAPA, 2013). A semeadura foi realizada em sistema de plantio

direto (SPD) sob palhada de milheto. As amostras de solo foram coletadas na

camada de 0 a 20 cm, e foram encaminhadas ao laboratório de solos

AGROANÁLISE em Cuiabá, para análise dos atributos físicos e químicos do solo

conforme metodologia proposta pela Embrapa (2011) (Tabela 1). A interpretação

da análise de solo foi realizada conforme Sousa e Lobato (2004), em que o teor de

P (5,9 mg dm-3) foi considerado muito baixo, já a saturação por bases, os níveis de

K+, Ca2+ e Mg2+ estavam adequados.

Tabela 1. Atributos químicos e físicos do Latossolo Vermelho Amarelo coletado na

profundidade de 0 a 20 cm na fazenda Primavera em Água Boa-MT. Safra

2017/2018.

pH P1 K+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB CTC

H2O CaCl2 mg dm-3 ------------------ cmolc dm-3 -----------------

5,6 4,9 5,9 57,0 1,80 0,66 0,00 3,96 2,76 6,71

V MO Areia Silte Argila

% g dm-3 -------- g kg-1 ----------

41,13 28,7 540,0 116,0 344,0 Método de Análises: pH(H2O) – em água na proporção de 1:2,5 (solo:água); pH(CaCl2) – em solução de cloreto

0,01M, na proporção 1:2,5 (solo: Ca Cl2); P e K – extraídos com solução de HCl 0,05 N e H2SO4 0,025N

(Melhiche); Ca, Mg e Al – extraídos com solução de cloreto de potássio 1 N; H – extraído com acetato de cálcio

a pH=7; M.O – (matéria Orgânica) – Oxidação com bicromato de potássio e determinação colorimétrica; AREIA,

SILTE e ARGILA – dispersante NaOH, e determinação por densímetro.

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O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com cinco tratamentos (0,

50, 100, 150 e 200 kg ha-1 de P2O5) e cinco repetições. Cada parcela foi constituída

por seis linhas espaçadas a 0,45 m, com comprimento de 5 m (2,25 x 5,00 m). A

área útil da parcela foi de 5,4 m2, considerando-se as quatro linhas centrais e

dispensando-se 1m de cada extremidade. A fonte de fósforo utilizada foi o

superfosfato simples (20 % de P2O5, 17% Ca e 10% S) aplicado no sulco de

semeadura. Foi realizada adubação de manutenção a lanço para potássio, com 60

kg ha-1 de K2O na forma de cloreto de potássio (60 % de K2O) e a inoculação foi

com jato dirigido na linha de semeadura,utilizando o equipamento de aplicação de

soluções líquidas Micron Combat GT.

A variedade escolhida foi a 8644 Monsoy, ciclo tardio (860 U.C.), semeada a uma

profundidade de 3 cm, com uma quantidade de 10 sementes por metro linear, e

com uma densidade de 222.222,22 plantas ha-1. Os tratos culturais foram feitos de

forma a evitar a interferência de plantas daninhas, insetos pragas e doenças. As

avaliações de altura de plantas, clorofila A e B e clorofila total foram feitas conforme

a metodologia adaptada de Arnon (1949), em 10 plantas escolhidas

assistematicamente em cada tratamento, no estádio R1.

Figura 1. Dados de precipitação pluviométrica (mm) obtidos na fazenda Primavera

em Água Boa-MT, e temperaturas médias (ºC) obtidas na estação meteorológica

de Canarana-MT (INMET, 2018), no período de condução do experimento de

15/10/2017 a 29/03/2018.

A colheita foi realizada em março/2018, sendo avaliadas as variáveis: número de

grãos por vagens (NVP); massa de mil grãos (M1.000); produtividade (kg ha-1); e

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.76, 2018

umidade (U%) dos grãos. A umidade foi calculada através da massa úmida e seca

dos grãos colocados em estufa a 105 ºC por 24 horas, gerando a umidade por base

úmida (b.u.). Para as avaliações do NVP, 10 plantas por parcela foram escolhidas

assistematicamente. Para o cálculo das variáveis M1000 e produtividade, a

umidade foi corrigida para 13%. As variáveis foram submetidas à análise de

variância no programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011) eàanálise de

regressão a 5 % de probabilidade.

Resultados e Discussão

Na análise de variância foi observada diferença significativa (p< 0,05) para as

variáveis altura e produtividade de grãos sob as doses de fósforo (Tabela 2). As

variáveis, clorofila A, B e total; número de vagens por planta, número de grãos por

vagem e massa de mil grão não apresentaram respostas significativas (p> 0,05).

Tabela 2. Teor de Clorofila A (CLA), Clorofila B (CLB), Clorofila Total (CLT), Altura

de plantas (ALT), Número de vagens por planta (NVP), Número de grãos por vagem

(NGPV), Massa de mil grãos (M1000), Umidade dos grãos (UM) e Produtividade

(Prod) de soja cultivar Monsoy 8644, cultivada em Latossolo Vermelho -

Amarelhoem função das doses de P2O5. Safra 2017/2018.

Dose ClA ClB ClT Alt NVP NGPV M1000 UM Prod

P2O5 (kg ha-1)

(µg g-1) (µg/g-1) (µg/g-1) (cm) Unid. Unid. (g) (%) (kg ha-1)

0 1446,75 709,78 2156,53 55,71 53,20 2,24 151,36 14,78 3207,10

50 1513,94 819,11 2333,05 61,99 46,44 2,24 157,64 15,28 3800,66

100 1424,08 726,86 2150,94 65,75 51,70 2,27 151,37 17,21 4237,48

150 1541,60 708,30 2249,90 70,76 53,54 2,24 155,37 15,19 4203,92

200 1546,74 776,88 2323,62 66,29 61,98 2,24 149,58 16,79 4364,91

CV(%) 11,02 11,90 8,97 7,30 16,35 3,16 2,89 10,63 9,76

p 68,19ns 25,54ns 46,32ns 0,16* 13,51ns 93,08ns 6,02ns 13,73ns 0,14*

p linear 34,29ns 85,50ns 39,06ns 0,03* 6,30ns 97,79ns 36,46ns 11,93ns 0,01* p

quadrática 76,63ns 95,89ns 82,54ns 1,98* 8,32ns 52,51ns 7,91ns 54,45ns 5,50ns

CV – coeficiente de variação

ns não significativo a 5% ;* significativo a 5%.

p – probabilidade mínima para ser significativo.

A altura das plantas apresentou resposta quadrática para as doses de P2O5, no

estádio R1, alcançando uma altura máxima de 70 cm na dose de 150 kg ha-1

deP2O5 (Figura 2.A). O fósforo é um nutriente importante na fase inicial do

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crescimento das plantas, sua falta pode prejudicar a respiração e a fotossíntese,

paralisando o crescimento das plantas e reduzindo seu potencial produtivo (GRANT

et al., 2001).

A produtividade de grãos apresentou resposta linear para as doses de P2O5 (Figura

2B) alcançando uma produção máxima de 4.364,91 kg ha-1 de grãos com a dose

de 200 kg ha-1 P2O5. Quando comparada à média do estado, obteve-se um aumento

de 1.014,91 kg ha-1, esses resultados se devem principalmente ao teor muito baixo

do elemento no solo (5,9 mg dm-3). Em relação à testemunha houve um aumento

de 36% na produtividade e a cada kg ha-1 P2O5 adicionado na adubação obteve-se

uma acréscimo de 5,44 kg ha de grãos.

Figura 2. Regressão para altura de plantas (A) e produtividade de grãos (B) de

plantas de soja cultivadas sob doses de P2O5 aplicadas na forma de superfosfato

simples.

Conclusão

São muitas as variáveis que afetam a eficiência das fontes de P nos solos, porém

é notável os benefícios causados na cultura da soja quando aplicado um fertilizante

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fosfatado, nas condições do experimento, o Latosso Vermelho – Amarelho da

região do cerrado obteve ganhos positivos na altura de plantas e produtividade.

Referências

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Revista Ciência Agronômica, v. 36, n.2, p.129-134, 2005.

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RESPOSTA DA CULTURA DA SOJA À APLICAÇÃO VIA FOLIAR E SOLO DE BIOATIVADOR PENERGETIC

Bruno Luis Fiacadori1; Janiel Sousa Chaves1; Cesar Crispim Vilar2; Silvio

Yoshiharu Ushiwata2; Fernando de Almeida Mantelli3; Eliel Mariano de

Sousa3

¹Graduado em Agronomia, UNEMAT; ²Docente pela UNEMAT, Câmpus Nova Xavantina;

3Graduando em Agronomia, UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

A produção soja é de grande importância econômica sendo considerada a principal cultura produzida no país. Com o objetivo de aumentar cada vez mais a sua produção, estão sendo desenvolvidas técnicas de otimização de adubação, uma delas é o uso de bioativadores, como por exemplo o Penergetic®. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do bioativador Penergetic®aplicado via foliar e solo na cultura da soja (Glycine max L. Merril), com diferentes doses de adubação. O experimento foi realizado no campo experimental da empresa Dalcin Serviços Agropecuários, localizado em Nova Xavantina-MT. Foi utilizada a variedade de soja Monsoy M8210 IPRO, com três doses de adubação utilizando o formulado 0-30-10, cujas doses de P2O5 foram 0, 40, e 80 kg ha-1, associados a dois produtos Penergetic®, um aplicado via solo (PNG Solos) e o outro aplicado via foliar (PNG Plantas). Os tratamentos avaliados foram as três doses de adubação com e sem a utilização dos produtos bioativadorers Penergetic®, totalizando 6 tratamentos. As variáveis analisadas foram: estande de plantas, índice SPAD, altura total de plantas, altura da inserção do último trifólio, número de vagens por planta, número de grãos por vagem, umidade, peso de 1.000 grãos e produtividade de grãos. Os tratamentos não apresentaram efeito significativo nas variáveis analisadas, com exceção da variável altura da inserção do último trifólio, sendo que a produção ficou abaixo do esperado para a variedade trabalhada. Isso possivelmente ocorreu pela falta de chuvas em estádios críticos de desenvolvimento da planta. Com isso, conclui-se que não houve efeito significativo para a utilização do produto bioativador e nem para as doses de adubação utilizadas.

Palavras-chave: Adubação fosfatada; eficiência nutricional; fertilidade do solo.

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SISTEMAS DE PREPARO DE UM LATOSSOLO VERMELHO COMPACTADO:

INFLUÊNCIA NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO SOLO

Fernando de Almeida Mantelli1; Luis Paulo Lemes dos Santos1; Layla

Gabriela Silva Azanki1; Cesar Crispim Vilar2; Vandoir Holtz2; Silvio Yoshiharu

Ushiwata2

1Graduando em Agronomia, UNEMAT; 2Docente da UNEMAT, Câmpus Nova Xavantina

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

A compactação do solo pode ser um fator limitante para o desenvolvimento da cultura da soja. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência do sistema de preparo em atributos físicos de um Latossolo compactado em Nova Xavantina - MT. Para isto, foram realizados os tratamentos: 1) subsolagem à 0,25 m; 2) subsolagem à 0,4 m; 3) subsolagem à 0,25 m, com semeadura de braquiária; 4) subsolagem à 0,4 m, com semeadura de braquiária; 5) sem subsolagem; e 6) sem subsolagem, com semeadura de braquiária. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos casualizados com 5 repetições e parcelas com dimensão de 4,5 x 15 m. Foram realizadas avaliações, após 30 dias do preparo, do perfil cultural em trincheiras de 0,7 x 0,5 m, através do Método do Perfil Cultural e 60 dias após o preparo coletadas amostras de solo indeformadas, nas profundidades de 0 - 0,1 m e 0,1 - 0,2 m, para a determinação de macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade de todas as parcelas. Utilizando o Método do Perfil Cultural foi possível visualizar a região sob ação das hastes do subsolador, com permanência de agregados compactos entre o solo livre mobilizado pelas hastes do subsolador, porém com fissuras onde raízes poderão crescer. Além disso, a subsolagem à 0,25 m não foi eficaz, sendo que a camada compactada era mais profunda (0,35 m), deixando uma camada compactada ainda abaixo do preparo, o que poderia limitar o crescimento radicular. As parcelas sem preparo permaneceram com a camada compactada de 0,05 até 0,35 m, apenas a camada superficial com solo livre. Não foi observada diferença significativa entre os tratamentos para porosidade total nas duas profundidades, porém houve aumento da macroporosidade e redução da microporosidade, na profundidade de 0 - 0,1 m, nas parcelas que foram subsoladas, bem como redução da densidade de 1,49 para 1,13 g.cm-3 na profundidade de 0 - 0,1 m das parcelas sem semeadura de braquiária e de 1,48 para 1,31 g cm-3 na profundidade de 0,1 - 0,2 m das parcelas com semeadura de braquiária. Assim, o preparo do solo com maior profundidade, neste caso, foi eficaz na redução da compactação do solo, rompendo a camada compactada e promovendo trincas nos agregados, aumentando a quantidade de macroporos no solo e, consequentemente ar no seu interior.

Palavras-chave: Estrutura do solo; Compactação; Subsolagem.

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VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DO ALMEIRÃO EM DIFERENTES

SUBSTRATOS

Rafael Ferretto Londero1; Mateus Weber Soares²

1Graduando em Engenharia Agronômica, Universidade do Estado de Mato Grosso; ²Engenheiro

Agrônomo, docente EEJ. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Agrárias

Levando em consideração a atual situação econômica e de degradação da biodiversidade brasileira, o uso de compostos orgânicos de origem orgânica ou animal, são uma boa opção em relação ao custo benefício do produtor, sendo uma boa alternativa na preservação da qualidade ambiental. O almeirão pertence à família Asteraceae, a mesma da alface, trata-se de uma planta rústica, que pode ser semeada em bandeja e se desenvolve bem em temperaturas entre 12 a 24 ºC, com raiz pivotante, sem ramificações laterais e em canteiro responde bem a adubação orgânica. A colheita se inicia aos 50 dias após a semeadura, no verão, e 70 dias no inverno. Este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes substratos na produção de mudas de almeirão em bandejas e analisar o índice da velocidade de emergência IVE do almeirão nos diferentes substratos. O experimento foi desenvolvido no município de Água Boa MT, com início em 13/08/2017. O solo utilizado foi o Latossolo Vermelho Amarelo. Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro repetições por tratamento, sendo vinte e cinco células por repetição, totalizando cem células por tratamento. Foram utilizadas duas bandejas de polietileno expandido de duzentas células. Os tratamentos foram; T1 – 50% compostagem + 50% terra; T2 – 50% esterco bovino + 50% terra; T3 – 100% substrato comercial; e Testemunha – 100% terra pura. T1, apresentou resultados superiores ao 3º dia após ao DAS, em relação aos tratamentos (T2 e T). Demostrando uma estrutura do solo propicia a emergência das plântulas. T2, o tratamento apresentou resultados satisfatórios, mas com IVE após ao DAS mais lenta. T3, demostrou resultados melhores aos demais tratamentos na IVE e, na porcentagem total de emergência. T, apesar de não ter compostos adicionados ao mesmo, constatou-se um bom resultado, evidenciando um solo utilizado de boa qualidade. Conclui-se que na avaliação de IVE após ao DAS o tratamento 3 (T3), obteve o melhor resultado sobre os demais tratamentos utilizados. O melhor substrato para a produção de mudas de almeirão é o substrato comercial.

Palavras-chave: Experimento, Cichorium intybus, Orgânico.

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A VARIAÇÃO ONTOGENÉTICA INFLUENCIA OS PROCESSOS

ADAPTATIVOS DAS ESPÉCIES VEGETAIS?

Allison da Silva Bezerra1; Tiffani Carla da Silva Vieira2; Igor Araújo de

Souza3; Beatriz Schwantes Marimon 4

¹Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT; ² Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT;

3Mestrando em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 4Doutora em Ecologia, docente UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

O déficit hídrico ocasionado pela falta de água é um dos principais fatores limitantes para as plantas devido influenciar bioquimicamente e biologicamente, podendo alterar as características fisiológicas, anatômicas e morfológicas. A atual pesquisa, a qual foi desenvolvida no Parque Municipal do Bacaba, teve por objetivo elucidar as características morfológicas da Qualea parviflora Mart. em diferentes estádios ontogenéticos sob condição de déficit hídrico. Foram selecionados 10 indivíduos para cada estádio (adultos x jovens) no cerrado rupestre. Em seguida foram coletadas cinco folhas de cada indivíduo e armazenadas em sacos de papel. Posteriormente foram analisadas as seguintes características foliares (espessura, área específica, conteúdo de massa de água e o tamanho dos estômatos). Todas as análises foram desenvolvidas nos Laboratórios de Ecologia Vegetal - LABEV e Laboratório de Microscopia do campus de Nova Xavantina - MT. Utilizamos a objetiva com aumento de 10x, e fotografamos 10 campos aleatoriamente para a estrutura anatômica. Mesmo os indivíduos (adultos x jovens) estando sob a mesma condição climática e edáfica apresentaram estratégias funcionais distintas. Os indivíduos jovens apresentaram caracteres aquisitivos ligados ao crescimento, entretanto os indivíduos adultos apresentaram caracteres conservativos vinculados a conservação de água. Desta forma nota-se que o estádio ontogenético interfere no desenvolvimento do vegetal, e lhes confere diferentes estratégias adaptativas. Palavras-Chave: Suprimento hídrico; Estádio ontogenético; Respostas funcionais.

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ADAPTE-SE: ATRIBUTOS FUNCIONAIS COMO ESTRATÉGIA DE

SOBREVIVÊNCIA EM ÁREAS ALTERADAS

Karla Monique Silva Carneiro1, Josiene Naves Carrijo1, Naiane Arantes

Silva1, Estevão Alves da Silva2

1Discente do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 2Docente,

UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Palavras-chave: Folhas, Cerradão, Assimetria. Introdução Atributos funcionais são traços morfológicos, fenológicos e fisiológicos relacionados

tanto a nível celular, quanto a nível de organismo que podem influenciar a

capacidade de uma planta se desenvolver e interagir em um ambiente (Mesquita et

al., 2015). Neste contexto, os atributos funcionais podem ainda influenciar as taxas

vitais de sobrevivência, crescimento e reprodução, apresentando assim relações

diretas no desenvolvimento dos indivíduos (Ackerly, 2003). Relacionado a isso,

estudos em ecologia funcional procuram avaliar como os atributos variam entre as

espécies e qual o nível dessa variação (Poorter et al., 2008). Dessa forma, alguns

trabalhos vêm sendo desenvolvidos relacionados a comunidades ecossistêmicas,

as quais apresentam respostas iguais a alguns fatores do ambiente configurados

por tipos funcionais (Cornelissen et al., 2003).

Os atributos morfológicos externos e internos, juntamente com os fisiológicos, são

fundamentais para o estabelecimento de espécies em um determinado ambiente

(Diaz, 1998; Viole, 2007; Rossatto e Kolb, 2013), pois esses atributos podem

mostrar quando uma espécie com limitações fisiológicas será persistente ou

excluída da comunidade (Cianciaruso et al., 2009). Os vários atributos presentes

nas plantas, foram selecionados ao longo do tempo em resposta às variações de

estresses ambientais (Gratani, 2014), como: incidência de luz solar, temperatura,

disponibilidade de água, nutrientes, competição intra- e interespecífica e herbívoria

(Violle, 2007).

Considerando a importância de avaliar a relação entre atributos funcionais e o

melhor desenvolvimento e funcionamento dentro de espécies em comunidades

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vegetais, o objetivo deste trabalho foi analisar as relações existentes entre a área

foliar e assimetria foliar presentes em Bauhinea brevipes (Vogel) (Fabaceae) em

dois microhabitats, sendo o primeiro de borda e o segundo no interior de mata em

um cerradão.

Dessa forma, para atender aos nossos objetivos estabelecemos as seguintes

hipóteses: 1) Áreas de borda tendem a apresentar plantas com folhas mais

assimétricas em relação as plantas ocorrentes no interior da mata; 2) Plantas de

interior da mata tendem a possuir a área foliar menor em relação as plantas de

borda.

Material e Métodos

Área de estudo

O estudo foi realizado em um cerradão (14°42’02,3” S e 52°21’02,6” W) localizado

no Parque Municipal do Bacaba no município de Nova Xavantina, leste do estado

de Mato Grosso, Brasil. Segundo Ribeiro e Walter (2006), o cerradão é uma

formação florestal que possui dossel contínuo, com uma biodiversidade de plantas

características de regiões com menor disponibilidade água. Neste contexto, dentro

do bioma cerrado a espécie B. brevipes é um arbusto no qual é comumente

encontrada em áreas de cerradão (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2018). As folhas

maduras são verdes, bilobadas, de margem inteira e têm 9 cm de comprimento e 7

cm de largura. A planta apresenta respostas funcionais como resposta ao ambiente;

por exemplo, tanto a presença de herbívoros como o local onde a planta cresce (sol

/ sombra) influencia a área foliar e a assimetria foliar (Assimetria Flutuante), sendo

esta última uma medida de estresse (Santos et al., 2013; Venâncio et al., 2016a).

Coleta de dados

Amostragem

Em cada ponto, interior e borda de mata, foram selecionadas plantas de B. brevipes

e de cada uma delas foram coletadas dez folhas (n=10 plantas individuais x 10

folhas por planta = 100 folhas no total), dos ramos mais apicais. As folhas foram

levadas a laboratório, secadas em estufa de circulação artificial em 65º C por 48

horas. As medidas de assimetria foliar e área foliar foram tomadas com o software

Image J © (Kozlov, 2015; Kozlov & Zvereva, 2015).

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Medições

A assimetria das folhas foi estimada usando procedimentos padrão e amplamente

utilizados descritos na literatura (Cornelissen & Stiling, 2005; Santos et al., 2013;

Kozlov e Zvereva, 2015). As folhas foram medidas consistentemente no lado direito

(Rs) e esquerdo (Ls), levando em consideração a parte mediana da folha

juntamente a nervura central até a borda como referência. Após isso, a diferença

entre os lados Rs e Ls foram utilizadas para as análises de dados. Para obter o

valor total de área foliar, foi medido a largura juntamente ao comprimento de cada

folha.

Análise dos dados

As analises estatísticas dos dados foram rodadas no programa R, no qual

utilizamos um test t de Student afim de verificar distinções entre a assimetria e área

foliar em duas áreas de interior e borda de mata.

Resultados e Discussão

A relação entre assimetria foliar e local não foi significativa (p> 0.05) (Figura 1).

Dessa forma, refutamos a hipótese em que as folhas ocorrentes em locais de borda

e interior de mata podem apresentar assimetria foliar distinta. A área foliar foi

significativamente maior em área de borda em relação a interior da mata (p < 0,05)

(Figura 1), corroborando nossa segunda hipótese em que as folhas em local de

borda apresentam área foliar maior que em plantas do interior da mata.

Os resultados de assimetria foliar avaliados nas folhas de B. brevipes nos mostram

que as condições de borda e interior de mata avaliadas não representam um fator

de estresse responsável para proporcionar diferenças no desenvolvimento da

planta em estudo, ou, a planta pode apresentar mecanismos anatômico de

tolerância ao estresse (Alvarenga et al., 2011). Assim, a tolerância é uma habilidade

da planta em manter o dano evitando maiores consequências (Ishino, 2007).

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Figura 1. Assimetria foliar e área foliar ocorrentes em área de borda e interior de

mata.

Em relação ao tamanho da área foliar, as plantas quando expostas a alta

intensidade luminosa, apresentam diversas estratégias adaptativas para

diminuição de perda de água, principalmente em ambientes com déficit hídrico

(Dickison, 2000). Com isso, durante o desenvolvimento foliar, a condição luminosa

pode ser também uma das causas diretas a diferentes tamanhos de área foliar

(Møller, 1995), de forma que as folhas de borda expostas a maior luminosidade

podem apresentar diferenças no tamanho de sua área foliar, considerando isso

como um atributo funcional avaliado. Além disso, as plantas podem apresentar

modificações em seus processos fisiológicos e metabólicos, que podem influenciar

e afetar diretamente em seu desenvolvimento, crescimento e produção de alguns

compostos (Alves-Silva & Del- Claro, 2013; Lempa et al., 2000).

Conclusão

Dessa forma, podemos concluir que as plantas podem apresentar diferentes

atributos funcionais que se tornam responsáveis por estratégias adquiridas para

suportar diversas variações ambientais.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.88, 2018

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ANÁLISE DA DIVERSIDADE DE ODONATA EM VEREDAS

MATOGROSSENSES

Joana Darc Batista1; Lourivaldo Amancio de Castro2; Núbia França da Silva

Giehl3; Victor Rennan Santos Ferreira4, Leandro Juen5; Helena Soares

Ramos Cabette6

1Doutora em Entomologia, docente UNEMAT; 2 Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia, Rede Bionorte - UNEMAT; 3Doutoranda em Ecologia e Conservação – UNEMAT; 4Mestre em Biodiversidade Animal, docente UNEMAT;5 Doutor em Entomologia, docente UFPA; 6 Doutora em Entomologia, professor sênior-UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

As veredas são importantes ecossistemas do bioma Cerrado ocorrendo, geralmente, ao longo de cursos d’água estreitos. Elas são circundadas por campos típicos, geralmente úmidos, apresentando estratos diferenciados (i) um campo herbáceo no contato direto com o cerrado, (ii) e uma região arbustiva entre o campo herbáceo e o agrupamento arbustivo, onde é marcante a presença da palmeira Buriti. Os Odonata (libélulas) respondem ás modificações ambientais e por isso são utilizados em estudos que visam avaliar esse tipo de impacto. Este trabalho teve como objetivos:a) avaliar o efeito de perda de integridade da vereda na riqueza de Anisoptera e Zygoptera (Odonata); e b) avaliar se há associação das espécies de Odonata aos estratos da fisionomia (aberto ou fechado) e ao grau de conservação (alterado e conservado). Foram amostradas 13 veredas (seis alteradas e sete conservadas), nos municípios de Barra do Garças e Nova Xavantina, MT. As coletas foram efetuadas na estação chuvosa em 2014 e na seca de 2015. A amostragem foi baseada no método de varredura com áreas fixas, utilizando uma rede entomológica. Foram estabelecidos dois transectos (T1 e T2), sendo o T1 no centro da vereda (dossel fechado) e o T2, na borda, no campo úmido (aberto). A Anova Two Way mostrou diferença na abundância e riqueza de Odonata em relação à integridade ambiental das veredas. A riqueza de Anisoptera foi maior em áreas abertas e alteradas (F(1,48) -18,071 p<0,001). Ao contrário, Zygoptera teve maior riqueza em áreas de dossel fechado e conservado (F(1,48) -7473 p=0,008). Adicionalmente, o IndVal mostrou que há associação de espécies de Zygoptera e Anisoptera aos diferentes extratos das fisionomias de veredas e ao grau de conservação. Algumas espécies só ocorreram em áreas específicas. Esses resultados corroboram estudos feitos em riachos de Cerrado, que mostram a importância do sombreamento na distribuição de espécies, uma vez que as espécies possuem habilidades termorregulatórias e tamanhos corporais diferentes. Apesar de as veredas serem áreas de proteção ambiental, nosso estudo mostra que elas estão sendo alteradas e que esse impacto está refletindo na composição dos Odonata. Palavras-Chave: Libélula; Impacto Ambiental; Termorregulação. APOIO:FAPEMAT/CNPqN°009/2012–

DCR/Proc.:257421/2013;PROCAD/proc:88881.068430/2014-01;PELD: proc. 558069/2013 e

403725/2012.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.91, 2018

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA VEGETAÇÃO SOBRE VARIÁVEIS FÍSICAS EM

QUATRO FITOFISIONOMIAS DE CERRADO NO DISTRITO DE CACHOEIRA

DA FUMAÇA-MT

Angélica Lourenço de Carvalho1,2; Tainara de Paula Peixoto Santos1,2;

Betânia Arcanjo de Oliveira1,2; Cesar Enrique de Melo2,3

1Graduanda em Ciências Biológicas; 2Laboratório de Ictiologia e Limnologia; 3Professor Curso de

Ciências Biológicas - UNEMAT- Nova Xavantina. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Um ecossistema pode ser definido como um conjunto de organismos em uma determinada área, interagindo entre si e com o meio físico provocando um fluxo de energia e a ciclagem de nutrientes. Pode ser composto por várias fitofisionomias, que por sua vez representam adaptações da vegetação ao tipo de solo e outros fatores físicos como, temperatura, umidade, luminosidade, etc. Esse trabalho teve como objetivo verificar o padrão de quatro parâmetros ambientais físicos: umidade relativa do ar, temperatura ambiente, temperatura do solo e luminosidade, em quatro diferentes fitofisionomias: mata ciliar (mac), cerradão (ceo), cerrado típico (cet) e cerrado rupestre (rup). O trabalho foi conduzido no distrito de Cachoeira da Fumaça, município de Novo São Joaquim-MT, durante uma aula de campo da disciplina Ecologia de Ecossistemas. Para a medição das variáveis ambientais foram utilizados dataloggers marca Hobo com medidas para quatro variáveis (luminosidade, temperatura do ar, temperatura do solo e umidade relativa do ar). Em cada ambiente foi instalado um aparelho por um período de 20 horas consecutivas, com medições a intervalos de 5 minutos. Os resultados apontam que a mata ciliar e o cerradão foram as fitofisionomias mais estáveis em relação a umidade relativa do ar, com coeficiente de variação (CV) de CVmac=17,4% e CVceo=17,27%; temperatura ambiente: CVmac=22,8% e CVceo=24,99% e temperatura do solo: CVmac=2,31% e CVceo=5,20%. Em relação à luminosidade as fitofisionomias mais estáveis foram a mata ciliar, CVmac=181,4% e o cerrado rupestre, CVrup=168,8%. Entretanto, nesse caso, a média de luminosidade da mata de galeria foi de 8,06 lumens, enquanto que para o cerrado rupestre foi de 582,4 lumens. Os dados permitem inferir que a vegetação muito mais densa na mata ciliar e no cerradão influenciaram em todos os parâmetros medidos, principalmente pela capacidade da vegetação em reter água no ecossistema. Ambientes com vegetação menos densa, como o cerrado típico e o rupestre, demonstraram maior variação dos parâmetros analisados. Dessa forma, conclui-se que a vegetação estabelecida em cada fitofisionomia é determinante para o controle de alguns fatores físicos no ecossistema, determinando sua estabilidade e, em consequência, a capacidade do mesmo em manter os organismos, incluindo sua biodiversidade. Palavras-Chave: Ecossistemas; Variáveis ambientais; Rio das Mortes.

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ANÁLISE DE EUTROFIZAÇÃO EM AMOSTRAS COLETADAS NO RIO DAS

MORTES EM NOVA XAVANTINA-MT

Kamila Parreira da Silva Rinaldi1; Rayleen Whaiti Lopes da Silva1; Wigis

Pereira Peres1;Christian Ribeiro Cardoso1; Cesar Enrique de Melo2

1Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Doutor em Ecologia

e Recursos Naturais, docente Universidade do Estado de Mato [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Ecossistemas; Nutrientes; Recursos hídricos; Recursos naturais.

Introdução

Atualmente o uso racional e sustentável dos recursos naturais, tem ganhado cada

vez mais importância, devido ao desgaste e empobrecimento dos solos e a

contaminação dos corpos hídricos proveniente da agricultura (GOLLA, 2006). O

homem contribuiu significativamente para as mudanças nos ecossistemas,

consequência de manejo inadequado, o que resultou no acúmulo de grandes

quantidades de resíduos de atividades agropecuárias e industriais no ambiente

(Silva et al., 2008).

Os cursos de água estão continuamente sujeitos a perturbações, como as

alterações no nível do transporte de nutrientes, da temperatura da água e redução

do transporte de sedimentos, ocasionando mudanças na estrutura trófica e até

mesmo o declínio da qualidade da água, levando ao comprometimento biológico

(PORTILHO, 2013). Os ambientes aquáticos possuem uma complexa interação da

biota com o seu ambiente físico e químico, influenciando na abundância e

distribuição dos organismos (PORTILHO, 2013).

Um dos problemas mais comuns atualmente é o processo de eutrofização, onde

grandes quantidades de nutrientes originários de atividades humanas, como N,P,e

K são lançados nos ambientes aquáticos (PORTILHO, 2013) e promovem um

aumento descontrolado de algas. A eutrofização é entendida como o maior

problema da atualidade em corpos d’água, pois o aumento no fornecimento de

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matéria orgânica nesses ecossistemas provoca sérios desequilíbrios no ambiente

(PORTILHO, 2013).

O aumento de nutrientes no ambiente aquático aumenta sua produção primária e

secundária, essa entrada volumosa de nutrientes e matéria orgânica, excede a

capacidade assimilativa dos sistemas naturais receptores o que provoca a quebra

de estabilidade do ecossistema, uma vez que este passa a produzir mais matéria

orgânica do que é capaz de consumir e decompor (PORTILHO, 2013). Tal

desequilíbrio é acompanhado de profundas mudanças qualitativas e quantitativas

no metabolismo de todo o ecossistema aquático, o que pode acarretar a eliminação

de espécies mais sensíveis, enquanto as mais tolerantes se beneficiam da

eliminação dos competidores e predadores (PORTILHO, 2013).

Este trabalho tem como objetivo simular o efeito deste fenômeno a eutrofização,

em busca de compreender causas e consequências desse processo.

Material e Métodos

O experimento para simular a eutrofização foi realizado no Laboratório de Ictiologia

e Limnologia do câmpus da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

O mesmo foi dividido em duas etapas, onde a primeira foi a etapa de preparação

do experimento e a segunda etapa ocorreu o preparo de lâminas para serem

observadas em microscópio.

Na primeira etapa foram utilizadas 7 (sete) garrafas pets de dois litros, balança

eletrônica analítica, adubo (NPK 05-25-15) e água natural coletada no rio. Para a

segunda etapa foram utilizadas, lâminas e lamínulas de microscopia, clips e arame

galvanizado.

Com o auxilio de uma tesoura foi realizado um corte na primeira linha da parte

superior (gargalo) de todas as garrafas, a seguir foi adicionado um litro de água

natural em cada uma das garrafas e adubo NPK 05-25-15 nas seguintes medidas

2g, 4g, 6g, 8g, 10g e 12g, e 0g (zero gramas) em uma das garrafas, que serviu

como controle. Cada garrafa foi marcada com a medida de adubo contida em seu

interior.

Os recipientes com as soluções foram acondicionados em um local arejado e com

a presença de luz solar indireta, a solução contida nas garrafas foram oxigenadas

por movimentação mecânica, a cada dois dias, durante 42 dias consecutivos.

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Após vinte dois dias foram confeccionados suportes para as lâminas, com uso dos

clips e arame galvanizado e as mesmas foram mergulhadas nas sete garrafas,

onde permaneceram até aos 42 dias sempre que o volume da solução diminuía,

acrescentava-se mais água. Após 20 dias na solução, as lâminas foram retiradas

dos frascos e observadas em microscópio ótico comum.

