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  • CAPTULO 1NOMENCLATURA DO NAVIO

    SEO A DO NAVIO, EM GERAL1.1. Embarcao e navio Embarcao uma construo feita de madeira,

    concreto, ferro, ao ou da combinao desses e outros materiais, que flutua e destinada a transportar pela gua pessoas ou coisas.

    Barco tem o mesmo significado, mas usa-se pouco. Navio, nau, nave,designam, em geral, as embarcaes de grande porte; nau e nave so palavrasantiquadas, hoje empregadas apenas no sentido figurado; vaso de guerra e belonavesignificam navio de guerra, mas so tambm pouco usados.

    Em nossa Marinha, o termo embarcao particularmente usado para designarqualquer das embarcaes pequenas transportveis a bordo dos navios, e tambmas empregadas pelos estabelecimentos navais, ou particulares, para seus serviosde porto.

    1.2. Casco o corpo do navio sem mastreao, ou aparelhos acessrios,ou qualquer outro arranjo. Normalmente, o casco no possui uma forma geomtricadefinida, e a principal caracterstica de sua forma ter um plano de simetria (planodiametral) que se imagina passar pelo eixo da quilha.

    Da forma adequada do casco dependem as qualidades nuticas de um navio:resistncia mnima propulso, mobilidade e estabilidade de plataforma (art.5.28.b).

    1.3. Proa (Pr) (fig. 1-1) a extremidade anterior do navio no sentido de suamarcha normal. Quase sempre tem a forma exterior adequada para mais facilmentefender o mar.

    1.4. Popa (Pp) (fig. 1-2) a extremidade posterior do navio. Quase sempre,tem a forma exterior adequada para facilitar a passagem dos filetes lquidos que voencher o vazio produzido pelo navio em seu movimento, a fim de tornar mais eficientea ao do leme e do hlice.

    1.5. Bordos So as duas partes simtricas em que o casco dividido peloplano diametral. Boreste (BE) a parte direita e bombordo (BB) a parte esquerda,supondo-se o observador situado no plano diametral e olhando para a proa. EmPortugal se diz estibordo, em vez de boreste.

    1.6. Meia-nau (MN) Parte do casco compreendida entre a proa e a popa.As palavras proa, popa e meia-nau no definem uma parte determinada do casco, esim uma regio cujo tamanho indefinido. Em seu significado original, o termomeia-nau referia-se parte do casco prxima do plano diametral, isto , eqidistantedos lados do navio.

  • ARTE NAVAL2

    Fig. 1-1 Proa

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 3

    Fig.

    1-2

    P

    opa

  • ARTE NAVAL4

    1.7. Bico de proa Parte externa da proa de um navio.

    1.8. A vante e a r Diz-se que qualquer coisa de vante ou est a vante(AV), quando est na proa; e que de r ou est a r (AR), quando est na popa. Seum objeto est mais para a proa do que outro, diz-se que est por ante-a-vante(AAV) dele; se est mais para a popa, diz-se por ante-a-r (AAR).

    1.9. Corpo de proa (em arquitetura naval) Metade do navio por ante-a-vante da seo a meia-nau.

    1.10. Corpo de popa (em arquitetura naval) Metade do navio por ante-a-r da seo a meia-nau.

    1.11. Obras vivas (OV) e carena Parte do casco abaixo do plano deflutuao em plena carga (art. 2.2), isto , a parte que fica total ou quasetotalmente imersa. Carena um termo empregado muitas vezes em lugar deobras vivas, mas significa com mais propriedade o invlucro do casco nasobras vivas.

    1.12. Obras mortas (OM) Parte do casco que fica acima do plano deflutuao em plena carga e que est sempre emersa.

    1.13. Linha-dgua (LA) uma faixa pintada com tinta especial no cascodos navios, de proa a popa; sua aresta inferior a linha de flutuao leve (art. 2.2).Normalmente s usada nos navios de guerra. Linha-dgua, em arquitetura naval,tem outra significao.

    1.14. Costado Invlucro do casco acima da linha-dgua. Em arquiteturanaval, durante a construo do navio, quando ainda no est traada a linha-dgua,costado o revestimento do casco acima do bojo.

    1.15. Bojo (fig. 1-3) Parte da carena, formada pelo contorno de transioentre a sua parte quase horizontal, ou fundo do navio, e sua parte quase vertical.

    1.16. Fundo do navio Parte inferior do casco, desde a quilha at o bojo;quando o fundo chato, diz-se que o navio tem fundo de prato, como na fig. 1-3.

    1.17. Forro exterior (fig. 1-1) Revestimento exterior do casco de um navio,no costado e na carena, constitudo por chapas ou por tbuas.

    1.18. Forro interior do fundo (fig. 1-3) Revestimento interior do fundo donavio, constituindo o teto do duplo-fundo (art. 1.59).

    1.19. Bochechas (fig. 1-1) Partes curvas do costado de um e de outrobordo, junto roda de proa.

  • NOM

    ENCLATURA DO NAVIO

    5 Fig. 1-3 Vista interior de um navio mercante

  • ARTE NAVAL6

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  • NOMENCLATURA DO NAVIO 7

    1.20. Amura (fig. 1-1) O mesmo que bochecha. Amura tambm umadireo qualquer entre a proa e o travs1.

    1.21. Borda (fig. 1-4) o limite superior do costado, que pode terminar naaltura do convs (se recebe balaustrada) ou elevar-se um pouco mais, constituindoa borda-falsa.

    1.22. Borda-falsa Parapeito do navio no convs, de chapas mais leves queas outras chapas do costado. Tem por fim proteger o pessoal e o material queestiverem no convs, evitando que caiam ao mar. Na borda-falsa h sempre sadasde gua (art. 1.91) retangulares, cujas portinholas se abrem somente de dentro parafora, a fim de permitir a sada das grandes massas de gua que podem cair noconvs em mar grosso.

    1.23. Amurada (fig. 1-4) Parte interna dos costados. Mais comumenteusada para indicar a parte interna da borda-falsa.

    1.24. Alhetas (fig. 1-2) Partes curvas do costado, de um e de outro bordojunto popa.

    1.25. Painel de popa, ou somente painel (fig. 1-2) Parte do costado donavio na popa, entre as alhetas.

    1.26. Grinalda (fig. 1-2) Parte superior do painel de popa.

    1.27. Almeida (fig. 1-2) Parte curva do costado do navio, na popa, logoabaixo do painel, e que forma com ele um ngulo obtuso ou uma curvatura.

    1.28. Delgados Partes da carena mais afiladas a vante e a r, de um e deoutro bordo, respectivamente, da roda de proa e do cadaste (fig. 1-5).

    1 Travs a direo normal ao plano longitudinal do navio.

    Fig. 1-5 (A) Delgado AR (B) Delgado AV (para interpretar a figura ver art. 2.42)

  • ARTE NAVAL8

    1.29. Cinta, cintura ou cintado do navio (fig. 1-3) Interseo do convsresistente (art 1.56r) com o costado. A fiada de chapas do costado na altura dacinta tambm toma o nome de cinta, cintura ou cintado; ela sempre contnua deproa a popa, tem a mesma largura em todo o comprimento do navio e as chapas,em geral, tm maior espessura que as chapas contguas. A cinta fica quase semprena altura do convs principal do navio, por ser este usualmente o pavimentoresistente.

    1.30. Resbordo (fig. 1-3) A primeira fiada de chapas (ou de tbuas, nosnavios de madeira) do forro exterior do fundo, de um e de outro lado da quilha.

    1.31. Calcanhar (fig. 1-6) Parte saliente formada no fundo de algunsnavios pelo p de cadaste e a parte extrema posterior da quilha. comum nosnavios que tm leme compensado (art. 6.34b); permite maior estabilidade aonavio.

    1.32. Quina Qualquer mudana brusca de direo na superfcie externa docasco, num chapeamento, numa antepara, numa caverna ou em outra pea qualquerda estrutura.

    1.33. Costura Interstcio entre duas chapas ou entre duas tbuas contguasde um chapeamento ou de um tabuado.

    1.34. Bosso do eixo (fig. 1-2) Salincia formada na carena de algunsnavios em torno do eixo do hlice.

    1.35. Balano de proa A parte da proa por ante-a-vante da quilha.

    1.36. Balano de popa (fig. 1-6) A parte da popa por ante-a-r da quilha.

    1.37. Superestrutura (fig. 1-7a) Construo feita sobre o convs principal,estendendo-se ou no de um a outro bordo e cuja cobertura , em geral, ainda umconvs.

    Fig. 1-6 Calcanhar

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    Fig. 1-7b Superestruturalateral de um porta-avies

    1.38. Caste-lo de proa, ou sim-plesmente castelo(fig. 1-7a) Supe-restrutura na parteextrema da proa,acompanhada deelevao da borda.

    1.39. Tom-badilho (fig. 1-7a) Superestrutura naparte externa dapopa, acompanhada de elevao da borda.

    1.40. Superestrutura central (fig. 1-7a) Superestrutura a meia-nau. Tambm chamadaincorretamente espardeque, do ingls spardeck.

    1.41. Poo (fig. 1-7a) Espao entre o castelo,ou o tombadilho, e a superestrutura central, num naviomercante; este espao limitado inferiormente peloconvs principal e, lateralmente, pelas amuradas e pelasanteparas frontais do castelo, ou do tombadilho, e asda superestrutura central.

    1.42. Superestrutura lateral (fig. 1-7b) Superestrutura disposta junto a um dos costadossomente, como o caso dos porta-avies.

    1.43. Contrafeito (fig. 1-8) Parte rebaixada no costado do navio a fim dese colocar uma pea de artilharia ou alojar uma embarcao num navio de guerraou, por convenincia da carga ou do servio, num navio mercante.

    Fig. 1-7a Superestruturas de um navio mercante

    Fig. 1-8 Contrafeito

  • ARTE NAVAL10

    1.44. Contra-sopro (fig. 1-9) Escudo de chapa que possuem alguns naviosde guerra para proteger a guarnio de um canho, ou o pessoal de um outro posto,do tiro de um outro canho, cuja boca fique imediatamente acima dele.

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  • NOMENCLATURA DO NAVIO 11

    1.45. Jardim de popa (fig. 1-10) Espcie de sacada na popa dos antigosnavios de guerra de grande porte, comunicando-se por meio de portas com asacomodaes do comandante.

    1.46. Recesso Concavidade feita numa antepara a fim de alojar um aparelhono compartimento, ou para obter melhor arranjo.

    1.47. Recesso do tnel (fig. 1-11) Parte de um tnel ampliada em suaseo, tal como os recessos do tnel do eixo, que tem geralmente maior alturajunto praa de mquinas e junto bucha do eixo.

    1.48. Talhamar (fig. 1-12) Nos navios de madeira, uma combinao devrias peas de madeira, formando um corpo que sobressai da parte superior daroda de proa; serve geralmente para fornecer o apoio necessrio fixao do gurupse principalmente para dar um aspecto elegante proa do navio.

    Nos navios de ferro ou ao, o talhamar faz parte da roda de proa, da qual no mais do que um prolongamento.

    Possuem talhamar a maior parte dos veleiros e somente alguns navios depropulso a hlice.

    O nome talhamar tambm pode ser usado para significar a aresta externa daproa do navio ou a pea que constitui essa aresta, colocada externamente roda deproa (art. 6.15).

    Fig. 1-10 Jardim de popa

    PAU DE SURRIOLA

    PORTAL

    JARDIM DE POPA

  • ARTE NAVAL12

    Fig. 1-12 Detalhe da proa

    Fig. 1-11 Detalhe da popa

    CASA DO LEME

    ESPELHO DEPOPA

    ALMEIDARECESSO DOTNELTNEL DOEIXO

    LEME

    CLARA DO HLICE

    TUBO TELESCPIOEIXO DO HLICE FLANGE

    TBUAS DA CINTA

    BUZINA RAPOSASESCOVM

    GURUPS

    FIGURA DE PROA

    TALHAMAR

    RODA DE PROA

    CONTRA-RODAQUILHAFALSA QUILHA

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 13

    1.49. Torreo de comando Abrigo encouraado dos navios de guerra degrande porte, situado em posio tal que de seu interior se domine com a vista umgrande campo no horizonte; destinado ao comandante e tambm pode serdenominado torre de comando. Localizado sob o passadio, o substitui para o comandodo navio de combate. A esto protegidos os aparelhos para o governo do navio etransmisso de ordens. comum, hoje em dia, se usar impropriamente o termotorre de comando para significar o passadio.

