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PREVISÃO DO TEMPO PARA SEXTA-FEIRA Nublado com aberturas de sol à tarde. Pode garoar de manhã e à noite. Minima 18ºc • Máxima 25ºc PARA SÁBADO Sol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qualquer hora. Minima 21ºc • Máxima 32ºc Ano 4 • nº 988 • CApão dA CAnoA e XAngri-Lá de quintA A sábAdo, de 9 A 11 de AbriL de 2015 PARABÉNS CAPÃO DA CANOA PELOS SEUS 33 ANOS! Uma cidade é sempre mais importante do que quem a governa. Uma ci- dade é sempre maior do que projetos pessoais e políticos de qualquer um. Neste 12 de abril desejamos que cada munícipe seja um ponto de apoio nesta construção diária, com valores sólidos, que ajude preparar as crian- ças e jovens, neste processo contínuo de transformação. Semear ações e colher conquistas, buscando no presente o futuro! Desejamos que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós que fazemos o amanhã e que nossa perseverança é a luz que ilumina o caminho rumo a uma cidade mais justa. Acreditando nisso que a nossa equipe vem trabalhando com afinco, su- perando dificuldades, transpondo obstáculos, para promover qualidade de vida melhor para todos. Em especial, seguimos dispostos a servir ao lado daqueles que acalentam sonhos e desejam construir, com muita garra, um futuro melhor para nós e para as gerações de nossos filhos. Valdomiro Novaski - Prefeito Municipal CApão dA CAnoA FAZ 33 Anos no diA 12 de AbriL Texto e foto: AIPCC|MC Texto: Marcus Machado|MC. Foto Acervo: Pedro Ruby Prestes|MC CApão dA CAnoA tem pouCo mAis de 100 Anos de históriA O município surgiu por meados de 1900 com o nome de Arroio da Pescaria, no período em que os primeiros ranchos começam a se fixar a beira mar. A localidade abrigava tanto pescadores quanto aventureiros, tropeiros, fazendei- ros e viajantes. Nos primeiros anos do século XX teve início também o precário povoamento desta terra. Não se sabe qual teria sido o primeiro "ho- tel" instalado aqui. O que se sabe é que além do hotel de Pedro Nu- nes (foto), Gaspar Griza, que cui- dava dos campos e dos gados de Jorge Mury, também instalou um hotel ou pensão. Carlos Mengue também teve aqui seu hotel nessa época. Na década de 1910, algumas pessoas que residiam no campo vinham até o mar para pescar. Em 1920, começaram a chegar os pri- meiros veranistas vindos da serra gaúcha e também da Capital do Estado. Os principais freqüenta- dores eram os descendentes das colônias alemãs e italianas. Re- presentantes da colônia israelita começaram a se fazer presente, em 1940. Neste mesmo período, o nome Arroio da Pescaria começou medALhA Amigos de CApão dA CAnoA 2015 • Enito da Silva, homenageado pelo Ver. Ademar Duarte; • Elceu Hoffmann, homenagea- do pelo Ver. Zaide Gomes; • Euclides Dal'Toé, homenagea- do pelo Ver. Carlos Maia; • Elisabeth Squassoni, homena- geada pelo Ver. Dilceu Lopes; • Volmar Sengik, homenageado pelo Ver. Flávio Lara; • Lilian Agraso Alves, homenage- ada pelo Ver. Luciano Flores; • Oscar Bastos, homenageado pelo Ver. Otávio Teixeira; • Dalbani da Rosa, homenagea- do pelo Ver. Pedro Dornelles; • Evanilda Carvalho, homenage- ada pelo Ver. Sérgio Oliveira; • Rossana de Carli (Ver. Susete Borba); • Marlei dos Santos, homenage- ado pelo Ver. Marino Machado; • Artur Pereira, homenageado pelo Pref. Valdomiro Novaski. Milhares de pessoas se deslocam para as praias para curtirem festas, no Litoral Norte, como revéillon, Planeta Atlântida, carnaval e vá- rias outras que acontecem todos os finais de semana durante o veraneio. Arrumar alguém para ficar não é difícil nessas festas, mas na época desta foto (de 1947) não era fácil arrumar uma namorada, tinham que percorrer muitos quilômetros a cavalo para tentar conhecer uma prenda.Todos na época usavam armas, como se percebe na foto, mas os incidentes eram raros, diz Pedro Ruby Prestes, morador e historiador de Capão da Canoa. Os jovens, da foto, são peões e filho de um fazendeiro de Santo Antônio da Patrulha que chegaram bAiLes em CApão dA CAnoA nA metAde do séCuLo pAssAdo em Capão da Canoa para partici- par de um baile, em seus trajes tipicamente gauchescos. Antes de chegarem nos bailes, que aqui aconteceiam, eles lavavam os pés em poças d’água, calçavam sapatos e vestiam terno e grava- ta. Tudo como sinal de respeito e cavalheirismo, sem esquecer do revólver na cintura. Após, 70 anos, muitas coisas mudaram, os rapazes não vem mais a cavalo para as festas, muito menos armados com revolveres amostra na cintura. A descontração é muito maior, namorar ficou mais fácil, muito diferente daquela épo- ca que para dançar com a moça tinha que pedir permissão para os pais. E não podia passar de uma música. • 12-12-1936 - Capão da Canoa torna- se vila de Cornélius (6º Distrito de Osório); • 18-11-1953 - Capão da Canoa passa a ser o 6º Distrito de Osório; • 25-07-1965 - 1ª tentativa de Emanci- pação Política de Capão da Canoa; • 12-04-1982 - Emancipação Política de Capão da Canoa; • 26-03-1992 - Xangri-Lá se emancipa de Capão da Canoa; • 15-12-2010 - Demolição do Baronda. FAtos históriCos de CApão dA CAnoA FrAse do diA A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias.. Tocqueville (1805 - 1859) Historiador francês a desaparecer e o nome Capão da Canoa começou a se firmar. O nome do município já existia no interior de uma fazenda de pro- priedade da família Nunes, na ex- tensão da praia de Xangri-Lá. Os Nunes davam apoio aos visitantes que passavam ou chegavam para veranear na região. Em 1936, a Vila de Capão da Canoa é inclusa no 6º Distrito de Osório. Sua emancipação veio em 12 de abril de 1982, após duas tentativas, uma em 1960 e outra 1961. Hoje, o município está di- vidido em quatro distritos: Distri- to de Capão da Canoa (sede do município), Distrito Capão Novo, Distrito Arroio Teixeira e Distrito Curumim. Atualmente, Capão da Canoa conta com 42.040 habitantes, se- gundo o Censo de 2010. A econo- mia do município é baseada no turismo. Capão da Canoa apre- senta uma forte infra-estrutura para receber seus turistas tanto no verão quanto no inverno, com praias próprias para a prática do surfe, da pesca e do banho. preFeitos de CApão dA CAnoA Desde a emancipação o mu- nicípio teve 6 prefeitos, nenhum conseguiu a reeleição. Na épo- ca dos prefeitos Egon Birlem e Ledorino Brogni, que foram duas vezes prefeitos, não era permitido concorrer a reeleição e acabaram intercalando as administrações. Abaixo segue os prefeitos: • 1983 a 88 - Egon Birlem • 1989 a 92 - Ledorino Brogni; • 1993 a 96 - Egon Birlem; • 1997 a 00 - Ledorino Brogni; • 2001 a 04 - Oscar Birlem; • 2005 a 08 - Jairo Marques; • 2009 a 12 - Amauri Germano; • 2013 a 16 - Valdomiro Novaski. Texto: Paulinho do Magistério e Marcus Machado|MC. Foto Acervo: Pedro Ruby Prestes|MC

