16
BRASÍLIA 56 CADERNO ESPECIAL Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Caderno Especial Brasília 56 Anos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Caderno Especial Brasília 56 Anos

BRASÍLIA56

CADERNO ESPECIAL Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Page 2: Caderno Especial Brasília 56 Anos

CARO LEITOR,BRASÍLIA56

Diretor de Redação Orlando Pontes

[email protected]

Diretor de Arte Gabriel Pontes

[email protected]

Diretor Comercial Júlio Pontes

[email protected]

Diretor-ExecutivoDaniel Olival

[email protected]

Brasília, cidade-síntese construída por Juscelino Kubstchek, mineiro de Diamantina, nasceu com a vocação para o progresso. Surgida nas pranchetas de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, a Nova Capital, inaugurada em 21 de abril de 1960, cumpriu, nesses 56 anos, a missão de interiorizar o desenvolvimento do País.

Brasília, este amor de cidade, arranca declarações de amor de todos os que a escolheram para viver. O sentimento de gratidão e admiração une o governador Rodrigo Rollemberg, em entrevista exclusiva nas páginas 7 a 9; a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, que assina artigo nas páginas 10 e 11; e o presidente do Tribunal de Contas do DF, em texto de paixão explícita pela capital de todos os brasileiros, na página 4.

Igualmente, nossos colaboradores Caroline Romeiro (página 5), José Matos (página 6), Luís Gabriel de Sousa (12 e 13), Tancredo Maia (14) e Fernando Pinto (15) não poupam adjetivos e agradecimentos por tudo que Brasília lhes proporcionou e proporciona. É assim que cada um reverencia a Capital da Esperança, cidade sonhada por Dom Bosco em 1883 para ser a Terra Prometida, onde jorrará leite e mel, entre os paralelos 15º e 20º.

JK transformou em realidade o sonho do padre italiano em apenas quatro anos. Contou com o determinismo e patriotismo de milhares de brasileiros que acorreram para o Planalto Central, candangos anônimos a quem o Brasília Capital também abraça nesta data festiva. E os parabeniza por uma obra tão perfeita que mereceu ser tombada, desde 1987, como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco.

E assim, a exemplo de Dom Bosco, Juscelino Kubstchek também teve suas palavras, pronunciadas no discurso de inauguração de Brasília, transformadas em uma profecia concretizada:

“Brasileiros!“Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento

a vossos lares e vos dirijo a minha saudação. Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É sobretudo para eles que se ergue esta cidade-síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos hão de julgar amanhã”.

2 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Orlando PontesEditor

Page 3: Caderno Especial Brasília 56 Anos

Agora conheçoSua geografiaA pele macia

Cidade morenaTeu sexo, teu lago

Tua simetriaAté qualquer dia

Te amo Brasília

TE AmO, BRAsíLIAalceu valença

3 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

LuLa Marques/ agência PT

Saiba mais:brasil.gov.br/brasil-de-resultados/infraestrutura

COM A BANDEIRA TARIFÁRIA VERDE,TODOS SAEM GANHANDO.

Sem a cobrança da taxa extra, a tarifa naconta de energia elétrica fi cou menor. Para o

empreendedor, isso possibilita maiscompetitividade dos negócios nos mercadosinterno e externo. E também contribui para a retomada do crescimento econômico e gera

mais oportunidades de emprego   

O Brasil não vai parar

Page 4: Caderno Especial Brasília 56 Anos

BRASÍLIA56

Renato Rainha (*)

Meu pedaço de BOm CAmInhO

Não nasci em Brasília, infe-lizmente. Sou natural de Pre-sidente Prudente, uma linda e progressista cidade do inte-rior de São Paulo. Também ti-ve a honra de morar alguns anos em Barretos – SP. Che-guei ao Distrito Federal, mais precisamente em Taguatin-ga, em 1973, acompanhando meus pais, que para cá se mu-daram na busca de melhores condições de vida.

Naquela época, Brasília e as então denominadas cidades--satélites ainda não estavam consolidadas. Construções e poeira por toda a parte eram a marca do Distrito Federal.

Apesar de todas as dificul-dades e da simplicidade daque-les tempos, havia muita alegria em todos os lugares. As pesso-as se comunicavam mais, fre-quentavam as casas umas das outras, conversavam constan-temente sentadas em bancos de madeira que os próprios moradores colocavam nas cal-çadas. Desfrutávamos de segu-

rança. Podíamos andar nas ru-as com toda tranquilidade.

