34
1 108 José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS 1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO A) ENTALPIA DE REACÇÃO 1. CÁLCULO DA ENTALPIA DE REACÇÃO As reacções químicas/biológicas são acompanhadas, usualmente, pela libertação ou absorção de energia. Esta energia é designada por entalpia de reacção ou calor de reacção Estas variações de energia resultam do rearranjo das ligações entre os átomos das moléculas dos reagentes, de modo a originarem os produtos. Uma reacção é dita exotérmica quando a energia necessária para manter os átomos dos produtos ligados é menor do que a energia necessária para manter a ligação dos átomos dos reagentes. A diferença de energia é libertada sob a forma de energia térmica. Numa reacção dita endotérmica a situação é exactamente a oposta. 109 José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS 1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO Partindo da equação genérica do balanço de energia , para um processo onde ocorra reacção química/biológica e considerando que a energia cinética e a energia potencial são desprezáveis, podemos escrever que: H - W - Q = -E temos ainda que (para estado estacionário e para um processo onde o trabalho seja nulo): H = Q (ver slide 14 da Parte 1) Isto significa que a energia térmica envolvida numa reacção é igual à variação de entalpia entre os produtos (saída) e os reagentes (entrada). A variação de entalpia de uma dada reacção depende da temperatura dos reagentes e dos produtos, e é usualmente representada por T R Q

CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

  • Upload
    vandat

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

1

108

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

A) ENTALPIA DE REACÇÃO

1. CÁLCULO DA ENTALPIA DE REACÇÃO

As reacções químicas/biológicas são acompanhadas, usualmente, pela libertação ou absorçãode energia.

Esta energia é designada por entalpia de reacção ou calor de reacção

Estas variações de energia resultam do rearranjo das ligações entre os átomos dasmoléculas dos reagentes, de modo a originarem os produtos.

Uma reacção é dita exotérmica quando a energia necessária para manter os átomos dosprodutos ligados é menor do que a energia necessária para manter a ligação dos átomos dos reagentes.

A diferença de energia é libertada sob a forma de energia térmica.

Numa reacção dita endotérmica a situação é exactamente a oposta.

109

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Partindo da equação genérica do balanço de energia , para um processo onde ocorra reacção química/biológica e considerando que a energia cinética e a energia potencialsão desprezáveis, podemos escrever que:

∆ H - W - Q = -∆E

temos ainda que (para estado estacionário e para um processo onde o trabalho seja nulo):

∆ H = Q

(ver slide 14 da Parte 1)

Isto significa que a energia térmica envolvida numa reacção é igual à variação de entalpiaentre os produtos (saída) e os reagentes (entrada).

A variação de entalpia de uma dada reacção depende da temperatura dos reagentes e dosprodutos,

e é usualmente representada por TR Q

Page 2: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

2

110

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

TemperaturaTref T

Produtos

Reagentes∆H(reagentes)

∆H(produtos)

refTR Q T

R Q

Como a entalpia é uma função de estado podemos traçar um percurso hipotético queconsidere um caminho em que a reacção ocorra a uma temperatura fixa, considerada comopadrão, diferente da temperatura da reacção.

Assim:refT

R Q = ∆H(produtos) - ∆H(reagentes)

Convenção de sinais (não universal):exotérmica reacção - )(Q T

R ref −

aendotérmic reacção - )(Q TR ref +

111

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

0gelo fusão, líq água

0R H M Q ∆=

Determinação experimental do calor de reacção

Calorímetro de Lavoisier-Laplace

Utilizado em 1782-84

ReacçãoTref

Água líquida

Gelo fundente(0ºC)

Tref ≡ 25ºC

Calor de reacção padrão(pois é à temp. de 25ºC)

Page 3: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

3

112

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

A entalpia (específica) de reacção padrão pode ser calculada a partir das entalpias deformação padrão dos reagentes e dos produtos, através da seguinte equação:

ff 0R

Reagentes

1i

0i i

Produtos

1j

0j j HHH

∑ −

==∆γ∆γ∆ =

onde:

γj e γi – coeficientes estequiométricos dos produtos e dos reagentes, respectivamente

0

0j fif HeH ∆∆ - entalpias de formação padrão dos produtos e dos reagentes, respectivamente

0R

0R H n Q ∆=A entalpia de reacção padrão será dada por:

onde n é o número de moles convertidos

2. ENTALPIA DE FORMAÇÃO PADRÃO

113

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende da natureza química dos reagentes e dos produtos, bem como do seu estado de agregaçãoconsiderado como padrão (isto é, das condições de referência).

Torna-se assim necessário especificar essas condições de referência (alguns autores só as especificam quando não coincidem com as condições padrão).

Exemplos de reacções de formação:

Água:

Monóxido de carbono :

Glucose:

H2 + ½ O2 → H2O

6C + 6H2 + 3O2 → C6H12O6

C + ½ O2 → CO

Entalpia de formação padrão de um composto – variação da entalpia da reacção deformação de uma mole deste composto a partir das espécies elementares que o compõem, na sua forma mais abundante, quando os regentes e os produtos se encontram no seu estado de agregação a 25ºC e a 1 atm abs.

