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Cap. 2 - A conquista e a exploração da América Portuguesa 2ª Série do Ensino Médio

Cap. 2 - A conquista e a exploração da América Portuguesa 2ª Série do Ensino Médio

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Cap. 2 - A conquista e a exploração da América Portuguesa

2ª Série do Ensino Médio

ESTA TERRA É MUITO FORMOSA

Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa.

Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.

Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.

E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, isso bastaria. Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento, da nossa santa fé.

(In Jaime Cortesão, org. A Carta de Pero Vaz de Caminha, p.239)

O Período Pré-Colonial

Primeiras 3 décadas (1500 – 1530).

O termo refere-se a não colonização efetiva do território.

A colonização efetiva pressupõe:

ocupação do território; exploração econômica;

projeto catequizador da Igreja Católica.

• Esse período é marcado por expedições de reconhecimento, defesa contra invasores estrangeiros e à exploração do pau-brasil

(monopólio real).

• Local: Litoral (Mata Atlântica) aparentemente essa era a única riqueza do território.

• Se dá, a partir de 1502, com a autorização da coroa portuguesa, a extração de pau-brasil (na

forma de escambo ou cunhadismo – vide p. 24) sob o pagamento do quinto e a obrigação de se

defender a costa brasileira.

• Assim sendo, a extração de pau-brasil dispensa a fixação dos

portugueses e o povoamento das terras brasileiras.

• “Saída” Feitorias construções estratégicas que serviam para o armazenamento da madeira e

outros artigos a serem embarcados.

Saiba Mais – p. 25

A colonização• Em decorrência de empreitadas estrangeiras, sobretudo, espanhóis e

franceses D. João III envia uma expedição colonizadora (1530)

chefiada por Martim Afonso de Souza.

Contexto Histórico o comércio com o Oriente decai devido à concorrência

inglesa e holandesa = crise econômica.

Administração1ª experiência Capitanias hereditárias faixas de terras

(enormes lotes).Beneficiados membros da baixa e média nobreza portuguesa

(funcionários da Coroa e militares, essencialmente) exigência = capital – a Coroa não disponibilizava de recursos para tal.

Donatários os que recebiam a posse da terra.Instrumentos jurídicos de organização:

Carta de Doação: definia os limites geográficos; Foral: estipulava os direitos e os deveres do donatário.

Sesmarias: direito dos donatários de distribuir grandes lotes de terra à portugueses que tivessem condições de investir e tornar

a terra produtiva.

O fracasso das capitanias • Esse projeto administrador

sofreu com inúmeras dificuldades; salienta-se:

A grande extensão territorial;Os enormes recursos

humanos e materiais exigidos;A falta de comunicação entre

as capitanias inviabilizando trocas econômicas;

A reação indígena à ocupação portuguesa.

Os governadores gerais• Salvaram-se apenas duas capitanias:

Pernambuco e São Vicente motivo: produção de açúcar.

• Solução centralização do poder 1 chefe administrativo nomeado diretamente pelo rei (Governador geral) + 3 auxiliares = Conselho de Governo; sendo eles:

Provedor-mor finanças;Ouvidor-mor: justiça;Capitão-mor: segurança da colônia (defesa

do litoral).

Os “homens bons”

• Apesar do êxito de alguns governadores gerais, como Tomé de Sousa e Mem de Sá, o poder estava, vias de fato, com os chamados “homens bons”, que eram:

Clérigos;Funcionários da Coroa;

Proprietários de terras e comerciantes;• Exerciam o poder por meio das Câmaras

Municipais, que correspondia ao cargo de prefeito e juiz da vila.

A economia• Principal atividade econômica do período

colonial do Brasil açúcar o clima e solo massapé do NE = povoamento do território

+ lucro p/ a Coroa.• IMPORTANTE: devido a dificuldade

financeira da Coroa portuguesa, o desenvolvimento da atividade açucareira

foi feita em associação com os holandeses, que eram responsáveis pelo financiamento de parte da produção, refino, transporte e

distribuição do produto.

O sistema de plantation

CaracterísticasCultivo de um único gênero

(monocultura);Produção em larga escala; Imensas áreas de cultivo

(latifúndios);Produção voltada à exportação;

Utilização de mão-de-obra escrava (predominantemente a força do

negro africano).

1- casa-grande2- capela3- senzala

4- roda d'água5- moenda6- fornalha

7- cozimento do caldo

8- casa de purgar9- roça

10- moradia trabalhadores livres11- canavial

12- roça dos escravos13- transporte de cana

14- transporte de lenha para a fornalha