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CRÔNICA - Um intermediário entre o abstrato e o real Caos & Cultura Uma revista Cult da Faculdade de Comunicação Social do IELUSC - nº 1 - 1º semestre de 2011 OBRA LITERÁRIA ENTREVISTA CHAMA O BONI! Foi a partir dele que surgiu o famoso “padrão de qualidade” da Globo DANÇA-TEATRO “Do que nós somos feitos? CULTURA LITERATURA - Joinvilenses expõem na feira do livro alessandrO leitãO, pOeta anti-sistema alessandrO leitãO, pOeta anti-sistema

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Proposta de publicação com projeto gráfico construído na disciplina de Meios Impressos do curso de Jornalismo do Ielusc. Orientado pelo Professor Lucio Baggio

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JUNHO 2011 - Caos & Cultura 1

CRÔNICA - Um intermediário entre o abstrato e o real

Caos & Cultura Uma revista Cult da Faculdade de Comunicação Social do IELUSC - nº 1 - 1º semestre de 2011

OBRA LITERÁRIA

ENTREVISTA

CHAMA O BONI! Foi a partir dele que surgiu o famoso “padrão de qualidade” da Globo

DANÇA-TEATRO “Do que nós somos feitos?

CULTURA

LITERATURA - Joinvilenses expõem na feira do livro

alessandrO leitãO, pOetaanti-sistema

alessandrO leitãO, pOetaanti-sistema

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Caos & Cultura

Revista da Faculdade de Comunicação Social Bom Jesus/Ielusc

Nº 1 - 1º semestre de 2011

S u m á r i o

Dança, teatro e um dilema: do que nós somos feitos? E o espetáculo se desdobra entre poético e grosseiro, numa ambivalência entre a dança e o teatropor Jonatar Evaristo

O lançamento do “Livro Proibido”. Uma obra polêmica do poeta anti-sistema Alexoandrospor Jonatar Evaristo

04 ENTREVISTAFoi a partir dele que surgiu o famoso “padrão de qualidade” da Globo Com vocês, José Bonifácio Sobrinhopor Fernanda Paola

06 OBRA LITERÁRIA

09 FESTIVAL DE DANÇA

11 CRÔNICAUm intermediário entre o abstrado e o real. Enquanto ler isto imagine que alguém segura a sua mão. por Jonatar Evaristo

10 LITERATURAMelanie e Eduardo tiveram as obras a obra “Persona” e “Dois em Um” patrocinadas pelo Sindecpor Jonatar Evaristo

REDAÇÃOJonatar EvaristoFernanda Paola

IMAGENSJonatar EvaristoNilson Bastian

Lily Farias

DIAGRAMAÇÃOJonatar Evaristo

REVISÃOLucio Baggio

GRÁFICACentral de Cópias IELUSC

PARA ASSINARwww.caosecultura.com.br

47-9644-7037Joinville - SC

ADMINISTRAÇÃO Jonatar Evaristo

Lucio Baggio

DEPARTAMENTO [email protected]

[email protected]@hotmail.com

NÚMEROS [email protected]

DIRETOR RESPONSÁVELJonatar Evaristo

[email protected]

EDITORArua Coronel Almeida 6089245-000 - Araquari SC

www.caosecultura.com.br

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Se Adorno acreditava que a televisão é conge-nitamente má, para José Bonifácio Sobrinho, o Boni, a TV é apenas um meio, e nada impe-de que boa arte seja veiculada por meio dela.

“Adorno, apesar de gênio, era um autoritário”, disse Boni em entrevista à CULT.

Depois de mais de 50 anos de televisão (são comemo-rados 60 da TV brasileira neste ano), Boni é considerado um dos grandes especialistas do meio. Foram mais de 30 anos na Rede Globo, onde ajudou a consolidar o famoso

“padrão de qualidade”, que ele acredita que deveria ser renovado junto com toda a programação da emissora. Foi Boni também quem formatou a hoje óbvia grade televi-siva. Eterno apaixonado pela televisão, Boni, hoje perto dos 75 anos, é um dos conselheiros da TV Vanguarda, registrada em nome de seus quatro filhos, e está “vidra-do nas possibilidades da internet e no aproveitamento da rede das telefônicas”. Como disse, entre outras coisas, à CULT, sente que não estará “realizado nunca, nem mor-to”. Leia a seguir.