Page 4: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

4

114

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

ii) NH3(g) + 5/4 O2(g) → NO(g) + 3/2 H2O(liq)

i) NH3(g) + 5/4 O2(g) → NO(g) + 3/2 H2O(g)

Exemplo para a reacção de oxidação da amónia:

kcal/mol 54,06- H 0R =∆

Temos indicado o valor da entalpia de formação padrão obtido a 25ºC, e para todos os compostos gasosos, no estado de referência.

ou

kcal/mol 69,84- H 0R =∆

Para esta exemplo, o valor da entalpia de formação padrão foi obtido a 25ºC, estando oNH3, o O2 e o NO gasosos e a água líquida, no estado de referência.

Observação: a indicação de H2O(liq) não significa que na reacção se obteve água no estado líquido.

115

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

(kcal/mol) 0f H∆

Carbono

Grafite ou C(β)

Diamante

Coque ou amorfo

EnxofreOrtorrômbico

Monoclínico

0

0,453

2,6

0

-0,071

Por convenção, as substâncias elementares no seu estado normal de agregação, a 25ºC e a1 atm abs, (por ex. O2(g), N2(g), Cl2(g), C(β),...) têm entalpia de formação nula.

Espécies que apresentam várias formas aleotrópicas (*)

atribui-se entalpia de formaçãonula a só uma das formas.

(*) alotropia - propriedade que certos elementos manifestam e que se caracteriza pela possibilidade deexistirem sob mais do que uma forma estável.

Page 5: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

5

116

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Reactor① ②

Calor perdido (QP)

A A ; BA → B

No balanço de energia, onde colocar o Q0R?

0R

0R H n Q ∆=

Alternativa 1:

Situação A: Reacção endotérmica

Balanço de energia:

P20R 1

Q H Q H +∆=+∆

Situação B: Reacção exotérmica 0R )( Q −

Balanço de energia:

0R P21

Q Q H H ++∆=∆

0R )( Q +

O sinal do calor de reacção serve unicamente para saber se este calor é colocado no lado daentradas ou das saídas de energia do sistema.

(liberta energia para o sistema ≡ coloca-se do lado das entradas, em módulo)

EXEMPLO

Q0R ??

117

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

A → B 0R

0R H n Q ∆=

Alternativa 2:

Reacção endotérmica

Balanço de energia:0R Q Q H H

P21++∆=∆

Independentemente da reacção ser endotérmica ou exotérmica, o calor de reacção padrãocoloca-se sempre no lado das saídas de energia do sistema (mas sem ser em módulo).

0R Q fica positivo no lado das saídas de energia do sistema

(equivalente à situação A do slide anterior)

Reacção exotérmica 0R Q fica negativo no lado das saídas de energia do sistema,ou positivo no lado das entradas de energia.

(equivalente à situação B do slide anterior)

Reactor① ②

Calor perdido (QP)

A A ; B

Q0R ??

Page 6: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

6

118

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

EXEMPLOCalcular o calor de reacção a 25ºC, quando 100 moles de N2 reagirem com H2, em proporçõesestequiométricas, de forma a se obter amónia, com uma conversão de 60%.

Resolução:

Reacção:

Quantidades iniciais (mol):

Quantidades reagidas e formadas (mol):

100 300

N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)

60 180 120

Estado de referência:Tref = 25ºCPref = Pressão de trabalho

Estado de agregação: todos os compostos gasosos

119

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

2 0R N mol / kJ 184,76- H =∆

2 0R H mol 3 / kJ 184,76- H =∆

3 0R NH mol 2 / kJ 184,76- H =∆

As unidades do calor de reacção obtido são kJ / mol de quê??

Podemos escrever que:

ou

ou

(de notar que estes calores de reacção são específicos)

0)(H f

0)(N f

0)(NH f 223 H 3 - H -H 2H 0

R ∆∆∆∆ =Calor de reacção:

0 kJ / mol 0 kJ / mol-92,38 kJ / mol

mol / kJ 184,76- kJ/mol (-92,38) x 2 H 2H 0)(NH f 3

0R ==∆∆ =

N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)

Page 7: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

7

120

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Como o calor de reacção é dado por:

Então:

0R

0R H n Q ∆=

0R 184,76- Q = X 60 = -11086 kJ

0R 2

184,76-Q = X 120 = -11086 kJ

0R 3

184,76-Q = X 180 = -11086 kJ

N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)

60 180 120

2 0R N mol / kJ 184,76- H =∆

2 0R H mol 3 / kJ 184,76- H =∆

3 0R NH mol 2 / kJ 184,76- H =∆

121

Pág 51 das “Tabelas”

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

PROBLEMA 1.20

No processo de produção de SO3 segundo a reacção:

são alimentados ao reactor SO2 e ar (com um excesso de 150%) obtendo-se uma conversão de 90%. Sabendo que os reagentes são introduzidos no reactor à temperatura de 25°C, determine o calor a remover, por kmole de SO2 convertido, para que a temperatura damistura reaccional não seja superior a 300ºC

SO2 + 1/2 O2 → SO3

ReactorSO2

Ar O2 – 21%N2 – 79%

SO2SO3O2N2

③①

25ºC

25ºC

300ºC

Qret

Page 8: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

8

122

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

3. LEI DE HESS

NH3(g) + 5/4 O2(g) → NO(g) + 3/2 H2O(g)

Como já foi indicado, a entalpia ou calor de reacção padrão poderá ser calculada a partir doconhecimento das entalpias de formação padrão dos respectivos produtos e reagentes.

