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CAPACITAÇÃO DAS AUTORIDADES DE TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS ANA PEREIRA DE MIRANDA VOGAL DO CONSELHO DIRETIVO DO IMT, IP NOVEMBRO 2017

CAPACITAÇÃO DAS AUTORIDADES DE TRANSPORTES … · competentes dos EM devem contratualizar a prestação de serviços públicos de transporte de passageiros até 3 de dezembro de

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CAPACITAÇÃO DAS AUTORIDADES DE

TRANSPORTES PÚBLICOS DE PASSAGEIROS

ANA PEREIRA DE MIRANDA

VOGAL DO CONSELHO DIRETIVO DO IMT, IP

NOVEMBRO 2017

I. Concorrência e contratação no âmbito do

novo regime jurídico

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (I)

Regulamento (CE) 1370/2007 (alterado pelo Regulamento (UE) 2016/238 do PE

e do Conselho de 14.12 (4.º Pacote Ferroviário, que entra em vigor em

31.12.2017):

No que respeita ao transporte rodoviário não se verificaram alterações: as autoridades de transportes

competentes dos EM devem contratualizar a prestação de serviços públicos de transporte de

passageiros até 3 de dezembro de 2019 (regime-regra: procedimento de contratação pública ou

diretamente por Operadores Internos ou por Autoridades de Transportes). A data em causa termina o

período de transição de 10 anos para adaptação ao novo regime jurídico, que a UE tem designado como

“concorrência regulada”.

Não existe qualquer evidência que esse prazo possa vir a ser alterado ou derrogado (as alterações

recentes visam apenas a abertura do mercado nacional de serviços de transporte ferroviário e não

houve, no âmbito de discussões do 4PF, vontade de proceder a qualquer alteração do prazo em

referência).

Assim, torna-se urgente, a nível nacional, concretizar o novo RJSTP (aprovado pela Lei n.º 52/2015).

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (II)

O RJSPTP (aprovado pela Lei n.º 52/2015):

A Lei 52/2015 estabelece que constituem atribuições das autoridades de transportes a definição dos

Objetivos Estratégicos do Sistema de Mobilidade, o Planeamento, Organização, Operação,

Atribuição, Fiscalização. Investimento, Financiamento, Divulgação e Desenvolvimento do Serviço

Público do Transporte de Passageiros por modo ferroviário, rodoviário e outros modos guiados;

São Autoridades de Transportes: (I) Estado, nos seus “Operadores Internos” (com possibilidade de

delegação noutras entidades, IMT, CIM, outras entidades públicas); (II) As CIM e as Áreas

Metropolitanas quanto aos serviços de transporte público de passageiros intermunicipais, que se

desenvolvam integralmente na sua área geográfica; (III) os Municípios, quanto aos serviços públicos de

transporte de passageiros municipais; (IV) as Regiões Autónomas;

As Autoridades de Transportes podem delegar ou partilhar competências através da celebração de

contratos interadministrativos – designadamente para efeitos de manutenção do regime de exploração, a

título provisório dos serviços antes titulados por “licenças RTA” (autorizações provisórias que se podem

manter até 2019);

De acordo com o Regulamento 1370/2007 (aplicação direta na ordem jurídica PT), os CSP devem ser

adjudicados de acordo com as regras estabelecidas até 3.12.2019 (após o período transitório de 10

anos) – ou seja, nessa data já devem encontrar-se celebrados CSP, de acordo com procedimentos

concorrenciais, abertos e não discriminatórios.

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (III)

Regulamento 1370/2007 e RJSPTP (I)

Comissão Europeia, nas Orientações para aplicação do Regulamento esclarece e chama a atenção

que os EM não devem esperar pela data de 3 de dezembro de 2019 para iniciar a aplicação da regra de

adjudicação de CSP com base em procedimentos concorrenciais.

Os EM devem tomar as medidas adequadas para dar gradualmente cumprimento a tal exigência (no

período transitório), a fim de evitar “concentrações” no limite do período em referência.

Mesmo para os casos em que o Regulamento admite o ajuste direto como regime “natural” – vide

Operadores Internos ou Autoridades de Transporte que prestam elas próprias os serviços de TPP – a

data de 3 de dezembro funciona como limite, para conformação das prestações de serviços em causa

através de CSP, com OSP desenhadas e definidas (incluindo o regime da respetiva compensação

financeira).

Quais são essas “medidas adequadas”?