CApão dA CAnoA tem pouCo mAis de 100 Anos de históriA · Arrumar alguém para ficar não é difícil nessas festas, mas na época desta foto (de 1947) não era fácil arrumar uma

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Page 1: CApão dA CAnoA tem pouCo mAis de 100 Anos de históriA · Arrumar alguém para ficar não é difícil nessas festas, mas na época desta foto (de 1947) não era fácil arrumar uma

PREVISÃO DO TEMPO

PARA SEXTA-FEIRANublado com aberturas de sol à tarde. Pode garoar de manhã e à noite.Minima 18ºc • Máxima 25ºc

PARA SÁBADOSol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qualquer hora.Minima 21ºc • Máxima 32ºc

Ano 4 • nº 988 • CApão dA CAnoA e XAngri-Láde quintA A sábAdo, de 9 A 11 de AbriL de 2015

PARABÉNS CAPÃO DA CANOA PELOS SEUS 33 ANOS!Uma cidade é sempre mais importante do que quem a governa. Uma ci-

dade é sempre maior do que projetos pessoais e políticos de qualquer um. Neste 12 de abril desejamos que cada munícipe seja um ponto de apoio nesta construção diária, com valores sólidos, que ajude preparar as crian-ças e jovens, neste processo contínuo de transformação. Semear ações e colher conquistas, buscando no presente o futuro! Desejamos que as conquistas da comunidade sejam sempre crescentes, demonstrando que somos nós que fazemos o amanhã e que nossa perseverança é a luz que ilumina o caminho rumo a uma cidade mais justa.

Acreditando nisso que a nossa equipe vem trabalhando com afinco, su-perando dificuldades, transpondo obstáculos, para promover qualidade de vida melhor para todos. Em especial, seguimos dispostos a servir ao lado daqueles que acalentam sonhos e desejam construir, com muita garra, um futuro melhor para nós e para as gerações de nossos filhos.

Valdomiro Novaski - Prefeito Municipal

CApão dA CAnoA FAZ 33 Anos no diA 12 de AbriL

Texto e foto: AIPCC|MC

Texto: Marcus Machado|MC. Foto Acervo: Pedro Ruby Prestes|MC

CApão dA CAnoA tem pouComAis de 100 Anos de históriA

O município surgiu por meados de 1900 com o nome de Arroio da Pescaria, no período em que os primeiros ranchos começam a se fixar a beira mar. A localidade abrigava tanto pescadores quanto aventureiros, tropeiros, fazendei-ros e viajantes.

Nos primeiros anos do século XX teve início também o precário povoamento desta terra. Não se sabe qual teria sido o primeiro "ho-tel" instalado aqui. O que se sabe é que além do hotel de Pedro Nu-nes (foto), Gaspar Griza, que cui-dava dos campos e dos gados de Jorge Mury, também instalou um hotel ou pensão. Carlos Mengue também teve aqui seu hotel nessa época.

Na década de 1910, algumas pessoas que residiam no campo vinham até o mar para pescar. Em 1920, começaram a chegar os pri-meiros veranistas vindos da serra gaúcha e também da Capital do Estado. Os principais freqüenta-dores eram os descendentes das colônias alemãs e italianas. Re-presentantes da colônia israelita começaram a se fazer presente, em 1940. Neste mesmo período, o nome Arroio da Pescaria começou

medALhA Amigos de CApão dACAnoA 2015

• Enito da Silva, homenageado pelo Ver. Ademar Duarte;

• Elceu Hoffmann, homenagea-do pelo Ver. Zaide Gomes;

• Euclides Dal'Toé, homenagea-do pelo Ver. Carlos Maia;

• Elisabeth Squassoni, homena-geada pelo Ver. Dilceu Lopes;

• Volmar Sengik, homenageado pelo Ver. Flávio Lara;

• Lilian Agraso Alves, homenage-ada pelo Ver. Luciano Flores;

• Oscar Bastos, homenageado pelo Ver. Otávio Teixeira;

• Dalbani da Rosa, homenagea-do pelo Ver. Pedro Dornelles;

• Evanilda Carvalho, homenage-ada pelo Ver. Sérgio Oliveira;

• Rossana de Carli (Ver. Susete Borba);• Marlei dos Santos, homenage-

ado pelo Ver. Marino Machado;• Artur Pereira, homenageado

pelo Pref. Valdomiro Novaski.