Chama o Boni! Foi a partir dele que surgiu o famoso “padrão de qualidade” da Globo Com vocês, José Bonifácio Sobrinho

por Fernanda Paola

ENTREVISTA

CULT – Para Adorno, a televisão é congenitamente má, não importan-do o que ela efetivamente veicule. A televisão é uma arte negligencia-da?Boni – Adorno, apesar de gênio, era

um autoritário. Chegou a chamar a polícia para reprimir uma revolta de estudantes apoiada por Marcuse. Se visse a internet hoje, morreria de en-farte. A televisão é apenas um meio. Não é arte, mas nada impede que a

arte seja veiculada nela. Quanto me-lhor o conteúdo, melhor a televisão.Quando se fala em elevar o padrão de qualidade de determinada emis-sora, há o discurso de que a TV exi-be o que o público quer ver. Não se-

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ria esse um discurso confortável, ou seja, o de apenas saciar uma deman-da, alavancar índices de audiência e atrair mais publicidade?Nunca aceitei esse discurso. A tele-visão deve andar sempre à frente do gosto médio. Quando atende à deman-da popular, cai em uma armadilha da qual é difícil sair. Passa algum tempo e o próprio público rejeita aquilo que parecia desejar.

Como você vê a política governa-mental de concessão das emissoras de televisão?Desastre. No começo, só protecionismo e interesse político. Por isso, a televisão brasileira pertence a famílias. No passa-do, quem tinha jornal ganhou rádios do governo. Depois, como pensavam que TV era rádio com imagem, deram aos já estabelecidos as emissoras de televisão. No governo Fernando Henrique, houve uma tentativa equivocada de moralizar as concessões, fazendo leilão delas de-pois da aprovação legal das empresas. Burrice. Entra dinheiro para os cofres públicos, mas não se leva em conta a competência do serviço a ser prestado pelo concessionário. Com a grana fa-lando mais alto, os evangélicos ficarão com todas as futuras concessões.

Você começou a trabalhar em TV em 1953, com 18 anos. Entrou na Rede Globo em 1967 e, a partir daí, definiu o que se tornaria o “padrão Globo de qualidade”. Hoje, mais de 40 anos depois, alguns críticos acreditam que a programação da Globo não se renova e por isso per-de audiên-cia. Concorda com a afir-mação? O que faria para reverter o quadro?Concordo. Eu me contrataria como consultor de verdade para promover novamente uma renovação. O proble-ma seria eu aceitar.

O que acha dos atuais programas de humor?Excesso de comédias de situação na Globo e improvisações grotescas na concorrência.

A televisão é um empreendimento mercadológico, um sistema de con-trole político-social, um sustentácu-lo do regime econômico… e o que mais?Deveria ser um veículo de comunica-ção, além de ser apenas um veículo de publicidade. Nem todas as emissoras entendem isso. Sistema de controle político-social não é porque não tem esse poder. Se o regime econômico estiver mal, a televisão também esta-

rá mal, pois é caudatária dele e não seu sustenttarei realizado nunca,

nem morto. Tenho paixão pela televisão e gostaria de fazer coisas novas, especialmente no campo do jornalismo. Es-tou no momento vidrado nas possibilidades da internet e no aproveitamento da rede das telefônicas.

Agna autate commodigna ad tat. Ut ulluptat velisl ulla conulpute vel ute venisl

inibh er iniamcommy nulluptat. Ut praesse dolor sit nulla ad tem zzriustrud tatum zzrit, quamcon etum dolor at autpat. Duis nos nul-put ute min et iriusto ea faccum au-tpate feum dolor irilisi?Im vulputpat, senisl iniamet aliquis amet nim aliquamcon hent utat. Ro odipiss equipis dolobore ese feugue-ros ero odo diam zzrit at adit iriure venit laore venisis dolortis at iriure tat augiat incin er sustrud tatio eum zzril delenit nullaor adignit, velit nibh eu-gue el eugue vel ulputet dolobor at.It ex et ad delenit ullamcore dolummy nim nulputem illaor adip endions ametummy nos at lut iuscipissis exe-ro dolobore tat.

