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7/23/2019 CAPELATO, Maria Helena. Os Arautos Do Liberalismo Imprensa Paulista Doc
http://slidepdf.com/reader/full/capelato-maria-helena-os-arautos-do-liberalismo-imprensa-paulista-doc 1/19
Maria Helena. Os arautos do liberalismo: imprensa paulista 1920-1945. São Paulo: Editora
rasiliense! 19"9.
Introdução:
#e$orte: 1920-1945.
Ob%eti&o: Estudar o liberalismo dos %ornais paulistas
p-12: O projeto pedagógico que visava regenerar o país com base nos parâmetros do
liberalismo orientou a intervenção dos representantes dos periódicos na vida política e social
Por tanto a autora pretende $ompreender 'ual o (rau de manipula)ão 'ue os peri*di$os
e+er$iam na so$iedade.
Panorama pol,ti$o se di&idia entre os liberais e os antiliberais. O trabalo dar /nase
na $orrente liberal. autora parte do prin$,pio 'ue esta di&isão não se da&a $lara! e por isso as
$ontendas pol,ti$as se i+a&am dentro dos $ontedos %ornal,sti$os.
autora ressalta 'ue este pro%eto liberal reno&ador oi $onstantemente rea&aliado e
transormado e este pensamento não era omo(/neo dentro de todos liberais! a&ia sim
di&er(/n$ias mltiplas entre todos deensores de uma &isão liberal.
3is$ussão entre a adesão estran(eira do liberalismo! $r,ti$a do autoritarismo $omo apenas
uma imita)ão de uma proposta pol,ti$a e+terna. M+ima do autoritarismo.
Em s ideias ora do lu(ar de #oberto S$6ar7! uma inorma)ão de 'ue o liberalismo
no rasil! ruto de uma ist*ria $olonial! sempre un$ionou $omo uma ideolo(ia de se(undo
plano.
autora dis$orda desta airma)ão ao entender o sistema $apitalismo $omo orma dedomina)ão e(em8ni$a! promo&em em todos os territ*rios de sua domina)ão as mesmas
$ara$ter,sti$as e! portanto o liberalismo no rasil não seria uma ideia ora do lu(ar. 3e
endendo 'ue mesmo o liberalismo sendo uma ideia importada! não deine 'ue este não se
rela$ione $om a realidade brasileira.
#essalta 'ue na d$ada de 20 ini$ia as ormula)es de uma pol,ti$a alternati&a a ser
proposta. ; $oin$ide $om a anlise de Marlos essa sobre os $r,ti$os da repbli$a<.
O per,odo de 19=0 a 19=> intri(ante! pois representa&a tambm os anseios dos
liberais 'ue tambm se enileiraram $ontra a pol,ti$a da repbli$a &ela. ?este per,odo os
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liberais e antiliberais obti&eram &it*rias aleatoriamente at 19=> 'uando os antiliberais
assumem deinidamente o poder.
O %ornal então representa&a a ponta de lan)a destas no&as proposi)es. Os %ornalistas
na maioria não demonstra&am suas posi)es ilos*i$as! mas era per$ept,&el o posi$ionamento
ideol*(i$o mesmo assim.
autora di7 da inlu/n$ia da so$iolo(ia no pensamento de @lio Mes'uita Ailo! tendo
$omo matri7 o pensamento de 3urBeim.
autora $ra&a 'ual seu posi$ionamento rente o liberalismo.
p-23: Logo de inicio, já antecipo que, para mim, liberalismo não é sinnimo de democracia.
$redita 'ue o liberalismo uma imposi)ão $lassista bur(uesa! uma orma de
es$onder os problemas da so$iedade. ;&isão ortemente mar$a por um mar+ismo dos anos "0<.
Capelato mostra em 'uais pontos o liberalismo pretendeu atuar! sendo um delas este:
p-24: a pespectiva dos liberais em atingir o progresso dentro da ordem não e!clui a
democracia, ao contrário, a rea"irma. #ara a consolidação desse ideal, eles apresentam um
projeto político pedagógico que pressup$e a educação como "orça capa% de re"ormar a
sociedade.
Com a $e(ada de 19=> os pro%etos antiliberais i$am mais $laros! e a rea)ão liberal não
uniormi7ada.
Os %ornais liberais sempre se alinaram $omo opositores ao (o&erno! $ontudo antes de
Dar(as eles apoiaram a $andidatura de Prestes. ssim! 'uando o (o&erno assume $ensura
proundamente estes %ornais. E tambm neste per,odo sur(e %ornais de apoio ao (o&erno!$omo o $aso de O &empo.
Em 19=2! e+plode em São Paulo a re&olu)ão liberal! tendo $omo um dos seus
prin$ipais omentadores os %ornais liberais! desta$amos o OESP. ;neste mesmo ano ;19=2<
Mennu$$i era redator $ee do OESP e se transeriu para diretoria do %ornal O empo! %ornais
opostos em suas diretri7es pol,ti$as e oi perse(uido pela re&olu)ão<.
Em 1940 o %ornal OESP tem a inter&en)ão pela denun$ia 'ue a&ia armas
arma7enadas dentro do %ornal. Ai$ando na mão do Estado at 1944.
s ontes da autora são estes %ornais liberais paulistas:
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p-27: O'(#, )ol*a da +oite, )ol*a da an*ã, -iário #opular, -iário da +oite, -iário de (.
#aulo, -iário +acional, #latéia, /a%eta, O 0orreio #aulistano.
CAPÍTULO 1 – No Progresso !ter"!# ! ed"$"%!ção de u! gr!nde pot&n%"!
O $ap,tulo ini$ia tra7endo a inorma)ão de 'ue a imprensa liberal paulista sempre
pretendeu mostrar o atraso do rasil e $omparar $om as (randes pot/n$ias para bus$ar no&os
$aminos para a na)ão.
emas $entrais:
p-2': a "ormação racial e a "ormação econmica.
s propostas mostraram distintas nos &rios %ornais! em 'ue $ada re$orria a (randes
pensadores para embasar suas posi)es ideol*(i$as.
