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Recife Ano 1 Edição Nº 1 Saiba como aproveitar o verão de forma saudável Conheça os principais pontos turísticos do Recife Que tal aprender um pouco sobre o Graffiti ?

Caleidoscópio do recife

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Revista sobre a cidade do Recife Autores: Adriana de Moraes, Natalia Abdon e Thiago Santos Problemas sociais, cultura, saúde, cidade, turismo, verão, graffitti, carreira, política, esportes, alimentos, mercados públicos do Recife

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Recife Ano 1 Edição Nº 1

Saiba como aproveitar o verão de forma saudável

Conheça os

principais pontos

turísticos do

Recife

Que tal aprender

um pouco sobre

o Graffiti?

Esta revista foi pensada, cuidadosa-mente montada e for-mada para você e com você. Sim, porque não com você? Você vai se encontrar nas páginas dessa revista mais do que imagina. Nossa re-vista terá como objeti-vo mostrar a você tudo o que poderá encontrar na capital de Pernam-buco. O Recife mes-cla os problemas das grandes metrópoles e belezas inigualáveis. E é isto que nos propu-semos a mostrar. Mostraremos os dois lados da moeda: as belezas naturais e a sujeira nas ruas, as grafitagens que em-belezam os muros da cidade e as calçadas intransitáveis, a rica cultura e a miséria vis-ta nas ruas, o que o homem construiu e o que ele conseguiu des-truir. Você vai se in-formar sobre a política

e a economia da cida-de de uma forma leve. Você vai encon-trar um especial que ajudará você a tirar suas dúvidas e entrar com tudo neste verão. Vai ver um guia com os principais pontos turís-ticos da cidade. Vai conhecer pessoas que mostram que graffiti é arte, uma arte capaz de embelezar vidas. Nossa lin-guagem simples e des-pojada faz com que nossa revista possa ser entendida por diver-sos públicos, de várias idades e condições so-ciais, porque acredi-tamos que a leitura é capaz de mudar vidas, de construir sonhos e alimentar esperanças. Acreditamos no poder da informação. Sinta-se à vontade para emitir opiniões, para recla-mar e elogiar. Entre. Você está em casa!

CaRo leitoR,Seja bem-vindo!

O que o povo fala nas ruas do Recife

Pág. 4

Um giro pela cidade do RecifePág. 8

O outro lado da moedaPág. 10

ESPECIAL: É a estação do sol e mar

Pág. 12

GRAFFITI: A arte que transforma o Recife

Pág. 17

Como se destacar no emprego ou estágio?

Pág. 22

ARTIGO: Oligarquias políticas no Recife

Pág. 24

O alimento vai parar no lixo e a barriga fica vazia

Pág. 26

Malhação substitui aulas de educação física

Pág. 28

Escovar os dentes pode ser divertido!Pág. 30

SÉRIE: Mercados Pùblicos do RecifePág. 32

O qUE VAI ENCONTRAR NESSA

EdIçãO

Centro Universitário Maurício de Nassaudisciplina: Projeto Experimental II

Professora Orientadora: Teresa PoçasAlunos: Adriana de Moraes, Natalia Abdon e

Thiago Santos

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Conde da Boa Vista

Infelizmente, a Ave-nida Conde da Boa Vista, cartão postal da cidade, está totalmente aban-donada. Eu vejo lâmpa-das queimadas, calçadas em péssimas condições, ausência de fiscais e de policiamento, mendigos dormindo em qualquer lu-gar. E fica muito pior nos finais de semana,quando o desleixo da própria po-pulação, que joga lixo em todos os lugares, transfor-ma a outrora bonita ave-nida em monte de lixo e de sujeira.Rosângela Bezerra Fer-reira – Moradora do bair-ro Alto José Bonifácio que

transita pelo local para chegar ao tra-balho.

Intercâmbio

Parabéns ao Governo do Esta-do por contemplar estudantes da rede estadual de ensino médio com o inter-câmbio. Interagir com estudantes de outros países é de grande importância para o futuro destes jovens.George Botelho do Nascimento – Mora-dor do bairro do Espinhei-ro.

Antigo é o bonde

No Recife An-tigo tombaram al-guns imóveis do tempo do Império, porém esqueceu-se de tombar o bonde, verdadeiro símbo-lo da antiguidade. Será que o novo prefeito da nossa Veneza Brasileira se propõe a resgatar esse patrimônio dos saudosistas, para

vislumbre e deleite dos tu-ristas, a exemplo daqueles que circulam em outros re-cantos do gênero no Rio de Janeiro e Portugal?Cássio de Melo Silva – Mo-rador do bairro da Encruzi-lhada.

Tubarões do Recife e de

Brasília Teimosa

O problema dos ataques de tubarões no Recife é mais fácil de resolver do que os dos tubarões de Brasília Teimosa. Não são necessários projetos mirabolantes e caríssimos.

Nossa equipe foi às ruas do Recife para saber a opinião dos

Bairro da Boa Vista, um grande depósito de lixo

Mesmo com aviso, banhistas ainda se arriscam em alto mar

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O QUE O POVO FALA

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Basta educar e proibir os banhistas de invadirem o habitat deles no mar.Edson Campos Sou-za – Morador do bair-ro de Brasília Teimosa.

O barulho se espalha pelas ruas do centro

A rua Matias de Albuquerque,no Centro está um caos às sextas--feiras. A poluição sonora é de estourar os tímpanos. Carrocinhas e mais carro-cinhas de Cds piratas con-correm entre si para ver quem coloca o som mais alto perto dos bares loca-lizados naquela rua. dia desses, a Polícia Civil levou o som de um bar na mes-ma rua, alegando som alto. E qual o órgão policial que pode levar as carroças de Cds?Alguma autoridade pode me dizer? Um esta-belecimento comercial que paga uma carga tributária pesadíssima perde a caixa de som porque segundo os policiais estava com o vo-lume alto. Mas, as carroças que nada pagam ,vendem produtos contrabandeados têm direito de estourar os tímpanos de qualquer ci-dadão que transita na rua citada.Túlio Borges de Oliveira –

Morador do bairro do Cura-do, que transita pela área para ir e voltar do trabalho.

Rio Capibaribe

Há muito se fala sobre pro-jetos para navegabilidade do Rio Capibaribe. Em tem-pos de falta de mobilidade na cidade do Recife, o rio seria uma boa saída para atender à necessidade de transporte público eficien-te. Com investimento e infraestrutura adequados, seria possível escoar um bom número de pessoas que seguem para o Centro da cidade diariamente.

Fábio Vieira Araújo – Mora-dor do bairro da Boa Vista.

Transporte navegável

Esse meio de transporte de passageiros é claro que não vai resol-ver o problema da mobili-dade, mas será uma alter-nativa, trazendo conforto, segurança e educação am-biental e valorizando este espaço, através dessa mo-dalidade de transporte am-biental correto. Parabéns ao governador Eduardo Campos, por esta iniciativa inovadora na nossa cidade.

Capibaribe: uma solução para o trânsito do Recife?

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NAS RUAS DO RECIFEcidadãos sobre os problemas e o que há de positivo na localidade

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Maicon Ismael de Freitas – Morador do bairro da Boa Vista

O Centro do Recife pede

socorro

A prefeitura precisa melhorar o aspecto do cen-tro do Recife com algumas mudanças. As barracas ao lado do terminal do Cais de Santa Rita são um caso de bagunça que vem se arras-tando há anos. Nesse local é possível se ver de tudo: consumo e venda de dro-gas, prostituição, brigas e principalmente a falta de higiene devido ao péssimo banheiro que existe no lu-gar, ou seja, um caos total. A prefeitura precisa inter-vir junto aos órgãos com-petentes, pois é um local

que fica a poucos metros do bairro do Recife Antigo e não demonstra um am-biente sadio à população. quem faz uso do transpor-te público facilmente vê, do terminal de ônibus, essa depressiva situação. O tu-rista que está conhecendo a cidade com certeza vai ter uma má impressão da localidade que não ofere-ce organização. Trata-se de um problema de saúde pública, pois o mau cheiro de urina é insuportável; de segurança pela necessida-de de combater o tráfico de drogas; e também um pro-blema social, pois existem pessoas na linha da miséria naquele ambiente. Sem fa-lar no lixo que contribui ne-gativamente para a cidade. Sandro Antônio de Melo – Morador do bairro de Águas

Compridas e passa pelo lo-cal a caminho do trabalho.

