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Especialistas em pequenos negócios

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Caderno Pronatec

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  • Especialistas em pequenos negcios

  • Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE

    Unidade de Capacitao Empresarial UCE

    CADERNO DE APRESENTAO

    Braslia DF

    2013

  • 2013. Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAETODOS OS DIREITOS RESERVADOSA reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610).

    INFORMAES E CONTATOServio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAEUnidade de Capacitao Empresarial UCE SGAS 605, Conjunto A Asa Sul CEP: 70200-904 Braslia-DFTelefone: (61) 3348-7529 Fax: (61) 3349-4563www.sebrae.com.br

    Presidente do Conselho DeliberativoRoberto Simes

    Diretor-PresidenteLuiz Eduardo Pereira Barretto Filho

    Diretor-TcnicoCarlos Alberto dos Santos

    Diretor Administrativo e Financeiro Jos Claudio dos Santos

    Gerente da Unidade de Capacitao EmpresarialMirela Luiza Malvestiti

    Coordenao Nacional Flvia Azevedo Fernandes Marcela Souto de Oliveira Cabral Tavares

    Consultor ContedistaFlvia Azevedo FernandesMarcela Souto de Oliveira Cabral TavaresPaulo Henrique de Abreu Carmo

    Projeto grfico e DiagramaoGrupo Informe Comunicao Integrada

  • SUMRIO

    Apresentao ....................................................................................................... 6

    Sinalizadores ......................................................................................................... 8

    Introduo ............................................................................................................. 9

    Educao Empreendedora: Moda ou Mola? ....................................................... 10

    Pronatec Empreendedor ..................................................................................... 11

    Implementao do Pronatec Empreendedor: parcerias estratgicas ................. 15

    Estrutura e Estratgias ....................................................................................... 17

    Empreendedorismo: um pouco de histria ........................................................ 20

    Empreendedorismo no Plural ............................................................................. 22

    Caractersticas Empreendedoras ........................................................................ 27

    "Ser ou No Ser": afinal, professores so ou no so empreendedores? ........... 32

    Desmistificando Conceitos ................................................................................. 35

    Qual Mesmo o Combustvel? .......................................................................... 36

    Hora de Ir ............................................................................................................ 37

  • APRESENTAO

    Pensar o empreendedorismo em nosso pas requer considerar o quo diversificado e cultural o tema.

    Por envolver pessoas e saberes, o empreendedorismo extremamente dinmico, principalmente considerando-se as dimenses continentais de nosso pas, suas ricas e extremamente importantes diversidades regionais e as mltiplas nuanas culturais. Todos esses fatores possibilitam que o empreendedorismo se manifeste de forma singular em cada regio e mesmo cidade de nosso pas, influenciado que pela herana cultural, pelas vivncias, as historicidades, pelas realidades econmicas e sociais absolutamente nicas de cada pedao de cho (com seus cheiros, sabores, cores e gentes) que formam o nosso Brasil.

    Com tal pano de fundo em mente, este material no foi elaborado com o propsito de uniformizar saberes ou mesmo buscando a reproduo em srie e esttica de um contedo to rico. A inteno foi elaborar uma produo leve, interativa que, ao informar, tambm estimulasse concomitantemente reflexo, a ressignificao e a aplicao prtica dos aprendizados construdos.

    O material trata de um tema, empreendedorismo, e de um Programa que visa disseminao do tema junto aos cursos tcnicos e profissionalizantes, a saber: O Pronatec Empreendedor.

    Isto posto, cabe esclarecer que as informaes sobre o Pronatec Empreendedor direcionadas a voc, professor(a), foram reunidas em dois materiais, disponibilizados em dois formatos: um impresso e outro virtual (eletrnico).

    As orientaes conceituais e os alinhamentos metodolgicos esto reunidos no material CADERNO DE APRESENTAO DO PRONATEC EMPREENDEDOR.

    Por sua vez, as sugestes de ferramentas que podero auxili-lo(a) na ministrao dos contedos relacionados temtica do empreendedorismo esto reunidas no material CAIXA DE FERRAMENTAS, no qual voc encontrar propostas

    relacionadas a vrias mdias (sites, livros, filmes) alm de dicas sobre dinmicas e vitalizadores.

  • 7Caderno de Apresentao Apresentao

    Enquanto que o CADERNO DE APRESENTAO possui um contedo mais informativo e descritivo (portanto, com um vis mais conceitual e estruturante), a CAIXA DE FERRAMENTAS, por sua vez, possui um carter mais dinmico, mais voltado ao processo prtico de implementao do Pronatec Empreendedor. No caso da caixa de ferramentas, ela material constituintedo Ba do Sebrae. Esse ba encaminhado para as escolas participantes do Pronatec Empreendedor.

    Alm desses materiais, o professor capacitado conta, no site do Pronatec Empreendedor, com um servio de suporte e apoio pedaggico para esclarecer dvidas e encontrar soluo para eventuais dificuldades que vier a enfrentar na aplicao da disciplina. Dispe, tambm no site, de uma sala dos professores, uma comunidade virtual na qual pode, com outros professores, trocar experincias e ideias, compartilhando boas prticas de ensino e solues encontradas para problemas comuns. Tais recursos e ferramentas possuem tambm o objetivo de reunir, resgatar, estimular e disseminar as colaboraes e intervenes dos educadores que, com voc, participam diretamente do processo de por a mo na massa e fazer acontecer o Pronatec Empreendedor.

    Por fim, cabe ressaltar que este material foi elaborado na crena que o mesmo somente ser relevante se voc, estimado educador(a), resolver dar vida a ele: interagindo com os contedos, criticando, propondo melhorias, reconhecendo suas aplicaes e, sobretudo, contextualizando-o sua realidade.

    Em um pas de to rica diversidade como o nosso, o Pronatec Empreendedor e qualquer outro material a ele relacionado, somente produzir resultados exitosos se valorizar, estimular, apoiar e reconhecer o esforo e papel de pessoas como voc, estimado(a) professor(a), que trabalha de forma comprometida na busca da construo diria daquela que se constituir (em conjunto com outras variveis estratgicas), na base para o desenvolvimento estrutural de nosso Brasil, ou seja, a Educao Empreendedora.

    Boa leitura e bom trabalho!

