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Londrina 2014 CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES CAMILA BIZARRO DA SILVA EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) NO SISTEMA DE CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS DE FÊMEAS Bos indicus

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Londrina 2014

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS MESTRADO EM SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES

CAMILA BIZARRO DA SILVA

EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) NO SISTEMA DE CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS DE

FÊMEAS Bos indicus

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CAMILA BIZARRO DA SILVA

EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) NO SISTEMA DE CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS DE

FÊMEAS Bos indicus

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção de Ruminantes (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito à obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Marcondes Seneda Co-orientadora: Dra. Lívia Aires Lisboa

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CAMILA BIZARRO DA SILVA

EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE (FSH) NO SISTEMA DE CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS DE FÊMEAS Bos indicus

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção em Ruminantes (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito à obtenção do título de Mestre em Saúde e Produção de Ruminantes.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Prof. Dr. Orientador Marcelo Marcondes

Seneda Universidade Estadual de Londrina

____________________________________ Prof. Dr. Flavio Guiselli Lopes Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Prof. Dra. Wanessa Blaschi

Universidade Estadual Norte do Paraná

Londrina, 28 de Novembro de 2014.

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Dedico

Aos meus pais, Luzia Bizarro e Saul Sudário da Silva Sobrinho, pelo amor, dedicação e apoio que me oferecem;

e irmã, Jéssica Bizarro da Silva.

Ao meu avôs, Antonio Bizarro e José Roque da Silva, que torceram por minhas realizações e não estão mais presente.

(in memoriam)

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a DEUS pela vida, saúde e por estar

presente em todos os momentos de minha vida, sendo felizes ou tristes, fáceis ou

difíceis.

Agradeço a minha mãe, Luzia Bizarro, pelo carinho, amor

incondicional, apoio, fé e dedicação. Por estar ao meu lado e fazer o impossível para

me ver feliz! Gostaria de dizer que me orgulho por ser sua filha e te considero um

exemplo de vida e determinação durante toda a minha caminhada. Agradeço a

minha irmã, Jessica Bizarro, por todas as conversas e risadas que tivemos durante

este dois anos distante, claro que sempre com briguinhas, mas são coisas de irmãs

né! Amo muito vocês!

Agradeço eternamente meus avôs maternos e paternos, Antonio

Bizarro (in memoriam) e Joana M. Bizarro, e, José Roque da Silva (in memoriam) e

Aparecida Castanho da Silva, por sempre acreditarem em mim e me permitiram que

meus sonhos de menina se tornassem realidade. Agradeço em especial meu primo

Jobson Ramos Bizarro (in memoriam) por ser uma pessoa impressendível em minha

vida, responsável por me ensinar a amar os animais, e decidir na escolha da

Medicina Veterinária como profissão. Agradeço ao meu pai, Saul S. S. da Silva,

meus tios e tias, especialmente minha tia Maria Bizarro dos Santos por rezar e pedir

por mim todas as vezes em que estava desanimada, meus primos e primas e todos

meus outros familiares pelo apoio, incentivo e amizade; e a duas pessoas que são

como se fossem da minha família Júlia e a Eva que sempre torceram por mim!!!

Agradeço ao meu orientador Marcelo Marcondes Seneda, pela

confiança e orientação durante este trabalho. Além de orientador-professor foi um

grande amigo, pelo qual irei cultivar por muito e muito tempo. Sempre pelos

conselhos e lições de vida, principalmente nos momentos mais difíceis. Meu muito

obrigado de coração!

A Dra. Lívia Aires Lisboa pela coorientação, pelas oportunidades,

pela amizade e por acreditar no meu trabalho.

Ao Coordenador Profº Dr. Werner Okano, pelo apoio e atenção

durante o programa de pós-graduação. E a todo o corpo docente do programa

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associado de pós-graduação em Saúde e Produção de Ruminantes UNOPAR e

UEL. Obrigada!

Aos meus professores da Faculdade Evangélica do Paraná, que me

ensinaram com tanto amor o papel do Médico Veterinário, principalmente o Profº Drº

Eros Souza e a Profª Dra. Rebeca Bachi. E todos os mestres que contrubuíram na

minha formação profissional.

As minhas amigas inseparáveis que mesmo estando longe me

acompanham sempre e sempre durante todo este tempo, Kika, Cris Luxo, Pammy,

Belyza, Beti, Ale, Marcela, Ana Paula, Cinthia e a Louise. A TURMA do meu

coração, Guilherme, Jorge, Kassio, Paulo Maluco (GV), Eron, Elmar, Leandro,

Matheus e Gerson, que nunca me deixaram entristecer por estar longe de Curitiba.

Amo muito todos meus amigos de Curitiba!!!

Aos colegas do laboratório REPROA, Andressa, Camila Rosa,

Cristiane (Kit), Fabiana, Fábio, Fernanda, Gustavo, Isabela, João Vitor, Katia,

Luciana, Maíra, Marilu, Paula, Polyana, Rebeca, Reginaldo, Roberta, Suellen, que

possibilitaram dois anos de muitas risadas e alegrias, e me apoiaram em todos os

momentos; as funcionárias Alethia e Eleni pelo tempo disponibilizado. E aos colegas

de mestrado, Tobias, Geisi, Laís Belan, Tássio, Taíssa e Denis.

Agradeço aos membros da banca de Qualificação (Professor Dr.

Werner Okano e a Dra. Katia Cristina Silva Santos) pelas importantes contribuições

para este trabalho. E aos membros da banca de Defesa (Professora Dra. Wanessa

Blaschi e ao Dr. Flávio G. Lopes), pelo tempo dedicado e por poder contribuir com

este trabalho.

Gostaria de agradecer também algumas pessoas que contribuíram

direta ou indiretamente para elaboração deste trabalho.

Meu muito obrigada!

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,

lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

Charles Chaplin

“Decidi não esperar as oportunidades e sim, buscá-las.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.”

Walt Disney

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SILVA, Camila Bizarro da. Efeito de diferentes concentrações do hormônio folículo estimulante (FSH) no sistema de cultivo in vitro de folículos pré-antrais de fêmeas Bos indicus. 2014. p 64. Dissertação de Mestrado Acadêmico Saúde e Produção de Ruminantes (Mestrado Acadêmico em Saúde e Produção de Ruminantes ) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

RESUMO

O desenvolvimento de um sistema de cultivo de folículos ovarianos in vitro eficiente capaz de permitir a investigação dos fatores relacionados à atresia folicular ainda se faz necessário. Uma vez otimizado, o sistema permitiria a obtenção da ovulação in vitro, além da produção de embriões a partir destes oócitos ovulados. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição do hormônio folículo estimulante (FSH) no meio de cultivo in vitro de folículos pré-antrais de fêmeas Bos indicus. Foram utilizados ovários de abatedouro (n=5) de vacas cíclicas. Os ovários foram lavados em etanol 70% e solução tampão (PBS). Após a obtenção foram processados e transportados para o laboratório, a 20ºC. Cada par de ovários de um único animal foi processado junto, divididos em fragmentos de aproximadamente 3X3X1 mm. Para cada animal, um fragmento foi selecionado aleatoriamente e imediatamente fixado em Bouin (tratamento controle não-cultivado, D0). Os outros fragmentos foram cultivados em meio de cultivo controle constituído por meio essencial mínimo (MEM, Gibco BRL, Rockville, MD, USA; osmolaridade 300 mOsm/l, pH 7,2) suplementado (MEM+) com ITS (insulina 6,25 µg/mL, transferina 6,25 mg/mL e selênio 6,25 ng/mL), 0,23 mM de piruvato, 2 mM glutamina, 2 mM hipoxantina, 1,25 mg/mL de albumina sérica bovina (BSA Gibco BRL, Rockville, MD, USA), 20 UI/mL de penicilina e 200 mg/mL de estreptomicina. Para os tratamentos, o meio MEM+ foi suplementado com diferentes concentrações do FSH (Folltropin®, 50, 100 e 200 ng/mL). Dez fragmentos do córtex ovariano de cada animal foram cultivados nos meios testados por 2 (D2) ou 6 (D6) dias. A cada intervalo de dois dias, o meio de cultivo foi substituído por meio fresco. Para a análise da morfologia ovariana e dos folículos ovarianos, os fragmentos foram processados e avaliados pela técnica de histologia clássica. Os folículos pré-antrais foram classificados de acordo com o estágio de desenvolvimento (primordial, primário, secundário) e quanto à morfologia (normal ou degenerado). Os dados analisados foram submetidos à ANOVA, teste de Tukey e Teste T-Student (p≤0,05). Dos folículos avaliados, total 2250 folículos pré-antrais, dos quais 772 folículos primordiais e 1478 folículos em desenvolvimento, entre normais e degenerados. Após dois dias de cultivo, a proporção de folículos primordiais foi reduzida em todos os tratamentos testados, em consequência, ocorreu um aumento na proporção de folículos em desenvolvimento (p≤0,05). Comparando-se as diferentes concentrações de FSH com o MEM, observou-se uma maior sobrevivência proporção de folículos viáveis em meio contendo 100 ng/mL de FSH aos dois dias de cultivo, no entanto, aos seis dias de cultivo a concentração de 100 ng/mL e 200 ng/mL de FSH possibilitaram uma maior proporção de folículos pré-antrais viáveis. Desta maneira é possível concluir que o meio MEM+ suplementado com 100 ng/ml FSH por 2 ou 6 dias e a concentração de 200 ng/mL aos 6 dias de cultivo in vitro permitiu desenvolvimento adequado dos folículos. Palavras-chave: Cultivo in vitro. Folículos pré-antrais. FSH. Bovino.

