CAMPELLO- Introdução ao Controle Bibliográfico.pdf

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    1/54

    lntro

    uao

    ao

    controle

    lcibliogrf ic

    ..:

    Seg

    unda edio

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    2/54

    INTRODUO

    AO

    CONTROLE

    BIBLIOGRFICO

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    3/54

    Bernadete

    Campello

    Introduo

    ao

    controle

    bibliogrfico

    Segunda

    edio

    @

    rusmJR8.I-EMos

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    4/54

    O

    Bedete campell

    2006

    Dieild .lesta edio

    adqiridos

    Por

    ldos l.fnno

    e

    ComDicao

    Ltda

    Todos

    os diilos

    resedos.

    De a@,llo

    com a

    lei n.' I 610

    de

    19/2/1998,

    nenhlm

    pdle

    dste

    lim

    pode

    ser

    foio.oPda.

    gravda,

    rcprtida

    ou

    enada

    nun sistda

    de recupeao

    d

    idomao

    ou trstda

    eb

    qu.lquer

    lom

    ou

    Por

    qulqd

    ncio eletrnlco

    ou

    mc.co

    sem o

    Previo

    consflltto

    do autor

    e do editor'

    Re\dso:

    Mdia Lucia

    Vllar

    de Lmos

    Capa:

    Fomatos

    Design Gr6co

    Ltd

    Peserv

    paa

    acessar

    Conboe

    Bibliogrfico

    Univesa

    Bibiiotecas

    nacionais

    Depsito legal

    Bibliograa

    naciona

    Padronizao

    da descrio bibiogrfica

    Catalogao

    coopertiva, catalogao

    na fonte

    e

    catalogao na

    pubicao

    Sistemas de identifcao

    numric

    de

    documentos

    ndice

    Sumrio

    sess6@s&

    Apresentao

    t-ista

    de

    siglas

    2

    :l

    4

    5

    6

    7

    u

    vii

    ix

    I

    4

    I

    20

    32

    43

    57

    6a

    78

    93

    Dados

    hlcrn.io.ais

    d catlogaqo

    na Fblicao

    (cPl

    (C;rra

    Bslleira do

    l-no.

    s:i I'lo.

    sr,

    B.asill

    nrroduqo

    o.onlrce

    bibliogin.o

    /

    Bemdte

    cdnpclo.

    2.

    ed. Ersilla. D:

    Briquet do Lcmos

    /

    Liros. 2006

    1

    Bibo4n nactonal

    2. conlrol. brbiogr;nco

    r"titulo

    06-A795

    .DD 025 3

    2006

    Brtquet de

    r:ms

    /

    Llws

    L.nos

    Ittormo

    e Comuntco

    Ltda.

    SRarS

    Ouadra

    70

    -

    Bloco

    K

    Sala

    83

    Edlcio

    Embassy Tower

    Brsia,

    DF 70340 000

    Teelone

    (6r)

    3322

    9806

    Fd

    (6)

    3323

    725

    wv.briquetdelernos..orn.bi

    [email protected]

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    5/54

    Apresentao

    &ss*6s**s

    ISTE

    I,I\''RO

    DESCRE\E

    OS

    INSTRUMENTOS

    DE

    CONTROLE

    BIBLIO'

    grfico

    propostos por

    organizaes

    internacionais,

    que

    tm

    sido utilizados

    por

    diversos

    pases

    nos ltimos

    25

    anos,

    com nfase na

    maefa como

    o Brasil

    vem aplicando

    esses

    irstrumentos.

    Cada

    captulo

    descreve

    a origem,

    o desen-

    vomento e s caactersticas

    de determinado

    instrumento

    cle controle

    bibliogrco,

    e termina

    com

    a

    descrico

    de como

    tem sido empregdo

    aqui.

    Com isso,

    visualiza-se,

    de forrna

    iulpla,

    a

    trajetria

    d biblioteconomla

    na

    busca de um

    or-

    ganizao

    bibliografica

    que per'nit

    concretizar

    o ideal

    da

    ,

    li-ci

    no acesso

    inlormao.

    Este

    texto

    foi

    elaborado

    tendo em

    sta, em

    princpio'

    a

    disciplina Organizao

    e

    Controle

    Bibiogrfico

    da

    Infor

    rnao,

    ministrada

    na

    Escoa de

    Cincia da Informao

    da

    Universidade

    Federal de Minas

    Gerais. O

    obietivo

    foi

    reunir

    ifomaes

    bsicas

    que permitr aos alunos

    conhecer

    os

    I)rincipais

    conceitos

    que

    integram

    a

    noo

    de controe

    biblio

    gr

    fico.

    Esta segrrnda

    edio

    de

    Introduco

    ao

    cofttroLe

    biblqrAfm

    vcm

    com

    algumas

    modificaes.

    Dois

    captulos

    constantes

    (la

    primeira edio

    [Disponibildade

    de Pub]icaes

    e

    Con-

    trole

    Bibliogrfico

    Especiaizado)

    forarn

    rettados, e

    o

    capitulo

    soble

    agncia

    bibliograica

    ncional

    foi

    incorporado ao

    de

    l)iblioteca nacional.

    Foi includo

    um captulo

    sobre o

    conceito

    r

    lc

    preservao

    da

    memria,

    em

    l,irtude

    da

    necessidde

    que

    sentimos

    de

    proporcionar

    embasamento

    conceitual

    que

    ori

    (

    te

    o

    estudo

    dos diversos

    instrumetos

    de

    controle

    biblio

    trfico,

    de forma

    que eles no

    sejam

    trabalhados

    apenas

    ('ln

    uma

    perspectiva operacional.

    As

    modicaoes

    efetuadas

    visaram a

    pemitir

    que

    se

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    enfocassem

    instrumentos

    de

    controle

    bibliogrlico

    que'

    em-

    bora

    inventados

    h

    muito

    lempo

    no mbilo

    da

    biblioleco-

    nomia,

    continuam

    pel1inenles

    no

    universo

    informacional

    Espero

    que o texto

    constitua

    apenas

    um

    referencial

    que

    fundamente

    outras

    pesquisas

    mais

    abrangentes

    a

    serem

    efetuadas

    no

    mbito

    da;

    disciplinas

    em

    que

    for

    utilizado'

    Assim,

    a

    j.dia

    que o

    li\To

    sirva

    como

    ponto

    de

    partida

    pfa

    estuclos

    qua u.*

    u

    discusses

    e

    inlerprelaes

    mais

    profundadas.

    e

    partj.r das informaes aqri

    reunidas'

    os

    aiunos

    podero

    xplorar

    e

    aprofundr

    idias

    que

    thes

    possibilitem

    refletir

    criticamente

    sobre

    questes

    pertinentes

    ao controle

    bibliogrfi

    co.

    Agradeo

    a

    Maria

    Helena

    de Andrade

    Maglhes'

    co-

    autoa

    da

    primef

    edio

    e

    que, embora

    no

    mais

    parti-

    cipando

    deste

    trabalho,

    teve

    contribuio

    importante'

    e a

    Isis

    Paim,

    que,

    acompanhando

    h muito

    tempo

    minha

    tra-

    i.rO.iu

    ptotittional.

    colaborou

    com

    vrias

    ideias

    e

    tem

    sido

    -uma

    fora

    para o meu

    perfei(oamen

    Lo'

    Lista

    de siglas

    &e*s#*ss*s

    /\^alR2

    AI]N'

    r\ll

    (

    ^t.co

    .I]IJ

    (

    c^A2

    (

    ]CN

    (

    ]DT)

    (

    l)NL

    (

    t)lI

    (Ir

    I)ASP

    I)OI

    l,t^N

    Itnbrapa

    I'IJAB

    II(V

    ID

    r.BD

    II]BD

    IIIGE

    ICT

    t( tAus

    l(

    rsu

    t,1,1

    IN

    I-

    r\

    Anglo-American Cataloguing Rules

    Associao Brasileir

    de

    Normas Tcnicas

    American

    Library

    Association

    Asso-jao

    Pau

    lista

    de

    Bibliolecrios

    Catalogao

    Legvel

    por

    Computador

    Controle

    Bibliogrlco

    Universal

    Cdjgo

    de

    Catalogaco

    Anglo-Americano

    Catlogo Coletivo Naciona

    de

    Publicaes Seria-

    das

    Classificao Decimal de Dewey

    Conference of

    Directors

    of

    National Libraries

    Classicao Decimal

    Universal

    Cataloging

    In Publication

    Depadamento

    Administrativo

    do Servio Pblico

    Digital

    Object

    Identifier

    European

    Article

    Numbering

    Empresa

    Brasileira

    de Pesquisa Agropecuria

    Federao B[asileira de Associaoes

    de

    Bibliote-

    crios, Cientistas da Inlormaqo e Instituioes

    Fundao

    Getlio

    Vargas

    Federao

    Internacional

    de

    Informao

    e Docu-

    mentaqo

    Functional

    Requircments for

    Bibliographic Records

    Instituto

    Brasieirc

    de Biblioga-a e

    Documentao

    Institlrto

    Brasileiro

    de Geografia

    e Estatstica

    Instituto Brasileirc de Iformao em Cincia e Tec

    nologia

    International

    Council on Archives

    IFL

    CDNL

    Alliance for Bibliographic

    Standards

    Conselho

    Internacional

    de

    Unioes Cientificas

    Internationa Federation

    of

    the

    Phonographic In-

    dustry

    Instituto Nacional do Li\.ro

    Interntion

    Pbishers Associtin

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    7/54

    ISAN

    ISBD

    IStsN

    ISDS

    ISMN

    tso

    ISRC

    MARC

    N,{fS

    ocLc

    PDI'

    PGI

    PNBU

    PROBIB

    RFC

    RLIN

    sic

    SICI

    SNE]-

    UBCINI

    UCC

    TJNESCO

    UNI L{RC

    UR

    URL

    UTT,AS

    \aF

    International

    Standard

    Audiovisual

    Number

    tntemational

    Stadard

    Bbliographic

    Description

    lnternational

    Standard

    Book

    Number

    Inte'national

    Sedals Data

    System

    International

    Standard

    Music

    Number

    International

    Organizaliol-t

    for Standadization

    International

    Standard

    Recording

    Code

    Machine

    Redable

    Cataloguing

    National

    Documentation.