Calçadas da RMR

Visitantes se admiram e moradores se envergo-nham do estado das calça-das da maioria de nossas cidades. É nas condições precaríssimas que essas calçadas apresentam onde se reflete a desatenção demonstrada pelos gesto-res públicos, preocupados em arrecadar recursos em obras nas comunidades onde os votos fluem com maior facilidade. É uma vergonha o total abandono das calçadas,expondo nas avenidas e ruas centrais a fragilidade administrativa de gestores cada vez me-nos preocupados em con-

servar e manter a aban-donada Cidade do Recife e da região metropolita-na.Rute Aguiar de Melo – Moradora do bairro de Jardim Brasil II, em Olin-da, que transita diaria-mente pelas ruas do Re-cife.

Perigo nas calçadas do

Recife

É vergonhoso o que ocorre nas ruas do Re-cife. Cadeirantes, idosos e crianças perderam es-paços e são obrigados

a caminharem pelo meio das ruas, ficando sujeitos

Além da praia, Boa Viagem também apresenta muitas calçadas esburacadas

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a serem atropelados pelos veículos em dis-parada em virtude das calçadas que, em sua maioria, quando não estão quebradas são ocupadas por venda de frutas,verduras e ou-tras bugigangas. E isso ocorre nos bairros onde os fiscais passam todos os dias pelos mesmos locais e não tomam ne-nhuma providência, sem falar na omissão vergonhosa do Ministé-rio Público.José Pedro Henrique Morador do bairro do Alto José Bonifácio, que transita diariamente pe-las ruas do Recife.

João da Costa

Uma coisa é certa, já dizia um conhecido depu-tado: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou as saúvas acabam com o Brasil”. O mesmo não serviria mais para o atual prefeito do Re-cife, João da Costa, pois a CTTU há muito acabou com sua gestão no Recife. Não há mais tempo para voltar atrás, até mesmo porque já tem outro prefeito esco-lhido pela população.Leonardo Lira – Morador do bairro de Casa Amarela.

Recife na Copa

O Estado de Pernambuco está confir-mado para a Copa das Con-

federações apenas basea-do na construção da Arena da Copa, pois a cidade do Recife não tem a mínima condição de receber sequer um campeonato dos mais simples. A cidade está co-berta de lixo, da Zona Norte à Zona Sul, existem buracos à vontade, até pa-rece uma concha de reta-lhos. Isso sem contar que os flanelinhas cobram va-lores exorbitantes até em estacionamentos particula-res. Se não mudarmos até 2014, a impressão que os estrangeiros terão de nós é a de que somos atrasados.Leandro Dutra Oliveira - Morador do bairro de Jar-dim São Paulo

Coleta diária do lixo em Recife

Com o novo prefei-to do Recife, o recifense espera que a coleta diária do lixo seja feita como an-tigamente, antes da ges-tão petista na cidade!Até bairros nobres como, por exemplo: Boa Viagem con-ta com a presença de ratos e baratas dividem à falta da coleta diária, que possi-bilitou que os dejetos orgâ-nicos guardados em casa atraíssem os roedores.Théo Queiroz - Morador do bairro de Boa Viagem, que solicita o recolhimento diá-rio do lixo da cidade.

Capital pernambucana tomada por lixo e completamente abandonada

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O Recife tem bele-zas incontáveis e incon-testáveis. Considerada a “Veneza brasileira” por sua semelhança com a cidade européia, cer-cada por rios e belas pontes. A cidade ofere-ce inúmeras opções de lazer e diversão. Com suas diversas faces, mostra porque recebe o nome de “multicultural”. A capital de Per-nambuco é rica em talentos artísticos. En-canta pelo céu azul, as águas mornas do mar de Boa Viagem e as be-las paisagens vistas em toda parte. Os museus, as esculturas de gran-des poetas e escritores. Os parques e praças que fazem a alegria da crian-çada e dos enamorados. quem dirá que co-nheceu o Recife sem visitar os mercados de São José, da Boa Vista e, é claro, o da Madalena? As monumentais igrejas

que traduzem as crenças de um povo. Como po-

deria conhecer a cidade sem passar pela Casa da Cultura ou conhecer a praia de Boa Viagem com aquela beleza sem igual? E quem poderá dizer que se divertiu na cidade sem conhecer a animada feirinha do Recife Antigo? E ver a Rosa dos ventos

pintada no centro do Marco Zero. E que tal um tour cul-tural pela oficina de cerâmica de Francis-co Bren-nand? quem sairá daqui

sem conhecer os elemen-tos que compõem a re-

alidade de um povo hu-milde, trabalhador e, por muitas vezes injustiçado? de todas as belezas que podem ser vistas em uma simples caminhada na cidade listamos algu-mas que você não pode deixar de conhecer:

O Marco Zero é o palco de inúmeras festas, comemorações, apresen-tações artísticas e cultu-rais. O local foi berço do Recife, e é o ponto inicial das estradas de Pernam-buco.

A Torre Malakoff está localizada em um dos mais importantes bairros do Recife, a torre já foi observatório astronômi-

Um giro pela cidade do RecifeTexto e fotos por Adriana de Moraes

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co e funciona hoje como um espaço cultural. Ela se tornou referência da cultura pernambucana.

Museu de Arte Moder-na Aloísio Magalhães (MAMAM), instalado em um antigo casarão na Rua da Aurora, às mar-gens do Rio Capibaribe, o museu se transformou em um centro modelo da produção moderna e contemporânea.

O Rio Capi-baribe é um dos principais do esta-do. O rio divide a área central do Reci-fe e atravessa vários de seus bairros, o que proporciona um excelente passeio para quem se arrisca a na-vegar no Catamarã.

A Praia de Boa Viagem é uma das mais be-las praias urbanas do Recife. Tendo aproximadamente sete quilômetros de extensão, é protegida, em sua maior parte, por uma barreira de recifes naturais, que deram nome

à cidade.

A Casa da Cultura é uma parada obrigatória para quem vem à cidade. Com uma variedade imensa de produ-tos artesanais, vindos de

todo o estado, o lugar

costuma deixar as pesso-as que o visitam deslum-bradas.

O Pátio de São Pedro faz referência à vida boêmia da cidade.

É palco de festejos carnavalescos e reli-giosos. No lugar, fun-cionam instituições de vários movimen-tos sociais como a Casa do Carnaval e o Memorial Luiz Gonzaga O pátio é rodeado por bares e ateliês que garantem a badalação do local nas noi-tes de fim de semana.Todo reci-fense “ar-

retado” sabe o valor que o Recife

tem e as paisagens que ele possui. Conheça você também todas elas. Fica a dica!

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Se por um lado o Recife possui belezas ini-gualáveis, por outro há inúmeros problemas que ofuscam o brilho da ci-dade. O crescimento de-sordenado e a falta de manutenção de serviços essenciais transformaram a cidade em um grande depósito de lixo. Por onde se passa é visto o descaso. Estradas destruídas, calçadas es-buracadas, esgotos a céu aberto, lixos nas ruas, praças abandonadas e en-garrafamentos que nunca acabam são apenas al-guns dos problemas que a cidade enfrenta. É esse o cenário que contrasta com a beleza das praias, das pontes, a alegria nos mercados públicos. O déficit no sanea-mento básico repercute na qualidade de vida da população, faz com que grande parte dos recifen-ses viva em condições in-salubres. O abastecimen-to de água é ineficaz. O crescimento urbano de-sordenado sucateou as margens do Rio Capibari-be e o transformou em um grande esgoto. Sem sane-amento básico, comuni-dades inteiras sentem-se abandonadas pelo poder

publico. A segurança pública também é uma questão que merece atenção. Afi-nal, em uma cidade que apresenta uma taxa de homicídios de 90,5 as-sassinatos para cada 100 mil habitantes era de se esperar que essa questão fosse discutida com certo destaque. Cidadãos são roubados em plena luz do dia no centro da cidade. Assassinados em locais públicos, como o metrô. A saída é não só punir. A sa-ída é educar, inseri-los no sistema para que tenham medo das punições. Nos hospitais públicos a situação não é diferente. Pessoas que vão

ao hospital à procura de ajuda acabam saindo sem atendimento. Mas vale ressaltar que nessa área a prefeitura tem se empe-nhado para melhorar. Pro-gramas de prevenção às doenças e a academia da cidade, por exemplo, fo-ram criados com o intuito de beneficiar a população. No entanto, a melhoria na saúde pública ainda é um desafio para os governan-tes. As escolas públicas estão abandonadas e com profissionais que preci-sam fazer o impossível para lidar com a superlo-tação das salas de aula e com a falta de materiais necessários. Uma educa-