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SILVA, Camila Bizarro da. Effect of different concentrations of follicle stimulating hormone (FSH) in the in vitro culture system of preantral follicles of females bos indicus. 2014. 64p. Dissertação em Saúde e Produção de Ruminantes Mestrado Acadêmico Saúde e Produção de Ruminantes – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

ABSTRACT

The development of culture system for ovarian follicles in vitro efficiently able to allow the investigation of factors related to follicular atresia is still necessary. An optimum time, the system also would allow the development of ovulation in vitro, besides the production of embryos from these oocytes ovulated. The aim of this study was to evaluate the effect of the addition of follicle stimulating hormone (FSH) in the culture medium in vitro pre-antral follicles from Bos indicus. Slaughterhouse ovaries (n=5) of cyclic cows were used. The ovaries were washed in 70% ethanol and buffer solution (PBS) after recovery were processed and transported to the laboratory at 20. Each pair of ovaries from a single animal has been processed together, and divided into fragments of about 3x3x1 mm. For each animal, a fragment was randomly selected and immediately fixed in Bouin (control non-cultivated, D0). The other fragments were cultured in control culture medium composed of minimum essential medium (MEM, Gibco BRL, Rockville, MD, USA; osmolarity 300 mOsm/L, pH 7.2) supplemented (MEM) with ITS (insulin 6.25 µg/ml, transferrin 6.25 mg/mL and selenium 6.25 ng/mL), 0.23 mM pyruvate, 2 mM glutamine, 2 mM hypoxanthine, 1.25 mg/mL bovine serum albumin (BSA GibcoBRL, Rockville, MD, USA), 20 IU/ml penicillin and 200 mg/ml streptomycin. For treatments, the MEM medium was supplemented with different concentrations of FSH (Folltropin®, 50, 100 and 200 ng/ml). Ten fragments of ovarian cortex of each animal were cultured in media tested 2 (D2) or 6 (D6) days. After every two days, the medium was replaced with fresh medium. For the analysis of ovarian morphology and ovarian follicles, the fragments were processed and evaluated by classical histology. The pre-antral follicles were classified according to the stage of development (primordial, primary, secondary) and the morphology (normal or degenerate). Data were analyzed by ANOVA, Tukey and Student t-test (p≤0.05). Of the evaluated follicles, 2250 Total pre-antral follicles, of which 772 primordial follicles and 1478 developing follicles, between normal and degenerated. After two days of culture, the proportion of primordial follicles was reduced in all treatments, consequently, an increase in the proportion of developing follicles (p≤0.05). Comparing the different concentrations of FSH with MEM, there was a higher proportion of viable follicle survival in medium containing 100 ng / ml FSH at two days of cultivation, however, the six days of culture the concentration of 100 ng / ml and 200 ng / ml FSH enabled a higher proportion of viable preantral follicles. Thus it can be concluded that the MEM + supplemented with 100 ng / ml FSH for 2 to 6 days and the concentration of 200 ng / mL at 6 days of in vitro culture has allowed proper development of follicles. Key words: In vitro. Preantral Follicles. FSH. Bovine.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Esquema representativo do ovário mamífero e suas estruturas

fundamentais ............................................................................................................ 17

Figura 2 – Representação esquemática da formação das células germinativas

primordiais (CGP), oogênese e foliculogênese ........................................................ 19

Figura 3 – Esquema ilustrativo da origem dos folículos primordiais a partir das

células germinativas presentes nos ovários ............................................................. 21

Figura 4 – Representação do desenvolvimento dos folículos ovarianos ................. 22

Figura 5 – Alterações celulares em folículos ovarianos que ocorrem durante o

desenvolvimento folicular ......................................................................................... 24

Figura 6 – Fases de transição das células da granulosa durante o crescimento

folicular ..................................................................................................................... 28

Figura 7 – Protocolo experimental para o cultivo in vitro de folículos pré-antrais

bovinos in situ com diferentes concentrações do Hormônio Folículo Estimulante

(FSH) ........................................................................................................................ 42

Figura 8 – Fotomicrografia de cortes histológicos de ovário de bovino cultivados in

vitro, corado com PAS e Hematoxilina, 400x. A – Folículo Primordial (seta); B –

Folículo Primário (seta); C –Folículo Primário degenerado (seta); D – Folículos

Primários; E – Folículo Secundário; F – Folículo Primordial degenerado (seta)....... .45

Figura 9 – Comparação entre cada tratamento aos dois e seis dias de cultivo in vitro

em MEM ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH de folículos

ovarianos (primordial, primário e secundário) viáveis de fêmeas Bos indicus........ .. .47

Figura 10 – Porcentagem média de folículos em desenvolvimento (primário +

secundário) viáveis de fêmeas Bos indicus, após cultivo in vitro de dois ou seis dias

em MEM ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH....... ....... .48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Porcentagem média de folículos viáveis de fêmeas Bos indicus em

estágio inicial de desenvolvimento (primordial, primário + secundário), em tecido

ovariano não-cultivado (controle, dia 0) e após cultivo in vitro de dois ou seis dias em

MEM ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH. ................... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µg - Micrograma

ATP - Adenosina Trifosfato

BMPs 15 - Proteínas morfogenéticas ósseas 15

BMPs 4 - Proteínas morfogenéticas ósseas 4

BMPs 7 - Proteínas morfogenéticas ósseas 7

EGF - Fator de crescimento epidérmico

FGF - Fator de crescimento fibroblástico

FGF 2 - Fator de crescimento de fibroblastos

FOPA - Folículos ovarianos pré-antrias

FSH - Hormônio folículo estimulante

GDF 9 - Fator de diferenciação de crescimento- 9

IGF 1 - Fator de crescimento semelhante à insulina 1

IGF 2 - Fator de crescimento semelhante à insulina 2

ITS - Insulina transferina e selênio

K - Potássio

KGF - Fator de crescimento de queratinócitos

KL - Kit ligand

MEM - Meio Essencial Mínimo

mg - Miligrama

mL - Mililitros

Mm - Milimol

MOIFOPA - Manipulação de oócitos inclusos em folículos ovarianos pré-antrais

NA - Sódio

ng - Nanogramas

ºC - Graus Celsius

PAS - Ácido periódico de Schiff

PBS - Solução Tampão

PIV - Produção de embriões in vitro

TSH - Hôrmonio estimulante da tireóide

VEGF - Fator de crescimento endotélio vascular

VIP - Peptídeo intestinal vasoativo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 16

2.1 OVÁRIO MAMÍFERO ................................................................................................ 16

2.2 OOGÊNESE... ........................................................................................................ 17

2.3 FOLICULOGÊNESE... ............................................................................................... 20

2.4 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS FOLÍCULOS OVARIANOS... ....... 21

2.4.1 Folículos Pré-antrais......................................................................................... 23

2.4.1.1 Folículos Primordiais ..................................................................................... 24

2.4.1.2 Folículos Primários ........................................................................................ 25

2.4.1.3 Folículos Secundários ................................................................................... 25

2.4.2 Folículos Antrais ............................................................................................... 26

2.5 POPULAÇÃO FOLICULAR.......................................................................................... 26

2.6 CRESCIMENTO E ATIVAÇÃO FOLICULAR... ................................................................. 27

2.7 ATRESIA FOLICULAR... ............................................................................................ 29

2.8 BIOTECNOLOGIAS UTILIZADAS NO AUXÍLIO DA COMPREENSÃO E ESTUDO DA

FOLICULOGÊNESE... ..................................................................................................... 31

2.9 CULTIVO IN VITRO DE FOLÍCULOS PRÉ-ANTRAIS... ...................................................... 33

3.0 IMPORTÂNCIA DA COMPOSIÇÃO DO MEIO DE CULTIVO SOBRE O DESENVOLVIMENTO

FOLICULAR IN VITRO... .................................................................................................. 37

3.1 IMPORTÂNCIA DO FSH NO DESENVOLVIMENTO FOLICULAR... ..................................... 38

3 HIPÓTESE..... ........................................................................................................ 40

4 OBJETIVOS.. ......................................................................................................... 40

4.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 40

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................... 40

5 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 41

5.1 COLETA E TRANSPORTE DOS OVÁRIOS ..................................................................... 41

5.2 PROTOCOLO EXPERIMENTAL ................................................................................... 41

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5.3 HISTOLOGIA CLÁSSICA ........................................................................................... 42

5.4 CLASSIFICAÇÃO FOLICULAR .................................................................................... 43

5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................ 44

6 RESULTADOS ....................................................................................................... 45

7 DISCUSSÃO.. ........................................................................................................ 50

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 54

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil detém o maior rebanho comercial bovino do mundo,

composto por aproximadamente 209 milhões de animais (53), com expressiva

participação deste seguimento no mercado mundial. E apresenta o segundo maior

rebanho bovino, em população (27), com 80 a 85% do seu plantel composto por

raças zebuínas e seus cruzamentos. Os índices produtivos são inferiores ao

esperado em decorrência da baixa eficiência reprodutiva dos rebanhos (70). Isto

possivelmente é explicado pela fisiologia ovariana, já que, estima-se uma parcela

mínima dos folículos ovarianos presentes no pool de reserva atinja a ovulação,

enquanto o restante, cerca de 99,9% dos folículos, sofram um processo

degenerativo ou apoptótico conhecido por atresia (69; 9).

Nos últimos anos, as biotecnologias associadas à reprodução

apresentaram um extraordinário crescimento, tanto no contexto molecular quanto

nos aspectos diretamente aplicados. Em virtude desta expansão e do crescente

estudo destas técnicas, o Brasil se destaca como segundo maior produtor de

embriões bovinos in vivo e líder mundial na produção de embriões in vitro (PIV – 103).