Muitas perspe$ti&as oram aloradas! al(umas &ersa&am sobre o passado $olonial da
na)ão! outras sobre as apro+ima)es $om os po&os latinos ou mesmo $om sa+8ni$os.
Contudo! nos %ornais! o estado de São Paulo i(ura&a $om espa)o prima7 do pro(resso.
@lio M. @r. 3eendia a tese de Oli&eira Dianna 'ue a$redita&a ser São Paulo o ponto
de e+pansão do pro(resso ao rasil! assumindo um papel de lideran)a dentro pa,s.
p-33: 1evolução de 2345 e!acerbou o regionalismo dos setores governistas, que
interpretaram o movimento como uma 6guerra contra (ão #aulo.
Muitos paulistas mesmo assim apoia&am o (olpe pois a$redita&am 'ue depois disto
São Paulo no&amente sairia $om o primeiro estado da na)ão. Compro&ando 'ue tal ato não
a$onte$eria! i$ou eminente a dela(ra)ão da re&olu)ão de 19=2.
p-33: derrota na guerra não abalou a convicção da superioridade dos paulistas.
7nvocando, como "i%era anos antes 89lio esquita )il*o, as análises do sociólogo brasileiro,
as )ol*as a"irmavam: 6(ão #aulo concentrou sempre um n9cleo de população que oliveira
;ianna, com sua autoridade de "ulgurante escritor e sabedor pro"undo das coisas brasileiras,
costuma classi"icar como sendo de um eugenismo superior <...=>. <). an*ã, ?.2?.2344=
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Mas mesmo assim! tomando em $omum uma anlise de 'ue São Paulo era o estado
superior! a&ia entre os %ornais liberais (rande di&er(/n$ia de 'ual rumo a na)ão de&eria
tomar.
Modelos $omo apro+ima)ão ou não dos Estados Fnidos $ir$ularam dentro das
proposi)es dos %ornais.
Es$ritores latino-ameri$anos sur(iam $om uma possibilidade de bus$ar internamente
no&as propostas.
?os %ornais pro Dar(as tambm a&ia uma pro$ura pela latinidade.
p-37: +o pós@45 o jornal tenentista O &empo uniu@se aos enaltecedores da latinidade que
contestavam o imperialismo norte@americano ...
p-3': +essa perspectiva, a interpretação do 6atraso> dos latino@americanos como
decorrente da sua origem ibérica < relacionada ao componente latino= "icava implicitamente
re"utada. O progresso concebido sob novo ângulo <espiritual e não material= permitia prever
um "uturo esplendoroso para a mérica Latina.
us$ando sempre um di&isão de renda mais i(ualitria. Drios autores $omo Eduardo
Prado! lberto orres e Cin$inato ra(a &ersa&am sobre a distribui)ão de renda e'uitati&a.
O uturo (randioso era a utopia 'ue a(lomera&am as di&ersas $orrentes ideol*(i$as do rasil.
di&isão dentro dos peri*di$os se da&a realmente $omo o pro%eto do rasil de&eria se
dar! assim e+istiam liberais a(raristas! liberais industrialistas! liberais 'ue a$reditam em uma
transi)ão entre o a(rrio ao industrialismo! liberal 'ue apoia&a o inter&en$ionismo! liberal 'ue
não apoia&a e liberal 'ue apoia&a em de&idas $ir$unstan$ias.
?este $onte+to! nos anos 20! sur(e tambm uma $r,ti$a ao liberalismo e aoimperialismo! dando /nase na perspe$ti&a na$ionalista.
p-(1: discussão sobre nacionalismo iria se reacender quando o movimento dos tenentes se
bi"urcou, dando origem a grupos norteados por ideologias de direita <o integralismo= e de
esquerda <ala prestista=. 'm ambos o nacionalismo se "ortaleceu, evidenciando
desdobramentos das ideias de lberto &orres, e redundou na de"esa do intervencionismo do
'stado.
O 'ue unia os liberais era a luta $ontra este na$ionalismo e+a$erbado.
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p-(1: (ob esse aspecto, os liberais agraristas e antiagraristas estavam de acordo, e as ideias
de nacionalismo encontraram resistAncia ao longo de todo o período estudado, na imprensa
liberal de (ão #aulo.
p-(1: not! 1(: lberto &orres assumira uma postura agrária, mas ideali%ara o "uturo
agrário numa perspectiva nacionalista que pressupun*a controle de economia pelo 'stado.
O OESP e+pli$a a situa)ão na$ional embasando no passado $olonial brasileiro!
di7endo 'ue o pa,s de&eria passar por um pro(resso $ampo-$idade para atin(ir plenamente o
pro(resso de&ido.
Com o ad&ento da repbli$a:
p-(4: O 'stado republicano colocou em prática uma política econmica de cun*o liberal,
que correspondia aos interesses dos ca"eicultores paulistas, de"ensores da descentrali%ação,
do não@intervencionismo e da livre iniciativa. as já no início da 1ep9blica *ouve
mani"estaç$es contrárias B teoria da livre concorrAncia, que embasava a política econmica
do governo, e surgiu a proposta de substituição do liberalismo econmico por um sistema
que garantisse e"etiva intervenção do 'stado na economia.
Proposta deendia posteriormente pelos tenentes e tambm por Dar(as.
Capelato ressalta 'ue os liberais antia(raristas deendiam uma $erta inter&en)ão do
estado na orma)ão do par'ue industrial! tal ato não $ontradi7ia o pensamento liberal! % 'ue
a$redita&am 'ue todas ati&idades de&eriam ter o m,nimo sustent$ulo para a $ria)ão de um
$enrio a&or&el para a li&re $on$orr/n$ia. ?o $enrio liberal podemos $olo$ar as )ol*as $omo o %ornal a(raristas e o O'(# e
-iários $omo deensores antia(rarios! le&ando entre esses dois ltimos $ertas distin)es de
ormas de a(ir.
p-(7: Os agraristas ignoraram esse problema, preocupando@se, acima de tudo, com o
arti"icialismo das ind9strias por contrariar o preceito básico da doutrina que os inspirava C
alei natural. O outro grupo de liberais, identi"icado com os teóricos utilitaristas, guiava@se
por ra%$es de ordem empírica, sendo, portanto, menos e!agerado nas críticas ao
protecionismo industrial.