Desenvolvimento de ações de articulação/cooperação entre Autoridades de Transportes,

Operadores, conhecimento/levantamento dos serviços existentes, planeamento da Mobilidade

tendo em conta o território, preparação e lançamento de procedimentos pré-contratuais e (afinal)

contratação (ou contratualização) dos serviços de transporte de passageiros.

4 maio 2017 5

I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (IV)

Regulamento 1370/2007 e RJSPTP (II)

Conhecimento dos serviços existentes e planeamento são fulcrais para assegurar o desenho de

contratos equilibrados (do ponto de vista económico e financeiro), tendo em conta os seus impactos em

termos de coesão económica, territorial e social.

O (novo) Regulamento 2016/2338 (que altera o Regulamento 1370/2007) não ignora este aspeto– as

OSP devem gerar efeitos positivos de rede, promovendo o aumento da qualidade dos serviços,

coesão territorial e social e eficiência global do Sistema de Transportes Públicos.

Contratualização dos serviços de transporte público de passageiros (nos termos do Regulamento e do

RJSPTP), implica ponderação no desenho dos CSP: é necessário considerar o tipo de contrato mais

adequado, adequada compensação de OSP, cumprimento das regras e procedimentos em sede de

procedimentos pré-contratuais (nos termos do CCP).

Aspetos que devem ser considerados no “desenho contratual”: concorrência efetiva (e não falseada)

nos mercados relevantes, defesa do consumidor/passageiro, promoção da eficiência, sustentabilidade,

equidade, otimização e internalização dos aspetos económicos e societais, incluindo efeitos de rede,

segurança e qualidade, adequado conhecimento dos mercados e previsão de mecanismos adequados

de monitorização, fiscalização e modelos sancionatórios.

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (V)

Regulamento 1370/2007 e RJSPTP (III)

O tempo urge: sem prejuízo da recolha de informação, planeamento de rede (essencial assegurar o

Conhecimento e Capacitação das Autoridades de Transportes) é necessário tempo para: desenho e

elaboração das peças concursais e dos procedimentos de contratação pública.

Os procedimentos estão sujeitos a prazos e procedimentos inultrapassáveis: por exemplo, se a escolha

do procedimento recair num Concurso Público ou num Concurso Limitado por Prévia Qualificação, os

prazos podem estender-se por 4 a 7 meses (ou mesmo mais, tendo em conta as normais contingências

de um procedimento – adiamentos, reclamações, impugnações…).

Para além do mais, o Regulamento exige que as Autoridades de Transportes publicitem, com a

antecedência mínima de um ano, a sua intenção de adjudicar os serviços de transporte público de

passageiros, por via de procedimento concursal.

A nível interno há ainda que considerar a necessidade de obtenção prévia de parecer vinculativo por

parte do Regulador, AMT.

Sobre o IMT: ainda que a lei estabeleça aquilo que tem sido entendida como uma “competência

supletiva” (e que serviu para estabilizar o mercado, no âmbito do regime provisório), esta

competência/prerrogativa é, de per se, transitória e sujeita a um regime “degressivo” (/ou phasing out).

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico (VI)

Regulamento 1370/2007 e RJSPTP (IV)

A eternização, em elipse, do papel do IMT como “Autoridade de Transportes supletiva” ou rede de

segurança do Sistema, não é compaginável com um verdadeiro processo de descentralização de

competências (em Autoridades de Transportes de nível local), processo esse que foi concretizado pela

Lei 52/2015, lida em conjugação com a nova LAL.

Em suma, para que sejam cumpridos os prazos do Regulamento (no período 2015/16-2019): (i) as

Autoridades de Transportes devem assumir as suas competências; (ii) validar a informação (dados)

prestados pelos Operadores (base das Autorizações Provisórias); (iii) Planear Redes e Serviços; (iv)

Desenhar os Modelos Contratuais, bem como as Peças dos Procedimentos Pre-Contratuais; (v) Lançar

os Concursos, Adjudicar os Serviços e Contratualizar.

Para ter ideia de um Cronograma Indicativo (querendo cumprir os prazos do Regulamento), seria de

considerar a necessidade de Autoridade de Transportes publicitar a sua intenção de contratar com um

ano de antecedência (por exemplo, julho de 2018), e contar com o tempo para o lançamento e

desenvolvimento do procedimento de contratação e pronúncia das entidades públicas com

competências na matéria (AMT, TdC).

O resultado (otimista) seria um CSP em execução em novembro de 2019.