Ros at aute dipsusto odolenisl utpa-tue feugue dio odolobortis nulla fa-cidui er si.Giamcon senibh erat. Wisiscipisit lutat volesed tem ero con ute facin-cinim iriliqu ipsummy non velesse quatismolor am, si bla accum et, velit nibh erostie magna feum quisci tionse vendre modit aut lorem deliqui te con utat nullum iure et wis eriurer ing ecte consectet praese velent prat, volum zzriure ming esed dolesti onulput ve-lis exeros enim nulput wisit vullamet aliquamcon henibh elit wisit nis dolu-tat, qui bla adio odipit dolor in heniam deliquat. Lore commy nos nim zzrilla aliquat. Obore del del ex ercipsu sci-nibh euisi tat la feuissim quat ad dunt niscincilla feu feu faccumm odigna feu faccum velessis num iure molor-tin henit wisciduis alit ing ea alis eu facipis nit, quisim quatio eugait adit inibh eu feugait prat am quam vulla consequ ismodolor sent prat.

Ullut ulla feuis dolore magna faci exer acillutem dolorpe ratisl ea feu feugiametum am, vel in venibh et nim et lute del ipiscil dui te fac-cummy nostin hendre modolorem velismodo commy non hendre dolo-re cons aut adigna?Autatin vulpute dolendipis amconse quisim velesto do duis ad eu feuipis ad tis del ut wis alisit nos alit lut exe-ro ero od endiamet, consed tat. Acing exerosto exUnt prat. Ut dolorer ius-cinim quat wis augait eu feummy nulluptatem quat, consent wis adit.

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O Livro Proibido:inspirador e subversivo

“O Livro Proibido”, uma coletânea de poesias dualistas e paradoxais entre o

bem e o mal, é fruto das manifestações artísticas do poeta e escritor portoale-grense Alessandro dos Santos Leitão, que pretende lançar o livro em junho deste ano, pela editora Nova Letra.

Alessandro, que começou a escre-ver quando era adolescente, descobriu na arte uma função de expor a crítica com o mundo. E encontrou na música da banda inglesa Beatles, uma profunda relação inspiradora, que ainda o segue na criação.

Mordaz contra a padronização e o uso da norma culta da língua portuguesa, o poeta afirma que “toda palavra culta, oculta alguma coisa.” O livro fugirá de qualquer estilo literário. “Ele vai contra os padrões normais exigidos”, afirma o escritor.

Sem uso da estética quando escreve e apreciador do cínico e marginal escritor alemão Charles Bukowski, o autor dá as mesmas alfinetadas bukowskinianas nas obras do livro. Como ele define: “vejo um Bukowski no espelho.”

As poesias se opõem ao senso co-mum e abordam temas como o consu-mo de carne, no texto intitulado “Ima-gine”, e assuntos inquietantes como o conceito de liberdade, em “?euqrop” (sic) - Palavra porque lida de trás para frente. O título “Hermes & Afrodite”, embora sério, fala sobre o falso mora-

lismo e a obscenidade que, segundo ele, a poesia retrata a biologia e o amor.

A obra é um grito poético de extremo realismo, que traz à tona amores, fanta-sias e rebeldia. Os trabalhos encenados no livro soam complexos e eruditos, o mais simples significado seria “apenas uma visão do cotidiano”.

Para aqueles que não gostam de cli-chês como “batatinha quando nasce, espalha ramas pelo chão”, o livro será um prato cheio.

Não há definição de como será a di-vulgação da seleção de poesias, mas o autor garante que vai ser diferente do que é praticado no mercado.

OBRA LITERÁRIA

Jonatar Evaristo

Jonatar Evaristo

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LITERATURA

Imagine

Alexoandros, é vegetariano e defensor da causa há cincos anos. Uma de suas obras ilustra a “bandeira” que o artista levanta em prol dos animais e da luta contra o consumismo de carne. Abaixo confira um dos textos que estão no “Livro Proibido”.

