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Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO DA CAIXA DE
CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO CARTAXO, C.R.L.
1. Estrutura de Governo Societário
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, CRL adopta o modelo de governação vulgarmente conhecido como “latino
reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas.
Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral, para um mandato de três
anos.
2. Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola
3. Assembleia Geral
A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.
3.1. Composição da Mesa da Assembleia Geral
Presidente: João Carlos Alves Fernandes
Vice-Presidente: João António Salgueiro Soares
Secretário: Marco António Martins Chagas
Assembleia Geral
Conselho de
Administração
Conselho Fiscal
ROC
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
3.2.Competência da Assembleia Geral
A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competências,
competindo-lhe, em especial:
� Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes;
� Votar a proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte;
� Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;
� Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;
� Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos
de grau superior;
� Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;
� Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores,
gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia Geral;
� Decidir da alteração dos Estatutos.
4. Conselho de Administração
O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo de três e de um suplente.
Actualmente o Conselho de Administração é composto por três membros, com mandato para o triénio 2013/2015.
4.1. Composição do Conselho de Administração
Presidente: Jorge Vitor Caetano Cunha
Secretário: Francisco Augusto Rosa Lopes
Tesoureiro: Filipe Augusto Lopes Ferreira
4.2. Competências do Conselho de Administração
As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os
Estatutos:
� Administrar e representar a Caixa Agrícola;
� Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de actividades e de orçamento para
o exercício seguinte;
� Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao exercício anterior;
� Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;
� Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.
� Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;
� Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;
� Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.
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4.3. Reuniões do Conselho de Administração
O Conselho de Administração reúne, pelo menos, uma vez por semana, tendo realizado um total de cinquenta e três reuniões
em 2014.
4.4. Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração
O Conselho de Administração não tem pelouros distribuídos.
5. Órgãos de Fiscalização
A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.
As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao Conselho Fiscal, de acordo com
os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividade e de orçamento.
5.1. Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos.
5.1.1. Composição do Conselho Fiscal
Presidente: Carlos Manuel Figueiredo Florentino
Secretário: Manuel Silva Barros
Vogal: Filipe Rosa Negreira
5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal reúne, por regra, uma vezes por trimestre, tendo realizado, em 2014, um total de quatro reuniões.
5.2. Revisor Oficial de Contas
O mandato actual do Revisor Oficial de Contas é de 2013 a 2015, encontrando-se designados para o cargo:
Efectivo: Isabel Paiva, Miguel Galvão & Associados – SROC, Lda.
Suplente: José Luis Guerreiro Nunes
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POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA
MÚTUO DO CARTAXO, C.R.L.
Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização
A) Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização
6.1. A Declaração sobre Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Caixa Agrícola
para o ano de 2014 foi aprovada na Assembleia Geral Ordinária reunida em 19 de Dezembro de 2013, em cumprimento do
disposto no art. 2º, nº 1, da Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, e nos termos do disposto do Aviso nº 1/2010 e da Carta-Circular
nº 2/2010/DSB, ambos do Banco de Portugal e atenta à alteração das normas legais e regulamentares em matéria de política de
remuneração que foram introduzidas pelo Decreto-Lei nº 88/2011, de 20 de Julho, e pelo Aviso do Banco de Portugal nº
10/2011.
6.2. Nos termos e para os efeitos do nº 4 do art. 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, reproduz-se na
presente sede a referida Declaração, nos exactos termos em que foi aprovada pelos Associados da Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo.
Declaração sobre política de remuneração
Nos termos da Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho, do Decreto-Lei nº 104/2007, de 3 de Abril, na redação que lhe foi dada pelo
Decreto-Lei nº 88/2011, de 20 de Julho, e do Aviso n.º 10/2011 do Banco de Portugal, vem o Conselho de Administração da
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO CARTAXO, CRL submeter à aprovação da Assembleia Geral a sua declaração sobre a
política de remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2014.
Propõe-se que a política de remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para
o ano de 2014 siga os seguintes princípios orientadores:
1. Princípios Gerais
Em cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de
Administração e de Fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Cartaxo, CRL foi definida e elaborada de modo a reflectir
adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da
actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e
delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.
A Política de Remuneração reflecte, em particular, a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a dela decorrente ausência
de fins lucrativos, a imposição de restrições de natureza geográfica à actuação da dita Instituição e também o carácter acessório
e complementar de outras actividades económicas de que se reveste, na maioria dos casos, o exercício de funções nos seus
Órgãos de Administração e de Fiscalização, factores que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes
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remunerações de valor senão simbólico, pelo menos inferior ao da média dos Colaboradores da Instituição, sendo por
conseguinte tais remunerações insusceptíveis de qualquer comparação com as que são auferidas no resto do Sector Bancário.
Nesta perspectiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Cartaxo, CRL todas as
disposições da Lei nº 28/2009, do Decreto-Lei nº 104/2007 e do Aviso nº 10/2011 que pressuponham que as entidades às
mesmas sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação de muitas das demais
normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do Ponto 24 do Anexo ao Decreto-Lei nº
104/2007 e no art. 3º, nº 1, do Aviso nº 10/2011.
Considerações Gerais
Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:
a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Geral, sem a
intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano;
b) A descrição da componente variável da remuneração, incluindo os elementos que a compõem, quando exista, consta das
secções seguintes da presente Declaração; vistas a natureza e dimensões da Instituição, o valor das remunerações pagas aos
Membros dos respectivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade
anónima, é-lhe impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de acções ou de opções, decidiu-se não diferir o
pagamento de qualquer parte da mesma remuneração;
c) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Administração com os
interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos,
na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a
natureza específica do Crédito Agrícola, e que, sem prejuízo da atribuição de remuneração acrescida aos Administradores
executivos, tem em atenção o carácter economicamente acessório e complementar de outras actividades económicas de que se
reveste habitualmente o exercício de funções nos Órgãos de Administração e de Fiscalização;
d) Sempre em consonância com a natureza cooperativa da Instituição e com o princípio cooperativo da gestão democrática, o
desempenho do Órgão de Administração é em primeira linha avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, maxime
em sede de eleições para os Órgãos Sociais, não podendo estes manter-se em funções contra a vontade expressa dos
Associados, bem como pelo Órgão de Fiscalização, no exercício das suas competências legais e estatutárias, reflectindo tal
avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios directamente relacionados com a
sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e Cooperadores e da
informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.
Remuneração do Conselho Fiscal
A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição desse Órgão Social, consiste
em senhas de presença.
Remuneração do Conselho de Administração
Remuneração dos Administradores Executivos
A remuneração dos Membros executivos do Conselho de Administração consiste em montante fixo mensal.
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Nos termos e para os efeitos do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:
a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores Executivos é a Assembleia Geral;
b) Os critérios predeterminados para a avaliação de desempenho individual em que se baseie o direito a uma componente
variável da remuneração são os seguintes:
b.1) Resultado liquido positivo do exercício;
b.2) Rácio Activo Líquido/Nº Empregados > € 3.000.000;
b.3) Rácio Produto Bancário/Nº Empregados > € 110.000;
b.4) Rácio Comissões Líquidas/Produto Bancário > 20%;
b.5) Rácio de Transformação < 85%.
c) A componente variável corresponderá no máximo a duas vezes o nível 18 do ACT, não podendo ser superior a 50% do
resultado liquido do exercício;
d) Nos termos e com os fundamentos descritos na alínea b) do Ponto 2 da presente Declaração, não é diferido o pagamento de
qualquer parcela da remuneração variável, pelo que são inaplicáveis as alíneas d) e e) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
e) Uma vez que a Instituição possui a natureza jurídica de cooperativa, é-lhe impossível atribuir remuneração variável em acções
ou em opções, pelo que são inaplicáveis as alíneas f) e g) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
f) Não são atribuídos quaisquer prémios anuais aos Administradores Executivos, pelo que é inaplicável a alínea h), parte inicial,
do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
g) Não são atribuídos quaisquer outros benefícios não pecuniários aos Administradores Executivos, pelo que é inaplicável a
alínea h), parte final, do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
h) Os Administradores executivos não terão em caso algum direito a auferir uma remuneração sob a forma de participação nos
lucros, pelo que é inaplicável a alínea i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;
i) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que lhes confira direito a
compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos relacionados com a duração de um período de
pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente
pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011;
j) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferem quaisquer remunerações pagas por sociedades em
relação de domínio ou de grupo com a Instituição;
l) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada;
m) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabilidade, ou quaisquer
outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamento pelo risco inerentes às suas
modalidades de remuneração.
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Remuneração dos Administradores Não Executivos
A remuneração dos Membros não executivos do Conselho de Administração consiste em exclusivamente numa componente fixa,
com a característica de montante fixo mensal.
Revisor Oficial de Contas
A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âmbito de contrato
de prestação de serviços de revisão de contas.
6.3 Remunerações Pagas
Remunerações auferidas - Membros do Orgão de Administração € Nº Beneficiários
1 Total Montante anual da remuneração auferida 20.160,00 € 3
1.1 Total Montante remuneração fixa 20.160,00 € 3
1.1.1 Presidente Conselho de Administração 6.720,00 € 1
1.1.2 Tesoureiro Conselho de Administração 6.720,00 € 1
1.1.3 Secretário Conselho de Administração 6.720,00 € 1
1.2 Total Montante remuneração variável 0,00 € 0
Remunerações auferidas - Membros do Orgão de Fiscalização - Conselho Fiscal € Nº Beneficiários
1 Total Montante anual da remuneração auferida 425,00 € 3
1.1 Total Montante remuneração fixa 425,00 € 3
1.1.1 Presidente Conselho Fiscal 125,00 € 1
1.1.2 Secretário Conselho Fiscal 150,00 € 1
1.1.3 Vogal Conselho Fiscal 150,00 € 1
1.2 Total Montante remuneração variável 0,00 € 0
Remunerações auferidas - Membros do Orgão de Fiscalização - ROC € a) Nº Beneficiários
1 Montante anual da remuneração auferida 8.775,00 € 1
1.1 Montante remuneração fixa 8.775,00 € 1
1.1.1 Revisor Oficial de Contas 8.775,00 € 1
1.2 Montante remuneração variável 0,00 € 0 a) ao valor acresce IVA à taxa de 23%
B) POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DE COLABORADORES
6.4 Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a
seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:
1. Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 auferem uma
remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda
integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratualmente ou na sequência de reajustamento
remunerativo casuístico.
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2. Também se atribui uma ou duas horas de Isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de responsabilidade
e exigência de disponibilidade assim o justifique.
3. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de avaliação de um
conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um prémio de desempenho.
4. A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração, são divulgados
internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos colaboradores da instituição. O órgão de
administração valida os resultados finais da avaliação de desempenho efectuada pela hierarquia directa dos colaboradores.
5. Para os colaboradores em apreço a componente variável da remuneração tem tido como limite máximo 2 salários
brutos por empregado (excluindo a majoração prevista no nº 4 da cláusula 71ª do ACT do Crédito Agrícola). O limite e as
orientações de atribuição são revistos anualmente pelo Conselho de Administração.
6. A componente variável é assim atribuída anualmente, considerando o resultados da avaliação de competências
específicas e transversais, que permitem verificar o respeito pelas regras e procedimentos aplicáveis à actividade,
designadamente as regras de controlo interno e as que são relativas às relações com clientes e investidores.
Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo.
7.A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o desempenho do ano
transacto.
8. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta não tem
expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se atinja qualquer um dos objectivos
que o diferimento visaria prosseguir.
9. Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2014 os colaboradores
abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram as seguintes remunerações:
6.5 Remunerações pagas
Remunerações auferidas Colaboradores Abrangidos no nº 2 do artº 1 do aviso 10/2011 do BP € Nº Beneficiários
1 Montante anual da remuneração auferida 134.201,07 € 3
1.1 Montante remuneração fixa 130.296,07 € 3
1.1.1 Coordenação 67.819,73 € 1
1.1.2 Área de Risco 22.673,77 € 1
1.1.3 Compliance 39.802,57 € 1
1.2 Montante remuneração variável 3.905,00 € 2
1.2.1 Coordenação 1.875,00 € 1
1.2.2 Área de Risco 2.030,00 € 1
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ÓRGÃOS SOCIAIS
O Conselho de Administração faz exercício dos mais amplos
poderes de gestão e de representação da Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L., desenvolvendo todos os
actos necessários e convenientes à prossecução dos
objectivos do banco.
O Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo do Cartaxo é composto por 3 membros, todos com
funções não executivas e que delegam a gestão corrente da
actividade do banco na coordenadora geral.
Assembleia Geral
João Carlos Alves Fernandes – Presidente
João António Salgueiro Soares – Vice Presidente
Marco António Martins Chagas – Secretário
Conselho de Administração
Jorge Vítor Caetano Cunha - Presidente
Filipe Augusto Lopes Ferreira - Tesoureiro
Francisco Augusto Rosa Lopes – Secretário
Conselho Fiscal
Carlos Manuel Figueiredo Florentino – Presidente
Manuel Silva Barros – Secretário
Filipe Rosa Negreira – Vogal
Revisores Oficiais de Contas
Isabel Paiva, Miguel Galvão & Associados, SROC, Lda.
Durante as reuniões realizadas em 2014 e no quadro dos
poderes legais e estatutários que são atribuídos ao Conselho
de Administração, houve um acompanhamento, uma
avaliação e a correspondente supervisão de toda a
actividade desta instituição, tendo existido consenso
relativamente às orientações estratégicas e procedimentos
operacionais da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
com vista à dinamização das diversas áreas de negócio.
Assim, o Conselho de Administração apreciou e deliberou os
seguintes aspectos referentes ao ano de 2014:
� Aprovação dos resultados da Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo do Cartaxo referentes ao exercício
de 2013;
� Aprovação da proposta de aplicação dos
resultados do exercício de 2013;
� Aprovação das propostas relacionadas com a
política de remunerações de todos os
colaboradores;
� Apreciação e aprovação do plano de actividades
para 2015.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ORGANOGRAMA DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO
CARTAXO
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Nota de agradecimento
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L. expressa o seu agradecimento pela confiança e lealdade dos seus clientes e
pela cooperação e aconselhamento das nossas autoridades de supervisão.
Cartaxo, 6 de Março de 2015
O Conselho de Administração
Jorge Vítor Caetano Cunha - Presidente
Filipe Augusto Lopes Ferreira - Tesoureiro
Francisco Augusto Rosa Lopes – Secretário
Os Colaboradores
Artur Jorge Magalhães
Clarinda Gaspar Azenha
Florinda Isabel Seabra
Gonçalo Filipe Monteiro
Hélio Manuel Reis
Humberto Jorge Freire
João António Soares
João Paulo Almas
Jorge Caetano Honório
José Alberto Garrido
José Manuel Faria
Luís Filipe Verdasca
Luís Manuel Pereira
Maria do Rosário Caetano
Maria João Afonso
Orlando Filipe Ferreira
Sónia Patrícia Raposo
Vítor Miguel Pedro
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
RELATÓRIO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Ao terminar mais um ano de mandato, o Conselho de
Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo vem apresentar a V. Exas. o Relatório, Balanço e
Contas do Conselho de Administração e o parecer do
Conselho Fiscal referentes ao ano de 2014, em
conformidade com o estipulado na alínea c) do artigo 29
dos Estatutos.
Introdução
Ao atingir um resultado líquido de 21.174 €, a Caixa de
Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo procurou minimizar os
efeitos associados ao crescimento continuado do crédito
malparado na economia nacional. Tratam-se de resultados
positivos, contrariamente aos resultados dos principais
bancos portugueses em 2014, que declararam prejuízos
consideráveis, em média.
Com efeito, a evolução dos mercados financeiros – no caso
da Zona Euro em parte como reflexo da política monetária
do BCE –, traduziu-se no ano de 2014 por uma contínua
tendência de descida das taxas Euribor, provocando uma
redução dos proveitos decorrentes dos créditos existentes
com taxas de juro indexadas a esses referenciais de
mercado. A novidade, face ao ano anterior, reside na
considerável redução nos juros remuneratórios dos
recursos de clientes.
É esperado que a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo, detentora de uma forte base de captação,
continue a enfrentar uma forte pressão concorrencial,
desta feita vinda de instituições financeiras em transição
para novos accionistas (com a respectiva necessidade de
aumento do volume de negócios a todo o custo) e dos
certificados do tesouro, sendo Portugal o país com
emissões de OT’s mais caras na zona euro, a seguir à
Grécia. É no entanto crucial para a Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo do Cartaxo, nesta conjuntura, promover a
rentabilização dos seus activos, uma vez que esta constitui
a principal prioridade nos próximos meses face às
exigências de capital colocadas pelas entidades
supervisoras.
A atenuação das remunerações nas taxas de juro
associadas aos recursos e a reduzida procura na
componente de crédito levarão a uma concorrência feroz
na captação de clientes e produtos com melhores notações
de risco em 2015, nomeadamente créditos ao investimento
a empresas e crédito à habitação a particulares.
Com efeito, no contexto da ainda crise bancária, a Caixa
de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo encontra-se em
condições de desenvolver a sua actividade creditícia sem
especiais condicionalismos, tendo em conta a sua
confortável situação de solvabilidade e, sobretudo, o
reduzido rácio de transformação de recursos em crédito,
que no nosso caso pouco supera os 70%, contra níveis
próximos de 100% na generalidade das outras instituições.
No contexto do posicionamento e funções que lhe são
atribuídas, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
desenvolveu ao longo do ano de 2014, um conjunto de
actividades comerciais, tendo em vista a promoção do
crescimento sustentado do negócio. A actividade comercial
incidiu na oferta de produtos de recursos e de crédito, na
dinamização do cross-selling e na montagem de operações
financeiras.
Num 2015 em que será expectável uma ainda maior
contracção nas já baixas taxas de juro que têm vindo a ser
disponibilizadas aos melhores clientes, tal deverá ser
aproveitado para o reforço da quota de mercado da Caixa
de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo na sua região
geográfica, não descurando os riscos de taxa de juro nas
operações de longo prazo.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo continua a
apresentar-se como um banco sólido, estrategicamente
cada vez mais eficaz no seu modelo de governance e com
capacidade para enfrentar as dificuldades crescentes que o
mercado nacional tem vindo a impor ao sector bancário.
Acreditamos consistentemente que a solidez do nosso
modelo de gestão, a realização das nossas estratégias e a
concretização dos nossos objectivos são aspectos
fundamentais para que continuemos a criar valor e a
partilhar o nosso sucesso com a nossa comunidade local,
como tem vindo a ser realizado desde 1911.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Conduta e valores
A conduta interna de uma instituição financeira tem vindo a
assumir uma crescente importância no seio da nossa
sociedade. Respeitam a códigos internos ao grupo Crédito
Agrícola e que representam um referencial de
comportamentos e boas práticas, alicerçados no respeito
profissional e deontológico de todos os colaboradores e
representantes da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo, confirmado pelo mais recente índice de confiança
nos bancos portugueses, publicado pela sondagem Aximage.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo rege a sua
actuação não apenas através das regras de conduta exigidas
pelo Banco de Portugal e pela Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários, mas também através de normas internas
que obrigam a uma gestão assente na repartição de riscos e
na segurança das nossas aplicações financeiras. Além
destas, estão ainda definidas normas de segurança física
que estabelecem procedimentos internos de circulação e de
emergência.
Desde 1911 que a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo tem vindo a promover o desenvolvimento social,
económico e cultural da região do Cartaxo, contribuindo para
o financiamento cada vez maior das nossas actividades
empresariais e para a concretização dos sonhos dos nossos
clientes. A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo tem
hoje na sua área geográfica e social uma quota de mercado
já praticamente superior a 25%, registando mais de 43
milhões de euros em recursos de clientes.
O reforço da nossa quota e o facto de cada vez atrairmos
mais clientes e associados demonstra que a Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo do Cartaxo tem apostado numa estratégia de
proximidade com os clientes, estabelecendo políticas de
confiança e passando uma imagem de integridade que os
clientes hoje reconhecem ser indispensável. O
reconhecimento pessoal e profissional dos nossos
colaboradores vem corroborar com os resultados alcançados
nos últimos anos e com a tal imagem de confiança e
integridade. Temos desenvolvido uma ligação crescente à
comunidade local, marcando presença em inúmeros eventos
municipais e dando o nosso contributo para actividades de
apoio social e a instituições e associações municipais.
Somos, igualmente, uma instituição com cada vez mais
competências adquiridas ao nível da formação dos quadros,
que tem apostado na modernização de ferramentas
tecnológicas e de apoio à decisão de todos os colaboradores
e que goza da disponibilidade da Caixa Central de Crédito
Agrícola Mútuo em prestar serviços fundamentais à eficiência
do nosso funcionamento.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
SÍNTESE DOS INDICADORES FINANCEIROS
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
2012 2013 2014 ∆% 2014-13
47.257,7 43.304,0 44.097,5 1,8%
1.843,8 1.756,9 1.717,3 -2,2%
31.336,4 31.204,2 31.244,3 0,1%
270,1 287,6 287,6
6,8% -3,8% 0,4% 950,0%
8,6% 6,3% 6,6% 4,7%
76,8% 80,9% 80,9% 0,0%
3,4% 3,3% 3,5% 6,0%
- 15,2% 16,7% 9,9%
17,4% 17,8% 17,0% -4,5%
- 100,0% 85,0% -15,0%
- 3,8% 5,0% 31,2%
18 18 18 0%
Indicadores de desempenho financeiro - 2014
Crescimento dos Recursos Captados
Crescimento do Produto Bancário
Balanço e resultados
Outros dados
(milhares de euros)
Rácio de Requisitos de Fundos Próprios
Rácio TIER I
Produto Bancário / Activo
Custo do Risco Crédito / Resultados
Rácios
Rácio de Crédito em Incumprimento
Nº Colaboradores
Crescimento do Crédito a Clientes
Rendimento integral / Capitais Próprios
Cost-to-Income
Responsabilidades com pensões
Return on Equity (ROE)
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO
1. Economia Mundial
Segundo as últimas previsões do Fundo Monetário
Internacional (FMI), publicadas no update do World
Economic Outlook de Janeiro de 2015, o crescimento da
economia mundial em 2014 manteve a tendência de
abrandamento dos últimos anos, fixando-se nos 3,3%.