    1.50. Apndices Partes relativamente pequenas do casco de um navio,projetando-se alm da superfcie exterior do chapeamento da carena; esta palavracompreende geralmente as seguintes peas: a parte saliente da quilha macia, daroda e do cadaste; o leme, as bolinas, os hlices, os ps-de-galinha dos eixos, aparte dos eixos fora do costado, o cadaste exterior e a soleira da clara do hlice.

    SEO B PEAS PRINCIPAIS DA ESTRUTURADOS CASCOS METLICOS

    1.51. Ossada e chapeamento A estrutura do casco do navio consta daossada, ou esqueleto, e do forro exterior (chapeamento, nos navios metlicos, outabuado, nos navios de madeira).

    Podemos considerar as diferentes peas da estrutura do casco de acordocom a resistncia que devem apresentar aos esforos a que so submetidos osnavios, os quais so exercidos na direo longitudinal, na direo transversal, ouso esforos locais (art. 5.41). Diremos ento que a ossada constituda por umacombinao de dois sistemas de vigas, as vigas longitudinais e as vigas transversais,alm dos reforos locais.

    A continuidade das peas da estrutura, e particularmente das vigaslongitudinais, uma das principais consideraes em qualquer projeto do navio.Assim, uma pea longitudinal para ser considerada uma viga da estrutura deve sercontnua num comprimento considervel do navio.

    1.52. Vigas e chapas longitudinais Contribuem, juntamente com ochapeamento exterior do casco e o chapeamento do convs resistente (art. 1.56r),para a resistncia aos esforos longitudinais, que se exercem quando, por exemplo,passa o cavado ou a crista de uma vaga pelo meio do navio; so as seguintes:

    a. Quilha (figs. 1-3 e 1-13) Pea disposta em todo o comprimento docasco no plano diametral e na parte mais baixa do navio. Constitui a espinha dorsale a parte mais importante do navio, qualquer que seja o seu tipo; nas docagens enos encalhes, por exemplo, a quilha que suporta os maiores esforos.

    b. Sobrequilha (fig. 1-13) Pea semelhante quilha assentada sobre ascavernas.

    c. Longarinas ou longitudinais (fig. 1-4) Peas colocadas de proa apopa, na parte interna das cavernas, ligando-as entre si.

    d. Trincaniz (figs. 1-3 e 1-13) Fiada de chapas mais prximas aos costados,em cada convs, usualmente de maior espessura que as demais, e ligando os vausentre si e s cavernas.

  • ARTE NAVAL14

    e. Sicordas (figs. 1-4 e 1-13) Peas colocadas de proa a popa num convsou numa coberta, ligando os vaus entre si.

    1.53. Vigas e chapas transversais Alm de darem a forma exterior docasco, resistem, juntamente com as anteparas estruturais, tendncia deformao do casco por ao dos esforos transversais (art. 5.42); so asseguintes:

    a. Cavernas (figs. 1-3 e 1-13) Peas curvas que se fixam na quilha emdireo perpendicular a ela e que servem para dar forma ao casco e sustentar ochapeamento exterior. Gigante (fig. 1-4) uma caverna reforada. Caverna mestra a caverna situada na seo mestra. Cavername o conjunto das cavernas nocasco. O intervalo entre duas cavernas contguas, medido de centro a centro,chama-se espaamento. Os braos das cavernas acima do bojo chamam-sebalizas.

    b. Cavernas altas (figs. 1-1 e 1-13) So aquelas em que as hastilhasso mais altas que comumente, assemelhando-se a anteparas. So colocadasna proa e na popa, para reforo destas partes.

    c. Vaus (figs. 1-3, 1-4 e 1-14) Vigas colocadas de BE a BB em cadacaverna, servindo para sustentar os chapeamentos dos conveses e das cobertas,e tambm para atracar entre si as balizas das cavernas; os vaus tomam o nomedo pavimento que sustentam.

    Fig. 1-13 Vista das partes estruturais da proa e da popa

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 15

    d. Hastilhas (figs. 1-3 e 1-13) Chapas colocadas verticalmente no fundo donavio, em cada caverna, aumentando a altura destas na parte que se estende daquilha ao bojo.

    e. Cambotas (fig. 1-2) So as cavernas que armam a popa do navio,determinando a configurao da almeida.

    1.54. Reforos locais Completam a estrutura, fazendo a ligao entre asdemais peas ou servem de reforo a uma parte do casco.

    a. Roda de proa, ou simplesmente roda (figs. 1-1 e 1-13) Pea robustaque, em prolongamento da quilha, na direo vertical ou quase vertical, forma oextremo do navio a vante. Faz-se nela um rebaixo chamado alefriz, no qual cravadoo topo do chapeamento exterior. Nos navios de madeira, h tambm alefriz da quilha,para fixao das tbuas do resbordo.

    b. Cadaste (figs.1-2 e 1-13) Pea semelhante roda de proa, constituindoo extremo do navio a r; possui tambm alefriz. Nos navios de um s hlice, hcadaste exterior e cadaste interior.

    c. Ps-de-carneiro (fig. 1-3) Colunas suportando os vaus para aumentar arigidez da estrutura, quando o espao entre as anteparas estruturais grande, oupara distribuir um esforo local por uma extenso maior do casco. Os ps-de-carneirotomam o nome da coberta em que se assentam.

    d. Vaus intermedirios So os de menores dimenses que os vauspropriamente ditos e colocados entre eles para ajudar a suportar o pavimento, emalguns lugares, quando o espao entre os vaus maior que o usual.

    Fig. 1-14 Meia seo de um navio de quatro cobertas

  • ARTE NAVAL16

    e. Vaus secos (fig. 1-1 e 1-2) So os vaus do poro, mais espaados queos outros e que no recebem assoalho, servindo apenas para atracar as cavernasquando o poro grande.

    f. Latas (fig. 1-3) Vaus que no so contnuos de BB a BE, colocados naaltura de uma enora, ou de uma escotilha, entre os vaus propriamente ditos. Ligamentre si os chaos das escotilhas (art. 6.36c) e as cavernas.

    g. Buardas (fig. 1-13) Peas horizontais que se colocam no bico da proaou na popa, contornando-as por dentro, de BE a BB; servem para dar maior resistnciaa essas partes do navio.

    h. Prumos (fig. 1-4) Ferros perfilados dispostos verticalmente nas anteparas,a fim de refor-las.

    i. Travessas (fig. 1-4) Ferros perfilados dispostos horizontalmente nasanteparas, a fim de refor-las.

    j. Borboletas ou esquadros (fig. 1-15a) Pedaos de chapa, em forma deesquadro, que servem para ligao de dois perfis, duas peas quaisquer, ou duassuperfcies que fazem ngulo entre si, a fim de manter invarivel este ngulo. Asborboletas tomam o nome do local que ocupam.

    Fig. 1-15a Costado, visto de dentro

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 17

    l. Tapa-juntas Pedao dechapa ou pedao de cantoneira queserve para unir a topo duas chapasou duas cantoneiras.

    m. Chapa de reforo Chapa colocada no contorno deuma abertura feita no costado ouem outro chapeamento resistente,a fim de compensar a perda domaterial neste lugar. Estas chapastomam o nome do local em que socolocadas; assim, temos reforo daescotilha, reforo da enora etc.

    n. Calos (fig. 1-15b) Chapas que se colocam para encher os espaos vazios entre duas chapas oupeas quaisquer. Os calos tomam o nome dos lugares que ocupam.

    o. Colar (fig. 1-15c) Pedao de cantoneira ou de chapa colocado em tornode um ferro perfilado, uma cantoneira ou um tubo que atravessa um chapeamento, afim de tornar estanque a junta, ou cobrir a abertura.

    p. Cantoneira de contor-no (fig. 1-4) Cantoneira dispostaem torno de um tubo, tnel,escotilha, antepara estanque etc.,com o fim de manter a es-tanqueidade da junta.

    q. Gola Cantoneira,barra, ferro em meia-cana ou peafundida que contorna uma aberturaqualquer, para reforo local; tomao nome do lugar onde colocada.

    1.55. Chapeamento oconjunto de chapas que compemum revestimento ou uma subdi-viso qualquer do casco dos

    navios metlicos. As chapas dispostas na mesma fileira de chapeamento constituemuma fiada de chapas.

    a. Chapeamento exterior do casco Sua funo principal constituir umrevestimento externo impermevel gua, mas tambm uma parte importante daestrutura, contribuindo para a resistncia do casco aos esforos longitudinais. Asfiadas mais importantes do chapeamento exterior so: a da cinta, a do bojo e a doresbordo (fig. 1-16) .

    b. Chapeamento do convs e das cobertas (fig. 1-3) Dividem o espaointerior do casco em certo nmero de pavimentos, permitindo a utilizao adequadadesses espaos. Alm disto, eles tambm contribuem para a estrutura resistente

    Fig. 1-15b Calo

    Fig. 1-15c Colar soldado, tornando estanquea passagem de uma caverna no convs

  • ARTE NAVAL18

    do navio no sentido longitudinal; o pavimento resistente (art. 1.56r) o mais importantepavimento sob este aspecto, se bem que as cobertas tambm contribuam, emmenor extenso, para a resistncia longitudinal do casco.

    c. Chapeamento interior do fundo (fig. 1-16) Constitui o teto do duplo-fundo e, alm de ser um revestimento estanque, contribui, com as demais peas deestrutura do duplo-fundo, para a resistncia longitudinal.

    d. Anteparas (fig. 1-3) So as separaes verticais que subdividem emcompartimentos o espao interno do casco, em cada pavimento. As anteparasconcorrem tambm para manter a forma e aumentar a resistncia do casco. Nosnavios de ao, as anteparas, particularmente as transversais, constituem um meioeficiente de proteo em caso de veio dgua; para isto elas recebem reforos, sotornadas impermeveis gua, e chamam-se anteparas estanques (fig. 1-3). Sob oponto de vista da estrutura resistente do casco, as que fazem parte do sistemaencouraado de proteo so chamadas anteparas protegidas, ou anteparasencouraadas. Conforme a sua posio, as anteparas podem tomar os seguintesnomes:

    (1) antepara de coliso AV ou, somente, antepara de coliso a primeiraantepara transversal estanque, a contar de vante; destinada a limitar a entrada degua em caso de abalroamento de proa, que o acidente mais provvel. Por analogia,a primeira antepara transversal estanque a partir de r chamada antepara de colisoAR;

    (2) antepara transversal Antepara contida num plano transversal do casco,estendendo-se ou no de um a outro bordo. As anteparas transversais principais

    Fig. 1-16 Meia seo de um navio de uma coberta

    -

    DO

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 19

    so anteparas estruturais, estanques, e so contnuas de um bordo a outro e desdeo fundo do casco at o convs de compartimentagem (art. 1.56t).

    A primeira funo das anteparas transversais principais dividir o navio emuma srie de compartimentos estanques, de modo que a ruptura do casco nocause a perda imediata do navio;

    (3) antepara frontal Antepara transversal que limita a parte de r do castelo,a parte de vante do tombadilho, ou a parte extrema de uma superestrutura;

    (4) antepara diametral (fig. 1-4) Antepara situada no plano diametral, isto ,no plano vertical longitudinal que passa pela quilha;

    (5) antepara longitudinal, ou antepara lateral Antepara dirigida num planovertical longitudinal que no seja o plano diametral;

    (6) antepara parcial Antepara que se estende apenas em uma parte de umcompartimento ou tanque; serve como reforo da estrutura;

    (7) antepara da bucha Antepara AR onde fica situada a bucha interna doeixo do hlice.

