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ISSN 2317-7411 CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER VOLUME 2, 2010 Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Caicó RN

CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER · Angústia e finitude: o ser-no-mundo como espaço ético Thalles Azevedo de Araújo A ontologia fundamental centrada na analítica existencial

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ISSN 2317-7411

CADERNO DE RESUMOS DA

JORNADA HEIDEGGER

VOLUME 2, 2010

Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Caicó – RN

CADERNO DE RESUMOS DA

JORNADA HEIDEGGER

VOLUME 2, 2010

ISSN 2317-7411

Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Caicó – RN

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Reitor Milton Marques de Medeiros Vice-reitor Aécio Cândido de Sousa Pró-reitor de Administração Francisco Severino Neto Pró-reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis Joana D'arc Lacerda Alves Felipe Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Pedro Fernandes Ribeiro Neto

Pró-reitor de Ensino de Graduação João Batista Xavier Pró-reitor de Extensão Francisco Vanderlei de Lima

Diretora do Campus do Seridó Maria Reilta Dantas Cirino Coordenador do Curso de Filosofia José Francisco das Chagas Souza

Coordenador do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência Dax Moraes

CADERNO DE RESUMOS DA JORNADA HEIDEGGER Publicação do NEXT-Núcleo de Estudos sobre Existência

Editor responsável Dax Moraes (UERN) Corpo Editorial Dax Moraes (UERN) Edgar Lyra Netto (PUC-Rio) Fernando Antonio Soares Fragozo (UFRJ) Ligia Saramago (PUC-Rio) Marcia Sá Cavalcante Schuback (Södertörns Högskola – Suécia) Marco Antônio Casanova (UERJ) Paulo César Duque Estrada (PUC-Rio) Róbson Ramos dos Reis (UFSM) Rodrigo Ribeiro Alves Neto (UFRN) Rossano Pecoraro (PUC-Rio)

Revisão e Editoração Eletrônica Dax Moraes

Contatos Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN Curso de Filosofia A/C Dax Moraes Rua André Sales, nº 667, Paulo VI - Caicó-RN - CEP: 59300-000 Telefax: (0xx84) 3421-6513 [email protected]

SUMÁRIO

Apresentação 7 A morte como a mais autêntica possibilidade do Dasein Joelson Silva de Araújo 9 Angústia e finitude: o ser-no-mundo como espaço ético Thalles Azevedo de Araújo 10 A existência inautêntica como inapropriação do findar em Heidegger Poliana Emanuela da Costa 11 Pre-sença e morte no Ser e tempo de Heidegger Renato de Medeiros Jota 12 Finitude do outro Lis Helena Aschermann Keuchegerian 13 Ser um corpo-no-mundo na filosofia de Merleau-Ponty: uma radicalização do conceito “Dasein” de Heidegger Francisco José Sobreira de Matos 14 O fim da Filosofia Verônica Cibele do Nascimento 15 Existência e morte no pensamento heideggeriano Artevaldo da Silva Ramalho 16 Algumas considerações acerca da Carta sobre o humanismo de Heidegger Bernardo Boelsums Barreto Sansevero 17 Notas sobre o problema da verdade em Heidegger: um olhar a partir do parágrafo 44

Sidinei Schneider 18 O homem que “caminha” na poesia e para a morte Kibson Rodrigo Santos da Silva 19 O conceito ontológico-existencial de morte Rodolfo da Silva de Souza 20

Apresentação

Neste segundo volume, registramos os resumos dos doze trabalhos apresentados sob a forma de comunicação na II Jornada Heidegger, ocorrida nos dias 25 e 26 de maio de 2010, cujo tema central foi “A morte, o findar e o finar”. Desta vez, o congresso teve como cenário o Bosque dos Namorados, situado no Parque das Dunas, Natal, um local aprazível e exterior ao espaço acadêmico. Na capital, a Jornada Heidegger se mostrou mais convidativa à partipação de pesquisadores de diferentes Estados brasileiros, marcando o início de sua consolidação como evento de caráter nacional, sem mencionar o fato de mais uma vez constituir locus privilegiado para discussão dos estudos heideggerianos realizados no Estado do Rio Grande do Norte, tanto no nível de pós-graduação quanto no de graduação. Cabe aqui reiterar o agradecimento a todos aqueles que tornaram possível a Jornada Heidegger, com especial destaque para seus participantes e membros do Corpo Editorial desta publicação.

