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8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
1/54
lntro
uao
ao
controle
lcibliogrf ic
..:
Seg
unda edio
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
2/54
INTRODUO
AO
CONTROLE
BIBLIOGRFICO
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
3/54
Bernadete
Campello
Introduo
ao
controle
bibliogrfico
Segunda
edio
@
rusmJR8.I-EMos
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
4/54
O
Bedete campell
2006
Dieild .lesta edio
adqiridos
Por
ldos l.fnno
e
ComDicao
Ltda
Todos
os diilos
resedos.
De a@,llo
com a
lei n.' I 610
de
19/2/1998,
nenhlm
pdle
dste
lim
pode
ser
foio.oPda.
gravda,
rcprtida
ou
enada
nun sistda
de recupeao
d
idomao
ou trstda
eb
qu.lquer
lom
ou
Por
qulqd
ncio eletrnlco
ou
mc.co
sem o
Previo
consflltto
do autor
e do editor'
Re\dso:
Mdia Lucia
Vllar
de Lmos
Capa:
Fomatos
Design Gr6co
Ltd
Peserv
paa
acessar
Conboe
Bibliogrfico
Univesa
Bibiiotecas
nacionais
Depsito legal
Bibliograa
naciona
Padronizao
da descrio bibiogrfica
Catalogao
coopertiva, catalogao
na fonte
e
catalogao na
pubicao
Sistemas de identifcao
numric
de
documentos
ndice
Sumrio
sess6@s&
Apresentao
t-ista
de
siglas
2
:l
4
5
6
7
u
vii
ix
I
4
I
20
32
43
57
6a
78
93
Dados
hlcrn.io.ais
d catlogaqo
na Fblicao
(cPl
(C;rra
Bslleira do
l-no.
s:i I'lo.
sr,
B.asill
nrroduqo
o.onlrce
bibliogin.o
/
Bemdte
cdnpclo.
2.
ed. Ersilla. D:
Briquet do Lcmos
/
Liros. 2006
1
Bibo4n nactonal
2. conlrol. brbiogr;nco
r"titulo
06-A795
.DD 025 3
2006
Brtquet de
r:ms
/
Llws
L.nos
Ittormo
e Comuntco
Ltda.
SRarS
Ouadra
70
-
Bloco
K
Sala
83
Edlcio
Embassy Tower
Brsia,
DF 70340 000
Teelone
(6r)
3322
9806
Fd
(6)
3323
725
wv.briquetdelernos..orn.bi
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
5/54
Apresentao
&ss*6s**s
ISTE
I,I\''RO
DESCRE\E
OS
INSTRUMENTOS
DE
CONTROLE
BIBLIO'
grfico
propostos por
organizaes
internacionais,
que
tm
sido utilizados
por
diversos
pases
nos ltimos
25
anos,
com nfase na
maefa como
o Brasil
vem aplicando
esses
irstrumentos.
Cada
captulo
descreve
a origem,
o desen-
vomento e s caactersticas
de determinado
instrumento
cle controle
bibliogrco,
e termina
com
a
descrico
de como
tem sido empregdo
aqui.
Com isso,
visualiza-se,
de forrna
iulpla,
a
trajetria
d biblioteconomla
na
busca de um
or-
ganizao
bibliografica
que per'nit
concretizar
o ideal
da
,
li-ci
no acesso
inlormao.
Este
texto
foi
elaborado
tendo em
sta, em
princpio'
a
disciplina Organizao
e
Controle
Bibiogrfico
da
Infor
rnao,
ministrada
na
Escoa de
Cincia da Informao
da
Universidade
Federal de Minas
Gerais. O
obietivo
foi
reunir
ifomaes
bsicas
que permitr aos alunos
conhecer
os
I)rincipais
conceitos
que
integram
a
noo
de controe
biblio
gr
fico.
Esta segrrnda
edio
de
Introduco
ao
cofttroLe
biblqrAfm
vcm
com
algumas
modificaes.
Dois
captulos
constantes
(la
primeira edio
[Disponibildade
de Pub]icaes
e
Con-
trole
Bibliogrfico
Especiaizado)
forarn
rettados, e
o
capitulo
soble
agncia
bibliograica
ncional
foi
incorporado ao
de
l)iblioteca nacional.
Foi includo
um captulo
sobre o
conceito
r
lc
preservao
da
memria,
em
l,irtude
da
necessidde
que
sentimos
de
proporcionar
embasamento
conceitual
que
ori
(
te
o
estudo
dos diversos
instrumetos
de
controle
biblio
trfico,
de forma
que eles no
sejam
trabalhados
apenas
('ln
uma
perspectiva operacional.
As
modicaoes
efetuadas
visaram a
pemitir
que
se
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
6/54
enfocassem
instrumentos
de
controle
bibliogrlico
que'
em-
bora
inventados
h
muito
lempo
no mbilo
da
biblioleco-
nomia,
continuam
pel1inenles
no
universo
informacional
Espero
que o texto
constitua
apenas
um
referencial
que
fundamente
outras
pesquisas
mais
abrangentes
a
serem
efetuadas
no
mbito
da;
disciplinas
em
que
for
utilizado'
Assim,
a
j.dia
que o
li\To
sirva
como
ponto
de
partida
pfa
estuclos
qua u.*
u
discusses
e
inlerprelaes
mais
profundadas.
e
partj.r das informaes aqri
reunidas'
os
aiunos
podero
xplorar
e
aprofundr
idias
que
thes
possibilitem
refletir
criticamente
sobre
questes
pertinentes
ao controle
bibliogrfi
co.
Agradeo
a
Maria
Helena
de Andrade
Maglhes'
co-
autoa
da
primef
edio
e
que, embora
no
mais
parti-
cipando
deste
trabalho,
teve
contribuio
importante'
e a
Isis
Paim,
que,
acompanhando
h muito
tempo
minha
tra-
i.rO.iu
ptotittional.
colaborou
com
vrias
ideias
e
tem
sido
-uma
fora
para o meu
perfei(oamen
Lo'
Lista
de siglas
&e*s#*ss*s
/\^alR2
AI]N'
r\ll
(
^t.co
.I]IJ
(
c^A2
(
]CN
(
]DT)
(
l)NL
(
t)lI
(Ir
I)ASP
I)OI
l,t^N
Itnbrapa
I'IJAB
II(V
ID
r.BD
II]BD
IIIGE
ICT
t( tAus
l(
rsu
t,1,1
IN
I-
r\
Anglo-American Cataloguing Rules
Associao Brasileir
de
Normas Tcnicas
American
Library
Association
Asso-jao
Pau
lista
de
Bibliolecrios
Catalogao
Legvel
por
Computador
Controle
Bibliogrlco
Universal
Cdjgo
de
Catalogaco
Anglo-Americano
Catlogo Coletivo Naciona
de
Publicaes Seria-
das
Classificao Decimal de Dewey
Conference of
Directors
of
National Libraries
Classicao Decimal
Universal
Cataloging
In Publication
Depadamento
Administrativo
do Servio Pblico
Digital
Object
Identifier
European
Article
Numbering
Empresa
Brasileira
de Pesquisa Agropecuria
Federao B[asileira de Associaoes
de
Bibliote-
crios, Cientistas da Inlormaqo e Instituioes
Fundao
Getlio
Vargas
Federao
Internacional
de
Informao
e Docu-
mentaqo
Functional
Requircments for
Bibliographic Records
Instituto
Brasieirc
de Biblioga-a e
Documentao
Institlrto
Brasileiro
de Geografia
e Estatstica
Instituto Brasileirc de Iformao em Cincia e Tec
nologia
International
Council on Archives
IFL
CDNL
Alliance for Bibliographic
Standards
Conselho
Internacional
de
Unioes Cientificas
Internationa Federation
of
the
Phonographic In-
dustry
Instituto Nacional do Li\.ro
Interntion
Pbishers Associtin
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
7/54
ISAN
ISBD
IStsN
ISDS
ISMN
tso
ISRC
MARC
N,{fS
ocLc
PDI'
PGI
PNBU
PROBIB
RFC
RLIN
sic
SICI
SNE]-
UBCINI
UCC
TJNESCO
UNI L{RC
UR
URL
UTT,AS
\aF
International
Standard
Audiovisual
Number
tntemational
Stadard
Bbliographic
Description
lnternational
Standard
Book
Number
Inte'national
Sedals Data
System
International
Standard
Music
Number
International
Organizaliol-t
for Standadization
International
Standard
Recording
Code
Machine
Redable
Cataloguing
National
Documentation.