    SEO C CONVS, COBERTAS, PLATAFORMASE ESPAOS ENTRE CONVESES

    1.56. Diviso do casco (fig. 1-17a) No sentido da altura, o casco de umnavio dividido em certo nmero de pavimentos que tomam os seguintes nomes:

    a. O primeiro pavimento contnuo de proa a popa, contando de cima parabaixo, que descoberto em todo ou em parte, toma o nome de convs principal;

    b. A parte de proa do convs principal chama-se convs a vante, a parte ameia-nau, convs a meia-nau, e a parte da popa, tolda;

    c. A palavra convs, sem outra referncia, designa, de modo geral, o convsprincipal; na linguagem de bordo indica a parte do convs principal que descoberta,ou coberta por toldo;

    d. Um convs parcial, acima do convs principal, na proa o convs docastelo, na popa ser o convs do tombadilho; a meia-nau, o convs superior(fig. 1-17a);

    e. Um convs parcial, acima do convs superior, do castelo ou do tombadilho,ser chamado convs da superestrutura;

    f. Abaixo do convs principal, que considerado o primeiro, os conveses sonumerados: segundo convs, terceiro convs, etc., a contar de cima para baixo, etambm podem ser chamados cobertas;

    g. Os espaos compreendidos entre os conveses, abaixo do convs principal,tomam o nome de cobertas; assim, temos: primeira coberta, segunda coberta, etc.Ao espao entre o convs mais baixo e o teto do duplo-fundo, ou entre o convsmais baixo e o fundo, se o navio no tem duplo-fundo, d-se o nome de poro. Numnavio mercante, poro tambm o compartimento estanque onde se acondiciona acarga; estes pores so numerados seguidamente de vante para r, e so forradospor tbuas que se chamam sarretas (nos lados) e cobros (no fundo);

    h. O primeiro pavimento parcial contado a partir do duplo-fundo para cimachama-se bailu; nele fazem-se paiis ou outros compartimentos semelhantes;

    i. Um convs que no contnuo de proa a popa um convs parcial;

  • ARTE NAVAL20

    j. Num navio de guerra, o convs que protegido por couraa chamado,para fins tcnicos, convs balstico. Se houver dois destes conveses, o dechapeamento mais grosso, que o mais elevado, ser chamado convs encouraado,e o outro ser o convs protegido, alm de seus nomes ordinrios;

    l. Se houver um s convs protegido por chapas de couraa, este ser oconvs protegido; onde houver apenas uma parte protegida, esta parte ser chamadaconvs protegido de vante, convs protegido a meia-nau, ou convs protegido a r,alm de seus nomes ordinrios;

    m. Numa superestrutura colocada geralmente a vante, onde se encontram ospostos de navegao, o pavimento mais elevado toma o nome tijup (figs. 1-9,1-17b e 1-17c). O pavimento imediatamente abaixo deste, dispondo de uma pontena direo de BB a BE, de onde o comandante dirige a manobra, chama-se passadio(fig.1-9); nele ficam usualmente a casa do leme, os camarins de navegao e derdio e a plataforma de sinais;

    n. O pavimento mais elevado de qualquer outra superestrutura, e de modo ge-ral qualquer pavimento parcial elevado e descoberto, chama-se plataforma. As pla-taformas tomam diversos nomes conforme sua utilizao, e assim temos: plataformados holofotes, plataforma de sinais, plataforma do canho AA etc.(fig. 1-9);

    o. Qualquer construo ligeira, acima do convs principal, servindo apenasde passagem entre o convs do castelo ou o do tombadilho e uma superestrutura,ou entre duas superestruturas, chama-se ponte (fig. 1-17c); quando esta passagemfica situada junto borda, toma o nome de talabardo;

    p. Num navio mercante, quando a superestrutura tem mais de um pavimento,estes podem ser designados de acordo com a sua utilizao principal. Assim temos:convs do tijup, convs do passadio, convs das baleeiras, etc.;

    q. Convs corrido um convs principal sem estruturas que se estendam deum a outro bordo;

    r. Convs resistente o convs principal ou outro convs que, por sersuficientemente afastado do eixo neutro do navio (art. 5.41a), considerado parteintegrante da estrutura resistente do casco no sentido longitudinal, tendo por isto asdimenses de suas peas aumentadas; usualmente o convs principal;

    Fig. 1-17a Nomenclatura dos pavimentos

  • NOM

    ENCLATURA DO NAVIO

    21Fig. 1-17b Perfil de um cargueiro

    MASTRO PRINCIPAL MASTARU

  • ARTE NAVAL22

    Fig. 1-17c Perfil de um navio-tanque

    TURCO DAS EMBARCAES

    OVNS

    DA

    DUPLO-FUNDO PARCIAL

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 23

    s. Convs da borda-livre o convs completamente chapeado, cujas aberturaspossuem dispositivos de fechamento permanente estanque, e a partir do qual semede a borda livre (art. 2.28); pode ser o convs principal ou o segundo convs,dependendo do tipo de navio;

    t. Convs de compartimentagem o convs mais alto e contnuo at ondevo as anteparas estruturais do navio; geralmente, denominado como convsprincipal;

    u. Convs estanque o convs construdo de modo a ser perfeitamenteestanque gua, tanto de cima para baixo como de baixo para cima; o caso doconvs principal de um navio de guerra, que possui escotilhas de fechamentoestanque;

    v. Convs estanque ao tempo o convs construdo de modo a serperfeitamente estanque gua, de cima para baixo, nas condies normais detempo e mar; o convs principal de um navio mercante, que possui inmerosventiladores abertos e tem as escotilhas de carga fechadas por tbuas e lona, umconvs estanque ao tempo somente, pois no pode ser considerado estanque gua que invadir o casco de baixo para cima; e

    x. Convs de vo (fig. 1-7b) o convs principal dos porta-avies, onde pousame decolam os avies.

    SEO D SUBDIVISO DO CASCO1.57. Compartimentos So assim denominadas as subdivises internas

    de um navio.

    1.58. Compartimentos estanques Compartimentos limitados por umchapeamento impermevel. Um chapeamento ligado por rebites pode ser estanque gua e no o ser a um gs ou a leo, porque estes penetram mais facilmenteatravs das costuras; neste livro, a palavra estanque, sem outra referncia, indicaimpermeabilidade gua somente.

    1.59. Duplo-fundo (DF) (fig. 1-3) Estrutura do fundo de alguns navios deao, constituda pelo forro exterior do fundo e por um segundo forro (forro interior dofundo), colocado sobre a parte interna das cavernas.

    O duplo-fundo subdividido em compartimentos estanques que podem serutilizados para tanques de lastro, de gua potvel, de gua de alimentao de reservadas caldeiras ou de leo.

    Um duplo-fundo que no ocupa todo o comprimento do fundo da carena chama-se duplo-fundo parcial (fig. 1-17c).

    1.60. Tanque (fig. 1-17c) Compartimento estanque reservado para gua,ou qualquer outro lquido, ou para um gs. Pode ser constitudo por uma subdivisoda estrutura do casco, como os tanques do duplo-fundo, tanques de lastro etc., ouser independente da estrutura e instalado em suportes especiais.

  • ARTE NAVAL24

    A parte superi-or dos tanques princi-pais de um navio-tanque no se esten-de de um bordo aoutro, constituindo umtnel de expanso (fig.1-18), isto , um pro-longamento do tanqueno qual o lquido podese expandir ao au-mentar a temperatura.

    Desse modo evita-se o movimento de uma grande superfcie lquida livre na partesuperior do tanque, o que ocasionaria esforo demasiado nas anteparas e no convs,e perda de estabilidade do navio.

    1.61. Tanques de leo Os tanques de leo so ligados atmosfera pormeio de tubos chamados suspiros, que partem do teto. Esses tubos permitem asada de gases quando os tanques esto sendo cheios, e por eles entra o ar quandoos tanques esto se esvaziando. Geralmente os tanques de leo so denominadosde acordo com o uso, como por exemplo:

    a. Tanques de combustvel so os espaos permanentemente destinadosao transporte de combustvel para uso do navio. Num navio cargueiro podem ser chamadostanques permanentes: so excludos do clculo da capacidade do navio, mas o pesoque o espao acomodar includo no expoente de carga (total deadweight);

    b. Tanques de reserva so os espaos de um navio cargueiro que podemser usados para o transporte de combustvel ou de carga lquida. So includos noclculo da capacidade cbica do navio, e o peso que o espao acomodar faz partedo expoente de carga;

    c. Tanques de vero (fig. 1-4) num navio-tanque, so os tanques nosquais se pode transportar leo adicional nas zonas tropicais, onde os regulamentosda borda-livre permitem maior calado ao navio, ou quando a carga um leo leve.So tanques laterais (de um lado e de outro do tnel de expanso) situadosimediatamente acima dos tanques principais. Podem ser utilizados para o transportede leo diesel para uso do navio.

    1.62. Tanques fundos Tanques que se estendem nos navios cargueiros,do fundo do casco ou do teto do duplo-fundo, at o convs mais baixo, ou um poucoacima deste. So colocados em qualquer das extremidades do compartimento demquinas e caldeiras, ou em ambas, conforme o tipo do navio, e estendem-se deum bordo a outro, em geral. O objetivo permitir um lastro lquido adicional semabaixar muito o centro de gravidade do navio, em alguns cargueiros cuja forma nopermite acondicionar nos duplos-fundos a quantidade necessria de gua de lastro.No teto h uma escotilha especial de modo que, eventualmente, o tanque podereceber carga seca.

    Fig. 1-18 Corte transversal de um navio-tanque

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 25

    1.63. Cferd, espao de segurana, espao vazio ou espao de ar(figs. 1-17c e 1-19) Espao entre duas anteparas transversais prximas uma daoutra, que tem por fim servir como isolante entre um tanque de leo e um tanque degua, um compartimento de mquinas ou de caldeiras etc. tambm o espaoestanque disposto lateralmente junto aos costados dos encouraados e cruzadores,a fim de limitar ao mnimo possvel o volume alagado por um veio dgua; neste casopode ser cheio de substncias leves e fceis de encharcar, e, ento, no deve serchamado espao de ar. Em alguns navios este ltimo espao denominadocontramina (ver art. 3.15d).

    Fig.

    1-1

    9

    Vist

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  • ARTE NAVAL26

    1.64. Compartimentos ou tanques de coliso (figs. 1-17a, b e c) Compartimentos externos a vante e a r, limitados pelas anteparas de coliso AV eAR, respectivamente; estes compartimentos so estanques e devem ser conservadosvazios. Na Marinha Mercante so chamados pique-tanque de vante e pique-tanquede r (do ingls peak tank).

    1.65. Tnel do eixo(figs. 1-11, 1-17b e 1-20) Con-duto de chapa de dimensessuficientes para a passagem deum homem, e no interior do qualficam alojadas as sees doeixo propulsor desde a praa demquinas at a bucha do eixo;o tnel do eixo deve serestanque.

    1.66. Tnel de escoti-lha, ou tnel vertical Espaovertical que comunica as escotilhas que se superpem em diferentes conveses. tambm o espao vertical limitado pelas anteparas que comunicam as escotilhas dedois conveses no adjacentes por exemplo, a praa de mquinas pode comunicar-se diretamente com o convs por meio de um tnel vertical para a entrada de luz e ar.

    1.67. Carvoeira Compartimento destinado a acondicionar carvo nos naviosque queimam este combustvel; em desuso atualmente.

    1.68. Paiol da amarra (figs. 1-17b, 1-17c e 1-21) Compartimento na proa,por ante-a-r da antepara de coliso, para a colocao, por gravidade, das amarrasdas ncoras. O paiol da amarra pode ser subdividido em paiol de BE e paiol de BB,por uma antepara de madeira ou de ferro.