Especialmente, ao que se refere aos avanços dos últimos anos, algumas das

biotécnias utilizadas na reprodução animal obtiveram um desenvolvimento

expressivo, como a clonagem, a transgenia animal e a manipulação de oócitos

inclusos em folículos ovarianos pré-antrais (MOIFOPA), este ultimo apresenta como

princípio o desenvolvimento ou preservação de folículos ovarianos na fase pré-antral

da foliculogênese. A MOIFOPA consiste no isolamento, na conservação e no cultivo

in vitro de folículos ovarianos pré-antrais (FOPA) de mamíferos (34).

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Apesar destas conquistas e de inúmeras pesquisas referentes às

biotecnologias, a fisiologia ovariana ainda não é totalmente esclarecida (62), e por

isso tornou-se um assunto intensamente estudado pela sua importância na pesquisa

fundamental, no incremento da produção zootécnica com fins comerciais e como

modelo para diversas áreas da medicina humana. Neste contexto, a utilização da

MOIFOPA, possibilitaria desvendar alguns paradigmas que envolvem o inicio da

foliculogênese, os quais abrangem os folículos ovarianos localizados na fase de

repouso, ativação e crescimento inicial e a liberação de oócitos (29; 34; 3).

Para maximização do potencial reprodutivo e diminuição da atresia

folicular in vivo, o cultivo in vitro de folículos pré-antrais poderia ser utilizado para

desvendar as diferentes substâncias envolvidas no desenvolvimento folicular. Do

mesmo modo, o estudo da influência do hormônio folículo estimulante (FSH) em

folículos pré-antrais cultivados in vitro poderia ser a chave para a melhor

compreensão dos mecanismos envolvidos na regulação do início da foliculogênese

e no controle do desenvolvimento dos folículos ovarianos. Existem hipóteses que

indicam a atuação do FSH na diferenciação e proliferação das células da granulosa

in vitro, e ainda, inibem a apoptose no cultivo in vitro de folículos pré-antrais (5).

Diante do exposto, torna-se essencial o desenvolvimento de um

sistema eficiente de cultivo in vitro de folículos ovarianos, capaz de permitir o

desenvolvimento e a maturação completa dos oócitos inclusos em folículos pré-

antrais. Após um breve revisão de literatura, apresentaremos neste trabalho o efeito

da adição do hormônio folículo estimulante (FSH) no meio de cultivo in vitro de

folículos pré-antrais de fêmeas Bos indicus.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Ovário mamífero

O ovário dos mamíferos (Figura 1) exerce funções essenciais para o

sistema reprodutivo de uma fêmea, sendo responsável por duas etapas 1) pela

produção e secreção de hormônios, os quais são responsáveis pelo

desenvolvimento folicular, manutenção do trato reprodutivo, ciclo estral e outras

funções hormonais (48; 4) e 2) pela produção, diferenciação e liberação de um oócito

maduro para fecundação (74). O formato do ovário varia de acordo com a espécie

animal e o estágio a qual se encontra do ciclo estral (45). Nos ruminantes,

especificamente nos bovinos, os ovários apresentam formato de amêndoa com peso

entre 10 a 20 g na idade adulta. O comprimento pode variar de 3,0 a 4,5 cm, e a

largura de 1,5 a 2,0 cm (45).

Nos mamíferos, os ovários são constituídos por duas regiões,

classificadas em córtex e medula ovariana, circunscrita por epitélio germinativo ou

superficial que “repousa” sob uma membrana basal (100). Os diferentes tipos

celulares encontrados no córtex ovariano diferenciam- se em diferentes subtipos

celulares. Nestes casos, podemos citar as células da granulosa que se caracterizam

em células do cúmulus ou luteais, enquanto, as células da teca se diferenciam em

camada interna e externa (25). Além disso, o córtex ovariano localizado na porção

mais externa representa a região funcional do ovário (100). A região cortical é

composta por folículos ovarianos e corpos lúteos (corpos albicans e hemorrágicos)

em vários estágios de desenvolvimento ou atresia, assim como, por tecidos

conectivos (colágeno – do tipo I e III, fibras reticulares e fibroblasto) (45; 100).

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A região medular, na maioria das espécies, está localizada mais

internamente e apresenta um arranjo irregular de tecido nervoso, vascular

(sanguíneo e linfático), tecido fibroblástico e conjuntivo, o qual se comunica com

ovário através do hilo (100). Sua função consiste na sustentação e nutrição do ovário

(45). Durante a vida reprodutiva de uma fêmea a funcionabilidade do ovário é

influenciada pela interação exata entre os fatores endócrinos, autócrinos e

parácrinos, que juntos, atuam no processo de desenvolvimento folicular e oocitário,

conhecido como foliculogênese e oogênese, respectivamente.

Figura 1 - Esquema representativo do ovário mamífero e suas estruturas fundamentais. Fonte: http://quizlet.com/3675959/anatomy-respiratory-urinary-digestive-reproductive-flash-cards/

2.2 Oogênese

Nos ruminantes, a oogênese consiste na formação e modificação

das células germinativas primordiais até alcançar o estágio de formação do oócito

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haplóide fecundado (Figura 2, 91). Este processo ocorre ainda durante a vida fetal

juntamente com a foliculogênese e, apenas alguns dos oócitos presentes no pool de

reserva conseguirão atingir o processo de desenvolvimento até a fecundação (115; 9).

Sabe-se que as fêmeas nascem com um estoque de oócitos pré-estabelecido (96; 34).

Na vida uterina, durante a fase de embrião, as células germinativas

primordiais, localizadas no saco vitelínico, deslocam para as gônadas em

desenvolvimento para se transformarem em oogônias, com remanejamento das

organelas citoplasmáticas, proliferação celular excessiva e a perda das

características de motilidade (92; 9).

Após as múltiplas divisões mitóticas das células germinativas

primordiais, originam-se dois tipos diferentes de células. A primeira linhagem de

células germinativas tem por início imediato de sucessivas divisões mitóticas

ocasionando a origem de uma linha de células oogônias, Enquanto que a segunda,

permanece em intérfase para divisões periódicas que darão origem às novas células

germinativas que posteriormente se diferenciarão em oócitos (48).

Como continuação do processo de oogênese, as células que

encontram-se em estágio da primeira divisão meiótica acontece à interrupção da

divisão meiótica e a constituição de oócitos primários, que persistem neste estágio

até a puberdade (48). Ao atingir a puberdade, ocorrem estímulos que determinam o

momento da ovulação, isso é possível pelo pico do hormônio luteinizante (LH) e

declínio das concentrações do hormônio folículo estimulante (FSH), neste momento,

os oócitos retomam a meiose do estágio de profase I (41). Posteriormente, acontece

o rompimento da vesícula germinativa, na qual sucedem as seguintes etapas,

metáfase I, anáfase I e telófase I, com a extrusão do corpúsculo polar e o

desenvolvimento do oócito secundário (10).

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Subsequentemente inicia-se a segunda divisão meiótica, na qual o

núcleo do oócito se desenvolve até atingir o estágio de metáfase II. Este é o

momento da segunda interrupção da meiose (41). O oócito continua neste estágio até

a chegada do espermatozoide para a fecundação. Caso haja a fecundação, o oócito

prossegue a meiose (10) e finaliza a oogênese com a extrusão do segundo

corpúsculo polar, culminando com o oócito haploide fecundado (41; 76).

Figura 2 - Representação esquemática da formação das células germinativas primordiais (CGP), oogênese e foliculogênese. Fonte: Adaptado de Sánchez, Smitz (

89).

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2.3 Foliculogênese

Mesmo com os inúmeros estudos e o desenvolvimento de diversas

técnicas reprodutivas, as informações existentes sobre o processo de

foliculogênese, os mecanismos de maturação e a atresia folicular ainda são pouco

compreendidos. Assim, como as informações relacionadas com os folículos

ovarianos pré-antrais (FOPA) são consideradas escassas (34).

Segundo Lima-Verde et al. (65), o inicio da foliculogênese na maioria

das espécies ocorre no decorrer da vida fetal, com a formação da reserva de

folículos primordiais, os quais são fisiologicamente estimulados a um crescimento

sequencial. Este processo de crescimento é ajustado através da presença de

hormônios esteroides sintetizados pelos ovários, por fatores de crescimento e a

atividade das gonadotrofinas.

O processo da foliculogênese é definido como a formação, o

desenvolvimento e a maturação folicular. Inicia-se com a formação do folículo

primordial e culmina no último grau de ovulação, com o folículo no ápice da

maturação, também denominado como folículo de Graff, dominante ou pré-ovulatório

(34; 86; 87). A formação dos folículos primordiais ocorre no momento em que os

oócitos são individualizados pela separação dos cordões das células germinativas

(Figura 3; 12; 9).

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Figura 3 - Esquema ilustrativo da origem dos folículos primordiais a partir das células germinativas presentes nos ovários. Fonte: Adaptado de Juengel et al. (

60).

2.4 Classificação e caracterização estrutural dos folículos ovarianos

O folículo é a unidade morfológica e funcional responsável por

proporcionar um ambiente apropriado para manutenção e viabilidade, além do

crescimento e maturação do oócito para o processo de ovulação (34; 64; 87).

A população de folículos presente nos ovários é muito heterogênea

(95). De acordo com alguns autores os folículos podem ser classificados em relação

aos aspectos morfológicos e grau de evolução em: 1) folículos pré-antrais ou não

cavitários e 2) folículos antrais ou cavitários (29). Os folículos ovarianos pré-antrais

são classificados de primordiais, primários e secundários; e os folículos antrais

compreendem aos folículos terciários e pré-ovulatórios ou de Graaf (Figura 4, 51; 34;

65).