    Library

    and

    Archives

    Infrastructures

    Online

    Co puter

    Library

    Center

    (Adobe)

    Portable Document

    Fornat

    General

    Information

    Progranln]e

    Plno Ncional de Bibliotecas

    Univesitrias

    Programa

    Nacional

    de

    Bibliotecas

    de

    Instituies

    de

    Ensino Superior

    Request

    for Comments

    Research

    Libraries

    Infonnation

    Netivork

    Serviqo

    de

    lnrcrcambio

    de

    Cataogao

    Serial

    ltem

    and

    Contribution

    dentier

    Sindicato

    Nacional

    de

    Editores de

    Li\''os

    Universal

    Bibliographic Control

    ancl

    Internatiol-lal

    MAI( ]

    Uniform

    Code

    Council

    Organizao

    das

    NaQoes

    Unidas

    para

    a

    EdlrcaQo,

    Cincia

    e Cultura

    Universal

    MARC

    l,)rmat

    Uniform

    Resoutce

    Identier

    Unifomr

    Resource

    l,ocator

    University

    of

    To-onto

    Library Automation

    System

    Virtual

    International

    Authoity File

    I

    &&&&s#6*&&

    Antecedentes

    Ii

    srcr'rrFrcATlve

    A

    cN'r'RIBUIo

    DA tsIBI-torEcoNoMLA

    PARA

    o

    ircesso amplo

    e

    democrtico

    informao.

    Na

    Perspectiva

    rnrrndial, essa contribuio

    representada

    por

    mecanismos

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    8/54

    sobre cada

    um havia breve

    nota biogrfica e uma anise

    do

    seu trabaho, O

    Pinakes foi muito importante

    para

    apoiar

    o

    trabalho

    dos intelectuais da poca

    e

    se

    torr-rou um modelo

    par catlogos eaborados

    posteionnente. Tinh inclo a

    tradio catalogrfica

    que

    continuou

    na ldade Mdia e

    pros-

    segue at o

    presente

    (ve

    capitulo

    7).

    A

    partir da

    dcada de 1970,

    o

    esforo

    da

    biblioteconomia

    em dieo ao aperfeioamento

    do acesso

    produo

    bibl.iogrfica

    mundial

    representado

    pelo

    desenvolmento

    das redes de inforrro,

    resultantes da

    aplicao

    da

    ir-rfor-

    mtica

    aos

    processos

    de

    organizao bibliogrfica.

    A

    partir da dcada de 980

    acentua-se o

    processo

    de

    converso

    de

    antigos

    registros

    catalogrficos,

    de

    consulta

    manual,

    para registros eletrnicos

    processveis

    por

    compu-

    tador. Era a chamada

    converso

    retrospectiva

    de catlogos,

    ou RECON,

    do ingls

    retrospectue

    conDerslJn.

    Esse trabaho

    de

    conveso

    de

    catlogos,

    aliado

    ao

    aparecimento

    de sistemas de catalogao

    cooperativa

    e,

    n

    dcada

    de

    99O,

    ao

    advento da

    internet,

    permitiu

    a

    dispo-

    nibilizco universa

    dos catlogos das bibliotecas

    e

    possi-

    bititou

    o

    idea1,

    sempre presente

    na

    biblioteconomia,

    de

    ampliar

    mundialmente

    o acesso

    inforrnao,

    pe:rnitindo

    a cada cidado

    encontar a

    publicao de

    que

    necessita.

    O conceito

    de

    Controle

    Bibliogrfico Universal

    (cBU)

    foi

    formaizado

    com

    a

    criao, em

    1974, do International

    Office

    for

    uBc

    luniversal

    Bibliogaphic

    Control

    da Federao

    ln-

    ten-racional

    de

    Associaoes

    e

    Instituicoes Blbliotecrias

    (IFLA),

    que teve origem

    na Reunio Interrracional

    de Especialistas

    em Catalogao,

    ocorrida

    em 1969.

    Nessa reunio.

    um docurnento

    preparado

    por

    Suzanne

    Honor. da biblioteca

    nacional francesa. delniu

    as bases

    de

    um

    sistema

    de

    intercmbio internacional

    de inforn.rao

    que,

    por intermdio

    de

    agncias

    nacionais,

    distribuiria

    os

    registros

    bibliogrficos

    padronizados de todas as

    publica-

    eoes.

    A eficincia

    do sistema clepcnderia,

    porlanto.

    da

    mxi-

    ma

    padronizaqo da orma

    e do conteitdo cla

    descco

    bibliogrlca.

    A

    idia

    do cBU

    constituiu

    a base do

    rnodclo

    de

    orgaizao

    l)iltiogrfica

    que predominou

    a

    paftir

    da dcada

    de

    970

    e

    (

    lr

    rc

    fbi

    sistematizado

    em congresso

    organizado

    pela

    UNESCo

    cr

    r

    r

    colaborao

    com

    a IFI,A. Realizado

    ern

    1977

    ,

    em Paris, o

    (

    'ongresso

    Internacionl sobre Bibliografias

    Nacionais popi-

    (

    iou

    a oportunidade

    para

    que 'ossem

    debatidas

    em

    profundi

    (lide

    diversas questes

    relativas ao

    controe bibliogrfico,

    rrrDr

    enfoque na bibliografia

    nacional, considerada

    o

    instru

    rrr,

    nlo-chave

    para

    Lal

    conlrole.

    Os resultados das

    discusses,

    qne

    se embasaram

    em

    tlocumentos

    previamente

    preparados

    por

    especialistas,

    loram

    reunidos em The no.tono.l

    bbltographg:

    present

    roLe

    t

    u rdJrtfitre

    deuelopments. Esta

    publicao

    incoryoa

    as

    reco-

    rrrcndaes

    aprovadas pelo

    congresso,

    que

    representam

    o

    rrrodelo

    de

    controle bibliogrfico proposto pela

    UNESCO e rFLA..

    Muitos

    pases

    assimilaram esse

    modeo

    e abraaram

    o

    itlcal

    do cBU, estrlrturando

    seus sistemas bibliogrficos

    scgundo

    as recomendacoes emanadas

    desse congresso.

    Entretnto,

    as mudanas

    no universo bibliogrfico,

    ocor-

    rirlas

    a

    partir

    da segunda metade da dcada

    de 1990, vm

    lorcando

    a

    reso

    desse

    modelo.

    A

    comunidade bibliotecria

    (

    (nea

    a

    questionar

    a estrutura vigente e a

    buscar novos

    |irminhos

    para

    continuar a

    prover

    com ecincia

    o

    cesso

    r

    infornao,

    atendendo

    s necessidades infor-rnacionais

    r

    lrr

    sociedade como

    um todo.

    Referncias

    r\Nl)ERSoN.

    D. FLA'S

    progranme

    ofuniversal

    bibliographic

    control:

    origins

    and

    early

    year

    s. Internatiotlql

    CaLqloguing

    and

    BbLiogrct-

    pllic

    Control,

    v. 29, n. 2,

    p.23-26,2OOO.

    lloNoRE,

    S. Reportofthe]MCE.Ubr"v.20.

    n. ,p.

    115-

    116.

    970.

    rN lTRNATIONAL

    coNcRrss

    oN

    NATIONAL

    BIBLIoCRAPHIES.

    The

    no,t]f.no,t

    I

    tbL

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    9/54

    2

    &&s#*s*&6&

    Preservar

    para

    acessar

    As

    PESSoAS

    SUEREM'rEr

    ACESSo IN 'ORMAO

    poR

    vRros

    motivos,

    e

    a funo

    dos bibliotecrios

    possibilitar

    esse

    acesso.

    Eles

    so mediadores entre os usurios e os

    registros

    do conhecimento

    e, mediante seu trabalho, buscam

    pro-

    porcionar ao

    maior

    nmero de

    pessoas o acesso infor

    mao da

    forn'ra

    mais

    eficaz. Para

    ser'acessada', a

    informa-

    o

    precisa

    estar organizada. isto , disposta

    de forma a

    poder

    ser recuperada

    (bibliogrfica

    e

    sicamente) e, ao

    mes-

    mo tempo,

    precisa

    ser

    preservada, isto , consevada

    e

    man-

    tida

    para que

    possa

    ser continuamente utiizada.

    Assim, os bibliotecrios

    se tornam

    responsveis

    pela

    pre-

    servao

    de um

    patrimnio

    documental amplo e

    variado.

    Esse

    tem sido

    o

    papel desempenhado

    por

    esses

    profissionais

    h milnios, desde

    a

    poca

    em que os registros documentais

    constituiam

    objetos

    raros

    e

    valiosos.

    Mesmo atuImente,

    qundo a situao bastante

    diferente, a

    preocupao

    com

    a

    preservao

    persiste,

    envolvendo aspectos complexos

    dos

    quais

    um

    dos

    mais

    importtes refere se

    a'o

    que

    preservar?'

    Mas,

    altes

    de

    definir

    'o

    que preservar',

    necessrio entender

    'por

    que preserwar?' E,

    se os

    bibliotecrios

    quiserem

    atender

    legitima vontade dos

    usurios

    de

    ter

    cesso a inforrnaes

    e aos documentos

    de todas as pocas, inclusive

    as mais

    remotas,

    peciso

    compreender

    esse

    processo.

    Identidade

    coletiva

    A

    noo

    de

    identidade coletiva e o desejo

    de dr continui

    dade

    a

    essa

    identidade

    parecem

    ser os

    principais

    pontos

    em

    que se apia o conceito de

    preservao da memria.

    A

    mernria,

    seja de

    uma

    nao

    ou de uma

    pequena

    comuni

    dade, contbui

    pa:a

    a

    constituio

    de sua identidade cultu-

    rl e testemunha um

    passado que

    rcpresenta

    um etapa

    r

    li r sua vida social.

    A

    perpetuao dessa etapa

    possibilitar

    rrrudanas.

    permitindo a

    evoluo cutural

    contnua daquea

    r

    rio ou comunidade.

    A

    busca

    e a mr-uteno

    dessa identidade

    parecem

    ter

    ,

    omeado

    quando as

    sociedades

    se

    preocuparam

    em

    preser-

    var, por meio

    de

    ritos

    e comemoraoes,

    seus mitos

    de

    origem,

    su:r

    sacralidade.

    Os depositrios

    dessa memria.

    principal

    rrrente oral, eam os

    sacerdotes,

    pajs e

    xams,

    que

    deti-

    nham,

    em razo de seu

    papel, grande

    prestigio

    e

    poder.

    Poste or-nente,

    as sociedades

    tentaram

    garantir

    s-a

    Acesso

    em:

    6/

    1I/2OO4.

    RoBERrs.

    K.H.

    uNESco's General

    Information

    Progamme, 1977-

    987:

    its characteristics,

    actities

    and accomplishments.

    Irut'r

    Lq'tjfn DeueLopm.ent

    v. 4, n. 4,

    p.

    208-238,

    1988.

    RoBERrs,

    W. O

    que

    conkole btbliogrIco universal? As de

    Bblbtec@

    N(].cono,l, Rio de

    Janeiro,

    v. 14,

    p.

    149-7i,

    1996.

    18

    SCHNETDER,

    G.