Educação e saúde públicas tinham muita qualidade. Tive a honra de estudar em escolas públicas exemplares, como as Escolas Classes 23 e 06 e o CE-TN, em Taguatinga.

Hoje, nós que amamos Brasília e conhecemos sua história e sua gente maravi-lhosa, estamos intensamente preocupados com a queda da qualidade de vida e dos servi-ços públicos da capital de to-dos os brasileiros.

A insegurança tomou con-ta da nossa gente. Os hospi-tais, centros e postos de saú-de não dão conta da demanda e os nossos doentes sofrem mais e mais a cada dia. As es-colas públicas estão totalmen-te sucateadas e sem estrutura para acolher os nossos alunos.

Além do mais, Brasília, que recebia corruptos de ou-tros Estados, passou também, lamentavelmente, a ter seus próprios corruptos, muitos

inclusive com atuação na po-lítica nacional.

Por isso, cabe a cada cida-dão brasiliense, nato ou de co-ração, cuidar da cidade a que pertence e manter um olhar atento para aquilo que é de to-dos. Seja com pequenas ações na sua vizinhança, seja fiscali-zando e denunciando aos ór-gãos de controle as irregulari-dades que encontrar.

Sou imensamente grato por tudo o que Brasília me propor-cionou. Aqui pude estudar, me formar e exercer minha pro-fissão. Aqui nasceram meus fi-lhos. Aqui construí minhas sóli-das amizades. Brasília é o meu pedaço de bom caminho, é a ci-dade do nascer e do pôr do sol mais lindos do mundo.

Tenho muito orgulho de ter escolhido Brasília como a minha terra, o meu recanto, o meu paraíso.

(*) Conselheiro presidente do Tribunal de Contas do DF

4 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Page 5: Caderno Especial Brasília 56 Anos

Sou nutricionista clínica, nascida em Brasília em 1983, filha de pai mineiro e mãe to-cantinense. Aos 33 anos, sou mãe de um príncipe de um ano e dez meses, brasiliense como eu. Sou apaixonada por minha cidade e grata a Brasí-lia, que me viu nascer e hoje assiste ao crescimento de meu filho. Aqui sempre tive opor-tunidades de me tornar uma cidadã, de estudar, de traba-lhar e progredir.

Sou de uma geração em que os pais já trabalhavam fora o dia inteiro. Assim, a es-cola sempre teve uma grande importância na minha vida. Afinal, era na escola onde eu passava a maior parte do dia. Estudei dos cinco aos 14 anos no colégio católico Notre Dame. As amizades que fiz lá duram até hoje. Reunimos nossa turma todos os anos.

Fiz o segundo grau no Leo-nardo da Vinci, na Asa Sul. As-sim como o Notre Dame, a es-cola também era meu segundo lar. Fiz grandes amizades, pes-soas especiais que estão sem-pre comigo.

Em 2001, entrei na Univer-sidade de Brasília (UnB), no curso de Nutrição, que mudou a minha vida, literalmente! Na UnB fiz amigos e conheci profissionais que são referên-

cia na minha vida. Após me formar, fui trabalhar no Iate Clube, onde enfrentei muitos desafios, mas consegui vencer todos eles!

Em 2009, iniciei o mestra-do acadêmico na UnB. Minha pesquisa – uma parceria entre a universidade e Secretaria de Saúde do DF – resultou na im-plementação de um programa de intervenção nutricional e de atividade física na cidade de São Sebastião, para indiví-duos com excesso de peso.

Atualmente, sou profes-sora do curso de Nutrição da Universidade Católica e aluna de doutorado em Educação Fí-sica. Como visto, Brasília sem-pre me apresentou oportu-nidades muito interessantes, tanto em relação aos aspectos pessoais como profissionais.

Parabéns Brasília, minha terra, meu amor!