Ainda é possível classificar os folículos pré-antrais de acordo com o

grau de viabilidade, em folículos saudáveis ou normais com a lâmina basal, vesícula

germinativa e nucléolos intactos, e oócito com menos de três vacúolos

citoplasmáticos; e em folículos atrésicos, com o oócito com mais de três vacúolos

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citoplasmáticos e começo da descondensação da cromatina, ou em estágios mais

avançados, com oócito com o nucléolo e o citoplasma em fragmentação e

condensação da cromatina elevada, ou ainda com o oócito completamente

fragmentado ou ausente (14; 114).

A composição do folículo ovariano consiste num oócito circundado

por células somáticas (granulosa e tecais). Durante a foliculogênese, a morfologia

folicular é alterada, visto que o oócito cresce e as células da granulosa circundantes

se multiplicam e se diferenciam (12; 65).

Durante a fase fetal, alguns folículos primordiais são ativados,

crescem e se diferenciam em folículos primários, secundários ou terciários, enquanto

que apenas alguns folículos atingirão o estágio de folículo pré-ovulatório na vida

pós-natal sob o efeito de hormônios (39).

A diferenciação das células da granulosa pode ocorrer na presença

de estradiol, momento em que se encontram receptores de FSH (39; 65).

Adicionalmente, outros pesquisadores observaram que a associação de estradiol e

FSH estabelece um crescimento folicular em fêmeas bovinas (65).

Figura 4 - Representação do desenvolvimento dos folículos ovarianos Fonte: Adaptado de Araújo et al. (

4)

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2.4.1 Folículos Pré-antrais

O desenvolvimento folicular pré-antral esta relacionado ao aumento

do volume e mudanças no formato das células da granulosa, enquanto que no

estágio secundário ocorre o aumento do diâmetro oocitário, bem como, a

proliferação das células da granulosa (33). Os folículos pré-antrais são classificados

de acordo com o formato, tamanho e o número de camadas das células da

granulosa que envolve o oócito imaturo, em primordiais, primários e secundários (9).

Os folículos primordiais apresentam como característica o

surgimento de uma zona pelúcida, formada por glicoproteínas que circundam o

oócito (84), enquanto os folículos secundários apresentam pelo menos duas

camadas de células da granulosa e células da teca ao redor da membrana basal (6).

Neste estágio, as células da granulosa dos folículos apresentam uma extensiva rede

de junções do tipo gap, os quais são canais membranários que possibilitam a

passagem de íons inorgânicos, nutrientes, pequenos metabólicos e os mensageiros

entre as células (61).

Posteriormente no processo de foliculogênese, os folículos são

denominados de terciários ou antrais, caracterizados pela organização das células

da granulosa em diversas camadas com a formação de uma cavidade repleta de

fluido folicular, denominado de antro (Figura 5). O líquido folicular que completa esta

cavidade é composto de água, proteínas séricas, eletrólitos e altas concentrações de

hormônios esteroides secretados pelas células da granulosa (6).

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Figura 5 - Alterações celulares em folículos ovarianos que ocorrem durante o desenvolvimento folicular

Fonte: Adaptado de Silva-Buttkus et al. (102

).

2.4.1.1 Folículos Primordiais

Os folículos ovarianos primordiais consistem no estágio inicial do

desenvolvimento folicular localizados no pool de reserva. Durante esta fase alguns

folículos serão ativados e iniciarão o processo de crescimento e diferenciação (107).

Cada folículo é composto por um oócito rodeado por uma camada de quatro a oito

células da granulosa achatada (51; 26). Em bovinos, o diâmetro folicular no estágio

primordial pode variar de 30 a 40 µm, com um oócito entre 20 a 25 µm (8).

Nos folículos primordiais, o núcleo do oócito permanece numa

posição central evidenciando o nucléolo. No entanto, as organelas estão distribuídas

uniformemente pelo citoplasma ou aproximadas ao núcleo. Contudo, a organela

mais evidente e predominantemente redonda é a mitocôndria, enquanto, o complexo

de Golgi e o retículo endoplasmático liso são estruturas pouco desenvolvidas e

distribuídas desuniformemente pelo citoplasma (68).

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2.4.1.2 Folículos Primários

A atividade proliferativa das células da granulosa culmina na

formação de uma camada de células cuboides ao redor do oócito.

Desse modo os folículos primários apresentam um oócito rodeado

por uma camada de 11 a 12 células da granulosa em formato cuboide. Os folículos

primordiais e primários não podem ser diferenciados através das medidas de

diâmetro, mas apenas pelas alterações morfológicas (51).

2.4.1.3 Folículos Secundários

Por sua vez, quando os folículos atingem o estágio de duas ou mais

camadas das células da granulosa cuboidais, são então denominados de folículos

secundários. Em bovinos, os folículos secundários apresentam diâmetro de 60 a 200

µm (8). No decorrer do crescimento do folículo secundário as fibras de tecido

conectivo se posicionam paralelamente à membrana basal para formar a camada

tecal.

Nos folículos secundários o núcleo do oócito está disposto em uma

posição excêntrica, diferente dos folículos primordiais posicionados na região

central. Assim, o núcleo do oócito estará situado entre a zona pelúcida e o centro do

oócito, as organelas também se deslocam para a periferia do folículo (52). A zona

pelúcida é composta por pequenos microvilos e esta localizada entre o oócito e as

células da granulosa. Com o desenvolvimento folicular o espessamento da zona

pelúcida tornando-se visível (68; 86).

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2.4.2 Folículos Antrais

Dentro da categoria dos folículos antrais estão presentes os folículos

terciários e de Graaf ou também denominados como maduros ou pré ovulatórios. A

principal característica dos folículos antrais consiste no surgimento do antro folicular.

Com a atividade proliferativa intensa das células da granulosa, ocorre o surgimento

de uma área preenchida por líquido folicular, conhecido como antro folicular (34; 9).

Os folículos terciários são constituídos de um oócito circundado pela

zona pelúcida, uma pequena cavidade antral e várias camadas de células tecais (41).

São caracterizados pela presença de muitas microvilosidades dentro da zona

pelúcida, bem como grande quantidade de mitocôndrias arredondadas e alongadas

e partículas lipídicas (26), enquanto, os folículos de Graaf representam o estágio final

do desenvolvimento folicular. Neste caso, há o predomínio de mitocôndrias

arredondadas, além disso, é possível visualizar mitocôndrias encapuzadas,

caracterizado como o crescimento completo do oócito em bovinos (52).

2.5 População folicular

Estima-se que a população folicular seja variável entre as espécies.

Na espécie bovina, a população folicular ao nascimento está em torno de 235.000

de folículos por ovário (10), enquanto que nos caprinos e ovinos este número pode

estar entre 37.646 (67) e 160.000 (21) folículos, respectivamente.

Tendo em vista essa variação quanto à população folicular, existem

diferentes fatores que podem influenciar diretamente o número de folículos presente

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no ovário, como variação individual, raça (15), idade (91), genética (24), níveis

hormonais (82), estado nutricional (97; 104) e reprodutivo.

A população folicular dos ovários é composta por mais de 90% de

folículos pré-antrais, e está localizada no córtex ovariano (105). A população de

folículos primordiais, presentes no pool, representa aqueles em quiescência, os

quais estão diretamente relacionados com a renovação contínua dos folículos

antrais no ovário (43). Ao deixarem a fase de quiescência, os folículos sofrem um

processo sequencial de crescimento regulado pela presença de hormônios e fatores

de crescimento. Assim, ao iniciar a foliculogênese, o objetivo é a liberação de um

oócito maduro, pronto para a fecundação (86).

Uma reserva representativa dos folículos existente nos ovários,

conhecido como pool de folículos pré-antrais, pode significar um material genético

destinado para a manipulação, preservação das espécies e até para o tratamento de

infertilidade (83). A população de folículos antrais é altamente variável entre os

indivíduos, todavia, mantém-se a alta repetibilidade individual (13; 56). A variação

entre a população antral entre indivíduos adultos é altamente expressiva, e está

relacionada positivamente com os índices de fertilidade e a função ovariana. (55).

2.6 Crescimento e ativação folicular

O crescimento folicular tem como início o desenvolvimento e a

diferenciação folicular. Assim, a ativação dos folículos primordiais consiste na

passagem dos folículos encontrados no pool de reserva ou folículos quiescentes,

para o pool de crescimento (91). No momento em que o folículo deixa a reserva,

crescerá até ovular ou sofrerá atresia ou degeneração folicular (73; 65).

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O primeiro sinal de ativação folicular é marcado pela proliferação das

células da granulosa (Figura 6). As células da granulosa dos folículos primordiais em

crescimento gradualmente adquirem o formato cuboide, tornando-se folículos em

estágio de transição, caracterizados pela presença de ambos os formatos das

células da granulosa, achatadas e cuboides, e, subsequentemente, formando os

folículos primários, com a presença de uma camada de células da granulosa

cuboides em torno do oócito (42; 102).

As alterações que ocorrem durante o crescimento dos folículos

consistem na mudança do formato das células da granulosa, também, ocorre o

aumento considerável do volume citoplasmático e nuclear do oócito (48, 102). Os

mecanismos e fatores responsáveis pela ativação dos folículos no estágio primordial,

bem como aqueles envolvidos na variação do período durante o início do

crescimento folicular ainda são desconhecidos (36).

Figura 6 – Fases de transição das células da granulosa durante o crescimento folicular. Fonte: Adaptado de Silva-Buttkus et al. (

102)

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2.7 Atresia folicular

Os folículos ovarianos que chegam ao estágio ovulatório são muito

poucos, isto é consequência do processo de atresia. Estima-se que

aproximadamente 99,9% dos folículos ovarianos sofrem degeneração ou apoptose

denominado atresia folicular, fazendo com que o ovário seja considerado um órgão

de baixa produtividade (58).

