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Cálculo Diferencial e Integral III Profª Ma. Polyanna Possani da Costa Petry e-mail: [email protected]

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Cálculo Diferencial e Integral III

Profª Ma. Polyanna Possani da Costa Petry

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Sequências e Séries – Breve contextualização

Para 𝑥 ∈ ℝ , podemos em geral, obter sen 𝑥, 𝑒𝑥 , ln 𝑥, arctg 𝑥 e

valores de outras funções transcendentes utilizando uma

calculadora ou uma tabela.

Um problema fundamental consiste em determinar como as

calculadoras calculam esses números, ou como se constrói uma

tabela.

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Sequências e Séries – Breve contextualização

As séries numéricas infinitas (somas infinitas) podem ser usadas

para obter valores funcionais de uma certa função 𝑓 𝑥 , ou seja,

valores aproximados para 𝑓 𝑐 , 𝑐 ∈ ℝ .

Portanto, temos que interpretar essas “somas infinitas” e saber o

seu significado preciso.

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Sequências e Séries – Breve contextualização

Lidar com o infinito sempre foi um problema difícil e os

matemáticos sabem disso há mais de dois milênios. E para que

nós tenhamos uma ideia das dificuldades que podem surgir,

vamos logo dar um exemplo simples e bastante esclarecedor.

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Sequências e Séries – Breve contextualização

S = 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + · · ·

Se escrevermos S = (1 − 1) + (1 − 1) + (1 − 1) + (1 − 1) + · · · , teremos S = 0.

Mas podemos também escrever

S = 1 − (1 − 1) − (1 − 1) − (1 − 1) − (1 − 1) − · · · e agora concluímos que S = 1.

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Sequências e Séries – Breve contextualização

Ainda há uma terceira possibilidade, tão legítima como as

anteriores:

S = 1 − (1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + · · · ) = 1 − S ⇒ 2S = 1 ⇒ S = 1/2 .

Afinal, S = 0, S = 1 ou S = 1/2? Por que três respostas diferentes?

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Sequências e Séries – Breve contextualização

Claro que não podemos aceitar nenhuma delas em detrimento

das outras.

Este exemplo aponta para a necessidade de se conceituar o que

significa “soma infinita”. Como veremos, essa conceituação

excluirá a possibilidade de somas infinitas do tipo que acabamos

de considerar.

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Sequências e Séries – Breve contextualização

E para chegar a essa conceituação devemos primeiro estudar as

chamadas “sequências numéricas” .

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Sequências Numéricas

Informalmente, sequência é uma sucessão interminável de

números, chamados termos. Entende-se que os termos têm uma

ordem definida, isto é, há um primeiro termo 𝒂𝟏, um segundo

termo 𝒂𝟐 e assim por diante.

Tipicamente uma sequência é escrita como 𝒂𝟏, 𝒂𝟐, 𝒂𝟑, … , 𝒂𝒏, …

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Sequências Numéricas

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Definição 1: Sequência é uma função cujo domínio é o conjunto de

todos os números inteiros positivos → {1, 2, 3, … , 𝑛, … } . Nesse

contexto, os números que representam a imagem de uma

sequência são chamados elementos da sequência.

Sequências Numéricas

Exemplo: Seja a função 𝑓 𝑛 =1

𝑛

A função 𝑓 𝑛 tem como domínio os números naturais:

𝐷 = {1, 2, 3, … , 𝑛, … }

E como imagem: 𝐼 = {1,1

2,

1

3, … ,

1

𝑛, … }

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Sequências Numéricas

A figura ao lado

mostra o gráfico

da função 𝑓 𝑛 .

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Sequências Numéricas

Observações:

1. Uma sequência pode ser representada identificando seu

elemento genérica 𝑎𝑛 .

2. A sequência 𝒂𝟏, 𝒂𝟐, 𝒂𝟑, … , 𝒂𝒏, … é igual à sequência

𝒃𝟏, 𝒃𝟐, 𝒃𝟑, … , 𝒃𝒏, … se e somente se 𝒂𝒊 = 𝒃𝒊 para todo 𝒊

inteiro e positivo, isto é, se apresentam a mesma imagem.

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Sequências Numéricas

Por exemplo,

Considere os termos da sequência 1

2,

1

4,

1

8,

1

16, … . Qual o termo

geral 𝑎𝑛 da sequência?

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Sequências Numéricas

1. Obtenha o termo geral das sequências abaixo:

𝑎) 2, 4, 8, 16, 32, … 𝑏) 1, 4, 9, 16, 25, …

𝑐) 0, 2, 0, 2, … 𝑑)3

4,

9

10,27

28,81

82, …

𝑒) 0, −1, 0, 1, 0, −1, … 𝑓) 0, 1, 0, 1, …

𝑔) 3

5,

−4

25,

5

125,

−6

625, …

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Sequências Numéricas h) Sequência de Fibonacci 𝑓𝑛 : Esta sequência surgiu quando o matemático italiano conhecido como Fibonacci resolveu, no século XIII, um problema envolvendo a reprodução de coelhos.