    Theory

    qnd

    history

    o-f

    bbliographu.

    New

    York'

    Nry:

    Scarecrow.

    1961.

    SILVA,

    L.A.G. Politicas

    e

    programas de

    informao

    e

    documenta-

    o

    da

    uNESco

    e

    fontes

    paa

    seu estudo.

    InormaAo

    & Sociedq'

    de,

    Joo

    Pessoa,

    v. 4,

    n. l,

    p.

    93-I8'

    1994.

    'IDCATLAN,

    J.

    A

    strategic

    alliance

    in informaton:

    intemaonal

    non-

    govemmental organizations

    unite

    to

    serve

    the

    world community'

    nJormaton

    Deuetopment,

    v.

    lO, n. 3'

    p.

    186

    188'

    1994.

    uNEsco.

    Memory

    of

    the

    world:

    geneal

    guidelines to safeguard

    docu-

    mertary

    heritage.

    2OO2,

    Disponvel

    em:

    Acesso

    em:

    12/1/2OO5.

    'rHE

    UNn'ERSAL

    library.

    Carnegie

    Mellon University.

    Disponvel

    em:

    Acesso

    em:

    24l

    1/2OO5.

    VIuNUEVA

    MANslLr,A,

    E. Seminrio

    sobre Controle

    Bibliogrco

    Universal

    (cBU):

    relatrio,

    concluses

    e recomendaes.

    n'ris

    daBibtiotecqNec.rnal,

    Rio de Janeiro'

    v.

    1

    13,

    p.

    279-286'

    993.

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    17/54

    4

    *s66'S*&SS6

    Bibliotecas

    nacionais

    Nos LTrMos

    150

    Nos

    AS BIBLIo'IECAS

    NAcloNArs

    'rM

    sIDo

    instituies

    presentes

    na maioria

    dos

    pases, destacando-

    se

    geralmente

    pel

    imponncia

    de seu

    ediicio

    e

    pela riqueza

    de sua

    coleo.

    Suas

    origens

    refletem

    o desejo

    de

    reis e

    mandatrios

    de

    reunir

    e

    preservar

    os

    regishos do

    saber'

    razo

    pela qual

    muitas

    delas

    foram

    originalmente

    criadas

    como

    bibllotecas

    reais,

    passando,

    com

    o tempo'

    por

    um

    processo

    de democatizao,

    em

    que foram

    abertas

    ao

    pbli-

    co

    e se

    tornaam

    instituies

    de

    preservao

    do

    patrimnio

    intelectual

    das

    naes.

    Existm bibliotecas

    naconals

    fundadas

    h sculos,

    como

    as da

    Frana

    e

    da

    ustria,

    criadas

    respectivamente

    nos

    sculos

    xv c

    xt't. O

    desenvolmento

    das

    bibliotecs

    nacio-

    nais.

    com

    as

    caracteristicas que

    lhe

    so

    prprias

    atual-

    mente,

    resultolt

    da

    derrr'rbada

    de

    monarquias

    absolutistas

    ou

    do

    surgimento

    de

    novos

    Estados

    e, conseqentemente,

    dos

    esforos

    feitos

    para a consolidao

    da

    cinci

    e

    da cul-

    trra

    naclonais.

    Esse

    processo

    teve

    incio na

    Frana,

    em

    1791,

    quardo

    bibioteca

    real francesa

    foi declarada

    pro-

    priedade nacional.

    No

    scuLo

    xIX.

    novas

    bibliotecas

    ncionais

    foram

    criadas

    em

    mais

    de duas

    dezenas

    de

    pases.

    S

    na

    Amrica

    Latina,

    assinale

    se

    o surgimento

    das

    bibliotecas

    da Argentina

    (1810),

    Venezuela

    (1810),

    Chile

    (18r3)

    e Mxco

    (1867)'

    reflexo

    do

    processo

    de

    emancipao

    poltica e

    do nacionalis-

    mo emergente d

    poca,

    marcada

    tambm

    pea criao

    de

    arquivos.

    museLls

    e e.rtros

    nacionais.

    No

    sculo

    )o

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    18/54

    um desses

    servios

    (o

    Kenya National Library Sevice),

    que

    funciona como

    Llma rede, e

    que

    integra as bibliotecas das

    diversas

    proncias

    do

    pais,

    estando mais

    voltado

    para

    as

    questes

    de

    estmulo

    leitura.

    No Panm,

    a

    Fundacin Biblioteca Naciona administra

    no

    s a

    prpria

    biblioteca nacional,

    mas

    tambm as

    biblio-

    tecas

    pblicas ligadas ao ministrio da educao.

    Existem

    pases,

    como

    os

    EUA,

    que,

    am da biblioteca

    naciona

    gera,

    possuem

    bibliotecas nacionais

    que

    abrangem

    determinada especialidade, como o caso da

    National

    Library of

    Medicine e da

    National

    Agricultural

    Library.

    Na Aemanha,

    h bibliotecas ncionais nas reas de

    medicina,

    cincia e tecnologia, agricutura

    e

    cincias sociais,

    embora no

    incluam o djetivo nacional em sua deno-

    mino.

    Na ltlia,

    h duas bibliotecas nacionais

    distintas,

    uma

    em Roma

    e outra em Florena, do mesmo modo

    que

    no

    Canad,

    que

    possui

    uma em Montreal

    e

    outra

    no

    gubec.

    Agncia

    bibliogrca

    nacional

    Segundo o modelo de

    controle blbliogrfico proposto

    pela

    uNESco

    em

    1977, biblioteca nacional aquela

    que,

    indepen-

    .

    dentemente

    de outras

    funes,

    tem a responsabilidade

    de

    controlar

    o

    depsito legal e de

    produzf

    a bibliografi naclo

    nal. Nessa concepo,

    a

    biblioteca nacionaL desempenharia

    o

    papel

    de agncia

    bibliogrfica nacional

    (ae^),

    desenvol-

    vendo diversas atidades

    qre grantissem

    o

    gerenciamento

    eficaz do

    conftole

    bibliogrfico

    nacional. Essa

    agncia teri

    sustentao legal

    que

    pennitisse

    a captao da

    produo

    bibliogrfica

    do

    pas,

    da maneira mais compLeta

    possvel.

    Isso seria feito atravs

    da

    egislao

    de

    depsito

    legal.

    O

    conceito de aelt foi

    proposto para

    reforar as aes de

    controle bibliogrfico

    nacionl e foi

    disseminado

    no con-

    gresso

    de

    1977, quando a

    UNESCo

    recomendou que

    cda

    pas criasse sua

    'agncia

    bibliogrlca nacional', de forrna a

    garantir

    a sustentao

    das atidades

    de controle

    bibliogr-

    fico, reunindo-se estmturalnente todas

    as

    aes e

    processos

    a ele

    reacionados.

    Segundo

    a

    uNEsc,

    a

    ABN

    seria

    esta-

    belecida no

    mbito

    do sistem de

    bibiotecas

    de

    cada

    pas,

    com duas funces

    primris:

    .

    preparar

    os registros

    oficiais e completos

    de cada nova

    publicao

    editda, de acordo com normas

    catalogrfics

    interracionais;

    .

    dir'rrlgar

    esses registros, com

    a

    maior rapidez possvel,

    na

    bibiografia

    nacional.

    Essa concepo

    foi

    baseada nos

    modelos de

    administrao

    existentes nas

    instituioes

    que

    realizavam tarefas

    de

    controle

    bibliogrfico,

    geralmente

    as

    bibliotecas nacionais.

    Caberia

    aos

    pises

    deffnir

    a estr-utura

    que

    mais

    se adaptasse

    sua

    realidade, embora ficasse claro que

    a aeru deveri esta forte-

    mente

    ligada

    ao

    sistema

    de

    bibliotecas. A

    uNESco

    sugeria

    que

    a

    ABN

    funcionasse

    como

    um

    setor da blblioteca nciona,

    tendo em sta

    qe,

    na maioria

    dos

    pases,

    essa biblioteca

    j

    assumia

    a

    maior

    parte

    das

    funes

    ligadas

    ao

    controle

    bibliogrfico.

    Alm

    de

    suas funes

    primrias,

    anteriormente

    descritas,

    a ABN

    deveria encaegar-se

    de outras

    tarefas, como,

    por

    exemplo,

    a

    produo

    de

    bibliografias retrospectivas.

    Ao res-

    saltar

    a

    importncia do

    resgate

    dos registros antigos

    da

    produo

    editorial dos

    pases,

    a

    UNESco

    pretendia, por

    oca-

    sio do congresso

    de 1977

    ,

    detalhar recomendes

    para

    a

    elaborao

    desse

    tipo

    de bibliografia. Tais

    recomendaes

    no

    chegaram a ser deflnidas at hoje.

    Outrs

    funes propostas para

    a

    ABN estavm

    relaciona

    das s diversas aes ligadas produo

    da bibliografia

    nacional

    e

    inclrram:

    .

    controlar

    o depsito

    legal e

    o

    cumprimento

    da respec

    tiva

    lei:

    .

    manler

    callogos

    coetivos nacionais:

    .

    atuar como agncia

    centrl de

    catalogao, encarre-

    gando

    se

    de:

    manter

    a

    lista

    padronizada

    de

    nomes

    de

    autores

    do

    pas

    (pessoas

    fisicas,

    entidades coletivas,

    nomes

    geogr

    ficos);

    definir

    regras catalogrficas

    a serem utiladas

    na

    bibliograa naciona,

    em cataogos coletivos e nas

    bibliotecas

    do

    pas,

    seguindo

    padroes

    interncionalmente

    aceitos;

    22

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    19/54

    .

    manter

    o

    programa

    de

    catalogao

    n

    publicaQo:

    .

    manter

    cns

    de

    atribuio

    de

    nmeros

    padroni-

    zados

    para

    documentos:

    ISBN,

    IssN,

    etc';

    .

    oordenar

    o

    intercmbio

    de registros

    bibliogrcos

    com

    ABNS

    de

    outros

    Pases;

    .

    assessorar

    sislemas

    de

    inforao

    especializada

    na

    incorporQo

    de

    seus

    registros

    bibliogrficos

    em

    sistemas

    intenacionais.

    O

    papel

    da

    ABN

    incluiria'

    portanto,

    responsabilidades

    nacio-

    ns

    internacionais.

    Por

    um

    lado,

    estaria

    comprometida

    com

    a satisfao

    ds

    necessidades

    de inforrnao

    dos

    usu-

    tio.t

    po, outio,

    deveria

    contribuir'

    como

    centro

    nacional'

    para

    a

    consecuo

    do

    cBU.