As projecções apontam ainda para que o PIB no conjunto
das economias desenvolvidas tenha crescido 1,8% em
2014, apesar do incipiente crescimento do Japão (0,1%). A
zona Euro registou um ligeiro crescimento do PIB da
ordem dos 0,8% em 2014.
Como um todo, o FMI estima que a economia mundial
cresça 3,5% em 2015, um aumento face aos 3,3%
estimados para 2014, e volte a crescer 3,7% em 2016,
valores que foram revistos em baixa desde o update de
Outubro de 2014. As sucessivas previsões incorporam a
materialização de vários riscos, com destaque para o
abrandamento das economias emergentes (caso de China,
Brasil e Rússia) e para a acentuação das tensões
geopolíticas. Nas economias mais avançadas, a
recuperação assenta na consolidação dos Estados Unidos,
no forte desempenho do Reino Unido e na ténue retoma
da zona Euro.
O crescimento mundial previsto poderá ser catalisado pela
redução dos preços do petróleo1, mas será certamente
atenuado pela reduzida propensão ao investimento
resultante das fracas expectativas quanto ao crescimento a
médio prazo em muitas das economias emergentes e
desenvolvidas.
A estagnação e a deflação continuam na agenda das
preocupações dos países da zona Euro e do Japão. Na
zona Euro, o crescimento no final de 2014 ficou aquém do
esperado e as expectativas de crescimento estão
alicerçadas na redução dos custos energéticos, na política
monetária (já amplamente reflectida nos mercados
1 De Setembro de 2014 a Janeiro de 2015, os preços do petróleo
em dólares americanos reduziram 55%. Esta quebra justifica-se
não apenas pela redução da procura (especialmente dos países
emergentes), mas essencialmente pela decisão da OPEP em
manter os níveis de produção apesar do consistente aumento
de produção de produtores que não fazem parte da OPEP (em
particular, os E.U.A). Espera-se que esta queda de preços venha
a ter impacto negativo nos investimentos e na capacidade
futura de produção do sector petrolífero.
financeiros e nas taxas de juro), na política fiscal mais
neutral e na recente depreciação da moeda.
Crê-se que, ao longo de 2015, o desempenho global do
mercado europeu será igualmente influenciado por
expectativas que se possam gerar quanto ao avanço das
negociações, entre a Grécia e os outros governos da zona
Euro, sobre o programa de resgate do país e o pagamento
ou refinanciamento da dívida2 contraída junto do BCE e do
FMI.
A China registou uma quebra no investimento no 3º
trimestre de 2014 e uma desaceleração nos principais
indicadores económicos. A vontade das autoridades
chinesas em favorecer o consumo em detrimento do
investimento, no sentido de reduzir o excesso de
produção, significa que a elevada dívida das empresas não
pode continuar a ser sistematicamente financiada, sendo
de esperar que, no decurso de 2015, as autoridades
procurem reduzir as vulnerabilidades geradas pelo rápido
crescimento do crédito e atenuar os impactos regionais na
Ásia emergente.
A súbita queda de preços do petróleo e o aumento de
tensões geopolíticas (após a anexação da Crimeia) têm
afectado a confiança e o desempenho da economia da
Rússia e têm levado à depreciação do rublo, bem como ao
enfraquecimento das expectativas de crescimento das
economias do grupo de Estados Independentes da
Common Wealth e da Europa.
2 O valor da dívida situa-se nos 316 mil milhões de euros
equivalentes a 169% do PIB grego.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
1,8%1,5%
-0,6%
9,3%
2,8%
-0,7%
1,4%
7,7%
2,2%
-0,5%
1,6%
7,8%
2,4%
0,8%0,1%
7,4%
3,6%
1,2%0,6%
6,8%
3,3%
1,4%0,8%
6,3%
Estados Unidos Zona Euro Japão China
Evolução Económica Internacional
2011 2012 2013 2014E 2015 P 2016 P
Fonte: World Economic Outlook, update de Janeiro de 2015
Após um primeiro trimestre de contracção, em 2014, os
Estados Unidos conseguiram registar um crescimento no
PIB de 2,4% e uma acentuada quebra na taxa de
desemprego via criação líquida de empregos que,
conjugados com os factos observados noutras regiões do
globo, conduziram a uma apreciação do dólar. As
projecções para 2015 e 2016 apontam para crescimentos
anuais acima dos 3,0%, com a procura interna sustentada
na redução dos custos energéticos, no ajustamento fiscal
mais moderado, sendo expectável, no entanto, um
aumento progressivo das taxas de juro no decorrer do ano
pela Fed.
Nos mercados financeiros internacionais são
perspectivados riscos de alteração do clima de
investimento e é esperada a ocorrência de períodos de
volatilidade e de alteração dos fluxos de capitais, podendo
estes eventos virem a surpreender a actividade das
maiores economias e a suspender ou alterar o percurso
expectável de normalização da política monetária
americana.
2. ECONOMIA PORTUGUESA
Após uma estabilização do nível de actividade nos três
primeiros trimestres de 2014, as projecções mais actuais
apontam para uma trajectória de recuperação gradual
iniciada em 2013. O produto interno bruto deverá registar
um crescimento da ordem dos 0,9% em 2014 e
perspectiva-se um crescimento de 1,5% para 2015 e de
1,6% para 2016, o que se traduz numa expectativa de
evolução ligeiramente mais favorável que a do conjunto da
zona Euro.
A dinâmica da economia portuguesa deverá continuar a ser
assegurada pelo comportamento das exportações e pela
recuperação da procura interna que, a concretizarem-se,
permitirão manter os excedentes da balança corrente e de
capital. Muito embora tenha vindo a ser efectuada uma
afectação de recursos aos sectores transaccionáveis e
produtivos, a redução da alavancagem dos sectores
público e privado, a evolução demográfica no país aliada
aos movimentos de emigração de mão-de-obra qualificada,
os limitados níveis de produtividade por trabalhador e o
reduzido dinamismo dos principais parceiros comerciais na
Europa (e.g. França) e nos PALOP (e.g. Angola)
continuarão a condicionar o crescimento da economia
portuguesa no futuro.
Nas economias emergentes e em desenvolvimento
destaca-se a tendência para abrandamento do crescimento
(e.g. China, Brasil) e para as tensões geopolíticas com a
Rússia.
Nas economias avançadas assiste-se à redução da inflação
(na zona Euro para valores próximos de zero), um
arrefecimento do mercado europeu e uma recuperação
económica abaixo do esperado em países como a França,
a Itália e a Alemanha.
Estes desenvolvimentos foram contrabalançados, em
parte, pela acentuação da política monetária expansionista
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
na área do Euro, pela evolução favorável dos mercados de
dívida soberana e, recentemente, pela redução do preço
do petróleo e da cotação do euro em dólares. No entanto,
esta evolução tem obrigado as empresas portuguesas a
reverter o peso dos países não europeus nos seus
mercados exportadores.
-1,3%
-3,2%
-1,4%
0,9%1,5% 1,6%
2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P 2016 P
Indicadores da Economia Portuguesa∆ % anual PIB
Fonte: Boletim Económico BdP
Para 2015, são preocupantes as expectativas de desaceleração económica em Angola3 e a imposição de quotas à importação de
produtos básicos como estratégia de mitigação do impacto cambial decorrente dos menores volumes de exportação e de
proteccionismo à produção local.
Em Maio de 2014, Portugal concluiu o Programa de Assistência Económica e Financeira sem recurso a um programa cautelar.
Nesse mesmo mês, o Tribunal Constitucional inviabilizou 3 normas do Orçamento de Estado para 2014, apenas parcialmente
substituídas em Setembro de 2014.
-3,3%
-5,4%
-1,4%
2,2% 2,1% 1,3%
-5,1%-4,8%
-1,9% -0,5% -0,5%
0,5%
-10,5%
-14,3%
-6,3%
2,2%4,2% 3,5%
2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P 2016 P
Indicadores da Economia Portuguesa∆ % anual Procura Interna
Consumo Privado Consumo Público Investimento (FBCF)
Fonte: Boletim Económico BdP
Em 2014, o consumo privado e a FBCF registaram um crescimento da ordem dos 2,2% embora a sua evolução permaneça
condicionada pelos elevados níveis de endividamento das famílias e das empresas. Por seu lado, a procura interna total registou
3 Angola é o 4º maior destino das exportações portuguesas a seguir à Espanha, Alemanha e França.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
um crescimento de 2,3% no mesmo período. Observou-se uma menor redução do investimento em habitação, que no entanto
ainda representa cerca de 30% do valor registado no ano 2000.
A formação bruta de capital fixo interrompeu, em meados de 2013, a trajectória de redução registada desde 2009 que implicou
uma contracção deste agregado em cerca de 30%. Em 2014, a diminuição do investimento em construção terá sido mais do que
compensada por um crescimento assinalável das componentes relativas ao material de transporte e às máquinas e
equipamentos, à semelhança do que vinha sendo observado desde o final de 2013.
O investimento público, após uma queda acumulada de 60%, no período de 2011 a 2013, registou um aumento de 5,6% em
2014, embora permaneça condicionado pela necessidade de consolidação orçamental.
O crescimento das importações reflectiu a já referida evolução das rubricas da procura global com maior conteúdo importado,
nomeadamente a FBCF em material de transporte e em máquinas e bens de equipamento e o consumo de bens duradouros.
Este crescimento resulta do facto de a economia portuguesa ter entrado num processo de reorientação para os sectores
transaccionáveis, incluindo investimento em bens com elevado conteúdo importado, reflectindo-se na variação de existências e
no investimento empresarial cujo crescimento é habitualmente mais elevado num contexto de recuperação da actividade, dada a
necessidade de repor níveis médios de stocks, após períodos de redução ou de menor manutenção dos bens de capital sujeitos
a depreciação.
6,9%
3,2%
6,4%
2,6%4,2%
5,0%
-5,3%-6,6%
3,6%
6,3%
3,1%4,7%
2011 2012 2013 E 2014 P 2015 P 2016 P
Indicadores da Economia Portuguesa∆ % anual Sector Externo
Exportações ImportaçõesFonte: Boletim Económico BdP
Em 2014, as importações de bens e serviços deverão ter
apresentado um crescimento de 6,3%, o que traduz um
aumento da penetração de importações idêntico ao
registado em 2013, resultando numa relativa estabilidade
deste indicador no período 2011-2014. Excluindo os bens
energéticos, os preços das importações diminuíram em
2013 e 2014.
As exportações cresceram de forma moderada, reflectindo
contributos semelhantes entre a componente de bens e a
de serviços e reflectindo um menor contributo para o
crescimento do PIB comparativamente com a realidade dos
últimos anos. As projecções para as exportações de bens e
serviços apontam para um crescimento de 2,6% em 2014.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, Portugal
registou, em 2014, uma taxa de inflação negativa de 0,3%
influenciada pelos baixos níveis de procura e pela queda do
preço do petróleo. No período de Janeiro a Outubro de
2014, o diferencial negativo de preços foi generalizado às
principais componentes do índice harmonizado de preços
no consumidor (IHPC), excepto os bens energéticos.
De acordo com dados do INE, o défice das administrações
públicas situou-se em 4,9% do PIB nos primeiros nove
meses de 2014. Contudo, excluindo os efeitos pontuais
resultantes, entre outros, das operações de financiamento
do Estado à Carris e à STCP, o défice neste período foi de
3,9%, o que compara com um défice de 4,4% registado no
período homólogo de 2013, igualmente excluindo os
efeitos pontuais, neste caso associados à reclassificação do
aumento de capital no Banif.
Em termos homólogos, a receita total das administrações
públicas registou um aumento de 3,3%, reflectindo
essencialmente a evolução positiva da receita fiscal (mais
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
de 1/3 explicada pelo aumento dos impostos directos4). A
despesa também registou um aumento, embora bastante
mais moderado (+1,2%), fundamentalmente resultante do
crescimento das despesas com pessoal e com prestações
sociais.
A Direcção Geral do Orçamento prevê que o défice das
administrações públicas até Novembro tenha ascendido a
6.420 milhões de euros, continuando a situar-se
significativamente abaixo do observado no período
homólogo de 2013 (9.186 milhões de euros).
As últimas estimativas apontam para um défice orçamental
de 7.074 milhões de euros no final de 2014 e um défice
orçamental ajustado de medidas extraordinárias de 3,8%
do PIB.
A dívida pública portuguesa atingiu os 225,9 mil milhões de
euros no mês de Novembro, o que se traduz numa subida
de 0,7% (+1,5 mil milhões de euros) que o registado no
mês anterior.
O rácio da dívida pública na óptica de Maastricht subiu
para 131,4% do PIB no final do 3º trimestre, registando
um agravamento de 1,9 p.p. face ao verificado no
trimestre anterior. Deste modo, o cumprimento do rácio da
dívida previsto pelo Ministério das Finanças para o final de
2014 (127,2% do PIB) implica uma redução do stock de
dívida no último trimestre de 2014 em 5,1 mil milhões de
euros. Apesar da quebra verificada em Novembro, prevê-
se que, em 2014, o rácio ainda tenha ficado acima da meta
estabelecida. Além do valor nominal da dívida, a
magnitude desse desvio dependerá do PIB nominal que o
Conselho de Finanças Públicas estima ficar abaixo da
previsão do Ministério das Finanças.
Em Setembro de 2014, e pela primeira vez desde Junho de
2008, o Tesouro português emitiu dívida com prazo
superior a 10 anos (concretamente através de um leilão de
obrigações com maturidade a 15 anos) num momento em
que o interesse de investidores por dívida pública dos
países periféricos da zona Euro colocava os juros em níveis
historicamente baixos.
4 Este resultado é, em larga medida, explicado pelo
comportamento do IRS cuja melhoria homóloga acumulada até
Outubro foi de 11% e para o qual contribuíram as retenções na
fonte, a declaração da inconstitucionalidade da redução
remuneratória aplicável aos funcionários públicos e do
pagamento dos subsídios de férias aos funcionários do sector
público e pensionistas, a evolução favorável do mercado de
trabalho e o próprio aumento da eficiência no combate à evasão
fiscal e à fraude.
No 1º trimestre de 2015, o IGCP espera conseguir colocar
3.750 milhões de euros em bilhetes de tesouro no
mercado, estimando o lançamento de emissões mensais
entre os 1.000 e os 1.250 milhões de euros. Durante o ano
de 2015, a agência de gestão da tesouraria e da dívida
pública prevê obter um montante entre 12 e 14 mil
milhões de euros através da emissão bruta de obrigações
do tesouro (OT), combinando sindicatos e leilões. O
montante das necessidades de financiamento líquidas do
Estado em 2015 situa-se em cerca de 11 mil milhões de
euros.
Sublinhe-se que as taxas de rendibilidade da dívida pública
têm registado uma trajectória descendente desde Outubro
de 2014, situando-se a taxa média mensal de rentabilidade
das obrigações do tesouro português (OT) e com
maturidade residual de 10 anos, em Janeiro de 2015, nos
2,49% (que comparam com os 6,24% registados em
Janeiro de 2013).
De acordo com o inquérito ao emprego, promovido pelo
INE, o emprego total aumentou 2,1% no 3º trimestre de
2014 e em termos homólogos, após uma redução de 2,6%
no conjunto do ano 2013. O emprego privado por conta de
outrem está a recuperar de forma consistente com a
evolução da actividade económica, complementado com o
acréscimo de volume de emprego gerado por políticas
activas de emprego, donde se destacam os estágios
profissionais comparticipados pelo Estado. De acordo com
o IEFP, estima-se que o aumento de estágios profissionais
no último ano terá contribuído em cerca de 0,9 p.p. para o
crescimento homólogo do emprego privado por conta de
outrem, registado no 3º trimestre de 2014.
É igualmente importante referir que, entre Janeiro e
Novembro de 2014, as insolvências de empresas reduziram
face ao período homólogo de 2013 (de 7.515 para 6.308),
embora estes valores possam estar ligeiramente
influenciados pela instabilidade da plataforma Citius
(Ministério da Justiça). Este facto demonstra que o
ajustamento do tecido empresarial português está, na sua
maioria, a estabilizar. No acumulado de Janeiro a
Novembro de 2014, foram criadas 32.257 empresas em
Portugal, praticamente igualando as 34.714 empresas
constituídas no ano passado (esta dinâmica é assinalável
se se recordar que o ano iniciou com uma redução
homóloga de 22%).
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
3. MERCADOS FINANCEIROS
Para além de um elevado nível de desemprego, a zona Euro
encontra-se condicionada por um prolongado período de
reduzida inflação que, a não ser revertido rapidamente,
poderá conduzir mesmo a um temido cenário de deflação.
Neste contexto, com o objectivo de assegurar o
cumprimento do seu mandato (cujo programa inclui o
objectivo de assegurar a manutenção de um nível de inflação
próximo mas inferior a 2%), o BCE tem sido obrigado nos
últimos meses a tomar medidas relevantes, nomeadamente:
• Lançamento de programa de operações de
refinanciamento de prazo alargado direccionadas
(ORPA direccionadas), operações que, de acordo
com o Boletim de Agosto do Banco Central,
“proporcionarão financiamento de longo prazo com
condições atractivas durante um período de até
quatro anos a todos os bancos que cumpram
determinados referenciais aplicáveis aos
empréstimos que disponibilizam à economia real”;
• Lançamento de programas de aquisição de
instrumento de dívida titularizada (Asset-Backed
Securities - ABSPP) e Covered Bonds (CBPP3) com
o objectivo de permitir a flexibilização do balanço
das instituições financeiras;
• Redução das taxas de referência, com especial
destaque para as reduções da taxa de referência
das operações de refinanciamento para os 0,05%
e da taxa de depósito para os -0,20%; e
• Alargamento do programa de compras de activos
em grande escala para emissões de dívida pública
soberana da zona Euro, assim como de agências
soberanas e instituições europeias (medida
lançada em 2015).
O BCE espera que, com estas medidas, se assista finalmente
a um aumento do financiamento à economia real, com
efeitos positivos sobre o crescimento da procura interna,
nível de emprego e inflação, e não apenas a uma valorização
pouco consequente dos activos financeiros (acções e
obrigações).
A reunião do BCE de 22 de Janeiro de 2015, onde foi
decidida e anunciada a compra de activos que incluem dívida
soberana da zona euro à razão de 60 mil milhões de euros
por mês, foi vista como o último grande passo no esforço de
elevar a taxa de inflação para os níveis assumidos pelo
mandato do BCE.
Não obstante todas as iniciativas do BCE, as dúvidas
permanecem relativamente aos efeitos práticos da adopção
de uma política monetária agressiva não acompanhada por
uma alteração da política orçamental da zona Euro que
passe a estar mais condicionada pelo crescimento e menos
pelos níveis dos défices orçamentais dos diversos países.
Durante o ano de 2014, as taxas implícitas nas obrigações de
dívida pública dos diversos países da zona Euro
apresentaram uma trajectória descendente, tendo sido
atingidos sucessivos níveis mínimos históricos. No entanto, é
importante distinguir a performance das yields dos países do
centro da Europa – Alemanha, França, Holanda, etc. – da
performance dos países periféricos5 – Portugal, Espanha,
Itália e Grécia – devido ao prémio de risco de crédito
(“spread”) existente entre estes dois grupos (e entre países
nestes 2 grupos).
Em 2015, não é de excluir a verificação de choques
relevantes associados a uma alteração do sentimento dos
mercados relativamente à avaliação dos diversos riscos
prevalecentes na zona Euro, associada nomeadamente a
resultados das eleições legislativas a realizar em muitos
países, entre eles Grécia, Portugal, Espanha e Reino Unido,
divergências políticas internas na zona Euro ou
confrontações geoestratégicas. A expressiva vitória do
Syriza, partido que se apresenta como de esquerda radical,
nas eleições gregas realizadas a 25 de Janeiro de 2015, é o
primeiro sinal de que muitos eleitorados se encontram
saturados com a presente situação da União Europeia e que
não deixará de se verificar, nos próximos meses, um aceso
confronto entre visões antagónicas de organização e
condução da política comum europeia.
Em termos de taxas de referência do mercado interbancário,
a agressiva política de taxas, adoptada pelo BCE, originou
uma nova descida das taxas Euribor. As previsões indicam
5 A melhoria do risco percepcionado pelo mercado permitiu, por
exemplo, que, em Setembro de 2014, Portugal se financiasse numa
emissão de dívida com vencimento a 15 anos (já em Janeiro de
2015 Portugal colocou uma nova emissão com vencimento a 30
anos) e que as yields da dívida pública nacional se encontrassem no
final de 2014 em níveis mínimos históricos. Também as obrigações
de dívida pública de Espanha e de Itália registaram uma apreciação
considerável tendo, na dívida a 10 anos, registado uma redução dos
seus spreads face à dívida alemã para os 1,32% e 1,11%, quando
estes spreads eram, no final de 2013, de 2,20% e 2,15%,
respectivamente.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
que as taxas Euribor se deverão manter em níveis mínimos
históricos nos próximos trimestres. A manutenção das taxas
Euribor nestes níveis acarreta um desafio para as instituições
financeiras que, no contexto nacional, ainda possuem uma
parte significativa da sua carteira de crédito indexada a este
indexante (situação particularmente relevante no caso do
crédito à habitação contratado antes da início da crise
financeira).
