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Camila Figueira Mendes
EFEITO DO EXTRATO DE Mikania glomerata SPRENGEL (GUACO)
SOBRE A IMPLANTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E
PLACENTÁRIO EM CAMUNDONGOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Tecidual do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título de Mestre em Ciências.
São Paulo 2011
Camila Figueira Mendes
EFEITO DO EXTRATO DE Mikania glomerata SPRENGEL (GUACO) SOBRE A
IMPLANTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E PLACENTÁRIO EM
CAMUNDONGOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Tecidual do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, para obtenção do Título de Mestre em Ciências.
Área de concentração: Biologia Celular e Tecidual
Orientadora: Profª. Drª. Estela Bevilacqua
Versão Original.
São Paulo 2011
DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Serviço de Biblioteca e Informação Biomédica do
Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo
reprodução não autorizada pelo autor
Mendes, Camila Figueira. Efeito do extrato de Mikania glomerata Sprengel (guaco) sobre a implantação e o desenvolvimento embrionário e placentário em camundongos / Camila Figueira Mendes. -- São Paulo, 2012. Orientador: Estela Maris Andrade Forell Bevilacqua. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas. Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento. Área de concentração: Biologia Celular e Tecidual. Linha de pesquisa: Citofisiologia do trofoblasto: estudo in vivo e in vitro dos aspectos celulares envolvidos na fisiologia do trofoblasto. Versão do título para o inglês: Effect of Mikania glomerata Sprengel (guaco) extract on implantation and placental and embryonic development in mice. Descritores: 1. Placenta 2. Teratogênese 3. Mikania glomerata 4. Fitoterápicos 5. Defeito congênito 6. Aborto I. Bevilacqua, Estela Maris Andrade Forell II. Universidade de São Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas. Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Tecidual III. Título.
ICB/SBIB0224/2011
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS
_____________________________________________________________________________________________________________
Candidato(a): Camila Figueira Mendes.
Título da Dissertação: Efeito do extrato de Mikania glomerata Sprengel (guaco) sobre a implantação e o desenvolvimento embrionário e placentário em camundongos.
Orientador(a): Estela Maris Andrade Forell Bevilacqua.
A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa da Dissertação de Mestrado,
em sessão pública realizada a .............../................./.................,
( ) Aprovado(a) ( ) Reprovado(a)
Examinador(a): Assinatura: ............................................................................................ Nome completo: ................................................................................... Instituição: ............................................................................................
Examinador(a): Assinatura: ............................................................................................ Nome completo: ................................................................................... Instituição: ............................................................................................
Presidente: Assinatura: ............................................................................................ Nome completo: .................................................................................... Instituição: ..............................................................................................
Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse
feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser... MAS Graças a Deus,
não somos o que éramos.
Martin Luther King
Questions of science, science and progress
Don't speak as loud as my heart.
The Scientist- Coldplay
À Profa. Dra. Estela Bevilacqua…
Por ser uma excepcional orientadora e pessoa, por ser minha “mãe” e amiga, por me
receber e me ajudar a me adaptar em São Paulo, por confiar em meu trabalho, por
acreditar em meu potencial, pelos inúmeros conselhos, por me ensinar a nunca
desistir, por me dar um sorriso e sempre falar quando algo saía errado: “Acontece
gatinha, tenta de novo, vai dar tempo !!!!!”
AGRADECIMENTOS
À Deus por me proporcionar a vida que tenho;
À minha família como um todo, pois sem ela eu nada seria;
À minha mãe Julia e meu pai Dirceu que desde o momento que souberam de
minha existência, passaram a me amar, desejar e almejar um futuro brilhante
gostaria também de agradecer os ensinamentos, o carinho, o conselho, o
investimento e principalmente o amor que me foi dado, SEM VOCÊS DOIS podem
ter certeza que eu não chegaria onde estou. OBRIGADA, por nunca terem desistido
de mim!!!
Aos meus pais de aluguel Cristiane e Mauro, que inúmeras vezes tiveram a
paciência de me ouvir, de interceder por mim e também de me acalmar nos
momentos que eu precisei, além de todos os momentos descontraídos e risadas que
pudermos ter.
À minha irmã Ingrid pelas piadas que fazemos sempre que nos vemos e carinho
em mim depositado.
À minha avó Zilda, pessoa a qual me espelho e almejo ser quando ficar velhinha,
pelo amor, carinho, sorriso e olhar tênue que sempre tem ao me ver, saiba que
mesmo morando longe, sinto muita falta, afinal posso dizer que você é muito mais
do que uma avó é sim minha mãe e amiga. TE AMO!
À tia Neli, pelo carinho, esforço e principalmente paciência que têm comigo,
obrigada por ser da minha família e também por ser minha professora de inglês, com
absoluta certeza, sem a sua presença eu jamais teria chego onde estou tão rápido,
você é mais que parte desse trabalho!
À Profa. Dra Suzana Guimarães Moraes por me ensinar a dar os primeiros
passos na ciência, por ter ministrado aquela primeira aula de Histologia no segundo
ano do Curso de Ciências Biológicas a qual me fez decidir qual área da Biologia e da
Ciência eu gostaria de seguir, a ter me ensinado a ser independente e por ter se
tornado uma amiga de valor inigualável; obrigada por ser minha amiga,professora e
co-orientadora.
Ao Prof. Dr. Sérgio de Oliveira, pelo uso de seus equipamentos, laboratório e
ensinamentos;
À Profa. Dra.Telma Zorn, pelo uso contínuo de seu laboratório;
Aos Profs. Dr. Victor Chaves, Dra. Maria Inês Borella, Dra Vanessa Freitas pela
participação em minha banca de qualificação e pelas sugestões;
À Profa. Dra. Patrícia Gama, pelas inúmeras aulas de Práticas de Ensino, nas
quais pude aprender um pouco mais de como se ministrar uma boa aula, pelo uso
de seu laboratório e também pelas sugestões dadas para a melhoria de métodos
utilizados laboratorialmente;
À Fernanda pelo apoio e momentos únicos de descontração, além claro dos
inúmeros cafés que pude tomar em sua companhia;
Ao Junior por toda ajuda técnica laboratorial;
À Profa. Dra. Elfriede Bacchi pela orientação na manipulação do extrato de guaco
e também por ceder seu laboratório;
À Rose, primeira pessoa a me receber e acolher no Trofo’s Lab, com seu sorriso
gigantesco e muito amor, pessoa esta que me apoia e conforta, pelos ensinamentos
valiosos que só ela poderia me passar, Obrigada por estar sempre lá, quando eu
precisei!!!
Aos amigos do Trofo’s Lab: Adriana, Alexandre, Aline, Fernanda, Ísis, Lessandra,
Letícia, Miriam, Rodrigo, Sara, Simone e Sônia, especialmente a Carla, Karoll, Karen
e Mariane;
Às estagiárias Aline, Evelyn, Jéssica e Paola que me ajudaram no decorrer da
tese e que nos momentos finais se desdobraram para que esse trabalho fosse
realizado;
À Karoll e família (José e Neusa), pelo companheirismo, por me acolher em sua
casa, amizade, sinceridade, “puxões de orelha”, ajuda na realização deste trabalho,
sem vocês tudo seria muito mais difícil;
À Karen e Mariane, pelas inúmeras horas de risadas em nossa viagem, pela
calma e carinho com que me trataram nesses anos todos, por me ouvir sempre que
precisei;
À Carla, pela convivência agradável e sincera nesses anos todos e por ter me
recebido em sua casa inúmeras vezes em que eu ainda não morava em São Paulo;
À Daniella Oliveira, pela paciência, cuidado, carinho, dedicação e amizade, você
é muito mais que uma amiga, você é uma irmã que escolhi para ter e que irei levar
para sempre em minha vida;
À Poliana Proença, pelo carinho, simpatia, companheirismo e por ter se
demonstrado uma amiga ímpar, além claro de ser extremamente divertida e me
apoiar nos momentos complicados que passei, tendo sempre um ombro amigo para
me confortar, você é uma daquelas pessoas que desejo ter sempre ao meu lado;
À Antonella, Andréa, Bruna, Daisy, Liliane, Lucimara e Valéria pela amizade e
pelos momentos de descontração quando eu mais precisei e por me acompanharem
sempre;
Ao meu querido primo-amigo Leonardo que têm me acompanhado nessa
empreitada, pela confiança e por acreditar em meus sonhos;
Aos meus primos Fabiana, Gustavo, Hellington , Rafael por existirem em minha
vida e por sempre estarem sorrindo quando eu retornava a Sorocaba;
Aos amigos Adam, Ana Zen, Felipe, Helô, Juliane, Maraysa, Tati pela alegria e
amizade, mesmo que em poucas esbarradas no corredor ou nas festas de amigo
secreto;
A Secretária da Pós-Graduação, Celiana, por toda a ajuda;
As bibliotecárias Valéria Loro e Maria Socorro pelo apoio excepcional, ajuda na
adequação da tese e muita paciência que tiveram comigo;
Aos funcionários do departamento sempre dispostos a ajudar;
À FAPESP, pelo apoio financeiro
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste estudo e que
por ventura não foram citados;
Aos animais, que dão suas vidas para realização dos trabalhos científicos;
MENDES, C.F. Efeito do extrato de Mikania glomerata sprengel (guaco) sobre a implantação e o desenvolvimento embrionário e placentário em camundongos. 2011. 103 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Tecidual)- Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
RESUMO
Nos dias atuais, a utilização de fitoterápicos tem crescido acentuadamente.
No Brasil, um país cuja flora nativa é riquíssima, tem-se investido substancialmente em pesquisas nesta área. Isto se deve, em parte, à necessidade de novos medicamentos, ao interesse na comercialização destes produtos, ao interesse na preservação da cultura popular e da reserva da flora nacional. Paralelamente a este cenário, está a crença de que medicamentos fitoterápicos são inofensivos em circunstâncias especiais tais como: gravidez, hipertensão, diabetes, etc. É como se os fitoterápicos atuassem especificamente sobre uma determinada patologia não sobre o metabolismo como um todo. A Mikania glomerata Sprengel, conhecida popularmente como guaco e originária da América do Sul, é uma planta subarbustiva, antialérgico, antiinflamatório e antiofídico, na grande maioria das vezes administrada sem supervisão de profissionais da área da saúde. Neste estudo, nosso objetivo é estudar a possível ação do extrato vegetal de Mikania glomerata Sprengel (guaco) no perfil reprodutivo e gestacional de camundongos (Mus musculus domesticus) e determinar se a administração desta droga pode comprometer o embrião/feto e placenta durante a prenhez. Este estudo mostrou que a utilização do extrato de Mikania glomerata em doses supra-terapêuticas pode atuar sobre processos morfofuncionais orgânicos, interferindo no crescimento placentário e fetal e podendo levar ao insucesso gestacional e ao aparecimento de defeitos congênitos. Além disto, a diminuição do crescimento fetal observado nas doses consideradas terapêuticas também é um alerta para o uso inadvertido do extrato de guaco sem acompanhamento médico devido, em qualquer período gestacional. que nasce nas matas e cerrados e, que se adapta muito bem ao cultivo doméstico. Ela é vastamente utilizada pela população no tratamento de doenças como a asma, bronquite, e reumatismo, além de possuir efeito antifúngico, antimicrobiano.
Palavras- Chave: Placenta. Teratogênese. Mikania glomerata.
MENDES, C.F. Effect of Mikania glomerata Sprengel (guaco) extract on implantation and placental and embryonic development in mice. . 2011. 103 p. Masters Thesis (Cell and Tissue Biology Program) - Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
ABSTRACT
Nowadays, the use of medicinal plants has grown dramatically. In Brazil, a country whose native flora is rich, has invested substantially in research in this area. This is due in part to the need for new drugs, the interest in marketing these products, the interest in the preservation of popular culture and the reserve of national flora. In parallel with this scenario is the belief that phitotherapeutics are harmless in special circumstances such as pregnancy, hypertension, diabetes, etc. It is as if the herbal acted specifically in a determinate disease not on the metabolism as a whole. The Mikania glomerata Sprengel, popularly known as guaco and originating from South America, is a plant undergrowth, which rises in the forests and savannahs, and that lends itself very well to domestic cultivation. It is widely used by local people in the treatment of diseases such as asthma, bronchitis, and rheumatism, as well as having antifungal effect, antimicrobial, antiallergic, anti-inflammatory and anti-snakebite, in most cases administered without the supervision of health professionals. In this study, our goal is to study the possible action of plant extract of Mikania glomerata Sprengel (guaco) in pregnancy and reproductive profile of mice (Mus musculus domesticus) and determine whether the administration of this drug may affect the embryo / fetus and placenta during pregnancy. This study showed that the use of extract of Mikania glomerata at supratherapeutic doses can act on morphofunctional organic processes, interfering with fetal and placental growth and could lead to pregnancy failure as well as contribute to the appearance of birth defects. Furthermore, the decrease in fetal growth observed in therapeutic doses is also considered a warning to the inadvertent use of the extract guaco without medical supervision because, at any gestational period.
Key-words: Placenta. Teratogenesis. Mikania glomerata.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BSA – albumina sérica bovina
CO2 Gás carbônico
DAB - 3,3’-diamino benzidina
Dg – Dia gestacional
EDTA – Ácido etilenodiaminio tetra-acético
HE – Hematoxilina e Eosina
PAS- Ácido Periódico de Schiff
PBS Phosphate buffered-saline
TBS Tris-phosphate buffer saline
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Relação de plantas embriotóxicas, teratogênicas e abortivas comumente utilizadas pela população brasileira..................................................................... 38 Tabela 2 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado em fêmeas prenhes sobre o ganho de peso corporal () entre o 1º e o 19º dia de gestação.............................................................................................................. 52 Tabela 3 – Efeito da administração do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 da gestação (n=10) sobre parâmetros gestacionais ............................................................................................................................. 52 Tabela 4 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata, administrado entre os dias 7 e 11 da gestação (n=10). Índices gestacionais................................... 52 Tabela 5 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação (n=10)...................................................................... 53 Tabela 6 – Frequência de malformações congênitas e anomalias nos grupos tratados com extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação............................................................................................... 55 Tabela 7 – Número de centros de ossificação identificados pela alizarina vermelha nos fetos controle e que receberam o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata entre os dias 7 e 11 da gestação......................................................................... 56 Tabela 8 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata, administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Parâmetros gestacionais (n=10)........................... 57 Tabela 9 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Desempenho gestacional (n=10)........................... 57 Tabela 10 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (T mg/g/dia, por gavagem), administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Parâmetros biométricos ............................................................................................................................. 58 Tabela 11 – Frequência de malformações congênitas e anomalias nos grupos tratados com extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 14 e 18 da gestação............................................................................................. 60 Tabela 12 – Número de centros de ossificação identificados pela alizarina vermelha nos fetos que receberam ou não o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (T mg/g/dia, por gavagem) entre os dias 14 e 18 de gestação.................................. 61
Tabela 13 – Resumo dos dados obtidos dos estudos nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia de Mykania glomerata, administrados durante o 7 ao 11 e 14 ao 18 dia de gestação.................................................................................................................61
Tabela 14 – Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área total da placenta e na área das regiões juncional e do Labirinto........ 65
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação sob a anatomia fetal............................................... 54
Figura 2 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, por gavage), administrado entre os dias 14 e 18 da gestação................................. 60
Figura 3 – Placentas de fêmeas-controle (A) e tratadas (B-F) com Mikania glomerata nas doses de (B) 0,03, (C) 0,3 e (D-F) 0,6 mg/g/dia, por gavagem, durante os dias 7 e 14 de gestação................................................................... 63
Figura 4 – Preparados histológicos de placentas de camundongo aos 19 dias de gestação de fêmeas tratadas e controle com o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, por gavagem) entre os dias 7 e 11 da gestação durante o período organogenético.................................................................................... 64
Figura 5 – Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área da região juncional e labiríntica........................................................... 65
Figura 6 – Reação de TUNEL em placentas tratadas com extrato de Mikania glomerata e controle......................................................................................... 66
Figura 7 – Imunolocalização do antígeno Ki67.................................................. 67
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... ............ 24
2.1 Implantação embrionária em camundongos ........................... ............ 25
2.2 Desenvolvimento Placentário................................................................. 27
2.3 Teratogênese e Defeitos Congênitos ....................................... ............ 29
2.3.1Teratogênese .......................................................................................... 29
2.3.1.1 Definições e Princípios ........................................................................ 29
2.3.1.2 Genótipo materno-fetal ........................................................................ 31
2.3.1.3 Mecanismos específicos de cada agente............................................. 31
2.3.1.4 Estágio do desenvolvimento do embrião/feto...................................... 31
2.3.1.5 Relação dose e efeito........................................................................... 31
2.3.1.6 Mecanismos de teratogênese.............................................................. 31
2.3.2 Defeitos Congênitos................................................................................ 32
2.3.2.1 Causas e prevenção das malformações congênitas............................ 33
2.3.2.1.1 Classificação por causa..................................................................... 33
2.3.2.1.2 Classificação por patogênese .......................................................... 33
2.3.2.1..2.1 Malformação.................................................................................. 33
2.3.2.1.2.2 Disrupção ...................................................................................... 34
2.3.2.1.2.3 Deformação.................................................................................... 34
2.3.2.1.2.4 Displasia......................................................................................... 34
2.3.3 Prevenção dos defeitos congênitos.........................................................34
2.3.3.1 Prevenção Primária.............................................................................. 34
2.3.3.2 Prevenção Secundaria......................................................................... 34
2.3.3.3 Prevenção Terciária............................................................................. 35
2.4 Plantas medicinais, fitoterápicos e teratogênese................................. 35
2.4.1 A toxcicidade das plantas medicinais...................................................... 36
3 OBJETIVOS.................................................................................................. 39
3.1 Objetivo Geral........................................................................................... 40
3.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 40
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 41
4.1 Reagentes................................................................................................. 42
4.2 Comitê de ética......................................................................................... 42
4.3 Animais...................................................................................................... 42
4.4 Acasalamento e determinação da prenhez........................................... 42
4.5 Material Vegetal e extração......................................................... ............ 43
4.6 Protocolo de dose e administração nos animais.................................. 44
4.7 Toxicidade do extrato.............................................................................. 44
4.8 Desempenho gestacional....................................................................... 44
4.9 Processamento das amostras para análise morfológica.................... 45
4.10 Imunolocalização do antígeno Ki67.................................................... 46
4.11 Reação de TUNEL............................................................... ....... ........... 47
4.12 Análise das regiões placentárias ....................................................... 47
4.13 Análise da morfologia fetal.................................................................. 48
4.14 Analise Estatística........................................................... .......... .......... 49
5 RESULTADOS........................................................................................... 50
5.1 Avaliação da toxicidade do extrato...................................................... 51
5.2 Avaliação do efeito do extrato sob o desempenho gestacional e
parâmetros biométricos.............................................................................. 51
5.2.1 Efeitos durante o período organogenético............................................. 51
5.2.1.1 Desempenho gestacional.................................................................... 51
5.2.1.2 Parâmetros biométricos...................................................................... 53
5.2.1.3 Malformações e anomalias.................................................. .... ........... 54
5.3 Avaliação do efeito do guaco administrado durante o desenvolvimento
fetal................................................................................................................. 56
5.3.1 Desempenho gestacional....................................................................... 56
5.3.2 Parâmetros biométricos.......................................................................... 58
5.3.3 Malformações e anomalias .................................................................... 58
5.4 Avaliação do efeito de Mikania glomerata (guaco) sobre a placenta. 62
5.4.1 Analise morfológica................................................................................ 62
5.4.2 Análise morfométrica............................................................................ 64
5.4.3 Avaliação da taxa de morte celular...........................................................66
5.4.4 Análise ciclo celular................................................................................. 67
6 DISCUSSÃO................................................................................................. 68
ANEXOS ........................................................................................................ 93
REFERÊNCIA ................................................................................................. 96
1 INTRODUÇÃO
21
O termo barreira placentária é empregado para designar a presença de tecidos que
se interpõem entre o sangue materno e fetal. Esta estrutura enquanto barreira física,
também é dotada de mecanismos complexos e específicos para permitir a
passagem de moléculas entre estes organismos e a proteção a agentes estranhos
presentes na interface materno-fetal ou no sangue materno (CLARK et al., 1998).