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O OESP! $om uma &isão e&olu$ionista e não radi$ali7ada na deesa da indstria! pode
ser $ompreendida $oma orte li(a)ão $om o $a. l(uns membros da am,lia Mes'uita
tinam $ae7ais e por isso deendiam uma mudan)a pro(ressista. ssim! sua postura era
ampla! deendia a a(ri$ultura! a indstria! e! em $erta medida! o inter&en$ionismo.
p-(': +as décadas de ?5 e 45, a imprensa paulista participou do debate travado entre os
adeptos mais "ervorosos da liberdade econmica <os liberais agraristas=, os que admitam
e!ceç$es de acordo com as circunstâncias <liberais não@agraristas= e os de"ensores do
protecionismo <os industriais=. O acompan*amento dessa polAmica permite concluir que,
divergAncias B parte, os trAs grupos eram decididamente contra a proposta de controle
e"etivo da economia pelo poder central. Duando, na década de 45, essa ideia "oi posta na
prática, os liberais paulistas protestaram, c*egando B luta armada na tentativa de recuperar
nos pontos em que a consideravam essencial.
Os paulistas tinam orte inlu/n$ia nas de$ises sobre o pol,ti$a $aeeira! muitos
or(ani7a&am a So$iedade #ural rasileira. Guando esta institui)ão se transormou no
3epartamento ?a$ional do Ca! *r(ão ederal! os paulistas perderam as de$ises sobre os
$aminos 'ue o $a tomaria. Mesmo sobre $ensura os %ornais a(raristas se mostraram
des$onortados.
3urante o Estado ?o&o! as propostas liberais $lssi$as oram &en$idas pelos seus
ad&ersrios. Muitos interpreta&am o Estado ?o&o! $omo uma medida mdi$a! uma orma de
ala&an$ar o rasil! 'ue tina uma ist*ria me o liberalismo não se adaptaria. Fm pro$ura por
distan$iar das propostas na7ias$istas e uma apro+ima)ão das ormula)es de #oose&elt.
p-)3: +esse período, o governo voltou suas atenç$es para o mercado interno, privilegiandoas ind9strias. partir de 4E, a tendAncia dominante desse setor "oi a apro!imação com o
poder "ederal... Os industriais aderiram B nova "orma de intervencionismo do 'stado,
tornando@o opositores do liberalismo econmico.
us$aram ne(ar um anta(onismo entre indstria e a(ri$ultura! os %ornais pr* Dar(as
se esor)a&am para airmar tal pre$eito.
ssim nas )ol*as, %ornal a(raristas! tambm era e+presso apoio a Dar(as! $reditando
'ue o rasil tornar-se-ia o $eleiro do mundo.
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mportante ressaltar 'ue em momento espe$iais os liberais oram a&or&eis ao
inter&en$ionismo estatal. ?ão $ontradi7endo sua ideolo(ia 'ue pre(a&a o m,nimo de
$ondi)es para o li&re $omr$io. Contudo por mais di&ersas 'ue eram as propostas liberais
a&ia um pensamento 'ue os uniam:
p-)): o "im do atraso e a conquista do progresso.
O uturo sur(e então $omo espa)o de sal&a)ão na$ional. s Aolas $olo$a&am 'ue 'uando as
(randes na)es ra$assassem seria a &e7 de emer(ir o rasil pro(ressista. Para as AOIHS
isso dependeria de uma $onstru)ão de uma ra)a pura na$ional! adaptada ao meio ameri$ano.
ambm para as AOIHS de&eria a&er uma ra$ionali7a)ão da a(ri$ultura e da indstria! a
t$ni$a era a pedra de to'ue 'ue de&eria ministrar o pro(resso! entende-se t$ni$a $omo uso
de proposi)es $ient,i$as e modernas para o trabalo.
CAPÍTULO 2- pro*eto so%"!#: ! orde %oo %ond"ção de progresso
p-72: s re"ormas propostas pelos liberais tin*am um limite bem preciso: a propriedade
particular.
Para tal eito oi ne$essrio $riar uma ambiente de 'ue o dierente desta perspe$ti&a
ideol*(i$a pol,ti$a de&eria se tornar o inimi(o! o errado e o dierente.
p-7): #ara os re"ormadores da década de ?5, o mercado de trabal*o em desequilíbrio. 'ra
um problema que os preocupava particularmente, e por esse motivo se propuseram a indicar
"ormas de reorgani%á@lo. +as discuss$es sobre o tema *avia constantes re"erAncias a ummomento signi"icativo da *istória brasileira: aquele da passagem do trabal*o escravo para o
trabal*o livre.
?o p*s es$ra&idão o ne(ro e o sertane%o não se alina&am a l*(i$a de produ)ão proletria
$apitalista! assim a imi(ra)ão oi uma solu)ão para uma par$ela da so$iedade.
p-7): ' "oi e!atamente na teoria liberal que se "undamentou a justi"icativa para a utili%ação
da mão@de@obra estrangeira, em detrimento do trabal*ador brasileiro.
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?a d$ada de 1920 ou&e &aria)es na demanda de mão de obra estran(eira! assim
muita aten)ão se deu na mão de obra a(r,$ola na$ional.
p-77: O jornal O'(# props que se moderni%asse a produção agrícola através de máquinas
substitutivas do trabal*o do *omem. as era uma resolução que demandava tempo:
enquanto o sistema mecânico não "osse implantado não seria possível 6dispensar o concurso
do braço *umano. Ora, sem braço em grande cópia nãqo *á possibilidade de se bai!arem os
salários: a raridade de braços eleva@l*es os preços>, argumentou o jornal. <?2.F.23?G=.
