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FACULDADE CÁSPER LÍBERO CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA - CIP Desterritorialização da informação: Computação em nuvem e a nuvem pública Projeto desenvolvido no Centro Interdisciplinar de Pesquisa – CIP – da Faculdade Cásper Líbero no período compreendido entre março e dezembro de 2011. Pesquisador: Paulo Henrique Antoni de Barros do Bem Orientado por: Newton Duarte Molon

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FACULDADE CÁSPER LÍBERO

CENTRO INTERDISCIPLINAR DE PESQUISA - CIP

Desterritorialização da informação:

Computação em nuvem e a nuvem pública

Projeto desenvolvido no Centro Interdisciplinar de Pesquisa – CIP – da Faculdade Cásper Líbero no período compreendido entre março e dezembro de 2011.

Pesquisador: Paulo Henrique Antoni de Barros do Bem

Orientado por: Newton Duarte Molon

SÃO PAULO

2011

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Agradecimentos

A minha família pelo apoio incondicional mesmo nas decisões menos

sensatas, ao amigo e orientador Newton Duarte Molon pelos conselhos,

paciência e pela cerveja, ao meu amigo e também pesquisador Pedro Debs

Brito pelas discussões inteligentes e insultos construtivos, a todos os meus

amigos, para o CIP da faculdade Cásper Líbero pela oportunidade e apoio nos

momentos de desorientação e para Bruno e Pedro que viverão para sempre

em minha memória.

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RESUMO

O modo como a internet se comporta se alterou muito nos últimos 5

anos (de 2006 à 2011) devido ao crescimento do uso de um modelo de

computação que ficou conhecido como computação em nuvem, modelo o qual

provisiona processamento, armazenamento e fornecimento remoto de

informações aos usuários da rede mundial de computadores. Essas

características fazem desse modelo um catalisador de mudanças na maneira

de como a rede lida com as informações digitais, criando novos hábitos por

parte dos usuários e alterando o jeito com que a sociedade chamada de

hiperconectada interage na rede. O intuito desse projeto de pesquisa é trazer à

tona algumas discussões sobre a informação no modelo de computação em

nuvem (cloud computing) e sobre como os Sistemas Operacionais em nuvem

que podem ampliar ainda o uso e posse de computadores e acesso à internet

no Brasil.

Palavras-chave: Computação em nuvem, Sistemas operacional, Sociedade,

Infomação.

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ABSTRACT

The way internet behave changed a lot in the last five years due to the

growth in the usage of a new model of computing which have been known as

‘cloud computing’, a model that provides an almost limitlessly huge processing,

storage and provision of information to users of world wide web, remotely. The

very inherent characteristics of cloud make this model a catalyst in the way that

the web handle digital information, making up new habits in the user realm and

changing the way society, called hyper-connected, interacts with the internet

and in the internet. This project look forwards to bring some discussion over the

information in this model of computing and over the cloud-based Operating

Systems that can also broad the usage and ownership of computers and a

make a wider internet access in Brazil happen.

Keywords: Cloud computing, Operating System, Society, Information.

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SUMÁRIO

1. Introdução......................................................................................................6

2. Capítulo I – Computação em nuvem............................................................8

2.1 Definições....................................................................................................11

2.2 A Nuvem......................................................................................................14

2.3 Fora e Dentro da Nuvem.............................................................................15

2.4 Características da Computação em nuvem ................................................16

2.5 Exemplo de uso corporativo e custos da cloud...........................................17

2.6 Modelos de serviço......................................................................................18

2.7Tipos de cloud ou modelos de implementação............................................21

3. Capítulo II - Nuvem pública: decorrências sociais e mercadológicas...25

3.1 A interface da nuvem pública.......................................................................27

3.2 A Internet como limitante.............................................................................28

3.3 Você está nas nuvens e não sabe...............................................................30

3.4 Então a nuvem é a Internet?........................................................................31

3.5“Mind your media, men”................................................................................32

3.6 A Cloud e o mercado de softwares..............................................................33

4. Capítulo III - Desterritorialização da Informação no SO em nuvem........35

4.1 Dispositivos de hardware como meio de armazenar informação................37

4.2 Cloud Computing como meio de armazenar informação.............................39

4.3 O Sistema Operacional (SO) em nuvem.....................................................39

4.3.1Prós: ...............................................................................................41

4.3.2 Contras: .........................................................................................42

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4.4 A Economia da informação, o Estado da informação e os gigantes do Vale

do Silício............................................................................................................43

5. Capítulo IV – Cyberpolítica na computação em nuvem, Worldwide Crackers, mecanismos de autoproteção e possíveis tempestades...........45

5.1 Cyber democracia na nuvem.......................................................................48

5.2 Worldwide Crackers.....................................................................................50

5.3 Que tempestades cibernéticas podemos esperar?.....................................51

5.4 Economia da informação.............................................................................53

5.5 Os anticorpos da nuvem..............................................................................54

6. Considerações finais...................................................................................56

7. Referências...................................................................................................59

6.1Referências bibliográficas:............................................................................59

6.2 Referências eletrônicas escritas:.................................................................60

6.3 Referências videográficas:...........................................................................63

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1. INTRODUÇÃO

Hard disk? Memória RAM potente? Processador rápido? BIOS? CD

ROM? Pendrive? Tudo isso é desnecessário quando se utiliza um Sistema

Operacional em um computador que faz uso de um modelo de computação

conhecido como cloud computing ou computação em nuvem. Como esse

modelo funciona? Isso muda alguma coisa na sociedade? Como esse modelo

altera a internet em uma sociedade que é chamada de hiperconectada em um

país que ocupa a quinta posição em mercado de celulares e internet no mundo

segundo a Organização das Nações Unidas (2010)? Essas são algumas

perguntas que serão respondidas no decorrer desse trabalho. Há certa

quantidade de artigos acadêmicos sobre o tema e alguns livros interessantes

como o livro “Cloud Computing - Computação em Nuvem” de Cezar Taurion

pela editora Brasport, no entanto o foco da maioria do que foi escrito sobre o

tema se refere à parte técnica e arquitetônica das várias tecnologias envolvidas

no modelo e pouco foi falado ou foi conhecido falar sobre o poder de mudança

social, econômica e comunicacional que a computação em nuvem trás consigo

através da internet.

Teve-se o cuidado de construir o texto para que os capítulos pudessem

ser lidos sozinhos, devido a esse fato algumas informações podem parecer

redundantes caso o projeto de pesquisa seja lido de uma vez só, do primeiro

ao último capítulo. Não obstante, o link entre as explicações “redundantes”

tende a seguir um caminho diferente em cada capítulo, como se poderá ver.

No primeiro capitulo se falará sobre o que é computação em nuvem, a

nuvem, os modelos de implementação, modelos de serviço, características e

alguns exemplos de uso que existem até então. Esse capítulo serve como base

para entender o funcionamento desse modelo de computação que cada vez

mais é comentado pela mídia e utilizado pelo mercado de tecnologia da

informação e serviços digitais. No primeiro capítulo foram evitadas discussões

mais críticas sobre as decorrências sociais, econômicas e mercadológicas da

nuvem, a intenção era justamente gastar o cabedal técnico sobre o assunto

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para ter mais liberdade crítica e base para os outros capítulos. Se você já

conhece computação em nuvem e os modelos de implementação e serviço,

sugiro que você vá para o capítulo dois.

O capítulo dois busca dar um panorama sobre os por quês de o

mercado utilizar essa tecnologia e disponibilizar gratuitamente, no caso da

nuvem pública, o uso da cloud com informações e algoritmos complexos por

pessoas do mundo inteiro através de aplicativos como Facebook, Youtube,

Gmail etc. além de discutir o modelo quanto à viabilidade e algumas fraquezas

para implementação no país.

Já o terceiro capítulo tem como foco o comportamento da informação na

computação em nuvem em comparação com o modelo de computação antes

da popularização da cloud, além de falar sobre a informação como mercadoria

com o advento da cloud.

O quarto e último capítulo fala sobre a nova cara da cyberpolítica e o

aumento do poder simbólico de um hacker e/ou um cracker no escopo da

nuvem e sobre alguns mecanismos de autodefesa da nuvem.

Ouso dizer que a nuvem já não é mais uma tendência, como pensava a

um ano atrás, e sim uma realidade instituída, pela quantidade gigantesca e

cada vez maior de indivíduos que nela conversam, compartilham, se

emocionam, passam o tempo, trabalham, vivem. Boa leitura.

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2. Capítulo I – Computação em nuvem

Se considerarmos a cronologia dos eventos relacionados à ‘evolução’,

incluindo a tecnológica, da humanidade perceberemos uma diminuição no

tempo em que as mudanças mais significativas são percebidas. Por exemplo,

há dois milhões de anos atrás se admite que os primeiros hominídeos

caminhavam pela terra e há 100 mil anos credita-se a antropogênese do Homo

sapiens, inteligente, hábil, apto e curioso. Grupos nômades da espécie se

espalharam pelo planeta. Ao focarmos nas evoluções tecnológicas do homo

sapiens se observará 10 mil anos para a revolução agrícola, 400 anos para a

revolução científica, 150 anos para a revolução industrial. Em um escopo

contemporâneo se percebem já ao longo de uma vida mudanças significativas

na maneira em que interagimos uns com os outros, tendo muitas vezes como

mediadores dessa interação, a tecnologia. Das tecnologias que hoje alteram, a

partir da informação, o modo com que a população se comunica e se

manifesta, falarei da computação em nuvem, também conhecida como cloud

computing. Não ouso dizer que a computação em nuvem é uma revolução

tecnológica da mesma magnitude das supracitadas, mas julgo esse modelo de

computação um novo modo de lidar com informações, possivelmente trazendo

consequências para a sociedade na época em que o sociólogo estadunidense

Daniel Bell decidiu chamar de Era da Informação.

Para entendermos melhor a computação em nuvem se faz necessário

um entendimento histórico da mesma.

A ideia de nuvem data de 1961, logicamente de um modo rudimentar.

John McCarthy, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT)

especialista em inteligência artificial descreveu um modelo em que centrais

forneceriam o processamento e armazenamento de dados para pessoas físicas

e jurídicas. Duas décadas atrás computadores já eram agrupados para gerar

um supercomputador com grande capacidade de armazenar e processar

dados. Esses aglomerados de computadores são chamados de cluster e o

processo de clustering, (transformar computadores separados em um cluster,)

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foi e é utilizado em larga escala por profissionais de Tecnologia da Informação

(TI). Esse processo permite, através de um protocolo especial, aos

computadores conversarem entre si e tem como principal propósito balancear a

carga de processamento em diversas máquinas, transformando teoricamente

todas as máquinas em uma super-máquina, com alto poder de processamento.

Na metade da década de 90, Ian Foster e Carl Kesselman apresentaram

o conceito de ‘The grid’ (‘a grade’), em uma analogia com a rede de

eletricidade, em que usuários poderiam se plugar e utilizar um serviço de

internet mais aprimorado. Eles pensaram: as pessoas, tanto física como

jurídica, não necessariamente precisariam comprar um gerador e um

transformador para ter energia elétrica e podem ter esse serviço com

constância e qualidade, pagando somente pelo que usam de uma empresa ou

uma usina terceirizada, e se perguntaram: “Por que não aplicar esse mesmo

conceito para as fontes da computação?”. Se um computador poderia se plugar

em uma grande grade de computadores e o usuário ou empresa somente

pagar pelos recursos utilizados, isso trará uma solução de maior custo

benefício para as companhias do que comprar e gerenciar suas próprias infra-

estruturas. A Questão do The Grid é a localização dos dados, chamada de data

residency. Paul Wallis explicou a questão do data residency para o modelo de

grade dessa forma:

“It was fine having all that CPU power available, but the data on which the CPU performed its operational could be thousands of miles away, causing a delay (latency) between data fetch and execution. CPU’s need to be fed and watered with different volumes OS data depending on the tasks they are processing. Running a data-intensive process with disparate data sources can create a bottleneck in the I/O, causing the CPU to run inefficiently, and affecting economic viability”.

Em uma tradução livre, Paul Wallis diz que é bom possuir um grande

poder de processamento, mas os dados onde esses processamentos são

operados podem estar milhares de quilômetros de distância, promovendo um

atraso (também conhecido por delay, latency ou latência). E dependendo do

tipo de tarefa executada o processo pode se desenvolver de maneira

ineficiente, afetando a viabilidade econômica da grade.

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Algumas empresas, como a Globus Alliance, manteu e desenvolveu o

Globus Toolkit, já nos primeiros anos do novo milênio como um software open

source para o The Grid, um programa de computador que poderia ser editado

abertamente por outras pessoas que conhecem a linguagem desse software.

Esse kit permitiu que as pessoas pudessem compartilhar banco de dados,

instrumentos e outras ferramentas online de forma segura, desconsiderando os

limites geográficos, institucionais e corporativos, sem sacrificar a autonomia

local.

Em 1997, Ramnath Chellappa, hoje professor da Universidade Emory

em Atlanta, Estados Unidos, foi o primeiro a falar sobre computação em

nuvem, o uso do termo em um discurso público de importância ocorreu quando

Eric Schimidt, CEO da Google, em 2006, falou sobre os investimentos do

Google nesse modelo de computação e porque não, modelo de negócios.

