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Primeiro capítulo da matéria EST-25 de estruturas aeroespaciais ministrada no ITA.
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EST-25 Estruturas Aeroespaciais II ITA-2013 1-1 Introdução à Fadiga
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INTRODUÇÃO
A falha mecânica é uma preocupação de todo engenheiro que projeta e/ou analisa uma
estrutura, seja ela uma máquina, um veículo ou uma ponte, por exemplo. As falhas
mecânicas têm causado muitos ferimentos e até perdas de vidas, além de perdas
financeiras. Porém, em relação ao grande número de projetos bem sucedidos de
componentes mecânicos e estruturas, as falhas mecânicas podem ser consideradas
mínimas.
Os projetistas de máquinas, veículos e estruturas devem buscar níveis máximos
de desempenho e economia ao mesmo tempo em que tentam garantir que o produto
projetado seja seguro e durável. Para garantir desempenho, segurança e durabilidade é
necessário evitar, fundamentalmente, excessivas deformações e tensões (flexão, torção
e alongamento) dos elementos estruturais. Além disso, trincas em componentes
estruturais também devem ser evitadas, ou estritamente limitadas de modo que não
progridam até o ponto de completa fratura.
O estudo de deformações e fratura em materiais é denominado de
“Comportamento Mecânico dos Materiais”. Um dos aspectos importantes desse assunto
são os testes físicos realizados com corpos-de-prova de materiais, aplicando-se forças
e deformações, com o objetivo de se obter informações quantitativas sobre o seu
comportamento mecânico. De posse desses dados de ensaios o engenheiro pode
analisar uma estrutura e projetá-la de modo a se evitar falhas.
A preocupação básica quando se projeta um componente, para se evitar a sua
falha estrutural, é garantir que a tensão no elemento não exceda a resistência do
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material. Resistência é simplesmente o nível de tensão que produz a falha, qualquer
que seja o seu mecanismo.
Entre os tipos de falhas de materiais que serão apresentados na próxima seção,
a falha por fadiga representa segundo várias referências, de 50 a 90 por cento de todas
as falhas mecânicas que ocorrem em máquinas, veículos ou estruturas. Este tipo de
falha ocorre em simples itens de uso diário, como por exemplo, molas de portas e
escovas de dente, bem como em componentes e estruturas complexas de veículos
terrestres, navios, aeronaves e próteses humanas.
Os problemas de falhas estruturais por fadiga não preocupavam os projetistas de
aviões antes da década de 50 porque essas aeronaves não eram submetidas a cargas
tão altas como os aviões atuais e o material com que eram construídas tinham tão baixa
resistência à tração que, a fim de satisfazer os requisitos de resistência estática, as
tensões resultantes das cargas de serviço estavam dentro dos limites de uma vida em
fadiga adequada.
Mesmo com todos os conhecimentos disponíveis atualmente sobre a fadiga de
material, não conseguimos realizar um projeto ou fabricar um avião totalmente livre
deste problema. O que podemos e devemos fazer é, na fase de projeto e durante a sua
fabricação, atentar para os pontos mais prováveis de falha por fadiga da estrutura
(pontos de concentração de tensões) minimizando os seus efeitos e, usando a
tecnologia de Mecânica da Fratura, estabelecer planos de inspeção e manutenção da
aeronave em serviço de modo que se ocorrer uma trinca ela não venha a progredir até
a ruptura do elemento estrutural. Portanto, é imprescindível que todos os envolvidos em
projeto e análise de estruturas de aeronaves estejam atentos para evitar, corrigir ou
minimizar os efeitos negativos para a vida em fadiga de uma estrutura, originados nos
pontos de concentração de tensões.
A seguir serão descritos vários tipos de falhas de material, com ênfase na falha
por fadiga, que é o objeto do presente estudo. Então, um breve histórico de problemas
de fadiga é apresentado, ressaltando a sua importância e como um reconhecimento
àqueles que se dedicaram ao seu estudo e desenvolvimento de métodos de análise e
ensaios nos últimos 150 anos. Serão apresentados também os três conceitos de projeto
estrutural baseados no critério de falha por fadiga.
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1.1 TIPOS DE FALHAS DE MATERIAIS
A corrosão, que é a perda de material devido a uma ação química, e o desgaste, que é
a remoção de material superficial devido à abrasão entre superfícies sólidas (quando o
desgaste do sólido é causado por um fluído – gás ou líquido – denomina-se erosão),
são falhas de materiais que podem ocorrer em componentes de máquinas, veículos ou
estruturas em geral, mas não serão tratadas no presente estudo.
Consideraremos falhas por deformação e por fratura, sendo esta última o nosso
assunto de estudo quando produzida por fadiga (a ser definida oportunamente).