EXEMPLO

A entalpia de reacção padrão para a seguinte reacção:

0)2(O f

0)3(NH f

0O)2(H f

0(NO) f H - H- H HH 5/43/2 0

R ∆∆∆∆∆ +=será:

21,600 -57,7979 -11,040 em kcal/mol0(“Tabelas”, pág 67 a 69)

3 0R NH kcal/mol54,057 - H =∆

(para todos oscompostos gasosos)

123

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

O cálculo do calor de reacção da reacção anterior pode ser efectuado se escrevermos asequações estequiométricas para as reacções de formação de cada reagente e de cada produto, multiplicadas pelos respectivos coeficientes estequiométricos com os quais elesaparecem na reacção desejada:.

1/2 N2(g) + 1/2 O2(g) → NO(g) 0f(NO) H∆

3/2 x ( H2(g) + 1/2 O2(g) → H2O(g) ) 0O)f(H

2H 3/2 ∆

NH3(g) ← 1/2 N2(g) + 3/2 H2 (g) 0)f(NH

3H∆−

NH3(g) + 5/4 O2(g) → NO(g) + 3/2 H2O(g) 0R H∆

0)(NH f

0O)(H f

0(NO) f 32 H- H H 3/2 ∆∆∆ +

1/2 O2 + 3/4 O2

Page 9: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

9

124

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

No entanto, nem sempre é possível recorrer aos valores de entalpias de formação (muitasreacções de formação não podem ser efectuadas).

Por exemplo, para a seguinte reacção:

C(β) + 1/2 O2(g) → CO(g)

torna-se difícil determinar o calor de reacção pois, é impossível converter todo a grafite (C(β)) em monóxido de carbono sem se formar uma apreciável quantidade de dióxido de carbono.

O recurso ao calorímetro também apresenta muitas limitações.

No entanto as reacções de combustão completa da grafite e do monóxido de carbono(originando dióxido de carbono, em ambas) já são possíveis de serem efectuadas no calorímetro, sem ocorrerem reacções secundárias.

125

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Assim, é possível estabelecer percursos hipotéticos que nos permitam calcular o valor davariação entálpica associada à reacção pretendida.

Convém não esquecer que estamos a falar de funções de estado.

Este problema poderá ser resolvido se aplicarmos a LEI de HESS.

Segundo a LEI de HESS a variação de entalpia associada a uma dada reacção dependesomente da temperatura, da pressão e do estado de agregação das espécies no inícioe no fim da reacção.

Nota: na resolução o exemplo anterior (slide 123 ) já utilizámos a lei de Hess

Page 10: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

10

126

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

C(β)) CO(g)

+ 1/2 O2(g)+ O2(g)

CO2(g)

+ 1/2 O2(g)

0 1 RH∆

0 3 RH∆ 0

2 RH∆

Deste modo: C(β) + 1/2 O2(g) → CO(g) (R1) 0 1 RH∆

CO + 1/2 O2(g) → CO2(g) (R3) 0 3 RH∆

C(β) + O2(g) → CO2(g) (R2) 0 2 RH∆

Poderemos relacionar as reacções R2 e R3 com R1, seconsiderarmos que a reacção R3 é uma etapa intermédiaentre as reacções R1 e R2.

Subtraindo as reacções R2 e R3, temos:

C(β) + O2(g) → CO + 1/2 O2(g)

ou seja: C(β) + 1/2 O2(g) → CO(g) que á a reacção R1.

Deste modo: 0 0

0 3 R2 R1 R HH H ∆∆∆ −= ou 0

0 0

3 R1 R2 R HH H ∆∆∆ +=

127

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

EXEMPLO

Calcular a entalpia de formação do CaCO3 sólido, a partir do conhecimento da entalpia daseguinte reacção:

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) kcal/mol 42,498 H0 1 R =∆

Dados: 20f kcal/mol 94,052- H (g))(CO =∆ 0

f kcal/mol 151,900- H (CaO(s)) =∆

A partir da definição de calor de formação, temos que:Resolução:

(CaO(s))0f H∆Ca(s) + 1/2 O2(g) → CaO(s)

20f (g))(CO H∆C(β) + O2(g) → CO2(g)

(s))(CaCO30f H∆Ca(s) + C(β) + 3/2 O2(g) → CaCO3(s)

H0 1 R∆CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

Page 11: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

11

128

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

(CaO(s))0f H∆Ca(s) + 1/2 O2(g) → CaO(s)

20f (g))(CO H∆C(β) + O2(g) → CO2(g)

(s))(CaCO30f H∆Ca(s) + C(β) + 3/2 O2(g) → CaCO3(s)

H0 1 R∆CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

Deste modo: (s))(CaCO3

0f H∆ − (CaO(s))0

f H∆ + 20f (g))(CO H∆ + H0

1 R =∆

(–1)

42,498 - 94,052) (- (-151,900) H (s))(CaCO30f +=∆

kcal/mol 88,452 H (s))(CaCO30f =∆

H0 1 R∆ 2

0f (g))(CO H∆(CaO(s))0

f H∆

129

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

4. ENTALPIA DE COMBUSTÃO PADRÃO

Um outro processo de calcular as entalpias de reacção padrão é través das entalpiasde combustão padrão, . H0

c ∆

Para os compostos orgânicos não é possível determinar as entalpias de formação padrão.