Estes mecanismos, entretanto podem não ser adequadamente eficientes em
determinadas situações. Alguns fármacos ou seus metabólitos, por exemplo,
administrados por vias diversas ao organismo materno, podem também alcançar a
interface materno-fetal e atravessar a barreira placentária e atingir a corrente
sanguínea fetal. Nestes casos, pode haver comprometimento do organismo fetal,
que por não possuir ainda capacidade de metabolização de muitas substâncias e
não ter ainda seus sistemas corporais completamente desenvolvidos, pode sofrer os
efeitos negativos da droga utilizada (LEMONICA, 1996).
Até 1960, acreditava-se que a barreira placentária era absoluta, não expondo o
feto a substâncias outras que não as nutritivas, como por exemplo: os teratógenos.
No entanto, este conceito foi fortemente abalado quando a sociedade se deparou
com os efeitos gerados pela Talidomida, que administrada entre a primeira e oitava
semana de gestação alterava ou depletava completamente o desenvolvimento dos
membros fetais. Instalou-se então uma preocupação crescente (até os dias de hoje)
relacionada à teratogenicidade a que o embrião/feto pode ser submetido durante o
desenvolvimento intra-uterino (GILLBERG, 1994; SCHULER-FACCINI et al., 2002 ;
UJHÁZY et al., 2005).
Teratógenos agem através de diferentes mecanismos durante o
desenvolvimento, como por exemplo: induzindo morte celular, alterando o
crescimento tecidual ou ainda, interferindo nos processos de diferenciação ou na
sequência de processos morfogenéticos específicos. O efeito de um teratógeno
pode ainda, atingir um tecido, um órgão, um sistema ou o conjunto de sistemas que
determina a homeostase de um indivíduo. As ações de um componente teratógeno
podem ser relacionadas como causadoras de:
a) morte do embrião/feto;
b)malformações (defeitos ou malformações congênitas geralmente consideradas
uma anomalia estrutural presente ao nascimento, mas que atualmente pode incluir
também desordens funcionais e retardo mental);
22
c) retardo do crescimento intra-uterino;
d) deficiências funcionais.
Deve-se ainda, considerar que a ação de um teratógeno depende:
a) do estágio de desenvolvimento embrionário/fetal (determinados estágios
de desenvolvimento são mais vulneráveis que outros;
b) da dose administrada;
c) da heterogeneidade genética maternal e/ou fetal (CASTILLA e ORIOLI,
2004; KALTER et al., 2003; MOORE, 2008; RAMOS et al., 1981). Em
humanos, acredita-se que 7 a 10% dos defeitos congênitos derivam da
ação perturbadora de drogas, vírus e outros fatores ambientais (MOORE,
2008).
A Mikania glomerata Sprengel conhecida popularmente como guaco, é originária
da América do Sul, sendo encontrada na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil,
especialmente na região Sul e Sudeste. Esta é uma planta subarbustiva que nasce
nas matas e cerrados, adaptando-se muito bem ao cultivo doméstico (OLIVEIRA;
SAITO; GARCIA et al., 1994). É largamente utilizada pela população, sem indicação
médica, no tratamento de doenças como: asma, bronquite, reumatismo, além de
possuir efeito antifúngico, antimicrobiano, antialérgico, antiinflamatório e antiofídico
(FIERRO et al., 1999; HOLETZ et al., 2002; MAIORANO et al., 2005).
Estudos fitoquímicos têm demonstrado a presença de inúmeras substâncias na
Mykania glomerata Sprengel tais como: flavonóides, cumarinas, taninos,
estigmasterol e sistosterol, muitas das quais dão à planta características únicas de
odor (FIERRO et al., 1999; OLIVEIRA; ALVARENGA; AKISUE et al., 1984;
VENEZIANI ; OLIVEIRA 1999).
Entre estes compostos, a cumarina é a substância química majoritariamente
encontrada e estudada e, intrinsecamente relacionada com a ação farmacológica do
guaco (LEITE et al., 1993; REHDER et al., 1998; SOARES DE MOURA et al., 2002).
Estudos também têm mostrado que a cumarina apresenta atividade tóxica em
fígados de ratos (BORN et al., 2000), atividade contraceptiva em ratas (ULUBEEN et
al., 1994) e é responsável também pela Síndrome da Warfarina (HETZEL et al.,
2006). Por outro lado o uso de agentes cumarínicos tem sido relacionado a
malformações do tipo: microftalmia, retardo no crescimento ósseo, condrodisplasia
puntacta, hipoplasia de membros, retardo mental, restrição de crescimento intra
23
uterino, aborto espontâneo, natimortalidade e hemorragias (BRIGS; FREEMAN;
YAFFE et al., 1994; HALL et al., 1980; HOWE et al., 1992; PAULI et al., 2010;
O’REILLY, 1980).
Os flavonóides também são bastante estudados devido às suas ações como:
antioxidante, antiinflamatório, prevenção e retardo de determinados tipos de câncer,
etc. (CHOI et al., 2009; FENG; ZHANG; ZHU., 2009; GERAETS; HAEGENS;
BRAUERS et al., 2009).
Já os taninos são polifenóis com peso molecular entre 500 e 3000 kD utilizados
para prevenir a aterosclerose. Além de promover a queda leucocitária em
camundongos tratados com essas substâncias (MELO et al., 2008).
Estes constituintes caracterizam a Mikania glomerata como um potencial agente
teratógeno e justificam estudos mais pormenorizados do uso deste fitoterápico
durante a gestação. Além disto, deve se também destacar que mulheres grávidas
por toda a América do Sul se utilizam desta planta, como meio terapêutico de “cura”
para tosses de diferentes causas, muitas vezes sem conhecimento de seu médico,
baseadas na crença de que medicamentos fitoterápicos são inofensivos. É como se
os fitoterápicos atuassem especificamente sobre uma determinada patologia e não
sobre o metabolismo como um todo!
Neste contexto, este estudo teve como objetivo analisar diferentes parâmetros
associados à gestação após a administração oral de Mykania glomerata em
diferentes concentrações, utilizando camundongos como modelo experimental.
24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
25
2.1 Implantação embrionária em camundongos
O sucesso da gestação depende de uma favorável interação entre tecidos
maternos e fetais. Tal interação pode ser superficial como no caso dos ruminantes,
na qual o feto permanece na cavidade uterina e a interação materno-fetal inclui
todos os tecidos endometriais e o cório; ou associada à intrusão do feto no
endométrio, na qual o cório interage diretamente com o sangue materno. Esta
condição é observada em primatas e roedores e a placenta oriunda desta interação
é classificada como hemocorial (MOSSMAN, 1937).
Ao atingir o útero, o embrião de mamíferos na fase de mórula inicia a primeira
etapa do processo de diferenciação celular. Este processo culmina com o
aparecimento do o blastocisto, formado por: massa celular interna ou embrioblasto
(dará origem ao corpo do embrião propriamente dito), a blastocele ou cavidade
blastocística e o trofoectoderma ou trofoblasto (recobre totalmente o blastocisto e dá
origem ao cório, a porção fetal da placenta).
Em roedores e mais especificamente em camundongos, as células trofoblásticas
que revestem a blastocele, o trofoblasto mural, diferenciam-se em células gigantes
primárias, poliplóides, fagocíticas e invasivas envolvidas com a intrusão e
alojamento do embrião na decidua antimesometrial (BEVILACQUA ;
ABRAHAMSOHN, 1989; ENDERS e SCHLAFKE, 1967). As células trofoblásticas
que revestem a massa celular interna são denominadas de trofoblasto polar. Estas
células darão origem a cone ectoplacentário, cujas células em contato com o
organismo materno diferenciam-se em células gigantes secundárias e invadem a
porção mesometrial do sítio de implantação (GARDNER ; PAPAIOANNOU ;
BARTON et al., 1973, RUGH., 1968). Juntamente com o ectoderma extra-
embrionário e mesoderma alantoideano, o cone ectoplacentário forma a porção fetal
da placenta ao redor do dia 10,5 de gestação (CROSS ; WERB ; FISHER et al.,
1994).
Durante o período de implantação embrionária o trofoblasto invade o epitélio
uterino, decídua e vasos endometriais, fazendo contato direto com o sangue
materno. Este processo inicia-se na região antimesometrial continuando,
26
posteriormente, na região mesometrial uterina (AIN ; CANHAM ; SOARES, 2003;
MOSSMAN, 1937; SHARKEY ; SMITH, 2003).
O processo de implantação embrionária costuma ser dividido em três principais
estágios: a fase de aposição, na qual ocorre a aproximação entre as células do
trofoblasto e as do epitélio uterino; a fase de adesão, caracterizada por uma íntima
associação entre as membranas plasmáticas das células do trofoblasto e as do
epitélio uterino e a fase de invasão, quando as células do trofoblasto penetram no
epitélio uterino e lâmina basal, alcançando o estroma endometrial subjacente.
Diferentes tipos de células trofoblásticas com funções distintas se diferenciam a
partir do trofoblasto do blastocisto de camundongos (CROSS, 2005). A primeira
onda de diferenciação ocorre através do trofoblasto mural. Por volta do 5º dia de
gestação, estas células super expressam o gene Hxt e entram em um processo de
endoreplicação e tornam-se poliplóides (células gigantes primárias) (CROSS, 2005;
POOTS, 1969). O conteúdo de DNA destas células pode aumentar até 850 vezes
com o avançar da gestação (BARLOW ; SHERMAN,1972).
Já as células do trofoblasto polar ao redor do 6º dia de gestação, proliferam e
formam uma saliência denominada de cone ectoplacentário, estrutura precursora da
placenta. Enquanto as células mais centrais desta estrutura mantém sua atividade
proliferativa, um segundo processo de diferenciação leva á diferenciação de células
gigantes secundárias na periferia do cone ectoplacentário. A morfologia das células
gigantes primárias e secundárias é bastante semelhante entre si assim como uma
fração substancial da expressão gênica associada ás funções celulares (ZYBINA,
1961). Além de mediar o processo de implantação embrionária, estas células
gigantes também estão envolvidas com a produção de hormônios, citocinas e outras
moléculas reguladoras e moduladoras (BEVILACQUA; ABRAHAMSOHN, 1989;
CROSS et al 1995; MACAULEY ; CROSS ; WERB, et al 1998; ZYBINA, 1961).
27
2.2 Desenvolvimento placentário
A placenta definitiva em roedores pode ser dividida em quatro compartimentos: a
placa coriônica, o labirinto e a zona juncional contendo o espongiotrofoblasto e a
camada de células trofoblásticas gigantes secundárias (WELSH ; ENDERS, 1991).
As células trofoblásticas gigantes secundárias, que constituem a camada mais
externa da placenta, estão interpostas entre as células deciduais e do
espongiotrofoblasto (MUNTNER ; HSU, 1977).
As células trofoblásticas gigantes desta forma se organizam ao longo de toda a
periferia embrionária, formando uma frente de interação com o organismo materno.
Dentre as estruturas com quem interagem, destacam-se os vasos endometriais que
permitem o acesso a nutrientes, gases e outros fatores vitais para o
desenvolvimento embrionário. A interação células: trofoblásticas gigantes e
endoteliais endometriais inicia-se precocemente, assim que o embrião ultrapassa os
limites do epitélio uterino e alcança o estroma endometrial. Evidências experimentais
indicam que projeções das células trofoblásticas são capazes de se inserir entre as
células endoteliais, passando a fazer parte destes segmentos vasculares e entrando
em contato com o sangue materno (BEVILACQUA ; ABRAHAMSOHN, 1989). Na
medida em que as células gigantes ao redor do embrião aumentam em número e
dimensões, assumem forma estrelada e se comunicam através de seus
prolongamentos. Desta forma, o sangue materno extravasado pelas células gigantes
percola nas malhas destas células ao redor de todo o embrião.
A implantação embrionária está desta forma associada ao desenvolvimento e
diferenciação de células trofoblásticas gigantes com potencial invasivo, capazes de
penetrar o epitélio uterino, estroma endometrial e segmentos vasculares, sendo
capazes de alojar o embrião no endométrio e ainda estabelecer uma íntima relação
de trocas altamente eficientes cuja complexidade aumenta com a maturação da
placenta (PIJNENBORG et al, 2006).
As células mais internas do cone ectoplacentário mantém sua atividade
proliferativa e diferenciam-se ao longo da gestação em células do
espongiotrofoblasto da zona juncional. De função ainda não completamente
conhecida, acredita-se que possuam um papel estrutural, regulador e hormonal,
28
secretando hormônios como, por exemplo, a proliferina e o placentário lactogênico.
(CROSS et al., 2002, 2005). Dentre os tipos celulares desta camada, destacam-se
também células que acumulam glicogênio, plenamente diferenciadas ao redor do dia
12,5 de gestação (GARDNER ; PAPAIOANNOU ; BARTON et al 1973; TESSER et
al 2010).
Um pouco mais tardiamente, ao redor do dia 8,5 da gestação inicia-se a
formação da camada labiríntica da placenta a partir da fusão do mesoderma
alantoideano e do ectoderma extra-embrionário, na base do cone ectoplacentário.
Nesta região, também denominada de placa coriônica, destacam-se em cortes
histológicos com o progredir da gestação evaginações do mesoderma alantoideano
com os primeiros capilares fetais no ectoderma extra-embrionário. A partir do dia 10
de gestação, a interação mesoderma vascularizado e células trofoblásticas
derivadas do ectoderma extra-embrionário torna-se mais complexa, de forma que
uma tripla camada de trofoblasto se organiza ao redor do mesoderma em estruturas
digitiformes que se anastomosam entre si e que em conjunto caracterizam a camada
labiríntica da placenta de roedores (ANSELL, 1974; SERMAN ; SERMAN., 2011;
VALDÉS e CORTHORN., 2011). As células trofoblásticas mais externas desta
estrutura entram em contato com o sangue materno extravasado oriundo da invasão
vascular das células gigantes.
Neste contexto, a camada labiríntica passa a caracterizar uma barreira materno-
embrionária entre o sangue materno que banha a superfície trofoblástica e o fetal
presente no interior dos vasos do mesoderma extra-embrionário, desempenhando
funções relacionadas a trocas gasosas e nutricionais (CROSS, 2000, 2002).
A camada trofoblástica labiríntica, formada por duas camadas de sinciciais e uma
com células individualizadas entre as quais algumas gigantes também
desempenham funções de proteção importantes nas infecções durante a gestação,
impedindo ou dificultando a passagens de microorganismos.
Uma segunda onda de invasão das células trofoblásticas gigantes ocorre
tardiamente durante a formação da placenta. Esta invasão denominada de peri ou
endovascular caracteriza-se pela migração de células trofoblásticas no interstício
decidual, alcançando vasos arteriais de maior calibre. A invasão das células
29
trofoblásticas nestes segmentos vasculares causa alterações fundamentais na
estrutura vascular que tem suas células musculares e endoteliais substituídas por
células trofoblásticas (CROSS et al., 2002; DUNK et al., 2003; GEUSENS et al.,
2008). Este mecanismo diminui a resistência vascular e impede a ação de
mediadores vasoativos na interface materno-fetal, garantindo um suprimento
sanguíneo (nutrientes e gases) adequado ao desenvolvimento do concepto
(CROSS., 2005; PLAISIER., 2011; PIJINENBORG et al., 2011).
No dia 14 de gestação, após completo o processo de diferenciação das células
trofoblásticas, a placenta fetal de camundongo é considerada madura (MUNTNER ;
HSU., 1977; CROSS., 2000, 2002).
No endométrio também se observam alterações importantes nos tecidos que
comporão a porção materna da placenta. Simultaneamente à implantação
embrionária ocorre a remodelação do estroma endometrial materno, conhecida
como reação decidual ou decidualização. Estudos mostram que uma cascata de
eventos morfofuncionais caracteriza esta reação que envolve: edema, aparecimento
de fenestras no endotélio dos vasos sanguíneos, mudança na estrutura e
composição dos componentes da matriz extracelular, alterações morfológicas das
células do estroma endometrial (epitelióides, poliplóides, etc) e síntese de
mediadores específicos. Assim como a diferenciação das células gigantes a
formação da decídua inicia-se na região antimesometrial e gradativamente atinge a
mesometrial uterina. Ainda, esta é uma estrutura transitória que regride
completamente no terço final da gestação (ABRAHAMSOHN ; ZORN, 1993)
2.3 Teratogênese e Defeitos congênitos
2.3.1 Teratogênese
2.3.1.1 Definições e princípios
Defeitos congênitos têm sido descritos a milhares de anos. Acredita-se que
grande parte da mitologia grega, por exemplo, tenha se originado da observação de
anomalias do desenvolvimento, tais como: ciclopia (Polifemos), simelia (Sereias) e
janicéfalo (Janos).