BRAsíLIA sEmpRE mE ApREsEnTOu

OpORTunIdAdEs muITO InTEREssAnTEs,

TAnTO Em RELAçãO AOs AspECTOs

pEssOAIs COmO pROfIssIOnAIs

aMor InCOndICIOnALCaroline Romeiro

5 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Lucian Fagundes/Lbv

Templo da Boa Vontade

Page 6: Caderno Especial Brasília 56 Anos

A grandiosidade dos palácios e o balé da Guarda presidencial contrasta com a serenidade e a delicadeza dos

pássaros que passeiam pelo panteão da pátria

Além do seu povo, Brasília tem no céu sua maior riqueza. “É o nosso mar”, dizem os candangos. É dele que surgem

também as músicas que embalam as homenagens à cidade

José Matos

Quando o governo ocul-to do mundo precisa de al-guém para realizar um tra-balho importante, incumbe aos psicólogos siderais a escolha da pessoa adequa-da e outros, assemelhados, para assessorá-lo ou substi-tuí-lo, caso tenda ao fracas-so. Junto a estes, milhares ou milhões candidatam-se como coadjuvantes para ajudá-lo na implementação do programa.

Quando Jesus veio à Ter-ra, candidatos de todos os tipos e níveis também vie-ram para ajudá-lo, inclusi-ve com sacrifícios pessoais, como os cristãos queimados nos circos romanos, doen-tes para serem curados, ri-cos para ajudá-lo em suas despesas, pessoas simples para receber ensinamentos importantes, e escritores para divulgar seus feitos e ensinamentos.

Numa escala menor, ti-vemos, no Brasil, JK, vindo com a missão de construir a capital federal. Imediata-mente, milhares de brasi-leiros e estrangeiros, apa-rentemente em busca de realizações materiais, esta-vam de uma forma incons-ciente colaborando para que o Dr. Juscelino cumpris-se a programação estabele-cida pelo governo oculto.

Sim, há um governo ocul-to do mundo que preside o

desenvolvimento da huma-nidade, ensinam todas as tradições espiritualistas.

No meu caso, convidado por minha irmã para vir es-tudar, não imaginava que tinha sido convocado para ajudar a construir o sonho de JK na área do Magistério. Encontrei e encontro a gran-de satisfação de exercê-lo em Matemática, Contabili-dade, Economia e Direito.

No livro "Missionarios da Luz", de Chico Xavier, vamos conhecer o signifi-cado da palavra "completis-ta": a pessoa que cumpre a sua programação existen-cial em relação a si e ao pró-ximo. É quase certo que JK foi um "completista".

eMbarcando no sOnhO dE JK

COnvIdAdO pOR mInhA IRmã pARA vIR EsTudAR, nãO

ImAGInAvA quE TInhA sIdO COnvOCAdO

pARA AJudAR A COnsTRuIR O sOnhO

dE JK nA áREA dO mAGIsTÉRIO

(*) Advogado, professor e palestrante

6 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

LuLa Marques/ agência PT

LuLa Marques/ agência PT LuLa Marques/ agência PT

Page 7: Caderno Especial Brasília 56 Anos

rolleMberg,O COnCILIAdOR

Homem religioso, governador confessa que, às vezes, se vê a meditar o por quê de Deus ter lhe confiado a missão de estar à frente do Governo de Brasília num momento tão delicado da quadra política nacional

religioso que diz ser, que às vezes se vê a meditar por que Deus lhe confiou a missão de estar à frente do Governo do Distrito Federal num momen-to tão delicado da quadra polí-tica nacional e local. Em segui-da, mais aliviado, admitiu ter dedicado os primeiros quinze meses de sua gestão “gover-nando pra dentro”, para colo-car a casa em ordem. Ao dizer que as contas estão mais equi-libradas, desfiou o rosário de obras que liberou pelos quatro cantos do Distrito Federal.

Por último, já descontraído e sorridente, Rollemberg lem-brou de sua adolescência, de

sua relação com a água e dos lugares que admira em Brasí-lia e nas cidades-satélites. Para realçar sua personalidade conciliadora, disse que, mes-mo sendo morador da Asa Sul, acabou se casando com uma menina da Asa Norte quando os jovens das duas pontas da capital da República alimenta-vam uma rixa, nos anos 1970 e 80. Conheça aqui um pouco mais o governador do DF.

BC – Como é estar à frente da cidade num momento histó-rico de exacerbação política tão aguda?Rollemberg – Sou uma pes-

soa muito religiosa, e muitas vezes, nas minhas orações, eu fico perguntando o porquê de eu ser o governador exa-tamente neste momento tão conturbado da história de Bra-sília e do Brasil. Confesso que tem sido muito difícil. Tenho vivido exclusivamente para o Governo de Brasília. Desde que eu ganhei a eleição até este momento acabou minha vida pessoal. Mas eu acredito muito no nosso povo. Sempre depois da tempestade vem a bonança. BC – Que saída o senhor ima-gina para Brasília e para o Brasil?