O outro lado da moedaAdriana de Moraes

Ruas esburacadas e cheias de lixo é a verdadeira cara da cidade

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ção de qualidade poderia ser a solução de inúmeros problemas decorrentes da má distribuição de renda. A educação constrói cida-dãos se aplicada da ma-neira correta. A miséria e a pobre-za podem ser vistas por onde quer que se passe. No centro da cidade há pessoas dormindo nas ruas, usando drogas em qualquer horário e em ambientes públicos. E o pior é que isso parece ser algo comum. Ninguém vê nada, ninguém faz nada! E as pessoas continuam vivendo em condições sub-humanas, abaixo da linha da pobreza. Escondi-da ou escancarada, a mi-séria está aí, virou rotina e já não nos toca. Há muito tempo o Recife deixou de ter um trânsito organizado, o trânsito está caótico. E to-dos os dias mais veículos são “injetados” nas ruas. As estradas estão, em sua maioria, em péssimas condições. O trânsito é al-tamente estressante para os motoristas. E para os pedestres não é diferen-te. As calçadas estão tão esburacadas que, em al-guns casos, os pedestres são obrigados a andar nas vias públicas, dividir espa-ços com carros, arriscan-do a própria vida. O transporte público é insuficiente, precário.

Há quem diga que é in-sustentável. Os cidadãos têm que enfrentar todo dia ônibus superlotados e o “empurra-empurra” do metrô. Ônibus velhos e es-cassos, filas imensas são apenas alguns dos pro-blemas que precisam ser enfrentados. depender do transporte público está se tornando um transtorno cada vez maior. Uma solu-ção razoável seria, talvez, ouvir quem utiliza o cole-tivo para descobrir o ver-dadeiro problema. Com o aumento do desemprego, o comércio ambulante deixou as ruas intransitáveis. E qual a solução que se dá? Fazer “vista grossa” e algumas visitas com o intuito de receber propina quando a

solução seria organizar? Talvez dar a essas pessoas (as que quiserem) condi-ções de se formalizar, um espaço para comerciali-zar os seus produtos seria uma boa (e justa) saída. A cidade está aban-donada. O abandono é vi-sível a quem caminha na cidade. O centro do re-cife está um verdadeiro tumulto. Os governantes já deveriam ter tomado providências, mas a única coisa comprovada é que entra governo e sai gover-no e ninguém faz nada, a não algumas ser reformas com a única intenção de desviar verbas públicas. Para encerrar faço uma adaptação à música da Legião Urbana “Que cidade é esta?”

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É A ESTAÇÃO DO SOL E MAR

Operíodo mais quente do ano e mais aguardado

pela população só pode ser o verão: seja para ir à praia e pegar um bom bronzeado, seja para aproveitar as férias, seja para viajar e curtir as inúmeras belezas da natureza. Não importa a razão, esta é sim a época de viver os momentos que irão ficar guardados no álbum de fotografias e servirão de boas recordações e lembranças. Através destas matérias faremos o aquecimento para o verão 2013 e você leitor da Caleidoscópio do Recife vai ficar bem informado com assuntos referentes à alimentação, cuidados com a pele e a escolha certa dos óculos de sol. Agora é só dar as boas vindas para o período de calor e aproveitar ao máximo a temporada.

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Verão é sinônimo de calor e sol intenso. É tempo de pegar uma cor e perder de vez o tom de pele amarelada dos me-ses sem ir à praia, mas nesse momento da expo-sição, talvez frequente e prolongada, é que pode residir o perigo. durante essa época do ano, são comuns os alertas sobre os malefícios da exposi-ção excessiva aos raios do sol e os devidos cuida-dos que se devem tomar.

Ainda assim, muita gente insiste em se ex-por de forma demasiada ao sol. Então mesmo cor-rendo o risco de parecer repetitivo, vamos lembrar a você leitor de conse-lhos básicos que algumas vezes podem ser esqueci-dos quando deveriam tor-nar-se um hábito, princi-palmente pelas pessoas com pele, olhos, cabe-los claros e sardas, além daqueles que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras so-lares, incapacidade para se bronzear e pintas.

A primeira dica é o uso diário do filtro solar diariamente, com o fator de proteção indicado para sua cor de pele. “quem possui a pele mais escura

pode optar por um fator menor, como o de 30, po-rém quem tem a pele cla-ra, o melhor é fazer uso do mais alto, 50 ou 60 se possível”, falou o derma-tologista Miguel Vascon-celos. O médico explica inclusive que é difícil exis-tir uma maneira saudável de bronzeamento, por-que a exposição prolon-gada é sempre arriscada.

O especialista tam-bém recomenda evitar se bronzear e ficar exposto ao sol entre as 10 e 16 horas. “Para se proteger as pessoas necessitam utilizar o protetor solar de preferência diariamente, pois em dias nublados, o valor da radiação chega a atingir 80% e pode atra-vessar as nuvens e chegar a terra”, alerta o doutor.

Ao sair de casa é pre-ciso o cidadão passar o protetor solar em todas as partes do corpo, prin-cipalmente nas regiões mais sensíveis, como colo, rosto, mãos, orelhas e pescoço. Recomenda-se inclusive a reaplicação do produto a cada duas ho-ras, para garantir a pro-teção adequada. Já outra forma de se proteger da radiação é através do uso de chapéus, bonés, óculos escuros e roupas leves.

OS RAIOS UTRAVIOLETAS

Existem dois tipos de radiação solar, a UVA E a UVB. A primeira esta associada ao envelheci-mento da pele e está pre-sente durante todo o dia nos atingindo quase que da mesma forma, tanto no inverno como no ve-rão. Já a segunda, pro-voca queimaduras que se intensificam no horário entre 10h e 16h e ocor-re mais durante o verão. Esse tipo de raio é invisí-vel e muitas pessoas pen-sam que só porque não ficaram com a pele ver-melha não foram prejudi-cadas. Então no momento de adquirir um protetor, confira se ele protege contra ambos os tipos de raio. “O fato é que o pro-tetor solar não impede o bronzeamento da pele, mas retarda. E as loções bronzeadoras não devem ser utilizadas porque não possuem filtro”, desta-ca Miguel Vasconcelos.

Exposição positiva ao sol com cuidado e proteçãodermatologista recomenda uso do protetor solar até com tempo nublado

SERVIÇO:

Miguel Vasconcelos – DermatologistaRua do Sossego, 588 – Boa Vista - RecifeTelefones: 34231125 / 32223943

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Além de fazer uso do protetor solar, outra for-ma de manter a pele saudável durante o ve-rão é consumindo muitas frutas, verduras, folhas verdes e legumes. Eles são alimentos importan-tes, pois possuem pou-cas calorias e tem mui-tos nutrientes. Além de serem refrescantes, têm um alto percentual de água na sua composição, principalmente as frutas e, portanto combinam com a alta temperatu-ra da estação. Vale lem-brar inclusive que esse tipo de alimentação é rico em fontes de mine-rais, vitaminas e fibras.

A especialista em Cli-nica Geral, Alcy Maria de Souza, explica que exis-tem alimentos ricos em betacaroteno e vitaminas A e C, que são de extre-ma importância não só para o organismo, mas também para a saúde da pele. “Para encontrá-los procure em alimentos na-turais de cor alaranjada e verde-escura, como por exemplo: cenoura, ma-mão, manga espinafre e couve. A vitamina C é um potente antioxidante, combatendo os radicais li-vres e protegendo a pele, enquanto o betacaroteno serve de matéria-prima para a síntese da vitamina

A, que ajuda na produção de melanina, o pigmento que confere a tona-lidade da pele”, destaca Alcy.

Entretanto não basta co-mer alimen-tos saudáveisé preciso tam-bém evitar as preparações gordurosas , como a feijoa-da do final de semana, sem contar os chocolates, suflês e as frituras, que podem di-ficultar a digestão pelo alto teor de gordura. “Alimentos como arroz, macarrão e açúcar de-vem ser consumidos com controle. Um alerta para o cuidado com os tem-peros das saladas, evite a maionese e os molhos prontos, prefira o azeite ou limão”, afirma a espe-cialista em clinica geral.