A atresia folicular pode ser influenciada por diferentes fatores, tais

como, a idade, o ciclo reprodutivo, a lactação, a gestação, os hormônios, a nutrição

e a isquemia (54). Observações da atresia in vitro indicam que o processo é súbito,

com a morte em conjunto de todas as células da granulosa. No início do processo de

degeneração, pode ser possível a ausência de sinais de degeneração dos oócitos e

a viabilidade de algumas células da granulosa em folículos atrésicos, o qual

possibilita a recuperação dos folículos e sugerem a retomada da ovulação (48).

Este procedimento faz com que os folículos ovarianos não

apresentem uma prevalência homogênea em todos os estágios de desenvolvimento

folicular (37), sendo a predominância em folículos em estágio antral (41). Embora seja

um fenômeno natural, independente da fase que ocorra, o processo de atresia

encurta de maneira significativa o número de oócitos viáveis durante a vida

reprodutiva do animal.

A atresia ocorre por duas vias, a via degenerativa (70; 85) e/ou pela

via apoptótica (31; 70). Uma das principais causas da morte celular por degeneração é

a isquemia (28). Isto ocorre pela diminuição da síntese de ATP que afeta o

funcionando da bomba Na+/K+ localizada na membrana basal. Com a evolução do

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30

processo degenerativo, a morte celular é identificada histologicamente como necrose

(7).

Durante a década de 80, a atresia foi postulada por um processo de

morte celular programada caracterizada por apoptose (110). Após alguns estudos,

evidencias demonstraram que a apoptose celular consiste no principal mecanismo

bioquímico responsável pela atresia (69). Os tecidos que sofrem alterações no

desenvolvimento ou respostas aos estímulos fisiológicos ocorrem por um processo

ativo encontrado em todos os organismos multicelulares, decorrentes da morte

celular. A principal modificação ressaltada na atresia é a condensação da cromatina

do núcleo (102).

Durante o processo de atresia, muitas características morfológicas

decorrente da apoptose são observadas em oócitos e células da granulosa. Nos

folículos pré-antrais, as primeiras alterações que indicam atresia acontecem no

oócito, assim como a retração da cromatina nuclear e a fragmentação oocitária (77).

As alterações das células da granulosa presentes nestes folículos são encontradas

raramente. Ao se desenvolver, o oócito do folículo se encontra altamente resistente,

no qual alterações indicativas de atresia são primeiramente observadas nas células

da granulosa (102).

O desenvolvimento da apoptose folicular é dependente de uma

regulação conjunta de diferentes fatores autócrinos, endócrinos e parácrinos. Ainda,

pelo balanço entre os fatores que possibilitam a sobrevivência ou aqueles que

induzem a apoptose o folículo ovariano será direcionado a um destes destinos,

continuar o desenvolvimento ou sofrer atresia (49).

As ferramentas importantes na identificação da qualidade folicular

consistem as técnicas de histologia clássica e microscopia eletrônica de

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31

transmissão. Na análise da histologia clássica, as alterações que indicam atresia dos

folículos pré-antrais sobrevêm primeiramente no oócito, pela picnose nuclear como

primeiro sinal de degeneração (117). Nas características ultra estruturais, os oócitos

inclusos em folículos primordiais degenerados têm um aumento progressivo de

vacúolos citoplasmáticos e retração oocitária, eventos que antecedem as alterações

nas células da granulosa. Além disso, as células da granulosa tornam-se túrgidas e

diminuem o número de organelas do citoplasma (105), enquanto que nos folículos

antrais, as alterações são a picnose nuclear e a vacuolização citoplasmática

acontecem primeiramente nas células da granulosa (47). Posteriormente, ocorre o

surgimento de degeneração nas células tecais (80) e, por fim, no oócito (47).

2.8 Biotecnologias utilizadas no auxílio da compreensão e estudo da foliculogênese

A ampliação e utilização das biotécnicas aplicadas à reprodução

animal são condições imprescindíveis para o aumento da eficiência reprodutiva e

produtiva, sendo uma ferramenta de grande impacto na indústria pecuária (113; 3).

Atualmente, o crescimento produtivo da pecuária tem requerido novos

conhecimentos técnicos e científicos para desenvolvimento de novas tecnologias.

Avanços tecnológicos dirigidos aos diversos segmentos repercutem no aumento da

produção animal, sendo que as biotecnologias reprodutivas têm uma atuação

específica na obtenção de animais de qualidade elevada em um maior número de

descendentes (64).

As biotecnologias da reprodução surgiram em razão aos

conhecimentos dos mecanismos envolvidos no controle da fisiologia reprodutiva,

desde os níveis molecular, celular e endócrino (78). O progresso da biotecnologia

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iniciou quando Watson e Crick estudaram o modelo de dupla hélice do DNA em

1953 (113). A utilização de biotécnicas aplicadas com sucesso na reprodução animal

consiste de tecnologias como, inseminação artificial, fecundação in vitro e a

transferência de embriões (93). Outras tecnologias reprodutivas também são

passíveis de serem aplicadas em grande escala como a clonagem e a manipulação

de oócitos inclusos em folículos ovarianos pré-antrais (MOIFOPA, 64).

Como já mencionado anteriormente, a atresia folicular pode ocorrer

por duas vias, a degenerativa e/ou apoptótica (72). Ao considerar que uma mínima

parcela dos folículos se desenvolve até o processo de ovulação, criou-se uma

biotécnica de manipulação oocitária, conhecida de MOIFOPA, a qual recupera os

oócitos inclusos nos folículos e os cultiva in vitro até sua maturação completa. (23; 64).

A MOIFOPA consiste na biotécnica de isolamento ou resgate de

folículos pré-antrais a partir de ovários; na conservação para estocagem por curto

(resfriamento) ou por longo período (congelação); e no cultivo folicular com a

finalidade de desenvolver o crescimento, maturação e fecundação in vitro dos

oócitos previamente inclusos em FOPA (29; 64).

O principal intuito dessa biotecnologia é a recuperação de um maior

número de oócitos inclusos nos folículos, para assim cultivá-los in vitro ate seu

desenvolvimento completo, evitando a atresia folicular (72). Portanto, a aplicação da

MOIFOPA para a produção in vitro proporcionaria a utilização de oócitos maduros de

animais com alto valor agregado, e ainda, aqueles em processo de extinção, em

grandes escala. Ainda, contribuiria para a padronização das biotecnologias como

fertilização in vitro, transgenia e a clonagem através da utilização de oócitos

originados pela técnica MOIFOPA (34; 64).

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33

2.9 Cultivo in vitro de folículos pré-antrais

Vários sistemas de cultivo foram desenvolvidos nas últimas duas

décadas, e os resultados variam de acordo com o tipo de meio, sistema de cultivo

utilizado e principalmente da espécie estudada (40). Entretanto, o sistema de cultivo

eficiente, o qual promova o desenvolvimento completo dos folículos pré-antrais em

animais de produção, não está estabelecido (29; 34). Os sistemas de cultivo

rotineiramente adotados são o cultivo de folículos pré-antrais inclusos no próprio

tecido ovariano (cultivo in vitro in situ) ou na forma isolada (cultivo in vitro isolado; 46).

Além disso, esses dois tipos de cultivo podem ser combinados, realizando

primeiramente os procedimentos do cultivo in situ, para obtenção de um maior

número de folículos pré-antrais em desenvolvimento, e posteriormente, os folículos

seriam isolados e cultivados (107).

O objetivo do sistema de cultivo in situ consiste no estudo da

ativação folicular, assim como, no crescimento dos folículos primários (101). Além de

ser um método fácil para cultivar os folículos o cultivo de fragmentos do córtex

ovariano tem a vantagem de manter o contato celular e a integridade tridimensional

dos folículos (1). Enquanto que o sistema de cultivo isolado necessita de métodos

para isolar os folículos presentes no córtex ovariano. Os métodos desenvolvidos

para o isolamento dos folículos ovarianos são o isolamento mecânico e/ou

enzimático. Os folículos isolados podem ser cultivados em um sistema bidimensional

ou tridimensional, no primeiro os folículos são colocados diretamente sob a placa de

cultivo ou uma matriz extracelular, enquanto que o segundo consiste no sistema em

que os folículos são totalmente inclusos em uma matriz, capaz de manter a

arquitetura original do folículo ovariano (34).

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34

No âmbito da pesquisa aplicada, o emprego de folículos ovarianos

pré-antrais para cultivo in vitro e criopreservação utiliza métodos enzimáticos ou

mecânicos. De acordo com registros o primeiro estudo de FOPA isolados ocorreu

em 1964 em animais de laboratório (camundongo), enquanto Figueiredo et al. (34)

utilizaram a técnica em bovinos. Os estudos empregaram metodologias enzimáticas

e mecânicas na década de 60 e 90, respectivamente (34). Existem diversos estudos

realizados com finalidade de originar in vitro o crescimento de folículos pré-antrais

em diferentes espécies (camundongos: 23; ratas: 16; suínos: 118; bovinos: 44; ovinos:

17; caprinos: 50; felinos: 57 e humanos: 89).

O desenvolvimento de condições in vitro para promover o

desempenho folicular e o estudo da foliculogênese sob as circunstâncias in vitro

pode ser essencial para diminuir a atresia folicular geralmente ocorrida in vivo (2; 4).

Os meios de cultivo, geralmente, tendem a impedir a atresia folicular, através da

inclusão de diversas substâncias, como: uma fonte de proteína, antibióticos,

antimicóticos, transferência de selênio, piruvato, glutamina e ocasionalmente um ou

mais fatores de crescimento como fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-

1), fator de crescimento epidérmico (EGF), activina-A, factor de diferenciação de

crescimento- 9 (GDF-9), e fator de crescimento de fibroblastos (FGF-2), hormônios,

como: insulina, hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio de crescimento

hormônio estimulante da tiroide (TSH) e tiroxina) e/ou esteroides (tal como o

estradiol, testosterona ou androstenediona (85; 3; 62).