;per,odo em 'ue Mennu$$i oi redator $ee do %ornal<
@ as AOIHS $riti$a&am as restri)es sobre a importa)ão de mão de obra estran(eira!
$riti$a&a duramente o (o&erno por não in$enti&ar tal tarea.
Criti$a&a a importa)ão de mão de obra %aponesa! pois di7ia 'ue este elemento era
indi(esto para nossa na)ão 'ue pretendia ormar uma ra)a omo(/nea.
Contra a importa)ão de mão de obra i+a&a o OESP. Perspe$ti&a ra$ial e+posta no
li&ro de @lio Mes'uita Ailo no seu li&ro Crise ?a$ional. eoria ra$ial de Spen$er. #a)a
um problema patol*(i$o.
3este modo as proposi)es de Mes'uita ;liberal< e Oli&eira Dianna ;antiliberal< são
anlo(as mesmo perten$endo a posi$ionamentos pol,ti$os distintos.
Medi$ina e a Hi(iene entram na dis$ussão $omo elemento de meloria para a ra)a
na$ional.
p-+(: )ernando de %evedo destacou@se como pioneiro nesse campo: em 232H, props a
criação de uma cadeira de 'ducação )ísica no /inásio de Ielo Jori%onte com o objeto dedespertar a atenção para essa parte que ele considerou tão menospre%ada na educação.
O mundo moderno ne$essita&a de um trabalador apto a trabalar $om as no&as
possibilidades de empre(o 'ue o mundo tra7ia! a sade e o bem estar eram indispens&eis
para tal eito.
p-+7: 1eorgani%ação do mercado de trabal*o <enquadrava no elenco de re"ormas
propostas na época= pressupun*a uma educação capa% de "ortalecer os m9sculos e
desenvolver *abilidades e comportamentos adequados ao mundo do trabal*o. ssim, a
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educação que visava B trans"ormação do trabal*ador nacional para inseri@lo no mercado de
trabal*o não se limitava ao preparo "ísico. Os re"ormadores admitiam que a educação do
corpo e a do espírito camin*avam juntas, completando a educação moral. quali"icação do
trabal*ador para as relaç$es contratuais pressupun*a o cumprimento dessas etapas: junto
ao adestramento do corpo, preocuparam@se em "ormar o seu caráter. )oi sob esses aspectos
que se en"ati%ou a disciplina.
p-++: inserção do trabal*ador nacional no mercado e!igia que se convertesse 68eca &atu>
em cidadão produtivo e ordeiro.
Os estran(eiros operrios $ome)aram a ser mal &istos 'uando os mo&imentos de
operrios e anar'uistas e$lodiram $om l,deres estran(eiros. edu$a)ão &oltou-se a mão de
obra na$ional bus$ando $riar elementos 'ue não ossem $ontaminados pelas $ar(as ne(ati&as
de ora! produ7indo seres iliados a sua terra. Harmonia so$ial.
p-'1: O governo da 1evolução de 45 se props a reorgani%ar o mercado de trabal*o, pondo
em prática a proposta "ormulada na década de ?5: o trabal*ador nacional "oi privilegiado
em detrimento do estrangeiro, de di"ícil acesso e causador de desordens.
?o pro$esso da $onstituinte a imprensa liberal munda de posi$ionamento e $ome)a a
in$enti&ar a importa)ão de mão de obra.
OESP $ombateu errenamente o (o&erno em 19=4. ;&ale lembrar 'ue neste momento
Mennu$$i não mais perten$ia ao %ornal<.
p-'3: s discuss$es sobre a vida de imigrantes não passavam de conjecturas, esperanças postas no "uturo. 'nquanto isso, os campos se despovoavam e o A!odo rural, em grande parte
e!plicado pelo desenvolvimento das industrias tornava@se pesadelo dos "a%endeiros.
Os liberais a(raristas ;Aolas< tomam parte pelo posi$ionamento da d$ada de 20!
pretendendo $onstruir o trabalador na$ional o omem reormado e apto ao trabalo.
Em uma passa(em da A. Manã de 1941 ressaltado a alta de instru)es $,&i$as!
i(iene! t$ni$a e da edu$a)ão J popula)ão 'ue &i&e no $ampo.
Capelato salienta 'ue em seu re$orte de pes'uisa os liberais ora apoia&am a imi(ra)ão!
ora apoia&a a ormula)ão de trabaladores na$ionais! $omo tambm a&ia ne$essariamente
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momentos 'ue se apoia&am as duas posturas! para a autora tal ato se de&e pela mudan)a de
perspe$ti&as e$on8mi$as do per,odo.
s mudan)as trabalistas en(endradas pelo (o&erno tambm inluen$ia&a na 'uestão
da deini)ão do apoio dos %ornais liberais a determinado pro%eto de desen&ol&imento de mão
de obra. O apoio a ati&idades (o&ernamentais 'ue desen&ol&iam pro%eto sindi$alista
$orporati&ista! não ia $ontra os prin$,pios liberais! % 'ue estas reormas eram assimiladas
$omo proposta para se manter a ordem $apitalista a$almando as massas.
postura do OESP &ariou neste re$orte entre o apoio total aos operrios $omo o
repdio a esta $lasse. al ato tambm pode ser e+pli$ado pelas mudan)as e$on8mi$as e os
desdobramentos 'ue o de&ido apoio a iria propor$ionar a $orpora)ão. ; l/m da inlu/n$ia
e$onomi$ista! podemos $olo$ar $omo posturas pol,ti$as 'ue deiniam o apoio ao (o&erno ou
não<.
Os industriais i(uraram $omo (rupo mais radi$al $ontra as aspira)es operarias.
partir do momento 'ue as leis trabalistas $ome)aram a ser promul(adas na d$ada de 1920! o
OESP ini$iou sua $ontrariedade ao (o&erno. Seu apoio se da&a aos industriais.