Uma falha por deformação é uma modificação da forma ou dimensões de um
componente estrutural suficiente para que a sua função em serviço seja perdida ou
prejudicada.
Uma falha por fratura é a ruptura de um componente em duas ou mais partes
devido à presença de trincas de grandes dimensões.
Falha por deformação elástica ou plástica:
Uma deformação é o resultado do efeito acumulativo de deformações específicas
(strains) num componente estrutural, tais como ocorrem durante uma flexão, torção ou
alongamento do mesmo. As deformações são quantificadas em termos de deformações
específicas normais e de cisalhamento. Deformações são às vezes essenciais para
uma função, como por exemplo, numa mola. Em geral, deformações excessivas,
especialmente se forem permanentes, são prejudiciais e devem ser evitadas.
As deformações podem ser classificadas como elásticas ou plásticas, conforme
ilustrado na Figura 1.1.
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Figura 1.1 a) Barra sob carga axial; b) Carregamento e descarregamento mostrando deformação elástica; c) Carregamento e descarregamento mostrando deformações elástica e plástica (Dowling, Fig. 1.2). A deformação elástica é recuperada imediatamente após o descarregamento do
componente (Figura 1.1b), enquanto que a deformação plástica não é recuperada após
o descarregamento (Figura 1.1c), mantendo-se, portanto, uma deformação permanente.
A Figura 1.1b ilustra um comportamento elástico-linear do material, onde a relação
constitutiva tensão-deformação é linear (lei de Hooke). Poderíamos ter um material com
comportamento elástico, mas com uma relação constitutiva tensão-deformação não
linear.
Um exemplo de falha por deformação elástica é um edifício muito alto que
apresenta deflexões laterais devidas à ação do vento, as quais causam desconforto aos
ocupantes do prédio, embora a chance de um colapso estrutural seja remota.
Quando se inicia uma deformação plástica, bastam pequenos incrementos na tensão
para resultar em, deformação relativamente grande, conforme ilustrado na Figura 1.1c.
Esse processo é denominado de escoamento do material, e o valor da tensão para a
qual este comportamento se inicia é chamado de tensão de escoamento (ou resistência
ao escoamento) e indicado por 0 .
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Os materiais capazes de acumular grandes quantidades de deformação plástica
antes de fraturarem são denominados dúcteis, enquanto que aqueles que fraturam sem
muita deformação plástica (em geral, imperceptíveis) são denominados frágeis.
Diversos metais, tais como aços de baixa resistência, cobre e chumbo e alguns
plásticos como o polietileno, apresentam comportamento dúctil quando carregados.
Materiais como vidro, pedra, acrílico e alguns metais, como aços de alta resistência,
apresentam comportamento frágil.
Ensaios de tração são usualmente empregados para avaliar a resistência e a
ductilidade de materiais, como mostra a Figura 1.2.
Figura 1.2 Teste de tração mostrando o comportamento dúctil e frágil de um material (Dowling, Fig. 1.3). Esse ensaio é efetuado aumentando-se lentamente (carregamento quasi-
estático) uma carga axial de tração aplicada sobre um corpo-de-prova feito do material
de interesse até que ocorra a sua fratura. A maior tensão atingida antes de ocorrer a
fratura é denominada tensão última (ultimate stress) de tração, u . Essa tensão,
juntamente com a tensão de escoamento, 0 , e a deformação específica na ruptura,
f , são resultados importantes para se avaliar a resistência mecânica e o
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comportamento do material. A deformação específica f , usualmente expressa em
porcentagem, é uma medida da ductilidade do material.
Grandes deformações plásticas virtualmente sempre constituem uma falha.
Porém, deformações plásticas podem ser relativamente pequenas e ainda assim
prejudicarem o funcionamento de um componente. Por exemplo, uma pequena
deflexão permanente num eixo, resulta numa rotação desbalanceada que produzirá
vibrações indesejadas, as quais poderão até provocar a falha dos mancais que
suportam o eixo.
Falha por fratura sob carga estática e de impacto:
Fratura que ocorre sob carregamento que não varia com o tempo, ou que varia
muito lentamente, é denominada fratura estática.
Se uma fratura é acompanhada de pouca deformação plástica, ela é chamada de
fratura frágil. Se a carga é aplicada muito rapidamente, como num impacto, a
possibilidade de ocorrer uma fratura frágil é muito alta.
Uma fratura frágil pode ocorrer mesmo em materiais dúcteis, como alguns aços e
alumínio e outros materiais normalmente capazes de apresentar grandes deformações
plásticas, se houver a presença de trincas no componente. Essa situação é objeto de
estudo de uma tecnologia especial denominada Mecânica da Fratura, a qual se dedica
ao estudo de trincas em sólidos. A resistência à fratura frágil de um material na
presença de uma trinca é medida por uma propriedade do material chamada de
tenacidade à fratura, IcK . Materiais com alta resistência mecânica apresentam, em
geral, baixa tenacidade à fratura.