30
Dentre os grandes pensadores, Aristóteles conhecia e descrevia uma ampla
variedade de malformações, as quais consideravam absolutamente contrárias à
ordem estabelecida; contudo, também mencionava que “obedeciam a uma
determinada ordem e não ocorriam ao acaso”. Plínio - “o velho” - relatou em sua
história (primeiro século d.C) povos e tribos que apresentavam malformações. Ele
introduziu o termo monstros, como aqueles seres incomuns, com malformações
grosseiras e de mau agouro (do latim, monstrum, mau agouro). Neste contexto, a
palavra grega para monstro é teras, teratos, originando assim o termo teratologia
(estudo das monstruosidades) (O’RAHILLY, 1988).
Trabalhos publicados por Paré, em 1573, foram importantes para o estudo e
delineamento de trabalhos futuros na área. Este autor acreditava na multiplicidade e
na interação de fatores causais. Dentre as causas, entretanto, ele incluía impressões
maternas.
Na década de 1820, a teratologia foi firmemente estabelecida por Etienne
Geoffroy Saint-Hilaire (considerado pai da teratologia), estudando embriões de
galináceos e cujo filho Isidore, introduziu o termo na Biologia ao escrever o Traité de
Teratologie, em 1836 (LEITE et al 2002). No entanto, segundo Warkany (1971) foi
Meckel em 1812 quem introduziu a análise sistemática das malformações
conhecidas.
Após os trabalhos de Mendel sobre os princípios da herança, o
desenvolvimento normal e o anormal foram considerados geneticamente
determinados (HOPWOOD, 1999).
Assim, a Teratologia: o estudo de malformações congênitas presentes no recém
nascido é relativamente recente como Ciência. A partir da tragédia gerada pela
talidomida nos anos 60, instalou-se uma preocupação global com relação à
teratogênese que certos compostos podem gerar no feto. Atualmente poucas drogas
são reconhecidas como teratógenos e nenhuma delas com risco de efeito
teratogênico próximo a 100% (JASPER et al., 2001; MOORE, 2008).
Definimos como agente teratogênico ou teratógeno qualquer substância,
organismo ou agente físico capaz de gerar uma alteração na estrutura, função ou no
metabolismo do embrião/feto/recém nascido (DICKE, 1989, MOORE, 2008), bem
31
como déficits comportamentais e neurológicos até mesmo a morte intra-uterina
(ADAMS, 1993; BRIGGS et al., 1998). Sendo assim, a procura das causas das
malformações nos organismos vivos, continua sendo o principal objetivo da
teratologia, cujos princípios básicos, para caracterizar agentes como teratógenos
são:
2.3.1.2 Genótipo materno - fetal – a susceptibilidade ou resistência à
manifestação de um agente teratogênico é influenciada diretamente pelo seu
metabolismo e distribuição na circulação materna, pela capacidade de atravessar a
barreira placentária e pelo metabolismo fetal, características estas únicas da
unidade “mãe-feto” em função da heterogeneidade genética.
2.3.1.3 Mecanismo específico de cada agente – os teratógenos atuam em
células, tecidos, órgãos e sistemas através de mecanismos específicos para iniciar
uma seqüência de eventos de desenvolvimento anormal.
2.3.1.4 Estágio do desenvolvimento do embrião/feto – a susceptibilidade ao
teratógeno varia de acordo com o período de desenvolvimento embrionário-fetal. Em
humanos o período organogenético compreende o intervalo entre a 3ª e a 8ª
semana após a fecundação, considerado o mais crítico em relação aos erros
morfogenéticos. Em camundongos, período equivalente ocorre entre o 7º e 14º dia
da gestação.
2.3.1.5 Relação dose e efeito – a indução de defeitos congênitos é diretamente
proporcional ao aumento da dose do agente, variando desde a ausência do efeito
até letalidade.
2.3.1.6 Mecanismos de teratogênese – os agentes teratogênicos atuam em
mecanismos diretos ou indiretos no funcionamento intra ou extracelular através de
interferências relacionadas com: proliferação, interações celulares, metabolismo
celular, crescimento tecidual, nutricional e de controle da metilação de DNA
(HOLLIDAY, 1998; RUTLEDGE et al., 1997; ROGERS et al., 2000; WELSH, 1992).
32
2.3.2 Defeitos congênitos: definição e características
Recentemente um provável efeito de fármacos e plantas medicinais sobre o
desenvolvimento do embrião/feto tem sido questionado, abrindo a necessidade de
novos estudos nesta área.
Neste sentido, embora diversos estudos tenham definido conceitos para os
defeitos congênitos (CHRISTIANSON et al., 1981; ENDL e SCHALLER, 1973;
FRASER 1959; MARDEN et al., 1969; OPTIZ, 2000; WARKANY, 1947), o mais
amplamente aceito é o estabelecido por KALTER (2003) que diz: - defeitos
congênitos ou anomalias congênitas são considerados distúrbios do
desenvolvimento presentes ao nascimento, podendo ser de ordem estrutural,
funcional ou metabólica e até mesmo genética e hereditária acarretando um
distúrbio físico, mental ou até mesmo o óbito do concepto. Ainda que uma
malformação ocorra no período neonatal, inúmeras vezes seu diagnóstico é
realizado apenas durante a adolescência ou até mesmo na idade adulta, como é o
caso das cardiopatias congênitas (OPTZ, 2000).
Atualmente para efeito de diagnóstico as malformações congênitas podem ser
divididas em dois grandes grupos: o das malformações maiores e e o das menores.
As malformações denominadas maiores possuem um efeito drástico no organismo,
sendo necessário tratamento médico cirúrgico. Possuem também um alto impacto
social podendo levar a morte perinatal ou neonatal. A incidência de malformações
maiores é de 3 a 5% nos recém nascidos, sem considerar aquelas inseridas nos
casos de aborto (GIUGLIANI, 2002). As malformações menores, presentes em
aproximadamente 15% dos recém-nascidos necessitam de acompanhamento
médico, mas não são fatais e não necessitam de intervenção cirúrgica, ou seja, não
provocam nenhuma conseqüência ao indivíduo portador (KALTER, 2003). A
incidência de três ou mais malformações menores, no entanto, pode estar
relacionada a existência de uma malformação maior (DE CASTRO, 2002; KALTER,
2003; MOORE, 2008).
33
2.3.2.1 Causas e prevenção das malformações congênitas
Existem diversas maneiras de se classificar as malformações e suas causas,
facilitando assim o melhor entendimento médico, científico e social. Estas
classificações levam em consideração fatores relevantes para a potencialidade de
um teratógeno baseados no período de desenvolvimento e carga genética do
concepto, dose e período de exposição. O período mais crítico para a ação de um
teratógeno ocorre durante os processos de divisão celular, diferenciação e
morfogênese (JORDE et al., 1999).
2.3.2.1.1 Classificação por causa
Os defeitos congênitos podem ser atribuídos a diversas etiologias, sendo elas:
ambiental, genética e multifatorial (CASTILLA et al., 1996). As estimativas de causa
de etiologia genética (monogênicas e cromossômicas) são de aproximadamente
13,5%; as de origem ambiental (agentes físicos, químicos e biológicos) são de 5,0%,
enquanto que as consideradas multifatoriais (ambiental e genética) são da ordem de
20%. Sessenta e cinco por cento dos defeitos congênitos, no entanto, ainda
possuem causas desconhecidas (KALTER, 1993; MOORE, 2008; SCHARDEIN,
2000a).
Dentre os agentes químicos podemos citar drogas lícitas e ilícitas, medicamentos
e substâncias químicas; dentre os agentes biológicos, as infecções e dentre os
agentes físicos a radiação ionizante e temperatura.
2.3.2.1.2 Classificação por patogênese
Os defeitos congênitos podem também ser classificados pela gravidade no
desenvolvimento fetal e período de ocorrência:
2.3.2.1.2 .1 Malformação.
São anormalidades morfológicas de um órgão e partes do corpo decorrente do
desenvolvimento anormal podendo ser retardado, interrompido ou alterado. Este
defeito é comumente determinado nas primeiras 8 semanas do desenvolvimento,
isto é no período organogenético, podendo ter como etiologia, agentes genéticos ou
multifatoriais (JONES, 1998).
34
2.3.2.1.2.2 Disrupação.
São anormalidades morfológicas de um órgão, parte dele ou de uma região
maior do corpo, originada através da perturbação ou interferência de uma estrutura
previamente normal. Suas principais causas são os fatores ambientais, o que gera
comprometimento através de compressão, isquemia, hemorragia ou adesão
estrutural (KALTER, 2003).
2.3.2.1.2.3 Deformação.
São distorções nas estruturas fetais previamente formadas decorrente de
choques mecânicos intrínsecos (edema fetal) ou extrínsecos (constrição uterina do
canal de parto) (KALTER, 2003).
2.3.2.1.2.4 Displasia.
Apresenta-se como desorganização celular de um tecido, gerando um aspecto
tumoral (KALTER, 2003).
Além dos fatores citados, existem outros como: paridade, consangüinidade, etnia
e nível sócio econômico que tendem a aumentar significativamente os defeitos
congênitos (CASTILLA et al., 1996; SHAW et al., 2002; WHO, 1993).
2.3.3 Prevenção dos defeitos congênitos
Segundo CASTILLA et al. (1992), levando-se em consideração todos estes
fatores, pode-se inferir que as causas das malformações são variadas, inespecíficas
e intrínsecas, contudo, poderiam ser facilmente prevenidas tomando-se medidas,
simples, efetivas e econômicas, a saber:
2.3.3.1 Prevenção Primária: realizada antes da concepção, impedindo a
ocorrência de um defeito congênito. Exemplo: a vacinação preventiva contra
infecções como a rubéola e a hepatite B e o tratamento prévio de infecções
ambientais tais como a toxoplasmose.
2.3.3.2 Prevenção Secundária: durante o período gestacional, para evitar
malformações fetais. Exemplos: hábitos maternos que atuam diretamente sobre o
desenvolvimento como etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas.
35
2.3.3.3 Prevenção Terciária: baseada no tratamento dos defeitos congênitos
após o nascimento, evitando complicações futuras e melhorando a qualidade de vida
e sobrevida da criança.
Dentre as condutas de prevenção são mundialmente relevantes: (i) evitar
gestações em mulheres acima de 40 anos (diminui em 1/3 a freqüência da Síndrome
de Down; (ii) suplementação alimentar com ácido fólico (preveni o aparecimento de
defeitos congênitos do tubo neural) (LEITE et al., 2002)
2.4 Plantas medicinais, fitoterápicos e teratógenos
A manutenção da integridade física, a procura de alívio da dor e a cura de
doenças levaram á incorporação de inúmeras espécies vegetais à medicina
tradicional (STASI, 1996). Segundo DA CUNHA (2003) e TYLER (1996) e os
primeiros relatos de uso de plantas datam dos séculos II e III antes da era Cristã.
Assim, vegetais fazem parte da vida do homem desde as primeiras civilizações e
sua importância é medida pela intensidade de seu uso.
Em 78 d.C., o botânico grego Pedonios Dioscorides descreveu aproximadamente
600 plantas com caráter medicinal, no tratado “De Materia Medica”, o qual
permaneceu como referência bibliográfica e médica por aproximadamente catorze
séculos.
No século XVI, o médico Philippus AureolusTheophrastus Bombastus von
Hohenheim, conhecido como Paracelsus (1493-1541), formulou a “teoria das
Assinaturas” a qual descreve que semelhante cura semelhante. Acreditava-se que a
forma, a cor, o sabor e o odor das plantas estavam relacionados com as suas
propriedades terapêuticas, podendo dar indícios de seu uso clínico. Algumas destas
plantas passaram a fazer parte das farmacopéias alopáticas e homeopáticas a partir
do século XIX, quando suas bases terapêuticas começaram a ser estudadas.
(ELVIN-LEWIS, 2001).
No Brasil, o registro de uso de plantas medicinais data da época de seu
descobrimento, contudo sabe-se que a população indígena já detinha o
conhecimento terapêutico das plantas oriundas da flora nacional (ELIZABETSKY e
SOUZA, 2004; REAIS et al., 2004). Embora os recursos terapêuticos fossem
36
constituídos predominantemente de plantas e extratos vegetais (SCHENKEL et al.,
2004a), muitas das plantas utilizadas como medicamento, só tiveram seu princípio
ativo conhecido a partir do fim do século XVIII, quando se iniciou o isolamento e
determinação dos seus constituintes (DA CUNHA, 2003). A partir dessa data, muito
desse conhecimento empírico passou a ser comprovado cientificamente abrindo
possibilidades para o uso de produtos vegetais como matéria prima para a síntese
de substâncias bioativas, especialmente fármacos de origem vegetal na medicina
popular (BARREIRO et al., 2004; SILVIA e RITTER, 2002).
2.4.1 A toxicidade das plantas medicinais
O potencial teratogênico de diversas plantas tem sido considerado a partir de
inúmeros relatos descrevendo efeitos tóxicos e malformações na prole de mães
tratadas experimentalmente. Esta literatura é escassa quanto aos efeitos
embriotóxicos gerados por plantas, mas amplamente explorada, quando se trata de
efeitos abortivos.
Estudo realizado por KAMBOJ (1988) mostra que das 120 plantas medicinais,
pertencentes a 54 famílias utilizadas e testadas em roedores para verificação de
atividade abortiva, apenas duas não apresentaram resultados positivos, o que
significa que mais de 50% dos animais testados tiveram a gestação interrompida.
Abaixo relacionamos parte desta literatura a título de exemplificar as relações
embriotóxicas já estudadas.
A ação de plantas como a angélica (Angelica archangelica, anti-coagulante), a
sucuúba (Himathantus sucuuba, combate à amebíase, úlcera e gastrite), o alecrim
(Rosmarinus officinales, propriedades anti-oxidantes, antifúngicas e antibacterianas),
a arnica (Arnica Montana, cicatrizante), a cânfora (Cinnamomum camphora, anti-
séptico, sedativo), o eucalipto (Eucaliptus globulus, tratamento de inflamações
pulmonares e mucosidade excessiva) e a sene (Cassia angustifolia e Cassia
acutifólia, laxativas) podem induzir aborto (ADIGÜZEL et al., 2005; PORTE e
GODOY, 2001; VEIGA JÚNIOR et al., 2005).
Ainda, estudos utilizando modelo experimental com ratas Wistar, demonstraram
que a arruda (atividade anti-hemorrágica, indicada para o tratamento de reumatismo,
37
hipertensão e verminoses, GONZALES et al., 2006), o barbatimão (atividade anti-
microbiana e antioxidante, VITRAL et al., 1987), o cambará (antipiréticos,
antimicrobianos, antimutagênicos, MELLO et al., 2005), o chapéu-de-couro
(tratamento de doenças renais, reumatismo, afecções cutâneas, TOLEDO et al.,
2004b) e o falso boldo (tratamento de problemas digestivos, ALMEIDA e
LEMONICA, 2000) também apresentam efeitos que podem ser prejudiciais à
gestante e ao concepto, tais como aborto, embriotoxicidade e malformações.
NAVARRO (2000) também demonstrou que o ipê roxo (Tabebuia sp.) e a hortelã
(Mentha piperita, distúrbios gastrintestinais, vermífugo para giardíase e amebíase,
possuem efeito teratogênico, embora ensaios-clínicos tenham confirmado a
atividade antineoplásica do ipê roxo (MATOS, 2000). Quebra-pedra (Phyllanthus
amarus) por sua vez, não pode ser utilizada durante a gravidez, pois possui
princípios ativos que atravessam a barreira placentária, podendo provocar aborto
(MATOS, 2000; MENGUE et al., 2001; SCHENKEL et al., 1985; SOUZA et al.,
2004).
Amplamente comercializada para rinite e sinusite a bucha paulista ou cabacinha
(Luffa operculata) possui substâncias denominadas cucurbi tacinhas responsáveis
por efeitos embriotóxicos e abortivos devido a hemorragia grave (MATOS, 2000;
SOUZA et al., 2004). O Ginseng (Pfaffia glomerata spreng) utilizado contra úlcera e
como calmante e hipoglicemiante podem prejudicar o desenvolvimento fetal na
medida em que causa malformações viscerais e esqueléticas (TOLEDO et al.,
2004a).
Além das plantas listadas acima, a tabela (Tab. 1) abaixo exemplifica outras
plantas medicinais que utilizadas em experimentos mostraram se embriotóxicas.
38
Tabela 1 – Relação de plantas embriotóxicas, teratogênicas e abortivas comumente utilizadas
pela população brasileira
Fonte: (Mendes, 2011)
Nome Vulgar
Nome Científico
Efeito Dosagem Período a
ser evitado Referências
Alecrim Rosmarinus of
ficinales Abortivo - -
Joly, 1993; Sartorato et al.,
2004
Angélica Angelica
archangelica Abortivo - -
Veiga Junior et al. , 2005
Arnica Arnica Montana Teratogênico
Abortivo - -
Veiga Junior et al. , 2005
Artemísia Artemísia vulgaris Teratogênico Embriotóxico
6000 mg kg-1 dia-1
Organogênese Tigno et al., 2000; Nacul et al. , 2001;
Cânfora Cinnamomum
canphora Abortivo - -
Veiga Junior et al., 2005
Cipó mil homens
Aristolochia Triangularis Cham
Abortivo Mutagênico
Carncinogênico - -
Ernest et al 1996; Nortier et al 2000
Espinheira Santa
Maytenus ilicifol ia Abortivo - Pré-implantação Jorge et al., 2004;
Montanari & Bevilacqua, 2002
Gengibre Zengiber off icinalis Abortivo 1000 mg kg-1
dia-1 11a semana gestacional
Conover, 2003
Melão de São Caetano
Mormodica Chrantia L.
Abortivo - - Gupta, 1995
Vidreira Tripterygium
Wilfordii Teratogênico Embriotóxico
50 e 100 mg kg-1 dia- 1
Origanogênese Zhang, 1992;
Chan & NG, 1995
- Rhazya stricta
Embriotóxico Teratogênico
500 a 2000 mg kg-1 dia-1
Pré implantação organogênese
Rasheed et al.,1997;
39
3 OBJETIVOS
40
3.1 Objetivo Geral
Este estudo pretende investigar a possível ação dos extratos vegetais de guaco
(Mikania glomerata Sprengel) no perfil gestacional em camundongos.
3.2 Objetivos específicos
1. Determinar os possíveis efeitos do extrato de guaco (Mikania glomerata
Sprengel) sobre parâmetros gestacionais visando determinar o(s) estágio(s) mais
sensível(s) à ação da droga.
2. Determinar no embrião/feto de mães que receberam o guaco: (a) As possíveis
alterações morfológicas que o tratamento provoca na interface materno-fetal
(placenta e decídua) ao longo da gestação; (b) Os possíveis efeitos teratogênicos
(malformações embrio-fetais) como uma forma de avaliar células/tecido-alvo da ação
do fitoterápico.