Também os mercados accionistas têm beneficiado da
melhoria da confiança e muito particularmente dos elevados
níveis liquidez disponível. Em comparação com os valores
registados em 2010, o SP 500, o Nikkei e o DAX registam
subidas de 65%, 71% e 42% (em 2014, estes índices
registaram variações de 13%, 7% e 3% respectivamente).
Por sua vez, o IBEX 35 e o CAC 40 apresentaram evoluções
mais modestas, registando crescimentos de 4% e 12%,
respectivamente. O índice português, PSI-20, desvalorizou-
se em 37% durante este período.
Esta evolução, muito condicionada pela severidade da
contracção da economia nacional verificada entre 2011 e
2013, foi mais recentemente afectada pela crise registada no
Grupo Espírito Santo. Efectivamente, em Maio de 2014, o
índice PSI-20 situava-se nos 7,115 pontos (acumulando uma
descida de 4% face a 2010), tendo registado até ao final de
2014 uma queda de 27% para o nível de 4.802 pontos.
A crise no Grupo Espírito Santo teve, ao nível das cotações
bolsista das empresas do PSI-20, consequências negativas
directas – BES, ESFG e PT – e consequências indirectas,
associadas a um contexto de incerteza relativamente ao
impacto que a queda deste grupo financeiro teria sobre a
economia considerando uma redução do crédito agregado, o
impacto sobre a situação financeira dos credores afectados e
a perda de confiança dos mercados internacionais
relativamente à real condição do sistema financeiro nacional.
Nos mercados cambiais, o ano de 2014 foi marcado pela
descida do Euro face a algumas das principais moedas
mundiais. A desvalorização do Euro está directamente
relacionada com as expectativas do mercado acerca da
política monetária e do crescimento e desenvolvimento da
economia europeia em relação às restantes economias
mundiais desenvolvidas. Com o BCE a adoptar, em
contraciclo, particularmente face à política seguida pela FED,
medidas extraordinárias de combate à baixa inflação e de
incentivo à recuperação da economia da zona Euro, o Euro
(€) perdeu, em 2014, 12% do seu valor face ao Dólar e 6%
face à Libra Esterlina, tendo-se no entanto mantido
praticamente inalterada a taxa de câmbio face ao Yen
Japonês. A tendência de desvalorização acentuou-se a partir
de Maio de 2014, fruto das pressões deflacionistas e da
divulgação de indicadores macroeconómicos desapontantes.
As perspectivas para a evolução do Euro continuam a ser de
desvalorização, sendo que esse é também, embora não
expresso, um dos objectivos da política europeia de modo a
permitir importar alguma inflação e a aumentar a
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
competitividade da indústria da zona Euro e a dinamizar as
exportações.
No início de 2015, o Euro registou uma nova depreciação
face ao dólar, tendo o câmbio atingido um mínimo de 1,11
USD por EUR na sequência do anúncio de compra de dívida
pública soberana por parte do BCE e da divulgação do
resultado das eleições legislativas na Grécia.
Ao nível do mercado cambial, merece ainda destaque a
decisão tomada, já em 2015 e pelo Banco Nacional Suíço, de
abandonar o seu objectivo de manutenção de um câmbio
mínimo de 1,20 Francos Suíços por Euro, situação que
originou uma forte valorização do Franco Suíço face ao Euro.
No que diz respeito às commodities, resultado da divulgação
de projecções económicas que indiciam um menor
crescimento em 2015 face aos valores anteriormente
estimados, a International Energy Agency reduziu a sua
previsão para o aumento da procura global de petróleo em
2015 com efeitos sobre a evolução do preço desta matéria-
prima (no final de 2013 o preço do barril era de 110,8 USD,
fechando o ano de 2014 em 58,2 USD por barril). A
tendência de diminuição do preço por barril estendeu-se ao
início do ano de 2015, chegando o barril a ser
transaccionado por apenas 45 USD.
Por outro lado, o ouro voltou a cair para os níveis mínimos
de 2013 devido a rumores de que a Reserva Federal dos
Estados Unidos pudesse vir a subir a taxa de juro mais cedo
do que inicialmente antecipado. A depreciação durante do
ano de 2014 situou-se em aproximadamente 1,5%. No
entanto, à luz da deterioração dos indicadores económicos
na zona Euro assim como do escalar das pressões políticas
extremistas e da insegurança nos mercados, em 2015, o
ouro iniciou o ano a apreciar cerca de 8%.
Nas commodities agrícolas, no mercado do trigo, os preços
em 2014 caíram cerca de 15%, para em Setembro atingirem
o valor mais baixo em quatro anos, após as previsões do
governo dos Estados Unidos que apontam para um nível de
produção recorde à escala global e para o aumento do nível
de reservas. Por sua vez, o preço dos contractos sobre
futuros de milho e de soja, negociados na principal bolsa de
futuros, também registam um desempenho negativo em
2014, apresentando quedas de 6% e 22%, respectivamente.
A queda do preço destes bens agrícolas está também
relacionada com o aumento da produção mundial e fracas
perspectivas de aumento de consumo. Já o preço do azeite
negociado na bolsa de futuros MFAO, da qual o Grupo
Crédito Agrícola através da Caixa Central é membro, registou
uma valorização significativa durante 2014, tendo atingido o
valor de 2.600 euros por tonelada de azeite.
I. EVOLUÇÃO DO MERCADO BANCÁRIO
A turbulência vivida nos mercados financeiros,
nomeadamente de dívida pública, com destaque para os
países do sul da Europa, a par com um aumento das
imparidades nos investimentos e activos imobiliários,
colocaram as instituições financeiras perante a necessidade
de reforçar os níveis de fundos próprios para acomodar
perdas efectivas e potenciais geradas. Com recurso ao
plano de recapitalização da banca promovido pelo Estado
português, em 2012 e no montante de 7,8 mil milhões de
euros, os bancos em situações de maior fragilidade em
termos de rácios de capital ou solvabilidade puderam
reforçar os seus capitais para dar resposta aos requisitos
de Basileia III. No final do 3º trimestre de 2014 (excluindo
o Novo Banco), o rácio entre o capital Tier 1 e o activo
total situou-se em 7,6%, aumentando 0,3 p.p. face ao
trimestre anterior, enquanto o rácio CET 1 resultante do
agregado dos bancos atingiu os 12,6%.
Desde início de 2013, o sistema bancário nacional tem
vindo a procurar reduzir exposições de liquidez junto do
BCE (o financiamento obtido junto do Eurosistema
diminuiu para níveis mínimos desde o início do P.A.E.F.) e
a tomar medidas adicionais de reforço de capital, ainda
que em condições adversas que se adensam desde 2012 e
que geram pressão nas contas de exploração e nos fundos
próprios dos bancos, nomeadamente devido à manutenção
das taxas directoras em níveis historicamente baixos, à
crescente acumulação de volumes de crédito vencido
difíceis de recuperar e à ainda reduzida actividade e
procura no mercado imobiliário a impossibilitar a redução
das sobredimensionadas carteiras de imóveis em posse
directa ou indirecta dos bancos.
Inevitavelmente, a actividade do sistema bancário
permanece muito condicionada pela envolvente
macroeconómica e financeira e, em particular, pela
redução do nível de endividamento da economia
portuguesa, que afecta de forma transversal todos os
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
agentes económicos e que provoca uma significativa
contracção do negócio bancário.
O activo total do sistema bancário português (excluindo o
Novo Banco) era de 374 mil milhões de euros a Setembro
de 2014 que comparam com os 375 mil milhões de euros
registados em Junho de 2014 (se excluirmos o BES). Face
ao trimestre homólogo de 2013, verificou-se uma
significativa redução dos activos justificados pela redução
da carteira de crédito concedido.
Na realidade, as reduzidas expectativas quanto ao
desempenho do sector traduzem-se, em larga medida, na
fraca capitalização bolsista dos bancos cotados quando
comparada com a respectiva situação líquida (ou valor
contabilístico das acções).
Desde meados de 2011 que os principais agregados de
crédito registam taxas de variação anuais negativas,
consequência de uma acentuada quebra no rendimento
disponível das famílias e dos elevados níveis de
desemprego e, no caso das empresas, da erosão de
rentabilidade nas empresas, provocada por quebras de
margem e pelo muitas vezes insustentável peso da dívida
na estrutura dos balanços, factor particularmente crítico
nas micro e pequenas empresas.
Taxa de variação anual
2011 2012 2012 2013 2013 2014 2014
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov
TOTAL -2,1 -3,9 -1,1 -0,6 -0,2 -3,9 -4,2
Empresas -1,9 -4,0 0,7 1,1 0,8 -4,0 -3,7
Particulares -2,2 -3,7 -3,3 -2,7 -1,5 -3,8 -4,9
Crédito à habitação -1,6 -3,0 -3,4 -3,8 -3,8 -3,7 -3,8
Outro crédito a particulares -4,9 -7,2 -1,5 0,9 5,7 -2,8 -7,1
AGREGADOS DE CRÉDITO
A tendência descendente do rácio de transformação do sector financeiro reflecte a redução do crédito concedido pelo sistema
bancário (-4,2% a Nov.2014) e o moderado crescimento dos depósitos de clientes (famílias e empresas) que, de forma
crescente, procuram aumentar os níveis de poupança através de soluções de aforro e de gestão de tesouraria.
Relativamente ao crédito a sociedades não financeiras, observou-se ainda uma taxa negativa de variação anual do crédito total
a sociedades não financeiras privadas (de -3,1%), bem como da taxa de variação anual do crédito total a sociedades não
financeiras públicas que não consolidam nas administrações públicas de -17,6%.
No que se refere ao crédito a particulares, a taxa de variação anual do crédito para aquisição de habitação foi de -3,8% e do
crédito para consumo e outros fins foi de -7,1%.
A taxa de variação homóloga dos depósitos bancários do sector privado não monetário atingiu os +2,4%, tendo no caso dos
depósitos de particulares alcançado apenas +0,5%.
A qualidade do crédito6 continua a pressionar a rendibilidade dos bancos em consequência do aumento continuado dos níveis de
imparidades (de crédito e de outros activos) e do consequente esforço de provisionamento. No 3º trimestre de 2014, o stock de
imparidades para crédito do sistema bancário (excluindo o Novo Banco) representou 6,8% do crédito bruto que compara com os
6,2% registados em 2013 (incluindo o BES).
O crédito vencido de particulares tem vindo, no período recente, a apresentar níveis de incumprimento crescentes mas inferiores
a 5,0%7. No que se refere ao crédito vencido de empresas, a tendência registada não apresenta ainda sinais de abrandamento,
6 O rácio de crédito em risco, no 3º trimestre de 2014 e excluindo o Novo Banco, situou-se nos 18,7% para as empresas não financeiras,
17,2% para o crédito ao consumo e outros fins e 5,9% para o crédito à habitação. 7 A este propósito, é de realçar a aprovação da Lei 58/2014 de 25 de Agosto que veio criar um regime extraordinário de proteção de
devedores de crédito à habitação em situação muito difícil.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
com os sectores de actividade relacionados com a construção, o comércio a retalho e as actividades imobiliárias a registarem
volumes de crédito vencido persistentes.
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set
Particulares 2,9 3,2 3,3 3,4 3,7 4,0 4,0 4,2 4,4 4,7 4,8
Empresas 4,1 4,7 4,4 5,4 7,0 9,6 10,6 12,6 13,4 14,4 14,7
2013Regiões
2009 2010 2011 2012
RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO - PARTICULARES VS EMPRESAS
2014
Fonte: BdP, Boletim Estatístico,Dezembro.2014
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set
Habitação 1,7 1,9 1,9 1,9 2,0 2,2 2,3 2,3 2,5 2,7 2,8
Outro Crédito 7,3 7,9 8,5 9,2 10,5 11,5 11,8 12,6 13,1 13,7 14,1
RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO - PARTICULARES (POR TIPOLOGIA)
2014
Fonte: BdP, Boletim Estatístico,Dezembro.2014
Tipologia2009 2010 2011 2012 2013
A análise do crédito vencido empresarial por regiões denota não apenas a persistência mas também a manutenção ou o
agravamento dos níveis de incumprimento de forma transversal com excepção da região dos Açores. Se compararmos os níveis
de incumprimento actuais com os que se observavam no final de 2010, verificamos que, nas regiões da grande Lisboa e do
Algarve, o crédito vencido aumentou para perto do quádruplo e, nas restantes regiões, mais do que duplicou.
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set
Norte 4,5 5,0 4,7 5,7 6,9 8,9 9,8 11,2 11,6 12,8 13,0
Centro 4,3 4,9 5,0 5,8 7,3 8,9 9,4 11,5 11,7 12,1 12,2
Lisboa 4,0 4,5 4,1 5,1 6,4 9,1 10,6 12,7 14,,3 15,3 15,9
Alentejo 5,5 5,8 5,5 5,9 6,9 8,3 8,7 10,4 11,1 11,9 13,0
Algarve 3,9 4,2 6,1 7,4 11,6 18,9 18,6 24,5 25,3 25,4 25,4
Açores 2,7 2,9 3,9 5,6 6,3 8,2 8,3 9,1 8,5 8,7 8,5
Regiões2009 2010 2011 2012 2013
RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO DE EMPRESAS (%) POR REGIÃO
2014
Fonte: BdP, Boletim Estatístico,Dezembro.2014
A evolução do crédito vencido de empresas, analisada com base na dimensão do crédito concedido, revela a mesma tendência
de agravamento, com o aumento do crédito vencido a verificar-se independentemente do montante de crédito concedido.
Apesar de se manter a tendência para uma maior incidência de crédito vencido nas exposições até 100.000 euros, o
agravamento verificado nos escalões de montante mais elevado tem vindo a aumentar de intensidade nos últimos anos, tendo
sido significativo em 2014.
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Set
< 20.000 14,0 14,8 15,4 15,9 16,7 18,2 19,8 21,2 22,3 23,2 23,7
20.000 - 50.000 9,9 10,7 11,1 12,2 13,6 15,8 17,6 19,3 19,8 20,7 21,1
50.000 - 100.000 9,0 9,7 9,9 11,1 12,6 14,7 16,4 18,2 19,1 19,9 20,4
100.000 - 200.000 7,9 8,5 8,4 9,7 11,3 13,3 15,4 17,2 17,7 18,6 18,9
200.000 - 400.000 6,4 7,5 7,5 8,7 9,7 11,7 14,0 16,0 16,4 17,8 18,4
400.000 - 1.000.000 6,7 7,4 7,3 8,7 10,4 12,7 14,9 17,0 17,5 18,7 19,1
1.000.000 - 5.000.000 5,6 6,6 6,7 8,1 9,9 12,4 14,7 17,4 18,2 19,9 20,4
> 5.000.000 2,6 2,9 2,5 3,3 4,5 7,1 7,2 9,0 10,5 11,1 11,4
Intervalos em euros2009 2010 2011 2012 2013
RÁCIOS DE CRÉDITO VENCIDO DE EMPRESAS (%) POR ESCALÃO DO CRÉDITO CONCEDIDO
2014
Fonte: BdP, Boletim Estatístico,Dezembro.2014
No que diz respeito às operações passivas, a taxa de remuneração dos depósitos e equiparados com prazo até 2 anos mantém
uma tendência descendente desde o início de 2012. O processo de desendividamento e a substituição de consumo por
poupança, por parte das famílias, tem permitido aos bancos reduzirem progressivamente os custos com a remuneração dos
depósitos sem colocar em causa os seus níveis de liquidez.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
No crédito, as taxas de juro médias sobre saldos de operações activas registaram variações divergentes por tipo de crédito, ao
longo de 2014, com a taxa média do crédito a empresas a reduzir, a taxa do crédito à habitação a registar uma ligeira subida no
1º semestre seguida de uma descida no 2º semestre, e a taxa do restante crédito a particulares a registar uma descida.
2011 2012 2012 2013 2013 2014 2014
Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov
Depósitos até 2 anos 3,67 3,30 2,87 2,46 2,19 1,94 1,61
Crédito a empresas 5,12 4,86 4,39 4,45 4,37 4,22 3,96
Crédito à habitação 2,73 2,16 1,59 1,46 1,47 1,56 1,43
Outro crédito a particulares 8,66 8,51 8,08 8,32 8,29 8,39 8,17
Fonte: BdP-Indicadores de Conjuntura
TAXAS DE JURO (s/ saldos de fim de período)
CRÉDITO AGRÍCOLA – EVOLUÇÃO RECENTE
1. ANÁLISE FINANCEIRA DO SICAM (NEGÓCIO BANCÁRIO DO GRUPO CA)
Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas Associadas), referentes ao exercício
de 2014, constituem valores provisórios e não auditados.
Num contexto macroeconómico nacional em fase de recuperação onde ainda se verificam, por um lado, uma elevada retracção
da procura de crédito por parte das famílias e das empresas com projectos viáveis (i.e. geradores de cash flows alinhados com
as necessidades do serviço da dívida) e, por outro lado, um elevado nível de endividamento das empresas e famílias, a
generalidade da banca portuguesa voltou a apresentar, a par de 2013, prejuízos significativos.
O Crédito Agrícola, por sua vez, apresentou uma redução da actividade inferior à generalidade dos bancos nacionais bem como
um aumento do resultado líquido em 23 milhões de euros face a 2013 (24,5 milhões de euros vs. 1,5 milhões de euros).
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Valores em milhões de euros
Evolução do Resultado Líquido Acumulado 31-mar-14 30-jun-14 30-set-14 31-dez-14
Caixas Associadas 5,7 3,6 -8,8 -13,1
Caixa Central 3,9 21,3 21,7 36,6
SICAM (Consolidado) 9,7 25,1 13,3 24,5
Os resultados positivos do SICAM devem-se, sobretudo, à gestão dos custos de funding, à continuidade da operacionalização de
uma estratégia de gestão dinâmica de tesouraria, com o objectivo de realizar o valor intrínseco dos excedentes de liquidez
detidos pelo SICAM, através de mais-valias que atingiram em 2014 cerca de 165 milhões de euros, que se vieram a revelar
determinantes para o crescimento do produto bancário em 2014, de 17% face a 2013, e consequentemente para os resultados
líquidos apresentados. Em sentido inverso, registou-se um reforço extraordinário de imparidades no valor de aproximadamente
101 milhões de euros, decompostos entre 40 milhões de euros nas CCAM e 61 milhões de euros na Caixa Central, o que
originou um aumento do rácio de cobertura do crédito vencido do SICAM para os 126%.
É ainda de salientar que os resultados líquidos apresentados foram obtidos não obstante uma sã e prudente política de
constituição / reforço de provisões e imparidades, que aumentaram em 2014 para 206 milhões de euros face aos 150 milhões
de euros registados no período homólogo, o que originou um aumento do rácio de cobertura do crédito vencido de 107% em
2013 para 126% em 31 de Dezembro de 2014.
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Margem Financeira 318 251 248 -2 -1%
Comissões l íquidas 130 132 129 -3 -2%
Resultado de operações financeiras 6 79 171 92 116%
Outros resultados de exploração 11 12 7 -5 -39%
Margem Complementar 147 222 306 84 38%
Produto Bancário 465 473 554 82 17%
Produto Bancário - SICAM
A margem financeira do SICAM sofreu uma quebra de 1%, passando de 251 milhões de euros em 2013 para 248 milhões de
euros em 2014. Esta quebra resulta essencialmente de:
1. quebra registada na concessão de crédito;
2. níveis historicamente baixos das taxas indexantes do crédito (Euribor);
3. redução da rendibilidade da carteira de títulos e aumento das durações; e
4. crescimento dos recursos de clientes em 3,8%, bem como da lenta redução das taxas de remuneração dos depósitos.
É ainda de realçar que a Caixa Central manteve em 2014 um esforço de remuneração dos recursos das Caixas Associadas acima
dos níveis praticados no mercado, sacrificando a sua margem financeira, que foi negativa no acumulado 2014, embora se
verifique uma redução destes custos (-0,24 p.p. em termos médios durante o ano de 2014) como forma de iniciar a
convergência para as taxas de mercado.
É inevitável que este processo de convergência com o mercado se mantenha em 2015, o que implicará desafios acrescidos de
rentabilidade para o SICAM e consequentemente para o Grupo Crédito Agrícola.
A margem financeira negativa da Caixa Central só foi possível ser suportada graças aos resultados obtidos com a gestão
dinâmica da tesouraria do SICAM acima mencionada, eles próprios também possíveis devido a factos não recorrentes como
sejam a política acomodatícia prosseguida pelo Banco Central Europeu e confirmada já em Janeiro de 2015.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Apesar do aumento de comissões de comercialização de produtos fora do balanço (fundos de investimento) e de seguros vida e
não vida, as comissões líquidas para o conjunto do SICAM reduziram-se em cerca de 2% face a 2013 devido essencialmente à
quebra do crédito (gerador de um volume significativo de comissões).
Globalmente, o produto bancário do SICAM regista um acréscimo de 17%, tendo passado de 473 milhões de euros em 2013
para 554 milhões de euros em 2014.