    Fig. 1-20 Tnel do eixo

    Fig. 1-21 (A) Detalhe da proa e (B) Detalhe da popa

    PAIOL DAAMARRA

    MANCAL

    ANTEPARADO TNEL

    JAZENTEDO MANCAL

    CHAPADO FUNDO

    EIXO DOHLICE

    CABRESTANTE

    AMARRA

    GATEIRA NCORA

    (A)

    ESCOVM

    CANA DO LEMEBUCHA DA MADREDO LEME

    TUBULODO LEME

    CADASTE

    (B)

    MADREDO LEME

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 27

    1.69. Paiis Compartimentos situados geralmente nos pores, onde soguardados mantimentos, munio, armamento, sobressalentes ou material deconsumo etc. O paiol onde so guardados o poleame e o massame do navio tomao nome de paiol do mestre. Em um navio de guerra, o paiol destinado ao armamentoporttil denomina-se escoteria; modernamente, os paiis destinados aosequipamentos do sistema de armas do navio so designados pelo nome doarmamento correspondente.

    1.70. Praas So alguns dos principais compartimentos em que o navio subdividido interiormente; assim, praa-darmas o refeitrio dos oficiais num naviode guerra; praa de mquinas o compartimento onde ficam situadas as mquinasprincipais e auxiliares; praa de caldeiras, onde ficam situadas as frentes dascaldeiras e onde permanece habitualmente o pessoal que nelas trabalha.

    1.71. Camarotes Compartimentos destinados a alojar de um a quatrotripulantes ou passageiros.

    1.72. Cmara Compartimento destinado ao comandante de um navio ou deuma fora naval.

    1.73. Antecmara Compartimento que precede a cmara.

    1.74. Direo de tiro Compartimento ou lugar de onde so dirigidas asoperaes de tiro do navio.

    1.75. Centro de Informaes de Combate (CIC) ou Centro de Operaesde Combate (COC) Compartimento ou lugar onde as informaes que interessam conduo do combate, obtidas pelos sensores e demais equipamentos, soconcentradas para anlise e posterior deciso do comandante.

    1.76. Camarim Compartimento onde trabalha o pessoal de um departamentodo navio. O camarim de navegao (fig. 1-9), onde se acham instalados osinstrumentos de navegao, situado no passadio ou numa superestrutura. Ocamarim do leme (fig. 1-11), onde se encontra a roda do leme, usualmente chamadode casa do leme. Modernamente, o leme situado no passadio e ento confunde-se por vezes o nome de casa do leme com o prprio passadio. Camarim de rdio,onde est instalada a estao de rdio do navio, tambm, em geral, situado numasuperestrutura. O camarim da mquina , usualmente, aquele em que trabalha ooficial de servio na mquina.

    1.77. Alojamentos Compartimentos destinados a alojar mais de quatrotripulantes ou passageiros.

    1.78. Corredor Passagem estreita entre as anteparas de um navio,comunicando entre si diversos compartimentos de um mesmo pavimento.

  • ARTE NAVAL28

    1.79. Trincheira Era, nos navios antigos, uma espcie de caixo formadonas amuradas, no sentido de proa a popa, e utilizado para as macas da guarnio.D-se o nome de trincheira a qualquer local onde sejam guardadas as macas. Astrincheiras situadas no convs possuem capas de lona, que protegem as macascontra a chuva.

    SEO E ABERTURAS NO CASCO1.80. Bueiros (figs. 1-16 e 1-19) Orifcios feitos nas hastilhas, de um e de

    outro lado da sobrequilha, ou nas longarinas, a fim de permitir o escoamento dasguas para a rede de esgoto.

    1.81. Clara do hlice (fig. 1-17c) Espao onde trabalha o hlice, nosnavios de um s; limitado a vante pelo cadaste interior, a r pelo cadaste exterior,em cima pela abbada e embaixo pela soleira (art. 6.16h).

    1.82. Escotilhas (fig. 1-17b) Aberturas geralmente retangulares, feitas noconvs e nas cobertas, para passagem de ar e luz, pessoal e carga.

    1.83. Agulheiro Pequena escotilha, circular ou elptica, destinada ao serviode um paiol, praa de mquinas etc.

    1.84. Escotilho (fig. 1-22) Nome dado a uma abertura feita em um convs. de dimenses menores que uma escotilha. Nos navios mercantes as escotilhasque se destinam passagem do pessoal chamam-se escotilhes.

    1.85. Vigias (fig. 1-23) Abertura no costado ou na antepara de umasuperestrutura, de forma circular, para dar luz e ventilao a um compartimento.As vigias so guarnecidas de gola de metal na qual se fixam suas tampas (art.6.38).

    Fig. 1-22 Escotilho Fig. 1-23 Vigia

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 29

    1.86. Olho-de-boi (fig. 1-24) Abertura no convs ou numa antepara, fechadacom vidro grosso, para dar claridade a um compartimento.

    1.87. Enoras Aberturas geralmente circulares praticadas nos pavimentos,por onde enfurnam os mastros.

    1.88. Gateiras (fig. 1-21) Aberturas feitas no convs, por onde as amarraspassam para o paiol.

    1.89. Escovm (fig.1-25) Cada um dos tubos ou mangas de ferro por ondegurnem as amarras do navio, do convs para o costado.

    Fig. 1-25 Aparelho de fundear e suspender

    Fig. 1-24 Olho-de-boi

    OLHO-DE-BOI

    BoaA

  • ARTE NAVAL30

    1.90. Embornal (fig. 1-13) Abertura para escoamento das guas debaldeao ou da chuva, feita geralmente no trincaniz de um convs ou uma coberturaacima da linha-dgua, e comunicando-se com uma dala (art. 1.110); assim as guasno sujam o costado do navio. Algumas vezes os embornais do convs so feitosna borda, junto ao trincaniz.

    1.91. Sadas de gua (fig. 1-26) Aberturas usualmente retangulares, feitasna borda, tendo grade fixa ou ento umaportinhola que se abre livremente de dentropara fora, em torno de um eixo horizontal;servem para dar sada s grandes massasde gua que podem cair sobre o convsem mar grosso. No confundi-las comescovns e embornais.

    1.92. Portal (fig. 1-10) Abertura feita na borda, ou passagem nasbalaustradas, ou, ainda, aberturas nos costados dos navios mercantes de grandeporte, por onde o pessoal entra e sai do navio, ou por onde passa a carga leve. Hum portal de BB e um portal de BE, sendo o ltimo considerado o portal dehonra nos navios de guerra. Para escada do portal ver o art. 1.112.

    1.93. Portinholas Aberturas retangulares feitas na borda ou no costado dealguns navios para permitir o tiro de tubos de torpedo, de canhes de pequenocalibre etc., ou para passagem de cargas pequenas. Portinholas so tambm osnomes das abas que fecham estas aberturas ou os portals.

    1.94. Seteiras Aberturas estreitas feitas nas torres ou no passadio dosnavios a fim de permitir a observao do exterior.

    1.95. Aspiraes (fig. 1-27) Aberturas feitas na carena, para admisso degua nas vlvulas de tomada de mar (kingstons); as aspiraes tomam o nome doservio a que se destinam.

    Fig. 1-26 Sada de gua

    SADA DE GUA

    BORDA-FALSA

    CONVS

    Fig. 1-27 Abertura de aspirao ou descarga

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 31

    1.96. Descargas (fig. 1-27) Aberturas feitas no costado, para a descargadas guas dos diferentes servios do navio; as descargas tomam o nome do servioa que se destinam.

    SEO F ACESSRIOS DO CASCO, NA CARENA1.97. Leme (figs. 1-11, 1-17b e 1-17c) Aparelho destinado ao governo de

    uma embarcao.

    1.98. Ps-de-galinha do eixo (fig. 1-28) Conjunto de braos que suportama seo do eixo do hlice que se estende para fora da carena, nos navios de maisde um hlice.

    1.99. Tubo telescpico do eixo (fig. 1-29) Tubo por onde o eixo do hliceatravessa o casco do navio; nele so colocados o engaxetamento e a bucha doeixo.

    1.100. Tubulo do leme (fig. 1-21) Tubo por onde a madre do leme atravessao casco do navio; tambm recebe bucha e gaxeta.

    Fig. 1-29 Tubo telescpico

    Fig. 1-28 Ps-de-galinha

  • ARTE NAVAL32

    1.101. Suplemento de uma vlvula(fig. 1-30) Seo tubular de forma troncnicae geralmente fundida; liga o orifcio feito nacarena para uma vlvula de aspirao do mar(kingston) prpria vlvula e serve de suportea esta.

    1.102. Quilhas de docagem Peassemelhantes a uma quilha macia, colocadaslateralmente no fundo da carena dos naviosde grande porte; contribuem com a quilha parasuportar o navio nas docagens (art. 6.23).

    1.103. Bolinas, ou quilhas de balano (fig. 1-16) Chapas ou estruturascolocadas perpendicularmente em relao ao forro exterior, na altura da curva dobojo, no sentido longitudinal, uma em cada bordo, servindo para amortecer a amplitudedos balanos. Bolina tambm o nome de uma chapa plana e resistente, em formade grande faca, colocada verticalmente por baixo da quilha das embarcao de vela,para reduzir as inclinaes e o abatimento.

    1.104. Zinco protetor Pedao de chapa grossa de zinco, cortado na formamais conveniente e preso por meio de parafuso ou estojo na carena, ou no interiorde um tanque, nas proximidades de peas de bronze, a fim de proteger as peas deferro contra a ao galvnica da gua do mar. Os zincos protetores devem serlaminados e nunca fundidos. Chamados impropriamente isoladores de zinco.

    1.105. Buchas Peas de metal, borracha ou pau de peso, que se introduzemnos orifcios que recebem eixos, servindo de mancal para eles. H, assim, bucha do eixodo hlice, bucha da madre do leme etc. Nos tubos telescpicos longos h duas buchas,a bucha externa, junto carena, e a bucha interna, junto antepara de coliso AR.

    SEO G ACESSRIOS DO CASCO, NO COSTADO1.106. Guarda do hlice (figs. 1-9 e 1-31 ) Armao colocada no costado

    AR, e algumas vezes na carena, a fim de proteger, nas atracaes, os hlices queficam muito disparados do casco, de um e de outro bordo.

    Fig. 1-30 Suplemento da vlvula

    Fig. 1-31 Vista da popa

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 33

    1.107. Verdugo(fig. 1-32) Pea refor-ada, posta na cinta dealguns navios pequenos,como os rebocadores, ouem embarcaes pe-quenas, para proteger ocostado durante asmanobras de atracao.

    1.108. Pau desurriola Verga colo-cada horizontalmenteAV, no costado de umnavio de guerra, podendoser disparada perpendi-cularmente ao costadopara amarrarem-se asembarcaes quando o navio no porto. Para a nomenclatura, ver a figura 1-33.

    1.109. Verga de scia Verga colocada horizontalmente na popa, no costado,podendo ser disparada perpendicularmente a ele, para indicar a posio do hlicenos navios que tm hlices para fora e no tm guarda.

    1.110. Dala Conduto ou tubo que, partindo de um embornal, atravessa ocostado na altura do convs, ou desce pelo interior do navio at prximo linha-dgua; tem por fim fazer o escoamento das guas do embornal sem sujar ocostado.

    Fig. 1-32 Rebocador

    Fig. 1-33 Pau de surriola

    PATARRS

    CABO DE VAIVM

    CACHIMBO

    MANGUAL GAIO

    ESCADA

    AMANTILHO

    ANDORINHO

    CABO DECABEO

  • ARTE NAVAL34

    1.111. Dala de cinzas, dala dacozinha (fig. 1-34) Tubulo mvel, deseo retangular, que se adapta a umasada da borda, para serem despejadosas cinzas ou o lixo da cozinha.

    1.112. Escada do portal (figs.1-35 e 1-10) Escada de acesso aoportal, colocada por fora do casco,ficando os degraus perpendicularmenteao costado. A escada tem duaspequenas plataformas nos seusextremos, as quais so chamadas patimsuperior e patim inferior.

    Fig. 1-36 Escada vertical

    Fig. 1-35 Escada do portal

    1.113. Escada vertical (fig. 1-36) Escada vertical fixa, cujos degraus sovergalhes de ferro, e situada numa antepara no costado, num mastro etc.