41
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Reagentes, abreviaturas e procedência:
42
Bayer (Alemanha): cetamina, cloridrato de tiazina. DAKO A/S (Denmark):
anticorpo secundário anti cabra feito em coelho. Merck KGaA (Darmstadt,
Germany): ácido acético, ácido cítrico, alizarina vermelha, eosina, etanol, etanol
benzílico, formaldeído, hematoxila de Harris, Hematoxilina de Mayer, glicerina
Histosec®, hidróxido de amônio, hidróxido de potássio, hidróxido de sódio, metanol,
peróxido de hidrogênio, reativo de schiff, sulfeto de amônio, verde metila, xilol.
Roche Diagnostics GmbH (Mannheim, Germany): kit detecção de morte celular-
fosfatase alcalina-TUNEL. Santa Cruz Biotechnology Inc. (Ca, EUA): anticorpo
primário anti Ki67 feito em cabra, anticorpo primário anti proliferina feito em cabra
Sigma Chemical Co. (St Louis, MO, EUA): albumina sérica bovina (BSA), 3,3’-
diamino benzidina tetracloreto (DAB), ácido etileno diamino tetraacético (EDTA),
Fast Red/ Naphthol, paraformolaldeído, poli-L-lisina, tampão fosfato salina (PBS),
tampão Tris salina (TBS).
4.2 Comitê de Ética
Todos os procedimentos experimentais deste estudo foram realizados de acordo
com os princípios éticos adotados pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
e aprovados pela Comissão de Ética em Experimentação Animal do Instituto de
Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ANEXO A).
4.3 Animais
Foram utilizados camundongos Mus musculus domesticus da linhagem CD1
com idade aproximada de 3 meses, mantidos no Biotério do Departamento de
Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo, sob regime de água e ração granulada ad libitum.
4.4 Acasalamento e determinação da prenhez
Para o acasalamento, ao fim de cada tarde, lotes de aproximadamente 20
fêmeas eram colocados nas gaiolas dos machos na proporção 2:1. A presença de
rolha vaginal na manha seguinte indicava o dia 0,5 de gestação (dg). Todos os
animais foram sacrificados no 19º dia de gestação
43
4.5 Material vegetal e extração
Folhas secas de Mikania glomerata Sprengel, certificadas e cedidas pelo
Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA)
foram utilizadas para o preparo do extrato vegetal hidroetanólico das amostras. O
extrato fluído hidroetanólico foi produzido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas,
Departamento de Farmácia, sob orientação da Profa. Dra. Elfriede Bacchi,
processado em um rota-evaporador a vácuo, a 40º C para retirada do etanol e
posterior liofilização para remoção da água. O produto seco foi pesado, aliquotado
em tubos de 1 mL, em doses já predefinidas e mantido a temperatura ambiente, em
dissecador, protegido da luz e à vácuo.
4.6 Protocolo de dose e administração nos animais
De acordo com o Formulário Terapêutico Nacional, a dose de utilização diária de
guaco (Mikania glomerata Sprengel) em humanos deve ser de até 1500 mg/dia
(aproximadamente 0,03 mg/g de peso corporal)(vide bulas Herbarium, 2010).
Diversos trabalhos na literatura mostram doses diversas e efeitos fisiopatológicos de
diferentes graus em doses que variam de 0,004 mg/g a 6 mg/g de peso corporal
(ALMEIDA et al., 2006; DRIEL et al., 2002; PANDA et al., 2007; PARI et al., 2009;
PAULI et al., 1987). Muito possivelmente esta variabilidade de efeitos está associada
à concentração de determinados princípios ativos componentes da planta, que
variam de acordo com a região de plantio, qualidade da espécie, tratamento utilizado
e forma de preparo do fitoterápico.
Levando todos estes resultados em consideração, neste estudo, optou-se por
calcular as doses do fitoterápico, da seguinte forma: i) utilizando os valores de
posologia recomendados a humanos como dose terapêutica: 0,03 mg/g de peso
corporal; e valores acima deste como doses supra-terapêutica: 0,3 e 0,6 mg/g de
peso corporal (10x e 20x maiores, respectivamente). Neste contexto os valores
preconizados ainda estariam dentro do range de doses ministradas em ratos com
efeitos citotóxicos e metabólicos já conhecidos.
44
Para a administração das doses diárias, o produto seco e aliquotado foi retirado
do dissecador e diluído em água destilada estéril. Os animais foram então pesados e
selecionados (foram selecionadas as fêmeas que pesavam entre 22,5 e 30,5 g) e,
em seguida, foi realizada a administração do extrato por via oral (gavage) em um
volume total de 0,3 mL, sempre no período da manhã.
O grupo experimental e o controle continham 10 fêmeas cada. No grupo tratado,
as fêmeas receberam a quantia de 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g de peso corporal/dia de
extrato de Mikania glomerata Sprengel (guaco) entre os dias 7 e 11 (T7-11 período
organogenético) e 14 e 18 (T14-18 período de desenvolvimento fetal e placentário)
de gestação. Os grupos controles receberam o mesmo volume de água destilada
estéril, nos mesmos dias gestacionais (veículo na qual o guaco foi dissolvido para
administração C7-11; C14-18).
4.7 Toxicidade do extrato
Como forma de avaliar a toxicidade de extrato nas fêmeas, foi realizada a
pesagem dos animais durante todo o ciclo gestacional. Os animais foram pesados
antes do acasalamento, um dia após o acasalamento, após a administração da
primeira e última dose do extrato e no dia do sacrifício.
4.8 Desempenho gestacional
Para a avaliação do desempenho gestacional, os cornos uterinos dos animais do
grupo tratado e controle foram seccionados na extensão longitudinal e, após a
retirada dos fetos, das placentas, das reabsorções tardias e ovários, colocados em
sulfeto de amônio 1% água destilada, por 10 minutos, para contagem dos sítios
iniciais de implantação e de reabsorções embrionárias precoces (SALEWSKY,
1964). As reabsorções tardias, os embriões ou fetos degenerados ou mortos e os
fetos vivos também foram contados.
As placentas, fetos e ovários foram pesados permitindo a avaliação da
interferência do extrato de Mikania glomerata Sprengel sobre o desenvolvimento
destas estruturas, também foi contado sob estéreo-microscópio, o número de corpos
lúteos nos ovários para os cálculos de índices reprodutivos. Sob estéreo
45
microscópio, os fetos foram ainda analisados para a identificação de malformações
externas e ósseas.
A partir das contagens realizadas foram calculados os seguintes índices
gestacionais apresentados como média ± desvio padrão:
a) Índice de implantação (II= nº de sítios de implantação/nº de corpos lúteos x
100)
b) Índice de mortalidade (IM = nº de fetos degenerados ou mortos/nº de sítios de
implantação x 100)
c) Índice de reabsorção (IR= nº de reabsorções/nº de corpos lúteos x 100)
d) Índice de perda embrionária antes da implantação (IPeEai = nº de corpos
lúteos - nº de sítios de implantação/nº de corpos lúteos x 100)
e) Índice de perda embrionária total (IPet = IPEai + IR + IM)
f) Índice de viabilidade embrionária (IVE = 100 – IPet)
4.9 Processamento das amostras para análise morfológica
No dia 19 de gestação, as fêmeas dos grupos experimental e controle foram
anestesiadas com dose letal de cloridrato de tiazina (Rompun®, Bayer, São Paulo) e
cetamina (1:1, v/v, Ketalar, Bayer, São Paulo) e em seguida foi realizado o
deslocamento cervical.
Imediatamente após, realizou-se laparotomia dos animais para a obtenção dos
ovários e cornos uterinos. Os cornos uterinos removidos do corpo dos animais foram
colocados em PBS gelado e dissecados sob microscopia estereoscópica para
exposição dos sítios de implantação e conseqüentemente dos fetos/restos ovulares
e respectivas placentas. Os fetos foram então sacrificados em câmara de CO2 e em
seguida contados, pesados e medidos. Também sob microscópio estereoscópico, os
fetos foram analisados para a verificação de alterações macroscópicas e
malformações congênitas.
Amostras de placentas, intestino e fetos foram subdivididas em lotes para:
a) Fixação em paraformaldeído 4% tamponado 0,1M, pH 7,4 para análise histológica
e imunohistoquímica;
b) Fixação em formaldeído 10% tamponado 0,1M, pH 7,4 para análise morfológica e
óssea.
46
Para os procedimentos histológicos e imunohistoquímicos das placentas, o
material fixado foi desidratado, diafanizado e incluído em Histosec® (Merck,
Germany). Cortes de 5 m de espessura, aderidos a lâminas histológicas por meio
de poli-L-lisina, foram: desparafinizados, hidratados e submetidos aos protocolos de
Hematoxilina e Eosina (H.E) e Ácido Periódico de Schiff (PAS) (MCMANUS e
MOWRY, 1960) e em seguida observados em microscópio de luz convencional
(Nikon Optiphot-2) acoplado a um sistema de captura de imagem (COOL PIX 5000,
Nikon, Japan). Cortes adicionais foram também obtidos para os procedimentos
imunohistoquímicos, conforme detalhado a seguir.
4.10 Imunolocalização do antígeno Ki67
Para estimar se a administração de Mikania glomerata Sprengel durante a
gestação interfere no ciclo celular das células placentárias, reações
imunohistoquímicas foram realizadas para a localização do antígeno Ki67 (expresso
em células em G1, S, G2 e M, mas não em células em G0).
Os cortes histológicos obtidos em lâminas foram:
a) desparafinizados em banhos de xilol;
b) re-hidratados em uma série de concentrações decrescentes de etanol;
c) incubados em uma solução de hidróxido de amônio 10% em etanol 95%;
d) submetidos à recuperação de sítios antigênicos por aquecimento em solução de
ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), pH 6,0 por 30 minutos em banho Maria, a
95 ºC;
e) submetidos ao bloqueio da peroxidase endógena em uma solução de metanol e
peróxido de hidrogênio (H2O2) durante 30 minutos;
f) incubados com anticorpo primário (anti-Ki67, feito em cabra, Santa Cruz, CA, USA)
durante 1 hora;
g) lavados por 10 minutos, a temperatura ambiente;
h) incubados com o anticorpo secundário biotinilado, IgG de coelho anti cabra;
i) submetidos à revelação da peroxidase com 3, 3 - diaminobenzidina (DAB), por 10
minutos;
j) lavados em solução TRIS;
k) contra-corados com Hematoxilina de Mayer por 1 minuto;
l) desidratados e, finalmente;
47
m) examinados em microscopia de luz convencional (Optiphot-2, Nikon, Japão).
4.11 Reação de TUNEL
Para avaliar se o uso de Mikania glomerata Sprengel poderia alterar as taxas de
morte programada das células placentárias, optou-se por utilizar a reação de TUNEL
e identificar células apoptóticas.
Cortes histológicos desparafinizados e reidratados (4.10 itens a a f) foram
submetidos ao resgate dos sítios antigênicos em tampão citrato de sódio 10 mM, pH
6,0 a 95ºC por 1 minuto e 5 minutos a temperatura ambiente. O bloqueio enzimático
endógeno para a fosfatase alcalina foi realizado com uma solução de ácido acético
5% em água destilada. Os procedimentos subseqüentes seguiram as indicações do
fabricante do Kit (Kit Detecção de Morte Celular, ROCHE). Os cortes foram
incubados com a enzima TdT com substrato (4:10) por 1 hora, a 37º C, lavados em
solução de TBS durante 5 minutos e incubados em solução converter durante 1
hora, a temperatura ambiente. Reações controle foram realizadas omitindo-se a
incubação com a enzima TdT. A revelação foi realizada utilizando-se o Fast
Red/Naphthol durante 10 minutos. Os cortes foram contra-corados com verde metila
0,5% em tampão acetato 0,1 M e examinados em microscopia de luz convencional
(Optiphot-2, Nikon, Japan).
4.12 Análise das regiões placentárias
A estrutura das camadas placentárias foi analisada morfologicamente com HE e
PAS e com ao auxílio da imunolocalização de proliferina, um marcador das células
de glicogênio da camada de espongiotrofoblasto (YAMAGUCHI et al., 1994;
SIMMONS et al., 2007). A imunomarcação para proliferina seguiu os mesmos
passos descritos para a imunolocalização do antígeno Ki67 (Item 4.10). Como
anticorpo primário utilizou-se IgG de cabra anti-proliferina (1:200, Santa Cruz, CA,
USA) e como secundário IgG de coelho anti cabra (1.300, KPL, cat. 074-1506).
As amostras foram examinadas em microscopia de luz convencional (Optiphot-2,
Nikon, Japão) acoplado a um sistema de captura de imagem (COOL PIX 5000,
Nikon, Japan).
48
Para a análise da área da placenta e de suas regiões foram obtidas pelo menos
2 imagens de secções transversais totais, medianas de cada placenta, coradas pelo
HE, totalizando 12 imagens por grupo experimental (n=6). As imagens foram
digitalizadas, utilizando-se uma câmara digital, acoplada a um microscópio (Zeis,
Mannheim, Ge) sempre na mesma magnitude (2,5x). A análise da área total
placentária, da área da camada juncional e da área do labirinto foi realizada nos
diferentes grupos utilizando o software Image-J (NIH, Bethesda, USA) que
possibilitou o cálculo da área através da medida do perímetro que contorna cada
região. As comparações das áreas foram realizadas pelo teste estatístico ANOVA, e
sub teste de Bonferroni com significância de 5% dentro de cada período gestacional
em relação ao controle e entre os períodos analisados.
4.13 Análise morfológica fetal
Para a análise morfológica, os fetos foram medidos e pesados em balança
analítica (Libror AEG), em seguida fixados em formalina 10% tamponada para
posterior análise macroscópica fetal e verificação de malformações congênitas.
A análise óssea fetal foi realizada seguindo-se o seguinte protocolo:
a) os fetos foram eviscerados e colocados em uma solução de hidróxido de potássio
1% diluído em água destilada por um período de 96 h para diafanização da pele e
musculatura;
b) os animais foram então colocados na mistura hidróxido de potássio 1%/alizarina
aonde permaneceram por 48 horas;
c) os fetos foram imersos em uma solução clareadora contendo álcool
benzílico/glicerina/etanol absoluto (1:2:2 v/v) (DAWSON 1926;) aonde
permaneceram até a análise óssea.
4.14 Análise Estatística
49
As diferenças entre os grupos experimentais e controle foram estatisticamente
analisadas utilizando-se o teste ANOVA, seguido do sub teste de Bonferroni.
Determinou-se como estatisticamente significativo os resultados obtidos com p<0,05.
Todos os testes foram obtidos no programa Bioestat 5.0 versão para Windows.
50
5 RESULTADOS
51
5.1 Avaliação da toxicidade do extrato
A toxicidade do extrato foi avaliada pelo ganho de peso corporal. Embora o
grupo tratado com Mikania glomerata (guaco) tenha apresentado um ganho menor
de peso tanto nos experimentos em que este foi administrado entre os dias 7 e 11
(p = 0,2060) como naqueles em que foi administrado entre os dias 14 e 18 de
gestação (p = 0,2218), estes valores não diferiram significativamente do grupo
controle (Tab. 1, Anexo A).
Tabela 2 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado em fêmeas prenhes sobre o ganho de peso corporal () entre o 1º e o 19º dia de gestação
7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; 14-18 = guaco administrado entre os dias 14 e
18 de gestação; C, controle - com administração do veículo; T, tratado; 0.6, 0.3 e 0.03: dosagem
administrada em mg/g/dia.
Fonte: (MENDES, 2011)
5.2 Avaliação do efeito da Mikania glomerata (guaco) no desempenho
gestacional e parâmetros biométricos
5.2.1 Efeitos durante o período organogenético
5.2.1.1 Desempenho gestacional
As Tabelas 3 e 4 abaixo representadas mostram os principais efeitos do guaco
sobre o desempenho gestacional durante o período organogenético (dias 7 a 11 da
gestação).
Como pode ser observada, a administração de Mikania glomerata Sprengel
durante esta fase com dosagens de 0,6 mg/g/dia, aumenta significativamente os
Grupos Experimentais
Peso corporal (1º-19º dia de gestação) C 07-11 10,66 ± 1.75 C 14-18 11.09 ± 1.81
T 07-11 0,6 09.84 ± 2.54 T 14-18 0,6 10,54 ± 2.42 T 07-11 0,3 11.13 ± 1.48 T 14-18 0,3 10,00 ± 0,96 T 07-11 0,03 11.30 ± 0,83 T 14-18 0,03 11.63 ± 1.55
52
valores referentes às reabsorções precoces (p=0,031), tardias (p=0,043) e totais
(p=0,0029) em relação ao controle. Também se observou uma diminuição relevante
no número de fetos vivos (p=0,038). Consistente com estas diferenças encontradas,
os índices de reabsorção (p=0,002), de mortalidade (p=0,0031), de perdas totais
(p=0,0024) e de viabilidade (p=0,002) também se mostraram relevantemente
diferentes em relação ao controle.
Na dose de 0,3 mg/g/dia apenas observou-se diminuição no número de fetos
vivos (p=0,03), enquanto que o grupo tratado com dose terapêutica (0,03 mg/g/dia)
apresentou diferenças estatisticamente significativas apenas em relação ao número
de reabsorções tardias (p=0,005).
Tabela 3: Efeito da administração do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 da gestação (n=10) sobre parâmetros gestacionais
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11
de gestação; dosagem 0,6 mg/g/dia; 7-11 0,3 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação na
dosagem de 0,3 mg/g/dia; 7-11 0,03 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação na dosagem de
0,03 mg/g/dia. C, controle; T, tratado. a, diferenças significativas em relação ao controle (p<0,05)
Fonte: (Mendes, 2011)
Tabela 4: Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata, administrado entre os dias 7 e 11 da gestação (n=10). Índices gestacionais.
