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11/04/2014Declaração do Comitê Redator do Organizador Operário Internacional
No dia 6 de Abril durante a sua entrada na Tunísia, foi detido, sequestrado e ficoudesaparecido durante 5 dias, David Leandro Hofstadter, correspondente do Editorial Socialista
Rudolph Klement.
LIBERDADE JÁ A LEANDRO!
É preciso parar a mão do estado repressor e torturador da Tunísia!
Centenas de organizações operárias, da imprensa e socialistas começam apronunciar-se pela liberdade do companheiro, enviando notas exigindo a sualiberdade, enquanto se preparam mobilizações nas Embaixadas da Tunísia em
dezenas de países do mundo
Leandro cobria como correspondente dos processos revolucionários que
comoveram o Magreb e Oriente Médio desde 2011. Esteve no Egito e na Síria. Enviava correspondências a distintos periódicos socialistas, dentre eles, o Organizador Operário Internacional.
Antes de sua viagem à Tunísia ficou durante dois meses nos campos de
refugiados da Síria, onde se encontram 9 milhões de sírios vivendo como verdadeiros parias em barracas do deserto. Leandro tinha em seu poder, antes de ser detido no aeroporto da Tunísia, sua última correspondência dando conta dos
massacres que diariamente acontecem nesses acampamentos de refugiados sírios seja na fronteira com Turquia, Líbano, Iraque ou Jordânia. Ele tinha acompanhado o levantamento do Fallujah no Iraque contra o governo títere dos ianques no mês de fevereiro. E desde a Turquia viajou até a
Tunísia, onde tinha programadas entrevistas e reuniões com organizações operárias e estudantis nesse país.Junto com outros membros do Editorial Socialista Rudolph Klement, Leandro estava preparando a última parte de
dois livros que brevemente serão editados por essa Editora. Um deles é intitulado: “Desde a primavera dos povos o inferno
da contrarrevolução imperialista”. O outro livro que brevemente será publicado – do qual Leandro é coautor- leva o título de: “Síria: um país libanizado, uma revolução ensanguentada”.
Leandro arriscava sua vida para informar ao movimento operário mundial e as organizações socialistas, desde dentro dos acontecimentos, a face oculta da luta revolucionaria das massas da região, os terríveis massacres e também as
traições que estão sofrendo durantes estes anos. Leandro recebia informação dos lutadores que estão na Líbia junto com as milícias rebeldes, e que apoiam uma nova onda de greves petroleiras que paralisam os portos da Líbia de Leste a Oeste. Leandro tinha colocado sobre seus ombros, inclusive arriscando sua vida, a luta por colocar de pé uma Rede
Internacional de Solidariedade e de luta pela liberdade de dezenas de milhares de lutadores operários e anti-imperialistas encarcerados nas masmorras dos regimes repressores do opróbrio, tutelados pelas grandes potências imperiais, como são os presos palestinos, os presos bascos, os presos sírios, os que já se encontram esquecidos nos cárceres do Egito ou
de Guantánamo, como um símbolo da repressão de um sistema capitalista mundial que só traz barbáries à civilização humana. Como correspondente, Leandro estendeu a luta dos petroleiros condenados à prisão perpetua de Las Heras (Argentina) a países do Norte da África e Oriente Médio, onde as petroleiras imperialistas não apenas tem presos em seus
cárceres, senão que também tem comandado massacres como no Iraque, Afeganistão e em toda a região.Leandro iria entrevistar as organizações operárias que no dia 12 de Dezembro de 2013 ganharam as ruas na
Tunísia apoiando os companheiros petroleiros que tinham sido condenados pelo tribunal da vingança em Caleta Olívia
(Argentina).Assim que Leandro foi detido brutalmente no aeroporto de Cartago, este aeroporto foi militarizado. Um paradoxo. A
guarda militar que serviu ao assassino Ben Alí deteve um lutador pela liberdade e que sempre apoiou toda luta anti-imperialista das massas exploradas.
A demanda por sua aparição e imediata liberdade foi tomada rapidamente por organizações operárias de todo o mundo. A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), através do Comitê Executivo da Confederação Latino Americana e do Caribe de Trabalhadores Estatais (CLATE), e a UGTT desde a Tunísia encabeçaram os primeiros passos para exigir que Leandro apareça.
Aqui, publicamos um comunicado do Editorial Socialista Rudolph Klement no qual dá conta destes acontecimentos na nota enviada no dia 07/04 à Embaixada da Tunísia na Argentina. Também reproduzimos a carta da CTA e da CLATE à UGTT do dia 08/04, e a nota do dia 11/04 do Editorial que coloca que o governo tunisino teve que “esclarecer” que tinha
detido o companheiro Leandro em um cárcere para estrangeiros na capital da Tunísia para “averiguação de antecedentes”.
Como diz o Editorial, estamos perante uma verdadeira falácia e infâmia de um governo totalmente lacaio e tutelado pelo imperialismo. Tal qual se denuncia, desde o dia 06/04 até 11/04, nem sequer o Embaixador Argentino foi notificado do
paradeiro de Leandro, das acusações de ter cometido algum delito, da causa judicial aberta contra ele e nem sequer o juizado onde deveria estar a causa. Muito menos se outorgou ao companheiro Leandro o direito a realizar uma chamada consular, que tem qualquer estrangeiro que é detido em outro país.
Hoje, depois que foi “esclarecido”, o companheiro Leandro segue detido para “averiguação de antecedentes”. Quais antecedentes? Se a forma de averiguar se ele cometeu algum delito na Tunísia ou não, ou se é procurado e acusado de algo, é tocando uma tecla em um computador. Isso não deveria demorar mais que poucos segundos, ao qual se soma alguns minutos ou como muito 24 horas.