  • SINALIZADORES

    De forma a estimular uma interao amigvel com voc e permitir focos e nfases mais especficas, no corpo deste trabalho so utilizados alguns sinais, cada um deles com uma destinao toda prpria. Vamos a eles:

    Ttulo: NO ALVOFuno: Trata-se do ponto principal a ser destacado no texto

    Ttulo: CONCENTRANDO A AMOSTRAFuno: Resume vrias ideias anteriormente expostas no documeto

    Ttulo: REFINANDO A ANLISEFuno: Fomentar uma reflexo mais detalhada do tema tratado

    Ttulo: INDO MAIS LONGEFuno: Fomentar uma reflexo mais expandida do tema apresentado

  • INTRODUO

    Iniciar com voc essa construo conjunta sobre o ensino do empreendedorismo nos cursos de educao profissional e

    tecnolgica trata-se de tarefa to estimulante quanto desafiadora.

    Como so muitas as alternativas conceituais possveis pelas quais possvel enveredar, vamos balizar nossa caminhada pelo conceito de Educao Empreendedora.

    Como bom educador, voc deve estar se perguntando: ora, em sua essncia, por acaso existe educao que no seja transformadora, que no potencialize mudanas, que no seja... empreendedora?

    Sim, como todos os que militam na Educao sabemos, infelizmente ainda existe uma prtica que privilegia a transmisso esttica e acrtica de dados e informaes, sem estimular reflexes nem to pouco a aplicao dos saberes na forma de aes positivamente transformadoras.

    A Educao Empreendedora prope a ruptura desse modelo.

    Ento, antes de prosseguir, surge a necessidade de alinharmos o nosso conceito sobre Educao Empreendedora para

    possibilitar a melhor compreenso e aplicao sobre esta temtica.

  • MODA OU MOLA?Educao Empreendedora

    Embora exista uma variedade de conceitos, correntes doutrinrias e interpretaes relacionadas ao tema, de forma geral, o entendimento sobre Educao Empreendedora passa por compreender que ela prioriza o equilbrio entre o querer fazer e o reunir as condies para poder realiz-lo. Nela, no basta ensinar contedos tcnicos e mesmo apresentar ao estudante os muitos dilemas e desafios de nossa sociedade estimulando-o a pensar caminhos de mudana: preciso efetivamente capacit-lo a construir esses caminhos por meio de aes concretas e tecnicamente embasadas que tenham efetiva capacidade transformadora e, sobretudo, o levem aliar a teoria prtica.

    Assim, a Educao Empreendedora aquela que ajuda o estudante a enxergar e avaliar determinada situao, assumindo uma posio proativa frente a ela, capacitando-o a elaborar e planejar formas e estratgias de interagir com aquilo que ele passou a perceber. Interagir, aqui, no remete de forma alguma a acomodao ou aceitao, pois muitas vezes o caminho escolhido ir

    requerer mudanas, transformaes, pois a realidade encontrada pode no ser a desejada.

    No Alvo Portanto, a Educao Empreendedora aquela que auxilia na compreenso da realidade, estimulando a reflexo sobre como a mesma foi construda e remete para sua transformao por meio de aes empreendedoras planejadas e tecnicamente embasadas.

    Nela, o empreendedorismo passa a ser entendido no somente como uma disciplina e sim, sobretudo, como um padro de comportamento que remete para um conjunto de prticas (aes) transformadoras, as quais, para que se efetivem, requerem o domnio de conceitos e tcnicas especficas.

    Educao Empreendedora aquela que capacita o estudante para a ao, o estimula e compele a transformar positivamente sua realidade, nas esferas pessoal, econmica e social.

  • EMPREENDEDORPronatec

    Agora, pode ser que voc esteja pensando: ora, exatamente assim que busco atuar como professor(a). O que eu preciso de mais estmulo e recursos para realizar o meu trabalho.

    Sim, precisamente por saber que existe todo um exrcito de profissionais que j pensa e age dessa forma que surgiu a proposta do Pronatec Empreendedor como estmulo e ferramenta para o aprimoramento de tal prtica educacional.

    Ento, o que mesmo Pronatec Empreendedor? Para podermos avanar, necessrio esclarecermos sobre suas origens, objetivos, estrutura e estratgias.

    Primeiramente, precisamos falar do gnero maior, o Pronatec, antes de comentar sobre a espcie: O Pronatec Empreendedor.

    Criado no ms de outubro de 2011, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego (PRONATEC), do Ministrio da Educao MEC tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educao Profissional e Tecnolgica (EPT) para a populao brasileira. Para tanto, prev uma srie de subprogramas, projetos e aes de assistncia tcnica e financeira.

    Referidas aes esto em sintonia com o disposto nas Referncias Curriculares Nacionais da Educao Profissional de Nvel Tcnico (RCNEPT), as quais prevem a construo de saberes para o desenvolvimento de competncias ligadas, dentre outros aspectos a:

    Aplicao de conceito de princpios e gesto

    Percepo e a anlise de condies e oportunidades de trabalho

    Como voc pode observar, o disposto nas RCNEPT traz a luz a necessidade de se estudar sobre empreendedorismo, o fazendo de forma crtica e contextualizada, focando-se na aplicao prtica dos saberes.

  • 12 Caderno de Apresentao Pronatec Empreendedor

    Tal necessidade se mostra ainda evidente quando se percebe que vivemos em uma sociedade que exige cada vez mais que as pessoas sejam empreendedoras, autnomas, com competncias mltiplas, que saibam trabalhar em equipe, que tenham capacidade de aprender com situaes novas e complexas. Que elas possam enfrentar novos desafios e sejam capazes de promoverem transformaes. Em decorrncia dessa realidade, a Educao Empreendedora passou a ocupar posio de relevncia no campo econmico e social. Passou a ser de grande importncia aprender sobre empreendedorismo.

    Tendo esta questo como pano de fundo, tornou-se evidenciada a necessidade de se abordar o empreendedorismo de forma mais enftica e focada nas transformaes da realidade, estimulando professores, estudantes e escolas a fomentarem antes do que aes isoladas, uma cultura empreendedora. Sobre a cultura empreendedora, a intenso que se forme e consolide a partir de uma percepo dos valores sociais positivos e se firme com base na valorizao das potencialidades das pessoas, estimulando-as a assumirem postura proativa frente aos desafios e oportunidades que se nos apresentam hoje, estabelecendo, ainda, as bases para um desenvolvimento sustentvel que venha a assegurar s prximas geraes de brasileiros os recursos para que elas mesmas tenham como enfrentarem e superarem seus prprios desafios.