O medo moti&ado pelas possibilidades de re&olu)es das massas operrias i7eram
$om 'ue os liberais apoiassem as medidas de $orpora)ão! pois diminu,am as tenses so$iais.
pr*pria #e&olu)ão de =0 oi representada pelos %ornais liberais $omo a sa,da ao
a&an)o do mo&imento $omunista. Portanto ou&e a'ui no&amente o adesão das leis so$iais!
a$redita&a-se 'ue esta no&a le(isla)ão aastaria o problema de uma insur(/n$ia proletria.
?este momento uma apro+ima)ão das deesas dos peri*di$o liberais e dos
antiliberais.
p-112: 'ssa aparAncia de equilíbrio seria mantida se o receituário sociológico "osse seguido
B risca. 0om a prática social orientada pela concepção de todo orgânico os con"litos seriam substituídos por coesão, cooperação, pa% e *armonia. ;interessante ressaltar 'ue estes itens
$ompem as unidades de re(istros de mina pes'uisa<.
Em 19=2 a lei sindi$al oi apro&ada! o OESP eli$ita o (o&erno por esta atitude.
p-11+: +o discurso de abertura dos trabal*os as ssembléia +acional 0onstituinte, ;argas
salientou o papel do 'stado como coordenador e disciplinador dos interesses coletivosK o
intervencionismo estatal teria como elemento "undante a imposição de interesses da
coletividade sobre os do indivíduoK o 'stado, sociedade organi%adora do poder, não deveria
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portar@se neutralmente diante da ação das "orças sociaisK e sua intervenção no campo social
e econmico tin*a como objetivo disciplinar e dirigir as relaç$es entre o trabal*o e o capital.
?a $onstituinte ;19=4< liberais e $at*li$os ;ri&ais< deenderam uma postura $ontra o
$orporati&ismo! a a&or do pluralismo. Os industrias oram a&or&eis ao $orporati&ismo!
distintos dos liberais! $ontudo tal alto não estreme$eu a rela)ão dos dois (rupos.
Contudo em 19=5 ou&e o le&ante $omunista! promo&endo 'ue os liberais apoiassem
as medidas do (o&erno para $ontornar a $rise so$ial. poia&am a Iei de Se(uran)a! as &e7es
at $riti$ando-a por ser muito branda.
?este ano amplia-se a repressão ao mo&imento sindi$al aut8nomo.
p-124: durante o 'stado +ovo, embora a política social de ;argas recebesse elogios na
imprensa liberal, "oram os jornais getulistas que se encarregam de anunciar a adesão dos
operários ao regime e de "a%er a propaganda das reali%aç$es do governo.
?este per,odo a i(re%a rea$ende os la)os $om o (o&erno! pois as teorias $orporati&istas
$ome)am a se rela$ionar $om os ltimos demando da (re%a. t os liberais 'ue tinam uma
rela)ão de oposi)ão aos $at*li$os! apoia&am as atua)es da i(re%a $omo ameni7adoras das
$ontradi)es.
Esta situa)ão s* era poss,&el pois a&ia em $omum a $ren)a de 'ue o $apitalismo a'ui
não a&ia atin(ido a $ondi)ão de monopolista! e 'ue moti&ado pela $ren)a de 'ue a'ui o po&o
era (entil e (eneroso por nature7a! 'uando tal ato a$onte$esse não $ausaria as e+plora)es
'ue tinam nos EF e na Europa. Proposta endossada por Oli&eira Dianna. Cobra&a-se uma
mudan)a da mentalidade dos bur(ueses para atin(ir um est(io a&an)ado do $apitalismo! mas
ressalta&am-se as $ara$ter,sti$as umanistas brasileiras.O estado assume uma papel de peda(o(ia mdi$a para absor&er todos os despori&idos
ao seio do estado.
CAPÍTULO 3- Pro*eto po#,t"%o ped!gg"%o
Os liberais pretendiam na d$ada de 1920 $onstruir um pro%eto peda(*(i$o 'ue
(uiassem o pa,s rumo ao pro(resso. edu$a)ão então sur(e $omo prin$ipio de uma pro&&el
mudan)a.
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p-142: Os re"ormadores liberais consideravam que a "ormação bac*arelesca ainda
constituía o ei!o do saber. partir dessa constatação propuseram a ruptura com o passado e
o "omento do progresso, o que pressupun*a superar a 6mentalidade tradicional e arcaica>.
mudança implicaria a consolidação do saber 6positivo> e cientí"ico>.
reorma para os liberais perpassaria as $orrentes t$ni$o-$ient,i$as da edu$a)ão!
pro$urando se des&en$ilar da edu$a)ão anti(a e atrasada. us$a por uma mentalidade
moderna. ;nteressante notar 'ue tal proposta tambm era deendida pelos antiliberais<.
edu$a)ão assumiria tambm a tarea de $onstruir em uma popula)ão atrasa e
anr'ui$a uma $ons$i/n$ia na$ional! pro$urando unir a na)ão em um s* dire$ionamento.
@lio Mes'uita Ailo a$redita&a 'ue as elites de&eriam assumir o papel de (uia da
so$iedade! portanto apoia&a os $ritrios reno&adores da edu$a)ão.
p-14(: (e, no início da 1ep9blica, os engen*eiros "oram considerados 6os que sabem,
portanto preveem> na década de ?5, esse saber essencialmente técnico já pareceu
insu"iciente, pois a análise da sociedade C e a determinação de seus con"litos C pressupun*a
um con*ecimento característico das ciAncias *umanas: um con*ecimento que o sociólogo
detin*a. ;Dale ressaltar 'ue Mennu$$i $riti$a&a os reno&adores por serem demasiados
t$ni$os e não $ompreenderem os problemas so$iais<.
O pro%eto de mudan)a edu$a$ional ne$essita&a de uma ampla e orte rede 'ue
apoiassem e in$enti&assem as mudan)as! assim as propostas não eram apresentadas somente
por espe$ialista da edu$a)ão! a imprensa assumiu um papel importante neste pro$esso.