A verdade é que o companheiro foi sequestrado e desaparecido por vários dias. Ainda não lhe permitem ter advogado, ser visto por um médico de oficio e nem ser visitado por nenhum companheiro de trabalho, amigo ou familiar. Leandro continua sequestrado pelo estado tunisino. Assim este trata os trabalhadores e o seu próprio povo. E ainda por
cima fala de “democracia” e “liberdade”. É preciso sermos claros: o companheiro seria “abduzido”. Ainda não sabemos até onde ele foi torturado e machucado. Esse é o motivo pelo qual o governo tunisino o mantém oculto. Essa questão é mais que evidente.Os “antecedentes” de Leandro estão sendo averiguados pela CIA, pela Mossad e por todos os serviços de inteligência
contrarrevolucionários da região. Do companheiro Leandro, apenas poderão encontrar que machuca e fere com sua caneta e seus escritos aqueles que tem massacrado e martirizado aos povos do Magreb e Oriente Médio, com seus ditadores sanguinários como é hoje em dia o cachorro Bashar. Distintas organizações operárias de todo o mundo já começaram a mandar seu repudio a esta detenção, junto com
a CTA da Argentina e a UGTT da Tunísia. Por isso que o embaixador Argentino na Tunísia imediatamente foi ao aeroporto no mesmo dia 06/04 verificar a situação de Leandro. Desse dia até o dia de hoje não permitiram vê-lo, depois que o Embaixador comparecesse varias vezes no Ministério do Interior tunisino pelo companheiro.
Desde nossa corrente internacional e desde Democracia Obrera, corrente socialista da Argentina, no momento em que o companheiro Leandro foi sequestrado no aeroporto de Cartago e ao mesmo tempo que informávamos isso a CTA da Argentina, a UGTT da Tunísia, e inclusive a Chancelaria Argentina para que cumprisse com as obrigações que lhe corresponde a este caso, temos notificado dessa situação os deputados da FIT na Argentina. Eles tem em seu poder toda a
documentação e estamos à espera, com certeza, que encabecem desde Argentina a luta pela liberdade do companheiro. Chamamos a todas as organizações operárias e estudantis combativas a impulsionar notas, declarações e enviar e-mails ao Ministério do Interior da Tunísia e a todas as Embaixadas tunisinas no mundo, exigindo a liberdade imediata do
companheiro Leandro e que ele possa ser visto e atendido por um medico . Nós não vamos calar toda tortura ou in situescárnio que tenha sofrido o companheiro por parte das bandas parapoliciais que exercem o terrorismo de estado em todos os países da região. Leandro, junto a seu trabalho de escritor e investigador, colaborava para colocar de pé uma Rede Internacional de
apoio e solidariedade com todos os torturados, encarcerados e perseguidos do mundo, em especial na zona do Magreb e Oriente Médio.
Leandro impulsionava e levava como parte de seu trabalho como escritor, a solidariedade com os presos de Las Heras e os presos palestinos, que mais de 5.000 se amontoam nas prisões do sionismo.
Hoje ele está na prisão. Fica nas nossas mãos colocar de pé essa Rede de Solidariedade Internacional e neste momento fazê-lo pelo companheiro David Leandro Hofstadter. A luta por sua liberdade nos encontra comprometidos e sabemos que as massas do Magreb, Oriente Médio e todo o mundo não vão permitir que persista esta ignomínia e esta
fraude do governo tunisino. Membros do Editorial Socialista Rudolph Klement e o companheiro Leandro estavam terminando de escrever, como já falamos, um ensaio sobre as “primaveras árabes” e tinha planificado reunir-se com a família e os vizinhos de Mohammed Bouazizi, o jovem que se imolou na Tunísia e foi a faísca que incendiou a pradaria no Magreb e Oriente Médio
em 2011. Nosso compromisso não é somente lutar pela liberdade do companheiro Leandro, de todos os presos políticos da região e do mundo, senão também garantir o direito que tem todo escritor ou jornalista- muito mais se é correspondente de
guerra para correntes operárias e socialistas do mundo-, de terminar seu trabalho e ser protegido e coberto com solidariedade de todas as organizações operarias de toda a região e da Tunísia em particular.
Aqui o que está claro é que esse direito à imunidade rege somente para correspondentes dos jornais e meios de imprensa multimilionários, que trabalham para as grandes empresas, governos e transnacionais, e não para os
correspondentes que informam a classe operaria mundial e a intelectualidade de esquerda e socialista do mundo. Esta peleja para colocar de pé uma luta internacional por todos os presos nos leva a lutar pela liberdade não só de Leandro, senão também mais do que nunca pela liberdade dos 5.000 presos palestinos, o companheiro Abdallah, os petroleiros de Las Heras, os presos bascos, de Guantánamo, os presos de Aleppo, que são um verdadeiro símbolo da
perseguição e repressão que padecem os trabalhadores do mundo.Na Argentina, a repressão e o tribunal videlista que julgou e condenou os companheiros de Las Heras são uma
engrenagem a mais desta besta imperialista que não tem nenhum limite- exceto o que impõe às massas com sua luta- para
massacrar, aterrorizar e reprimir aos trabalhadores e aos povos oprimidos que lutam por sua liberdade.
Julián Juárez, Laura Sánchez, Juan González y Pamela Parsons
Pelo Comitê Redator do Organizador Operário Internacional
Ministério do Interior da Tunísia
Av. Habib Bourguiba 1000Teléfonos: 00216-71333000 // 71235385 //
71340888
Embaixada da Tunísia no Brasil
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