Quando a fratura é acompanhada de uma significante deformação plástica ela é
denominada de fratura dúctil.
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Fratura por fadiga:
Uma causa comum de falha por fratura é a fadiga do material, a qual é devido à
aplicação repetida de um carregamento. Em geral, uma ou mais trincas microscópicas
surgem no material e se propagam (crescem) por causa do carregamento cíclico até a
ruptura do componente.
A palavra fadiga se refere ao comportamento de materiais sob ação de tensões
ou deformações repetidas, diferenciando do comportamento desses materiais sob ação
de tensões ou deformações monotônicas.
A definição de fadiga, como atualmente apresentada pela ASTM (“Standard
Teminology Relating to Fatigue and Fracture”, Testing ASTM Designation E1823, vol.
03.01, ASTM, West Conshohocken, PA, 2000, p. 1034) é dada a seguir:
“Fadiga é o processo de alteração estrutural progressiva, localizada e
permanente ocorrendo num material sujeito a condições que produzem tensões e
deformações flutuantes (solicitações cíclicas) em algum ponto ou pontos e que pode
culminar em trincas ou completa fratura após um número suficiente de flutuações
(solicitações cíclicas)”.
Seis palavras chaves foram ressaltadas em itálico na definição acima. A palavra
progressiva implica que o processo de fadiga ocorre ao longo de um período de tempo
ou uso. A falha por fadiga é muitas vezes repentina, sem nenhum aviso óbvio; porém, o
mecanismo envolvido pode estar operando desde o início do uso do componente ou
estrutura. A palavra localizada implica que o processo de fadiga opera em áreas locais
em vez de através do componente todo. Essas áreas localizadas podem ter tensões e
deformações grandes devido à carga externa, mudanças abruptas na geometria
(descontinuidades geométricas), diferencial de temperatura, tensões residuais e
imperfeições no material. O engenheiro deve estar muito atento com essas regiões no
componente estrutural. A palavra permanente implica que uma vez ocorrida a alteração
estrutural devido à fadiga, o processo é irreversível. A palavra flutuantes implica que o
processo de fadiga envolve tensões e deformações que são cíclicas em sua natureza.
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Porém, a magnitude e amplitude das tensões e deformações cíclicas devem exceder
certos limites do material para que o processo de fadiga se torne crítico. A palavra
trincas se refere à alteração estrutural mencionada, ou seja, trincas de tamanho
microscópico são formadas (nucleadas) no material e crescem até se tornarem trincas
macroscópicas. A palavra fratura significa a causa final de toda falha por fadiga, ou
seja, as trincas se propagam (crescem) por fadiga até um tamanho em que o material
remanescente não é suficiente para resistir às tensões e de repente ocorre fratura do
componente estrutural. A propagação (crescimento) da trinca é produzida pelo
carregamento cíclico.
A prevenção de fratura por fadiga é vital no projeto de máquinas, veículos e
estruturas sujeitas à vibrações e cargas cíclicas. A Figura 1.3 mostra a falha por fadiga
da fuselagem de uma aeronave, ocorrida em 1988.
Figura 1.3 Falha por fadiga da fuselagem de uma aeronave ocorrida em 1988 (Dowling, Fig. 1.11). A fadiga do material é denominada de alto ciclo quando o número de repetições
(ciclos) de carregamento necessários para produzir a falha é alto (milhões de ciclos).
Quando o número de ciclos de carregamento requerido é baixo (dezenas, centenas ou
mesmo milhares de ciclos) temos fadiga de baixo ciclo.
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A fadiga de baixo ciclo é, em geral, acompanhada de deformações plásticas
significativas, enquanto que a fadiga de alto ciclo ocorre em níveis de deformação na
região elástica.
O estudo da propagação (crescimento) de trincas por fadiga, através da
Mecânica da Fratura, é muito importante porque as trincas podem estar presentes
numa estrutura desde o momento em que ela é fabricada ou surgir durante a sua vida
em serviço e, então, elas atingem um comprimento tal que produz a fratura do
componente. A análise dessa propagação é utilizada para se programar as inspeções
periódicas nas estruturas (em especial nas aeronaves).
A Figura 1.4 ilustra a propagação de uma trinca num componente estrutural sob
um carregamento flutuante (cíclico) considerando duas situações possíveis:
a) O componente possui uma trinca pré-existente antes do início da sua vida em
serviço (antes da aplicação do carregamento);
b) O componente é livre de trincas pré-existentes antes do início de sua vida em
serviço. Nesse caso a trinca será formada (nucleada) e se propagará (crescerá)
até o comprimento que resultará na fratura do componente.