Grupos Copos lúteos
Sítios de implantação
Reabsorção precoce
Reabsorção tardia
Total reabsorção
Fetos mortos
Fetos vivos
C 7-11 11,7± 1,56 11,7± 1,56 1± 0,66 0± 0 1± 0,66 0± 0 10,7± 1,33
T 7-11 0,6
12,2± 1,39 12,2± 1,39 2,3± 1,63a 0,4± 0,69
a 2,7± 1,41
a 0,5± 0,97 9± 2,00
a
T 7-11 0,3
10,3± 1,39 10,3± 1,39 1± 1,63 0,3± 0,69 1,3± 1,41 0,3± 0,97 8,7±2,40a
T 7-11 0,03
11,9±1,17 11,9± 1,17 0,8± 0,63 0,8± 0,73 a 1,6± 0,84 0 ± 0 10,3± 0,73
Grupos Experimentais
IR IM IPEt IV
C 07-11 8,3± 5,4 0,0± 0,0 8,3± 5,4 91,7±5,4
T 07-11 0,6 21,8± 10,6a 4,2± 8,1
b 26,0± 15,0
a 74,0±15,0
a
T 07-11 0,3 13,6± 15,4 2,7± 6,1 16,3± 16,4 83,7±16,4
T 07-11 0,03 13,1± 5,7 0,0± 0,0 13,1± 5,7 86,9± 5,7
53
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 7-11 0,6 = guaco administrado entre os dias 7 e
11 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 7-11 0,3 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação
na dosagem 0,3 mg/g/dia; 7-11 0,03 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação na dosagem de
0,03 mg/g/dia; C, controle; T, tratado. Letras sobre-escritas representam diferenças significativas em relação ao
respectivo controle onde em a, p< 0,05, e b, p< 0,001. IR, índice de reabsorção; IM, Índice de mortalidade,
IPEt, Índice de perda embrionária total, IV, Índice de viabilidade.
Fonte: (Mendes, 2011)
5.2.1.2 Parâmetros biométricos
Em relação ao peso obtido para os ovários, placentas e fetos, apenas os referentes aos
pesos dos fetos (p<0,05) e placentas (p<0,001) do grupo tratado 0,6 mg/g/dia diferiram
significativamente do grupo controle. Apesar do peso menor os fetos não apresentaram
diferenças significativas quanto aos seus comprimentos (Tab. 5).
Já nos fetos de mães tratadas com doses de 0,3 e 0,03 mg/g/dia, o comprimento fetal
mostrou-se significativamente reduzido em relação ao controle, porém sem interferir com o peso
fetal (Tab. 5).
Tabela 5 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação (n=10).
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 77-11 0,6 = guaco administrado entre
os dias 7 e 11 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 7-11 0,3 = guaco administrado entre os dias
7 e 11 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 7-11 0,03 = guaco administrado entre os dias 7 e 11
de gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia; C, controle; T, tratado. Letras sobre-escritas representam
diferenças significativas em relação ao respectivo controle onde em a, p<0,05, e b, p<0,001.
Fonte: (Mendes, 2011)
Grupos Experimentais
Peso ovários (g)
Peso placentas (g)
Peso fetos (g)
Comprimento fetos (cm)
C 07-11 0,01 ± 0,005 0,16± 0,01 1.20±0,20 2.82± 0,39
T 07-11 0,6
0,01 ± 0,005 0,12±0,01b 0,98± 0,14
a 2.56± 0,50
T 07-11 0,3
0,01 ± 0,004 0,15± 0,04 1.23± 0,21 2.22± 0,56 a
T 07-11 0,03
0,01 ± 0,003 0,14± 0,02 1.30± 0,10 2.29± 0,12 a
54
5.2.1.3 Malformações e anomalias
Os fetos fixados em formalina foram analisados, sob microscópio estereoscópico,
para a presença de anomalias ou malformações externas ou internas. A malformação
mais freqüente no grupo tratado 0,6 mg/g/dia foi a restrição no crescimento intra-
uterino (Fig. 1A), seguida por ossificação incompleta cranial (Fig. 1E) e hemorragia
(Fig. 1C). Em apenas um dos fetos tratados ocorreu a presença de malformações
Índices gestacionais associadas (hemorragia subcutânea, exoftalmia e agenesia
bucal, Figs. 1B-D). Também chamou a atenção a alta freqüência de fetos
degenerados presentes no grupo tratado (Tab. 6).
FIGURA 1 –Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação sob a anatomia fetal.
Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0.6 mg/g/dia, por gavagem) administrado entre
os dias 7 e 11 de gestação. (A) Restrição crescimento intra-uterino; (B) Exoftalmia; (C) Hemorragia
subcutânea; (D) Agenesia bucal. Note ainda as diferenças entre o grau de ossificação craniana entre
um feto controle (E) e um tratado com guaco (F).Fonte: (Mendes, 2011)
55
Os grupos tratados 0,3 e 0,03 mg/g/dia, não apresentaram aumento significativo
de malformações. A ossificação incompleta cranial, principal problema encontrado
em doses mais altas do guaco estava presente em proporções semelhantes às
observadas no grupo controle, o que corrobora o uso de dosagens terapêuticas
deste fitoterápico.
Tabela 6 – Frequência de malformações congênitas e anomalias nos grupos tratados com extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 7 e 11 de gestação.
7-11 0,6 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; dosagem 0,6 mg/g/dia; 7-11 0,3 = guaco
administrado entre os dias 7 e 11 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 7-11 0,03 = guaco
administrado entre os dias 7 e 11 de gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia. C, controle; 7-11 = guaco
administrado entre os dias 7 e 11 de gestação.
Fonte: (Mendes, 2011)
A análise fetal também incluiu a contagem dos centros fetais de ossificação. Em
relação a este parâmetro nota-se apenas que a falta de ossificação dos metacarpos
e metatarsos no grupo tratado com 0,6 mg de guaco foi discretamente mais
frequente do que no grupo controle.
C 7-11 (%) T 7-11 0,6
(%) T 7-11
0,3 (%) T 7-11
0,03 (%)
Total de fetos examinados 107 95 103 119 Normal 99 (92%) 67 (70%) 90 (87%) 109 (91%)
Ossificação incompleta cranial 8 24 13 10 Acrânia 0 2 0 0 Protrusão lingual 0 1 0 0 Imobilidade de membros 0 1 0 0 Exoftalmia 0 1 0 0 Agenesia bucal 0 1 0 0
Tabela 7 – Número de centros de ossificação identificados pela alizarina vermelha nos fetos controle e que receberam o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata entre os dias 7 e 11 da gestação.
Metatarso Metacarpo Costelas Vértebras lombares
Vértebras Caudais
Esterno
Controle N 05 (26) 04 (28) 13 (28) 06 (28) 05 (26) 06 (28)
A
03 (02) 04 (01)
03 (01)
Tratado N 05 (29) 04 (30) 13 (31) 06(31) 05 (30) 06 (31)
0,6 mg/g/dia A 04 (02) 03 (01) 04 (01)
Tratado N 05 (27) 04 (30) 13 (30) 06(30) 05 (28) 06 (30)
0,3 mg/g/dia A 04 (03) 04 (02)
Tratado N 05 (27)
0,03 mg/g/dia A
04 (01) 04 (28) 13 (28) 06 (28) 05 (27) 04 (01)
06 (30)
Os valores representam o número de centros de ossificação; o valor entre parênteses corresponde ao
número de animais analisados. (N) valores considerados normais; (A) valores alterados em relação ao
considerado normal
Fonte: (Mendes, 2011)
5.3 Avaliação do efeito do guaco administrado durante o desenvolvimento
fetal
5.3.1 Desempenho gestacional
As tabelas 8 e 9, demonstram o efeito causado pela administração de
Mikania glomerata (0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, por gavage) entre os dias 14 e 18 da
gestação.
O grupo tratado com 0,6 mg/g/dia de guaco apresentou um relevante
aumento no número de reabsorções precoces (p=0,04) e totais (p=0,03) e no
número de fetos nascidos mortos (p=0,005) em relação ao grupo controle.
Paralelamente, houve um aumento significativo nos índices de reabsorção
(p=0,03), de mortalidade (p=0,004), perdas embrionárias totais (p=0,004) e
diminuição na viabilidade (p=0,004) em relação aos controles.
O grupo tratado com 0,3 mg/g/dia de guaco também apresentou uma
relevante diminuição no número de corpos lúteos e sítios de implantação
(p=0,01), também houve um notável aumento no número de reabsorções
precoces (p=0,04), reabsorções tardia (p=0,01), reabsorções totais (p=0,002),
57
concomitantemente também, houve um aumento nos índices de reabsorção
(p=0,03), mortalidade (p=0,005), perdas embrionárias totais (p=0,005) e uma
diminuição no índice de viabilidade (p=0,005). O grupo em que a dose terapêutica
de guaco foi utilizada (0,03 mg/g/dia) não apresentou diferenças significativas em
nenhum dos aspectos analisados.
Tabela 8 - Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata, administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Parâmetros gestacionais (n=10)
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 14-18 0,6 = guaco administrado entre os
dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 14-18 0,3 = guaco administrado entre os dias 14 e
18 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 14-18 0,03 = guaco administrado entre os dias 14-18 de
gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia; C, controle; T, tratado. Letras sobre-escritas representam
diferenças significativas em relação ao respectivo controle onde em a, p<0,05.
Fonte: (Mendes, 2011)
Tabela 9 - Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Desempenho gestacional (n=10)
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 14-18 0,6 = guaco administrado entre
os dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 14-18 0,3 = guaco administrado entre os
dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 14-18 0,03 = guaco administrado entre os dias
14-18 de gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia; C, controle; T, tratado. Letras sobre-escritas
representam diferenças significativas em relação ao respectivo controle onde em a, p<0,05, e b,
p<0,01,=. IR, índice de reabsorção; IM, Índice de mortalidade, IPEt, Índice de perda embrionária total,
IV, Índice de viabilidade.
Fonte: (Mendes, 2011)
Grupos Experimentais
Copos lúteos
Sítios de implantação
Reabsorção precoce
Reabsorção tardia
Total reabsorção
Fetos mortos
Fetos vivos
C14-18 12,1±1,52 12,1±1,52 0,80±1,03 0,00± 0,00 0,80±1,03 0,00± 0,0 11,3±1,42
T14-18 0,6 12,6± 2,17 12,6± 2,17 1,80± 1,22a 0,10± 0,31 1,90± 1,28
a 1,1± 1,1
a 9,60±3,83
T14-18 0,3 9,60± 2,55 9,60± 2,55
a 1,70± 0,95
a 0,60± 0,70
a 2,30± 0,95
a 0,2± 0,63 8,91±3,25
T14-18 0,03 12,9± 1,45 12,9± 1,45 0,90± 0,88 0,30± 0,48 1,20± 1,18 0,3± 0,67 12,6±1,90
Grupos Experimentais
IR IM IPEt IV
C14-18 6.2± 8.0 0,0± 0,0 6.2± 8.0 93.8± 8.0
T14-18 0,6 17.2± 14.3a 9.5± 9.3
b 26.7± 20,7
b 73.3± 20,7
b
T14-18 0,3 27.2±16.3 a 2.5± 7.9
a 29.7± 20,7
a 70,3± 15.7
a
T14-18 0,03 9.1± 7.1 2.7± 5.8 11.8± 5.5 88.2± 5.5
58
5.3.2 Parâmetros biométricos
A administração de 0,6 mg de guaco entre os dias 14 e 18 da gestação levou
a uma significativa diminuição no peso fetal (p=0,014) e placentário (p=0,034) em
relação ao grupo controle (Tab. 10).
Já o grupo tratado com 0,3 mg/g/dia apresentou apenas uma significativa
diminuição no comprimento fetal (p<0,001) enquanto que a dose de 0,03 mostrou
diminuição no peso placentário (p=0,005) e no comprimento fetal (p=0,009).
Tabela 10 – Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (T mg/g/dia, por gavagem), administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Parâmetros biométricos.
Os dados apresentados representam a média ± desvio padrão. 14-18 0,6 = guaco administrado entre
os dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 14-18 0,3 = guaco administrado entre os
dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 14-18 0,03 = guaco administrado entre os dias
14-18 de gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia; C, controle; T, tratado. Letras sobre-escritas
representam diferenças significativas em relação ao respectivo controle onde em a, p<0,05 e b,
p<0,001.
Fonte: (Mendes, 2011)
5.3.3 Malformações e anomalias
Dentre as malformações e anomalias observadas nos fetos decorrentes do
grupo 0,6 mg/g/dia (Tab. 10), as que apresentaram maior freqüência com a
administração de guaco entre os dias 14 e 18 da gestação foram: fetos
degenerados (Fig. 2A), protrusão lingual (Fig. 2C) e acrânia (Fig. 2C), além de
restrição de crescimento uterino.
Grupos Experimentais
Peso ovários Peso placentas Peso fetos Comprimento
fetos
C14-18 0,01± 0,005 0,17± 0,04 1.16±0,07 2.37± 0,16
T14-18 0,6 0,01± 0,004 0,13± 0,03a 1.06± 0,17
a 2.04± 0,34
a
T14-18 0,3 0,01± 0,004 0,16± 0,02 1.12± 0,09 1.99± 0,07
b
T14-18 0,03 0,01± 0,005 0,12± 0,01a 1.31± 0,07 2.14± 0,07
a
59
Com relação aos centros de ossificação, podemos notar que apenas a
freqüência de metacarpos do grupo tratado encontra-se alterada em relação ao
controle (Tab. 11).
60
FIGURA 2 - Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, por gavage), administrado entre os dias 14 e 18 da gestação.
(A) Feto degenerado; (B) Protrusão lingual; (C) Acrânia (feto ao lado direito de um feto-controle).
Tabela 11 - Freqüência de malformações congênitas e anomalias nos grupos tratados com extrato hidroetanólico de Mikania glomerata administrado entre os dias 14 e 18 da gestação.
14-18 0,6 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,6 mg/g/dia; 14-
18 0,3 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação na dosagem de 0,3 mg/g/dia; 14-18
0,03 = guaco administrado entre os dias 14-18 de gestação na dosagem de 0,03 mg/g/dia; C,
controle; T, tratado.
Fonte: (Mendes, 2011)
C14-18
(%) T14-18 0,6
(%) T14-18 0,3
(%) T14-18 0,03
(%)
Total de fetos examinados 111 107 96 129 Normal 92 (83%) 57 (54%) 84 (88%) 116 (89%) Ossificação incompleta cranial 19 50 11 13 Acrania 0 3 1 0 Protrusão lingual 0 3 0 0
B
A
61
Tabela 12 – Número de centros de ossificação identificados pela alizarina vermelha nos fetos que receberam ou não o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (T mg/g/dia, por gavage) entre os dias 14 e 18 de gestação.
Metatarso Metacarpo Costelas Vértebras lombares
Vértebras Caudais
Esterno
Controle N 05 (32) 04 (28) 13 (35) 06 (35) 05 (35) 06 (35)
A
04 (03) 03 (07)
Tratado N 05 (11) 04 (21) 13 (27) 06 (27) 05 (27) 06 (27)
0,6 mg/g/dia A
04 (09) 03 (07)
03 (06)
Tratado N 05 (27) 04 (28) 13 (28) 06 (28) 05 (28) 06 (28)
0,3 mg/g/dia A 04 (01)
Tratado N 05 (27) 04 (30) 12 (30) 06 (30) 05 (30) 06 (30)
0,03 mg/g/dia A 04 (03)
Os valores representam o número de centros de ossificação; o valor entre parênteses corresponde ao
número de animais analisados. (N) valores considerados normais; (A) valores alterados em relação ao
considerado normal
Fonte: (Mendes, 2011)
Os principais dados obtidos nesta etapa deste estudo encontram-se
sumarizadas na Tabela 13 abaixo relacionada.
Tabela 13: Resumo dos dados obtidos dos estudos nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia de Mykania glomerata, administrados durante o 7 ao 11 e 14 ao 18 dia de gestação.
Administração do fitoterápico
Período organogenético
Período de desenvolvimento fetal
Dias 7 a 11 de gestação Dias 14 a 18 de gestação
Dose (mg/g /dia) 0,6 0,3 0,03 0,6 0,3 0,03 Perdas fetais totais (~3>) (~4>) (~4>)
Índice de mortalidade (~3>) (~4>) (~5>) Peso placenta Peso fetal Comprimento do feto Ossificação craniana incompleta
~ 4> ~ 3>
Centros de ossificação *1
*1 número de metacarpos anômalos ; Fonte: (Mendes, 2011)
62
5.4 Avaliação do efeito da Mikania glomerata (guaco) sobre a placenta
5.4.1 Análise morfológica grupo tratado com 0,6 mg de guaco
A análise das placentas de 19º dia de gestação de fetos que receberam ou
não guaco entre os dias 7-11 e 14-18 de gestação foram analisadas sob
microscopia de luz convencional. Todas as placentas analisadas apresentaram
todas as camadas peculiares a placentas maduras, ou seja: zona juncional e
labiríntica. Independente do grupo experimental a zona juncional continha sempre
células trofoblásticas gigantes associadas entre si por meio de seus
prolongamentos e células do espongiotrofoblasto, com citoplasma basófilo ou com
acúmulo de glicogênio. Na região labiríntica, a barreira placentária separa o
sangue materno do fetal por meio de camadas de células trofoblásticas e
endotélio fetal (barreira hemotricorial).
A análise histológica também mostrou diferenças entre as placentas de mães
tratadas com 0,6 e 0,3 mg de guaco e as de fêmeas-controles ou tratadas com
doses terapêuticas. Estas placentas mostraram um aparente aumento na
quantidade de células de glicogênio e de células basófilas; este aumento pareceu
ser responsável pelo aumento da camada juncional como um todo (Figurass. 3-
4). Por outro lado, estas células também invadiam áreas relativamente extensas
da camada labiríntica (Figura. 4), que se mostrava menos exuberante do que a
observada nas placentas das fêmeas-controle. Embora esta característica tenha
sido encontrada também quando o guaco foi administrado na fase de
desenvolvimento fetal, ela foi mais evidente na análise morfológica no grupo
experimental que recebeu o guaco na fase organogenética (Figura. 3).
63
Figura 3: Placentas de fêmeas-controle (A) e tratadas (B-F) com Mikania glomerata nas doses de (B) 0,03, (C) 0,3 e (D-F) 0,6 mg/g/dia, por gavagem, durante os dias 7 e 14 de gestação.
Comparando as imagens A-D (25x), notar a maior espessura da zona juncional (zj) e o adelgaçamento do
labirinto (L) na placenta do grupo tratado com 0,6 mg de guaco. Notar também as projeções de
espongiotrofoblasto (cabeça de setas) aproximando-se da base da placenta. Em maior magnitude (E, 160x;
F, 320x), observam-se as células de glicogênio (g) entremeadas por células não glicogênicas do
espongiotrofoblasto (*), fortemente coradas pela proliferina (F, imunohistoquímica, peroxidase, coloração
marrom). (demais preparados foram corados pela HE).
Fonte: (Mendes, 2011)
64
Figura 4. Preparados histológicos de placentas de camundongo aos 19 dias de gestação de fêmeas tratadas e controle com o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, por gavagem) entre os dias 7 e 11 da gestação durante o período organogenético.