Resultados e Discussão

Nas amostras coletadas de cada recipiente foi possível observar a presença de

muitos protozoários e uma variedade de algas sendo elas, algas verdes, algas

dinoflageladas, algas filamentosas, notando a diferença em números de

organismos de um experimento para outro (figura 1A, 1B, 1C) e (figura 2A, 2B, 2C).

Figura 2. (A) Amostra com 6g de adubo sob a objetiva de 40 vezes. (B) Amostra com

8g de adubo sob a objetiva de40 vezes. (C) Amostra com 12g de adubo sob a

objetiva de 40 vezes.

Figura 1. (A) Amostra com 0g de adubo sob a objetiva de 40 vezes. (B) Amostra com

2g de adubo sob a objetiva de 40 vezes. (C) Amostra com 4g de adubo sob a objetiva

de 40 vezes.

A B C

A B C

A B C

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Com base nas observações da cultura em microscópio a quantidade de adubo em

cada recipiente interfere na qualidade da água e na proliferação de alguns

organismos, conforme Finkel et al. (2009), excesso de nutrientes origina os blooms

de fitoplâncton geralmente tóxico, crescimento excessivo de plantas flutuantes o

que converte a coluna de água num ambiente afótico; hipoxia/anoxia, acomete a

perda de biodiversidade e aumento da turbidez da água, alterando seu sabor e

odor. Nos primeiros frascos onde o adubo foi adicionado de 2g a 6g houve um

aumento da produtividade de algas, mas nos frascos onde a adição de adubo é

superior a 6g, há uma diminuição no número de algas e a água contida nas garrafas

do experimento tende a escurecer, pois, o adubo em grande quantidade libera

substâncias tóxicas e como em qualquer outro ambiente em que ocorre a entrada

de nutrientes em excesso a água fica turva e os organismos que estão adaptados

à água clara irão desaparecer ou serão substituídos por outros organismos que

tenha preferência por águas mais escuras e quando essa quantidade de nutrientes

fica muito acima do necessário, até mesmo os organismos produtores vão ter

dificuldades para sobreviver nesse ambiente.

Portanto, o excesso de nutrientes que depositamos no ambiente pode altera-lo

causando danos para os animais que nele vive e também para o homem.

Conclusão

Foi possível visualizar a partir da observação do experimento de eutrofização, que

o uso excessivo de nutrientes no solo além de causar sua degradação, estes

podem ser levados para córregos e rios pelas enxurradas, ameaçando a

conservação desses ambientes.

Referências

Finkel, Z. V. et al. O controle ambiental da estrutura de tamanho da comunidade

de diatomáceas varia de acordo com os ecossistemas aquáticos. Proceedings

da Royal Society of London B: Ciências Biológicas. 2009.

PORTILHO, E. S. M. Avaliação da Qualidade Ecológica do Rio Tâmega. 2013.

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GOLLA, A. R. Meio ambiente e agricultura na microbacia hidrográfica do

córrego palmitalzinho - Regente Feijó/São Paulo. 2006. 90 f. Dissertação

(Mestrado) – Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Presidente

Prudente 2006.

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ANÁLISE DOS CONTEÚDOS DE PALEONTOLOGIA NOS LIVROS DIDÁTICOS

DE BIOLOGIA ADOTADOS PELAS ESCOLAS ESTADUAIS DE NOVA

XAVANTINA-MT

Jonathan Angelo de Queiroz1; Jordanna Gregório2; Nayara Cristina Dal

Bosco¹; Karina de Cassia Faria4

¹Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Mestre em Educação para Ciências e Matemática,

docente pela UNEMAT; ¹Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT; 4Doutora em Genética,

docente pela UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Paleontologia; Ensino de Biologia; Livro-Didático.

Introdução

A palavra “Paleontologia” tem origem grega (palaios – antigo; ontos – ser e logos –

estudo). Essa ciência tem como objetivo estudar os restos de organismos há muito

tempo desaparecidos, esses estudos se baseiam em um conjunto de evidências:

os fósseis (CASSAB, 2004). De acordo com Mendes (1988) a Paleontologia

também se preocupa “com o conhecimento total dos organismos que antecederam

os atuais, com o seu modo de vida, condições ambientais sob as quais de

desenvolveram, causas da morte ou da sua extinção e prováveis relações

filogenéticas” (p. 13).

A Paleontologia, vista a partir de uma óptica educacional, tem um importante papel

a cumprir, seja contribuindo na geração e disseminação do conhecimento,

auxiliando na compreensão de processos naturais complexos ou colaborando na

formação de cidadãos críticos e atuantes dentro de uma sociedade. Sendo assim,

a Paleontologia é recomendada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

como tema a ser abordado na Biologia para o ensino básico, sendo frequente em

muitos livros didáticos no país (BRASIL, 1997).

Atualmente, a Paleontologia é tema integrante dos programas de Ciências,

Biologia, Geologia, Geografia e História no Ensino Fundamental e Médio. O

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material mais utilizado para trabalhar a Paleontologia são os livros didáticos, o qual

influencia o trabalho pedagógico e o cotidiano em sala de aula, sendo o principal

recurso para promover o aprendizado dos conteúdos e a construção do

conhecimento (SANDRIN et. al., 2004).

Nesse contexto, considerando o livro didático como principal ferramenta utilizada

pelos professores de Ensino Médio, torna-se necessário conhecer como os

conteúdos de Paleontologia estão dispostos nestes livros para compreender como

o ensino desta área tem sido desenvolvido em sala de aula. Frente a este contexto

este trabalho procurou-se responder o seguinte problema de pesquisa: Os

conteúdos de Paleontologia são abordados nos livros didáticos de Biologia do

terceiro ano do ensino médio, adotados pelas escolas de Nova Xavantina – MT?

Em consonância com o problema de pesquisa buscou-se identificar e qualificar os

conteúdos relacionados à Paleontologia abordados nos livros didáticos de Biologia

do terceiro ano do ensino médio, adotados pela rede estadual de Nova Xavantina

– MT.

Material e Métodos

O desenvolvimento do trabalho ocorreu inicialmente pela análise criteriosa e

qualitativa da abordagem de conteúdos paleontológicos em três livros didáticos de

Biologia do Ensino Médio adotados por duas Escolas Estaduais do município de

Nova Xavantina – MT. Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa. Nesse

sentido, pesquisa documental é conceituada por Gil (2005, p. 45), como sendo

investigações em que “vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento

analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da

pesquisa".

Como técnica de análise dos dados adotamos a análise de conteúdo. Esta técnica

consiste em tratar as informações partindo de um roteiro específico, iniciando com

pré-análise, na qual se escolhe os documentos, se formula hipóteses e objetivos

para pesquisa (BARDIN, 2006).

Iniciou-se o trabalho com a identificação dos livros adotados pelas três escolas

estaduais de Nova Xavantina para a disciplina de Biologia. Em seguida, foram

elaborados os critérios necessários para a sua avaliação, que pudessem

representar assuntos essenciais de Paleontologia associados ao tema Evolução,

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bem como relacionar se esses temas foram ou não bem trabalhados, ou seja, se a

explanação contém os temas básicos explicados corretamente e de modo

adequado a série do ensino a que se propõe. Para essa verificação foram

escolhidos 10 pontos considerados fundamentais para a compreensão dos

assuntos paleontológicos: Estudo da Paleontologia, Conceito de fóssil, Importância

dos fósseis, Processos de fossilização, Idade dos fósseis, Escala do tempo

geológico, Origem e evolução dos animais e plantas, Era dos dinossauros, Origem

e evolução humana, Extinções. Além dos conteúdos pré-estabelecidos para

análise, foram consideradas as ilustrações científicas, a utilização de termos

técnicos e textos complementares.

Com base nos itens selecionados para busca nos livros didáticos relacionados aos

conceitos de Paleontologia, considerou-se totalmente satisfatório (TS) os materiais

que constaram todas as categorias pré-estabelecidas; satisfatório (S) os que

apresentaram as categorias, mas com algumas ressalvas; insatisfatório (I) quando

apresentou ressalvas, mas ainda aceitável e totalmente insatisfatório (TI), aqueles

impraticáveis e incoerentes (ALONÇO; BOELTER, 2016).

Resultados e Discussão

Para este trabalho foram analisados os conteúdos paleontológicos de três livros

didáticos de Biologia do Ensino Médio, correspondentes ao 1º, 2º e 3º ano adotados

pelas escolas públicas estaduais do município de Nova Xavantina - MT. Os

resultados relativos à análise dos três livros estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Conceitos de paleontologia analisados nos livros didáticos de biologia

do ensino médio adotados pelas escolas estaduais de Nova Xavantina – MT.

Livro 1º ano

Livro 2º ano

Livro 3º ano

Observações

Estudo da Paleontologia

(TI) (TI) (TI)

Conceito de fóssil (TI) (TI) (TI)

Importância dos fósseis

(TI) (TI) (TI)

Processos de fossilização

(TI) (TI) (TI)

Idade dos fósseis (TI) (TI) (TI)

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Escala do tempo geológico

(TI) (TI) (S)

Origem e evolução dos animais e plantas

(S) (S) (S)

Era dos dinossauros (TI) (TI) (S)

Origem e evolução humana

(S) (I) (TS) Em relação a este quesito o livro 3 apresentou imagens e links com pesquisas externas.

Extinções (TI) (TI) (S)

Como visto a abordagem dos conceitos paleontológicos esbarra na deficiência dos

livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio, sendo que nenhuns dos três livros

abordaram, por exemplo, os conceitos de: Estudo da Paleontologia; Conceito de

fóssil; Importância dos fósseis; Processos de fossilização; e Idade dos fósseis. Este

déficit pode causar problemas na compreensão desta ciência, como destacado

(NETO, 2006; OLIVEIRA, 2006; MORAES, et al., 2007; SANTANA, 2007; SOBRAL

et al., 2010).

Apesar dos avanços tecnológicos e da enorme variedade de matérias curriculares

atualmente disponíveis no mercado o livro didático ainda continua sendo o recurso

mais utilizado pelos professores na busca de conhecimento. Essa centralidade lhe

confere função privilegiada na medida em que por meio dele o professor

desenvolve o seu trabalho pedagógico de sala de aula. Por isso, a importância da

escolha de um bom livro didático, uma vez que a maioria dos professores estrutura

a aula sobre as ideias e abordagens contidas nesse material (VIEIRA et al., 2009).

Conclusão

O presente estudo nos permite concluir que apesar dos esforços da classe docente

para aumentar os conteúdos de Paleontologia nos livros didáticos do ensino médio,

não se consegue obter resultados satisfatórios quando se faz uma análise melhor

elaborada em cima do material que é lecionado nas escolas da rede estadual de

ensino.

Neste contexto, ressaltamos a importância do curso de Ciências Biológicas para a

comunidade estudantil do município de Nova Xavantina, uma vez que, é possível

que os acadêmicos contribuam elaborando materiais paradidáticos, bem como

atividades experimentais para o ensino da paleontologia na educação básica.

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Referências

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ensino médio. Revista da SBEnBio, N. 09, Ano 2016. p. 7671-7682

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Secretária da educação Média e Tecnológica, 1997.

CASSAB, Rita de Cassia Tardin. Objetivos e Princípios. In: CARVALHO, Ismar de

Souza. Paleontologia. 2. ed. Rio de Janeiro, Interciência, 2004. p. 1-11

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MENDONÇA, Vivian L. Biologia: o ser humano, genética, evolução, vol. 3:

ensino médio / Vivian L. Mendonça. 3. ed. São Paulo: Editora AJS, 2016.

(Coleção biologia).

MENDONÇA, Vivian L. Biologia: os seres vivos, vol. 2: ensino médio / Vivian L.

Mendonça. 3. ed. São Paulo: São Paulo: Editora AJS, 2016. (Coleção biologia).

MORAES, S. S. de, SANTOS, J. F.S. dos & BRITO, M. M. M. de. (2007).

Importância dada à Paleontologia na educação brasileira: uma análise dos PCN e

dos livros didáticos utilizados nos colégios públicos de Salvador, Bahia. In:

Carvalho, I. de S. (Ed.) Paleontologia: Cenários da vida, 2 (pp. 71-75). Rio de

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NETO, O. A. O. Coleção didática com fósseis de Sergipe para os alunos do

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OLIVEIRA, M. A. de. Elaboração de uma cartilha lúdica sobre Paleontologia

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curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Sergipe,

Sergipe, 2006.

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AS FLUTUAÇÕES AMBIENTAIS IMPULSIONAM A DINÂMICA DA ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE LAGARTOS

Leandro Braga Godinho1; Bruno Araújo de Souza2; Júlio Miguel Alvarenga1;

Naiane Arantes Silva1; Pedro Henrique Campelo3; Guarino Rinaldi Colli3

1Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade do Estado do Mato

Grosso, Nova Xavantina, MT, Brasil; 2Universidade do Estado do Mato Grosso, Curso de Ciências

Biológicas, Nova Xavantina, MT, Brasil; 3Programa de Pós-Graduação e Ecologia da Universidade

de Brasília, Brasília, DF, Brasil

Desvendar a dinâmica de montagem de uma comunidade local no tempo e no espaço é um dos principais objetivos da ecologia. Os lagartos são bons modelos para entender como as flutuações ambientais afetam a dinâmica da estrutura da comunidade, pelos seguintes motivos: 1) dependem das temperaturas ambientais para exercerem suas atividades, exemplo, termorregulação, 2) a história de vida é influenciada pela sazonalidade climática, e 3) as espécies neotropicais exibem alto conservadorismo de nicho. Este estudo investigou como a estrutura da comunidade de lagartos varia no tempo e no espaço em relação às flutuações microclimáticas ao longo de um gradiente floresta-savana. Como métricas da estrutura da comunidade foram usadas a diversidade funcional (FD), diversidade filogenética (PD) e a riqueza de espécies. Os lagartos foram amostrados entre agosto de 2015 a agosto de 2017 utilizando-se 25 matrizes de armadilhas de queda ao longo de um gradiente ambiental de cerrado sensu stricto ao cerradão no Parque do Bacaba, Nova Xavantina-MT. Os parâmetros microclimáticos foram coletados com registradores de dados instalados em cada armadilha. Foi aplicado um modelo espaço-temporal bayesiano para determinar o efeito do microclima sobre a estrutura da comunidade de lagartos através do tempo e espaço. Quatros resultados foram encontrados: (1) as variações microclimáticas exercem forte influência na dinâmica da comunidade de lagartos, (2) a riqueza de espécies decresce no gradiente ambiental durante a estação chuvosa; (3) a diversidade funcional e filogenética da comunidade de lagartos aumentaram em um gradiente ambiental durante os períodos chuvosos; e (4) a comunidade de lagartos apresenta um padrão não congruente entre riqueza de espécies com a diversidade funcional e filogenética.Maiores valores de PD e FD na estação chuvosa indicam o papel da competição sobre a estrutura da comunidade, por outro lado, menores valores durante a estação seca sustentam a importância dos filtros ambientais. O padrão não congruente observado entre PD e FD com a riqueza de espécies revela a presença de redundância funcional na comunidade de lagartos. Os resultados mostram a contribuição de diferentes processos ecológicos atuando sobre a variação espaço-temporal na estrutura da comunidade de lagartos. Esses achados sugerem que os estudos que investigam padrões de estruturação de comunidades, sem considerar os efeitos da sazonalidade ambiental, podem ignorar os principais aspectos que montam uma comunidade local. Palavras-chave: Competição; Filtro ambiental; Microclima.

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ASPECTOS ECOLÓGICOS DA ICTIOFAUNA EM UM CÓRREGO DE

CERRADO NO MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA – MT

Laura Vanessa Ferreira dos Santos1; Joice Andreize Güntzel dos Santos2;

Cesar Enrique de Melo3

¹Graduada em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT;

3Docente, UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Os córregos são importantes ambientes de estudos ecológicos para a preservação de toda uma biodiversidade aquática. Atualmente estes ambientes estão sofrendo severas alterações antrópicas, principalmente com o desmatamento, que acarreta o desaparecimento de diversas nascentes e consequentemente dos organismos aquáticas. Entre estes, principalmente os peixes, cujo conhecimento pela comunidade científica ainda é bastante insatisfatório. Esse estudo foi realizado em um córrego de cerrado na área de influência de uma mineradora de ouro no município de Nova Xavantina-MT. As coletas ocorreram nos períodos de seca e cheia de 2010 a 2017 (16 coletas em cada ponto). Foram delimitados cinco pontos amostrais, sendo, p1 e p2 áreas preservadas típicas de cabeceira; p3 e p4 áreas onde ocorre maior ação antrópica e p5 uma área de vegetação marginal alterada. Os peixes foram classificados quanto ao nível trófico, sendo onívoros (61%) encontrados com ampla distribuição; detritívoros (13%) aparecem nos pontos 2 e 3, carnívoros (10%) aparecem nos pontos 2, 3, 4 e 5 e piscívoros (7%) aparecem nos pontos 3, 4 e 5. As guildas alimentares representadas por lepidófagos, insetívoros e herbívoros (3%) aparecem em ambientes restritos e em baixa porcentagem. Esse estudo indicou uma ampla variedade de hábitos alimentares devido a riqueza de recursos disponíveis, principalmente originários da mata de galeria, e em resposta, uma ictiofauna predominantemente generalista, uma estratégia alimentar eficiente em ambientes fortemente sazonais.

Palavras chave: Peixes continentais, Distribuição, Guildas tróficas.

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ASPECTOS FLORÍSTICOS E ECOLÓGICOS DE SAMAMBAIAS E LICÓFITAS

EM ÁREAS DE CERRADO RUPESTRE EM NOVA XAVANTINA-MT

Silvio Gonçalves Longhi¹; Naiane Arantes Silva¹; Francisco de Paula

Athayde Filho 2

¹Mestrando(a) em Ecologia e Conservação; ²Mestre em Botânica, docente UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Riqueza de espécies; Pteridófitas; Similaridade florística.

Introdução

O Cerrado comporta uma enorme quantidade de espécies vegetais, incluindo as

samambaias, que são plantas relativamente importantes e diversas,

compreendendo atualmente cerca de 4% das plantas vasculares em todo o mundo

(PRYER, 2001; 2004; SMITH et al., 2008; SHARPE et al., 2010). Cerca de 80% das

espécies ocorrem em áreas tropicais devido a heterogeneidade de ambientes

oferecidos por essas regiões (SHARPE et al., 2010; ROOS, 1996; TRYON &

TRYON, 1982).

No Brasil há 1313 espécies descritas, dessas 260 são registradas apenas no

Cerrado (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Toda essa diversidade se

encontra ameaçada, devido às grandes taxas de desmatamentos florestais, e

fragmentação de habitats (PACIENCIA & PRADO, 2004; 2005; ZUQUIM et al.,

2008; WINDISCH, 1996).

As samambaias possuem uma grande importância ecológica, pois elas atuam como

bioindicadores, devido ao seu pequeno porte e sua grande capacidade de

competição por luz, nutrientes e água, características adquiridas durante os longos

anos de evolução. (CITADINI-ZANETE, 1984). As samambaias se distribuem por

uma gama de habitats, até mesmo em ambientes alterados e recentemente

perturbados e por isso podem ser utilizados como indicadores biológicos (SHARPE

et al., 2010; GENTRY & DODSON, 1987).

O estado de Mato Grosso apresenta uma rica vegetação de samambaias, refletindo

a diversidade de habitats ocorrentes em seu território (WINDISCH, 1985), que se

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encontra ameaçada devido à forte pressão do crescimento do agronegócio

(PACIENCIA & PRADO, 2004; 2005; ZUQUIM et al., 2008). Com base nisso

tivemos como objetivo analisar a assembleia de samambaias ocorrentes em

formações de cerrado rupestre, caracterizar os aspectos ecológicos das espécies

registradas e avaliar a similaridade florística em áreas de cerrado rupestre no

município de Nova Xavantina – MT.

Material e Métodos

Os dados foram coletados em cinco morros de cerrado rupestre no município de

Nova Xavantina – MT., no auge da estação seca e chuvosa, as áreas se encontram

entre 15 Km e 52 Km de distância do centro da cidade, a caracterização do estrato

vegetal e o status de conservação do ambiente foi realizado baseando-se em

observações em campo.

A riqueza de samambaias foi determinada de acordo com a presença ou ausência

das espécies. Para tanto, foram geradas tanto listas de espécies geral e para cada

um dos morros. Quanto aos aspectos ecológicos, foram considerados os seguintes

parâmetros: preferências por substrato e forma de vida das espécies amostradas.

A caracterização da preferência por tipo de substratos foi categorizada de acordo

com Mynssen (2000), podendo ser; Corticícola, hemicorticícola, terrícola, saxícola,

rupícola e dulcícola.

Foram feitas duas análises de similaridade florística, considerando a riqueza das

áreas por estação (seca e chuvosa) e considerando apenas a riqueza geral de cada

área, usando o coeficiente de presença/ausência (Sørensen), aplicando o método

de análise de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair Group Method Average).

Resultados e Discussão

Nos levantamentos realizados, foram encontradas 19 espécies de samambaias

distribuídas em nove gêneros e seis famílias, considerando as duas estações

amostradas. Na coleta da estação seca foram amostradas 14 espécies, distribuídas

em oito gêneros e cinco famílias, com a maior riqueza apresentada pela área 5 (oito

espécies) e a menor riqueza pela área 1 (três espécies). Na estação chuvosa foram

registradas 15 espécies, em sete gêneros e quatro famílias, onde a área 4

apresentou maior riqueza (dez espécies) e a área 1 com duas espécies apresentou

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a menor riqueza. O percentual de riqueza das espécies representado pelas famílias

foi bem variado, onde Anemiaceae (oito espécies) apresentou a maior riqueza,

contando com 43% do total de espécies amostradas, seguida por Pteridaceae (seis

espécies) com 32%, Hymenophyllaceae (duas espécies) com 10% e

Polypodiaceae (uma espécie), Dryopteridaceae (uma espécie) e Blechnaceae (uma

espécie) com 5% das espécies encontradas (Figura 1).

O gênero que apresentou maior riqueza de espécies foi Anemia com oito espécies,

seguido por Adiantum com três espécies, Trichomanes com duas e o restante

(Dryopteris, Pleopeltis, Adiantopsis, Pellaea, Cheilanthes, Blechnum) com uma

espécie cada. Essa predominância de espécies de Anemiaceae no presente

estudo, também foi observada em outros trabalhos semelhantes no estado

(FERNANDES, 2014; ATHAYDE FILHO & FELIZARDO, 2010; FELIZARDO, 2006).

Figura 1: Riqueza de espécies das famílias presentes em cinco áreas de cerrado

rupestre, em Nova Xavantina-MT. Convenção: Blec – Blechnaceae; Dryo –

Dryopteridaceae; Poly – Polypodiaceae; Hyme – Hymenophyllaceae; Pter –

Pteridaceae; Anem – Anemiaceae.

De acordo com Tryon & Tryon (1982), as espécies do gênero Anemia possuem

distribuição cosmopolita, podendo ser encontradas em outras formações do bioma,

e também são facilmente encontradas em ambientes abertos, geralmente

compostos por rochas e com escassez de água (FELIZARDO, 2006).

A grande maioria das espécies foi encontrada em fendas nas rochas ou em rochas

nuas, devido à grande escassez de solo. Com isso a preferência por substrato que

predominou foi a rupícola/saxícola, exibida por 42% das espécies, seguido de

rupícola com 32%, terrícola com 21% e cortícola 5%. As espécies ocorrentes são

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diferentes e cada espécie está adaptada ao meio onde vive, seja ele com

abundância de recursos, ou escasso de recursos como solo, umidade e até

luminosidade, no caso do cerrado rupestre (BARROS et al., 1989; MORAN, 1987).

Pode ser também que as áreas presentes no atual levantamento apresentem uma

maior quantidade de rochas ou menor quantidade de substrato terrícola do que as

áreas dos estudos citados, justificando assim a maior quantidade de espécies

ocupando esse ambiente.

Dentre as áreas amostradas, considerando as duas coletas, 79% das espécies de

samambaias coletadas tem a forma de vida hemicriptófita reptante, 16%

hemicriptófita rosulada e 5% epífita reptante, representada unicamente pela

espécie Pleopeltis polypodioides. Essa forma de vida geralmente é predominante

em todos os ambientes, apresentando gema vegetativa protegida de dissecação,

estando sempre enterrada ou parcialmente coberta por substrato (KORNÁS, 1985).

As análises de similaridade florística entre as áreas considerando seca e chuva,

mostraram um grande grupo com alta similaridade entre si, formado por A2, A4 e

A5 nos dois períodos sazonais. Um agrupamento com duas coletas em A1, com

similaridade alta entre si e baixa com as outras áreas. E duas coletas em A3, com

baixa similaridade entre si e baixa com as outras áreas (Figura 2). As áreas

referentes a A2, A4 e A5 se encontram bem preservadas, com a presença de mata

de galeria em suas bases, amenizando o impacto solar e mantendo maior umidade

no ar. Apesar das áreas apresentarem um bom padrão de conservação, elas não

apresentam um único padrão de umidade e/ou luminosidade, aumentando com isso

as possibilidades de ocorrência tanto de espécies tolerantes e sensíveis a

ambientes extemos, uma vez que a área possui microhabitats ao longo de seu

gradiente.

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Figura 2: Dendograma de similaridade florística para cinco áreas de cerrado

rupestre, considerando coletas das estações de seca e de chuva, no município de

Nova Xavantina-MT.

Analisando a similaridade florísticas das áreas, tivemos um grande agrupamento,

composto por A2, A4 e A5 com alta similaridade entre si, com cinco espécies em

comum entre as áreas. Enquanto que A1 e A3 tiveram baixa similaridade entre si e

com as demais áreas, formando dois agrupamentos separados, pois se tratam de

suas áreas heterogêneas (Figura 3). Ao desconsiderar as estações e analisar

apenas à similaridade entre as áreas, foi possível observar que a sazonalidade não

influenciou na distribuição das espécies, pois as áreas apresentaram o mesmo

padrão de similaridade quando as estações foram consideradas.

Figura 3: Dendograma de similaridade florística de cinco áreas de cerrado rupestre

no município de Nova Xavantina-MT.

Conclusão

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Pode–se concluir que em ambientes que apresentam grande escassez de água,

nutrientes e solo, espécies de Anemia apresentam maior riqueza florística, e estas

em sua maioria são rupícola/saxícola, pois estas são capazes de sobreviver em

ambientes que oferecem poucos recursos, uma vez que a planta se adapta aos

recursos que o ambiente é capaz de lhe oferecer. Essa capacidade de adaptação

em relação ao ambiente onde ocorrem, interfere na similaridade entre as áreas,

pois áreas com fatores ambientais parecidos têm sua composição florística

parecida, independente da distância entre as áreas.

Referências

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CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA DA ESPÉCIE Lophostoma brasiliense

Wigis Pereira Peres1; Jasciene Kraemer de Souza1; Karina de Cassia Faria ²;

Ricardo Firmino de Sousa³

1Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso; ²Docente no curso

de Ciências Biológicas, Drª. Genética, Universidade do Estado de Mato Grosso. ³Docente no curso

de Ciências Biológicas, Dr. Ecologia e conservação, Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave:Chiroptera; Cromossomos; Giemsa

Introdução

A ordem Chiroptera compreende um conjunto de animais com grande diversidade

dentro do grupo de mamíferos, sendo a única que possui voo verdadeiro

(VARELLA-GARCIA; TADDEI, 1989). Os famosos morcegos estão envoltos por

diversos contos, fábulas e lendas, e possuem grande importância ecológica

(PASSOS et al., 2003). No Brasil a ordem distribui-se em nove famílias, vinte e três

gêneros e noventa e três espécies (REIS, et al., 2017). A subfamília com maior

número de gêneros é a Phyllostominae, que possui quinze no total, entre elas o

gênero Lophostoma com ocorrência de oito espécies no mundo, sendo que quatro

ocorrem no Brasil (REIS et al., 2017). Dentre as espécies com maior abrangência

está Lophostoma brasiliense, que pode ser encontrada distribuída em diversos

biomas brasileiros, com exceção do pantanal (REIS et al., 2017). Podem ser

identificados facilmente dentro das espécies do gênero, por ser o único com

antebraço menor do que 40 mm, alimentam-se de insetos porém podem diversificar

sua alimentação de acordo com a disponibilidade de alimento para hábitos

frugívoros (DA ROCHA & DE CARVALHO, 2010).

A utilização de técnicas de citogenética é uma importante metodologia para

determinação do número cromossômico da espécie, evolução cromossômica e

relação de parentesco de acordo com os padrões observados e comparações

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(VARELLA-GARCIA; TADDEI, 1989). Este trabalho objetivou a verificação dos

padrões cromossômicos da espécie Lophostoma brasiliense, a fim de comparar

com os padrões já descritos na literatura, com o intuito de verificar se há divergência

entre número cromossômico e aspectos morfológicos do cariótipo, utilizando

técnicas de citogenética e coragem de lâminas e posterior análise no programa

Photoshop CS2.

Material e Métodos

As capturas dos morcegos foram realizadas com redes de neblina em corredores

conhecidos de rota desses animais na cidade de Barra do Bugres, estado de Mato

Grosso, Brasil. Os animais capturados pelas armadilhas foram colocados em

gaiolas e em seguida levados ao laboratório de Genética e Biologia Molecular de

Nova Xavantina. Os procedimentos adotados em laboratório seguem os descritos

por Varella-Garcia & Taddei de 1989, com modificações. As obtenções de células

foram realizadas por meio da medula por extração direta, logo após a aplicação

intraperitoneal de 0,2 ml de solução colquicina a 0,5% a cada 25g do peso corporal

do animal. Após 45 minutos o animal foi sacrificado e com o auxílio de um bisturi e

pinças foram retirados os úmeros esquerdo e direito, em seguida com auxílio de

seringas e solução de Henks (4 ml) foi retirada a medula a qual foi coletada em uma

placa de petri. O material obtido foi submetido a centrifugação a 1 mil RPM por 5

minutos, em seguida o sobrenadante foi descartado e junto ao que ficou depositado

no fundo foram adicionados 4 ml de solução hipotônica. Após suspensão o material

foi levado ao banho maria por 20 minutos, em seguida foi fixado com uma solução

de metanol e ácido acético. A preparação cromossômica foi pingada em lâminas

de microscopia óptica, secas em temperatura ambiente e submetidas a coloração

com solução de Giemsa a 5%. As lâminas obtidas foram observadas em

microscópio com câmera acoplada, as metáfases foram fotografadas e a montagem

e caracterização do cariótipo de Lophostoma brasiliense ocorreu com o auxílio do

programa Photoshop CS2.

Resultados e Discussão

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Pelo método de coloração convencional Giemsa foi possível visualizar o cariótipo

da espécie Lophostoma brasiliense, como demonstra a Figura 1.

A Figura 2 representa o cariótipo montado do indivíduo. A análise morfológica dos

cromossomos permitiu a verificação do número diploide (2n) e número de braços

autossômicos (NF), bem como a caracterização cromossômica. A espécie possui

2n=30 e NF= 56. Os pares 1 e 2 são cromossomos submetacêntricos grandes, e

os pares 3,4,5,7,8,9,10,11,12,13, e 14 são cromossomos meta-submetacêntricos

médios a pequenos. O par número 6 é subtelocêntrico de tamanho médio. Os

cromossomos sexuais (evidenciados na figura 02) são subtelocêntrico e

metacêntrico.

Figura 1. Cariótipo com coloração convencional Giemsa do morcego Lophostoma

brasiliense

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.116, 2018

Figura 2. Cariótipo montado da espécie Lophostoma brasiliense. Cromossomos

sexuais evidenciados.

O número diploide e número de braços autossômicos foi o mesmo encontrado por

Sousa, 2011 e Silva, 2016. Quanto a morfologia cromossômica o resultado obtido

condiz com a caracterização descrita por Sousa, 2011, mas não condiz com os

resultados obtidos por Silva, 2016, a qual descreve 10 pares cromossômicos

metacêntricos, 01 par submetacêntrico e 03 pares subtelocêntricos. As espécies

podem obter variação cromossômica, dependendo da região, habitat, isolamento

geográfico e mutações gênicas (SILVA, 2016; REIS, 2007) o que pode justificar a

diferença do cariótipo encontrado para esta espécie em dois estados diferentes

como ocorrido neste trabalho.

Conclusão

O estudo citogenético com a espécie Lophostoma brasiliense permitiu verificar a

divergência na morfologia cromossômica entre o resultado obtido e outros autores,

bem como contribuir para os estudos realizados com morcegos, possibilitando o

aumento do conhecimento, além de abrir novas perspectivas para estudos com a

mesma espécie.

Referências

DA ROCHA, P. A.; DE CARVALHO, C. M. Diversidad, composiçao e estructura de

comunidade de morcegos (Mammalis_Chiroptera) em hábitats de caatinga e brejo

de altitude do Estado de Sergipe. Universidade Federal de Segipe, v. Biology, p.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.117, 2018

82, 2010.

PASSOS, F. C. et al. Frugivoria em morcegos (Mammalia, Chiroptera) no Parque

Estadual Intervales, sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 20, n. 3,

p. 511–517, 2003.

REIS, N. R. et al. História Natural dos Morcegos Brasileiros Chave de identificação

de Espécies. n. January, p. 416, 2017.

REIS, N. R. et al. Morcegos do Brasil. 1. Ed. Londrina, SP: Ed. UEL, 2007. 253 p.

SIGRIST, T. Mamíferos do Brasil, uma visão artística. 1. ed. Vinhedo, SP: Ed.

Avisbrasilis, 2012. 445 p.

SILVA, N. K. N. Evolução cromossômica e mapeamento genômico comparativo em

morcegos da subfamília Phyllostominae (Mammalia, Chiroptra). Universidade

Federal do Pará. Instituto de Ciências Biológicas, Programa de pós graduação e

Biologia Molecular e Evolução, p. 123, 2016.

SOUSA, R.F. Biologia, ecologia e aspectos citogenéticos de morcegos

(Chiroptera, Mammalia) em remanescentes florestais de Cerrado no leste

matogrossense. Nova Xavantina: UNEMAT, 2011. xiii, 96 f.: il. Dissertação em

Ecologia e Conservação, Universidade do Estado de Mato Grosso, 2011.

VARELLA-GARCIA, M.; TADDEI, V. A. Citogenética de Quirópteros: métodos e

aplicações. Revista Brasileira de Zoologia, v. 6, n. 2, p. 297–323, 1989.

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CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA E MORFOLÓGICA DE HYDROLYCUS

ARMATUS PISCES – CYNODONTIDAE – NA BACIA DO RIO DAS MORTES -

MT, BRASIL.