    Por outro lado, passou a ser absolutamente prioritrio refletir e apresentar resposta para a questo que se impunha ao estudante concludente de um curso tcnico, o qual tinha diante de si o seguinte desafio: certo, agora que conclui o curso, o que exatamente eu fao com o que sei fazer?. Considere, por exemplo, o egresso de um curso Pronatec de Eletricista Industrial. Concludas as duzentas horas de carga horria do curso, qual a direo que o egresso deveria seguir se, por acaso, no houvesse indstria prxima de onde ele morava? Ou, e se a indstria existente no estivesse contratando? Ou, se estivesse contratando, como ele deveria se comportar para ser selecionado? E se houvesse sido contratado, como ele deveria se comportar para se destacar na atividade e se manter empregado? E se, aps um tempo de exerccio efetivo da profisso, ele fosse demitido? De maneira geral, aquelas duzentas horas do curso no haviam preparado o nosso hipottico egresso para responder a nenhum dessas perguntas, pois no

    so perguntas sobre corrente eltrica, circuitos ou leitura de plantas. Contudo, sem o adequado preparo para responder a elas, o nosso egresso simplesmente poderia ter comprometido radicalmente o exerccio de sua atividade profissional.

  • 13Caderno de Apresentao Pronatec Empreendedor

    Ficou evidente que j no bastava preparar o estudante para saber fazer; passou a ser imprescindvel prepar-lo para contextualizar esse saber em uma nova realidade social, em uma nova economia, estando capacitado, por meio de recursos tcnicos e comportamentais, para perceber e melhor se posicionar frente as oportunidades surgidas: era necessrio prepar-lo para empreender.

    Neste contexto surge o Pronatec Empreendedor, com o foco de agregar ao Pronatec que j existia a perspectiva do auto-emprego, alm do desenvolvimento de competncias empreendedoras que so fundamentais para a trabalhabilidade conceito indicado nos RCNEPT como componente da dimenso produtiva da vida social.

    No Alvo Portanto, a proposta do Pronatec Empreendedor fomentar em todos os atores envolvidos (sobretudo, professores e estudantes) a percepo de que to importante quanto assimilao e compreenso dos conhecimentos tcnicos necessrios ao exerccio de determinada atividade profissional o entendimento de que precisamos nos tornar protagonistas de aes empreendedoras que gerem efetivo impacto positivo na sociedade.

    De nenhum modo se pressupe que todos os estudantes devero se tornar empresrios (o que seria uma viso reducionista do tema); o que se busca a formao da compreenso de que, seja como empresrio, seja como profissional liberal, seja como empregado da iniciativa privada, seja como servidor pblico, enfim, seja como cidado, os protagonistas do Programa precisam desenvolver habilidades e competncias que lhes permitam atuar como protagonistas conscientes no processo de construo de mudanas sociais a partir de suas realidades, empreendendo nas mais multifacetrias formas e reas.

  • 14 Caderno de Apresentao Pronatec Empreendedor

    O pblico do Pronatec Empreendedor estimulado a pensar no seu projeto de futuro (pessoal e profissional) de forma empreendedora. A qualificao profissional com uma viso mais ampliada pea chave neste processo, visto que sem o conhecimento tcnico adequado e sem os requisitos comportamentais requeridos as mudanas estruturantes em nossa sociedade ficaro apenas no campo das ideias.

    Neste sentido, o Pronatec Empreendedor abre frentes de discusso e qualificao para voc, educador(a) que se percebe como protagonista de transformaes e tambm para quem, seja como empreendedor empresarial, seja como profissional liberal, empregado da iniciativa privada, executivo ou funcionrio pblico assuma uma postura proativa frente vida, despertando o seu lado empreendedor.

  • PRONATEC EMPREENDEDOR:PARCERIAS ESTRATGICAS

    Implementao do

    De forma a viabilizar a operacionalizao do Pronatec Empreendedor, o Servio Brasileiro de Apoio Micro e Pequena Empresa SEBRAE, por meio da assinatura de Acordo de Cooperao, estabeleceu parceria com o Ministrio da Educao e Cultura (MEC) e com todo um conjunto extremamente representativo de entidades e instituies as quais entendem que o empreendedorismo pode e deve ser fomentado em suas mais variadas formas e aplicaes de maneira a gerar transformaes positivas em nossa sociedade.

    Assim, no se refere temtica do empreendedorismo, se estabeleceu uma conexo lgica entre as bases conceituais e os objetivos finalsticos do Pronatec que j existia, as referncias curriculares do MEC e a misso e atuao histrica dos parceiros institucionais formadores das redes ofertantes do Pronatec.

    Para sua informao, seguem relacionados os Sistemas Nacionais de Aprendizagem e os Conselhos representativos os quais, em parceria com o MEC e o Sebrae, ancoram o Pronatec Empreendedor:

    Refinando a Anlise Entidades parceiras do Pronatec Empreendedor:

    Senac (Servio Nacional de Aprendizagem Comercial)

    Senai (Servio Nacional de Aprendizagem Industrial)

    Senar (Servio Nacional de Aprendizagem Rural)

    Senat (Servio Nacional de Aprendizagem do Transporte)

    FIEC / CEPIN (Fundao Indaiatubana de Educao e Cultura / Centro Educacional Profissional de Indaiatuba)

    CONDETUF (Conselho Nacional de Dirigentes das Escolas Tcnicas vinculadas s Universidades Federais)

    CONIF (Conselho Nacional das Instituies da Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica)

    CONSECTI (Conselho Nacional de Secretrios Estaduais Para Assuntos de Cincia, Tecnologia e Inovao)

    CONSED (Conselho Nacional de Secretrios de Educao)

  • 16 Caderno de Apresentao Implementao do Pronatec Empreendedor: Parcerias Estratgicas

    Resumo Esquemtico do Programa

    Foco no empreendedorismo,

    entendido como sendo o processo consciente, planejado,

    qualificado e contnuo de gerao de mudanas positivas, seja pelo

    vis empresarial seja pela escolha pessoal

    Prona

    tec Em

    preen

    dedo

    r

    Parceria MEC, Sebrae, Sistemas Nacionais de Aprendizagem

    e Conselhos

    Pronatec

    RCNEPT

    Referncias Curriculares Nacionais da Educao

    Profissional de Nvel Tcnico

  • ESTRATGIAS

    Entendidas as origens, o pblico-alvo e o foco do Pronatec Empreendedor, vamos descrever de forma sucinta sua estrutura e estratgias.

    1 EtapaSENSIBILIZAO

    Pblico-Alvo:Professores, Estudantes

    e Escolas

    PROFESSORESCartilha e vdeo para apresentar os benefcios de trabalhar com o tema do empreendedorismo e afirmar o protagonismo do professor para o sucesso de qualquer ao educacional.

    ESTUDANTES Cartilha no formato de Mang e vdeo no formato de videoblog.

    ESCOLAS

    Ba com o mote aqui tem empreendedorismo. O ba composto, dentre outras coisas, por publicaes sobre empreendedorismo, guia com recomendaes de sites e filmes que tratam do tema, banner, marcadores de livro, livros, etc.