No final da tarde de terça--feira (12), nove dias antes do aniversário de 56 anos de Bra-sília, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) recebeu o Brasília Capital em seu gabi-nete no Palácio do Buriti para uma entrevista. A pauta era para falar sobre sua relação com a cidade onde ele chegou com apenas nove meses de vida. Mas o governador não se furtou a falar de outros assun-tos mais espinhosos.

Às vésperas da votação pela Câmara dos Deputados da admissibilidade do processo de impeachment da presiden-te Dilma Rousseff, realizada na semana passada, ele defendeu a instalação da cerca que divi-diu ao meio a Esplanada dos Ministérios para evitar con-frontos entre manifestantes contra e a favor do afastamen-to da presidente da República.

Confessou, como homem

Rollemberg - Nós estamos passando por um momento muito difícil da vida brasilei-ra. Nós vamos ter que mudar. O Brasil vai ter que mudar muitos dos seus paradig-mas em relação à política e à economia. Eu tenho muita confiança de que nós vamos ter um país melhor depois de tudo isso. É claro que a gente espera que o país possa supe-rar essa crise o mais rápido possível, porque a crise, espe-cialmente a econômica, traz muitos danos aos estados e isso compromete muito a nossa capacidade de arreca-dação e, ao comprometê-la, dificulta que a gente possa fa-zer investimentos na melho-ria da qualidade de serviço e, sobretudo, naquelas regiões que mais precisam do Estado, que são as regiões mais po-bres da cidade.BC – Como era curtir Brasília

enTreVisTa

Orlando Pontes

7 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

gusTavo goes

Page 8: Caderno Especial Brasília 56 Anos

antes de entrar para a política?Rollemberg - Brasília é uma cidade maravilhosa. Brasília é muito diversa, como, por exem-plo, do ponto de vista ambiental. É uma cidade que reúne alguns tesouros que eu pessoalmen-te gosto muito. Eu gosto muito de água. Então eu poderia citar aqui o Lago Paranoá que é um lu-gar belíssimo. Desde criança eu frequentava o Cota Mil. Depois, quando fui secretário de Turis-mo, houve o despertar do meu olhar mais atento para o Lago e o potencial dele para gerar em-prego, entretenimento e lazer. O Projeto Orla abriu as portas para a compreensão do Lago. BC – Que outros lugares o se-nhor apontaria com essas ca-racterísticas? Rollemberg – Temos a Chapada imperial, que é um lugar mara-vilhoso; a cachoeira da Cidade

da Paz; temos o Parque da Cida-de e a Água Mineral, que são lu-gares preciosos e pelos quais eu tenho um apreço enorme. BC – E as baladas?Rollemberg – Brasília tem uma grande diversidade cultural. É uma cidade de muitas festas. Na minha adolescência a cultura era de festas nas casas de amigos. A minha própria casa foi, durante muito tempo, ponto de encontro de festas. Eu tenho lembranças muito positivas disso. Mas tam-bém dispomos de espaços como o Clube do Choro; o Cine Brasília, com o Festival de Cinema; e o pró-prio Teatro Nacional. BC – O senhor curtiu o Projeto

Cabeças?Rollemberg – O projeto Ca-beças fez parte da minha ju-ventude. A partir de um de-terminado momento, isso tem muito a ver com a política. Eu passei a ter uma relação mui-to forte com a diversidade de Brasília. Eu tenho uma relação muito forte, por exemplo, por Planaltina, com a Festa do Di-vino. Desde a primeira vez que eu girei uma Festa do Divino, durante nove dias a cavalo, acampando com os foliões do Divino, eu me apaixonei por aquela festa e nunca mais dei-xei de ir. Todos os anos eu vou à Festa do Divino. Assim como adoro assistir a Via-Sacra, no Morro da Capelinha.BC – O que essas manifesta-ções culturais lhe ensinaram para a vida?Rollemberg – Lembro-me, quando fui secretário do Tu-rismo, que eu levei o João-zinho Trinta para assistir a Via-Sacra de Planaltina e ele chorava copiosamente. Ficou super emocionado, e me disse que nunca tinha visto um es-petáculo tão bonito.BC – E em relação a outras cidades do DF?Rollemberg – Adquiri tam-bém uma relação muito forte com Ceilândia. Sou frequen-tador assíduo, independente de campanha – e as pessoas sabem disso –, da feira da Cei-lândia. Paro, sempre que pos-so, na feira, vou à barraca do Naldo para comer uma dobra-dinha. Faço isso com o maior prazer. Tomo uma cervejinha, encontro os amigos. Enfim, es-sas coisas de Brasília são mui-to interessantes, Brazlândia também é uma cidade onde fiz muitas amizades. Hoje posso dizer que fiz amigos em todos os lugares do DF. BC – O que lhe dá mais pra-zer nessas ocasiões?Rollemberg – Participo de cavalgadas. É uma coisa que