    Examinando

    as

    funoes

    da

    'tetl,

    pode-se

    constatar

    que

    as

    relacionadas

    com

    a

    captao

    do

    materil

    bibliogrfico

    do

    pais

    por mej.o

    do

    depsito

    legal

    e com

    a

    preserva.o.

    desse

    material

    sao

    funces

    tradlcionalmente

    desempenhadas

    por

    muitas

    bibliotecas

    ncionis.

    A

    biblioteca

    nacional

    seria'

    portanto,

    o

    rgo

    mais

    adequado

    para acolher

    as

    atidades

    da

    egn em

    deterninado

    Pas.

    A

    criao

    de um

    setor

    que

    se

    encarregasse

    das

    duas

    fun-

    es

    bscas

    da

    ,qsn

    na

    estr-utura

    da

    biblioteca

    nacional

    existente

    constituiria

    a

    forma

    mais

    adequada

    para estru-

    turar

    o

    processo

    de

    conole

    bibliogrco'

    evitando-se

    gastos

    ex.essi.ros

    e duplicao

    de

    esforos

    e deveria

    ser

    adotada

    por

    paises

    que

    1

    possussem

    sra biblioteca

    nacional

    E

    ssaa

    estrutura

    u.tilizada

    por

    diversos

    pases'

    como'

    por

    exemplo,

    o

    Reino

    Unido,

    onde

    a

    Britsh

    Library

    (a

    biblioteca

    nacional

    do

    pais)

    possui

    a Bibliographlc

    Selwices

    Dision'

    que funcion

    como

    ABN.

    Na

    Frana,

    igualmente'

    o Cente

    eibliographique

    Nationale'

    Iigado

    Bibliothque

    Nationale'

    nciona

    como

    ABN.

    Em

    alguns

    pases

    as

    funes

    da

    AlN

    no

    se

    concentram

    todas

    na-blblioteca

    nacional:

    so

    desempenhadas

    por

    diver-

    ss

    organizaes

    (rgos

    pblicos

    ou da

    iniciativa

    privada

    que,

    p"or moiivos

    hlJtricos,

    tenham

    assumido

    em

    algum

    -o-tlto

    aquela

    funo.

    E

    o

    que

    acontece

    no

    Brasi'

    onde'

    embora

    a Biblioteca Nacional assuma

    as

    pdncipais

    lrrnes

    da aeru, outras organizaes

    desenvolvem atividades de

    controle

    bibliogrfico, como,

    por exemplo, o Instituto

    Brasi-

    leiro de Informao

    em Cincia e Tecnologia

    {tBcT),

    que

    responsvel

    pelo

    Catlogo Coletivo

    Nacional de Publicaes

    Seriadas

    (ccN),

    alm

    de

    sediar a

    agncia

    brasileira

    do

    ISSN,

    e

    a Cmara

    Brasileir do Liwo

    (cBL)

    que

    opera.

    juntamente

    com o

    Sindicato

    Nacional dos

    Editores

    de Lir,ros

    (SNEL),

    o

    programa

    de

    catalogao na

    publicao

    rnais

    antigo

    do

    pas.

    Nos EUA h

    paticipao

    de

    empress ligadas

    indstria

    e

    ao

    comrcio

    editorial nas atidades

    de

    controle

    biblio-

    grfico.

    o caso das

    editoras Bowker

    e

    Wilson,

    que publi

    cam,

    respectivamente,

    o Books

    tn

    pint

    e

    o

    Cttmulatiue

    book

    index,

    que

    funcionam

    como bibllografias nacionais, divul

    gando

    os

    ltimos

    lanamentos. A Bowker responsvel

    pela

    atdbuio

    do

    rsBN a

    publicaoes

    norte-americnas.

    A UNESCo sempre

    insistir-l na necessidade de cooperao

    entre aABN

    e

    os

    diversos componentes

    da indstria

    e

    comr-

    cio editorial

    (editors,

    livrarias e distribuidoras), alm da

    classe bibliotecria,

    fim de

    que

    a

    tarefa de controle biblio

    grfico

    seja desenvo\'ida de

    forma

    a

    atender a

    dlferentes

    necebsidades

    de mneira

    eleliva,

    Atualmentc

    [2005),

    a denominao

    'agncia

    bibliogffca

    nacional' est em desuso. conforme se

    nota em documentos

    produzidos pela tm.r e a uNESCo.

    o

    novo

    perfil

    das

    bibliotecas nacionais

    Muitos

    debates

    sobre o

    papel

    atual

    das bibliotecas nacionais

    ocorreralT

    em reunioes da

    IFLA

    e

    da

    uNESCo.

    tendo em \.ista

    as

    mudanas ocorrids

    no

    panorama

    sociocultura, nas

    dcadas

    de 1980

    e

    1990.

    especialmente

    no

    que

    tange

    tecnologia da

    informao. As diferenas entre

    paises

    tambm

    influenciaram

    essas discLrssoes.

    no sentido de buscar

    um

    papel mais

    eficaz

    para

    a

    biblioteca nacional

    nos

    pases em

    desenvolvimento.

    Em

    relrnio

    realizada

    na Rrssia, em 1991,

    sobre os objeti

    vos da bibioteca

    ncional no novo anbiente

    informacional.

    com nfase nos

    paises

    em

    desenvolmento.

    discutiu se

    a

    zc

    24

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    20/54

    mudana

    de funo

    da biblioteca

    nacional,

    afastando-se

    da abordagem

    voltada

    para

    o acer-vo

    e enfatizando

    o acesso.

    Um

    ponto importante

    foi

    concordncia

    de

    que deveria

    ha-

    ve

    intensificao

    no

    papel de liderna

    da

    biblioteca

    nacio-

    na1 sobre

    o sistema

    de

    bibliotecas

    do

    pas.

    As

    bibliotecas

    nacionais,

    especialmente

    as

    de

    paises em

    desenvolvimento,

    deveiam

    definir

    as funoes

    que atende-

    riam

    mais

    adequadamente

    s

    necessidades

    de

    informao

    do

    pais

    e, a

    paftir

    da, estabelecer suas

    prioridades.

    Na

    reu-

    nio

    mencionada

    houve

    concordncia

    quanto

    a

    recomendar

    s bibliotecas

    nacionais

    que

    enfatizassem

    as

    funes

    de:

    .

    liderar

    o desenvolvimento

    e

    mnuteno

    de

    um

    siste-

    ma

    integrado

    de bibliotecas:

    .

    responsabilizar-se

    pela melhoria

    de

    programas

    de

    edu-

    cao continuada;

    .

    prestar servios s

    demais

    bibliotecas

    do

    pasi

    .

    atuar como

    depositria

    da

    coleQo

    recebida

    mediante

    o

    depsito

    legal

    e

    como

    agnci

    bibliogrfica

    nacional.

    Ampliam-se

    as

    funes da

    biblioteca

    nacional.

    Alm

    de man-

    ter a herana

    cultural

    da

    nao,

    para uso

    de

    pesquisadores

    e

    estudiosos (parcela reduzida

    da

    populao), ela

    estar

    voltada

    para

    o atendimento

    a todos

    os cidados,

    por

    meio

    da

    ao

    que ir beneficiar

    a

    rede

    de

    bibliotecas

    do

    pas,

    atingindo

    principalmente

    as camadas

    menos

    favorecidas.

    Verifica

    se

    mudana

    expressiva

    na concepo

    da

    funo

    da

    biblioteca

    naciona.

    A funo

    depositria

    e

    de

    preservaco

    da

    nemria

    intelectual

    preponderou

    por

    muito

    tempo

    e

    permitiu

    s

    bibliotecas

    nacionais

    acumularem

    um

    patrim-

    nio

    de milhes

    de documentos.

    No

    apenas

    li\Tos'

    mas

    tam

    bm os

    mais

    variados materiais,

    dependendo

    da

    definio,

    mais restrit

    ou

    mais

    ampla,

    adotada

    n

    legislao

    de

    depsito

    legal de

    cada

    pas.

    A biblioteca

    nacional

    da

    Frana,

    por

    exemplo, coleciona,

    alm

    de

    documentos tradicionis

    impressos,

    estampas,

    desenhos,

    caftazes,

    postais, fotogra-

    fas,

    moedas,

    medalhas,

    discos e

    o-tros supotes

    sonoros

    e

    at

    mesmo

    trajes

    e

    maquetes,

    em raz

    o

    da concepo

    ampla

    de

    'documento'

    constante

    na sua

    1ei

    de

    depsito

    legal.

    Atualmente, observam-se trs

    orientaes distintas nas

    [unes

    das bibliolecas

    nacionais:

    1

    .

    Funo depositria:

    nfase

    na

    preservao

    da heran-

    ca

    cultural

    do

    pas,

    representada

    por

    extensa coleo

    de

    mteriais. As que

    seguem essa orientaeo so,

    geralmente.

    as

    mais antigas

    ('clssicas')

    e

    sras

    atidades voltam,se

    pre-

    dominantemente pra

    a conservao do acervo.

    2.

    Funo de

    infra

    estr-utur:

    nfase

    na

    coordenao,

    liderana

    e

    servio s

    bibliotecas

    do pas.

    As que

    seguem

    essa

    orienlao so.

    em

    geral.

    mais novas.

    3.

    Funo de

    servlo nacional

    abrangente: nesse

    caso,

    esto as bibliotecas

    nacionais

    que

    direcionam

    seus servi

    eos

    para

    o

    usurio final,

    atendendo

    a

    pessoas

    do

    ps

    intei-

    ro,

    mediante o sistema

    de bibiotecas

    plblicas.

    Esse

    tipo de

    orientao

    encontrado

    em bibliotecas ncionais

    de

    pases

    em

    desenvolmento.

    O

    quadro

    abao sintetiza essas trs

    orientaoes:

    lroDte: LoR. P.J.: SoNNE({rs. E.A.S.

    GJi.l.lr,s./or le.riskltan

    [or

    nanaL LibnPs r _r^.

    997. Dis

    porive

    em:

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    21/54

    los.

    So

    obrigadas

    a

    investir

    pesados

    recursos

    em

    processos

    de

    conservaao

    que

    se

    tornam

    mais

    onerosos

    medida

    que

    so

    mais

    varlados

    os

    tipos

    de

    materiais

    a

    serem

    preservados'

    exigindo

    processos

    diversilicados

    de

    consewao

    e

    de restau-

    rao.

    Deve-se

    lenbrar

    ainda

    que,

    corno

    agncia

    bibliogrfica

    ,r^"j.on^I,

    responsvel

    pelo

    iontlole

    bibliogrfico

    nacional'

    a

    biblioteca

    acional

    assume

    a tarefa

    de

    compartilhar

    internacionalmente

    os

    egistos

    bibliogricos

    do

    pais'

    o

    que

    lhe

    acareta

    mais

    encgos.

    As novas

    funes

    propostas

    para ela,

    por outro

    lado'

    exigiro

    mais

    recursos

    e a

    institui-

    ao

    te.a

    q,re

    bt,scar

    mei.os

    para cumpri-las

    de

    forma

    efica.7

    '

    Uma

    p'ossibilidade.

    que

    vem

    senclo

    apontada'

    seri

    a

    ad-o-

    ao

    de

    phucas

    de

    seleo,

    que

    possibilitassem

    a

    diminuio

    da

    quantidade

    cle

    mdterial

    caplado

    Outra

    seria

    a

    definio

    de

    criterios

    de

    preservaco

    relaLivos

    ao

    sllporte

    origina

    dos

    clocumentos.

    .1

    que a

    tecnologia

    dispor-rive1

    pennite

    o uso

    de srportes

    e

    reposlao'

    e

    meio

    eletnico

    ou

    vftua'

    que

    pderiarn

    diminuir

    os

    problemas

    de

    arrnazenamento

    e

    .r".*tao.

    A tercreira

    alternativa

    seria

    a

    descentrLizao

    das

    atividades

    de

    controle

    bibliogrfico'

    com

    outras

    institui-

    es

    similares.

    que

    assumiriam

    deterninadas

    tarefas'

    g'

    rantindo-se,

    a

    coerncia

    do

    sisterna,

    de

    forrna

    que o

    objetlvo

    final

    do

    cBU

    seja

    mantido.

    A

    biblioteca

    nacional

    no Basil

    A

    Biblioteca

    Ncional

    teve

    origem

    na Real

    Biblioteca

    daAju-

    da,

    pertencente

    corte

    portuguesa

    e

    pra

    c

    tazida

    por'

    o"."io

    d^

    trun"ferncia

    da

    sede

    do

    imprio

    poftugus

    para

    o Brasil.

    em

    18O8.

    A

    Real

    Biblioteca

    c1a

    Ajuda

    foi

    organizada

    por

    iniciativa

    do

    rei

    D. Jos

    I

    (1714-1777)'

    para

    substitrir

    a

    que foi

    des-

    truida

    pelo incnclio

    ocorrido

    aps o

    terremoto

    de

    Lisboa'

    em

    1255.

    Era

    rica

    em

    obras

    no

    s

    portguesas'

    mas

    tam-

    b.

    de outros

    paises

    elrropeus

    Am

    de

    liwos'

    possuia

    estampas,

    mapa;'

    manuscritos,

    moedas

    e

    medalhas

    Fazia

    parte

    a

    Rcai

    Biblioteca

    a

    coleQo

    chamada

    Livraria

    do

    infantaclo.

    qLre

    reLrnia

    preciosos

    manusc-itos

    e

    impessos'

    Ao longo do

    tempo,

    outros

    acervos a ela

    foram acrescidos.

    formando,

    assim,

    riquissim coeo.

    Chegando

    ao Rio de Janeio,

    em

    meados de 810, a

    coleo,

    que

    possua

    cerca

    de

    60

    mil

    peQas,

    foi instalada

    no

    Hospital da Ordem

    Terceira

    de Nossa Senhora

    do Carmo,

    ns

    proximidades

    do

    Pao

    Imperial. Em

    29 de outubro de

    I8lO,

    considerada a

    data oficial de

    fundao

    da

    Rel

    Biblio-

    teca no Brasil,

    foi assinado

    o decreto

    q.e utorizava sua

    instalao nos

    poroes do

    hospitl, transferindo-a

    do

    andar

    superior onde

    flcara

    guadada

    desde sua

    chegada. Em

    182,

    a

    biblioteca

    passou

    a

    ocupar

    todo o

    prdio da

    OrdemTerceira

    do Carmo,

    onde

    permaneceu at

    gosto de 1858,

    quando

    foi transferida

    para

    o

    prdio nmero 48

    da rua do Passeio,

    que

    fora

    adqulrido

    e

    adaptado

    pelo

    governo

    imperial

    para

    tal fim.

    Em 1824, a Real

    Bblioteca

    passou

    a

    chamar-se

    Biblioteca

    Imperial

    e Pblica,

    refletndo o

    fato

    de

    que

    havi

    sido

    franqueada ao

    pb1ico pelo Prncipe Regente,

    desde 1814.

    Essa

    denominao

    foi mantlda at

    1876,

    quando um decreto

    imperial mudou

    seu nome

    paa

    Biblioteca

    Nacional

    e

    hiblica

    do

    Rio

    de

    Janefo.

    trm

    1910,

    foi inaugurado

    o

    prdio que abriga t hoje

    a

    Riblioteca Nacional. na

    rea central

    da cidade do fuo de

    Janeiro.

    Em 1987,

    a

    estrutura

    da Biblioteca

    Nacional foi

    modificada

    pela

    lci

    n." 7.624, cle 5/

    ll

    /

    l9a7,

    quardo

    passou

    a

    integrar,

    juntamente

    com

    o Instituto

    Nacional do Livro

    (INL),

    a Fundao Nacional

    Pr-l,eitlrra.

    Nova modificao

    ocoTeu

    na sua

    estrutura organiza-

    cional

    em 990,

    quando foi instituda,

    no

    mbito do Minis

    trio da Cultura,

    a

    Fundao Biblloteca

    Nacionl

    e

    extintos

    o

    rNL e

    a

    Fundao

    Nacional

    Pr

    Leitura

    (ki

    n." 8.029, de

    12/ 4/

    1990,

    e

    Decreto

    n.o

    99.492,

    de

    3/9

    /

    1990).

    Pelo

    atual

    estatuto

    (aprovado

    pelo Decreto n.' 5.038,

    de 7

    /4/2OA4,

    a

    Biblioteca

    Nacional

    o

    rgo

    responsvel

    pela execuo

    da

    poltica

    governamental de recolhimento,

    guarda

    e

    preser

    vao

    da

    produo

    intelectual

    do

    pais, com as seguintes

    finalidades:

    2a

    29

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    22/54

    .

    adquirir,

    presear

    e difrndir

    os

    registros

    da

    memria

    bibliogrfic

    e documental

    nacional;

    .

    promover

    a

    difuso

    do

    liwo'

    incentivando

    a

    criao

    literria

    nacional,

    no

    pais

    e no

    exterior'

    em colaborao

    com as

    instituioes

    que a isto

    se dedlquem:

    .

    atur

    como

    centro

    referencial

    de inforrnaes

    biblio

    grficas;

    .

    registIar

    obras

    intelectuais

    e

    averbar

    a

    cesso

    dos

    di-

    reitos

    patrimoniais

    do

    autor;

    .

    ;ssegurar

    o cumprimento

    da legislao

    relativa

    ao

    depsito

    legal;

    .

    "oord.tut,

    orientar

    e

    apoiar

    o

    Programa

    Nacional

    de

    Incentivo Leitura

    de

    que trata

    o Decreto

    n." 59,

    de

    13/

    5

    /

    1992:

    .

    coordenar

    o

    Sistema

    Nacional

    de

    Bibliotecas

    Pblicas

    de

    que

    trata

    o

    Decreto

    n.'

    52O,

    de 13/5/

    1992:

    .

    elaborar

    e

    divtllgr

    a

    bibliografia

    nacionall

    e

    .

    subsidiar

    a

    formulao

    de

    politicas

    e diretrizes

    volta-

    das

    para

    a

    produco

    e

    o

    amplo

    acesso

    o ir''ro'

    A

    histria da

    Biblioteca

    Nacional

    tpica

    das

    mais

    antigas

    bibliotecas nacionais.

    Oiglnando

    se de

    uma biblioteca

    real'

    transformou-se

    em

    depositria

    da

    produo

    intelectual

    do

    pais,

    reunindo

    rico

    e variado

    acervo,

    rnico

    em muitos

    aspec-

    ios. Tem sustentao

    legal

    e formalmente

    responsvelpe1o

    desenvolvimento

    dos

    mals

    variados

    servios

    bibliotecrios

    que,

    se

    postos

    efetivamente

    em

    prtica,

    a tonaro

    uma

    bibhotec nacional

    dentro

    dos

    moldes

    recomendados

    pelas

    instituies intenacionais.

    Referncias

    ANDERSoN.

    D.

    The role

    ofthe

    national

    bibliographic

    cene

    '

    Lbrary

    Tlencls, v. 25.

    n. 3/4.

    p

    645-663.

    1977.

    BoutNE, R. O papet

    da

    agncia

    bibliogrfica

    nacional

    naT,qcr

    BbLioteca ivcinal,

    Rio

    de

    Janeiro,

    v

    114.

    p

    l73-1A2'

    1996'

    BRAULT,

    Jean-Remi.

    A

    biblioteca

    nacional

    do

    futuro:

    algumas

    re-

    flexes

    impertinentes.

    Pe'spectiuas

    em Cnca

    da

    I4fonnaao'

    Belo Horizonte.

    v. 3.

    n.

    1

    p

    61

    66'

    1998.

    FUDNTES RoMERo,

    J.J.

    El

    concepto

    de biblioteca

    ncional

    a

    partir

    de

    los tres

    informes de

    la UNESCo

    sobre

    as

    bibiotecas

    naciona-les: Silvestre

    (9871.

    Line

    (9Bg)

    y

    Comish

    (1991).

    An(j'les de Docut]ntclcn,

    n. 6.

    p.

    7 88.2OO3. Disponvel en.:

    Acesso

    em:18,/6,/2OO5.

    HERXENHOFF,

    P. Bblioteca

    |.c.cionc.l: a hi,stria de Lr.r coieo.

    Rio

    de

    Janeiro: Saamandra,

    1996. 263

    p.

    I-oR. P.J.: SONNEKUS. E.A.S. Gudelnes

    -for

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    lbraries. IFLA, 997. Disponvel em:

    Acesso

    em:

    l8/6/

    2005.

    REL{TRrO

    da

    Presidncia

    da

    Fundao Biblioteca

    Nacional. n.rs

    clrBbLiotecaNational,

    Rio

    de

    Janeiro,

    v.

    113,p.417-462,

    1993.

    SANT'ANNA,

    A.R.

    Biblotecds. desnuel social e o desaJo do sculo

    )c. Rio de

    Janeiro:

    Fundao Biblioteca

    Nacional.

    1996. 27

    p,

    SCFTWARCZ.

    Lilia Moritz;

    AzE\EDo, Paulo Cesar de: CosrA, Angela

    Marques

    da.

    longa

    tingenda

    bbltteca

    dos

    reis: do terremoto

    de Ltsboq

    nlependnca do Brasit. So Paulo: Companhia

    das Letras, 2OO2. 554

    p

    STNTESE

    histrica. Ano,i.s da

    BibLbteca

    Nc.ctonc.L

    Rio de

    Janeiro,

    v.

    r08,

    p.