    Foco: Empreendedorismo

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    Estrutura e

  • Caderno de Apresentao Estrutura e Estratgias

    2 EtapaCAPACITAO

    Pblico-Alvo:Professores e Estudantes

    PROFESSORES

    ESTUDANTES

    Os professores so os responsveis pela aplicao do Pronatec Empreendedor e, para tanto, oferecida uma capacitao online com quatro semanas de durao, contemplando o repasse e o estudo referente capacitao de estudantes.

    disponibilizada uma disciplina de empreendedorismo com carga horria de 52h, divididas em 03 mdulos, que contempla, dentre outras, as seguintes competncias: Compreender o mercado de trabalho e o mundo do trabalho para o desenvolvimento do seu projeto de vida / Identificar os tipos de empreendedorismo e suas caractersticas / Reconhecer a importncia do desenvolvimento de atitudes empreendedoras para o seu projeto de vida / Desenvolver um plano de vida e de carreira.

    Foco: Empreendedorismo

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    No Alvo Um diferencial que o professor capacitado conta, no site do Pronatec Empreendedor, com um servio de suporte e apoio pedaggico para esclarecer dvidas e encontrar soluo para eventuais dificuldades que vier a enfrentar na aplicao da disciplina. Alm deste servio de apoio, dispe, no site, de uma sala dos professores, uma comunidade virtual na qual pode, com outros professores, trocar experincias e ideias, compartilhando boas prticas de ensino e solues encontradas para problemas comuns. Por fim, a partir de necessidades constatadas pelo acompanhamento desta comunidade virtual, alguns eventos virtuais de curta durao so oferecidos a partir do site Pronatec Empreendedor, complementando a capacitao inicial na direo de uma capacitao continuada, apoiada nas necessidades do educador.

    Acha-se prevista a realizao de uma Especializao e/ou um mestrado na rea de Educao Empreendedora, com vistas a qualificar professores, bem como estimular pesquisas sobre o tema.

  • Caderno de Apresentao Estrutura e Estratgias

    3 EtapaPREMIAO

    Pblico-Alvo:Professores, Estudantes

    e Escolas

    PROFESSORES

    ESTUDANTES

    Os professores apresentam metodologias de ensino-aprendizagem empreendedor e escolas relatam experincias que provocaram mudanas, na escola e/ou comunidade aps a implantao de aes empreendedoras. Para professores, ainda acontece um Concurso de Objetos de Aprendizagem, que compem o banco do MEC, bem como o site do Pronatec Empreendedor.

    Os estudantes apresentam relatos/experincias resultantes de aes de empreendedorismo que importaram em transformaes em sua vida ou no seu entorno aps o contato com a temtica.

    Foco: Estmulo e Reconhecimento

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    Indo mais longe Em 2013, primeiro ano da implantao do Pronatec Empreendedor, cerca de 1000 professores foram capacitados para a aplicao dos contedos de empreendedorismo em 15 cursos de educao tcnica e profissional.

    Esses contedos sero incorporados a outros cursos do Guia do Pronatec, de maneira gradual. At 2018, a meta atingir at 6.000.000 estudantes.

  • UM POUCO DE HISTRIAEmpreendedorismo:

    Vistas as origens do Pronatec Empreendedor, cabe, agora, estabelecer suas conexes com o empreendedorismo. Assim, a primeira das perguntas que iremos buscar responder : Quais so as origens do empreendedorismo?

    H uma corrente que defende a ideia de que a histria da humanidade pode ser entendida a partir da evoluo dos seus processos criativos, transformadores, portanto, empreendedores.

    Visto por tal tica, independente de conceituaes ou construes tericas ou marcos histricos, o empreendedorismo sempre esteve presente em nossa histria.

    Para efeitos meramente didticos, possvel referenci-lo de forma temporal destacando que a maioria dos pesquisadores atribui a criao do termo empreendedorismo a Richard Cantillon, importante escritor e economista do sculo XVIII, pois ele utilizou pela primeira vez o termo francs entreprendre dentro da teoria econmica. Antes disso, entrepreneur (termo ingls derivado do verbo francs entreprendre) tinha outro significado. Os estudiosos afirmam que at o sculo XVIII entrepreneur era geralmente usada relacionada a expedies militares e significava assumir empreitada que exigia esforo e muito empenho. A histria mostra que Cantillon tambm foi o primeiro a registrar que a ao de empreender est envolvida pela incerteza, sobretudo quanto ao lucro. Ele tambm foi um dos primeiros a fazer a diferena entre o empreendedor (aquele que assume riscos de iniciar e tocar o empreendimento) e o capitalista (aquele que fornecia o capital).

    Enquanto Richard Cantillon diversificou o emprego do termo, o economista francs Jean-Baptiste Say descrito como o pai do empreendedorismo pois foi ele quem primeiro estabeleceu os referenciais tericos dessa nova temtica.

  • 21Caderno de Apresentao Empreendedorismo: Um Pouco de Histria

    A partir da, o conceito vai evoluindo gradativamente, sofrendo transformaes interpretativas e contextualizaes na razo direta em que o tema passou a ser cientificamente estudado e metodologicamente acompanhado por um nmero cada vez maior de pesquisadores de reas to distintas quanto, por exemplo, Economia e Educao; Antropologia e Administrao.

    Sem dvida que o salto qualitativo ocorreu quando a Sociologia e a Psicologia se voltaram para estudar o empreendedorismo, pois o conceito que havia nascido como um vis notadamente econmico assumiu uma interpretao mais extensiva a partir do instante em que foi possvel se identificar claramente determinado padro de comportamento que, com pequenas variaes, se repetia de tal forma e incidncia, que passou a caracterizar um grupo de pessoas as quais, independente de serem ou no empreendedores empresariais (donos de uma empresa), conseguiam transpor a barreira do sonho, do desejo, e colocarem em prtica suas ideias, superando os obstculos, passando a verem as oportunidades como um componente natural nas mudanas.

  • NO PLURALEmpreendedorismo

    Com a diversificao de aplicaes do termo e aps a identificao do elemento comportamental associado ao ato de empreender, vrias formas de entender o empreendedorismo passaram a ser estudadas e classificadas.

    Para efeitos meramente didticos, vamos resumir essas mltiplas classificaes em trs grandes grupos, a saber: o empreendedorismo de negcios, o intraempreendedorismo e o empreendedorismo social. Vejamos, de forma resumida, pontos de destaque em cada uma delas.

    EMPREENDEDORISMO DE NEGCIOS

    Quando se fala em empreendedorismo de negcios estamos empregando o termo no seu sentido mais usual, pois trata-se do comportamento empreendedor vinculado a um negcio, uma empresa, a um empreendimento empresarial que visa o lucro.