gosto muito de fazer. Tem cavalgada no Gama, em São Sebastião, em Planaltina, em Brazlândia. Então, Brasília é uma cidade muito diversa, e que oferece, diferentemente do que pensam alguns, muitas oportunidades. E uma coisa le-gal de Brasília é que nós temos aqui um pouco de cada cultu-ra. Se você quiser ir a um sam-ba, em Brasília você poderá encontrar vários lugares que tocam samba; você tem rock; o forró em Brasília é dissemina-do; chorinho. Você tem os gru-pos de frevo no Plano Piloto e na Ceilândia. Em Sobradinho tem o Bumba Meu Boi do Teo-doro, que o Guará continua lá mantendo a tradição, mesmo depois da morte do senhor Teodoro. Temos um conjun-to, uma profunda diversidade cultural que deve ser valoriza-da e apreciada por todos.BC – É perceptível a sua pai-xão pela diversidade musi-cal. Não lhe corta o coração o estado de abandono da Esco-la de Música de Brasília?

Rollemberg – É uma coisa que me incomoda profun-damente. Desde quando fui deputado e senador, eu sem-pre busquei apoiar a Escola de Música. Destinei emendas parlamentares para a Escola de Música. Fico triste porque vejo ali uma crise na relação das pessoas com a gestão, e que trazem imensas dificul-dades à E.M.B. E nós temos dificuldade de agir, porque ali houve uma eleição. Um diretor foi eleito. Qualquer

pARA ACABAR COm EssA RIvALIdAdE (EnTRE AsA nORTE E AsA suL), mE CAsEI

COm umA mEnInA dA AsA nORTE. É A pROvA dE quE sOu COnCILIAdOR

BRAsíLIA É umA CIdAdE muITO

dIvERsA E quE OfERECE,

dIfEREnTEmEnTE dO quE

pEnsAm ALGuns, muITA As

OpORTunIdAdEs

8 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

gu

sTa

vo g

oe

s

Page 9: Caderno Especial Brasília 56 Anos

2018 nunCA EsTEvE TãO LOnGE. A LuTA dO dIA A dIA TEm sIdO TãO GRAndE quE nãO nOs pERmITE pEnsAR Em 2018. TEmOs quE pEnsAR nO fInAL dE CAdA mês, nO fInAL dE CAdA AnO

intervenção ali tem conse-qüências. Mas a situação está chegando a um extremo tão grande que nós estamos encaminhando um proces-so de intervenção na Escola de Música (*). Eu fico muito triste quando eu vejo a in-capacidade das pessoas de se entenderem e de buscar construir uma alternativa para uma coisa tão positiva, como a EMB.BC – Na sua época de adoles-cência havia uma certa riva-

lidade entre a galera da Asa Sul e a da Asa Norte. Qual era a sua participação? Rollemberg – Eu, para acabar com essa rivalidade, me casei com uma menina da Asa Norte. É a prova de que sou concilia-dor (risos).BC – Como anda a relação com sua família? E seus fi-lhos, preferem a Asa Sul ou a Asa Norte?Rollemberg - Meus três filhos moram no Park Way. E eu te-nho um orgulho muito grande deles, porque todos estão muito bem encaminhados e se consti-tuindo profissionalmente por méritos próprios. Fico muito feliz com isso. BC – Alguém pretende seguir a carreira política?Rollemberg – Creio que não. Tenho uma filha, a Gabrie-la, que é advogada eleitoral, muito bem sucedida, que me ajuda, me orienta muito do ponto de vista eleitoral. Te-nho o Ícaro, que decidiu ir pra iniciativa privada trabalhar numa empresa de seguros, e hoje está muito bem, sen-do premiado e sendo um dos mais eficientes profissionais da área. E ainda tenho o caçu-la, Pedro Ivo, que se formou recentemente em Direito e está, neste momento, fazen-do prova da OAB. Já passou na primeira fase, e estamos aguardando ai a segunda vir. Agora tenho uma neta, que é a alegria da família. Já somos quatro gerações da família. Tem minha mãe, minha espo-sa, meus filhos e minha neta Mel que é uma figurinha. BC – 2018 é logo ali?Rollemberg (risos) – 2018 nunca esteve tão longe. A luta do dia a dia tem sido tão gran-de que não nos permite pensar em 2018. Temos que pensar no final de cada mês, no final de cada ano. Ou seja, são muitos desafios a enfrentar no dia a dia até chegar no final do ano. Imagina chegar em 2018.