A partir do momento em que se aliou a leitura de dados de maneira

remota com baixa latência a uma estrutura de datacenters imensa e segura e

uma arquitetura complexa entre todos os servidores que geralmente dispõe de

um mesmo protocolo, começou-se a ter algo que poderia ser chamado de

‘nuvem’ e quando se passou a utilizar essa estrutura como plataforma para a

execução de um software compartilhado dentro desses datacenters começou-

se a ter o que chamamos de ‘computação em nuvem’.

A estrutura de computação em nuvem foi inicialmente projetada e

utilizada pela iniciativa privada e empresas de grande e médio porte para

satisfazer a demanda crescente por serviços de informação, no entanto a

mágica do conceito de nuvem está na disponibilização gratuita dessa

ferramenta e desse enorme poder de processamento da nuvem para o público,

para toda a população em um tipo especial de computação em nuvem

chamado de nuvem pública.

A definição do que é computação em nuvem, por ser um conceito

relativamente novo e em desenvolvimento é fluida e mutável. Sendo tratada a

seguir.

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2.1 Definições

Descobriu-se uma variada gama de definições para computação em

nuvem, muito por se tratar de um tema novo, uma forma nova de lidar com a

informação e de disponibilizar essa de maneira digital. Partindo do princípio de

que um fenômeno é sempre maior que sua definição, crê-se ser justo mostrar

algumas definições aceitas antes de propor uma nova com o fim de iluminar

por outros pontos de vista o fenômeno cloud computing. O NIST – National

Institute of Standards and Technology – Instituto estadunidense responsável

pelas normas e padrões relacionados à tecnologia definiu o modelo de cloud

computing da seguinte maneira:

Cloud computing is a model for enabling convenient, on-demand network access to a shared pool of configurable computing resources (e.g., networks, servers, storage, applications, and services) that can be rapidly provisioned and released with minimal management effort or service provider interaction. This cloud model promotes availability and is composed of five essential characteristics (On-demand self-service, Broad network access, Resource pooling, Rapid elasticity, Measured Service).

Tradução do autor: Computação em nuvem é um modelo que possibilita

o acesso, de modo conveniente e sob demanda, a um conjunto de recursos

computacionais compartilhados e configuráveis (por exemplo, redes,

servidores, armazenamento, aplicativos e serviços) que podem ser

rapidamente fornecidos e utilizados com o mínimo esforço gerencial ou

interação com o provedor de serviços. Esse modelo de cloud promove uma

disponibilidade sustentável (availability) e tem cinco características essenciais

(auto-serviço on-demand, vasto acesso à rede, armazenamento de recursos,

grande elasticidade e mensuração do serviço).

Já o Cloud Computing Wiki, site que utiliza a plataforma web 2.0 (ou

seja, é construído por vários usuários da internet), define a computação em

nuvem por suas funções, elas seriam:

1)Multiple vendors accessible through open standards and not centrally administered .2) Non-trivial QOS .

3) On demand provisioning .11

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4) Virtualization .5) The ability for one company to use anothers resources .

6) Discoverability across multiple administrative domains (e.g. brokering to multiple cloud vendors) .7) Data storage .8) Per usage billing .9) Resource metering and basic analytics .10) Access to the data could have bandwidth/latency limitations, security11) Compliance – Architecture/implementation, Audit, verification12) Policy based access – to data, applications and visibility13) Security not only for data but also for applications

Ou seja:

1) Múltiplos usuários acessando informação de maneira descentralizada.

2) Qualidade de serviço não trivial.

3) Fornecimento on-demand.

4) Virtualização – Por virtualização, nesse caso, entenda: uma camada (layer)

adicional entre os sistemas e os aplicativos, que traduz o acesso simultâneo de

usuários e edição simultânea de dados.

5) Possibilidade de uma empresa utilizar os recursos de outrem.

6) Navegação entre múltiplos domínios administrativos

7) Armazenamento de informação

8) Pagamento por quantidade de uso [nota do autor: discutível no atual modelo

de nuvem pública, como veremos]

9) Mensuração de recursos e criação de base de dados próprias para essa

função

10) O acesso às informações podem ter limitações de atraso/latência,

segurança

11) Capacidade de resiliência, elasticidade, escalabilidade –

Arquitetura/implementação, auditoria e verificação.

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12) Acesso baseado em um termo de compromisso – para os dados,

aplicativos e visibilidade

13) Segurança aplicada aos dados e aos aplicativos

A escolha do sítio Cloud Computing (http://sites.google.com/site/

cloudcomputingwiki/Home/definitions-of-cloud-computing) Wiki não ocorreu ao

acaso. Como toda plataforma 2.0 o conteúdo pode ser modificado por diversos

usuários, porém o site restringe modificações no conteúdo somente para os

membros que desenvolvem e/ou trabalham com computação em nuvem, que

teoricamente têm de provar que conhecem o ofício. Considero válida e

adequada a conceituação dos programadores da nuvem, principalmente na

definição do termo, por isso a escolha de tal site. .

Temos por último uma definição curta e objetiva da consultoria

Accenture:

The dynamic provisioning of IT capabilities (hardware, software, or services) from third parties over a network. .

Ou seja: (computação em nuvem é) O fornecimento dinâmico de

recursos de TI (hardware, software ou serviços) para terceiros em uma

determinada rede.

Caso tivéssemos apenas cento e quarenta caracteres para explicar e

definir computação em nuvem a definição da Accenture seria válida, porém

como toda definição curta ela não mostra ao vantagens e desvantagens desse

novo modo de lidar com o computador. Ao utilizar um computador pessoal

estamos habituados nos valer de aplicações instaladas e armazenar os

arquivos e dados dos mais variados tipos nessas máquinas. No ambiente

corporativo, esse cenário é um pouco diferente, visto que nele é mais fácil

encontrar aplicações, disponíveis em servidores, as quais podem ser

acessadas mediante autorização por meio de uma rede. Agora fica a pergunta,

como funciona a cloud e qual a sua principal diferença com a computação fora

da nuvem.

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2.2 A Nuvem

Citando Flávio R. C. Souza, “(Nuvem) É uma metáfora para a Internet ou

infra-estrutura de comunicação entre os componentes arquiteturais, baseada

em uma abstração que oculta a complexidade da infra-estrutura. Onde cada

parte desta infra-estrutura é provida como um serviço. Estes serviços são

normalmente alocados em datacenters utilizando hardware compartilhado para

computação e armazenamento.”

A nuvem da computação em nuvem não está no meio de nós, nem nos

satélites muito menos “no ar” como brincam revistas especializadas em

tecnologia. A nuvem é Feita de aço, de fibra ótica, fios, cabeamentos e

máquinas, muitas e muitas máquinas. Mais de 100.000m² de máquinas com

alto poder de processamento e pequeno staff operacional para manutenção

desses equipamentos. Isso em um único datacenter. Um exemplo de “nuvem”

é o datacenter da Akamai uma das empresas responsáveis pela distribuição de

dados pelo mundo. Seus servidores ficam em Cambridge, nos Estados Unidos,

e como conjunto conseguem armazenar vinte e um Petabytes, ou se preferir

23.643.898.043.695.104 bytes, o equivalente a 4.462.025 DVDs. Só essa

nuvem, segundo a revista online Super Interessante faz movimentar 20% de

tudo o que circula pela internet. Outras nuvens grandes e capacidade maior

ainda estão em construção nos cinco continentes e a tendência é a

multiplicação desse tipo de complexo estrutural pelo mundo pelo aumento da

demanda no mercado por esse tipo de serviço. Esse poder de armazenamento

‘ilimitado’, massivo é disponibilizado para terceiros e essa é a ideia da

computação em nuvem.

Cria-se então um novo tipo de usina, uma usina de processamento de

dados, em grandes salas, grandes contêineres. Esses contêineres de

processamento com racks e racks de servidores, que processam dados “no

lugar do seu computador”, obviamente, tem diferenças com o modelo de

computação off-cloud, como veremos.

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Na nuvem, um servidor central administra o sistema, monitorando o fluxo

de dados e as demandas dos usuários assegurando o funcionamento eficiente

da nuvem. Esse servidor central segue um conjunto específico de regras e

determinações chamadas de protocolos e executam um tipo específico de

software chamado de middleware. O middleware permite computadores em

rede a se comunicar mutuamente seguindo os protocolos.

Nuvem também é a capacidade ociosa de servidores gigantes, como os

da Amazon, da Google ou Microsoft. Capacidade essa que pode ser vendida,

emprestada e negociada a quem quiser usá-la para guardar e processar seus

arquivos digitais e programas de computador.

Devido o acesso ao servidor e às informações na nuvem ser remoto,

potencialmente dentro de todo e qualquer datacenter interconectado à web,

estar em qualquer lugar e ser acessível de qualquer ponto conectado à internet

surgiu a alusão e posteriormente a utilização da palavra nuvem como sinônimo

desse modelo.

2.3 Fora e dentro da Nuvem

A principal vantagem do modelo atual, off-cloud, está no fato de ser

possível, pelo menos na maioria das vezes, utilizarmos as aplicações sem

acesso à internet ou à rede. Em outras palavras, é possível usar esses

recursos de maneira off-line. Entretanto, todos os dados gerados estarão

restritos a esse computador, exceto quando compartilhados em rede, coisa que

não é muito frequente no ambiente doméstico. Mesmo no ambiente

corporativo, isso pode gerar algumas limitações, como a necessidade de se ter

uma licença de um determinado software para cada computador, por exemplo.

A metamorfose e o aprimoramento constantes da tecnologia computacional e

das telecomunicações estão fazendo com que o acesso à internet se torne

cada vez mais amplo e a qualidade das conexões cada vez mais rápidas. Em

países mais desenvolvidos, como Japão, Alemanha e Estados Unidos, é

possível ter acesso rápido à internet pagando-se muito pouco. Esse cenário

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cria a situação perfeita para a popularização da Cloud Computing, embora esse

conceito esteja se popularizando no mundo todo, inclusive no Brasil.

Com a computação em nuvem, muitos aplicativos, assim como arquivos e

outros dados relacionados, não precisam mais estar instalados ou

armazenados no computador do usuário ou em um servidor próximo. Esse

conteúdo passa a ficar disponível nas "nuvens". Ao fornecedor da aplicação

cabem todas as tarefas de desenvolvimento, armazenamento, manutenção,

atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar

com nada disso, apenas com acessar e utilizar.

Um exemplo prático desta nova realidade é o Google Docs, serviço onde os

usuários podem editar textos, fazer planilhas, elaborar apresentações de slides,

armazenar arquivos, entre outros, tudo pela internet, sem necessidade de ter

programas como o Microsoft Office ou OpenOffice.org instalados em suas

máquinas. O que o usuário precisa fazer é apenas abrir o navegador de

internet e acessar o endereço do Docs para começar a trabalhar, não

importando qual o sistema operacional ou o computador utilizado para esse

fim. Neste caso, o único cuidado que o usuário deve ter é o de utilizar um

navegador de internet compatível, o que é o caso da maioria dos browsers da

atualidade. (Browsers = nome em inglês para software usado para navegação

na web.)

.

2.4 Características da computação em nuvem

Conforme já dito, uma das vantagens da Cloud Computing é a

possibilidade de utilizar aplicações diretamente da internet, sem que estas

estejam instaladas no computador do usuário. Mas, há outras significativas

vantagens:

- na maioria dos casos, o usuário pode acessar determinadas aplicações

independente do seu sistema operacional ou de hardware;

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- o usuário não precisa se preocupar com a estrutura para executar a

aplicação: hardware, procedimentos de backup, controle de segurança,

manutenção, entre outros, ficam a cargo do fornecedor do serviço;

- o compartilhamento de dados e o trabalho colaborativo tornam-se mais fáceis,

uma vez que todos os usuários acessam as aplicações e os dados do mesmo

lugar: a "nuvem". Muitas aplicações do tipo já são elaboradas considerando

essas possibilidades;

- dependendo do fornecedor, o usuário pode contar com alta disponibilidade, já

que, se por exemplo, um servidor parar de funcionar, os demais que fazem

parte da estrutura continuam a oferecer o serviço;

- o usuário pode contar com melhor controle de gastos. Muitas aplicações em

Cloud Computing são gratuitas e, quando é necessário pagar, o usuário só o

fará em relação aos recursos ou o tempo que utilizou. Não é, portanto,

necessário pagar por uma licença integral de uso, tal como acontece no

modelo tradicional de fornecimento de software; Isso é uma vantagem para

instituições sem muito capital econômico.

- dependendo da aplicação, o usuário pode precisar instalar um programa

cliente em seu computador. Mas, neste caso, todo ou a maior parte do

processamento (e até mesmo do armazenamento de dados) fica por conta das

"nuvens".

O usuário, no entanto não precisa saber a linguagem e os métodos de TI nem

conhecer toda estrutura que há por trás da cloud, ou seja, ele não precisa

saber quantos servidores executam determinada ferramenta , nem as

configurações de hardware utilizadas, muito menos como é feito o

escalonamento das informações ou onde o datacenter está localizado. Para o

‘usuário comum’ basta saber que a infra-estrutura está disponível e que pode

ser utilizada.