Já em relação aos pe-tiscos salgados, como amendoins, castanhas, salgadinhos, embutidos e queijos amarelos, eles são ricos em sódio e de-vem ser consumidos em pequenas quantidades. “Eles retêm líquido e deixa um aspecto de inchaço no corpo”, explica a médica.

O que não se deve, de

jeito nenhum, é esque-cer-se de ingerir bastan-te liquido, principalmente água, pois as altas tem-peraturas levam à desi-dratação, em particular, nas crianças e nos ido-sos. “A ingestão cons-tante de líquidos, além de evitar a desidratação, também lubrifica as ar-ticulações, facilita o pro-cesso digestório e a ab-sorção dos alimentos, transporta os nutrientes através do corpo, ajuda na excreção de toxinas, regula a função intesti-nal e mantém o controle da temperatura corpó-rea”, enfatiza a doutora.

Prefira produtos naturais e evite a ingestão de gorduraFrutas e verduras têm muita água e são fontes de minerais e vitaminas

SERVIÇO:Dra. Alcy Maria de Souza LimaRua da Hora, 557 – Espinheiro – RecifeTelefones: 3222-5426 / 3039-1071

Thiago Santos

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Óculos de sol: o acessório que não sai de modaGarantia de proteção é que eles devem bloquear as irradiações UVA e UVB

Existem inú-meros tipos para o obje-

to em questão. Pode ser pequeno, grande; com armação fina, grossa ou metaliza-da; o preto básico e os multicoloridos. O modelo segue o esti-lo, e principalmente, o gosto de quem vai usar. Mais um fator é certo: é imprescin-dível que os óculos escuros possuam o máximo de proteção contra os raios ultra-violetas, inclusive no verão, quando a lumi-nosidade é intensa e os riscos para a saúde dos olhos aumentam.

Muito mais que um acessório de moda, os óculos escuros ade-quados são garantia de uma perfeita tem-porada de sol, sem sequelas e prejuízos para a visão. Por isso, no momento de com-prar um é importan-te estar atento se ele

oferece proteção para os olhos e se blo-queiam, pelo menos, 70% da luz UVB e 60% da luz UVA. Essa é a regra fundamental.

“Óculos escuros de boa procedência, com filtros para radiação

ultravioleta, ou óculos com lentes fotossen-síveis de grau atuali-zado, possibilitam de fato, um excelente ní-

vel de proteção e cui-dado para os olhos”, garante o oftalmo-logista Paulo Jorge.

O especialista aler-ta também que a ex-posição dos olhos ao sol, sem proteção de-vida, além de quei-

maduras de retina e córnea, pode levar a longo prazo ao desen-volvimento de catara-ta ou outra doença de-

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generativa da visão.“Lesões na córnea,

cristalino e retina po-dem se manifestar anos após uma expo-sição excessiva ao sol, provocando, inclusi-ve, o envelhecimen-to precoce da visão”, explica Paulo. “Além de usar óculos escu-ros, opte por se expor ao sol nos horários de menor incidência da radiação ultravioleta, ou seja, antes das 9h ou após as 16h”, re-comenda o médico.

depois de apren-der sobre a necessi-dade de proteger sua visão com óculos es-curos de qualidade, que tal saber qual a

nova tendência para os óculos de sol para a próxi-ma temporada?

A novida-de para o ve-rão 2013 é que os óculos de sol serão redondos, uma prova disso foi a semana de moda, que ocor-reu em Londres e teve o lançamen-to de uma nova

tendência: a volta do acessório em forma-to redondo. As lentes podem ser opacas ou espelhadas. As arma-ções vêm com mais variados materiais, as-sim como o designer. Entre as marcas que apostaram na tendên-cia listamos: Jonathan Saunders, Burber-ry, Temperley Lon-don, Giles e Vivienne Westwood Red Label.

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SERVIÇO:Dr. Paulo Jorge SaundersRua Benfica – Praça do Clube Internacional - RecifeTelefone: 3036- 2727

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O QUE É GRAFFITI? Graffiti é uma arte gráfica capaz de transmitir mensagens através de de-senhos, símbolos e letras. Os graffitis são escritos ur-banos que ganham sentido de acordo com os contex-tos sócio-histórico-cultural e com o imaginário dos sujeitos, normalmente, de origem popular, membros do movimento hip-hop. Aliás, é do próprio hip-hop que surge o gra-ffiti e a figura do graffitei-

ro. O hip-hop é um movi-mento cultural que surgiu no final da década de 60 em Nova Iorque, nos su-búrbios dos Estados Uni-dos, de maioria negra e latina, como o Bronx, Har-lem e o Brooklyn. Nesses lugares a situação era de extrema pobreza, violên-cia, racismo e tráfico de drogas. As gangues de rua que se confrontavam armadas pelo domínio do território encontraram na arte uma forma de cana-lizar a violência e passa-

ram a frequentar festas e dançar Break (trechos que as pessoas mais gostavam nas músicas). A ideia bási-ca desta cultura era que a disputa acontecesse, mas com criatividade. E não com armas. O hip-hop é uma cultura que se divide em quatro elementos fun-damentais. Os dJs (Disk Jo-ckeys), os Rappers ou MCs (Mestres de Cerimônia, responsáveis por animar as festas), os breakdancer (aquele ou aquela que se

GRAFFITI: A ARTE QUE TRANSFORMA O RECIFE

A arte que dá vida nova as ruas do Recife também é instrumento de cidadania

Texto e fotos por Natalia Abdon

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de-dica ao bre-

akdance – mais conheci-dos como B-boys e B-girls) e os Writing (os escritores e/ou graffiteiros que re-presentam a cultura hip--hop através da expressão gráfica). O Graffiti, assim como os outros elementos

d o hip-hop, é

usado como um ins-trumento de comu-nicação das comuni-dades mais pobres. O graffiti é, muitas vezes, o único meio encontrado pelos jo-

vens das periferias para expressar o que sentem e para mostrar os problemas que enfrentam todos os dias na cidade. Como pla-taforma comunicacional o graffiti caracteriza-se pelo impacto visual que provo-ca nas pessoas. Impacto esse causado por suas co-res fortes, vibrantes e pelo

seu contraste com a aparência geral da cidade, além da dimensão do dese-nho que permite a sua visualização mesmo de longa distância. A escritura ur-bana é feita em sua maioria por homens, jovens negros pobres e moradores de subúrbios e favelas. Es-ses jovens procuram no hip-hop e na arte do gra-ffiti uma ma-neira para se expres-sar e com-p a r t i l h a r aquilo que

eles consideram neces-sário para a sociedade. É através do graffiti que a população ganha voz e tem a oportunidade de lu-tar por seus direitos e de protestar contra as injusti-ças sociais. O ato de grafitar vai além da simples ação de dese-nhar em um muro. Grafitar é um estilo de vida, pois os graffitis apresentam o discurso do autor e nor-malmente estão ligados a questões sociais devido à própria origem e fun-ção do grafismo. O graffiti pode servir como um meio de promoção de reflexão

As fotos de Graffitis

e disputa de skate

registradas durante

a 4ª edição do

Recifusion, evento que

reúne grafiteiros e a

comunidade do hip-hop.

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nas pessoas através de mensagens que os façam pensar sobre diversos assuntos como a vida em sociedade, o amor, a política, etc. Com as mensagens já grafita-das nas ruas é possível fazer pensar a respei-to dos problemas que o cidadão enfrenta no dia a dia da de sua localidade. E por fim o resultado de con-formação de muitas pessoas. O objetivo é fazer você levan-tar e ir às ruas, e mobilizar a socie-dade para os ver-dadeiros proble-mas existentes. No Recife também há gru-pos ligados a grafitagem como é o caso do gru-po Cores do Amanhã. Uma orga-nização não governamental, localizada na comunidade do Totó, que tem por filoso-fia ajudar, através da cultura e da arte, a desenvolver as comunidades e a evitar o envolvimento de jovens com as drogas.