Joice Andreize Güntzel dos Santos1; Laura Vanessa Ferreira dos Santos2;

Cesar Enrique de Melo3

¹Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Graduada em Ciências Biológicas; 3Doutor em

Ecologia e Recursos Naturais, docente UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

A família Cynodontidae, da ordem Characiformes, é uma pequena família de peixes predadores que possui 14 espécies, quase todas especializadas em alimentar-se de outros peixes, sua ocorrência é exclusiva da região Neotropical e está amplamente distribuída na Bacia Araguaia/Tocantins, incluindo o Rio das Mortes. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma caracterização ecológica e morfológica da espécie Hydrolycus armatus, nome popular(cachorra). Os peixes analisados estão tombados na coleção ictiológica da UNEMAT- Câmpus de Nova Xavantina e foram coletados no período de 1998 a 2016. As coletas foram realizadas em ambientes lênticos e lóticos da bacia do Rio das Mortes com o uso de redes de emalhar de diferentes tamanhos de malhas (3 a 18 cm entre nós opostos). A caracterização morfológica se deu com base em dados merísticos e morfométricos. Dados de ecologia foram obtidos com base em análises de conteúdo estomacal, estágio de maturação gonadal e ocorrência nos locais de amostragem. H. armatus apresenta um corpo alongado e alto, coloração prateada e escamas pequenas, além de dentes caninos agudos que se encaixam em depressões profundas na maxila superior. Alcança cerca de 80 cm de comprimento e mais de 10 quilos quando adulto. Está amplamente distribuída na bacia do Rio das Mortes, em ambientes lóticos e lênticos. As análises de distribuição demonstraram que essa espécie tem grande afinidade por águas mais claras, o que facilita a localização e perseguição de presas. A reprodução ocorre entre dezembro e março. As análises de conteúdo estomacal revelaram uma dieta estritamente piscívora, baseada principalmente em peixes da ordem Characiformes. Embora não seja uma espécie de elevado valor comercial, sua carne é saborosa e muito utilizada por pescadores amadores, ribeirinhos e população de forma geral. H. armatus é uma espécie de grande importância ecológica e, atualmente, a maior ameaça a esta espécie na região é o aumento da turbidez e o assoreamento dos rios e lagos onde vive, provocados principalmente pelo uso intensivo, sem os devidos cuidados da terra e, lançamento de resíduos agropecuários nos corpos d´água. Palavras-Chave: Peixes; Ecologia; Morfologia.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.119, 2018

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE ESPÉCIES LENHOSAS EM TRÊS

GRADIENTES VEGETACIONAIS NO CERRADO

Daielle Carrijo1, Ana Clara Abadia¹, Lorrayne Gonçalves¹, Eddie Lenza¹, ²

1Programa de Ecologia e Conservação UNEMAT-Nova Xavantina.; 2Docente do curso de Ciências

Biológicas UNEMAT-Nova Xavantina. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

O Cerradoestá localizado na parte central do Brasil e ocupava, originalmente, uma área aproximada de 2,5 km², correspondente a 23% do território nacional. Possui particularidades nos solos, geologia, geomorfologia, e clima, o que proporciona uma elevada heterogeneidade ambiental e, consequentemente, de fitofisionomias. Esta distinção de fisionomias permitiu ao Cerrado ter a maior biodiversidade vegetal dentre todas as savanas mundiais, sendo considerado um “hotspot” para conservação. Objetivamos avaliar a composição florística da flora lenhosa do Cerrado em sete fisionomias no município de Água Boa-MT. Amostramos a vegetação lenhosa em três transecções que variavam entre 400 e 550 metros, com sub-parcelas de 10x10 m, onde o método de inclusão foram plantas com DAS ≥ 5 cm, englobando as seguintes fitofisionomias: Cerrado Denso, Típico, Cerradão, Campo de Murundu de Pau-doce, Campo de Murundu de Simbaíba, Vereda e Mata de Galeria não Inundável.Avaliamos a diferença na composição florística entre fitofisionomias empregando PCOA seguida de ANOSIM. Amostramos 188 espécies, das quais 69 (36,7%) ocorreram apenas em uma das fitofisionomias descritas neste trabalho. A Mata de Galeria não Inundável apresentou 35 (18,6%) espécies exclusivas, seguida por Vereda com 15 (7,9%), Cerrado Denso e Cerradão com seis (3,1%), Cerrado Típico e Campo de Murundu de Pau-doce com três (1,5%) e Campo de Murundu de Simbaíba com apenas uma espécie de ocorrência restrita. Em contraponto, apresentamos três espécies que ocorreram em todas fitofisionomias: Kielmeyera coriacea, Vatairea macrocarpa e Myrcia sp. 2. O ANOSIM confirmou a distinção florística entre as fitofisionomias (R= 0,60 p< 0,001). De modo geral, esses resultados evidenciaram a particularidade da flora destas fitofisionomias evidenciandoque a composição florística difere entre elas.

Palavras-chave: Fitofisionomia; Savana; Florística.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.120, 2018

DESCRIÇÃO CARIOTÍPICA E PRIMEIRO REGISTRO PARA O ESTADO DE

MATO GROSSO DA ESPÉCIE Micronycteris sanborni (SIMMONS, 1996)

Jasciene Kraemer de Souza¹; Wigis Pereira Peres¹; Karina de Cassia Faria²;

Ricardo Firmino de Sousa³

1Graduandos em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Docente no curso

de Ciências Biológicas, Dra. Genética, Universidade do Estado de Mato Grosso. ³Docente no curso

de Ciências Biológicas, Dr. Ecologia e conservação, Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Chiroptera; Cariótipo; Giemsa.

Introdução

Morcegos são mamíferos pertencentes à ordem Chiroptera que ao longo do

processo evolutivo desenvolveram a capacidade de voo, sendo a segunda ordem

mais diversificada do mundo (SIGRIST, 2012). No Brasil os quirópteros estão

distribuídos em nove famílias que englobam 68 gêneros e 180 espécies (REIS et

al, 2017). Com cerca de 93 espécies ocorrentes em território brasileiro, a família

Phyllostomidae é a mais diversificada e apresenta uma característica única: a

membrana nasal pouco ou muito desenvolvida em forma de lança, folha ou

ferradura (SIGRIST, 2012; REIS et al, 2007). Dentro da família Phyllostomidae,

encontram-se os morcegos do gênero Mycronycteris (Gray, 1886), subdividido em

11 espécies, entre elas a Micronycteris sanborni (Simmons, 1996). Dentro do

gênero, a espécie é a menor, possuindo porte corpóreo pequeno, orelhas unidas,

longas e arredondadas, com pelagem ventral mais clara que a dorsal (REIS, et al.

2017; SERGIO, 2012). No Brasil há registros para a espécie apenas nos estados

de Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Paraíba, Ceará, Tocantins,

Amazonas, Bahia, e Maranhão, ocorrendo no Cerrado, Caatinga, Amazônia e

também com registro no Pantanal (REIS, et al., 2007; REIS et al., 2017;LÓPEZ–

BAUCELLS, 2013; CUNHA et al., 2009). A identificação de cariótipos de morcegos

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.121, 2018

por técnicas citogenéticas permite identificar evoluções cromossômicas ocorridas

dentro da espécie, bem como, elucidar as relações filogenéticas entre os táxons

(VARELLA-GARCIA & TADDEI, 1989). O método de coloração convencional

Giemsa permite a visualização e elucidação das características básicas sobre o

conjunto cromossômico de uma determinada espécie (KASAHARA, 2009).

Mycronycteris sanborni não possui caracterização citogenética descrita na

literatura. Segundo Reis et al., (2007) estaé uma espécie que possui carência de

dados, necessitando de estudos sobre seus requisitos ecológicos, status, ameaças

e ocorrência. O presente trabalho objetivou registrar a ocorrência da espécie no

estado de Mato Grosso, e realizar a caracterização citogenética utilizando

coloração convencional Giemsa.

Material e Métodos

Os morcegos foram capturados com redes de neblina na cidade de Sinop, no

estado de Mato Grosso e colocados em gaiolas de madeira. As técnicas

citogenéticas foram aplicadas conforme metodologia proposta por Varella-Garcia &

Taddei em 1989 com modificações. Após serem levados ao laboratório, os animais

receberam intraperitonialmente 0,2 ml. de solução colquicina a 0,5% a cada 25g.

de peso corporal do animal. Após 45 minutos, o animal foi sacrificado. Removeu-

se o úmero esquerdo e direito, aspirando a medula óssea com seringa,

depositando-a em 4 ml de solução de Hanks. Em seguida, realizou-se

centrifugações a 1000 rpm por 5 minutos, com retirada do sobrenadante, e

inserindo 4ml de solução hipotônica e levado em banho-maria por 20 minutos. A

fixação do material foi realizada com metanol e ácido acético. As lâminas foram

preparadas e após a secagem foram imersas em solução de corante Giemsa. As

lâminas com coloração convencional foram visualizadas em microscópio com

câmera acoplada. Os cariótipos foram montados em um computador com o auxílio

do programa Adobe Photoshop CS2.

Resultados e Discussão

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.122, 2018

Não há registro para a espécie Mycronycteris sanborni no estado de Mato Grosso.

Como descrito anteriormente, há apenas 10 estados com registro do morcego. A

espécie foi capturada no município de Sinop, no estado de Mato Grosso localizado

na região centro-oeste do Brasil.

Fonte: Google Maps.

Figura 01. Mapa do Brasil. Localização da cidade de Sinop no Mato Grosso.

Mycronycteris sanborni apresentou número diploide igual a 28 (2n=28), e número

fundamental igual a 52 (NF=52). O cariótipo fotografado (Figura 01) possibilitou a

definição da morfologia e do número cromossômico. Sendo, os cromossomos

autossômicos foram definidos em 05 pares submetacêntricos, 07 metacêntricos e

01 acrocêntrico. A Figura 02 representa o cariótipo montado da espécie, os pares

foram agrupados conforme a semelhança no tamanho e morfologia.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.123, 2018

Figura 02. Cariótipo de Mycronycteris sanborni com coloração convencional

Giemsa.

Figura 03. Cariótipo de Mycronycteris sanborni com coloração convencional

Giemsa. Em destaque, os cromossomos sexuais.

Conclusão

Registra-se pela primeira vez a captura da espécie Mycronycteris sanborni no

estado de Mato Grosso. A caracterização citogenética foi realizada primordialmente

para a espécie, e observou-se que o par número 01 é submetacêntrico grande, o

segundo par é um metacêntrico médio. Os pares 3, 4 e 5 são submetacêntricos

médios, e o par 6 um acrocêntrico pequeno. Os pares 7 e 9, 10, 11, 12 e 13 são

metacêntricos pequenos. O par número 8 é submetacêntrico pequeno. Os

cromossomos sexuais identificados (em destaque na figura 03) foram o X um

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.124, 2018

submetacêntrico e o Y um subtelocêntrico ambos de tamanho médio, esse sistema

sexual observado é descrito como NEO-XY. A técnica citogenética permitiu a

caracterização cromossômica da espécie, contribuindo com os estudos

citogenéticos de morcegos do gênero Mycronycteris.

Referências

CUNHA, N. L. et al. Bats of Buraco das Araras natural reserve, Southwestern

Brazil. Biota Neotropica, Campinas, v. 9, n. 4, p. 189–195, 2009.

KASAHARA, S. Introdução à pesquisa em citogenética de vertebrados. 1. ed.

Ribeirão Preto, SP: Ed. SBG, 2009. 160 p.

LÓPEZ–BAUCELLS, A. et al. First record of Micronycteris sanborni (Chiroptera:

Phyllostomidae) from Central Amazonia, Brazil: range expansion and description

of its echolocation. Mammalia, Paris, v. 78, n. 1. p. 127–132, 2013.

REIS, N. R. et al. Morcegos do Brasil. 1. Ed. Londrina, SP: Ed. UEL, 2007. 253

p.

REIS, N.R et al. História natural dos morcegos do Brasil, chave de

identificação de espécies. 1 ed. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Technical Books, 2017.

417 p.

SERGIO, B.F.S. Taxonomia de Micronycteris Gray, 1866 (Chiroptera,

Phyllostomidae) do Brasil. Dissertação em Biologia Animal. São José do Rio

Preto, SP, 2012.

SIGRIST, T. Mamíferos do Brasil, uma visão artística. 1. ed. Vinhedo, SP: Ed.

Avisbrasilis, 2012. 445 p.

VARELLA-GARCIA, M. TADDEI, V.A. Citogenética de Quirópteros: Métodos e

Aplicações. Revista brasileira de Zoologia, v. 6, n. 2, p. 297-323, 1989.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.125, 2018

DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DE UMA COMUNIDADE DE MUTILLIDAE

(HYMENOPTERA) NEOTROPICAL EM GRADIENTE SAVANA - FLORESTA

Júlio Miguel Alvarenga1*; Cecília Rodrigues Vieira2; Leandro Braga

Godinho1; Pedro Henrique Campelo3; James Purser Pitts2; Guarino Rinaldi

Colli3

1Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Departamento de Biologia,

Universidade do Estado de Mato Grosso, Nova Xavantina, 78690-000, Brasil; 2Department of

Biology, Utah State University, Logan, 84321-5305, USA; 3Departamento de Zoologia, Universidade

de Brasília, Brasília, 70910-900, Brasil. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Compreender como e por que as comunidades biológicas se organizam ao longo do espaço e do tempo é um grande desafio e pode ajudar na conservação da biodiversidade em tempos de mudanças globais.Examinamos a variação espaço-temporal na estrutura de comunidades de vespas da família Mutillidae ao longo de um gradiente floresta-savana no Cerrado brasileiro para avaliar o papel de filtros ambientais e interações interespecíficas na formação das comunidades. Os mutilídeos foram amostrados com 25 armadilhas de quedaem forma de Y com cercas-guia entre agosto de 2015 e julho de 2016, ao longo de um gradiente entre cerrado sensu stricto (dossel aberto, mais quente e seco) – cerradão (dossel fechado, mais frio e úmido). Coletores automáticos de temperatura e umidade do ar instalados em cada armadilha registraram parâmetros microclimáticos durante o período de estudo. Os efeitos da distância geográfica, de parâmetros microclimáticos e da ancestralidade compartilhada sobre a abundância e turnover de espécies foram avaliados com análise de correspondência canônica, modelagem generalizada de dissimilaridade e partição de variância. A diversidade e abundância de Mutillidae foram maiores no cerrado sensu stricto e no início das chuvas. O turnover foi acentuado ao longo do gradiente ambiental e a variação temporal na riqueza e abundância foi mais forte que a variação espacial. A floração de espécies lenhosas na estação seca promove a abundância de hospedeiros e, subsequentemente, a captura de mutilídeos. As espécies foram agrupadas filogeneticamente ao longo do gradiente, com Sphaeropthalmina (especialmente Traumatomutilla spp.) e Pseudomethocina mais associadas, respectivamente, ao cerrado sensu stricto e cerradão, sugerindo um papel predominante dos filtros ambientais na formação da comunidade, com tolerâncias fisiológicas e preferências por hospedeiros sendo compartilhadas entre membros da mesma linhagem. As mudanças antrópicas no Cerrado podem afetar comunidades de vespas e seus hospedeiros, com consequências imprevisíveis sobre o funcionamento e os serviços do ecossistema.

Palavras-Chave: Diversidade beta; Vespas; Turnover de espécies; Estrutura de

comunidade.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.126, 2018

DIVERDIDADE DE GERROMORPHA (HETEROPTERA) E CONSERVAÇÃO EM

VEREDAS

Núbia França da Silva Giehl1; Helena Soares Ramos Cabette2; Lourivaldo

Amancio de Castro3; Bethânia Oliveira Rezende4, Victor Rennan Santos

Ferreira5; Joana Darc Batista6

1Doutoranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT, 2Doutora em Entomologia (docente Senior,

UNEMAT); 3Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia – UNEMAT (Rede Bionorte), 4Mestre

em Ecologia e Conservação e docente UNEMAT, 5Mestre emBiodiversidade Animal, docente

UNEMAT, 6Doutora em Entomologia, docente UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Percevejos Aquáticos; Zona Ripária; Cerrado.

Introdução

No Bioma Cerrado há variedade de fitofisionomias, entre elas, as veredas que são

caracterizadas por serem fisionomias abertas, tendo como vegetação característica

a palmeira Mauritia flexuosa (buriti). Esta espécie não forma dossel, e se mistura a

espécies arbustivo-herbáceas que geralmente ocorrem ao longo de cursos d’água

estreitos (RIBEIRO &WALTER,2008, Lei 12.727, CONOMA, 2012). Subsistemas

como as veredas desempenham papel fundamental no equilíbrio hidrológico dos

cursos d’água do Cerrado e contribuem para a manutenção da fauna e flora

(MOREIRA et al., 2015). Portanto, as veredas são classificadas como Áreas de

Preservação Permanente (APP) pelo Código Florestal Brasileiro - Lei Nº 12.727

(CONOMA, 2012).

As veredas, sendo ecossistemas extremamente sensíveis e com baixo poder de

regeneração (RAMOS et al., 2006), estão sujeitas a vários tipos de impactos,

geralmente devido ao avanço da agropecuária(FIRMIANO et al., 2017). As

principais alterações incluem pisoteio e erosão (devido acesso livre do gado),

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.127, 2018

barragens e o fogo. Essas alterações afetam as populações aquáticas, por

exemplo, os insetos (ver CÔRTES et al., 2011).

De maneira geral, insetos aquáticos são dependentes da qualidade da água e do

habitat onde vivem (FIRMIANO et al., 2017). Dentre estes, os Heteroptera semi-

aquáticos são indicadores de alteração de habitat em riachos de Cerrado (DIAS-

SILVA et al., 2010), são importantes nas cadeias alimentares, além de promover o

controle de outros grupos de insetos, incluindo vetores de doenças humanas

(KWEKA et al., 2012).Assim, avaliamos o efeito da alteração ambientaldas veredas

sobre a abundância, riqueza e composição de Gerromorpha (Insecta: Heteroptera).

Material e métodos

As veredas analisadas estão situadas nos municípios de Barra do Garças e Nova

Xavantina. Para cada vereda foi verificado se existia passivo ambiental (algum tipo

de alteração dentro do limite da Área de Preservação Permanente - APP), e

calculado o tamanho do passivo (o quanto da área de APP era alterado). Assim, as

veredas sem passivo foram consideradas preservadas e as com passivo foram

consideradas alteradas. O Passivo foi calculado utilizando o programa Quantum

GIS, em que foi delimitada a área úmida de cada vereda através de imagens de

satélite e gerado uma zona de amortecimento de 50m adjacente à área úmida

(CASTRO et al., 2013).

Amostramos Gerromorpha em 13 ambientes aquáticos de Veredas, sete

conservadas e seis alteradas nos períodos chuvosos (entre dez/2014 e jan/2015)

e seco (jul/2015). Para a amostragem utilizamos o método de transecções de 100

m lineares na margem do córrego, coletando a cada 5m na superfície d’água, com

peneira de 18 cm de diâmetro.Os espécimes foram identificados a nível específico

baseadas em chaves ou descrições taxonômicas e comparadas com material de

referência da Coleção Zoobotânica “James Alexander Ratter”, UNEMAT/NX.

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Análise de dados

Nas análises utilizamos como unidades amostrais os 13 ambientes de veredas

amostrados em dois períodos, com total de 26 unidades amostrais. Para avaliar o

efeito do passivo ambiental sobre a riqueza de espécies utilizamos o jackknife com

auxíliodo programa EstimatesWin versão 7.5.0 (COLWELL, 2005). Para avaliar o

efeito do passivo sobre a abundância foi usado teste t de Student. Já o efeito sobre

a composição de espécies, com PCoA, Bray Curtis(log+1) e testada com

PERMANOVA (LEGENDRE & LEGENDRE, 2012). Para avaliar a associação das

espécies a veredas alteradas ou conservadas usamos oIndVal(DUFRENE &

LEGENDRE 1997). As análises foram realizadas no programa R (R Development

Core Team, 2016).

Resultados e Discussão

Amostramos 1.709 indivíduos e 28 espécies de Gerromorpha. A riqueza estimada

de espécies foi maior em ambiente alterado apresentando em média 22 espécies

a mais em comparação ao preservado (jackknife 35,96±5,79 e 13,99±2,77, Fig. 1A).

Porém, não houve espécies associadas ao tipo de ambiente analisado (IndVal

p>0,05). Houve também diferença da composição entre veredas alteradas e

conservadas (Pseudo F= 2,448; gl= 24; p= 0,021, Fig. 1B). No entanto, não

observamos efeito sobre a abundância (t=0,409, gl=24, p=0,686).

Enquanto a abundância de indivíduos foi similar entre ambientes alterados e

preservados, a riqueza de espécies, e a variabilidade na composição espécies

foram maiores nos ambientes alterados. Atribuímos tais variações, às adaptações

associadas aos hábitos de vida desses percevejos, que vivem sobre a superfície

da água e respiram ar atmosférico (LOCK et al., 2013). Assim,as alterações, mas

especificamente, na paisagem e variação no fluxo de água podem estar

promovendo perda de outros predadores, favorecendo a entrada de espécies

pouco comuns a estes ambientes.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.129, 2018

Fig. 1. A) Riqueza estimada de Gerromorpha [As barras representam os intervalos

de confiança - IC de 95%] e B) Ordenação da composição, em veredas alteradas e

preservadas, leste de Mato Grosso, Brasil.

A riqueza de espécies e composição de Heteroptera também é influenciada pela

presença de outros grupos no ambiente (GOULART et al., 2002). Algumas

alterações do ambiente também favorecem aumento da abundância de alguns taxa,

por exemplo, Diptera (STRIEDER et al., 2016), que são consumidos por

Heteroptera (KWEKA et al., 2012). O aumento da riqueza de espécies diante de

alterações ambientais é comum em alguns grupos de insetos, isso ocorre pela

possibilidade de aumento de presas. Porém, o aumento da riqueza sem mudança

da abundância – o que ocorreu neste estudo – pode influenciar a maior abundância

de alguns grupos de presas tolerantes (e.g Diptera: Simulidae). Portanto, essas

alterações influenciam no funcionamento normal da comunidade. STRIEDER et al.,

(2016) mostraram que a abundância de algumas espécies de Simulidae aumenta

consideravelmente em ambientes alterados. Ademais, a riqueza de gênero de EPT

(Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera) não diferiu entre os níveis de distúrbios

em riachos de savana brasileira, porém a riqueza funcional e a diversidade

diminuíram significativamente, de áreas menos a altamente perturbadas (ver

CASTRO et al., 2018). No entanto, a riqueza de espécies de Gerromorpha foi

positivamente correlacionada com o Índice de Integridade do Habitat (HII) em

riachos de Cerrado da mesma região desse estudo (DIAS-SILVA et al., 2010).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.130, 2018

Conclusão

Nossos resultados enfatizam a importância de preservar uma área maior em torno

das veredas, ou pelo menos o mínimo estabelecido no código florestal (CONAMA,

lei 12.727), para manter o mínimo do funcionamento natural desses ambientes. As

alterações percebidas indicam a necessidade de continuar a estudar estes

ambientes tão importantes na recarga hídrica do Cerrado para entender ao longo

do tempo o que está ocorrendo com outros grupos de organismos (presas e

predadores).

Agradecimentos

À FAPEMAT (#257421/2013), pelo financiamento do estudo. À Capes pela bolsa de

doutorado concedia a NFSG. Ao FFF Moreira – FIOCRUZ, Rio de Janeiro, pela

confirmação das identificações. Ao projeto PELD/MCT/CNPq etapa II pelo apoio

logístico (# 403725/2012-7).

Referências bibliográficas

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.132, 2018

EFEITOS DA AUTOTOMIA CAUDAL NO DESEMPENHO LOCOMOTOR DE

LAGARTOS DO PARQUE DO BACABA, NOVA XAVANTINA – MT

Naiane Arantes Silva¹; Leandro Braga Godinho²; Júlio Miguel Alvarenga²;

Bruno Araújo de Souza³; Hosmano Batista4; Guarino Rinaldi Colli5

¹Mestranda em Ecologia e Conservação; ²Doutorando em Ecologia e Conservação, ³Graduado em

Ciências Biológicas, 4Graduando em Ciências Biológicas, 5Programa de Pós-Graduação e

Ecologia da Universidade de Brasília, Brasília, DF, [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Ao longo do tempo evolutivo predadores e presas tem desenvolvido técnicas de ataque e escape. A autotomia é uma das mais drásticas adaptações, comumente usada por lagartos, permitindo lhes o escape enquanto o predador é distraído pela porção perdida da cauda, que na maioria dos casos é regenerada posteriormente. Apesar do benefício da sobrevivência a autotomia também traz custos fisiológicos, comportamentais e locomotores, pois em muitas espécies a cauda funciona como agente estabilizador e controlador de movimentos no momento da corrida. Assim, tivemos como objetivo determinar os efeitos da autotomia caudal em Micrablepharus atticolus sobre o seu desempenho locomotor, levando em consideração os possíveis efeitos do sexo e da temperatura corporal. Os dados foram coletados no parque municipal do Bacaba. A velocidade máxima foi extraída de vídeos gravados onde foi simulado um evento de predação. Foram geradas curvas de performance para verificar o efeito da autotomia caudal sobre o desenho locomotor, levando em consideração a temperatura, o comprimento da porção da cauda regenerada e o sexo, através de modelos mistos aditivos generalizados (GAMM). O sexo, a presença ou ausência de autotomia não influenciam no desempenho locomotor (p> 0,05). Já o comprimento da porção regenerada da cauda influencia no desempenho locomotor (p< 0,05), ou seja, quanto maior o tamanho da cauda, melhor é o desempenho locomotor, isso porque a cauda auxilia nos movimentos do eixo vertebral realizados no momento da corrida. A temperatura também influenciou no desempenho locomotor dos lagartos (p< 0,05), pois são organismos ectotérmicos e dependem de calor para se manter em atividade. O desempenho locomotor dos lagartos M. atticolus é pela autotomia caudal e pela a temperatura.

Palavras-chave: Autotomia caudal, Performance, Lagarto.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.133, 2018

ESTRATÉGIAS FUNCIONAIS FOLIARES ASSOCIADAS A TOLERÂNCIA À

SECA

Nayara Barros Cardoso1; Bruno Araújo de Souza2; Igor Araújo de Souza3

1Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT; 2Graduado em Ciências Biológicas, UNEMAT;

3Mestrando em Ecologia e Conservação, UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Os traços funcionais foliares são imprescindíveis para analisar a adaptação das espécies vegetais. É válido ressaltar que os caracteres funcionais, quando expostos a variação ambiental, sofrem modificação que interfere diretamente na sobrevivência das plantas. Uma forma de persistir no ambiente é modular suas estruturas anatômicas, morfológicas e fisiológicas, assim se adaptando ao meio. Levando em consideração o atual histórico climático, nota-se que há um aumento nos períodos de seca em detrimento aos períodos chuvosos. Neste sentido, possivelmente as espécies vegetais estejam sofrendo com o aumento do déficit hídrico. Assim, esta pesquisa visa identificar as características das plantas que são mais associadas à seca, para isso temos como objetivo analisar as estruturas morfológicas e anatômicas de três espécies presentes no cerrado rupestre (Qualea parviflora Mart. Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke e Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne). A atual pesquisa foi desenvolvida no Parque Municipal do Bacaba, no município de Nova Xavantina – MT. Para o critério de seleção das espécies utilizamos o índice de valor de importância, e para cada espécie selecionamos cinco indivíduos, assim totalizando 15 plantas. Em seguida coletamos cinco folhas de cada indivíduo e acondicionamos em sacos de papel. Posteriormente levamos para laboratório de microscopia do Campus de Nova Xavantina-MT, onde mensuramos as seguintes características foliares e anatômicas: espessura, área específica, tamanho dos estômatos e densidade de tricomas. As estruturas anatômicas foram micrografadas em 10 campos distintos, utilizando a objetiva de 10x. Posterior a análise dos dados, foi identificado que as folhas mais espessas, que apresentam elevada densidade de tricomas e estômatos de tamanho reduzido estão mais relacionadas com a tolerância das espécies vegetais à seca, uma vez que estas estruturas otimizam a performance fisiológica das plantas e evitam danos funcionais relacionados ao déficit hídrico. Sendo assim, todas as espécies avaliadas refletem traços funcionais vinculados a conservação do uso da água.

Palavras-Chave: Mudanças climáticas; Déficit hídrico; Estratégias adaptativas.

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FLORÍSTICA E ASPECTOS ECOLÓGICOS DE SAMAMBAIAS E LICÓFITAS

EM FRAGMENTOS DE MATA DE GALERIA EM NOVA XAVANTINA-MT

Erivelton Costa Soares1; Julliana Lourenço Custódio1; Amanda Rodrigues da

Silva1; Francieli Silva Guimarães1; Josiene Naves Carrijo2; Francisco de Paula

Athayde Filho3.

1Graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato

Grosso; 2Bióloga, Mestranda em Ecologia e Conservação, Universidade do Estado de Mato Grosso;

3Docente, mestre vinculado ao Curso de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato

Grosso. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Pteridófitas, Bioma Cerrado, Umidade.

Introdução

Os primeiros registros de samambaias e licófitas foram encontrados ainda no

período Siluriano com poucas espécies, e passaram a dominar o ambiente no

período Devoniano (PRADO, 1998). A partir desses registros e do ponto de vista

morfológico, observa-se que essas plantas variam consideravelmente de

tamanhos, desde plantas com poucos centímetros de comprimento, até plantas

enormes (PRADO & SYLVESTRE, 2010).

Considera-se que as samambaias e licófitas, com sua variabilidade de estrutura,

são plantas adaptadas para ocorrerem nos mais diferentes tipos de habitats, que

vão desde as regiões frias e quentes, podendo ocorrer em diferentes altitudes e

mesmo assim possuindo uma grande diversidade de espécies (WINDISCH, 1992;

PRADO, 1998).

Dentre os mais diversos habitats, a mata de galeria é um tipo de vegetação que se

mantem sempre verde com grande predominância de espécies arbóreas e

formação de dossel, que acompanha rios de pequeno porte e córregos do Brasil

Central, formando corredores sobre os cursos d’água. Com árvores de altura

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.135, 2018

média, variando entre 20 e 30 metros, e a superposição das copas fornece

cobertura arbórea de 70% a 95%. A umidade relativa é alta no seu interior, mesmo

durante a época mais seca do ano (julho e agosto) (Ribeiro & Walter, 2008).

As matas de galeria possuem características únicas como inundações periódicas,

manchas de solos hidromórficos e deposições de sedimentos (Schiaviniet al.,

2001). Assim, as matas de galeria são consideradas uma das formações florestais

de maior ocorrência de samambaias e licófitas, juntamente com as formações

rupestres (Windisch, 1985).

O objetivo do presente trabalho foi fornecer dados que colaborem para melhor

conhecimento deste grupo de plantas, analisando a florística e aspectos ecológicos

de samambaias e licófitas em fragmentos de mata de galeria em Nova Xavantina,

MT.

Material e Métodos

O estudo foi desenvolvido em dois fragmentos de matas de galeria, localizados em

duas chácaras às margens do córrego Estilac (Clube Campestre e Chácara Boa

Sorte), ambas no perímetro urbano de Nova Xavantina-MT. Com as coordenadas

aproximadas 14°38’29.10”S e 52°21’26.77”W, 14°38'17.43"S e 52°21'30.17"W. As

coletas foram realizadas através de longas caminhadas gerais sucessivamente no

mês de agosto de 2018, período de uma semana de coleta para ambas áreas. As

amostras foram coletadas com a utilização de equipamento básico de campo (faca,

facão), e em seguida armazenadas em sacos plásticos com um pouco de água para

que não ocorresse o ressecamento das mesmas, segundo metodologia usual de

campo (Windisch,1992).

Todo material botânico coletado foi levado para o Laboratório de Criptógamos da

Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Nova Xavantina – MT,

vinculado ao Herbário NX. Depois de processado, o material foi depositado no

acervo do Herbário NX.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.136, 2018

A identificação do material foi realizada com auxílio de profissionais da área, e

consultas à bibliografia especializada, bem como consulta ao acervo do Herbário

NX. Para as samambaias e licófitas foi considerado o sistema de PPG I (2016).

Resultados e Discussão

Foram registradas sete espécies de samambaias, distribuídas em cinco gêneros e

quatro famílias (Tabela 1).

Tabela 1. Samambaias e licófitas registradas em dois fragmentos de mata de

galeria, no município de Nova Xavantina-MT. Sendo: CC: Clube Campestre; CBS:

Chácara Boa Sorte; PS: Preferência por substrato, HMP: Hemiepífita, TER:

Terrícola.

Família/Espécie CC CBS PS

DRYOPTERIDACEAE

Bolbitis serratifolia (Mert. ex Kaulf.) Schott X − TER

LYGODIACEAE

Lygodium venustum Sw. − X HMP

PTERIDACEAE

Adiantum intermedium Sw. − X TER

Adiantum petiolatum Desv. − X TER

Adiantum sp.1 − X TER

Pityrogramma calomelanos (L.) Link X X TER

THELYPTERIDACEAE

Thelypteris dentata (Forssk.) E. P.St. John − X TER

Riqueza de espécies 2 6

Pteridaceae se destacou com cinco espécies, sendo o gênero Adiantum aquele que

apresentoumaior destaque, representado por três espécies. A representatividade

de Pteridaceae em muitos estudos no Cerrado pode estar relacionada ao fato de

possuir maior riqueza no mencionado bioma e em todo o planeta, devido serem

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.137, 2018

mais resistentes a climas secos e pouco exigentes quanto á cobertura vegetal

(Tryon; Tryon, 1982; Windish, 1985).

Para ocupar essa diversidade de ambientes, as samambaias e licófitas apresentam

diferentes formas biológicas, incluindo quase todas as formas de crescimento e de

adaptações das angiospermas (Holttum, 1938).

Em relação aos substratos preferenciais, verificou-se que sete espécies

apresentam preferência por substrato exclusivamente terrícola, enquanto apenas

uma espécie se mostrou com hemicorticícola. Esta predominância de espécies

terrícolas é registrada em diferentes ambientes, formações vegetais e biomas,

visando que o substrato terrícola é o mais comum entre as samambaias e licófitas

(Forsthofer; Athayde Filho, 2012).

Conclusão

Após as análises constatou-se que a família Pteridaceae obteve maior preferência

por substratos terrestres e sua florística (composição e riqueza) obviamente foi

ampla sobre as demais famílias, devidamente por ser uma família bem adaptada a

condições adversas do ambiente. O constante desenvolvimento de estudos nas

variadas formações vegetais do Cerrado tem colaborado enormemente na

compreensão desse grupo vegetal e sua interação com o ambiente em que ocorre.

