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1 Caderno de Técnica e Prática Musical Prof. Juarez Barcellos Licença Creative Commons Violonistas, músicos, alunos, amigos e companhia, bem vindos! Em 2002, comecei a dar aulas particulares nas Em 2002, comecei a dar aulas particulares nas residências, precisei de um material didático organizado e adaptável às necessidades e interesses dos alunos, decidi então, criá-lo. Comecei por manuscritos, dois anos após, o recriei no Word em forma de métodos e apostilas, e, em 2012, comecei a editá-lo na internet em forma de aulas. Em 2007, parei de dar aulas particulares e, em 2008, fui convidado pela Secretaria de Cultura de Piraí, para dar aulas no projeto Piraí, Acordando Sons, Musicando Cultura . O resultado da soma desses anos de estudo e ensino está em alunos que tocam e cantam, outros que tocam samba e bossa nova, alguns tocam com palhetas, outros dedilham, alguns são eruditos e outros improvisadores, em fim, cada um com a sua característica respeitada e trabalhada. Classificação dos alunos: Iniciante; Popular (cifras); Erudito (cifras e partituras); Mestre (harmonia leitura e técnica). Diferenças entre Violão Popular e Violão Clássico ou Erudito O violonista popular toca suas músicas, guiado por acordes cifrados, mesmo que ele saiba ler partitura, não estará nela o foco de seus arranjos e composições. Violonistas populares podem adquirir muita técnica, tanto para execução, quanto para composição de peças e arranjos, porém, seus sentidos estão sempre voltados para o bom uso da harmonia cifrada e das técnicas improvisação. Compositores de música popular (MPB, Bossa Nova, Jazz, etc) têm suas composições analisadas e executadas, por cifras; algumas análises mais precisas apresentam a melodia em partitura e a harmonia cifrada. O violonista clássico, ou erudito, foca todo o seu trabalho na partitura, estudos, composições, arranjos, interpretações, etc., mesmo conhecendo as cifras. Os arranjos para violão clássico apresentam na partitura, além da melodia, a harmonia (acordes) com suas vozes, muitas vezes adaptadas por serem composições originais para piano ou orquestra. O Prelúdio nº3, de Heitor Villa-Lobos, é uma peça típica para violonistas eruditos, porém ao analisá- la, encontramos em seus primeiros compassos, uma série de movimentos com acordes m7(b5) utilizando toda a extensão do braço do instrumento com as cordas mi, si, sol e ré (1ª, 2ª, 3ª e 4ª); utiliza também, o desenho do acorde B7, sem pestana, formado a partir da primeira casa, se movimentando para a sétima e sexta casa; além de fazer arpejo do acorde F#7 começando na sexta corda, segunda casa (nota fá sustenido), encerrando na primeira corda, décima primeira casa (nota mi), movimento empregado em técnica de improvisação para violão e guitarra. Por meio de cifras não seria possível documentar tudo o que o autor da obra queria transmitir para os ouvintes; muito menos, para outros violonistas executarem, pois, o objetivo das cifras não é apenas facilitar, mas dar liberdade, abrindo margens para a improvisação, e esta, é o princípio da criação.

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Caderno de Técnica e Prática Musical Prof. Juarez Barcellos

Licença Creative Commons

Violonistas, músicos, alunos, amigos e companhia, bem vindos!

Em 2002, comecei a dar aulas particulares nas Em 2002, comecei a dar aulas particulares nas residências, precisei de um material didático organizado e adaptável às necessidades e interesses dos alunos, decidi então, criá-lo. Comecei por manuscritos, dois anos após, o recriei no Word em forma de métodos e apostilas, e, em 2012, comecei a editá-lo na internet em forma de aulas. Em 2007, parei de dar aulas particulares e, em 2008, fui convidado pela Secretaria de Cultura de Piraí, para dar aulas no projeto Piraí, Acordando Sons, Musicando Cultura. O resultado da soma desses anos de estudo e ensino está em alunos que tocam e cantam, outros que tocam samba e bossa nova, alguns tocam com palhetas, outros dedilham, alguns são eruditos e outros improvisadores, em fim, cada um com a sua característica respeitada e trabalhada.

Classificação dos alunos: Iniciante; Popular (cifras); Erudito (cifras e partituras); Mestre (harmonia leitura e técnica).