    Fig. 1-34 Dala da cozinha

    ESCADA VERTICAL(PODE NO TER CORRIMO)

    CHAPA ESTRIADA(ATUALMENTE USAM-SE TRAOS DE SOLDAEM VEZ DE CHAPA ESTRIADA)

    BORDA

    SADA D'GUA

    DALA

    PATIMSUPERIOR XADREZ

    PATIMINFERIOR

    CORRIMO(TUBULAR)

    ESCADA INCLINADA(METAL)

    CHAPA ESTRIADAANTEPARA

    DEGRAUS

    CONVS SUPERIOR

    CASTANHA CASTANHACONVS PRINCIPAL

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 35

    1.114. Patim Pequena plataforma disparada para fora do costado ou deuma superestrutura e geralmente mvel.

    1.115. Raposas (fig. 1-12) Nos navios antigos, que usavam ncoras tipoalmirantado, eram peas macias salientes do costado sobre as quaisdescansavam as unhas dessas ncoras; modernamente so os recessos feitosno costado de alguns navios, junto ao escovm, para alojar a cruz e os braosdas ncoras, tipo patente. Nos navios modernos que possuem ncoras tipoDanforth (art. 10.3c), as raposas devem ser salientes do costado.

    1.116. Figura de proa (fig. 1-12) Emblema, busto ou figura de corpointeiro que se coloca na parte superior e extrema da roda de proa de um navio

    117. Castanha (fig. 1-36) Pea de metal apresentando uma aberturacircular ou quadrangular onde se enfia um ferro ou pau de toldo, um cabo etc.Fixada no costado, numa antepara, num balastre, no convs etc., serve parafixar as extremidades de peas removveis, tais como escadas, turcos etc. Ascastanhas que suportam os turcos tm os nomes especiais de palmatria, asuperior, e cachimbo, a inferior (fig. 1-37).

    SEO H ACESSRIOS DO CASCO, NA BORDA1.118. Balastre (fig. 1-3) Colunas de madeira, ferro ou de outro metal,

    fixas ou desmontveis, que sustentam o corrimo da borda, ou os cabos de ao,ou as correntes que guarnecem a borda de um navio, as braolas das escotilhas,escadas, plataformas etc. Ao conjunto de balastres e correntes, cabos de aoou vergalhes que o guarnecem chama-se balaustrada.

    Fig. 1-37 Turcos giratrios

    PATARRS

  • ARTE NAVAL36

    1.119. Corrimo da borda (fig. 1-16) Pea de madeira que se colocasobre a borda de um navio formando o seu remate superior.

    1.120. Buzina (fig. 1-38) Peas de forma elptica de ferro ou outro metal,fixadas na borda, para servirem de guia aos cabos de amarrao dos navios. Ondefor possvel, as buzinas so abertas naparte superior a fim de se poder gurniro cabo pelo seio.

    As buzinas situadas no bico deproa do navio e no painel tomam osnomes de buzina da roda e buzina dopainel, respectivamente.

    Buzina da amarra o condutopor onde gurne a amarra do navio doconvs ao paiol.

    1.121. Tamanca (fig. 1-39) Pea de ferro ou de outro metal, com gorne eroldana, fixada no convs ou na borda, para passagem dos cabos de amarrao dosnavios.

    SEO I ACESSRIOS DO CASCO, NOS COMPARTIMENTOS1.122. Carlinga Gola metlica colocada no convs ou numa coberta, onde

    se apia o p de um mastro; nos navios de madeira o entalhe feito na sobrequilhapara o mesmo fim.

    1.123. Corrente dos bueiros Corrente colocada nos bueiros do fundo dosnavios e que pode alar para vante ou para r, a fim de conserv-los desentupidos.

    1.124. Jazentes (fig. 1-20) Chapas fortes, cantoneiras, ou peas de fundio,onde assenta qualquer mquina, pea ou aparelho auxiliar do navio.

    1.125. Quartel Seo desmontvel, de um assoalho, de um estrado, ouuma cobertura qualquer; nos navios que no tm duplo-fundo, o estrado do poropode ser constitudo por quartis a fim de serem visitadas as cavernas.

    Fig. 1-39 Tamanca

    Fig. 1-38 Buzina

    JAZENTE

    BUZINA ABERTA BUZINA FECHADA

    RODETES

    FUNDIO

    JAZENTECONVS

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 37

    1.126. Xadrez (fig. 1-35) Tabuadoem forma de xadrez que se coloca no patins,junto a uma porta ou num posto de manobrapara servir de piso.

    1.127. Estrado (fig. 1-40) Assoalhodo poro da praa de mquinas, da praa decaldeiras, de uma plataforma de mquina oude caldeiras etc.; pode ser liso ou vazado, fi-xo ou desmontvel, sendo neste caso cons-titudo por quartis. geralmente de ferro.

    1.128. Tubos acsticos Tubos que transmitem diretamente a voz de umposto de manobra a outro.

    1.129. Telgrafo das mquinas, do leme, das manobras AV e AR (fig. 1-41) Transmissores de ordens, mecnicos ou eltricos, do posto de comando parao pessoal que manobra nas mquinas, no leme mo, nos postos de atracao AVe AR.

    1.130. Portas (fig. 1-42) Aberturas que do passagem franca a um homemde um compartimento para outro, num mesmo pavimento. Portas so tambm asabas de madeira ou de metal que giram sobre gonzos ou se movem entre corredias,servindo para fechar essas aberturas.

    Fig. 1-40 Estrado de grade

    Fig. 1-41 Telgrafo da mquina Fig. 1-42 Porta de ao, no estanque

  • ARTE NAVAL38

    1.131. Portas estanques (fig. 1-43) Portas de fechamento estanque,que estabelecem ou interceptam as comunicaes atravs das anteparasestanques.

    1.132. Portas de visita (fig. 1-44) Portas de chapa, que fecham as aberturascirculares ou elpticas praticadas no teto do duplo-fundo ou em qualquer tanque.

    1.133. Beliche Cama de pequena largura colocada num camarote oualojamento.

    1.134. Servios gerais Designao geral que corresponde a mquinas,bombas, vlvulas e canalizaes dos seguintes servios: esgoto e alagamento dospores e tanques de lastro; ventilao e extrao de ar; aquecimento e refrigerao;proteo contra incndio; sanitrios; ar comprimido; comunicaes.

    1.135. Rede de esgoto, de ventilao, de ar comprimido etc. Conjuntode tubos das instalaes respectivas.

    1.136. Painis Partes do forro interno de um compartimento, no teto ou naantepara; so geralmente de chapa fina ou folha de alumnio ou de madeira.

    SEO J ACESSRIOS DO CASCO, NO CONVS1.137. Cabeos (fig. 1-45) Colunas de ferro,

    de pequena altura, montadas na maioria das vezesaos pares e colocadas geralmente junto amuradaou s balaustradas; servem para dar-se volta sespias e cabos de reboque. No cais, para amarraodos navios, os cabeos no so montados aospares.

    Fig. 1-43 Porta estanque de ao Fig. 1-44 Porta de visita

    Fig. 1-45 Cabeos

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 39

    1.138. Cunho (fig. 1-46) Pea de metal, emforma de bigorna, que se fixa nas amuradas do navio,nos turcos, ou nos lugares por onde possam passar oscabos de laborar, para dar-se volta neles.

    1.139. Escoteira (fig.1-47) Pea de metal, emforma de cruz, fixada ao convs, para dar volta aoscabos, como nos cunhos.

    1.140. Reclamos Peas de ferro ou outrometal, de forma curva, e abertas na parte de cima,fixadas nos mastros ou em partes altas, servindode guia aos cabos do aparelho. Nos reclamos, ocabo gurnido pelo seio.

    1.141. Malagueta (fig. 1-48) Pino de metalou madeira que se prende verticalmente nummastro, numa antepara, num turco etc. a fim dedar-se volta aos cabos.

    1.142. Retorno (fig. 1-49) Qual-quer pea que serve para mudar adireo de um cabo sem permitir atritoforte.

    1.143. Olhal (fig. 1-50) umanel de metal; pode ter haste, e aparafusado, cravado ou soldado no

    convs no costado,ou em qualquer partedo casco, para neleser engatado umaparelho ou amarradoum cabo.

    Fig. 1-46 Cunho

    Fig. 1-48 Malagueta

    Fig. 1-47 Escoteira

    Fig. 1-50 Tipos de olhal

    Fig. 1-49 Retorno de rodete

    DE PARAFUSOPARA 2 ESTAIS PARA 1 ESTAI

    COMUMSOLDADO

  • ARTE NAVAL40

    1.144. Arganu (fig. 1-51) um olhal tendono anel uma argola mvel, que pode ser circular outriangular.

    1.145. Picadeiros (fig.1-52) Suportes, demadeira ou de chapa, onde assenta uma embarcaomida do navio; tm a configurao do fundo daembarcao que devem receber.

    1.146. Bero Suporte colocado sobre um convs, uma coberta etc., paranele apoiar-se uma pea volante.

    1.147. Pedestal Base sobre a qual assentam peas que so mveis emtorno do eixo vertical, como canhes, metralhadoras, cabrestantes, turcos etc.

    1.148. Cabide Armao fixa ou porttil, com orifcios ou braos, nos quaisse introduzem ou se penduram armas, instrumentos, correame, roupas etc. Oscabides so, geralmente, colocados nas anteparas.

    1.149. Gaita (fig.1-53) Armao de ferro ou de outro metal, tendo abasenvidraadas, que cobrem as escotilhas destinadas entrada de ar e luz para oscompartimentos. Tambm se chama albio.

    Fig. 1-51 Arganu

    Fig. 1-53 Escotilha de gaita

    Fig. 1-52 Picadeiro de embarcao

    B

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 41

    1.150. Bucha do escovm, da gateira etc. Pea de madeira ou de ferroque se coloca nos escovns, nas gateiras etc., para evitar que a gua em alto-marpenetre no navio por estas aberturas. As buchas para as gateiras e os escovns dasamarras tm um entalhe proporcional grossura da amarra.

    1.151. Quebra-mar (fig.1-25) Chapa ou tbua, vertical ou um pouco inclinadapara vante, colocada sobre o convs, na proa de alguns navios, a fim de diminuir aviolncia das guas que possam cair ali e tambm para dirigir o escoamento destasguas at os embornais.

    1.152. ncora (fig.1-25) Pea do equipamento que, lanada ao fundo domar, faz presa nele e agenta o navio a que se acha ligada por meio da amarra.

    1.153. Amarra (fig.1-25) Corrente especial constituda por elos com malhete(estai) utilizada para talingar a ncora com que se agenta o navio num fundeadouro.

    1.154. Aparelho de fundear e suspender (fig.1-25) Compreende a mquinade suspender (cabrestante ou molinete utilizado para iar a ncora) e os acessriosque agentam a amarra, tais como a abita, o mordente e a boa da amarra.

    1.155. Cabrestante (fig.1-54) Aparelho constitudo por um tambor verticalcomandado por motor eltrico ou por mquina a vapor, podendo tambm sermanobrado mo; situado num convs e serve para alar uma espia ou parasuspender a amarra, fazendo parte, neste caso, do aparelho de fundear esuspender.

    1.156. Molinete (fig.1-25) Aparelho constitudo por um ou dois tambores(saias) ligados a um eixo horizontal comandado por motor eltrico ou por mquina avapor; situado num convs e serve para alar uma espia, o tirador de um aparelhode iar etc., e tambm para suspender a amarra, neste caso fazendo parte doaparelho de suspender.

    Fig. 1-54 Cabrestante

    SAIA

    PEDESTALMADEIRACHAPA{

    HASTE DE MANOBRA

    JAZENTE

    CONVS PRINCIPAL

    2 CONVS

    MOTOR E ENGRENAGEM DOCABRESTANTE

  • ARTE NAVAL42

    1.157. Mordente (fig.1-25) Pea fixa no convs para agentar a amarra,mordendo-a em um dos elos; faz parte do aparelho de fundear.