Valores em milhões de euros
Margem
Financeira
Comissões
Líquidas
Res. Op.
Financeiras
Margem
Complementar
Produto
Bancário
Caixas Associadas 252 106 4 12 375
Caixa Central -5 23 166 185 181
SICAM (Consolidado) 248 129 171 306 554
Ao nível dos custos, verificou-se um ligeiro decréscimo nos custos de estrutura (-1%), tendo estes reduzido em cerca de 2
milhões de euros. Esta evolução deve-se à quebra nos gastos gerais administrativos, que passaram de 124 milhões de euros em
2013 para 121 milhões de euros em 2014 (-3 milhões de euros), fruto da negociação centralizada de contratos e do esforço de
contenção dos custos implementado no Crédito Agrícola. É importante assinalar, porém, que algumas categorias de custos
foram penalizadas no 3º trimestre de 2014, e que terão particular reflexo em 2015, pelo agravamento do salário mínimo que
serve de indexante em contratos ao abrigo da legislação de trabalho temporário (e.g. serviços de limpeza).
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Custos de Estrutura 303 302 300 -2 -1%
Custos de Pessoal 163 164 165 1 1%
Gastos Gerais Administativos 126 124 121 -2 -2%
Amortizações 15 15 14 -1 -4%
Evolução dos Custos de Estrutura - SICAM
Em sentido oposto, os custos com pessoal agravaram-se em cerca de 1 milhão de euros (+1%).
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Correcção de valor em crédito de clientes 99 106 166 59 56%
Imparidade de outros activos 22 44 40 -3 -8%
Total de provisões e imparidades do exercício 121 150 206 56 37%
Total de provisões e imparidades acumuladas 649 707 848 142 20%
Rácio de cobertura do crédito vencido 107% 107% 126% 0,19 p.p. -
Provisões/Imparidades do Exercício
É ainda de salientar a evolução registada nas provisões e imparidades que, em 2014, aumentaram para 206 milhões de euros
face aos 150 milhões de euros registados no período homólogo, o que originou um aumento do rácio de cobertura do crédito
vencido de 107% em 2013 para 126% em 2014, salvaguardando a cobertura de resultados de eventuais cenários negativos no
futuro.
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Crédito total sobre cl ientes 8.365 8.199 8.147 -51 -0,6%
Crédito e juros vencidos 608 658 672 14 2,1%
Evolução da carteira de crédito
Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um acréscimo de 2% no activo total do SICAM que passou de 12.969 milhões
de euros em 2013 para 13.279 milhões de euros em 2014. O crescimento do activo verificou-se principalmente na rubrica de
outros activos, dada a incapacidade de transformação dos recursos captados (através de depósitos) em crédito.
13.027
13.748
12.969
13.279
2011
(reexpresso)
2012 2013 2014
Evolução do Activo Líquido(em milhões de euros)
O crédito a clientes, em termos brutos, registou um ligeiro decréscimo face a 2013 (-0,6%), contudo, em termos líquidos, a
quebra foi mais acentuada (-2,6%) devido ao reforço de imparidades do exercício (+20%).
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Crédito bruto 8.365 8.199 8.147 -51 -0,6%
Imparidades 649 707 848 142 20,0%
Crédito líquido 7.717 7.492 7.299 -193 -2,6%
Crédito a clientes
O passivo total do SICAM aumentou cerca de 250 milhões de euros enquanto o capital registou um aumento de 59 milhões de
euros.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Valores em milhões de euros
Activo PassivoCapitais
Próprios
Caixas Associadas 11.841 10.670 1.171
Caixa Central 6.001 5.702 298
SICAM (Consolidado) 13.279 12.114 1.165
É importante mencionar a evolução do rácio de transformação que, em 2014 face a 2013, se reduziu de 80,1% para 76,7%,
está actualmente situado num nível bastante baixo quando comparado com a restante banca portuguesa (que, de forma
agregada e excluindo o Novo Banco, registou um rácio de 107% em Setembro de 2014) e se revela insuficiente para uma
adequada remuneração dos fundos próprios.
8.365 8.199 8.147
10.178 10.234 10.620
82,2%
80,1%
76,7%
69,0%
74,0%
79,0%
84,0%
89,0%
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
2012 2013 2014
Evolução do Crédito e Recursos de Clientes(em milhões de euros)
Crédito a Clientes (bruto) Recursos de Clientes Rácio de Transformação
Para tal, contribuíram a redução de stock de crédito concedido (-0,6%) e o aumento ao nível de recursos de balanço
constituídos por clientes (+3,8%).
Valores em milhões de euros, excepto percentagens
2012 2013 2014 Δ Abs. Δ %
Crédito a Clientes (bruto) 8.365 8.199 8.147 -51 -0,6%
Recursos de Clientes 10.178 10.234 10.620 387 3,8%
Rácio de Transformação 82,2% 80,1% 76,7% -3,4 p.b. -
Evolução do crédito e recursos de clientes
2. OUTROS FACTOS RELEVANTES
Mesmo com reduzida implantação nos principais mercados
urbanos, o Crédito Agrícola tem vindo a revelar que possui
uma reputação muito positiva no sector. Uma sondagem
realizada pela Aximage, em Setembro de 2014, para o
Jornal de Negócios e para o Correio da Manhã, com o
objectivo de medir o índice de confiança espontânea nos
bancos portugueses, veio confirmar que, a seguir ao banco
do Estado, o Crédito Agrícola é a 2ª instituição em que os
portugueses mais confiam.
A excelência do Grupo Crédito Agrícola, na actividade
bancária e seguradora, tem vindo a ser regular e
amplamente reconhecida através de diversos prémios da
indústria financeira e seguradora. A CA Seguros tem sido
frequentemente premiada (foi considerada pela revista
Exame a melhor seguradora não vida em 2013) e mantém
a liderança nos seguros de colheitas em Portugal.
A CA Vida também foi reconhecida, pela revista Exame,
como a melhor seguradora vida em 2012. A CA Gest,
empresa do Grupo especializada na gestão de activos,
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
oferece diversos fundos de investimento com desempenho
acima do mercado e mais do que duplicou os montantes
sob gestão e a quota de mercado nos fundos de
investimento mobiliário, em 2014.
O serviço B24 festejou 10 anos sobre a data do seu
lançamento e terminou o ano com 236 balcões em
funcionamento.
Em 2014, a instalação de terminais de pagamento
automático (TPA) registou uma evolução positiva (+3,3%
para as quase 17 mil unidades) sem tradução na variação
da quota de mercado. O número de transacções em ATM
do Crédito Agrícola subiu 3,3% em 2014, atingindo os 79
milhões de transacções (i.e. mais de 4.500 transacções
mensais por equipamento).
Em 2014, registaram-se reduções no número de cartões de
débito (-0,2% face aos +3,5% do mercado) e de cartões
de crédito do Crédito Agrícola (-7,1% face aos -4,2% do
mercado), o que se traduziu numa perda de quota de
mercado em quantidade de cartões (de 8,1% para 7,8%
nos cartões de débito e de 6,6% para 6,4% nos cartões de
crédito). Não obstante, no mesmo período, verificou-se um
aumento do número de transacções de cartões (+5,4%
para os 91,7 milhões de transacções), assim como, um
aumento do volume de transacções (+ 5,6% para os 4.781
milhões de euros).
Em termos de penetração do canal on-line, em 2014, o
número de adesões activas nas empresas ultrapassava as
56 mil e nos particulares atingia as 218 mil. No CA Mobile,
as adesões ultrapassaram as 12 mil tendo-se registado um
crescimento de 79%.
O ano 2014 contou com 14.977.420 visitas ao website
institucional do Grupo Crédito Agrícola, o que significou um
acréscimo de 19% face a 2013 (e +24% no número de
visitantes únicos que totalizam os cerca de 4,3 milhões de
pessoas).
No ano de 2014, o Grupo CA afirmou-se como um motor
de desenvolvimento regional através da relação de
proximidade com os clientes, contribuindo para dar
resposta às suas ambições e projectos financeiros, com
uma oferta universal de serviços financeiros e de protecção
e, no decurso da recessão económica e das crises de
dívidas soberanas e do mercado imobiliário, demonstrando
uma credibilidade e resiliência (em termos de liquidez e
solvabilidade) ímpares.
Em Junho de 2014, o Grupo Crédito Agrícola realizou o
jantar de homenagem às empresas, suas clientes, que se
destacaram no contexto nacional pelo seu contributo para
a competitividade e crescimento da economia portuguesa
recebendo, por isso e mediante proposta do Crédito
Agrícola, o estatuto de PME Líder (73 empresas versus 30
no ano transacto) e PME Excelência (15 empresas versus 2
no ano transacto) com referência à situação financeira de
2013.
O Grupo Crédito Agrícola lançou, em parceria com a
Associação dos Escanções de Portugal, o “I Concurso de
Vinhos do Crédito Agrícola” destinado a Produtores e
Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país.
Entre as várias regiões vitivinícolas do país, inscreveram-se
175 produtores com cerca de 280 vinhos brancos e tintos
propostos a concurso. As provas cegas e a atribuição
destes prémios decorreram no âmbito da “Portugal Agro,
Feira Internacional das Regiões, da Agricultura e do Agro-
alimentar”, em Novembro de 2014. Os vencedores foram
revelados numa cerimónia que contou com a presença do
Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo
Albuquerque.
O Crédito Agrícola patrocinou as principais feiras de âmbito
nacional, nomeadamente o SISAB, AGRO, Ovibeja, Feira
Nacional da Agricultura, Expofacic, Fatacil, Agroglobal,
Portugal Agro (vide figura), Salão Imobiliário de Portugal
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
(SIL) e “Mercados” do Campo Pequeno com um espaço
Grupo Crédito Agrícola para promoção da marca e da
oferta direccionada de produtos e serviços em cada feira.
Ao associar-se, ano após ano, a estes eventos, o Grupo
Crédito Agrícola reforça o seu papel activo no
desenvolvimento e na promoção das regiões, da sua
cultura e das suas tradições.
Foram encetadas parcerias com entidades como a
Confagri, a Associação de Jovens Agricultores de Portugal
(AJAP), a Publindústria – Agrotec (portal de informação
agrícola e de agronegócios), a Portugal Fresh, a Compal-
Sumol, a Visabeira Turismo e a Prosegur, estando em
curso a formalização de um conjunto adicional de
importantes protocolos (e.g. ADRAL, Energie).
No que respeita à oferta de produtos e serviços, em 2014,
foram lançadas comercialmente soluções de passivo (e.g.
DP Associados, Poupança Cristas) e de activo (e.g. CH para
não residentes, super crédito pessoal), soluções (bundles)
dedicados a empresas e famílias, soluções de tesouraria
para empresas e empresários, soluções de micro-crédito
com garantia do Fundo Europeu de Investimento, entre
outros.
No ano de 2014, foi dado particular destaque na imprensa
nacional e regional às várias iniciativas do CA que
contribuem de forma efectiva para a disseminação de uma
cultura de inovação nos sectores da agricultura, da agro-
indústria e da floresta, promovendo, incentivando e
premiando projectos que serão casos de sucesso nacional
como sejam:
• o lançamento do ”Prémio CA - Inovação na
Agricultura, Agro-indústria e Floresta” que
contou com 133 projectos concorrentes dos
quais foram seleccionados 12 projectos
finalistas; e
• a implementação, em parceria com a INOVISA e
no âmbito do 8º Quadro Comunitário, de um
Ciclo de Seminários que se desenrolaram ao
longo do ano, cobriram as todas as regiões de
Portugal Continental e do Arquipélago dos
Açores e contaram com a presença de centenas
de empresários, agricultores e entidades do
sector primário e agro-industrial.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ANÁLISE SOCIAL
A estratégia da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
tem sido a de promover e auxiliar as actividades
económicas da nossa região geográfica, procurando cada
vez mais trabalhar com os melhores e em prol do seu
desenvolvimento.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo entende ser
da sua responsabilidade o auxílio às actividades
económicas dos seus associados e a promoção do
desenvolvimento económico da região, seguindo para o
efeito estratégias de proximidade com os clientes,
procurando estabelecer políticas de confiança e passar
uma imagem de integridade ao mercado.
A responsabilidade social é um dos principais pilares de
actuação do grupo Crédito Agrícola e, em particular, da
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo através do
envolvimento com a comunidade externa (educação,
cultura e outras actividades comunitárias) e interna (planos
de seguros, crédito a colaboradores, apoio à educação,
cultura e lazer. O concelho do Cartaxo tem cerca de
25.000 habitantes, com o melhor registo de densidade
populacional em todo o distrito de Santarém e o segundo
melhor registo em termos de taxa de crescimento
populacional na última década. O Cartaxo, intimamente
ligado ao slogan “Capital do Vinho”, é o maior produtor de
vinho tinto e vinho regional da Lezíria do Tejo e o segundo
maior produtor de vinho (em geral) do distrito. Nos finais
de 2014, a Adega Cooperativa do Cartaxo foi distinguida
como a melhor cooperativa de Portugal, comprovando a
excelência dos vinhos produzidos no concelho e os
benefícios da concentração e agrupamento dos pequenos
produtores.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo tem
partilhado uma ligação crescente à comunidade local,
marcando presença nas habituais festas populares do
Município do Cartaxo e respectivas freguesias, contribuindo
para o desenvolvimento das actividades de apoio social
através da proximidade com instituições e associações
municipais de relevo e marcando presença em inúmeros
eventos de carácter social e cultural. Durante o ano de
2014, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
continuou a apoiar financeiramente aquelas actividades.
Como já tem sido habitual na estratégia desta instituição,
cabe-nos o prazer de continuar a anunciar que
trabalhamos com mais de 20 associações municipais, como
ranchos folclóricos ou sociedades filarmónicas, apoiamos
instituições de solidariedade social como a Cruz Vermelha
ou a Associação Humanitária de Pontével, promovemos
actividades desportivas como o Clube de Natação do
Cartaxo ou o Sport Lisboa e Cartaxo e desenvolvemos
protocolos com a Escola Secundária do Cartaxo para o
patrocínio do cartão de estudante e a distinção anual dos
melhores alunos.
A todos, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
envia os seus votos de grandes sucessos para 2015 e um
muito obrigado pela vossa colaboração e pela confiança
crescente que depositam na nossa instituição.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
AGENDA ESTRATÉGICA PARA 2015
A estratégia da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo
tem sido a de promover e auxiliar as actividades
económicas da nossa região geográfica, procurando cada
vez mais trabalhar com os melhores e em prol do seu
desenvolvimento.
O excesso de endividamento e o fraco crescimento
económico de algumas das maiores economias do espaço
da moeda única, conjugado com o programa de assistência
financeira negociado no início de 2011, tem-se reflectido
num forte aumento do impacto recessivo em Portugal.
Actualmente com a previsão de recuperação económica
assente em perspectivas de crescimento a rondar os 0,8%,
o país estará a ultrapassar uma das piores crises de
sempre e a confiança dos consumidores e investidores a
crescer desde meados do início do 2º semestre de 2013.
Neste quadro, é expectável que os bancos nacionais
iniciem uma retoma sustentável e contínua dos seus níveis
de rendibilidade e solvabilidade durante os próximos anos.
O ano de 2013, conforme anunciado pela CCAM o ano
passado, foi um ano chave na resolução da grave crise
iniciada em 2008, já que permitiu atenuar o problema
grego e conhecer a eficácia do cumprimento do programa
de assistência financeira a Portugal, nomeadamente o
cumprimento das metas do défice para 2013 e o já
previsível regresso de Portugal aos mercados de dívida
obrigacionista a 10 anos. Estando afastado um cenário de
default da dívida portuguesa, cremos que será de encarar
com algum optimismo as tendências económico-sociais nos
próximos meses.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo respondeu á
actual crise nacional com um posicionamento defensivo na
gestão dos recursos financeiros, no aumento do crédito a
empresas de elevado rating, no desinvestimento de activos
não correntes e na contenção máxima de custos de
funcionamento. Através desta estratégia, procurámos:
� Continuar a aposta no aumento da confiança da
comunidade nos nossos serviços e atendimento;
� Aumento dos rácios de capital com vista ao
cumprimento dos novos requisitos definidos em
Basileia III;
� Aposta em novos produtos financeiros na
tentativa de incremento do produto bancário e
em responder às necessidades dos clientes;
� Reformulação e diversificação de activos e
carteira de crédito, com vista à redução do ritmo
de crescimento de imparidades e ao aumento da
rentabilidade;
� Maior aproveitamento dos canais de
financiamento disponibilizados pelo BCE, com
redução de gastos para a CCAM;
� Captação de novos negócios e clientes com
reduzida alavancagem e, portanto, maior
potencial e segurança para novos investimentos;
� Melhoria dos esforços no incremento do
envolvimento comercial e criação de sinergias
com os actuais clientes dotados de melhores
condições para investir.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
RISCOS DA ACTIVIDADE BANCÁRIA
Consoante a análise e o posicionamento estratégico da
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo para o ano de
2015, importa definir e alertar para os riscos da actividade
bancária a considerar no plano social, económico e
financeiro delineado para a economia portuguesa e
europeia.
1. Crescimento de provisões e imparidades para
crédito vencido
O elevado nível de crédito em risco potencia riscos
económico-financeiros elevados para o ano de 2015, com o
crescente provisionamento previsto para clientes
actualmente em incumprimento e o regresso ao estado de
incumprimento de clientes em grandes dificuldades
financeiras.
2. Instabilidade em determinados países do Euro
O acompanhamento da situação europeia, nomeadamente
ao nível da situação político-financeira da Grécia, torna-se
fundamental aos balanços das instituições financeiras mais
expostas, indirectamente, aos impactos de um default no
pagamento das obrigações do tesouro por este país. Mais
ainda, a eventual saída ou expulsão da Grécia da zona
euro acarreta riscos incalculáveis a nível mundial.
Adivinham-se grandes incertezas e elevada volatilidade em
2015 e possivelmente 2016.
3. Possível período prolongado de estagnação e
deflação
A forte diminuição nos preços do petróleo, os elevados
níveis de endividamento das economias europeias no geral
e a continuidade das políticas de ajustamento orçamental
geram desconfiança nos agentes económicos e
correspondentes reduzidas previsões de crescimento nos
volumes de negócio.
4. Evolução das taxas de juro indexadas às
Euribor e dinâmica na procura de crédito
O regresso à tendência de redução das taxas de juro,
desta feita em função da estagnação na procura por
operações de financiamento e investimento, deverão
permitir uma melhoria ligeira da margem financeira das
instituições bancárias e em particular da Caixa de Crédito
Agrícola Mútuo do Cartaxo que além de previsivelmente vir
a sofrer ainda impactos significativos ao nível do crédito
mal parado pelas condições adversas de clientes
específicos, terá de intensificar os esforços comerciais
junto dos clientes com menores necessidades de
desalavancagem.
5. Dificuldades na transformação de activos não
correntes de balanço
A qualidade dos activos não correntes detidos para venda
em balanço adivinham maiores dificuldades na colocação
dos mesmos no mercado e respectiva transformação em
activo líquido rentável ao ROA da CCAM.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
SERVIÇOS DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO
CARTAXO, C.R.L.
Os departamentos que compõem a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo desenvolvem um conjunto de serviços
especializados de suporte aos diferentes balcões e no apoio às decisões superiores, procurando contribuir para a eficiência
crescente das actividades operacionais, para a redução dos custos de funcionamento, para a melhoria da qualidade de serviço e
atendimento, para a manutenção de um nível tecnológico e para a minimização dos riscos associados à carteira de crédito e de
compliance.
COORDENAÇÃO GERAL
Está a cargo da Coordenadora Geral a definição da política de investimentos, ao nível da gestão do património, assim como o
assegurar dos recursos informáticos, de um sistema de segurança adequado, da permanente actualização dos seguros, da
identificação dos bens patrimoniais e de uma gestão eficaz dos bens que são propriedade da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo. A Coordenadora Geral deve, ainda, definir e submeter ao Conselho de Administração e reavaliar, periodicamente, as
taxas de juro dos recursos e aplicações, no que concerne à gestão financeira da instituição. Ao nível dos recursos humanos, terá
o papel essencial de promover as medidas necessárias à melhoria do desempenho individual e das equipas e para o
desenvolvimento das competências.
COMITÉ DE ASSUNTOS INTERNOS
Cabe-lhe acompanhar o cumprimento dos objectivos traçados para as diferentes áreas funcionais, assim como facilitar a
comunicação entre os vários órgãos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo. No âmbito do planeamento,
acompanhamento e avaliação da actividade, tem, também, como tarefa, analisar os relatórios de auditoria (externa e interna),
reportar os resultados ao Conselho de Administração e acompanhar o cumprimento dos rácios de gestão e prudenciais.
AUDITORIA INTERNA
Os elementos representantes da equipa de auditoria interna procedem à supervisão da actividade dos vários órgãos da Caixa de
Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, gerem as reclamações dos clientes e anomalias diversas, colaboram na elaboração de
normas e instruções de funcionamento, apoiam os colaboradores no desempenho das suas funções e identificam áreas
problemáticas e de risco, sugerindo correcções no sistema de controlo interno.
APOIO JURÍDICO
Cabe aos serviços jurídicos externos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo garantir o acompanhamento jurídico das
situações de crédito em mora e pré-contencioso, analisar e propor a liquidação judicial ou extra-judicial no que respeita à
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
regularização de créditos, normalizar e acompanhar os procedimentos de recuperação do crédito em contencioso, promover a
actuação judicial nos processos distribuídos, proporcionar assistência jurídica aos vários departamentos da Caixa, elaborar
pareceres sobre contratos e garantias a operações financeiras e desenvolver e aplicar novas minutas de contratos.