Diferenças entre Violão Popular e Violão Clássico ou Erudito

O violonista popular toca suas músicas, guiado por acordes cifrados, mesmo que ele saiba ler partitura, não estará nela o foco de seus arranjos e composições. Violonistas populares podem adquirir muita técnica, tanto para execução, quanto para composição de peças e arranjos, porém, seus sentidos estão sempre voltados para o bom uso da harmonia cifrada e das técnicas improvisação. Compositores de

música popular (MPB, Bossa Nova, Jazz, etc) têm suas composições analisadas e executadas, por cifras; algumas análises mais precisas apresentam a melodia em partitura e a harmonia cifrada. O violonista clássico, ou erudito, foca todo o seu trabalho na partitura, estudos, composições, arranjos, interpretações, etc., mesmo conhecendo as cifras. Os arranjos para violão clássico apresentam na partitura, além da melodia, a harmonia (acordes) com suas vozes, muitas vezes adaptadas por serem composições originais para piano ou orquestra.

O Prelúdio nº3, de Heitor Villa-Lobos, é uma peça típica para violonistas eruditos, porém ao analisá-la, encontramos em seus primeiros compassos, uma série de movimentos com acordes m7(b5) utilizando toda a extensão do braço do instrumento com as cordas mi, si, sol e ré (1ª, 2ª, 3ª e 4ª); utiliza também, o desenho do acorde B7, sem pestana, formado a partir da primeira casa, se movimentando para a sétima e

sexta casa; além de fazer arpejo do acorde F#7 começando na sexta corda, segunda casa (nota fá sustenido), encerrando na primeira corda, décima primeira casa (nota mi), movimento empregado em técnica de improvisação para violão e guitarra.

Por meio de cifras não seria possível documentar tudo o que o autor da obra queria transmitir para os ouvintes; muito menos, para outros violonistas executarem, pois, o objetivo das cifras não é apenas facilitar, mas dar liberdade, abrindo margens para a improvisação, e esta, é o princípio da criação.

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As Notas no Braço:

* A 6.ª corda é a de cima (mais grossa) e a 1.ª corda é a de baixo (mais fina).

* Os números representam as casas na extensão do braço do instrumento.

Os números acima das notas representam as casas no braço do instrumento:

0 = corda solta ( conta-se da esquerda para a direita)

1 = 1.ª casa ( dedo 1 da mão esquerda )

2 = 2.ª casa. ( dedo 2 da mão esquerda )

3 = 3.ª casa ( dedo 3 “ “ “ )

4 = 4.ª casa ( dedo 4 “ “ “ )

5 = 5.ª casa (nesta casa e nas demais, deve ser usado o dedo que facilite a ligação com a

próxima nota)

Os dedos da mão direita:

O exercício acima deve ser executado da seguinte maneira: executar as notas da 6.ª corda

com o Polegar e em seguida apoiá-lo na mesma, executar as notas das demais cordas alternando os dedos

Indicador e Médio, nota por nota, com o polegar apoiado na 6.ª corda.

A Palheta:

A palheta, firme entre o Polegar e o Indicador (fechado), alterna movimentos para baixo e para cima,

aproveitando o sentido da palheta na mudança de corda, evitando alternar novamente o sentido da palheta.

MI FÁ SOL

LÁ SI DÓ

MI FÁ SOL SOL LÁ LÁ SI DÓ SI DÓ RÉ RÉ MI FÁ

RÉ MI FÁ

6.ª CORDA 5.ª CORDA 4.ª CORDA 3.ª CORDA 2.ª CORDA

Ainda na 1.ª CORDA

1.ª CORDA

Ambos com os dedos: 1 , 3 e 4 ( nas casas correspondentes)

0 1 3 0 2 3

5 7 8

0 2 0 2 3

10 12 13

0 1 3 0 1 3

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Dedilhados diversos:

Analisando os dedos a serem usados e seus nomes:

Da mão esquerda usaremos os dedos: indicador, médio, anular e mínimo;

respectivamente nomeados com os números: 1, 2, 3 e 4.

Da mão direita usaremos os dedos: polegar (p), indicador (i), médio (m) e anular (a).

Os acordes usados em todos os dedilhados aqui expostos são C e G7.

