25
107 Os tratos culturais são as principais exigências da cultura para manifestar o seu potencial de produção, produtividade e renta- bilidade. Devem ser realizados adequadamente e na época certa. Os principais são: manejo de plantas infestantes, controle cultural, desbaste, desfolha, escoramento da planta, ensacamento do ca- cho, colheita e corte do pseudocaule após a colheita. A calagem, adubação e irrigação são objeto de capítulos específicos. A colheita é uma das operações mais importantes do cul- tivo, representando o resultado do empreendimento. Por isso, um bom planejamento dessa atividade resulta no máximo aproveita- mento da fruta, com qualidade que permita satisfazer mercados e consumidores. 7.1. Manejo de Plantas Infestantes A bananeira é uma planta muito sensível à competição de plantas infestantes por fatores de produção como nutrientes e, principalmente, por água, resultando na redução do vigor e queda da produção. Capítulo VII Tratos Culturais e Colheita Élio José Alves Marcelo Bezerra Lima José Eduardo Borges de Carvalho Ana Lúcia Borges

Capítulo VII Tratos Culturais e Colheita - Ageitec · 112 cobertura, seja para transportá-lo, não se caracterizando como prática viável em grandes bananais, ficando sua aplicação

Embed Size (px)

Citation preview

107

Os tratos culturais são as principais exigências da culturapara manifestar o seu potencial de produção, produtividade e renta-bilidade. Devem ser realizados adequadamente e na época certa.Os principais são: manejo de plantas infestantes, controle cultural,desbaste, desfolha, escoramento da planta, ensacamento do ca-cho, colheita e corte do pseudocaule após a colheita. A calagem,adubação e irrigação são objeto de capítulos específicos.

A colheita é uma das operações mais importantes do cul-tivo, representando o resultado do empreendimento. Por isso, umbom planejamento dessa atividade resulta no máximo aproveita-mento da fruta, com qualidade que permita satisfazer mercadose consumidores.

7.1. Manejo de Plantas Infestantes

A bananeira é uma planta muito sensível à competição deplantas infestantes por fatores de produção como nutrientes e,principalmente, por água, resultando na redução do vigor e quedada produção.

Capítulo VIITratos Culturais e Colheita

Élio José AlvesMarcelo Bezerra Lima

José Eduardo Borges de CarvalhoAna Lúcia Borges

108

Ao definir-se um programa de controle na cultura da bana-na, é muito importante levar em consideração que o sistemaradicular é superficial, sendo freqüentemente danificado pelas ca-pinas mecânicas; além disso, no Brasil, a maioria dos plantios estáimplantada em áreas com declive acentuado, exigindo dessa for-ma um manejo adequado das plantas infestantes e das cobertu-ras vegetais, como prática conservacionista.

Apesar da necessidade de limpas constantes, os primeiroscinco meses da instalação são os mais limitantes para a cultura,requerendo cinco a seis capinas. Nessa etapa, o controle dasplantas infestantes deve ser realizado adequadamente, para queo crescimento das bananeiras não seja afetado, já que suarecuperação é excessivamente lenta. Com esse conhecimento,as plantas infestantes podem ser manejadas permitindo que sejamutilizadas como fonte de alimento e como abrigo de inimigosnaturais de pragas e doenças, favorecendo o manejo ecológicodo bananal. Apesar disso, não deve ser descartada a possibilidadede algumas plantas infestantes servirem, também, comohospedeiras de nematóides e de agentes causais de doençascomo a Sigatoka-negra, sendo necessário determiná-las, evitandosua convivência com a cultura da banana.

Outro aspecto a ser considerado com a possibilidade deconvivência do mato com a cultura da banana, sem prejuízo naprodução, é quanto ao enfoque conservacionista, pela reduçãosignificativa que a cobertura do solo causa nas perdas de solo eágua por escoamento, nas áreas declivosas.

7.1.1. Controle de plantas infestantes

7.1.1.1. Capina

O controle de plantas infestantes, com enxada utilizado pelospequenos produtores, deve ser permitido com restrição, para

109

minimizar a exposição do solo aos raios solares e ao impactoda gota da chuva, como reduzir danos ao sistema radicularsuperficial da bananeira, evitando, assim, a penetração depatógenos de solo nos ferimentos causados às raízes.

Esse método de controle tem um efeito muito curto, como rápido restabelecimento do mato nos períodos chuvosos,além do baixo rendimento e dos custos elevados, sendoimpraticável em grandes cultivos de banana e plátano, já quesão necessários, em média, 15 homens/dia para capinar umhectare de um bananal com densidade de 1.300 touceiras.

7.1.1.2. Roçagem

Em áreas não mecanizáveis é recomendável o controlede plantas infestantes com estrovenga ou roçadeira manualnas ruas de bananeiras ou em toda a área. O controletambém pode ser efetuado com enxada, em volta dabananeira e no restante da área. Essa operação deve serexecutada com a freqüência requerida para minimizar acompetição, até que o sombreamento proporcionado pelabananeira seja suficiente para retardar o surgimento ourebrota dessas plantas.