Preparados histológicos de placentas de camundongo aos 19 dias de gestação de fêmeas tratadas (B-C) ou não (A) com o extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, por gavage) entre os dias 7 e 11 da gestação durante o período organogenético. A coloração PAS evidencia os depósitos de glicogênio placentário e os acúmulos de células do espongiotrofoblasto; g, células de glicogênio; b, células basófilas invadindo profundamente a camada labiríntica (L) na amostra do grupo tratado. O espaço sanguíneo indicado por asterisco em B e em maior aumento em C (ss) mostra-se completamente revestido por células do espongiotrofoblasto (G, B) PAS+. A, B, 100X; C, 200X. Fonte: (Mendes, 2011)
5.4.2 Análise morfométrica
A análise morfométrica corroborou os achados morfológicos mostrando um
significativo aumento da área da camada juncional nos grupos que receberam o
guaco nas doses de 0,3 (p<0,01) e 0,6 mg (p<0,001) tanto quando administrada
no período organogenético quanto quando administrada no período de
desenvolvimento fetal (p<0,001). A área da camada labiríntica mostrou-se
relevantemente menor nos grupos que receberam 0,6 mg de guaco/peso
corporal/dia (Tabela 14). A apresentação destes valores em porcentagem
conforme mostra a Figura 5, evidencia claramente a diferença de área das
camadas que constituem a placenta.
65
Tabela 14 - Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área total da placenta e na área das regiões juncional e do labirinto.
Administração do fitoterápico Período organogenético Dias 7 a 11 de gestação
Período de desenvolvimento fetal Dias 14 a 18 de gestação
Dose (mg/g /dia) 0 0,03 0,3 0,6 0 0,03 0,3 0,6
Área total placenta x 106 m
2
DP
10,2 0,65
9,94 2,76
10,54 1,34
9,82 0,66
10,4 1,03
10,31 0,75
10,96 0,63
9,77 0,62
Área espongiotrofoblasto x
106 m
2 DP
4,34 0,76
4,24 0,79
5,47 0,57
a
5,54 0,77
b
3,88 0,68
4,71 0,86
5,67 0,56
b
5,70 0,54
b
Média da Área
Labirinto
x 106 m
2 DP
5,78 0,98
6,55 0,70
5,84 0,96
4,18 0,36b
6,24 1,19
5,66 0,95
5,80 0,41
3,94 0,23
b
ap≤0,01;
bp≤0,001, DP desvio padrão
Fonte: (Mendes, 2011)
Figura 5. Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área da região juncional e labiríntica.
C: controle; 0.6, 0.3 e 0.03 – animais tratados mg/g/dia.
Fonte: (Mendes, 2011)
66
5.4.3 Avaliação das taxas de morte celular por apoptose
A reação de TUNEL utilizada para identificar células apoptóticas mostrou
positividade em células das duas camadas placentárias, com uma discreta
prevalência nas células do espongiotrofoblasto tanto nas placentas de fêmeas
tratadas com guaco, como nas controle que receberam apenas o veículo (Figura.
6A-D). Esta marcação, entretanto, foi mais evidente nas placentas de fêmeas
que receberam o fitoterápico nas doses supra-terapêuticas (Fig. 6E-H). Reações
controle, em que a enzima TdT foi omitida não mostraram qualquer núcleo
marcado (dado não mostrado).
Figura 6. Reação de TUNEL em placentas tratadas com extrato de Mikania glomerata e controle
Notar a presença de células reativas (setas, núcleos em vermelho) na camada juncional (A-C, zj) e
labiríntica (D, L) em preparados do grupo controle (A-D). Em amostras de animais que receberam guaco
na dose de 0,6 mg (E-H) no período organogenético (E, G-H) e de desenvolvimento fetal (F), a
reatividade nas camadas juncional (zj) e labiríntica (L) é mais intensa. (g) células de glicogênio.
Aumentos: A,E-F 25x; B, D, G 100x; C, H 200x.Fonte: (Mendes, 2011)
67
5.4.4 Análise do ciclo celular
A imunolocalização do antígeno Ki67 utilizado como indicador de células
que estão ciclando (células que não estão em G0), mostrou células reativas tanto
nas placentas de fêmeas tratadas com guaco, como nas do grupo controle. Esta
marcação pareceu, entretanto, mapear as placentas de ambos os grupos de
forma específica. Nas placentas controle a reatividade foi muito mais evidente no
labirinto do que na zona juncional (Figura. 7A). Nas placentas do grupo tratado
com as doses supra-terapêuticas (0,6 e 0,3 mg), a camada juncional mostrou-se
acentuadamente marcada, tanto nas células de glicogênio, como nas células
basófilas (Figura. 7C-D). Em ambos os grupos, na base da placenta em contato
com o âmnio, região denominada de placa coriônica, houve intensa reatividade ao
antígeno (Figura. 7A-C).
Figura 7. Imunolocalização do antígeno Ki67.
Notar que na placenta do grupo controle (A-B) a reatividade prevalece na região do labirinto (L), cujos
limites com o espongio-trofoblasto (et) estão indicados pela flecha. Em B, destaque da região da placa
coriônica. Na placenta do grupo tratado com 0,6 mg de guaco (C-D), notar que a reatividade é intensa no
espongiotrofoblasto (et) além da placa coriônica (setas). (g) células de glicogênio; (d) decídua. A, C 100x;
B, D 200x.
Fonte: (Mendes, 2011)
68
6 Discussão
69
O uso popular de Mikania glomerata Sprengel para o tratamento de
doenças respiratórias e/ou inflamatórias, em inúmeras regiões e por diferentes
culturas, não está embasado em qualquer estudo científico sobre sua possível
ação na gestação e também seus possíveis efeitos teratogênicos nos fetos. Desta
forma, numa tentativa de elucidar se este fitoterápico pode ser seguramente
administrado durante a gestação, se existe um período mais sensível a uma
possível ação deletéria ou ainda, se esta droga pode acarretar alterações
relevantes na morfologia placentária ou estrutura fetal, este estudo utilizou extrato
liofilizado de M. glomerata e administrou em fêmeas prenhes durante dois
períodos críticos gestacionais: período organogenético (do dia 7 a 11 de
gestação) e período de crescimento fetal (14 a 18 de gestação).
Os resultados obtidos foram baseados em doses terapêuticas (0,03
mg/g de peso corporal/dia) e supra-terapêuticas (0,6 e 0,3 mg/g de peso corporal/
dia). As dosagens foram calculadas tendo-se por base bulas medicamentosas e
bibliografias relacionadas ao consumo Mikania glomerata Sprengel (BRIGHETTI
et al., 2005; MAIORANO et al., 2005; SÁ et al., 2006; PANDA et al., 2007).
Apesar das doses supra-terapêuticas utilizadas neste estudo serem 10
e 20 vezes maiores do que a dose terapêutica usual, não se observou
mortalidade materna. Além disto, não foram observadas alterações
comportamentais nas atividades dos animais (tais como irritabilidade, resposta ao
toque, tônus do corpo, tremores, convulsões, pilo-ereção, etc.) de modo que os
rituais de acasalamento e manejo seguiram sem qualquer destaque. O ganho de
peso corporal das fêmeas durante o tratamento também não mostrou alterações
significativas em nenhuma das dosagens administradas que indicasse efeito
tóxico por parte do extrato sobre o organismo materno.
No entanto, a presença de guaco no organismo materno nas doses
supra-terapêuticas mostra claramente uma interferência no desempenho
gestacional; de modo geral as perdas fetais foram 3 a 5 vezes maiores nos
animais tratados. Mais do que isto, no período de desenvolvimento gestacional
houve um efeito muito mais pungente na medida em que ambas as doses supra-
terapêuticas (0,6 e 0,3 mg) causaram perdas fetais significantes. Além disto, em
comparação com a administração da droga no período organogenético quando
somente a dose mais alta do fitoterápico levou a perdas significativas fetais, fica
evidente a maior susceptibilidade à droga nas fases mais avançadas do
70
desenvolvimento, ao contrário do observado para a maioria dos teratógenos em
geral.
Ainda vale a pena ressaltar que o fator preponderante que contribui
para as altas taxas de perdas fetais é dado pelas reabsorções e não por fetos
recém mortos, no momento da análise. Este achado parece implicar em uma ação
mais imediata do fitoterápico sobre a gestação, o que culmina com a observação
de fetos mortos com sinais de morte precoce. Qualquer que seja a ação do guaco
sobre a fisiologia gestacional, entretanto, deve ser suficiente forte para provocar a
morte em cerca de 30% da prole. As causas possíveis da interferência do
guaco na progressão gestacional podem estar diretamente relacionadas à ação
de alguns de seus componentes.
O guaco é constituído principalmente por flavonóides, cumarinas e taninos
(OLIVEIRA et al., 1984; FIERRO et al., 1999; VENEZIANI e OLIVEIRA 1999),
componentes estes que podem desencadear reações adversas diretamente sobre
a sobrevida do concepto ou sobre as condições maternas que sustentam a
gestação.
O principal componente encontrado no guaco é a cumarina, a qual tem sido
atribuída funções específicas do fitoterápico (LEITE et al., 1993; REHDER et al.,
1998; SOARES DE MOURA et al., 2002). Estudos prévios mostraram que como
agente farmacológico este composto tem uma atividade tóxica sobre o tecido
hepático em ratos (BORN et al., 2000) e apresenta atividade contraceptiva em
ratas (ULUBEEN et al., 1994). Além disto, associado ao uso de guaco também foi
já relatado aumento nas taxas de aborto espontâneo, natimortalidade e
hemorragias (O’REILLY, 1980; HALL et al., 1980; HOWE et al., 1992; BRIGS et
al., 1994; PAULI et al., 1993; ABRAHAM et al., 2011). Estas atividades biológicas
da cumarina podem, sem dúvida, explicar o aumento das taxas de perdas
gestacionais encontradas neste estudo.
Braun (1999) e Salazar (2001) relataram que o uso de cumarina e derivados
cumarínicos durante a gestação pode aumentar em 26% o risco de perdas
embrio-fetais. O aumento na incidência de perdas fetais foi atribuído a problemas
de coagulação no feto, já que a cumarina e seus derivados são capazes de
atravessar a barreira placentária, alcançando o sistema circulatório fetal
(SALAZAR ; IZAGUIRRE, 2001). Na hipótese levantada pelos autores, a
71
imaturidade organogenética e a incapacidade de metabolização do composto pelo
organismo fetal contribuiriam para a ação tóxica da cumarina.
A cumarina é um produto vegetal natural amplamente utilizado como aditivo
de perfume em diversos produtos (OPDYKE, 1974; COHEN, 1979) e que
combinada com a cimetidina foi utilizada em ensaios clínicos para o tratamento de
melanoma maligno, metastático de células renais carcinoma (MARSHALL et al.
1994), e carcinoma da próstata (MOHLER et al., 1994). Também já foi utilizada
como aditivo alimentar, prática esta interrompida devido a hepatotoxicidade
(HAZLETON et al, 1956; HAGAN et al, 1967). Estudos recentes indicam que são
necessárias doses elevadas para produzir hepatotoxicidade em ratos (LAKE,
1984; LAKE et al, 1989). Ativação metabólica de cumarina parece estar envolvida
na formação da cumarina 3,4-epóxido reativa (COHEN, 1979; FENTEM ; FRY,
1993; LAKE, 1984) que pode causar necrose celular / apoptose observada em
estudos histológicos. Por outro lado, a formação de monohidroxido e dihidroxido
de cumarina leva a desintoxicação deste composto (GU et al, 1997). Neste
contexto, assim como sugerido em outros modelos é possível que a toxicidade
fetal e não materna possa estar associada a diferenças nas taxas de depuração
sistémica deste composto pelo organismo fetal e ainda imaturo em relação ao
materno, capaz de detoxicá-lo (ZHUO et al., 1999).
Além disto, é possível que a ação anticoagulante da cumarina tenha também
um papel nas perdas embrio-fetais encontradas e, neste caso certamente
dependente não só da capacidade de metabolização pelo organismo, mas
também da concentração e níveis de fatores disponíveis da via de coagulação, já
que este composto está diretamente relacionada à cascata de coagulação
(HOULT et al.; 1996). A cumarina inibe a coagulação sanguínea por inibir as
reações de carboxilação dependentes de vitamina K necessárias para a função
da trombina e fatores VII, IX e X. Antagonistas da vitamina K por outro lado são
conhecidos por atuar como teratógenos. Em um estudo observacional,
prospectivo comparou–se 666 mulheres grávidas expostas a anti-coagulantes
entre os quais derivados cumarinicos a um grupo controle não exposto (n =
1.094). Os principais resultados medidos foram embriopatia e defeitos congênitos
associada a cumarina, taxa de aborto espontâneo, peso ao nascer e
prematuridade. A taxa de defeitos congênitos após a exposição no primeiro
72
trimestre gestacional foi significativamente maior assim como as taxas de
prematuridade (16,0% vs 7,6%) e de aborto (42% vs 14%), além do menor peso
de nascimento de bebês nascidos a termo (3.166 g vs . 3.411 g, p <0,001). Os
autores concluiram que estas drogas durante a gravidez aumentam o risco de
defeitos estruturais e de adversidades durante a gravidez, embora o risco de
embriopatia associada a cumarina tenha sido baixo quando a terapia era
realizada durante o 1º trimestre (SCHAEFER et al., 2006).
Além da cumarina, não se pode deixar de lado a presença de flavonóides
e taninos como possíveis agentes desencadeadores de perdas fetais e nosso
estudo. Em geral, os flavonóides são utilizados como tratamento para ameaça de
aborto associado com sangramento devido a suas atividades como microbicida,
antiinflamatório e bloqueador de coagulação sanguínea (KANDASWAMI, 1993). No
entanto, pode se pensar também que associada a sua ação sobre a coagulação
sanguínea também age como anti proliferativo (CHOI et al., 2009; HAGEMAN et
al., 2009; ZHU et al., 2009), o que é um fator importante a ser considerado no
crescimento placentário e fetal. Segundo Schröder-van der Elst (1998), flavonas
podem cruzar a placenta e entrar em contato com os tecidos fetais; ainda, em
seus estudos o autor mostrou que a concentração destes compostos é maior no
tecido fetal do que no materno.
Em relação aos taninos, Melo e colaboradores (2008) observaram que
estes compostos são capazes de alterar o perfil de glóbulos brancos, causando
leucopenia, o que também pode ser um fator relevante a ser considerado em
relação às perdas fetais. Equinos e bovinos que consomem Tillandsia usneoides
L durante a gestação, rica em compostos como tanino, cumarina, flavonóides e
saponinas apresentam altos índices de aborto fetal (FRACARO et al., 2004).
Neste contexto ainda, é possível que a perda gestacional possa estar
relacionada ao efeito sinérgico destes componentes. Em face do observado neste
estudo, estudos mecanísticos associados a cada um dos compostos do guaco se
justificam na busca de preservar o sucesso gestacional.
Em relação aos índices biométricos analisados, peso placentário e peso e
comprimento fetal também se notou diferenças importantes. O guaco utilizado na
dose supra-terapêutica de 0,6 mg/g/dia restringiu o peso fetal e da placenta em
ambos os períodos estudados, o que significa que é capaz de interferir com o
73
desenvolvimento embrionário/fetal e placentário. Por outro lado, ao analisarmos
as relações feto/placenta observamos um aumento de 7,5 para 8,1 no período
organogenético e de 6,8 para 8.1 no de desenvolvimento fetal [controle vs.
tratado] mostrando que na presença de guaco, o crescimento placentário parece
ter sido mais vulnerável do que o crescimento fetal. O guaco administrado na fase
organogenética pareceu interferir no peso fetal mas não no comprimento total do
corpo sugerindo que os eixos corporais não foram alterados, mas sim a massa
total fetal. Já no período de desenvolvimento fetal a administração de guaco levou
a uma evidente restrição de crescimento intra-uterino, onde peso e comprimento
fetal estão comprometidos. Novamente a ação do fitoterápico foi mais
contundente nas fases mais adiantadas da gestação.
Similarmente, estudos realizados por Schaefer e colaboradores (2006)
utilizando o guaco como droga anticoagulante em gestantes também mostrou
maior índice de prematuridade e baixo peso, embora não tenha sugerido uma
explicação metabólica plausível para este achado. Por outro lado, na medida em
que a restrição de crescimento placentário pode acarretar em modificações no
transporte e acesso de nutrientes e oxigênio pela barreira materno-fetal, esta
pode ter sido a causa principal da restrição do crescimento fetal. Sem dúvida, o
mecanismo de ação do guaco e de seus componentes sobre a fisiologia da
placenta merece estudos mais pormenorizados.
Neste estudo, apenas a análise da estrutura placentária foi realizada
mostrando o aumento da camada juncional em detrimento da camada labiríntica.
Este achado claramente mostra uma diminuição da região de trocas metabólicas
entre a mãe e o feto, o que pode ser um fator adicional na restrição do peso fetal.
O aumento da camada juncional devido ao aumento de células de glicogênio do
espongiotrofoblasto, por outro lado, precisa ser minuciosamente investigado.
Duas possibilidades entretanto podem ser cogitadas com estes dados: 1.
Ação do guaco sobre o labirinto com conseqüente reação compensatória no
espongiotrofoblasto, ou seja aumento no número de células acumulando
glicogênio para aumentar as reservas energéticas e compensar a restrição
calórica fetal; 2. Ação sobre as células basófilas, conhecidamente produtoras de
hormônios de ação metabólica como a proliferina, que induz proliferação celular e
aumento da absorção de glicose pelas células de glicogênio. Esta ação poderia
inclusive explicar a intensa reatividade ao antígeno proliferativo Ki67 nesta região.
74
Ainda, dados relatados por Gicquel em 2006, afirmam que o desenvolvimento
fetal e placentário está principal e diretamente relacionado aos níveis do sistema
IGF- IGFR. O IGF-I atua no processo de diferenciação e maturação placentária e
regula a disponibilidade de glicose. Neste contexto, é possível que o distúrbio no
peso e dimensões das camadas placentárias e o acúmulo de glicogênio nas
placentas das fêmeas que receberam o guaco tenham relação com alterações no
perfil de moléculas reguladoras da glicose, como o sistema IGF-IGFR. Até onde
pudemos investigar, não existem dados na literatura relacionando estes possíveis
aspectos que merecem atenção oportunamente.
A análise do processo de morte celular na placenta mostrou ocasionais
células apoptóticas em toda a sua extensão, que aumentaram em freqüência nas
placentas de fêmeas tratadas com guaco. Ao contrário do esperado, entretanto,
não se relacionou diretamente à diminuição da camada labiríntica e ao aumento
da camada juncional. Em ambas houve um aparente aumento de reatividade. Na
camada juncional a reatividade era sempre encontrada em grupos de células do
espongiotrofoblasto. Sabendo que o balanço entre proliferação e morte celular é
fundamental em todos os tecidos, inclusive na organogênese placentária, é
possível que este atípico aumento na proliferação das células placentárias esteja
de relacionado também ao aumento da morte celular por apoptose como uma
tentativa tecidual de manter a homeostase nos limites da placenta.