Milhares de pessoas se deslocam para as praias para curtirem festas, no Litoral Norte, como revéillon, Planeta Atlântida, carnaval e vá-rias outras que acontecem todos os finais de semana durante o veraneio.

Arrumar alguém para ficar não é difícil nessas festas, mas na época desta foto (de 1947) não era fácil arrumar uma namorada, tinham que percorrer muitos quilômetros a cavalo para tentar conhecer uma prenda.Todos na época usavam armas, como se percebe na foto, mas os incidentes eram raros, diz Pedro Ruby Prestes, morador e historiador de Capão da Canoa.

Os jovens, da foto, são peões e filho de um fazendeiro de Santo Antônio da Patrulha que chegaram

bAiLes em CApão dA CAnoA nA metAde do séCuLo pAssAdoem Capão da Canoa para partici-par de um baile, em seus trajes tipicamente gauchescos. Antes de chegarem nos bailes, que aqui aconteceiam, eles lavavam os pés em poças d’água, calçavam sapatos e vestiam terno e grava-ta. Tudo como sinal de respeito e cavalheirismo, sem esquecer do revólver na cintura.

Após, 70 anos, muitas coisas mudaram, os rapazes não vem mais a cavalo para as festas, muito menos armados com revolveres amostra na cintura. A descontração é muito maior, namorar ficou mais fácil, muito diferente daquela épo-ca que para dançar com a moça tinha que pedir permissão para os pais. E não podia passar de uma música.

• 12-12-1936-Capão daCanoa torna-se vila de Cornélius (6º Distrito deOsório);

• 18-11-1953-Capão daCanoa passaasero6ºDistritodeOsório;

• 25-07-1965-1ª tentativa de Emanci-

paçãoPolíticadeCapãodaCanoa;• 12-04-1982-EmancipaçãoPolíticadeCapãodaCanoa;

• 26-03-1992-Xangri-Lá se emancipadeCapãodaCanoa;

• 15-12-2010-DemoliçãodoBaronda.

FAtos históriCos de CApão dA CAnoA

FrAse do diAA história é uma galeria

de quadros onde há poucosoriginais e muitas cópias..

Tocqueville (1805 - 1859)Historiador francês

a desaparecer e o nome Capão da Canoa começou a se firmar.

O nome do município já existia no interior de uma fazenda de pro-priedade da família Nunes, na ex-tensão da praia de Xangri-Lá. Os Nunes davam apoio aos visitantes que passavam ou chegavam para veranear na região.

Em 1936, a Vila de Capão da Canoa é inclusa no 6º Distrito de Osório. Sua emancipação veio em 12 de abril de 1982, após duas tentativas, uma em 1960 e outra 1961. Hoje, o município está di-

vidido em quatro distritos: Distri-to de Capão da Canoa (sede do município), Distrito Capão Novo, Distrito Arroio Teixeira e Distrito Curumim.

Atualmente, Capão da Canoa conta com 42.040 habitantes, se-gundo o Censo de 2010. A econo-mia do município é baseada no turismo. Capão da Canoa apre-senta uma forte infra-estrutura para receber seus turistas tanto no verão quanto no inverno, com praias próprias para a prática do surfe, da pesca e do banho.

preFeitos deCApão dA CAnoA

Desde a emancipação o mu-nicípio teve 6 prefeitos, nenhum conseguiu a reeleição. Na épo-ca dos prefeitos Egon Birlem e Ledorino Brogni, que foram duas vezes prefeitos, não era permitido concorrer a reeleição e acabaram intercalando as administrações. Abaixo segue os prefeitos:• 1983 a 88 - Egon Birlem• 1989 a 92 - Ledorino Brogni;• 1993 a 96 - Egon Birlem;• 1997 a 00 - Ledorino Brogni;• 2001 a 04 - Oscar Birlem;• 2005 a 08 - Jairo Marques;• 2009 a 12 - Amauri Germano;• 2013 a 16 - Valdomiro Novaski.

Texto:PaulinhodoMagistérioeMarcusMachado|MC.FotoAcervo:PedroRubyPrestes|MC

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páginA 2 • MATéRIA DE CAPA • DE quINTA-FEIRA A SáBADO, DE 9 A 11 DE ABRIL DE 2015

o bArondA erA um ponto de reFerênCiASegundo os mais antigos, antes

da construção do Baronda havia no local um pequeno abrigo, cons-truido na década de 1930, que ser-via de salva-vidas, onde também vendia-se bebidas e guardava-se os pertences dos veranistas.

Em 1968, Miguel Florentino comprou o pequeno bar de beira de praia, e com a permissão da Prefeitura de Osório, responsável pela praia de Capão da Canoa na época, construiu o Baronda. Os anos dourados do Baronda foram nas década de 1980 e 1990, onde se tornara ponto de referência para quem veraneava em Capão.

Repleto de memórias, ele lembra com orgulho o tempo em que ser-via 700 jantares por noite. Resga-ta os anos dourados da "invasão hermana", quando os argentinos tomavam conta das areias de Ca-pão e transformavam o Baronda no point da cidade.