7.1.1.3. Controle mecânico nas ruas

O uso da grade de discos e da enxada rotativa para ocontrole de plantas infestantes nas ruas dos bananaisestabelecidos com densidade baixa e média e dispostos emlinhas paralelas, não é uma prática recomendada no sistemade produção integrada, por acarretar problemas decompactação e endurecimento da camada superficial do soloe cortes no sistema radicular, apesar de ser um métodoeficiente de controle. A roçagem manual é um método viável,apresentando grande rendimento de trabalho, sem as

110

limitações da capina manual. Outra vantagem dessa práticacultural é a manutenção da integridade do solo, pois evita suamanipulação e a propensão a doenças altamente destrutivas,como o mal-de-Panamá. O rendimento pode ser ainda maiorcom a utilização da roçadeira motomecanizada.

7.1.1.4. Controle químico

Na Tabela 7.1 são apresentados herbicidas registradosno Brasil e recomendados para o controle de plantasinfestantes nas linhas da cultura da bananeira. Observa-seque há herbicidas pré-emergentes ou residuais que sãoaplicados ao solo logo após o plantio do bananal e antes daemergência das plantas infestantes, para in ibir seucrescimento, e os pós-emergentes (de contato e sistêmicos)para o controle das plantas infestantes já desenvolvidas,provocando sua morte. A escolha do herbicida ou da misturade herbicidas a ser utilizada vai depender da composiçãomatof loríst ica presente. Em vir tude da faci l idade demanuseio, do menor impacto ambiental e da formação deuma cobertura morta que possibilita a conservação daumidade do solo por um período mais longo, existeatualmente uma forte tendência de usar-se os herbicidas pós-emergentes sistêmicos, em substituição aos pré-emergentes,além de apresentarem um custo de controle muito menorque as capinas manuais.

111

7.1.1.5. Controle integrado com manejo de coberturasvegetais

O controle integrado é definido aqui como a combinaçãode métodos que, de forma eficiente, promovem o controle deplantas infestantes na bananicultura, reduzindo custos e uso deherbicidas, possibilitando um ambiente mais ecológico nobananal, melhorando e preservando os recursos naturais, comosolo e água, proporcionando, dessa forma, maior competitividadee sustentabilidade ao produtor.

A utilização de coberturas mortas, mulching, como ummétodo integrado de controle do mato, utilizando restos culturaisde bananeira, capim picado, bagaço de cana, palha de arroz, decafé ou de cacau, apesar de elevar a produtividade, tem umcusto elevado, seja na produção do material a ser usado como

1i.a.= ingrediente ativo.Fonte: Carvalho, 2000; Sia, 2004.

Tabela 7.1. Herbicidas recomendados e registrados no Brasilpara a cultura da banana.

Herbicida/MarcaDose

(L ou kg/ha)i.a.1

(kg/ha) Modo de aplicação

Herbipak 500 BR 2,4 – 4,8 1,20 – 2,40 Pré-emergência

Metrimex 500 SC 2,4 – 5,6 1,20 – 2,80 Pré-emergência

Cention SC 3,2 – 6,4 1,60 – 3,20 Pré/pós-emergência

Metrimex 800 2,5 – 3,8 2,00 – 3,04 Pré-emergência

Finale 200 2,0 0,40 Pós-emergência (jato dirigido)

Glifosato Nortox 1,0 – 6,0 0,36 – 2,16 Pós-emergência (jato dirigido)

Gramocil 2,0 – 3,0 0,60 – 0,90 Pós-emergência (jato dirigido)

Roundup Original 1,0 – 6,0 0,36 – 2,16 Pós-emergência (jato dirigido)

Roundup WG 0,5 – 3,5 0,36 – 2,52 Pós-emergência (jato dirigido)

Gramoxone 200 1,5 – 3,0 0,30 – 0,60 Pós-emergência (jato dirigido)

Direct 0,5 – 3,5 0,39 – 2,73 Pós-emergência

Touchdown 1,0 – 6,0 0,36– 2,16 Pós-emergência (jato dirigido)

112

cobertura, seja para transportá-lo, não se caracterizando comoprática viável em grandes bananais, ficando sua aplicação restri-ta a cultivos de pequena extensão, do tipo familiar.

Ressalta-se, contudo, duas alternativas de controle inte-grado viáveis a qualquer extensão do cultivo, sendo a primeira aintegração do método mecânico com o químico, pela aplicaçãode herbicidas pós-emergentes no espaço estreito (linhas dacultura) e uso de roçadeira no espaço largo (entrelinhas), emdeterminadas épocas do ano, onde a concorrência por água éminimizada, pelos aspectos e vantagens já abordadas dessemétodo. Uma segunda alternativa, recomendada para o primeiroano de instalação do bananal sem irrigação, é o uso de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) no espaço largo, para melhoraras propriedades do solo, sendo plantado no início das chuvas eceifado (em qualquer fase de desenvolvimento) na estação seca(para evitar a competição por água com a bananeira), deixando-se seus resíduos na superfície do solo.