Library
and
Archives
Infrastructures
Online
Co puter
Library
Center
(Adobe)
Portable Document
Fornat
General
Information
Progranln]e
Plno Ncional de Bibliotecas
Univesitrias
Programa
Nacional
de
Bibliotecas
de
Instituies
de
Ensino Superior
Request
for Comments
Research
Libraries
Infonnation
Netivork
Serviqo
de
lnrcrcambio
de
Cataogao
Serial
ltem
and
Contribution
dentier
Sindicato
Nacional
de
Editores de
Li\''os
Universal
Bibliographic Control
ancl
Internatiol-lal
MAI( ]
Uniform
Code
Council
Organizao
das
NaQoes
Unidas
para
a
EdlrcaQo,
Cincia
e Cultura
Universal
MARC
l,)rmat
Uniform
Resoutce
Identier
Unifomr
Resource
l,ocator
University
of
To-onto
Library Automation
System
Virtual
International
Authoity File
I
&&&&s#6*&&
Antecedentes
Ii
srcr'rrFrcATlve
A
cN'r'RIBUIo
DA tsIBI-torEcoNoMLA
PARA
o
ircesso amplo
e
democrtico
informao.
Na
Perspectiva
rnrrndial, essa contribuio
representada
por
mecanismos
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
8/54
sobre cada
um havia breve
nota biogrfica e uma anise
do
seu trabaho, O
Pinakes foi muito importante
para
apoiar
o
trabalho
dos intelectuais da poca
e
se
torr-rou um modelo
par catlogos eaborados
posteionnente. Tinh inclo a
tradio catalogrfica
que
continuou
na ldade Mdia e
pros-
segue at o
presente
(ve
capitulo
7).
A
partir da
dcada de 1970,
o
esforo
da
biblioteconomia
em dieo ao aperfeioamento
do acesso
produo
bibl.iogrfica
mundial
representado
pelo
desenvolmento
das redes de inforrro,
resultantes da
aplicao
da
ir-rfor-
mtica
aos
processos
de
organizao bibliogrfica.
A
partir da dcada de 980
acentua-se o
processo
de
converso
de
antigos
registros
catalogrficos,
de
consulta
manual,
para registros eletrnicos
processveis
por
compu-
tador. Era a chamada
converso
retrospectiva
de catlogos,
ou RECON,
do ingls
retrospectue
conDerslJn.
Esse trabaho
de
conveso
de
catlogos,
aliado
ao
aparecimento
de sistemas de catalogao
cooperativa
e,
n
dcada
de
99O,
ao
advento da
internet,
permitiu
a
dispo-
nibilizco universa
dos catlogos das bibliotecas
e
possi-
bititou
o
idea1,
sempre presente
na
biblioteconomia,
de
ampliar
mundialmente
o acesso
inforrnao,
pe:rnitindo
a cada cidado
encontar a
publicao de
que
necessita.
O conceito
de
Controle
Bibliogrfico Universal
(cBU)
foi
formaizado
com
a
criao, em
1974, do International
Office
for
uBc
luniversal
Bibliogaphic
Control
da Federao
ln-
ten-racional
de
Associaoes
e
Instituicoes Blbliotecrias
(IFLA),
que teve origem
na Reunio Interrracional
de Especialistas
em Catalogao,
ocorrida
em 1969.
Nessa reunio.
um docurnento
preparado
por
Suzanne
Honor. da biblioteca
nacional francesa. delniu
as bases
de
um
sistema
de
intercmbio internacional
de inforn.rao
que,
por intermdio
de
agncias
nacionais,
distribuiria
os
registros
bibliogrficos
padronizados de todas as
publica-
eoes.
A eficincia
do sistema clepcnderia,
porlanto.
da
mxi-
ma
padronizaqo da orma
e do conteitdo cla
descco
bibliogrlca.
A
idia
do cBU
constituiu
a base do
rnodclo
de
orgaizao
l)iltiogrfica
que predominou
a
paftir
da dcada
de
970
e
(
lr
rc
fbi
sistematizado
em congresso
organizado
pela
UNESCo
cr
r
r
colaborao
com
a IFI,A. Realizado
ern
1977
,
em Paris, o
(
'ongresso
Internacionl sobre Bibliografias
Nacionais popi-
(
iou
a oportunidade
para
que 'ossem
debatidas
em
profundi
(lide
diversas questes
relativas ao
controe bibliogrfico,
rrrDr
enfoque na bibliografia
nacional, considerada
o
instru
rrr,
nlo-chave
para
Lal
conlrole.
Os resultados das
discusses,
qne
se embasaram
em
tlocumentos
previamente
preparados
por
especialistas,
loram
reunidos em The no.tono.l
bbltographg:
present
roLe
t
u rdJrtfitre
deuelopments. Esta
publicao
incoryoa
as
reco-
rrrcndaes
aprovadas pelo
congresso,
que
representam
o
rrrodelo
de
controle bibliogrfico proposto pela
UNESCO e rFLA..
Muitos
pases
assimilaram esse
modeo
e abraaram
o
itlcal
do cBU, estrlrturando
seus sistemas bibliogrficos
scgundo
as recomendacoes emanadas
desse congresso.
Entretnto,
as mudanas
no universo bibliogrfico,
ocor-
rirlas
a
partir
da segunda metade da dcada
de 1990, vm
lorcando
a
reso
desse
modelo.
A
comunidade bibliotecria
(
(nea
a
questionar
a estrutura vigente e a
buscar novos
|irminhos
para
continuar a
prover
com ecincia
o
cesso
r
infornao,
atendendo
s necessidades infor-rnacionais
r
lrr
sociedade como
um todo.
Referncias
r\Nl)ERSoN.
D. FLA'S
progranme
ofuniversal
bibliographic
control:
origins
and
early
year
s. Internatiotlql
CaLqloguing
and
BbLiogrct-
pllic
Control,
v. 29, n. 2,
p.23-26,2OOO.
lloNoRE,
S. Reportofthe]MCE.Ubr"v.20.
n. ,p.
115-
116.
970.
rN lTRNATIONAL
coNcRrss
oN
NATIONAL
BIBLIoCRAPHIES.
The
no,t]f.no,t
I
tbL
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
9/54
2
&&s#*s*&6&
Preservar
para
acessar
As
PESSoAS
SUEREM'rEr
ACESSo IN 'ORMAO
poR
vRros
motivos,
e
a funo
dos bibliotecrios
possibilitar
esse
acesso.
Eles
so mediadores entre os usurios e os
registros
do conhecimento
e, mediante seu trabalho, buscam
pro-
porcionar ao
maior
nmero de
pessoas o acesso infor
mao da
forn'ra
mais
eficaz. Para
ser'acessada', a
informa-
o
precisa
estar organizada. isto , disposta
de forma a
poder
ser recuperada
(bibliogrfica
e
sicamente) e, ao
mes-
mo tempo,
precisa
ser
preservada, isto , consevada
e
man-
tida
para que
possa
ser continuamente utiizada.
Assim, os bibliotecrios
se tornam
responsveis
pela
pre-
servao
de um
patrimnio
documental amplo e
variado.
Esse
tem sido
o
papel desempenhado
por
esses
profissionais
h milnios, desde
a
poca
em que os registros documentais
constituiam
objetos
raros
e
valiosos.
Mesmo atuImente,
qundo a situao bastante
diferente, a
preocupao
com
a
preservao
persiste,
envolvendo aspectos complexos
dos
quais
um
dos
mais
importtes refere se
a'o
que
preservar?'
Mas,
altes
de
definir
'o
que preservar',
necessrio entender
'por
que preserwar?' E,
se os
bibliotecrios
quiserem
atender
legitima vontade dos
usurios
de
ter
cesso a inforrnaes
e aos documentos
de todas as pocas, inclusive
as mais
remotas,
peciso
compreender
esse
processo.
Identidade
coletiva
A
noo
de
identidade coletiva e o desejo
de dr continui
dade
a
essa
identidade
parecem
ser os
principais
pontos
em
que se apia o conceito de
preservao da memria.
A
mernria,
seja de
uma
nao
ou de uma
pequena
comuni
dade, contbui
pa:a
a
constituio
de sua identidade cultu-
rl e testemunha um
passado que
rcpresenta
um etapa
r
li r sua vida social.
A
perpetuao dessa etapa
possibilitar
rrrudanas.
permitindo a
evoluo cutural
contnua daquea
r
rio ou comunidade.