Os oposi$ionistas $riti$a&am a postura do (o&erno ;d$ada de 20<. O liberais
assumiam este problema $omo sendo o prin$ipal do (o&erno. Por tal ato! 'ue a imprensatornou-se o porta &o7 deste (rupo.
al ato e&iden$iado no in'urito eito em 192K por Aernando de 7e&edo pelo OESP!
bus$ando a7er um le&antamento da edu$a)ão no estado de SP. ;Mennu$$i trabalou neste
in'urito<. partir deste in'urito Aernando $ome)a a deinir 'uais postura de&eria ser
tomada para a meloria da edu$a)ão atra&s de um $ri&o liberal.
p-14': 1e"letindo sobre 6os problemas da sociedade que urbani%ava e se industriali%ava>,
)ernando de %evedo apresentou um proposta de re"orma pedagógica pautada em alguns
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objetivos básicos, entre eles, a "ormação da consciAncia nacional CconsciAncia coletiva,
segundo -ur*eim.
Esta edu$a)ão de&eria alm de prepara o indi&iduo para tornar-se membro da
$omunidade na$ional $oleti&a de&eria preparar para o trabalo.
p-1(.: Os dois aspectos educacionais salientados no documento justi"icam@se como
ocorridas no Irasil desse período: a industriali%ação solicitava mão@de@obra especiali%ada, e
os con"litos sociais surgidos nessa sociedade, que tornava@se 6comple!a>, e!igiam mediadas
asseguradoras da ordem social.
imprensa liberal entedia 'ue seu inimi(os eram os deensores dos ba$aris e os
$at*li$os. deesa do estado lai$o promo&eu as prin$ipais $ontendas $om os $at*li$os.
Os $at*li$os deendiam 'ue a unidade na$ional de&eria se dar pela $ristiani7a)ão de
seu po&o e não pela moral e pelo $i&ismo.
@ os liberais $riti$a&am a edu$a)ão por sua preser&a)ão de uma mentalidade
tradi$ionalista! os seus opositores os $riti$a&am pela alta de respeito a nossa tradi)ão.
O %ornal La7eta apoia&a os $at*li$os.
ssim se a7 o $enrio os liberais e a $i/n$ia moderna e materialista lutando $ontra os
seus opositores 'ue real)a&am a tradi)ão.
Podemos situar 'ue no inal da se(unda d$ada do s$ulo ! os primeiros
des$ontentamentos $om a #epbli$a! lberto orres sur(e $omo (rande te*ri$o deste
mo&imento.
ni$ia o mo&imento tenentista! 'ue (anar or)a pol,ti$a e a%udar $om a re&olu)ão de=0 deendendo propostas antiliberais.
Pode se &er neste per,odo 'ue o OESP deendia um liberalismo! mas tambm se
apro+ima&a das propostas de Oli&eira Dianna.
ntes das elei)es de 19=0! a imprensa liberal deendia a proposta do Partido
3emo$rti$o e dispara&a ata'ues aos perrebistas por ministrarem um (o&erno 'ue da&a
abertura a uma ditadura. Contudo &ale ressaltar 'ue os dois (rupos eram liberais.
@ os na$ionalistas deendiam 'ue o (o&erno de&eria assumir o papel de mdi$o e
remediar a na)ão para a%ustar o pa,s no rumo do pro(resso. produ)ão de&eria ser na$ional
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ao in&s de uma importa)ão estran(eira. $onstitui)ão de 1"91 era uma importa)ão norte-
ameri$ana a $riti$a se da&a pesadamente por esta $ara$ter,sti$a.
autora! no entanto! di7 'ue este pensamento de 'ue as propostas pol,ti$as de&am
pro&ir da sua terra natal não ori(inal e sim uma $*pia! pois tal proposta oi deendia desde o
per,odo da #e&olu)ão Aran$esa.
p-1)7: +o Irasil, os contestadores do liberalismo identi"icaram@se com o pensamento
católico. (uas críticas B 0onstituição brasileira como cópia da norte@americana me
permitem sugerir a proporção: norte@americano: protestante :: brasileiros: católicos. #or
essa lógica, as instituiç$es liberais do 6povos protestantes> eram consideradas inadaptáveis
no Irasil, país de tradição católica. ;Sud Mennu$$i não era $at*li$o mas $riti$a&a tal
proposta! mostra 'ue não e+iste $lasses 'ue determinam todos os tipos<.
Os liberais $riti$a&am o $atoli$ismo a$reditando ser a reli(ião o prin$,pio do atraso.
?o inal da d$ada de 20 os liberais assumiram 'ue um (olpe armado seria a solu)ão
para a $e(ada ao poder. Fma bus$a para $olo$ar o rasil no trilo do pro(resso. ambm se
temia a insur(/n$ia de uma re&olta popular! a re&olu)ão oi dada para 'ue não ou&esse esse
tal a$onte$imento. Fma re&olu)ão para abaar outra re&olu)ão.
Os liberais situa$ionistas P# oram $ontra o (olpe! ale(ando 'ue tal alto tirou o
rasil do $amino or(Nni$o 'ue este esta&a $aminando.
Io(o ap*s o (olpe a imprensa paulista apoia&a o (o&erno ! mas não demorou muito
para as rus(as se alorarem. s e+i(/n$ias liberais não eram ou&idas pelo (o&erno.
p-174: O jornal O &empo era porta@vo% da Legião 1evolucionária de (ão #aulo, ala do
movimento tenentista liderada por iguel 0osta. O militar go%ava de grande popularidadenesse estado, onde tivera atuação destacada nos con"litos da década ?5. #retendeu, após a
vitória da 1evolução, ocupar o cargo de interventor, mas acabou apoiando 8oão lberto.
?este per,odo $ria-se a Ie(ião #e&olu$ionrio 'ue apoia&a Dar(as! anos depois tal
institui)ão se transormou no Partido Pro(ressista Popular. Este (rupo entrou em $onlito $om
os pr*prios tenentes nas disputas pol,ti$as dos pr*+imos anos.
p-17): #ara os ideólogos que arquitetaram o 'stado +ovo, a 1evolução de 45 representava
o rompimento com o passado.