7.2. Controle Cultural

O estabelecimento do bananal com mudas de boaqualidade e o manejo eficiente de determinadas práticas culturaispodem promover o seu rápido crescimento e desenvolvimento,com reflexos positivos nos componentes do rendimento. Valedestacar a importância de: tipos de mudas; época de plantio;uso de espaçamentos e densidades de plantio adequados;controle de plantas infestantes; utilização de coberturas viva oumorta do solo; aplicação dos adubos nas épocas previstas e nasdoses recomendadas; realização eficiente do desbaste edesfolha.

Em relação a tipos de mudas, trabalhos mostraram que otamanho da muda pode influenciar na duração das fases do ciclovegetativo da bananeira, recomendando-se utilizar mudas cuja

113

altura e peso não superem um metro de altura e três quilogramas,respectivamente. É obrigatório utilizar material de propagaçãoisento de patógenos da bananeira, com registro de procedênciacredenciada e com certificado fitossanitário, conforme legislaçãovigente.

7.3. Desbaste

A bananeira produz um número variável de filhos, que têmpor função a perpetuação da espécie. O desbaste é a operaçãopor meio da qual se elimina o excesso de rebentos, objetivando-se a obtenção de rendimentos econômicos e cultivos sustentáveis.Deve-se desbastar as touceiras, mantendo uma população deplantas que permita uma boa produtividade e qualidade,favorecendo o controle de pragas.

Assim, os principais objetivos do desbaste são: a) mantero número de plantas por hectare, de forma que não afete aqualidade do fruto; b) manter o padrão e o tamanho do cacho; c)incrementar os ciclos produtivos; d) manter o alinhamento dobananal por alguns anos; e) garantir um equilíbrio entre avegetação e o ambiente; f) regular a produção; g) regular omomento da colheita; h) prolongar a vida útil do bananal; i) permitirmelhor uso de máquinas e equipamentos; e j) aumentar osrendimentos.

Em bananais tecnificados e, principalmente, naqueles cujoproduto destina-se à exportação, a realização adequada dodesbaste, com base no conhecimento da fenologia da bananeirana região produtora, permite a obtenção de uma produçãoseqüencial capaz de atender à demanda existente. A qualidadedo produto está diretamente relacionada com o número de filhosque se desenvolve em cada touceira. Para cada variedade, existeum número ideal de plantas/hectare, acima ou abaixo do qualtanto o seu rendimento quanto a sua qualidade são afetados. O

114

desbaste desempenha, também, um papel importante no queconcerne à vida útil do bananal, estando, neste caso,condicionado à época em que é realizado e ao processo utilizadona eliminação do excesso de filhos.

Quando se eliminam filhos ou plantas em um estadoavançado de desenvolvimento, eles já provocaram danosfisiológicos à planta-mãe, pela sua competição por luz, água,nutrientes e espaço vital.

Há uma grande diversidade de critérios, propostos pordiferentes autores, quanto ao momento em que se deve realizaro desbaste, já que a determinação desse momento podedepender de condições climáticas, da situação dos mercadosou de questões de oportunidade.

No Equador foi desenvolvido um sistema de desbasteperiódico total que permite a colheita em determinado períododo ano, de acordo com o mercado alvo. Conhecido como colheitaprogramada, este sistema seleciona filhos de idades bemsimilares e elimina plantas de diferentes idades (em florescimento,com cacho), a fim de possibilitar a colheita dos filhos selecionadosna época de melhor preço do produto no mercado.

Na maioria dos casos, deve-se deixar, em cada ciclo dobananal, a mãe, um filho e um neto, ou apenas a mãe, ou a mãee um ou dois seguidores (filhos), eliminando-se os demais,recomendando-se que este procedimento seja feito quando osfilhos atingem a altura de 20 a 30 cm e tomando-se o cuidado deproceder a eliminação total da gema apical de crescimento (Fig.7.1), para evitar a possibilidade de rebrotação.

Nos últimos anos, tem-se comprovado as vantagens datécnica com altas populações e um só seguidor, praticado emquase todos os países produtores de banana e plátano, paraevitar a competição do seguidor e obter uma ótima populaçãoque permita alcançar altos rendimentos. No entanto, apesar douso de mudas de tamanho uniforme, observa-se que, entre as

115

plantas que constituem cada unidade produtiva, uma ou duasdelas podem apresentar diferenças marcantes em altura ecircunferência do pseudocaule, devido aparentemente à idadefisiológica da muda. Deve-se, então, recorrer à poda deemparelhamento, que consiste na eliminação parcial ou total dasfolhas emitidas, ou mesmo do desbaste total da(s) planta(s) maisdesenvolvida(s), por meio de um corte do pseudocaule no mínimoa 10 cm da superfície do solo ou a maior altura, segundo odesenvolvimento relativo das plantas a desbastar (Fig. 7.2). Aépoca apropriada para o desbaste é quando as plantas tenhamemitido a quinta folha, condição que, para zonas de clima quentee médio, está ao redor de um mês a um mês e meio da emissãoda primeira folha.