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico

Síntese (I)

O Regulamento 1370/2007 e a Lei n.º 52/2012, de 9 de junho, introduziram, a nível europeu e nacional

uma profunda reforma na organização e na atribuição do Serviço Público de Transporte de Passageiros,

seja pela obrigatoriedade da regra geral de submeter à concorrência aqueles serviços, seja pela

celebração de contratos de serviço público para qualquer empresa publica ou privada que receba

qualquer tipo de compensação, seja pelo início de um processo estrutural de descentralização de

competências para as entidades de nível local.

Esta reforma coloca desafios bastante relevantes, importando assegurar a necessidade de

capacitação e articulação entre autoridades competentes locais, a elaboração e implementação de

instrumentos de planeamento do território e da mobilidade e a preparação e implementação da

contratualização de serviços de transporte público de passageiros até à data limite de 3 de dezembro de

2019.

Segundo a Comissão Europeia este enquadramento oferece oportunidades como a potenciação de uma

maior transparência e a maximização dos recursos públicos disponíveis face às necessidades da

população e da economia, melhores condições concorrenciais e uma melhor relação custo-eficácia e

qualidade para os passageiros, potenciando um sistema mais eficaz, eficiente e sustentável,

gerador de maior segurança, maior coesão económica, territorial e social, entre outros.

No âmbito do acompanhamento da implementação da Lei n. º 52/2015, de 9 de junho foi constatado que

uma parte relevante das autoridades de transportes locais nacionais ainda não assumiu,

formalmente as respetivas atribuições, nem exerceu diversas competências, designadamente a

emissão de autorizações para a manutenção do regime de exploração a título provisório de serviços de

transporte público rodoviário de passageiros ou o lançamento de procedimentos pré-contratuais ou

aprovação de contratos de serviço público.

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I. Concorrência e Contratação no novo regime jurídico

Síntese (II)

O IMT, no seu papel de assessoria ao Governo, tem participado no desenho dos instrumentos de

apoio à capacitação técnica e financeira designadamente o Fundo para o Serviço Público de

Transportes – e considera-se da maior relevância que as autoridades locais competentes –

municípios, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas - procedam à assunção e

efetivação célere e urgente de competências, de forma a cumprir o prazo referido, que é obrigatório

para todos os Estados Membros da União Europeia.

Para alcançar tal desiderato é crucial garantir o cumprimento de procedimentos e prazos inerentes,

designadamente, dos procedimentos concursais nos termos do Regulamento e do Código dos

Contratos Públicos, tendo ainda em conta a apreciação prévia por parte da Autoridade da

Mobilidade e dos Transportes e do Tribunal de Contas.

Ora, adiamento ou atraso na contratualização de serviços públicos de transporte de passageiros

impedirá ou minimizará os benefícios que lhe estão inerentes, designadamente, e de acordo com

Relatórios de 2010 e 2016 da Comissão Europeia, a transparência e eficiente utilização dos

recursos públicos disponíveis face às necessidades da população, melhores condições

concorrenciais, um sistema mais eficaz, eficiente e sustentável, segurança, a boa relação custo-

eficácia e a qualidade para os passageiros.

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Concorrência e Contratação no novo regime jurídicoSíntese (III)

A não contratualização de serviços públicos potencia que diversos custos continuarão a ser

assumidos pelo país através da manutenção de um sistema que se poderá basear em

ineficiências várias, decorrentes do não conhecimento do sistema, da não adequação da

rede às necessidades ou do pagamento de compensações acima do que se será necessário.

Em conclusão, entende-se que apenas um com um esforço conjunto (Estado, IMT, AMT,

autarquias), será possível mitigar o risco de incumprimento do prazo supra referido, evitando-se

também qualquer sancionamento por parte da Comissão Europeia e do Tribunal de Justiça da

União Europeia, ao Estado Português, designadamente no que se refere a fundos europeus,

essenciais a todas as entidades públicas.

Aliá, recentemente foi aprovado o Regulamento (EU) 2016/2338, do Parlamento Europeu e do

Conselho de 14 de dezembro de 2016, que alterou o Regulamento n.º 1370/2007, onde a data de

3 de dezembro de 2019 foi mantida, o que indicia que o processo é contratualização é

mesmo para cumprir (tal como também confirmado informalmente pela Comissão Europeia).

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4 maio 2017 12

Níveis de preocupação com o carregamento de dados:

Quando o IMT alerta para a

necessidade de carregamento

de dados

Quando o IMT alerta para a

necessidade de carregamento

de dados e estamos em 2019!!!!!