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HETEROPTERA AQUÁTICOS (NEPOMORPHA) EM RIACHO DE CERRADO:

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL E LONGITUDINAL

Beatriz Maia Silva1; Paula Viana Barros Fonseca2; Helena Soares Ramos

Cabette³; Núbia França da Silva Giehl4

1Graduanda em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, UNEMAT, Nova Xavantina; 2Mestre em

Ciências Ambientais, UNEMAT, Cáceres; ³Doutora em Entomologia, docente sênior UNEMAT, Nova

Xavantina; 4Doutoranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT, Nova Xavantina.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Vários eventos naturais ou antropogênicos como enchentes rápidas ou variações físicas no riachocausam desestruturação na comunidade de insetos aquáticos. Desse modo, objetivamos avaliar o efeito temporal e longitudinal em um riacho de Cerrado sobre abundância e riqueza de Nepomorpha aquáticos (Heteroptera). O estudo foi realizado no Parque Municipal Mario Viana, Nova Xavantina, MT. O material foi coletado de julho/2011 a abril/2018, em três porções do Córrego Bacaba (Nascente, Intermediário e Foz), sendo no primeiro ano mensal, segundo e terceiro, bimestral, e demais anos trimestralmente. Amostramos Nepomorpha com o método de varredura de áreas fixas em transecto de 100 m lineares, subdividido em 20 segmentos de 5 m. Foi utilizado um coador de 18 cm de diâmetro para a coleta bentônica. Para verificar o efeito temporal e longitudinal na abundância e riqueza realizamos uma Anova aninhada. Durante sete anos de estudo amostramos oito famílias e 17 gêneros de Nepomorpha. A abundância e riqueza de gêneros foram maiores na seca nos ambientes ‘Nascente’ e ‘Intermediário’, apresentando similaridade da foz com todos os demais ambientes no período chuvoso. Tais resultados se justificam pelo seu modo de vida aquático onde as mudanças temporais e ambientais interferem na fauna aquática. Porém, a foz sofre com a intermitência total em alguns meses do período seco, e isso fez com que essa porção fosse similar às demais no período chuvoso. Desse modo, obtivemos informações sazonais e longitudinais sobre abundância e riqueza de Nepomorpha em riacho de Cerrado. O presente estudo enfatiza o uso de Heteroptera aquáticos como bioindicadores para monitoramento ambiental em vista que reagem as mudanças ambientais e temporais. Palavras-chave: Percevejos Aquáticos; Riqueza; Abundância; Sazonalidade. Agradecimentos: Ao projeto PELD/MCT/CNPq pelo fomento (#558069/2009-6, #403725/2012-7 e #441244/2016-5). Ao PROCAD/CAPES pela bolsa de IC (#88881.068430/2014-01).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.140, 2018

INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS NAS ADAPTAÇÕES

FUNCIONAIS DAS PLANTAS

Tiffani Carla da Silva Vieira1; Allison da Silva Bezerra2; Igor Araújo de Souza3; Beatriz Schwantes Marimon4

¹Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT; ² Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT;

3Mestrando em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 4Doutora em Ecologia, docente UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Fatores bióticos e abióticos influenciam a persistência das espécies vegetais no ambiente, em contrapartida, as plantas desenvolvem mecanismos adaptativos eficientes para sobreviver sob condições adversas. A presente pesquisa foi desenvolvida no Parque Municipal do Bacaba e teve por objetivo analisar as características morfológicas e anatômicas foliares do jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart.). Foram selecionados cinco indivíduos em três fitofisionomias (cerrado típico, rupestre e cerradão), coletadas cinco folhas de cada indivíduo e armazenadas em sacos de papel. Foram analisadas as seguintes características foliares e anatômicas: espessura, área específica, conteúdo de massa de água, tamanho dos estômatos, densidade de tricomas, espessura da cutícula, da epiderme e do parênquima paliçádico e lacunoso. As medições foram realizadas nos laboratórios de Ecologia Vegetal - LABEV e de Microscopia do campus de Nova Xavantina-MT. Utilizando uma objetiva com aumento de 10x, foram fotografados 10 campos aleatoriamente para todas as estruturas anatômicas. Foi evidenciada divergência funcional nas estruturas morfológicas e anatômicas analisadas de acordo com a variação ambiental e fitofisionomia. Nesse contexto, inferimos que o solo pode ser um dos fatores determinantes nos atributos avaliados, especialmente se considerarmos que a espécie em questão apresenta alto potencial de adaptar-se a diferentes ambientes e apresenta potencial para ser utilizada em iniciativas de recuperação de áreas degradas. Palavras-Chave: Traços funcionais; Plasticidade fenotípica; Plantio.

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INFLUÊNCIA DO FOGO NOS ATRIBUTOS FUNCIONAIS REGENERATIVOS E

REPRODUTIVOS EM COMUNIDADES DE CERRADO

Pedro Gabriel Tubin Santos¹; Izabel Amorim2; Wesley Jonatar3; Beatriz

Schwantes Marimon4

¹Graduando em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Mestranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT;

3Doutorando em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 4Doutora em Ecologia, docente UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: traços funcionais, regeneração, transição.

Introdução

Traços morfológicos regenerativos são importantes para a ecologia de

comunidades vegetais, pois afetam os processos de adaptação, dispersão,

germinação, colonização e estabelecimento de plântulas no ecossistema

(Vandelook et al., 2012; Romero-Saritama & Pérez-Rúiz, 2016). Traços fenológicos

são elementos das fases do ciclo da vida das plantas e dos eventos temporais ao

longo do ano (Ratchke et al., 1985), e o seu estudo colabora para um melhor

entendimento sobre a relação entre as fases reprodutivas e vegetativas das plantas

com os fatores bióticos e abióticos (Mantovani et al., 2003). As espécies lenhosas

do Cerrado possuem diferentes estratégias fenológicas que permitem o suporte à

perda de água durante certo período de tempo (Oliveira, 2008) e o conhecimento

dos fatores que afetam a regeneração e estabelecimento dessas plantas é crucial

para o entendimento da restauração frente a distúrbios e é determinante para a

recuperação destes ambientes (Vieira & Scariot, 2006).

Entre as principais características que afetam a regeneração estão o regime de

fogo, precipitação, temperatura, disponibilidade de recursos, frequência e

intensidade de seca (Vargas-Rodriguez et al., 2005). O fogo é um agente que pode

contribuir para a restauração do ambiente, alterando o movimento de nutrientes do

solo e influenciando a fenologia da planta (Kauffman et al., 1990). Este trabalho tem

com pergunta: de que forma o fogo pode alterar a fenologia e a capacidade

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regenerativa de espécies do Cerrado? E tem como hipótese de que o fogo atua

alterando o período fenológico e selecionando espécies com capacidades

regenerativas adaptadas.

Material e Métodos

Realizaremos o estudo no Parque do Bacaba, que é uma unidade de conservação

com 492 ha localizada nas coordenadas de 14°41’09” S e 52°20’09” O, na

Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus de Nova Xavantina-MT. As

coletas foram realizadas em áreas de cerrado típico com e sem histórico de fogo e

utilizamos a lista de espécies de levantamentos em parcelas permanentes de

Cerrado.

Definimos como traços regenerativos: síndrome de dispersão, tipo de fruto, forma

da semente e do fruto e quantidade de semente por fruto. Determinamos a

síndrome de dispersão, o tipo de fruto e a quantidade de sementes por fruto a partir

das características dos diásporos (frutos e sementes), de observações em campo

e de informações bibliográficas (Lorenzi, 1998; Pott & Pott, 1994; Barroso et al.,

2000; Pérez-Harguindeguy et al., 2013). Classificamos os diásporos como

zoocóricos, anemocóricos e autocóricos e os frutos de acordo com sua

consistência: secos e carnosos.

Para a forma do fruto e da semente utilizamos informações de comprimento e

largura, obtidas em amostras herborizadas disponibilizadas on-line nas seguintes

bases de dados: http://splink.cria.org.br e http://fm1.fieldmuseum.org/vrrc, para

coletas realizadas dentro dos limites do estado de Mato Grosso. Medimos cinco

réplicas de frutos e sementes para cada espécie (Thompson et al., 1993).

Para verificar se existe relação entre os ambientes e os traços fenológicos e

regenerativos realizamos uma análise de correspondência destendenciada (Hill &

Gauch, 1980). Para determinar se existe diferença entre a forma do fruto e da

semente nos ambientes utilizamos uma ANOVA seguida do teste de Tukey

(p<0,05). Para a análise dos traços qualitativos utilizamos o teste G (log-

likelihoodratiotest) (Sokal & Rohlf, 1981). Todas as análises foram realizadas com

o software R (R Core Team, 2017).

Resultados e Discussão

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Para ambas as áreas (com e sem histórico de fogo), a maioria das espécies

avaliadas apresentou frutos de 1 a 5 cm de comprimento e 1 a 2,5 cm de largura

com apenas uma semente por fruto (Figura 1). Nesse caso, é possível que espécies

que apresentam maior produção de frutos e menor produção de sementes sejam

beneficiadas nas áreas avaliadas. Os atributos regenerativos avaliados no presente

estudo não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre as áreas de

cerrado típico com e sem histórico de fogo (Teste de Mann-Whitney: p>0,05%).

ÁREA COM HISTÓRICO DE FOGOÁREA SEM HISTÓRICO DE FOGO

Figura 1. Comprimento e largura médios dos frutos e número de sementes por fruto em uma área de Cerrado Típico no Parque Municipal do Bacaba, Nova Xavantina-MT, com histórico de fogo (esquerda) e sem histórico de fogo (direita).

Mais da metade das espécies avaliadas em ambas as áreas apresentam dispersão

anemocórica, sendo 52,4% na área com histórico de fogo e 59,3% na área sem

fogo. O segundo tipo de dispersão mais comum foi o zoocórico, com 42,9% na área

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com fogo e 33,3% na área sem fogo, diferindo estatisticamente entre as áreas (Chi-

quadrado: p<0,05%).

Além disso, mais de 50% das espécies em ambas as áreas apresentam fruto seco,

com 57,1% na área com histórico de fogo e 59,2% na área sem histórico de fogo,

não apresentando diferença significativa.

Conclusão

Considerando que não houve diferença significativa no número de espécies para o

tipo de fruto e a forma de dispersão dos diásporos entre as duas áreas avaliadas,

concluímos que o histórico de fogo não exerce influência sobre as características

regenerativas e reprodutivas, possivelmente porque ambas as áreas estão

geograficamente muito próximas e os eventos de fogo não foram suficientemente

intensos para alterar as características avaliadas.

Referências

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MARCHANTIOPHYTA DO PARQUE MUNICIPAL MÁRIO VIANA, NOVA

XAVANTINA - MATO GROSSO

Josiene Naves Carrijo1*; Carlos Kreutz2; Denilson Fernandes Peralta3;

Francisco de Paula Athayde Filho4;

1Bióloga, Mestranda em Ecologia e Conservação, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Mestre

em Ecologia e Conservação, Biólogo da WBM Consultoria e Gestão Ambiental; 3Biólogo, Doutor em

Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente pelo Instituto de Botânica de São Paulo; 4Docente Curso

de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso. *[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Briófitas; Cerrado; Hepáticas.

Introdução

Em meio a biodiversidade de plantas do Parque Municipal Mário Viana, encontram-

se as Marchantiophyta, tratadas popularmente como hepáticas. Essas plantas

habitam diversos substratos, como troncos, solos e paredes (PAVIN, 2001), sendo

muito dependentes de água. Segundo Paula et al. (2007) isso acontece por

possuírem adaptações morfofisiológicas. Possuem diversas formas de

crescimento, tendo ou não preferências exclusivas por luminosidade e por seus

substratos de desenvolvimento (Bordin, 2009).

Poucos trabalhos são desenvolvidos com o grupo, menos ainda quando voltados

somente para hepáticas no Cerrado matogrossense. Assim, este estudo apresenta

um levantamento briofítico de hepáticas para o Parque Municipal Mário Viana, em

Nova Xavantina-MT, contribuindo para o aumento do conhecimento da flora de

Marchantiophyta do Mato Grosso, e consequentemente, do Cerrado.

Material e Métodos

A amostragem das Marchantiophyta foi realizada através de caminhadas gerais por

toda extensão do Parque Municipal Mário Viana, considerando todas as

fitofisionomias nele presentes (Tabela 1). O material coletado foi colocado em

sacos de papel, devidamente identificado, desidratado em estufa aquecida e

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armazenado no Herbário NX, da UNEMAT, campus de Nova Xavantina, para

posterior análise. Para a identificação do grupo amostrado (Marchantiophyta)

seguiu-se o sistema de classificação proposto por Crandall-Stotler e Stotler (2000),

sendo que as determinações foram conferidas por especialista (Dr. Denilson

Fernandes Peralta), no Instituto de Botânica de São Paulo – IBT, em São Paulo-

SP. O material devidamente identificado foi herborizado conforme metodologia

proposta por Yano (1984). Coletas realizadas por outros coletores em momentos

diferentes, também foram consideradas, dando os créditos aos mesmos.

Foram anotadas informações sobre suas preferências por substratos, formas de

crescimento e exposição à luminosidade.

Resultados e Discussão

Foram amostrados 175 espécimes, além de consideradas outras 13 amostras

registradas por outros coletores, depositadas no Herbário NX. Ao todo, foram

amostradas 35 espécies, distribuídas em 19 gêneros e sete famílias (Tabela 1).

Lejeuneaceae se destacou com 24 espécies (12,76% do total), sendo o gênero

Lejeunea aquele mais rico, representado por sete espécies. Essa família possui

ampla distribuição no Brasil (BRITO et al., 2008). São encontradas em substratos

variados, tendo preferência por corticícolas e epíxilas, o que explica a grande

representatividade em florestas tropicais (RICHARDS, 1984).

Dezesseis espécies apresentaram hábito exclusivamente corticícola, duas eram

epíxilas e uma exclusivamente terrícola (Tabela 1). Lisboa (1976) afirma que essa

preferência característica se deve pela maior disponibilidade de nutrientes

encontrados nos ramos e troncos das árvores, podendo estar diretamente ligada à

morfologia das espécies. Já a ausência de especificidade está ligada à umidade do

local, como observado na mata de galeria, que é bastante úmida.

O crescimento pleurocárpico (prostrado) foi registrado em 31 espécies, enquanto

apenas duas espécies apresentaram o crescimento acrocárpico (ereto). Essa

prevalência é devida a ambientes mesofíticos e estáveis favorecerem o

desenvolvimento de briófitas pleurocárpicas (CASTRO et al., 2001).

Quanto à luminosidade, as espécies exclusivas de locais com luminosidade baixa

se destacaram (18 espécies), devido à preferência por áreas úmidas e sombreadas

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(LEMOS-MICHEL, 2001), não suportando alta insolação (GARCIA; TAVARES-

MARTINS; FAGUNDES, 2014).

Conclusão

O Parque Municipal Mário Viana apresenta elevada riqueza de hepáticas, que

possuem preferência por substrato cortícola, com crescimento pleurocárpico,

encontradas em maior número nos ambientes mais úmidos. Nota-se assim que

áreas florestadas e conservadas favorecem melhor o desenvolvimento deste grupo.

Referências

BORDIN, J. Briófitas. Pós Graduação em biodiversidade vegetal e meio ambiente,

São Paulo, Brasil, p. 1-20. 2009.

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Universitário de Brasília Faculdade de Ciências da Saúde, 2001.

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Tabela 1: Marchantiophyta ocorrentes no Parque Municipal Mário Viana, em Nova Xavantina, MT. LUM - luminosidade; La - luminosidade alta; Lb - luminosidade

baixa; Cor - corticícola; Epf - epífila; Epx - epíxila; Rup - rupícola; Ter - terrícola; Art - artificial; FC - forma de crescimento; Ac - acrocárpico; Cld - cladocárpico;

Pl - pleurocárpico; CD - cerradão; CSS - cerrado stricto sensu; CR - cerrado rupestre; MG - mata de galeria; CRG - cerrado regenerado; AUB - área urbanizada;

CDA - cerradão antropizado; Créditos da coleta: A - Athayde Filho; B - Athayde Filho e colaboradores; C - Candido e Peripollii; D - Passarelli e Cabral; E -

Passarelli, M.; F- Genevro, J; G - Carrijo, J. e colaboradores.

Família/Espécie LUM

Substrato

FC

Fisionomias e áreas amostradas

La Lb Cor Epf Epx Rup Ter Art Ac Cld Pl CD CSS CR MG CRG AUB

Balantiopsidaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Neesioscyphus argillaceus (Nees) Grolle(F; G) 01 02 02 - - - 01 - - - 03 - - - 02 - 01

Cephaloziellaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Cephaloziella granatensis (J. B. Jack)

Fulford(G) - 01 01 - - - - - 01 - - - - - 01 - -

Chonecoleaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Chonecolea doellingeri (Ness) Grolle(G) - 01 01 - - - - - - - 01 01 - - - - -

Frullaniaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Frullania caulisequa (Nees) Nees(G) - 04 01 - - 03 - - - - 04 - - - 03 - 01

FrullaniaduseniiSteph.(G) - 01 - - 01 - - - - - 01 - - - - 01 -

Frullania ericoides (Nees) Mont.(G) 02 14 15 - - 01 - - - - 16 14 - - 01 01 -

FrullaniagibbosaNees(G) - 02 01 - - 01 - - - - 02 01 - - 01 - -

Frullania glomerata (Lehm. &Lindenb.) Mont.(F) 02 05 06 - 01 - - - - - 07 06 - - - - 01

Lophocolea liebmanniana Gott. (G) - 01 - - - - - 01 01 - - - - - 01 - -

Jungermannia sphaerocarpa Hook. (F; G) - 01 01 - - - - - - - 01 - - - 01 - -

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Família/Espécie LUM

Substrato

FC

Fisionomias e áreas amostradas

La Lb Cor Epf Epx Rup Ter Art Ac Cld Pl CD CSS CR MG CRG AUB

Lejeuneaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Acanthocoleus aberrans (Lindenb. &Gottsche)

Kruijt(G) 04 - 04 - - - - - - - 04 04 - - - - -

Acrolejeuneaemergens(Mitt.) Steph.(A; G) 16 22 29 - 07 02 - - - - 38 28 02 - 05 03 -

Acrolejeunea torulosa (Lehm. &Lindenb.)

Schiffn.( D; F; G) 05 18 20 - 02 01 - - - - 23 07 - 02 14 - -

Archilejeunea parviflora (Nees) Schiffn.(C) - 01 - - - 01 - - - - 01 - - - 01 - -

Ceratolejeunea cornuta (Lindenb.) Schiffn. (G) 01 - 01 - - - - - - - 01 01 - - - - -

Cheilolejeunea acutangula (Nees) Grolle(G) 01 - 01 - - - - - - - 01 01 - - - - -

Cheilolejeunea discoidea (Lehm. &Lindenb.)(G) - 01 01 - - - - - - - 01 01 - - - - -

Cheilolejeunearigidula(Mont.) R. M. Schust.(G) 01 - - - 01 - - - - - 01 01 - - - - -

Cololejeuneacardiocarpa (Mont.) A. Evans(F; G) 01 03 02 - - 01 01 - - - 04 01 02 - 01 - -

Cololejeunea minutissima (Sm.) Schiffn.(G) 02 - 02 - - - - - - - 02 02 - - - - -

Cololejeunea diaphana A. Evans(G) 01 01 01 01 - - - - - - 02 02 - - - - -

Frullanoides tristis (Steph.) van Slageren (G) 02 - 02 - - - - - - - 02 02 - - - - -

Lejeuneacaulicalyx(Steph.) E. Reiner& Goda(G) - 04 03 - 01 - - - - - 04 - - - 04 - -

Lejeunea flava (Sw.) Nees(F) - 01 01 - - - - - - - 01 - - - 01 - -

LejeuneaglaucescensGottsche(A; F) - 05 04 - - 01 - - - - 05 - - - 05 - -

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Família/Espécie LUM

Substrato

FC

Fisionomias e áreas amostradas

La Lb Cor Epf Epx Rup Ter Art Ac Cld Pl CD CSS CR MG CRG AUB

Lejeunea laetevirens Nees & Mont.(G) - 06 06 - - - - - - - 06 03 - - 03 - -

Lejeunea maxonii (A. Evans) X.-L. He.(D) - 02 02 - - - - - - - 02 - - - 02 - -

Lejeunea minutiloba A. Evans (G) 02 02 02 - - - 02 - - - 04 02 - - 02 - -

Lejeunea phyllobola Nees & Mont.(G) 03 01 04 - - - - - - - 04 03 - - 01 - -

Leptolejeunea elliptica (Lehm. &Lindenb.)

Schiffn.(F) - 02 02 - - - - - - - - - - - 02 - -

Mastigolejeunea auriculata (Wilson) Schiffn.(B;

F) 16 17 29 - 04 - - - - - 33 25 - - 06 02 -

Metalejeunea cucullata (Reinw.et al.) Grolle(G) 03 01 04 - - - - - - - 04 03 01 - - - -

Microlejeunea bullata (Taylor) Steph.(G) - 04 04 - - - - - - - 04 01 - - 03 - -

Schiffneriolejeuneapolycarpa(Nees) Gradst.(G) - 01 01 - - - - - - - - 01 - - - - -

Lepidoziaceae - - - - - - - - - - - - - - - - -

Zoopsidella macella (Steph.) R. M. Schust.(F) - 01 - - - - 01 - - - 01 - - - 01 - -

Total 63 125 153 01 17 11 05 01 02 0 188 110 05 02 61 07 03

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS: TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO EM FOCO

Luciana Januário de Souza1; Renata Freitag2; Nayane Cristina C. dos S.

Prestes3; Raiane Gonçalves Beu1; Ben Hur Marimon Junior4; Beatriz Schwantes

Marimon5

1Mestranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT/NX; 2Doutoranda em Biodiversidade e

Conservação, Rede Bionorte, UNEMAT/NX; 3Doutoranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT/NX;

4Doutor em Ecologia, docente UNEMAT, Nova Xavantina, MT; 5Docente do Curso de Ciências

Biológicas, UNEMAT, Nova Xavantina, MT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Palavras-chave: Ecologia; Carbono; Clima.

Introdução

As florestas tropicais e as savanas são responsáveis por aproximadamente 60% da

fotossíntese terrestre global (MALHI et al., 2014), além de exercerem importante papel

no ciclo mundial do carbono (MALHI; GRACE, 2000; ARAGÃO et al., 2014). De acordo

com Nobre & Nobre (2002), florestas tropicais são capazes de assimilar cerca de 40%

do carbono atmosférico total. A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, capaz

de influenciar o clima regional e global; tal mérito é resultante da colaboração de

aproximadamente 10% da produtividade primária líquida global (MALHI; GRACE,

2000). Não menos importante, as savanas também contribuem para a manutenção do

balanço global do carbono (RIBEIRO et al., 2011), garantindo 26% da produtividade

primária bruta (MALHI, 2012a).

No entanto, um novo cenário se estabelece, caracterizado por uma recente e

relevante ameaça para os ecossistemas tropicais e sua biodiversidade, conhecido

como ‘mudanças climáticas’. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre

Mudanças Climáticas (IPCC, 2007), estudos recentes apontam um aumento de

aproximadamente 2°C na temperatura média do planeta. Esse aquecimento pode

causar impactos diretos no ciclo hidrológico e nos diversos ecossistemas

(CHAMBERS; ARTAXO, 2017).

Segundo Davidson & Janssens (2006), a sazonalidade climática (temperatura e a

umidade) controla as emissões de gás carbônico, determinando assim, o

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funcionamento dos ecossistemas tropicais (RAICH et al., 2006). Dessa forma, a busca

por respostas das florestas e vegetações adjacentes às mudanças climáticas torna-

se cada vez mais necessária. Neste sentido, os ecossistemas savânicos, que fazem

contato com os ecossistemas florestais, também contribuem para a manutenção do

balanço global do carbono (RIBEIRO et al., 2011).

A transição entre o Cerrado e a Amazônia, que de acordo com Marimon et al. (2014)

é hiperdinâmica em relação a outros ambientes das áreas core, pode ser ainda mais

afetada pelas variações climáticas, especialmente por eventos de seca. A transição

também é conhecida como Zona de Tensão Ecológica (ZTE), rica em biodiversidade

e constituída por um mosaico de vegetações savânicas e florestais (RATTER et al.,

1973).

Diante disso, a transição Amazônia-Cerrado que é especialmente sensível às

variações do clima, pode revelar importantes informações a respeito das mudanças

climáticas ligadas à temperatura e distribuição das chuvas, com especial atenção aos

eventos de seca, cada vez mais frequentes na região (SPRACKLEN; ARNOLD;

TAYLOR, 2012).

O último El Niño (2015-2016) ocasionou altíssimas temperaturas e redução

catastrófica na precipitação, comoconsequência registrou-se a maior taxa de

crescimento do dióxido de carbono atmosférico (CO2)(LIU et al., 2017).

Revisão de Literatura

As florestas tropicais estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo (MALHI

et al., 2011), ou seja, atuam amplamente nas trocas de água e energia com a

atmosfera, contribuindo para a manutenção do clima regional e global (MEIR; GRACE,

2005). A Amazônia abrange cerca da metade do território brasileiro (49%)

(RADAMBRASIL, 1982), é responsável por estocar enormes quantidades de carbono

(PHILLIPS et al., 2008), apresenta mais de 6.000 km de fronteira com outro grande

bioma brasileiro, o Cerrado, sendo este a maior savana do mundo (OLIVEIRA et al.,

2017).

Este bioma é considerado um dos 25 “hotspots” mundiais de biodiversidade, com

elevada concentração de espécies endêmicas (MYERS et al., 2000). Porém,

atualmente o Cerrado vem enfrentando sérios problemas de conservação, em

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decorrência da atividade agropecuária intensiva fortemente estimulada nas últimas

décadas (RATTER et al., 2006).

No Brasil, a conexão entre os dois ecossistemas terrestres mais produtivos

(OLIVERAS; MALHI, 2016), a Zona de Tensão Ecológica (ZOT) é constituída pelo

cerradão e cerrado típico (MARIMON et al., 2006).

De acordo com Marimon et al. (2014), as vegetações da ZOT apresentam processos

de sucessão ecológica mais acelerados quando comparados com outros ambientes.

Esses ecossistemas tropicais que estão em aparente equilíbrio, por emitirem e

absorverem o CO2 atmosférico são fortes aliados do ciclo global do carbono.

O padrão anual das chuvas é um dos principais determinantes de um ecossistema

(GOEDERT et al., 2008), assim, a precipitação tem um efeito chave na distribuição da

vegetação (LLOYD et al., 2009). Essa mudança de comportamento no regime

hidrológico do planeta poderá acarretar em aumento anormal das emissões de CO2

para a atmosfera (ARAUJO MURAKAMI et al., 2014) e, consequentemente,

alterações no ciclo global do carbono.

A diminuição das chuvas também pode afetar as características fisiológicas das

plantas (GUNDERSON et al., 2010), e de acordo com Lloyd et al. (2009) se, no futuro,

a precipitação na Amazônia diminuir de forma repentina, as formações florestas

poderão ser substituídas por formações savânicas. Mediante tais informações,

compreender os processos que governam as estratégias sazonais de alocação de

carbono (GIRARDIN et al., 2016) são imprescindíveis para verificar a sensibilidade

dos ecossistemas de transição à alterações do clima.

Considerações finais

Com base na pesquisa, tais alterações no clima podem resultar em perda de

biodiversidade (FEARNSIDE, 2006) e portanto, de funções ecossistêmicas essenciais

para o balanço e manutenção dos ambientes naturais, como no equilíbrio de carbono

(assimilação e liberação) (NEPSTAD et al., 2004; ARAGÃO et al., 2014). Estudo

recente apontou que eventos de seca (El Niño) podem pausar momentaneamente o

sumidouro de carbono devido ao aumento da mortalidade das árvores (QIE et al.,

2017).

Face ao exposto, sabemos que o El Niño causa redução de chuva, altas temperaturas,

baixa umidade do ar e consequentemente redução da disponibilidade de nutrientes.

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No entanto, a vegetação da transição é adaptada a períodos de seca, somado a isso,

sua vegetação hiperdinâmica pode ser resiliente a esses eventos e manter as funções

do ecossistema. Contudo, se aceitarmos que o El Niño será mais frequente e os

eventos de seca mais severos, com mudança climática do ecossistema, então ‘como

a transição floresta-savana se comportará em um futuro mais seco e mais quente?’.

A partir de então, temos como respostas do ecossistema o aumento da emissão de

CO2, redução dos estoques de carbono e seleção de espécies. Neste contexto, com

alteração do regime de chuvas, desmatamento, fogo e corte seletivo, provavelmente

as plantas não conseguiram manter as funções ecossistêmicas, o que pode modificar

a vegetação da transição e acarretar em efeito de borda (BARLOW; PERES, 2008).

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PERFIL ETNOBOTÂNICO DE COMUNIDADES ARBÓREAS NA TRANSIÇÃO

CERRADO-AMAZÔNIA EM ÁGUA BOA-MT

Lorrayne Gonçalves1; Ana Clara Abadia2; Daielle Carrijo3; Eddie Lenza4

¹Mestre em Ecologia e Conservação, UNEMAT; ²Doutoranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT;

3Mestranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 4Doutor em Ecologia, docente, UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

O Cerrado possui vegetação muito heterogênea, sendo considerado a savana mais biodiversa do mundo. Apesar de sua importância para a conservação de espécies e prestação de serviços ecossistêmicos, o Cerrado já perdeu 46% de sua cobertura vegetal nativa, e apenas cerca de 20% permanece inalterado. Estas, por sua vez, encontram-se ameaçadas por distúrbios e pelas pressões antrópicas. O presente trabalho teve como objetivo categorizar as espécies lenhosas quanto ao seu uso potencial e ameaça de extinção em Água Boa–MT. Amostramos ao longo de seis transeções em gradientes ambientais contemplando fisionomias do Cerrado latu sensu, cada uma com 10 m de largura e entre 400 e 550 m de comprimento, todas as plantas lenhosas com DAS30cm≥5cm. Determinamos os usos de cada espécie mediante revisão da literatura especializada, considerando as seguintes categorias: alimentício, madeireiro, medicinal e ornamental. Para verificarmos as espécies ameaçadas consultamos o site Flora do Brasil 2018 e a lista da IUCN (International Union for Conservation of Nature). Das 188 espécies amostradas 89% apresentaram potencial para uso madeireiro, seguido pelo uso medicinal e ornamental, ambos com 68% das espécies e uso alimentício com 44%, a porcentagem de espécies que ainda não possuem uso relatado nas bibliografias consultadas é de 48%. 32 espécies (17%) estão classificadas em alguma categoria de ameaça na Flora do Brasil ou na lista da IUCN, dentre as quais Dipteryx alata (barú), Hymenaea courbaril (jatobá) e Lafoensia pacari (pacari) estão inseridas em ambas as listas. Além da importância ecológica, muitas dessas espécies têm um ou mais potenciais econômicos e sociais, como uso alimentício e medicinal e poderiam ser exploradas de maneira racional. No entanto, chamamos a atenção para que, se desejada, a exploração dessas espécies para qualquer fim, seja feita sob rigoroso controle pelos órgãos ambientais competentes. Palavras-Chave: Espécies ameaçadas; Uso potencial; Manejo sustentável.

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PRÁTICA PARA O ENSINO DE PALEONTOLOGIA NAS ESCOLAS: TANQUE DE

FOSSILIZAÇÃO

Pedro Henrique Santos Ferreira1, Maélly Dállet Alves Gonçalves1, Camila Silvia

Borges1, Jennifer Brandão de Souza1, Jordanna Gregório2

1Graduando em Ciências Biológicas. Universidade de Mato Grosso; 2Docente da Universidade de Mato

Grosso. [email protected]

ÁREA DE CONHECIMENTO; Ciências Biológicas

Palavras-chave: Fósseis, decomposição, intemperismo.

Introdução

Fósseis são vestígios de organismos que viveram em ambientes antigos,

podendo ser ossos, dentes, pegadas impressas em rochas, fezes petrificadas,

animais conservados no gelo. O processo natural de formação de um fóssil é

denominado fossilização (CARDOSO, 2018). A partir do fóssil é possível descobrir

como eram os ambientes antigos, auxiliando as pesquisas na área da evolução.

Porém, conteúdos sobre paleontologia são pouco abordados nas escolas,

muitas vezes por não ser foco de vestibulares ou professores que acabam

negligenciando esse conteúdo por julgar não importante (ALMEIDA, 2014). No ensino

de Ciências Biológicas é evidente a dificuldade de abordarem o assunto. Isso é

decorrente da falta de conhecimentos, metodologias diferenciadas e materiais

didáticos (IZAGUIRRY et al., 2013).

A compreensão e a difusão da Paleontologia são essenciais para o

entendimento completo dos aspectos biológicos, geológicos e ambientais. Seu ensino

é fundamental, pois abrange o estudo da Evolução e História Geológica da Terra

(VIEIRA, 2010). Decorrente do déficit no ensino da paleontologia deve-se investir na

produção e elaboração de práticas voltadas ao ensino para auxiliar na elucidação

desses conteúdos, de forma prática que desperte o interesse dos alunos, dessa

maneira diminuindo as dúvidas referentes à temática.

Objetivos

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.161, 2018

Familiarizar com os processos de fossilização, principalmente a morte, a necrólise, a

dispersão e o soterramento.

Materiais e Métodos

O experimento foi realizado em área de plantio localizado no campus da

UNEMAT de Nova Xavantina (14°41’44”S e 52°21’01”W). O clima da região é do tipo

Aw de acordo com a classificação de Köppen-Geiger (PEEL et al., 2007), com duas

estações bem definidas, uma seca de maio a setembro e outra chuvosa de outubro a

abril.

Para a confecção da prática utilizamos: aquário, areia, palitos de churrasco,

caneta, faca, tesoura, papel, pepino cebola, flores, osso de bovino, folhas e

galho. Primeiramente inserimos uma camada de areia no interior do aquário, em

seguida os materiais orgânicos, pepino, cebola, flores, ossos, folhas e galho, os

mesmos foram cobertos por mais uma camada de areia. Após esse processo, foram

confeccionadas plaquinhas com palito de churrasco e papel para identificação dos

materiais.

Após a confecção do aquário contendo todos os materiais, deixamos exposto

aos processos intempéricos em local aberto por 62 dias. O experimento teve início no

dia 09 de abril a 11 de junho de 2018. Ao final do experimento os materiais foram

retirados para observarmos os diferentes estágios dos processos de fossilização.

Resultados e Discussão

Os materiais se apresentaram em diferentes estágios de fossilização após

serem retirados do aquário ao final do experimento, alguns materiais apresentaram

leves alterações, enquanto outros se decompuseram totalmente (Fig. 01). Isso

ocorreu devido às ações dos processos intempéricos, entre eles estão, vento, chuva,

radiação solar, agentes biológicos (PENA, 2018), como formiga, microrganismos e

raízes de plantas que brotaram durante o período do experimento.