Fig. 7.1. Realização do desbaste com eliminaçãototal da gema apical de crescimento.

Foto

: Dom

ingo

s S

ouza

Ram

os

116

Fig. 7.2. Poda de emparelhamento em plantiosde alta densidade: corte da planta e eliminaçãoda gema apical de crescimento.

A operação de desbaste consiste em se cortar o filhorente ao solo, com penado, faca ou facão. Em seguida, extrai-se a gema apical de crescimento com o sacador de gemas,que proporciona boa eficiência e um rendimento de serviço 75%superior ao dos métodos tradicionais.

Os desbastes são realizados, geralmente, aos quatro,seis e dez meses do plantio, na fase de formação do bananal;em cultivos adultos, obedecem ao programa de eliminação defolhas secas. Todavia, o esquema de desbaste estácondicionado, sobretudo, a fatores econômicos, ou seja, àimportância relativa que é atribuída ao rendimento e à variaçãosazonal dos preços.

Foto

: Dom

ingo

s So

uza

Ram

os

117

Recentemente, em razão dos bananais serem instaladoscom um grande número de plantas por área, tem ocorrido umaredução da distância entre plantas e um acentuado aumento dadensidade populacional por área, requerendo o desbasteescalonado e contínuo do bananal, que passou a ser uma práticageneralizada nas regiões produtoras de todo o Mundo, tendo comojustificativas: 1) manter o maior número de plantas por hectare,com a produção de frutos de primeira qualidade; 2) regular asucessão de colheitas, por meio da seleção sistemática derebentos, constatando a sua origem, posição e constituição emcondições de produzir o melhor cacho; 3) eliminar rebentos fracos,doentes, mal localizados, impedindo assim a produção de cachose frutos de qualidade inferior; 4) organizar a produção de maneiraescalonada, racionalizar o uso de mão-de-obra e melhor executaras atividades como tratos culturais, pulverização, adubação ecolheita dos cachos; 5) manter, em clima tropical, com chuvasregulares ou com a prática da irrigação, a colheita de bananasnos doze meses do ano, garantindo um mercado permanente ediminuindo os custos, principalmente de transporte; 6) evitar odesenvolvimento de rebentos em época desfavorável à emissãoda inflorescência, ou seja, nos meses de temperatura mais baixa,selecionando rebentos cujo desenvolvimento dos frutos e a colheitados cachos ocorram no período de temperatura mais adequada;7) conhecer o ciclo de produção e selecionar os rebentos paraproduzir cachos que podem ser colhidos na época de menor ofertae de melhor preço no mercado; 8) desbastar continuamente osrebentos, a fim de permitir uma melhor disposição do bananal,conduzindo as plantas da unidade produtiva para uma determinadadireção, facilitando, assim, os tratos culturais, a aplicação defertilizantes, o controle de pragas e doenças e a colheita do cacho;e 9) evitar, pela prática do desbaste, o surgimento de umasuperpopulação e uma competição permanente pela água, luz enutrientes entre os rebentos, com o desenvolvimento de plantasfracas, doentes e produtoras de cachos com pouco ou nenhumvalor comercial.

118

7.4. Desfolha

A prática da desfolha consiste na eliminação de folhassecas e, portanto, mortas, partes de folhas com sintomas demal-de-Sigatoka e cordana, folhas totalmente amarelas e folhasque deformem ou firam os frutos, bem como daquelas que,mesmo estando verdes ou parcialmente verdes, apresentam opecíolo quebrado. É feita com os seguintes propósitos: 1) livrara planta das folhas cuja atividade fotossintética não atenda àssuas exigências fisiológicas; 2) permitir melhor arejamento eluminosidade do bananal; 3) acelerar o desenvolvimento dosfilhos; 4) controlar pragas e doenças que utilizam ou requeremas folhas como refúgio ou fonte potencial de inóculo; e 5) aceleraro processo de melhoria das propriedades físicas e químicas dosolo, por meio da incorporação de maior quantidade de matériaorgânica.

No caso de cultivos de bananeiras cujo produto destina-se à exportação, até uma folha totalmente verde que esteja sobreo cacho, podendo causar-lhe injúria, deve ser eliminada.

A eliminação das folhas deve ser realizada por meio decortes nos pecíolos, de baixo para cima, rente ao pseudocaule,tomando-se o cuidado de não romper as bainhas que aindaestejam a ele aderidas. Em variedades de porte baixo ou anão(Nanica, Figo Anão, Figue Pomme Naine) pode-se usar faca,facão ou penado para cortar as folhas. Em variedades de portemédio a alto, recomenda-se o uso de podão, foice bifurcada ousimilar, acoplado a um cabo longo, como se observa na Fig. 7.3.A eliminação de folhas aos quatro, seis e dez meses, de modogeral e em condições normais, é suficiente para cobrir o períodode formação do bananal (primeiro ano); em cultivos já formados,a desfolha deve ser feita sistematicamente, precedendo odesbaste e após as adubações.