Figura 1.4 Componente estrutural sob carregamento cíclico; a) Trinca pré-existente; b) Formação (nucleação) e propagação de uma trinca (Grandt, Fig. 1.7).
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Conforme ilustrado na Figura 1.4, os valores de pico de tensões máximos e
mínimos por ciclo podem ser tração ou compressão e pode mudar durante a vida do
componente (carregamento com amplitude variável). Nenhumas das tensões máximas
(picos) aplicadas isoladamente é grande o bastante para produzir a ruptura do
componente.
Após repetidos ciclos de carga, pequenas (microscópicas) trincas se formarão,
muitas vezes em múltiplos locais na estrutura. Esse período inicial do ciclo é conhecido
como nucleação (formação) das trincas. No início essas trincas são muito pequenas
para causarem a fratura do componente, mas elas crescem lentamente após ciclos
repetidos. Eventualmente algumas se ajuntam (“coalesce”) formando uma trinca (ou
trincas) dominante que continua a crescer numa maneira estável. Finalmente, a trinca
dominante atinge um tamanho tal que causa a fratura e o componente estrutural falha
de um modo repentino e catastrófico (veja a Figura 1.3).
Na presença de trincas pré-existentes antes da vida em serviço do componente
(Figura 1.4 a) o número de ciclos (vida) de carregamento necessário até a sua ruptura
não inclui os ciclos para a nucleação da trinca (ela já existe), sendo assim, menor do
que aquele necessário para fraturar o componente livre de trinca pré-existente.
Portanto, desde que esse tipo de falha pode ocorrer em relativamente baixo ciclo
de carregamento e é tão dependente da qualidade de fabricação (trincas podem ser
produzidas durante esse processo), a fadiga é uma consideração importante no projeto
e na construção de uma estrutura que estará sob carregamentos cíclicos.
Em resumo, podemos dizer que fadiga é o processo de acúmulo de danos
(trincas) devido a solicitações cíclicas e fratura é o mecanismo de falha estrutural
devido à presença de trincas.
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1.2 BREVE HISTÓRICO DE PROBLEMAS DE FADIGA
A fadiga de metais tem sido estudada há cerca de 150 anos. Um dos primeiros estudos
foi realizado pelo engenheiro alemão W. A. Albert que realizou testes com correntes de
elevadores usados em minas em 1828, sob cargas cíclicas.
O termo fadiga foi empregado muito cedo num livro do engenheiro e matemático
francês Jean-Victor Poncelet (1788-1867) publicado em 1839.
Na Alemanha, durante os anos de 1850 e 1860, o engenheiro August Wöhler
(1819-1914) realizou inúmeros testes em laboratório com corpos de prova de ferro, aço
e outros metais e com eixos de trem em tamanho real (full scale test) sob cargas
repetidas de flexão, torção e axiais.
Figura 1.5 (a) Eixo de um trem sob carga de serviço; (b) diagrama de corpo livre com as cargas externas e os esforços internos; (c) tensões cíclicas.
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A Figura 1.5 mostra porque os pontos de um eixo de trem estão sob tensões
cíclicas mesmo com carregamento externo não variando com o tempo. Como o
momento fletor zM é constante em módulo e sentido, um ponto do eixo, por exemplo o
ponto P, que num instante está sob tensão de tração ( ), fica sob tensão compressão
( ) depois do eixo girar meia volta. Ao completar uma volta do eixo, o ponto P torna a
ficar sob tração. Baseado nisso, Wöhler projetou o seu dispositivo para ensaios de
fadiga em flexão rotativa.
Wöhler também demonstrou que a fadiga era afetada não somente pelas
tensões cíclicas, mas também pelas tensões médias do carregamento. Esses
experimentos eram motivados principalmente pelas falhas que ocorriam com os eixos
dos trens e que resultavam em muitos acidentes com inúmeras vítimas fatais. Assim,
esses testes são considerados a primeira investigação sistemática da fadiga. Por isso,
Wöhler tem sido chamado de o “pai” dos ensaios de fadiga. Usando diagramas de
tensão versus ciclos (diagramas S-N ) ele mostrou como a vida em fadiga decrescia
com amplitudes mais altas de tensões e que abaixo de uma certa amplitude de tensão,
o espécime testado não fraturava. Portanto, Wöhler introduziu o conceito da curva S-N
e o limite de fadiga. Ele apontou que para fadiga, a amplitude da tensão é mais
importante que a tensão máxima.
Durante os anos de 1870 e 1890 outros pesquisadores, destacando-se Gerber e
Goodman (1862-1935), substanciaram e expandiram o trabalho clássico de Wöhler
investigando os efeitos da tensão média na fadiga.
Outros pesquisadores continuaram a estudar o assunto e em 1920 Alan A.