    1.158. Boa da amarra (fig.1-25) Pedao de cabo ou corrente com que seaboa a amarra; faz parte do aparelho de fundear.

    1.159. Abita (fig.1-25) Cabeo de ferro, dispondo de nervuras salienteschamadas tetas; colocado entre o cabrestante (ou molinete) e o escovm da amarra. uma pea do aparelho de fundear e serve para nela a amarra dar uma volta redonda;encontra-se em desuso.

    1.160. Aparelho de governo (fig.1-55) Pedao de cabo ou corrente comque se aboa a amarra; faz parte do aparelho de fundear. Termo que compreende asrodas do leme, os gualdropes, a mquina do leme e os acessrios por meio dosquais o leme movimentado.

    1.161. Aparelho do navio Denominao geral compreendendo os mastros,mastarus, vergas, paus-de-carga, moites e os cabos necessrios s manobras e segurana deles. Aparelho fixo o conjunto dos cabos fixos e aparelho de laborar o conjunto dos cabos de laborar do aparelho do navio.

    1.162. Mastro (fig. 1-56a) Pea de madeira ou de ferro, colocada no planodiametral, em direo vertical ou um pouco inclinada para a r, que se arvora nosnavios; serve para nela serem envergadas as velas nos navios de vela ou para agentaras vergas, antenas, paus-de-carga, luzes indicadoras de posio ou de marcha,nos navios de propulso mecnica, e diversos outros acessrios conforme o tipo donavio. Faz parte do aparelho do navio.

    Fig. 1-55 Aparelho de governo

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 43

    Os navios mercantes de propulso mecnica tm geralmente dois mastros:o mastro de vante e o mastro principal ou mastro de r.

    Os navios de guerra podem ter um ou dois mastros; quando tm dois mastros,o de r considerado o mastro de honra, e nele se ia o pavilho ou flmula queindica o comando dos oficiais da Marinha de Guerra. Nos navios de guerra emviagem, a Bandeira Nacional iada na carangueja (fig. 1-56a) do mastro de r, ounum pequeno mastro colocado na parte de r de uma superestrutura e chamado demastro de combate.

    No mastro de vante esto fixadas as luzes de sinalizao e de navegao eas adrias onde so iados os sinais de bandeiras (fig. 1-56b).

    Fig. 1-56b Luzes de navegao e equipamento de sinais

    Fig. 1-56a Mastros e aparelho fixo

    MASTARU

  • ARTE NAVAL44

    1.163. Lana ou pau-de-carga (fig.1-17b) Verga de madeira, ou de ao,que tem uma extremidade presa a um mastro ou a uma mesa junto a este, ligando-se a outra extremidade ao topo do mastro por meio de um amante e servindo deponto de aplicao a um aparelho de iar. em geral colocada junto a uma escotilhae serve para iar ou arriar a carga nos pores do navio. Quando no local em que estsituado o pau-de-carga no h um mastro, o amante fixa-se a uma coluna verticalchamada toco ou pescador.

    1.164. Guindaste Alguns navios, em vez de paus-de-carga, possuemno convs um pequeno guindaste movido a vapor, a presso hidrulica ou aeletricidade.

    1.165. Pau da bandeira (fig.1-56a) Mastro pequeno colocado no painel depopa dos navios, onde se ia a Bandeira Nacional. Nos navios de guerra, ela s iada no pau da bandeira enquanto o navio estiver fundeado ou atracado.

    1.166. Pau da bandeira de cruzeiro (fig.1-56a) Pequeno mastro colocadono bico de proa onde se ia a bandeira de cruzeiro, distintivo dos navios de guerranacionais. Tambm chamado pau do jeque, do ingls Jack.

    1.167. Faxinaria Caixa ou armrio em que o pessoal do convs guarda omaterial de limpeza e tratamento do navio.

    1.168. Toldo Cobertura de lona que se estende sobre as partes do convsou de uma superestrutura que no tenha cobertura fixa, a fim de proteger opessoal contra chuva ou sol. O toldo geralmente dividido em sees, que sonumeradas de vante para r, ou tomam os nomes dos lugares em que socolocadas.

    1.169. Sanefas Cortinas de lona ou de brim que se amarram em todo ocomprimento no vergueiro do toldo para resguardar o convs do sol, chuva ou vento,quando o navio est no porto.

    Nas embarcaes midas essas cortinas so cosidas aos toldos pararesguardar o paineiro.

    1.170. Espinhao (fig.1-8) Cabo de ao ou viga de madeira colocada noplano diametral do navio e que suporta um toldo a meio.

    1.171. Vergueiro (fig.1-8) Cabo de ao colocado nos ferros de toldo daborda, ou vergalho fixado a uma antepara, onde so amarrados os fiis de umtoldo.

    1.172. Ferros do toldo (fig.1-8) Colunas de ferro ou de ao, desmontveis,que sustentam o espinhao e os vergueiros de um toldo; o p enfia em castanhascolocadas no convs, e a cabea tem olhal ou dentes que sustentam o espinhaoou o vergueiro.

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 45

    1.173. Paus do toldo Vigas de madeiraconstituindo a armao onde apoiado um toldo. Acentral, que substitui o espinhao, a cumeeira e astransversais so fasquias.

    1.174. Meia-laranja (fig.1-57) Armao de metalque se coloca numa escotilha de passagem de pessoal,para sustentar uma cobertura de lona que a protege contraa chuva.

    1.175. Capuchana Capa de lona, com que se cobre a meia-laranja. Podeser tambm uma capa de metal leve.

    1.176. Cabo de vaivm (fig.1-33) Cabo que se passa acima de uma verga,ou no convs, para o pessoal segurar-se nele durante as manobra ou em alto-mar.

    1.177. Corrimo da antepara Vergalho fixo a uma antepara para servirde corrimo.

    1.178. Sarilho (fig.1-58) Tamborhorizontal manobrado mo, no qual dovolta as espias para se conservarem colhidase bem acondicionadas.

    1.179. Selha (fig.1-59) Vaso demadeira, em forma de tina ou de cilindro,com aberturas para permitir a ventilao, efixado no convs para acondicionar um cabode manobra; so muito usadas nos veleirosmodernos e em alguns cargueiros.

    1.180. Estai daborda, do balastre, deum ferro (fig.1-8) Colunade ferro inclinada apoiandoa borda, um balastre ouum ferro de toldo.

    1.181. Turco (fig. 1-37) Coluna de ferro tendoa parte superior recurvadapara receber um aparelhode iar; serve para iarembarcaes ou outrospesos.

    Fig. 1-57 Meia-laranja

    Fig. 1-58 Sarilho

    Fig. 1-59 Selha (pode ter tampa)

  • ARTE NAVAL46

    1.182. Visor (fig. 1-60) Pedao de chapa que se coloca na parte externa dopassadio, por cima das janelas ou seteiras, para proteger o pessoal, evitando quereceba diretamente os raios de sol ou os pingos de chuva.

    1.183. Ninho de pega (figs. 1-9 e 1-56a) Armao especial fixa por ante-a-vante do mastro para posto de vigia. Nos navios mercantes chama-se cesto degvea, ou somente gvea.

    1.184. Ventiladores (fig. 1-61) Arranjos pelos quais o ar puro introduzidoe o ar viciado extrado de qualquer compartimento do navio. So, em geral, tubosde grande seo, mas terminam no convs sob vrias formas que tomam nomesdiferentes: cachimbo, cogumelo, pescoo de cisne, cabeos. Os cachimbos podemter dois furos para fazer a extrao do ar com maior tiragem, so quase sempremveis, permitindo isto coloc-los na direo do vento. Os cabeos so osempregados para amarrao de espias, e, neste caso, terminam em uma tampacom rosca que pode ser aberta ou fechada.

    A ventilao pode ser natural ou artificial. Se for artificial, feita por meio deredes e tubos que terminam no convs tambm em bocas de diversas formas.Estas bocas tomam o nome de ventiladores, se introduzem o ar puro noscompartimentos, e extratores, se servem para extrair o ar viciado. Tambm sechamam ventiladores e extratores os motores que fazem a introduo ou a extraodo ar, e so colocados nas respectivas redes.

    Fig. 1-60 Visor e sino

    PASSADIO

  • NOMENCLATURA DO NAVIO 47

    Fig. 1-61 Ventiladores e extratores

    PESCOO DE CISNE

    COGUMELOSNOS CABEOS

    PESCADOR CACHIMBO DE SUCO

  • CAPTULO 7CABOS

    SEO A CLASSIFICAO GERAL; CABOS DE FIBRAS NATURAIS7.1. Classificao Os cabos, de um modo geral, podem ser classifica-

    dos, segundo a matria-prima utilizada em sua confeco, em cabos de fibra oude ao.

    a. Cabos de fibra(1) cabos de fibras naturais Confeccionados com as fibras do caule ou das

    folhas de algumas plantas txteis, tais como manilha, sisal, linho cnhamo, linhocultivado, coco, juta e algodo. Atualmente, os cabos de fibras naturais mais em-pregados a bordo so confeccionados com manilha e sisal; e

    (2) cabos de fibras sintticas Nesta categoria incluem-se os cabosconfeccionados com matria plstica, entre elas nilon, polipropileno, polietileno,polister e kevlar.

    b. Cabos de ao Confeccionados principalmente com fios de arame deao, podendo ser utilizado o ferro na confeco de cabos de qualidade inferior.

    7.2. Matria-prima dos cabos de fibra natural Inmeras fibras naturaispodem ser empregadas na confeco de cabos, entre elas:

    a. Manilha Fibra de uma planta muito semelhante bananeira e, por issomesmo, chamada s vezes de bananeira selvagem; originria, principalmente, doArquiplago das Filipinas. A rvore tem altura de 4,5 a 6 metros e possui a matriatxtil no caule. uma fibra lisa, macia e sedosa; seu comprimento varia de 1,2 a 3metros. Apresenta uma resistncia trao de 21 kg/mm2.Devido a certos leosexistentes em sua composio, ela no sofre muito a ao da gua salgada.

    O cabo de manilha apenas 10% menos resistente que o de linho cnhamobranco, mais leve do que ele cerca de 22%, e tem ainda as vantagens de ser poucosensvel umidade e de possuir alguma flutuabilidade. Comparado com o cabo delinho alcatroado, ele mais forte e mais flexvel, porm deteriora-se mais rapida-mente. Quando molhado, no perde em resistncia, mas isso no exclui a necessi-dade de enxug-lo aps seu uso. Embora no passado tenha sido extensivamenteaplicado em quase todos os servios de bordo ( como espias, boas, nos aparelhosfixos e de laborar, retinidas, coseduras, fiis de toldo etc.), vem sendo substitudona maioria desses servios pelo sisal.

    b. Sisal Oriundo do Mxico, Haiti e frica. uma fibra encontrada nasfolhas de uma planta sem caule, muito semelhante ao p de abacaxi. O sisal muitas vezes empregado como substituto da manilha na manufatura de cabos, porser mais barato, mas sofre muito a ao do tempo. Alm disso, a fibra do sisal no to lisa e macia como a da manilha, de modo que um cabo feito de sisal apresenta-se com asperezas e pontas salientes. Uma vantagem do sisal sobre a manilha aceitar melhor o alcatro. O sisal tem uma resistncia trao de cerca de 17kg/mm

    2, isto , 20% a menos que a manilha, e se enfraquece bastante com a umidade.

  • ARTE NAVAL300

    c. Linho cnhamo a fibra com que se faz o cabo comumente designadocabo de linho; a matria filamentosa est na casca que envolve o caule da plantachamada cnhamo. O caule do cnhamo atinge cerca de 4 metros de altura,produzindo um filamento maior que 3 metros, de cor prateada. O cabo confecciona-do com esta fibra possui grande resistncia e flexibilidade quando molhado, e suacor esbranquiada como um cabo de algodo.