Dax Moraes

Organizador

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

9

A morte como a mais autêntica possibilidade do Dasein

Joelson Silva de Araújo

O texto tem o objetivo de mostrar como Heidegger pensou diferente acerca da morte, vendo ela não apenas como fato biológico, acabamento material do ser humano, mas como autêntica possibilidade que abre o Dasein para a existência, como possibilidade que possibilita outras possibilidades. É possível pensar desse modo quando antecipamos a nossa morte, ou seja, quando reconhecemos a morte como possibilidade que, por ser a única que é insuperável, torna todas as outras possibilidades indefinidas, abertas, que podem ou não se realizar. Considerando também que a morte só se torna realidade quando o Dasein já não é, ele nunca tem a morte como realidade, só como possibilidade - aí se afirma a autenticidade da morte como possibilidade. O Dasein vinga, pela antecipação da sua morte, se lançando num mundo cheio de possibilidades abertas.

Palavras-chave: Dasein; existencial; antecipação da morte.

Graduando em Filosofia na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Avançado do Seridó.

Volume 2, 2010

10

Angústia e finitude: o ser-no-mundo como espaço ético

Thalles Azevedo de Araújo

A ontologia fundamental centrada na analítica existencial do modo de “ser-no-mundo”, apresentada por Heidegger em Ser e tempo, pode, possivelmente, ser lida como uma ética. Uma ética “originária” cuja base não pode ser outra senão a finitude humana. A ética que vislumbramos no interior do pensamento de Ser e tempo diz que o ser-no-mundo tem-que realizar o seu ser, mas só pode assumir o seu poder-ser próprio quando “se decide” a ouvir a voz da consciência da culpa, ouvida no silêncio disposto para a angústia, que nada mais é do que uma manifestação da abertura ao mundo do ser humano: o estar-no-mundo próprio é fruto da responsabilidade para com a presença como tal e para com os outros. Portanto, o horizonte teórico de Ser tempo nos permite pensar uma possível dimensão ética na ontologia fundamental: uma ética de ser-no-mundo, do morar no mundo-projeto, do morar na transcendência finita, do abrir-se para o encontro, pois o ser-no-mundo é sempre, na origem, um movimento de abertura de possibilidades para o outro, um cuidar.

Palavras-chave: Ontologia; analítica existencial; finitude.

Doutorando em Filosofia na Universidade de Coimbra (UC), Portugal. Professor Assistente de Filosofia na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

11

A existência inautêntica como inapropriação do findar em Heidegger

Poliana Emanuela da Costa

A comunicação, que aborda a questão da inautenticidade em Heidegger a partir da primeira parte da obra Ser e tempo, tem por objetivo criar uma possibilidade de análise da vida do homem contemporâneo Ocidental no tocante aos três aspectos fundamentais que configuram sua existência cotidiana e superficial. São eles: facticidade, existencialidade e a ruína. Essas três constituições essenciais da vida existenciária, segundo a perspectiva heideggeriana, indicam o declínio do Dasein, na medida em que este se afasta da esfera do Ser em direção ao mundo dos entes ou dos objetos com os quais convive. Dessa forma, o homem se torna alheio às possibilidades que podem reconduzi-lo para o âmbito ontológico e, por conseguinte, sua dimensão mais originária que é a temporalidade. Nesse sentido, o respectivo trabalho se apresenta sobre o enfoque não só da filosofia contemporânea, como também dos problemas sociais que permeiam a atualidade. Destarte, como resultados possíveis, demonstraremos alguns aspectos centrais do pensamento de Heidegger sobre o referido tema, no sentido de resgatar o homem do seu estado de decadência para o seu modo de ser mais próprio, que é o reconhecimento e a apropriação de sua finitude.

Palavras-chave: Pre-sença; angústia; ser-para-a-morte.

Mestranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Volume 2, 2010

12

Pre-sença e morte no Ser e tempo de Heidegger

Renato de Medeiros Jota

A morte, ainda hoje, mantém-se como incógnita para os seres humanos. Ela é, segundo Heidegger, a firmação do ser-para-a-morte da pre-sença do indivíduo no mundo. Todavia, o indivíduo não experimenta o ser-para-o-fim. Esta experiência só pode ser adquirida a partir da morte do outro, porque só podemos experimentar o contato com o ser-para-a-morte, observando o aniquilamento do outro. O indivíduo, então, só pode entender o seu fim através da análise de sua pre-sença no mundo levando em consideração o ser-para-a-morte do outro. Contudo, para ele, a experiência do morrer fecha-se quando ele vislumbra o futuro. Só podemos entender o ser-para-a-morte vislumbrando a nossa pre-sença projetando nosso fim em um futuro distante. Mas não há como vivenciar a nossa própria morte que é o ser-para-o-fim, mas apenas resvalamos ontologicamente, em nosso entendimento do ser-para-a-morte. O objetivo deste trabalho, portanto, visa investigar os limites e o significado da morte na constituição fundamental da pre-sença na obra Ser e tempo de Martin Heidegger, buscando entender como a teoria tanatológica de Heidegger pode compreender a morte não como uma análise transcendente, mas imanente do indivíduo.