Griffith (1893-1963) publicou os resultados de seus cálculos teóricos e experimentos
com fratura frágil usando vidro. Ele descobriu que a resistência do vidro dependia do
tamanho da trinca. Com este trabalho clássico e pioneiro sobre a importância do
tamanho das trincas, Griffith desenvolveu as bases para a Mecânica da Fratura. Assim,
ele se tornou o “pai” da Mecânica da Fratura.
Em 1924 Palmgren desenvolveu um modelo linear de cálculo, considerando o
acúmulo de danos para carregamentos com amplitudes variáveis, o qual foi
aperfeiçoado em 1945 por Miner, dando origem ao critério hoje conhecido como Método
de Palmgren-Miner. Esse método tem sido empregado extensivamente em projetos
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considerando-se a fadiga e , apesar de alguns inconvenientes, permanece como uma
importante ferramenta de cálculo para prever a vida em fadiga de componentes
estruturais sujeitos a carregamentos cíclicos com amplitudes variáveis.
Durante os anos de 1960, George R. Irwin (1907-1998) e outros contribuíram
para o desenvolvimento da Mecânica da Fratura como uma ferramenta prática da
engenharia. Devido ao trabalho de Irwin, ele tem sido considerado o “moderno pai” da
Mecânica da Fratura.
Apesar de ser registrado que o primeiro vôo dos irmãos Wright foi adiado devido
a uma falha por fadiga em um componente do sistema propulsão do seu avião, esse
modo de falha só passou a ser preocupante para os engenheiros envolvidos com
projetos aeronáuticos a partir dos acidentes com as aeronaves Comet no início de
1950.
O Comet I, projetado e fabricado pela empresa inglesa De Havilland, primeiro
avião a jato para transporte de passageiro, entrou em serviço em maio de 1952 após
mais de 300 horas de ensaios em vôo. Em janeiro de 1954, quatro dias após uma
inspeção, uma aeronave Comet I conhecida como Yoke Peter desintegrou-se no ar a
30 mil pés de altitude sobre o mar Mediterrâneo perto da ilha de Elba. No momento do
vôo a aeronave tinha efetuado 1286 vôos pressurizados, num total de 3680 horas de
vôo. Em 11 de janeiro toda a frota de Comet foi retirada de serviço para inspeção.
Depois de reparados ou trocados alguns itens do projeto, que foram considerados
responsáveis pelo acidente a frota volta a operar normalmente em 23 de março de
1954.
Em 8 de abril, apenas 16 dias após o reinício das operações, outra aeronave
Comet, conhecida como Yoke Yoke, desintegra-se no ar a 35 mil pés de altitude, perto
de Nápoles. No momento do acidente a aeronave tinha efetuado 903 vôos
pressurizados, num total de 2703 horas de vôo. Imediatamente após esse acidente toda
frota é removida de serviço. Decidiram efetuar um teste de pressurização repetida da
fuselagem. O teste foi realizado com a fuselagem da aeronave conhecida como Yoke
Uncle que havia acumulado 1230 vôos pressurizados antes deste teste. Após mais de
1830 ciclos de pressurização, acumulando um total de 3060 ciclos, ocorreu uma falha
na fuselagem. Ela iniciou-se nos furos de rebites localizados no canto de uma janela.
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Evidências de falha por fadiga do material foram encontradas ao se analisar a estrutura.
Isso motivou investigações adicionais na fuselagem do Yoke Peter, que havia sido
resgatada dos destroços que caíram no mar Mediterrâneo perto da ilha de Elba. Essas
análises confirmaram que a principal causa do acidente foi fadiga do material devido
aos altos esforços concentrados nos cantos das janelas na cabine pressurizada.
Deve-se ressaltar que o trabalho competente e dedicado dos engenheiros da De
Havilland e das autoridades envolvidas na investigação e análise desses acidentes com
o Comet introduziram o assunto “fadiga de estruturas metálicas” na agenda dos
engenheiros envolvidos com o projeto de aeronaves. Essas investigações resultaram
em um aumento considerável da atenção dada a detalhes de projeto e no
reconhecimento da necessidade de se efetuar testes de fadiga em escala real (full scale
tests).
Falhas por fadiga continuam a ser uma preocupação séria num projeto de
máquinas, veículos ou estruturas. Apesar de todo o conhecimento sobre o assunto,
disponível até o momento, reconhece-se que uma solução detalhada e precisa do
problema é ainda impossível, mas apesar disso, existem providências que podem ser
adotadas no sentido de minimizar as suas conseqüências.
A seguir veremos os conceitos de projeto que levam em conta a falha por fadiga,
com o objetivo de minimizá-las ou evitá-las durante a vida de uma estrutura.