A
busca
e a mr-uteno
dessa identidade
parecem
ter
,
omeado
quando as
sociedades
se
preocuparam
em
preser-
var, por meio
de
ritos
e comemoraoes,
seus mitos
de
origem,
su:r
sacralidade.
Os depositrios
dessa memria.
principal
rrrente oral, eam os
sacerdotes,
pajs e
xams,
que
deti-
nham,
em razo de seu
papel, grande
prestigio
e
poder.
Poste or-nente,
as sociedades
tentaram
garantir
s-a
Acesso
em:
6/
1I/2OO4.
RoBERrs.
K.H.
uNESco's General
Information
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987:
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24l
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VIuNUEVA
MANslLr,A,
E. Seminrio
sobre Controle
Bibliogrco
Universal
(cBU):
relatrio,
concluses
e recomendaes.
n'ris
daBibtiotecqNec.rnal,
Rio de Janeiro'
v.
1
13,
p.
279-286'
993.
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
17/54
4
*s66'S*&SS6
Bibliotecas
nacionais
Nos LTrMos
150
Nos
AS BIBLIo'IECAS
NAcloNArs
'rM
sIDo
instituies
presentes
na maioria
dos
pases, destacando-
se
geralmente
pel
imponncia
de seu
ediicio
e
pela riqueza
de sua
coleo.
Suas
origens
refletem
o desejo
de
reis e
mandatrios
de
reunir
e
preservar
os
regishos do
saber'
razo
pela qual
muitas
delas
foram
originalmente
criadas
como
bibllotecas
reais,
passando,
com
o tempo'
por
um
processo
de democatizao,
em
que foram
abertas
ao
pbli-
co
e se
tornaam
instituies
de
preservao
do
patrimnio
intelectual
das
naes.
Existm bibliotecas
naconals
fundadas
h sculos,
como
as da
Frana
e
da
ustria,
criadas
respectivamente
nos
sculos
xv c
xt't. O
desenvolmento
das
bibliotecs
nacio-
nais.
com
as
caracteristicas que
lhe
so
prprias
atual-
mente,
resultolt
da
derrr'rbada
de
monarquias
absolutistas
ou
do
surgimento
de
novos
Estados
e, conseqentemente,
dos
esforos
feitos
para a consolidao
da
cinci
e
da cul-
trra
naclonais.
Esse
processo
teve
incio na
Frana,
em
1791,
quardo
bibioteca
real francesa
foi declarada
pro-
priedade nacional.
No
scuLo
xIX.
novas
bibliotecas
ncionais
foram
criadas
em
mais
de duas
dezenas
de
pases.
S
na
Amrica
Latina,
assinale
se
o surgimento
das
bibliotecas
da Argentina
(1810),
Venezuela
(1810),
Chile
(18r3)
e Mxco
(1867)'
reflexo
do
processo
de
emancipao
poltica e
do nacionalis-
mo emergente d
poca,
marcada
tambm
pea criao
de
arquivos.
museLls
e e.rtros
nacionais.
No
sculo
)o
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
18/54
um desses
servios
(o
Kenya National Library Sevice),
que
funciona como
Llma rede, e
que
integra as bibliotecas das
diversas
proncias
do
pais,
estando mais
voltado
para
as
questes
de
estmulo
leitura.
No Panm,
a
Fundacin Biblioteca Naciona administra
no
s a
prpria
biblioteca nacional,
mas
tambm as
biblio-
tecas
pblicas ligadas ao ministrio da educao.
Existem
pases,
como
os
EUA,
que,
am da biblioteca
naciona
gera,
possuem
bibliotecas nacionais
que
abrangem
determinada especialidade, como o caso da
National
Library of
Medicine e da
National
Agricultural
Library.
Na Aemanha,
h bibliotecas ncionais nas reas de
medicina,
cincia e tecnologia, agricutura
e
cincias sociais,
embora no
incluam o djetivo nacional em sua deno-
mino.
Na ltlia,
h duas bibliotecas nacionais
distintas,
uma
em Roma
e outra em Florena, do mesmo modo
que
no
Canad,
que
possui
uma em Montreal
e
outra
no
gubec.
Agncia
bibliogrca
nacional
Segundo o modelo de
controle blbliogrfico proposto
pela
uNESco
em
1977, biblioteca nacional aquela
que,
indepen-
.
dentemente
de outras
funes,
tem a responsabilidade
de
controlar
o
depsito legal e de
produzf
a bibliografi naclo
nal. Nessa concepo,
a
biblioteca nacionaL desempenharia
o
papel
de agncia
bibliogrfica nacional
(ae^),
desenvol-
vendo diversas atidades
qre grantissem
o
gerenciamento
eficaz do
conftole
bibliogrfico
nacional. Essa
agncia teri
sustentao legal
que
pennitisse
a captao da
produo
bibliogrfica
do
pas,
da maneira mais compLeta
possvel.
Isso seria feito atravs
da
egislao
de
depsito
legal.
O
conceito de aelt foi
proposto para
reforar as aes de
controle bibliogrfico
nacionl e foi
disseminado
no con-
gresso
de
1977, quando a
UNESCo
recomendou que
cda
pas criasse sua
'agncia
bibliogrlca nacional', de forrna a
garantir
a sustentao
das atidades
de controle
bibliogr-
fico, reunindo-se estmturalnente todas
as
aes e
processos
a ele
reacionados.
Segundo
a
uNEsc,
a
ABN
seria
esta-
belecida no
mbito
do sistem de
bibiotecas
de
cada
pas,
com duas funces
primris:
.
preparar
os registros
oficiais e completos
de cada nova
publicao
editda, de acordo com normas
catalogrfics
interracionais;
.
dir'rrlgar
esses registros, com
a
maior rapidez possvel,
na
bibiografia
nacional.
Essa concepo
foi
baseada nos
modelos de
administrao
existentes nas
instituioes
que
realizavam tarefas
de
controle
bibliogrfico,
geralmente
as
bibliotecas nacionais.
Caberia
aos
pises
deffnir
a estr-utura
que
mais
se adaptasse
sua
realidade, embora ficasse claro que
a aeru deveri esta forte-
mente
ligada
ao
sistema
de
bibliotecas. A
uNESco
sugeria
que
a
ABN
funcionasse
como
um
setor da blblioteca nciona,
tendo em sta
qe,
na maioria
dos
pases,
essa biblioteca
j
assumia
a
maior
parte
das
funes
ligadas
ao
controle
bibliogrfico.
Alm
de
suas funes
primrias,
anteriormente
descritas,
a ABN
deveria encaegar-se
de outras
tarefas, como,
por
exemplo,
a
produo
de
bibliografias retrospectivas.
Ao res-
saltar
a
importncia do
resgate
dos registros antigos
da
produo
editorial dos
pases,
a
UNESco
pretendia, por
oca-
sio do congresso
de 1977
,
detalhar recomendes
para
a
elaborao
desse
tipo
de bibliografia. Tais
recomendaes
no
chegaram a ser deflnidas at hoje.
Outrs
funes propostas para
a
ABN estavm
relaciona
das s diversas aes ligadas produo
da bibliografia
nacional
e
inclrram:
.
controlar
o depsito
legal e
o
cumprimento
da respec
tiva
lei:
.
manler
callogos
coetivos nacionais:
.
atuar como agncia
centrl de
catalogao, encarre-
gando
se
de:
manter
a
lista
padronizada
de
nomes
de
autores
do
pas
(pessoas
fisicas,
entidades coletivas,
nomes
geogr
ficos);
definir
regras catalogrficas
a serem utiladas
na
bibliograa naciona,
em cataogos coletivos e nas
bibliotecas
do
pas,
seguindo
padroes
interncionalmente
aceitos;
22
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
19/54
.
manter
o
programa
de
catalogao
n
publicaQo:
.
manter
cns
de
atribuio
de
nmeros
padroni-
zados
para
documentos:
ISBN,
IssN,
etc';
.
oordenar
o
intercmbio
de registros
bibliogrcos
com
ABNS
de
outros
Pases;
.
assessorar
sislemas
de
inforao
especializada
na
incorporQo
de
seus
registros
bibliogrficos
em
sistemas
intenacionais.
O
papel
da
ABN
incluiria'
portanto,
responsabilidades
nacio-
ns
internacionais.
Por
um
lado,
estaria
comprometida
com
a satisfao
ds
necessidades
de inforrnao
dos
usu-
tio.t
po, outio,
deveria
contribuir'
como
centro
nacional'
para
a
consecuo
do
cBU.