..um animal servindo como “burro” de carga para uma outra espécieImagine um animal preso a uma jaula no zoológico para o entretenimento de uma outra espécieImagine um animal sendo caçado impiedosamente por outra espécieImagine um animal vestindo fantasias para agradar outra espécieImagine um animal servindo como cobaia em labo-ratórios para experiências de outra espécieImagine um animal sendo ridicularizado num circo para dar alguma alegria para outra espécieImagine um animal sendo domado e domesticado para o uso de outra espécieImagine um animal vivendo fora do seu habitat naturalImagine um animal vivendo sem a famíliaImagine um animal que teve sua pele arrancada para vestir e calçar outra espécieImagine um animal morto para alimentar outra espécieImagine um animal que constantemente é conside-rado inferior por outra espécieImagine um animal sendo submetido a inúmeros tipos de torturas por outra espécieImagine que este animal éVOCÊ!

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Dança, teatro e um dilema: do que nós somos feitos?

Noite decorada no Teatro Ju-arez Machado na primeira edição da Mostra de Dança de Joinville. A elegância

do público se reforça diante da tem-peratura amena para assistir ao e , do Núcleo Contemporâneo da Escola de Teatro Bolshoi, dirigido por Sabrina Lermen.

O teatro lotado e o ar sugado dos holofotes se confundem com a perfor-mance dos artistas e dos vídeos criados ou captados ao vivo. Há uma singula-ridade no espetáculo: os dançarinos, cerca de 30 deles, movem-se sobre um repertório de músicas francesas e bel-gas de maneira assimétrica. O público acompanha atento e cada cena criada desperta o espectador a conhecer o imaginário.

Ao longo da peça, a expectativa de indagação reacende o dilema existen-cial humano: do que nós somos feitos?

FESTIVAL DE DANÇANilson Bastian

Joinville: Festival leva público lotadar teatro para assisitir espetáculo de dança-teatro“Do que nós somos feitos?”

Para onde vamos? Quem sou eu? Ser ou não ser? Eis a questão. Diante dos saltos dos bailarinos que exalam um quê de energia e tomados pela técnica audaciosa, a plateia ri e pensa ao mes-mo tempo. Bailarinos subordinados à música que toca ao fundo e à exibição de textos poéticos projetados prece-dem a dança.

O que enfeitiça a plateia são os mo-mentos mais densos, onde o grito e a abordagem do desespero humano se intercalam com outros momentos hi-lariantes do espetáculo, convidando o espectador a preencher os espaços do pensamento. Inebriado pelo desempe-nho dos bailarinos, o público fica está-tico a cada encenação. A luz se apaga, o cenário muda, acontecimentos reve-lam as personagens rasas, moralistas e imorais, homens e mulheres, jovens tristes e felizes. Para que a própria caracterização do personagem não se

perca, há sempre um lado do ser hu-mano que aparece e, com isso, a peça ganha dinâmica única.

E o espetáculo se desdobra entre poético e grosseiro, numa ambiva-lência entre a dança e o teatro, fixan-do imagens, gestos, frases. Recursos que fitam os olhares, num entra-e-sai dos bailarinos quase ambíguos, a se-paração da peça e o personagem. Essa é característica de Do que nós somos feitos?. A verdadeira agonia do ser, suas indagações, os anseios da socie-dade são, por esta lente às vezes não explícita, o que dá forma à arte join-vilense.

Com avaliar uma peça, uma obra de arte? Quem define se é bom ou ruim? O artista acredita na sua criação, que-rendo mostrá-la ao mundo. Não é pre-ciso acertar, não existe fórmula certa, a arte não se avalia, não se condena. Aprecia, observa, guarda e perpetua.

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Noite de sexta-fera com tem-peratura amena leva públi-co joinvilense a prestigiar o penúltimo dia da 8º Feira

do Livro de Joinville, no Expocentro Edmundo Doubrawa. Este ano, o novo local de exposição ficou longe do tu-multuado Centro da cidade. O espaço ficou mais confortável para o público que prestigia a feira.

Nesta edição do evento foram ins-critos cerca de 40 expositores, entre eles os escritores joinvilenses Me-lanie Peter e Eduardo Baumann. No stand do Simdec (Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura), reservado aos autores que tiveram as obras patrocinadas pelo órgão, esta-vam à mostra vários livros de artistas locais, entre eles, a obra “Persona” e “Dois em Um”, livro que reúne dois autores.