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p-177: Oliveira ;ianna saudou o ovimento de 2345 com um camin*o aberto para a
renovação de ideias, da cultura e reeducação do caráter. #ara o sociólogo, o sucesso do
"uturo dependia de instituiç$es novas em lugar das ineptas instituiç$es vigentes.
autora di7 'ue o dis$urso dos liberais era mais $onser&adores! mais preser&a)ão do
'ue os pr*prios re&olu$ionrios.
Os liberais paulistas desa(rada&am proundamente da per$ep)ão $entrali7adora do
(o&erno. al $riti$a a(ra&ou-se esse tornou na #e&olu)ão Constitu$ionalista de 19=2.
3eendiam 'ue a e&olu)ão prometida não a&ia sido $onirmada! a doen)a ainda persistia e
ne$essitaria de um no&o (olpe para &en$/-la.
p-17'/1+.: 1evolução de 4?, segundo seus promotores, possibilitaria a reconstrução do
país, a ser pautada pelo conservadorismo. #ara esses liberais, tal característica, que na
'uropa signi"icaria um mal 6pelo *orror B vida criadora e remodelaç$es modernas>, no
Irasil representaria um bem, pois o país necessitava manter uma 6lin*a tradicional,
racionali%ando as suas conquistas e consolidando a solidariedade entre o passado e o
"uturo><). an*ã, 25.F.2344=. +essa perspectiva rea"irmam a idéia de que para se construir
o "uturo era preciso recuperar o passado. 0onstituição de 234M "oi interpretada como "ruto
da luta pela e"etivação dos ideais dos 6construtores da 1ep9blica>.
?a Constituinte de 19=4 ou&e uma disputa entre os pre$eitos liberais e antiliberais! no 'ual a
$entralidade do poder oi o prin$ipal ponto. rela)ão da autonomia estadual oi as prin$ipais
bandeiras deendias por SP.
p-1+4: +a elaboração do anteprojeto constitucional, rt*ur 1ibeiro, ntnio 0arlos e #rudente de oraes, de"ensores da autonomia dos estados contrapuseram@se a Oliveira
;ianna, a 8oão angabeira e &emístocles 0avalcanti ...
bri(a tambm se da&a na 'uestão do indi&,duo &ersus $oleti&o. O estado pretendia
abaar $om as lutas de $lasses em 'uanto os liberais propunam 'ue uma elite osse
ministrada dieren$iada para $ontrolar a na)ão! bus$a&am ormar $idadão 'ue $onse(uissem
autonomamente atin(ir $ertos est(ios de $i&ilismo.
O (o&erno pretendeu na edu$a)ão unir os anseios liberais e $at*li$os. in$lusão do
ensino reli(ioso de$ep$ionou os liberais.
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s a$usa)es eram as mesmas uns $om os outros. Os antiliberais di7iam 'ue os
liberais eram retr*(rados! pois não $ompreendiam o &alor 'ue a re&olu)ão orne$ia a
so$iedade.
Os liberais rea(iram a esta atitude e i7eram o Maniesto dos Pioneiros da Es$ola ?o&a
19=2. Esta proposta deendia uma edu$a)ão $om orte predile)ão ao trabalo. O ensino
t$ni$o para as $lasses menos abastadas e os ensinos superiores aos ri$os. Enalte$e o trabalo
manual $omo ati&idade. O trabalo para as industrias $ome)a $omo no&o pro%eto edu$a$ional
da &isão liberal.
p-2.2: O projeto , que visava "ormar a consciAncia nacional laica, vingou, apenas da
oposição dos católicos.
Contudo a intentona de 19=5 e7 $om as aspira)es liberais ossem dilu,das.
p-2.3: *umanidade, no espiral de seu progresso espiritual e político, avança mesmo
quando parece que retrograda. O autoritarismo é um eclipse. 'm seguida, radiará de novo,
na plenitude da sua lu%, o sol da liberdade. ' de novo mundo retomará o seu curso para a
"rente e para o alto, sem ter sequer ensejo de despre%ar, quanto mais de odiar, os algo%es dos
seus con*ecimentos e dos seus ideais. <). +oite, 2E.E.234?=. ;mportante notar 'ue os liberais
$olo$am a'ui o tempo $,$li$o espiral $omo al(o poss,&el! Mennu$$i tambm<.
Com o problema do $omunismo as aspira)es liberais 'ue &isa&a o indi&iduo e sua
atua)ão so$ial libre oi por a(ua bai+o! e a postura de &eto do (o&erno oi apoiado por muitos
liberais! pois o medo do $omunismo representa&a mais do 'ue os anseios liberais.
$onstitui)ão de 19=4 oi $onsiderada um pro(resso de $on$ilia)ão pol,ti$a em 'ue$ouberam as &rias &ertentes pol,ti$as! ou se%a! as di&ersas aspira)es oram! em $erta medida!
a(lutinada nas no&as diretri7es. Porm o liberalismo assumiu (randemente as diretri7es da
no&a $onstitui)ão! mas $om o peri(o de le&ante $omunista tal pro(resso oi des$artado.
p-2.': ceitaram a Lei de (egurança +acional proposta pelo governo no início de 234H,
justi"icando@a com uma re"le!ão sobre o liberalismo.
ideia de etapas ora $olo$ada no&amente em pauta! os liberais entendiam 'ue a
inter&en)ão do estado era ne$essria! pois $olo$aria ordem na $asa e promo&eria a orma)ão
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de uma base s*lida para em um est(io superior o pro(resso liberal se disseminassem na
so$iedade! $om o mal do $omunismo aastado.