Por exemplo, para a reacção:

2 C(β) + 3 H2 + 1/2 O2 → C2H5OH

Não é possível combinar estes elementos de modo a formar etanol.

Uma entalpia de combustão padrão é a variação de entalpia associada à oxidação completa,a 25ºC e a 1 atm abs, de uma mole de uma substância que nestas condições se encontra noestado normal de agregação.

Page 12: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

12

130

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Convenções adoptadas para os valores de calores de combustão tabelados:

• Condições de referência: 1 atm abs , 25ºC

• Os valores de são negativos: a combustão representa uma diminuição de entalpiado sistema.

H0c ∆

• As equações das reacções são escritas como oxidações completas dos compostos poroxigénio, originando:

- carbono é oxidado para CO2(g)- hidrogénio é oxidado para H2O(liq) ; também há valores tabelados para a H2O(g) - enxofre é oxidado para SO2(g)

- azoto é oxidado para N2(g)- compostos clorados são oxidado para Cl2(g) ou HCl(aq)

• Os produtos finais da combustão (CO2(g), H2O(g ou liq), SO2(g), N2(g), Cl2(g), HCl(aq),...)bem como para o O2, é atribuído uma entalpia de combustão nula.

131

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

(pág 70 das “Tabelas”)

CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O (liq) kcal/mol 212,798- H0C =∆

Page 13: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

13

132

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

(pág 72 das “Tabelas”)

CH4(g) + 2 O2 (g) → CO2(g) + 2 H2O (liq)

kcal/mol 191,759- H0C =∆

kcal/mol 212,798- H0C =∆

CH4(g) + 2 O2 (g) → CO2(g) + 2 H2O (g)

133

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

CH4(g) + 2 O2 → CO2(g) + 2 H2O (liq) kcal/mol 212,798- H (1)0C =∆R(1)

kcal/mol 191,759- H (2)0C =∆CH4(g) + 2 O2 → CO2(g) + 2 H2O (g) R(2)

Diferença entre os dois calores de combustão ?

(água) (2)(1) C25º V

0C

0C H2 H - H ∆∆∆ =

kcal/mol 10,520 H (água)C25º V =∆

0,38

374,15 T - 374,15 10,778 H C)(º

(kcal/mol)v

=∆ kcal/mol 10,498 H (água)C25º V =∆

Valor estimado pela equação de Watson:

Page 14: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

14

134

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

EXEMPLO

Resolução:

Calcular a entalpia de reacção padrão para a desidrogenação do etano:

C2H6(g) → C2H4 (g) + H2(g)

a partir dos valores tabelados dos calores de combustão do reagente e dos produtos.

Reacções de combustão:

C2H6(g) + 7/2 O2(g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O(liq)

C2H4(g) + 3 O2(g) → 2 CO2 (g) + 2 H2O(liq)

H2(g) + 1/2 O2(g) → H2O(liq)

kcal/mol 372,820- H )H(C 620C =∆

kcal/mol 68,3174- H )(H20C =∆

kcal/mol 337,234- H )H(C 420C =∆

(pág 72 e 73 das “Tabelas”)

135

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Aplicando a lei de Hess, temos que:

C2H6(g) + 7/2 O2(g) → 2 CO2 (g) + 3 H2O(liq) H )H(C 620C ∆

H2O(liq) ← H2(g) + 1/2 O2(g) H )(H20C ∆−

2 CO2 (g) + 2 H2O(liq) ← C2H4(g) + 3 O2(g) H )H(C 420C ∆−

C2H6(g) → C2H4 (g) + H2(g) H0R ∆

)(H - )H(C)H(C 20C 42

0C 62

0C

0R HH - HH ∆∆∆∆ = kcal/mol 73132H0

R , = ∆

0R

Produtos

1j

0Cj j

Reagentes

1i

0Ci i H- H H

==∆γ∆γ∆ =

Reagente Produtos

Do exemplo anterior podemoschegar à seguinte regra.

Page 15: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

15

136

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

0R

Produtos

1j

0Cj j

Reagentes

1i

0Ci i H- H H

==∆γ∆γ∆ =

ff 0R

Reagentes

1i

0i i

Produtos

1j

0j j HH H

==∆γ∆γ∆ −=

Assim, a entalpia de reacção padrão ou calor de reacção padrão (valor específico) podeser calculado através:

⊗⊗⊗⊗ das entalpias de formação padrão dos reagentes e dos produtos (mais usual para compostos inorgânicos)

⊗⊗⊗⊗ das entalpias de combustão padrão dos reagentes e dos produtos (mais usual para compostos orgânicos)

O calor de reacção padrão (total ou global) será dado por: 0R

0R H n Q ∆=

onde n é o número de moles convertidos

137

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

5. REACÇÕES INCOMPLETAS E SUCESSIVAS

Em muitos dos processos químicos ou biológicos industriais as reacções ocorrem em condições que dificultam o cálculo das entalpias de reacção, pois:

• a conversão é, usualmente, inferior a 100% (reacções incompletas), apesar de frequentemente conduzidas em presença de um ou mais reagentes em excesso;

• muitas transformações químicas/biológicas ocorrem segundo várias etapas (reacções sucessivas e/ou secundárias)

• é frequente desconhecerem-se as reacções ocorridas (principalmente em processosde combustão).

Nesta situação, os produtos finais resultam da análise estequiométrica de várias reacções, tendo em consideração a conversão de cada uma dessas reacções.