Palavras-chave: Morte; ser-para-a-morte; ser-para-o-fim; pre-sença.

Doutorando em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

13

Finitude do outro

Lis Helena Aschermann Keuchegerian

O findar é uma experiência pela qual o ente passará em sua própria existência, a possibilidade e inevitabilidade de não-ser do ente, mas é apenas através do outro que o findar da presença é de fato acessível. A morte dos outros é o único acesso que o ente tem à finitude. A morte é um ainda-não que já é pertencente à presença enquanto pendência. O presente trabalho pretende apresentar o tema da morte e da finitude em Heidegger abordando-o a partir de seu entrelaçamento com o termo “ser-com” e os sentidos de falta, pendência e outro.

Palavras-chave: Morte; finitude; outro.

Mestranda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), bolsista CAPES.

Volume 2, 2010

14

Ser um corpo-no-mundo na filosofia de Merleau-Ponty:

uma radicalização do conceito “Dasein” de Heidegger

Francisco José Sobreira de Matos

Utilizando-se das bases da fenomenologia de Husserl, principalmente do conceito de “Lebenswelt”, Heidegger propõe um novo modo para o pensar da interação homem x mundo, o ser do homem enquanto Dasein. Esta nova forma de Ser carrega a inovação de um mundo enquanto um “há prévio”, um mundo pré-existente, anterior ao nascer do homem. Assim, a concepção de sujeito enquanto substância diferente do mundo é rechaçada, sendo o próprio modo de ser do homem influenciado e possibilitado pelo modo como se configura o mundo. Merleau-Ponty radicaliza o Dasein em um conceito de corpo, o qual mantém o exterior e o interior humano em constante separação e união com o mundo, pelo seu caráter dúbio de ser, ao mesmo tempo, sensciente e sensível. A condição agora é ser, antes de tudo, corpo. A própria consciência emana desta forma específica de ser um corpo humano. É, pois, marcante a influência de Heidegger no pensamento de Merleau-Ponty: entre outras influências aceita o Dasein heideggeriano, mas de forma radical, “carnalizando” o homem no mundo, pelo seu pressuposto mais fundamental: ser um corpo-no-mundo desontologizado.

Palavras-chave: Dasein; corpo; ontologia.

Bacharelando em Filosofia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

15

O fim da Filosofia

Verônica Cibele do Nascimento

Esta comunicação tem como intenção meditar sobre a conferência “O fim da Filosofia e tarefa do pensamento”, do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976). Assim, tentaremos retomar os dois marcos dessa conferência, que são: o sentido do fim da Filosofia e da tarefa do pensamento. Para Heidegger,o fim da filosofia não significa o esgotamento de todas as possibilidades em que o pensamento filosófico se arriscou, mas sim, o seu fim enquanto Metafísica, momento em que a Filosofia dá-se “como o triunfo controlável de um mundo técnico-científico e da ordem social que lhe corresponde”. De acordo com isso, poderemos avistar nesse fim da Filosofia, tido como uma última possibilidade, uma primeira possibilidade, qual seja: a tarefa do pensamento. Essa tarefa é a questão do pensamento, nos indica Heidegger.

Palavras-chave: Filosofia; metafísica; ciência; alétheia; pensamento.

Graduanda em Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Volume 2, 2010

16

Existência e morte no pensamento heideggeriano

Artevaldo da Silva Ramalho

A problemática da existência humana não se distancia muito dos aspectos comuns e aparentes da contemporaneidade. O assunto da morte não deve ser tratado como um simples assunto metafísico, mas deve ser analisado do ponto de vista existencial. O tema a ser estudado parte de uma análise da obra Ser e tempo do filósofo Martin Heidegger, que tem por objetivo declarado determinar num plano ontológico uma abordagem adequada do sentido de ser. Entre as várias possibilidades de seu existir há uma diferente das outras à qual o homem não pode escapar de forma alguma: a morte. A morte é a possibilidade de se fazer uma experiência com a essência da existência, é a possibilidade intransponível. Em se viver para a morte é que se constitui o verdadeiro sentido da existência, mediante a experiência da morte. Essa experiência se obterá por meio do sentimento específico da angústia. A angústia de seu existir implica ter a coragem de olhar de frente e sentir a angústia do ser-para-a-morte. Em se pretender encontrar um sentido para sua existência, o homem assumirá a angústia até o fim de sua existência e se deparará com planos passíveis de estar inacabados frente à morte inevitável.