2.5 Exemplo de uso corporativo e custos da cloud

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A cloud, como toda estrutura tecnológica que demanda energia elétrica,

aparatos tecnológicos e conhecimento técnico tem um custo. Esse custo,

enquanto a nuvem for pública e oferecer serviços gratuitos, é bancado pelos

fornecedores do serviço, no entanto no caso das nuvens privadas o custo de

manutenção é pago pela própria empresa que demanda a estrutura da nuvem.

Flávio R. C. Sousa,(ET AL 2009.) conseguiu exprimir muito bem qual o custo

do uso corporativo de uma nuvem privada em uma comparação com o método

atual de data storage (armazenamento de dados):

“Com o objetivo de auxiliar na compreensão da Utility Computing, considere o seguinte exemplo. Suponha que você tenha um requisito para operar 100 servidores por três anos. Uma opção seria alugar estes servidores por $ 0.40 por instância/horas. Isso custaria aproximadamente 100 servidores x $ 0.40 por instância/horas x três anos 8760 horas/ano = $ 1.051.200.

Outra opção seria comprar os servidores e administrá-los. Suponha que o custo para comprar cada servidor seja de $ 750 e que sejam necessários dois funcionários para administra-los pagando $ 100.000 por ano. Suponha ainda que os servidores consomem 150 watts cada e o custo da eletricidade é de $ 0.10 por quilowatt-hora. Assim, o custo anual para operar os 100 servidores seria de $ 13.140 e a opção de comprar e administra-los custaria aproximadamente 100 servidores x $ 750 + 3 anos x $ 13.140 eletricidade/ano+ 3 anos x 2 funcionários x $ 100.000 salários/ano = $ 714.420.

Portanto, se a utilização dos servidores fosse de 100%, a opção de comprar 100 servidores seria mais barato. Por outro lado, se a utilização dos servidores fosse de 68% ou menos, a opção de alugar um serviço seria mais interessante.”

É bom lembrar que os exemplos utilizados acima são feitos a partir de

valores aproximados, mas a idéia do cálculo dos custos é a descrita acima. O

valor de uso da computação em nuvem pode ser vantajoso ou desvantajoso

economicamente variando com a situação e porcentagem de uso do sistema.

2.6 Modelos de Serviço

Diversos usos da estrutura da cloud podem ser feitos e cada um desses

usos têm função, custo, e protocolos de rede específicos que serão

administrados pelos detentores de determinado espaço na nuvem. Funções

essas, intuitivas para os usuários e essenciais para a manutenção e controle

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da nuvem. O modelo de serviço é oferecido em decorrência da função e uso da

infra-estrutura. São reconhecidos modelos de serviço: Software as a Service

(SaaS), Platform as a Service (PaaS) e Infrastructure as a Service (IaaS),

porém também citarei Database as a Service (DaaS) e Testing as a Service).

Software as a Service (SaaS)

O conceito de Software as a Service (SaaS) está intimamente ligado à

Cloud Computing e é o conceito mais comum e o tipo de modelo de serviço

mais utilizado. Software como Serviço, a tradução de SaaS, em sua essência,

trata de uma forma, como o próprio nome sugere, de trabalho onde o software

é oferecido como serviço, assim, o usuário não precisa adquirir licenças de uso

para instalação ou mesmo comprar computadores ou servidores para executá-

lo. Nessa modalidade, no máximo, paga-se um valor periódico - como se fosse

uma assinatura - somente pelos recursos utilizados e/ou pelo tempo de uso.

Para entender os benefícios do SaaS, suponha que uma empresa que

tem vinte funcionários e necessita de um software para gerar folhas de

pagamento. Há várias soluções prontas para isso no mercado, no entanto, a

empresa terá que comprar licenças de uso do software escolhido e,

dependendo do caso, até mesmo hardware para executá-lo. Muitas vezes, o

preço da licença ou mesmo dos equipamentos pode gerar um custo alto e não

compatível com a condição de porte pequeno da empresa.

Se, por outro lado, a empresa encontrar um fornecedor de software para

folhas de pagamento que trabalha com o modelo SaaS, a situação pode ficar

mais fácil: essa companhia poderá, por exemplo, oferecer esse serviço através

de Cloud Computing e cobrar apenas pelo número de usuários e/ou pelo tempo

de uso.

Dessa forma, a empresa interessada paga um valor baixo pelo uso da

aplicação. Além disso, hardware, instalação, atualização, manutenção, entre

outros, ficam por conta do fornecedor. Também é importante levar em conta

que o intervalo entre a contratação do serviço e o início de sua utilização é

extremamente baixo, o que não aconteceria se o software tivesse que ser

instalado nos computadores do cliente. Este só precisa se preocupar com o

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acesso ao serviço (no caso, uma conexão à internet) ou, se necessário, com a

simples instalação de algum recurso mínimo, como um plug-in no navegador

de internet de suas máquinas.

IBM e HP são dois exemplos de companhias que já oferecerem

soluções em SaaS: HP SaaS; IBM SaaS. Temos também como exemplos de

softwares em nuvem o Gmail, Google Docs, MindMeister, etc. Muitas vezes

utilizamos aplicativos que são executados, ou na gíria geek “rodam”, em nuvem

e não sabemos, no entanto que esse tipo de modelo de serviço em tecnologia

da informação é um divisor de águas na informática. Discutiremos mais pra

frente os porquês.

Platform as a Service (PaaS): Plataforma como Serviço. Trata-se de um tipo

de solução mais amplo para determinadas aplicações, incluindo todos (ou

quase todos) os recursos necessários à operação, como armazenamento,

banco de dados, escalabilidade (aumento automático da capacidade de

armazenamento ou processamento), suporte a linguagens de programação,

segurança e assim por diante;

Como exemplos de PaaS temos o Google App inventor, Microsoft Azure

services, Google App engine, ORACLE/AWS. O benefício de ter uma

Plataforma como serviço é o aumento no número de pessoas que podem

desenvolver manter e fazer funcionar um aplicativo na web sem ter que instalar

softwares caros ou dominar muito as linguagens da web.

Encurtando a história, PaaS vem para democratizar o desenvolvimento

de aplicativos computacionais para leigos e para os que não dominam

linguagens como HTML5, Java, C++ etc, por tabela, aprimorando o uso

pessoal da rede.

Database as a Service (DaaS): Banco de Dados com Serviço. O nome já

deixa claro que esta modalidade é direcionada ao fornecimento de serviços

para armazenamento e acesso de volumes de dados. A vantagem aqui é que o

detentor da aplicação conta com maior flexibilidade para expandir o banco de

dados, compartilhar as informações com outros sistemas, facilitar o acesso

remoto por usuários autorizados, entre outros;

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Infrastructure as a Service (IaaS): Infraestrutura como Serviço. Parecido com

o conceito de PaaS, mas aqui o foco é a estrutura de hardware ou de máquinas

virtuais, com o usuário tendo inclusive acesso a recursos do sistema

operacional;

Testing as a Service (TaaS): Ensaio como Serviço. Oferece um ambiente

apropriado para que o usuário possa testar aplicações e sistemas de maneira

remota, simulando o comportamento destes em nível de execução.

2.7 Tipos de cloud ou modelos de implementação

A computação em nuvem, como qualquer serviço que se preze se

adapta a seu consumidor. Existem diferentes modelos de implantação com

diferentes características. Citarei a nuvem pública, nuvem privada, nuvem

híbrida e nuvem comunidade.

Nuvem Pública: a nuvem pública pretende ser global e prover serviço para as

massas. As aplicações e o armazenamento de informações estão disponíveis

para os usuários na internet. Esses serviços são disponibilizados tanto

gratuitamente como no modelo “pague o que usar”. Seus principais benefícios

são facilidade para configurar e usar, escalabilidade de processamento, não

desperdício de recursos, pois só se paga o que se usa.

A nuvem pública é o modelo mais conhecido e mais comentado quando

o assunto é computação em nuvem. Jornalistas de revistas como Veja e Carta

Capital costumam chamar de computação em nuvem o modelo de implantação

da nuvem pública, é um erro recorrente e freqüente pois há outros tipos de

implementação de cloud computing, como veremos.

Nuvem Privada: Se a nuvem pública é a internet, a nuvem privada seria a

intranet. Também chamada de nuvem interna ou nuvem corporativa, nuvem

privada é um termo cunhado no marketing para uma estrutura e arquitetura de

rede que provém serviços a um determinado número de pessoas em uma

determinada empresa e instituição, que tem um poderoso Firewall. Firewall é

um programa que evita invasão de hackers, scammers, ou outros tipos de

pessoas que invadem redes em troca de informações confidenciais.

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Avanços na virtualização e na protocolagem de dados na web

permitiram aos administradores de datacenters a efetivamente se tornarem

provedores de um serviço terceirizado para empresas que demandam e

necessitam de mais controle sobre os dados, seja para o armazenamento ou

para o tratamento desses dados.

Nuvem Híbrida: a nuvem híbrida é um meio termo entre a nuvem pública e a

nuvem privada. Existem certas informações e aplicativos na nuvem privada que

são de utilidade pública ou são assim consideradas. Geralmente uma nuvem

híbrida está vinculada à instituições governamentais e obedecem à demandas

governamentais. Um exemplo de nuvem híbrida é a utilização do potencial da

nuvem para manter o sistema de internet para a declaração do imposto de

renda no período do ano em que há essa demanda. As informações são

enviadas de um sistema em nuvem pública que filtra os dados e transfere para

a nuvem privada. A nuvem híbrida permite que uma nuvem privada possa ter

seus recursos ampliados a partir de uma reserva de recursos em uma nuvem

pública.

Nuvem Comunidade: a nuvem comunidade é vinculada a uma estrutura

compartilhada por diversas organizações que partilham as mesmas

preocupações (por exemplo, os requisitos de segurança e política, ferramentas

e aplicativos específicos de determinada área). Por exemplo, empresas

vinculadas à saúde ou à pesquisa científica podem desenvolver e compartilhar

uma estrutura de rede que possa ser acessada por quem faz parte de tal

categoria. A nuvem comunidade ainda é uma ideia interessante ainda em

período de incubação e desenvolvimento. Pode ser administrada por

organizações ou por um terceiro e pode existir localmente ou remotamente.

2.8 Aplicações da cloud

As aplicações que rodam em nuvem são praticamente sem limites. Com

o middleware correto, o sistema da nuvem pode executar todos os programas

que um computador normal faria com um poder de processamento muito

superior. Potencialmente, de diagramações simples de textos à sistemas

operacionais complexos podem ser executados na computação em nuvem. É 22

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como se a nuvem fosse um catalisador do computador pessoal, um

computador que “se comunica” com outros computadores na rede, um modelo

que se bem construído, é mais intuitivo, rápido, dinâmico e multifacetado.

Para quebrar o caráter etéreo da computação em nuvem é interessante

demonstrar na prática cases e aplicações que tem como ingrediente da catálise

a cloud computing:

Mind Meister, Google Docs e Co-criação: Mindmeister e Google Docs

são softwares de decisões colaborativas que trabalham em nuvem. Antes da

computação em nuvem os arquivos de computador que possuiam mais de um

criador ou colaborador tinham que ser editados de maneira não simultânea. A

computação em nuvem possibilita a simultaneidade de edição e a edição

remota por dois ou mais usuários, de um mesmo arquivo, diminuindo

teoricamente o tempo de desenvolvimento da edição. A essa telecriação

simultânea chamarei de co-criação.

-O Google Docs, por exemplo é um conhecido aplicativo que roda em

cloud, nele há programas similares aos programas da Microsoft Office, como o

Word, Excel e Power Point. No Docs, como explicado acima, o arquivo pode

ser editado simultaneamente por vários usuários que têm também na internet o

back-up de seus arquivos.

-O Mindmeister é um aplicativo em cloud que faz mapas mentais, que

ajudam na organização e categorização de determinado assunto e também

pode ser editado por um grande número de usuários simultaneamente.

-Temos como novidade no mercado digital e no mercado de

computaçãop em nuvem a ferramenta iCloud. iCloud é o novo sistema de

armazenamento de dados e sincronização de dispositivos da Apple, ele guarda

na nuvem da Apple tudo o que se carrega em todos os dispositivos da Apple,

de Mac Books à iPads e automaticamente o torna disponível em outros

dispositivos da marca ou em PCs com iTunes e outros softwares da marca

instalados.

-A bolsa de valores estadunidense NASDAQ foi à nuvem publica com

um vasto histórico de informações sobre as ações desde o início das atividades

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da bolsa a ideia era demonstrar transparência nas informações para incentivar

a compra de ações.

-Um computador que funcionaria utilizando a computação em nuvem

precisaria de basicamente de internet, uma tela, um teclado, um

mouse/touchpad e pouquíssimo poder de processamento, visto que esse

computador se utilizaria do poder de processamento da cloud. Isso diminuiria o

custo de aquisição de um computador pessoal e possibilitaria, e acredito que

possibilitará, uma ampliação do uso da internet por quem não tem condições

financeiras de utilizar esse recurso de de comunicação importantíssimo que é o

computador ligado à web.