Page 16: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

16

138

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

ff 0R

Reagentes

1i

0i i

Produtos

1j

0j j n n HH Q

==∆∆ −=

0R n n

Produtos

1j

0Cj j

Reagentes

1i

0Ci i H- H Q

==∆∆=

onde:

nj é o número de moles de produtos da reacção efectivamente formados

ni é o número de moles de reagentes efectivamente consumidos

Em qualquer uma das situações anteriores, a entalpia de reacção padrão global poderáser calculado pelas seguintes equações:

Deste modo, é necessário o conhecimento dos caudais e das composições das correntesde alimentação e de descarga do reactor.

139

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

EXEMPLO

Escrever a equação que permita o cálculo da entalpia de reacção padrão global do processo reaccional indicado.

ReactorA – 40%B – 50%C – 4%I – 6%(% molares)

ABCDI

① ②

A + B → C

B + C → D

Considerar o processo de produção do produto C, em que a conversão é de 80% e o rendimento deste produto é de 60%.

(I ≡ inerte)

Page 17: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

17

140

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Resolução:

ReactorA – 40%B – 50%C – 4%I – 6%(% molares)

ABCDI

① ②

A + B → C

B + C → D

%X = 80%

Base de cálculo = 100 moles em ①

%η = 60%

32 32 32

Reagente limitante : A

Balanço de massa

%η = 60% 100 x 40 (C) (*) formado =

(*) – C efectivamente formado (isto é: o formado menos o consumido)

8 8 8(32 – 24)

ABCDI

① ②(moles)

40 504

--6

81028 86

f f f f 0R

0

0

0

0 BADC H40 H32 H8H 24 Q ∆∆∆∆ −−+=

141

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

6. EFEITO DA TEMPERATURA NA ENTALPIA DE REACÇÃO

No balanço de energia a um processo envolvendo reacção, o calor de reacção é usualmentecalculado para a temperatura de referência.

Poderá, no entanto, ser calculado à temperatura de reacção através da seguinte equação:

C25º ; TC25º ; T Reagentes reacção da Produtos

0R

TR HHQQ ∆∆ − + = equação de KIRCHOFF

A equação anterior é válida para as seguintes condições:

- Estado estacionário;- Sem variação de energia potencial e cinética;- Trabalho e calor trocado nulos;- Reacção endotérmica; e- Temperatura, T, igual para os reagentes e para os produtos de reacção, mas diferente

de 25ºC.

Page 18: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

18

142

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

B) COMBUSTÍVEIS E REACÇÕES DE COMBUSTÃO

1. TIPOS DE COMBUSTÍVEIS

As fontes de energia são principalmente as seguintes:

A) As forças da natureza (gravidade (em quedas de água), o vento, etc.)

B) Os combustíveis (à base de carbono e hidrogénio)

C) A energia atómica

Qualquer substância que reaja quimicamente com libertação de energia pode serconsiderada combustível.

Do ponto de vista de aplicação industrial a definição de combustível é muito mais restrita.

Os elementos químicos que entram na composição da maioria dos combustíveis são:

Carbono, hidrogénio, oxigénio, azoto e enxofre

143

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

CombustãoCombustível

Comburente

Cinzas

Gases decombustão

Para que um composto possa ser considerado industrialmente um combustível seránecessário apresentar os seguintes requisitos:

A) Facilidade de usoB) Não formar substâncias tóxicas ou corrosivas durante a combustãoC) Fácil de obterD) Baixo custo de produçãoE) Armazenamento e transporte seguroF) Elevada quantidade de energia libertada durante da sua combustão

De uma forma esquemática podemos

visualizar os intervenientes numa

combustão do seguinte modo:

Page 19: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

19

144

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

a) Comburente

A combustão é uma reacção de óxido-redução, em que o combustível é o redutor e oxigénio e o oxidante.

O comburente é, usualmente, o oxigénio, que é utilizado puro, ou obtido a partir do ar atmosférico.

Composição do ar atmosférico:

Azoto 78,03%Oxigénio 20,99%Argon 0,94%Dióxido de carbono 0,03%Hidrogénio 0,01%Outros gases raros ≈ 0,001%

Azoto 79,0%Oxigénio 21,0%

Azoto 76,8%Oxigénio 22,3%

% molar

% molar

% mássica

145

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

b) Gases de combustão

Os elementos químicos dos combustíveis que reagem com o oxigénio produzem substânciasgasosas como o CO2, CO, SO2, N2, etc. ... para além de vapor de água, que constituem os gases de combustão.

Juntamente com os gases de combustão, por vezes é visível uma “neblina” devido à presença de partículas líquidas em suspensão (água e hidrocarbonetos condensados) epoeiras constituídas por partículas sólidas em suspensão.

Os gases de combustão apresentam normalmente uma temperatura muito elevada,podendo ser utilizados como fluido de aquecimento.

c) Cinzas

As cinzas são formadas por resíduos inorgânicos que permanecem após a combustão dos combustíveis sólidos, designadamente o carvão.

Page 20: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

20

146

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

D) Classificação dos combustíveis

Os combustíveis podem ser classificados em: sólidos, líquidos e gasosos

O estado físico do combustível determina o método de utilização e o tipo de equipamentonecessário para a realização da combustão.

Cada uma desta classes pode ser subdividida em combustíveis primários (ou naturais) eem combustíveis secundários (ou derivados).