Vários componentes endócrinos e produzidos localmente podem

estimular a inervação ou a neovascularização dos pequenos folículos, o que

possibilita a chegada de nutrientes, citocinas, hormônios e outras substâncias in vivo

(38). Ao que tudo indica, a presença destas sustâncias são necessárias para o

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35

crescimento e sobrevivência folicular. Os fatores que atuam no desenvolvimento de

FOPA em ruminantes ainda são incompreendidos em sua totalidade. Segundo

Williams (116), os estudos realizados in vitro demonstram que diversos fatores

interferem no crescimento dos folículos com a atuação independente destes fatores

que estão envolvidos no desenvolvimento folicular (29; 4).

Buscando identificar os fatores que controlam a foliculogênese,

assim como, promover o crescimento e a maturação oocitária junto à multiplicação e

diferenciação das células da granulosa tem se desenvolvido diferentes técnicas de

cultivo. Em animais de laboratório, a pequena dimensão dos ovários permite o

cultivo do órgão na íntegra, o que serviu para o estudo inicial da foliculogênese em

pequenos mamíferos (40; 29).

O sucesso da ativação de folículos primordiais in vitro possibilitou a

utilização deste modelo por diversos grupos de pesquisadores. Entretanto, em

animais de médios e de grande porte, não é possível a utilização desta técnica em

consequência ao dimensionamento dos ovários, deste modo é necessário utilizar

fragmentos do tecido ovariano (29; 62). Assim, a técnica de cultivo se realiza através

de pequenos fragmentos do córtex ovariano, ricos em folículos primordiais, tem sido

ferramenta para o estudo do crescimento e ativação dos folículos primários em

bovinos (11; 29).

Wandji et al. (114), evidenciaram altas taxas (94%) de sobrevivência e

início do crescimento in vitro de folículos primordiais bovinos em meio de cultivo sem

soro, com a utilização de fragmentos do córtex ovariano superficial de fetos. No

cultivo in vitro o tipo de meio usado exerce grande influência na taxa de

sobrevivência e no crescimento de folículos em mamíferos (3). Neste modelo de

cultivo in vitro foi possível observar um grande número de folículos pré-antrais

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evoluídos para o estágio de folículo primário, mantendo-se viável por 20 dias de

cultivo, entretanto, poucos progridem para folículo secundário (34).

O cultivo individual e isolado pode ser realizado em folículos

primários e secundários, este, por sua vez, é um método mecânico que foi

desenvolvido para isolar um maior número de folículos intactos de ovários, como

realizado por Figueiredo et al. (32) em bovinos (29). Após o isolamento, os folículos

podem ser cultivados, na sua forma intacta, para estudos sob a interferência in vitro

de fatores de crescimento e hormônios, sendo possível a avaliação do

desenvolvimento e da interação com as células foliculares (100; 29).

Esta é uma biotécnica de alta significância tanto para pesquisa

básica e fundamental como para a reprodução animal. A contribuição para a

pesquisa consiste na elucidação dos mecanismos presentes na fase pré-antral da

foliculogênese (64; 93). Os folículos ovarianos pré-antrais isolados do ambiente

natural, com interferências endócrinas, nutricionais e sanitárias semelhante ao

organismo, com a presença de substâncias conhecidas (matriz extracelular,

hormônios, fatores de crescimento, aminoácidos, carboidratos, etc.) poderão ser

utilizados para cultivos in vitro (34).

Assim, várias investigações no âmbito MOIFOPA contribuíram para

o cultivo in vitro mostrando que durante o controle do desenvolvimento folicular os

hormônios, fatores de crescimento e peptídeios estão envolvidos (85; 93). Entre esses

podem-se destacar: o fator de crescimento epidermal (EGF), o hormônio folículo

estimulante, o fator de crescimento e diferenciação 9 (GDF- 9), o kit ligand (KL), as

proteínas morfogenéticas ósseas 4, 7 e 15 (BMPs 4, 7 e 15), o fator de crescimento

endotélio vascular (VEGF), o fator de crescimento fibroblástico (FGF), o fator de

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crescimento de queratinócitos (KGF), a ativina e peptídeo intestinal vasoativo (VIP),

e os fatores de crescimento semelhantes à insulina 1 e 2 (IGFs 1 e 2) (29).

Devido a algumas dificuldades vinculadas ao cultivo in vitro de

folículos pré-antrais isolados ou até in situ, o congelamento de fragmentos ovarianos

possibilitaria a conservação até que os protocolos empregados para o cultivo fossem

desenvolvidos (29).

3.0 Importância da composição do meio de cultivo sobre o desenvolvimento folicular

in vitro

Um fator essencial para a obtenção de sucesso durante o cultivo in

vitro de folículos pré-antrais é a composição do meio. Segundo estudos, a

composição do meio de cultivo com a ausência de hipoxantina e outros substrados

energéticos, como glutamina e piruvato, mostraram que a sobrevivência dos folículos

pré-antrais de bovinos foi reduzida (33). Deste modo, o tipo de meio utilizado no

cultivo in vitro possui grande influência na sobrevivência e no crescimento folicular.

O Meio Essencial Mínimo (MEM) é utilizado tanto para o cultivo de

tecido ovariano bovino quanto de folículos pré-antrais isolados (99; 72; 88). No entanto,

quando os folículos ovarianos são cultivados in vitro, são expostos a grande estresse

oxidativo em consequência à exposição à luz, às elevadas concentrações de

oxigênio e às concentrações variáveis de substratos metabólicos. A adição de um

fator de crescimento ao meio de cultivo pode ser a chave para proteger os folículos

do estresse oxidativo durante a ativação e o desenvolvimento in vitro (85).

Em um estudo utilizando folículos ovarianos pré-antrais utilizou-se

um meio de cultivo base, chamado de controle (MEM), com a adição de piruvato

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(0,23 mM), glutamina (2 mM), hipoxantina, suplementado com antibióticos, tais como

penicilina - 20 UI/mL e estreptomicina – 200 µg/mL e ITS (insulina – 6,25 µg/mL,

transferina – 6,25 ng/mL e selênio – 6,25 ng/mL), significativamente aumentou a

porcentagem de folículos morfologicamente normais de 29,4% (meio controle) para

78,0% (meio tratado) (33).

É conhecido que os folículos podem ser influenciados em potencial

pelos fatores de crescimento produzidos pelas células do estroma e por outros

folículos, ou fatores produzidos dentro dos próprios folículos, fatores de crescimento

e hormônios (40). Deste modo, diversos estudos são realizados no intuito de

investigar o efeito de vários componentes do cultivo in vitro de folículos pré-antrais,

Algumas substâncias estão sendo altamente empregadas como FSH, EGF, FGF,

ativina, insulina e outros fatores de crescimento.

3.1 Importância do FSH no desenvolvimento folicular

Os mecanismos envolvidos na regulação do início da foliculogênese

são pouco esclarecidos. No entanto, existem hipóteses que descrevem os fatores de

crescimento e o FSH atuando sobre a ativação folicular (10). Ao que tudo indica, o

FSH está envolvido na proliferação e diferenciação das células da granulosa in vitro.

Aparentemente, para o desenvolvimento de pequenos folículos são necessários

níveis basais de FSH (111).

Diferentes estudos vêm mostrando que a utilização do FSH in vitro

inibe a apoptose e proporciona o crescimento folicular inicial. Em camundongas, a

presença de FSH inibiu a apoptose de folículos pré-antrais cultivados in vitro (5).

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Contudo, o FSH parece necessário durante o cultivo in vitro devido ao seu papel

importante na foliculogênese inicial de animais mamíferos (2).

O FSH parece apresentar um efeito indireto sob o desenvolvimento

dos folículos ovarianos, induzindo a produção de fatores de crescimentos envolvidos

no desenvolvimento folicular (59; 2). Além disso, alguns autores descrevem que o

FSH age na regulação da expressão de vários fatores de crescimento, tais como

BMP-15, KL e GDF-9, os quais apresentam um papel importante na ativação, e,

crescimento folicular (59; 108; 71; 112).

Embora isto ocorra, a utilização do FSH in vitro provou promover a

formação de antro no cultivo de folículos secundários avançados (ovelhas: 17; vacas:

44; cabras: 119), e a mantença do nível de mRNA e receptor de FSH (95). Apesar da

grande relevância relatada pelos estudos realizados com FSH in vitro, não existe

relatos a respeito dos efeitos diretos ou indiretos durante o cultivo in vitro de folículos

pré-antrais em curto prazo (2).

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40

3 HIPÓTESE

O Hormônio Folículo Estimulante (FSH) contribui na ativação e

crescimento dos folículos pré-antrais (FOPA) bovinos, bem como, na manutenção da

viabilidade folicular.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

O principal objetivo desta proposta é avaliar o efeito da adição do

hormônio gonadotrófico FSH no meio de cultivo in vitro de folículos pré-antrais de

fêmeas Bos indicus.

4.2 Objetivos Específicos

o Estabelecer a melhor concentração de FSH no meio de cultivo (50, 100

e 200 ng/mL), tendo como parâmetros a viabilidade, ativação e

crescimento dos folículos pré-antrais bovinos;

o Avaliar o desenvolvimento folicular no cultivo in vitro com FSH através

da análise histológica com coloração de Ácido Periódico de Schiff (PAS)

e Hematoxilina.