II. Capacitação Institucional e Administrativa Do Papel do IMT

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I.P., (IMT) que é a entidade nacional responsável pela

regulamentação técnica, licenciamento, certificação e homologação, coordenação, fiscalização e

planeamento no setor dos transportes terrestres, bem como pela gestão de registos nacionais.

• Ao IMT cabe ainda apoiar as autoridades de transporte na implementação no novo regime

jurídico;

• Provisoriamente, e enquanto as novas autoridades não se constituírem, o IMT assume a gestão

das autorizações de serviços de transportes existentes, com exceção das referentes às Áreas

Metropolitanas;

• O IMT pode acompanhar contratos de concessão em que o Estado seja concedente e apoiar a

implementação da política de transportes e mobilidade

Importante: Não cabe ao IMT o planeamento do sistema, a elaboração de procedimentos concursais e/ou de

contratos de serviço público nos territórios de autoridades competentes de âmbito local.

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Regulação Técnica e

Licenciamento

II. Capacitação Institucional e Administrativa Do Papel do IMT

Ações já realizadas e em curso:

Sistema de Informação a que se refere o Artigo 22.º do RJSPTP (SIGGESC…):2016 janeiro a dezembro:

Disponibilização do link autorização provisória;

Disponibilização da data de validade da autorização provisória;

Disponibilização da visualização da autoridade de transportes de determinado serviço;

Disponibilização do módulo título e serviços por ano;

Formação a operadores e autoridades da Madeira.

2017 janeiro a novembro:

Disponibilização do módulo Serviços;

Disponibilização do módulo Títulos;

Disponibilização do módulo Serviços por Título;

Disponibilização do módulo Transporte Flexível;

Guião para o Período Transitório e Linhas Orientadoras;

Documento de Apoio à Operacionalização dos Serviços Mínimos de Transporte;

Modelo de Autorização para a Exploração do Serviço de Transporte Regular de Passageiros;

Realização de diversas Ações de Formação e Divulgação;

Documentos com elementos de respostas a Questões Frequentemente Colocadas (FAQ);

Vademecum de Definição de Conceitos utilizados no TPP;

Verificação da conformidade e Publicitação dos Contratos Interadministrativos.

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II. Capacitação Institucional e Administrativa Do Papel do IMT

Ações já realizadas e em curso:

Guião para o Período Transitório e Linhas Orientadoras;

Documento de Apoio à Operacionalização dos Serviços Mínimos de Transporte;

Modelo de Autorização para a Exploração do Serviço de Transporte Regular de Passageiros;

Realização de diversas Ações de Formação e Divulgação;

Documentos com elementos de respostas a Questões Frequentemente Colocadas (FAQ);

Vademecum de Definição de Conceitos utilizados no TPP;

Verificação da conformidade e Publicitação dos Contratos Interadministrativos.

Mais:

Apoio ao Governo na elaboração da Portaria que procede à criação e Regulamentação do Fundo

para o Serviço Público de Transportes, que se destina a auxiliar o Financiamento (e afinal, a

Capacitação) das Autoridades de Transportes – o apoio técnico, logístico e administrativo do Fundo

é assegurado pelo IMT – Portaria n.º 359-A/2017, de 20 de novembro.

Para além do mais, o IMT coordena o GTAT (Grupo de Trabalho para a Capacitação das

Autoridades de Transportes), criado no início de julho por iniciativa do Secretário de Estado das

Autarquias Locais e do Secretário de Estado Adjunto e do Ambiente e composto por representantes

da DGAL, da AML, da AMP, da ANMP e da AMT (como Observador).

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II. Capacitação Institucional e Administrativa Do Papel do IMT

Ações já realizadas e em curso

Deliberações do Conselho Diretivo do IMT

06.11.2015 – Registo obrigatório no SIGGESC de todos os serviços públicos de transporte de

passageiros (“carreiras RTA”) em exploração à data da entrada em vigor do RJSPTP;

22.12.2015 – prestação de informação no SIGGESC – adiamento do prazo (até 29.02.2016);

27.06.2016 – Aprova minuta do “Certificado”

20.07.2016 – Viabilização de serviço eventuais na época estival 2016

27.07.2016 – Autoriza a manutenção do regime de exploração a título provisório

22.12.2016 – Mantém a validade dos “Certificados” até à emissão das Autorização

Provisórias pelas Autoridades de Transporte competentes

02.03.2017 – Estabelece tipologia dos dados a reportar pelos operadores e prazo para a sua

introdução no SIGGESC (final 1.º semestre 2017)

22.06.2017 – Alarga o prazo previsto na Deliberação de 02.03.17.