as preferidas do GOvERnAdOR

Rollemberg participa de corrida no parque da Cidade

parque da água mineral é outro local “precioso” para Rollemberg

“Lago paranoá é um lugar belíssimo”, disse o governador

9 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

anTônio cruz/agência brasiL

MarceLo caMargo/agência brasiL

reProdução/FLickr ThábaTa cunha

Fábio PozzeboM/agência brasiL

“Chapada imperial é um lugar maravilhoso”, elogiou

Page 10: Caderno Especial Brasília 56 Anos

As curvas das escadas do palácio do planalto carregam o traço do arquiteto Oscar

niemeyer, responsável pelo desenvolvimento da arquitetura moderna na capital idealizada

por Juscelino Kubitschek

Falar de Brasília nos seus 56 anos é simples, porque é uma cidade nova, saudável e dinâmica. Mas difícil por vê-la tão jovem, com problemas de uma cidade antiga. A população cresce galopantemente, a cada ano, o que demanda mais atenção dos governantes e de todos nós nos requisitos básicos para uma qualidade de vida melhor, como saúde, educação e segurança.

Entretanto, o que eu posso afirmar, como parlamentar que está à frente da Câmara Legislativa e, como tal, desejo e trabalho por dias melhores para a capital de todos os brasileiros. No Legislativo, temos não só oportunidade, mas obrigação de zelar pelo bem deste Patrimônio Histórico da Humanidade, como foi declarada em 1987, pela Unesco.

Não bastam projetos de lei, mas leis efetivas, regulamentadas. Leis que façam com que o DF ande a passos largos a fim de garantir que Brasília continue sendo uma das mais belas e modernas cidades do País.

Muito antes de ser construída, Brasília foi profetizada em Turim, Itália, pelo padre salesiano João Bosco. Ele sonhou que uma grande civilização iria nascer entre os paralelos 15 e 20 exatamente no local em que Brasília foi construída.

uMa senhora sEmpRE JOvEm

Celina Leão (*)

10 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

LuLa Marques/agência PT

Page 11: Caderno Especial Brasília 56 Anos

O sonho de Dom Bosco se realizou, e hoje podemos nos considerar como essa grande civilização. Vivemos nesta região que chamou a atenção de gente de todo o Brasil, desde a época da sua construção até os dias atuais. Todos em busca de oportunidades e da qualidade de vida que esbanja o Planalto Central do País.

Sua natureza exuberante encanta biólogos e nos faz acreditar que, aqui, é mesmo um lugar dos sonhos, mas que precisa ser cuidado e bem administrado. Que os

visitantes sejam bem recebidos, que encontrem a energia e a paz que o Cerrado oferece. E que sua população, tanto a que a adotou como cidade natal, como a nascida aqui, tenha sabedoria para fazer de Brasília a melhor cidade do mundo para se viver.

Há 56 anos, após mil dias de construção, o presidente Juscelino Kubitschek inaugurou a Capital da Esperança, instalando o Distrito Federal, no Planalto Central. A antiga solidão de que muitas pessoas falavam nos primeiros anos de vida de Brasília ficaram para trás. Deu

lugar à efervescência do cérebro das mais altas decisões nacionais.

Neste aniversário da Capital Federal, desejo passar e repassar muitas vezes por todos os seus cantos e observar os desenhos de todos os prédios públicos e residenciais que me encantam. Apreciar a arquitetura de Oscar Niemeyer e o projeto urbanístico de Lúcio Costa, para homenageá-la de perto.

Tenho fé e confiança de que o amanhã reserva um grande destino para Brasília, esta senhora sempre jovem.