Em fevereiro de 1984, o Baronda foi palco do início da campanha pelas Diretas Já. Políticos que, anos depois, tornaram-se gover-

nadores, como Pedro Simon, Al-ceu Collares e Olívio Dutra discur-saram em frente ao prédio.

Com 80 anos, 42 deles passa-dos atrás do balcão do Baronda, Miguel Florentino não quis ver o fim do local onde criou seus três filhos e ajudou a mudar a cara de Capão da Canoa, que começou a ser demolido no dia 15 de de-zembro de 2010 por ordem da Su-perintendência do Patrimônio da

união, por estar em área pública de uso comum, onde as constru-ções são proibidas.

O Baronda foi um dos pontos mais tradicionais de Capão da Canoa e do Litoral Norte.

O Baronda se juntou a outros es-tabelecimentos ícones da cidade que deixaram de existir, tais como o Boliche, o Hotel Riograndense e a livraria Praiana. E assim o bal-neário vai descartando seus vín-culos com o passado.

Na década de 1970 foi constru-ído um prédio na beira da praia, próximo à Praça Luis Bassani, que se tornaria o Barondinha, ponto de encontro da população caponense e que gostava de fu-tebol, pois ao lado ocorria o Cam-peonato Praiano de Futebol, com equipes de todo o Litoral Norte e Capital.

O funcionamento era somente no período da temporada e era muito frequentado. Ao lado esquerdo ti-

bArondinhA, LoCAL deenContro dos CAponenses

nha uma guarita de salva-vidas de concreto em formato circular, esse modelo foi substituído por de ma-deiras em formato de pirâmide.

Nos anos 1990 a União entrou com reintegração de posse, pois o Barondinha fora construído na faixa de areia, e com as novas leis ambientais não era mais permiti-do. Em 2007, o Barondinha dei-xou de existir, sendo demolido por ordem da Superintendência do Patrimônio da União.

Em outubro de 2013 se encerrou mais de 30 anos de histórias na beira da praia de Arroio Teixeira, ao ser demolido o Sereia Bar. No início abria somente de dia para vender bebidas e petiscos aos veranistas. A partir de 1985 o bar passou a promover shows musicais aos finais de semana com bandas de rock'n'roll que tocavam das 23 horas até amanhecer o dia. Passaram por

sereiA bAr em Arroio teiXeirA

Na década de 1960, a firma Boianovski construiu uma guarita de salva-vidas futurista em forma-to de "C" (foto) e junto um restau-rante que alugava na temporada, vindo a ser demolido em 1983 pelo prefeito Egon Birlem, pois o mesmo estava abandonado e es-tava na faixa de praia.

Por muitos anos o Restaurante Dona Maria foi alugado pelo Ero-tildes Pires, pai do Renato e do João Carlos Pires (Catatau). Mar-cos Pires, neto de Erotildes lem-bra que atendiam o tradicionalista Teixeirinha, já que o restaurante ficava em frente a sua casa de ve-raneio. E que nesse época o co-peiro era o músico Beto Mayer.

Gislani Garcia Pires, do Res-taurante Jurema's, lembra que o restaurnate tinha "janelas de vidro

restAurAnte donA mAriA,situAdo nA ZonA novA

Texto: Marcus Machado|MC. Foto: RBS|MC

para o mar, e no ultimo ano dele nós alugamos para argentinos ex-plorarem, em seguida foi demolido pela Prefeitura".

soL&mArOutro restaurante que teve o seu fim por es-

tar construído na faixa de areia foi o Sol&Mar, que foi demolido nesse ano por ordem da Su-perintendência do Patrimônio da união em desrepeito a legislação ambiental vigente.

O restaurante Sol&Mar teve vários nomes durante os 30 anos de sua existênica e nas útlimas temporadas estava abandonado.

Ele ficava no final da Av. Aimoré, avenida principal de Curumim, próximo ao Hotel Galo.

Existem dois restaurantes em faixa da marinha, ambos no muni-cípio de Xangri-Lá em Atlântida.

O mais antigo é o Bar do Tat-to, com estrutura inicial datada

os remAnesCentesde 1952, construído junto a uma guarita dos salva-vidas; e o Res-taurante Bali Hai, construído em 1990. Os dois estão um ao lado do outro.

lá grandes nomes do rock gaúcho. Junto ao Sereia Bar existia uma imagem de Iemanjá (foto) que foi recolhida para ser posteriormente

colocada em local apropriado.Como a legislação ambiental

não permite construção na orla marítima o Sereia Bar também foi

demolido por essa alegação.

Deixando muitos veranistas e morado-res com saudade do local. O Sereia Bar deixou tanta saudade que no CarnaTexas tem o Bloco Kakos do Sereia, não dei-xando-o no esqueci-mento.

Texto: Marcus Machado|MC. Foto: Antônio Albuquerque|MC

Texto: Marcus Machado|MC. Foto: Silvia Meister|PCC|MC

Texto: Marcus Machado|MC. Foto: Silvia Meister|PCC|MC

Texto: Marcus Machado|MC. Foto: Reprodução|MC

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páginA 3 • MATéRIA DE CAPA • DE quINTA-FEIRA A SáBADO, DE 9 A 11 DE ABRIL DE 2015

CAminhos Ao LitorAL: dA FerroviAe hidroviA pArA A rodoviA

A ferrovia e o transporte hidroviários foram de grande importância para o crescimento do Litoral Norte, pois através deles era transportada alimentos, animais, roupas e as novidades que vinham da Capital.

O transporte de passageiros também era feito por esses meios de deslocamento, apesar de ser lento, mas não tinham muitas opções na época (a cavalo ou carro de boi). Como as lagoas do Litoral Norte são interli-gadas o transporte de barco à vapor foi pos-sível, apesar de ser caro, o percurso era de Palmares a Torres, passando por Tramandaí, Capão da Canoa, Maquiné, Terra de Areia, Três Cachoeiras e Torres.

quando os alimentos chegavam em Osó-rio eles eram levados as outras localidades através de pequenas embarcações ou carros de boi.