“Persona” faz parte de uma coletâ-nea de textos produzidos ao longo de três anos pela escritora e jornalista Melanie, lançado este ano. A autora, que sempre esteve ligada a área ar-tística por conta da família, diz que não tinha intenções de escrever um

livro, nem de ser escritora. Tudo ini-ciou quando ainda era adolescente. “Lembro-me até hoje, quando pensei: vou ser escritora”, recorda a jornalista que começou a paixão pela literatura depois do conselho da mãe. “Se você

quer ser escritora, comece a ler.”A autora abandonou os estudos de

mecatrônica para fazer faculdade de jornalismo. No começo não se adaptou as regras do texto jornalístico, o que desanimou no início. Somente com as aulas de redação literária pode explo-rar o potencial artístico. Daí em diante, não parou mais de escrever. Dois anos depois deu vida ao primeiro livro.

Para Malenie, o sonho só se tornou realidade através do patrocínio do Si-mdec, que financia projetos culturais

Autores joinvilenses expõem na 8ª feira do livro

LITERATURA Lily Farias

Escritores joinvilenses Melanie e Eduardo tiveram as obras literarias patrocinadas pelo Simdec

nas áreas da cultura popular, erudita, patrimônio material e imaterial. “O sistema é um bom mecanismo. Sem ele não teria publicado”, relata.

No mesmo caminho da jornalista seguiu o escritor Eduardo Baumann, que lançou em 2009 a obra “Amores Portáteis”, um dueto com as poesias “Sem Título”, de Fernanda Leal, no livro com sugestivo nome “Dois em Um”. Para Eduardo, o sistema ajuda na publicação, porém há dificuldade na distribuição. Segundo ele, a feira auxilia na divulgar, mas andar com o livro à disposição é um bom artifício. “Sempre estou com o livro na bolsa, isso facilita”, garante.

O escritor pretender usar outros meios para promover o trabalho, como as mídias sociais facebook, orkut e twitter. A reprodução da obra é per-mitida para fins não comerciais, desde que citadas as fontes. Segundo ele, a liberação permite que o público tenha acesso. A Feira do Livro segue até 10 de abril. O Expocentro Edmundo Dou-brawa fica ao lado do Centreventos Cau Hansen, Avenida José Viera, 315, Centro, Joinville.

“Se você quer ser

escritora, comece a

ler.”

Melaine Peter

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CRÔNICA

Um INTERMEDIÁRIO entre o ABSTRATO e o real

Enquanto você ler isto, imagine que alguém se-gura a sua mão. Não será uma simples mão fí-sica, segure-a pelos menos no começo, só no começo. Imagine que ela pode tocar teu rosto,

embora esta mão não tenha um dono, abandone o medo e aceite o meu convite, logo que puder, poderá dispensar esta mão.

Você precisa começar de alguma maneira, você precisa abrir seu coração e deixar que estas palavras entrem nele. Sinta-se como se fosse ainda pequenina. Você precisa res-pirar e olhar para o alto e imaginar que és um pássaro que pode voar até o firmamento pálido das estrelas. Vá e veja do que as estrelas são feitas, toque-as e brinque com elas como faria se fosse apenas uma criança, veja como o mundo é admirável lá do alto. Escute o silêncio com atenção, ouve agora seu coração bater? Volte a lembrar daqueles momentos em que andava pelas florestas can-tando aquelas canções que te fizeram esquecer o medo de

andar sozinha, sinta-se a vontade para ser aquela menina de olhos inquietos.

Sinta o sopro da vida tocar seu semblante, veja o quan-to és perfeita Você precisa voltar a amar, esqueça as coi-sas que estão em seu coração agora, chore e deixe esta mão enxugar suas lágrimas. Como se fosse contos de fa-das, sonhe, construa seu castelo e não lamente se o des-truírem. Você é apenas uma criança e tudo não passa de um sonho ruim que, as vezes, você tem. Volte a sonhar e esqueça do que a dor é feita, procure fechar os olhos mais vezes e ser aquilo que você deseja ser.

Busque um começo, comece por você. Você se tornará aquela estrela que brilhará sem parar, serás inédita e ir-reverente. E quando esta mão dispensar a sua, não temas andar sozinha sem ela, feche os olhos outra vez e escute a minha voz. Lembre-se das palavras que fizeram seu co-ração chegar até aqui. Haverá sempre uma mão estendida enquanto estas palavras estiverem nele,

Jonatar Evaristo, estudante de jornalismo

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