P i m a

P a m i

a

m

p i

Nos dois modelos abaixo toca-se com os quatro dedos da mão direita simultaneamente:

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Dedilhados numerados para estudo, usando dois acordes (C e G7) : * Os dois primeiros são de compasso composto e os demais são simples.

Todos os modelos estudados aqui podem ser usados em progressões harmônica e em músicas, porém

o músico não deve se limitar, mas sim, pesquisar e criar novos recursos dentro de uma técnica eficaz.

n.º 1

n.º 2

n.º 3

n.º 4

n.º 5

n.º 6

n.º 7

n.º 8

p i m a m i

p a m i m a

p i m i a i m i

p m i m a m i m

m

p i m i a i m i

p

p m i m a m i m

p

p m a m i m a m

p a m a i a m a

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Escala Diatônica

1.º Desenho:

- O 1.º desenho se une ao 2.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 1.º des. , pelo dedo 1 do 2.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Dó (maior) ou

Lá menor relativa.

1.º desenho iniciado na 3.ª

casa e unido aos próximos

desenhos

2. º Desenho: -

- O 2.º desenho se une ao 3.º

substituindo os dedos 3 e 4 , da 6.ª

corda, no 2.º des. , por 1 e 2 do

3.º des. , também na 6.ª corda.

Escala de Lá (maior) ou

Fá # menor relativa.

2.º desenho iniciado na 2.ª

casa e unido aos próximos

desenhos.

3.º Desenho:

- - O 3.º desenho se une ao 4.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda

no 3.º des., pelo dedo 1 do 4.º des.

, também na 6.ª corda.

Escala de Sol (maior) ou Mi menor relativa.

3.º desenho iniciado na 2.ª

casa e unido aos próximos

desenhos.

4.º Desenho: -

- O 4.º desenho se une ao 5.º

substituindo os dedos 3 e 4 , da 6.ª

corda, no 4.º des. , por 1 e 2 do

5.º des. , também na 6.ª corda.

Escala de Mi (maior) ou

Dó # menor relativa.

4.º desenho iniciado na 2.ª casa e unido aos próximos

desenhos.

5.º Desenho:

- O 5.º desenho se une ao 1.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 5.º des. , pelo dedo 2 , do 1.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Ré (maior) ou

Si menor relativa.

5.º desenho iniciado na 2.ª casa e unido aos próximos

desenhos.

Obs.: Ao unir o 5.º desenho ao 1.º , reinicia-se a seqüência, podendo novamente unir o 1.º des. ao 2.º , o 2.º ao 3.º, etc. :

até alcançar as notas agudas que estão afrente da XII casa , ou até mesmo afrente da XX casa, no caso das guitarras .

Observe que na Escala de Dó que o 1.º desenho é iniciado na III casa , o 2.º des. é iniciado na V casa, o 3.º

des. é iniciado na VII casa, o 4.º des. é iniciado na X casa, o 5.º des. é iniciado na XII casa. E unindo o 5.º des. ao 1.º ,

faz com que o 1.º des. seja repetido, iniciando na XV casa, se tornando então, o 6.º desenho, e assim sucessivamente.

É muito importante saber que nas outras escalas a ordem de ligação dos desenhos é a mesma, porém, suas

casas são diferentes. Por exemplo: o 1.º desenho na Escala de Dó é iniciado na 3.º casa, porém, na Escala de Lá, este

mesmo 1.º desenho é iniciado na XII casa.

1.ª corda

6.ª corda

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Escala Pentatônica

A Escala Pentatônica possui cinco notas, enquanto a Escala Diatônica possui sete notas, porém, seguem o mesmo

critério, podendo alcançar notas agudas repetindo os desenhos, que se interligam com maior facilidade na Escala Pentatônica.

Mesmo assim a Escala Diatônica é muito mais usada, pois exerce maior importância melódica, tanto para composição, quanto

para improvisação.

5.º Desenho:

- O 5.º desenho se une ao 1.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 5.º des. , pelo dedo 2 do 1.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Ré (maior) ou

Si menor relativa.

5.º desenho iniciado na 2.ª casa e unido aos próximos

desenhos.

4.º Desenho:

- O 4.º desenho se une ao 5.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 4.º des. , pelo dedo 1 do 5.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Mi (maior) ou

Dó # menor relativa.

4.º desenho iniciado na 2.ª

casa e unido aos próximos

desenhos.