Examinando
as
funoes
da
'tetl,
pode-se
constatar
que
as
relacionadas
com
a
captao
do
materil
bibliogrfico
do
pais
por mej.o
do
depsito
legal
e com
a
preserva.o.
desse
material
sao
funces
tradlcionalmente
desempenhadas
por
muitas
bibliotecas
ncionis.
A
biblioteca
nacional
seria'
portanto,
o
rgo
mais
adequado
para acolher
as
atidades
da
egn em
deterninado
Pas.
A
criao
de um
setor
que
se
encarregasse
das
duas
fun-
es
bscas
da
,qsn
na
estr-utura
da
biblioteca
nacional
existente
constituiria
a
forma
mais
adequada
para estru-
turar
o
processo
de
conole
bibliogrco'
evitando-se
gastos
ex.essi.ros
e duplicao
de
esforos
e deveria
ser
adotada
por
paises
que
1
possussem
sra biblioteca
nacional
E
ssaa
estrutura
u.tilizada
por
diversos
pases'
como'
por
exemplo,
o
Reino
Unido,
onde
a
Britsh
Library
(a
biblioteca
nacional
do
pais)
possui
a Bibliographlc
Selwices
Dision'
que funcion
como
ABN.
Na
Frana,
igualmente'
o Cente
eibliographique
Nationale'
Iigado
Bibliothque
Nationale'
nciona
como
ABN.
Em
alguns
pases
as
funes
da
AlN
no
se
concentram
todas
na-blblioteca
nacional:
so
desempenhadas
por
diver-
ss
organizaes
(rgos
pblicos
ou da
iniciativa
privada
que,
p"or moiivos
hlJtricos,
tenham
assumido
em
algum
-o-tlto
aquela
funo.
E
o
que
acontece
no
Brasi'
onde'
embora
a Biblioteca Nacional assuma
as
pdncipais
lrrnes
da aeru, outras organizaes
desenvolvem atividades de
controle
bibliogrfico, como,
por exemplo, o Instituto
Brasi-
leiro de Informao
em Cincia e Tecnologia
{tBcT),
que
responsvel
pelo
Catlogo Coletivo
Nacional de Publicaes
Seriadas
(ccN),
alm
de
sediar a
agncia
brasileira
do
ISSN,
e
a Cmara
Brasileir do Liwo
(cBL)
que
opera.
juntamente
com o
Sindicato
Nacional dos
Editores
de Lir,ros
(SNEL),
o
programa
de
catalogao na
publicao
rnais
antigo
do
pas.
Nos EUA h
paticipao
de
empress ligadas
indstria
e
ao
comrcio
editorial nas atidades
de
controle
biblio-
grfico.
o caso das
editoras Bowker
e
Wilson,
que publi
cam,
respectivamente,
o Books
tn
pint
e
o
Cttmulatiue
book
index,
que
funcionam
como bibllografias nacionais, divul
gando
os
ltimos
lanamentos. A Bowker responsvel
pela
atdbuio
do
rsBN a
publicaoes
norte-americnas.
A UNESCo sempre
insistir-l na necessidade de cooperao
entre aABN
e
os
diversos componentes
da indstria
e
comr-
cio editorial
(editors,
livrarias e distribuidoras), alm da
classe bibliotecria,
fim de
que
a
tarefa de controle biblio
grfico
seja desenvo\'ida de
forma
a
atender a
dlferentes
necebsidades
de mneira
eleliva,
Atualmentc
[2005),
a denominao
'agncia
bibliogffca
nacional' est em desuso. conforme se
nota em documentos
produzidos pela tm.r e a uNESCo.
o
novo
perfil
das
bibliotecas nacionais
Muitos
debates
sobre o
papel
atual
das bibliotecas nacionais
ocorreralT
em reunioes da
IFLA
e
da
uNESCo.
tendo em \.ista
as
mudanas ocorrids
no
panorama
sociocultura, nas
dcadas
de 1980
e
1990.
especialmente
no
que
tange
tecnologia da
informao. As diferenas entre
paises
tambm
influenciaram
essas discLrssoes.
no sentido de buscar
um
papel mais
eficaz
para
a
biblioteca nacional
nos
pases em
desenvolvimento.
Em
relrnio
realizada
na Rrssia, em 1991,
sobre os objeti
vos da bibioteca
ncional no novo anbiente
informacional.
com nfase nos
paises
em
desenvolmento.
discutiu se
a
zc
24
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
20/54
mudana
de funo
da biblioteca
nacional,
afastando-se
da abordagem
voltada
para
o acer-vo
e enfatizando
o acesso.
Um
ponto importante
foi
concordncia
de
que deveria
ha-
ve
intensificao
no
papel de liderna
da
biblioteca
nacio-
na1 sobre
o sistema
de
bibliotecas
do
pas.
As
bibliotecas
nacionais,
especialmente
as
de
paises em
desenvolvimento,
deveiam
definir
as funoes
que atende-
riam
mais
adequadamente
s
necessidades
de
informao
do
pais
e, a
paftir
da, estabelecer suas
prioridades.
Na
reu-
nio
mencionada
houve
concordncia
quanto
a
recomendar
s bibliotecas
nacionais
que
enfatizassem
as
funes
de:
.
liderar
o desenvolvimento
e
mnuteno
de
um
siste-
ma
integrado
de bibliotecas:
.
responsabilizar-se
pela melhoria
de
programas
de
edu-
cao continuada;
.
prestar servios s
demais
bibliotecas
do
pasi
.
atuar como
depositria
da
coleQo
recebida
mediante
o
depsito
legal
e
como
agnci
bibliogrfica
nacional.
Ampliam-se
as
funes da
biblioteca
nacional.
Alm
de man-
ter a herana
cultural
da
nao,
para uso
de
pesquisadores
e
estudiosos (parcela reduzida
da
populao), ela
estar
voltada
para
o atendimento
a todos
os cidados,
por
meio
da
ao
que ir beneficiar
a
rede
de
bibliotecas
do
pas,
atingindo
principalmente
as camadas
menos
favorecidas.
Verifica
se
mudana
expressiva
na concepo
da
funo
da
biblioteca
naciona.
A funo
depositria
e
de
preservaco
da
nemria
intelectual
preponderou
por
muito
tempo
e
permitiu
s
bibliotecas
nacionais
acumularem
um
patrim-
nio
de milhes
de documentos.
No
apenas
li\Tos'
mas
tam
bm os
mais
variados materiais,
dependendo
da
definio,
mais restrit
ou
mais
ampla,
adotada
n
legislao
de
depsito
legal de
cada
pas.
A biblioteca
nacional
da
Frana,
por
exemplo, coleciona,
alm
de
documentos tradicionis
impressos,
estampas,
desenhos,
caftazes,
postais, fotogra-
fas,
moedas,
medalhas,
discos e
o-tros supotes
sonoros
e
at
mesmo
trajes
e
maquetes,
em raz
o
da concepo
ampla
de
'documento'
constante
na sua
1ei
de
depsito
legal.
Atualmente, observam-se trs
orientaes distintas nas
[unes
das bibliolecas
nacionais:
1
.
Funo depositria:
nfase
na
preservao
da heran-
ca
cultural
do
pas,
representada
por
extensa coleo
de
mteriais. As que
seguem essa orientaeo so,
geralmente.
as
mais antigas
('clssicas')
e
sras
atidades voltam,se
pre-
dominantemente pra
a conservao do acervo.
2.
Funo de
infra
estr-utur:
nfase
na
coordenao,
liderana
e
servio s
bibliotecas
do pas.
As que
seguem
essa
orienlao so.
em
geral.
mais novas.
3.
Funo de
servlo nacional
abrangente: nesse
caso,
esto as bibliotecas
nacionais
que
direcionam
seus servi
eos
para
o
usurio final,
atendendo
a
pessoas
do
ps
intei-
ro,
mediante o sistema
de bibiotecas
plblicas.
Esse
tipo de
orientao
encontrado
em bibliotecas ncionais
de
pases
em
desenvolmento.
O
quadro
abao sintetiza essas trs
orientaoes:
lroDte: LoR. P.J.: SoNNE({rs. E.A.S.
GJi.l.lr,s./or le.riskltan
[or
nanaL LibnPs r _r^.
997. Dis
porive
em:
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
21/54
los.
So
obrigadas
a
investir
pesados
recursos
em
processos
de
conservaao
que
se
tornam
mais
onerosos
medida
que
so
mais
varlados
os
tipos
de
materiais
a
serem
preservados'
exigindo
processos
diversilicados
de
consewao
e
de restau-
rao.