A foto abaixo foi registrada na Festa à Nos-sa Senhora dos Navegantes na década de 1930 em Osório. Repare nos trilhos da antiga Ferrovia Palmares-Osório, bem as margens do rio. O prédio em destaque à esquerda é do Engenho Palmares.

Atualmente, o acesso ao litoral é feito principalmente pela Freeway, rodovia federal construída na década de 1970, substituindo a Estrada Velha (RS-030), além da BR-101 e Rota do Sol.

“Um dos primeiros a ocu-par uma dessas guaritas foi o homem da foto ao lado. Esta foto foi tirada em Capão da Canoa em 1944. A convite da prefeitura de Osório, em 1936, Manoel Albino de Castro Filho começou um período de mais de três décadas, realizando salvamentos em praias como Santa Teresinha, Tramandaí e Capão da Canoa”, relata Malena Kohlrausch Rosa.

Hoje, são inúmeros homens e mulheres que se dedicam a salvar vidas no Litoral Norte. A estrutura atual é incompará-vel com a daqueles primeiros homens, que arriscavam a sua vida para tirar das águas desconhecidos aflitos que não conheciam as fortes correntes do mar traiçoeiro.

Como se pode ver na foto, a boia era presa a um carretel de madeira, sendo liberada através da manivela. quando a boia era lançada ao banhista em perigo, as pessoas na areia giravam a manivela para puxar a vítima com segurança. A profissão era realizada por pessoas com muita coragem, pois não haviam os treinos atuais.

um dos primeiros sALvA-vidAs (1936)

Há 30 anos, em 1985, um grupo de amigos fundou a Associação dos Surfistas de Capão da Canoa (ASCC) e realizou o primeiro cam-peonato de surf da praia. Marcelo Bergmann, Alexandre Bidart, Luis Longo, Luciano Barakat, Daniel Dawes, surfistas que desafiavam as on-das de Capão da Canoa os 12 meses do ano foram os protagonistas.

A ASCC mudou a história do surf no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Liderou a disputa fora d'água junto ao poder público, na criação da primeira lei para áreas de surf e pesca do Estado. Em 1987, o eixo Capão da Canoa-Atlântida se tornou área segura para prática do surf, livre de redes de pesca, até hoje. Em 1990, os campeonatos realizados no Baronda, já possuíam apuração de resultados informa-tizadas com passagens internacionais como prêmios, e se tornaram parâmetro para a cria-ção em seguida do Circuito Gaúcho de Surf Amador.

Com competições periódicas e bem organi-zadas, o nível técnico dos surfistas começou a ganhar destaque no Estado. 1993 marca

30 Anos dA AssoCiAção dos surFistAs de CApão dA CAnoAa conquista do tricampeonato por equipe e o maior destaque até hoje, o surfista Sandro Neto, Campeão Gaúcho em todas as catego-rias. 1995 é construído o Surf Beach Park, um centro de eventos, sede da associação, escola de surf e polo turístico que sediou mais de 40 eventos.

O ápice do trabalho da ASCC desta geração e o Surf Beach Park, foi a realização de uma etapa do Circuito Mundial de Surf (WqS) e uma etapa do Circuito Brasileiro de Surf Amador em 1997, colocando definitivamente Capão da Ca-noa no mapa nacional e mundial do Surf.

Hoje, 2015, o campeão mundial de surf é bra-sileiro, um marco para o esporte, para ASCC e principalmente Capão da Canoa, cidade cos-teira, tendo a oportunidade de alavancar a mo-vimentação socioeconômica os 12 meses do ano bem como trabalhar em cima de projetos sociais através da emoção e estilo próprio de vida que o esporte proporciona. 30 anos de competições, eventos e projetos sociais colo-cando o nome de Capão da Canoa sempre no lugar mais alto do pódio. #somospraia

TextoeImagem:AlexandreBidart|MC

Texto:MalenaKohlrauschRosaeMarcusMachado|MC.Fotoacervo:MalenaKohlrauschRosa|MC Texto:NélideCasacciaBerlolucieMarcusMachado|MC.Fotoacervo:CéliaPereiraBarbosa|MC

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páginA 4 • MATéRIA DE CAPA • DE quINTA-FEIRA A SáBADO, DE 9 A 11 DE ABRIL DE 2015

Em 1958 chegaram em Capão da Canoa, os padres Guanellianos da Congregação "Servos da Cari-dade". Iniciaram suas atividades com a "Casa de Repouso Nossa Senhora da Divina Providência". Foi idealização do saudoso e di-nâmico Pe. Bruno Cranchi que teve apoio do então governador do Estado, engenheiro Leonel de Moura Brizola.

Em abril de 1962, para alegria da comunidade do balneário de Capão da Canoa, surgiu a "Casa Nossa Senhora da Divina Pro-vidência" com a Escola Técnica Elementar. Neste mesmo mês, também marcaram sua presença no mesmo local, a congregação das Filhas de Santa Maria da Pro-vidência.

Capão da Canoa, na época dis-trito de Osório, começava a cres-cer.

As Filhas de Santa Maria da Providência vieram auxiliar ao Pe. Cesar Vegezzi nas diversas ativi-dades da nova instituição. Ele foi o primeiro pároco de Capão da Canoa.

Em maio do mesmo ano, Esco-la Técnica Elementar passou a denominar-se Ginásio Nossa Se-nhora da Divina Providência. Seu fundador, Pe. César, foi também o diretor, professor, o mestre sem-pre cheio de esperança, com Cris-to em seu coração levando-o aos

instituto de eduCAção divinA providênCiAOBRAS GuANELLIANAS EM CAPãO DA CANOA

corações de todos.Iniciou-se um internato para

crianças pobres. No entanto, mu-dam os tempos, mudam as men-talidades e mudam também as formas de atendimento da educa-ção.