3.º Desenho:

- O 3.º desenho se une ao 4.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 3.º des. , pelo dedo 2 do 4.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Sol (maior) ou Mi menor relativa.

3.º desenho iniciado na 3.ª

casa e unido aos próximos

desenhos.

2.º Desenho:

- O 2.º desenho se une ao 3.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 2.º des. , pelo dedo 2 do 3.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Lá (maior) ou

Fá # menor relativa.

2.º desenho iniciado na 2.ª

casa e unido aos próximos

desenhos.

1.º Desenho:

- O 1.º desenho se une ao 2.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 1.º des. , pelo dedo 1 do 2.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Dó (maior) ou

Lá menor relativa.

1.º desenho iniciado na 3.ª

casa e unido aos próximos

desenhos

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Escala Pentablues

A Escala Pentablues é uma escala de blues simplificada, sua aplicação se dá melhor no Blues, no Rock, ou em

qualquer ritmo ou estilo que se queira aplicar um “efeito blues”. A escala menor pode ser usada também para tons

maiores. Até mesmo a pentatônica menor pode ser aplicada em um tom maior. Porém, seu uso deve ser cauteloso, pois seu

efeito pode não soar bem em alguns casos. Faça experiências seguindo os critérios acima.

5.º Desenho:

- O 5.º desenho se une ao 1.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda, no 5.º des. , pelo dedo 1 do 1.º

des. , também na 6.ª corda.

4.º Desenho:

- O 4.º desenho se une ao 5.º

substituindo o dedo 3 , da 6.ª corda, no 4.º des. , pelo dedo 1 do 5.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Ré (maior) ou

Si menor relativa.

Pode ser usada também

para Si maior.

Escala de Mi (maior) ou

Dó # menor relativa.

Pode ser usada também

para Dó # maior.

3.º Desenho:

- O 3.º desenho se une ao 4.º

substituindo os dedos 3 e 4 , da 6.ª

corda, no 3.º des. , por 1 e 2 do 4.º

des. , também na 6.ª corda.

2.º Desenho:

- O 2.º desenho se une ao 3.º

substituindo o dedo 4 , da 6.ª corda,

no 2.º des. , pelo dedo 1 do 3.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Sol (maior) ou

Mi menor relativa.

Pode ser usada também

para Mi maior.

Escala de Lá (maior) ou

Fá # menor relativa.

Pode ser usada também

para Fá # maior.

1.º Desenho:

- O 1.º desenho se une ao 2.º

substituindo o dedo 3 , da 6.ª corda,

no 1.º des. , pelo dedo 1 do 2.º

des. , também na 6.ª corda.

Escala de Dó (maior) ou

Lá menor relativa. Pode ser usada também

para Lá maior.

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ESCALA MENOR HARMÔNICA

A escala menor harmônica

interliga seus desenhos da mesma

maneira que as outras escalas. Sua

aplicação principal é para

improvisação ou composição apoiada

por acorde dominante e,

preferencialmente, antecedendo acorde

menor quarta justa acima. Além

disso, pode ser aplicada em acordes

formados em sua seqüência

harmônica.

O mais importante para

improvisar com essa ou com qualquer

outra escala é a qualidade melódica.

Depois o músico deve pensar em

técnicas modernas, técnicas adequadas

para cada estilo, sonoridade com

dissonância, e muitas outras coisas que

podem enriquecer o poder de criação

do músico.

Eu acredito que uma melodia

para ser agradável e manter preservada

a capacidade musical de expressar

algum sentimento deva ser:

a) pouco repetitiva;

b) que não extrapole em dissonância;

c) que não oscile bruscamente entre

graves e agudos;

d) que não tenha a velocidade como

principal virtude;

e) e que a aplicação dos recursos

técnicos do instrumento não sejam

para um exibicionismo vaidoso.

LÁ MENOR

HARMÔNICA

FÁ# MENOR

HARMÔNICA

MI MENOR

HARMÔNICA

RÉ MENOR

HARMÔNICA

SÍ MENOR

HARMÔNICA

* As bolinhas coloridas correspondem à nota tônica da escala harmônica citada ao lado.