Deve-se
lenbrar
ainda
que,
corno
agncia
bibliogrfica
,r^"j.on^I,
responsvel
pelo
iontlole
bibliogrfico
nacional'
a
biblioteca
acional
assume
a tarefa
de
compartilhar
internacionalmente
os
egistos
bibliogricos
do
pais'
o
que
lhe
acareta
mais
encgos.
As novas
funes
propostas
para ela,
por outro
lado'
exigiro
mais
recursos
e a
institui-
ao
te.a
q,re
bt,scar
mei.os
para cumpri-las
de
forma
efica.7
'
Uma
p'ossibilidade.
que
vem
senclo
apontada'
seri
a
ad-o-
ao
de
phucas
de
seleo,
que
possibilitassem
a
diminuio
da
quantidade
cle
mdterial
caplado
Outra
seria
a
definio
de
criterios
de
preservaco
relaLivos
ao
sllporte
origina
dos
clocumentos.
.1
que a
tecnologia
dispor-rive1
pennite
o uso
de srportes
e
reposlao'
e
meio
eletnico
ou
vftua'
que
pderiarn
diminuir
os
problemas
de
arrnazenamento
e
.r".*tao.
A tercreira
alternativa
seria
a
descentrLizao
das
atividades
de
controle
bibliogrfico'
com
outras
institui-
es
similares.
que
assumiriam
deterninadas
tarefas'
g'
rantindo-se,
a
coerncia
do
sisterna,
de
forrna
que o
objetlvo
final
do
cBU
seja
mantido.
A
biblioteca
nacional
no Basil
A
Biblioteca
Ncional
teve
origem
na Real
Biblioteca
daAju-
da,
pertencente
corte
portuguesa
e
pra
c
tazida
por'
o"."io
d^
trun"ferncia
da
sede
do
imprio
poftugus
para
o Brasil.
em
18O8.
A
Real
Biblioteca
c1a
Ajuda
foi
organizada
por
iniciativa
do
rei
D. Jos
I
(1714-1777)'
para
substitrir
a
que foi
des-
truida
pelo incnclio
ocorrido
aps o
terremoto
de
Lisboa'
em
1255.
Era
rica
em
obras
no
s
portguesas'
mas
tam-
b.
de outros
paises
elrropeus
Am
de
liwos'
possuia
estampas,
mapa;'
manuscritos,
moedas
e
medalhas
Fazia
parte
a
Rcai
Biblioteca
a
coleQo
chamada
Livraria
do
infantaclo.
qLre
reLrnia
preciosos
manusc-itos
e
impessos'
Ao longo do
tempo,
outros
acervos a ela
foram acrescidos.
formando,
assim,
riquissim coeo.
Chegando
ao Rio de Janeio,
em
meados de 810, a
coleo,
que
possua
cerca
de
60
mil
peQas,
foi instalada
no
Hospital da Ordem
Terceira
de Nossa Senhora
do Carmo,
ns
proximidades
do
Pao
Imperial. Em
29 de outubro de
I8lO,
considerada a
data oficial de
fundao
da
Rel
Biblio-
teca no Brasil,
foi assinado
o decreto
q.e utorizava sua
instalao nos
poroes do
hospitl, transferindo-a
do
andar
superior onde
flcara
guadada
desde sua
chegada. Em
182,
a
biblioteca
passou
a
ocupar
todo o
prdio da
OrdemTerceira
do Carmo,
onde
permaneceu at
gosto de 1858,
quando
foi transferida
para
o
prdio nmero 48
da rua do Passeio,
que
fora
adqulrido
e
adaptado
pelo
governo
imperial
para
tal fim.
Em 1824, a Real
Bblioteca
passou
a
chamar-se
Biblioteca
Imperial
e Pblica,
refletndo o
fato
de
que
havi
sido
franqueada ao
pb1ico pelo Prncipe Regente,
desde 1814.
Essa
denominao
foi mantlda at
1876,
quando um decreto
imperial mudou
seu nome
paa
Biblioteca
Nacional
e
hiblica
do
Rio
de
Janefo.
trm
1910,
foi inaugurado
o
prdio que abriga t hoje
a
Riblioteca Nacional. na
rea central
da cidade do fuo de
Janeiro.
Em 1987,
a
estrutura
da Biblioteca
Nacional foi
modificada
pela
lci
n." 7.624, cle 5/
ll
/
l9a7,
quardo
passou
a
integrar,
juntamente
com
o Instituto
Nacional do Livro
(INL),
a Fundao Nacional
Pr-l,eitlrra.
Nova modificao
ocoTeu
na sua
estrutura organiza-
cional
em 990,
quando foi instituda,
no
mbito do Minis
trio da Cultura,
a
Fundao Biblloteca
Nacionl
e
extintos
o
rNL e
a
Fundao
Nacional
Pr
Leitura
(ki
n." 8.029, de
12/ 4/
1990,
e
Decreto
n.o
99.492,
de
3/9
/
1990).
Pelo
atual
estatuto
(aprovado
pelo Decreto n.' 5.038,
de 7
/4/2OA4,
a
Biblioteca
Nacional
o
rgo
responsvel
pela execuo
da
poltica
governamental de recolhimento,
guarda
e
preser
vao
da
produo
intelectual
do
pais, com as seguintes
finalidades:
2a
29
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
22/54
.
adquirir,
presear
e difrndir
os
registros
da
memria
bibliogrfic
e documental
nacional;
.
promover
a
difuso
do
liwo'
incentivando
a
criao
literria
nacional,
no
pais
e no
exterior'
em colaborao
com as
instituioes
que a isto
se dedlquem:
.
atur
como
centro
referencial
de inforrnaes
biblio
grficas;
.
registIar
obras
intelectuais
e
averbar
a
cesso
dos
di-
reitos
patrimoniais
do
autor;
.
;ssegurar
o cumprimento
da legislao
relativa
ao
depsito
legal;
.
"oord.tut,
orientar
e
apoiar
o
Programa
Nacional
de
Incentivo Leitura
de
que trata
o Decreto
n." 59,
de
13/
5
/
1992:
.
coordenar
o
Sistema
Nacional
de
Bibliotecas
Pblicas
de
que
trata
o
Decreto
n.'
52O,
de 13/5/
1992:
.
elaborar
e
divtllgr
a
bibliografia
nacionall
e
.
subsidiar
a
formulao
de
politicas
e diretrizes
volta-
das
para
a
produco
e
o
amplo
acesso
o ir''ro'
A
histria da
Biblioteca
Nacional
tpica
das
mais
antigas
bibliotecas nacionais.
Oiglnando
se de
uma biblioteca
real'
transformou-se
em
depositria
da
produo
intelectual
do
pais,
reunindo
rico
e variado
acervo,
rnico
em muitos
aspec-
ios. Tem sustentao
legal
e formalmente
responsvelpe1o
desenvolvimento
dos
mals
variados
servios
bibliotecrios
que,
se
postos
efetivamente
em
prtica,
a tonaro
uma
bibhotec nacional
dentro
dos
moldes
recomendados
pelas
instituies intenacionais.
Referncias
ANDERSoN.
D.
The role
ofthe
national
bibliographic
cene
'
Lbrary
Tlencls, v. 25.
n. 3/4.
p
645-663.
1977.
BoutNE, R. O papet
da
agncia
bibliogrfica
nacional
naT,qcr
BbLioteca ivcinal,
Rio
de
Janeiro,
v
114.
p
l73-1A2'
1996'
BRAULT,
Jean-Remi.
A
biblioteca
nacional
do
futuro:
algumas
re-
flexes
impertinentes.
Pe'spectiuas
em Cnca
da
I4fonnaao'
Belo Horizonte.
v. 3.
n.
1
p
61
66'
1998.
FUDNTES RoMERo,
J.J.
El
concepto
de biblioteca
ncional
a
partir
de
los tres
informes de
la UNESCo
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as
bibiotecas
naciona-les: Silvestre
(9871.
Line
(9Bg)
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13,
n.
1,
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139 15, 2oO.
30
31
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
23/54
b
es&ee#s&&
Depsito
legal
DEPSITo
LEGL A
E)GNCIA,
DEFINIDA
POR LEI, DE SE
EFEfUAR
a entrega
a um
rgo
pb1ico
(gerlnente
a
bibLioteca
nacio-
nal)
de
um
ou
nlais
exemplares
de
toda
publicao
editada
em
um
pais, considerando
seus
limites
geogrlcos. Constitui
uma
das forrnas
mais utilizadas
para
captar
material
para
a
elaborao
da bibliogrfia
naciona
e
formar
a
coleo
que
propiciar a
preservao
da herana
cultural
do
pas.