    O cabo de linho cnhamo no alcatroado, tambm chamado cabo de linhobranco, o mais forte dos cabos de fibra. Entretanto, ele tem a desvantagem deabsorver facilmente a umidade, deteriorando-se sempre que exposto ao tempo, ra-zo por que se faz o tratamento das fibras do cnhamo com alcatro vegetal antesda manufatura do cabo; isso o preserva da umidade, mas diminui sua flexibilidade eo enfraquece.

    O cabo de linho cnhamo de grande bitola (grossura do cabo) pouco usadona Marinha do Brasil e, quando usado, quase sempre alcatroado. Mesmo nosaparelhos fixos dos navios, que no passado s empregavam cabo de linho alcatroado,o uso de cabo de ao quase que obrigatrio. O cabo de linho no alcatroado s usado nos grandes veleiros e nos aparelhos de laborar de grandes pesos, e,particularmente, nos pases de origem dessa fibra (Estados Unidos, Frana, Alemanhae outros). O linho cnhamo encontra grande aplicao nos cabos finos, fios e linhas.Nesta forma, ele usado como merlim, mialhar, linha alcatroada, fio de vela etc.

    d. Linho cultivado o Linun usitatissimum, uma planta cultivada em todoo mundo. A matria txtil encontra-se na casca em volta do caule; as de melhorqualidade so as que apresentam cor branca, marfim ou amarela, sendo as maisescuras de qualidade inferior. 30% menos resistente que o cnhamo, mas seupeso cerca de 40% inferior. uma fibra muito usada na confeco de linhas paraadrias de bandeiras.

    e. Coco Produz o chamado cabo do Cairo. bastante leve e pode flutuar,mas sua resistncia pequena. uma fibra usada nos servios em que o cabo devapermanecer imerso na gua e onde no se exija grande carga de ruptura, tais comodefensas, coxins, redes, cabos para pescadores etc. Apresenta a vantagem de noapodrecer com facilidade, porm mais fraco 30% que o cabo de manilha de mesmodimetro; apresenta uma cor avermelhada.

    f. Juta Nativa dos climas quentes, principalmente na ndia, desenvolve-sede preferncia nas margens do rios. Foi trazida para o Brasil e cultivada com xitopelos colonos japoneses na Amaznia; nessa regio denominada juta de Parintins.Quando novos, os cabos de juta flutuam. No utilizado normalmente a bordoporque as suas fibras se separam em pouco tempo quando em contato com a gua.Apresenta uma resistncia um pouco menor que a do linho branco e o peso 47%menor. A juta de melhor qualidade possui cor branco-prola, tem pouco menos de 2metros de comprimento e deve se apresentar bem enxuta. Industrialmente, a jutatem grande aplicao na manufatura de sacos.

    g. Algodo Matria txtil constituda por uma penugem filamentosa, fina,de cor branca ou amarelada, que envolve as sementes do algodoeiro, arbusto prpriodas regies quentes e midas. Desenvolve-se em todo o Brasil, embora a RegioNorte seja a mais favorvel ao seu cultivo, especialmente na Amaznia.

  • CABOS 301

    Muito usado na indstria de tecidos, o algodo tambm aproveitado para amanufatura de cabos finos, onde se exija pouca resistncia, ou para adornos. utilizado, especialmente, na confeco de linhas de barca e de prumo, fios de co-ser, cabos de enfeite, aranhas de maca etc.

    h. Linho da Nova Zelndia Matria filamentosa extrada das folhas da plantaPhormium tenax, que nativa da Nova Zelndia. A fibra assemelha-se da manilha,mas inferior em resistncia e por isso pouco empregada na indstria de cabos.

    i. Pita Matria txtil que se encontra nas folhas da planta chamada alo,procedente das Antilhas; 10% mais fraca que o linho branco, no recebe o alca-tro e apodrece com facilidade.

    j. Piaava Fibra extrada das folhas da planta chamada piaava (Attaliafunifera), da famlia das palmeiras; a qualidade mais apreciada a do Brasil, cultiva-da s margens do Rio Negro; tambm cultivada na Bahia, no Esprito Santo e emAlagoas. Sua resistncia cerca de 20% inferior do cnhamo, mas possui aspropriedades de flutuar e no apodrecer por efeito da gua do mar. A piaava no muito empregada na indstria de cordoaria, por serem as fibras muito rgidas, nopodendo ir mquina; os cabos de piaava so feitos a mo e so tranados.

    7.3. Construo dos cabos de fibra natural7.3.1. Manufatura Antes de ser submetida fiao, a matria filamentosa

    sofre diversas operaes, quais sejam:a. Curtimento Que pode ser feito a seco ou com auxlio de gua e tem por

    finalidade fazer desaparecer a substncia gomosa que liga as fibras txteis.b. Triturao A fim de fragmentar a parte lenhosa, os talos.c. Tasquinha Para separar os talos, deixando livre a parte txtil.Feito isto, as fibras so postas a enxugar e depois submetidas manipula-

    o, a qual tem por finalidade dividir o mais possvel, separando umas das outras asfibras txteis. Por fim, so elas inspecionadas, separadas por qualidade e postasem fardos para irem fiao.

    Para se assegurar a boa qualidade dos cabos, as fibras utilizadas devemestar secas, ser longas, novas e genunas, no adulteradas, sem defeitos, bemfiadas e uniformes.

    O cabo sempre feito a mquina, mas tambm poderia ser confeccionado amo. A primeira operao nas fbricas a cardao e a mquina que a executachama-se carda. A cardao tem por fim:

    (1) separar das fibras a pouca substncia lenhosa ou impurezas ainda aderentes;(2) isolar as fibras umas das outras, torn-las paralelas e posicion-las de

    modo que suas extremidades fiquem colocadas em pontos diversos no sentido docomprimento do feixe;

    (3) subdividir um feixe em muitos outros menores e iguais; e(4) separar os filamentos mais longos dos mais curtos e retirar especialmen-

    te aqueles muito curtos que, no servindo fiao, vo servir apenas para estopa.Enquanto se processa a cardao, as fibras passam por um banho de alca-

    tro, se so destinadas a cabo alcatroado, ou por um tratamento de leo lubrificanteespecial, se so destinadas a cabo branco. O leo tem por fim amaciar e lubrificaras fibras, para que sejam facilmente trabalhadas nas cardas, e ainda, criando uma

  • ARTE NAVAL302

    camada protetora nos filamentos, permitir que o cabo confeccionado resista melhor ao da umidade. Cerca de 10 a 15% do peso de um cabo branco consistem emleo de lubrificao.

    As fibras longas, que so aproveitadas na primeira cardao, vo constituiros cabos de primeira qualidade; as fibras que restam, mais curtas, podem ir nova-mente s cardas, mas somente para confeccionar os cabos de segunda qualidade,que no devem ser utilizados nos servios de bordo.

    7.3.2. Detalhes de construo A fabricao dos cabos realizada pelaunio e toro de determinado nmero de fios primrios, formando os fios que, nocabo, tomam o nome de fios de carreta. Esses, reunidos e retorcidos, tambm emcerto nmero, mas em sentido contrrio ao anterior, formam as pernas (cordes) docabo, que so reunidas, torcidas ou tranadas. Trs ou quatro pernas, torcidas todasjuntas e em sentido inversoao anterior, formam um cabo.O cabo assim confeccionadochama-se cabo de massa(fig. 7-1), e sempre forma-do de trs ou quatro pernas,qualquer que seja sua bitola.Se fizermos um novo cabocomposto de trs destescabos de massa, teremos umcabo calabroteado (fig. 7-2).

    Na confeco de um cabo, a ao de torcer os vrios elementos que o cons-tituem chama-se cochar; as torcidas assim feitas chamam-se cochas, que podemser para a direita ou para a esquerda, como apresentado na figura 7-3; cochas sotambm os intervalos entre as pernas de um cabo. A cocha de um cabo de 3 pernas o ngulo que as pernas fazem em relao ao eixo do cabo (fig. 7-4). A cocha doscabos tranados de 8 pernas est relacionada com o comprimento dos tranadosindividuais, tambm denominado comprimento de costura (fig. 7-5).

    Fig. 7-2 Cabo calabroteado

    Fig. 7-1 Cabo de massa

    FibrasFios de carreta

    Cordes

    Cabo

    Direo da cocha

    Cabo de massa

    Fibras

    Fios de carreta

    Cordes

  • CABOS 303

    Os cabos mais usados so os de trs pernas, mas os cabos de maior bitolapodem ter quatro pernas, os quais so sempre cochados em torno de um outrocabo j confeccionado, mais fino que as pernas, e que toma o nome de madre docabo. A madre (alma, nos cabos de ao) no aumenta a resistncia do cabo, porque,sendo de menor bitola que as pernas, no possui a mesma elasticidade destas,mas, entretanto, d mais flexibilidade.

    Os cabos so geralmente cochados para a direita. Um cabo cochado paraa direita quando, fazendo caminhar um ponto sobre uma das pernas, este pontodetermina uma espiral para a direita, isto , no sentido do movimento dos ponteirosde um relgio (hlice subindo da esquerda para a direita); ele cochado para aesquerda quando, fazendo caminhar um ponto sobre uma das pernas, este pontodetermina uma espiral para a esquerda, isto , no sentido contrrio ao movimentodos ponteiros de um relgio (hlice subindo da direita para esquerda).

    preciso no confundir esta regra, porque se cortarmos um cabo e olharmosde frente para a sua seo pode nos parecer que a toro no sentido contrrio.Conhece-se que um cabo cochado para a direita quando, estando de frente para oseu chicote, tem-se que torcer a mo no sentido do movimento dos ponteiros de umrelgio para poder descoch-lo.

    Para contrariar a tendncia a descochar que as torcidas sucessivas sofeitas em sentidos alternados; num cabo de massa cochado para a direita, a primei-ra torcida dos filamentos para a confeco do fio de carreta uma cocha para a

    Fig. 7-3 Cabos cochados emsentidos diferentes

    Fig. 7-4 Cocha de um cabode trs pernas

    Fig. 7-5 Cocha de um cabotranado de oito pernas

    Cocha direita Cocha esquerda

    Cocha

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    direita. Neste caso, a terceira torcida, que a das pernas para formar o cabo, sertambm para a direita.

    O princpio da construo dos cabos baseia-se na oposio destas cochas;os fios de carreta, isoladamente, tendem a se descochar, mas como so cochadosem sentido contrrio ao da primeira cocha para compor umaperna, as duas tendncias se neutralizam. Da se deduz queuma perna neutra, isto , no apresenta tendncia paradescochar-se, mas ao torcermos as pernas para confeccionarum cabo, este estado de equilbrio fica alterado e o cabo teruma tendncia contnua a descochar. Por isto, necessriodar s pernas, quando elas passam na mquina para comporo cabo, uma toro extra, a qual deve ser apenas o suficientepara neutralizar a tendncia em sentido contrrio que elesadquirem ao serem cochados juntos.

    Em alguns tipos, especialmente nos cabos finos, as per-nas so tranadas, em vez de cochadas (torcidas); isto faz de-saparecer a tendncia para a coca, isto , a dobra que o cabotoma sobre si mesmo, no seio, mas diminui a elasticidade. Oscabos tranados (fig. 7-6) tm um nmero variado de pernas.Em um cabo tranado de 8 pernas, dispostas 2 a 2, empregam-se 4 pernas cochadas para a esquerda e 4 para a direita.

    H ainda pequenas variaes na fabricao dos cabos, especialmente nomodo como so constitudas as pernas: em uns, as fibras elementares de cadaperna so torcidas em torno de um eixo longitudinal, em vez de serem torcidas emfios de carreta; em outro tipo, a perna constituda por duas ordens de fios decarreta do tamanho comum envolvendo oito fios de carreta mais grossos.

    Nas fbricas, depois de prontos, os cabos so enrolados em aduchas. importante notar que as aduchas so feitas sempre do mesmo modo, e por isto, aodesenrolar um cabo novo, tem que se desfazer a aducha num determinado sentido,contrrio quele em que o cabo foi enrolado.