- Imagine um antivírus para computador que se atualiza

automaticamente, tem poder de processamento massivo e não tem custo

nenhum. Esse tipo de aplicativo ainda funciona de modo rudimentar, no entanto

daqui poucos anos e muitas colaborações se transformará em um super

antivírus ou um super firewall. Essa ideia tem potencial econômico e está em

desenvolvimento por empresas do ramo digital.

A internet, que veio quebrar paradigmas e desconcertar a noção de

tempo com de envio e recebimento de informação digital a longa distância sem

precedentes e em ‘tempo real’, acabou se tornando sinônimo de computador e

a computação em nuvem viria para, de uma vez por todas dar voz ao novo

significado de computador. Já previa Pierre Lévy:

“O computador não é mais um centro, e sim um nó, um terminal, um componente da rede universal calculante. Em certo sentido, há apenas um único computador, mas é impossível traçar seus limites, definir seu contorno. É um computador cujo centro está em toda parte e a circunferência em lugar algum, um computador hipertextual, disperso, vivo, fervilhante, inacabado: o ciberespaço em si.

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3 .Capítulo II - Nuvem pública: decorrências sociais e

mercadológicas.

Manuel Castells, sociólogo espanhol e pesquisador referência quando o

assunto é internet, vê a web como alteradora de uma mudança de paradigma

econômico:

“De fato, mais significativo que a dominação da Internet pelos negócios por volta da virada do século é o tipo de empresa que a Internet ajudou a desenvolver. Não seria fantasioso dizer que a Internet transformou as empresas do mesmo modo, se não mais, que as empresas transformaram a Internet. Essa cultura empresarial é, acima de tudo, uma cultura do dinheiro. E de dinheiro em quantidades tão assombrosas (assim reza o mito empresarial) que qualquer esforço vale a pena. Mas é também uma cultura do trabalho, trabalho compulsivo e incessante. Esse tipo de cultura empresarial atravessa linhas étnicas, uma vez que é precisamente mais multiétnica e global que qualquer cultura empresarial da história.” (Castells, 1999:67)

E fatalmente, a menos que você seja abastado o suficiente para possuir

barras de ouro ou jóias em casa como reserva monetária, seu dinheiro no

terceiro milênio está fadado a estar guardado como informação no servidor do

seu banco. O dinheiro e a dívida, antes ligados a reservas de metais preciosos,

estão, intimamente relacionados à bolsa de valores eletrônica, aos boatos e

derivativos que ao redor e nela se fazem.

O capital econômico, o capital cultural, social e simbólico, cada vez mais

fazem parte da virtualização proporcionada pela rede. Não obstante, o

mercado, por ver na nuvem uma oportunidade econômica, um meio de fazer

dinheiro e de quebra ganhar valiosas informações dos usuários e de seu

comportamento em tempo real, tende a exaltar esse modelo, promover o uso

desse modelo de computação e promover marcas na internet, meio de

comunicação que segundo o Projeto Intermeios do grupo Meio e Mensagem,

com o faturamento de links patrocinados já detém, de Janeiro a Julho 2011,

10% do Share of spending (fatia de gastos) das agências de publicidade.

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Dentre os fatos que mais empolgam na computação em nuvem, um

deles, é a possibilidade de uma diminuição no custo de aquisição de um

computador, levando automaticamente a uma ainda maior popularização do

medium internet. São duas as principais razões para tal o fenômeno da

diminuição do preço. A primeira razão, inerente a esse modelo de computação,

é a falta de necessidade de um hardware potente para o funcionamento do

sistema operacional, afinal de contas o usuário desse modelo utiliza, o poder

de processamento dos grandes datacenters, tendo como único limitante a

velocidade de sua conexão com a internet. Por não ser necessário um

processador de múltiplos núcleos de ultima geração, uma grande memória de

acesso aleatório (memória RAM) e sequer um disco rígido para armazenar os

dados, o custo de um aparato que funcione em cloud é pequeno quando

comparado ao custo de um notebook tradicional que gira em torno de R$

800,00 - R$ 1.400,00 nos modelos mais simples. Encontrar por menos de R$

300,00 (pelo menos no começo do segundo semestre de 2011) no mercado de

tecnologia da informação um netbook que execute um sistema operacional

como o Android, da Google, é normal. São novos estratos sociais que passam

a ter acesso a um computador que navega na internet e essa tecnologia antes

desejada pelas classes menos favorecidas, agora passa a ser acessível para,

por exemplo, a classe D e E, as duas classes economicamente menos

favorecidas economicamente segundo o Critério de Classificação Econômica

Brasil (CCEB).

A segunda razão para essa diminuição de custos é o fato de que é

interessante para o mercado ter a internet como um veículo de comunicação

‘de massa’ que gere renda, por ser outro ponto de contato com consumidores e

mais importante, um meio de comunicação que permite receber informações do

internauta/consumidor quase que instantaneamente.

A internet é um meio de comunicação que permite interatividade e

desde sua difusão comercial em meados da década de 90 ela foi utilizada para

propagar mensagens publicitárias e e-mails marketing, mesmo que a

contragosto dos navegantes da rede dos anos 90. Foi se o tempo, há mais de

uma década, em que a rede mundial de computadores estava apenas nas

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mãos dos universitários, departamentos de defesa e cientistas, as chamadas

tecnoelites, por Manuel Castells. A primeira onda de ‘popularização’ do

computador pessoal, ocorrida no Brasil em meados da década de 90, junto

com o lançamento do Sistema Operacional Windows 95, possibilitou o acesso

ao maquinário somente à população com um nível econômico estável, salvo

raras exceções de entusiastas sem tanto dinheiro (porém longe da extrema

pobreza), mas com muita curiosidade e encanto pela nova tecnologia do

momento. O mercado de Tecnologia da informação desde então galopou e,

segundo o CETIC (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e

da comunicação) em pesquisa divulgada em set/2010 mais de 27% dos

domicílios brasileiros têm um computador que pode se conectar a rede mundial

de computadores em sua própria residência, o que ainda é pouco, mas tende a

mudar dadas as circunstâncias aqui discutidas.

O usuário comum de internet no Brasil acessa a nuvem pública mais do

que ele imagina. Falarei um pouco mais sobre o modo com que um usuário

comum de um computador que funcionasse apenas em nuvem, navegaria

numa public cloud.

3.1 A interface da nuvem pública

A experiência mostrou ao mercado de tecnologia da informação que

quanto mais intuitivo e simples um sistema lógico é para o um usuário comum

mais chances de sucesso o sistema lógico terá. Chamarei de usuário comum

aquele que não se interessa pelas linguagens e muito menos pelos trilhões de

cálculos por segundo que um computador faz, também chamarei de usuário

comum o indivíduo que usa o computador sem ter conhecimento técnico sobre

esse tipo de tecnologia. O que importa para o usuário comum não é o software,

a plataforma ou a estrutura física ou a confecção de tudo isso, o que importa é

a tecnologia per se e o benefício que se pode adquirir ao utilizá-la. Não

desmereço a complexidade lógica de um sistema de informação, pelo contrário,

creio que o caminho para o sucesso de um aplicativo é maquiar a

complexidade com uma interface intuitiva e amigável para o usuário da 27

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tecnologia. Não tenho provas empíricas disso, mas ao parar para pensar sobre

a popularização de Sistemas Operacionais mais intuitivos, como o Windows (a

partir do Windows 95) e o MacOS, e a pouca popularização do sistema

operacional Unix há, digamos, 15 anos atrás, vejo que a ‘intuitividade’ é

necessária para o usuário comum e para a popularização do meio internet.

E justamente no limiar entre complexidade estrutural e simplicidade de

interface que os desenvolvedores, também chamados de developers, da

computação em nuvem buscam angariar público.

Para o usuário comum o computador em nuvem pode ser considerado

uma tecnologia simples quando comparado ao computador tradicional. Os

componentes que fazem parte do hardware são basicamente: um monitor, um

teclado, um chip interno para inicializar o sistema e armazenar uma quantidade

pequena de informações, uma placa de rede com suporte para internet via

wireless e entradas USB. Outros dispositivos físicos não são necessários para

o uso, mais facilitam a navegação, como por exemplo, o mouse. Reitero como

o processamento e o armazenamento de informações ocorrem dentro da

nuvem, memória RAM e processadores potentes não influenciam na

velocidade e fluência da navegação. O único limitante do usuário é a

velocidade de sua conexão com a internet e com a nuvem pública.

3.2 A Internet como limitante

A velocidade da banda no Brasil, quando comparada à de outros países

é pequena. De acordo com o Net Index, site mantido pela Ookla, empresa

famosa por divulgar dados relevantes sobre a utilização de banda larga, o

Brasil ocupa a 68ª posição do ranking mundial quando o assunto é a

velocidade média da banda larga. Com dados coletados entre 17 de fevereiro a

17 de abril de 2011, a empresa afirma que as conexões brasileiras à internet

operam com a velocidade média de 4,71 Mbps (Megabyte por segundo).

Velocidade pequena quando comparada à, por exemplo, a Coréia do Sul que

ainda em, março de 2010, tinha 22,46Mbps ou a Holanda, com 14,51Mbps. O

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Instituto de pesquisa americano Nielsen, mundialmente famoso no mercado,

afirma que em Fevereiro de 2011, 79% das conexões domiciliares estão abaixo

de 2Mbps, velocidade de conexão considerada mediana ou lenta. A velocidade

da banda, por ser o único limitante para o uso da computação em nuvem é um

problema para a disseminação dessa tecnologia no país. Carlos Ribeiro,

engenheiro de redes e colunista do site Webholics.com.br (antigo RWW brasil)

escreveu um artigo interessante sobre a baixa velocidade da banda no Brasil e

a introdução dele achei válida para esse:

“Fato: a banda Internet no Brasil é cara, e impacta todos os negócios de Internet, como acesso banda larga e hospedagem de serviços.

Em 1995, quando a Internet comercial chegou no Brasil, um link de 2 Mbps custava R$ 22.000,00.  O preço abusivo limitou muito o que poderia ser feito com Internet. Hospedar um servidor fica muito mais caro quando a banda custa tanto assim. E até hoje, muita gente acha melhor hospedar os servidores lá fora (em serviços como Rackspace, Amazon e Dreamhost) do que no Brasil. O preço local de banda já caiu muito, mas ainda custa para os provedores algo na faixa de R$ 250,00 a R$ 500,00 por Mbps. É uma redução de 20x em 15 anos, mas ainda é muito mais do que custa lá fora. Somente grandes empresas conseguem um custo menor do que esse. E a raiz do problema está no modelo da Internet brasileira, e em uma distorção que somente agora começa a ser corrigida.

O Oligopólio da Banda Internet no Brasil

A Internet no Brasil chegou pouco antes da privatização, em um momento em que o mercado ainda era controlado pelas empresas estatais. Inicialmente, a única empresa que podia oferecer acesso Internet era a Embratel. Todos os provedores compravam o link da Embratel e tinham que pagar preços abusivos, de mais de R$ 10.000,00 por Mbps contratado. O provedor tinha que fazer essa banda render e para isso concentrava até 20 clientes para cada bit disponível. O resultado: preços altos, linhas lentas, serviço ruim.

Ao longo dos anos seguintes pouca coisa mudou. Outras operadoras entraram no mercado, mas tinham que conviver com o monopólio da Embratel. Mas algumas dessas empresas tinham porte e poder de barganha para forçar as negociações, e aos poucos o monopólio foi se transformando em um oligopólio. Empresas como Oi e Telefônica são exemplos desse processo, pois adotam basicamente as mesmas políticas que a Embratel sempre adotou: preços altos, banda reduzida, política inflexível.

Políticas públicas de aumento de banda a preços acessíveis passaram a

figurar nos trâmites legais brasileiros por imposição da então presidente do

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Brasil, Dilma Rousseff, em meados de 2011. Esse tipo de medida, se

respeitada, trará um sopro de vida e de exaltação a esse modelo de

computação.

3.3 Você está nas nuvens e não sabe

Segundo estimativas da IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau),

outro reconhecido órgão de mensuração de dados na internet, o país terá mais

de 80 milhões de usuários em seu universo estendido, Segundo dados da

Consultoria/Instituto de pesquisa ComScore, em Abril de 2011 os brasileiros

somam mais de 45 milhões de usuários únicos que acessam a internet de casa

ou do trabalho. Dentre esse universo, a ferramenta de busca do Google e a

rede Social Orkut possuem respectivamente, uma cobertura de 80% e 74%

dessa população, e o Facebook, cerca de 50% de cobertura nos visitantes

únicos. Todos os famigerados sites acima são estruturados, inseridos nas

plataformas de e arquiteturados em nuvem, rodando dos servidores desses

sites as informações demandadas pelo usuário. Outros sites como o

GrooveShark ou Pandora, são aplicativos estruturados em nuvem utilizados

para ouvir músicas, o Vimeo ou Youtube para vídeos, O Google Docs para

documentos, O Prezi para apresentações, o Getty Images ou Wallbase para

imagens, o Photoshop online ou o Pixlr para a edição das imagens, há até

mesmo jogos como Angry Birds, ou para mapas mentais o Mindmeister; só

para citar alguns aplicativos da nuvem. Muitos e muitos outros sites que

provavelmente você já se deparou ou se deparará se você usar a rede ao

menos moderadamente se encontram na nuvem.