Iei de Se(uran)a oi &ista $omo um pro$esso real do liberalismo! distinto de um
pro$esso ut*pi$o do liberalismo.
p-2.7: O discurso do O'(# se presta, aparentemente, para re"orçar a ideia de que os
liberais brasileiros sempre "oram ambíguos ou de que o liberalismo nunca se concreti%ou em
nossa sociedade. +ão vejo deste ângulo: para mim, os liberais paulistas "oram buscar no
cerne dessa teoria as justi"icativas para a aceitação da Lei de (egurança +acional.
;Con$ordo e dis$ordo da autora. Con$ordo por'ue os liberais usaram de estrat(ias para
atin(ir seus ob%eti&os. Mas dis$ordo na ideia de o (rupo liberal osse omo(/neo e suas
aspira)es ossem apenas do $ampo da posi)ão e$on8mi$a! a&ia ne$essidades de mudan)as
pol,ti$as interesses pessoais 'ue transpassam a deesa de uma postura liberal $on&i$ta. ?ota-
se 'ue estas aspira)es mesmo entre o 'ue era ser liberal ou não (eralmente eram as mesmas!
as mudan)as de posi$ionamento não se deinem somente pelos interesses e$on8mi$os! &isto
'ue mesmo entre os liberais a&ia (randes dis$ordNn$ias<.
Para a autora a re&isão dos liberais se d pela preser&a)ão da propriedade pri&ada.
C!p,tu#o 4: 0! No! ep5#"%!6 !o st!do Noo6 !"s u! e89 o noo
O ano de 19=> deine a derrota do pensamento liberal.
p-2.': 'sses ideólogos antiliberais "i%eram um balanço do período que se estende desde a
1evolução de 2345 até o 'stado +ovo e concluíram que /et9lio ;argas cometera um grandeerro ao permitir a reconstitucionali%ação do país em 234M.
O dis$urso assumido então pelos antiliberais 'ue todo o pro$esso re&olu$ionrio desde
19=0 $ome)a a se tomado $omo um pro$esso e+tremamente brasileiro. Fm pro$esso de
se(uran)a $ontra as poss,&eis inter&en)es anr'ui$as 'ue ronda&am a na)ão.
O $oleti&o torna-se o dire$ionamento do (o&erno! o indi&,duo de&eria estar submisso
Js leis $oleti&as.
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p-212: ciAncia e a técnica adquiriram nova dimensão nesse período, atendendo a objetivos
bem precisos: a política econmica do 'stado +ovo voltou@se para a industriali%ação e,
nesse sentido, procurou organi%ar racionalmente a produtividade, o que redundou no
destaque especial ao trabal*o.
edu$a)ão (ana /nase na ormula)ão e$on8mi$a na$ional! o indi&,duo $ede espa)o
ao $oleti&o. Este ato notado pela $ria)ão da Iei Or(Nni$a do Ensino ndustrial.
Entretanto se os liberais reormadores não i$aram eli7es $om a presen)a das
diretri7es reli(iosas no p*s =>! se $ontentaram $om a (ratuidade e obri(atoriedade do ensino.
;?a tr,ade edu$a$ional proposta pelos liberais 'ue undamenta&a-se na lai$idade!
obri(atoriedade e (ratuidade! ti&eram al$an$e em 2 ter)os<.
s massas e as estas $,&i$as (anam or)a peda(*(i$a e le(itimam o poder em
Dar(as.
utili7a)ão dos s,mbolos reli(iosos pelo (o&erno a%uda a $ontrolar as massas! o poder
reli(ioso entra $omo ideolo(ia $omplementar para o $ompreensão de (o&erno dentro do
Estado ?o&o.
Posteriormente o posi$ionamento dos liberais a$eita as propostas (o&ernamentais de
adesão do pensamento $at*li$o! a$redita&am ser o prin$ipal meio de se transmitir &alores
morais.
p-221: relação 'stado@c*e"e@massas é evidente, assim como a marca cristã impressa no
carisma do c*e"e condutor das massas.
O culto a ;argas incorpora, de um lado, a magia, o intuitivo, a pro"ecia e a
predestinaçãoK de outro, o espírito de racionalidade, plani"icação, previsão.
Fma ter$eira &ia! nem liberalismo! nem $omunismo e nem $atoli$ismo. ;ibridismo<.
O Estado assume um dis$urso de or(ani$ista. Os liberais por mais $on$essão 'ue
i7eram não a$eita&am a pol,ti$a &ar(uista.
p-23.: Os liberais paulistas invocaram um argumento "requentemente utili%ado por seus
adversários C o da importação das ideias C para contestar a 6nova> concepção do 'stado.
;$riti$am o (o&erno $omo sendo totalitarista e 'ue sua ormula não respondia a uma realidade
na$ional! est $riti$a demonstra $omo os posi$ionamentos pol,ti$os não eram bem deinidos e
delineados! pois as $riti$as eram id/nti$as entre os di&er(entes<.
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O (o&erno % des(astado $aiu a$ilmente 1945! seus ide*lo(os % a&iam se retirados!
o imprensa liberal anun$iam 'ue o sol &oltou a brilar. O per,odo do Estado ?o&o Aora
$ompreendido $omo um iato na demo$ra$ia na$ional.
?este ano termina a (uerra e liberais e antiliberais se unem em $omemora)es!
elo(iando a bomba at8mi$a $omo maior te$nolo(ia al$an)ada pelo omem.
CONI0A;< =INAI
Estado ?o&o $omo $on$reti7a)ão do pro%eto antiliberal! em 1945 este pro%eto se es(ota
e o liberalismo se rea$ende.
Os antiliberais deendiam sua ideias $omo na$ionalistas e ata$a&am as propostas
liberais $omo $*pias estran(eiras de mal (osto.
p-24(: +a sua essAncia o projeto Kliberal não se distingue do antiliberal: ambos
"undamentam a dominação. +este sentido concluo que os liberais são também autoritários.
Já, porém, di"erenças signi"icativas entre essas duas vertentes do pensamento dominante. +o
projeto antiliberal a questão da democracia esta e!cluídaK na perspectiva liberal ela tem
limites de classe bem de"inidos, mas não é negada.