Palavras-chave: Angústia; existência; ser-para-a-morte.

Graduando em Filosofia na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Campus Central (Mossoró).

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

17

Algumas considerações acerca da Carta sobre o humanismo de Heidegger

Bernardo Boelsums Barreto Sansevero

Este trabalho se detém na seguinte pergunta: em que ponto a concepção heideggeriana de homem se distancia daquelas criticadas por Heidegger em sua Carta sobre o humanismo? Procurando se desvencilhar das definições negativas do tipo “a essência do homem não é uma substância”, “o homem não é uma coisa simplesmente dada”, almeja-se pensar o sentido positivo da interpretação de Heidegger sobre a essência do homem, observando que esta essência não é tão indiferente às concepções tradicionais quanto pode parecer.

Palavras-chave: Homem; humanismo; essência.

Doutorando em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), bolsista CAPES.

Volume 2, 2010

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Notas sobre o problema da verdade em Heidegger: um olhar a partir do parágrafo 44

Sidinei Schneider

O presente trabalho tem a pretensão de discutir o conceito de verdade. Ao abordarmos o problema da verdade em Heidegger dirigindo um olhar a partir do parágrafo 44 de Ser e tempo, procuramos problematizar o conceito de verdade dentro da óptica heideggeriana. Dentro dessa discussão, percebe-se que Heidegger trabalha com o conceito de verdade sob uma nova óptica, a qual vai ser definida pelo termo alemão “Dasein”. Ao analisarmos o ser, em busca da verdade, percebe-se a movimentação do Dasein, que ocupa o papel de velamento e desvelamento de sua essência, promovendo com isso uma constante busca e interpretação de sua teoria. Inicialmente será abordada a questão do Dasein; no decorrer do artigo, abordo a mobilidade do Dasein dentro do Ser e a conceituação de verdade; para finalizar destaca-se a manifestação da verdade dentro do ser.

Palavras-chave: Compreensão; Dasein; verdade.

Especialista em Filosofia e Educação na Contemporaneidade pelo Centro Universitário UNIVATES (Unidade Integrada Vale do Taquari de Ensino Superior).

Caderno de Resumos da Jornada Heidegger

19

O homem que “caminha” na poesia e para a morte

Kibson Rodrigo Santos da Silva

A pesquisa parte inicialmente do texto Hölderlin e a essência da poesia, que compreende a poesia enquanto a morada poética do habitar do homem. Para isto é necessário colocar o homem pertencente ao acontecimento último que se manifesta na proximidade de seu existir: a morte. O homem (poeta) está num confrontamento com o seu projetar-se no mundo, ou seja, numa experiência de encontro do sentido de seu existir e do seu lançar-se no mundo. Por meio da poesia se poderá poetizar a realidade efetiva enquanto transformadora do pensamento e do existir do homem no mundo contemporâneo. É desta maneira que o homem enquanto ser existente se encontrará diante do sentido do ser. A morte será aqui a possibilidade da impossibilidade de todo projetar-se. Desta forma, ele conseguirá realizar significativamente uma fundamentação e compreensão da morte como possibilidade da existência, e somente ao assumir essa possibilidade com decisão prévia é que o homem encontrará o sentido para sua existência. Assim, é na poesia e para a morte que o poeta encontrará a possibilidade de fazer uma experiência com a essência de sua própria existência.

Palavras-chave: Existência; morte; poesia.

Graduado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Volume 2, 2010

20

O conceito ontológico-existencial de morte

Rodolfo da Silva de Souza

Nossa exposição tem por objetivo apresentar, em seus traços gerais, o conceito ontológico-existencial de “morte”. Heidegger qualifica a essência ontológica do Dasein como mortal e finita. Contudo, as noções de “morte” e “finitude” empregadas por Heidegger possuem um sentido distante do usual no escopo da ontologia existencial. O Dasein, em termos existenciais, não é finito porque sua vida tenha um fim onde ela se complete. Mostraremos, em nossa exposição, a adequada interpretação da mortalidade (ser-para-a-morte) e da finitude do Dasein de acordo com as especificidades da ontologia da existência (a morte é caracterizada por Heidegger como a possibilidade máxima da existência). Para tanto, realizaremos duas etapas: 1) primeiramente, faremos a análise do ser-para-a-morte como a possibilidade da impossibilidade (tal como Heidegger expõe no §53 de Ser e tempo); 2) terminaremos mostrando a conexão entre a mortalidade e a negatividade constitutiva do Dasein.

Palavras-chave: Ser-para-a-morte; negatividade; possibilidade existencial.

Mestrando em Filosofia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).