    O empreendedorismo de negcio se evidencia quando o empreendedor tem uma ideia e a transforma em uma atividade empresarial, seja por necessidade (por exemplo, quando ele foi demitido e no encontrou nova recolocao) ou quando ele vislumbrou uma oportunidade de fazer algo novo ou de forma melhor, aperfeioando o que j existe. Aqui, variveis tais como planejamento, criatividade e inovao so essenciais para o sucesso da empreitada. No necessrio que o empreendedor crie, descubra ou invente um produto ou um servio novo. Ele pode oferecer um produto ou servio que j exista, contudo, de forma mais barata, mais rpida ou com melhor qualidade em relao aos seus concorrentes, buscando obter a remunerao financeira pelo trabalho e capital investidos. Esse tipo de sacada uma das caractersticas do empreendedorismo de negcio.

  • 23Caderno de Apresentao Empreendedorismo no Plural

    Refinando a Anlise Aqui cabe propor uma reflexo sem preconceito: no h nada de errado ou censurvel em visar o lucro. O empreendedorismo de negcio gera emprego, recolhe impostos e deve ser construdo sobre as bases da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentvel. Aqui, como em qualquer outra forma de organizao e mobilizao humana, o que no se pode jamais aceitar que o interesse privado se sobreponha ao pblico; que os fins justifiquem os meios; que o metal tenha mais valor do que as pessoas.

    INTRAEMPREENDEDORISMO

    Voc j leu, j ouviu e provavelmente at j falou sobre as habilidades e competncias requeridas pelo mercado para o profissional de nossos dias: proatividade, assertividade, resilincia, lealdade, autonomia, flexibilidade, capacidade de administrar conflitos, foco em resultados... ufa, melhor nem avanar mais. So de fato muitos os recursos que se exige para quem deseja ingressar no mercado de trabalho atual ou pretende nele se manter.

    Mas, sem medo de errar, o profissional mais procurado, disputado mesmo pelo mercado aquele capaz de administrar os recursos e processos que esto em seu poder como se eles fossem seus prprios, com o chamado esprito de dono. A lgica bem simples (embora sua prtica no seja necessariamente das mais fceis): se o colaborador administra

  • 24 Caderno de Apresentao Empreendedorismo no Plural

    os recursos da empresa/instituio como se fossem seus, muito provavelmente desperdiar menos materiais, faltar menos ao trabalho, buscar desenvolver novos caminhos de forma a superar os desafios e aperfeioar os processos internos. Esse profissional possui um nvel de motivao pessoal e inteligncia emocional que lhe possibilita desenvolver estratgias e articulaes as quais, via de regra, viabilizam a implantao de susas propostas.

    Quando se comporta assim, esse profissional est empreendendo dentro da empresa (rgo ou instituio), promovendo mudanas, propondo projetos e melhorias com o objetivo de colaborar para que a misso e viso institucional sejam alcanados. Esta uma das conceituaes mais tradicionais do Intraempreendedorismo, o qual se aplica tanto ao funcionrio da iniciativa privada quanto ao servidor pblico, independentemente do cargo, rgo e funo.

    Antes de avanar, fundamental destacar que existe uma grande diferena entre o comportamento baseado no Intraempreendedorismo e aquele decorrente de uma postura subserviente. O intra-empreendedor mantm uma postura crtica e positiva, baseando sua atuao no conceito de mtuo benefcio, ou seja, suas sugestes, ideias e propostas precisam agregar valor para a empresa (rgo ou instituio), assim como precisam propiciar a ele o devido reconhecimento. Caso a balana esteja pendendo somente para o outro lado, o intra-empreendedor deve reavaliar, no o seu comportamento, mas se vale a pena manter o vnculo com a empresa ou instituio

    EMPREENDEDORISMO SOCIAL

    Os mais vividos lembram-se de uma propaganda que usava como frase de efeito a famosa, parece mais no .

    Isso se aplica como uma luva aqui, pois o Empreendedorismo Social tem basicamente as mesmas caractersticas do Empreendedorismo de Negcios, pois ele tambm pode ocorrer por necessidade ou por oportunidade. Ele tambm

  • 25Caderno de Apresentao Empreendedorismo no Plural

    requer planejamento, criatividade e inovao, estabelece metas e foca em resultados. Ento, cabe perguntar, qual a diferena entre o Empreendedorismo Social e o Empreendedorismo de Negcios? Bem, no Empreendedorismo Social a remunerao pelo planejamento, gesto e pelo trabalho realizado no financeira.

    Mas, ento, o que se ganha com ele? O intangvel e absolutamente vital impacto social positivo o que remunera as aes do empreendedorismo social.

    Veja: Se, por exemplo, os programas sociais no esto atendendo satisfatoriamente as necessidades de determinada comunidade, o empreendedor social busca articular formas alternativas e criativas de envolver os atores (poder pblico, iniciativa privada e sociedade civil no necessariamente sempre juntos) na busca das solues.

    Empreendedores sociais devem planejar suas aes e estarem preparados para reagir rapidamente frente a novas e inesperadas situaes, devendo administrar com muita ateno seus fluxos de caixa, pois o Empreendedorismo Social precisa recorrer a mtodos e ferramentas gerenciais comprovadamente exitosos na iniciativa privada, empregando-os para gerar resultados positivos que beneficiem a sociedade.

    Em pases emergentes com o caso do Brasil, a importncia do Empreendedorismo Social vital na busca do equacionamento dos significativos passivos sociais, ambientais e econmicos existentes, seja cobrando e fiscalizando a ao do Poder Pblico, seja propondo formas alternativas de soluo para os problemas, seja se articulando e mobilizando para atuar como protagonista do processo de construo de uma sociedade mais justa.

  • 26 Caderno de Apresentao Empreendedorismo no Plural

    Indo mais longe Vivemos em uma sociedade cada vez mais individualista. Nos isolamos com medo de aproveitadores e usurpadores. Todos temos em mente histrias de desvio e descaminho de doaes que so feitas com os mais nobre propsitos. Sim tudo isso verdade.

    Contudo, tambm verdade que existe gente sria fazendo coisas srias para contribuir para que todos vivamos em um mundo mais adequado para humanos viverem nele.

    S para constar: qual foi mesmo o ltimo projeto social, ou melhor, qual foi a mais recente ao de empreendedorismo social com a qual voc se comprometeu?

    SUGESTO DE APLICAO: Quando resolver trabalhar o contedo dos tipos de empreendedorismo em sala de aula, a sugesto que voc busque exemplific-los mesclando referenciais nacionalmente conhecidos com exemplos mais regionalizados para que os estudantes associem o tema a pessoas, empresas e instituies por ele conhecidos.