Combustíveis sólidos

Primários: carvões minerais (turfa, lenhite, hulha, antracite, ...), madeiras, etc.

Secundários: coque, carvão vegetal, etc.

Combustíveis líquidos

Primários: petróleo

Secundários: gasolina, querosene, diesel, hidrazina, etanol, etc.

147

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Combustíveis gasosos

Primários: gás natural

Secundários: gases de refinação de petróleo

Composição de alguns combustíveis:

Material Carbono (% mássica)

Lenha 49 – 50Turfa 50 – 64Lenhite 65 - 75Hulha 82 – 92Antracite 92 - 96

Coque – combustível obtido por aquecimento da hulhaem ambiente fechado (sem contacto com o ar), nãoocorrendo combustão (temperatura até 1000 – 1500ºC).

Ocorre libertação de matérias voláteis, ficando umresíduo composto por carbono e pelas substânciasinorgânicas do carvão (por ex. sílica, SiO2).

Page 21: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

21

148

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

C 81 – 87%H 10 – 14%S 0 – 6%O 0 – 7%N 0 – 1 %

Composição elementar média de um petróleo bruto

Carvão vegetal – substância de cor negra obtida por carbonização (ou pirólise) de madeira.

É utilizado como combustível em aquecedores, lareira, fogões de lenha, ...

149

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Principais combustíveis obtidos a partir da destilação do petróleo bruto

C – 84% ; H – 16% (% m/m)

C – 84-85% ; H – 15-16% (% m/m)

C – 86% ; H – 13% (% m/m)

Propano (C3H8) e butano (C4H10) – gás de refinação de petróleo

Gás engarrafado ou gás liquefeitode petróleo (GPL) – butano e propano

(mistura gasosa mais densa do que o ar)

Page 22: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

22

150

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Composição química (%vol)

Metano (CH4) 86,5Etano (C2H5) 9,4Propano (C3H8) 2,6Butano (C4H10) 1,1Azoto (N2) 0,3Pentano (C5H12) 0,1

Gás natural (jazidas da Argélia)

(mistura gasosa menos densa do que o ar)

A hidrazina é um composto químico (N2H4)com propriedades semelhantes às da amónia

É utilizado como combustível para foguetões

1,1 dimetilhidrazina e a 1,2 dimetilhidrazinatambém são designadas por hidrazinas

Composição química (%vol)

Hidrogénio 55Azoto 23Diox. carbono 17Monox. carbono 3Oxigénio 1,5Argon 0,5

Gás de cidade

151

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

2. PODER CALORÍFICO DE UM COMBUSTÍVEL

O poder calorífico de um combustível é uma medida do calor que se pode obter quandose queima esse combustível.

Podemos definir o poder calorífico como a quantidade de calor libertado pela unidade demassa (para combustíveis sólidos ou líquidos) ou de volume (para combustíveis gasoso) de um combustível quando queimado completamente, á pressão de uma atmosfera e à temperatura de 25ºC (por vezes também definido para 18ºC).

Para um combustível que contenha hidrogénio na sua constituição, como resultado da combustão, forma-se vapor de água.

Se o vapor de água não for condensado, e se for libertado juntamente om os gases decombustão, a entalpia de vaporização da água não deverá ser incluída no valor do podercalorífico do combustível.

Para diferenciar as situações em que a água é ou não condensada, torna-se necessáriodefinir dois tipos de poder calorífico:

Page 23: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

23

152

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Poder calorífico superior (PCS) - quantidade de calor libertada pela combustão completade uma unidade de massa ou volume de combustível, encontrando-se o vapor de água condensado e o calor recuperado.

Poder calorífico inferior (PCI) - quantidade de calor libertada pela combustão completade uma unidade de massa ou volume de combustível, considerando-se que o vapor de águanão é condensado.

Para um combustível que não tenha hidrogénio estes dois poderes caloríficos são iguais.

Exemplo:

Para os combustíveis formados por uma única substância ( H2, CH4, C, etc), o podercalorífico (superior ou inferior) não é mais do que o módulo da entalpia de combustão(considerando a água líquida ou gasosa, como referência, respectivamente).

PCS (CH4) = 13,30 kcal/g

PCI (CH4) = 11,95 kcal/g ref.) como gasosa, (água

ref.) como líquida, (água

cal/g 11,95- H cal/g 13,30- H

)(CH

)(CH

40C

40C

==

∆∆

(ver pág 72 das “Tabelas”)25ºC, 1 atm, CH4 gas.

153

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Poder calorífico superior (PCS) e poder calorífico inferior (PCI) para diversos combustíveis

PCS PCI(25ºC, pressão constante)

Lenha seca 3800 a 4500 3200 a 3500

Turfa 3000 a 4600

Hulha 6000 a 8200

Gasolinas 11000

Querosene 11500

Etanol 7100

Gás natural 10032 9054

Diesel 10880

GPL 11400 11200

Gás de cidade 4200 3740

Kcal/kg

Kcal/m3

Page 24: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

24

154

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

3. TEMPERATURAS TEÓRICA DE CHAMA

No projecto de um reactor/fornalha/queimador é de elevada importância o conhecimentoda temperatura máxima que se pode atingir durante uma determinada combustão, de modoa seleccionar-se o material mais adequado a ser utilizado na sua construção.

Deste modo, pode-se definir diversas temperaturas que permitem caracterizar a combustão.