Se por um lado o guaco pode interferir na gestação causando perdas fetais
independente do período de sua administração, efeitos teratogênicos foram
período-dependentes. O guaco administrado no período organogenético,
propiciou uma amplitude maior de malformações (ossificação incompleta cranial,
agenesia bucal, exoftalmia e acrânia) em relação a sua administração mais
tardiamente (ossificação incompleta cranial e acrânia), nas dosagens de 0,3 e 0,6
mg/g/dia em comparação com o controle, embora no período de desenvolvimento
fetal estas malformações tenham sido proporcionalmente mais numerosas (11%,
12% e 46% vs 8%, respectivamente).
Sob esta perspectiva, as malformações embora presentes em ambos os
períodos gestacionais após a administração de guaco nas doses supra-
terapêuticas parecem ser dose-dependentes. Assim, nossos resultados
corroboram outros achados da literatura, na medida em que o perfil teratogênico
75
do guaco tendeu a um aumento na fase organogenética, quando as principais
alterações decorrentes da ação de teratógenos são encontradas no sistema
nervoso central e no crescimento fetal (SCHARDEIN, 1980; VULSMA et al.,
1989;).
Interessantemente, as malformações observadas concentravam-se
principalmente na região da cabeça e apenas discretas alterações forma
encontradas nos processos iniciais de ossificação (centros de ossificação foram
semelhantes em grupos tratados e controle). Estas alterações prevaleceram
apenas nas doses mais altas do fitoterápico.
O uso de agentes cumarínicos em humanos provoca malformações
semelhantes às encontradas em nossos experimentos, sugerindo que os efeitos
teratogênicos provocados pelo uso do guaco independentemente do período
gestacional podem estar intimamente associados a princípios ativos contidos
neste fitoterápico (HALL et al., 1980; O’REILLY, 1980; HOWE et al., 1992; BRIGS
et al., 1994; PAULI et al., 1999; HETZEL et al., 2006; ABRAHAM et al., 2010,
MCLINTOCK, 2011).
O efeito teratogênico da cumarina parece depender da quantidade de droga
ingerida, estoque e bioatividade da vitamina K corpórea. Segundo Howe e
Webster, 1994; PRIETO, 1999, a cumarina atua de maneira antagonista a
vitamina K, inibindo sua reciclagem e impedindo que esta aja de maneira
apropriada no organismo como um todo.
Além disto, Becker e colaboradores (1975) sugeriram que as
deformidades encontradas nos fetos expostos a cumarina, provavelmente são
causadas por micro hemorragias e longo tempo de cicatrização seguida de
calcificação. Outros efeitos como a acrania e não formação dos centros de
ossificação dos metacarpos e metatarsos também foi descrito previamente em
tratamentos utilizando warfarina (derivado cumarínicos) (RAGHAV e REUTENS,
2007). Em conjunto, os dados da literatura nos permitem sugerir que os principais
achados deste estudo estão relacionados à ação da cumarina no guaco.
Em nossos achados, considerando que a alteração mais freqüente associada
ao guaco foi a ossificação cranial incompleta, poderia se pensar que este
76
fitoterápico atua tanto nos processos histogenéticos iniciais como no crescimento
ósseo a partir de blastemas pré-formados. No entanto, a presença constante de
ossos pré-formados craniais sugere que a interferência tenha ocorrido em
momentos mais tardios relacionados ao crescimento e expansão do tecido ósseo.
Outras malformações como exoftalmia, agenesia bucal, protrusão lingual e
imobilidade de membro dianteiro apenas ocorreram nos grupos tratados 0,6
mg/g.dia, embora de baixa incidência, algumas destas inclusive associadas.
Estudos mais detalhados merecem ser no futuro delineados para averiguar se
estas alterações envolvem comprometimento ósseo, elegendo desta forma este
tecido como alvo da ação do fitoterápico. Além disto, também tem que ser
considerado que as anormalidades e malformações geradas nos fetos dos
camundongos expostos ao extrato de guaco podem ser derivadas de uma
associação de princípios ativos e não somente da cumarina.
Em suma, este estudo mostrou que a utilização do extrato de Mikania
glomerata em doses supra-terapêuticas pode atuar sobre processos
morfofuncionais orgânicos, interferindo no crescimento placentário e fetal e
podendo levar ao insucesso gestacional e ao aparecimento de defeitos
congênitos. Além disto, a diminuição do crescimento fetal observado nas doses
consideradas terapêuticas também é um alerta para o uso inadvertido do extrato
de guaco sem acompanhamento médico devido, em qualquer período
gestacional.
ANEXO A- Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, por gavagem),
administrado em fêmeas prenhes (n=10) sobre o peso corporal (g).
77
(continua)
Animal Peso 1o d.g Peso 7
o d.g Peso 11
o d.g Peso 19
o d.g Ganho de peso
1C 7-11 28.3 29.2 33.7 39.8 11.5
2C 7-11 29.4 31,1 34.8 41.1 11.7
3C 7-11 25.5 26.4 31.2 37.1 11.6
4C 7-11 31.2 33.1 37.6 42.9 11.7
5C 7-11 28.7 30,1 34.2 37.1 8.4
6C 7-11 31.5 32.9 38.7 42.1 10,6
7C 7-11 26.9 29.2 34.8 39.7 12.8
8C 7-11 21.6 23.9 28.7 32.3 10,7
9C 7-11 24.7 26.2 28.9 31.6 6.9
10C 7-11 31.2 33.9 37.1 41.9 10,7
X ± D.P. 29.9 ± 3.24 29.6 ± 3.46 33.97 ± 3.46 38.56 ± 3.99 10,66 ± 1.75
1C 14-18 20,9 22.6 30,2 34.9 14
2C 14-18 23.9 25 31.2 36.3 12.4
3C 14-18 20,1 22.3 29.6 31.2 11.1
4C 14-18 24.3 25.6 31.2 35.1 10,8
5C 14-18 21.2 24.4 28.7 31.1 9.9
6C 14-18 22.1 23.7 29.2 33.7 11.6
7C 14-18 20,3 22.9 29.8 31.2 10,9
8C 14-18 27.1 29.2 35.3 39.2 12.1
9C 14-18 20,1 22.3 25.9 31.2 11.1
10C 14-18 23.1 24.9 29.3 30,1 7
X ± D.P. 22.31 ± 2.28 24.29 ± 2.10 30.04 ± 2.37 33.4 ± 2.94 11.09 ± 1.81
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 7-11 27.3 28.4 34.1 37.2 9.9
2T 7-11 21.8 22.9 25.3 26.2 4.4
3T 7-11 25.8 27.4 31.2 35.8 10
4T 7-11 20,7 22.1 27.1 31.2 10,5
5T 7-11 22.7 24.1 26.2 32 9.3
6T 7-11 21.3 22.2 27.5 31.1 9.8
7T 7-11 24.6 26.1 35.2 37.1 12.5
8T 7-11 27.2 30,1 37.1 40,2 13
9T 7-11 23.1 25.6 31.2 34.9 11.8
10T 7-11 24.9 26.1 29.2 32.1 7.2
X ± D.P. 23.94 ± 2.38 25.5 ± 2.68 30.41 ± 4.04 33.78 ± 4.03 9.84 ± 2.54
1T 14-18 21.5 22.9 24.9 27.6 6.1
2T 14-18 20,1 22.3 25.2 30,2 10,1
3T 14-18 24.4 26.1 29.3 34.7 10,3
4T 14-18 22.5 24.1 28.7 31.9 9.4
5T 14-18 21.3 24.1 27.9 34.5 13.2
6T 14-18 20,9 22.1 26.8 31.3 10,4
7T 14-18 26.1 28.2 33.4 39.1 13
8T 14-18 29.3 31.7 37.9 42.1 12.8
9T 14-18 32.1 34.2 37.9 43.3 11.2
10T 14-18 23.5 25.1 28.8 30,4 6.9
X ± D.P. 24.17 ± 3.92 26.08 ± 4.09 30.08 ± 4.75 34.51 ± 5.33 10.54 ± 2.42 DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
Animal Peso 1o d.g Peso 7
o d.g Peso 11
o d.g Peso 19
o d.g Ganho de peso
1T 7-11 23.5 25.1 28.1 35.1 11.6
78
2T 7-11 24.9 26.4 31.2 26.3 11.4
3T 7-11 27.1 28.9 33.4 38.2 11.1
4T 7-11 22.6 24.3 27.9 36.1 13.5
5T 7-11 23.6 24.1 28.4 36.8 13.2
6T 7-11 29.3 30,7 34.2 39.1 9.8
7T 7-11 20,2 22.1 25.4 21.2 11
8T 7-11 26.1 28.0 31.2 25.2 9.1
9T 7-11 22.1 23.9 26.2 33.5 11.4
10T 7-11 20,9 21.8 24.7 30,1 9.2
X ± D.P. 24.03± 2.84 25.53± 2.92 29.07± 3.29 35.16± 2.86 11.13± 1.48
1T 14-18 23.6 24.6 27.9 32.1 8.5
2T 14-18 22.1 24.2 25.7 31.5 9.4
3T 14-18 24.2 26.3 28.5 32.9 8.7
4T 14-18 22.8 25.1 29.3 34.5 11.7
5T 14-18 24.1 26.2 29.3 33.8 9.7
6T 14-18 22.9 24.2 27.3 33.1 10,2
7T 14-18 21.2 24.2 27.4 31.8 10,6
8T 14-18 25.7 27.1 29.8 36.1 10,4
9T 14-18 23.5 25.2 28.1 34.2 10,7
10T 14-18 22.4 25.3 28.7 32.5 10,1
X ± D.P. 23.25± 1.24 25.24± 1.01 28.2± 1.20 33.25± 1.41 10.00± 0.96
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
1T 7-11 20,2 22.6 26.8 33.2 13.0
2T 7-11 23.1 25.1 27.9 34.1 11.0
3T 7-11 22.4 24.2 29.1 32.9 10,5
4T 7-11 24.1 26.3 30,2 36.2 12.1
5T 7-11 26.3 28.1 31.4 37.1 10,9
6T 7-11 28.1 25.9 28.9 35.1 10,8
7T 7-11 25.9 24.1 27.2 34.6 12.0
8T 7-11 24.1 22.2 26.1 31.2 10,8
9T 7-11 22.2 24.5 29.2 33.1 10,4
10T 7-11 21.3 23.9 25.4 32.8 11.5
X ± D.P. 22.73± 1.84 24.69± 1.75 28.22± 1.80 34.03± 1.76 11.3± 0.83
1T 14-18 21.9 24.1 27.1 31.9 10,0
2T 14-18 24.1 26.5 28.9 35.7 11.6
3T 14-18 22.5 27.1 31.2 35.8 13.3
4T 14-18 24.3 28.2 30,2 35.2 10,9
5T 14-18 22.8 25.7 29.2 34.1 11.3
6T 14-18 20,6 22.9 26.3 35.4 14.8
7T 14-18 20,1 23.5 28.4 32.1 12.0
8T 14-18 21.6 24.2 27.3 30,9 9.3
9T 14-18 21.8 24.9 26.7 33.2 11.4
10T 14-18 23.9 26.1 29.9 35.6 11.7
X ± D.P. 22.36± 1.44 25.32± 1.68 28.52± 1.64 33.99± 1.83 11.63± 1.55 7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; 14-18 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ± desvio padrão. Fonte: (Mendes, 2011) Fonte: (Mendes, 2011)
ANEXO B: Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6 mg/g/dia, 0,3 mg/g/dia,0,03 mg/g/dia, por gavagem), administrado em fêmeas prenhes (n=10) entre os dias 7 e 11
de gestação sobre o desempenho gestacional (Continua)
79
Animal Corpos lúteos
Sítios implantação
Reabsorções precoces
R Reabsorções tardias
Total de reabsorções
Fetos mortos
Fetos vivos
CONTROLE
1C 7-11 15 15 2 0 2 0 13
2C 7-11 11 11 1 0 1 0 10
3C 7-11 12 12 0 0 0 0 12
4C 7-11 13 13 1 0 1 0 12
5C 7-11 11 11 1 0 1 0 10
6C 7-11 11 11 1 0 1 0 10
7C 7-11 12 12 1 0 1 0 11
8C 7-11 12 12 1 0 1 0 11
9C 7-11 9 9 0 0 0 0 9
10C 7-11 11 11 2 0 2 0 9
X
11.7 11.7 1 0 1 0
10. 7
± D.P. 1.56 1.56 0,66 0 0,66 0 1.33
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 7-11 13 13 3 0 3 0 10
2T 7-11 13 13 6 0 6 0 7
3T 7-11 11 11 1 1 2 1 8
4T 7-11 9 9 1 0 1 0 8
5T 7-11 13 13 1 2 3 0 10
6T 7-11 12 12 4 0 4 3 5
7T 7-11 13 13 2 0 2 1 10
8T 7-11 14 14 1 1 2 0 12
9T 7-11 12 12 2 0 2 0 10
10T 7-11 12 12 2 0 2 0 10
X 12.2 12.2 2.3 0.4 2.7 0.5 9
± D.P. 1.39 1.39 1.63 0,69 1.41 0.97 2
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 7-11 11 11 0 0 0 0 11
2T 7-11 11 11 0 1 1 0 10
3T 7-11 8 8 0 0 0 0 8
4T 7-11 8 8 3 0 3 0 5
5T 7-11 12 12 0 0 0 0 12
6T 7-11 11 11 2 0 2 2 7
7T 7-11 12 12 0 0 0 1 12
8T 7-11 11 11 1 0 1 0 10
9T 7-11 9 9 1 1 2 0 7
10T 7-11 10 10 3 1 4 0 6
X 10,3 10,3 1 0,3 1.3 0,3 8.7
± D.P. 1.39 1.39 1.63 0,68 1.41 0.97 2.40
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
80
Animal Corpos lúteos
Sítios implantação
Reabsorções precoces
R Reabsorções tardias
Total de reabsorções
Fetos mortos
Fetos vivos
1T 7-11 13 13 2 0 2 0 11
2T 7-11 10 10 1 0 1 0 9
3T 7-11 10 10 0 1 1 0 9
4T 7-11 12 12 1 0 1 0 11
5T 7-11 13 13 0 1 1 0 12
6T 7-11 12 12 1 1 2 0 10
7T 7-11 13 13 1 2 3 0 10
8T 7-11 11 11 1 0 1 1 10
9T 7-11 11 11 0 1 1 0 10
10T 7-11 14 14 1 2 3 0 11
X 11.9 11.9 0.8 0.8 1.6 0 10,3
± D.P. 1.17 1.17 0,63 0.78 0.84 0 0.73
7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ± desvio padrão.
Fonte: (Mendes, 2011)
ANEXO C: Efeito do extrato hidroetanólico de Mikania glomerata (0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia, por gavage),
administrado em fêmeas prenhes (n=10) entre os dias 7 e 11 de gestação sobre o desempenho gestacional. Índices gestacionais.
(Continua)
81
Animal II IR IM IPEai IPEt IV
CONTROLE
1C 7-11 100,0 13.3 0,0 0,0 13.3 86.7
2C 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
3C 7-11 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
4C 7-11 100,0 7.7 0,0 0,0 7.7 92.3
5C 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
6C 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
7C 7-11 100,0 8.3 0,0 0,0 8.3 91.7
8C 7-11 100,0 8.3 0,0 0,0 8.3 91.7
9C 7-11 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
10C 7-11 100,0 18.2 0,0 0,0 18.2 81.8
X 100.0 8.3 0.0 0.0 8.3 91.7
± D.P. 0.0 5.4 0.0 0.0 5.4 5.4
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 7-11 100,0 23.1 0,0 0,0 23.1 76.9
2T 7-11 100,0 46.2 0,0 0,0 46.2 53.8
3T 7-11 100,0 18.2 9.1 0,0 27.3 72.7
4T 7-11 100,0 11.1 0,0 0,0 11.1 88.9
5T 7-11 100,0 23.1 0,0 0,0 23.1 76.9
6T 7-11 100,0 33.3 25.0 0,0 58.3 41.7
7T 7-11 100,0 15.4 7.7 0,0 23.1 76.9
8T 7-11 100,0 14.3 0,0 0,0 14.3 85.7
9T 7-11 100,0 16.7 0,0 0,0 16.7 83.3
10T 7-11 100,0 16.7 0,0 0,0 16.7 83.3
X 100.0 21.8 4.2 0.0 26.0 74.0
± D.P. 0.0 10,6 8.1 0.0 15.0 15.0
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 7-11 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
2T 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
3T 7-11 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
4T 7-11 100,0 37.5 0,0 0,0 37.5 62.5
5T 7-11 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
6T 7-11 100,0 18.2 18.2 0,0 36.4 63.6
7T 7-11 100,0 0,0 8.3 0,0 8.3 91.7
8T 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
9T 7-11 100,0 22.2 0,0 0,0 22.2 77.8
10T 7-11 100,0 40,0 0,0 0,0 40,0 60,0
X 100.0 13.6 2.7 0.0 16.3 83.7
± D.P. 0.0 15.4 6.1 0.0 16.4 16.4
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
Animal II IR IM IPEai IPEt IV
82
1T 7-11 100,0 15.4 0,0 0,0 15.4 84.6
2T 7-11 100,0 10,0 0,0 0,0 10,0 90,0
3T 7-11 100,0 10,0 0,0 0,0 10,0 90,0
4T 7-11 100,0 8.3 0,0 0,0 8.3 91.7
5T 7-11 100,0 7.7 0,0 0,0 7.7 92.3
6T 7-11 100,0 16.7 0,0 0,0 16.7 83.3
7T 7-11 100,0 23.1 0,0 0,0 23.1 76.9
8T 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
9T 7-11 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
10T 7-11 100,0 21.4 0,0 0,0 21.4 78.6
X 100.0 13.1 0.0 0.0 13.1 86.9
± D.P. 0.0 5.7 0.0 0.0 5.7 5.7
_____________________________________________________________________________ 7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ± desvio padrão. II, índice de implantação; IR, índice de reabsorção; IM, Índice de mortalidade, IPEai, Índice de perda embrionária antes da implantação; IPEt, Índice de perda embrionária total, IV, Índice de viabilidade Fonte: (Mendes, 2011)
83
ANEXO D – Efeito do extrato liofilizado de M. glomerata administrado nas dosagens 0,6, 0,3 e
0,03 mg/g/dia administrado entre os dias 7 e 11 a gestação, sobre o peso dos ovários, das placentas e dos fetos e, sobre o comprimento fetal.