O CORES DO AMANHÃ

O Cores do Amanhã é um gru-po que começou dentro das comunidades atendendo a si própria através da cultura e da arte. O “Cores” nasceu na comunida-de do Totó e hoje é um movimento social e cultural. “A gente nasceu simplesmente da vontade de fazer a diferença para a nossa comunidade e para as outras.” O grupo desenvolve tanto atividades ligadas diretamente ao movimento hip-hop como

apre-sentação de MCs, dJs, e de breakdance assim como outros de tipos de atividades ar-tísticas como a percussão, a capoeira, o artesanato, pintura em tecido e o teatro, além de aulas de informática básica. A ONG é formada por grafiteiros, artistas plásticos e voluntários que já de-sempenhavam atividades culturais em prol do desenvolvimento da comunidade. Entre eles está a coordenadora da ONG, Jouse Barata e os grafiteiros Boris, Flo-rim e Luther. “O Cores do Amanhã serviu pra juntar toda a galera que já trabalhava com cultura e artes na comunidade e fa-zer uma coisa só.” comenta Boris. Em re-conhecimento ao trabalho que realizam, a organização ganhou, do governo fede-

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ral, uma Kombi que utiliza para transportar a equipe e o material de trabalho quando precisa realizar al-guma atividade em outro bairro. E com o apoio Liste-rine conseguiram comprar um espaço para realizar suas atividades, o Espaço Cultural Cores do Amanhã, inaugurado em agosto de 2012.

A MULHER E O GRAFFITI

No movimento hip--hop, assim como em todos os segmentos da socieda-de, há muito preconceito com relação às mulheres. Jouse Barata disse que seu trabalho como grafiteira na Ong também tem por ob-jetivo mostrar que a mu-

lher tem sim capacidade de fazer graffiti. E que as mulheres são livres para pensar, para pintar e para agir da forma que quiser. “Ainda há muito preconcei-to no hip-hop, mas hoje a gente está quebrando es-sas barreiras.” enfatizou. Prova disso é o surgimen-to de um grupo, formado apenas por meninas, de-nominado Cores Femini-nas que se reúnem a cada dois meses para realizar mutirões de graffiti e hip--hop só com as mulheres.

A FAMÍLIA CORES DO AMANHÃ

BORIS

O grafiteiro Adelson

Henrique que é conheci-do no graffiti como Boris contou que escolheu esse nome como assinatura em sua arte por gostar muito do trabalho do artista pe-ruano Boris Vallejo e que entrou na oficina de gra-ffiti por curiosidade, sem saber muito sobre a cultu-ra do hip-hop e do próprio graffiti. “Eu entrei na ofici-na por vontade de conhe-cer o graffiti.” Ele contou ainda que se identificou com as atividades de gra-fitagem e desde então não parou mais e já atua como grafiteiro há oito anos.

FLORIM

O apelido foi criado pelo próprio artista duran-te a adolescência, época

em que fazia pichações. Erinaldo, nome de ba-tismo do grafiteiro que pichou até ficar adulto, percebeu que estava fa-zendo algo errado. “Até os 23 anos eu estava pi-chando ainda, eu via que era errado, mas aí eu vi que não dava certo essa vida de pichador e en-tão parti para o graffiti.” Ele aprendeu a fazer arte com o pai, que já traba-lhava na área, e hoje vive disso.

LUTHER

Fagner, que utiliza como sua assina-tura o nome Luther em homenagem ao ativis-ta político estaduniden-se Martin Luther King, começou a grafitar em 2005 e disse que apren-deu muito do que sabe com o colega Florim como a maneira de executar os desenhos com agilidade e precisão, por exemplo. Ele contou ainda que quando começou a grafitar decidiu que não queria ser só mais um grafiteiro. “Eu queria ser um grafiteiro que pas-sasse uma ideia diferente para as pessoas do Reci-fe.” lembra. A p a i x o n a d o por livros, Fagner buscou neles a inspiração para seus graffitis. Ele tentou juntar as mensagens de protesto com as mensa-

gens de reflexão com o intuito de fazer a socie-dade refletir sobre o tema abordado. Para ele o papel do graffiteiro é o de fazer as pessoas pensarem nos problemas ao seu redor. “O graffiti tem o poder de atingir a todos desde uma criança a uma pessoa da terceira idade.” disse.

JOUSE

Jouse Barata, coordena-dora e também grafiteira do grupo, começou a rea-lizar trabalhos sociais, in-centivada pela mãe que já ajudava creches levando

roupas, pipocas e doces para as crianças. Seu en-volvimento com o hip-hop, e principalmente com o graffiti, aconteceu depois de começar a fazer traba-lhos com crianças e ado-lescentes em conflito com a lei com quem percebeu que o trabalho artístico convencional não apresen-taria resultados. Ela então foi buscar nas ruas uma forma de ajudar aque-les jovens. Começou a se aproximar dos grupos de hip-hop e a frequentar os mutirões de graffiti.” Com os mutirões de graffiti eu aprendi muito.” afirma.

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Como se destacar no emprego ou estágio?

Para alguns profissio-nais chega um determinado momento em que se deseja trocar de emprego. Seja por causa de uma melhor remu-neração ou porque o atual trabalho já não agrada mais. Em compensação quem já está firme no trabalho ou é um estagiário no mercado de serviços, visa ser promovido e deseja chamar a atenção dos gestores , basta desem-penhar as funções do tra-balho com prazer, esforço e dedicação. A dica é do orien-tador de recursos humanos Paulo Reis. Na procura pela ascen-são profissional, no entan-to, muitas p e s s o a s a c a b a m entrando em situa-ções que p o d e m ser extre-mamente p r e j u d i -ciais para a carrei-ra, como a prática da famosa “puxação de saco”. Uma boa forma de atrair a atenção e “vender o peixe” profissionalmente

é encontrar uma ma-neira dife-renciada de seguir os objetivos da e m p r e s a , com com-p r o m e t i -mento insti-tucional na real ização das tare-fas do car-go assumi-do. “quem não executa os passos básicos do mundo corporativo não vai

conseguir e s p a ç o para cres-cer nele”, a f i r m a P a u l o . “E esses p a s s o s b á s i c o s são: cum-prir todas as tare-fas, estar atento ao que ocor-re ao seu redor para

contribuir com soluções e o principal saber trabalhar em equipe”, explica o professor.

Além das com-petências técnicas, é fun-damental prestar atenção à postura utilizada no ambiente de trabalho. “Há pessoas que entram facilmente no barco de quem gosta de reclamar da firma, se queixa de tudo e de todos e fica só esperando que o patrão o premie no fi-nal do mês, pois fez todas as suas tarefas”, comenta. quando a em-presa passa por dificuldades, pode ser o momento ideal para se destacar e atrair a atenção dos chefes, buscan-do soluções criativas e ba-ratas. “Às vezes, ocorre si-tuações com problemas na empresa e o funcionário se

O primeiro passo é executar as tarefas com entusiasmo e ânimoThiago Santos

“Há pessoas que entram facilmente no barco de quem gosta de reclamar da firma, se queixa de tudo e de todos e fica só esperando

que o patrão o premie no final do mês, pois fez todas

as suas tarefas”

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distancia e não busca uma ideia que possa resolver o problema, quando esta poderia ser a oportunida-de que surgiu para mostrar o seu real talento, fazendo algo diferente, mas muitos desperdiçam essas chan-ces”, comenta o docente. Para trilhar o sucesso, seguido de crescimento pro-fissional dentro da empresa, é preciso estar atento à po-lítica de Recursos Humanos (RH) da corporação. “Con-versando com o RH é possí-vel descobrir como funciona o plano de cargos e salários, inclusive a dinâmica. Nem sempre é o chefe imediato o responsável pela promo-ção. Pra evitar desgastes, é interessante trilhar os meios que a empresa tem de cres-

cimento, mas não é para ficar esperando, afinal de contas não se cresce aguardando o seu dia de sorte bater à porta e te chamar”, declara Paulo. Foi pensando em algo inovador que o gerente de franquias Miguel duarte con-

seguiu se destacar dentro do estabelecimento de trabalho, no ramo alimentício. Miguel entrou na empresa como consultor na área de vendas e conseguiu consolidar uma rede de franquias, passo im-portante para o desenvolvi-mento da marca no estado. “Eu acho que a minha as-censão foi algo natural para o trabalho que estava reali-zando. Minha meta foi sem-pre mostrar resultados e ter planejamento, para executar cada tarefa no momento cer-to”, observa Miguel. O gerente ainda afir-ma, no entanto, que nunca ocorreu nenhum tipo de des-gaste na relação com outros colegas da equipe. “A convi-vência sempre foi baseada no respeito. Não acredito que o fato de eu ter me destacado na função tenha trazido qual-quer problema para o am-biente de trabalho”, comenta.