1.3 CONCEITOS DE PROJETO
Os critérios de projeto baseados na fadiga do material têm evoluído desde o critério de
Vida Infinita até o de Tolerância ao Dano. Cada um deles tem o seu lugar, dependendo
da aplicação da máquina, veículo ou estrutura projetada.
a) Projeto para Vida Infinita (“Infinite-Life Design” ):
Segurança ilimitada ou vida infinita é o mais antigo critério de projeto considerado. Ele
requer que tensões ou deformações locais sejam essencialmente elásticas e estejam
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seguramente abaixo do limite de fadiga do material. O limite de fadiga do material é a
máxima amplitude constante de tensão que pode ser aplicada num espécime sem
causar a sua falha por fadiga. O limite de fadiga para os aços é tipicamente da ordem
da metade da sua tensão última, mas outros materiais, como por exemplo, o alumínio
não apresenta um valor distinto para esse limite e aí se adota, geralmente, o valor de
tensão correspondente a 710 ciclos de carregamento.
Embora este critério tenha sido útil para resolver os problemas de fadiga que
originalmente atormentaram o transporte ferroviário e outras máquinas e equipamentos
que tornaram possível a revolução industrial ele tem muitas limitações, como por
exemplo, o limite em fadiga do material é muito sensível às condições de teste do
espécime, descontinuidades geométricas e pequenos danos no componente estrutural
que funcionam como concentradores de tensões e que rapidamente causam trincas
localizadas por fadiga e reduzem enormemente a sua vida em serviço.
Além disso, este critério pode não ser econômico e prático em muitos projetos,
por exemplo, ele resultaria em peso excessivo nas aeronaves o que as tornaria não
competitivas e econômicas.
Assim, desde que é impraticável, se não impossível, projetar estruturas em geral
para vida infinita pelo critério do limite de fadiga do material, os engenheiros têm
aceitado que a maioria das estruturas terá uma vida finita em fadiga e o seu objetivo
passa, então, a ser determinar qual deverá ser essa vida em serviço e garantir que o
componente estrutural a cumpra com segurança.
b) Projeto para Vida Segura (“Safe-Life Design”):
A prática de projetar para uma vida finita com segurança é conhecida como critério
“safe-life”. Este critério trata a falha por fadiga como o processo de nucleação
(formação) de uma trinca e não considera explicitamente a possibilidade da sua
propagação com segurança. Enquanto que nos ensaios com corpos de provas
padronizados do material de interesse as curvas S-N são determinadas para a fratura
do espécime, num componente estrutural a falha é assumida quando trincas são
formadas (Grandt, 2004 e AC 23-13A). Uma das mais importantes observações físicas
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é que o processo de fadiga geralmente é dividido em duas fases, iniciação (nucleação)
e propagação da trinca. O número de ciclos (vida) na fase de iniciação engloba o
desenvolvimento e o crescimento inicial de uma pequena trinca. O número de ciclos
(vida) na fase de propagação é a parcela da vida total consumida no crescimento da
trinca até a falha. Porém, é muito difícil, se não impossível, definir a transição da
iniciação para a propagação. Em geral, na prática assume-se que a iniciação é a
parcela da vida consumida para desenvolver um trinca da ordem de 0,1 pol de
comprimento (Bannantine, 1990) e a propagação é a parcela restante da vida total até a
ruptura da componente.
Desde que os testes de fadiga muitas vezes demonstram uma considerável
dispersão (scatter) dos resultados, como mostrado esquematicamente na Figura 1.6,
um número grande de corpos de prova é usado nos ensaios. A vida (ciclos) média é
então dividida por um fator de dispersão (scatter factor), usualmente quatro (4) para as
estruturas de alumínio (Grandt, 2004; Stephens, 2001; AC 23-13 A, 2005).
Figura 1.6 Representação esquemática mostrando a variação dos resultados de testes para determinação da vida em fadiga de componentes estruturais (Grandt, Fig. 1.12).
As autoridades certificadoras e a U.S. Air Force têm requerido que os testes de
fadiga com protótipos em escala real (full scale Test) de aeronaves e/ou partes delas
sejam realizados para vidas (ciclos) iguais a quatro vezes (ou outro fator de dispersão
recomendado) aquela esperada em serviço (vida admissível). Alguns itens, como trens
de pouso, são testados e comprovados para até seis vezes a vida esperada em serviço.