O Instituto de pesquisa NPD group mostrou em um estudo recente

(agosto de 2011) mostrou que apenas 22% dos usuários entrevistados de

internet sabem o que o termo computação em nuvem significa, mas 76% deles

já usaram serviços de e-mail, jogos online ou compartilhamento de fotos no

último ano. O vice-presidente de análise de indústria da NPD, Stephen Baker

afirma que:

"Quer os usuários entendam ou não a terminologia, eles estão bem familiarizados com os aplicativos na nuvem. Talvez

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nem sempre reconheçam que estão usando um programa na nuvem, mas ainda assim eles confiam nos aplicativos e usam bastante os serviços".

A pesquisa também indica que serviços como e-mail na nuvem são mais

usados pelos que conhecem o termo cloud computing (84%) do que pelos que

não conhecem (68%). Quanto aos aplicativos de preparação de impostos

(terceiro tipo na nuvem mais usado pelos norte-americanos), a diferença de

uso é pequena entre quem sabe o que é cloud computing e quem não sabe.

Esse tipo de tecnologia é um prato cheio para quem é empreendedor e

conhece um pouco de nuvem. Aplicativos que facilitam o preparo e o cálculo de

impostos são um dos únicos que os usuários efetivamente demonstrariam um

interesse em pagar para usar e até o dado momento não é de meu

conhecimento um aplicativo brasileiro que ofereça esse serviço e esse é só um

exemplo entre milhares que podem dar certo.

3.4 Então a nuvem é a Internet?

A pergunta do título, escrita acima, é de certa forma comum quando se

entra em contato com o conceito de computação em nuvem. A resposta é: Não.

Internet e Computação em nuvem são diferentes.

A Internet é a rede mundial que liga centenas de milhões de

computadores através de um protocolo TCP/IP. Que oferece serviços como o

correio eletrônico, e os trilhões de links da World Wide Web (www) através de

um endereço de localização (url). A nuvem é uma tentativa de oferecer os

recursos computacionais (antes tradicionalmente provisionados localmente)

pela própria internet.

Os recursos do modelo tradicional de computação podem estar em

somente um servidor ou computador. Já na computação em nuvem o modelo

funciona com um computador que controla um cluster (agrupamento) de

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computadores, vamos dizer cento e vinte. Esse um computador da nuvem

através de um middleware, controla os cento e vinte outros computadores,

sabe o que cada um dos cento e vinte está processando e divide em ‘tempo

real’ as informações entre cada um deles para não sobrecarregar o sistema ou,

dependendo da potência e do recurso utilizado, por meio de um algoritmo,

delega a um computador mais ocioso a responder a tal processo. Esse

processo se dá pela Internet. Os programas, antes executados do seu

computador, pelo seu computador, passam (com o modelo de computação em

nuvem) a ser executados da Internet, pela Internet. Isso significa que não

obstante, antes os hardwares trabalhavam sozinhos e hoje o hardwares

trabalham em, grade, em bloco, em grupo, em conjunto, dependendo da

arquitetura de uma determinada nuvem. Um por todos e todos por um.

3.5 “Mind your media, men”

Em suas aulas dizia-se que o professor Marshall McLuhan costumava

usar a frase “Mind your media, men”, no sentido de “preste atenção nos meios

de comunicação que você usa”, “alinhe sua percepção”. Esse aforismo, se

profundamente interpretado, traz consigo o fundamento de que as tecnologias

e os meios de comunicação se tornariam “extensões” de nós e transmutadores

das nossas possibilidades físicas, psicológicas e comunicacionais.

Acredito que a nuvem vem provisionar uma interação mais completa do

medium internet com o usuário, uma vez que uma informação está sendo

processada na nuvem e pela nuvem ela pode ser rapidamente re-arquiteturada

e disposta para outros dispositivos que de conectam a internet acessando essa

determinada nuvem, como demonstrado na imagem abaixo.

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Figura 1- Cloud computing, capacidade de interação com vários dispositivos

A interação de dispositivos variados, com dados concentrados de um único usuário na nuvem, tem a aplicação prática de simplificar o uso desses dispositivos pelo usuário, através de uma interface parecida entre os aparatos possuídos por ele, com informações compartilhadas entre esses aparelhos. A informação compartilhada pelos dispositivos na nuvem dá às diversas tecnologias a possibilidade de falar entre si, como uma Inteligência artificial, guiada por protocolos e algoritmos, que com o tempo e o uso, identificam padrões no comportamento do usuário e podem lembrar ou avisar esse de determinado desvio no padrão e confirmar informações conforme necessário.

A nuvem possibilita maior interação com o que Henry Jenkins chamou de transmedia storytelling. Jenkins vê relação entre três conceitos – convergência dos meios de comunicação, inteligência coletiva e cultura participativa. Para ele o conceito de convergência se refere ao:

“Fluxo de conteúdos através de diferentes suportes midiáticos,

à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao

comportamento migratório dos públicos dos meios de

comunicação que vão a quase qualquer parte em busca das

experiências de entretenimento que desejam”. (Jenkins, 2008;

Pg. 27)

A Computação em nuvem, por concentrar em um mesmo endereço ou aplicativo informações que podem ser provisionadas para diversos suportes serve como um catalisador da convergência proposta pelo autor e professor do Massachussets Institute of Technology (MIT) Henry Jenkins. Enquanto as mídias tradicionais tendem a ser passivas, as mídias atuais como o celular, o notebook, o tablet etc. tendem a ser participativas e interativas. A dispersão de dados na nuvem e a ‘rearquitetura’ dos mesmos nos mais variados dispositivos permite a uma marca, um signo ou uma torrente de signos a coexistir de

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maneira mais “orgânica”, mais natural, dentro desses dispositivos pela impressão que aplicativos na nuvem dá aos usuários de simplicidade e facilidade de uso, sem contar a agilidade na oferta dos dados lembrando, é claro, das limitações que envolvem a velocidade da conexão do usuário.

3.6 A Cloud e o mercado de softwares

O modelo de computação em nuvem pode e deve alterar a maneira com

que são negociados os softwares entre desenvolvedores e usuários. No

modelo tradicional de computação, é comum o uso de CDs, DVDs e downloads

de softwares que usam o poder de capacidade do computador pessoal para

realizar suas operações lógicas e se manter em funcionamento. Esses

softwares costumam ter um preço de aquisição e de licenças alto, e após esse

custo inicial não se costuma pagar uma quantia mensal pelo uso, apesar de

existir esse modelo de negócios. Em suma, costumava-se comprar o CD com o

Software, instalá-lo e não ter mais nenhum gasto com o software, salvo

upgrades ou expansões pagas.

Na cloud não há necessidade de instalação de software e no caso de

serviços pagos na nuvem pública o que se paga é o uso por intensidade, por

abrangência de funções e/ou por período de tempo de utilização. Não há alto

custo inicial de aquisição de software para instalação, porque não há instalação

do software, pois a execução do mesmo se dá via nuvem. Em longo prazo esse

modelo de pagamento, como se fosse um ‘aluguel’ pelo serviço, pode se

mostrar interessante para os provedores de serviço em cloud e pode alterar o

modo com que os softwares são negociados.

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4. Capítulo III - Desterritorialização da Informação no SO em

nuvem.

A informação e o modo como lidamos com ela também foi seguramente

tema de discussões na antiguidade clássica. Em algum ano compreendido

entre 411 e 404 a.C Platão escreveu um diálogo, Fedro, mostrando como

Sócrates, e ele mesmo, consideraram a tecnologia da informação (no caso a

escrita) como um catalisador de diversas consequências, segundo Platão:

- Aqueles que têm a habilidade de escrever não exercitarão a memória e

tenderão a ter memória fraca;

- É um recurso para catalogar, não para entender;

- Pessoas irão falsamente levadas a acreditar que entendem de um assunto

quando o são de fato ignorantes, e isso as torna um fardo à sociedade;

- A educação por esse meio é superficial – um estudante quando questionado

sobre o significado de algo estará sujeito a não fazer nada além de repetir a

mesma coisa recorrentemente;

- A informação será distribuída de maneira equivalente entre os que têm e os

que não têm interesse pela informação fornecida e não há maneira de distinguir

entre os leitores que se interessam ou não por determinado tema;

-Não há um meio de averiguar a acurácia do que foi escrito ou da veracidade

do autor;

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-A escrita será somente uma sombra de um discurso real com pessoas reais e

não permitirá ao interlocutor uma interação real. (Platão,1987, Pg. 67)

De acordo com esse argumento, as pessoas se tornarão superficiais,

terão pouca atenção, não criarão nada original e acabarão como um fardo para

a sociedade. Pessoas não autorizadas terão acessos a informações que não

lhes são cabíveis e os que viverem a vida imersos em letras não terão

interações reais com pessoas reais. Novas versões desse punhado de

argumentos foram trazidas à tona com o surgimento de novas tecnologias da

informação, inclusive a internet. Essencialmente Platão levanta cinco

argumentos que podem ser aplicados também a internet:

-A educação sofrerá, pois tende a apresentar informações em vez de

promover pensamentos e provocações.

-A segurança da informação estará comprometida.

-A autoria será difícil de ser autenticada.

-Pessoas passarão a parar de interagir com pessoas reais.

Muito dos debates envolvendo os pontos acima põe em cheque as

tecnologias da informação, muito porque essas tecnologias servem como um

artifício que impossibilita ou enfraquece interações reais. Esse próprio

argumento não leva em conta que a tecnologia da informação, no caso desse

estudo o computador, e o sistema de computação em nuvem pública são feitos

de informações em sistemas lógicos e esses são, em primeira instância,

disponibilizados e utilizados por pessoas, que interagem e costumam interagir

entre si, não sempre com a intenção de interagir com esse sistema.

A lista de modos em que sensações humanas, agora online, são

descritas com o epíteto “virtual” crescem a cada dia. Shoppings virtuais,

comunidades virtuais, bancos virtuais, sexo virtual, jogos virtuais e assim por

diante. A interação social com o medium internet é tanta em alguns casos, que

o uso pode ‘cegar’ o usuário para a não realidade dessas comunidades,

tamanha a intensidade e ‘autenticidade’ emocional dessas interações (Everard,

2000:126).

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4.1 Dispositivos de hardware como meio de armazenar informação

Há vasta gama literária sobre a virtualização das emoções e sobre a

evolução histórica da comunicação, seja ela verbal ou não. Ao entrar em

contato com autores que falam sobre a informação digital e sobre a internet

muito foi aprendido sobre a maneira como a informação é alocada e distribuída

na rede. Nesse tópico falar-se-á sobre como a informação digital evoluiu desde

o “Tubo de Williams” até a nuvem, de maneira breve. O embasamento foi o

livro Modern invention of Information de Ronald E. Day.

O armazenamento digital de informação é antigo e a nuvem, acredito,

parece ser a fronteira final de armazenamento de dados, explicarei o porquê

mais a frente.

Em 1947, um tudo de 1,5m de comprimento era responsável por

armazenar informações desenvolvidas em código binário e foi usado com

sucesso em vários dos primeiros computadores. O nome desse dispositivo é

Tubo de Williams, esse dispositivo utilizava quartzo nas pontas, mercúrio no

centro e bastante eletricidade para funcionar e os dados que seriam

armazenados passavam pelo mercúrio na forma de vibrações mecânicas e

eram reconvertidos na outra ponta. Diz-se que esse tipo de aparato processava

uma instrução a cada 12 milissegundos e armazenava cerca de 0,0625 Kbytes

de informação. Em 1950 e até o começo dos anos 60, tambores de memória,

ou “memory drums”, que usavam magnetismo e papel demarcado para

armazenar informação foram os computadores do tempo, pertenciam à

grandes corporações e/ou departamentos de governo e eram responsáveis por 37

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armazenar cerca de 10Kbytes de instruções. Em 1956 a empresa IBM lançou o

Disco rígido IBM 350, capaz de armazenar 4,4Mbytes de informação. Na

década de 70, mais específicamente em 72 a fita cassette, muito menor que as

tecnologias anteriores, armazenava 660Kbytes para cada lado da fita.

Em 1976 começou a ser produzido o disquete 5,25 polegadas com

capacidade de 1,2 Mbytes. Foi o primeiro armazenador de arquivos produzido

e consumido em massa, ou floppy em inglês também era utilizado para

instalação de Sistemas operacionais. Em 1980 a IBM fez o IBM 3380, o

primeiro disco rígido compacto a alcançar a marca de 1Gbyte e no mesmo ano

a empresa Seagate lançou o ST-506 que foi o primeiro HD (sigla para hard-

disk, disco rígido) para computador pessoal e que tinha a capacidade de 5Mb.