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O pepino foi o único que se decompôs totalmente, isso ocorreu devido às

estruturas moles. A cebola apresentou uma coloração escura e foi parcialmente

decomposta, restando apenas partes mais resistentes. Partes duras tendem a ter

resistência maior contra os processos intempéricos, em contrapartida, partes moles

tendem a ser menos resistentes e acabam se decompondo com maior facilidade

(KOWALEVSKI 1997).

As folhas geralmente se decompõem com facilidade, em um espaço curto de

tempo. Porém, as folhas utilizadas no experimento não apresentaram estágios de

decomposição, sem alterações na coloração e textura, permanecendo com uma

coloração verde escuro, não evidenciando nenhum desmembramento, apresentando

aparência semelhante ao momento do sepultamento. Esse resultado está relacionado

com a composição das folhas que exibem uma camada cerosa recobrindo a

superfície, dificultando os mecanismos dos processos intempéricos (GOBBO E

BERTINI, 2013).

As flores foram parcialmente decompostas, restando apenas partes

reprodutivas e alguns indícios da parte vegetativa, como pétala e bráctea, ambas

apresentando uma coloração escura, variando de um tom bege até marrom escuro.

Assim como as folhas, as flores também demonstram uma camada superficial cerosa

que auxilia contra o intemperismo (GOBBO E BERTINI, 2013). Dessa maneira, sendo

caracterizada na segunda etapa da fossilização, caracterizada por necrólise.

Figura 1. Etapas de decomposição dos materiais utilizados, onde 0 não se

decompôs e 4 decomposição total.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.163, 2018

Já os galhos demonstraram indícios de decomposição, apresentando

coloração escura próxima ao preto, típico de material iniciando a decomposição. A

casca foi a que mais sofreu com o processo de decomposição, apesar de possuir um

potencial de preservação devido à cutina (GOBBO E BERTINI, 2013).

Os ossos não passaram pelo processo de necrólise, apresentando pouca

modificação em sua cor, variando entre um tom amarelado a marrom (Fig. 09). Partes

duras como os ossos são mais resistentes, o que é importante para o processo de

fossilização, pois, no momento que se encontra um registro fossilífero é importante

que o material não tenha passado pelo processo de necrólise, podendo conservar o

fóssil por longos períodos e assim facilitando a identificação de suas partes (ALLISON,

1988). Se o sepultamento, enterramento e compactação forem rápidos, os materiais

podem até mesmo não chegarem a se decompor. Por isso que geralmente quando se

está trabalhando com fósseis os restos mais encontrados nos registros são partes

duras como ossos (KOWALEWSKI 1997).

Conclusão

Com esse trabalho evidenciamos que é possível construir uma prática

relacionada à área da paleontologia de forma simples e dinâmica que poderá ser

utilizado nas escolas da rede pública de ensino ou para ensino superior, tornando a

disciplina de paleontologia mais familiar para os alunos, melhorando a compreensão

dos mesmos em relação aos conteúdos ministrados nessa área. Demonstramos

também que é possível ter resultado de fossilização em apenas 62 dias de

experimento, com materiais de fácil acesso.

Referências

ALLISON, P. A. Konservat-Lagerstätten: cause and classification. Paleobiology, v.

14, n. 4, p. 331-344, 1988.

ALMEIDA, L. F.; ZUCON, M. H.; SOUZA, J. F.; REIS, V. S.; VIEIRA, F. S. Ensino de

Paleontologia: uma abordagem não-formal no Laboratório de Paleontologia da

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Terra e didática. v. 10, p.2-13, 2013

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PREDAÇÃO DE FORMIGAS ARBORÍCOLAS EM NINHO DE VESPA SOCIAL

Rayleen Whaiti Lopes da Silva1; Alexandra Bächtold2

¹Graduanda em Ciências Biológicas, UNEMAT; ²Doutora em Entomologia, docente pela UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Formigas arborícolas dominantes são conhecidas tanto por nidificarem em árvores e arbustos, quanto pelo comportamento agressivo ao defender seus recursos (alimento, ninho). Porém, a atividade e o comportamento de predação dessas formigas, em especial, do gênero Crematogaster são praticamente desconhecidos. Com isso, o presente estudo teve como objetivo registrar a ocorrência de predação de formigas Crematogaster sp. sobre um ninho da vespa social Apoica flavissima (Polistiniae, Epiponini). Esse ninho foi eventualmente localizado na borda do Parque Municipal da Bacaba, Nova Xavantina, MT, em galho de um arbusto de Dilleniaceae no dia 14 de julho de 2018, às 16h26. O ninho de A. flavissima era pequeno (cerca de 10 cm de diâmetro) construído em formato de um único disco sem um envelope protetor. Esse ninho possuía a maioria das vespas agrupadas durante o dia na parte inferior do ninho enquanto alguns indivíduos ficavam na parte superior em posição de guarda. Um mês após, (14 de agosto de 2018, às 16h06), o mesmo ninho foi inesperadamente observado sofrendo ataques de formigas Crematogaster. Registros visuais (fotos e vídeos) foram realizados durante os dias 14/08 a 18/08 no período vespertino para confirmar e descrever brevemente a atividade predatória das formigas e sua duração. Descoberta a invasão das formigas sobre o ninho, foi estimada a presença de 250 a 300 formigas de Crematogaster sp, muitas delas foram observadas carregando ovos da vespa; e ainda outras formigas abriam as células do ninho para atacar as pupas. No solo, bem abaixo do ninho, foram observados quatro adultos de A. flavissima sendo atacados por Crematogaster. A duração da atividade de predação sobre o ninho foi de três dias, resultando na eliminação de todos os ovos e pupas das vespas. De acordo com a literatura, as vespas Apoica são conhecidas pelo comportamento agressivo ao defender seu ninho, porém o comportamento defensivo de A. flavissima não foi eficiente contra o ataque e recrutamento de formigas Crematogaster. Nesse contexto, o presente estudo contribui tanto para o conhecimento de predação de formigas Crematogaster como também revela o primeiro registro de predação sobre ninhos de vespa do gênero Apoica, em especial, sobre o ninho de A. flavissima. Palavras-Chave: Crematogaster; comportamento agressivo; Apoica flavissima.

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PREPARO E CARACTERIZAÇÃO ESPECTROSCÓPICA DE MICROCÁPSULAS

DE ÓLEO ESSENCIAL DE ALECRIM

Ana Cláudia Sales Ritter1; Williany Bezerra da Silva2; Bárbara Mendes da Mata2;

Genilza da Silva Mello3; Ricardo Stefani4

1Graduanda em Farmácia, UFMT/CUA; 2Graduanda em Engenharia de Alimentos, UFMT/CUA;

3Farmacêutica-bioquímica, Me. Ciência de Materiais, UNEMAT/NX; 4 Químico, Dr. Química orgânica,

UFMT/CUA. [email protected]

Palavras-chave: FTIR; Rosmarinus officinalis L.; Isoflavona.

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Introdução

Há um aumento no número de pesquisas com o intuito de desenvolver

compostos atóxicos e naturais para aplicações nas indústrias de alimentos,

farmacêutica e na agricultura. Desta forma, novas tecnologias estão sendo aplicadas

para suprir essas demandas.

O alecrim (Rosmarinus officinalis L.) é uma erva com aplicação culinária desde

meados de 1500 (GUENTHER, 1948). Os óleos essenciais extraídos dessa erva

incluem compostos fenólicos e monoterpenos como o 1,8-cineol, α-pineno, cânfora e

canfeno, os quais são responsáveis pelas suas diversas atividades biológicas (BAŞER

& BUCHBAUER, 2010, KATERINOPOULOS et al., 2005). Admite-se que os óleos

essenciais têm ganhado grande enfoque em várias áreas pelas suas propriedades

bactericidas, virucidas, fungicidas e medicinais.

Apesar de tantas propriedades aplicáveis, os óleos essenciais são voláteis e

oxidam facilmente quando em contato direto com o ar e a luz. Portanto, o

encapsulamento pode ser utilizado como estratégia capaz de proteger esses

compostos (HONG & PARK, 1999), por prolongar sua estabilidade e fazer com que

ele seja liberado quando oportuno. A microencapsulação é um método de

encapsulamento que consiste em proteger sólidos ou líquidos dentro de matrizes ou

reservatórios poliméricos (WATTS et al., 1990). Desta forma, os óleos essenciais

podem ser integrados sem perder suas propriedades biológicas.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.167, 2018

Por corresponder à maioria dos aspectos exigidos a encapsulantes, o ágar-

ágar tornou-se uma boa alternativa. É um polímero de peso molecular médio, não

fermentável e atóxico que em seu estado natural ocorre como carboidrato estrutural

de parede celular de algas vermelhas como Gelidium e Gracilaria spp. (GIMENEZ et

al., 2013). Corresponde a uma soma de diversos polissacarídeos, mas que consiste

em duas frações principais: a agarose, um polímero neutro e a agaropectina, um

polímero com carga sulfatado. Sendo assim, compõe-se de unidades repetitivas de β-

1,3 D-galactose e α-1,4 3,6-anidro-L-galactopiranoses, que, por suas interações de

hidrogênio inter e intra-molecular, conferem uma propriedade gelificante e não-reativa

com biomoléculas, sendo de grande interesse comercial para a indústria (SATTAR et

al., 2018).

Desta forma, este trabalho teve como objetivo produzir microcápsulas através

de coacervação complexa, com vistas a criar um ambiente favorável à conservação

do óleo essencial de alecrim utilizando isoflavonas de soja como agente emulsificante

no núcleo e o polissacarídeo ágar-ágar como agente encapsulante.

Material e Métodos

As microcápsulas foram preparadas de acordo com a metodologia adaptada de

Jun-Xia et al. (2011), que consiste na pesagem de 3,75 g de isoflavona (obtida da

empresa Pró-saúde), suspensas em 40 mL de água destilada e agitadas durante 10

minutos até completa dissolução. Em seguida, pesou-se 1,50 g de óleo essencial

(obtido da empresa Pró-saúde) e adicionou-se à solução de isoflavona, com posterior

homogeneização em centrífuga, à 3000 rpm durante 10 minutos.

Após a centrifugação, 50 mL de ágar-ágar de Gracilaria confervoides (obtida

da empresa Pró-saúde) com concentração de 1,75% (m/v) foram adicionados à

emulsão. O meio foi acidificado para completa coacervação. A mistura foi mantida sob

agitação durante 30 minutos a 50 ⁰C e reservada para sedimentação durante 24 h.

A estrutura morfológica da solução de isoflavona, ágar-ágar e das

microcápsulas foi avaliada através de microscopia óptica (modelo: Carl Zeiss) com

ampliação de 400x.

As amostras preparadas foram submetidas à espectroscopia na região do

infravermelho com transformada de Fourrier (FTIR), sendo as análises realizadas em

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.168, 2018

temperatura ambiente, com o espectrofotômetro PerkinElmer (modelo: Spectrum

100). Os espectros foram obtidos na região de 4000 a 600 cm-1, com resolução de 4

cm-1 com o uso de reflectância atenuada. A água destilada foi utilizada como branco

para amostras líquidas.

Resultados e Discussão

A partir do método empregado foi possível verificar que a isoflavona agiu como

um ótimo emulsificante e que o ágar-ágar desempenhou atividade encapsulante de

forma satisfatória.

Através da microscopia óptica de luz, foi possível observar a alteração da

morfologia dos reagentes após o procedimento de microencapsulação, com formação

de estruturas esféricas de tamanhos variáveis (Figura 1). A interação da isoflavona

com o óleo essencial se deu através da formação de emulsão após o ajuste do pH,

com formação de isoflavonas polares através da desprotonação de isoflavonas

glicolisadas da soja (HOERGER et al., 2009).

Figura 1: Imagens de microscopia óptica de luz em aumento de 400x das amostras de ágar-ágar, isoflavona e do precipitado formado (A, B e C, respectivamente).

O óleo essencial de alecrim é composto por aproximadamente 33 compostos

químicos diferentes, sendo os principais a cânfora, 1,8 cineol e β-pineno, que são

monoterpenos, e apresentam grupamentos do tipo éter, cetona e alceno,

respectivamente (ALWEDIAN, 2012; KOLASSA, 2013).

Conforme a Figura 2, o pico de alta intensidade em aproximadamente 1748 cm-

1, equivale ao estiramento C=O referente ao grupo cetona presente na cânfora. A

presença do grupamento OH do 1,8-cineol favorece a formação de ligações de

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.169, 2018

hidrogênio, apresentando a banda característica de grupamentos OH na região de

3400 cm-1. Na análise dos espectros foi ainda possível identificar o pico característico

de alcenos na região entre 1600 cm-1, grupo funcional presente no β-pineno. Na região

de aproximadamente 1270 a 1030 cm-1 há a ocorrência de picos característicos do

1,8-cienol (estiramento assimétrico da ligação C-O) (BARBOSA, 2007; MENEZES et

al., 2014).

Figura 2: FTIR das amostras.

Para fins de continuidade deste trabalho, tem-se como objetivo a

caracterização através das técnicas de Microscopia Eletrônica de Varredura,

Cromatografia Gasosa acoplada ao Espectrômetro de Massas e avaliação dos

potenciais antioxidante e antimicrobiano das microcápsulas.

Conclusão

Os resultados obtidos demonstram que o ágar-ágar pode ser empregado de

forma eficiente na encapsulação de emulsão de óleo essencial com isoflavonas,

otimizando a aplicação destes materiais na indústria de alimentos, farmacêutica e na

agricultura, com vistas a mascarar o sabor do óleo essencial e manter suas

propriedades funcionais. Entretanto, outras técnicas de caracterização também

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.170, 2018

deverão ser empregadas para verificar a eficiência da encapsulação e estudo da

liberação dos materiais encapsulados.

Referências Bibliográficas

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RESPOSTAS FUNCIONAIS DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DA TRANSIÇÃO

AMAZÔNIA-CERRADO

Igor Araújo de Souza1; Izabel Amorim2; Marina Corrêa Scalon3; Beatriz Schwantes Marimon 4

¹Mestrando em Ecologia e Conservação, UNEMAT; ²Mestranda em Ecologia e Conservação, UNEMAT;

3Doutora em Ecologia Vegetal, MACQUARIE; 4Doutora em Ecologia, docente UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

Devido às variações ambientais das formações savânicas e florestais, podemos admitir que as plantas comportam-se como grupos funcionais distintos. Neste sentido, as espécies de ambientes savânicos são mais adaptadas ao estresse hídrico sazonal enquanto as espécies florestais apresentam adaptação relacionada à tolerância ao sombreamento. O objetivo do estudo é elucidar quais atributos funcionais foliares e anatômicos estão vinculados a ambientes abertos e a ambientes fechados. A pesquisa foi desenvolvida no Parque Municipal do Bacaba e na Fazenda Vera Cruz, no município de Nova Xavantina – MT. Nós selecionamos sete espécies que melhor representam a comunidade vegetal levando em consideração o (IVI) em cada fitofisionomia (cerrado típico, rupestre, cerradão e mata estacional semidecidual). Para cada espécie, foram amostrados cinco indivíduos, e para cada indivíduo de cada espécie, selecionamos cinco folhas. Em seguida, acondicionamos as folhas em sacos de papel pardo e as levamos para análise nos Laboratórios de Ecologia Vegetal e Laboratório de Microscopia do Campus de Nova Xavantina-MT, onde mensuramos as seguintes características foliares e anatômicas (espessura, área específica, conteúdo de massa de água, tamanho dos estômatos e densidade de tricomas). Verificou-se que o cerrado típico esteve mais relacionado com a espessura foliar e a densidade de tricomas, a floresta estacional semidecidual esteve associada à densidade de estômatos e área foliar específica, enquanto o cerradão, com o tamanho dos estômatos, entretanto o cerrado rupestre não esteve relacionado, preferencialmente, com nenhum dos atributos avaliados. Assim nosso estudo evidencia que as condições ambientais influenciam as características e estratégias adaptativas das espécies da transição Amazônia-Cerrado.

Palavras-Chave: Atributos funcionais; Fatores ambientais; Estratégias funcionais.

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RIQUEZA DE PLANTAS LENHOSAS EM UM MOSAICO VEGETACIONAL NO

LESTE MATO-GROSSENSE, BRASIL

Ana Clara Abadia1; Daielle Carrijo2; Lorrayne Gonçalves1; Eddie Lenza3

¹Mestre em Ecologia e Conservação, UNEMAT; 2Graduada em Ciências Biológicas, UFG; 3Doutor em

Ecologia e Conservação, docente UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Biológicas

O Cerrado possui vegetação muito heterogênea, incluindo formações florestais, savânicas e campestres e possui a maior biodiversidade vegetal dentre todas as savanas mundiais, sendo considerado um “hotspot” para conservação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a riqueza de plantas lenhosas em um mosaico vegetacional no leste Mato-grossense, no Município de Água Boa–MT. Amostramos seis transecções com 10 metros de largura cada e comprimento variando entre 400-550 metros. Amostramos, nas fitofisionomias Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerradão, Campo de Murundu de Pau-doce, Campo de Murundu de Simbaíba, Vereda e Mata de Galeria não Inundável, todas as plantas lenhosas com diâmetro de base medido a 30 cm do solo (Db30cm) ≥ 5 cm. Utilizamos técnica de rarefação para estimar a riqueza considerando todas as fitofisionomias em conjunto e separadamente, e comparamos a riqueza observada e estimada (série de diversidade de Hill) entre as fitofisionomias. Amostramos nas seis transeções, 5196 indivíduos, distribuídos em 52 famílias botânicas e 188 espécies. A riqueza estimada para todas as fitofisionomias foi de 224 e a curva de rarefação indicou tendência à estabilização em relação ao total de espécies amostradas. Considerando as fitofisionomias separadamente, a riqueza observada variou entre 36 (Vereda) e 102 espécies (Cerrado Típico) e a riqueza estimada variou entre 57 (Vereda) e 145 (Mata de Galeria). Os valores registrados e estimados de riqueza de espécies para as fisionomias aqui amostradas estão dentro dos intervalos ou mesmo acima da riqueza registrada em outros estudos conduzidos no Bioma. Isso se deve, em grande parte, a elevada complexidade vegetacional da área estudada, com a ocorrência de distintas fitofisionomias do Cerrado, o que elevou a riqueza de espécies, assim como a posição geográfica, transição entre os biomas Cerrado e Amazônia, muito possivelmente contribuiu para a elevada riqueza de espécies lenhosas.

Palavras-Chave: Heterogeneidade vegetacional; Cerrado; Fitofisionomias.

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APROPRIAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS

Paloma Morais Turchen1

1Arquiteta e Urbanista pela UNEMAT - Campus de Barra do Bugres. Docente no Curso de Eng. Civil e

Agronomia pela UNEMAT - Campus de Nova Xavantina. E-mail: [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Sociais Aplicadas

Palavras-chave: Segregação urbana; Espaços funcionais; Apropriação.

Introdução

A existência de espaços públicos pensados de maneira equivocada se mantém como

um problema nas grandes cidades e se estende pela promoção de espaços sem

devida caracterização da área de atuação, excluindo fatores ligados à cultura,

aspectos socioeconômicos e identidade do agrupamento de pessoas a ser qualificado.

O espaço público precisa ser aceito e apropriado pelo grupo contemplado, ou seja,

deve atingir a expectativa das pessoas, identificando as necessidades e desejos para

que seja um espaço de valor, apresso e o mais importante: se torne frequentado.

A não-apropriação por parte das pessoas pode acarretar a marginalização de áreas,

assim como abando e depredação do patrimônio público. Edificar uma praça com uma

pista de skate em um raio de abrangência que não exista skatistas é o mesmo que

projetar uma garagem sem dimensionamento que comporte um automóvel. Mendonça

(2007) define que a apropriação é um fator relacionado à cidadania e que deve ser

usada como requisito para qualificação do espaço público no planejamento e nas

ações voltadas ao desenvolvimento sócio espacial, considerando sobretudo, os

aspectos urbanísticos e as formas de apropriação. Com a finalidade de entender as

formas de apropriação espacial urbana, essa revisão pretende examinar os

procedimentos ideais para a promoção de espaços públicos que funcionem e que

atenda o grupo a quem se destina.

Revisão de literatura

Espaços públicos

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.175, 2018

O termo “espaço público”, segundo Augé (2005), se enquadra como um processo de

intervenção pública que se agrupa na mesma categoria dos espaços verdes, das ruas,

praças, o mobiliário urbano e a valorização da paisagem. O espaço público é

considerado como espaço que, dentro do território urbano tradicional se aplica ao uso

comum e coletivo pertence ao poder público. Afim de classifica-los, os autores Kelly

e Becker (2000) analisam o seu uso, porte e raio de abrangência, trazendo três

classificações:

1. Espaços públicos de vizinhança, que são aqueles de pequeno porte e que

atendem a um pequeno conjunto de quadras e lotes, servindo como unidade básica

do sistema de espaços públicos e abrigando especialmente atividades relacionadas

ao convívio e ao lazer cotidiano;

2. Espaços públicos de bairro, que são aqueles de médio porte e que atendem a

um escopo maior de atividades, incluindo aquelas de interesse comunitário, de

conservação ambiental e de recreação, entre outros;

3. Espaços públicos municipais, que são aqueles de grande porte e que atendem

a todo o Município, podendo abrigar uma grande diversidade de atividades,

especialmente aquelas relacionadas ao lazer esporádico e à preservação e

conservação ambiental.

Jane Jacobs critica negativamente os espaços mortos onde grupos de delinquentes

podem dedicar-se ao consumo de drogas, ela sugere a volta da rua tradicional como

espaço lúdico e de trocas de sociabilidade, onde todos se conhecem, onde as

edificações não são afastadas das divisas e afirma que o “olho da rua” é o principal

fator que mantêm o controle do espaço público. (JACOBS, 2000). Contudo, a

apreensão da autora transmite que a função dos espaços públicos está em designar

o uso coletivo de elementos que qualificam o meio urbano, atendem desde o bairro e

a vizinhança até o município como um todo, sendo considerados funcionais na

promoção do lazer, convívio, saúde, contemplação, cultura, esporte e qualidade de

vida.

Segregação Urbana

Caldeira (2000) explica com amplitude a questão urbana das cidades modernas como

meio de definir o conceito de segregação, a autora comenta sobre “os enclaves

fortificados” que são espaços privatizados, fechados, monitorados, destinados a

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residência, lazer, trabalho e consumo. Trata-se de espaços que atraem àqueles que

temem a insegurança pública e desfrutam de uma vida cujo acesso é controlado

privadamente, transformando o caráter do espaço público, gerando novas formas de

segregação espacial e discriminação social que se ramificam da violência e

criminalidade.

A fala do crime constrói sua reordenação simbólica do mundo elaborando

preconceitos e naturalizando a percepção de certos grupos como perigosos. Ela, de

modo simplista, divide o mundo entre o bem e o mal e criminaliza certas categorias

sociais. Essa criminalização simbólica é um processo social dominante e tão difundido

que até as próprias vítimas dos estereótipos (os pobres, por exemplo) acabam por

reproduzi-lo, ainda que ambiguamente (CADEIRA, 2000).

No Brasil, a criminalidade (principalmente em metrópoles) tem crescido

desenfreadamente e esse fator é considerado por Caldeira (2000) como uma ampla

violação dos direitos de cidadania. O universo do crime não só revela um desrespeito

generalizado por direitos e vidas, mas também deslegitima a cidadania.

A reprodução urbana tem seguido padrões de segregação, determinando zonas de

pobreza, zonas de perigo e termos que aumentam a desigualdade e influenciam de

maneira direta na conduta e na concepção de identidade cultural das cidades.

Possíveis soluções apontam para a reprodução de “espaços públicos” como

elementos que qualificam a cidade e buscam o reconhecimento dos espaços na

sociedade. O planejamento de praças, parques, centros de eventos, feiras e outros

são um convite de vivência da cidade que causa situações de apropriação e atribui

vida, movimento, segurança e troca entre indivíduos e o meio urbano. Segundo

Nishikawa (1984) é importante a realização de projetos urbanísticos que atuem sobre

a estrutura física, permitindo que cidadãos exerçam sobre o espaço público, suas

respectivas apropriações, de forma mais adequada e segura. No entanto, existem

condições primárias para que seja possível o alcance da apropriação e conexão entre

as pessoas e determinadas áreas, não podendo simplesmente propagar e reproduzir

espaços fora do contexto inserido.

O Poder da apropriação

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.177, 2018

Jacobs (2000) em seu livro “Morte e vida de grandes cidades” demonstra que antes

de mudar uma cidade ou intervir nela é preciso estudá-la para que seja possível

decifrar seu funcionamento e vitalidade.

A apropriação dos espaços, das vias e de qualquer elemento urbano estão ligadas

diretamente com a questão de segurança pública, segundo Jacobs (2000) uma rua

movimentada consegue garantir a segurança; uma rua deserta, não. Mas como é que

isso ocorre? O que faz uma rua ser movimentada ou evitada? E por que certas ruas

são movimentadas num período do dia e de repente se esvaziam?

Jacobs (2000) responde tais questionamentos e explica a importância de não priorizar

o uso dos automóveis, fazer com que as pessoas circulem a pé, livremente e sem

medo. Indica a promoção de espaços verdes, praças e incentiva o uso misto (moradia

e comércio), essas e outras estratégias são descritas pela autora como maneira de

tornar as pessoas os “olhos e a proteção” das cidades. A autora ressalta também

sobre o papel fundamental do levantamento e do estudo das atividades realizadas nas

ruas, comparar um parque com o outro, porque um espaço é mais frequentado que o

outro, o que torna aquela via deserta em um determinado horário da noite, o que as

pessoas esperam dos espaços públicos, enfim, compreender a vivência da cidade

para alcançar o sucesso da apropriação.

É inútil tentar esquivar-se da questão da insegurança urbana tentando tornar mais

seguros outros elementos da localidade, como pátios internos ou áreas de recreação

cercadas. Por definição, mais uma vez, as ruas da cidade devem ocupar-se de boa

parte da incumbência de lidar com desconhecidos, já que são por elas que eles

transitam. As ruas devem não apenas resguardar a cidade de estranhos que

depredam: devem também proteger os inúmeros desconhecidos pacíficos e bem-

intencionados que as utilizam, garantindo também a segurança deles. (JACOBS,

2000).

É importante salientar que as apropriações, mesmo quando intuídas e adaptadas

podem implicar positivamente no melhor aproveitamento das infraestruturas públicas

e fornecer subsídios que alimentem o projeto e a construção futura de ambientes desta

natureza (MENDONÇA, 2007).

Seguindo o mesmo ideal os autores Santos e Vogel (1985) em publicação de “Quando

a rua vira casa”, atribuem às apropriações dos espaços públicos a função de

“mecanismos de defesa e superação da população aos modelos urbanísticos

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impostos pelos planejadores” e exprime que se existir afeição pelos espaços, ele vai

ter valor, vai ser frequentado e vai funcionar como defesa comparado a um lugar

abandonado, sem uso, escuro e marginalizado. O que nos leva a compreender a

concepção de Caldeira (2000), onde os espaços contínuos e indiferenciados não

fazem sentido. E o que não faz sentido não é passível de apropriação. É preciso que

as pessoas atribuam signos às coisas para que possam servir-se delas. Espaços

construídos são capazes de sustentar um modo de vida desde que lhe sejam

outorgados certos valores. Este processo de valorização consiste em formar grupos,

delimitar fronteiras e distinguir funções.

Considerações Finais

O texto torna possível o reconhecimento dos espaços públicos urbanos como elo entre

a qualificação urbana influente no cotidiano das pessoas. A revisão destaca os

espaços desejáveis na inserção de melhores condições de segurança e na promoção

da cidadania em grandes cidades, àquelas que acarretam problemas ligados à

segregação e violência. Os espaços públicos precisam ser funcionais e vivenciados,

a segregação e os fatores de desigualdade interrompem esse laço, estabelecendo

divisões e difundindo cidades categorizadas pela pobreza, violência e criminalidade,

enquanto que, por outro lado, barreiras físicas separam classes econômicas, com

serviços de segurança privatizada que complementam uma falsa e decadente vivencia

do espaço urbano. Quando as pessoas deixam de interagir com a cidade, abandonam

a possibilidade de torná-la melhor. Impulsionar a segregação urbana e deixar de

promover atrativos que visam a apropriação das pessoas é uma falha que pode partir

de arquitetos, urbanistas, engenheiros, influentes políticos, comerciantes, investidores

ou pertencentes a qualquer outra denominação. Em síntese, os espaços públicos

precisam proporcionar um diálogo positivo em relação à cidade no instante em que

são considerados espaços de convívio, lazer e entretenimento.

Referências

AUGÉ, M. Não-lugares. Introdução a uma antropologia da sobre modernidade.

Lisboa: 90 Graus Editora, 2005.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.179, 2018

CALDEIRA, T. P. R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São

Paulo.,ed. 34, edusp, São Paulo.,2000.

JACOBS. J., Morte e vida de grandes cidades. Tradução de Carlos S. Mendes

Rosa., revisão 3 ed., São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.

KELLY, Eric; BECKER, Barbara. Community planning: an introduction to the

comprehensive plan. Washington: Island Press, 2000.

MENDONÇA, E. M. S. Apropriações do espaço público: alguns conceitos., v. 7.

n.2., 2007.

NISHIKAWA, A. O espaço da rua articulado ao entorno habitacional em São

Paulo. 1984. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de

Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 1984.

SANTOS, C. N. F., VOGEL, Arno. Quando a rua vira casa: a apropriação de

espaços de uso coletivo em um centro de bairro. Rio de Janeiro: FINEP/IBAM,

Projeto, 1985.

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ECOTURISMO EM ÁREAS PROTEGIDAS: NOVAS POSSIBILIDADES PARA O

TURISMO DE FORMA SUSTENTÁVEL l

Kaime Ferreira Martins1; Clarice Polyana Andrade e Silva2;

1Graduando em Turismo, Universidade do Estado de Mato Grosso. 2Graduada em Turismo e graduada

em Nutrição, Universidade do Estado de Mato Grosso; [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Sociais Aplicadas

O ecoturismo é um seguimento da atividade turística que acontece em Unidades de

conservação, promovendo a responsabilidade sustentável, produzindo grandes

benefícios para a conservação, como o cuidado com a geração de resíduos, no

entanto para que essas atividades incidem menor pressão sobre um determinado

ambiente, é necessário que haja um planejamento da atividade para que possibilite a

observação dos ambientes e seus limites de exploração, estabelecendo medidas

compensatórias, estruturas sustentáveis, capacidade de carga entre outros. Com

base nisso, a presente pesquisa tem como finalidade analisar o seguimento dessa

atividade no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães localizado nos municípios

de Cuiabá, para melhor compreensão da realidade terá abordagem exploratória e

descritiva, buscando analisar, por meio de observação não participante as praticas

das atividades de ecoturismo na Unidade de conservação. Com a obtenção dos

dados por meio da observação será possível diagnostica a valorização que essas

áreas possuem com seguimento dessa atividade com a proteção e a conservação das

áreas naturais. Portanto o ecoturismo é responsável por utilizar de maneira

responsável o patrimônio natural e cultural incentivando a sua conservação,

envolvendo a comunidade local, as pessoas que são envolvidas nessa atividade

geralmente tem conhecimento prévio da temática ambiental que é de suma

importância, pois além de promover a ética, produzir grandes benefícios para a sua

conservação.

Palavras chave: seguimento turístico, conservação, sustentável.

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ETAPAS E AÇÕES APLICADAS AO PLANEJAMENTO TURÍSTICO

Celso Maciel de Meira1; Ana Caroline Mocelin Marchetto2

1Bacharel em Turismo, Mestre em Tecnologia, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Bacharel em

Turismo, Mestre em Desenvolvimento Regional, Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Ciências Sociais Aplicadas

Palavras-chave: atividade turística; etapas; planejamento turístico.

Introdução

A atividade turística, nas últimas décadas, vem conquistando espaço para novas

reflexões e produções no meio acadêmico, e, a cada novo passo, se alarga o campo

de teorias sobre e acerca de tal temática (BINFARÉ et al, 2016).

Nesse contexto, se encontram os estudos sobre o planejamento turístico, o qual, de

acordo com Barretto (1991), é uma atividade dinâmica, não é estático, e possui muitos

fatores concomitantes que necessitam serem analisados e coordenados para se

alcançar objetivos e metas eficazes.

Em outros termos, planejamento turístico é uma organização sistemática de um

conjunto de ideias e decisões, de forma integrada, com vistas ao ordenamento do

território, à minimização dos impactos, ao atendimento dos desejos e necessidades

dos turistas e os anseios das comunidades locais em uma perspectiva sustentável.

Para tanto, o seu desenvolvimento perpassa, necessariamente, por etapas

elementares para sua efetivação, as quais são arroladas na revisão de literatura da

seção que segue.

Revisão de Literatura

A seguir apresentam-se conceitos de planejamento turístico, assim como etapas e

ações aplicadas ao planejamento turístico.

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Planejamento turístico e suas etapas

Hall (2001) citou que o processo de planejamento turístico não está apenas vinculado

à simples tomada de decisão. Isto é, não trata apenas em decidir o que deve ser

oferecido para o futuro de uma comunidade no tocante às atividades turísticas, de

maneira isolada. “O planejamento turístico é um tipo de tomada de decisões e

elaboração de políticas, portanto, lida com um conjunto de decisões interdependentes

ou sistematicamente relacionadas e não com decisões individuais”. (HALL, 2001,

p.24)

Para Ruschmann e Widmer (2000, p. 67) como sendo “o processo que tem como

finalidade ordenar as ações humanas sobre uma localidade turística, bem como

direcionar a construção de equipamentos e facilidades, de forma adequada, evitando

efeitos negativos nos recursos que possam destruir ou afetar sua atratividade.”

Ademais, Petrocchi (2009, p. 2) ressalta

[...] que o planejamento do turismo deve considerar todas as formas possíveis de contribuição ao bem estar dos moradores e desenvolvimento integral do destino. Porque o turismo não é um fim em si mesmo e nos núcleos receptores existem as aspirações da sociedade e outras atividades econômicas.

A decisão de planejar ocorre motivada por diversas necessidades conjunturais e

estruturais, nos mais diversos setores. Barretto (1991) afirma que, no caso do turismo,

a necessidade de sistematizar e adaptar o movimento turístico ao destino e, ainda,

atender às expectativas da demanda, contemplando os direitos dos moradores, no

que se refere à urbanização, meio ambiente, cultura e relações sociais são ações

elementares aos processos que envolvem o planejamento.

Nesse sentido, do ponto de vista processual, é de suma importância estabelecer e

aplicar etapas para efetivação para o processo de planejamento turístico.