Em 1985, finda o internato fican-do o atendimento aos menores necessitados, através do regime de semi-internato.

A paróquia Nossa Senhora de Lourdes, através de seus párocos sempre esteve lado a lado com esta instituição.

Neste mesmo ano de 1985, ini-

ciou-se o curso Magistério, passo de grande importância para o cres-cimento local e a denominação de Ginásio "Nossa Senhora da Divina Providência! passou para "Escola Particular de 1º e 2º graus Nossa Senhora da Divina Providência", permanecendo até o ano 2000, quando, pela nova Lei de Diretri-zes e Bases, a Escola passou a denominar-se instituto de Educa-ção Divina Providência.

Na foto, porta-bandeiras na fren-te do Instituto Educacional Divina Providência no desfile de 7 de se-tembro de 1972.

O movimento escoteiro, com sua filosofia de “aprender fazendo”, mundialmente divulgada conta-giou pessoas de Capão da Canoa no final de 1978 e, com o intuito de dar às crianças e jovens ativida-des produtivas que promovessem a formação de caráter e persona-lidade, formando cidadãos exem-plares e, também, uma forma de lazer. um grupo de pessoas reuni-ram-se com o objetivo de criar um Grupo Escoteiro.

Isto foi possível graças ao prof. Francisco Neto, primeiro chefe es-coteiro do Grupo, e chefe Eduardo Gomes que foi escoteiro em São Paulo, a disposição do Padre Cé-lio, diretor da Escola Particular de 1º e 2º Graus Nossa Senhora da Divina Providência, prefeito Egon Birlem e érico de Souza Jardim.

Em fins de 1978, o Grupo Esco-teiro Capão da Canoa foi criado, tendo sua sede estabelecida no Divina Providência. Entretanto, o grupo foi oficialmente reconhecido a partir de 12 de agosto de 1979, quando foi registrado na uEB - união dos Escoteiros do Brasil.

Em outubro de 1980 é realizada a primeira promessa escoteira, com a participação de grupos es-coteiros de Porto Alegre e da re-gião. Inicialmente o Grupo come-çou com jovens de 11 a 14 anos, e somente em 1985 passou a ter o Ramo Lobinho (7 a 10 anos).

Em 1986, com o objetivo de ter algum emblema que identificasse

grupo esCoteiro CApãodA CAnoA CriAdo em 1979

o grupo, foi criado o primeiro logo-tipo do Grupo Escoteiro Capão da Canoa - 144º/RS, sendo alusivo ao primeiro acampamento em Ma-quiné e ao princípio do movimen-to escoteiro que é atividade ao ar livre.

Na década de 1990, com o cres-cimento do grupo e sua participa-ção junto à comunidade recebeu placa de agradecimentos do Hos-pital Santa Luzia, por ter desenvol-vido uma campanha para angariar lençóis e cobertores para o hos-pital e fundos para que o mesmo adquirisse equipamentos, e men-ção na câmara de Vereadores de Capão da Canoa, através do ver. Antônio Gomes da Rosa (Gago), pelo brilhante desempenho nas campanhas de vacinação.

Em 1994 o Grupo sai do Divina Providência e passa a utilizar o IE Estadual Riachuelo como sede, ficando até 2002, quando foi para sua sede própria no Bairro São Jorge. Nesse ano troca o logotipo do Grupo, onde mistura a ima-gem do brasão do município e a flor-de-lis, símbolo dos escoteiros. Em 2013 o Grupo retorna para o IE Riachuelo permanecendo até os dias atuais por causa da cons-trução da nova sede, que será no mesmo terreno no Bairro São Jorge. Os membros mais antigos em atividade são os chefes André Avelino e Donírio Borba.

A foto foi registrada no desfile de 7 de Setembro de 1979.

Texto:MarcusMachado|MC,Foto:Reprodução|MC

Textoefoto:IEDP|MC

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NomeFantasia:JornalMatériadeCapaFundação:18deabrilde2011.CNPJ:15.167.922/0001-65Endereço:RuaLuisAlvesPereira,1624-Sala1-SantaLuzia-CapãodaCanoa/RSContato:(51)9974-9294(WhatsApp)e3665-4455Site:www.materiadecapa.com.brE-mail:[email protected]:MarcusViniciusMachado

eXpedienteCirculação impressa e via e-mail: 2x por semana(segundas-feirasequintas-feiras)Distribuição:Enviadopara12.500e-mailsde todooEstadoemais4.000exemplares,distribuidosemCapãodaCanoa,Xangri-Láeregião.Observação: As matérias assinadas são de res-ponsabilidade de seus autores. Não autorizamosa reprodução de qualquer matéria do jornal semconsultaprévia.

Parceira:

déCAdA de 1980 e As diretAs já• 30 Anos de demoCrACiA •

Em 1º de abril de 1964 foi instaurado o Regime Militar no Brasil, teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, o então presidente democra-ticamente eleito. O regime acabou quando José Sarney assumiu a presidência, o que deu início ao período conhecido como Nova República.

As manifestação pró-democracia come-çaram em 1982 e ganharam força em 1983 e 1984. Obrigando, depois de 21 anos de Ditadura Militar, a abertura política. Mas, antes da população poder escolher o presi-dente, houve uma eleição indireta, onde foi eleito Tancredo Neves, vencendo a eleição de Paulo Maluf. Tancredo Neves não assu-miu, falecendo antes da posse, ocupando o seu cargo José Sarney, vice-presidente de Tancredo Neves.