    275 36, 988.

    VITIELLO.

    G. National libraries:

    the concept and the

    practice.

    lTOO-

    2OOO. Alexandria, v.

    13,

    n.

    1,

    p.

    139 15, 2oO.

    30

    31

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    23/54

    b

    es&ee#s&&

    Depsito

    legal

    DEPSITo

    LEGL A

    E)GNCIA,

    DEFINIDA

    POR LEI, DE SE

    EFEfUAR

    a entrega

    a um

    rgo

    pb1ico

    (gerlnente

    a

    bibLioteca

    nacio-

    nal)

    de

    um

    ou

    nlais

    exemplares

    de

    toda

    publicao

    editada

    em

    um

    pais, considerando

    seus

    limites

    geogrlcos. Constitui

    uma

    das forrnas

    mais utilizadas

    para

    captar

    material

    para

    a

    elaborao

    da bibliogrfia

    naciona

    e

    formar

    a

    coleo

    que

    propiciar a

    preservao

    da herana

    cultural

    do

    pas.

    A forrnao

    de

    coleQes

    nacionais

    foi,

    comoj

    sto ante-

    riormente,

    ao levada

    a

    cabo,

    de inicio,

    por

    governantes

    que, valendo se

    das

    prerrogativas

    de seus

    cargos'

    desen-

    volveram

    modos de

    obte

    os

    li\,'ros

    e documentos

    que forma-

    ram os

    acelos

    das bibliotecas

    reais.

    Transformadas

    depois

    em bibliotecs

    nacionais,

    possuem dquissimas

    colees.

    A

    histria

    da legislao

    de

    depsito

    legal teve

    incio em

    1537,

    quando

    o

    rei Francisco

    I,

    da

    Frana

    aprovot

    a

    Ordon

    nance de

    Montpellier,

    decreto

    que proibia a venda

    de

    qual:

    quer lil,ro

    sem

    que

    primeiro

    houvesse

    sido

    depositado

    um

    exemplar

    na biblioteca

    rea.

    Esse decreto

    estabeleceu

    o

    conceito

    de depsito

    1ega1,

    posterio'mente

    adotado

    por

    outos

    paises' como

    a

    Alemanha

    (1624),

    a Gr-Bretanha

    (1610),

    a

    Sucia

    (

    1661)'

    a

    Dinamarc

    (1697),

    a

    Finndia

    (702).

    Atuamente,

    muitos

    paises

    pos-

    suem

    legislao

    de depsito

    1egl

    que

    gaante a

    preservao

    de

    grande parte

    de

    sus

    pubicaces.

    Corn

    a inveno

    da

    imprensa

    na segunda

    metade

    do

    sculo

    x/,

    muitos monarcas

    que

    se

    haam

    dedicado

    a

    cole-

    cionar livros

    perceberam que

    o

    depsito legal era

    uma forrna

    de

    enriquecer

    suas

    colees

    e,

    ao

    mesmo tempo'

    manter

    controle sobre

    o

    novo

    e revolucionrio

    meio

    de comunicao:

    o livro.

    A

    censura

    foi,

    portanto,

    unl

    objetivo

    dos

    primeiros

    atos

    que

    regularam

    o depsito

    legal nos

    sculos

    xVI e x\41,

    e

    era

    to

    marcante naquela

    poca

    que

    alguns

    pases,

    cono

    Blgica,

    por

    exemplo,

    incluram na slr

    legislao

    a

    decla-

    rao express

    de

    que

    nenhuma

    idia

    de

    censura

    estaria

    relacionada ao depsito

    legal, a

    fim

    de

    enfatizar a

    moderni-

    zao do

    conceito.

    O

    desenvolvimento

    da imprensa

    desencadeou

    outra

    ques-

    to:

    a

    proteo

    dos direitos

    do autor. Os

    governos

    de alguns

    paises

    se

    propunham

    a

    oferecer

    algum

    tipo de

    proteo

    contla pirataria intelectual,

    mas,

    para

    faz-lo,

    tinham

    de

    saber

    exatamente

    o

    que

    estvam

    protegendo. Assim, o

    copAright ot

    direito de

    autor

    era

    garantido

    sob a condio

    de que um ou mais

    exemplares do trabalho

    em

    questo

    fossem

    depositados

    em determinado

    rgo

    pblico.

    Por volta do sculo

    xvtt,

    vrios

    pases,

    como

    Frana,

    Blgica

    e

    Holanda, tinham

    leis de depsito

    lega nculadas

    ao direito autor.

    Em

    1908,

    quando da

    reviso

    da

    conveno

    de Berna

    para

    a

    proteo das obras literrias

    e arsticas, a

    questo

    dos

    di'eitos

    autorais

    foi desvinculada

    do depsito

    legal. Os

    pases

    signt:ios,

    na maioria

    elrropeus, se

    comprometeram

    a

    modificar

    suas leis de forma

    que

    as duas

    questes fossem

    tratadas

    de

    maneira

    distinta. Atualmente,

    os

    EUA so um dos

    poucos

    pases

    cuja

    lei

    de

    depsito legal

    alnda

    se

    ncula

    ao direito

    utoral, mas

    vrias

    propostas

    tm sido apresentadas

    par

    que

    seja

    modificada.

    Utilizado

    inlcialmente

    para

    garantir privilgios para

    deterrninadas

    bibliotecas.

    foi somente

    nos ltimos

    50

    anos

    que

    o

    depsito legal

    teve seu objetivo claramente

    associado

    elaborao

    da

    bibliografia

    nacional, embora ainda

    haja

    argumentos

    de que

    ele

    constitui

    forma

    discriminatria

    de

    confisco de bens

    privados. Enftetanto,

    no se

    pode

    negar

    que

    o depsito

    legal tem

    contribudo

    para

    a

    preservao

    de

    urna herana cultural

    significativa em

    muitos

    pases.

    Poucos

    pases

    mantm

    suas

    bibliotecas e bibliografias

    nacionais

    por meio

    de

    depsito

    voluntrio,

    mediante

    acordos

    entre a agncia bibliogrica

    nacional

    e a associao de

    editores.

    Levando se

    em

    considerao

    que

    a maioria

    dos

    pases

    no est

    err

    condles

    de

    garantir

    um controle biblio-

    grfico

    eficiente

    com base

    no depsito

    voluntio.

    a reco

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    24/54

    mendaeo

    da uNESco, no congresso

    de

    1977,

    foi

    a de

    que

    os

    paises

    estabelecessem

    leis de depsito

    legl.

    Os

    princpios

    bsicos

    das

    recomendaes so:

    .

    o depsito

    deve

    ser

    obrigatrio,

    no

    se recomendando

    esquemas

    voluntrios de caPtao:

    .

    deve constituir

    responsabilidade nacional,

    sem impe-

    dir

    que

    outras

    iurisdies

    tenham

    suas

    prprias

    leis;

    .

    a coleo

    forrnada em

    decorncia do depsito

    legal

    deve ser

    de

    propriedade

    do

    Estado

    e

    a

    instituio

    depositria

    a responsvel

    por sua manutelo

    e preservao:

    .

    deve

    abranger todos

    os materiais

    produzidos. com

    exceo

    daqueles

    explicitmente excludos

    da ei:

    .

    os

    depositantes no

    devem receber

    pagamento

    ou

    qualquer

    outra

    compensao

    pelo

    depsito:

    .

    o

    acesso coleo

    deve ser

    gratuito, sendo

    que

    taxas

    administrativas

    razoveis

    podem ser cobradas em deter

    minadas circunstancias.

    O

    texto

    da

    lei deve

    ser

    claro,

    preciso,

    bem-estruturado

    e

    conciso. etando-se

    sentidos

    ambigos e

    vagos,

    incluindo

    definies

    precisas dos termos utilizados,

    de forma

    a

    deixar

    clara

    a

    inleno

    do legislador.

    No congresso

    de 1977, definiram-se

    os

    elementos bsicos

    par a legislaco

    de

    depsito legal,

    a saber,

    objetivos, insti-

    tuio depositria,

    material a

    ser

    depositado, nmero

    de

    exemplares,

    prazo para

    depsito, depositantes

    e mtodos

    de

    controle,

    e

    foram feitas

    recomendaes concernentes

    a

    cada

    um desses elementos.

    As recomendes

    basearam-se

    em

    prticas de depsito

    legal existentes,

    na poca, em

    vrios

    pases.

    Ao

    longo do

    tempo,

    o assunto

    foi objeto de inmeras

    discusses

    que

    ocoTerann

    em

    encontros organizados

    pela

    InL\ e

    novas

    suges

    tes

    foram feitas

    para aprimorar as

    leis existentes.

    Com relao ao depsito de

    documentos que

    circulam

    na internet

    no

    h

    consenso. dedo

    s caractersticas

    pr

    prias

    desses

    documentos

    e

    ao

    fato

    de

    que

    s recentemente

    alguns

    pises passaram

    a

    desenvolver

    prticas

    para

    sua

    coleta e

    preservo,

    As recomendaes

    a

    seguir

    bram

    feitas pela

    uNESCo

    em

    1977

    que

    continuam

    vlidas para

    documentos

    ento

    exis

    tentes),

    acrescidas

    de sugestes

    sobre clocumentos

    rtuais

    e

    outros

    aspectos que

    podem

    influenciar

    o depsito

    legal.

    Objetlvos.

    Em

    termos

    gerais.

    o

    depsito

    legal

    deve

    cons_

    tituir-se

    em

    instrumento

    para

    polticas

    nacionais

    de livre

    expresso

    e

    cesso

    informao,

    pois,

    ao

    se

    reunir

    e

    preser

    var

    toda

    a

    produo

    intelectual

    do

    pais, garantir-se-

    aces_

    so

    ao

    patrimnio

    cultural,

    sem qualquer

    jugamento,

    seja

    de

    ordem

    moral, politica.

    artistica

    ou iterria,

    sobre

    o valr

    intrinseco

    dos materiais.

    O depsito

    legal

    deve

    ter como

    objetivos:

    .

    assegurar

    a formao

    de

    uma

    coleo

    de materiais

    produzidos

    em vos

    formatos:

    .

    permitir

    compilao

    da bibliograa

    nacional,

    ssegu-

    rando

    o controle

    bibliogrfico

    da

    coeo;

    .

    proporciona

    aos

    cidados,

    do

    pais

    e

    do

    exterior,

    acesso

    s

    publicaes

    nacionais.

    Esses

    objetivos

    devem

    estar

    claramente

    expicitos

    no texto

    da

    lei,j que

    ela

    estar

    impondo

    um dever

    para

    certas

    pes,soas

    [os

    depositantes), que tm

    o

    direito

    de

    compreendir

    a

    finalidade

    do seu

    ato.

    Depositria.

    A instituio

    depositria

    o

    rgo

    definido

    por

    lei para

    receber

    os

    materiais

    oriundos

    do depsito

    legal.

    Como o

    ob.ietivo

    do

    depsito

    legal

    ,

    alm

    da frmaa

    coleo

    nacional,

    a elaborao

    da

    bibliografi

    nacional,

    a

    UNESco

    recomenda

    que

    a lei

    defina

    como

    depositria

    a ins,

    tituio

    encrregada

    de

    elaborar

    a

    bibliografia.

    O

    depsito pode

    ser

    descentralizado

    em

    mais

    de

    uma

    ins_

    tituio,

    no caso, por

    exemplo,

    de materiais

    que

    exijrn

    tra,

    tamento

    especializado,

    como filmes,

    ou

    para

    atendei

    a

    usu_

    rios

    com necessidades especiais,

    como

    deficientes

    visuais.por

    exemplo.

    Nesses

    casos,

    preciso

    estabelecer

    mecarismos

    de coordenao

    entre

    as vrias

    agncias

    depositrias.

    Material

    a

    ser

    depositado.

    eualquer

    lei

    de

    depsito

    legal

    s

    poder

    branger

    as

    publicaes

    produzidas

    n

    pais, pis

    34

    35

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    25/54

    s

    se aplica dentro

    de seus

    limites

    geogrficos.

    Se

    houver

    interesse em

    captar materia

    publicado

    no exterior

    (por

    exemplo, documentos

    sobre

    o

    pas)

    preciso

    utilizr

    outros

    meios, como compra

    ou

    permuta.

    Para

    publicaes

    online,

    o

    pais

    onde se d

    a

    publicao

    deve ser

    identificado

    pela

    localizo

    geogrfica

    do

    Uniform

    Resource

    Locator

    (uRL).

    A definio

    dos materiais

    qlre

    sero objeto de depsito

    legal

    questo

    bastante

    complex e

    parece

    que

    nenhum

    pas

    atingiu

    soluo

    ideal. Um

    dos

    aspectos da questo refe-

    e-se

    exaustividade,

    ou sej, idia de

    que

    tudo o

    que

    seja

    produzido

    deva ser

    depositado,

    para

    gaantir

    iseno

    de

    julgamento que

    est

    associada

    ao depsito legal. Desse

    ponto

    de

    vista,

    todo

    material

    deveria

    ser

    captado,

    pois,

    por

    mais insignificante

    que

    possa precer,

    pode

    apresentar

    valor

    para

    determinados

    segmenlos sociais.

    Razes

    de

    ordem

    prtica,

    como espao,

    recursos

    huma-

    nos e tecnolgicos,

    podem

    levar

    definio

    de

    limites na cap-

    tao

    de

    documentos

    e,

    segundo

    as

    recomendaes, esses

    limites nunca devem incidir sobre o contedo da

    publicao.

    Alguns critrios de

    excluso recomendados so: nmero

    redudo

    de

    pginas,

    tiragem

    e

    tipo

    de

    mterial

    (por

    exemplo,

    manuais de

    instruo, listas

    de

    preos,

    listas

    de

    horrios.

    de meios de

    trnsporte,

    liwos de

    colorir

    e

    recortar

    para

    cri-

    anas,

    boletins

    e

    relatrios de empresas,

    prospectos),

    enm.

    materiais de durao

    efmera. A recomendao, entretanto,

    que paises

    de

    produo

    editorial

    pequena

    no

    incluam

    tis limitaes

    na legislao de depsito legal.

    Os

    dois

    critrios

    bsicos

    para

    incluso

    na lei

    seriam: I

    )

    material disponibilizado

    para

    o

    pblico,

    e

    2)

    prodllzido

    em

    mltiplos exemplres

    par

    distdbuio ao

    pblico.

    Segundo

    recomendao da

    uNESco,

    legislao

    de

    dep-

    sito legal deveria

    incluf todos

    os

    objetos fisicos, em

    qualquer

    formato,

    que

    tivessem

    contedo informacional

    e fossem

    pro-

    duzidos

    em

    mtiplos

    exemplares para

    distribuio

    ao

    pribli-

    co. Outra

    recomendao no sentido de serem adotadas

    na

    legislao

    terminologi

    e

    lingugem abrangentes, de

    for-

    ma a

    possibilitr

    a incluso de tipos de materiais

    j

    exis-

    tentes e

    outros

    que rnais tarde venham a

    existir-

    Variaes

    no

    contedo

    e na

    forma

    (eedies

    e

    edioes

    em

    formatos

    e

    encademaces

    diferentes,

    por

    exemploj

    deveriam

    ser

    nre_

    vistas

    na

    Iei.

    Assim,

    a abrangncia

    eslimuladu

    "

    u

    O"n

    r*u

    do

    materia

    a

    ser

    deposilado

    deve

    ser

    a

    mais

    ampla

    possiuet,

    de

    forma

    a incluir

    todos

    os

    tipos

    de

    registro

    Oe

    info'aao,

    independentemente

    do

    seu

    formato.

    Entretanto,

    cad

    tipo

    de

    material

    apresenta

    questoes

    especificas,

    ta-nto

    no que

    diz

    respeito

    aptao

    quanto

    preservao. O advento

    da

    intemet

    e das-pulicaoes

    em

    linha{online)

    suscita

    novas

    questoes

    (legais,

    ";i;;J;

    org;

    :i:l?1.*

    para

    as

    insruies

    depositrias,

    extginAo

    a

    administradores

    e

    dos

    segmenlos

    envoldos

    deciss

    difceis

    e

    muitas

    vezes

    polemicas.

    O-primeiro

    aspecto

    que

    reflete

    a diferena

    com

    relao

    publicao

    em

    linha

    e

    que

    ela no

    se

    enquadra

    no

    princoio

    oe_

    multiptos

    exempares..

    estabelecido

    para

    maleriais

    bibl]o_

    grficos

    e

    no-bibliogficos

    tradicionis.

    Ofa

    e

    proOur-a

    em

    uma

    nica

    cpia

    que

    armazenada

    na

    rede

    munaiA

    e

    computadores

    {a

    internet).

    A

    noQo

    de

    exempar

    .

    po.trrO,

    substituida

    pela

    de

    disponiblizao.

    No

    mbito

    do

    depsito legal,

    publicao

    um

    documento

    que

    consiste

    em

    um

    texto

    seqencial (e,

    eventuamente,

    outros

    dados

    suais),

    estrutuiado,

    organizado

    "

    "rt.

    omo

    uma

    unidade

    independente.

    Existe

    em

    suporte

    fsico

    que

    distribudo

    para

    o pblico

    em

    mttiplos

    exe*pt.r""

    .

    que.pode

    ser

    adquirido

    por

    qualquer

    pesoa.

    No

    ambiente

    digitalem

    linha,

    publicao

    e

    o documento

    produzido,

    armazenado

    e

    distribuido

    eletioni""_".rt",

    "o__

    osto

    de

    contedo

    informacional

    flexvel

    e

    soytu.rore

    q";

    p;

    sibiUia

    uso

    diferenle

    do

    que

    ocorre

    com

    publicaces

    imDres_

    sas, por

    exemplo.

    Existem

    publicaes

    em

    linha q,..,"

    ".

    """_

    metham

    s

    impressas.

    que

    incluem

    contedo

    de

    natureza

    permanente,

    estruturados

    e

    editados

    como

    unidades

    inde_

    pendentes.

    Exemplos

    desse

    tipo

    so

    os peridicos

    etetrnl

    cos

    disponibilizados

    em

    certs

    formats,

    --.

    .-e"U"}

    Portable

    Document

    Format

    (pDF).

    So geralmente

    _;id;

    por

    instituies

    e

    tm

    acesso

    controldo.

    H

    consenso

    e

    que

    essas publicaes

    devam

    ser

    depositadas.

    36

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    26/54

    Outa

    categoria

    refere

    se

    s

    publicaoes

    'dinnicas'

    cujo

    contedo

    muda

    continuamente,

    apresentando

    atralizaes

    a

    intervalos

    variados

    ou em

    tempo

    real.

    H

    posies

    diver-

    gentes

    no

    que

    concerne

    ao seu

    depsito.

    H

    aqueles

    que

    onsideram

    que

    a

    verso

    vlida

    que est disponvel

    no

    momento

    e,

    portanto,

    a

    agncia

    depositria

    deve

    garantir

    simplesmente

    o

    acesso

    quela

    verso.

    A

    posio oposta,

    de

    que

    todas

    as

    verses

    devam ser

    preservadas,

    encontra

    srios

    obstcu1os,

    pois

    se

    toma

    praticmente

    invivel

    mante todas

    elas.

    A soluo

    sugerida,

    nesse

    caso'

    a de se

    captarem

    al-

    gumas

    verses

    em

    periodos

    regulares.

    Para

    publicaes

    di-

    nmicas

    que deixam

    de

    ser

    acessveis,

    a

    souo

    pode ser

    a

    de

    se

    manter

    a

    primeira

    e

    a

    ltima

    verco.

    Com

    relao

    a materiais

    como

    listas

    de

    discusso

    e outros

    de

    natureza

    efmera,

    h consenso

    de

    que no

    so editados,

    no

    podendo

    ser

    considerados

    'publicao'

    e'

    portanto,

    no

    devem

    set objeto

    de

    depsito.

    Publicaoes

    em linha

    com-

    postas de

    dados

    no-estrutlrrados.

    tais como

    bases

    estats-

    tics

    ou

    geogrficas,

    no

    seriam

    objeto

    de

    depsito

    Apesar

    cle

    reconhecer

    as dificuldades

    para captao

    e

    presrvao da

    pubicaco

    em

    linha

    a

    recomendao

    final

    que sejam

    incluidas

    na

    legi.slao

    de

    depslto

    legal'

    Essa

    inclso,

    entretanto,

    diz respeito

    apenas

    a

    publicaes

    que

    constituam

    unidade

    intelectual

    estruturada

    necessrio

    que

    a

    instituio

    depositria

    possibilite

    no

    s

    acesso

    aos

    documentos

    em

    linha,

    mas

    desenvolva

    condies

    para

    mant-los

    em

    bases

    permanentes'

    no

    deixando

    essa

    responsabilidde

    para o

    produtor/proprietrio

    que

    normalmente

    no

    tem

    interesse

    em

    manter

    por longo

    tempo

    seu

    produto

    disponvel

    para

    o

    pblico.

    Na

    questo

    do

    acesso,

    deve-se

    levar

    em conta

    a

    neces-

    sldade

    do depsito

    de

    soitruare

    e outros

    itens

    indispensveis

    para consulia

    aos

    materiais

    depositados

    e da

    garantia

    de

    permisso

    para converter

    o

    material

    pra

    novos

    formatos

    ou

    para migrao

    paa novos

    ambientes

    operacionais'

    Nmero

    de exemplares.

    Pelo

    menos

    dois

    exemplares

    devem

    ser depositados:

    um

    para

    preservao

    e

    outro

    para

    uso. Alguns

    pases

    definem o nrmero de exemplares com

    base

    na

    tiragem

    ou no

    custo do matedal.

    A

    legislao

    deve

    levar em conta

    a

    capacidade da

    instituico

    depositria

    para

    abrigar

    e

    tratar

    adequdaente o material captado.

    No caso

    da

    publicao

    em inha

    a

    questo

    do

    nmero

    de

    exemplares

    imaterial. A

    questo

    diz respeito amplitude

    do

    acesso ao

    material

    depositado. Da mesma

    forma

    que

    o

    nmero de exemplares do material

    impresso

    tem um

    limite,

    tambm

    o

    nmero

    de

    uslrios

    do

    rnaterial

    em

    linha

    deve

    ser limitado

    paa

    respeitar

    os

    direitos

    comerciais

    dos

    produtores. Assim,

    a

    legislao deve defini

    a

    utilizao

    por

    determinado nmero de

    usurios,

    garntindo

    apenas

    o uso

    sem fins comerciais dos materiais depositados.

    Prazo

    para

    depsito. A recomendao

    quc

    o dcpsito

    seja

    feito

    o

    mais

    rapidamente

    possvel

    aps a

    publicao,

    de

    preferencia

    dentro de uma semana

    e.

    no mrimo.

    um

    ms.

    Esse

    prazo leva em consideraco o objetivo

    primrio

    do depsito legal,

    que

    a compilao

    da bibliografia nacional,

    com

    a

    finaLidade de dir'.ulgar

    a

    produo intelectual

    do

    pais

    e,

    cuja distribuio,

    portanto,

    no

    deve

    ser atrasada.

    Depositantes.

    Historicamente, a responsabilidade tem

    sido atribuida

    a

    diferentes agentes,

    passando pelo impressor,

    editor,

    autor

    e

    distribuidor

    (no

    caso de a legislao cobrir

    material importado), dependendo

    do

    pas

    e

    de sla tadico

    editoriI.

    Atualmente, as leis

    de depsito legal tendem a

    definir como

    responsvel

    o

    editor. Nesse caso,

    necessrio

    definir de

    fol1lla ampla o editor,

    para que no

    se

    restrinja a

    editoras comerciais,

    mas

    inclua aquelas ligadas

    a insti-

    tuies acadmicas e

    governamentais,

    lm dos

    produtores

    de materiais no-bibliogrficos,

    eletricos e

    em

    linha.

    A recomendao

    que os resposveis

    pelo

    depsito

    sejam

    as

    organizaes

    e

    indivduos

    que

    publicam, produzem

    e

    disponibilizam

    o

    material

    ou sejam

    seus

    proprietrios

    olr

    distribuidores.

    Mtodos

    de controle.

    Para ser

    efetiva,

    a legislao deve

    cstabeecer mtodo adeqrado de controle de seu cr-lmpri

    38 39

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    27/54

    mento,

    com

    preso

    de

    penalidade'

    que

    varia

    nos

    diferentes

    paises.

    A cobrana

    de

    multa

    aos

    depositantes

    omissos-

    tem

    sido

    o

    mtodo

    usual'

    mas

    raramente

    tem-se

    mostrado

    eficaz'

    ameaa

    de

    no

    concesso

    do

    direito

    autoral

    outra

    forrna

    de oarantir

    o depsito.

    embora

    no

    recomendada

    H

    tam'

    beri

    a

    possibilidde

    de

    inrpedir

    a

    distribuio

    do documento

    ;iJ

    q;;

    . depsito

    seia

    fito.

    o

    mtodo

    recomendado

    pela

    r rNES;o.

    em

    tgzz,

    foi

    ^

    't-lt-t"r-,1ao

    do

    depsito

    o forneci-

    mento

    dos

    nmeros

    ISBN

    e

    ISSN.

    A

    multa,

    segundo

    a

    uNESco,

    embora

    necessria'

    deveria

    constituir

    o 1iimo

    recurso.

    Campanhas

    de

    esclarecimento

    sobre

    as

    vantagens

    do

    depsito

    legal

    para os

    editores

    so

    recomendadas,

    considerando-se

    que

    eles

    devem

    compreen-

    ".

    i-po.tatt"ia

    da

    sibilidade

    dada

    a

    seus

    produtos

    pela

    ibliog..

    tt^"ional,

    alm

    da

    preservao

    desses

    produtos

    em

    longo

    Prazo.

    Depsito

    legal

    no

    Brasil

    A

    preocupao

    com

    o

    depsito

    legal

    data

    da poca

    do

    Imprio

    t

    f

    'AZZ-

    f SS

    it,

    a

    partir

    de

    quando foram

    bal'dos

    vrios

    atos

    lue

    oUrigavam

    enega

    de

    exemplares

    de

    todas

    as

    publi

    caoes

    ipressas

    naTipografia

    Nacional

    Biblioteca

    Impe-

    rial

    e

    Pblica

    da Corte.

    Esses

    atos

    legais

    foram

    consolidados

    no Decreto

    n

    '

    1

    825

    de

    20

    /

    \2

    /

    1gO7

    ,

    acompanhado

    por legislao

    complementar

    (as

    chamadas

    'instruoes'), em

    1922

    e

    1930

    4legislao'

    que

    gorou

    zlt

    2OO4,

    centralizo

    o

    depsito

    na

    Biblioteca

    ^"iou,

    obrigando-a

    a

    registra

    as obras

    dePositadas

    em

    um

    boletim

    bibliogrfico,

    cflando,

    assjm,

    formalmente'

    a

    bibliografia

    nacional

    brasileira'

    A Bhoteca

    Nacional

    desenvolveu

    essa

    atidade

    de

    forma

    bastnte

    iffegular,

    tendo

    o

    Boletim

    BtbLiogrfico

    sofrido

    inmeras interrupes

    (ver

    capitulo

    6)'

    Em 1967.

    o

    tNL

    iniciou

    a

    publicao da

    EibliqgrafnBras-

    Ierc.MensaL,

    tealizando,

    na

    prtica,

    o

    controle

    bibliogrco'

    Essa

    foi,

    provavelmente,

    a

    causa

    de

    ter

    sjdo

    o

    INL contem-

    plado

    coo

    rgo

    depositio

    das

    publicaes

    pelo Decreto-

    Leinj824,

    de

    5/9/969.

    ficando

    o

    Brasil

    na posio

    pecu

    liar de

    possuidor

    de duas

    leis de depsito

    legal, desde

    1969

    at

    extinqo

    do lNL

    em 1987.

    A

    gncia

    de

    rma legislao

    de

    dePsito

    legal,

    que data

    do incio do

    sculo

    )(, obrigou

    a

    Biblioteca

    Nacional a resol-

    ver o

    problema

    da defasagem

    do

    Decreto n." 1.825,

    istando

    na sua

    pgina na internet

    os

    materiis

    que

    devero

    ser

    deposltados.

    Esclarece

    que, por fora de interpretaco

    da

    1ei,

    material no-impresso

    deve

    ser

    depositado,

    explicitando

    alguns desses

    materiais

    como

    fitas-cassete,

    discos de longa

    durao

    (eeps),

    fitas

    de

    deo, filmes,

    cns

    de

    udio

    ou deo.

    Define

    tambm

    os

    materiais

    que no devem ser deposi-

    tados,

    como

    propaganda comercial

    ou

    politica, contes

    para

    visita

    a

    templos,

    brindes,

    como agendas

    e marcadores

    de

    li\Tos,

    recortes de

    jornais,

    com exceo

    de

    publicaes

    do

    tipo

    clrpping,

    publicaes fotocopiadas,

    obras

    inditas e teses

    universitrias,

    esclarecendo

    ser de competncia

    das

    univer-

    sidades

    de

    origem sua

    guarda

    e

    tratamento.

    Vrios

    projetos foram

    apresentados

    para

    a

    reformuJ.ao

    do Decreto

    n."

    .825. Um

    deles foi

    o

    projeto de lei

    n.'

    5.529,

    de 1985,

    que incluia,

    conforrne

    recomenda

    a uNESco, a

    declaaco

    explicita

    do

    objetlvo

    do

    depsito

    (ausente no De

    creto n.'

    1.825): assegurar

    o

    regisho e

    a

    guarda

    da

    produo

    intelectual

    do

    pas,

    alm

    de

    possibilitar

    elaborao

    e

    di 'lll-

    gao da blbliograia

    brasileira

    e das

    obras estrangeiras

    dis

    poniveis

    no Brasi.

    O

    mencionado

    projeto tramitou

    no

    Congresso

    Nacional

    at

    1989,

    quando

    foi

    arquivado.

    Em 1989,

    foi apresentado

    ao

    Congresso

    Ncional o

    projeto

    de

    lei n."

    3.803,

    sobre

    a

    mesma

    questo.

    Finalrnente,

    depois

    de 5

    anos de tramitao,

    foi aprovado,

    transformando-se

    na

    Iri n.'

    10

    994 de

    14/

    12

    /2OO4."

    *

    Atulmente,

    am da egisao federa, existe duas

    eis

    estaduais sobe

    depsito

    egal:

    a

    de

    Penambrco

    (l,ei

    n.' 12.435,

    de 6/012003)

    e

    de

    Santa

    Ctrina

    (Li

    n." l.074,

    de

    116/1999J

    No Par e

    no

    Cer.

    h

    projetos em

    traitao

    nas

    assemblias

    legisativas. Encotn-se

    dis

    positivos com

    igual finalidade

    em aguns

    municipios

    e em certas

    40

    41

  • 8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf

    28/54

    Do

    projeto

    aprovado

    no

    Congresso

    o

    presidente

    d Rep-

    blica vetou

    os

    incisos rr,

    r e \1r, do

    artigo

    2..,

    que

    diziam

    respeito

    pdncipal

    questo:

    o

    que

    deve

    ser depositado.

    A

    justilcativa

    dos vetos foi que

    as definies

    de

    'publicaes'

    e

    'pubicaoes

    novas'

    eram muito

    abrangentes,

    englobando

    materiais quej

    eram ou seriam

    objeto

    de

    depsito

    em

    outras

    instituies pblicas,

    no

    se

    justificando

    duplicao.

    Alm

    disso, argumentava

    se

    que

    a amplltude

    das referidas defi-

    nies

    resutria

    na captao

    de

    uma

    grande vari