(*) Deputada distrital pelo PPS e Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal

11 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

LuLa Marques/agência PT

Congresso nacional

Page 12: Caderno Especial Brasília 56 Anos

BRASÍLIA56

uM povo de BEm no avião

terrestre12 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Page 13: Caderno Especial Brasília 56 Anos

Luís Gabriel de Sousa (*)

“Véi”, foi aí que nasci e vivi por 21 anos, mas a vida me afastou do céu azul e incon-fundível da Capital. Não tenho mais Parque da Cidade para jogar vôlei e andar de patins aos finais de semana; muito menos Feira Permanente pra comprar, comer e ouvir “freguês” e “freguesa”; ruas largas como o “Eixão”, ah, isso é impossível.

Andar sobre as asas é coi-sa de doido. Procurar ende-reço com códigos alfabéticos e numéricos? Não, aqui é tudo nome grande, e quando eu falo das QNN, SQN, SQS, passo por maluco; Conjunto A, B, C? Mais maluco ainda. Quadras em linha reta? Cida-de plana? Setores específicos e clima seco de verdade? Não, não, não.

Ipês amarelos, Clube do choro onde não tem choro e as pessoas riem e ouvem o que temos de melhor na música também não têm. Grama mar-rom, céu estrelado, concur-seiros pra tudo quanto é lado muito menos. Nordeste, Norte, Sul e Sudeste no mesmo metro quadrado, comida típica do Brasil inteiro? Não, não tem.

Chamar alguém de “Véi” aqui é só para o pessoal da boa idade, mas no sentido pe-jorativo mesmo, e quando eu me expresso, ainda me dizem: “que sotaque engraçado”.

Sotaque? Que sotaque? Quem nasce em Brasília sabe que não tem sotaque. E não venha dizer que é cidade de ladrão não, porque se tem um povo de bem é esse povo que forma o avião terrestre e as cidades-satélites compon-do o quadradinho no centro do mapa.

Parabéns, brasilienses; parabéns, Brasília.

O parque da Cidade é um dos grandes pontos de encontro da capital.

são esportistas,crianças e admiradores do jardim de

sarah Kubitschek

Clube do Choro: onde não tem choro - propriamente

dito - e as pessoas riem e ouvem o que temos de

melhor na música

Os Ipês amarelos já fazem parte da rotina do brasiliense.

são eles os responsáveis por colorir o planalto Central entre junho e setembro -

período de seca na capital(*) Escritor brasiliense radicado em Curitiba (PR)

13 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

divuLgação

divuLgação

divuLgação

Page 14: Caderno Especial Brasília 56 Anos

14 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

Cheguei em Brasília em fevereiro de 1963, dias antes de completar 16 anos de idade. Vim de Rio Branco, capital do estado do Acre, para estudar. Brasília, a capital da integração nacional, era a palavra de ordem naquela época. E continua sendo.

Fiz o científico (era assim que se chamava o segundo grau) no Elefante Branco. Frequentei o primeiro cursinho pré-vestibular na Aliança Francesa. Cursei Arquitetura na Universidade de Brasília. Aqui, me casei com uma paraibana, tive filhos, descasei e casei de novo, desta vez com uma gaúcha da fronteira. Aqui, nasceram meus netos Samuel, Tomas e Letícia. Clara e Ana nasceram no Canadá.

Minha vida profissional foi no Ministério da Educação, onde atuei como arquiteto e também gestor da Educação. Como arquiteto, participei de uma equipe responsável pela construção de vários campus universitários por este Brasil afora. Como gestor, ajudei o ministro Paulo Renato a implantar o sistema de avaliação da educação superior.

Depois que me aposentei, procurei fazer algumas atividades das quais não me ocupava quando estava no batente, com a desculpa esfarrapada de que não tinha tempo. Fiz canto e conto; fiz xilogravura e fotografia.

Um dia, procurando folhas secas para modelos de xilo, encontrei um ninho de beija-flor. As lembranças dos tempos de menino nas matas e margens dos rios acreanos, onde aprendi que a natureza é mágica, sábia e incrivelmente transformadora, reacenderam no homem maduro a paixão pela observação de aves.

Depois daquela beija-flor-tesoura e seus filhotes, já são mais de 600 espécies registradas em 17 estados do país. Foram oito exposições sobre aves (individuais e coletivas) projetadas e coordenadas.