A forrnao
de
coleQes
nacionais
foi,
comoj
sto ante-
riormente,
ao levada
a
cabo,
de inicio,
por
governantes
que, valendo se
das
prerrogativas
de seus
cargos'
desen-
volveram
modos de
obte
os
li\,'ros
e documentos
que forma-
ram os
acelos
das bibliotecas
reais.
Transformadas
depois
em bibliotecs
nacionais,
possuem dquissimas
colees.
A
histria
da legislao
de
depsito
legal teve
incio em
1537,
quando
o
rei Francisco
I,
da
Frana
aprovot
a
Ordon
nance de
Montpellier,
decreto
que proibia a venda
de
qual:
quer lil,ro
sem
que
primeiro
houvesse
sido
depositado
um
exemplar
na biblioteca
rea.
Esse decreto
estabeleceu
o
conceito
de depsito
1ega1,
posterio'mente
adotado
por
outos
paises' como
a
Alemanha
(1624),
a Gr-Bretanha
(1610),
a
Sucia
(
1661)'
a
Dinamarc
(1697),
a
Finndia
(702).
Atuamente,
muitos
paises
pos-
suem
legislao
de depsito
1egl
que
gaante a
preservao
de
grande parte
de
sus
pubicaces.
Corn
a inveno
da
imprensa
na segunda
metade
do
sculo
x/,
muitos monarcas
que
se
haam
dedicado
a
cole-
cionar livros
perceberam que
o
depsito legal era
uma forrna
de
enriquecer
suas
colees
e,
ao
mesmo tempo'
manter
controle sobre
o
novo
e revolucionrio
meio
de comunicao:
o livro.
A
censura
foi,
portanto,
unl
objetivo
dos
primeiros
atos
que
regularam
o depsito
legal nos
sculos
xVI e x\41,
e
era
to
marcante naquela
poca
que
alguns
pases,
cono
Blgica,
por
exemplo,
incluram na slr
legislao
a
decla-
rao express
de
que
nenhuma
idia
de
censura
estaria
relacionada ao depsito
legal, a
fim
de
enfatizar a
moderni-
zao do
conceito.
O
desenvolvimento
da imprensa
desencadeou
outra
ques-
to:
a
proteo
dos direitos
do autor. Os
governos
de alguns
paises
se
propunham
a
oferecer
algum
tipo de
proteo
contla pirataria intelectual,
mas,
para
faz-lo,
tinham
de
saber
exatamente
o
que
estvam
protegendo. Assim, o
copAright ot
direito de
autor
era
garantido
sob a condio
de que um ou mais
exemplares do trabalho
em
questo
fossem
depositados
em determinado
rgo
pblico.
Por volta do sculo
xvtt,
vrios
pases,
como
Frana,
Blgica
e
Holanda, tinham
leis de depsito
lega nculadas
ao direito autor.
Em
1908,
quando da
reviso
da
conveno
de Berna
para
a
proteo das obras literrias
e arsticas, a
questo
dos
di'eitos
autorais
foi desvinculada
do depsito
legal. Os
pases
signt:ios,
na maioria
elrropeus, se
comprometeram
a
modificar
suas leis de forma
que
as duas
questes fossem
tratadas
de
maneira
distinta. Atualmente,
os
EUA so um dos
poucos
pases
cuja
lei
de
depsito legal
alnda
se
ncula
ao direito
utoral, mas
vrias
propostas
tm sido apresentadas
par
que
seja
modificada.
Utilizado
inlcialmente
para
garantir privilgios para
deterrninadas
bibliotecas.
foi somente
nos ltimos
50
anos
que
o
depsito legal
teve seu objetivo claramente
associado
elaborao
da
bibliografia
nacional, embora ainda
haja
argumentos
de que
ele
constitui
forma
discriminatria
de
confisco de bens
privados. Enftetanto,
no se
pode
negar
que
o depsito
legal tem
contribudo
para
a
preservao
de
urna herana cultural
significativa em
muitos
pases.
Poucos
pases
mantm
suas
bibliotecas e bibliografias
nacionais
por meio
de
depsito
voluntrio,
mediante
acordos
entre a agncia bibliogrica
nacional
e a associao de
editores.
Levando se
em
considerao
que
a maioria
dos
pases
no est
err
condles
de
garantir
um controle biblio-
grfico
eficiente
com base
no depsito
voluntio.
a reco
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
24/54
mendaeo
da uNESco, no congresso
de
1977,
foi
a de
que
os
paises
estabelecessem
leis de depsito
legl.
Os
princpios
bsicos
das
recomendaes so:
.
o depsito
deve
ser
obrigatrio,
no
se recomendando
esquemas
voluntrios de caPtao:
.
deve constituir
responsabilidade nacional,
sem impe-
dir
que
outras
iurisdies
tenham
suas
prprias
leis;
.
a coleo
forrnada em
decorncia do depsito
legal
deve ser
de
propriedade
do
Estado
e
a
instituio
depositria
a responsvel
por sua manutelo
e preservao:
.
deve
abranger todos
os materiais
produzidos. com
exceo
daqueles
explicitmente excludos
da ei:
.
os
depositantes no
devem receber
pagamento
ou
qualquer
outra
compensao
pelo
depsito:
.
o
acesso coleo
deve ser
gratuito, sendo
que
taxas
administrativas
razoveis
podem ser cobradas em deter
minadas circunstancias.
O
texto
da
lei deve
ser
claro,
preciso,
bem-estruturado
e
conciso. etando-se
sentidos
ambigos e
vagos,
incluindo
definies
precisas dos termos utilizados,
de forma
a
deixar
clara
a
inleno
do legislador.
No congresso
de 1977, definiram-se
os
elementos bsicos
par a legislaco
de
depsito legal,
a saber,
objetivos, insti-
tuio depositria,
material a
ser
depositado, nmero
de
exemplares,
prazo para
depsito, depositantes
e mtodos
de
controle,
e
foram feitas
recomendaes concernentes
a
cada
um desses elementos.
As recomendes
basearam-se
em
prticas de depsito
legal existentes,
na poca, em
vrios
pases.
Ao
longo do
tempo,
o assunto
foi objeto de inmeras
discusses
que
ocoTerann
em
encontros organizados
pela
InL\ e
novas
suges
tes
foram feitas
para aprimorar as
leis existentes.
Com relao ao depsito de
documentos que
circulam
na internet
no
h
consenso. dedo
s caractersticas
pr
prias
desses
documentos
e
ao
fato
de
que
s recentemente
alguns
pises passaram
a
desenvolver
prticas
para
sua
coleta e
preservo,
As recomendaes
a
seguir
bram
feitas pela
uNESCo
em
1977
que
continuam
vlidas para
documentos
ento
exis
tentes),
acrescidas
de sugestes
sobre clocumentos
rtuais
e
outros
aspectos que
podem
influenciar
o depsito
legal.
Objetlvos.
Em
termos
gerais.
o
depsito
legal
deve
cons_
tituir-se
em
instrumento
para
polticas
nacionais
de livre
expresso
e
cesso
informao,
pois,
ao
se
reunir
e
preser
var
toda
a
produo
intelectual
do
pais, garantir-se-
aces_
so
ao
patrimnio
cultural,
sem qualquer
jugamento,
seja
de
ordem
moral, politica.
artistica
ou iterria,
sobre
o valr
intrinseco
dos materiais.
O depsito
legal
deve
ter como
objetivos:
.
assegurar
a formao
de
uma
coleo
de materiais
produzidos
em vos
formatos:
.
permitir
compilao
da bibliograa
nacional,
ssegu-
rando
o controle
bibliogrfico
da
coeo;
.
proporciona
aos
cidados,
do
pais
e
do
exterior,
acesso
s
publicaes
nacionais.
Esses
objetivos
devem
estar
claramente
expicitos
no texto
da
lei,j que
ela
estar
impondo
um dever
para
certas
pes,soas
[os
depositantes), que tm
o
direito
de
compreendir
a
finalidade
do seu
ato.
Depositria.
A instituio
depositria
o
rgo
definido
por
lei para
receber
os
materiais
oriundos
do depsito
legal.
Como o
ob.ietivo
do
depsito
legal
,
alm
da frmaa
coleo
nacional,
a elaborao
da
bibliografi
nacional,
a
UNESco
recomenda
que
a lei
defina
como
depositria
a ins,
tituio
encrregada
de
elaborar
a
bibliografia.