Em 1990 o CD (Compact Disk) passou a ser comercializado e ainda hoje é um

formato popular e reconhecido pelos mais jovens, sua capacidade de 700Mb e

preço baixo conseguiram derrubar a hegemonia do floppy na hora de

armazenar dados. Em 1996 a empresa Seagate fez o primeiro HD de 2,5Gb e

o produziu em larga escala com 7200RPM , essa velocidade de driver acabou

se tornando um padrão que é seguido até hoje. No ano 2000 a IBM

revolucionou mais uma vez o mercado de armazenamento de dados com IBM

DiskOnKey, pequeno barato, com alta velocidade de processamento de dados

e possibilidade de apagar e incluir arquivos e transportá-los de maneira rápida

e eficiente, mais tarde o DiskOnKey, com maior velocidade e capacidade,

ficaria conhecido como pen drive, no começo de sua existência ele

armazenava 8Mb. O ano 2000 também foi o ano do aparecimento do cartão

SD, que teve vasta utilização em celulares e aparelhos portáteis, muito por sua

forma (mais fino que uma moeda) e tamanho (24x32mm). SD é uma

abreviação de Secure Digital, devido a capacidade interna do dispositivo de

encriptar informação, o mais importante para o capítulo é o fato de esse mini

dispositivo de memória armazenar 32Mb no início de sua fabricação em larga

escala. Já em 2008, foi introduzido no mercado o SSD (Solid State Drives), o

considerado “novo” modo de armazenar informação. Esse tipo de aparelho,

que não faz barulho, não gasta muita energia nem sofre interferência

eletromagnética, entrou no mercado com a capacidade média de 64Gb.

Existem vários outros formatos também recentes, porém comercializados não 38

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em larga escala. Porém, por mais que diga métodos e modelos de armazenar

informação de maneira digital não há como chegar a algo sequer próximo do

volume armazenado pela nuvem, que diferentemente de drivers e dispositivos

de armazenamento que tem uma capacidade fixa, tende a crescer e crescer e

crescer.

4.2 Cloud Computing como meio de armazenar informação

A IDC (International Data Corporation), em um estudo divulgado ainda

maio de 2010 estipulou em 1,2 Zetabytes (o equivalente a 1.099.511.627.776

Gigabytes) o tamanho que universo digital (dados on e offline) teria até o final

daquele ano. Para Ilustrar a dimensão dos dados, se colocássemos essa

quantidade de informações em DVD’s e empilhássemos, teríamos uma pilha

com 386 242,56 quilômetros de extensão, segundo John Gantz and David

Reinsel, escritores e pesquisadores da IDC, “O suficiente para ir e voltar à lua”.

Faltam-me dados sobre o quanto do universo digital é dedicado ao

modelo de computação em nuvem atualmente, no entanto, considerando a

existência de datacenters com 102.193,34 m² de servidores e máquinas feitas

para armazenar e processar informações em “nuvem” como o 350 East

Cermak ou o QTS DataCenter com 91974 m², creio que dentro de poucos

anos, com a popularização de sites que usam plataformas em cloud, como o

Facebook, Twitter, Youtube, Linkedin etc. a computação em nuvem chegue

sozinha a Lua, se já não tiver chegado.

A existência da computação em nuvem quer você conheça o termo ou

não, mexeu com as fundações do armazenamento de informações digitais

alterando, portanto, o modo com que lidamos com informações digitais. A

informação digital que antes era armazenada em disquetes, em CD-ROMs e

pendrives, hoje está na nuvem, de lá podendo ser armazenada, alterada e

resgatada conforme a vontade do usuário.

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4.3 O Sistema Operacional (SO) em nuvem.

O Sistema operacional (Operating system, OS) é a interface entre o

computador e o usuário que permite o acesso, entre outros aplicativos, à

internet via uma conexão com a rede mundial de computadores através do

protocolo TCP/IP. Esses sistemas operacionais costumam ocupar espaço tanto

simbólico quanto lógico, espaço esse que poderia ser usado para armazenar

informações para outros fins. Engenheiros de Softwares como o pioneiro sueco

Fredrik Malmer começaram a imaginar e criar um ambiente operacional que

independesse da capacidade do processador, das memórias RAM e ROM e

Disco Rígido para funcionar, o conteúdo do ambiente poderia ser alterado e

salvo via web. Começava-se então a se esboçar um Sistema Operacional em

nuvem pública. A pergunta sobre como a informação seria processada sem um

jogo completo de hardware foi respondida pela nuvem. E justamente na nuvem

pública é que o Sistema Operacional estaria funcionando, não sendo

necessária a compra, a instalação e o possível custo de atualização e

manutenção do OS (Operating System). O dado Sistema operacional poderia

ser acessado de qualquer lugar do mundo, remotamente, sem necessidade de

um computador de última geração, somente precisando de uma, reitero, boa

conexão com a internet.

O Uso de um Sistema Operacional em nuvem pública potencializa a

dominação dos servidores da web sobre a informação acessada ou produzida

pelo usuário que se tornaria refém da internet para conseguir a informação que

ele teria localmente sem o SO em nuvem, essa é uma crítica que pode ser

sanada e rebatida facilmente e aplicativos em nuvem como, por exemplo, o G-

mail já possui uma versão que armazena ‘localmente’ o e-mail dos usuários

além de, claro, armazenar os e-mails na nuvem. Os servidores da rede e

controladores de determinados clusters da nuvem, com o uso da computação

em nuvem, tem ferramentas que possibilitam ao controlador da nuvem acessar

além o tempo de permanência em sites, o acesso às fotos de família, às

músicas favoritas, aos filmes, jogos, dados de redes sociais entre outros.

Todos os arquivos e sites produzidos, gerados, baixados, linkados,

compartilhados e utilizados pelo usuário gerariam informações que poderiam

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ser vendidas por um preço nada módico pela riqueza de detalhes, e ao serem

vendidos (esses dados), tornariam a comunicação publicitária espetacular,

efetiva e pessoal como nunca, aprimorando a sedução do usuário e potencial

consumidor. Isso sem falar do aumento de poder que teria um cracker

chantagista ou as empresas de tecnologia. Vide caso Wikileaks. A riqueza de

detalhes e informações que grandes empresas de tecnologia como Apple,

Google, Cisco, Microsoft, IBM têm sobre seus usuários através da nuvem faz

pensar no direito constitucional de privacidade dos usuários que entra em

cheque com o advento desse modelo de computação.

Em julho de 2009 o gigante da internet Google percebendo as vantagens

da computação em nuvem decidiu começar um projeto revolucionário cuja

previsão de lançamento é junho de 2012 (rumores do site wired.com), que seria

o Sistema Operacional da marca. O Sistema já tem um nome definido e versão

beta, o nome do sistema é Google Chrome OS ou Chromium OS. O Chromium

levaria esse sistema operacional para a Pessoa Física, possibilitando um uso

amplo e social do cloud computing. Para um melhor esclarecimento sobre o

Chromium o YouTube – Canal de vídeos do Google - disponibiliza (em inglês)

um vídeo explicativo. Basta procurar por: “What is Google chrome OS?” no

canal googlechrome para mais informações.

O sistema operacional em nuvem tem seus prós e contras.

4.3.1Prós:

- Utilizar softwares sem que os mesmos estejam instalados no

computador;

- O usuário não necessita de um hardware de última geração para fazer

uso de certos programas, basta acessar esses programas nas “nuvens

computacionais” independente do hardware;

- O compartilhamento de arquivos corporativos e o trabalho corporativo

tornam-se mais fáceis, uma vez que os arquivos e documentos encontram-se

no mesmo lugar, ou seja, na “nuvem” computacional;

-Não é necessário pagar por uma licença integral de uso de software.41

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-O usuário do sistema gastaria menos energia elétrica para manter seu

computador em funcionamento, pagando menos na conta de luz ao final do

mês.

-O custo de aquisição de um ‘computador’ ou um aparato qualquer que

faça a interface entre o usuário e a nuvem pública é bem menor que o custo de

um computador normal.

4.3.2 Contras:

-Qualquer problema com o provedor de internet minaria por completo o

uso de um computador que utiliza somente o Sistema operacional em nuvem.

Aliás, qualquer ataque à uma empresa de tecnologia específica que fornece

serviços de nuvem prejudicaria o acesso do usuário à suas informações e seu

espaço na nuvem.

- Os arquivos são guardados na web e os programas colocados na

nuvem computacional - e não nos computadores em si – são portanto

acessíveis de qualquer lugar. Isso facilitaria o cracking (reprogramação e mau

uso, deliberado,) das informações pessoais e corporativas na ‘nuvem’.

- Com o modelo de computação ‘normal’ ligar o computador e se

conectar à internet é uma questão de escolha. Enquanto não há internet, não

há link entre o usuário e o hacker, ou seja, as informações do usuário estariam

a salvo, o que não acontece em um SO em nuvem. As informações, mais

pessoais e mais importantes, estariam “sempre” online visto que essa nuvem

arquitetônica de servidores interligados não se desligaria, da mesma forma que

a internet não se desliga, é o usuário se desliga da internet. Ou seja, você pode

estar dormindo, ou pode estar numa viagem na Malásia, longe de seu

computador pessoal e ainda assim você seria possível alvo de Hacking,

physhing e scamming caso seja um usuário de um Sistema operacional em

nuvem.

-O usuário normalmente faz uma separação entre aquilo que ele quer

compartilhar na internet e aquilo que ele quer ter como arquivo pessoal não

compartilhado, com a computação em nuvem essa separação torna-se

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fragilizada, pois todas as informações do usuário, públicas ou privadas estarão

nos servidores do provedor em nuvem.

4.4 A Economia da informação, o Estado da informação e os gigantes do Vale do Silício.

No primeiro trimestre de 2011, descobriu-se que as duas empresas com

mais valor de mercado do Vale do silício e quiçá do mundo, Apple e Google

armazenavam a cada 5 minutos a localização geográfica dos usuários de seus

smartphones em seus servidores. Ambas as empresas foram chamadas para

depor sobre a questão e alegaram usar o artifício simplesmente para ajudar os

usuários a descobrirem sua posição. Os dispositivos precisam saber onde

estão para realizar chamadas e recebê-las – assim como a visualização de

mapas, localização de lojas, restaurantes e entretenimento de potencial

interesse. O telefone encontra onde seu usuário está através das torres de

celular e Wi-Fi dos bairros, bem como os satélites de GPS em órbita, como um

navegador de web que armazena dados em um computador pessoal sobre

sites visitados para que as páginas possam ser abertas de forma mais rápida,

ter as coordenadas do local armazenadas nos dispositivos móveis torna mais

fácil para o telefone se localizar da próxima vez. Ao reduzir a quantidade de

cálculo feito pelo aparelho a cada localização, o processo salva a vida da

bateria. Uma vez explicado, parte dos usuários aceitou o fato como razoável.

Um fato não muito levado em conta é que esses dados de locomoção e

geolocalização têm como dito, alto valor comercial. Mais nenhuma sanção foi

feita sobre o assunto, nenhuma multa foi paga por Apple ou Google por essa

“invasão de privacidade”. Fica como dúvida se os detentores dos smartphones

sabem que suas informações de geolocalização estão sendo armazenadas a

cada curto intervalo de tempo. O cruzamento de informações de geolocalização

com os dados da nuvem possibilitam a essas empresas saber onde você foi,

onde você está e prever através de algoritmos aonde você vai. É um pan-óptico

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moderno. Pan-óptico é um termo utilizado para designar um centro

penitenciário ideal desenhado pelo filósofo Jeremy Bentham em 1785. O

conceito arquitetônico desse centro penitenciário permite a um vigilante

observar todos os prisioneiros sem que estes possam saber se estão ou não

sendo observados. Agora imagine um governo tirano com as informações de

geolocalização dos principais “inimigos do Estado” em mãos, é preocupante do

ponto de vista social (Barton, 1993, 140-155).

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5. Capítulo IV – Cyberpolítica na computação em nuvem, Worldwide Crackers, mecanismos de autoproteção e possíveis tempestades.

Uma característica desse século que muda as antigas relações de poder

simbólico estabelecidas desde os primórdios da humanidade é o fato de que

vivemos em uma sociedade hiperconectada, fluida, dinâmica. Para o bem ou

para o mal, os discursos, ideias, movimentos, hábitos e atitudes ganham

adesão popular com uma rapidez assustadora. Acredito que parte desse

comportamento de volatilidade e desapego à informação tem na internet parte

de sua causa pela mudança no modo que lidamos com signos na

contemporaneidade.

Um exemplo desse cenário de conexão foram os tumultos, ou riots, do

mês de Agosto de 2011, que tomaram conta das principais cidades da

Inglaterra com o foco em Londres.

O que se pensava ser uma revolta de adolescentes sem emprego e

vândalos violentos passou a ter outro panorama após as mais de 1,5 mil

prisões e 500 sentenças. Dentre os presos estavam desde jovens e crianças

de 11 anos até pessoas de 46, incluindo manifestantes da classe alta inglesa.

Em um parêntesis político, 2011 foi o ano em que o atual primeiro

ministro britânico, David Cameron, conversou com executivos do Facebook,

twitter e RIM, fabricante do Blackberry para impedir que essas redes fossem

usadas pelos manifestantes. Engraçado o fato desse mesmo estadista, há

meses atrás ter comemorado publicamente a força e o poder de mobilização

social dessas mesmas redes nos protestos que ficaram conhecidos como “A

primavera Árabe” que culminaram na queda de ‘ditadores’ em Países de

maioria muçulmana no norte da África.