Exemplos de aplicação da Escala Lá Menor Harmônica, sendo Lá Menor o tom “Real” ou “Implícito”:

V V7 V7(b9) V7(b13) VIIº Im (7M) bIII7M(#5)

E ; E7 ; E7(b9) ; E7(b13) ; G#º Am(7M) ; C7M (#5)

Faça a transposição deste exemplo para outros tons menores e pratique com instrumentos.

Não se esqueça: para solar bem é muito importante que todos os desenhos estejam memorizados.

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RÉ MENOR

MELÓDICA

MÍ MENOR

MELÓDICA

SOL MENOR

MELÓDICA

DÓ MENOR

MELÓDICA

ESCALA MENOR MELÓDICA

A escala menor melódica,

assim como toda escala, pode ser

usada para compor canções, fazer

arranjos e para improvisar. Não é

difícil encontrar músicos que não se

dedicam ao estudo ou à prática dessa

escala, porém ela possui recursos que

vão enriquecer muito seu poder de

criação.

No quarto e quinto graus desta

escala encontramos dois acordes com

sétima ( IV7 e V7 ) que proporcionam

a aplicação da mesma como fonte de

recurso melódico. Sem usar os nomes

gregos (para facilitar o entendimento)

tome como exemplo os acordes IV7 e

V7 da escala Dó menor melódica que

são F7 e G7 , respectivamente; fica

claro que a mesma escala pode ser

aplicada no momento em que estes

acordes soarem como base harmônica.

Veja também que os mesmos acordes

pertencem a outras escalas ( ex.: F7 =

V7 na escala de Si bemol e G7 = V7

na escala de Dó) .

Veja todos os acordes

formados na escala menor melódica e

faça experiências aplicando, sobre

eles, os desenhos da mesma. Sem

dúvida, o objetivo é observar os

acordes mais representativos para essa

escala, e não confundir o músico com

possibilidades que na prática não tem

sonoridade agradável.

Exemplos de aplicação da Escala Lá Menor Melódica:

(7M) (#5) (b5) Im bIII7M IV7 V7 VIIm7 (7M) (#5 (b5) Am C7M D7 E7 G#m7

Faça a transposição deste exemplo para outros tons menores e pratique com instrumentos.

Não se esqueça: para solar bem é muito importante que todos os desenhos estejam memorizados.

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Juarez Barcellos Progressão com tríades em escala diatônica:

I IIm IIIm IV V VIm

C Dm Em F G Am

G Am Bm C D Em

D Em F#m G A Bm

A Bm C#m D E F#m

E F#m G#m A B C#m

B C#m D#m E F# G#m

F Gm Am Bb C Dm

Bb Cm Dm Eb F Gm

Eb Fm Gm Ab Bb Cm

Ab Bbm Cm Db Eb Fm

A seqüência acima deve ser executada em linha ascendente e descendente, ou seja, do acorde I ao

VIm e do acorde VIm ao I , de preferência com ritmos.

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Progressões com tríades invertidas. (3.ª e 5.ª no baixo)

I V VIm V IV I IIm I (3.ª)

4/4 C G/B / Am G / F C/E / Dm / C //

// G D/F# / Em D / C G/B / Am / G //

// D A/C# / Bm A / G D/F# / Em / D //

// A E/G# / F#m E / D A/C# / Bm / A //

// E B/D# / C#m B / A E/G# / F#m / E //

I IV V I

(5.ª)

4/4 C / F/C / G/D / C //

// G / C/G / D/A / G //

// D / G/D / A/E / D //

// A / D/A / E/B / A //

// E / A/E / B/F# / E //

A seqüência acima é muito popular e combina acordes em estado fundamental com acordes

invertidos (com terça no baixo), fazendo um movimento de baixo descendente. E deve ser executada

com muita atenção para não comprometer a sonoridade dos acordes invertidos.

A seqüência acima combina acordes em estado fundamental

com acordes invertidos com a quinta no baixo.

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Juarez Barcellos Progressões com tríades e tétrades.

I IV V I I7M IV7M V7 I7M

C F G C C7M F7M G7 C7M

G C D G G7M C7M D7 G7M

D G A D D7M G7M A7 D7M

A D E A A7M D7M E7 A7M

E A B E E7M A7M B7 E7M

B E F# B B7M E7M F#7 B7M

F Bb C F F7M Bb7M C7 F7M

Bb Eb F Bb Bb7M Eb7M F7 Bb7M

Eb Ab Bb Eb Eb7M Ab7M Bb7 Eb7M

Ab Db Eb Ab Ab7M Db7M Eb7 Ab7M

*As progressões acima são de tom maior, para serem de tom menor a análise é muito parecida: Im IVm V7 (Vm) Im

Am Dm E7 (Em) Am Em tom menor, o acorde do V grau pode ser menor ou maior. Veja “Escala Menor Harmônica”.