O
depsito pode
ser
descentralizado
em
mais
de
uma
ins_
tituio,
no caso, por
exemplo,
de materiais
que
exijrn
tra,
tamento
especializado,
como filmes,
ou
para
atendei
a
usu_
rios
com necessidades especiais,
como
deficientes
visuais.por
exemplo.
Nesses
casos,
preciso
estabelecer
mecarismos
de coordenao
entre
as vrias
agncias
depositrias.
Material
a
ser
depositado.
eualquer
lei
de
depsito
legal
s
poder
branger
as
publicaes
produzidas
n
pais, pis
34
35
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
25/54
s
se aplica dentro
de seus
limites
geogrficos.
Se
houver
interesse em
captar materia
publicado
no exterior
(por
exemplo, documentos
sobre
o
pas)
preciso
utilizr
outros
meios, como compra
ou
permuta.
Para
publicaes
online,
o
pais
onde se d
a
publicao
deve ser
identificado
pela
localizo
geogrfica
do
Uniform
Resource
Locator
(uRL).
A definio
dos materiais
qlre
sero objeto de depsito
legal
questo
bastante
complex e
parece
que
nenhum
pas
atingiu
soluo
ideal. Um
dos
aspectos da questo refe-
e-se
exaustividade,
ou sej, idia de
que
tudo o
que
seja
produzido
deva ser
depositado,
para
gaantir
iseno
de
julgamento que
est
associada
ao depsito legal. Desse
ponto
de
vista,
todo
material
deveria
ser
captado,
pois,
por
mais insignificante
que
possa precer,
pode
apresentar
valor
para
determinados
segmenlos sociais.
Razes
de
ordem
prtica,
como espao,
recursos
huma-
nos e tecnolgicos,
podem
levar
definio
de
limites na cap-
tao
de
documentos
e,
segundo
as
recomendaes, esses
limites nunca devem incidir sobre o contedo da
publicao.
Alguns critrios de
excluso recomendados so: nmero
redudo
de
pginas,
tiragem
e
tipo
de
mterial
(por
exemplo,
manuais de
instruo, listas
de
preos,
listas
de
horrios.
de meios de
trnsporte,
liwos de
colorir
e
recortar
para
cri-
anas,
boletins
e
relatrios de empresas,
prospectos),
enm.
materiais de durao
efmera. A recomendao, entretanto,
que paises
de
produo
editorial
pequena
no
incluam
tis limitaes
na legislao de depsito legal.
Os
dois
critrios
bsicos
para
incluso
na lei
seriam: I
)
material disponibilizado
para
o
pblico,
e
2)
prodllzido
em
mltiplos exemplres
par
distdbuio ao
pblico.
Segundo
recomendao da
uNESco,
legislao
de
dep-
sito legal deveria
incluf todos
os
objetos fisicos, em
qualquer
formato,
que
tivessem
contedo informacional
e fossem
pro-
duzidos
em
mtiplos
exemplares para
distribuio
ao
pribli-
co. Outra
recomendao no sentido de serem adotadas
na
legislao
terminologi
e
lingugem abrangentes, de
for-
ma a
possibilitr
a incluso de tipos de materiais
j
exis-
tentes e
outros
que rnais tarde venham a
existir-
Variaes
no
contedo
e na
forma
(eedies
e
edioes
em
formatos
e
encademaces
diferentes,
por
exemploj
deveriam
ser
nre_
vistas
na
Iei.
Assim,
a abrangncia
eslimuladu
"
u
O"n
r*u
do
materia
a
ser
deposilado
deve
ser
a
mais
ampla
possiuet,
de
forma
a incluir
todos
os
tipos
de
registro
Oe
info'aao,
independentemente
do
seu
formato.
Entretanto,
cad
tipo
de
material
apresenta
questoes
especificas,
ta-nto
no que
diz
respeito
aptao
quanto
preservao. O advento
da
intemet
e das-pulicaoes
em
linha{online)
suscita
novas
questoes
(legais,
";i;;J;
org;
:i:l?1.*
para
as
insruies
depositrias,
extginAo
a
administradores
e
dos
segmenlos
envoldos
deciss
difceis
e
muitas
vezes
polemicas.
O-primeiro
aspecto
que
reflete
a diferena
com
relao
publicao
em
linha
e
que
ela no
se
enquadra
no
princoio
oe_
multiptos
exempares..
estabelecido
para
maleriais
bibl]o_
grficos
e
no-bibliogficos
tradicionis.
Ofa
e
proOur-a
em
uma
nica
cpia
que
armazenada
na
rede
munaiA
e
computadores
{a
internet).
A
noQo
de
exempar
.
po.trrO,
substituida
pela
de
disponiblizao.
No
mbito
do
depsito legal,
publicao
um
documento
que
consiste
em
um
texto
seqencial (e,
eventuamente,
outros
dados
suais),
estrutuiado,
organizado
"
"rt.
omo
uma
unidade
independente.
Existe
em
suporte
fsico
que
distribudo
para
o pblico
em
mttiplos
exe*pt.r""
.
que.pode
ser
adquirido
por
qualquer
pesoa.
No
ambiente
digitalem
linha,
publicao
e
o documento
produzido,
armazenado
e
distribuido
eletioni""_".rt",
"o__
osto
de
contedo
informacional
flexvel
e
soytu.rore
q";
p;
sibiUia
uso
diferenle
do
que
ocorre
com
publicaces
imDres_
sas, por
exemplo.
Existem
publicaes
em
linha q,..,"
".
"""_
metham
s
impressas.
que
incluem
contedo
de
natureza
permanente,
estruturados
e
editados
como
unidades
inde_
pendentes.
Exemplos
desse
tipo
so
os peridicos
etetrnl
cos
disponibilizados
em
certs
formats,
--.
.-e"U"}
Portable
Document
Format
(pDF).
So geralmente
_;id;
por
instituies
e
tm
acesso
controldo.
H
consenso
e
que
essas publicaes
devam
ser
depositadas.
36
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
26/54
Outa
categoria
refere
se
s
publicaoes
'dinnicas'
cujo
contedo
muda
continuamente,
apresentando
atralizaes
a
intervalos
variados
ou em
tempo
real.
H
posies
diver-
gentes
no
que
concerne
ao seu
depsito.
H
aqueles
que
onsideram
que
a
verso
vlida
que est disponvel
no
momento
e,
portanto,
a
agncia
depositria
deve
garantir
simplesmente
o
acesso
quela
verso.
A
posio oposta,
de
que
todas
as
verses
devam ser
preservadas,
encontra
srios
obstcu1os,
pois
se
toma
praticmente
invivel
mante todas
elas.
A soluo
sugerida,
nesse
caso'
a de se
captarem
al-
gumas
verses
em
periodos
regulares.
Para
publicaes
di-
nmicas
que deixam
de
ser
acessveis,
a
souo
pode ser
a
de
se
manter
a
primeira
e
a
ltima
verco.
Com
relao
a materiais
como
listas
de
discusso
e outros
de
natureza
efmera,
h consenso
de
que no
so editados,
no
podendo
ser
considerados
'publicao'
e'
portanto,
no
devem
set objeto
de
depsito.
Publicaoes
em linha
com-
postas de
dados
no-estrutlrrados.
tais como
bases
estats-
tics
ou
geogrficas,
no
seriam
objeto
de
depsito
Apesar
cle
reconhecer
as dificuldades
para captao
e
presrvao da
pubicaco
em
linha
a
recomendao
final
que sejam
incluidas
na
legi.slao
de
depslto
legal'
Essa
inclso,
entretanto,
diz respeito
apenas
a
publicaes
que
constituam
unidade
intelectual
estruturada
necessrio
que
a
instituio
depositria
possibilite
no
s
acesso
aos
documentos
em
linha,
mas
desenvolva
condies
para
mant-los
em
bases
permanentes'
no
deixando
essa
responsabilidde
para o
produtor/proprietrio
que
normalmente
no
tem
interesse
em
manter
por longo
tempo
seu
produto
disponvel
para
o
pblico.
Na
questo
do
acesso,
deve-se
levar
em conta
a
neces-
sldade
do depsito
de
soitruare
e outros
itens
indispensveis
para consulia
aos
materiais
depositados
e da
garantia
de
permisso
para converter
o
material
pra
novos
formatos
ou
para migrao
paa novos
ambientes
operacionais'
Nmero
de exemplares.
Pelo
menos
dois
exemplares
devem
ser depositados:
um
para
preservao
e
outro
para
uso. Alguns
pases
definem o nrmero de exemplares com
base
na
tiragem
ou no
custo do matedal.