1, 1 , 2, 3, 5, 8, 13, 21, …

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Sequências Convergentes e divergentes

Algumas sequências apresentam uma propriedade de que quando

𝑛 cresce arbitrariamente, 𝑎𝑛 se aproxima de um número real 𝐿, ou

seja, a diferença |𝑎𝑛 − 𝐿| é tão pequena quanto se deseja,

desde que 𝑛 seja suficientemente grande.

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Sequências Convergentes e divergentes

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Definição 2: Seja {𝑎𝑛}uma sequência numérica e 𝐿 um número real.

Dizemos que:

i. lim𝑛→∞

𝑎𝑛 = 𝐿 ∀ 𝜀 > 0; ∃ 𝑁 ∈ ℕ: ∀ 𝑛 > 𝑁 𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀 .

ii. lim𝑛→∞

𝑎𝑛 = +∞ ∀ 𝑀 > 0; ∃ 𝑁 ∈ ℕ: ∀ 𝑛 > 𝑁 𝑎𝑛 > 𝑀.

iii. lim𝑛→∞

𝑎𝑛 = −∞ ∀ 𝑀 > 0; ∃ 𝑁 ∈ ℕ: ∀ 𝑛 > 𝑁 𝑎𝑛 < −𝑀.

Sequências Convergentes e divergentes

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Sequências Convergentes e divergentes

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Definição 3: Se existe um número real (finito) 𝐿 tal que lim𝑛→∞

𝑎𝑛 = 𝐿 a

sequência 𝑎𝑛 é dita convergente. Caso contrário, a sequência é dita

divergente.

Alguns Teoremas para convergência de sequências

+ Teorema 1 : Teorema do Confronto

Sejam 𝑎𝑛 , 𝑏𝑛 e 𝑐𝑛 sequências tais

que lim𝑛→∞

𝑎𝑛 = 𝐿 = lim𝑛→∞

𝑐𝑛 .

Se existe 𝑛1 ∈ ℕ tal que 𝑎𝑛 ≤ 𝑏𝑛 ≤ 𝑐𝑛,

para todo 𝑛 > 𝑛1, então lim𝑛→∞

𝑏𝑛 = 𝐿

Alguns Teoremas para convergência de sequências

Exemplo: Determine o limite da sequência cos2 𝑛

3𝑛

+ Teorema 2: Se 𝑙𝑖𝑚𝑛→∞

𝑎𝑛 = 0 então 𝑙𝑖𝑚𝑛→∞

𝑎𝑛= 0.

Alguns Teoremas para convergência de sequências Exercícios:

1. Discuta a convergência da sequência 𝑎𝑛 =𝑛!

𝑛𝑛 ,

onde 𝑛! = 1 ∙ 2 ∙ 3 ∙ … ∙ 𝑛. 2. Determine se as sequências convergem ou divergem.

a) 4𝑛2

2𝑛2+1 b) −1 𝑛

𝑛 c) −1 𝑛 d) ln 𝑛

𝑛

Alguns Teoremas para convergência de sequências + Teorema 3: A sequência 𝑟𝑛 é convergente para −1 < 𝑟 ≤ 1 e

diverge para todos os outros valores de 𝑟.

Demonstração: f aremos em sala.

Sequência Crescente e Decrescente

• A sequência é dita monótona se for crescente ou decrescente.

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Definição 4: Uma sequência 𝑎𝑛 é denominada crescente se 𝑎𝑛 <

𝑎𝑛+1 para todo 𝑛 ≥ 1 e é denominada decrescente se 𝑎𝑛 > 𝑎𝑛+1 para

todo 𝑛 ≥ 1 .

Sequência Crescente e Decrescente Exemplos:

1. A sequência 𝑛

2𝑛+1 é crescente ou decrescente?

2. Mostre que a sequência 3

𝑛+5 é decrescente.

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Sequência Limitada Exemplos:

1. A sequência 𝑛

2𝑛+1 é crescente ou

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Definição 5: Uma sequência 𝑎𝑛 é limitada superiormente se existir

um número M tal que 𝒂𝒏 ≤ 𝑴 para todo 𝒏 ≥ 𝟏. É limitada

inferiormente se existir um número m tal que

m ≤ 𝒂𝒏 para todo 𝒏 ≥ 𝟏.

Se ela for limitada superiormente e inferiormente, então 𝑎𝑛 é uma

sequência limitada.

Sequência Limitada Exemplos:

1. 𝑎𝑛 = 𝑛 (limitada inferiormente, pois 0 < 𝑎𝑛).

2. 𝑎𝑛 =𝑛

𝑛+5 (limitada, pois 0 < 𝑎𝑛 < 1).

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Sequência Limitada

Observação

+ Nem toda sequência limitada é convergente.

Por exemplo, a sequência 𝑎𝑛 = −1 𝑛 é limitada pois

− 1 ≤ 𝑎𝑛 ≤ 1), porém divergente.

+ Nem todo sequência monótona é convergente

Por exemplo 𝑎𝑛 = 𝑛 → ∞ .

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Sequência Limitada

+ Teorema 4: Teorema da Sequência Monótona

Toda sequência 𝑎𝑛 monótona e limitada é convergente.

Exemplo: Mostre que a sequência 𝟐𝒏

𝒏! é monótona e

limitada e portanto, convergente.

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