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Miguel Duarte é um exemplo para quem quer crescer na empresa

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Terceira cidade mais rica do Nordeste, com cerca de 1,5 milhão de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) que representa aproximadamente um terço do PIB estadual. Recife, capital do esta-do de Pernambuco, vem completando o período de 12 anos sendo ad-ministrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) Após duas adminis-trações do atual depu-tado Federal João Paulo Lima e Silva, elogiada por muitos, e da contur-bada administração do atual prefeito João da Costa, que encerra seu mandato no mês de de-zembro próximo, a Cida-de se prepara para um novo cenário político. Com esperanças de que os esforços do Governo do Estado sejam esten-didos à administração municipal, os cidadãos recifenses escolheram o candidato Geraldo Jú-lio, do Partido Socialis-ta Brasileiro (PSB) para a chefia do Poder Exe-cutivo nos próximos 04 anos. Embora, a um pri-meiro olhar, possa pa-recer natural que depois de certo tempo o povo (de onde o poder ema-na), decida pelo novo, pela ousadia, pela sua faculdade de escolher os

melhores representan-tes de suas vontades, e opte pela mudança, a eleição e principalmente a candidatura do prefei-to eleito representa uma grande mudança no ce-nário político da cidade e também do estado. Acontece que, alia-dos desde o ano 2000, quando então se for-mou a Frente Popular que elegeu João Paulo e João da Costa para o executivo municipal e Eduardo Campos para o governo do estado, o PT e o PSB, apresenta-ram candidaturas distin-tas para as eleições de 2012. Ao retirar o apoio dado ao PT o governador Eduardo Campos e atu-al presidente nacional do PSB alegou falta de unidade entre os petis-tas, e apresentou para o cenário político (mesma estratégia do PT quan-do da eleição da Presi-denta dilma), alguém de seu quadro técnico, utilizando-se de toda a sua força/influência po-lítica para fazê-lo cres-cer nas pesquisas e al-cançar a vitória em 07 de outubro de 2012 com 51,15% dos votos váli-dos. Para chegar a essa vitória o governador teve que refazer suas alianças e unir grupos que há muito estavam

em lados diametralmen-te opostos, adversários políticos desde o primei-ro mandato do ex-pre-sidente Fernando Hen-rique Cardoso. O atual senador Jarbas Vascon-celos juntamente com o partido ao qual é filiado – Partido do Movimento democrático Brasileiro (PMdB) -, manifestou seu apoio ao candidato de Eduardo Campos, a época, o PMdB, afirmou em nota que “tentou unir a oposição em torno de uma única candidatura, mas não alcançou o ob-jetivo, decidindo então unirem forças no Recife contra o PT”. Essa união repre-sentou a junção de dois modelos básicos de de-senvolvimentos presen-tes no Estado, chama-dos por Alexandre Rands Barros em Pespectivas do desenvolvimento de Pernambuco, de mode-lo conservador adotado pelos representantes de oligarquias tradicionais que predominou nos go-vernos de Marco Maciel, Roberto Magalhães e Jarbas Vasconcelos, e o modelo popular utiliza-do quando houve a he-gemonia das forças po-pulares, predominante nos governos Miguel Ar-raes e Eduardo Campos. (grifo nosso). Essa união deixa

OLIGARQUIAS POLÍTICAS NO RECIFEAdriana de Moraes

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conturbado o cenário político atual na cidade e no estado, com o Partido que dominou por quase 12 anos o executivo mu-nicipal em conflito, com várias divisões internas e vendo ser anunciada a saída de nomes de peso (como o ex - deputado Maurício Rands), e com antigos adversários tor-nando-se aliados, fica difícil realizar qualquer projeção para o próximo pleito a ser realizado em 2014, quando a disputa será para o Congresso Nacional. Ficam as expecta-tivas quanto aos planos políticos do atual gover-nador que comanda o partido que mais cres-ceu nacionalmente nas eleições de 2012, e da força política do sena-dor Jarbas Vasconce-los, que encerrará seu mandato de senador no ano de 2014, e que tem sua força política sendo questionada pelos críti-cos em virtude do acú-mulo de derrotas políti-cas sofridas nos últimos anos. disso tudo, per-cebe-se que do ponto de vista político, Recife passa por um momento de reorganização (tal-vez renovação não seja apropriado), e é neces-sário acompanharmos de perto para sabermos quais os rumos que a nossa Cidade poderá trilhar.

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Enquanto em certas localidades da Região Me-tropolitana do Recife é fácil encontrar famílias que não possuem fartura de comi-da, no café da manhã, no almoço e no jantar. Ou-tras famílias têm a dispen-sa sempre abastecida com os melhores produtos e terminam ainda desperdi-çando parte das refeições. Observando isso é possível tirar como conclusão que a comida que vai para o lixo doméstico dos recifen-

ses poderia alimentar, por exemplo,durante quatro meses e meio, quase um milhão e meio de pessoas do estado de Pernambuco que sobrevivem em situa-ção de pobreza extrema. Cada família desper-diça, em média, 182,5 Kg de alimentos por ano que teriam plenas condições de consumo. Só de hortaliças, são jogadas fora, em média, 37 kg por ano. O diagnósti-co é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa). A estimativa, no setor de alimentação, é de que cerca de 20% de tudo que é processado vai ter como destino final o lixo, incluindo o de bares, restaurantes e supermerca-dos. O grande x da questão é a falta de legislação es-pecífica que controle ou es-tabeleça parâmetros para doação das sobras. dessa forma, muitos proprietários de restau-rantes e supermercados temem em dar fins sociais ao material orgânico que acaba sendo desperdiçado. E o motivo é simples: caso alguém venha a passar mal por conta da ingestão dos alimentos doados, os responsáveis pelo estabe-lecimento podem respon-der civil e criminalmente pela qualidade do produto, mesmo que os problemas tenham sido decorridos da manipulação ou do mau condicionamento na hora de armazenar as comidas após a doação. Assim, as sobras que poderiam en-cher as barrigas de milha-res de pessoas têm que ser coletadas diretamente nos lixões. Segundo a Associa-ção Brasileira de Bares e Restaurantes - PE, a dis-cussão sobre o destino das

O alimento vai parar no lixo e a barriga fica vazia15% é o valor do desperdício nos lares brasileiros o que daria para matar

a fome de muitos Thiago Santos

Célia Batista vê de perto o desperdício de alimentos

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sobras alimentares ainda não contempla sua possível função social, que consiste em distribuir esse alimento para as pessoas necessita-das, mas ambiental quando os restos de comida viram adubos para as plantas.. “Uma das coisas que orien-tamos é para que seja re-alizada a coleta seletiva. Normalmente a comida vai para o lixo orgânico”, afir-ma o diretor executivo da empresa Paulo Tenório.

VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Segundo o delega-do do consumidor, Rober-to Wanderley, o receio dos empresários do ramo pode ser sanado com uma dose extra de precaução. ”Eles podem doar a comida em bom estado, sim. Basta so-licitarem à Vigilância Sa-nitária uma inspeção no material antes que ele seja entregue. Assim eles ficam resguardados”, explica. Em contra partida, a Vigilância Sanitária informa que não faz o diagnóstico, mesmo quando solicitado para fins sociais. “A indicação é, in-felizmente, que tudo seja jogado no lixo, porque, de-pois, o local normalmen-te não tem condições de acompanhar o transporte e manipulação da comida e pode ser condenado”, diz o gerente da Vigilância Sani-tária Luiz Paulo Brandão.

BOA INICIATIVA

Um bom exemplo de solidariedade vem de um grupo de cidadãos da Zona Norte do Recife que reco-lhe, todos os dias, comida em bom estado de conser-vação em oito restaurantes da região e doa para mora-dores de ruas. Segundo um dos integrantes, a estraté-gia de ajuda é a seguinte: “Fizemos um acordo para não expor o nome do es-tabelecimento, que teme problemas judiciais e que, ao mesmo tempo, tem in-tenção de ajudar ao próxi-

mo”. dentro de casa, essa realidade pode começar a mudar com a iniciativa dos pais: “sempre digo ao Gus-tavo, que existem muitas pessoas que passam fome”, afirma a Relações Públicas Vitória Lemos. No geral, a falta de medidas não é uma exclu-sividade infantil. de acordo com a empresária do ramo de buffets, Célia Batista, em eventos com grande quantidade de comida, “o público sempre se serve com mais do que poderia conseguir ingerir e lógico que o que sobra nos pratos vai parar no lixo”, afirma.