São dois livros publicados (Aves – Parque Olhos D’Água e Nasce um beija-flor, em parceria com os amigos Madalena Rodrigues e Ribamar Fonseca).

E um terceiro livro está em gestação, sobre o mundo encantado das aves, em parceria com a amiga passarinheira Leninha Caldas. Recentemente, iniciamos a publicação da coluna Conversa de passarinheiro neste Brasília Capital.

Por tudo que vivi e vivo em Brasília, pelos amores que tive e tenho, pelas amizades que fiz e se consolidaram nestes tempos, só posso agradecer a esta cidade que me deu asas e me ajuda a ser feliz.

brasília Me deu

AsAs

Tancredo Maia Filho (*)

(*) Arquiteto e observador de aves

Page 15: Caderno Especial Brasília 56 Anos

Paranoá, do alto da Ponte JK. Como men-cionei em minha autobiografia O Menino que Tinha Medo de Gente, publicada recente-mente, minha súbita e profunda paixão por Brasília aconteceu no exato momento em que pisei o chão brasiliense, na manhã de 23 de fevereiro de 1960, para cobrir, pela Última Hora, a visita do general Dwight Eisenhower, então presidente dos Estados Unidos, que seria ciceroneado por JK.

Mas esse indelével sentimento de amor implícito não foi motivado pela beleza arquite-tônica projetada por Niemeyer, até porque de concreto concluído só havia mesmo o Itama-raty, os dois blocos do Congresso Nacional, os prédios do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, ladeados pelos esqueletos dos edifícios dos ministérios.

Na verdade, o que me envolveu como um manto sagrado foi o que os espíritas chamam de energia cósmica, o que não era o caso de quem, como eu, era e continua fiel à sua fé presbiteriana. E essa mesma sensação de bem--estar e deleite, eu continuaria sentindo nos re-tornos como repórter à cidade em formato de avião, que conquistaria a admiração mundial.

Foi assim na inauguração da Capital, em 21 de abril daquele abençoado ano de 1960; na posse de Jânio Quadros, em 31 de janeiro 1961, e na sua surpreendente renúncia sete meses depois, em 25 do aziago agosto; na tentativa frustrada de golpe militar, quase logo em seguida, pelo trio de ministros: general Odílio Denys, brigadeiro Grum Moss e almirante Sílvio Heck; no fechamento do Congresso Na-cional pelo ditador-general Castelo Branco; e incontáveis vezes, profissionalmente, até que vim para ficar, em 1981, e me inserir, eterna-mente, no coração da cidade Bem-Amada (**).

Desde então, procuro usufruir o conforto que a Capital oferece aos seus moradores, incluindo a caminhada matinal sob a abóbada de árvores frondosas, das quais ouço os trina-dos maviosos de sabiás e o alegre pi-pi-pi dos pardais. Como aqui em casa minha mulher Ledinha, meus filhos Fernanda, Cláudio, meu genro Marcus são todos espíritas e acredi-tam na reencarnação, caso aconteça comigo, pedirei a São Pedro, o porteiro do Céu, para renascer em Brasília, de preferência numa maternidade da Asa Sul.

Amém!

(**) Já está registrado em Cartório: depois de morto, meu corpo será cremado e as cinzas serão jogadas no Lago Paranoá, do alto da Ponte JK.

Fernando Pinto

15 n Brasília, abril de 2016 bsbcapital.com.br

uM siMples

pedido asãO

pEdRO

(*) Jornalista e escritor

arquivo/ebc

Page 16: Caderno Especial Brasília 56 Anos

Brasília é exemplo de que um plano sempre pode mudar para melhor. Antes conhecida apenas como a capital do país, hoje Brasília vai além do Plano Piloto, representando toda a diversidade econômica e cultural do Distrito Federal. Por isso, há 50 anos o BRB acompanha a trajetória de Brasília e faz tudo para apoiar os planos de quem faz a história da cidade.Para os planos de agora e para aqueles que podem surgir no futuro, conte com o BRB, o banco que faz tudo por você.

O plano era traba lh ar na construção

de Bras í l i a e voltar para a min h a terra,

no d ia em que con hec i a mulher da min h a vida .mas os planos mudaram

www.brb.com.br· BRB Telebanco 61 3322 1515 · SAC BRB 0800 648 6161

· Ouvidoria 0800 642 1105 · SAC/Ouvidoria PcD 0800 648 6162