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Progressão em tétrade em escala diatônica:

(b5) I7M IIm7 IIIm7 IV7M V7 VIm7 VIIm7 I7M

(b5) C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7 C7M

(b5) G7M Am7 Bm7 C7M D7 Em7 F#m7 G7M

(b5) D7M Em7 F#m7 G7M A7 Bm7 C#m7 D7M

(b5)

A7M Bm7 C#m7 D7M E7 F#m7 G#m7 A7M

(b5)

E7M F#m7 G#m7 A7M B7 C#m7 D#m7 E7M

(b5)

B7M C#m7 D#m7 E7M F#7 G#m7 A#m7 B7M

(b5) F7M Gm7 Am7 Bb7M C7 Dm7 Em7 F7M

(b5) Bb7M Cm7 Dm7 Eb7M F7 Gm7 Am7 Bb7M

(b5) Eb7M Fm7 Gm7 Ab7M Bb7 Cm7 Dm7 Eb7M

(b5) Ab7M Bbm7 Cm7 Db7M Eb7 Fm7 Gm7 Ab7M

Esta seqüência também deve ser executada em linha ascendente e descendente, de preferências com ritmo.

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Juarez Barcellos A.E.M. Progressões com acordes de empréstimo modal em tríade e tétrade:

I IV IVm I

4/4 C / F / Fm / C //

/ G / C / Cm / G //

I I7M V7/IV IV IVm

4/4 C / C7M / C7 / F / Fm / C //

/ G / G7M / G7 / C / Cm / G //

I bVI bVII I

/ D / Bb / C / D //

/ A / F / G / A //

I7M IV7M IVm6 I7M

4/4 D7M / G7M / Gm6 / D7M //

/ G7M / C7M / Cm6 / G7M //

bVII I/3.ª no baixo V7 I

4/4 G / D/F# / E7 / A //

/ C / G/B / A7 / D //

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Progressões com IIm substituindo IV subdominante.

Segundo Cadencial com Dominante Secundário: (b5) IIm7 V7 I7M IIm7 V7 Im7

(b5) Dm7 G7 C7M Bm7 E7 Am7

(b5) Am7 D7 G7M F#m7 B7 Em7

(b5) Em7 A7 D7M C#m7 F#7 Bm7 (b5) Bm7 E7 A7M G#m7 C#7 F#m7

(b5) C#m7 F#7 B7M A#m7 D#7 G#m7

(b5) Gm7 C7 F7M Em7 A7 Dm7

(b5) Cm7 F7 Bb7M Am7 D7 Gm7 (b5) Fm7 Bb7 Eb7M Dm7 G7 Cm 7 (b5) Bbm7 Eb7 Ab7M Gm7 C7 Fm7

*O acorde I7M pode ser IV7M ou V7 (de outro tom)

*E o acorde Im7 pode ser IIm7 ou IIIm7 (de outro tom) *O acorde IIm substitui o IV por promover melhor movimentação de baixo, em tom

maior e menor. Ele exerce a mesma função do IV (subdominante).

*O acorde V7 substitui o Vm por exercer melhor a função dominante. Ele pertence à

escala menor harmônica.

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Juarez Barcellos Progressão com V7(9) (com sétima e nona)

Segundo Cadencial com Dominante Secundário:

(b5) (b9) IIm7 V7 9 I7M IIm7 V7 Im7

(b5) (b9) Dm7 G7 9 C7M Bm7 E7 Am7 (b5) (b9) Am7 D7 9 G7M F#m7 B7 Em7 (b5) (b9) Em7 A7 9 D7M C#m7 F#7 Bm7

(b5) (b9) Bm7 E7 9 A7M G#m7 C#7 F#m7

(b5) (b9) C#m7 F#7 9 B7M A#m7 D#7 G#m7

(b5) (b9) Gm7 C7 9 F7M Em7 A7 Dm7 (b5) (b9) Cm7 F7 9 Bb7M Am7 D7 Gm7 (b5) (b9) Fm7 Bb7 9 Eb7M Dm7 G7 Cm 7

(b5) (b9)

Bbm7 Eb7 9 Ab7M Gm7 C7 Fm7

* O acorde dominante com sétima tem sua função fortalecida quando lhe é

acrescentada a nona.