Capão da Canoa teve papel importante na redemocratização, em 19 de fevereiro de 1982 aconteceu uma passeata e comício das

Diretas Já! na beira da praia, reunindo mais 50.000 pessoas (foto). Entre as lideranças estava Deputado Federal ulysses Guima-rães, que com seu discurso deu esperança para o fim da Ditadura no Brasil e a volta da democracia.

O presidente José Sarney e a sociedade fizeram com que as reformas políticas aconte-cessem. E uma das mais importantes mudan-ças foi o surgimento da Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a nova Constitui-ção para o Brasil entre 1987 e 1988.

A Assembleia iniciou seus trabalhos em 1º de fevereiro de 1987 e durante 20 meses agitou o Brasil com discussões acaloradas sobre os mais diversos temas: privatização, estatização, aborto, investimento estrangeiro, reforma agrária, horas semanais de trabalho, licença paternidade, licença maternidade, presidencialismo ou parlamentarismo, enfim, temas que acabaram contribuindo para for-mar a base da atual sociedade brasileira.

FuteboL de CAmpo:os primeiros CAmpeões

O futebol caponense começou a se organi-zar na década de 1970, na época só existia o Estádio Mariscão, que mais tarde foi reno-meado para Adão Menger, e vários campos cercados com cordas em dias de partida e sem vestiários para os atletas e arbitragem.

O Campeonato Municipal de Osório, qual participavam as equipes de Capão da Ca-noa, era promovido e organizado pelo Con-selho Municipal de Desportos (CMD), em sua 1ª Fase, era disputado com as equipes dos respectivos Distritos Osoriense e, pos-teriormente os classificados seguiam na competição para somarem-se aos times dos demais distritos e os da Sede.

Com a emancipação de Capão da Canoa, surge em 1982 a Associação Cultural Espor-tiva Litorânea (ACEL), entidade, que passa a promover e organizar as competições es-portivas locais. A ACEL em seus primeiros anos de existência era uma entidade muito bem organizada e estava além do seu tem-po. Para se ter uma ideia, os atletas que jogavam os Campeonatos Municipal de Ca-pão da Canoa contavam até com um seguro contra acidente pessoal. Algo muito impor-tante, pois na época não existia o Sistema Único de Saúde (SUS) e o atendimento gra-tuíto só era concedido àqueles que tinham Carteira de Trabalho assinada.

A ACEL, tinha como vice-presidente Sadi Bittencourt, um dos maiores desportista de Capão da Canoa e incentivador do futebol das categorias de Base, na época Juvenis.CAmpeão juveniL 1983Existia no Bairro Guará, o São Paulo, uma

equipe Juvenil, criada em 1978, que parti-cipava de jogos amistosos e, em 1983 foi convidada a entrar no Campeonato Muni-cipal, com o nome de Juvenil do Guará e,

sagrou-se campeão da categoria, ao derro-tar o Arroio Teixeira na final, por 3x0. Gols de Alexandre Bassani (2) e Jorginho (1). O jogo final foi realizado no Estádio Mariscão, na preliminar da final do Adulto.

Juvenil do Guará: Zé Costa (técnico), Evol-son, Amarildo, Paulo Castro, Zezinho, Mar-quinho, Marco Aurélio, Alexandre Bassani, Pintinho, Pelé, Paulinho, Jorginho, Donírio, Criza, Nardo e Chico Grizza.CAmpeão AduLto 1983O Capão da Canoa FC contava em seu

elenco os melhores jogadores da região, pois havia sido Campeão do Campeonato Praiano do verão de 1983, manteve a mes-ma equipe.

O Atlântida FC se preparou para a final em silêncio, comandado pelo André Inácio. Mas, antecedendo a final, a diretoria e comissão técnica do Atlântida fizeram um trabalho de motivação com seus jogadores. Como um bom estrategista, André Inácio, armou a sua equipe para atacar e não deixar o CCFC jo-gar. Acabou conseguindo até mais, pois seu time venceu por 2x0, com gols de Jarrão e Titico. E foi o primeiro campeão municipal.

Equipe do Atlântida FC: André Inácio (téc-nico), Davenir, Cará, Bilo, Darci Rosa, João Luís, Padeiro, Rudi, Titico, e Seu Chico (roupeiro), Padeirinho (massagista), Serjão, Márcio Antunes Jarrão, Betão, Hamilton, Ivan, Flavinho, Sílvio Renato e Luiz Fernan-do. Também tiveram um trabalho importan-tíssimo na estruturação do grupo, os diri-gentes Paulo Brandão (presidente), Gaspar Daitx da Silveira e Renato Lino (Capri).

Na foto: Adão Menger cabeceando a bola em partida realizada no campo de futebol onde hoje é a praça José Agostinelli, no Centro de Capão da Canoa, em 1943.

Pesquisa: João Candido e Yan Alves|MC. Colaboração: André Inácio e Renato da Capri|MC. Foto: Reprodução|MC

Texto:MarcusMachado|MC.Fotoacervo:AfonsoAbraham|AcervoPMDB|MC

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Em 1965 teve o primeiro plebisci-to do distrito de Capão da Canoa, através do projeto de Lei 54/65, da Assembleia Legislativa, auto-rizando a consulta popular. Neste projeto de lei estavam incluídos o territórios de Terra de Areia e Ita-ti e foi fixado para 25 de julho de 1965.

Nem todos caponenses foram favoráveis, até mesmo dois vere-adores de Capão da Canoa, fize-ram campanha contrária, Protásio Marques da Rosa (Tazinho) e Da-venir Bassani (Nilo) e o subprefeito Manoel Silveira, pois caso Capão da Canoa fosse emancipada a sede seria Terra de Areia, fazendo com que a localidade continuasse sendo um distrito. A emancipação não ocorreu por uma diferença de 300 votos. Só em Capão da Ca-noa foram 330 votos contra.