03.10.2017 – Alarga o prazo previsto para carregamento da informação até 30.11.2017

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II. Capacitação Institucional e Administrativa Do Papel do IMT

Ações já realizadas e em curso

Do Certificado vs Autorização Provisória

Tal como já foi referido é necessário (e urgente) evitar a eternização do papel do IMT com “válvula de escape” do

Sistema RJSPTP;

No entanto….

O racional subjacente à emissão do Certificado (processo que foi objeto de Pronúncia Favorável por parte do

Regulador/AMT) é o seguinte:

Tendo o RJSPTP assumido a necessidade de emissão de Autorizações Provisória (pelas Autoridades de

Transportes competentes de nível Local) para continuação da prestação dos serviços de TPP (antes

“carreiras RTA”) e tendo-se verificado que existiam assimetrias e alguns atrasos na assunção dessas

competências e no carregamento e validação de dados no Sistema (SIGGESC);

Para evitar a disrupção na provisão do serviço de TPP (e tendo em conta a racionalidade dos Operadores

e dos Passageiros, sendo o serviço de TPP um SIEG, cuja prestação é essencial ao suprimento das

necessidades de deslocação quotidiana das populações e que não pode ser interrompido sob pena de grave

lesão do interesse público), foi deliberado que o IMT emitira (a título supletivo) um “Certificado” que

constituísse o título habilitante para a prestação dos referidos serviços;

O referido processo foi assumido pelo IMT, em cumprimento das suas obrigações legais e estatutárias,

assegurando em articulação com o Estado e demais Autoridades de Transportes, todos os passos

necessários à implementação do RJSPTP, tendo em conta um mercado em mutação concorrencial,

potencialmente gerador de “falhas” que devem ser supridas.

Assim, os “Certificados” mantém a sua validade até emissão de Autorizações Provisórias pelas Autoridades

de Transportes (que devem assumir formalmente essa qualidade e registar a informação no SIGGESC).

Tratou-se de uma medida de caráter excecional, tendo em conta o interesse público

subjacente…Assim, agir continua a ser essencial!

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Quanto à capacitação das autoridades de transportes, importa saber:

1 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes?

2 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, a nível organizacional?

3 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, a nível técnico?

4 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, quanto à informação sobre o sistema?

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Nesta etapa de transição, as novas autoridades de transporte deverão capacitar-se, de modo a garantir quepossuem as competências técnicas necessárias que lhes permitam o desenvolvimento das tarefas identificadasna 1.ª Fase da implementação do RJSPTP mas, igualmente, iniciar a implementação das competênciasnecessárias ao desenvolvimento da fase seguinte de aplicação da totalidade do novo regime jurídico.

Este processo envolve a consideração de quatro vertentes:

Criação da estrutura organizativa

Desenho da distribuição de competências e processos de articulação vertical e horizontal

Obtenção da informação de base

Capacitação das equipas técnicasCap

acit

ação

R

1 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes?

Nota: A profundidade da capacitação institucional está dependente da extensão de competências que cada autoridade de transportesassumir ou da responsabilidade assumida em processos de articulação ou partilha de competências, bem como dos prazos em que talassunção ou partilha de competências se der, mas também terá em conta os circunstancialismos locais (número e extensão de serviços,área territorial, etc.).

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É necessário densificar a estrutura organizativa e o desenho institucional.R

2 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, a nível organizacional ?

Criação de estruturas

organizativas

• As CIM/AM e municípios precisam de adaptar a estrutura da organização às novascompetências de planeamento e gestão das redes e serviços de transportes.

• A implementação do RJSPTP implica a constituição de um corpo técnico base,dedicado aos transportes e mobilidade, mas a dimensão desta equipa e as valênciastécnicas asseguradas dependem do nível de competências que forem assumidaspor cada uma das autoridades.

Desenho da distribuição de competências e

respetivos processos de articulação vertical e horizontal

Uma vez acordada a distribuição de competências entre autoridades, é necessárioestabelecer a organização interna de cada autoridade de transportes e enquadrar osprocessos de:• Articulação vertical: entre a(s) CIM(s) e autarquia(s) e destas com o IMT e a AMT.• Articulação horizontal: entre entidades de mesmo nível e em cada estrutura

organizativa, entre o departamento responsável pela gestão e planeamento dasredes e serviços de transportes e os restantes departamentos da estruturaorganizativa (e.g., Câmara Municipal ou outra).

B.

21

Capacitação das

equipas técnicas

A capacitação das equipas técnicas pode ser desenvolvida de formagradual, à medida que se assumam e efetivem todas as competênciasda autoridade de transportes.

É fundamental que as equipas tenham capacidade para desenvolver as seguintes tarefas:

É necessário proceder à capacitação de equipas técnicas.R

3 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, a nível técnico?B.2

• Compreensão da organização da oferta e da procura de transportes, no que diz respeito ao serviço que éproporcionado pelos operadores, com recurso ao SIGGESC e a sistemas de monitorização do setor

• Validação da informação carregada no SIGGESC, em articulação com os operadores de transporte, de modo agarantir que a mesma traduz o serviço oferecido

• Comunicação com as diferentes autoridades de transportes, de modo a compreender a articulação entre osdiferentes serviços de transporte.

• Elaboração dos conteúdos dos contratos interadministrativos a celebrar entre autoridades de transportes edesenho das autorizações provisórias e correta especificação dos termos em que estas são atribuídas;

• Desenho, contratualização e implementação da rede e serviços de transportes e mobilidade intermodal.

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Planeamentode redes Economia Direito

Especialista em SIG’s

Engenharia / Geografia

Design / Comunicação

Organização, planeamento, desenvolvimento e articulação dos serviços de transporte

Exploração através de meios próprios e ou da atribuição a operadores de serviço público

Investimento nas redes, equipamentos e infraestruturas

Realização de inquéritos à mobilidade e promoção da adoção de instrumentos de planeamento de transportes

Financiamento do SPTP, bem como das redes, equipamentos e infraestruturas

Fiscalização e monitorização da exploração do serviço público de transporte de passageiros

Gestão do sistema tarifário e das compensações por bonificações sociais

Divulgação do serviço público de transporte de passageiros

Gestão de contratos e determinação e financiamento das obrigações de serviço público

Planeamento das

infraestruturas redes e de

serviços

Gestão e monitorização

Informação e Divulgação

4 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, a nível técnico?B.2

R

23

Obtenção da informação de base

O planeamento e a gestão dos serviços de transportes por parte dasautoridades de transportes pressupõe que estas conhecem a oferta e a procurano território em que se desenvolvem.

Para tal é necessário desenvolver bases de trabalho:

Base de dados

sobre a procura e a oferta de

transporte público

Base de dados com custos do sistema

• Garantir, numa primeira fase, que os operadores começam a disponibilizar informaçãosobre a procura e a oferta numa base regular.

• Realização de recolhas complementares de informação (contagens, inquéritos origem-destino, inquéritos à mobilidade, inquéritos de satisfação), de modo a construir umabase de trabalho consistente.

• Conhecer a procura e a oferta atual e a evolução ao longo do tempo.• A informação do SIGGESC é essencial para esta caracterização e é uma ferramenta com

enormes potencialidades para a maturidade do processo de planeamento das redes eserviços de transportes.

• Base de dados com custos do sistema tendo em conta inquéritos à mobilidade e a contapública do sistema.

• Construção de uma matriz de custos de produção de transporte que permita igualmenteavaliar quais as melhores opções contratuais a considerar na 2.ª fase da aplicação doRJSPTP.

R

4 - Como se devem capacitar as autoridades de transportes, quanto à informação sobre o sistema?B

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Capacitação Institucional e Administrativa Contratos interadministrativos

• As autoridades de transportes podem delegar as

respetivas competências, nos termos do artigo 10.º

do RJSPTP, nomeadamente através de contratos

interadministrativos.

• Os contratos interadministrativos

estabelecem as regras relativas à

articulação, delegação e partilha de

competências entre as autoridades de

transportes.

• Os contratos devem ser remetidos ao IMT

para verificação da conformidade legal e

posterior publicação.

• Até ao momento, foram publicados no site

do IMT 167 contratos interadministrativos

de delegação de competências.

4411

4757

1964

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

4180

4510

1770

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Base

Parcelares

Variantes

Serviços

Novembro 2016

10460

Capacitação Institucional e Administrativa (iii)Carregamento de serviços (SIGGESC)

Carregamentos

11132

Serviços

Novembro 2017

Serviços

Abril 2017

4470

4825

2009

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

11304

Capacitação institucional e administrativa

Ações próximas a desenvolver pelas Autoridades Transportes