Através de suas fases, pode-se entender as peculiaridades das localidades, e quais são as potencialidades que podem ser trabalhadas, aquelas que devem ser priorizadas, e as que dependerão de uma gama diferenciada de trabalhos para se efetivarem enquanto atrações para o turismo. (GONÇALVES; CARDOZO, 2012, p.173)

Pois, o desenvolvimento “indevido” das etapas do planejamento, “pode levar,

rapidamente, ao esgotamento dos recursos naturais, à descaracterização do

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patrimônio cultural e à desestruturação social”. Consequentemente, a redução da

procura, demanda turística, e o interesse pela localidade (BRASIL, 2007, p. 13).

Nesse sentido, Binfaré et al (2016, p.33-34) citando Barretto (1991), Beni (1998),

Ruschmann (1999), indicam etapas e ações a serem trabalhadas no planejamento,

quais sejam:

a) Estudo diagnóstico: trata da investigação, reflexão e compreensão da realidade bem como identificação de fatos e tendências; b) Definição de objetivos: é a tomada de decisão em que se definem o estado das coisas que se pretende atingir com a ação planejada. É preciso clareza e legitimação; c) Implantação e execução: instalação, execução e funcionamento do empreendimento. É a ação; d) Controle: acompanhamento com vistas à verificação da correspondência com o planejado, identificação e correção de desvios e/ou bloqueios e fornecimento de subsídios para a etapa seguinte; e) Avaliação do trabalho: uma crítica pura ou orientada para um replanejamento. Deve considerar não apenas os resultados, mas também a efetivação dos objetivos. O desempenho de todo o projeto é analisado. (BARRETTO apud BINFARÉ et al, 2016, p. 33)

Beni (1998) classifica as etapas do planejamento turístico como:

a) Estudo preliminar, onde é feita toda a caracterização do local; b) Diagnóstico, onde é feita a análise dos dados levantados na etapa anterior; e c) Prognóstico, que na visão do autor seria uma tentativa de previsão de futuro embasada.

Por sua vez, as etapas propostas por Ruschmann (1999) referem-se a:

a) Caracterização geral do ambiente, onde é realizado o levantamento dos aspectos gerais, geográficos, econômicos e sociais da região objeto de estudo; b) Caracterização, sendo este o levantamento das condições naturais, culturais, infraestrutura turística, recursos humanos para o turismo e caracterização da demanda, e por fim; c) Análise e/ou avaliação, que se refere à análise dos pontos fortes e fracos, diagnóstico, prognóstico e diretrizes.

Destarte, Ignarra (2016), não se distanciando dos autores supramencionados,

escreveu sobre as etapas e ações do planejamento turístico, conforme se seguem:

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ETAPAS AÇÕES

Diagnóstico Definição dos sistemas (escala) e levantamento de dados dos componentes efetivos e potenciais: serviços, atrativos, serviços urbanos de apoio, infraestrutura básica (oferta), demanda e capacidade de carga. Consulta e envolvimento da comunidade local.

Prognóstico Compreende a elaboração de situações e cenários futuros, mediante projeções tanto do crescimento da demanda quanto incremento da oferta turística, com base na realidade local.

Estabelecimento de objetivos e metas

Devem ser definidos de forma geral e específica, responder a um programa e transformados em metas, de acordo com o período que se almeja alcança-los.

Definição dos meios para se atingir os objetivos

Podem ocorrer por meio das estratégias, as quais se apresentam sob várias denominações: ações, diretrizes, programas, atividades, etc. Também, podem ser classificados como estratégias e macro estratégias.

Implantação do plano Aplicação sistemática dos recursos (materiais/humanos) com base nos objetivos/metas, a partir de um cronograma de atividades. Coordenação das ações com estabelecimento das responsabilidades em âmbito público e privado.

Acompanhamento dos resultados

Por meio de um sistema permanente de monitoramento que monitoramento que permita, a cada instante, que haja correções de rotas para que se garanta atingir os objetivos determinados.

Quadro 1 – Etapas e ações do planejamento turístico Fonte: IGNARRA (2016, p. 86-89)

As etapas que compõem o processo de planejamento, em linhas gerais, pressupõem,

em sua essência, o conhecimento das realidades, a análise imparcial destas

realidades que, por sua vez, delinearão as ações sequenciais e prioritárias a serem

implementadas na localidade em que se pretende desenvolver o turismo. Estas etapas

compõem, basicamente, a primeira parte do processo de planejamento turístico, que

é a elaboração do plano, documento físico que contém os resultados provenientes da

execução das referidas etapas.

No processo de planejamento o plano se constitui como parte indissociável, pois nele

está o ferramental que indica o que se faz necessário para o desenvolvimento turístico

de uma localidade. Porém, o plano não se constitui no processo completo de

planejamento, pois após sua elaboração ainda há que se considerar a implementação

deste, bem como o acompanhamento dos seus resultados.

Em síntese, de nada adianta a confecção de um plano, por mais elaborado que seja,

se as ações propostas neste não saírem do papel, recomenda-se priorizar as

necessidades mais elementares, sendo uma destas a inserção da comunidade local

no que se refere à participação efetiva nos processos.

Para Ruschmann (2001, p. 29), a população de “qualquer que seja o sistema

econômico, social ou ideológico, e independentemente do seu grau de

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desenvolvimento” tem o direito de favorecer-se dos benefícios e das vantagens

proporcionados pelo Turismo.

Considerações finais

Não diferente das demais atividades mercantis contemporâneas, o turismo necessita

de estratégias para seu desenvolvimento. Nesse contexto, as etapas e ações são

consideradas inerentes e basilares ao planejamento turístico, as quais se aplicadas

de forma sistemática e de acordo com as realidades locais podem minimizar os

impactos negativos e ampliar os efeitos positivos.

Referências

BARRETTO, M. Planejamento e organização do turismo. Campinas: Papirus,

1991.

BENI, M. Análise estrutural do turismo. São Paulo: SENAC, 1998.

BINFARÉ, P.W. et al. Planejamento turístico: aspectos teóricos e conceituais e

suas relações com o conceito de turismo. Revista de Turismo Contemporâneo.

Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/turismocontemporaneo/issue/view/504.

Acesso em 25 de julho de 2018.

BRASIL. Ministério do Turismo/Secretaria Nacional de Políticas de Turismo.

Programa de Regionalização do Turismo-Roteiros do Brasil: Turismo e

Sustentabilidade. Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento

Turístico. Coordenação Geral de Regionalização. – Brasília, 2007.

GONÇALVES, J. S.; CARDOZO, P. F. Metodologia para aferimento de

potencialidade turística. Revista Espaço Acadêmico. Disponível em: Acesso em 25

de julho de 2018.

HALL, M. C. Planejamento Turístico: políticas, processos e relacionamentos.

São Paulo: Contexto, 2001.

IGNARRA, L. R. Fundamentos do Turismo. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Senac,

2016

PETROCHI, M. Turismo: planejamento e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2009.

RUSCHMANN, D.; WIDMER, G. Planejamento turístico. In: ANSARAH, M.

Turismo: como aprender como ensinar. Vol 2. São Paulo: Senac, 2000.

RUSCHMANN, D. Planejamento turístico. In: ANSARAH, M. Turismo: como aprender, como ensinar. São Paulo: Senac, 2001, v. 2.

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ANÁLISE PATOLÓGICA DA PONTE SOBRE O RIO DAS MORTES EM NOVA

XAVANTINA – MT

Ráyca Polliana Serafim Silva1; Edney Bezerra da Silva2; Wallas Alves Pires dos

Santos3.

1 Graduanda em Engenharia Civil, Universidade Estadual de Mato Grosso; 2Biólogo,Mestrando em

Ecologia e Conservação na Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT; 3 Engenheiro Civil,

Pontifícia Universidade Católica – PUC – Goiás,Mestrando em Ciência de Materiais na Universidade

Federal de Mato Grosso - UFMT.

E-mail: [email protected]

ÁREA DE CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras–Chave: Pontes de Concreto; Manifestação Patológica; Manutenção

preventiva.

Introdução

As pontes são estruturas que interligam dois pontos, podendo ser encontradas sobre

vales ou rios, é um meio de transposição que facilita o transporte de cargas e pessoas

(SANTOS et al., 2017). Elas possuem grande importância para desenvolvimento

social, político e econômico de uma região, uma vez que possibilita a comunicação

entre dois pontos. Diante deste fato, a intensificação de vistorias e manutenções

periódicas, garantem assim um bom desempenho estrutural durante sua vida útil, é

assegurada através da identificação e da correção das patologias, patologias estas

causadas pelo desgaste estrutural, pelas forças resultantes do tráfego de veículos e

cargas e as tensões exercidas pela correnteza do rio (MAFRA et al., 2017; SANTOS

et al., 2017).

De acordo com Vitório (2006), tendo como parâmetro a NBR 9452/1986 (Vistoria de

Pontes e Viadutos de concreto) recomenda – se: ser efetuada a vistoria cadastral, que

relata as condições do desempenho da estrutura. A vistoria rotineira, onde é o registro

das condições da edificação em intervalos de tempo regulares, podendo ser a cada

seis meses. E a vistoria especial, que pode ser realizada no momento em que se achar

necessário, sendo tal vistoria realizada por profissional com experiência na área.

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O custo de recuperação está relacionado com o tempo em que são tomadas as

devidas providências. Como mostrado na Figura 1, as intervenções realizadas

demandam tempo e, um custo cada vez mais elevado. Durante o projeto, o custo é de

uma ordem, sendo uma vez maior que o custo total da obra, porém nas etapas de

execução, manutenção preventiva e manutenção corretiva, o valor da intervenção

cresce progressivamente na ordem de cinco vezes maior (HELENE, 1992).

Figura 1. Evolução do custo pela fase de intervenção (Regra de Sitter). Fonte:

Sitter, 1984 adaptado por Helene 1992 (pág. 26).

Tendo como base que os procedimentos de avaliação e manutenção preventiva, não

ocorrem regularmente na maioria das pontes, o trabalho visa, realizar um estudo sobre

as manifestações patológicas na ponte sobre o Rio das Mortes no município de Nova

Xavantina-MT e indicar as possíveis causas.

Material e Métodos

O estudo foi realizado na ponte sobre o Rio das Mortes (14º 40’ 21.1” S 52º 21’ 33”),

localizada na BR – 158, Perímetro urbano de Nova Xavantina – Mato Grosso a 600

km da capital Cuiabá, esta liga dois pontos importantes da cidade além de pertencer

a Rodovia Federal BR – 158. A ponte foi executada em concreto armado e possui uma

extensão de 259 m. De acordo com registro histórico local Nox, (2015) a ponte foi

inaugurada em 1971, sendo planejada e executada pelo engenheiro Archimedes

Pereira Lima, e após isto, recebeu diversas reformas e modificações na mesoestrutura

e superestrutura (COMUNICAÇÃO IMPARCIAL, 2016).

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Durante as vistorias de levantamento de dados foram utilizados: Trena Métrica

Brasfort 5mx25mm, folhas A4, prancheta MDF A4 Acrimet, caneta esferográfica

Compactor e uma câmera digital Sony W800 Cyber Shot 20.1 Megapixels.

As análises patológicas foram feitas nas vistorias visualmente in loco e através de

análise de registros fotográficos, para possível identificação e comprovação das

patologias estruturais apresentadas pela ponte.

Resultados e Discussão

As análises visuais in loco e análises das fotografias da ponte, permitiram

identificar diversas patologias, sendo elas na superestrutura, irregularidades no

sistema de drenagem, na pavimentação e nas juntas de dilatação. Já na

mesoestrutura, pode-se observar as condições de vigas, pilares e tabuleiros (lajes).

Superestrutura

Observou-se a presença de “panelas” (Figura 2 A), que são formadas a partir do

desgaste causado pelo tráfego de veículos, água da chuva e o mal funcionamento do

sistema de drenagem. Nesse tipo de patologia, ocorre no geral, a desagregação das

partículas que constituem o pavimento (DNIT, 2006).

As juntas de dilatação possuem desgaste superficial (Figura 2 B), presença de

material orgânico e resíduos sólidos. Percebeu-se ainda que tais juntas haviam sido

preenchidas com a pavimentação asfáltica (Figura 2 C), diminuindo a eficácia no seu

desempenho de dilatar e contrair, acarretando assim a formação de fissuras e

“panelas”. As juntas de dilatação devem receber manutenção para retirada de

resíduos acumulados e aplicação de material selante recomendado, que garante o

desempenho da estrutura (MAFRA et al, 2017).

Na verificação do sistema de drenagem, pode-se constatar a obstrução dos buzinotes,

causada pela falta de limpeza e acúmulo de matéria orgânica sobre o tabuleiro (Figura

2 D). O acúmulo de água sobre o tabuleiro da ponte pode ser responsável pelo

surgimento do desgaste superficial, gerando danos a estrutura (DNIT, 2006). Tal

sistema deve ser recuperado para evitar o surgimento ou agravamento das patologias

já existentes.

Os guarda-corpos e guarda-rodas apresentam deterioração causada por impactos de

corpos ou objetos (Figuras 2 E, H). Também há patologias recorrente da falta de

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.189, 2018

manutenção, como é o caso das fissuras nos elementos de concreto (Figura 2 G) e a

corrosão nas barras de aço do guarda-corpo (Figura 2 F).

Figura 2. Patologias Identificadas na superestrutura. Fonte: Elaborado pelos

autores

Mesoestrutura

Nas lajes, têm-se o crescimento de vegetais (Figura 3 A), que causam a deterioração

do concreto. Nos passeios de pedestre nota-se que as placas estão se deslocando

(Figura 3 B), com isso, provocando irregularidades no piso. A presença de

desagregação do concreto com exposição das armaduras é bem evidente na Figura

3 C, onde tal patologia pode comprometer à resistência da estrutura, fazendo- se

necessário um reparo adequado e o mais breve para evitar o seu agravamento.

O tabuleiro possui a presença de eflorescências na parte inferior (Figura 3 D; E), onde

a maioria delas se localizam próximas aos a buzinotes (Figura 3 E), indicando assim

o mal funcionamento do sistema de drenagem.

Notou-se que as vigas que constituem o sistema estrutural apresentaram-se em bom

estado de conservação (Figura 3 F). Os pilares apresentam desgaste superficial

causado pela passagem da água e corrosão nas armaduras (Figura 3 G). O processo

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.190, 2018

de corrosão causa o enfraquecimento do aço e consequentemente a deterioração do

concreto devido à expansão causado pela oxidação (SANTOS, 2017).

Pode-se identificar o deslizamento de solo nas “cabeceiras da ponte” (Figura 3 H; J),

e consequentemente o colapso da cortina de contenção (Figura 3 H), onde tal

elemento é responsável por dissipar os esforços da estrutura no solo. A falta de

manutenção e a desintegração desses sistemas são as principais causas das

rachaduras na ponte (Figura 3 I).

Figura 3. Patologias que se apresentam na mesoestrutura. Fonte: Elaborado pelos autores

Conclusão

Com a inspeção visual realizada in loco na ponte, permitiu identificar diversas

manifestações patológicas tais como: fissuras, eflorescências desgaste etc., onde

algumas delas corroboram para evolução de outras, e isto ressalta a importância da

manutenção corretiva. As patologias com maior gravidade foram localizadas na

mesoestrutura, pois se apresentam em estágio avançado, podendo comprometer todo

o sistema estrutural.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.191, 2018

É de suma importância, manter uma rigorosidade quanto ao controle das

manutenções, tanto preventivas como corretivas, com intuito de preservar as

características fundamentais da construção e evitar possíveis acidentes. A avaliação

periódica das condições de segurança de uma edificação garante maior tempo de vida

útil e conforto aos usuários. Como mostrado, as manifestações patológicas evoluem

com o tempo, e o surgimento de uma pode acarretar o aparecimento de outras. É

relevante ressaltar que quanto maior o intervalo de tempo para a intervenção, maior

será o número de patologias, elevando assim, o custo de sua recuperação. A

manutenção preventiva auxilia no processo de correção das manifestações

patológicas antes que atinja um estado grave de inviabilidade estrutural e

orçamentária da obra (HELENE,1992).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Recuperação do

sistema de drenagem – Especificação de Serviço. Norma DNIT 086/2006 – ES p

5. 2006.

NOX. (Nova Xavantina). Câmara Municipal de Nova Xavantina. 2 Ed. 2015.

Disponível em: <http://www.novaxavantina.mt.leg.br/institucional/historia/historia-de-

nova-xavantina#wrapper>. Acesso em: 22/07/2018.

COMUNICAÇÃO IMPARCIAL. DNIT faz reparos no asfalto na ponte do Rio das

Mortes em Nova Xavantina. Nova Xavantina: [s.n.], 2016. Disponível em:

<http://www.comunicacaoimparcial.com.br/noticias/Ultimas-noticias/Nova-xavantina/

10626/ >. Acesso em: 22/07/2018.

MAFRA, J. et al. Análise das Manifestações Patológicas Identificadas na Ponte

Sobre o Rio Maguari, Ilha de Outeiro – PA. XII Congresso Nacional sobre

Patologia e Reabilitação de Estrutura p 100 - 113. Setembro de 2017.

SANTOS, D. F. A. et al. Estudo e Análise das Patologias da Ponte de Porto Nacional

– TO. Engenharia Estudo e Pesquisa. ABPE, v. 17 - n. 2 - p. 31-41. 2017.

HELENE, P. R. L. Manual para Reparo, Reforço e Proteção de Estrutura de

Concreto. 2º Edição. São Paulo, 1992.

VOTÓRIO, J. A. P. Vistorias, Conservação e Gestão de Pontes e Viadutos de

Concreto. Congresso Brasileiro do Concreto (CBC – 2006), p 16. 2006.

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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES ACÚSTICAS DE UMA OFICINA MECÂNICA

SITUADA NA AV. COLOMBO, MARINGÁ-PR: ESTUDO DE CASO

Priscila da Silva Arruda¹; Érica Caetano da Silva²; Lourival Domingos Zamuner³ ¹Engenheira Civil pelo Centro Universitário Ingá; ²Engenheira Civil, docente na UNEMAT; ³Engenheiro

civil, Mestre pela Universidade Estadual de Maringá, docente do curso de graduação em Engenharia

Civil do Centro Universitário Ingá. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

A exposição ao ruído excessivo é uma das causas conhecidas de perdas auditivas.

Em oficinas mecânicas, mesmo em países em desenvolvimento, o uso de máquinas

cada vez mais velozes operadas em ritmo acentuado de trabalho tem tornado as

tarefas mais ruidosas e, em consequência, gerado perdas auditivas em um número

cada vez maior de trabalhadores. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as

condições de pressão sonora (ruído) a que estão submetidos os trabalhadores e

clientes de uma oficina mecânica, situada na Av. Colombo na cidade de Maringá - PR,

expostos a ruídos dos veículos que transitam por esta avenida bem como os ruídos

produzidos no desempenho das tarefas dos trabalhadores e avaliar se os valores

encontrados por meio das medições com equipamento Decibilimetro estão dentro dos

estabelecidos pela ABNT NBR 10.151/2000. Com os resultados obtidos, observa-se

que os trabalhadores estão expostos diariamente a um nível de ruído de 71,5 dB (A),

quase que ininterruptamente, sendo que a NBR 10.152/1987, estabelece que para

esse local de serviços os valores deveriam se enquadrar na faixa entre 45 e 55 dB

(A). Concluiu-se que a oficina mecânica pesquisada e na condição ambiental

analisada (ruído) pode ser considerada insalubre de acordo com a NR-15 quanto se

refere ao nível de ruído encontrado no interior quando os funcionários estão no

exercício de seu labor.

Palavras-chave: Ruído; Oficina mecânica; Condições insalubres.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.193, 2018

DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO

CIVIL NO MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA-MT

Amanda Schmitz de Oliveira1; Érica Caetano da Silva².

¹Graduanda em Engenharia Civil, UNEMAT; ²Engenheira Civil, docente na UNEMAT.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharia Civil

A gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos causam impactos socioambientais, tais como degradação do solo e mananciais, intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar, proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos e catação em condições insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final. Sendo a construção civil a maior geradora de resíduos sólidos, essa pesquisa teve como objetivo identificar a situação da coleta e destinação desse material em quatro obras distintas, no município de Nova Xavantina. Foi elaborado um check list para quantificar os entulhos de cada obra e um formulário para entrevistar os responsáveis pela destinação. A pesquisa teve início em janeiro e foi finalizada em agosto de 2018, nesse período as quatro obras juntas acumularam um total de 42 caçambas (5 m³ cada) de resíduos sólidos e em nenhum caso foram destinados de forma correta, sendo o lixão a céu aberto da cidade o lugar mais comum para o descarte. Conclui-se que o município de Nova Xavantina não possui locais adequados para a disposição final dos lixos sólidos, enquanto a prefeitura não os providencia, o meio ambiente e a população sofrem as consequências. Palavras-Chave: Destinação; Construção civil; Impactos; Entulho.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.194, 2018

DIMENSIONAMENTO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

ESTUDO DE CASO: MUNICÍPIO DE NOVA XAVANTINA - MT

Lívia Santos Lodi1; Wallas Alves Pires dos Santos2;

¹Graduanda em Engenharia Civil, UNEMAT; ²Mestrando em Ciência de Materiais, docente pela

UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

O saneamento básico é um conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais que visam promover a manutenção da saúde humana, bem como preservar o meio ambiente. O abastecimento de água potável, a coleta e tratamento de esgotos, o manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais são serviços essenciais e assegurados pela Constituição Federal. A ausência ou ineficiência desses serviços, acarreta maiores gastos com a saúde pública (hospitais e medicamentos), entretanto, no Brasil, apenas uma parcela da população é contemplada com o fornecimento deste recurso. Normalmente, a parte mais afetada por essa escassez se encontra em regiões menos desenvolvidas do país e, onde a renda per capita também é inferior. Referindo-se a coleta e tratamento de esgotos, a região Centro-Oeste possui apenas, cerca de 50% da população com acesso a esse tipo de serviço. Diante disso, neste trabalho, visou-se, dentre outros objetivos, dimensionar uma Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, para o município de Nova Xavantina – MT, com capacidade para atender toda a população local durante o período de vida útil de projeto estimado em 30 anos. Assim, através da análise dos dados populacionais, das características da cidade (clima, temperatura e relevo), estudos de viabilidade técnica e econômica, optou-se pelo Sistema Australiano de tratamento, onde tal sistema não necessita de gastos com energia mecânica, tampouco com produtos químicos. Com isso, as etapas que compõem a ETE contemplam o tratamento preliminar (composto por gradeamento, desarenador e calha Parshall) e as lagoas anaeróbias, facultativas e de maturação. Após o tratamento, o efluente será direcionado para o corpo receptor mais próximo da cidade, conhecido como Rio das Mortes. A posterior execução e instalação da ETE proposta, fará com que todo esgoto do município seja coletado e tratado, trazendo inúmeros benefícios como o aumento da qualidade de vida da população e preservação da natureza, principalmente do curso d’água presente no local.

Palavras-Chave: Saneamento básico; Esgoto; ETE.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.195, 2018

EFICIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO DO ICF NO ISOLAMENTO ACÚSTICO DE EDIFICAÇÕES

Gabriel Fernando Munaro1; Alex Sandro Pilatti2; Walkíria Pederiva Ferreira²;

¹Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso. ²Arquiteto(a) eUrbanista,

docente do curso de Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Conforto; ICF; Sustentabilidade.

Introdução

A arquitetura desde seus primórdios busca incessantemente vencer as barreiras

culturais e da natureza em busca de tornar a moradia, o convívio e o meio social em

um local melhor para se viver, sempre tentando alcançar ao máximo níveis de conforto

ideal ao ser humano. Porém, com o avançar do tempo, esta não vem sendo uma tarefa

fácil, dada a complexibilidade da evolução, crescimento e dificuldade em encontrar-se

materiais que venham a tornar uma edificação confortável.

Torna-se cada vez mais difícil chegar-se a algum patamar aceitável a nível de conforto

térmico e acústico, haja vista que o meio ao qual estamos inseridos cresce e junto a

ele o nível de incidência solar e emissão de gases, ruídos e barulhos.

Deste princípio é que se parte a proposta de estudar e evidenciar métodos

construtivos que venham auxiliar a arquitetura neste processo. Fazendo com que aos

poucos seja possível obter-se locais mais estruturados a nível de conforto, bem como

também evoluídos a nível de sustentabilidade.

Como foco específico, neste trabalho serão tratados temas relacionados a acústica

de uma edificação, sua eficiência, bem como também métodos que venham auxiliar

neste processo, especificamente citando e estudando o método construtivo Insulated

Concrete Forms (ICF), que segundo Gonçalves (2013), são blocos de EPS com

núcleo de betão reforçado com armadura.

A escolha do método ICF para este levantamento leva em conta os quesitos

envolvendo sustentabilidade e conforto, isto é, a busca por uma alternativa que possa

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.196, 2018

abranger ambos os tópicos e dentro da sustentabilidade, temos as construções

modulares, dais quais o ICF se enquadra. Segundo Castelo (2008), construção

modular pode ser definida como uma metodologia, que visa criar uma dimensão

padrão, que racionalize a concepção e a construção de edifícios, o que permite elevar

o grau de industrialização da construção, mantendo, no entanto, a liberdade de

concepção arquitetônica dentro de valores aceitáveis. Explica-se assim, então, a

análise da eficiência deste método haja vista que o mesmo se trata de um método

sustentável e conforme será apresentado, também isolante acústico.

Material e Métodos

A título da pesquisa serão evidenciados pontos que esclarecem as características do

EPS como isolante acústico, definição de alguns termos relacionados a acústica, bem

como também caracterização do ICF e suas principais vantagens para o isolamento

necessário.

Por definição, isolamento acústico pode ser entendido como o que impede que um

som se propague de um ambiente para outro e ruído como um som indesejado, que

não acrescenta conteúdo ao ouvinte. Assim como cita Bistafa (2006), o ruído pode ser

definido como um som sem harmonia e que no geral tem uma conotação negativa.

O EPS por sua vez, trata-se de um material que na construção civil tem a finalidade

de isolamento e que ganhou espaço por possuir características de leveza, resistência,

facilidade de manuseio e baixo custo (Figura 1).

Figura 1 – Folhas de EPS

Dentre algumas vantagens do EPS, pode-se citar: absorção de choques, baixa

absorção de água, baixa condutividade térmica, baixo peso, facilidade de manuseio,

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.197, 2018

resistência à compressão, resistência ao envelhecimento, resistência mecânica e

versatilidade. Desta forma, utilizando-se destas informações, busca-se evidenciar

pontos que possam auxiliar a sanar de alguma forma problemas envolvendo o

isolamento acústico e o desconforto gerado pela falta do mesmo.

Resultados e Discussão

Segundo Duarte (2005), a história da arquitetura apresenta um panorama de variadas

inovações tecnológicas nas construções de diversos povos no mundo, mas que em

certo ponto da história, o avanço da tecnologia começou a significar uma constante

regressão na eficiência do isolamento acústico das edificações.

Isso ocorre principalmente pelo avanço tecnologico, emissão de ruídos de veículos,

industrias e demais aparelhos do dia-a-dia, bem como também a utilização das

tecnicas construtivas atuais, as quais por si só já não são eficientemente isolante

acusticamente, mas que, em tempos antigos serviam por termos uma sociedade que

vivia de uma forma menos barulhenta, pode-se assim dizer.

Na cidade de São Paulo, como exemplo, os níveis de ruído chegam a 85 dBA em

alguns pontos (Figura 2). Ruído esse que facilmente consegue infiltrar em edificações

que não possuem um isolamento correto e necessário para a área. Fica claro que a

anos atrás esses níveis não existiam, uma vez que possuíamos cidades menos

populosas, com menos veículos e menos tecnologia e um nivel de vegetação maior,

vegetação essa que por sua vez também era responsável por impedir parte da

propagação destes ruídos.

Figura 2 – Mapa do nível de dBA em São Paulo/SP (Julho/2018)

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O tão sonhado conforto da edificação que em alguns casos parece algo tão utópico,

mas que planejado, pensado e projetado da maneira correta, torna-se realidade. Este

conforto está primordiariamente ligado ao material utilizado, arquitetura e localização

da edificação, haja vista que estes pontos irão influenciar para ter-se uma edificação

mais comoda.

Neste sentido, buscando-se conforto e cada vez mais uma sustentabilidade é que

analisou-se a viabilidade da utilização do método construtivo utilizando formas de IFC

(Figura 3A), haja vista que o ICF possui, como já citado, formas de EPS preenchidas

por concreto, o que auxiliam no processo de isolamento acústico (Figura 3B).

A B

Figura 3 – Formas de ICF (A) e estrutura do ICF (B)

Uma publicação da Revista Téchne apresenta o desempenho de paredes com formas

ICF em 65db, quando o permitido pela normal ABNT NBR 15575 é um valor maior ou

igual a 40db para paredes entredormitórios e áreas comuns de trânsito eventual, tais

como corredores e escadaria dos pavimentos.

Como comentado neste texto, a arquitetura está sempre em constante evolução,

assim como o mundo em si. Desta forma, cabe resaltar a essa altura as vantagens

sustentáveis do ICF, isto é, suas caracteristicas que o levam a chamar atenção para

que seja proposto como metódo construtivo para solucionar alguns dos problemas da

construção civil.

Como vantagens o ICF possui a facilidade de transporte, agilidade na construção,

resistência, agilidade na obra, limpeza do canteiro de obras e sustentabilidade quanto

a reutilização dos resíduos e menor utilização de madeiras e demais materiais

naturais.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.199, 2018

Assim sendo, torna-se possível evidenciar os pontos significativo do ICF, suas

características do EPS, bem como também sua forma de aplicação e vantagens,

demonstrando o quanto o material EPS pode ser útil na construção civil, não apenas

em lajes, como é mais comumente utilizado, mas também em demais áreas estruturais

e de vedação, fornecendo realidades mais sustentáveis e que sejam confortáveis ao

utilizador.

Conclusão

Através do presente trabalho procura-se demonstrar o quanto a arquitetura evoluiu ao

longo do tempo, mas também o quanto a mesma foi penalizada pelos avanços da

sociedade. Torna-se perceptível que técnicas utilizadas a tempos atrás hoje não

possuem a mesma eficácia.

A busca por meios mais sustentáveis começa aos poucos e como evidenciado, o EPS

e o método construtivo de ICF possui fatores pertinentes que caso aplicados da

maneira correta, podem influenciar a construção civil para aplicar cada vez mais estes

e outros preceitos.

Assim sendo, pode-se destacar que o sistema construtivo ICF acaba por ser uma

proposta viável para aplicação na construção civil buscando-se maiores índices de

conforto, dentre eles, o acústico.

Desta maneira, o trabalho apresenta uma das diversas propostas existentes

atualmente para que seja possível obtermos um mundo mais confortável

sustentavelmente e a nível de vivência nas edificações.

Fica claro, então, que por mais que estejamos caminhando para um futuro ainda mais

tecnológico, a arquitetura se reinventa a cada dia, juntamente a com construção civil,

fazendo com que os preceitos básicos para uma edificação não sejam esquecidos,

dentre eles, utilizando construção modular.

Acredita-se, então, que podemos sim chegar a um patamar em que seja possível

utilizar de edificações que sejam sustentáveis e confortáveis ao mesmo tempo,

conservando sempre a saúde da população e as características arquitetônicas da

localização. Assim sendo, torna-se possível existir edificações com ideal conforto

acústico em locais com níveis intensos de ruídos, sabendo-se que para isto, basta

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.200, 2018

apenas a aplicação correta de materiais e técnicas construtivas que façam este papel

isolante.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575:

Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.

BISTAFA, SYLVIO R. Acústica aplicada ao controle do ruído. São Paulo: Edgard

Blücher, 2006

Características do EPS – Associação Brasileira do Poliestireno Expandido.

Disponível em: <http://www.abrapex.com.br/02Caracter.html>, acesso em 19 de

agosto de 2018.

CASTELO, J. L. C. Desenvolvimento de modelo conceptual de sistema

construtivo industrializado leve destinado à realização de edifícios metálicos.

278 f. Tese (Mestrado em Construção de Edifícios) – Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto – Universidade do Porto, 2008.

DUARTE, E. A. C.Estudo do Isolamento Acústico das Paredes de

Vedação da Moradia Brasileira ao Longo da História. 99 f. Dissertação (Mestrado

em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) –

Florianópolis – Santa Catarina, 2005.

GONÇAVES, C. J. P. Construção Modular – Análise Comparativa de Diversas

Soluções. 108 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Departamento de

Engenharia Civil, Universidade de Aveiro, Aveiro - PT, 2013.

ICF – Sistema de fôrmas termoacústicas de EPS para paredes autoportantes de

concreto – Revista Téchne, disponível em: < http://techne.pini.com.br/2016/10/icf-

sistema-de-formas-termoacusticas-de-eps-para-paredes-autoportantes-de-

concreto>, acesso em 08 de abril de 2018.

SCHWENGBER, E. R. Resíduos da Construção Civil. 81 f. Trabalho de Conclusão

de Curso (Especialização em Direito Ambiental Nacional e Internacional) -

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS; 2015.

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO DISTRITO FEDERAL

(SISDUSCON/DF) e ASSOCIAÇÃO DE EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.201, 2018

DO DISTRITO FEDERAL (ADEMI/DF): Avaliação do desempenho acústico de

edificações em diferentes sistemas construtivos, conforme a Norma de Desempenho

ABNT NBR 15575. Brasília - DF.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.202, 2018

O CONCEITO BIM COM A COMPATIBILIZAÇÃO E A COORDENAÇÃO DE

PROJETOS

Lucas Vinicius de Oliveira Polini1; Estevão Alves da Silvaa2

1 Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2 Doutor em Ecologia e

Conservação dos Recursos Naturais. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Building Information Modeling; Construção civil; Projetos.

Introdução

Com o aumento da procura por maiores e mais complexas obras, principalmente a

partir da década de 1960, os projetos que eram realizados em empresas onde havia

a união entre todas as disciplinas que levavam à execução das construções, os quais

eram bons resultados, passaram a ser feitos cada vez mais de forma distanciada, já

que aqueles que projetavam não necessariamente executavam, e isso acarretava em

desperdícios e demais erros (GRAZIANO, 2003).

O Brasil, por situações de fracos níveis de produção, problemas na capacitação de

mão de obra, atrasos em entregas, e meios de execução defasados, é mal visto e

conhecido por tais fatos, o que reforça e explica a demanda por ideais divergentes

dos existentes demonstrada pelas empresas do ramo (FREJ et al., 2010).

Conforme Picchi (1993), a condição final dos projetos depende dos processos e

materiais utilizados, já que esses refletem no desempenho e durabilidade do resultado

almejado. O sistema em que esses são feitos por diferentes projetistas, termina em

inúmeras incompatibilidades, que são eliminadas quando há uma coordenação dos

projetos, ou seja, um delineamento, para que todas as informações sejam repassadas

às partes. Deste modo, ocorre uma correta compatibilização entre os projetos.