O critério “safe-life” para projeto de aeronaves foi muito usado na década de
1960, porém seu uso atualmente é desencorajado, embora alguns itens, como os trens
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de pouso das aeronaves e muitos componentes de helicópteros ainda sejam projetados
segundo esse critério. Alguns exemplos de falhas ocorridas em aeronaves da U.S. Air
Force projetadas segundo o critério “safe-life” são apresentadas a seguir:
KC-135: Embora a vida segura para esta aeronave fosse determinada para
13000 horas de vôo, ocorreram quatorze casos de trincas instáveis no intra-
dorso (revestimento inferior) da asa entre 1800 e 5000 horas. Essas falhas
prematuras resultaram em custos elevados para modificar o projeto das asas
para a frota inteira;
F-5: Uma dessas aeronaves falhou por fadiga com trincas no intra-dorso
(revestimento inferior) da asa após 1900 horas de vôo embora a vida segura
para essa região da asa tenha sido mostrada ser 4000 horas;
F-111: A vida segura para esta aeronave era 4000 horas de vôo, mas uma
aeronave foi perdida devido a uma falha por fadiga após apenas 105 horas de
serviço.
O problema nesses casos, e o ponto fraco do critério “safe-life”, foi a presença de
danos pré-existentes na estrutura ou no material em aeronaves específicas, os quais
reduziram enormemente a parcela necessária para a nucleação da trinca (veja Figura
1.4), resultando numa vida total até a falha muito menor do que aquela estimada para
um componente sem dano inicial. Embora a vida média tenha sido dividida pelo fator de
dispersão 4 (scatter factor) isso não foi suficiente para levar em conta a redução na vida
em fadiga total causada pelo dano inicial não detectado (e não previsto) nessas
aeronaves.
Portanto, o principal objetivo do critério de projeto “safe-life” é fazer com que o
número de ciclos (vida) requerido para a formação de trincas seja superior à vida
operacional da estrutura. Entretanto, devido às incertezas envolvidas e à ocorrência de
defeitos de fabricação, é praticamente impossível assegurar uma vida operacional livre
de trincas, como ficou claro com os exemplos apresentados acima.
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c) Projeto para Segurança com Dano (“Fail-Safe Design”):
Quando um veículo, componente ou estrutura projetada segundo o critério “safe-life”
atinge a sua vida admissível ela deve ser retirada de serviço, mesmo que não
apresente nenhum dano. Esta prática além de cara é às vezes um desperdício.
Também, os testes e análises não podem predizer todas falhas em serviço. Assim, um
outro critério de projeto, denominado “fail-safe”, foi desenvolvido por engenheiros
aeronáuticos, pois eles não podiam tolerar o peso adicional requerido por grandes
fatores de segurança ou o risco para a vida em fadiga criado por pequenos fatores de
segurança.
O critério de projeto “fail-safe” requer que se uma parte falha, o sistema todo não
falha. Este critério reconhece que trincas por fadiga podem ocorrer e as estruturas são
projetadas de modo que as trincas não conduzem à falha da estrutura antes que elas
sejam detectadas e reparadas. Múltiplos caminhos de carga, transferidores de carga
entre componentes, bloqueadores de trincas (crack stoppers) e inspeções são alguns
dos meios usados para se projetar segundo o critério “fail-safe”.
Assim, o critério de projeto “fail-safe” parte da idéia de que uma forma de
prevenir falhas catastróficas numa estrutura devido à ocorrência inesperada de trincas é
projetar a mesma com a capacidade de resistir ao carregamento esperado em serviço,
mesmo na presença de falha de um dos seus componentes. Isso pode ser conseguido
através de estruturas redundantes, ou seja, caso um componente falhe, a carga é
seguramente redistribuída para os outros componentes adjacentes. É essencial, porém,
que a falha original seja detectada por inspeção e prontamente reparada, porque o
carregamento redistribuído diminuirá a vida em fadiga dos componentes
remanescentes.
d) Projeto Tolerante ao Dano (“Damage-Tolerant Design”):
O acidente em 1969 com o F-111 da USAF precipitou uma série de investigações que
culminaram em 1974 com a introdução do requisito de projeto tolerante a dano
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(“damage-tolerant”) para as aeronaves. Esta filosofia é um refinamento do critério “fail-
safe”, ou seja, ele assume a existência de trincas causadas por processos de
fabricação ou por fadiga e emprega a análise por meio da Mecânica da Fratura e testes
para determinar se tais trincas crescerão o suficiente para produzirem falhas antes que
sejam detectadas por inspeções periódicas da estrutura. Assim, o projeto tolerante a
dano baseia-se na análise da propagação de trincas por fadiga e seus efeitos na
resistência estrutural. Os resultados da análise são utilizados no estabelecimento de um
plano de manutenção, englobando métodos e freqüências de inspeções para os
diversos componentes da estrutura.
A freqüência das inspeções é determinada de forma que existam pelo menos
duas oportunidades para detectar uma trinca em crescimento antes que ela atinja um
comprimento crítico que resulte em falha catastrófica, ou seja, a vida admissível em
serviço é usualmente obtida dividindo-se o período total de crescimento da trinca pelo
fator de segurança três (3), conforme ilustrado na Figura 1.7. O componente deve ser
inspecionado nesse tempo antes de se permitir continuar em operação.