    Tenha somente o cuidado de, ao escolher os exemplos, evitar aqueles que tenham maior potencial de confundir ou polemizar do que esclarecer.

  • Independe de suas motivaes, j vimos que os empreendedores agem com base em um conjunto de caractersticas bem definidas as quais podem ser estudadas, classificadas e agrupadas.

    Como estamos falando de seres humanos e de comportamento, obviamente devemos considerar que existe uma srie de variveis que influenciam e sofrem influncia dessas caractersticas. Assim, quando se relaciona, por exemplo, a persistncia como sendo uma das caractersticas empreendedoras, bvio que no se espera que o empreendedor seja assim 24 horas por dia, 365 dias por ano. Como todo ser humano, ele ter dias bons e dias no to bons e precisamente por isso que a persistncia uma de suas caractersticas, pois apesar dos dias no to bons e das adversidades que podem at influenciar circunstancialmente em

    seus sentimentos, o empreendedor toma a deciso de persistir na direo dos objetivos por ele traados.

    Os estudiosos do tema costumam relacionar como empreendedoras as seguintes caractersticas:

    Busca de Oportunidades e Iniciativa

    Persistncia

    Correr Riscos Calculados

    Exigncia de Qualidade e Eficincia

    Comprometimento

    Busca de Informaes

    Estabelecimento de Metas

    Planejamento e Monitoramento Sistemticos

    Persuaso e Rede de Contatos

    Independncia e Autoconfiana.

    EMPREENDEDORASCaractersticas

  • 28 Caderno de Apresentao Caractersticas Empreendedorasl

    De forma a possibilitar uma melhor compreenso sobre o tema, vamos a uns rpidos comentrios sobre cada uma dessas caractersticas:

    Busca de Oportunidades e Iniciativa

    Entendida com a capacidade do empreendedor se antecipar aos fatos e criar oportunidades de negcios com novos produtos e servios. Um dos conceitos vinculados a esta caracterstica o da proatividade. O empreendedor costuma vislumbrar oportunidades onde outros s enxergam crise e instabilidade.

    Persistncia

    Trata-se da determinao de enfrentar os obstculos e buscar super-los de forma a se atingir o objetivo estabelecido.

    Correr Riscos Calculados

    H no senso comum a ideia de que o empreendedor uma pessoa arrojada, que se lana de cabea em um projeto, se entregando de corpo e alma.

    Olha, e no bem assim. fato que, esteja ele focado no seu negcio, ou na rea social ou que tenha sua linha de atuao voltada para dentro de uma empresa ou organizao, o empreendedor precisa ter disposio para assumir desafios e no correr da raia.

    Contudo, preciso medir o passo antes de iniciar a caminhada para evitar ficar pelo meio do caminho. pensar no melhor estando preparado para o pior. Em resumo: antes de iniciar a jornada, o empreendedor precisa avaliar se tem suprimentos

    (principalmente emocionais, logsticos e financeiros), seja para enfrentar uma longa e imprevisvel caminhada, seja para, se necessrio, fazer o caminho de volta. De preferncia, vivo.

  • 29Caderno de Apresentao Caractersticas Empreendedorasl

    Exigncia de Qualidade e Eficincia

    Lembra da mxima: Se para fazer, que seja bem feito. Essa caracterstica distingue bem o autntico empreendedor daquele (talvez at bem intencionado) aventureiro. O empreendedor tem um padro elevado de qualidade e eficincia, e no se contenta antes de alcan-lo, e quando consegue atingir o patamar desejado, ele inicia a difcil tarefa para se manter no topo. Seu lema buscar fazer sempre mais e melhor, buscando superar as expectativas de prazos e padres de qualidade.

    Comprometimento

    Fazer com que uma ideia saia do papel e se transforme em realidade exige do empreendedor uma grande parcela de sacrifcio pessoal, de dedicao e comprometimento. Precisa se manter comprometido com ele prprio, com a famlia, com seus valores, com amigos, colaborar com a equipe e desenvolver uma relao de confiana com seus clientes.

    Busca de Informaes

    Voc j sabe que a informao um bem extremamente valioso e perecvel em altssimo grau. Dada a velocidade do mundo virtual, determinada informao que era valiosssima pode ter rapidamente perdido o seu prazo de validade e se tornado obsoleta. Para evitar ser surpreendido negativamente (ou mesmo para poder enxergar primeiro uma oportunidade) o empreendedor deve

    buscar constantemente dados e informaes sobre clientes, fornecedores, concorrentes, mercado e sobre o prprio negcio.

    Estabelecimento de Metas

    O empreendedor sabe que sonhar s o comeo. preciso transformar sonhos em metas at para que ele saiba se est caminhando na direo certa. A meta possibilita a delimitao do foco e a mensurao dos custos envolvidos na

  • 30 Caderno de Apresentao Caractersticas Empreendedorasl

    tarefa, assim como dimensionar os resultados previstos. clssico o acrstico que nos ajuda a gravar algumas das principais caractersticas relacionadas palavra Meta:

    Mensurvel (d para medir, quantificar)

    Especfica (quando se referir, por exemplo, a uma data, necessrio definir dia, ms e ano. Quando se tratar de valores financeiros, preciso definir a moeda e o montante).

    Tangvel (enquanto o sonho subjetivo e fica no mundo das abstraes, a meta incide sobre coisas concretas, de tal forma que se torna possvel ver, pegar, enfim, interagir concretamente com o resultado decorrente do cumprimento da meta)

    Alcanvel ( fato que a meta precisa ser desafiadora, estimulante, nos tirando da zona de conforto. Contudo, a meta precisa ser realista. O que voc acha, por exemplo, de uma pessoa com 1,66 m de altura ter como meta ser o atacante de ponta titular da seleo brasileira de vlei?). Assim, fundamental estabelecer objetivos to desafiadores quanto alcancveis.

    Planejamento e Monitoramento Sistemtico

    O empreendedor planeja antes de fazer. Ele define aonde quer chegar, escolhe as melhores estratgias e calcula quais os recursos necessrios para lev-lo at o destino estabelecido. Definido o rumo, e traada a rota, ser necessrio periodicamente consultar o GPS do planejamento, para saber se estamos indo na direo certa.

    Persuaso e Rede de Contados

    Persuaso e manipulao so conceitos radicalmente opostos. Manipular levar algum a fazer algo que ele, se tivesse a informao correta, provavelmente no faria. O manipulador enxerga as pessoas como meios para que ele atinja seus prprios

    e egostas propsitos.

  • 31Caderno de Apresentao Caractersticas Empreendedorasl

    Persuadir levar o outro a fazer algo pelo convencimento decorrente da apresentao clara de ideias e propsitos. O convencimento aqui decorre da argumentao sincera e da apresentao honesta dos riscos e vantagens envolvidos. O empreendedor cativa seguidores, pessoas que de forma consciente e livre, resolvem comprar a ideia, se comprometendo com o processo de torn-la realidade.