(Continua)
Animal Peso médio dos
ovários (g) Peso médio das placentas (g)
Peso médio dos fetos (g)
Comprimento médio dos fetos
(cm)
CONTROLE
1C 7-11 0,02 0,15 1.55 3.19
2C 7-11 0,02 0,17 1.58 3.41
3C 7-11 0,01 0,15 1.02 2.30
4C 7-11 0,01 0,17 1.03 2.33
5C 7-11 0,02 0,13 1.04 2.26
6C 7-11 0,02 0,18 1.14 3.02
7C 7-11 0,01 0,19 1.15 3.06
8C 7-11 0,01 0,16 1.15 2.89
9C 7-11 0,02 0,15 1.17 2.89
10C 7-11 0,02 0,18 1.19 2.85
X 0.01 0.16 1.20 2.82
± D.P. 0.005 0.01 0.20 0,39
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 7-11 0,02 0,10 1.21 3.29
2T 7-11 0,02 0,12 1.13 2.91
3T 7-11 0,01 0,12 1.07 2.86
4T 7-11 0,01 0,14 0,94 2.80
5T 7-11 0,01 0,13 0,80 2.79
6T 7-11 0,02 0,13 0,99 2.96
7T 7-11 0,02 0,16 1.12 2.19
8T 7-11 0,01 0,13 0,91 2.00
9T 7-11 0,01 0,10 0,81 1.93
10T 7-11 0,02 0,10 0,82 1.93
X 0.01 0.12 0.98 2.56
± D.P. 0.005 0.01 0.14 0.50
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 7-11 0,02 0,14 0,83 2.50
2T 7-11 0,02 0,14 1.41 3.08
3T 7-11 0,02 0,15 0,82 1.61
4T 7-11 0,01 0,17 0,88 1.76
5T 7-11 0,01 0,16 0,83 1.74
6T 7-11 0,02 0,15 0,91 1.80
7T 7-11 0,02 0,11 1.28 3.20
8T 7-11 0,02 0,15 0,97 2.24
9T 7-11 0,01 0,14 1.15 2.18
10T 7-11 0,02 0,14 1.17 2.08
X 0.01 0.15 1.03 2.22
± D.P. 0.004 0.02 0.21 0.56
84
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
````````````````````````
``````
Animal Peso médio
dos ovários (g) Peso médio das placentas (g)
Peso médio dos fetos (g)
Comprimento médio dos fetos
(cm)
1T 7-11 0,01 0,14 1.06 2.16
2T 7-11 0,02 0,14 1.33 2.18
3T 7-11 0,02 0,14 1.36 2.14
4T 7-11 0,02 0,14 1.36 2.33
5T 7-11 0,02 0,14 1.31 2.18
6T 7-11 0,02 0,14 1.21 2.30
7T 7-11 0,02 0,14 1.27 2.30
8T 7-11 0,02 0,11 1.35 2.50
9T 7-11 0,02 0,14 1.42 2.41
10T 7-11 0,02 0,13 1.37 2.39
X 0.01 0.14 1.30 2.29
± D.P. 0.003 0.01 0.10 012
7-11 = guaco administrado entre os dias 7 e 11 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ±
desvio padrão. Fonte: (Mendes, 2011)
85
ANEXO E - Efeito do extrato liofilizado de M. glomerata nas dosagens 0,6, 0,3 e 0,03 mg/g/dia
administrado entre os dias 14 e 18 da gestação, sobre parâmetros gestacionais. (Continua)
Animal Corpos lúteos
Sítios de implantação
Reabsoções precoces
Reabsorções tardias
Total reabsorções
Fetos mortos
Fetos vivos
CONTROLE
1C 14-18 14 14 1 0 1 0 13
2C 14-18 13 13 2 0 2 0 11
3C 14-18 11 11 1 0 1 0 10
4C 14-18 12 12 0 0 0 0 12
5C 14-18 10 10 0 0 0 0 10
6C 14-18 13 13 1 0 1 0 12
7C 14-18 13 13 3 0 3 0 10
8C 14-18 10 10 0 0 0 0 10
9C 14-18 14 14 0 0 0 0 14
10C 14-18 11 11 0 0 0 0 11
X 12.1 12.1 0.8 0 0.8 0 11.3
± D.P. 1.52 1.52 1.03 0.00 1.03 0.00 1.42
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 14-18 9 9 4 0 4 2 3
2T 14-18 13 13 2 0 2 2 9
3T 14-18 14 14 1 0 1 3 10
4T 14-18 13 13 3 0 3 0 10
5T 14-18 14 14 0 0 0 1 13
6T 14-18 14 14 1 0 1 0 13
7T 14-18 9 9 2 1 3 1 5
8T 14-18 15 15 1 0 1 0 14
9T 14-18 14 14 1 0 1 0 13
10T 14-18 11 11 3 0 3 2 6
X 12.6 12.6 1.8 0.1 1.9 1.1 9.6
± D.P. 2.17 2.17 1.22 0,31 1.28 1.1 3.83
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 14-18 11 11 2 0 2 0 9
2T 14-18 8 8 2 0 2 2 4
3T 14-18 11 11 1 2 3 0 8
4T 14-18 8 8 2 1 3 0 5
5T 14-18 14 14 1 0 1 0 13
6T 14-18 12 12 0 1 1 0 11
7T 14-18 5 5 2 0 2 0 3
8T 14-18 8 8 2 1 3 0 5
9T 14-18 9 9 3 0 3 0 6
10T 14-18 10 10 2 1 3 0 7
X 9.6 9.6 1.7 0,6 2.3 0.2 8.91
± D.P. 2.55 2.55 0.82 0.70 0.82 0,63 3.18
86
Animal Corpos lúteos
Sítios de implantação
Reabsoções precoces
Reabsorções tardias
Total reabsorções
Fetos mortos
Fetos vivos
1T 14-18 13 13 2 0 2 0 11
2T 14-18 13 13 1 0 1 0 12
3T 14-18 10 10 0 0 0 1 9
4T 14-18 14 14 0 0 0 0 14
5T 14-18 14 14 2 0 2 0 12
6T 14-18 15 15 2 0 2 0 13
7T 14-18 12 12 1 1 2 0 10
8T 14-18 12 12 1 1 2 0 10
9T 14-18 14 14 0 1 1 0 13
10T 14-18 12 12 0 0 0 2 10
X 12.9 12.9 0.9 0,3 1.2 0,3 11.4
± D.P. 1.45 1.45 0.88 0.48 1.28 0,67 1.65
14-18 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ±
desvio padrão. Fonte:( Mendes, 2011)
87
ANEXO F- Efeito do extrato liofilizado de M. glomerata nas dosagens (0,6,0,3 e 0,03 mg/g/dia)
administrado entre os dias 14 e 18 da gestação. Índices gestacionais. (Continua)
Animal II IR IM IPEai IPEt IV
CONTROLE
1C 14-18 100,0 7.1 0,0 0,0 7.1 92.9
2C 14-18 100,0 15.4 0,0 0,0 15.4 84.6
3C 14-18 100,0 9.1 0,0 0,0 9.1 90,9
4C 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
5C 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
6C 14-18 100,0 7.7 0,0 0,0 7.7 92.3
7C 14-18 100,0 23.1 0,0 0,0 23.1 76.9
8C 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
9C 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
10C 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
X 100.0 6.2 0.0 0.0 6.2 93.8
± D.P. 0.0 8.0 0.0 0.0 8.0 8.0
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 14-18 100,0 44.4 22.2 0,0 66.7 33.3
2T 14-18 100,0 15.4 15.4 0,0 30,8 69.2
3T 14-18 100,0 7.1 21.4 0,0 28.6 71.4
4T 14-18 100,0 23.1 0,0 0,0 23.1 76.9
5T 14-18 100,0 0,0 7.1 0,0 7.1 92.9
6T 14-18 100,0 7.1 0,0 0,0 7.1 92.9
7T 14-18 100,0 33.3 11.1 0,0 44.4 55.6
8T 14-18 100,0 6.7 0,0 0,0 6.7 93.3
9T 14-18 100,0 7.1 0,0 0,0 7.1 92.9
10T 14 18 100,0 27.3 18.2 0,0 45.5 54.5
X 100.0 17.2* 9.5* 0.0 26.7* 73.3*
± D.P. 0.0 14.3 9.3 0.0 20.7 20.7
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 14-18 100,0 18.2 0,0 0,0 18.2 81.8
2T 14-18 100,0 25.0 25.0 0,0 50,0 50,0
3T 14-18 100,0 27.3 0,0 0,0 27.3 72.7
4T 14-18 100,0 37.5 0,0 0,0 37.5 62.5
5T 14-18 100,0 7.1 0,0 0,0 7.1 92.9
6T 14-18 100,0 8.3 0,0 0,0 8.3 91.7
7T 14-18 100,0 40,0 0,0 0,0 40,0 60,0
8T 14-18 100,0 37.5 0,0 0,0 37.5 62.5
9T 14-18 100,0 33.3 0,0 0,0 33.3 66.7
10T 14 18 100,0 30,0 0,0 0,0 30,0 70,0
X 100.0 26.4 2.5 0.0 28.9 71.1
± D.P. 0.0 11.8 7.9 0.0 13.9 13.9
88
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
Animal II IR IM IPEai IPEt IV
1T 14-18 100,0 15.4 0,0 0,0 15.4 84.6
2T 14-18 100,0 7.7 0,0 0,0 7.7 92.3
3T 14-18 100,0 0,0 10,0 0,0 10,0 90,0
4T 14-18 100,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0
5T 14-18 100,0 14.3 0,0 0,0 14.3 85.7
6T 14-18 100,0 13.3 0,0 0,0 13.3 86.7
7T 14-18 100,0 16.7 0,0 0,0 16.7 83.3
8T 14-18 100,0 16.7 0,0 0,0 16.7 83.3
9T 14-18 100,0 7.1 0,0 0,0 7.1 92.9
10T 14 18 100,0 0,0 16.7 0,0 16.7 83.3
X 100.0 9.1 2.7 0.0 11.8 88.2
± D.P. 0.0 7.1 5.8 0.0 5.5 5.5 14-18 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ± desvio padrão. II, índice de implantação; IR, índice de reabsorção; IM, Índice de mortalidade, IPEai, Índice de perda embrionária antes da implantação; IPEt, Índice de perda embrionária total, IV, Índice de viabilidade. Fonte: (Mendes, 2011)
89
ANEXO G – Efeito do extrato liofilizado de M. glomerata dosagens (0,6,0,3 e 0,03 mg/g/dia)
administrado entre os dias 14 e 18 da gestação sobre o peso dos ovários, das placentas e dos fetos e do comprimento fetal.
(Continua)
Animal Peso médio dos
ovários (g) Peso médio
das placentas (g) Peso médio
dos fetos (g) Comprimento
médio dos fetos (cm)
CONTROLE
1C 14-18 0,01 0,15 1.14 2.32
2C 14-18 0,02 0,14 1.11 2.14
3C 14-18 0,02 0,13 1.00 2.19
4C 14-18 0,02 0,14 1.26 2.36
5C 14-18 0,02 0,13 1.19 2.42
6C 14-18 0,01 0,17 1.20 2.58
7C 14-18 0,01 0,16 1.21 2.65
8C 14-18 0,01 0,21 1.14 2.48
9C 14-18 0,01 0,26 1.18 2.26
10C 14-18 0,02 0,17 1.14 2.29
X 0.01 0.17 1.16 2.37
± D.P. 0.004 0.04 0.07 0.16
DOSAGEM 0,6 mg/g/dia
1T 14-18 0,01 0,09 1.11 1.99
2T 14-18 0,02 0,10 1.16 2.10
3T 14-18 0,02 0,11 1.12 2.05
4T 14-18 0,02 0,18 1.16 2.15
5T 14-18 0,02 0,14 0,79 1.99
6T 14-18 0,02 0,17 1.03 2.00
7T 14-18 0,02 0,15 1.04 2.00
8T 14-18 0,01 0,12 1.05 2.08
9T 14-18 0,02 0,13 1.03 2.03
10T 14-18 0,01 0,10 0,80 2.06
X 0.01 0.13 1.02 2.04
± D.P. 0.005 0,03 0.17 0,34
DOSAGEM 0,3 mg/g/dia
1T 14-18 0,02 0,17 1.16 2.14
2T 14-18 0,02 0,16 1.05 1.99
3T 14-18 0,01 0,16 0,96 1.90
4T 14-18 0,01 0,15 1.24 2.03
5T 14-18 0,01 0,17 1.00 1.96
6T 14-18 0,02 0,16 1.14 2.02
7T 14-18 0,01 0,20 1.06 1.90
8T 14-18 0,02 0,14 1.16 1.95
9T 14-18 0,02 0,12 1.17 2.00
10T 14-18 0,02 0,15 1.23 1.98
X 0.01 0.16 1.12 1.99
± D.P. 0.004 0.02 0.09 0.07
90
DOSAGEM 0,03 mg/g/dia
Animal Peso médio dos
ovários (g) Peso médio
das placentas (g) Peso médio
dos fetos (g) Comprimento
médio dos fetos (cm)
1T 14-18 0,02 0,12 1.14 2.13
2T 14-18 0,02 0,10 1.14 2.02
3T 14-18 0,02 0,12 1.10 2.30
4T 14-18 0,02 0,11 1.12 2.11
5T 14-18 0,02 0,14 1.13 2.11
6T 14-18 0,01 0,15 1.14 2.16
7T 14-18 0,01 0,12 1.16 2.13
8T 14-18 0,02 0,12 1.12 2.15
9T 14-18 0,02 0,12 1.31 2.10
10T 14-18 0,01 0,12 1.15 2.15
X 0.01 0.12 1.15 2.14
± D.P. 0.004 0.01 0.06 0.07
14-18 = guaco administrado entre os dias 14 e 18 de gestação; C, controle; T, tratado. X±DP, média ± desvio
padrão.Fonte : (Mendes, 2011)
91
ANEXO H Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de
desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6,0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área placentária, área do espongiotrofoblasto e labirinto dos animais tratados no período organogenético
Área total placentária
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 9.77 10.4 11.6 9.82
2 8.87 10.2 11.5 9.78
3 10.0 9.51 11.8 10.2
4 10.2 11.0 12.2 9.95
5 11.2 10.7 11.3 10.7
6 10,3 10.2 9.97 9.42
7 9.87 11.7 8.67 10.0
8 10,6 10.2 8.84 9.53
9 9.70 11.4 9.02 11.1
10 10.1 10.7 8.49 9.62
11 11.2 11.2 10.2 8.79
12 10,6 10.9 10,6 8.94
Média 10.2 9.94 10.54 9.82
± DP 0,65 2.76 1.34 0,66
Área Espongiotrofoblasto
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 3.11 3.3 5.54 5.23
2 5.67 3.25 5.22 5.46
3 3.20 4.03 5.64 6.09
4 4.02 3.67 6.02 5.78
5 4.70 3.98 5.04 6.23
6 4.05 4.01 5.21 5.76
7 5.04 3.87 4.79 5.97
8 4.01 5.02 5.23 5.02
9 4.04 5.79 5.29 7.05
10 4.30 3.99 4.89 4.23
11 5.10 5.23 6.01 4.89
12 4.90 4.75 6.78 4.76
Média 4.34 4.24 5.47 5.54
DP 0.76 0.79 0.57 0.77
92
Área Labirinto
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 6.12 6.86 5.68 4.02
2 3.50 5.31 5.96 5.01
3 6.02 5.83 6.24 4.23
4 6.70 7.58 6.30 4.05
5 6.21 7.00 5.90 4.11
6 6.36 7.21 4.97 3.89
7 4.70 6.89 4.08 4.27
8 6.40 5.96 4.01 3.95
9 4.90 6.98 4.47 4.03
10 6.80 7.02 4.01 4.79
11 5.90 5.95 4.20 3.79
12 6.50 6.02 4.04 4.01
Média 5.78 6.55 5.84 4.18
DP 0.98 0.70 0.96 0,36 Média , DP: Desvio Padrão. Fonte: (Mendes, 2011)
93
ANEXO I Efeito da Mykania glomerata administrada durante o período organogenético e de
desenvolvimento fetal nas dosagens 0,6,0,3 e 0,03 mg/g/dia, na área placentária, área do espongiotrofoblasto e labirinto dos animais tratados no período de desenvolvimento fetal
(Continua)
Área total placentária
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 8.99 9.91 11.1 9.98
2 9.19 9.63 10.4 8.75
3 9.25 11.9 11.7 10.2
4 12.4 10.4 12.0 9.79
5 9.96 10.5 11.3 10.1
6 10.8 10.8 10.9 10.1
7 11.4 8.97 11.6 10.5
8 10.5 9.79 10.4 9.23
9 9.96 10,3 10.2 9.02
10 10.2 10.0 10.0 9.56
11 11.3 11.1 10.7 9.23
12 11.2 10.4 11.2 10.8
Média 10.4 10,31 10.96 9.77
DP 1.03 0.75 0,63 0,62
Área Espongiotrofoblasto
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 3.16 5.21 5.38 5.02
2 3.29 3.35 4.8 4.89
3 4.53 5.26 5.08 5.43
4 2.92 2.89 6.38 5.04
5 3.43 4.65 5.27 5.97
6 3.21 4.87 5.57 6.02
7 4.27 4.25 5.89 6.22
8 5.01 5.23 5.04 5.76
9 4.02 5.02 6.01 5.29
10 3.98 5.27 5.98 5.88
11 4.76 5.96 6.23 5.61
12 4.01 4.58 6.42 6.87
Média 3.88 4.71 5.67 5.67
DP 0,68 0.86 0.56 0.58
94
Área Labirinto
Amostra Controle T 0,03 mg/g/dia T 0,3 mg/g/dia T 0,6 mg/g/dia
1 5.6 4.8 5.87 4.02
2 5.61 5.96 5.89 3.89
3 4.59 6.44 6.48 4.04
4 8.75 7.45 5.5 4.22
5 6.13 5.14 6.2 3.98
6 7.02 5.21 5.92 4.02
7 6.96 4.93 6.08 4.12
8 5.07 5.74 5.72 3.89
9 5.2 4.21 5.59 3.27
10 5.6 5.01 6.05 4.01
11 6.97 6.07 5.04 3.85
12 7.4 6.92 5.21 4.01
Média 6.24 5.66 5.80 3.94
DP 1.19 0.95 0.41 0.23 Média, DP: desvio padrão
95
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