Figura 1.7 Representação da vida admissível para o componente segundo o critério de projeto tolerante a dano (Grandt, Fig. 1.13).
O projeto tolerante a dano incorpora o conceito de estruturas “fail-safe” de forma
a prevenir falhas catastróficas em caso de uma trinca não ser detectada.
A análise da tolerância a dano requer conhecimento quantitativo de como a
resistência da estrutura é afetada pela presença de trincas e também do número de
ciclos requerido para que uma trinca se propague até um tamanho crítico. Esse
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conhecimento é em geral expresso na forma de dois diagramas denominados
“diagrama de propagação de trinca” e “diagrama de resistência residual”. A Figura 1.8
mostra um exemplo dos diagramas de propagação de uma trinca e da resistência
residual de um componente estrutural.
Figura 1.8 Redução da tensão de ruptura de um componente em tração na presença de uma trinca; a) Diagrama de propagação; b) Diagrama de resistência residual (Fig. 1.10, Grandt). A Figura 1.8(a) mostra uma curva típica de crescimento de uma trinca num
componente estrutural sob tensão de tração; depois de formada a trinca o seu
crescimento é acentuado de uma maneira não linear com o número de ciclos
acumulado de aplicação da carga. A Figura 1.8(b) mostra como a resistência residual
do componente decresce à medida que o comprimento da trinca aumenta, de modo que
após um certo número de ciclos (vida) de aplicação do carregamento, a carga máxima
que pode ocorrer em serviço, sobre o componente se iguala com a carga necessária
para fraturá-lo e, então, ocorre a sua falha. Veja que a Margem de Segurança do
componente diminui com o aumento do comprimento da trinca.
Portanto, três itens chaves são necessários para o sucesso de um projeto
tolerante a dano: resistência residual, comportamento do material quanto à propagação
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(crescimento) de trincas e a detecção de trincas envolvendo inspeção não-destrutiva. A
resistência residual é a resistência da estrutura em qualquer instante na presença de
uma trinca. Com nenhuma trinca, ela poderia ser a tensão última ou a tensão de
escoamento, dependendo do critério de resistência adotado. Conforme uma trinca se
forma e cresce sob carregamento cíclico, a resistência residual decresce. Esse
decréscimo como uma função do tamanho da trinca é dependente do material, do
ambiente, da configuração da trinca, sua localização e modo de crescimento. A
resistência residual é usualmente obtida usando-se os conceitos da mecânica da
fratura. O crescimento da trinca por fadiga envolve também conceitos da mecânica da
fratura. Os períodos de inspeção devem ser estabelecidos tais que conforme uma
trinca cresce, as tensões atuantes permanecem abaixo da resistência residual. As
trincas devem ser reparadas ou os componentes substituídos antes que ocorra a fratura
sob as cargas de serviço. Esse critério de projeto procura por materiais com
crescimento lento das trincas e alta tenacidade à fratura.
Então, a tolerância a dano é a capacidade de uma estrutura resistir à fratura a
partir de trincas de um determinado tamanho durante um número especificado de ciclos
de carregamento. O tamanho da trinca inicial é usualmente baseado nos limites dos
métodos de inspeção (usualmente adota-se 0,1 pol) e é esperado ser uma hipótese
conservadora (aeronaves com trincas detectadas não são liberadas para voar).
REFERÊNCIAS
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evaluation of metallic structure for normal, utility, acrobatic and commuter
category airplanes, Federal Aviation Administration (FAA), September 29, 2005
2. Bannantine, J.A.; Comer, J.J.; Handrock, J.L., Fundamentals of Metal Fatigue
Analysis, Prentice Hall, Englewood Cliffs, New Jersey, 1990.
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ITA, 2007.
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Saddle River, New Jersey, 3a. ed., 2007.
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5. Fuchs, H.O.; Stephens, R.I.; Fatemi, A.; Stephens, R. R.;, Metal Fatigue in
Engineering, John Wiley & Sons Inc., 2a. ed., 2001.
6. Grandt, A.F., Fundamentals of Structural Integrity – Damage tolerant Design and
Nondestructive Evaluation, John Wiley & Sons Inc., 2004.
7. Niu, M.C., Airframe Structural Design, Conmilit Press Ltd., Hong Kong, 1988.
8. Salgado, N.K., Fadiga em Estruturas Metálicas – Notas de Aulas, ITA, 1997.
9. Suresh, S., Fatigue of Materials, Cambridge University Press, UK, 2a. ed., 1998.
10. Swift, T., Damage Tolerance Tecnology- A course in stress anlysis oriented
fracture mechanics, Federal Aviation Administration (FAA), 1988.