119

A desfolha também se faz necessária quando há ocorrên-cia de algum fenômeno (vento, granizo, estiagem) que tenha pro-vocado quebra de pecíolos ou danos severos no limbo (geada,ataque de doenças), com morte prematura das folhas.

Ocorrendo geada, nas plantas que ainda não emitiram ocacho deve-se fazer a eliminação das folhas queimadas e dasbainhas do pseudocaule que estejam soltas. Estando a plantaadulta pouco desenvolvida, com cacho e frutos pequenos, e namesma touceira encontrar-se um rebento vigoroso, éaconselhável deixar o rebento e eliminar a planta adulta. Havendoincidência de geada prolongada, quando as folhas da bananeiraficam totalmente queimadas, estando o seu cacho com frutos dediâmetro igual ou superior a 34 mm (variedades Nanica, Nanicão,Grande Naine), deve-se colher o cacho.

Fig. 7.3. Eliminação de folhas em variedadesde porte médio a alto, por meio de corte dopecíolo, de baixo para cima, com podão.

Foto

: Dom

ingo

s S

ouza

Ram

os

120

7.5. Escoramento da Planta

Trata-se de uma prática destinada a minimizar perdasde cachos e ou frutos, por meio de um sistema de escoramentooportuno, eficaz e permanente. Consiste, essencialmente, emevitar a perda de cachos por quebra ou tombamento da planta,em conseqüência da ação de ventos fortes, ou seja, acima de40 km/h para variedades de porte médio (Maçã, Grande Naine),e de 70 km/h para variedades de porte baixo (Nanica, Figo Anão),em virtude do peso do cacho ou de má sustentação da planta,devido ao ataque de nematóides e da broca do rizoma ou depráticas impróprias de manejo, como o arranquio desordenadode mudas.

As principais modalidades de escoramento da bananei-ra são: 1) escoramento com vara de bambu ou de outra espé-cie, apoiada ou presa ao pseudocaule, próximo à roseta foliar.Esse escoramento só tem sido viável em pequenas proprie-dades e em regiões produtoras de banana onde há ocorrênciade bambuzais, de preferência no próprio local de estabeleci-mento do bananal; 2) utilizando fios ou fitas de polipropileno(Fig. 7.4). A amarração da planta é feita na base dos pecíolos,a partir do lançamento da inflorescência, na parte superior daplanta (roseta foliar), entre a terceira e a quarta folha; as extre-midades livres do fio ou fita devem ser amarradas em outrasbananeiras ou em piquetes que, pela sua localização, consti-tuem os pontos de suporte mais convenientes. Pode-se utili-zar, também, troncos de bananeiras recém-colhidas.

É uma prática amplamente utilizada nos cultivos para ex-portação, sendo o fio de polipropileno resistente à tensão de 9,14 a11,25 kg/cm2. É, certamente, o melhor material para escoramento,não só por sua durabilidade, como também pelo seu baixo custo efácil manejo. Deve-se recolher os fitilhos utilizados, retirando-osda área de cultivo e destinando-os à reciclagem.

121

7.6. Ensacamento do Cacho

Essa prática é realizada sistematicamente nos cultivos emque a banana é destinada ao mercado externo e apresenta asseguintes vantagens: 1) proporciona velocidade de crescimentodos frutos, ao manter em torno dos mesmos uma temperaturamais alta e constante; 2) evita o ataque de pragas como abe-lhas arapuá, Trips sp.; 3) melhora visivelmente a qualidade dafruta, ao reduzir os danos provocados por atritos na superfícieda mesma, em conseqüência da fricção com folhas, escoras edo próprio processo de corte e manejo do cacho; e 4) protegeos frutos do efeito abrasivo de defensivos utilizados no controleda Sigatoka.

Fig. 7.4. Escoramento da planta com cacho,utilizando-se fio ou fita de polipropileno.

Foto

: Dom

ingo

s S

ouza

Ram

os

122

O ensacamento do cacho pode e deve ser realizado si-multaneamente com a eliminação da ráquis masculina eescoramento da planta, seja com varas ou com fios depolipropileno. Os sacos utilizados na proteção dos cachos sãogeralmente dos seguintes tipos e finalidades: 1) transparentes,comuns, de coloração gelo, para zonas produtoras onde aincidência de pragas que atacam os frutos não é severa; 2)transparentes, de coloração azul-celeste, tratados com produtosquímicos registrados e com acompanhamento técnico, parazonas produtoras de banana que registram alta incidência depragas dos frutos; e 3) leitosos, que conferem mais proteçãoao cacho contra intempéries (poeira, insolação intensa),apropriados para uso em cachos que se situam nas margensdo bananal. Todos são dotados de pequenas perfurações quepermitem trocas gasosas entre o cacho e o meio exterior.