    A tabela 7-1 apresenta as caractersticas dos cabos de sisal dos tipos torci-dos de 3 pernas e tranados de 8 pernas.

    7.4. Efeitos mecnicos da toro A toro dada a um cabo, isto , acocha, tem por fim impedir que as fibras escorreguem umas sobre as outras sob oesforo de trao, pelo atrito mtuo que elas adquirem. Com isto o cabo adquireuma ligeira elasticidade, em virtude do carter de mola em espiral que toma, masperde uma parte da resistncia inicial dos fios.

    Uma cocha bem apertada aumenta o atrito e tem ainda a vantagem de unirbem as fibras e fazer o cabo menos apto a receber umidade, mas aumentando-sedemais a cocha, enfraquece-se o cabo e aumenta-se a sua tendncia a tomar cocas.De um modo geral, quanto menor a toro mais forte ser o cabo. O grau de torodado aos cabos geralmente tal que o comprimento do cabo de 2/3 a 3/4 docomprimento das pernas que o compem.

    Sob o aspecto de resistncia, o cabo ideal seria aquele que tivesse todas asfibras solicitadas uniformemente na direo da linha axial do esforo, como indicado

    Fig. 7-6 Cabotranado

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    na figura 7-7, o que impossveldevido s tores sucessivas queo cabo necessariamente sofredurante a sua manufatura.

    A manilha tem uma resistn-cia trao de 21 kg/mm nas suasfibras elementares; um caboconfeccionado de manilha perde de30% a 60% dessa resistncia,conforme a bitola, principalmentedevido aos processos de toro quea fibra sofre.

    7.5. Elasticidade dos cabos A fibra no possui, como um fio de metal oude ao, um limite de elasticidade permanente, dentro do qual pode trabalhar indefi-nidamente sem deformao. Portanto, os cabos de fibra natural tm apenas a elas-ticidade que lhes d a espiral determinada pelo modo de cochar.

    Quando se estica um cabo novo, uma parte do alongamento se torna definiti-va, pois os fios de carreta tomam uma nova posio de equilbrio uns em relaoaos outros. A esta posio de equilbrio estvel corresponde um limite de elasticida-de permanente, que no deve ser excedido por um esforo de trao demasiado. Sefor atingido esse limite de elasticidade, o cabo pe-se em novo estado de equilbrioesttico, pois as fibras escorregaro um pouco, apesar da cocha, e a sua resistn-cia ruptura ficar diminuda. Por isso, nunca devemos submeter um cabo de fibraa esforos prximos de sua carga nominal de ruptura e, ao contrrio, d-se umgrande fator de segurana, na razo de 1 para 5, pelo menos, entre a carga detrabalho e a carga de ruptura.

    O alongamento mximo dos cabos brancos sujeitos a esforos de 7% a8% e dos cabos alcatroados, de 4% do comprimento. Se eles forem submetidos aum esforo maior que o seu correspondente limite de elasticidade, os fios decarreta, que ocasionalmente suportam maior tenso, comeam a se romper, fazendocom que os outros fios em sua volta tambm venham a ceder, at que os restantessejam insuficientes para o esforo atribudo ao cabo todo, e este se parte. Aruptura pode comear indiferentemente na superfcie das pernas ou nos fiosinternos.

    Os cabos fixos de mastreao devem receber sempre um grau de tensoinferior ao limite de elasticidade permanente, levando-se em conta que eles ficamexpostos ao tempo, contraindo-se quando midos e distendendo-se ao secar.

    7.6. Efeitos da umidade A umidade no diminui a resistncia dos cabosde fibra natural; ao contrrio, considera-se que um cabo novo, quando molhado, temsua resistncia aumentada de 10%. Porm, no significa que se deva molhar oscabos para aumentar sua resistncia. A gua torna o cabo mais pesado e diminuisua flexibilidade, tornando-o mais difcil de manobrar e dando-lhe tambm uma ten-dncia a tomar cocas. Alm disso, a gua ataca as fibras, fazendo-as apodrecercom o tempo.

    Fig. 7-7 Resistncia trao

    Esforo de traoFibras

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    A fibra que menos sofre a ao da umidade a manilha, devido a certos leosque lhe so prprios. A gua, entretanto, facilmente absorvida pelo cnhamo epelo sisal, diminuindo a coeso das fibras e fazendo o cabo inchar.

    A umidade altera tambm a elasticidade dos cabos de fibra natural, contrain-do-os quando molhados e distendendo-os ao secar. Da a razo por que, em tempomido, os cabos bem tesados e as voltas apertadas devem ser afrouxados, e osaparelhos de laborar solecados, a fim de lhes ser permitido contrair e distenderlivremente.

    Os cabos no-alcatroados no devem ser percintados ou forrados, pois acobertura no impede totalmente a umidade e esconde e aumenta o seu efeito,contribuindo para sua deteriorao.

    Para evitar a umidade, os cabos de linho cnhamo recebem um banho dealcatro vegetal, o qual deve ser dado nas fibras antes de sua manufatura, a fim dehaver melhor distribuio da substncia protetora. O alcatro diminui cerca de 12%a fora dos cabos novos e com o tempo vai alterar sensivelmente a estrutura dafibra, enfraquecendo-o mais. Considera-se geralmente um cabo de linho alcatroado30% menos resistente que o linho branco.

    Mesmo os cabos de manilha, que resistem melhor umidade, recebem umaproteo de um leo lubrificante especial. Esta lubrificao necessria durante amanufatura do cabo para amaciar as fibras elementares e tambm serve para proteg-lo contra a umidade, alm de diminuir o atrito interior dos filamentos entre si.Eliminando os inconvenientes da umidade, a lubrificao torna o cabo mais fcilpara a manobra, bem como aumenta a sua vida til.

    7.7. Comparao entre os cabos de trs e de quatro pernas Ao con-trrio do que parece, se de mesma matria-prima e dimetro, o cabo de quatropernas ligeiramente menos resistente que o de trs pernas; alm disso aquelepesa cerca de 5% mais, da o seu menor uso. Como mencionado anteriormente,um efeito mecnico da toro diminuir a resistncia trao das fibraselementares. Na figura 7-8 podemos observar que o ngulo A da espiral de umcabo de trs pernas menor que o ngulo B do cabo de quatro pernas. evidenteque ser necessria maior resistncia para suportar um mesmo esforo se asfibras so dirigidas num sentido mais afastado da linha axial da carga, isto , se ograu de toro maior. Portanto, um cabo de quatro pernas sofre um esforomaior que um de trs pernas para a mesma carga, atingindo, mais rapidamente,seu limite de ruptura.

    A figura 7-9 apresenta as sees transversais de um cabo de quatro pernas ede um cabo de trs pernas. V-se que o ltimo tem a sua parte central homogneaem toda a seo, enquanto o primeiro tem a madre, a qual estabelece umdesequilbrio no atrito mtuo dos filamentos, contribuindo para uma partio dasfibras interiores. evidente, pois, que um cabo de trs pernas resiste ao esforo detrao de modo mais uniforme.

    Ainda que um cabo de quatro pernas tenha um maior nmero de fibras por metrode comprimento, 1/13 dos fios de carreta que o compem encontram-se na madre, aqual, no tendo a mesma elasticidade das pernas do cabo, tende a se partir primeiro,modificando a cocha das pernas e permitindo que estas se rompam tambm.

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    Entretanto, devido madre, os cabos de quatro pernas so mais flexveis queos de trs pernas. Outra vantagem que eles apresentam uma maior superfcie deapoio, o que facilmente demonstrado pela comparao das figuras 7-9 (I) e (II);o cabo de quatro pernas aproxima-se mais da forma circular que o de trs pernas.Essa maior superfcie de apoio importante para os cabos de laborar, pois d maiorsuperfcie de atrito de encontro s roldanas. Por isso, e tambm por sua flexibilida-de, o cabo de quatro pernas indicado especialmente para os trabalhos de laborar.

    Fig. 7-8 ngulo de toro

    Fig. 7-9 Seo transversal de um cabo de fibra

    (I) Trs pernas (II) Quatro pernas

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    7.8. Comparao entre cabos calabroteados e cabos de massa Aprincipal vantagem do cabo calabroteado sobre o cabo de massa sua maior elas-ticidade. Alm disso, em igualdade de bitola, as pernas so mais finas nos caboscalabroteados e a diferena de tenso entre os fios centrais e os da periferia sermenor, acarretando maior uniformidade de resistncia. A gua penetra internamentecom mais dificuldade nos cabos calabroteados, o que lhes garante maior durao,e eles so, tambm, ligeiramente mais leves, cerca de 6%.

    Os cabos de massa so mais fortes que os cabos calabroteados de mesmodimetro e possuem maior flexibilidade, porque a toro sofrida pelas fibras me-nor. Os cabos calabroteados so hoje muito pouco usados; tendo pouca flexibilida-de, eles no servem para cabos de laborar, e tendo maior elasticidade, so menosapropriados que os cabos de massa para o aparelho fixo.

    Apesar da sua menor resistncia, a elasticidade dos cabos calabroteadoslhes permite, mais do que aos cabos de massa, suportar os choques ou lupadas.Por isso eles podem ser usados em trabalhos de salvamento, como nos cabos dereboque e espias, e, em geral, onde se desejar muita elasticidade sem considerar aflexibilidade.

    7.9. Medida dos cabos de fibra natural Os cabos de fibra natural podemser medidos pelo dimetro nominal ou pelo comprimento de sua circunfernciaretificada. O mais comum fazer-se a medida pela circunferncia em polegadas ou,mais raramente, em centmetros ou milmetros. Quando for dada a medida de umcabo de fibra natural, sem especificar como ela foi feita, entenda-se em polegadas.

    O comprimento das aduchas varivel em cada pas e tambm varia para oscabos de menor bitola. No Brasil comum fabricar aduchas com 220 metros. O maiorcabo de fibra de trs pernas usado a bordo dos navios de 305 milmetros (12 polegadas)de circunferncia. Contudo, h cabos de fibra de 381 milmetros (15 polegadas) decircunferncia. Os cabos de quatro pernas so fabricados em tamanhos diversos apartir de 31,7 milmetros (1 1/4 polegada). Os cabos calabroteados so fabricados de12,7 centmetros (5 polegadas) at 61 centmetros (24 polegadas), que o de maiortamanho. A tabela 7-2 apresenta as caractersticas de manilha no alcatroados.

    7.10. Cabos finos So cabos de pequena bitola, assim considerados aque-les cuja circunferncia igual ou menor que 38 milmetros (1 1/2 polegada). Elesso empregados nos diversos trabalhos marinheiros, e so quase sempre fabrica-dos com linho cnhamo, branco ou alcatroado. Os cabos finos so geralmentedesignados pelo nmero dos fios de carreta que contm, sendo de 21 fios o demaior tamanho; podem tambm ser medidos pela circunferncia, em milmetros ouem polegadas. O comprimento , em geral, medido em metros ou, nas medidasinglesas, em jardas ou braas. No comrcio so vendidos pela aducha, medida empeso. So os seguintes os diversos tipos de cabos finos:

    a. Linha alcatroada Fabricada do mesmo modo que os cabos de massacomuns, cochando-se trs pernas compostas cada uma de 2, 3, 4, 5, 6 ou 7 fios decarreta, formando as linhas alcatroadas de 6, 9, 12, 15, 18 ou 21 fios. usada nostrabalhos marinheiros em que se fizer necessrio um material mais forte e maispesado que o merlim. mais comumente empregada para engaiar e forrar os ca-

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    bos, para tomar botes nos cabos grossos, para ovns das enxrcias, degraus dasescadas de quebra-peito, massame das embarcaes midas ou para pear os objetosa bordo. A tabela 7-3 apresenta as caractersticas das linhas alcatroadas.

    b. Mialhar Forma-se cochando-se para a esquerda 2 ou 3 fios de carreta,constituindo uma perna de linho cnhamo alcatroado de qualidade inferior. Serveprincipalmente para forrar e engaiar os cabos, para fazer coxins, coseduras e paraos trabalhos marinheiros