* Quando o dominante antecede acorde menor a nona deve ser menor, porém, quando esse acorde menor é IIm, a nona pode ser maior ou menor.

* A nona menor pode ser substituída por nona aumentada.

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Juarez Barcellos

(13) Progressão com V7 (com sétima e décima terceira)

Segundo Cadencial com Dominante Secundário:

(13) (b5) (b13)

IIm7 V7 I7M IIm7 V7 Im7

13 (b5) (b13) Dm7 G7 C7M Bm7 E7 Am7 13 (b5) (b13) Am7 D7 G7M F#m7 B7 Em7

13 (b5) (b13) Em7 A7 D7M C#m7 F#7 Bm7

13 (b5) (b13) Bm7 E7 A7M G#m7 C#7 F#m7

13 (b5) (b13) C#m7 F#7 B7M A#m7 D#7 G#m7

13 (b5) (b13) Gm7 C7 F7M Em7 A7 Dm7 13 (b5) (b13) Cm7 F7 Bb7M Am7 D7 Gm7 13 (b5) (b13) Fm7 Bb7 Eb7M Dm7 G7 Cm7

13 (b5) (b13) Bbm7 Eb7 Ab7M Gm7 C7 Fm7

* É comum o uso de décima terceira acrescida ao acorde dominante.

*Décima terceira maior para preparar acorde maior e décima terceira menor para preparar acorde menor.

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Juarez Barcellos

Progressão com IIm7(11) (sétima e décima primeira)

11 9 11 (13)

IIm7 V7 I7M IIm7 V7 I7M

11 9 11 (13) Dm7 G7 C7M Dm7 G7 C7M

11 9 11 (13) Am7 D7 G7M Am7 D7 G7M

11 9 11 (13) Em7 A7 D7M Em7 A7 D7M

11 9 11 (13) Bm7 E7 A7M Bm7 E7 A7M

11 9 11 (13) C#m7 F#7 B7M C#m7 F#7 B7M

11 9 11 (13) Gm7 C7 F7M Gm7 C7 F7M

11 9 11 (13) Cm7 F7 Bb7M Cm7 F7 Bb7M

11 9 11 (13) Fm7 Bb7 Eb7M Fm7 Bb7 Eb7M

11 9 11 (13) Bbm7 Eb7 Ab7M Bbm7 Eb7 Ab7M

* O acorde IIm7 soa bem com décima primeira e também com nona. * Substitua o acorde IIm7 (11) por IIm7 (9) em todos os exemplos acima:

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Juarez Barcellos

Progressão com Sub. V7 (#11) (décima primeira aumentada)

Segundo Cadencial com Dominante Substituto

(#11) (b5) (#11)

IIm7 subV7 I7M IIm7 subV7 Im7

(#11) (b5) (#11) Dm7 Db7 C7M Bm7 Bb7 Am7

(#11) (b5) (#11) Am7 Ab7 G7M F#m7 F7 Em7 (#11) (b5) (#11) Em7 Eb7 D7M C#m7 C7 Bm7 (#11) (b5) (#11) Bm7 Bb7 A7M G#m7 G7 F#m7

(#11) (b5) (#11) C#m7 C7 B7M A#m7 A7 G#m7

(#11) (b5) (#11)

Gm7 Gb7 F7M Em7 Eb7 Dm7 (#11) (b5) (#11)

Cm7 *B7 Bb7M Am7 Ab7 Gm7 (#11) (b5) (#11) Fm7 *E7 Eb7M Dm7 Db7 Cm7

(#11) (b5) (#11) Bbm7 *A7 Ab7M Gm7 Gb7 Fm7

* O acorde sub.V7 não pode ter o mesmo nome do seu alvo. * O acorde I7M pode ser IV7M ou V7 (de outros tons)

* E o acorde Im7 pode ser IIm7 ou IIIm7 (de outros tons)

O acorde sub. V7(#11) pode receber a nota 9.

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