O ensacamento do cacho, como operação agrícoladestinada a proteger a fruta das baixas temperaturas, controlarpragas e minimizar o efeito abrasivo dos produtos químicossobre os frutos, produziu resultados muito satisfatórios.Contudo, foram outros resultados que universalizaram o usodo saco, especialmente na produção de banana destinada aomercado internacional. Podem ser citados, por exemplo, aredução do intervalo florescimento-colheita, o aumento dotamanho e diâmetro dos “dedos”, bem como do peso do cacho,melhoria na aparência do fruto, considerados como fatoresdeterminantes do progresso alcançado pelo agronegócio dabanana.

As dimensões do saco de polietileno utilizado noensacamento do cacho de banana são de 81 cm de diâmetropor 155 a 160 cm de comprimento e 0,08 mm de espessura.Apresenta furos de 12,7 mm de diâmetro, distribuídos em“S” a cada 76 mm. Sua forma é cilíndrica. Nessas dimensõesé apropriado para variedades Cavendish (Nanica, Nanicão,Grande Naine, William, Robusta, Valery, Poyo), para as quais

123

foi planejado. Variedades como a Prata, Prata Anã, Pacovan,Tropical, Pacovan Ken, Terrinha e D’Angola requerem sacosmenores em relação ao comprimento, provavelmente 135 a140 cm. Para ensacamento do cacho de banana ‘Terra’ e‘Maranhão’, deve utilizar-se sacos pelo menos 19 cm maislargos (100 cm), em decorrência não apenas do maiortamanho do fruto, mas da sua disposição no cacho, emrelação às variedades Cavendish.

A fim de auferir as vantagens do ensacamento do ca-cho por mais tempo, deve-se fazer esta operação tão cedoquanto possível. O processo mais comum consiste emensacar o cacho quando este já tiver emitido a última brácteafeminina, ou seja, quando a últ ima “mão” verdadeiraapresentar os “dedos” voltados para cima, o que geralmenteocorre duas semanas (14 dias) após a emissão da últimapenca, em condições climáticas normais. Antes de colocar osaco, elimina-se a ráquis masculina e, geralmente, até asduas últimas pencas. Em seguida, coloca-se o saco enrugadoem torno do cacho, evitando-se, assim, o seu rompimento,desfazendo-se em seguida as dobras ou rugas, cuidadosa-mente. Depois, faz-se o seu amarrio à ráquis na parte imedi-atamente acima da primeira cicatriz bracteal, juntamente coma fita de coloração pré-definida (Fig. 7.5), que indica a épocade colheita do cacho.

Os sacos já ut i l izados devem ser coletados ereciclados.

7.7. Colheita

Os critérios utilizados para a colheita de cachos da maio-ria das variedades de bananeira utilizadas no Brasil são geral-mente empíricos, sobretudo quando o produto destina-se aomercado interno.

124

O momento indicado para a colheita de banana dependedo número de dias que transcorrerá no seu transporte da zonaprodutora para o mercado consumidor, da estação do ano,normas do mercado comprador, tipo de embalagem e utilizaçãodos frutos para consumo local, exportação ou industrialização.De modo geral, as bananas são colhidas mais verdes, menosdesenvolvidas e os frutos com menor diâmetro, quanto maior foro tempo de transporte desde o bananal até o mercado consumidore quanto mais quente for a época do ano. Por outro lado, quantomais fria a estação do ano e mais próximo o mercado consumidor,as bananas podem ser colhidas mais desenvolvidas e com frutosde maior diâmetro.

Os sistemas de medição para colheita do cacho baseiam-

Foto

: Dom

ingo

s So

uza

Ram

osFig.7.5. Ensacamento do cacho e amarrio defita colorida, determinando a época de suacolheita.

125

se em alguns aspectos morfológicos e fisiológicos dedesenvolvimento dos frutos, denominados de grau de corte.

Os sistemas de medição do grau de corte para a co-lheita dos frutos têm variado ao longo do tempo, em virtudedos sistemas de cultivo, colheita, embalagem, transporte ecomercialização adotados, embora tais sistemas tenham seorientado sempre para a consecução de formas de mediçãoseguras, que maximizem o rendimento do fruto sem os riscosde uma maturação prévia. Dividem-se em três classes,segundo sua metodologia: 1) grau fisiológico; 2) diâmetroda fruta; e 3) diâmetro da fruta por idade.

O grau fisiológico é um método bastante objetivo enatural. Pretende determinar o melhor grau de colheita dafruta pela sua aparência morfológica. Apresenta oinconveniente de não quantificar o grau de maturação dofruto e, com isto, cometer-se graves erros de apreciação,com perdas importantes na colheita, por pré-corte e pormaturação. Esse método utilizou-se para a variedade GrosMichel, com poucos problemas, já que permite maiorflexibilidade no grau de corte, mas mostrou-se inoperantepara as variedades Cavendish, o que obrigou os produtoresa adotarem altas tecnologias de colheita, a fim de satisfazeros mercados, com um ótimo aproveitamento da fruta.