    Nesse processo, o empreendedor acaba criando ou se integrando a redes de contato, formadas por pessoas que podem ajud-lo a atingir o seu objetivo.

    Independncia e Autoconfiana

    O empreendedor precisa ter autonomia pessoal para agir e manter permanentemente a confiana em sua capacidade e o foco em seus objetivos. Obviamente, no se trata de arrogncia, a qual antecede runa. O arrogante, pensa que se basta s; o empreendedor independente e autoconfiante sabe que precisa ouvir, prestando ateno nas pessoas que esto com ele na empreitada e em suas opinies, reavaliando suas prpiras posies e seguindo em frente.

  • AFINAL, PROFESSORES SO OU NO SO EMPREENDEDORES?

    Ser ou No Ser?

    Depois de apresentar a voc o empreendedorismo, chegou a hora de contextualiz-lo no ambiente da escola e buscar estabelecer as conexes do mesmo sua prtica como educador(a).

    Vamos, ento, propor a voc a leitura da hipottica situao abaixo, elaborada no melhor estilo: trata-se de uma obra de fico, onde qualquer semelhana com a realidade ser mera coincidncia.

    Apresentamos a saga do Fileo. Recm concludo o seu curso de Bacharelado em Qumica, ele iniciou e concluiu uma ps com foco no ensino da Qumica dos Materiais. Em seguida, se submeteu e foi aprovado no concurso pblico para o cargo de professor substituto promovido por uma instituio tecnolgica que havia inaugurado h um ano um novo campus no interior do seu estado. Idealista, entusiasmado e cheio de grandes ideias, Fileo, assumiu suas funes como professor de Qumica para o ensino tcnico. Na primeira reunio de planejamento, ele foi bem recebido pelos demais colegas e teve a oportunidade de apresentar o seu plano de aula e o planejamento do semestre. Suas ideias eram de fato muito interessantes pois ele pretendia demonstrar aos estudantes as inmeras aplicaes prticas e a capacidade de abertura de novos horizontes decorrentes do ensino da Qumica. Para sua surpresa, a maioria de seus novos colegas tratou de traz-lo para realidade, uns com apaixonadas abordagens ideolgicas contestatrias, outros mostrando as grandes limitaes do laboratrio da escola, pois, embora a estrutura fsica fosse nova, no havia reagentes, a balana tinha vindo de outra unidade e no estava aferida, a biblioteca era paleozica, os estudantes estavam descomprometidos e, de um modo geral, os professores estavam desestimulados.

    Fileo estava diante de um dilema (no necessariamete indito): ou ele deixava que as desculpas verdadeiras o imobilizassem, ou ele buscaria rotas de escape. Ele descobriu bem cedo que as grandes batalhas no so, via de regra, travadas externamente, mas sim, internamente. A presena (ou ausncia) da autoconfiana e persistncia, do desejo de realizar, de correr riscos calculados, de ser criativo e capaz de convencer a outros do valor, importncia e aplicao de nossas ideias faz toda a diferena.

  • 33Caderno de Apresentao Ser ou No Ser? Afinal, Professores So ou No So Empreendedores?

    Bem, como aqui a proposta de construirmos de forma interativa o entendimento, ento o final dessa saga fica por sua conta. Conseguir Fileo ministrar suas aulas de forma criativa e estimulante, mesmo com todos os limitadores externos? Seus estudantes se sentiro desafiados a romper a barreira da mdia e perceberem que, em ltima instncia, o mximo que se pode fazer por eles apresent-los s ferramentas certas e mostrar como as utilizar, cabendo a cada um a responsabilidade por suas prprias construes?

    Talvez de alguma forma voc se sentiu representado(a) nos dilemas do nosso Fileo. provvel que voc no precise se esforar muito para lembrar as inmeras vezes em que teve se posicionar frente a dilemas semelhantes (ou alguns ainda mais crticos).

    O objetivo da saga do Fileo relembrar o quanto educao e empreendedorismo so temas que se enxergam e complementam, pois s voc sabe o quando, por vezes (e em alguns casos, muitas vezes) teve que recorrer a mirabolantes contorcionismos criativos (e mesmo correr alguns riscos) para ministrar suas aulas ou prticas de laboratrio, dadas as limitaes existentes.

    A grande verdade que todos os que militamos na Educao, independente de correntes e ideologias, nos vemos como agentes de transformao, como profissionais que atuam na linha de frente auxiliando pessoas a encontrarem e ou fazerem seus prprios caminhos.

    Lembra que convidamos voc para escrever o final da saga do Fileo? Se voc o fez com base em sua prpria prtica como Educador(a) comprometido(a) com o processo de transformao social, ento bem provvel que o Flieo tenha escolhido o caminho no qual esto presentes as caractersticas empreendedoras que j estudamos: Busca de Oportunidades e Iniciativa, Persistncia, Correr Riscos Calculados, Exigncia de Qualidade e Eficincia, Comprometimento, Busca de Informaes, Estabelecimento de Metas, Planejamento e Monitoramento Sistemticos, Persuaso e Rede de Contatos, Independncia e Autoconfiana. Tais caractersticas, se voc pensar bem, esto presentes no dia-a-dia de quem faz acontecer de fato a educao em nososo pas.

  • 34 Caderno de Apresentao Ser ou No Ser? Afinal, Professores So ou No So Empreendedores?

    , ser professor ser empreendedor, e empreendedor que busca o estado da arte, mesmo considerando todas as dificuldades e dificultadores existentes, pois, no h como dissociar a atividade educadora da prtica empreendedora daqueles professores comprometidos com sua vocao.

    Independente das legtimas (e por vezes conflitantes) concepes ideolgicas, todos concordamos que j passou muito da hora de rompermos com um modelo que privilegia a terica reteno cumulativa de conhecimentos que no estimula a gerao de novos saberes e nem a aplicao transformadora das realidades.

    O Pronatec Empreendedor entende que o professor tem papel absolutamente fundamental e imprescindvel neste processo. Nenhum programa voltado para a educao empreendedora, por melhores e nobres que sejam suas intenes, obter resultados duradouros se no for dado ao professor apoio, relevncia e estmulo para que ele desempenhe suas funes como educador.