COORDENAÇÃO COMERCIAL
Tem como missão transformar as grandes orientações e objectivos globais da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo no
que toca à comercialização de produtos e à captação de novos clientes, a definição dos objectivos comerciais juntamente com
os balcões da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, validar e propor o plano de marketing local à coordenadora geral,
assegurar o cumprimento das orientações fornecidas pelo Plano Comercial da Caixa Agrícola, analisar periodicamente a sua
execução e assegurar a orientação comercial dos balcões na divulgação e comercialização dos produtos.
GESTÃO DE CLIENTES ESPECIAIS
Trata-se de uma unidade de negócio da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo com vista à rentabilização da carteira de
clientes, à identificação do perfil de consumo do cliente, à definição de um plano de visitas e contactos periódicos, à
identificação de oportunidades de colocação de novos produtos ajustados ao perfil de cada um destes clientes, à apresentação
de propostas de negócio ao cliente e à monitorização sistemática da satisfação global do cliente com os serviços prestados.
SEGUROS
Unidade de gestão e dinamização da actividade comercial, no âmbito do apoio á actividade de seguros – ramos reais. Tem por
responsabilidade a negociação de carteiras de seguros, fornecer apoio técnico aos balcões, lançar apólices, recolher dados e
informações necessárias à formalização dos processos de sinistros, assegurar a manutenção do arquivo de processos de
seguros, o controlo das comissões recebidas e a prestação atempada de informação aos balcões da Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo do Cartaxo.
ANÁLISE DE RISCO E INFORMAÇÃO DE GESTÃO
A unidade de Informação de Gestão constitui uma área de suporte à análise e produção de informação relevante à condução
dos objectivos e estratégias da Caixa. Através da elaboração de dados informativos, análise de rácios e indicadores financeiros,
do apoio à elaboração do Plano de Actividades, Balanço, Demonstração de Resultados e Balanço Social, da análise do impacto
de risco das taxas activas e passivas praticadas e da evolução do desempenho financeiro da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do
Cartaxo, esta unidade pretende alertar para os diferentes riscos que compõem o dia a dia da actividade bancária actual.
Inserida nas funções de Gestão do Risco de Crédito, esta unidade tem como responsabilidade a análise periódica do risco de
empresas e grupos empresariais com envolvimento relevante na Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, além de emitir
parecer sobre as propostas de crédito a particulares e empresas, analisar a viabilidade económico-financeira de projectos de
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
investimento, propor acções e medidas tendentes à redução dos riscos de crédito da Caixa, solicitar informações comerciais e
avaliações de imóveis, assegurar o acompanhamento de clientes de risco, manter actualizado o cruzamento da informação sobre
o valor das propriedades hipotecadas e do valor dessas hipotecas e analisar a posição de crédito através da elaboração de
relatórios de análise.
PROCESSAMENTO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO
A unidade de Processamento e Recuperação de Crédito visa assegurar a correcta formalização dos processos de crédito, a
preparação das escrituras, a verificação da documentação e requisitos definidos nos pedidos de crédito, lançamento de planos
de reembolso, manutenção dos dossiers das operações de crédito e a emissão de cartas de aviso para a regularização de
empréstimos.
Além disso, esta unidade pretende garantir o acompanhamento das situações de crédito em mora, o controlo desses processos,
a sua negociação de acordo com as normas estabelecidas e a realização de todas as diligências necessárias junto dos clientes
com crédito vencido.
ÁREA DE SUPORTE
A Area de Suporte da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo abrange uma série de unidades de negócio como a
Compensação e Operações Gerais, a Manutenção de Arquivos, a Contabilidade e Reporting e o Pessoal.
No que respeita à Compensação e Operações Gerais, tem como responsabilidade a verificação de imagens e assinaturas de
cheques, o lançamento de transferências e cobranças diversas, a emissão de listagens de movimentos e saldos devedores e a
regularização de movimentos rejeitados pelo sistema informático.
A Manutenção de Arquivos procura efectuar a gestão e transporte do arquivo vivo e assegurar a destruição do arquivo morto.
A área de Contabilidade e Reporting executa a contabilidade geral, garante a fiabilidade e disponibilidade das informações e
registos contabilísticos, confere e regulariza os saldos contabilísticos, procede ao encerramento mensal e anual de contas,
elabora informação de reporte obrigatório, prepara os relatórios, assegura o cumprimento das obrigações fiscais e confere
facturas para pagamento.
No que diz respeito ao Pessoal, são efectuados os processamentos de salários e envio dos mapas para as devidas entidades
externas e são organizados e actualizados os cadastros individuais dos colaboradores.
AGÊNCIAS
A unidade de Agências refere-se a todas as actividades que, no seu decurso normal, passam pela intermediação dos
colaboradores de balcão da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Neste sentido, cabe à Promoção e Prospecção Comercial o apoio ao cumprimento dos objectivos comerciais ao nível da captação
de clientes e da comercialização de produtos e serviços, prospectar comercialmente as zonas geográficas de intervenção da
Caixa, recolher informações para actualização de fichas de clientes e avaliar a actividade da concorrência no mercado local.
O Atendimento Geral presta informações sobre os produtos e serviços disponíveis, atende a pedidos diversos de clientes, efectua
contactos, aberturas de conta, movimentações em poupanças e depósitos a prazo e gestão de cartões.
Os serviços de Caixa e Tesouraria procedem à recepção de depósitos em numerário e cheque, a pagamentos de valores e
cheques, à actualização de cadernetas, à transacção de divisas, ao pagamento e registo de despesas diversas, à separação de
cheques e à emissão de listagens de conferência.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ANÁLISE DE RESULTADOS
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
2013 2014 ∆% 2013-12
51.838,6 49.720,3 -4,1%
31.204,2 31.244,3 0,1%
43.304,0 44.097,5 1,8%
50.169,8 52.307,4 4,3%
2.562,1 2.337,9 -8,7%
3,79% 4,76% 25,6%
595,8 881,9 48,0%
1.756,9 1.717,3 -2,3%
5.093,8 4.965,4 -2,5%
77,1% 74,1%
17,8% 17,0%
Principais indicadores - 2014
(milhares de euros)
Provisões p/ crédito vencido
Produto bancário
Depósitos de clientes
Recursos totais de clientes
Volume de negócios
Crédito vencido + 90 dias
Activo total líquido
Crédito a clientes (bruto)
Core Tier 1 (%)
Capital social
Rácio de Transformação
Os resultados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo demonstram o cumprimento de alguns objectivos essenciais à
prossecução da estratégia definida pela instituição para os próximos anos. Num enquadramento macroeconómico bastante
desafiante em 2014, foi conseguido um aumento do volume de negócios da carteira, assim como a estabilização de rácios
prudenciais, nomeadamente o Common Equity Tier 1.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Margem Financeira Saldo de Comissões
A margem financeira estabilizou no decurso de 2014, após um decréscimo na ordem dos -4% em 2013. A esta variação ligeira
esteve associado um forte crescimento no crédito malparado, o principal factor de inviabilização de um crescimento superior
neste indicador.
O saldo de comissões registou uma evolução negativa superior a -3,6%, o correspondente a aproximadamente 25.000 €. Tal
deve-se a um contexto de fragilidade na procura de operações activas e na isenção total ou parcial em operações concorrentes
com as de outras instituições financeiras (ajustamento em baixo do pricing no mercado).
Produto Bancário
O produto bancário registou um decréscimo superior a -2%, o correspondente a aproximadamente 40.000 €, como
consequência da estagnação da margem financeira e da redução no saldo de comissões em 2014.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Resultados de Exploração
Os resultados de exploração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo sofreram uma contracção ligeira, correspondente a
pouco mais de -2% face à evolução desfavorável do produto bancário. O corte nos custos de funcionamento (-2,4%) atenuaram
a quebra deste indicador em 2014.
Provisões e Imparidades
O nível de provisões e imparidades nos principais activos registou uma diminuição exponencial em 2014, superior a -50% face
ao período homólogo. Tal decorreu da possibilidade de redução do nível de provisões para crédito vencido, associado à
resolução de créditos em contencioso ou em dificuldades financeiras dos respectivos mutuários.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Resultado Líquido
O resultado líquido da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo ascendeu a valores ligeiramente positivos em 2014. Não
obstante a quebra ligeira dos principais indicadores de exploração, a redução forte do nível de provisões e imparidades permitiu
a obtenção de um resultado líquido de 21.174 €, sendo que o grau de cobertura do crédito em incumprimento aumentou face a
2013.
Activo Líquido
O activo líquido da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo sofreu uma desvalorização substancial decorrente do contexto
macroeconómico desfavorável, com várias situações de dação em incumprimento e execuções judiciais sobre a carteira de
crédito, assim como a frágil dinâmica do mercado de crédito na economia portuguesa. A quebra do activo líquido ascendeu a -
4% em 2014.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Crédito a Clientes
O crédito a clientes estagnou nos 31.200.000 €, anteriormente registados no final de 2013, anulando as perdas em crédito bruto
a clientes que vinham sendo registadas desde o ano de 2010. Não obstante algum crescimento da carteira no segmento de
habitação e empresas, a degradação de alguns mutuários com elevada alavancagem não permitiu um crescimento mais positivo
neste indicador.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Carteira de Crédito - 2014
(milhares de euros)
2013 2014 ∆% 2013-12
25.989,9 25.767,2 -0,8%
5.214,3 5.477,1 5,0%
6.936,3 7.168,4 3,3%
14.070,7 13.900,1 -1,2%
9.662,0 10.115,4 4,6%
2,9 - -100,0%
Crédito a Particulares
Crédito à Habitação
Crédito a Empres. e Administ. Públ.
Empréstimos
Com garantias hipotecárias
Sem garantias hipotecárias
Crédito a Empresas
Os resultados da carteira de crédito em 2014 denotam uma evolução díspar entre as várias classificações de crédito. Em termos
gerais, houve um crescimento bastante assinalável ao nível das operações sem colateral real, no sentido de procurar clientes
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
com melhor notação de risco, dentro da forte concorrência de mercado vivida em 2014. Numa descriminação mais detalhada,
verificou-se um crescimento positivo ao nível do crédito à habitação (4,6%) e empresas (3,3%), contrariamente ao crédito a
consumo que registou uma quebra homóloga.
Verifica-se uma elevada diversificação da carteira de crédito da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, essencial ao
equilíbrio financeiro e à solvabilidade de instituições de crédito de menor dimensão. A quota do crédito a particulares continua
em níveis superiores a 75% do total da carteira, à semelhança dos anos anteriores, sendo que os restantes 23% são repartidos
pelo crédito a empresas.
Depósitos de Clientes
A menor urgência dos bancos nacionais na redução dos rácios de transformação do balanço levou à diminuição gradual das
remunerações dos recursos de clientes, permitindo à Caixa de Crédito Agrícola do Cartaxo uma melhor gestão dos custos de
funding e, inclusive, um crescimento de quase 2% neste indicador.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ANÁLISE DE RÁCIOS FUNDAMENTAIS
Rácios de Crédito
Decorrente dos níveis recorde de incumprimento atingidos no mercado nacional no decurso de 2014, a Caixa de Crédito Agrícola
do Cartaxo não ficou alheia aos respectivos impactos a nível local, tendo conseguido, todavia, uma percentagem inferior a 5%
do total da carteira de crédito em incumprimento. Ao nível do grau de cobertura do crédito em risco (reestruturado por
dificuldades financeiras), as imparidades cobrem cerca de 30% do total em risco (em contraste com o GCA que cobre 70%),
sendo que o crédito em incumprimento está coberto numa percentagem superior a 50% (em contraste com o GCA que cobre
cerca de 80%), devido a alterações materialmente relevantes de fim de exercício ao nível de arrematação judicial de imóveis.
Rácio de Estrutura do Activo
A estrutura do activo manteve-se ao nível do ano anterior, sem grandes movimentos de liquidez no balanço. A componente não
corrente da situação financeira manteve-se nos 15%, distribuída entre activos financeiros e não correntes detidos para venda,
imobilizado de funcionamento e participações financeiras noutras entidades colectivas.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
Quota de Mercado - Depósitos e Crédito
A quota de mercado da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo tem estagnado nos 15%, excepto o ano de 2012 em que acentuou a
sua posição, possivelmente decorrente da situação de forte desalavancagem da generalidade dos bancos portugueses.
Retorno do Capital Investido (ROE)
O retorno do capital investido sofreu uma contracção de quase -4% no exercício de 2013, invertendo, novamente, para valores
positivos em 2014, embora próximos de 0%. Nos últimos 4 anos, apenas em 2013 a rentabilidade dos capitais próprios não
cresceu, sendo que em todos os anos registados houve uma evolução não apenas positiva, mas cescente.
O retorno do activo da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo voltou a registar valores positivos em 2014. Os valores
médios dos últimos 4 anos revelam uma rentabilização deste indicador inferior a 1%/ano, justificado pela degradação da
situação patrimonial das instituições de crédito no mercado nacional nos últimos anos, com impactos também locais.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
ANÁLISE AOS RÁCIOS DE CAPITAL
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
2013 2014 ∆% 2014-13
5.044,2 4.939,0 -2,1%
17,8% 17,0% -4,5%
23.857,8 25.434,6 6,6%
14,4% 17,3% 20,1%
Indicadores de desempenho financeiro - 2014
(milhares de euros)
Rácios de Capital
Capitais Próprios
Core Tier I
Riscos Ponderados
Rácio de Solvabilidade
Os rácios de capital da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo saem reforçados durante o presente ano, tendo sido
alcançada uma das prioridades para 2014. Apesar dos capitais próprios terem sofrido uma redução superior a 2%, o rácio de
solvabilidade, actualmente em 17,3%, acabou por apresentar uma evolução bastante favorável no exercício de 2014.
O reforço bastante ligeiro indicador de solvabilidade vem corroborar com a capacidade de resiliência da Caixa de Crédito Agrícola
Mútuo do Cartaxo no presente exercício, continuando a presentear este rácio com um dos valores mais elevados de toda a
indústria bancária e reforçando a posição da nossa instituição perante as novas exigências de capital colocadas pelo novo
regulamento Basileia III.
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L.
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS
Assim na sequência dos resultados líquidos apurados no ano de 2014 que foram de 21.174,00 euros, o Conselho de
Administração desta Caixa vem propor à Assembleia Geral o seguinte:
Transferência do Resultado Líquido apurado no montante de 21.174,00 € para Resultados Transitados aprovados.
Transferência das diferenças resultantes da alteração de políticas contabilísticas decorrentes da adopção das NCA’s no montante
de -10.395,00 para Resultados Transitados aprovados.
Cartaxo, 6 de Março de 2015.
Jorge Vítor Caetano Cunha Francisco Augusto Rosa Lopes Filipe Augusto Lopes Ferreira
Presidente do Conselho de Administração Secretário do Conselho de Administração Tesoureiro do Conselho de Administração
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO CARTAXO, C.R.L.
BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 31 DE DEZEMBRO DE 2013
31-12-2013
Provisões,
Activo imparidade e Activo Activo
ACTIVO Notas Bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 31-12-2014 31-12-2013
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 591.229 591.229 599.336 Recursos de bancos centrais 22 - -
Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 581.967 581.967 986.017 Passivos f inanceiros detidos para negociação 23 - -
Activos f inanceiros detidos para negociação 7 - - Outros passivos f inanceiros ao justo valor através de resultados 24 - -
Outros activos f inanceiros ao justo valor através de resultados 8 - - Recursos de outras instituições de crédito 25 51.520 2.854.356
Activos f inanceiros disponíveis para venda 9 931.314 (46.675) 884.639 1.718.497 Recursos de clientes e outros empréstimos 26 44.097.527 43.304.062
Aplicações em instituições de crédito 10 10.719.388 10.719.388 11.994.957 Responsabilidades representadas por títulos 27 - -
Crédito a clientes 11 31.244.363 (919.910) 30.324.454 30.564.732 Passivos f inanceiros associados a activos transferidos 28 - -
Investimentos detidos até à maturidade 12 - - Derivados de cobertura 14 - -
Activos com acordo de recompra 13 - - Passivos não correntes detidos para venda 29 - -
Derivados de cobertura 14 - - Provisões 30 235.459 238.166
Activos não correntes detidos para venda 15 1.993.902 (204.564) 1.789.338 1.493.354 Passivos por impostos correntes 20 6.411 -
Propriedades de investimento 16 - - Passivos por impostos diferidos 20 504 550
Outros activos tangíveis 17 3.496.278 (937.497) 2.558.781 2.637.771 Instrumentos representativos de capital 31 - -
Activos intangíveis 18 4.221 (4.221) - - Outros passivos subordinados 32 - -
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 19 1.491.611 1.491.611 991.611 Outros passivos 33 389.884 397.288
Activos por impostos correntes 20 - 70.294 Total do Passivo 44.781.304 46.794.422
Activos por impostos diferidos 20 134.135 134.135 150.654
Outros activos 21 659.943 (15.163) 644.780 631.418 Capital 35 4.965.430 5.093.895
Prémios de emissão 35 - -
Outros instrumentos de capital 36 - -
Reservas de reavaliação 36 58.122 12.708
Outras reservas e resultados transitados 36 (105.709) 141.327
Lucro do exercício 36 21.174 (203.712)
Dividendos antecipados
Total do Capital 4.939.017 5.044.219
Total do Activo 51.848.351 (2.128.030) 49.720.320 51.838.641 Total do Passivo e do Capital 49.720.320 51.838.641
(Montantes expressos em Euros)
31-12-2014
O anexo faz parte integrante destes balanços.
RUBRICA Notas 2014 2013
Juros e rendimentos similares 37 1.620.618 1.815.822Juros e encargos similares 38 (511.095) (700.260)
Margem financeira 1.109.523 1.115.562
Rendimentos de instrumentos de capital 39 1.503 1.500Rendimentos de serviços e comissões 40 717.297 746.348Encargos com serviços e comissões 41 75.312 79.767Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados42Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 43 (14.764)Resultados de reavaliação cambial 44 936 419Resultados de alienação de outros activos 45 (26.529) (14.888)Outros resultados de exploração 46 4.690 (12.256)
Produto bancário 1.717.344 1.756.919
Custos com pessoal 47 716.907 732.434Gastos gerais administrativos 48 583.537 600.450Amortizações do exercício 17 e 18 90.061 88.888Provisões líquidas de reposições e anulações 30 (2.707) (5.820)Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber 280.420 341.454
de outros devedores (líquidas de reposições e anulações)Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 30 25.116Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 30 (22.915) 233.795
Resultado antes de impostos 46.925 (234.282)
Impostoscorrentes 20 9.278 (17.073)diferidos 20 16.473 (13.498)
Resultado líquido do exercício 21.174 (203.712)
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO CARTAXO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 2013
(Montantes expressos em Euros)
31-12-2014 31-12-2013
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS:Recebimentos de juros e comissões 2.337.915 2.562.170Pagamentos de juros e comissões (586.407) (780.027)Pagamentos ao pessoal e fornecedores (1.300.444) (1.332.560)Contribuições para o fundo de pensões - (324)(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (25.751) 30.570Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 5.626 (11.837)
Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais 430.940 467.993
(Aumentos) / diminuições de activos operacionais:Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao JV - -Activos disponíveis para venda (793.979) 153.135Aplicações em instituições de crédito (1.275.569) (2.917.787)Crédito a clientes 40.142 (127.487)Investimentos detidos até à maturidade - -Derivados de cobertura - -Activos não correntes detidos para venda 305.430 162.147Outros activos (79.282) 204.487
(1.803.258) (2.525.506)Aumentos (diminuições) de passivos operacionais:
Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura - -
Recursos de outras instituições de crédito (2.802.836) 1.323.385
Recursos de clientes e outros empréstimos 793.465 (3.953.731)
Outros passivos (1.040) (98.249)
(…) - -(2.010.411) (2.728.596)
Caixa líquida das actividades operacionais 223.786 264.903
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:Variação de activos tangíveis e intangíveis 11.070 45.558Dividendos recebidos (1.503) (1.500)Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas 500.000 59
Caixa líquida das actividades de investimento 509.567 44.117
FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:Aumento de capital - 365.295Diminuição de capital (128.465) -Pagamento de dividendos - -Variação de passivos subordinados - -Reservas 2.089 (435.256)
Caixa líquida das actividades de financiamento (126.376) (69.961)
Aumento (Diminuição) líquida de caixa e seus equivalentes (412.157) 150.825
Caixa e seus equivalentes no início do exercício 1.585.353 1.434.529Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 1.173.196 1.585.353
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DO CARTAXO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 31 DE DEZEMBRO 2013
(Montantes expressos em Euros)
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE CARTAXO, C.R.L.
DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 31 DE DEZEMBRO DE 2013
(Montantes expressos em Euros)
Reservas de Outras Resultados Resultado doCapital Dividendos reavaliação reservas transitados Total exercício Total
Saldos em 31 de Dezembro de 2012 4.728.600 4.609 252.915 (10.383) 242.532 342.151 5.032.390
Aplicação do resultado do exercício de 2012: -Transferência para reservas 72.568 72.568 (72.568)Distribuição de dividendos -Resultados Transitados 10.397 10.397 (10.397)Capital Social 259.200 (14) (14) (259.186)
Aumento de capital 188.605 -Reembolso de capital (82.510) -Reserva de Reavaliação 8.100 -Outras Reservas (173.775) (173.775)Resultados transitados (10.382) (10.382)Resultado líquido em 31 de Dezembro de 2013 - (203.712)
Saldos em 31 de Dezembro de 2013 5.093.895 12.708 151.709 (10.382) 141.327 (203.712) 5.044.219
Aplicação do resultado do exercício de 2013: -Transferência para reservas -Distribuição de dividendos -Resultados Transitados (203.712) (203.712) 203.712Capital Social -
Aumento de capital 117.585 -Reembolso de capital (246.050) -Reserva de Reavaliação 45.414 -Outras Reservas (11.387) (11.387)Resultados transitados (31.937) (31.937)Resultado líquido em 31 de Dezembro de 2014 - 21.174
Saldos em 31 de Dezembro de 2014 4.965.430 58.122 140.322 (246.031) (105.709) 21.174 4.939.017
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
Outras Reservas e resultados transitados
DEMONSTRAÇÕES DO RENDIMENTO INTEGRAL PARA
OS EXERCÍCIOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 E 31 DE DEZEMBRO DE 2013
(Montantes expressos em Euros)
2014 2013
Resultado individual 21.174 (203.712)Reservas de reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda:
Reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda - -Impacto fiscal - -Transferência para resultados por alienação - -Impacto fiscal - -
Pensões - regime transitório (10.395) (10.397)Outros movimentos (21.542) 15Total Outro rendimento integral do exercício (31.937) (10.382)Rendimento integral individual (10.763) (214.093)
CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO CARTAXO, C.R.L.
O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.
ANEXO
1. NOTA INTRODUTÓRIA
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Cartaxo, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM Cartaxo) é uma instituição de crédito constituída em 14 de Junho de 1911 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável. A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo. Em 31 de Dezembro de 2014, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua 5 de Outubro nº 5-G, em Cartaxo e através de uma rede de dois balcões situados no concelho do Cartaxo.
2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS 2.1. Bases de apresentação das contas
As demonstrações financeiras da Caixa aprovadas pelo Conselho de Administração em 23/01/2015, foram
preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.
As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme
adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a:
i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os
créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;
ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes
aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;
iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos níveis mínimos
de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;
iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste modo possível o
seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.
v) Benefícios aos empregados, através do estabelecimento de um período para diferimento do impacto
contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.
De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 31 de Dezembro de 2004, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2009, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2013.
As demonstrações financeiras da Caixa em 31 de Dezembro de 2014, estão pendentes de aprovação pelos
correspondentes órgãos sociais. No entanto, é convicção do Conselho de Administração da Caixa que estas demonstrações financeiras virão a ser aprovadas sem alterações significativas.
2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:
a) Especialização dos exercícios
A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.
b) Transacções em moeda estrangeira
Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de "fixing" da
data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.
Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem,
de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial. Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são registadas na
posição cambial. c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.
As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objecto de análises de perdas por imparidade. As participações em empresas filiais e associadas em moeda estrangeira (activos não monetários valorizados ao custo histórico) são convertidas à taxa de câmbio histórica da data da transacção, conforme previsto no IAS 21.
d) Crédito e outros valores a receber
Conforme descrito na Nota 2.1 estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal. A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.
Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos termos descritos abaixo. Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.
Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis
As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações.
Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos gerais de crédito De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas
subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro), e outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para riscos de crédito:
i) Provisão para crédito e juros vencidos Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações
vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a data de
incumprimento. ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos que
apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:
- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente
às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições: . Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros; . Estarem em incumprimento há mais de: . seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos; . doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez
anos; . vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos. Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de
provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.
- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o
crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.
iii) Provisão para risco país Destina-se a fazer face aos problemas de realização dos activos financeiros e extrapatrimoniais sobre
residentes de países considerados de risco pelo Banco de Portugal, qualquer que seja o instrumento utilizado ou a natureza da contraparte, com excepção:
- Dos domiciliados em sucursal estabelecida nesse país, expressos e pagáveis na moeda desse país,
na medida em que estejam cobertos por recursos denominados nessa moeda; - Das participações financeiras; - Das operações com sucursais de instituições de crédito de um país considerado de risco, desde
que estabelecidas em Estados membros da União Europeia; - Dos que se encontrem garantidos por entidades indicadas no número 1 do artigo 15º do Aviso nº
3/95, desde que a garantia abranja o risco de transferência; - Das operações de financiamento de comércio externo de curto-prazo, que cumpram as condições
definidas pelo Banco de Portugal. As necessidades de provisões são determinadas por aplicação das percentagens fixadas em Instruções e
Cartas Circulares do Banco de Portugal, que classificam os países e territórios segundo grupos de risco. iv) Provisão para riscos gerais de crédito Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões", e destina-se a fazer face a riscos de cobrança
do crédito concedido e garantias e avales prestados. Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do crédito
não vencido, incluindo as garantias e avales: - 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja
finalidade não possa ser determinada; - 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação
financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário; - 1% no que se refere ao restante crédito concedido. Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para riscos
gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser aceites fiscalmente como custo.
A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida. Periodicamente, a Caixa abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.
e) Outros activos e passivos financeiros
Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com os IAS 32 e IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.
i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos financeiros
detidos para negociação Os activos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável transaccionados
em mercados activos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no curto prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor positivo) são incluídos na rubrica activos financeiros detidos para negociação. Os derivados de negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica passivos financeiros detidos para negociação.
Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo
transaccionados em mercados activos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor através de resultados.
Os activos e passivos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor através
de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.
Os juros inerentes aos activos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal
(prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os
dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
O justo valor dos activos financeiros detidos para negociação e transaccionados em mercados activos é
o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização, que incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”.
Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são estimados
de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos de avaliação de preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de mercado.
O justo valor dos derivados que não são transaccionados em bolsa é estimado com base no montante
que seria recebido ou pago para liquidar o contrato na data em análise, considerando as condições de mercado vigentes bem como a qualidade creditícia das contrapartes.
ii) Activos financeiros disponíveis para venda
Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não sejam
classificados como activos financeiros detidos para negociação, ao justo valor através de resultados ou como investimentos a deter até à maturidade ou como crédito ou como empréstimos e contas a receber.
Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de
instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de activos monetários são reconhecidas directamente em resultados do período.
Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição
e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
iii) Investimentos a deter até à maturidade
Os investimentos a deter até à maturidade são investimentos que têm um rendimento fixo, com taxa de juro conhecida no momento da emissão e data de reembolso determinada, sendo do interesse da Caixa mantê-los até ao seu reembolso.
Os investimentos financeiros a deter até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
iv) Empréstimos e contas a receber
De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso nº 1/2005, nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito. São activos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo e não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de activos financeiros. No reconhecimento inicial estes activos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente atribuíveis à transacção. Subsequente, estes activos são reconhecidos em balanço ao custo amortizado, deduzido de perdas por imparidade e provisões para risco país. Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efectiva, que permite calcular o custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é aquela que, sendo utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento financeiro na data do reconhecimento inicial. Operações de venda com acordo de recompra
Os títulos vendidos com acordo de recompra são mantidos na carteira onde estavam originalmente registados. Os fundos recebidos são registados, na data de liquidação, em conta própria do passivo, sendo periodificados os respectivos juros.
v) Outros passivos financeiros
Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes
e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado.
Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do Crédito
Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei 345/98, de 9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo, por forma a que o mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar acções que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM).
vi) Imparidade em activos financeiros
A Caixa efectua análises periódicas de imparidade aos activos financeiros com excepção de crédito a
clientes e outros valores a receber, conforme referido na alínea d). Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de activos financeiros, as perdas por
imparidade registam-se por contrapartida de resultados. Para títulos cotados, considera-se que existe evidência de imparidade numa situação de desvalorização
continuada ou de valor significativo na cotação dos títulos. Para títulos não cotados, é considerado evidência de imparidade a existência de impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.
Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por imparidade
atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados.
No caso de activos disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de
diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores variações negativas no justo valor são sempre reconhecidas em resultados.
No caso de activos financeiros disponíveis para venda com evidência de imparidade, a perda potencial
acumulada em reservas é transferida para resultados.
f) Derivados e contabilidade de cobertura
Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respectivo valor nocional. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo respectivo justo valor. O justo valor é apurado:
• Com base em cotações obtidas em mercados activos (por exemplo, no que respeita a futuros
transaccionados em mercados organizados); • Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado, incluindo
cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.
Derivados embutidos
Os instrumentos financeiros derivados embutidos noutros instrumentos financeiros são destacados do contrato de base e tratados como derivados autónomos no âmbito da Norma IAS 39, sempre que:
• As características económicas e os riscos do derivado embutido não estejam intimamente relacionados com o contrato de base, conforme definido na Norma IAS 39; e
• A totalidade do instrumento financeiro combinado não esteja registada ao justo valor, com as
variações no justo valor reflectidas em resultados.
Derivados de cobertura
Tratam-se de derivados contratados com o objectivo de cobertura da exposição a um determinado risco inerente à actividade da Caixa. A classificação como derivados de cobertura e a utilização do conceito de contabilidade de cobertura, conforme abaixo descrito, está sujeita ao cumprimento das regras definidas na Norma IAS 39. Para todas as relações de cobertura, a Caixa prepara no início da operação documentação formal, que inclui os seguintes aspectos:
• Objectivos de gestão de risco e estratégia associada à realização da operação de cobertura, de
acordo com as políticas de cobertura de risco definidas; • Descrição do(s) risco(s) coberto(s); • Identificação e descrição dos instrumentos financeiros cobertos e de cobertura; • Método de avaliação da eficácia de cobertura e periodicidade da sua realização.
Mensalmente, são efectuados e documentados testes de eficácia das coberturas através da comparação da variação no justo valor do instrumento de cobertura e do elemento coberto (na parcela atribuível ao risco coberto). De forma a possibilitar a utilização de contabilidade de cobertura de acordo com a Norma IAS 39, esta relação deverá situar-se num intervalo entre 80% e 125%. Adicionalmente, são efectuados testes de eficácia prospectivos, de forma a demonstrar a expectativa da eficácia futura da cobertura.
Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados mensalmente reconhecidos em proveitos e custos do exercício. Caso se demonstre que a cobertura é eficaz, a Caixa reflecte igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco coberto. O impacto destas valorizações é reflectido em rubricas de “Resultados em activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. No caso de derivados que tenham associada uma componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro) a periodificação de juros relativa ao período em curso e os fluxos
liquidados são reflectidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”, da demonstração de resultados.
As reavaliações positivas e negativas de derivados de cobertura são registadas no activo e passivo, respectivamente, em rubricas específicas. As valorizações dos elementos cobertos são reflectidas nas rubricas onde se encontram registados esses activos e passivos.
Derivados de negociação São considerados derivados de negociação todos os instrumentos financeiros derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes de acordo com a Norma IAS 39, incluindo:
• Derivados contratados para cobertura de risco em activos ou passivos registados ao justo valor
através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabilidade de cobertura; • Derivados contratados para cobertura de risco que não constituem coberturas eficazes ao abrigo
da Norma IAS 39; • Derivados contratados com o objectivo de “trading”.
Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados diariamente reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de “Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. As reavaliações positivas e negativas são registadas nas rubricas “Activos financeiros ao justo valor através de resultados” e “Passivos financeiros ao justo valor através de resultados”, respectivamente.
g) Propriedades de investimento
Correspondem a imóveis detidos pela Caixa com o objectivo de obtenção de rendimentos através do arrendamento e/ou da sua valorização. As propriedades de investimento são registadas ao justo valor, determinado anualmente com base em avaliações de peritos. As variações no justo valor são reflectidas em resultados e os imóveis não são sujeitos a amortizações.
h) Outros activos tangíveis
Os activos tangíveis utilizados pela Caixa para o desenvolvimento da sua actividade são contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente atribuíveis) deduzido das amortizações acumuladas.
A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de vida útil estimado do bem:
Anos de vida útil Imóveis de serviço próprio 50 Equipamento informático e de escritório 4 a 10 Mobiliário e instalações interiores 6 a 10 Viaturas 4
As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que não sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua utilidade esperada ou do contrato de arrendamento.
Conforme previsto no IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para os IAS/IFRS, que corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de índices gerais de preços. Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultam dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos. Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por imparidade. Activos intangíveis
Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para uso de software utilizado no desenvolvimento das actividades da Caixa. Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas.
As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos activos, a qual corresponde a um período de 3 anos.
i) Activos tangíveis disponíveis para venda
Os activos não correntes, ou grupos de activos e passivos a alienar são classificados como detidos para venda sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado através da venda, e não do seu uso continuado. Para que um activo (ou grupo de activos e passivos) seja classificado nesta rubrica é assegurado o cumprimento dos seguintes requisitos:
• A probabilidade de ocorrência da venda é elevada; • O activo está disponível para venda imediata no seu estado actual; • Deverá existir a expectativa de que a venda se venha a concretizar até um ano após a
classificação do activo nesta rubrica.
Os activos registados nesta rubrica são valorizados ao menor entre o custo de aquisição e o justo valor, deduzido dos custos a incorrer na venda. O justo valor destes activos é determinado com base em avaliações de peritos independentes, não sendo sujeitos a amortizações.
j) Provisões
Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a créditos sobre clientes, riscos gerais de crédito e outros a riscos específicos decorrentes da actividade da Caixa, de acordo com o IAS 37 (Nota 30).
k) Benefícios de empregados
A Caixa subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário pelo que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as responsabilidades da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV. Para cobertura das suas responsabilidades a Caixa integra o Fundo de Pensões do Grupo Crédito Agrícola, o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez e pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do cálculo e (iii) o número total de anos de serviço à data de reforma. Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros CA Vida. De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos pelos benefícios descritos. Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das seguintes datas:
• Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;
• Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data de
admissão reconhecida para o Fundo de Pensões. Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:
• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos tempos de serviço passado e total;
• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de admissão
reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do tempo de serviço passado.
Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e diuturnidades, uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca. Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice e sobrevivência
diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e sobrevivência imediata. O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados, admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos, consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV. A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada pela Companhia de Seguros CA Vida para cada entidade contribuinte em função do número de trabalhadores inscrito. O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo. No entanto, estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura do aumento de responsabilidades decorrente da adopção do IAS 19.
l) Impostos sobre os lucros
A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC). O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos diferidos. O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos. Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável. Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto que os impostos diferidos activos só são registados até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto, não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:
• Diferenças temporárias resultantes de goodwill; • Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções
que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável; • Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais e
associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.
Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço. Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.
m) Locação financeira
Os activos em regime de locação financeira são registados no balanço como crédito concedido, sendo este reembolsado através das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas são registados como proveitos financeiros.
3. NORMAS DE CONTABILIDADE AJUSTADAS A Caixa em 1 de Janeiro de 2006 teve a aplicação das Normas de Contabilidade Ajustadas nas demonstrações financeiras 4. RELATO POR SEGMENTOS
Não aplicável. 5. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Caixa:Moedas nacionais 586.287 586.201 Moedas estrangeiras 4.942 13.135
591.229 599.336
Depósitos à Ordem no Banco de Portugal - -
Disponibilidades sobre bancos centrais no estrangeiro:Depósitos à ordem - - Cheques a cobrar - - Outras disponibilidades - -
- -
Juros a receber - -
591.229 599.336
De acordo com o Regulamento nº 2.818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu, a partir de 1 de
Janeiro de 1999 as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes estão sujeitas à constituição
de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais Nacionais participantes. A base de incidência compreende todos
os depósitos em bancos centrais e em instituições financeiras e monetárias que se situem fora da zona Euro e todos os
depósitos de clientes inferiores a dois anos. A esta base é aplicado um coeficiente de 2% e abatido um montante de
100.000 Euros. As reservas mínimas exigidas são remuneradas à média das taxas das operações principais de
refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais.
6. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Disponibilidades em Instituições de Crédito no País:Depósitos à ordem 319.638 833.308Cheques a cobrar 262.076 152.536Outras disponibilidades - -
581.713 985.843
Disponibilidades em Instituições Crédito no Estrangeiro:Organismos financeiros internacionais
Depósitos à ordem - -Cheques a cobrar - -Outras disponibilidades - -
- -
Sucursais de outras instituições de créditos nacionaisDepósitos à ordem - -Cheques a cobrar - -Outras disponibilidades - -
- -
Outras instituições de créditoDepósitos à ordem - -Cheques a cobrar - -Outras disponibilidades - -
- -
Juros a Receber 254 174
581.967 986.017
7. ACTIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO
Não existem activos financeiros detidos para negociação.
8. OUTROS ACTIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS
Não existem outros activos financeiros ao justo valor através de resultados.
9. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
TítulosEmitidos por residentes
Instrumentos de dívida - 501.549Instrumentos de capital 931.314 1.216.948Outros - -
Emitidos por não residentesInstrumentos de dívida - -Instrumentos de capital - -Outros - -
Crédito e outros valores a receber - -
Imparidade (46.675) -
884.639 1.718.497
10. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Aplicações em Instituições de Crédito no País:No Banco de Portugal:
Mercado monetário interbancário - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de compra com acordo de revenda - -Outras aplicações - -
- -
Em outras instituições de crédito:Mercado monetário interbancário - -Aplicações a muito curto prazo - -Depósitos 10.630.043 11.836.908Empréstimos - -Operações de compra de acordo com revenda - -Aplicações subordinadas - -Outras aplicações - -
10.630.043 11.836.908
Aplicações em Instituições de Crédito no Estrangeiro:Bancos Centrais:
Aplicações a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de compra com acordo de revenda - -Outras aplicações - -
- -
Organismos financeiros internacionais:Aplicações a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de compra com acordo de revenda - -Aplicações subordinadas - -Outras aplicações - -
- -
31-12-2014 31-12-2013
Sucursais de outras instituições de crédito nacionais:Aplicações a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de compra com acordo de revenda - -Aplicações subordinadas - -Outras aplicações - -
- -
Em outras instituições de crédito:Aplicações a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de compra com acordo de revenda - -Aplicações subordinadas - -Outras aplicações - -
- -
Rendimentos a receberJuros de aplicações em instituições de crédito 89.345 158.049
10.719.388 11.994.957
Provisões - -
10.719.388 11.994.957 A CCAM tem a 31 Dezembro 2013 o montante de 11.836.908 euros aplicado em depósitos a prazo na Caixa Central, do qual faz parte um deposito no valor de 2.352.000 euros respeitante ao financiamento do Banco de Portugal e sobre o qual a CCAM concedeu garantia real ao Banco de Portugal. Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até três meses 7.279.152 9.631.390Entre três meses e um ano 2.004.291 872.768Entre um ano e três anos - 561.150Entre três e cinco anos - -Mais de cinco anos 1.346.600 771.600
10.630.043 11.836.908Juros a receber 89.345 158.049
10.719.388 11.994.957
11. CRÉDITO A CLIENTES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Crédito internoEmpresas e administrações públicas
Empréstimos 4.756.692 5.463.128Créditos em conta corrente 960.094 843.000Descobertos em depósitos à ordem 31.797 37.394Outros Créditos 673 902
ParticularesHabitação 10.113.840 9.661.518Consumo 1.527.667 1.584.775Outras finalidades
Empréstimos 11.610.564 11.786.108Créditos em conta corrente 60.950 77.500Descobertos em depósitos à ordem 52.899 28.299
Outros créditos e valores a receber (titulados)Dívida não subordinada 500.000 500.000
29.615.177 29.982.625Crédito ao exteriorParticulares
Consumo - -Outras finalidades - -
- -
Juros a receber 137.072 127.702
Comissões associadas ao custo amortizado:Despesas com encargo diferido - -Receitas com rendimento diferido 113.286 112.115
113.286 112.115
Correcções de valor dos activos que sejam objecto de cobertura - -
Total crédito não vencido 29.638.963 29.998.212
Crédito e juros vencidosCrédito vencido 1.568.854 1.189.345Juros vencidos 36.547 16.664Total crédito e juros vencidos 1.605.401 1.206.009
31.244.363 31.204.221
ProvisõesPara crédito e juros vencidos (881.941) (595.837)Para crédito de cobrança duvidosa (37.969) (43.653)
(919.910) (639.490)
30.324.454 30.564.732
Para fazer face aos riscos de realização do crédito concedido, a Caixa dispõe em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 de uma provisão para riscos gerais de crédito no montante de 235.458,66€ e 238.165,86€, respectivamente, registada na rubrica “Provisões” do passivo (Nota 30).
12. INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE Não existem investimentos detidos até à maturidade. 13. ACTIVOS COM ACORDO DE RECOMPRA Não existem activos com acordo de recompra. 14. DERIVADOS DE COBERTURA
Não existem derivados de cobertura. 15. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Activos não correntes detidos para venda:Imóveis 1.993.902 1.794.487Equipamento - -Outros - -
1.993.902 1.794.487
Outros activos não correntes detidos para venda:Filiais - -Associadas - -Outros activos não correntes detidos para venda - -
- -
1.993.902 1.794.487Imparidade:
Imóveis (204.564) (301.132)Equipamento - -Outros - -
1.789.338 1.493.354
O movimento desta rubrica durante os exercícios de 2014 e 2013 pode ser apresentado da seguinte forma:
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes detidos para vendaImóveis 1.794.487 (301.132) 755.010 (555.594) 79.484 (326) 17.411 1.993.902 (204.564) 1.789.338Equipamento - - - - - - - - - -Outros - - - - - - - - - -
1.794.487 (301.132) 755.010 (555.594) 79.484 (326) 17.411 1.993.902 (204.564) 1.789.338
Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido
Activos não correntes detidos para vendaImóveis 1.659.840 (79.134) 352.147 (217.500) 15.650 (248.749) 11.100 1.794.487 (301.132) 1.493.354Equipamento - - - - - - - - - -Outros - - - - - - - - - -
1.659.840 (79.134) 352.147 (217.500) 15.650 (248.749) 11.100 1.794.487 (301.132) 1.493.354
31-12-2013 31-12-2014
31-12-2012 31-12-2013
16. PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO Não existem propriedades de investimento. 17. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS
O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros activos tangíveis” durante os exercícios de 2014 e 2013 foi o seguinte:
31-12-2014
Valor Amortizações Amortizações Anulação de Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício Imparidade Regularizações Amortizações e abates líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 463.565 0 0 0 0 0 0 0 0 0 463.565
Edificios 2.022.226 -190.662 0 0 0 -40.246 0 0 0 0 1.791.318
Outros 106.461 -22.771 0 0 0 -2.129 0 0 0 0 81.560
Obras em imóveis arrendados 166.041 -40.680 0 0 0 -3.662 0 0 0 0 121.700
Outros imóveis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.758.293 -254.114 0 0 0 -46.037 0 0 0 0 2.458.143
Equipamento:
Mobiliário e material 129.069 -99.140 0 1.129 0 -9.081 0 0 0 0 21.977
Máquinas e ferramentas 54.876 -49.753 0 295 0 -3.582 0 0 0 0 1.836
Equipamento informático 191.411 -178.889 0 0 0 -4.294 0 0 1.040 -1.040 8.228
Instalações interiores 36.183 -35.863 0 0 0 -120 0 0 0 0 200
Material de transporte 144.768 -85.597 0 0 0 -11.284 0 100 0 0 47.988
Equipamento de segurança 100.446 -83.310 0 477 0 -4.971 0 0 0 0 12.643
Outro equipamento 62.950 -53.560 0 8.812 0 -10.693 0 0 0 0 7.509
719.703 -586.112 0 10.713 0 -44.024 0 100 1.040 -1.040 100.380
Equipamento em locação financeira:
Imóveis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Equipamento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros activos em locação f inanceira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros activos tangíveis:
(…) 8.250 -8.250 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Activos tangíveis em curso 0 0 0 258 0 0 0 0 0 0 258
3.486.247 -848.476 0 10.971 0 -90.061 0 100 1.040 -1.040 2.558.781
31-12-2013
Valor Amortizações Amortizações Anulação de Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício Imparidade Regularizações Amortizações e abates líquido
Imóveis:
De serviço próprio:
Terrenos 463.565 0 0 0 0 0 0 0 0 0 463.565
Edificios 2.007.158 -150.567 0 15.068 0 -40.095 0 0 0 0 1.831.564
Outros 106.461 -20.642 0 0 0 -2.129 0 0 0 0 83.690
Obras em imóveis arrendados 161.318 -37.283 0 4.723 0 -3.397 0 0 0 0 125.362
Outros imóveis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2.738.502 -208.492 0 19.791 0 -45.622 0 0 0 0 2.504.180
Equipamento:
Mobiliário e material 122.721 -88.397 0 6.349 0 -10.743 0 0 0 0 29.929
Máquinas e ferramentas 54.638 -45.069 0 1.196 0 -5.642 0 0 958 -958 5.123
Equipamento informático 178.532 -177.005 0 12.879 0 -1.884 0 0 0 0 12.521
Instalações interiores 35.717 -35.277 0 466 0 -586 0 0 0 0 320
Material de transporte 171.767 -103.767 0 0 0 -4.928 0 0 23.099 -26.999 59.172
Equipamento de segurança 100.446 -78.299 0 0 0 -5.011 0 0 0 0 17.136
Outro equipamento 57.211 -39.089 0 5.739 0 -14.471 0 0 0 0 9.390
721.030 -566.902 0 26.630 0 -43.266 0 0 24.057 -27.957 133.591
Equipamento em locação financeira:
Imóveis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Equipamento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros activos em locação f inanceira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Outros activos tangíveis:
(…) 8.250 -8.250 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Activos tangíveis em curso 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3.467.783 -783.644 0 46.421 0 -88.888 0 0 24.057 -27.957 2.637.771
31-12-2013
31-12-2012
18. ACTIVOS INTANGÍVEIS
O movimento ocorrido nas rubricas de “Activos intangíveis” durante os exercícios de 2014 e 2013 foi o seguinte:
31-12-2014
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício Imparidade Regularizações e abates líquido
Sistema de tratamento automático de dados (software) 4.221 (4.221) - - - - - - - -
Outros activos intangíveis - - - - - - - - - -
Activos intangíveis em curso - - - - - - - - - -
4.221 (4.221) - - - - - - - -
31-12-2013
Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor
Descrição bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transferências do exercício Imparidade Regularizações e abates líquido
Sistema de tratamento automático de dados (software) 4.221 (4.221) - - - - - - - -
Outros activos intangíveis - - - - - - - - - -
Activos intangíveis em curso - - - - - - - - - -
4.221 (4.221) - - - - - - - -
31-12-2013
31-12-2012
19. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a rubrica “investimentos em filiais” tem a seguinte composição:
Valor de Valor debalanço balanço
Empresa Sector de actividade Sede 31-12-2014 31-12-2013
CCCAM-Caixa Central Bancária PRT 1.451.385 951.385CA Informática Informática PRT 6.427 6.427CA Seguros Seguradora PRT 59 59CA Vida Seguradora PRT 33.730 33.730Fenacam Cooperativa PRT 10 10
1.491.611 991.611
Em 31 de Dezembro de 2014, os dados financeiros mais significativos retirados das demonstrações financeiras destas empresas podem ser resumidos da seguinte forma:
Activo Situação ResultadoEmpresa líquido líquida líquido
CCCAM-Caixa Central 6.000.506.067 298.127.857 36.610.035 *CA Informática 21.697.337 6.621.974 314.140 *CA Seguros 191.845.453 42.341.431 3.394.131 *CA Vida 1.756.573.536 81.186.832 4.059.390 *Fenacam 7.690.521 5.279.851 91.220 **todos os valores são provisórios. Encontram-se em processo de auditoria/certificação de contas
20. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO
Os saldos de activos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 eram os seguintes:
2014 2013
Activos por impostos diferidosPor diferenças temporárias 103.365 135.318Por prejuízos fiscais reportáveis 30.770 15.336
134.135 150.654
Passivos por impostos diferidosPor diferenças temporárias 504 550
133.631 150.104
Activos por impostos correntesPagamentos por conta - -Outros - -Imposto sobre o rendimento a recuperar - 70.294
- 70.294
Passivos por impostos correntesImposto sobre o rendimento a pagar 6.411 -
6.411 70.294
O detalhe e o movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios de 2014 foi o seguinte:
Saldo Variação Variação Variação Saldo
em Adopção da em em Resultados em em
31-12-2013 IAS 39 Resultados Transitados Reservas 31-12-2014
. Activos tangíveis e imparidade - - - - - -
. Imparidades não aceites fiscalmente 861 - (70) - - 791
. Prémio de antiguidade 17.456 - 73 - - 17.530
. Encargos com saúde 766 - (63) - - 704
. Provisões não aceites fiscalmente:
Provisões para cobrança duvidosa 5.227 - 2.813 - - 8.039
Provisões para crédito vencido 1.672 - (1.672) - - -
Provisões para riscos gerais de crédito 30.097 - (2.457) - 27.640
Provisões para riscos bancários gerais - - - - - -
Provisão para aplicações financeiras - - - - - -
Provisões para imóveis - - - - - -
Provisões para outras aplicações - - - - - -
Provisões Artigo 35 A 79.239 - (35.429) - - 43.810
. Pensões
Reformas antecipadas - - - - - -
Desvios actuariais - - - - - -
Contribuição efectuada - - - - - -
(…)
. Reavaliação de imobilizado não aceite fiscalmente (550) - 46 - - (504)
. Activos Financeiros disponíveis para venda - - 4.851 - - 4.851
. Valias fiscais - - - - - -
. Prejuízos fiscais reportáveis 15.336 - 15.434 - - 30.770
. Comissões - - - - - -
. Correcções no justo valor dos elementos cobertos - - - - - -
. Valorização dos activos disponíveis para venda - - - - - -
. Carteira de títulos detidos até à maturidade - - - - - -
(…) - -
150.104 - (16.473) - - 133.631
Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos sobre lucros e o lucro do exercício antes de impostos, podem ser apresentados como se segue:
2014 2013
Impostos correntes 9.278 (17.073)
Impostos diferidos 16.473 (13.498)
Total de impostos reconhecidos em resultados 25.751 (30.570)
Lucro antes de impostos 46.925 (234.282)
Carga fiscal 54,88% 13,05%
De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Deste modo, as declarações fiscais da Caixa relativas aos anos de 2010 a 2014 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão e a matéria colectável a eventuais correcções. Contudo, na opinião do Conselho de Administração da Caixa, não é previsível que ocorram correcções com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2014. A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto nos exercícios de 2014 e 2013 pode ser demonstrada como segue:
Taxa de Taxa deimposto Montante imposto Montante
Resultado antes de impostos 46.925 (234.282)
Imposto apurado com base na taxa de imposto nominal 14,46% 6.787 -1,01% 2.366
Diferenças geradoras de activos e passivos por impostos diferidos
Provisões temporariamente não dedutíveis ou acima dos limites legais 78,46% 36.815 -4,54% (2.131)Prejuízos Fiscais (32,89%) (15.434) (32,68%) (15.336)Prémios de antiguidade -0,16% (73) 8,44% 3.960Activos Tangíveis e imparidade 0,00% - 0,00% -Reavaliação de imobilizado não aceite fiscalmente (0,10%) (46) (0,06%) (28)Encargos com Saúde 0,13% 63 0,08% 37Activos Financeiros disponíveis para venda (10,34%) (4.851) 0,00% -Diferenças permanentes
Mais valias na venda de participações financeiras 0,00% - 0,00% -Mais valias na venda de outros activos tangíveis 0,00% - 0,00% -Variações patrimoniais negativas 0,00% - 0,00% -Outras diferenças permanentes 0,00% - 0,00% -Tributações autónomas 0,00% - 0,00% -(…)Imposto corrente sobre o lucro do exercício 23.260 (11.132)
Registo e reversão de activos e passivos por impostos diferidos 0,00% - 0,00% -
Custo com imposto do exercício 49,57% 23.260 -29,77% (11.132)
Correcções de impostos relativas a exercícios anteriores 2.491 (19.439)
Impostos correntes sobre os lucros 25.751 (30.570)
2014 2013
21. OUTROS ACTIVOS Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Outros activosDevedores e outras aplicações 382.533 346.808Outros Juros e rendimentos similares - -Outros rendimentos a receber 955 783Responsab. Pensões e outros benefícios 4.165 -
387.654 347.591Despesas com encargo diferidoFundo de Pensões 17.346 27.741Seguros 8.822 8.329(…) - -Outras 3.380 405
29.548 36.475
Valores a regularizarOperações cambiais a liquidar - -Operações activas a regularizar - -(…) - -Outras 242.741 268.345
242.741 268.345
Imparidade – Outros activosDevedores, outras aplicações e out. activos (15.163) (20.993)(…) - -
(15.163) (20.993)
644.780 631.418
22. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS
Não existem recursos de Bancos Centrais.
23. PASSIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO
Não existem passivos financeiros detidos para negociação. 24. OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS
Não existem outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados. 25. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Recursos de instituições de crédito no paísMercado monetário interbancário - -Recursos a muito curto prazo - -Depósitos 51.454 2.852.690Empréstimos - -Operações de venda com acordo de recompra - -
Outros recursos - -51.454 2.852.690
Recursos de instituições de crédito no estrangeiroOrganismos financeiros internacionais
Recursos a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de venda com acordo de recompra - -Outros recursos - -
Sucursais de outras instituições de crédito nacionaisRecursos a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de venda com acordo de recompra - -Outros recursos - -
Outras instituições de créditoRecursos a muito curto prazo - -Depósitos - -Empréstimos - -Operações de venda com acordo de recompra - -Outros recursos - -
- -
Correcções de valor de activos que sejam objecto de operações de cobertura - -
Juros a pagar 66 1.666
51.520 2.854.356
Em 31 de Dezembro de 2013 pelo valor do financiamento obtido do Banco de Portugal, a Caixa Central efectuou um depósito junto da CCAM, no valor de 2.352.000 euros, tendo sido esse mesmo valor aplicado junto da Caixa Central, conforme nota 10 do anexo. Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o prazo residual dos recursos de outras instituições de crédito apresenta a seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até três meses 51.454 2.352.690Entre três meses e um ano - 500.000Entre um ano e três anos - -Entre três e cinco anos - -Mais de cinco anos - -
51.454 2.852.690
26. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS
Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Depósitos À ordem 11.212.226 10.512.917A prazo 25.408.519 24.985.308De poupança 7.307.203 7.551.716
Outros recursos de clientesCheques e ordens a pagar 325 325Outros - -
Juros a pagar 169.254 253.796
44.097.527 43.304.062
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, os prazos residuais dos recursos de clientes e outros empréstimos, apresentavam a seguinte estrutura:
31-12-2014 31-12-2013
Até três meses 26.977.247 27.239.925Entre três meses e um ano 15.523.789 14.771.926Entre um ano e três anos 1.415.101 1.038.090Entre três e cinco anos 1.541 -Mais de cinco anos 10.270 -
43.927.948 43.049.941
27. RESPONSABILIDADES REPRESENTADAS POR TÍTULOS
Não existem responsabilidades representadas por títulos.
28. PASSIVOS FINANCEIROS ASSOCIADOS A ACTIVOS TRANSFERIDOS Não existem passivos financeiros associados a activos transferidos.
29. PASSIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
Não existem passivos não correntes detidos para venda.
30. PROVISÕES E IMPARIDADE O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa durante os exercícios de 2014 e 2013 foi o seguinte:
Saldos em Reposições e Saldos em31-12-2013 Reforços anulações Utilizações Transferências 31-12-2014
Provisões para créditos sobre clientes e aplicações em instituições de crédito:- Créditos de cobrança duvidosa 43.653 196.917 (202.601) - - 37.969- Crédito e juros vencidos 595.837 665.954 (379.850) - - 881.941- Risco-país - - - - - -
639.490 862.871 (582.451) - - 919.910Provisões: - Riscos gerais de crédito 238.166 38.122 (40.830) - - 235.459 - Outros riscos e encargos - - - - - - - Riscos bancários gerais - - - - - -
238.166 38.122 (40.830) - - 235.459
Imparidade
- Imparidade em Títulos e em Participações Financeiras - 25.116 - - 21.559 46.675- Imparidade de outros activos:
Activos não financeiros 322.126 3.955 (26.870) (79.484) - 219.727Outros activos tangíveis - - - - - -Outros activos - - - - - -
322.126 3.955 (26.870) (79.484) - 219.727
1.199.781 930.065 (650.150) (79.484) 21.559 1.421.771
Saldos em Reposições e Saldos em31-12-2012 Reforços anulações Utilizações Transferências 31-12-2013
Provisões para créditos sobre clientes e aplicações em instituições de crédito:- Créditos de cobrança duvidosa 20.536 74.326 (51.210) - - 43.653- Crédito e juros vencidos 282.197 648.678 (330.340) (4.698) - 595.837- Risco-país - - - - - -
302.734 723.005 (381.550) (4.698) - 639.490Provisões: - Riscos gerais de crédito 243.986 56.844 (62.664) - - 238.166 - Outros riscos e encargos - - - - - - - Riscos bancários gerais - - - - - -
243.986 56.844 (62.664) - - 238.166
Imparidade
- Imparidade em Títulos e em Participações Financeiras - - - - - -- Imparidade de outros activos:
Activos não financeiros 127.152 258.910 (25.115) (38.821) - 322.126Outros activos tangíveis - - - - - -Outros activos - - - - - -
127.152 258.910 (25.115) (38.821) - 322.126
673.872 1.038.758 (469.329) (43.519) - 1.199.781
31. INSTRUMENTOS REPRESENTATIVOS DE CAPITAL Não existem instrumentos representativos de capital. 32. OUTROS PASSIVOS SUBORDINADOS Não existem outros passivos subordinados. 33. OUTROS PASSIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Credores e outros recursosRecursos diversos 9.834 10.449Sector Público Administrativo
Retenção de impostos na fonte 32.353 28.018Contribuições para a Segurança Social 12.311 12.544Imposto sobre o Valor Acrescentado - -
Cobranças por conta de terceiros 1.265 1.290Contribuições para outros sistemas de saúde 2.718 3.170Credores diversos
Credores por fornecimento de bens 23.042 54.394Outros credores 3.823 8.413
Responsabilidade com pensões e outros benefícios - 17.736 Encargos a pagarPor capitais próprios e equiparados - -Comissões por operações sobre instrumentos financeiros - -Por gastos com pessoal
Provisão para férias e subsídio de férias 89.704 88.340Prémio de antiguidade 77.910 71.251Subsídio de morte - -Remunerações variáveis - -Outros - -
Por gastos gerais administrativos - -Outros 6.320 6.320 Receitas com rendimento diferidoComissões sobre garantias prestadas 1.657 1.355Outros compromissos irrevogáveis 870 860 Valores a regularizarPosição cambial - -Operações sobre valores mobiliários a regularizar - -Outras operações a regularizar 128.075 93.149
389.884 397.288
34. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS
Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:
31-12-2014 31-12-2013
Garantias prestadas e outros passivos eventuaisGarantias e avales prestados 311.234 379.364Garantias reais - 12.862.168Créditos documentários abertos - -Outros passivos eventuais - -
Compromissos perante terceiros - -Contratos a prazo de depósitos - -Por linhas de crédito
Compromissos irrevogáveis 1.307.283 1.191.177Compromissos revogáveis 1.311.367 1.354.898
Por subscrição de títulos - -Responsabilidade potencial para com o Sistema de indemnização aos investidores - -
Responsabilidades por prestação de serviçosDepósito e guarda de valores 209.859 76.009Valores recebidos para cobrança 31.549 -Valores administrados pela instituição - -Outras - -
3.171.292 15.863.615
Na rubrica extrapatrimonial de garantias prestadas em 31 de Dezembro de 2013, encontra-se registada a garantia real prestada ao Banco de Portugal dos contratos de crédito que perfazem o portfolio e que em 31 de Dezembro de 2013 correspondiam ao montante de 12.862.168 euros.
35. CAPITAL E PRÉMIOS DE EMISSÃO Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a estrutura accionista da Caixa é a seguinte:
N º de N º deTitulos % Titulos %
Titulos Próprios 821.683 82,74% 821.683 80,65%Associados 171.403 17,26% 197.096 19,35%
993.086 100,00% 1.018.779 100,00%
20132014
Nos termos da Portaria nº 408/99, de 4 de Junho, publicada no Diário da República – I Série B,
nº 129, os prémios de emissão não podem ser utilizados para a atribuição de dividendos nem para a aquisição de acções próprias.
36. RESERVAS, RESULTADOS TRANSITADOS, OUTROS INSTRUMENTOS DE CAPITAL E LUCRO DO EXERCÍCIO
Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Reservas de reavaliação:Reservas resultantes da valorização ao justo valor:
De activos financeiros disponíveis para venda (29.102)De investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos(…)
Reservas de reavaliação do imobilizado 5.600 5.617Reservas por impostos diferidosReservas - Fundo Pensões - Ganhos e perdas actuariais 52.522 36.194(…)
58.122 12.708Outros instrumentos de capital
Reserva legal 125.003 125.003Reserva estatutária 2.683 8.842Outras reservas 12.636 17.864Resultados transitados (246.031) (10.382) (105.709) 141.327Lucro do exercício 21.174 (203.712)
Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 201/2002,
de 26 de Setembro, a Caixa constitui um fundo de reserva até à concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 10% do resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.
Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar o capital.
.
37. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Juros de disponibilidades em bancos centraisDepósitos à ordem no Banco de Portugal - -Disponibilidades sobre bancos centrais no estrangeiro - -
Juros de disponibilidades em outras instituições de créditoDisponibilidades sobre instituições de crédito no país 2.604 1.437Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro - -
Juros de outras disponibilidades - -Juros de aplicações em instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito no país 313.222 467.249Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro - -
Juros de crédito a clientesCrédito não representado por valores mobiliários
Crédito internoEmpresas e administrações públicas
Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -Empréstimos 300.316 338.606Créditos em conta corrente 51.429 61.283Descobertos em depósitos à ordem 10.532 15.851Créditos tomados - factoring - -Operações de locação financeira
Mobiliária - -Imobiliária - -
Operações de compra com acordo de revenda - -Outros créditos 86 128
ParticularesHabitação
Operações de locação financeira - -Outros créditos 153.027 137.115
ConsumoOperações de locação financeira - -Outros créditos 155.903 171.413
Outras finalidadesDesconto e outros créditos titulados por efeitos - -Empréstimos 543.555 551.990Créditos em conta corrente 4.489 5.709Descobertos em depósitos à ordem 11.814 12.634Operações de locação financeira - -Outros créditos - -
31-12-2014 31-12-2013Crédito externo
Empresas e administrações públicas Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos - -
Créditos em conta corrente - -
Descobertos em depósitos à ordem - -
Créditos tomados - factoring - -
Operações de locação financeiraMobiliária - -
Imobiliária - -
Operações de compra com acordo de revenda - -
Outros créditos - -
ParticularesHabitação
Operações de locação financeira - -
Outros créditos - -
ConsumoOperações de locação financeira - -
Outros créditos - 25Outras finalidades
Desconto e outros créditos titulados por efeitos - -
Empréstimos - 37Créditos em conta corrente - -
Descobertos em depósitos à ordem 1 6Operações de locação financeira - -
Outros créditos - -
Outros créditos e valores a receber (titulados)Emitidos por residentes 17.171 8.844Emitidos por não residentes - -
Juros de activos titularizados não desreconhecidosCrédito a clientes - titularizado
Crédito interno - -
Crédito ao exterior - -
Outros créditos e valores a receber - titularizados - -
Juros de activos com acordo de recompra - -
Juros de investimentos detidos até à maturidadeTítulos de dívida emitidos por residentes - -
Títulos de dívida emitidos por não residentes - -
Outros investimentos detidos até à maturidade - -
Outros juros e rendimentos similares 56.470 43.4961.620.618 1.815.822
38. JUROS E ENCARGOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Juros de recursos de outras instituições de créditono país 2.256 13.764no estrangeiro - -
Juros de recursos de clientes 508.839 686.495Juros de passivos financeiros de negociação
instrumentos financeiros derivados - -Juros de derivados de cobertura - -Juros de passivos subordinados - -Outras comissões pagas:
operações de crédito - -Outros juros e encargos similares - -
511.095 700.260
39. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Activos financeiros disponíveis para vendaEmitidos por residentes - -Emitidos por não residentes - -
- -Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos
No paísInvestimentos em filiais 1.503 1.500Investimentos em associadas - -Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
No estrangeiroInvestimentos em filiais - -Investimentos em associadas - -Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
1.503 1.500
Outros instrumentos de capital - -
1.503 1.500
40. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013Por garantias prestadas
Garantias e avales 13.484 17.766Fianças e indemnizações (contragarantias) - -Créditos documentários abertos - -Outras garantias prestadas - -
13.484 17.766Por compromissos assumidos perante terceiros
Compromissos irrevogáveisLinhas de crédito irrevogáveis 22.353 23.859Subscrição de títulos - -Outros compromissos irrevogáveis 1.774 914
Compromissos revogáveis - -24.127 24.773
Por operações sobre instrumentos financeirosOperações de crédito - -Outras operações sobre instrumentos financeiros - -
- -Por serviços prestados
Depósito e guarda de valores - 6Cobrança de valores 1.047 1.463Administração de valores - -Organismos de investimento colectivo em valores mobiliários
Comissão de gestão - -Comissão de emissão de unidades de participação - -Comissão de resgate de unidades de participação - -
Transferência de valores 11.547 16.263Gestão de cartões 556 328Anuidades 39.174 40.292Montagem de operações - -Operações de crédito
Por operações de factoring - -Outras operações de crédito 145.560 157.069
Outros serviços prestados 321.033 313.022518.916 528.442
Por operações realizadas por conta de terceirosSobre títulos
Em operações de Bolsa - -Em operações fora de Bolsa - -
Outras operações realizadas por conta de terceiros - -- -
Outras comissões recebidas 160.770 175.367
717.297 746.348
41. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Por garantias recebidas - -Por compromissos assumidos por terceiros - -Por serviços bancários prestados por terceiros
Depósito e guarda de valores 169 525Operações de crédito - -Cobrança de valores 2.278 2.056Administração de valores - -Outros 72.413 77.182
Por operações realizadas por terceiros - -Outras comissões pagas 452 5
75.312 79.767
42. RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AVALIADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS
Não aplicável.
43. RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Perdas em activos financeiros disponíveis para vendaInstrumentos de capital 15.097 -
Ganhos em activos financeiros disponíveis para vendaInstrumentos de capital 333 -
(14.764) -
44. RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Operações cambiais à vista 936 419Operações cambiais a prazo - -
45. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Resultados em activos não financeirosOutros activos tangíveis (3.038)Activos não correntes detidos para venda (26.529) (11.850)
Resultados em investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos - -
(26.529) (14.888)
46. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO Estas rubricas têm a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Ganhos em investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntosNo país
Investimentos em filiais - -Investimentos em associadas - -Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
No estrangeiroInvestimentos em filiais - -Investimentos em associadas - -Investimentos em empreendimentos conjuntos - -
- -Ganhos em activos não financeirosActivos não correntes detidos para venda
Ganhos realizados - -Ganhos não realizados - -
Propriedades de investimentoPropriedades de investimento em locação financeira - -Propriedades de investimento em locação operacional - -Outras propriedades de investimento
Ganhos realizados - -Ganhos não realizados - -
Outros activos tangíveis Locação financeira - -Locação operacional - -Outros activos tangíveis
Ganhos realizados - -Ganhos não realizados (reversão de menos valias) 100 -
Outros activos não financeiros - -100 -
Outros rendimentos de exploraçãoRendas de locação operacional - -Ganhos em operações descontinuadas - -Reembolso de despesas 1.553 1.308Recuperação de créditos, juros e despesas
Recuperação de créditos incobráveis 1.517 115Recuperação de juros e despesas de crédito vencido 37.788 39.352
Rendimentos da prestação de serviços diversos 10.616 14.027Outros 16.176 30.471
67.650 85.273
Outros encargos de exploraçãoQuotizações e donativos (8.052) (8.894)Contribuições para o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo (19.233) (29.664)Outros encargos e gastos operacionais (20.211) (47.033)Perdas em activos não financeiros - -Outros impostos (15.563) (11.938)
(63.060) (97.529)
4.690 (12.256)
47. CUSTOS COM PESSOAL Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Salários e vencimentosÓrgãos de Gestão e Fiscalização 20.585 20.560Empregados 545.840 556.004
Encargos sociais obrigatóriosFundos de Pensões 5.490 6.481Encargos relativos a remunerações:
Caixa de Abono de Família - -Segurança Social 112.270 116.541SAMS 25.107 25.539Outros - -
Outros encargos sociais obrigatórios:Subsídio por morte - -Outros 7.020 4.537
Outros - -
Encargos sociais facultativos - -
Outros custos com pessoal:Indemnizações contratuais - -Outros 595 2.772
716.907 732.434
O número médio de colaboradores da Caixa em 2014 e 2013 apresenta a seguinte composição:
2014 2013
Funções de Direcção 1,00 1,00Funções de Chefias Intermédias 1,75 2,00Funções Técnicas 4,25 4,00Funções Administrativas 2,00 2,00Funções Comerciais 9,00 9,00
48. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:
31-12-2014 31-12-2013
Com fornecimentos:Água energia e combustíveis 29.636 32.117Material de consumo corrente 10.849 12.523Publicações - -Material de higiene e limpeza - -Outros fornecimentos de terceiros 7.397 7.761
47.882 52.400Com serviços:
Rendas e alugueres 7.494 7.335Comunicações 40.822 49.854Deslocações, estadas e representação 5.614 3.375Publicidade e edição de publicações 29.898 25.162Conservação e reparação 28.248 25.836Transportes 2.213 5.728Formação de pessoal 604 1.209Seguros 16.928 17.957Serviços especializados:
Avenças e honorários 22.132 23.260Judiciais contencioso e notariado 24.942 19.800Informática 209.294 210.488Segurança e vigilância 952 884Limpeza 22.976 23.819Informações - -Bancos de dados 2.269 3.278Mão de obra eventual - -Outros serviços especializados:
Estudos e consultas - -Consultores e auditores externos 23.392 22.547Tratamento de valores - -SIBS 31.631 29.370Avaliadores externos 15.870 20.359(…)Outros serviços de terceiros 50.376 57.789
535.655 548.050
583.537 600.450
49. ENTIDADES RELACIONADAS Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 19), a Caixa consolida com as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo
associadas, como outras empresas do Grupo. Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, as demonstrações financeiras da Caixa incluem os seguintes saldos e transacções com entidades relacionadas:
Associadas Coligadas
Outras empresas do Grupo Total Associadas Coligadas
Outras empresas do
Grupo TotalActivos:
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 303.573 303.573 - - 803.568 803.568
Activos financeiros detidos para negociação - - - - - - - -
Activos financeiros disponíveis para venda - - - - - - 501.549 501.549
Aplicações em instituições de crédito - - 10.719.388 10.719.388 - - 11.994.957 11.994.957
Crédito a clientes - - - - - - - -
Outros activos - 117.083 460 117.543 - 116.719 71.388 188.107
Passivos:
Passivos financeiros detidos para negociação - - - - - - - -
Recursos de outras instituições de crédito - - 50.830 50.830 - - 2.853.666 2.853.666
Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - - - -
Responsabilidades representadas por títulos - - - - - - - -
Passivos subordinados - - - - - - - -
Outros passivos - 12.802 3.895 16.697 - 26.198 4.103 30.301
Custos:
Juros e encargos similares - - 2.256 2.256 - - 13.764 13.764
Encargos com serviços e comissões - - 29.181 29.181 - - 26.324 26.324
Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados - - - - - - - -
Gastos gerais administrativos - 337.538 12.400 349.938 - 365.981 10.369 376.350
Proveitos:
Juros e rendimentos similares - - 315.826 315.826 - - 468.686 468.686
Rendimentos de instrumentos de capital - 1.503 - 1.503 - 1.500 - 1.500
Rendimentos de serviços e comissões - 177.894 7.069 184.963 - 163.294 3.330 166.625 Outros resultados de exploração - 5.658 172 5.830 - 5.839 607 6.446
Extrapatrimoniais:
Garantias prestadas e outros passivos eventuais: - - - - - - - -
Garantias recebidas - - - - - - - -
Compromissos perante terceiros - - - - - - - -
2014 2013
As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de mercado nas respectivas datas.
50. PENSÕES DE REFORMA Para determinação das responsabilidades por serviços passados da Caixa relativas a empregados no activo e aos já reformados foram efectuados estudos actuariais pela Companhia de Seguros CA Vida, S.A..
Apuramento do impacto de adopção das NCA’s a 1/01/2007
Decorrente da introdução das Normas Internacionais de Contabilidade e no que diz respeito à “IAS 19 – Benefícios dos
empregados”, foi registado em 1 de Janeiro de 2007 o valor dos ajustamentos de transição referentes a 31 de Dezembro de
2006.
Em 1 de Janeiro de 2007, o valor das responsabilidades com complementos de pensões de reforma, prémio de antiguidade e
SAMS e respectivas coberturas, em NCA’s foram as seguintes:
1-01-2007
Fundo de pensões
A.1. Responsabilidades PCSB 107.722
A.2. Impacto da transição para IAS 19: 42.855
A.2.1. Tábua de mortalidade 8.661
A.2.2. Pressupostos financeiros 34.194
A.3. Responsabilidades IAS 19 (A.1. + A.2.) 150.577
A.4. Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2006 126.833
A. Insuficiência de cobertura pelo Fundo de Pensões (A.3. – A.4.) 23.744
1-01-2007
Encargos com saúde (SAMS):
B.1. Com trabalhadores no activo e ex-trabalhadores 61.491
B.2. Com licenças sem vencimento 0
B.3. Com pré-reformados 0
B.4. Com pensões em pagamento 20.914
B. Total 82.405
1-01-2007
Prémio de antiguidade:
C.1. Com trabalhadores no activo e ex-trabalhadores 69.941
C.2. Com licenças sem vencimento 0
C. Total 69.941
De acordo com o Aviso nº 12/2005, de 30 de Dezembro, o acréscimo de responsabilidades decorrente da alteração da tábua de
mortalidade em data posterior a 1 de Janeiro de 2005 pode ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização
de prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2013 (7 anos).
De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, o aumento de responsabilidades com o Fundo de
Pensões, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de
prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2011 (5 anos).
Adicionalmente, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, as responsabilidades com o SAMS,
decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações
uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2013 (7 anos).
Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008), no qual
permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos face ao período estipulado
inicialmente.
Foi decisão da CCAM de CARTAXO prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso nº 7/2008, de
14 de Outubro de 2008.
Assim, em 31-12-2007 o valor por reconhecer em resultados transitados, que deriva dos impactos da adopção do IAS 19, e o
número de anos pelos quais agora serão reconhecidos em resultados transitados, é como segue:
31-12-2007 Nº anos a
diferir
Data limite de
diferimento
A.2.1.2007 Alteração da tábua de mortalidade 7.424 9 anos 2016
A.2.2.2007 Alteração dos pressupostos financeiros 27.355 7 anos 2014
A.2.3.2007 Excesso de cobertura em PCSB 15.289 7 anos 2014
B.2007 Encargos com saúde (SAMS) 70.633 9 anos 2016
Reconhecimento anual nos resultados transitados:
31-12-2014
A.2.1.2014 Alteração da tábua de mortalidade 825
A.2.2.2014 Alteração dos pressupostos financeiros 3.908
A.2.3.2014 Excesso de cobertura em PCSB 2.184
B.2014 Encargos com saúde (SAMS) 7.848
2014 TOTAL 10.397
TOTAL = A.2.1.2014 + A.2.2.2014 - A.2.3.2014 + B.2014
1.iii.b) Registo do impacto do movimento do Fundo de Pensões e do custo com o SAMS e Prémios de
antiguidade a 31/12/2014
Os pressupostos actuariais e financeiros utilizados no cálculo das responsabilidades da CCAM de CARTAXO com referência a 31
de Dezembro de 2014 e de 2013 foram os seguintes:
31/12/2014 31/12/2013Pressupostos demográficosTábua de mortalidade TV – 88/90 TV – 88/90Tábua de invalidez EVK 80 EVK 80Idade de reforma (**) 65Método de avaliação “Projected Unit
Credit”“Projected Unit
Credit”
Pressupostos financeiros:Taxa de desconto (*) (*)Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 1,40% 1,65%
Taxa de crescimento das pensões 1,00% 1,40%
Taxa de revalorização de salários para a Segurança Social:- de acordo com nº2 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,46%- de acordo com nº1 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40%
(*) Taxa de desconto diferente para diferentes grupos da população:
Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial < 55 anos : 3,25% 4,25%
Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial >=55 anos : 2,75% 4,00%
Pré-reformados, reformados e pensionistas : 2,25% 3,50%
(**) De acordo com o Decreto-lei nº167-E/2013
Em 31 de Dezembro de 2014, o valor das responsabilidades por serviços passados com o pagamento de complementos de
reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de saúde pós-emprego (SAMS), com trabalhadores no activo,
licenças sem vencimento, pré-reformados e pensões em pagamento, são as seguintes:
31-12-2014
F.2014 Valor actual das Responsabilidades por serviços passados 293.441
F.1 Com trabalhadores no activo e ex-trabalhadores 139.565
F.2 Com licenças sem vencimento 0
F.3 Com pré-reformados 0
F.4 Com pensões em pagamento 153.876
O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência referente à CCAM de CARTAXO é o que a seguir
se apresenta:
G.1 + Custo do serviço corrente 7.539
G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” -462
G.4.Ano +/- (Ganhos) e Perdas actuariais -16.328
G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os valores realizados -15.964
G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e nas condições dos planos
-364
G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas antecipadas 0
G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades -9.250
O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM de CARTAXO foi o seguinte:
A.4.2013 (+) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2013 269.949
H.1 (+) Contribuições efectuadas 11.258
H.1.1 Pela CCAM de CARTAXO 0
H.1.2 Pelos empregados 11.258
H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 0
H.3 (+) Rendimento dos activos do Fundo de Pensões (liquido) 24.312
H.4 (-) Prémios de seguro pagos 5.490
H.9 (+) Participação de resultados no seguro 6.882
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 7.504
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 7.504
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 1.803
H.7.2014 (=) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2014 297.605
H.8. Variação do valor da quota-parte do fundo de pensões em 2014
(H.7.2014 – A.4.2013) 27.656
O movimento ocorrido durante o exercício de 2014 relativo ao valor actual das responsabilidades por serviços passados foi o seguinte:
F.2013 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de 2013 287.686
G.1 (+) Custo do serviço corrente 7.539
G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade -3.719
H.1.2 Contribuições para o Fundo efectuadas pelos empregados 11.258
G.2 (+) Custo dos juros 9.775
G.4.1 (+/-) (Ganhos) e perdas actuariais nas responsabilidades -2.253
G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas antecipadas 0
H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 7.504
H.5.1 Por reformas antecipadas 0
H.5.2 Outros 7.504
H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 1.803
F.2014 (=) Responsabilidades totais em 31-12-2014 293.441
K. Variação nas responsabilidades em 2014 (F.2014 – F.2013) 5.755
O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2014, de acordo com o Aviso 12/2001 do Banco de Portugal,
era o seguinte:
F.2014 Valor actual das responsabilidades com serviços passados 293.441
I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2014 (Aviso 7/2008) 16.836
I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 270.205
I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 110
A cobertura do nível mínimo de solvência do Instituto de Seguros de Portugal em 31 de Dezembro de 2014, era o seguinte:
I.4 Responsabilidades por serviços passados (ISP) 183.270
I.5 Nível de cobertura (ISP) (%) 162
Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto, os desvios actuariais por
amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram transferidos para uma rubrica do rendimento integral “reservas
de reavaliação”.
No exercício de 2014, o valor dos desvios actuariais existentes e o movimento ocorrido no exercício no “rendimento integral”, foi
o seguinte:
RI.2013 Desvios actuariais por amortizar em 31-12-2013 36.193
RI.ano Desvios actuariais gerados em 2014 – Ganhos e perdas
actuariais 16.328
RI.2014 Desvios actuariais por amortizar em 31-12-2014 52.521
Prémios de antiguidade:
A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade futuros, com trabalhadores no
activo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:
Prémio de Antiguidade 31-12-2013
N.1.2013 Com trabalhadores no activo 71.251
N.2.2013 Com licenças sem vencimento 0
N.2013 Total 71.251
Prémio de Antiguidade 31-12-2014
N.1.2014 Com trabalhadores no activo 77.910
N.2.2014 Com licenças sem vencimento 0
N.2014 Total 77.910
Prémio de Antiguidade Variação
O.1. Com trabalhadores no activo 6.659
O.2. Com licenças sem vencimento 0
O. Total 6.659
51. DIVULGAÇÕES RELATIVAS A INSTRUMENTOS FINANCEIROS Não aplicável.
52. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS OU DE RESSEGUROS A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Cartaxo está inscrita no Instituto de Seguros de Portugal, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o artigo 8º, alínea a), subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a actividade de intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola, designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA Seguros), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e com a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões.
No âmbito dos serviços de mediação de seguros a CCAM efectua a venda de contratos de seguros e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nos Balcões da CCAM.
Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos de Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas Seguradoras.
As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na Demonstração de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores de remunerações a pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão reconhecidas como um activo no Balanço, na rubrica de Outros Activos. À data de emissão das presentes demonstrações financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em 31 de Dezembro de 2014, encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras.
O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas pela CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):
Origem Seguradora 2012 2013 2014 % por Origem 2014
Ramos Não Vida CA Seguros 69.070,23 90.337,54 106.345,08 59,8% Ramo Vida CA Vida 69.830,25 71.854,55 70.305,57 39,5% Fundos de Pensões CA Vida 572,60 1.102,30 1.243,30 0,7% Total 139.473,08 163.294,39 177.893,95 100,0%
A CCAM não efectua a cobrança de prémios por conta das seguradoras, nem efectua a movimentação de quaisquer tipos de
fundos relativos a contratos de seguros. Desta forma, não há qualquer outro activo, passivo, rendimento ou gasto a reportar,
relativo à actividade de mediação de seguros exercida pela CCAM.
53. FUNDOS PRÓPRIOS No exercício de 2014, a Instrução 23/2007 foi descontinuada, dado lugar ao cálculo dos requisitos e rácios prudenciais, de acordo com os reportes Corep, aplicando as regras CRD IV / CRR, Regulamento (U.E.) nº 575/2013., tendo-se, obtido os seguintes rácios do reporte de solvabilidade das contas individuais da Caixa Agrícola: Até 31 de Dezembro de 2013, os valores dos fundos próprios da Caixa Agrícola apresentam-se, de acordo com os requisitos do reporte da Instrução 23/2007 do Banco de Portugal, de forma a permitir alguma comparabilidade na informação:
FUNDOS PRÓPRIOS E RÁCIO DE SOLVABILIDADE
Em euros 2013 2014
Fundos Próprios totais 3.961.665 5.010.041
Common equity tier 1* --- 4.858.251
Tier 1* 4.185.907 4.858.251
Tier 2 --- 151.790
Posição em risco de activos e equivalentes 51.323.155 50.494.217
Requisitos de fundos próprios 27.529.661 29.030.776
Crédito 23.857.805 25.434.660
Operacional 3.671.856 3.596.116
CVA --- --- ---
Rácios de solvabilidade (a)
Common equity tier 1* --- 17,0%
Tier 1 * 15,2% 16,7% 1,5 P.P
Tier 2 --- 0,5% --- P.P
Total* 14,4% 17,3% 2,9 P.P
* Incorporando o resul tado l íquido do exercício.
---
(a ) Até Dezembro 2013 os rácios sã o ca lculado de acordo com a Instruçã o nº 23/2007, após o
que s ão a pl icadas as regras CRD IV / CRR, Regulamento (U.E.) nº 575/2013.
---
-1,6%
5,5%
6,6%
-2,1%
Δ 13/14
26,5%
---
16,1%
O Responsável pela Contabilidade
O Conselho de Administração
Jorge Vítor Caetano Cunha Francisco Augusto Rosa Lopes Filipe Augusto Lopes Ferreira
Presidente do Conselho de Administração Secretário do Conselho de Administração Tesoureiro do Conselho de Administração