No Brasil, o indicador visual para determinação do graude corte, principalmente nas variedades do grupo AAB comoa Prata, Maçã, Pacovan e Prata Anã, considera que o cachoestá no ponto de colheita, ou seja, que os frutos atingiram opleno desenvolvimento fisiológico, com base na redução e/ou desaparecimento das quinas ou angulosidades dasuperfície dos frutos podendo-se, então, colher o cacho. Noentanto, esse indicador não é válido para as variedades dotipo Terra (Terra, Terrinha, Maranhão e D’Angola) e tipo Figo(Figo Cinza, Figo Vermelho e Figo Anão), uma vez que, nos

126

frutos dessas variedades, mesmo quando maduros (amare-los), as angulosidades permanecem salientes.

Portanto, esse método é empírico, já que a diferençaentre graus de corte é puramente subjetiva e, tratando-seapenas de apreciação, dá origem a graves erros, com perdasimportantes na colheita.

O diâmetro da fruta surgiu como uma decorrência doserros do grau fisiológico. Na busca de saná-los, foramrealizadas pesquisas que permitiram medir e quantificar ograu de corte, de tal forma que a fruta pudesse seraproveitada ao máximo, sem risco de maturação antecipada.Contudo, esses resultados só foram aplicados na práticadepois de 1956, quando foi encontrada uma clara correlaçãolinear entre o diâmetro da fruta no fruto central da segundapenca e o grau de corte. O sistema foi adotado e generalizadono Equador, e consolidou-se como grau ótimo de corte ocompreendido entre 46 e 48 para mercados dos EstadosUnidos e de 43 a 45 para os europeus. A aplicação do métodomostra sua eficiência na maioria da fruta colhida; apenasnas frutas originárias de cachos com mais de 12 pencas einferiores a 9, houve divergências que precisaram sercorrigidas, aumentando-se entre 1 e 3 graus para a frutagrande e diminuindo-se, na mesma proporção, para a frutapequena. Foram construídos, então, calibradores fixos egraduáveis que passaram a formar parte das ferramentasde trabalho do colhedor. A prática foi adotada por todas ascomercializadoras multinacionais.

O calibrador mede a distância entre as duas faces la-terais do fruto, em milímetros. Foi desenvolvido para varieda-des Cavendish, cujo fruto se destina à exportação.

A calibragem é feita tendo como módulo a fração 1/32”, existindo dois tipos de leitura e a respectiva correspon-dência entre ambas (Tabela 7.2).

127

O método do diâmetro da fruta por idade leva em conside-ração o momento em que o cacho emite a última penca e estáestreitamente relacionado com o conhecimento detalhado dafenologia da bananeira na região produtora.

A distinção da fruta por idade é feita por meio do uso desacos de polietileno, para ensacamento dos cachos, marcados

Tabela 7.2. Calibragem dos frutos da bananeira no Equador,América Central e respectiva correspondência.

Fonte: Cereda, 1984.

Equador América Central Correspondência(calibre) (índice) (mm)

37/32’’ 5 29,4

38 6 30,239 7 31,040 8 31,841 9 32,642 10 33,443 11 34,244 12 35,045 13 35,846 14 36,647 15 37,448 16 38,2

com fitas de diferentes colorações, por períodos semanais, ge-rando um calendário de colheita bem definido. Esse critério foidefinido em 1974, obtendo-se uma excelente correlação entre aidade da fruta e o calibre de corte. Foi determinada como idadeótima para colheita, nos cultivos de banana destinados àexportação, 14 semanas ou 98 dias após a emissão deinflorescência ou 12 semanas ou 84 dias após a colocação dafita. Também se encontrou que poderia aceitar-se, sem risco deuma maturação antecipada, até 10% de fruta uma semana maisvelha (13 semanas ou 91 dias) e qualquer porcentagem de frutamais jovem, dentro das mesmas características. Uma vantagemdesse critério em relação ao anterior é que não mistura frutas dediferentes idades no mesmo embarque e que, sob ótimas condi-ções ecológicas e de cultivo, pode-se colher a fruta com maior

128

calibre sem risco de maturação, maximizando o seu aproveita-mento. A idade de corte pode variar, aumentando-a ou diminuin-do-a em uma ou duas semanas, de acordo com as condiçõesclimáticas e o estado das plantações.

Em clima tropical e nas áreas irrigadas é possível a co-lheita do primeiro cacho de 11 a 13 meses; em clima subtropicale sem irrigação, a primeira colheita ocorre depois de 15 a 18meses; e de 21 a 24 meses após o plantio da muda no campo,para uma região mais fria.

A colheita da fruta sem a observância de uma metodologiaorientada para o controle da idade do cacho resulta na inclusão,na mesma caixa, de frutos com diferentes idades.