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A internet e a nuvem, já adquiriram proporções tão orgânicas, coletivas e

tão monumentais que é difícil impor restrições ou censurar às redes sem ferir

na alma os usuários. O domínio das técnicas e conhecimento para criar e

burlar os protocolos da rede é uma habilidade valorizada por grupos sociais

modernos.

Dentre esses grupos que dominam as técnicas e a lógica da internet

estão os hackers. Há certa carga negativa ao redor desse termo que

estudiosos e membros da comunidade hacker vem tentando retirar. Manuel

Castells explica a diferença entre hackers e crackers em seu livro A Sociedade

em rede (1999):

“Os hackers não são o que a mídia diz que são. Não são uns irresponsáveis viciados em computador empenhados em quebrar códigos, penetrar em sistemas ilegalmente, ou criar o caos no tráfego dos computadores. Os que se comportam assim são chamados de “crackers”, e em geral são rejeitados pela cultura hacker, embora, eu pessoalmente considere que, em termos analíticos, os crackers e outros cybertipos são subculturas de um universo hacker muito mais vasto e, via de regra, não destrutivos”.

O mesmo autor exemplifica o comportamento da cultura hacker ao

descrever comunidades virtuais no mesmo livro:

O mundo social da Internet é tão diverso e contraditório quanto a própria sociedade. Assim, a cacofonia das comunidades virtuais não representa um sistema relativamente coerente de valores e normas sociais, como é o caso da cultura hacker. Apesar disso, essas comunidades trabalham com base em duas características fundamentais comuns. .• A primeira é o valor da comunicação livre, horizontal. [...] Essa liberdade de expressão de muitos para muitos foi compartilhada por usuários da Net desde os primeiros estágios da comunicação on-line, e tornou-se um dos valores que se estendem por toda a Internet.• O segundo valor compartilhado que surge das comunidades virtuais é o que eu chamaria formação autônoma de redes. Isto é, a possibilidade dada a qualquer pessoas de encontrar sua própria destinação na Net, e, não a encontrando, de criar e divulgar sua própria informação, induzindo assim a formação de uma rede.

Tim Jordan, sociólogo estadunidense escritor do livro Cyberpower: The

culture and Politics of Cyberspace and Internet, define cyberpunk:

“Cyberpunk is a genre of science fiction that emerged in the 1980s. It analysed current society and technology by making them appear fictional and strange. (…) Cyberpunk became a general cultural term

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for an outlaw or critical attitude to the effects of information technology on society.”

Em uma tradução do autor, Tim Jordan diz que o Cyberpunk é um gênero de

ficção científica que surgiu nos anos 80. Esse gênero analisou a sociedade e a

tecnologia da época fazendo-a parecer ficcional e estranha. Cyberpunk se

tornou um termo cultural para uma atitude fora-da-lei ou crítica para os efeitos

da tecnologia da informação na sociedade.

O pouco contato que ainda tive com membros da cultura hacker e

alguns de seus desenvolvedores me fez estar ciente da importância e

capacidade de desenvolvimento lógico de membros da cultura hacker, no

entanto os crackers que deturpam a comunidade hacker, com o advento da

computação em nuvem ganham mais poder ainda em comparação ao que já

tinham com o modelo tradicional de computação e configuração da rede.

Pode-se fazer a seguinte analogia: Uma caixa d’água envenenada pode

ser prejudicial à uma família em um domicílio, mas o reservatório de água de

uma cidade inteira, quando envenenado, terá um efeito muito mais devastador

por se tratar de uma quantidade muito maior de envolvidos.

O modelo tradicional e seu link protocolado com a internet, nessa

analogia, seria representativamente o domicílio enquanto o sistema em nuvem

seria o reservatório ou represa da cidade, trocando-se obviamente água por

informação.

No modelo tradicional de computação, as informações do usuário estão

seguras de hacking, scamming, phishing e outros tipos de ações fraudulentas

pela web quando o computador do usuário está trabalhando offline ou

desligado. Enquanto não há conexão com a web, não há risco de fraude ou

roubo de dados, se há conexão, há risco, mas é como se o vírus de

computador ou malware ‘envenenasse’ apenas um domicílio. No caso de uma

invasão de uma nuvem, a estrutura e as informações de grande parte, ou todos

os usuários da nuvem estarão disponíveis para o uso dos scammers e

crackers.

Quando em um sistema social baseado no mercado de consumo e na

moeda, cujo mercado de consumo pode ser e é atingido e condicionado pela

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internet e o capital econômico está situado em servidores de bancos, o

aparelho ideológico do Estado e o próprio capital econômico do sistema social

estão na internet e parte do poder foi vinculado à informação. Sendo assim,

quem está na internet e domina a lógica de construção da informação na era

da Informática tem poder. A ética Hacker, que é um fenômeno cultural da

sociedade conectada que traz à tona um diálogo interessante sobre o uso ou

não do conhecimento técnico a favor ou contra determinada estrutura social em

certas situações. Castells explora o assunto:

“Segundo Pekka Himanem (2001), a ética hacker é a característica cultural da sociedade informacional. (...). A cultura hacker desempenha um papel axial na construção da Internet. Por duas razões: pode-se sustentar que é o ambiente fomentador de inovações tecnológicas capitais mediante a cooperação e a comunicação livre; e que faz a ponte entre o conhecimento originado na cultura tecnocrática e os subprodutos empresarias que difundem a Internet na sociedade em geral. (...)A melhor maneira de compreender os valores específicos e a organização social da cultura hacker é considerar o processo de desenvolvimento do movimento da fonte aberta como uma extensão do movimento original do software gratuito. Em certo sentido a fonte aberta foi um traço estrutural no desenvolvimento da Internet (...), já que todos os seus desenvolvimentos técnicos cruciais foram comunicados a universidades e depois compartilhados na Net.(...)A liberdade combina-se com cooperação através da prática da cultura do dom, que acaba por levar a uma economia do dom. Um hacker divulga sua contribuição para o desenvolvimento do software pela Net na expectativa de reciprocidade. A cultura do dom no mundo hacker distingue-se de outras análogas. Prestígio, reputação e estima social estão ligados à relevância da doação feita à comunidade. Assim, não se trata apenas da retribuição esperada pela generosidade, mas da satisfação imediata que o hacker tem ao exibir sua engenhosidade para todos. Além disso, há a gratificação envolvida no objeto ofertado. Ele não tem apenas valor de troca, tem também valor de uso. O reconhecimento vem não só do ato de doar, como da produção de um objeto de valor (software inovador)”

Por ser mantida por menos profissionais e por ser mais complexa

que o modelo tradicional de computação, a computação em nuvem tende a

concentrar conhecimento específico e ter salários mais altos que os

trabalhadores que vivem do modelo normal de computação.

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5.1 Cyber democracia na nuvem

Há uma corrente de pesquisadores que ainda acredita que a internet é

uma panaceia e que os males do mundo serão obliterados por esse meio.

Acredito como McLuhan em seu livro “Meios de comunicação como extensões

do homem”, que as tecnologias e os meios de comunicação se são ‘extensões’

do nosso corpo e amplificadores das possibilidades humanas, e que

tecnologias como a internet e a nuvem justamente ampliam essa variância de

possibilidades sejam essas possibilidades prazerosas ou desprazerosas para

quem sofre as conseqüências dela. Castells (Castells, 2004: p. 128) fala sobre

a democracia e a política informacional discutindo novas amplitudes da

democracia na internet:

“Esperava-se que a Internet fosse um instrumento ideal para promover a democracia - e ainda se espera. Como dá fácil acesso à informação política, permite aos cidadãos ser quase tão bem informados como seus líderes. Com boa vontade do governo, todos os registros públicos, bem como um amplo espectro de informação não-sigilosa, poderia ser disponibilizado on-line. A interatividade torna possível aos cidadãos solicitar informação, expressar opiniões e pedir respostas pessoais a seus representantes. Em vez de o governo vigiar as pessoas, as pessoas poderiam estar vigiando o seu governo – o que é um direito delas, já que teoricamente o povo é soberano. Entretanto, a maioria dos estudos e relatórios descreve um quadro melancólico – com a possível exceção das democracias escandinavas.”

É inegável o uso da nuvem com fim de facilitar as práticas

burocráticas do Estado e baixar os custos de manutenção dos sistemas de

tecnologia da informação. Um exemplo é a locação de espaço de

processamento na nuvem para a entrega da população para o Estado dos

relatórios para o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Se a locação de

instâncias em nuvem não fossem feitas, o sistema não suportaria a quantidade

de usuários e ficaria lento, como ficava num passado próximo, ou se o Estado

detivesse todo o aparato para a manutenção do sistema quando a demanda

pelo relatório de imposto fosse alta, o custo de manutenção quando o sistema

estivesse ocioso seria grande e seria um desperdício de dinheiro público

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comprar e manter servidores que ficariam ociosos durante boa parte do ano

visto que seria muito menos dispendioso locá-los em uma nuvem.

A nuvem pública é um local relativamente barato para se manter um

ambiente interativo e confiável, que tende a horizontalizar não só a

comunicação entre os envolvidos no uso e sim horizontalizar o uso da dos

softwares, da interface e da estrutura em conjunto possibilitando a interação

5.2 Worldwide Crackers

Um servidor ou um computador com informações, documentos de uma

celebridade, uma empresa ou um cidadão de classe média alta por si só já é

valioso para um fraudador das redes. Imagine agora dados pessoais como

fotos de família, fotos privativas, dados bancários, vídeos pessoais, etc. de

milhares ou milhões de pessoas simultaneamente em um mesmo sistema

computacional, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana para

tentativas de invasão, roubo e personificação, esse é um risco de alocar

informações na nuvem. Na computação tradicional um computador desligado

ou desconectado da internet é um porto seguro para os arquivos e conteúdos

digitais, num sistema operacional em nuvem, sua informação teoricamente

pode ser alvo de phishing a qualquer momento.

Aproveitando o discurso, imagine se sistemas operacionais que

armazenam tudo em nuvem, ganhassem respaldo popular e fossem utilizados

em larga escala, hipótese que acho além de viável, provável, visto que o

modelo de computação em nuvem é benéfico para o mercado, não só o de

tecnologia da informação, pela quantidade e qualidade da informação que se

consegue sorver e processar de um determinado usuário. Uma vez

arrebanhando um número considerável de usuários, uma nuvem pode se

transformar em uma mina de ouro baseada em informação visto que

identidades reais foram transmutadas em identidades virtuais. Não obstante,

cada vez mais o mundo corporativo e a economia se enraízam na virtualidade.

Um levante cracker forte o suficiente para derrubar uma nuvem, prejudicaria

em vez de um, milhões de usuários.

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A situação do cracking ganha no sistema operacional em nuvem um

agravante sem precedentes. Um computador, ou milhares, talvez milhões deles

conforme o tamanho e popularidade de uma nuvem ou de um aplicativo em

determinada nuvem têm suas informações armazenadas e passíveis de mal

uso de terceiros tecnicamente aptos a invadir a nuvem. Há de se pesar as

conseqüências de ter um computador que rode exclusivamente na nuvem, pois

a segurança das informações dos usuários, por mais que seja assegurada pelo

provedor do serviço, pode ser perdida ou duplicada para uso de terceiro.

Imagine que um prestador de serviços na nuvem vá a falência e seus dados

estão hospedados no espaço cedido por ele, caso os servidores que hospedam

seus dados nessa nuvem sejam por algum motivo desligados, você perderá

sua informação, sem muita chance de reavê-la.

Devido ao valor das informações envolvidas, muitos dos servidores que

processam informações importantes, tal qual um banco de dados de um

determinado departamento de defesa ou um servidor de um banco tem suas

localizações mantidas como segredo de Estado.(Everard, 2000:198)

5.3 Que tempestades cibernéticas podemos esperar?

Imagine sua vida hoje sem energia elétrica. Provavelmente seria não

confortável e seria possivelmente caótica. A energia elétrica e os inúmeros

dispositivos que dependem dela para funcionar, como geladeira e televisão,

estão instituídos como entidades tão recorrentes em nosso cotidiano que seria

difícil abrir mão da eletricidade ou de tudo que se utiliza dela para funcionar.

Seria a internet outro recurso provisionado necessário para um bom

andamento da sociedade? Uma pesquisa da empresa de tecnologia Cisco,

realizada com jovens de até 30 anos em 14 países diz que a internet passou a

ser tão necessária quanto a água, comida e moradia.

No Brasil, três em cada cinco estudantes e jovens profissionais fizeram

essa afirmação. Entre um carro e a internet, eles também dão mais importância

à internet, acredite. Além disso, 72% dos universitários brasileiros disseram

que preferem navegar na internet a namorar, ouvir música e sair com os 51

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amigos.

Essa ênfase na internet se repetiu entre universitários de países como China

(59%), Espanha (54%) e Índia (54%). Somente na França o namoro prevaleceu

na dianteira das opções, com 54%. No campo profissional, 75% da geração Y

(nascidos entre 1982 e 1996) brasileira diz não viver sem internet.