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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Coleta e transporte dos ovários

Os ovários (n= 10) foram coletados de abatedouro local, a partir de

cinco fêmeas adultas Bos indicus (Nelore) cíclicas, em boa condição corporal

(Escore corporal entre 2,5 e 3,5, escala de 1 a 5; 66). Após a obtenção, os ovários

foram lavados em etanol 70% e solução tampão (PBS). O par de ovários foi

processado e fragmentado ainda no frigorífico, e posteriormente transportados para

o laboratório. O transporte foi realizado com tempo máximo de 30 minutos, em meio

essencial mínimo (MEM) suplementado com 200 mg/mL de penicilina e 200 mg/mL

de estreptomicina, a temperatura de 20ºC.

5.2 Protocolo Experimental

No frigorífico, o par de ovários de cada animal foi processado junto,

após retirada do tecido circundante e dos ligamentos dos ovários. Posteriormente, o

córtex do ovário foi dividido em fragmentos de aproximadamente 3X3X1 mm. Para

cada animal, um fragmento foi selecionado aleatoriamente e imediatamente fixado

em Bouin (tratamento controle não-cultivado, D0). Os fragmentos remanescentes

(n=10) do córtex ovariano foram transportados até o laboratório e cultivados

individualmente nos diferentes tratamentos em aliquotas de 1 mL de meio de cultivo

em placas de cultivo de 24 poços em estufa a 38,5ºC, numa atmosfera de 5 % de

CO2 em ar e umidade saturada. O meio de cultivo controle constituiu de meio

essencial mínimo (MEM, Gibco BRL, Rockville, MD, USA; osmolaridade 300

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mOsm/L, pH 7,2) suplementado (MEM+) com ITS (6,25 µg/mL insulina, 6,25 mg/mL

transferrina, e 6,25 ng/mL selênio), 0,23 mM de piruvato, 2 mM glutamina, 2 mM

hipoxantina, 1,25 mg/mL de albumina sérica bovina (BSA Gibco BRL, Rockville, MD,

USA), 20 UI/mL de penicilina e 200 mg/mL de estreptomicina. Para os tratamentos, o

meio MEM+ foi suplementado com diferentes concentrações (50, 100 ou 200 ng/mL)

de FSH (Folltropin®, Bioniche Canadá Inc, Ontário, Canadá; Figura 7). Dez

fragmentos do córtex ovariano foram cultivados nos meios testado por dois (D2) ou

seis (D6) dias. A cada intervalo de dois dias, o meio de cultivo foi substituído por

meio fresco.

Figura 7. Protocolo experimental para o cultivo in vitro de folículos pré-antrais bovinos in situ com diferentes concentrações do Hormônio Folículo Estimulante (FSH).

5.3 Histologia Clássica

Para a análise da morfologia dos folículos ovarianos, os fragmentos

do córtex ovariano (controle não cultivado e cultivados durante dois ou seis dias de

cultivo in vitro) foram fixados por imersão em Bouin durante 24 horas e após este

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período, mantidos em álcool 70%. Após a fixação, os tecidos foram desidratados

numa série graduada de soluções crescente de etanol, clarificados e diafanizados

em xilol, embebidos em parafina para posterior confecção de cortes histológicos.

Subsequentemente, cada fragmento foi seccionado a 5 µm em micrótomo rotativo

(Leica®, Wetzlar-Alemanha), com intervalo de 5 secções para montagem das

lâminas de microscopia de luz para evitar a contagem do mesmo folículo. As lâminas

foram coradas com Ácido Periódico de Schiff (PAS) e Hematoxilina. A leitura das

lâminas foi realizada por um único avaliador.

5.4 Classificação Folicular

Todas as secções foram examinadas usando microscopia de luz

(10x e 40x; Nikon®, Tokio - Japão). Os folículos foram classificados em primordial

(contendo uma camada de células somáticas, conhecidas como células da

granulosa, planas ou achatadas ao redor do oócito); ou em desenvolvimento, como

primário (uma única camada de células da granulosa cuboides em torno do oócito), e

secundário (duas ou mais camadas de células granulosas cuboides) (51). Para

avaliar a ativação e crescimento folicular foi realizada a quantificação dos folículos

nas diferentes fases do desenvolvimento (primordiais, primários e secundários) no

controle e após o cultivo in vitro nos diferentes tratamentos.

Os folículos também foram classificados de acordo com a viabilidade

segundo a morfologia em normais, o oócito com um núcleo não picnótico e cercado

por células da granulosa organizadas em camadas discretas, ou degenerado,

quando o oócito encontrava-se retraído com núcleo picnótico e cercado por células

da granulosa desorganizadas isoladas a partir da membrana basal (109). Ao avaliar

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as taxas de crescimento e ativação folicular, apenas os folículos normais foram

considerados, e as porcentagens de folículos primordiais, primários e secundários

foram calculadas no D0 (tratamento controle), D2 e D6 nas diversas concentrações

do meio de cultivo. Para evitar a contagem do mesmo folículo duas vezes, os

folículos pré-antrais foram contados apenas no campo visual em que o núcleo do

oócito fora observado. Foram avaliados 50 folículos pré-antrais por repetição,

totalizando 250 folículos por tratamento.

5.5 Análise Estatística

Os dados foram inicialmente submetidos aos testes de normalidade

de resíduos (Shapiro-Wilk) e homogeneidade de variância (Bartlett) para se

determinar, caso necessário, a transformação Box-Cox das variáveis analisadas. O

número médio de folículos pré-antrais morfologicamente normais, de folículos

primordiais e em crescimento obtidos nas amostras controle e expostas a diferentes

tratamentos de FSH cultivadas por 2 ou 6 dias, respectivamente, após

transformação box-cox foram submetidos à ANOVA e teste de Tukey (p≤0,05).

Dentro da mesma concentração, o número médio de folículos pré-antrais de

morfologia normal das amostras cultivadas por dois ou seis dias de cultivo,

respectivamente, foram analisados através do Teste T-Student. Todas as análises

foram realizadas com o software Action 2.3 (Campinas, SP, Brasil) e os valores

considerados estatisticamente significantes quando p≤0,05.

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45

6 RESULTADOS

Durante o experimento, foram avaliados no total 2250 folículos pré-

antrais, dos quais 772 folículos primordiais e 1478 folículos em desenvolvimento,

entre normais e degenerados (Figura 8).

Figura 8 - Fotomicrografia de cortes histológicos de ovário de bovino Bos indicus cultivados in vitro, corado com PAS e Hematoxilina, 400x. A – Folículo Primordial (seta); B – Folículo Primário (seta); C –Folículo Primário degenerado (seta); D – Folículos Primários; E – Folículo Secundário; F – Folículo Primordial degenerado (seta).

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O tecido ovariano cortical não cultivado (controle – D0) continha

predominantemente folículos pré-antrais nos estágios primordiais e alguns primários

e raramente folículos secundários, sendo 161 (64,4%) folículos primordiais normais e

17 (6,8%) folículos em desenvolvimento. Os percentuais de folículos primordiais e

em desenvolvimento viáveis presente no tecido cortical ovariano cultivado in vitro

aos dois e seis dias de cultivo com a presença ou ausência de FSH estão

representados na tabela 1.

Tabela 1 - Porcentagem média de folículos viáveis de fêmeas Bos indicus em estágio inicial de desenvolvimento (primordial, primário + secundário), em tecido ovariano não-cultivado (controle, dia 0) e após cultivo in vitro de dois ou seis dias em MEM+ ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH.

Folículos Primordiais Viáveis

(%)

Folículos em Desenvolvimento

Viáveis

(%)

Tratamentos

(ng/mL)

D2 D6 D2 D6

Controle (D0) 64,4* 6,8*

MEM+ 6,8ª,B 4,4ª,C 20,4b,A 16,4b,A

50 FSH 8,8ª,AB 4,8ª,B 21,6b,A 24b,A

100 FSH 6,4ª,B 8ª,B 44,8ª,A 32,4ª,A

200 FSH 6,8ª,B 6ª,B 38,4ª,A 30,8ª,A

a,b Diferença significativa entre coluna (p≤0,05).

A,B Diferença significativa entre linhas (p≤0,05).

* Diferença significativa entre o grupo controle (p≤0,05).

Aos dois dias de cultivo, a proporção de folículos primordiais foi

reduzida em todos os tratamentos testados, em consequência, ocorreu um aumento

na proporção de folículos em desenvolvimento. Com o aumento no tempo de cultivo

(D2 e D6), ocorreu uma redução progressiva na proporção de folículos primordiais e

correspondente aumento nos folículos em desenvolvimento durante todos os

tratamentos comparado a D0 (p≤0,05; Tabela 1). O percentual de folículos primários

e secundários em D0 foram 6% e 0,8%, respectivamente.

As porcentagens médias de folículos primordiais viáveis em D2 e D6

não tiveram diferenças significativas entre os tratamentos com ou sem a presença

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de FSH (p≤0,05). Enquanto que para os folículos em desenvolvimento em D2 as

porcentagens médias foram semelhantes estatisticamente entre MEM+ e 50 ng/ML

de FSH e entre 100 e 200ng/mL de FSH, e diferente entre os tratamentos de MEM+ e

50 ng/mL com 100 e 200 ng/mL de FSH (p≤0,05). O mesmo ocorreu com os folículos

em desenvolvimento em D6 (p≤0,05; Tabela 1).

Quando comparado com o MEM+, os folículos viáveis em meio

suplementado com 50 ng/mL, 100 ng/mL e 200 ng/mL de FSH foi possível observar

que não houve diferenças significativas entre os dias de cultivo, sugerindo uma

manutenção da viabilidade entre dois e seis dias de cultivo (p≤0,05; Figura 9).