Para diferenciar as idades dos cachos, a maioria dosagricultores usa fitas plásticas de seis cores básicas, que se re-petem duas vezes para cada ciclo: branca, verde, azul, verme-lha, preta e amarela. Não se usam cores intermediárias comolaranja, rosa, café e outras, porque permutam a sua cor por efeitode luz e, ao final do período, sua identificação é difícil. Cada com-panhia comercializadora usa as cores em uma seqüência pré-fixada para todas as propriedades que produzem ou comprambanana, a fim de estabelecer a ordem de inventários e estatísti-cas de fruta.

O calibre ótimo da fruta para colheita é aquele em que odescarte de fruta por maturação esteja entre 1% e 2%.

A programação de colheita é feita com base nosinventários de fruta disponível na plantação, na distância dosmercados, na demanda e na condição ecológica em que se de-senvolveu a fruta. Com base em um determinado inventário, aquantidade de fruta a ser colhida depende do calibre de corte.

Em relação às estimativas de produção, os cálculos sãofeitos com base nos inventários de fruta em um determinado pe-ríodo. Estes são estabelecidos pela soma dos florescimentos

129

semanais, contados segundo o número de sacos e cintas, colo-cados nos cachos. Um método eficiente permitirá conhecer osinventários e fazer estimativas muito exatas para 12 semanas,ainda que para pequenas seções administrativas da propriedade(10 hectares).

Estimado o número de frutas (cachos) a colher, procede-se o cálculo do total de caixas a produzir, aplicando as médiasde conversão de cachos em caixas, de acordo com os registrosdos galpões de embalagem em cada propriedade, para cadaépoca. Para estimativas semanais, sugere-se usar os dados dasemana anterior. As médias de conversão são determinadas pelotamanho do fruto, calibre de corte, peso do cacho e pelaqualidade a processar.

As projeções de colheita devem ser anuais, trimestrais esemanais. As estimativas trimestrais são bastante precisas, jáque se conta com as estatísticas de florescimentos semanaisdurante esse período. A programação (12 semanas), permitereprogramar a oferta aos mercados, com informação de alto graude confiabilidade para cada semana.

No que concerne às ordens de corte, boas estimativas deprodução, de acordo com as necessidades dos mercados,permitem elaborar um programa de comercialização, designandoa quantidade de fruta necessária. Com base nos meios detransporte emite-se, então, uma ordem de corte para cadapropriedade, fixando-se a quantidade de caixas a colher, o calibrede corte, o destino da produção, o material de embalagem, portode atraque, nome do barco etc. Um cortador colhe cerca de 90cachos por jornada de trabalho.

A colheita em si mesmo é, provavelmente, a operação maisdelicada da etapa de produção. Nessa operação deve-se colhero cacho que tenha a idade e o calibre desejado, dispensando-lheo melhor tratamento para obter, assim, o maior rendimento. Paraotimizá-la e evitar frutas maduras, recomenda-se colher a áreaprogramada da propriedade, sistematicamente.

130

A operação de colheita deve ser realizada em equipe, comcortadores e carregadores. Para aparar o cacho, utilizar proteçãode ombro ou berços almofadados para traslados dos cachos.Deve-se evitar danos no transporte até a casa de embalagem.Recomenda-se utilizar cabos aéreos ou carretas, estas adapta-das para o transporte pendular, até a casa de embalagem ou fa-zer a despenca do cacho no campo, com o acondicionamentodas pencas em berços almofadados.

Vale ressaltar que os cachos não devem ficar amontoa-dos ao longo dos caminhos, sobre o solo, como também não sedeve colocar mais de duas camadas de cachos em carrocerias,para levá-los ao local de embalagem.

7.8. Corte do Pseudocaule Após a Colheita

O corte do pseudocaule após a colheita do cacho, do pon-to de vista prático, deve ser feito próximo ao solo. Além de evitarque o pseudocaule venha a servir de fonte ou reservatório deinóculo de problemas fitossanitários importantes, sua eliminaçãototal está relacionada com a aceleração da melhoria nas proprie-dades físicas e químicas do solo, graças à rápida e eficiente in-corporação e distribuição dos resíduos da colheita (pseudocaule,folhas e ráquis). Do ponto de vista econômico, está associadaaos custos mais altos implícitos no corte gradual. Para as bana-neiras Cavendish, recomenda-se manter o pseudocaule em pé,até dois meses após a colheita. Em ambos os casos, após ocorte do pseudocaule, é indispensável o seu fracionamento, pormeio de cortes transversais e longitudinais, espalhando-o na áreae não amontoando os restos junto às touceiras, a fim de acelerara decomposição e incorporação de matéria orgânica ao solo. Noprocesso de corte do pseudocaule deve-se usar ferramentasdesinfetadas, bem como proceder a cobertura imediata da feridado corte com inseticida ou mesmo terra, para evitar a atração e o

131

ataque de pragas que afetam o rizoma. Não se deve manter opseudocaule da bananeira colhida em pé até a sua completa de-composição.