Temperatura de reacção adiabática ou temperatura teórica de chama (ou de combustão):

Temperatura que os gases de uma combustão atingem, quando:

(a) – a combustão é efectuada de uma forma adiabática;(b) - A combustão é completa;(c) – não é realizado trabalho.

Pode ser calculada considerando que o comburente é o ar ou só o oxigénio.

155

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Temperatura de reacção adiabática máxima ou temperatura teórica de chama máxima:

(a) – a combustão é efectuada de uma forma adiabática;(b) - A combustão é completa;(c) – não é realizado trabalho;(d) – os comburentes encontram-se na proporção estequiométrica exigida pela

combustão completa de todo o combustível.

Pode ser calculada considerando que o comburente é o ar ou só o oxigénio.

Temperatura real de chama:

Temperatura que efectivamente é atingida pelos gases de combustão. É bastante inferioràs temperaturas teóricas.

No seu cálculo tem-se em consideração: -Todas as espécies que intervêm na reacção (reagente limitante não convertido,reagentes em excesso, produtos da reacção e inertes)

- Perdas caloríficas no reactor

Temperatura que os gases de uma combustão atingem, quando:

Page 25: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

25

156

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

EXEMPLO 1.16

Resolução:

Um combustível gasoso, composto por 60% de H2 e 40% de CH4, é alimentado a um

queimador com um caudal de 100 moles/min. Este combustível é completamente queimado

com um excesso de 50% de ar. As perdas caloríficas por radiação através das paredes do

queimador são de 20% da entalpia global de reacção.

Sabendo que o combustível e o ar se encontram inicialmente a 25ºC, determinar, para a

mistura de gases de combustão efluente do queimador:

A) A temperatura teórica de chama máxima, no ar.B) A temperatura teórica de chama, no oxigénio. (ver a resolução nos prob. resolvidos)C) A temperatura real de chama.

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

Base de cálculo: 100 moles/min nacorrente ① .

157

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

A) Calculo da TTC máxima

H2 + ½ O2 → H2O

CH4 + 2 O2 → 2 H2O + CO2

Reacções de combustão:

Vamos assim considerar que:- Reacção adiabática (QP = 0);- Conversão total;- Excesso de comburente nulo

60 30 60

40 80 80 40

110 140

60

40

--

--

--

--

100

--

--

110

413,8

--

--

523,8

--

--

--

413,8

140

40

593,8

H2

CH4

O2

N2

H2O

CO2

TOTAL

① ② ③Moles/min

Balanço de massas

Page 26: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

26

158

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

Balanço de energia

0R Q H H H 321 +∆=∆+∆

Estado de referência:Tref = 25ºCPref = Pressão de trabalho

Estado de agregação: todos os compostos gasosos

0 H H21

=∆=∆Assim:

0R Q- H3 =∆e

•••• Cálculo de :0R Q )4(CH )(H 0

C 0C

0R H 40H 60Q 2 ∆∆ += Mcal/min 11,14 Q 0

R −=

-57,7979 kcal/mol-191,759 kcal/mol

159

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Mcal/min 11,14 H3 =∆Queimador

③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

3

TT x T T c 2T T b a

22221121

+++

++=

T

dT C

_C

2

1

T

TP

P ∆

∫=

25) - T ( C 40 C 140 C 413,8 H CTº25;CTº25;CTº25;3 )P(CO O)P(H )(N P 222

++=∆

em que:

Como as capacidades caloríficas também dependem da temperatura, a resolução do deverá ser efectuada por um processo iterativo, ou por resolução gráfica (utilizando porexemplo o EXCEL).

H3∆

Para o CO2 foi utilizada a seguinte equação: 2T T

0,00004474 18,036 C 21P

++= (pág 52 das “Tabelas”)

Page 27: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

27

160

4

6

8

10

12

14

16

18

750 1250 1750 2250

T(ºC)

Ent

alpi

a (M

cal/m

in)

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

3H∆Deste modo, vamos considerar váriastemperatura, calculando o valor do para cada uma delas.

A representação gráfica da variação de com a temperatura é a seguinte:3H∆

Mcal/min 11,14 H3 =∆Como

Então TTCmáx = 1580ºC

≈11,14 Mcal/min

1580ºC

(confirmação através do EXCEL:

) Mcal/min 11,14 H C)1580 (T3 =∆ = o

161

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

B) Calculo da TRC

Esta temperatura vai ser calculadapara as condições reais da combustão.

H2 + ½ O2 → H2O

CH4 + 2 O2 → 2 H2O + CO2

Reacções de combustão:

60 30 60

40 80 80 40

110 140

60

40

--

--

--

--

100

--

--

165

620,7

--

--

785,7

--

--

55

620,7

140

40

855,7

H2

CH4

O2

N2

H2O

CO2

TOTAL

① ② ③Moles/min

Balanço de massas

Sabendo que a %E(O2) é de 50% então o O2 em ② será de (110 x 1,5) = 165 mole/min

Page 28: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

28

162

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

Balanço de energia

0R Q Q H H H P321 ++∆=∆+∆

0 H H21

=∆=∆Como:

) Q Q ( - H 0R P3 +=∆Então:

-11,14 Mcal/min0,20 x -11,14 Mcal/min

Mcal/min 18,9 H3 =∆

25) - T ( C 40 C 140 C620,7 C 55 H CTº25;CTº25;CTº25;CTº25;3 )P(CO O)P(H )(N P )(O P 2222

+++=∆

Para a nova composição da corrente ③ temos que:

163

4

6

8

10

12

14

16

500 1000 1500

T(ºC)

Ent

alpi

a (M

cal/m

in)

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Queimador③①

H2 - 60%CH4 – 40%

O2

N2 O2

N2

CO2

H2O

25ºC

25ºC

T = ??