Toneladas de alimentos desperdiçados nas feiras livres

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durante todo o ano letivo nas escolas os es-tudantes têm que se dar bem nas aulas de huma-nas, exatas e saúde. Isso se quiser chegar à quarta unidade já quase aprova-dos. Porém, além de se dedicar as matérias que necessitam estudo tem in-clusive uma que estimula a pratica de atividades fí-sicas, no entanto em algu-mas instituições de ensino a ginástica praticada du-rante a aula de educação física nunca foi um fator de unanimidade entre os estudantes. Não raro, considera-da desinteressante e na maioria das vezes chata, sempre teve que disputar espaço com as modalida-des esportivas. A novida-de é que agora a disciplina ganhou mais uma concor-rente: a musculação. Exis-tem alguns colégios que estão liberando os alunos que malham em acade-mias. Em certos casos, basta apenas apresentar uma declaração emitida pela academia. O Conselho Regio-nal de Educação Física em Pernambuco e a Secreta-ria Estadual de Educação (SEE) recriminam a práti-ca e fazem um alerta aos pais e donos de escolas. A lei de diretrizes e Bases

da Educação diz que a aula de educação física é com-ponente cur-ricular obri-gatório. Já a punição para quem desres-peita a norma vai de descre-denciamento a advertên-cia. de acordo com a SEE, “a disciplina em questão não pode deixar de ser trans-mitida, em te-oria e prática, pelo professor do colégio. Os exercícios e atividades de-senvolvidos durante as au-las devem ser acompanha-dos sempre pela escola, inclusive com anotações nos diários de classe, po-rém nem sempre é o que acontece”. O dono de uma aca-demia no bairro de Peixi-nhos, Rogério Andrade, diz que possui parcerias com escolas particulares. Os alunos dessas institui-ções têm descontos e po-dem substituir as aulas de educação física nas esco-las pelas de musculação. Segundo ele, essa é uma prática comum, inclusive

entre os seus concorren-tes. Em outra academia, em Boa Viagem, as funcio-nárias informam que emi-tem declarações de pre-sença para os alunos que desejam ser dispensados. quem comete o erro, nesse caso, não é a aca-demia, mas sim a escola. É o que diz a chefe de fis-calização do Conselho Re-gional de Educação Física em Pernambuco, Rosânge-la Albuquerque. “A educa-ção física é uma disciplina e tem conteúdos que de-vem ser passados aos alu-nos”, destacou criticando a substituição da prática da matéria pela musculação.

Malhação substitui aulas de educação físicaMusculação passa a tomar lugar dos exercícios físicos nas escolas

Os jogos parecem não atrair mais os jovens

Thiago Santos

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O REGULAMENTO

No entanto, as acade-mias não podem aceitar os alunos em horário escolar. É o que informa a portaria nº6 / 2011, publicada pela Vara Regional da Infância e Juventude da 1ª Circuns-crição do Tribunal de Jus-tiça de Pernambuco, em agosto de 2011. O regu-lamento fixa uma série de regras para as academias que recebem o público jo-vem. A lista inclui inclusive a autorização de respon-sável legal, com firma re-conhecida, parecer médi-co e declaração da escola, avisando o turno em que o aluno está matriculado. Além disso, para atender a esse público a acade-mia precisa

de um alvará expedi-

do pelo Judiciário. A educação física é bem distinta da muscu-lação e é lógico que pos-suem objetivos diferentes. Essa prática existe, prin-cipalmente, por parte dos colégios particulares que desejam economizar com o salário dos professores

da disciplina. do ponto de vista pedagógico, isso que acontece é i n a d e q u a -do. Mas já é uma prá-tica antiga. C o n -forme a Ana-lista judiciá-ria do Núcleo de Proteção aos direitos das Crianças e Juventude (Nudji), vin-culado à Vara Regional da Infância e Juventude, Edna Rocha, as fiscalizações às academias são realizadas todas as semanas. O alvará

possui validade de um ano. “A primei-ra visita é pedagó-gica. Na segunda, se a academia não tiver dado e r a -

da no pedido de alva-

rá, ela poderá ser mul-tada de três a 20 salá-rios mínimos. Em caso de reincidência, a academia pode ter as suas

atividades suspensas por 15 dias ou até a situação ser regularizada”, disse.

Pedro du-arte, 14 anos, é um dos exemplos que de-vem ser seguidos. J o g a d o r do time i n f a n t i l do Santa Cruz, ele treina no

clube duas vezes por se-mana e se exercita, com a orientação de uma perso-nal trainer. Nem por causa disso deixa de participar das aulas de educação fí-sica da escola, onde cursa a 8ª série. Sequer tentou ser dispensado e afirma que gosta tanto da aula

quanto da musculação. O jovem Matheus Es-teves, 21 anos, não dis-pensa uma ida à acade-mia e afirma com todas as letras que na época da escola frequenta-va não só a aula de educação física, jo-gando bola ou fazen-do ginástica, mas também começou a fazer muscula-ção já em 2008 e hoje não perde um dia de exer-

cícios físicos na acade-mia. “Amo vir à academia, a sensação é boa e tenho sentido progresso. Hoje me sinto melhor e não pre-tendo abandonar a muscu-lação”, enfatiza Matheus.

“a disciplina em questão não pode

deixar de ser transmitida, em teoria e prática,

pelo professor do colégio”

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Um belo sorriso funciona como um cartão de visitas ou uma porta de entrada para o suces-so. Então porque deixar para cuidar dos dentes só depois que eles es-tiverem amarelados ou com outro tipo de pro-blema? Os cuidados com a saúde da boca devem começar na infância, an-tes mesmo da troca dos dentes. Uma escovação bem realizada, a fim de evitar cáries e inflama-ções, deve ser incenti-vada desde cedo pelos pais. A dentista, Ange-lica Souza, recomen-da que os responsáveis usem a escova de den-te na frente das crian-ças, já com o objetivo de incentivá-las a gos-tar de escovar os dentes. Também é importan-te não fazer da limpeza um momento difícil. “Não há problema nenhum em fazer brincadeiras e esti-mular a ludicidade no mo-mento da escovação. Es-covas bonitas, com temas infantis e cremes dentais de sabor agradável faci-litam a forma de a crian-ça lidar com a saúde bu-cal”, explica a dentista.

Foi brincando que os ir-mãos Lucas, de cinco anos, e João, de seis anos, apren-deram a escovar os dentes sozinhos, mas sempre com o olhar atento da família. O pai dos meninos, inclusive, criou uma música infantil para estimular os filhos. Já a mãe, a professora Fabia-na Magalhães, está sempre orientando na escovação.Outra dica importante para os pais é prestar bastante

atenção na pasta utilizada pelos pequenos. Os pro-dutos com flúor só podem ser usados por crianças a partir de três anos, quando elas já têm a noção de que não podem engolir o pro-duto. “A ingestão de cre-me dental pode provocar fluorose, excesso de flúor no organismo, que pode ser tão prejudicial quanto à falta”, comenta Angelica. A fluorose pode pro-

Lucas aprendeu desde cedo a cuidar dos dentes

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Escovar os dentes pode ser divertido!A higiene bucal deve iniciar logo após o surgimento dos primeiros molares

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vocar manchas nos dentes, que podem ser reduzidas, mas não eliminadas, tor-nando-se um grande pro-blema. “É uma marca que fica lá para a vida toda”, diz a dentista Angelica, acres-centando que também é importante tomar cuidado com a quantidade de cre-me dental utilizado. Essa dica vale inclusive para os adultos. “deve ser colocada só um pouco de pasta, no sentido transversal e não é preciso preencher todo o espaço das cerdas, por-que na maioria das vezes as pessoas sempre usam mais do que é necessário”.

No momento de pro-curar escolher a escova de dente certa, o ideal é op-tar por modelos peque-nos, com cerdas macias e cabo emborrachado. “É uma forma de evitar aci-dentes, para não machucar a boca da criança, que é muito sensível”, completa. Um dente com cárie pode prejudicar muito a saúde da criança, já que se não houver o tratamento, pode resultar em uma infla-mação no local. “E isso pode evoluir e trazer muita dor na área. Por isso, é necessário tratar qualquer apareci-mento o quanto antes, por

menor que seja”, explica. A dentista inclusive faz um alerta. “Tem gente que acha que se a cárie apa-recer no dente decíduo (de leite) fica tudo bem. Não funciona dessa maneira. Se ela permanece alojada no local, pode infectar a estru-tura que já está formada”.

O QUE DIZ A DENTISTA

“O momento tem que ser prazeroso para a crian-ça. Na primeira vez que a escovação for feita, pode-se utilizar uma dedeira, para que ela possa ir se adaptan-do. depois, vai sendo colo-cada uma escova peque-na, de cerdas macias. Se a criança rejeitar a escova na primeira tentativa, é me-lhor parar para evitar criar uma situação traumática.”

“Escovas e cremes den-tais com temas infantis e sabor adocicado não pre-cisam ser vistos como ar-madilhas do consumo. Esses produtos servem para deixar o mmento co-vação mais lúdico e di-vertido para a criança.”

SERVIÇO: Dra. Angelica

Avenida Presidente Kennedy, 458 –

Peixinhos – OlindaTelefone: 3426 -5498

ATENÇÃO PAIS!!!

•Nuncadeixeseusfilhosescovaremos dentes sem supervisão;

•Crianças menores de três anos não podemusarcremedentalcomflúor; Prefiraoptarporescovascurtasde

cerdas macias;• Cuidadocomoexcessodeflúor,que

pode causar manchas irreparáveis nos dentes das crianças.

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A modernização se-guida pelo progresso e de-senvolvimento dos grandes centros urbanos são fatores vivenciados pela população diariamente, um exemplo disso foi a chegada de um novo empreendimento no bairro do Pina,o Shopping Rio Mar. Porém, o Recife não é formado só de aglo-merados de lojas dentro de um grande estabelecimen-to, um tipo de comércio que ainda consegue prosperar e progredir financeiramente são os inúmeros mercados públicos da capital. Os únicos centros de comércio da época em que surgiram, os merca-dos, eram quase como as Centrais de Abastecimen-to (CEASA), que existem hoje. Só que além da ven-da de frutas, verduras, carnes e outros gêneros alimentícios, contavam inclusive, com lojas de aviamentos, confecções, tabacaria, sapataria, bar-bearia, entre outros. Antônio Tibúrcio, comerciante de sapatos do Mercado da Boa Vis-ta, relata que o local era o centro de distribuição de mercadorias, no qual os fei-rantes vinham, realizavam suas compras, colocavam

em carro-ças e se-guiam para v e n d e r de porta em porta. “esse mer-cado aqui era feito um bazar, tinha de tudo que você ima-g inasse .” relembra.. O s mercados passaram por momentos difíceis, com a implantação dos super-mercados e lojas especia-

lizadas, quando a maioria dos segmentos de venda, mantidas até então, foram trocados por outros mais

modernos, os famosos sho-ppings centers. Logo no início dos

mercados públicos os vendedores possuíam um sistema de vendas a pra-zo, conhecido também, como caderneta, onde o cliente no momento em que realizava suas com-pras trazia, um caderni-nho ou caderneta e o co-merciante anotava o valor da compra. Em um ca-derno grande, semelhan-te aos cadernos de atas, o comerciante anotava o valor para ele. Assim os clientes compravam du-

rante todo o mês, e ao final deste quando fossem reali-zar o pagamento, o comer-ciante rasgava ou riscava

Mercados públicos: um comércio antigo e ainda lucrativoSuperando a concorrência e os mecanismos de compra e venda, esses

estabelecimentos ainda continuam com toda força Thiago Santos

“esse mercado aqui era feito

um bazar, tinha de tudo

que você imaginasse.”

Mercado de São José conhecido pela variedade de produtos ofertados

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a folha em que tinha ano-tado. Esse sistema é muito semelhante ao fiado, ainda usado nos dias atuais. Atualmente poucos são os comerciantes que atuam com esse sistema de vendas. Porém, estes arruma-ram mecanis-mos de dife-renciação. A vendedora Ma-ria de Lourdes, por exemplo, que trabalha no mercado da Boa Vista há 34 anos, implan-tou um siste-ma de compras estilo delivery, para os clien-tes que ainda usam a cader-neta. Esse sis-tema se consti-tui da seguinte forma: os seus clientes ligam e fazem seus pedidos. Em seguida, Ma-ria separa as mercadorias e manda o seu ajudante levar na casa do freguês. Ela relembra que muitas clien-tes quiseram mudar para os supermercados, por mo-tivo de terem os preços mais barato e ser um local

com mais conforto e segu-rança. Contudo, acabaram voltando quando viram a qualidade da mercadoria oferecida lá. “Eu separo a melhor mercadoria que eu tiver, escolho como se fosse

para mim”, comenta. Com a finalidade de atrair mais clientes, alguns comerciantes deixaram de

trabalhar somente com os hortifrutigranjeiros, car-nes e laticínios e passaram também a revender produ-tos industrializados, como refrigerantes, bolos, doces e biscoitos, por exemplo.

Isso tudo com a finalidade de obter um maior ganho financeiro ao final do mês. Outro di-ferencial e novidade dos m e r c a d o s , que pouco a pouco con-quista e ga-nha espaço, é a aceitação de cartões de crédito por parte de alguns co-merc iantes. Segundo in-forma o ven-dedor, Ru-bens Falcão, que trabalha no mercado de São José há 50 anos, a pior fase que o espaço já teve foi durante a chegada dos

supermercados. “Isso aqui decaiu

muito, ainda bem que, con-seguimos dar a vol¬ta por cima mesmo com tantos outros concorrentes”.

Localizado no centro da cidade o mercado recebe gente de todo o Estado

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Com muita história para contar e com mais tempo de existência, os mercados públicos da Re-gião Metropolitana do Re-cife são locais que não só funcionam como comér-cio local, mas também como ponto turístico para aqueles que visitam o nosso estado. Porém, quando algum turista ou até mesmo um morador da cidade chega nesse espaço o primeiro fator a ser observado é a lim-peza do ambiente, ou melhor, a falta de lim-peza do ambiente, pois ninguém tem vontade de frequentar e consu-mir um lanche em um local desses, com mau cheiro e excesso de sujeira, ou seja, com ausência total de higiene. Por causa disso, a prefeitura iniciou as ativi-dades de conservação dos centros comerciais da cida-de e hoje esse tipo de es-tabelecimento, conta com uma maior agilidade nos serviços de manutenção e reparo na sua estrutura. Segundo o gerente de ma-nutenção da Companhia de Serviços Urbanos (CSURB), Charles Chagas, houve um investimento de R$ 1,3 milhão junto às empresas

Set e a Vital Engenharia Ambiental. Elas estão be-neficiando os 28 mercados da capital pernambucana, com serviços de limpeza, entre eles: lavagens com

jatos de alta pressão, utili-zando desinfetante e cloro, recolhimento do lixo, pin-tura, hidráulica, eletricida-de e sanitarismo, além de realizar intervenções pre-ventivas com atendimentos emergenciais, como a troca de lâmpadas, a substituição de equipamentos sanitários ou disjuntores queimados, por exemplo. dessa maneira é pos-sível dar à população um espaço prazeroso de convi-vência e uma alternativa de lazer e consumo. Embora o contrato de prevenção cor-

retiva seja para todos, os lugares que possuem uma atenção especial são exa-tamente os seguintes: Boa Vista, Encruzilhada, Mada-lena, São José e Cordei-

ro. Isso tem fortalecido e contribuído bastante para que esses núcle-os sejam pólos gastro-nômicos, pois é através da modernização que é possível tornar mais eficiente a conservação dos prédios. Apesar dos esforços, o comerciante Sebastião Martins, que há 22 anos trabalha no mercado público de Santo Ama-ro, lamenta que todos os espaços comerciais não sejam beneficiados.

“Para a prefeitura pintar o estabelecimento em 2008 foi uma demora danada e só depois quando o local está arrumado dá gosto, de bonito que fica”, explica Sebastião. Já Charles Chagas rebate o comerciante. Ele informa que são feitas duas intervenções por ano em cada centro comercial, o que evita a ocorrência de problemas não só nas es-truturas, mas também nos equipamentos e diminui os transtornos para os comer-ciantes e a população.

Conservar é a melhor solução para os mercados públicosManutenção e reparos dos centros comerciais beneficiam 28 mercados da

capital pernambucana Thiago Santos

“Para a prefeitura pintar o

estabelecimento em 2008 foi uma demora danada

e só depois quando o local

está arrumado dá gosto, de bonito

que fica”