Revisão de literatura

Compatibilização e BIM

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.203, 2018

Um dos métodos mais utilizados no gerenciamento do campo dos projetos referentes

a construção civil e seus inúmeros tipos, é a compatibilização de projetos. Conforme

cita Graziano (2003), a mesma consiste em uma etapa responsável por eliminar

possíveis interferências entre projetos. Após realizar o reconhecimento dessas

mediações, efetua-se certa integração, o que contribui para uma etapa final de

execução planejada, padronizada, harmônica, e ainda, atrelada aos conceitos de

racionalização e construtibilidade. De acordo com Rodríguez e Heineck (2003), o

primeiro passo seria a otimização do uso de recursos, e o segundo relaciona-se a

serventia de todo conhecimento e experiência disponível para o progresso das

estruturas de fato, de forma racionalizada.

De acordo com Giacomelli (2014), reuniões são feitas antes do início das ditas

construções, e além dos problemas entre projetos, é levado em conta o tempo, mão

de obra, materiais e manutenções após a entrega do produto. Como pode ser visto

em um modelo desenvolvido para projetos de edificações, por Rodríguez e Heineck

(2003), é notória a necessidade da compatibilização desde os estudos preliminares,

passando pelo anteprojeto, demais projetos, até o acompanhamento na própria

implantação em obra.

A compatibilização de projetos, portanto, é uma etapa, e para a realização da mesma

destaca-se também uma metodologia importante e objeto de estudo para esta

pesquisa, a Modelagem da Informação da Construção, ou Building Information

Modeling– BIM, que conforme citado por Eastman et al. (2008, apud GARBINI e

BRANDÃO, 2014) é, tecnicamente, “uma tecnologia de modelagem e um grupo

associado de processos para produção, comunicação e análise do modelo de

construção”, que distingue-se do método Computer Aided Design – CAD.

Consoante Penttilä (2006, apud RUSCHEL E ANDRADE, 2013), de modo mais

concebível, o sistema BIM "é uma metodologia para gerenciar a essência do projeto

e dados da construção ou empreendimento no formato digital em todo ciclo de vida

do edifício".

Como afirma Addor et al. (2010), diferente dos métodos tradicionais que as

informações que levam aos projetos podem se dispersar, com a metodologia BIM os

dados concentram-se, dando segurança e mobilidade aos processos. Assim há uma

incorporação de todas as disciplinas dos projetos ingredientes de um serviço,

eliminando possíveis erros, já que ocorre uma dependência das partes. Atribui-se aos

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projetos até mesmo a característica de cinco dimensões (5D), em que somado ao 3D

habitual, considera-se tempo, custos, e demais dimensões se preciso.

Andrade e Ruschel (2009), definem a modelagem paramétrica, um pilar do BIM, como

modelos computacionais para objetos, que geometricamente, são padronizados,

permitindo fazer centenas de variações sobre um genérico, ou ainda criar novas

famílias. E para interoperabilidade, outro pilar, cita como uma propriedade que torna

muito mais fácil a movimentação dos projetos entre variados aplicativos, sem perder

dados, sendo que tais aplicativos devem trabalhar com formato BIM.

De acordo com Goes (2011), alguns dos softwares que admitem a tecnologia BIM são:

Revit Architecture; ArchiCAD; Vectorworks Architect; Revit Structures; Allplan;

AutoCAD MEP; Revit MEP; MagiCAD; Navisworks; ArchiCADConstructor and

Estimator; e afins.

O cenário da Modelagem da Informação da Construção no Brasil, segundo Andrade

e Ruschel (2009), é presente abundantemente em simpósios e congressos, entretanto

pesquisas e artigos científicos são bem recentes.

Na prática, para que ocorra uma migração de métodos já fundamentados para o BIM,

é indispensável novos softwares, hardwares, treinamentos e concepções (Addor et

al., 2010).

Segundo Jacoski e Lamberts (2002), as mudanças para os projetistas são inevitáveis,

pois seus projetos podem ser feitos com blocos que carregam muitas informações a

mais que uma planta baixa em duas dimensões, aumentando a responsabilidade dada

a um projetista caso seja ele único, uma vez que por seu trabalho pode extrair-se

desde dados arquitetônicos à orçamentários, influenciando na aquisição do produto

por clientes.

Coordenação e BIM

Com o aumento constante da complexidade dos projetos, com os diversos projetos

inevitáveis para a realização de uma obra, e com o número de exigências, a

compatibilização de projetos tem no gerenciamento dos projetos um problema.

Como é afirmado por Nóbrega Júnior (2013), um coordenador de projetos é

responsável por incentivar a todos incluídos nas etapas que levam a um projeto a

cooperarem e interagirem-se, como também pelo bom resultado dessas, e até pelas

soluções adotadas durante o ato.

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Para Melhado (2005), a coordenação de projetos envolve muitos processos dentre as

fases de uma obra, do modo como é apresentado por Nóbrega Júnior (2013) : “[..] no

planejamento, organização, direção e controle do processo de projeto, o que envolve

tarefas de natureza estratégica, tais como estudos de demanda ou de mercado,

prospecção de terrenos, captação de investimentos ou de fontes de financiamento da

produção, definição de características do produto a ser construído, além de tarefas

ligadas diretamente à formação das equipes de projeto em cada empreendimento,

como contratação de projetistas, estabelecimento de prazos para etapas de projeto e

coordenação da interface com os clientes ou compradores.”

De modo mais sintetizado, a Associação Brasileira dos Gestores e Coordenadores de

Projeto – AGESC (2005) afirma que são obrigações de um coordenador de projetos a

elaboração, a administração do grupo de agentes envolvidos, a busca de soluções

compatíveis e o monitoramento das informações entre os agentes envolvidos.

Para ser um coordenador de projetos, segundo Gehbauer e Ortega (2006, apud

NOBREGA JÚNIOR, 2013), engenheiros e arquitetos devem ter significativa

experiência, e estarem dispostos a qualquer situação; devem também manter a

imparcialidade em tomadas de decisões, e serem persistentes, possuindo fortes

características, como a de um líder.

Tendo em vista tais responsabilidades, um coordenador de projetos possui muito

trabalho e deve exercê-los sob as condições de métodos úteis. Porém, certas

circunstâncias podem tornar-se limitantes, como em duas dimensões. Então, esse

profissional tem a metodologia Building Information Modeling ao seu alcance, que

considerando seus atributos mencionados no tópico anterior, é uma forte ferramenta.

Segundo Goes (2011), o software Navisworks é compatível com BIM e destinado à

coordenação e gerenciamento de projetos.

Considerações finais

Através das ferramentas citadas, no Brasil, onde há a falta de planejamento, e a

discrepância durante a compatibilização tradicional que é criticada por profissionais e

clientes dos campos de Arquitetura, Engenharia e Construção; as mesmas mostram-

se irrecusáveis, e capazes de melhorar a imagem do local, como de seus profissionais.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.206, 2018

Portanto, com interesse, pesquisa e a implementação das concepções aqui

apresentadas, assegurando a plena ocorrência das metodologias como foram

pensadas e com comprometimento, a compatibilização de projetos somada ao BIM e

à fundamentação da coordenação de projetos aos serviços da construção civil,

oferece ao ramo um caminho para a inexistência de erros e os melhores projetos.

Referências

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5674: Manutenção de edificações - Procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.

ANDRADE, M. L.; RUSCHEL, R. C. BIM: Conceitos, Cenário das Pesquisas

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Wiley & Sons, 2008. 490 p.

FREJ, T. A.; ALENCAR, L. H. Fatores de sucesso no gerenciamento de múltiplos

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processo de projeto utilizando o conceito BIM em escritórios de arquitetura.

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NÓBREGA JÚNIOR, C. L.; MELHADO, S. B. Coordenador de projetos de

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O IMPACTO FINANCEIRO DA UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE

SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO, EM UMA OBRA DE PEQUENO PORTE

Jean Marcos Rodrigues Silva1; Felipe Vieira Pessoa2; Yana Karolina Scalabrin3;

Claudir José Goltz4;

1Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2Graduando em Engenharia

Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso; 3Graduanda em Engenharia Civil, Universidade do

Estado de Mato Grosso; 4Engenheiro Civil, especialista em gestão de sala de aula no ensino superior,

mestrando, docente de Engenharia de Segurança, Universidade do Estado de Mato Grosso.

[email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Impacto Financeiro; EPI’s e EPC’s; Pequeno Porte.

Introdução

O termo segurança do trabalho, segundo Marcondes (2016), está relacionado ao

conjunto de medidas que são adotadas para diminuir incidentes no ambiente de

trabalho, onde a mesma, através das devidas metodologias, estuda as causas

comuns de acidentes e determina posteriores ações preventivas. Em uma empresa,

a equipe de segurança do trabalho pode ser composta por Engenheiro de Segurança

do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro

do Trabalho (ALBUQUERQUE 2012).

De acordo com a ANPT, o Brasil é um dos países que mais possuem ocorrências de

eventualidades em relação à segurança do trabalho no mundo, sendo cerca de 700

mil por ano, tendo em vista que a construção civil é uma das áreas que mais ocorrem

acidentes. (SOUZA 2017).

Para se evitar possíveis desastres no canteiro de obra, é importante o trabalhador

participar de diálogos diários de segurança (DDS), utilizar e conservar os

equipamentos de segurança individual (EPI’s) e ficar atento às normas e sinalizações

de segurança (UNICESUMAR 2018), porém, em obras de pequeno porte é notado

que nem sempre os trabalhadores estão atentos quanto a essas indicações, e um dos

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motivos para isso, é o pouco recurso financeiro para se investir nas devidas medidas

preventivas para os seus colaboradores.

Em relação à responsabilidade civil no canteiro de obra, tanto o empregador como o

empregado possuem responsabilidades, o empregado deve agir com cuidado em

suas ações, além de seguir as orientações nas quais foram lhe passadas, e o

empregador deve-se criar um ambiente de trabalho saudável e seguro para seus

contribuintes (BIRAL S.D.).

O presente trabalho tem por finalidade estudar o impacto financeiro que um

trabalhador ou empregador terá em uma obra de pequeno porte para se adequar às

normas de segurança do trabalho. Ressaltando as vantagens e responsabilidades

civis caso ocorra acidente no canteiro de obra. Além disso, analisar através de

orçamento quantitativo de dados de EPI’s e questionário feito a trabalhadores de

obras de pequeno porte na cidade de Nova Xavantina, o impacto financeiro e a

responsabilidade civil em relação à segurança do trabalho no canteiro de obra.

Material e Métodos

Foram visitadas 2 obras de construção civil de pequeno porte e 1 de médio porte para

realizar questionário aos colaboradores quanto ao uso de EPI’s e EPC’s, e para

analise visual das condições de segurança de trabalho no local, as mesmas se

encontram na Av. Rio Grande do Sul, Rua Carazinho e Rua Boa Vista em Nova

Xavantina – MT.

O questionário foi montado com o intuito de analisar o conhecimento técnico dos

trabalhadores das obras visitadas em relação à segurança do trabalho, as perguntas

foram escolhidas de forma que a mesma tenha uma resposta direta e imparcial,

contendo somente a resposta sim ou não, o mesmo se dispõe de cinco perguntas,

sendo elas: 1- O trabalhador tem conhecimento do que se trata o EPI?; 2- O

trabalhador participa de diálogos diário de segurança?; 3- O empregador alertou o

trabalhador quanto ao uso de equipamentos de segurança?; 4- O trabalhador conhece

as suas responsabilidades civis em relação à segurança do trabalho?; 5- O

trabalhador se vê na necessidade de adquirir todos os EPI’s determinados em

norma?.

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Foi orçado equipamentos de segurança individual no site SuperEPI.com, para obter

dados quantitativos em relação ao aumento financeiro final, do orçamento de uma

obra de pequeno porte. Os dados coletados servirão para posteriores análises em

relação a vantagem de se investir nesses equipamentos.

Resultados e Discussão

O artigo 923, inciso III do código civil, diz que o empregador ou comitente é

responsável pela reparação civil, por seus empregados, serviçais e prepostos, no

exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Sendo assim, em obras de

pequeno porte, o empregador responderá civilmente se ocorrer acidente aos seus

colaboradores, caso não tenha cumprido sua obrigação de propiciar um local de

trabalho seguro e de acordo com suas respectivas normas técnicas. Por isso, se vê a

necessidade do mesmo, em investir em EPI’s e EPC’s para sua garantia e segurança

dos trabalhadores em questão.

As principais normas de segurança do trabalho para obras de pequeno porte são: a

NR 1 que se trata das disposições gerais; a NR 06 que se trata dos equipamentos de

proteção individual; a NR 10 que se trata de segurança em instalações e serviços em

eletricidade; e a NR 35 que se trata do trabalho realizado em altura.

Segundo Castilho 2010, existem casos de empresas que pedem a falência por conta

de indenizações por acidentes de trabalho. Existem casos também que a empresa

perde toda credibilidade por não preservar a segurança de seus contribuintes (TUIUTI

2016).

Não se é possível quantificar as perdas materiais e psicológicas caso ocorra algum

dano físico a algum trabalhador por falta dos equipamentos de segurança em uma

obra convencional, porém, é possível notar empiricamente que comprovado a culpa

do empregador, o mesmo terá grandes gastos com despesas médicas e salariais,

além de que responderá civilmente por isso, tendo gastos jurídicos.

Realizando as visitas em in situ, foi possível notar a falta do uso e fiscalização para o

uso de equipamentos de segurança em obras de pequeno porte na cidade de Nova

Xavantina. Analisando também os resultados do orçamento, na tabela 2, e o

questionário feito aos trabalhadores das obras de pequeno porte, na tabela 1, é notório

que o empregado terá que fazer um investimento relativamente baixo por ser obra de

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pequeno porte para se obter todos os EPI’s necessários. Portanto, é importante se

obter, pois se torna um diferencial do trabalhador, pois o mesmo trará confiança e

segurança ao seu empregador em relação à segurança no canteiro de obra. Além de

que é obrigação do empregador por fiscalizar se os contribuintes estão utilizando os

EPI’s necessários, Barbosa (2018) diz que é importante que o empregador advirta o

colaborador que se negar a utilizar os equipamentos de segurança.

Em relação a obra de médio porte, todos as respostas do questionário foram positivas.

Tabela 1. Resultado de questionário realizado aos colaboradores das obras visitadas.

Pergunta Trabalhador 1 Trabalhador 2 Trabalhador 3 Trabalhador 4

1 Sim Sim Sim Sim

2 Sim Não Sim Sim

3 Não Não Não Não

4 Sim Sim Sim Sim

5 Não Não Não Não

Fonte: Autor1

Tabela 2. Orçamento de EPI’s realizados em sites da internet.

Fonte: Autor2

EQUIPAMENTO Qntd. Valor unit. Valor Total Fonte

BOTINA COM BICO DE PVC FUJIWARA USAFE CA 28509 5 41,5 207,5 www.superepi.com

CAPACETE DE SEGURANÇA 3M H700 VENTILADO COM CATRACA 5 42,89 214,45 www.superepi.com

LUVA NITRÍLICA PRETA SEM TALCO DESCARPACK CAIXA 100 CA 41211 5 27,8 139 www.superepi.com

ÓCULOS UNIVET 555 DESIGN ARROJADO PERMITE LENTES DE GRAU CA 39904 5 57,99 289,95 www.superepi.com

PROTETOR AUDITIVO ALTERNATIVE LIBUS 18DB CA 35935 5 19 95 www.superepi.com

CINTA ERGONÔMICA ABDOMINAL COM SUSPENSÓRIO VICSA 5 51 255 www.superepi.com

MÁSCARA PFF2 COM CARVÃO ATIVADO E VÁLVULA PRO SAFETY 5 3 15 www.superepi.com

TOTAL - 243,18 1215,9

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Não foi possível registrar imagens dos trabalhadores com os EPI’s, pois os mesmos

não estavam utilizando nenhum tipo de equipamento de segurança no momento do

questionário.

Com os resultados obtidos através do questionário pode-se observar a falta de

parceria entre trabalhadores e empregadores. De um lado existe a falta de interesse

da empresa em um investimento para compra e aquisição de equipamentos de

proteção individuais e coletivos, principalmente devido ao valor necessário para

compra dos equipamentos. De outro é notório a falta de compromisso e

responsabilidade dos trabalhadores por não usarem os equipamentos e trabalhar de

forma arriscada e imprudente sem o uso dos mesmos.

Imagem 1. Obras de pequeno porte na Rua Boa Vista e na Rua Carazinho, respectivamente em

Nova Xavantina.

Fonte: Autor2

Sendo assim, é de suma importância que exista uma colaboração e parceria dos

trabalhadores e empregadores. Atualmente existe muito conflito entre esses dois

colaboradores da construção, e apenas a união dos dois pode garantir uma obra

finalizada com sucesso e segurança.

O empregador e os empregados devem pensar melhor a respeito da compra e

aquisição dos EPIs, pois os resultados serão os mais positivos possíveis. O

investimento inicial pode ser um pouco elevado à primeira vista, levando em

consideração a quantidade de trabalhadores na obra. No entanto o custo benefício é

será positivo.

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Conclusão

Dessa forma, conclui-se que é de grande importância o cuidado que se deve ter no

quesito segurança no trabalho para com os colaboradores, de maneira que a atenção

dada ao uso obrigatório dos EPI’s se faz necessária, pois a mesma tende a evitar

diversos tipos de problemas que podem vir a decorrer por meio do não cumprimento

de tal atitude como a baixa produtividade do trabalho, acarretando assim prejuízos

desnecessários a obra, além de colocar a própria vida dos colaboradores em risco.

Porém, é notório que mesmo havendo o conhecimento por parte dos colaboradores

sobre o que se trata os EPI’s, ainda existe uma certa falta de informação sobre a

devida importância do uso dos mesmos no canteiro de obras e o que isso pode

acarretar, ou seja, essa questão não é levada tão a sério até mesmo por não existir

uma fiscalização adequada para conferir o uso correto desses equipamentos.

É possível observar que não existem grandes impactos financeiros quanto ao

orçamento dos equipamentos de proteção individual, porém, o impacto do não uso

dos mesmos seria enorme caso tenha ocorrido algum acidente no canteiro de obra,

pois os gastos médicos que o colaborador terá, será superior ao preço dos EPI’s.

Referências

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<https://certificacaoiso.com.br/e-seguranca-trabalho/>. Acesso em: 20 ago. 2018.

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em: <http://smslabore.com.br/blog/nao-usa-epi/>. Acesso em: 21 ago. 2018.

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Disponível em: <http://www.brasilsst.com.br/blog/seguranca-do-trabalho-de-quem-e-

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SÉRGIO MARCONDES, José. Segurança do Trabalho: Conceito, O que é? O

que faz? Objetivos?. Disponível em:

<https://www.gestaodesegurancaprivada.com.br/seguranca-do-trabalho-conceito/>.

Acesso em: 20 ago. 2018.

SOUZA, Renato. Brasil tem 700 mil acidentes de trabalho por ano. Disponível

em:

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<https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/internas_economia,87411

3/brasil-tem-700-mil-acidentes-de-trabalho-por-ano.shtml>. Acesso em: 20 ago.

2018.

UNICESUMAR, Redação. Estatísticas sobre acidentes de trabalho no Brasil.

Disponível em: <https://www.unicesumar.edu.br/blog/acidentes-de-trabalho-no-

brasil/>. Acesso em: 20 ago. 2018.

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PAVIMENTO INTERTRAVADO DE BLOCOS DE CONCRETO: ATRIBUTOS E

ESTRUTURA

Lucas Diovan Silva Pires1; Estevão Alves da Silva2

1Graduando em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]

2 Doutor em Ecologia e Conservação dos Recursos Naturais

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Pré-moldados; Paver; Piso intertravado.

Introdução

Desde a década de 1980, a indústria de peças pré-moldadas de concreto vem

ganhando espaço no mundo inteiro (SANTOS; BORJA, 2008). No Brasil, têm-se

notado um investimento por partes das prefeituras em novos modelos urbanos,

aumentando a demanda dos pavimentos intertravados (SIMIELI et al., 2007). Trata-

se de um pavimento com metodologia construtiva simples, com atributos positivos,

permitindo a execução de pisos para calças, corredores, ruas, parques, pisos

industriais, rodoviários além da função estruturante (FIORITI; INO; AKASAKI, 2010;

SANTOS; BORJA, 2008). Este estudo foi realizado a fim de apresentar e conhecer as

funcionalidades, estrutura e benefícios de se usar pavimentação de blocos de

concreto no conceito social.

Revisão da literatura

A revisão bibliográfica foi realizada em banco de dados do SciElo, ResearchGatee

Google Acadêmico. Foram usadas como literaturas: artigos científicos, teses,

dissertações, normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e

monografias na área de engenharia civil.

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Uso do pavimento intertravado

De acordo com a NBR 9781/2013, pavimento intertravado é um tipo de pavimento

flexível cuja camada superior é constituída por peças pré-moldadas de concreto

(PPC), conhecidas comercialmente como paver(CARNIN et al., 2010), formando um

revestimento de assentamento que é apoiado sobre uma camada base ou base e sub-

base (determinada em função do tipo de tráfego). Os espaços entre as peças são

ocupados por um material de rejuntamento (sendo utilizado areia fina), tendo o

intertravamento do sistema proporcionado pela contenção lateral nas extremidades

(popularmente conhecida como meio-fio) e pelo rejuntamento com areia dos vãos

entre as PPC (CRUZ, 2003).

Esse modelo de pavimentação é bastante utilizado para a construção de pisos

urbanos devido a boa aparência estética e diversidade de arranjos, cores e formas,

sendo considerado de fácil execução, não necessitando de maquinário especial

(ABCP 2010; SIMIELI et al., 2007; SANTOS; BORJA, 2008).

A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP, 2002) indica vantagens para

esse revestimento, como: durabilidade, resistência ao contato com combustíveis e

óleos, resistência à abrasão; a não propagação de trincas das camadas de base para

a superfície, tendo a capacidade de manter a sucessão do pavimento mesmo com

adaptações do subleito. Os materiais utilizados chegam prontos para serem usados,

sem necessitar de preparos de regime térmico ou químico (ABCP, 2002).

A coloração das PPC proporciona ao pavimento maior visibilidade tanto à luz do dia

quando a noite, por se tratar de um material cujo revestimento possui tons de cores

mais claras quando comparado a pavimentos de cores escuras. Essa propriedade

proporciona a ele a caraterística de um material que reflete melhor à luz, minimizando

gasto com iluminação pública devido à reflexão da luz nas PPC durante a noite. O

PPC apresenta ainda, melhor conforto térmico quando comparado a revestimentos de

cores escuras, por absorver e reter menos calor por conta das propriedades do

pigmento (ABCP, 2002).

O paver é um pavimento mais permeável, possibilitando a microdenagem das águas

pluviais (ABCP, 2002), principalmente quando as PPC são feitas com cimento

permeável, aumentando a porosidade do pavimento e permitindo maior infiltração de

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.217, 2018

água no solo, contribuindo para a recarga dos reservatórios de águas subterrâneas e

drenagem superficial (ONO; BALBO; CARGNIN, 2017).

Devido à beleza estética, o paver une de forma harmoniosa a diversidade de arranjos

e cores, como os mosaicos, por exemplo, permitindo construir pavimentos onde a

sinalização de trânsito, faixas de pedestres e outros tipos de sinalizações sejam

aplicadas diretamente ao pavimento (ALCANTARA, 2015).

A manutenção é um grande diferencial desse tipo de pavimento, permitindo-lhe fazer

reparos de maneira muito simplificada quando ocorrem deformações do subleito ou

camadas de base que comprometam a sua resistência ou quando é necessário fazer

instalações de serviço e saneamento básico, como: água, luz, telefone, esgoto e gás

(ABCP, 2002). Sua manutenção consiste na remoção das PPC nos trechos onde

demandam reparos, viabilizando reparos pontuais e em escala, tendo como grande

vantagem à capacidade de reaproveitamento das peças de concreto, diminuindo

gastos (ABCP, 2002, 2010; PEDERNEIRAS, 2017).

Esta metodologia construtiva se assemelha a um pavimento flexível asfáltico,

preparando o terreno de fundação (subleito), a sub-base e a base para receber a

camada de revestimento (CARNIN et al., 2010). A construção consiste em assentar

blocos de concreto sobre uma camada de areia média ou grossa, seguida de uma

compactação das PPC e, logo depois é espalhada uma areia fina como material de

rejuntamento para os vãos entre as peças, onde é realizada uma compactação final

até que aconteça o preenchimento total das juntas (ABCP, 2010). Com a contenção

lateral, esse procedimento de preenchimento total proporciona o intertravamento do

sistema, atribuindo resistência e condições necessárias para um bom funcionamento

(CARNIN et al., 2010; ABCP, 2002). O manual de pavimento intertravado da ABCP

(2010) detalha o seu processo construtivo.

A camada de base tem como principal função receber as cargas distribuídas pela

camada de revestimento, resisti-las e transferi-las para o subleito, de tal forma que

este receba as tensões em parcela reduzida, evitando deformações e futuras

deteriorações (MULLER, 2005).

Outra camada é o colchão de areia, que serve de apoio para as PPC, fazendo a

interligação da base com o revestimento, funcionando também como barreira para

impedir a propagação de fissuras da base para o revestimento (ABCP, 2002).

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.218, 2018

De acordo com CRUZ (2003) a espessura da camada de areia intervém diretamente

na qualidade e desemprenho do pavimento. Recomenda-se que, após a compactação

das peças, a camada de areia tenha entre 3 a 4 centímetros de espessura (ABCP,

2010; SIMIELI et al., 2007).

O revestimento recebe diretamente todas as tensões geradas pelo tráfego,

protegendo as camadas de base dos desgastes à abrasão e mantendo-a com baixo

nível de umidade, a fim de proporcionar melhor estabilidade do solo (CRUZ, 2003). As

PPC conferem durabilidade e resistência à abrasão ao pavimento (CRUZ, 2003).

Existem orientações quando a espessuras das PPC de acordo com o tipo de fluxo. É

recomendável para tráfego leve, espessura mínima de 60 mm; pisos sujeitos a

circulação de veículos comerciais, 80 mm; e de 100 mm para casos especiais (ABCP,

2002; SIMIELI et al., 2007; CARNIN et al., 2010).

Muller (2005) relata diversas bibliografias que estipularam a necessidade de conter

quatro tipos de intertravamento para um bom funcionamento do pavimento

intertravado: horizontal, vertical, rotacional e de giração, detalhados a seguir.

Intertravamento horizontal: A capacidade de uma peça se manter imóvel no plano

horizontal em relação às peças vizinhas.

Intertravamento vertical: A capacidade de uma peça se manter imóvel no plano vertical

em relação às peças vizinhas.

Intertravamento rotacional: A capacidade das peças se manterem imóveis em relação

ao seu eixo vertical (MULLER, 2005).

Intertravamento de giração: A capacidade das peças se manterem imóveis em relação

ao seu eixo horizontal (MULLER, 2005).

Por formarem a camada superior do pavimento, as PPC devem atender condições de

conforto, resistência, durabilidade e desempenhar um bom papel estrutural. Por isso

existem diferentes tipos de PPC, as quais possuem suas características próprias

(CRUZ, 2003), podendo ter composições em sua massa de vários materiais, como

polímeros, e resíduos da construção civil (CARNIN et al., 2010). As PPC são

classificadas em: peças com intertravamento horizontal, peças com intertravamento

vertical (com ou sem intertravamento lateral) e peças tipo grelha (geralmente

empregadas para fins arquitetônicos ou de permeabilidade, como: decoração,

calçadas, proteção para superfícies gramadas quando ao tráfego de veículos ou

pessoas, não possuindo intretravamento neste caso particular) (CRUZ, 2003).

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Modelos da ABCP (2002) e Muller (2005, apud. SHACKEL, 1990) relata que o

assentamento do tipo espinha-de-peixe apresenta melhor desempenho,

apresentando menor valor de deformação permanente em decorrência do tráfego,

sendo indicado para superfícies onde circulam veículos, pois possui um melhor

intertravamento entre as peças. Segundo o autor, os arranjos do formato fileira se

apresentaram como a configuração com maior índice de deformação permanente,

principalmente quando o assentamento é paralelo ao sentido do fluxo.

Cruz (2013, apud SHACKEL, 1990) relata três especificações gerais de controle sobre

as PPC, as quais são:

Materiais: descrição das possíveis matérias que podem ser utilizadas na confecção

de PPC.

Análise dimensional: controle das dimensões das peças para bom desempenho.

Resistência: As peças devem possuir resistência e capacidade estrutural para resistir

ao tráfego e outras atividades realizada sobre elas. No Brasil, a NBR 9781 (2013),

determina resistência à compressão para os blocos de 35 MPa para transporte de

veículos comerciais de linha e 50 MPa para tráfego especial ou situações capazes de

provocar efeitos abrasivos.

Considerações finais

Pavimentos intertravado apresentam-se como um excelente meio de pavimentação,

visando um bom aspecto estético, com capacidade estrutural, sendo um ótimo meio

de reurbanizar praças, parques, passeios além de permitir seguramente a sua

aplicação na pavimentação para tráfego de veículos. Pode ser objeto de estudo para

soluções em áreas com problemas de drenagem, permitindo que pequena parte da

água seja permeada no solo, minimizando problemas com inundações e alagamentos

por falta de permeabilidade do solo. Os pavimentos intertravados de peças de

concreto podem ser produzidos com adição de outros elementos à sua composição,

tais como: borracha de pneus e resíduos de construção. Com o intuito de diminuir a

matéria prima utilizada e a quantidade de resíduos gerados, minimizando impactos

ambientais.

Referências

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MULLER, R. M. AVALIAÇÃO DE TRANSMISSÃO DE ESFORÇOS EM

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SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL: CASA CONTEINER

Thaís Aparecida da Silva Fernandes¹; Raíza Domingos de Freitas¹; Igleide

Gomes de Souza¹; Ingrid Paula de Souza Santos1; Taynara Capelari1; Estevão

Alves da Silva6

¹Graduandas em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso; 6Prof Dr. no Curso de

Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Resíduos Sólidos; Canteiro de Obras; Material Construtivo.

Introdução

O mercado da construção civil cada vez mais procura inovar modelos construtivos que

remetam a sustentabilidade. E, como as construções em alvenarias muitas vezes

possuem um elevado tempo de execução, geram uma grande quantidade de resíduos

nas obras e desperdícios de materiais. A partir desta perspectiva, surgiu a ideia da

utilização de contêineres para construções. O reuso de contêineres de carga como

material construtivo é visto como uma forma sustentável e inovadora de atender às

exigências de uma edificação, tendo aceitação no mercado nacional e mundial

(CALORY, 2015).

O contêiner é uma caixa retangular de chapas metálicas bem resistentes, que

pode conter aço, alumínio ou fibra. É muito bem estruturado para resistir ao uso

constante de transporte de mercadorias de diversos tipos. É resistente a chuva,

incêndios e a diversas intempéries. Este material pode suportar até 20 toneladas, e

em navios, podem ser empilhados em média até dez contêineres. Suas dimensões

variam de acordo com seu tipo, que são vários.

O contêiner de 20 pés possui 6,058 m de comprimento, 2,438 m de largura e

2,591 m de altura no Dry Standard, e 2,896 m de altura no Dry High Cube. Este tipo

de contêiner possui tara (peso morto) em média de 2080 kg. O contêiner de 40

péspossui 12,035 m de comprimento, 2,438 m de largura e 2,591 m de altura no Dry

Standard e 2,896 m de altura no Dr High Cube. E possui tara em média 3550 kg.

Esses são os mais comumente usados na construção civil.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.223, 2018

Com isso, neste estudo, nós fazemos um apanhado geral sobre o uso de

contêineres na construção civil, apresentando suas qualidades, vantagens e

desvantagens como alternativas à alvenaria convencional. A busca da literatura

utilizada para a redação deste trabalho foi realizada buscando-se na internet a

combinação dos termos como ‘contêiner’, ‘construção civil’ e ‘casa contêiner’. Foi dada

preferência ao uso de artigos científicos, mas na falta destes, foram utilizadas

informações disponíveis de forma mais geral na internet, como sites especializados

na utilização de contêineres na construção civil.

Revisão de literatura

Projeto

Antes de adquirir contêineres para moradia, é importante saber do histórico de

cada um. Saber qual o tipo de carga transportada ao longo dos anos de seu uso. Se

caso transportou algum tipo de material tóxico, o ideal é não utilizá-lo, mesmo que

tenha sido higienizado. Para construir uma casa com esse tipo de material e ter

qualidade de vida, é essencial o projeto. É ele que vai determinar o posicionamento

da casa em relação ao sol, a circulação de ar nos ambientes da casa, localização das

esquadrias, espaço do terreno para trabalho com guindaste, entre outros aspectos.

Para a fundação, o terreno não precisa ser plano, apesar de facilitar o trabalho, exigir

menos escavação e preparação e não gerar tantos custos.

Custos

Normalmente, em média, contêineres com revestimento e que possuem 14 m²

de área, tem um valor que varia de R$ 15 a 17 mil reais. Os que possuem 28 m² de

área variam de 22 a 24 mil reais. Já contêineres de 14 m², sem revestimentos, custam

de R$ 10 a 12 mil, e os de 28 m², de R$ 16 a 18 mil reais. Em comparação, uma casa

de 60 m² de alvenaria, custa em torno de 80 mil reais, com decoração e revestimentos.

O custo final da obra utilizando-se contêiner é de aproximadamente 20 a 40%

mais barato, comparando-se com a obra convencional, além de que, não se utiliza

água e outros materiais advindos da natureza. E como o contêiner já é uma caixa

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pronta, é fácil de ser modulado, reduzindo o tempo de execução da obra (BARBOSA,

2017).

Isolantes térmicos em contêineres

O contêiner possui uma camada isolante de poliuretano, usada como

antichamas. Esta fica no seu interior, entre as chapas metálicas interna e externa.

Para controlar a temperatura interior do contêiner, são utilizados lã de rocha, lã de pet

ou lã de vidro, que são isolantes térmicos e acústicos leves, sendo aplicado no teto e

em todas as laterais do contêiner. Esses materiais são incombustíveis. Outra

alternativa é a utilização de painel isotérmico, feito de isopor/EPS entre duas camadas

de alumínio, com espessura de cinco cm.

Conforto térmico

Para um bom conforto térmico no interior, os isolamentos necessários geram

custos a mais na obra, mesmo assim, a obra continua mais barata que a convencional.

E, se esse isolamento for bem feito, o investimento é revertido com a economia

gerada, além de não necessitar do uso de ar condicionado (OCCHI, 2014). O conforto

térmico é um ponto muito importante nas construções com contêiner, pois o aço é um

ótimo condutor de calor, e faz com que a temperatura interior do contêiner ultrapasse

o agradável. Mas, como visto em várias construções, com um bom isolante térmico,

gera-se um bom conforto térmico (ABREU, 2018).