Figura 9 – Comparação entre cada tratamento aos dois e seis dias de cultivo in vitro em MEM+ ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH de folículos ovarianos (primordial, primário e secundário) viáveis de fêmeas Bos indicus. a,b

Diferença significativa entre os dias de cultivo(D2 e D6) (p≤0,05). A,B

Diferença significativa entre os tratamentos (p≤0,05). * Diferença significativa entre o grupo controle (p≤0,05).

Ainda comparando-se as diferentes concentrações de FSH com o

MEM+, observou-se uma maior sobrevivência de folículos viáveis em meio contendo

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Controle MEM 50 100 200

% F

OLÍ

CU

LOS

VIÁ

VEI

S

D0 D2 D6

*

a

b

a a

a

a

a

a

A AB

ABC ABC ABC BC BC

C

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100 ng/mL de FSH aos dois dias de cultivo apresentado aproximadamente 50% dos

folículos viáveis, no entanto, aos seis dias de cultivo a concentração de 100 ng/mL

com 40 % de folículos viáveis foi semelhantes aos demais tratamentos (p≤0,05;

Figura 9).

Para a figura 10, exceto a concentração de 100 ng/mL de FSH aos

dois dias de cultivo, manteve-se as porcentagens semelhantes entre as

concentrações de 50 e 200 ng/mL de FSH quando comparadas ao controle cultivado

(MEM) em D2 e 50, 100 e 200 ng/mL em D6 (p≤0,05).

Figura 10 – Porcentagem média de folículos em desenvolvimento (primário + secundário) viáveis de fêmeas Bos indicus, após cultivo in vitro de dois ou seis dias em MEM+ ou MEM+ suplementado com diferentes concentrações de FSH. A,B

Diferença significativa entre os tratamentos (p≤0,05).

Também avaliou-se a integridade folicular, considerando-se

características morfológicas (Figura 8). As concentrações de FSH que

proporcionaram a manutenção mais adequada da integridade dos folículos foram as

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

MEM 50 100 200

% F

olí

culo

s em

Des

en

volv

imen

to

D2

D6ABC

C

ABC AB

A

BC BC BC

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de 100 ng/mL e 200 ng/mL quando comparado entre os tratamentos, sendo que o

número de folículos em desenvolvimento foi semelhante dentre estas concentrações

de FSH, em consequência, obtiveram uma menor taxa de degeneração (p≤0,05;

Figura 10).

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50

7 DISCUSSÃO

No presente estudo, foi possível observar uma modificação na

proporção de folículos primordiais e em desenvolvimento, sugerindo a ocorrência de

ativação folicular durante o cultivo in vitro de Bos indicus. As concentrações de 100

ng/mL e 200 ng/mL de FSH foram as que apresentaram melhores condições para o

desenvolvimento folicular, a manutenção da viabilidade e integridade folicular,

considerando dois ou seis dias de cultivo.

O desenvolvimento e a transição de folículos pré-antrais in vivo

ocorre com folículos primordiais presentes na reserva ovariana. Estes folículos são

ativados e iniciam as divisões celulares originando folículos primários e

posteriormente o desenvolvimento para secundário. Este último é caracterizado pela

transformação no formato das células da granulosa de achatadas para cuboides (22;

98). Com a adição do FSH ao meio de cultivo in vitro de folículos pré-antrais, foi

possível observar um desenvolvimento dos folículos ovarianos dos estágios

primordiais para primordiais e secundários.

Apesar de haver sido relatado que somente folículos secundários

são sensíveis ao FSH após seis dias de cultivo em roedores (18), ou mesmo que o

acréscimo de FSH sem associação não é eficiente no cultivo in vitro de folículos

ovarianos pré-antrais isolados de catetos, caprinos e ovinos (85; 63), nossos

resultados sugerem uma ação do FSH em estágios iniciais dos folículos ovarianos

bovinos, tal como relatado por Alves et al. (2) para a espécie caprina. No entanto,

para caprinos, a concentração de FSH que promoveu ativação folicular e o

crescimento de folículos pré-antrais foi de 50ng/mL nas mesmas condições de

cultivo que o presente estudo (71), enquanto para bovinos encontramos um intervalo

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entre 100 e 200 ng/mL de FSH. Isto pode ser justificado pelas diferenças existentes

entre as espécies e o desenvolvimento folicular, sob as mesmas condições de

cultivo in situ (87).

Outros trabalhos também mostraram a importância do FSH em

estágios iniciais do desenvolvimento folicular, associado ou não a fatores de

crescimento (37; 11; 19; 20; 112). A controvérsia entre os trabalhos quanto ao FSH sugere

importantes variações fisiológicas conforme a espécie estudada e as condições de

cultivo in vitro.

Considerando somente o período de dois dias de cultivo, a

concentração de 100 ng/mL de FSH apresentou uma melhor taxa de

desenvolvimento, enquanto, as demais concentrações de FSH (MEM, 50 ou 200

ng/mL) testadas neste trabalho apresentaram resultados estatisticamente

semelhantes. Desta forma, constatamos que a concentração inicial de 100 ng/mL até

dois dias de cultivo foi possível obter efeitos benéficos do FSH, pois em comparação

com o controle não cultivado foi o grupo em que houve uma maior proporção de

folículos primários e secundários.

Já após seis dias de cultivo, foi possível obter resultados

semelhantes entre as concentrações de 100 e 200 ng/mL de FSH, pois

apresentaram um maior número de folículos em desenvolvimento comparado às

outras concentrações de FSH. Isto reforça a possibilidade de se aumentar a

concentração de FSH necessária para proporcionar o desenvolvimento eficiente ao

decorrer os dias de cultivo. Nos demais tratamentos (MEM+ ou 50 ng/mL),

constataram-se menor eficiência para que o sistema de cultivo pudesse promover a

transição de folículos primordiais para primários e depois secundários.

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Consideramos que as concentrações menores que 100 ng/mL foram insuficientes

para promover a estimulação do crescimento e diferenciação das células foliculares.

Corroborando tais considerações, Roy e Albee (89) mostraram que a

presença de FSH é essencial para a diferenciação de células somáticas das células

da granulosa durante o início do desenvolvimento dos folículos primordiais. Além

disso, a expressão do receptor de FSH foi relatada durante a transição de folículos

primários e posteriormente para folículo secundário (81). No mesmo contexto, foi

descrita a presença de receptores de FSH em folículos primordiais (75) e, mais

recentemente, demonstrou-se que o FSH pode influenciar na diferenciação e

proliferação das células da granulosa in vitro (112).

Adicionalmente, o FSH possivelmente desempenha um efeito

indireto sob o desenvolvimento em folículos primordiais através de fatores liberados

por folículos maiores ou as células do estroma ovariano (71). Ainda, estudos

demonstraram que após seis e 12 dias de cultivo in vitro o aumento na

suplementação de FSH (entre 100 e 1000 ng/mL) para o meio de cultivo mantém o

nível de mRNA e receptor semelhante em folículos pré-antrais caprinos (95).

O mecanismo exato pelo qual o FSH atua nas células foliculares

ainda é pouco conhecido, considerando-se viável uma estimulação do crescimento

celular pela influência indireta nos locais de interações das células mesenquimais,

presentes no epitélio do ovário (79). Neste contexto, nosso modelo de cultivo – in situ

– apresenta condições mais interessantes do que o cultivo isolado de folículos, no

qual não há esta interação entre as células foliculares e as do estroma ovariano.

Apesar dos consistentes avanços quanto aos efeitos benéficos do

FSH, é importante considerar a ação dos demais constituintes do meio de cultivo, os

quais podem exercer ação sinérgica com esta gonadotrofina. Diversos substratos

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53

são utilizados na suplementação do meio de cultivo, como o piruvato, a hipoxantina,

a glutamina, insulina-transferrina-selênio (ITS), a albumina sérica bovina e outros.

Os meios utilizados para o cultivo in vitro são composto ricos em oxigênio, nutrientes

e outros elementos presentes no córtex ovariano (88) e todo este conjunto precisa

ser considerado para uma correta compreensão da fisiologia folicular.

Contudo, é essencial a utilização de meios de cultivo suplementados

com as substâncias que promovam uma ação sinérgica ao crescimento folicular,

neste caso, acrescido inicialmente de 100 ng/mL de FSH conforme este estudo.

Indicamos ainda que a partir de seis dias de cultivo possivelmente seja necessário

aumentar a concentração de FSH acrescentada ao meio de cultivo.

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CONCLUSÃO

Pode-se concluir que houve um acréscimo na proporção de folículos

primários e secundários, em comparação aos primordiais, após dois e seis dias de

cultivo in vitro de folículos pré-antrais de fêmeas Bos indicus. A adição do FSH ao

meio de cultivo MEM manteve a sobrevivência e permitiu a viabilidade dos folículos

cultivados, sendo que a concentração de 100 ng/mL de FSH foi a que apresentou

uma melhor eficiência em proporcionar o desenvolvimento folicular, como também,

manteve a viabilidade folicular durante os dois dias de cultivo. Aos seis dias de

cultivo as concentrações de 100 e 200 ng/mL de FSH possibilitaram uma maior

proporção de folículos pré-antrais viáveis e um menor taxa de degeneração.

Contudo, as perspectivas deste trabalho foram possibilitar estudos

complementares visando à utilização desta substância sobre o desenvolvimento in

vitro de folículos pré-antrais isolados em estádios iniciais ou tardios. Além disso, são

grandes as possibilidades de se estudar a influência de tais substâncias sobre a

expressão de outras que estejam envolvidas no controle do desenvolvimento

folicular. Para assim, promover um sistema de cultura capaz de desenvolver folículos

primordiais de uma fase inicial até os estágios foliculares em que os oócitos podem

ser maturados e fecundados in vitro.

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