Como dito antes, a nuvem concentra grande parte das informações da

internet e possui informações e dados que podem ter um valor simbólico muito

grande para os usuários. O Facebook em 2011 mostrou ao mundo o recurso

“timeline” que pretende fazer dessa rede social um compêndio de todos

melhores momentos da vida que os usuários decidirem compartilhar na

internet, mostrando as principais atualizações, fotos e vídeos como em uma

linha do tempo, como em um álbum de fotografia imenso aprimorado e

disponível na internet. Imagine o vinculo emocional que é criado nessa

ferramenta que te dá a possibilidade de ter sob controle um panorama social de

seus amigos e familiares e o backgroud deles, ou o backgroud que eles

querem mostrar. Imagine gastar tempo, muito tempo, em uma rede social

‘viciante’, e repentinamente receber a notícia de que ela está offline devido a

ataques de crackers ou hackers ativistas. Pode parecer pouco para muita

gente, no entanto, para alguns jovens que passam boa parte do dia na internet

e no celular conectado à web é a vida simbólica dele que está fora do ar.

Não sei se existe um meio de testar empiricamente o que irei falar, nem

tenho tanto interesse em saber, essa é uma opinião do autor. Eis a opinião: Se

por algum motivo, as ferramentas, aplicativos e estruturas de cloud entrassem

em colapso hoje (e.g Google [Youtube, Orkut, Google search, Gmail etc],

Facebook, Amazon, Apple) e fosse noticiado que as informações que lá

estavam foram perdidas para sempre, o número de casos de suicídio e

depressão aumentaria muito entre os adolescentes abruptamente.

Como tendência histórica, as funções e os processos dominantes na era

da informação estão cada vez mais organizados em torno das redes. Redes

constituem a nova morfologia social de nossa sociedade e a difusão da lógica

de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos

processos produtivos e de experiência, poder e cultura. Tudo isso porque elas

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são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando

novos nós desde consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde

compartilhem os mesmos códigos de comunicação. Nesse contexto é que a

rede é um instrumento apropriado para a economia capitalista voltada para a

inovação, globalização e concentração descentralizada; para o trabalho,

trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e adaptalidade; para

uma cultura de descontrução e reconstrução contínuas; para uma política

destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos;

e para uma organização social que vise a suplantação do espaço e invalidação

do tempo. (Castells, 1999:558)

Postos de trabalho, rendas familiares e sistemas econômicos no século

XXI dependem da rede para subsistir, e ‘baixa entropia social’ advinda da

organização de parte da sociedade de maneira simbiótica com a rede pode

aumentar a ponto de ser destrutiva no caso de uma ruptura na conexão com a

rede.

5.4 Economia da informação

No primeiro trimestre de 2011, por exemplo, descobriu-se que as duas

empresas com mais valor de mercado do Vale do silício e quiçá do mundo,

Apple e Google armazenavam a cada 5 minutos a localização geográfica dos

usuários de seus smartphones em seus servidores. Ambas as empresas foram

chamadas para depor sobre a questão e alegaram usar o artifício

simplesmente para ajudar os usuários a descobrirem sua posição. Os

dispositivos precisam saber onde estão para realizar chamadas e recebê-las –

assim como a visualização de mapas, localização de lojas, restaurantes e

entretenimento de potencial interesse. O telefone encontra onde seu usuário

está através das torres de celular e Wi-Fi dos bairros, bem como os satélites de

GPS em órbita, como um navegador de web que armazena dados em um

computador pessoal sobre sites visitados para que as páginas possam ser

abertas de forma mais rápida, ter as coordenadas do local armazenadas nos

dispositivos móveis torna mais fácil para o telefone se localizar da próxima vez.

Ao reduzir a quantidade de cálculo feito pelo aparelho a cada localização, o

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processo salva a vida da bateria. Uma vez explicado, parte dos usuários

aceitou o fato como razoável.

Um fato não muito levado em conta é que esses dados de locomoção e

geolocalização têm um alto valor mercadológico. nenhuma sanção foi feita,

nenhuma multa foi paga por Apple ou Google por essa “invasão de

privacidade”.

Julian Assange, do Wikileaks, disse dezembro de 2011 em uma coletiva

de imprensa que empresas privadas de espionagem estao vendendo, em

vários países ao redor do mundo, sistemas de vigilância em massa para

produtos como iPhone, Blackberry e Gmail. Esses sistemas seriam capazes

de, entre outras ações, tirar fotos sem seu conhecimento, ler, alterar

mensagens e rastrear sua localizaçao geográfica - "Vcs estao todos ferrados",

disse Assange.

5.5 Os anticorpos da nuvem

Como parte da segurança e presente na arquitetura da nuvem está um

conceito chamado de redundância, a redundância é quase inerente a um

sistema de computação em nuvem e funciona da seguinte maneira: deve-se

fazer uma cópia de toda a informação dos usuários e a armazenar em outros

dispositivos, em outros servidores (backup). As cópias habilitam o servidor

central a acessar máquinas de backup para reter os dados que, de outra forma,

poderiam ficar inacessáveis. Fazer cópias de dados que podem ser usados em

paralelo como um backup é chamado de redundância.

Ao invés de projetar a nuvem para a prevenção de falha, o projeto

arquitetônico da nuvem aceita e espera que os componentes eventualmente

falhem e busca mitigar o impacto da falha e restabelecer o serviço rapidamente

quando a falha ocorre no sistema ou um ataque ocorre em determinada nuvem.

“Através da virtualização, a detecção em tempo real e resposta

automática para os estados de saúde, as cargas de trabalho podem ser 54

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movidos, muitas vezes sem nenhuma percepção de impacto sobre o serviço.

Se a redundância é tratada na camada de aplicação, pode ser retirada da

camada de infraestrutura, economizando custos substanciais.” Diz Markus

Christen da Microsoft.

Em miúdos, se um servidor que provisiona recursos na nuvem é atacado

e derrubado por algum motivo, o próprio servidor se reorganiza para buscar as

informações no backup e continuar a oferecer os serviços com pouca perda de

desempenho, até o servidor principal voltar a operar. Os usuários não

costumam sentir as quedas e os ataques, quando não são barrados por um

poderoso firewall baseado em nuvem.

Então é possível invadir ou derrubar uma nuvem? Sim, apesar de prever

falhas e concertá-las rapidamente através da redundância e de softwares de

defesa é possível derrubar uma nuvem. Temos como exemplo a queda da

Playstation Network, rede de jogos da Sony para as plataformas do videogame

Playstation que funciona baseada em nuvem e ficou quase um mês off-line

devido a ataques de crackers.

O site Bloomberg reporta que certa conta na Elastic Compute Cloud,

EC2, (serviço embasado na computação em nuvem) da Amazon foi usada para

o ataque à PSN, apesar dos hackers terem usado um pseudônimo para

acessar a central de dados e obter a permissão. Com o alto poder de

processamento e grande conhecimento técnico, o hacker atacou os servidores

da PSN. Obviamente, a conta usada com a Amazon já foi apagada/fechada.

Para se atacar a nuvem, a própria nuvem se mostrou o método mais

eficiente. Com o advento e tamanho da nuvem e a possibilidade de ataques a

ela, a rede passa a ter na nuvem sua variante e sua ‘mutação’. O modelo de

computação em nuvem tem um grande potencial de processamento e

armazenamento de informações que podem servir tanto para facilitar e

organizar a sociedade e a vida em sociedade como servir como ferramenta de

ataque à uma determinada instituição que se encontra na rede. Como sempre,

o bom uso da cloud computing depende da índole e escolha dos atores sociais

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que cada vez em maior número acessam a rede e se utilizam do modelo para

navegar.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Relendo o artigo “How to Stop Worrying and Learn to Love the Internet”

de Douglas Adams do dia 29 de agosto de 1999 que saiu no editorial do Jornal

Sunday Times percebi o quanto o mundo mudou em 12 anos. A ferramenta de

comunicação e processamento lógico que ligava pessoas através de

computadores pessoais era considerada por muitos formadores de opinião (e

dizem que até por Bill Gates) como “uma bobagem passageira”, algo que

desapareceria com o tempo, como o Tamagochi (também conhecido nos anos

90 por “bichinho virtual”) ou a calça boca de sino, esses “formadores de

opinião” não podiam estar mais errados quanto a essa poderosa ferramenta de

comunicação.

Cerca de outubro de 2010, quando comecei a esboçar esse projeto de

pesquisa já se falava em computação em nuvem, já se esboçavam alguns

sistemas operacionais em nuvem disponíveis para teste na versão beta, o

Google, Orkut, o Facebook, o Youtube entre outros já eram nomes que

apareciam constantemente na grade mídia, mas os aplicativos de cloud ainda

eram em sua grande maioria disponibilizados apenas para computadores ou

notebooks e o iPad um sequer tinha sido lançado no Brasil. Ao decorrer de um

ano, houve uma explosão do uso de smartphones no país, até alguns

eletrodomésticos como geladeira estavam conectados à rede e a nuvem e sua

imensa capacidade de processamento serviu como catalisador e como

unificador da comunicação entre os dispositivos e mais do que isso, a cloud

serviu e serve como uma fonte remota das informações que interessam a cada

usuário. Posso usar como exemplo o Grooveshark, que disponibiliza um

aplicativo, seja para computador pessoal, seja para celular para escutar música

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sob demanda, gratuitamente pela nuvem através internet, sem tarifação e com

uma base imensa de artistas e músicas em seu site. É a idéia do iCloud da

Apple, recentemente lançado, que visa guardar na nuvem os arquivos do

usuário e compartilhar os dados entre todos os dispositivos da marca, deixando

no aparelho espaço para o usuário armazenar o que lhe convier . Como fã de

tecnologia e pesquisador eu esperava crescimento de estruturas de

datacenters e aumento no uso do modelo de computação em nuvem pelo

mercado, mas jamais imaginaria que em somente um ano o tema computação

em nuvem fosse crescer a ponto de que um carro fosse apresentado utilizando

conexão em nuvem. Ford Evos Concept é o nome do carro-conceito que

pretende quebrar paradigmas conectividade automobilística. Paul Mascarenas,

chefe técnico do time de Pesquisa e Inovação da Ford diz: "Hoje, os motoristas

têm de se adaptar às características e equipamentos do carro. O Evos muda o

paradigma de como você interage com o seu carro. Nossa visão é que o carro

tem de se adaptar ao motorista, levando a experiência de direção a um nível

totalmente novo de personalização e conveniência." Através do cruzamento de

dados de bordo sobre as preferências do motorista com as informações da

nuvem, como agenda de trabalho, músicas, condições do tempo e

comunicação local de veículo para veículo, o Evos Concept busca tornar a vida

do motorista mais simples. "O carro conhece você e pode atuar como um

assistente pessoal para administrar algumas rotinas durante o seu

deslocamento diário", diz Mascarenas, pareceria ficção científica há vinte anos.

Essa virtualização de todos os arquivos na nuvem é algo que assusta

muita gente. Falando como usuário, dá a impressão de que o arquivo, antes

transportado em um CD, DVD ou mesmo em um pendrive deixou de ser seu e

está em um limbo inalcançável, no éter. É como ler um livro digitalizado ante a

ler um livro impresso, só que agora, se bobiar, não seria possível sequer

transportar o arquivo em um dispositivo físico (sem ter que carregar um

datacenter nas costas).

Com a nuvem é possível que as informações digitais percam dentro de

alguns anos caráter de ‘fisicalidade’ e que os livros de papel, CDs com músicas

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e rolos de vídeos sejam apenas mais entidades e tecnologias da informação

obsoletas, que em sua obsolescência só serviam para ocupar espaço.

A Internet que até o começo do milênio era um território com pouca

audiência, audiência difusa e ligações diretas de um computador com todos os

outros computadores do mundo passou a ter como mediador da ligação entre

os inúmeros nós a Nuvem e grandes holdings de tecnologia e serviços digitais

baseados em internet tomaram para si grande parte da audiência e das rédeas

da web, a Internet não é mais território de ninguém, pois há muito dinheiro,

influência e poder envolvido nos trâmites da rede.

Grandes nomes da computação em nuvem como Amazon, Google,

Microsoft etc. têm no Brasil um mercado-chave e já têm escritório(s) no país

em algumas dessas empresas usam datacenters sitiados no Brasil. Como

comentei, quase à exaustão no decorrer do trabalho, a cloud possibilita montar

um aparato que permite conexão com a internet por um custo muito mais

menor para o consumidor final e por isso é também uma ferramenta de

inclusão digital.

O que me preocupa é a quantidade e a qualidade das informações que

os usuários, deliberadamente ou não, trocam na internet e permitem fornecer a

aplicativos e serviços na nuvem. A Nuvem pode ser em um futuro desagradável

o panóptico de Bentham, estendido a todos os usuários da rede, que quando

mais difundido, consolidado e construído com cuidado e tempo, faria os

sistemas de controle e informação propostos no livro fictício 1984 de George

Orwell parecerem velhos chapéus.

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7.2 Referências eletrônicas escritas:

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Fim.

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