Para amenizar o calor dentro desse tipo de construção, leva-se em

consideração algumas dicas, como instalar persianas, sendo que sua principal função

é rebater o sol, e também deixar a casa fresca.; ter um jardim, com árvores altas que

façam sombra para a casa também ajuda; utilizar lâmpadas fluorescentes, que

garantem um ambiente agradável e em comparação com outros tipos de lâmpadas,

consomem menos energia; instalar exaustores, sendo que estes distribuem

uniformemente o ar pelo ambiente, ou até mesmo ar-condicionado, que controla a

temperatura da maneira que preferir.

Escolher um tipo de telhado que não provoque uma temperatura muito alta, que

reflete o sol, ou telhados de materiais mais frios, como telhado embutido ou telhado

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verde também auxiliam no conforto térmico. Optar por revestimentos internos e

externos também pode ser favorável, como por exemplo, paredes mais grossas,

sendo que estas isolam melhor a temperatura externa, para pisos, optar por

porcelanato ou granito, que podem deixar a casa mais fresca.

Vantagens e desvantagens

A seguir, são apresentadas vantagens e desvantagens em relação à casa

contêiner:

Vantagens

• Praticidade e versatilidade - O contêiner é considerado pratico pois chega no local

da obra 100% pronto para o uso, além disso pode ser transportado de um lugar

para o outro.

• Conforto na obra – Tem entrega mediata do produto na obra e segurança do

contêiner marítimo, além disso, tem como vantagem posicionar o contêiner dentro

do terreno a ser construído quando for conveniente.

• Obra limpa – Reduz entulhos e outros materiais, produzindo pouco resíduos

comparados as construções convencionais.

• Rapidez na execução – Em média de 60 dias para a entrega da obra, em uma

construção feita com um bom projeto e planejamento.

• Estrutura – O contêiner tem sua própria estrutura com pilares, dispensando a

necessidade de execução de pilares, vigas, e paredes. Não requer serviços de

fundações e terraplanagem, economizando na estrutura da construção.

• Sustentabilidade – É considerado sustentável pelo fato de os contêineres serem

materiais utilizados pelas companhias navais e agora são reutilizados para

construção de casas; além dele próprio ser um material sustentável.

• Economia – O contêiner tem como vantagem na construção o baixo custo do

equipamento e instalação, a economia em comparação ao sistema tradicional é

de aproximadamente 15%.

• Flexibilidade – Os contêineres podem ser montados e desmontados em outro

terreno com facilidade.

• Durabilidade - São de vida longa, praticamente ”indestrutíveis”, pois são

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projetados para suportarem cargas pesadas, para resistirem a diferentes

intempéries, bem como mares agitados, chuvas, incêndios e também podem ser

facilmente empilhados um sobre o outro para a criação de casas com mais de um

pavimento. Se bem cuidado pode durar até 90 anos.

• Economia de recursos naturais – O contêiner é uma caixa feita de aço, alumínio

ou fibra, assim tem economia de recursos naturais, diminuindo o uso de areia,

tijolo, cimento, água, ferro, entre outros materiais usados em uma casa de

alvenaria comum.

Desvantagens

• Terreno – Por ser uma caixa grande, o terreno necessita ter um espaço maior para

que os guindastes tenham facilidade no transporte e no armazenamento.

• Mão de obra – Para a construção da casa com contêiner, requer mão de obra

especializada.

• Temperatura – Sabendo que o contêiner é feito de material como o aço, e que o

aço é um ótimo condutor de calor, a casa construída necessitará ter um melhor

isolamento térmico e acústico, principalmente em regiões de altas temperaturas.

• Regulamentações – O uso do contêiner é um tipo novo de construção, assim

carece de conhecimento da legislação adequada e dificuldade de obtenção de

financiamento. As licenças e os alvarás, são os mesmos de uma construção de

alvenaria.

• Risco para a saúde – Os contêineres de transporte não são fabricados

exatamente para a habitação humana, sendo feitos de tintas fortes usados nas

paredes para melhor resistência no isolamento, podendo ser prejudicial a saúde.

• Manutenção – Caso apresentar ferrugem, é preciso de um tratamento correto,

antes da aplicação dele na construção.

• Usar contêineres novos– Deve ter cuidado com contêineres usados, pois podem

ter transportado mercadorias com contaminação, e deixado resíduos. Por isso o

ideal seria o uso de contêineres novos.

Considerações finais

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A preocupação em se fazer construções sustentáveis, as dimensões e o

material do contêiner, sua disponibilidade, tempo de execução, preço e além de ser

uma forma de construção limpa, onde seu percentual de resíduos e de desperdícios

é quase nulo, favoreceram o uso do contêiner na construção civil. No entanto, por se

tratar de um tipo de obra pouco difundida no Brasil, em algumas cidades pode se

deparar com problema como alvarás e licenças, sendo os mesmos exigidos para

construções em alvenaria, que são obtidos junto à prefeitura (LIMA, 2015).

O uso do contêiner na construção civil proporciona uma arquitetura arrojada,

sua implementação é realizada de forma simples e rápida, reduz impactos ambientais,

e o mais importante, gera uma economia financeira, pois seu custo é muito inferior ao

sistema de construção tradicional (LACERDA, 2016).

Referências

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CALORY, S. Estudo do uso de contêineres em edificações no brasil. 2015.

LACERDA, B. Projeto de casa contêiner utilizando conceitos ambientalmente

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2015.

OCCHI, T et al. Reutilização de containers de armazenamento e transporte como

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FLICKR. CASA CONTEINER: Preços, Projetos, Fotos e Dicas. Disponível em:

<https://casaeconstrucao.org/projetos/casa-container/>. Acesso em: 04 set. 2018

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UMA QUESTÃO DE SUSTENTABILIDADE: RACIONALIZAÇÃO DOS MATERIAIS

UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Camila Borazo Peixer1; Estevão Alves da Silva2; João Augusto Dunck Dalosto3

1Graduanda em Engenharia Civil, Universidade do Estado de Mato Grosso; 2 Doutor em Ecologia e

Conservação dos Recursos Naturais;3 Engenheiro Civil, Mestre em Planejamento e Desenvolvimento

Territorial. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Sustentabilidade; Inovações; Desempenho dos materiais.

Introdução

Sustentabilidade seria a utilização dos recursos naturais sem levar à uma supressão

dos mesmos para as gerações futuras (GRANDISOLI, 2014). As inovações que levam

à sustentabilidade na construção civil, resultam em melhorias consideráveis para o

meio ambiente e consequentemente em uma melhor qualidade de vida para a

população que as põe em prática. Sua abordagem é importante, pois oferece meios

alternativos de construção e possibilita melhorias a partir das dificuldades encontradas

durante a execução.

O ramo da construção civil necessita de uma grande demanda de materiais, e

consequentemente gerando um elevado volume de resíduos após o término de cada

construção. A construção civil também possui uma grande influência na economia do

país, tendo grande importância na participação do PIB nacional (SOUZA et al., 2015).

Portanto abordagens que visem tanto o desenvolvimento da construção civil e a

sustentabilidade associada à métodos construtivos e execução de projetos, podem

diminuir a demanda na utilização de recursos naturais.

Construção civil e sustentabilidade - Justificativa

Por necessitar de uma grande quantidade de materiais extraídos diretamente da

natureza, como os agregados, e também daqueles derivados dos minerais como, por

exemplo, o cimento, os metais e as cerâmicas, o setor da construção civil por

consequência destaca-se como um dos maiores consumidores e exploradores de

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jazidas desses materiais, além de ter grande participação no consumo de madeira e

água (MOSSMANN, 2011).

Por este motivo, devem-se iniciar por este setor as inovações sustentáveis e

ecologicamente corretas no modo de construção, pois a construção civil está presente

em todas as áreas da sociedade moderna, sejam elas de trabalho ou de habitação

(PAIVA; RIBEIRO, 2001).

A presente revisão busca apresentar maneiras alternativas de construção e formas de

se reutilizar sobras de materiais dos canteiros de obras que seriam descartados e

depositados, na maioria das situações, em locais inapropriados, favorecendo o

acúmulo de resíduos em meios urbanos e rurais.

Revisão de literatura

Como buscar a sustentabilidade?

A falta de planejamento e de um bom gerenciamento provoca danos visíveis nos

custos finais da construção. Como a alvenaria é o sistema de vedação mais utilizado

de construção, acaba sendo ela, a maior protagonista da geração de resíduos, pois

cada etapa é independente. Por exemplo, para a instalação dos sistemas hidráulicos

e elétricos, primeiro deve-se construir as paredes integralmente para depois fazer as

quebras, tendo que ser reparados com argamassa os locais danificados. Isso

proporciona, automaticamente, maior volume de resíduos nos canteiros de obras

(SOUZA, 2013).

Materiais de mudança de fase (PCM)

Maneiras de racionalizar os materiais utilizados nas construções em alvenaria vêm

sendo estudas, em busca de uma maior produtividade e desempenho. Materiais de

mudança de fase (PCM) possuem a capacidade de armazenar ou liberar energia do

ambiente por meio de suas partículas. Quando microencapsulados e incorporados nos

elementos construtivos - betão, lajes, paredes, etc. - fazem com que a temperatura do

ambiente se mantenha dentro de uma faixa agradável, ou em conforto térmico,

diminuindo assim a necessidade da utilização de aparelhos elétricos, como ar-

condicionado e umidificadores, reduzindo também o consumo energético (CUNHA et

al., 2015; MARTINS, 2017).

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Cinzas de madeira

As cinzas de madeira provenientes da fabricação de papel e celulose misturada ao

lodo de estação de tratamento de água (ETA) e a cal residual, mostrou um alto nível

de eficiência ao terem suas propriedades mecânicas testadas de acordo com normas

referentes ao concreto. Por possuir grande semelhança física com o concreto

convencional, possibilitou sua utilização na fabricação de blocos e tijolos atendendo

aos parâmetros estabelecidos por norma (ANDRADE et al., 2016).

Inserção na sociedade

Ainda há na sociedade uma desconfiança ao se apresentar estruturas cujos

componentes possuam resíduos de construção e demolição (RCD). Para mostrar o

alto potencial desses materiais e aumentar a segurança nestas estruturas, são

realizadas diversas pesquisas e experimentos para comprovar a sua boa atuação. A

classificação do RCD ideal para substituir os agregados naturais se dá pela

semelhança granulométrica do material a ser substituído. Este material pode ter suas

partículas miúdas diretamente incorporadas no concreto; já suas partículas graúdas

devem ter sua granulometria ajustada para a utilização, com ambas livres de agentes

contaminantes como materiais orgânicos, papéis, vidros, plásticos, entre outros

(FROTTÉ et al., 2017).

Concretos e agregados

O graute é um tipo de concreto muito utilizado projetos de alvenaria estrutural. Este

material possibilita também a substituição de parte dos seus agregados por chamotes,

ou elementos cerâmicos queimados e triturados - blocos e telhas - onde suas

propriedades apesar de sofrerem algumas alterações, atendem aos níveis de

resistência cobrados pela norma (EHRENBRING et al., 2017).

Com o beneficiamento da areia, são gerados resíduos ou impurezas que

cotidianamente são descartadas por não possuírem utilização real no mercado. Esses

resíduos são constituídos por minerais muito presentes na matéria prima usada na

fabricação de cerâmicas para revestimento, levando a uma reutilização viável desses

componentes. A substituição de parte da matéria prima das cerâmicas por esses

resíduos faz com que sejam diminuídos tanto a extração quanto o descarte total dos

mesmos, produzindo materiais com a mesma qualidade dos convencionais e

atendendo as normativas exigidas (BIFF; DA SILVA, 2016).

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Água

O reuso da água utilizada para limpeza de caminhões betoneiras se tornou um meio

muito produtivo para as empresas. A quantidade necessária de água é grande e não

pode ser descartada de qualquer maneira, pois possui rejeitos nocivos à natureza.

Visto isso, se tornou possível a reutilização na composição de novos concretos, sendo

incorporados porcentagens consideráveis de água e dos rejeitos em novos produtos.

Em quantidades corretas, resultou em concretos com resistência a compressão mais

elevadas em comparação aos concretos convencionais (MALAGUTI; et al., 2017).

Madeira e alternativas

As melhorias na utilização de materiais não se restringem apenas a fazer a sua

reutilização, mas também em utilizá-lo de forma a aproveitar ao máximo suas

dimensões. A madeira usada para confecção de formas de concreto armado é um dos

materiais que causam maior gasto na construção, sendo descartado logo após seu

uso. Existe a possibilidade de se aderir a formas de materiais plásticos ou metálicos,

que podem ser utilizadas novamente, e também aderindo aos planos de corte

computadorizados, diminuindo cortes inúteis (MOSSMANN, 2011).

Técnicas construtivas

O ‘Wood Frame’ surgiu com a proposta de uma utilização mais industrializada da

madeira, dando funções estruturais a ela, e garantindo uma estrutura segura,

econômica e viável. Consiste em fazer com que todas as paredes da construção

auxiliem na distribuição das cargas, contrariando o sistema da alvenaria onde as

cargas são encaminhadas às fundações unicamente por meio dos pilares e vigas.

Essa tecnologia faz com que os elementos possam ter dimensões transversais

menores, diminuindo também o peso da estrutura e resultando em fundações mais

rasas (SOUZA, 2013; FERREIRA, 2014).

O revestimento externo da estrutura pode ser realizado com vários materiais, podendo

ser a própria madeira, placas de PVC, ou mesmo utilizando tijolos e argamassa,

sempre buscando a proteção contra os efeitos do intemperismo. Já o revestimento

interno tem a possibilidade de ser feito por meio do drywall, uma técnica muito eficiente

que consiste na vedação de ambientes com placas de gesso unidas por meio de

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parafusos, acompanhadas de mantas capazes de diminuir os efeitos térmicos e

acústicos externos (SOUZA, 2013; FERREIRA, 2014).

O ‘Steel Frame’ é uma técnica semelhante ao ‘Wood Frame’, suas estruturas são

constituídas de aço galvanizado e formam três estruturas básicas da construção,

sendo elas a estrutura de piso, de parede e de cobertura (FERREIRA, 2014). O aço

possui propriedades muito positivas, podendo ser considerado um material muito

versátil para utilização em construções sustentáveis. Tem como vantagens ser uma

liga metálica muito resistente, totalmente reciclável, constituir estruturas mais

levianas, reduzindo o uso de materiais de suporte, e é muito flexível diante a sua

fabricação e utilização, sendo visto como um material moldável (CBCA). O

fechamento da estrutura é muito flexível, permitindo uma ampla possibilidade de

materiais desde os convencionais aos pré-moldados (CBCA, 2014).

Considerações finais

É possível perceber o quanto a sustentabilidade pode e faz diferença até mesmo no

setor da construção civil, considerado o mais poluente, trazendo meios fáceis e muito

eficientes para que sejam reproduzidos pela população e por empresas a nível global,

adaptando-se às características e necessidades de cada região.

Muito se tem a descobrir e a pesquisar sobre maneiras alternativas de construção. A

tecnologia pode ser um meio cada vez mais viável de auxílio, tornando-se uma

ferramenta indispensável. Trabalhos futuros, relacionados a maneiras de se aproveitar

melhor os recursos naturais, o potencial de produção energética fornecida pelo sol,

com custos mais baixos seriam muito bem vistos, resultando em uma economia em

massa.

Referências

ANDRADE, C.; MYNRINE, V.; DA SILVA, D. A.; MAYER, S. L. S.; SIMETTI, R.;

MARCHIORI, F. Compósito para a construção civil a partir de resíduos industriais.

Revista Materia, v. 21, n. 2, p. 321–329, 2016.

BIFF, S.; DA SILVA, M. R. Uso do resíduo sólido proveniente do processo de

beneficiamento de areia na indústria de revestimentos cerâmicos e sua influência

nas propriedades físicas dos produtos cerâmicos. Revista Matéria, v. 21, n. 4, p.

853–865, 2016.

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nx.unemat.br/sc/anais/ Caderno de Publicações, v.6, n.1, p.233, 2018

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CUNHA, S.; AGUIAR, J.; FERREIRA, V.; TADEU, A. Argamassas com incorporação

de Materiais de Mudança de Fase (PCM): Caracterização física, mecânica e

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EHRENBRING, H. Z.; TUTIKIAN, B. F.; MEDEIROS, D. R. Estudo de teores de

substituição de agregado natural por chamote de blocos estruturais cerâmicos para

desenvolvimento de grautes. Revista Matéria, v. 22, p. 13, 2017.

FERREIRA, A. S. Estudo Comparativo De Sistemas Construtivos

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Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), 2014.

FROTTÉ, C.; DI NUBILA, C. S. A.; NAGALLI, A.; MAZER, W.; MACIOSKI, G.; DE

OLIVEIRA, L. O. S. Estudo das propriedades físicas e mecânicas de concreto com

substituição parcial de agregado natural por agregado reciclado proveniente de

RCD. Revista Materia, v. 22, n. 2, 2017.

GRANDISOLI, E. Sustentabilidade: o que é, o que não é?.Autossustentável. 2014.

Disponível em:<http://autossustentavel.com/2014/03/sustentabilidade-o-que-e-o-que-

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MALAGUTI, V. dos S.; MYMRIN, V. A.; MATOSKI, A. Reúso de água e resíduos de

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SOUZA, B. A: OLIVEIRA, C,A,C; SANTANA, J, C,O; NETO, L,A,C,V; SANTOS, D,G.

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em:<https://revistas.unifacs.br/index.php/rde/issue/view/225>.

UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL COMO AGREGADO

GRAÚDO PARA PRODUÇÃO DE CONCRETO RECICLADO

Débora Bruna Nery¹; Érica Caetano da Silva²; Rita de Cassia Visoli³

¹Engenheira Civil pelo Centro Universitário Ingá; ²Engenheira Civil, docente na Universidade do Estado

de Mato Grosso; ³Engenheira Civil,docente do curso de graduação em Engenharia Civil doCentro

Universitário Ingá. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

A produção de resíduos sólidos urbanos tem atingido índices cada vez maiores.A construção civil, sem dúvida, é uma das grandes geradoras de RCD (resíduos de construção e demolição) e com isso, os desperdícios advindos desta forma de indústria, pois boa parte dos materiais que entram numa obra, acabam saindo na forma de resíduos sólidos. Com o intuito de reutilizar este material, transformando isso em uma vantagem financeira ao construtor e ao consumidor final, esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a utilização de agregados reciclados de resíduos da construção civil para a produção de concretos com substituição parcial e total de agregados graúdos. A presente pesquisa comparou um traço utilizado em obra dosado em volume, com resistência à compressão de 15,0 MPa utilizando agregados naturais, com outros traços, nos quais foram substituídos o agregado graúdo natural por agregado graúdo reciclado. Desta forma, foram elaborados quatro traços em substituição ao agregado graúdo natural por agregado graúdo reciclado, nas proporções de 25%, 50%, 75% e 100%, e estes resultados foram comparados com o resultado do traço de referência contendo 100% de agregado natural. Realizou-se os ensaios de resistência à compressão dos traços e os resultados finais demonstraram a viabilidade dessas substituições para todas as misturas. A partir do questionamento proposto para a realização desta pesquisa, os resultados dos ensaios de resistência à compressão dos corpos de prova mostraram que é possível substituir total e parcialmente os agregados naturais pelos reciclados de RCD na fabricação de concretos. Além disso, ficou demonstrado que o uso do agregado reciclado é economicamente viável e uma alternativa de matéria prima mais barata. Quanto aos ganhos financeiros verificou-se uma redução significativa nos custos de produção de concreto, uma vez que o material reciclado é bem mais barato que o convencional.

Palavras-chave: Resíduos da construção e demolição; Agregado reciclado;

Concreto; Resistência.

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UTILIZAÇÃO DO PLÁSTICO NA PAVIMENTAÇÃO

Eric Guilherme Mendes1; Maria Luiza Roman2; João Augusto Dunck Dalosto3

1Graduando em Engenharia Civil, UNEMAT; ²Graduanda em Engenharia Civil, UNEMAT; 3Mestre em

Desenvolvimento e Planejamento Territorial, docente pela UNEMAT. [email protected]

ÁREA DO CONHECIMENTO: Engenharias

Palavras-chave: Pavimentação; Polímero; Asfalto.

Introdução

As inovações nos mais diversos setores da sociedade, com o decorrer dos anos, fez

a necessidade de buscar meios para desenvolver novas técnicas e aprimorar

conceitos visando questões ambientais e econômicas. Dessa forma, o homem passou

a pesquisar novos produtos para satisfazer tal necessidade. Na área da construção

civil não foi diferente. Houve certa urgência em inserir produtos que beneficiassem o

meio ambiente e também os custos em obras, e que tivessem boa durabilidade e

qualidade nos projetos.

Na Engenharia Civil, os materiais utilizados na construção, sendo ela qualquer que

seja, foram sendo substituídos por novos que fossem mais rentáveis e menos

agressivos ao meio ambiente. “A sustentabilidade está ligada ao desenvolvimento

econômico e social de uma determinada região, sem agredir de modo significativo o

meio ambiente, minimizando o consumo dos recursos naturais primários, substituindo-

os por recursos renováveis.” (CARVALHO, 2011, p. 6).Com o crescimento

populacional e consequentemente aumento do tráfego de veículos, surgiu à

necessidade de desenvolver uma tecnologia que, incrementada ao asfalto

convencional, tivesse menor custo, vida útil prolongada e maior resistência aos

esforços sofridos no trânsito. (DANTAS, et al, 2007).

Esse estudo tem por objetivo analisar a viabilidade da incorporação de resíduos

poliméricos no asfalto convencional, de forma a melhorar suas propriedades e seu

desempenho.

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O asfalto é um material antigo utilizado desde os primórdios da civilização, porém

passou por muitas transformações até obter-se o asfalto que conhecemos hoje.

Visando a melhora do asfalto atual e analisando materiais abundantes em nosso meio,

surgiu a ideia de incrementar o plástico junto à liga asfáltica convencional.

O plástico é um material que possui diversas propriedades importantes na construção

civil, como durabilidade, resistência, maleabilidade, isolação térmica, entre outras,

que, combinadas à liga asfáltica criam um produto mais resistente a esforços, possui

baixo custo na manutenção, prolonga a vida útil da malha asfáltica e suporta

temperaturas elevadas sem sofrer deformações. (LIMA, et al, 2012).

Com base no exposto acima, é possível melhorar a qualidade e desempenho da

pavimentação asfáltica com a incorporação de polímeros? Nesse sentido a

problematização se configura e será atestada ao final deste estudo a partir das

considerações dos pesquisadores da temática, como Félix (2009), Fortes (2015), Leite

(1999), Rosa (2012) e Santana (1993).

Revisão de literatura

O pavimento é um sistema de várias camadas de espessuras diferentes dispostos

sobre uma superfície, geralmente é disposto sobre uma fundação. Os pavimentos são

construídos com o objetivo de resistir aos esforços que são gerados pelo tráfego de

veículos, melhorar as condições de rolamento, dando conforto e segurança ao local

que ele se encontra.

De acordo com Santana (1993) apud Fortes (2015), o pavimento é uma estrutura

construída sobre a superfície, obtida pelos serviços de terraplanagem, com a função

principal de fornecer ao usuário segurança e conforto, que devem ser conseguidos

sob o ponto de vista da engenharia, isto é, com a máxima qualidade e o mínimo custo.

Os pavimentos asfálticos usados nas estradas e rodovias brasileiras são fabricados a

partir do betume, derivado do petróleo, e da mistura de outros materiais com o objetivo

de aumentar a sua resistência e torná-lo mais adequado para a população.

Nos últimos tempos vem sendo realizadas pesquisas na área, a fim de encontrar

produtos que incorporados ao ligante asfáltico modifique-o e o torne menos agressivo

ao meio ambiente, econômico e viável. De acordo com Leite (1999) apud Rosa (2012)

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para aumentar sua resistência, os cimentos asfálticos de petróleo podem ser

modificados através da adição de asfaltos naturais, como gilsonita (EUA), asfaltita

(Argentina) e asfalto de Trinidad, ou ainda pela adição de fíleres (cal, cimento, sílica,

etc.), fibras (fibra de vidro, fibra de celulose e fibra poliméricas) ou por enxofre

elementar. A modificação mais utilizada atualmente é através do uso de polímeros ou

de borracha de pneus.

Os polímeros são materiais encontrados em abundância na sociedade atualmente,

existindo diversos tipos. Segundo Félix (2009), polímero é uma macromolécula natural

ou sintética, com alto peso molecular, formada pelo encadeamento de unidades

moleculares fundamentais chamadas monômeros.

Quando se adiciona polímeros à matriz asfáltica aumenta-se a impermeabilidade do

asfalto, impedindo sua deterioração pela água, e diminuindo a fragilidade ocasionada

pelas baixas temperaturas e o desgaste por abrasão.

As características dos polímeros devem ser levadas em consideração, quando este

for incrementado junto ao asfalto, pois são a partir delas que se obtêm informações a

cerca do novo asfalto modificado.

O asfalto comum é proveniente da destilação de petróleo e possui características,

como a impermeabilidade e pouca reatividade química. É um dos mais antigos e

versáteis materiais de construção que o homem utiliza, desde a agricultura até a

indústria. É um material de cor escura (preta), constituído predominantemente pelo

betume, sendo fabricado em usinas a partir da refinação do petróleo.

A pavimentação com asfalto comum foi um dos grandes avanços que a humanidade

desenvolveu ao longo dos tempos. A necessidade da melhoria de estradas e ruas

para tráfego e deslocamento de pessoas e cargas, fez com que surgissem materiais

que atendessem tal urgência.

O asfalto comum à base de betume tem sofrido bastante com as mudanças climáticas

ocorridas, o aumento da frota de veículos que circundam pelas estradas, a falta de

manutenção constante, falta de recursos e falha nos projetos de execução da obra

(AZEVEDO; FILHO), sendo assim a busca de novos materiais fez-se necessária para

resolver os problemas sofridos pelo asfalto nos dias de hoje.

A adição de polímeros ao asfalto convencional é uma técnica nova e recente no

mercado, bastante utilizada em países desenvolvidos. Porém não são todos os tipos

de polímeros que podem ser acrescentados ao ligante asfáltico. Segundo Leite (1999)

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a modificação mais empregada atualmente é através do uso de polímeros (SBR, SBS,

EVA, RET, etc.) e por borracha moída de pneu. Leite (1999) ainda afirma que existem

diversas especificações referentes aos diversos tipos de polímeros existentes no

mercado. Em geral, tais especificações baseiam-se nas propriedades referentes à

tensão versus deformação, efeitos do calor, estabilidade, recuperação elástica,

suscetibilidade térmica e módulo de rigidez.

Isso significa que a incrementação do polímero melhora o asfalto convencional quanto

á sua resistência ao calor, aumenta sua flexibilidade e durabilidade, bem como evita

o surgimento de patologias existentes no ligante betuminoso. (PREUSSLER; NEVES,

2004).

Considerações finais

O constante crescimento tanto populacional quanto a utilização de materiais

provenientes do meio natural permitiu que fossem descobertos novos meios de utiliza-

los de forma que seja mais proveitosa. A partir do estudo de artigos e teses é possível

notar que a incrementação de materiais ao asfalto comum, modificou suas

propriedades conferindo características como maior resistência, boa ductilidade e

amenizando patologias que o asfalto comum apresenta.

Dessa forma percebe-se que os avanços em pesquisas nos dias de hoje é algo que

beneficia e muito a engenharia civil, pois muitos materiais podem ser substituídos por

outros que apresentam características diferentes, porém desempenham uma melhor

função, bem como ressaltam a questão da sustentabilidade.

Referências

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Católica do Salvador – BA. Disponível em:

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SP, 2011. Disponível em:

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ÍNDICE DE AUTORES

Alex Sandro Pilatti, 195 Alexandra Bächtold, 165 Allison da Silva Bezerra, 83, 140 Amanda Rodrigues da Silva, 134 Amanda Schmitz de Oliveira, 193 Ana Caroline Mocelin Marchetto, 181 Ana Clara Abadia, 119, 159, 173 Ana Cláudia Sales Ritter, 166 Ândria Alves de Sousa, 8, 14, 20 Angélica Lourenço de Carvalho, 91 Bárbara Mendes da Mata, 166 Beatriz Maia Silva, 139 Beatriz Schwantes Marimon, 41, 83, 140,

141, 153, 172 Ben Hur Marimon Junior, 153 Betânia Arcanjo de Oliveira, 91 Bethânia Oliveira Rezende, 126 Bruno Araújo de Souza, 103, 132, 133 Bruno Luis Fiacadori, 42, 80 Camila Borazo Peixer, 228 Camila Silvia Borges, 160 Carlos Eduardo Moura Costa, 27, 43, 60 Carlos Kreutz, 146 Cecília Rodrigues Vieira, 125 Celso Maciel de Meira, 181 Cesar Crispim Vilar, 8, 14, 20, 40, 67, 73,

80, 81 Cesar Enrique de Melo, 91, 92, 104, 118 Christian Ribeiro Cardoso, 92 Clarice Polyana Andrade e Silva, 180 Claudir José Goltz, 208 Cleon Justino de Souza, 20 Daielle Carrijo, 119, 159, 173 Débora Bruna Nery, 234 Denilson Fernandes Peralta, 146 Diana Paula Bonfanti, 41 Diego Alves de Souza, 33, 73 Djeison Felipe Supptitz, 40 Eddie Lenza, 119, 159, 173 Edney Bezerra da Silva, 186 Eliel Mariano de Sousa, 42, 80 Eric Guilherme Mendes, 235 Érica Caetano da Silva, 192, 193, 234 Erivelton Costa Soares, 134 Estevão Alves da Silva, 84, 202, 215, 222,

228 Felipe Vieira Pessoa, 208

Fernando de Almeida Mantelli, 42, 80, 81 Franciele Kelly Mendes Soares, 8, 14 Francieli Silva Guimarães, 134 Francisco de Paula Athayde Filho, 105,

134, 146 Gabriel Fernando Munaro, 195 Gabriel Gonçales Miranda, 8, 26 Gabriel Henrique de Souza, 33 Genilza da Silva Mello, 166 Gilberto Romeiro De Oliveira Menezes,

41 Guarino Rinaldi Colli, 103, 125, 132 Guilherme Augusto Santana Borges, 27 Guilherme Henrique Pompiano do

Carmo, 66 Helena Soares Ramos Cabette, 90, 126,

139 Hugo Deleon Dunck, 41 Igleide Gomes de Souza, 222 Igor Araújo de Souza, 83, 133, 140, 172 Igor Santos Moreira, 26 Ingrid Paula de Souza Santos, 222 Italo Somavilla Busatto, 49 Izabel Amorim, 141, 172 James Purser Pitts, 125 Janesley João Araújo Ferreira, 43, 66 Janiel Sousa Chaves, 42, 80 Jasciene Kraemer de Souza, 113, 120 Jean Marcos Rodrigues Silva, 208 Jelvonei Darlan Lira, 54 Jennifer Brandão de Souza, 160 Jínny Édlla Moreira Silva Rodrigues

dos Santos, 26 Joana Darc Batista, 90, 126 João Augusto Dunck Dalosto, 228, 235 Joice Andreize Güntzel dos Santos, 104,

118 Jonathan Angelo de Queiroz, 97 Jordanna Gregório, 97, 160 Josiene Naves Carrijo, 84, 134, 146 Julio Cezar Xavier Nabeiro, 33, 40, 73 Júlio Miguel Alvarenga, 103, 125, 132 Julliana Lourenço Custódio, 134 Kaime Ferreira Martins, 180 Kálita Souza Silva, 14, 33, 40 Kamila Parreira da Silva Rinaldi, 92 Karina de Cassia Faria, 97, 113, 120

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Karla Monique Silva Carneiro, 84 Katia Maria Pacheco dos Santos, 26, 49 Laura Vanessa Ferreira dos Santos, 104,

118 Layla Gabriela Silva Azanki, 42, 81 Leandro Braga Godinho, 103, 125, 132 Leandro Juen, 90 Lívia Santos Lodi, 194 Lorrayne Gonçalves, 119, 159, 173 Lourival Domingos Zamuner, 192 Lourivaldo Amancio de Castro, 90, 126 Lucas Diovan Silva Pires, 215 Lucas Vinicius de Oliveira Polini, 202 Luciana Januário de Souza, 153 Luciane Cristina Rozwalka, 42, 66 Luis Paulo Lemes dos Santos, 8, 14, 67,

81 Maélly Dállet Alves Gonçalves, 160 Maikon Araújo Borges, 60 Manoel Euzébio de Souza, 20 Marcelo Alessandro Araújo, 67 Marcos Vinicius Silva Lima, 66 Maria Luiza Roman, 235 Marina Corrêa Scalon, 172 Mateus Weber Soares, 82 Maurício Ferreira Gonçalves, 27, 43, 60 Mikael Silva Paese, 27, 40 Murilo Rodrigues Martins, 27, 43, 60 Naiane Arantes Silva, 84, 103, 105, 132 Nayane Cristina C. dos S. Prestes, 153 Nayara Barros Cardoso, 133 Nayara Cristina Dal Bosco, 97 Neuzilene das Graças Rossi, 73 Núbia França da Silva Giehl, 90, 126, 139 Orismário Lúcio Rodrigues, 33 Paloma Morais Turchen, 174 Paula Viana Barros Fonseca, 139

Pedro Gabriel Tubin Santos, 141 Pedro Henrique Campelo, 103, 125 Pedro Henrique Santos Ferreira, 160 Potiguara Marques Pizarro, 67 Priscila da Silva Arruda, 192 Rafael Ferretto Londero, 82 Raiane Gonçalves Beu, 153 Raíza Domingos de Freitas, 222 Ráyca Polliana Serafim Silva, 186 Rayleen Whaiti Lopes da Silva, 92, 165 Renata Freitag, 153 Ricardo Bonifácio Barbosa, 26 Ricardo Firmino de Sousa, 113, 120 Ricardo Stefani, 166 Rita de Cassia Visoli, 234 Rodrigo de Góes Esperon Reis, 20, 66 Silvio Gonçalves Longhi, 105 Silvio Yoshiharu Ushiwata, 8, 14, 20, 40,

67, 73, 80, 81 Tainara de Paula Peixoto Santos, 91 Taynara Capelari, 222 Tayssa da Silva Flores, 33, 41 Thaís Aparecida da Silva Fernandes,

222 Tiffani Carla da Silva Vieira, 83, 140 Valéria Lima Da Silva, 41 Valério Francisco Peixer Hoffman, 49 Vandoir Holtz, 27, 43, 54, 60, 67, 81 Victor Rennan Santos Ferreira, 90, 126 Waguine Barbosa Gomes, 73 Walkíria Pederiva Ferreira, 195 Wallas Alves Pires dos Santos, 186, 194 Wesley Jonatar, 141 Wigis Pereira Peres, 92, 113, 120 Williany Bezerra da Silva, 166 Yana Karolina Scalabrin, 208

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