QP

A representação gráfica da variação de com a temperatura é a seguinte:3H∆

Mcal/min 8,91 H3 =∆Como

Então TRC = 1020ºC

≈8,91 Mcal/min

1020ºC

(confirmação através do EXCEL:

) Mcal/min 8,91 H C)1020 (T3 =∆ = o

Page 29: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

29

164

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Em qualquer processo em que tenha lugar uma transformação na estrutura química o REACTOR QUÍMICO ou BIOLÓGICO pode ser considerado como o coração da instalação.

Classificação dos Reactores

A) Relativamente ao estado das fases dos reagentes e produtos

1. Reactores homogéneos – só existe uma fase (gasosa ou líquida)2. Reactores hetreogéneos – reactores multifásicos (existem 2 ou 3 fases )

Reactores catalíticos – são reactores heteogéneos (sólido-fluido), em que a fase sólidaestá presente como catalisador.

C) PRINCIPAIS PEÇAS DE EQUIPAMENTO ENVOLVENDO REACÇÃO

165

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Classificação dos Reactores

B) Relativamente ao modo de funcionamento

1. Reactores descontínuos

2. Reactores semi-contínuos

3. Reactores contínuos

a) Reactores contínuos de tanque agitado

b) Reactores tubulares

Page 30: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

30

166

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

1. REACTORES DESCONTÍNUOS (BSTR)(Batch Stirred Tank Reactor)

BSTR

S-101

S-102

S-103

Reagentes carregadosno início da reacção

Produtos removidosno fim da reacção

BSTR.avi (*)

167

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

2. REACTORES SEMI-CONTÍNUOS

.

S-101

S-102

S-103

Reagentes carregadosdescontinuamente

Produtos removidosno fim da reacção

Semi-cont.avi (*)

Page 31: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

31

168

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

3a. REACTORES CONTÍNUOS DE TANQUE AGITADO (CSTR)(Continuous Stirred Tank Reactor)

Posição

Conc

.

Reagentes

Produtos

CSTR

S-101

S-102

S-103

Reagentes carregadoscontinuamente

Produtos removidoscontinuamente

CSTR.avi (*)

169

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

3b. REACTORES TUBULARES (PFR)(Flug Flow Reactor)

Reagentes carregadoscontinuamente

Produtos removidoscontinuamente

PFRS-101

S-102

(*) vídeos retirados de: R.M. Felder e R.W. Rousseau “Interactive Chemical Processes Principles”, developed by INTELLIPRO, Inc,

PFR.avi (*)

Page 32: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

32

170

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Classificação dos Reactores

C) Reactores Biológicos

1. Reactores enzimáticos

2. Fermentadores

1. REACTORES ENZIMÁTICOS

Reactores utilizados para reacções em que intervêm enzimas livres (reactores

homogéneos) ou imobilizados (reactores heterogéneos).

Podem ser reactores contínuos ou descontínuos.

171

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

2. FERMENTADORES

Reactores utilizados para reacções em que intervêm células viáveis em processos

metabólico (reactores heterogéneos – a fase sólida são as células).

São normalmente reactores descontínuos podendo também ser contínuos.

Page 33: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

33

172

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

(fermentadores de cerveja)(fermentadores de 300L)

173

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Maior fermentador industrial em todo o mundo (65 metros de altura).

ICI, Ltd. factory, Billingham, UK, (Chem. Eng. News, 18-Sep-78)

Page 34: CAP TULO 1 - Parte 2 · A entalpia de formação padrão, e consequentemente a entalpia de reacção padrão, depende ... Enxofre Ortorrômbico Monoclínico 0 0,453 2,6 0 ... alotropia

34

174

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

Reactores com transferência de calor

Reactores (descontínuos, neste exemplo) com diversos modos de arrefecimento/aquecimento

Camisa Serpentinainterna

Permutador decalor externo

175

José A. L. Santos PROCESSOS DE ENGENHARIA QUÍMICA E BIOLÓGICA II – MEBiológica & MEQuímica

CAPÍTULO I - BALANÇOS DE ENERGIA A PROCESSOS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

1.4 BALANÇOS DE ENERGIA EM PROCESSOS COM REACÇÃO

PROBLEMA 1.21

Na fermentação contínua anaeróbica de uma levedura, realizada à temperatura de 25°C,obtêm-se como produtos glicerol e etanol. A fonte de carbono é a glucose enquanto que a fonte de azoto é o amoníaco. Tendo em consideração a tabela seguinte, onde estão indicados os caudais mássicos das entradas e saídas (ambas à temperatura de fermentação), calcule o calor que énecessário remover do fermentador.

Dado:

kJ/g 21,2- Hoc =∆ células

kg/h Entradas Saídas

Glucose 36,0 -- Amoníaco 0,40 -- Células -- 2,81 Glicerol -- 7,94 Etanol -- 11,9 Água -- 0,15 Dióxido de carbono

-- 13,6