A
legislao
deve
levar em conta
a
capacidade da
instituico
depositria
para
abrigar
e
tratar
adequdaente o material captado.
No caso
da
publicao
em inha
a
questo
do
nmero
de
exemplares
imaterial. A
questo
diz respeito amplitude
do
acesso ao
material
depositado. Da mesma
forma
que
o
nmero de exemplares do material
impresso
tem um
limite,
tambm
o
nmero
de
uslrios
do
rnaterial
em
linha
deve
ser limitado
paa
respeitar
os
direitos
comerciais
dos
produtores. Assim,
a
legislao deve defini
a
utilizao
por
determinado nmero de
usurios,
garntindo
apenas
o uso
sem fins comerciais dos materiais depositados.
Prazo
para
depsito. A recomendao
quc
o dcpsito
seja
feito
o
mais
rapidamente
possvel
aps a
publicao,
de
preferencia
dentro de uma semana
e.
no mrimo.
um
ms.
Esse
prazo leva em consideraco o objetivo
primrio
do depsito legal,
que
a compilao
da bibliografia nacional,
com
a
finaLidade de dir'.ulgar
a
produo intelectual
do
pais
e,
cuja distribuio,
portanto,
no
deve
ser atrasada.
Depositantes.
Historicamente, a responsabilidade tem
sido atribuida
a
diferentes agentes,
passando pelo impressor,
editor,
autor
e
distribuidor
(no
caso de a legislao cobrir
material importado), dependendo
do
pas
e
de sla tadico
editoriI.
Atualmente, as leis
de depsito legal tendem a
definir como
responsvel
o
editor. Nesse caso,
necessrio
definir de
fol1lla ampla o editor,
para que no
se
restrinja a
editoras comerciais,
mas
inclua aquelas ligadas
a insti-
tuies acadmicas e
governamentais,
lm dos
produtores
de materiais no-bibliogrficos,
eletricos e
em
linha.
A recomendao
que os resposveis
pelo
depsito
sejam
as
organizaes
e
indivduos
que
publicam, produzem
e
disponibilizam
o
material
ou sejam
seus
proprietrios
olr
distribuidores.
Mtodos
de controle.
Para ser
efetiva,
a legislao deve
cstabeecer mtodo adeqrado de controle de seu cr-lmpri
38 39
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
27/54
mento,
com
preso
de
penalidade'
que
varia
nos
diferentes
paises.
A cobrana
de
multa
aos
depositantes
omissos-
tem
sido
o
mtodo
usual'
mas
raramente
tem-se
mostrado
eficaz'
ameaa
de
no
concesso
do
direito
autoral
outra
forrna
de oarantir
o depsito.
embora
no
recomendada
H
tam'
beri
a
possibilidde
de
inrpedir
a
distribuio
do documento
;iJ
q;;
. depsito
seia
fito.
o
mtodo
recomendado
pela
r rNES;o.
em
tgzz,
foi
^
't-lt-t"r-,1ao
do
depsito
o forneci-
mento
dos
nmeros
ISBN
e
ISSN.
A
multa,
segundo
a
uNESco,
embora
necessria'
deveria
constituir
o 1iimo
recurso.
Campanhas
de
esclarecimento
sobre
as
vantagens
do
depsito
legal
para os
editores
so
recomendadas,
considerando-se
que
eles
devem
compreen-
".
i-po.tatt"ia
da
sibilidade
dada
a
seus
produtos
pela
ibliog..
tt^"ional,
alm
da
preservao
desses
produtos
em
longo
Prazo.
Depsito
legal
no
Brasil
A
preocupao
com
o
depsito
legal
data
da poca
do
Imprio
t
f
'AZZ-
f SS
it,
a
partir
de
quando foram
bal'dos
vrios
atos
lue
oUrigavam
enega
de
exemplares
de
todas
as
publi
caoes
ipressas
naTipografia
Nacional
Biblioteca
Impe-
rial
e
Pblica
da Corte.
Esses
atos
legais
foram
consolidados
no Decreto
n
'
1
825
de
20
/
\2
/
1gO7
,
acompanhado
por legislao
complementar
(as
chamadas
'instruoes'), em
1922
e
1930
4legislao'
que
gorou
zlt
2OO4,
centralizo
o
depsito
na
Biblioteca
^"iou,
obrigando-a
a
registra
as obras
dePositadas
em
um
boletim
bibliogrfico,
cflando,
assjm,
formalmente'
a
bibliografia
nacional
brasileira'
A Bhoteca
Nacional
desenvolveu
essa
atidade
de
forma
bastnte
iffegular,
tendo
o
Boletim
BtbLiogrfico
sofrido
inmeras interrupes
(ver
capitulo
6)'
Em 1967.
o
tNL
iniciou
a
publicao da
EibliqgrafnBras-
Ierc.MensaL,
tealizando,
na
prtica,
o
controle
bibliogrco'
Essa
foi,
provavelmente,
a
causa
de
ter
sjdo
o
INL contem-
plado
coo
rgo
depositio
das
publicaes
pelo Decreto-
Leinj824,
de
5/9/969.
ficando
o
Brasil
na posio
pecu
liar de
possuidor
de duas
leis de depsito
legal, desde
1969
at
extinqo
do lNL
em 1987.
A
gncia
de
rma legislao
de
dePsito
legal,
que data
do incio do
sculo
)(, obrigou
a
Biblioteca
Nacional a resol-
ver o
problema
da defasagem
do
Decreto n." 1.825,
istando
na sua
pgina na internet
os
materiis
que
devero
ser
deposltados.
Esclarece
que, por fora de interpretaco
da
1ei,
material no-impresso
deve
ser
depositado,
explicitando
alguns desses
materiais
como
fitas-cassete,
discos de longa
durao
(eeps),
fitas
de
deo, filmes,
cns
de
udio
ou deo.
Define
tambm
os
materiais
que no devem ser deposi-
tados,
como
propaganda comercial
ou
politica, contes
para
visita
a
templos,
brindes,
como agendas
e marcadores
de
li\Tos,
recortes de
jornais,
com exceo
de
publicaes
do
tipo
clrpping,
publicaes fotocopiadas,
obras
inditas e teses
universitrias,
esclarecendo
ser de competncia
das
univer-
sidades
de
origem sua
guarda
e
tratamento.
Vrios
projetos foram
apresentados
para
a
reformuJ.ao
do Decreto
n."
.825. Um
deles foi
o
projeto de lei
n.'
5.529,
de 1985,
que incluia,
conforrne
recomenda
a uNESco, a
declaaco
explicita
do
objetlvo
do
depsito
(ausente no De
creto n.'
1.825): assegurar
o
regisho e
a
guarda
da
produo
intelectual
do
pas,
alm
de
possibilitar
elaborao
e
di 'lll-
gao da blbliograia
brasileira
e das
obras estrangeiras
dis
poniveis
no Brasi.
O
mencionado
projeto tramitou
no
Congresso
Nacional
at
1989,
quando
foi
arquivado.
Em 1989,
foi apresentado
ao
Congresso
Ncional o
projeto
de
lei n."
3.803,
sobre
a
mesma
questo.
Finalrnente,
depois
de 5
anos de tramitao,
foi aprovado,
transformando-se
na
Iri n.'
10
994 de
14/
12
/2OO4."
*
Atulmente,
am da egisao federa, existe duas
eis
estaduais sobe
depsito
egal:
a
de
Penambrco
(l,ei
n.' 12.435,
de 6/012003)
e
de
Santa
Ctrina
(Li
n." l.074,
de
116/1999J
No Par e
no
Cer.
h
projetos em
traitao
nas
assemblias
legisativas. Encotn-se
dis
positivos com
igual finalidade
em aguns
municipios
e em certas
40
41
8/10/2019 CAMPELLO- Introduo ao Controle Bibliogrfico.pdf
28/54
Do
projeto
aprovado
no
Congresso
o
presidente
d Rep-
blica vetou
os
incisos rr,
r e \1r, do
artigo
2..,
que
diziam
respeito
pdncipal
questo:
o
que
deve
ser depositado.
A
justilcativa
dos vetos foi que
as definies
de
'publicaes'
e
'pubicaoes
novas'
eram muito
abrangentes,
englobando
materiais quej
eram ou seriam
objeto
de
depsito
em
outras
instituies pblicas,
no
se
justificando
duplicao.
Alm
disso, argumentava
se
que
a amplltude
das referidas defi-
nies
resutria
na captao
de
uma
grande vari