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1º ANO – 2º BIMESTRE – 2013CAPÍTULO 10 – POLÍTICA E ECONOMIA NA IDADE MODERNADurante a Idade Média, o poder esteve particularizado nas mãos da nobreza feudal.
A Igreja mantinha-se como o único elemento unificador das sociedades europeias,
daí as frequentes intervenções papais nas questões políticas.
Com a crise do feudalismo, os particularismos feudais e o universalismo da Igreja
foram sendo substituídos pela centralização política dos Estados, enfraquecendo
assim o poder da nobreza e da Igreja.
Surgia assim o Estado nacional, caracterizado pela existência de um poder político
centralizado nas mãos de um monarca, por fronteiras nacionais definidas, com
impostos unificados e uma língua nacional.
O ABSOLUTISMO MONÁRQUICOOs Estados absolutistas representaram uma evolução das monarquias nacionais
formadas ainda na Baixa Idade Média. Os reis tornaram-se poderosos demais,
uma vez que eles passaram a decidir sobre a política de impostos, sobre questões
econômicas e de justiça, justificando, assim a ideia de que tinham um poder
absoluto sobre tudo e todos.
A predominância do absolutismo monárquico como forma de governo foi marcante
durante toda a Idade Moderna. Alguns pensadores, chamados de teóricos do
absolutismo argumentavam em defesa do absolutismo. Vejamos:
Nicolau Maquiavel ( 1469 – 1527 ) – Defensor da separação do Estado em relação
à Igreja.
Jean Bodin ( 1530 – 1596 ) – defendeu a ideia de que o monarca representava, em
suas decisões a vontade de Deus e que, por isso, todos os súditos deveriam
respeitá-las.
Jacques Bossuet ( 1627 – 1704 ) – defendeu que o poder e a autoridade dos reis
tinham origem divina.
Hugo Grotius ( 1583 – 1645 ) – considerava que somente com uma autoridade
ilimitada nas mãos do rei seria possível a manutenção da ordem interna do Estado.
Thomas Hobbes ( 1588 – 1679 ) – afirmava que o homem sem governo vive no
mais completo estado de guerra. Desse modo, a única maneira de acabar com os
conflitos é entregar a autoridade ou o poder a um só homem, que governe com
poderes ilimitados para eliminar a desordem e a insegurança. Afinal, segundo ele, “o
homem é o lobo do homem”.
MERCANTILISMO: AS PRÁTICAS ECONÔMICAS DOS REIS ABSOLUTOSOs reis absolutistas europeus da Idade Moderna usam mais ou menos o mesmo
conjunto de práticas econômicas, ao qual damos o nome de mercantilismo.
Baseando principalmente na intervenção do Estado sobre o funcionamento da
economia, esse dirigismo foi a alternativa que os reis absolutistas encontraram para
promover o desenvolvimento e o consequente fortalecimento de seus respectivos
Estados.
Além do intervencionismo estatal sobre a economia, há outras características do
mercantilismo, como o metalismo ( intenção de promover a acumulação de metais
preciosos dentro das fronteiras nacionais, como meio de alcançar riqueza e
prosperidade), o protecionismo ( proteger a economia nacional com práticas
monopolistas, limitando as importações por meio de tarifas alfandegárias elevadas),
O superávit comercial ( manutenção de uma balança comercial favorável,
mantendo os níveis de importações menores do que os de exportações) e o
colonialismo ( busca de colônias de onde se pudesse extrair a maior quantidade de
recursos).
A Espanha adotou a prática do Mercantilismo voltada para o Bulionismo ou metalismo que significa o entesouramento do ouro e da prata extraídos da América.
Entretanto, o excesso de metais preciosos fez com que a Espanha não se
preocupasse em produzir coisa alguma, pois podia comprar de outras nações. Já a
França adotou o Colbertismo ou industrialismo, incentivou a produção
manufatureira, especialmente artigos de luxo . Formação de Companhias de
Comércio com vistas a explorar as potencialidades do comércio colonial. Apesar de
essas medidas terem fortalecido a economia, os gastos desnecessários e o
envolvimento em guerras acabaram prejudicando as finanças do Estado Francês. A
Inglaterra adotou o Comercialismo, estimulando o comércio marítimo em escala
mundial, que, somado a um excessivo protecionismo, fez com que a burguesia e o
Estado inglês se fortalecessem de tal maneira que os recursos desse
enriquecimento, somados a outros fatores, acabariam promovendo a Revolução
Industrial.
Cabe ressaltar que o colonialismo foi um dos mais importantes elementos do
mercantilismo, pois, por meio da exploração das colônias e da adoção do
monopólio, representado por aquilo que se tornou conhecido como pacto-colonial, garantiam-se enormes lucros para os Estados europeus e para suas respectivas
burguesias.
O ABSOLUTISMO EM PORTUGALOs reis da dinastia de Avis consolidaram o absolutismo português, o que colocou
Portugal mais uma vez à frente das outras nações europeias. Isso explica o
pioneirismo luso em grandes projetos de expansão comercial, como as Grandes
Navegações, iniciadas ainda em 1415. Os reis de Avis foram os responsáveis pela
Expansão Marítima e Comercial portuguesa , incluindo aí a conquista de parte da
América.
A dinastia de Avis durou até 1580, quando, por um outro problema sucessório, o
destino político de Portugal tomou outros rumos. Mas o absolutismo luso só
acabaria em 1820, após a Revolução do Porto.
O ABSOLUTISMO NA ESPANHAA unificação política da Espanha também se concretizou após a expulsão dos
árabes da península Ibérica, depois do casamento dos chamados “reis católicos”,
Fernando de Aragão e Isabel de Castela, que reconquistaram o reino de Granada e
iniciaram a expansão marítima espanhola em 1492.
Em 1516, após a morte de D. Fernando, tornou-se rei da Espanha seu neto, Carlos,
da família Habsburgo, assumindo com o título de Carlos I. Em 1519, o mesmo
Carlos foi eleito imperador do Sacro Império Romano Germânico com o título de
Carlos V. Entretanto, em 1556, resolveu dividir o vasto império entre seu filho Felipe
e seu irmão Fernando.
Durante os reinados de Carlos I e de Felipe II ocorreu o apogeu do absolutismo
espanhol, fruto dos resultados da expansão e consequente conquista da América,
cuja colonização rendeu aos cofres da Espanha vultosas somas, de metais.
Na questão sucessória do trono português, em 1580, Felipe conseguiu unir Portugal
à Espanha, fato conhecido como União Ibérica.
O absolutismo espanhol, assim como o português, persistiu até o início do século
XIX.
O ABSOLUTISMO NA FRANÇADurante a dinastia Valois, já era possível identificar traços absolutistas no Estado
francês. O rei Francisco I deu início à expansão marítima e à utilização da política
econômica mercantilista; ele e Henrique II conseguiram submeter a Igreja ao poder
real, que exerceram com grande autoridade. Entretanto, foi com os reis da dinastia
de Bourbon, iniciada em 1589, que o absolutismo atingiu seu apogeu na França.
No governo de Luís XIII, deve ser dado destaque ao seu principal ministro, o cardeal
Richelieu, que consolidou o poder real frente à nobreza, desenvolvendo o
mercantilismo, Richelieu consolidou a monarquia absoluta e impôs a hegemonia da
França sobre a Europa.
Em 1643, o trono francês passou para Luís XIV, considerado o mais absolutista dos
monarcas franceses. A ele é atribuída a frase: “O Estado sou eu”. Era chamado Rei
Sol, pois considerava sua corte a mais brilhante da Europa.
O ABSOLUTISMO NA INGLATERRAQuando o absolutismo começou a se consolidar como forma de governo
característica da Idade Moderna, a Inglaterra já possuía uma experiência
parlamentar de mais de dois séculos.
A Inglaterra também conheceu um período da sua história política em que o poder
esteve concentrado de forma absoluta nas mãos de um monarca. O absolutismo na
Inglaterra iniciou-se com Henrique VII (1485 – 1509 ), após a Guerra das Duas
Rosas (1455 – 1485 ), guerra civil envolvendo membros da família Lancaster, que
tinha como símbolo (brasão) uma rosa vermelha, e da família York, cujo brasão
oficial era uma rosa branca.
Em 1485, com o país devastado por trinta anos de guerra, as partes envolvidas no
conflito resolveram entregar o trono a Henrique Tudor, descendente das duas
famílias, que assumiu o poder com o título de Henrique VII, fundador da dinastia
Tudor. Esse monarca conseguiu organizar a economia inglesa com o apoio da
burguesia, interessada na estabilidade política do país para garantir o sucesso dos
negócios.
Os Tudors continuaram no poder com Henrique VIII, que governou a Inglaterra de
1509 a 1547, sendo o responsável pela Reforma Religiosa, ao fundar a Igreja
Anglicana e eliminar o poder da Igreja Católica na Inglaterra.
Mas o apogeu do absolutismo inglês viria com Elizabeth I (1558 – 1603). Ela deu
início a uma política de investimentos na frota naval inglesa, assim como na
conquista e montagem de colônias especialmente na América do Norte.
Elizabeth dotou medidas importantes no sentido de fortalecer ainda mais o poder
real, mesmo que isso não favorecesse a todos os ingleses. Com sua morte, em
1603, chegou ao fim a dinastia Tudor. Ela ficou conhecida como a “rainha virgem”. O
trono inglês passou para as mãos de seu primo rei da Escócia, chamado Jaime.
Tinha início então, a dinastia Stuart.