    Celso Antunes traz para este assunto, uma viso muito pertinente. Ao comentar sobre qual deve ser a postura do educador frente viso de algumas pessoas em maximizar os aspectos da concorrncia (predatria) e que defendem que importante vencer a qualquer custo, ele pondera:

    preciso abdicar desses conceitos e, com critrio, ressaltar a importncia da aceitao das diferenas, a compreenso sobre os valores humanos e, com esses temas, criar discusses para que o estudante possa refletir. Assim, agimos como rbitros imparciais, mostrando que toda moeda possui duas faces e que no pode existir conquista sem tica e sucesso individual sem a construo social.

  • CONCEITOSDesmistificando

    Talvez um dos maiores equvocos que se pode ter com relao educao empreendedora seja pressupor que ela nivele e limite a atuao do estudante ao empreendedorismo de negcios.

    Em nosso pas, precisamos de empreendedores e de empresrios.

    Empreendedor aquele que produz mudanas positivas na sociedade a partir de sua percepo, habilidades e competncias. Seu foco de atuao no se limita a apenas uma rea, pois no se trata de agir isoladamente dessa ou daquela maneira e sim de assumir uma postura, um comportamento contnuo voltado para produzir transformaes positivas que transbordem e influenciem novas prticas.

    Por sua vez, empresrio aquele que concentra sua atuao na idealizao, estruturao e operao de uma determinada estrutura empresarial com o foco no retorno financeiro.

    No Alvo A Proposta do Pronatec Empreendedor que voc professor(a), estimule em seus estudantes uma postura empreendedora frente vida e as oportunidades nela surgidas.

    Os contedos programticos dos cursos ministrados atravs do Programa, trabalham questes cognitivas. O foco no ensinar a fazer.

    J sua atuao como professor(a) precisa ser permanentemente focada em estimular, dentre outras, reflexes tais como:o que fazer com o que se sabe fazer

  • COMBUSTVELQual mesmo o

    Como estamos falando de atitudes comportamentais (suas, de seus alunos e de outras pessoas), torna-se pertinente perguntar: Por que algum faz o que faz?. Afinal, o que realmente motiva as pessoas? A busca da resposta a essas perguntas inquieta os estudiosos do comportamento humano h bastante tempo. A mais conhecida lista de elementos motivacionais que temos foi elaborada pelo psiclogo americano chamado Abraham Maslow, o qual estruturou a famosa pirmide das necessidades ou, como ficou mais conhecida, a pirmide de Maslow. Segundo ele, na base dessa pirmide esto as necessidades bsicas (ou fisiolgicas), seguindo-se os demais nveis de necessidades: proteo e segurana, afeto e pertencimento, autoestima e realizao pessoal. Obviamente, h quem discorde dessa estruturao.

    Hoje h uma tendncia entre a maioria dos pesquisadores de considerar serem trs as motivaes fundamentais que compelem a ao das pessoas, a saber: desejo de conseguir sucesso, poder e afiliao (pertencimento).

    Sobre o tema, Nicolas Westerhoff prope a seguinte simplificao: Os motivados pelo pertencimento se sentem recompensados quando ouvem Eu gosto de voc. Quem se motiva pelo poder gostaria de ouvir: Voc o chefe e os que buscam o sucesso, Voc bom no que faz.

    O objetivo aqui propor uma reflexo: Fugindo dos perigosos esteretipos, em sua opinio, quais so os elementos motivadores do empreendedor de negcios, do empreendedor social e do intra-empreendedor? Qual o combustvel deles?

    E quanto a voc? O que realmente te motiva? Se a resposta j foi encontrada, fica mais fcil pensar em caminhos e estratgias para atingir o alvo.

  • Vimos neste trabalho que o Pronatec Empreendedor se originou do PRONATEC e tem como principal objetivo estimular os alunos dos cursos tcnicos pratica do empreendedorismo (em suas mais variadas e criativas formas).

    Percebemos juntos, que o empreendedorismo no se liga to somente a um ato, mais sim a um processo, a uma maneira de encarar o mundo e de viver a vida.

    Vimos que onde houver pessoas ai haver a necessidade de se transformar, de se criar, de se inovar... de ser empreendedor. Portanto, o empreendedorismo est diretamente relacionado a um conjunto de caracterstica comportamentais e no se limita a uma nica atividade, como por exemplo, a atividade empresarial. Famlia, escola, igreja, trabalho, sindicato...variados so os grupos nos quais o empreendedorismo pode encontrar espaos para se manifestar de forma positivamente trasnformadora.

    Foi ressaltado, que no Pronatec Empreendedor a figura do(a) professor(a) de vital importncia, visto que por voc passar o desafio no somente de apresentar com foco cognitivo os contedos tcnicos. A proposta ir alm, visto que os alunos devero ser estimulados a atuarem como protagonistas de suas histrias, ressignificando os contedos buscando formas criativas de aplic-los, tendo como mote: o que eu fao com o que eu estou aprendendo ou mesmo com o que eu j sei fazer?

    Neste trabalho vimos vrios temas, assuntos e propostas. Talvez alguns j lhe fossem familiares, e possvel que voc, com outros, tenha tido um primeiro contato.

    O Pronatec Empreendedor chegou com uma srie de propostas e estratgias focadas no estmulo ao comportamento empreendedor. Para implement-lo, foi necessrio romper com uma srie de esteretipos e lugares-comuns. Foi necessrio desafiar para que espectadores se tornassem protagonistas; que estudantes e estruturas sassem de suas zonas de conforto e assumissem uma nova postura frente aos desafios e oportunidades de nossos dias.

    HORA DE IR

  • 38 Caderno de Apresentao Hora de Ir

    Tudo isso somente foi possvel e continuar sendo porque parte e passa por voc. Basta querer? No, no se trata de mudanas instantneas efceis. Sem dvida que sua motivao pessoal para fazer acontecer vital, tanto quanto vital que voc associe a elaa determinao para fomentar as mudanas por meio de sua capacitao e melhoria contnua.

    Obviamente, somente podemos colher o que tivermos plantado e to pouco, pode-se oferecer ao outro elementos dos quais ns mesmos temos carncia. Sobre o assunto, cabe relembrar o que o grande filsofo contemporneo Djavan cantou em versos:

    S eu sei As esquinas por que passei S eu sei s eu sei Sabe l o que no ter e ter que ter pra dar Sabe l sabe l

    Nossas historicidades, encontros e desencontros nos permitiram chegar at onde estamos. Aquela placa em obras bem pode caracterizar o estado de quem se percebe em permanente transformao e se acha aberto a novos desafios.

    O fato que a vida no se vive no iderio, se vive nos embates, nas idas e vindas, nas perdas e nas conquistas de quem no busca fora, mas que encontra dentro de si as razes para seguir em frente.

    H tempo para todo propsito debaixo do sol. Ento, que este seja o tempo de realizarmos uma boa e promissora sementeira.

    Que sua caminhada seja bem sucedida.

    Vitrias.