Mas, a população caponense não desistiu, em outubro de 1979, no Capão da Canoa Futebol Clu-be, foi constituída nova Comissão de Emancipação do Distrito de Capão da Canoa, presidida por Oliveira Souza Monteiro. Nes-ta reunião foi eleita a Comissão: presidente Ângelo Maggi Boff; vice-presidente Oliveira Monteiro; secretário, Claudio Czarmobai; 2º secretário Claudio Manoel Mar-tins, tesoureiro César Bassani e consultor Jurídico Gilberto Bassa-ni. Em 10 de novembro de 1981,

a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, com a presidência do deputado Estadual Nivaldo Soares, firmou a homologação do acordo com a Comissão de Emancipação de Capão da Canoa, a Comissão de Vereadores de Osório e a Prefei-tura de Osório, na gestão do pre-feito Jorge Dariva.

Desta vez 98,09% dos votos fo-ram para o Sim. Vitória comemo-rada com grande foguetório na manhão de 16 de março de 1982.

A emancipação foi sancionada pelo então Governador do Estado, José Amaral de Souza, em 12 de

abril de 1982, naquele momento Capão da Canoa tomava um ca-minho sem volta de seu progres-so.

O primeiro prefeito foi Egon Bir-lem (1983-1989), que apostou forte no turismo, com eventos na Lagoa dos quadros e na praia, já no primeiro ano aconteceram 12 eventos, tendo a frente da pasta de Turismo, Luiz Fernando Costi. A partir de 1986 o concurso Ga-rota Verão passou a ter a final na beira da praia de Capão da Ca-noa, levando o nome do município para todo o Estado e para os paí-ses próximos.

o proCesso emAnCipAtório nA visãodo jornAListA Antônio ALbuquerque

Primeira reunião da comissão emancipadora em 28 de maio de 1979.Esq.) César Maggi Bassani, Cláudio Martins, Ângelo Maggi Boff,

Manoel Fernandes da Silveira, Martinho Jovino Espíndola,Oliveira de Souza Monteiro e Cláudio Czarnobai.

Sempre fomos questionados so-bre o suposto marasmo que nos acometia durante a entressafra de veraneio. Tínhamos uma vida tranquila, pontilhada por fatos, acontecimentos próprios de lugar de poucos habitantes.

Muito lembrado pelos saudo-sistas, eram as conversas que corriam de um a outro integrante de um grupo bem humorado, que confiava e aceitava brincadeiras. Essas corriam de um lado para outro sem que se quebrasse a cor-rente ou se desfizesse os amigos.

Antero da Costa, Manoel Silveira (Dedé, foto), Alzemiro Fernandes (Miro), Octacílio Becker, Ângelo Boff (queno), Davenir Bassani (Nilo) - todos já falecidos - e Batis-ta Longo passavam histórias tipo: venda de macaquinhos vermelhos e verdes, gatinhos coloridos, cole-ção de selos, estoque de móveis de hotéis..., faziam, principalmen-te as crianças, correrem à beira mar, em busca de baleias, golfi-nhos e outros animais, para dar mamadeira para os bichos enca-lhados na plataforma de Atlântida.

quando não apelavam para his-tórias mais tristes: teve gente que morreu por "diversas vezes", com convites para enterro, era tudo brincadeira.

Ainda encontro pessoas que passaram por essas situações e lembram, com uma saudosa ale-gria, aqueles tempos. Ninguém se magoava ou se ofendia.

Poderiam ser relatadas diversas destas brincadeiras, mas pra não alongar muito, gostaria de citar apenas a dos morcegos:

Morcegos invadiram a garagem do Edifício Abaeté, o Antero era o zelador e retirou os morcegos e os embalou, colocou como destinatá-rio o queno, pagou um menino para que entregasse no Posto de Gasolina, do destinatário. Como o queno não se encontrava, a en-comenda foi recebida pelo André, que a época trabalhava no posto. Recebendo a encomenda o André a colocou embaixo do balcão para entregar ao destinatário assim que este chegasse ao local, mas acabou esquecendo. Depois de alguns dias começou o mau chei-ro a incomodar, levando o André e queno a realizar uma busca, vi-sando localizar a origem do cheiro insuportável. Localizado o pacote, o André lembrou a dita encomenda e claro, faltava identificar o reme-tente, mas que se tratava de um trote, não tinha a menor dúvida.

erAm simpLes brinCAdeirAs

Texto: Cida Costa|MC. Foto: Reprodução|MC

bustos em homenAgem A ALgumAs personALidAdes do muniCípio

Ângelo Maggi Boff (1924-1992)Empresário e Emancipacionista

José Agostinelli (1897-1965)Empresário Pioneiro

Antônio Burlamaque (1919-1952)Piloto de carreteira

Luis Bassani (1900-1974)Hoteleiro

Ubatuba de Farias (1907-1954)Engenheiro Urbanista

Fotos: Reprodução|MC

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Casa de Leonel brizola - Leonel Brizola (1922 - 2004) veraneava em Capão da Canoa na década de 1950 e 1960. A casa situava-se na Av. Poti, onde hoje está o Edifício Resi-dencial São Borja. No local também há um obelisco (no canteiro central da avenida) em sua homenagem.

rodoviária - No início não havia rodoviária em Capão da Canoa, parando o ônibus em frente aos hotéis Rio Gran-dense e Bassani. Já na década de 1970 a rodoviária ficava localizada na Rua Sepé esquina com a Rua Andira (foto).

boliche - Construído no final da década de 1920 para ser refeitório do Hotel Riogrande-se. O antigo galpão de madeira passou a ser o boliche a partir dos anos 1970, e em 1990 o seu fim se deu com a demolição para dar lugar a um prédio.

A hora Certa - