8
FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO”

ROLAGEMAUTOMÁTICA

Page 2: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

Existe um tatu apavorado,entocado de março a janeiro.Sabem onde, senhores?Dentro do seu buraco.

Page 3: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

Quando chega fevereiro,esquece seus temores.No compasso do pandeiroe na esperança de amoressurge com graça e vida;sabem de onde, senhores?Do seu buraco para avenida.

Page 4: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

Mas como todo tatuo bom cabrito imita,não chia e cai na foliaaté as cinzas da quarta-feira. Adeus, adeus aos amores,até o próximo fevereiro. Lá vem o tatu de voltano sincopado do pandeiro.Vem alegre e suado;sabem para onde, senhores?Da avenida para o seu buraco,da avenida para o seu buraco.

Page 5: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

IMAGENS:

avakavua.wordpress.com;blogestadao.com.br;correio24horas.com.br;panoramio.com;prcarlosaugusto.blogspot.com; erioquemoranomar.blogspot.com.

A seguir, a crônica “A Primeira” narra como surgiram as rimas “Saudando o Bloco do Tatu”. Caso seja de interesse é só utilizar o ratinho.

Page 6: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

A primeira experiência é muito marcante. Dela guardamos um colorido todo especial. Não é sem razão que um fabricante de porta-seios tem como propaganda: “o primeiro sutiã a gente nunca esquece”.

Realmente, quem consegue esquecer a primeira vez que o filho abandonou o “gatinhar”, para dar os seus primeiros passos? Quem não recorda do seu primeiro beijo, do primeiro amor, do primeiro emprego e de tantas outras experiências realizadas pela primeira vez? Era janeiro de 1979. Aquele jovem senhor, nos seus 39 anos, jamais imaginara que fosse capaz. Guardava um sentimento de que não conseguiria fazê-lo. Em sua imaginação passava que, caso o fizesse, o resultado não seria bem recebido.  Paulão e o jovem senhor eram companheiros de trabalho. 

Page 7: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

Paulão acabara de sair da adolescência, tinha sido criado pela avó, da qual herdara a vocação para música. Trabalhava como contínuo, enquanto o “coroa”, como era tratado por seus colegas de trabalho, era o que poderíamos titular de “analfabeto musical”. A natureza havia sido benevolente com Paulão. Era do tipo “bem apanhado” e com uma comunicação fácil e envolvente. Além disso, o coroa havia reconhecido nele um grande potencial e o estimulara a voltar a estudar. Já havia vencido o supletivo e agora estava se preparando para fazer vestibular para Administração.

Em 1976, um grupo de empregados havia criado o bloco carnavalesco “Bloco do Tatu”. Em pouco tempo foi implantado um evento pré-carnavalesco, no qual vários empregados apresentavam seus sambas, para que uma comissão julgadora escolhesse o vencedor. Para o carnaval daquele ano, Paulão decidira concorrer. Confiava nos seus dotes musicais, mas precisava de um parceiro para fazer a letra. Foram a sensibilidade, a paciência, a persistência e um sentimento de gratidão de Paulão que conseguiram convencer o coroa a encarar o seu primeiro concurso de sambas

Page 8: FAIXA 12 DO CD “CALEIDOSCÓPIO DO CORAÇÃO” ROLAGEMAUTOMÁTICA

O coroa associou, de forma cartesiana, o carnaval ao “Bloco do Tatu” e apresentou a Paulão as suas “primeiras rimas”. Paulão, sentindo-se como o parteiro daquele “quase letrista”, após uma rápida leitura das rimas, comentou: é preciso algumas pequenas alterações. Samba de carnaval, para ter chance de vencer, precisa ser temperado com pitadas de sacanagem. Voltamos para casa. Meio sem jeito, encontramos frases que induziam a sacanagens e no dia seguinte, com o sentimento de dever cumprido, entregamos as rimas e selamos nossa primeira parceria. Assim Paulão, tornava-se parteiro do seu próprio parceiro. Nasciam: mais um “fazedor de rimas” e o samba “Saudando o Bloco do Tatu”.

“Saudando o Bloco do Tatu” são rimas, instantâneas de caso real, para concorrer a samba e celebrar o bloco de rua que brincou muitos carnavais, sob a maresia da “Princesinha do Mar “ – “Cidade Maravilhosa.”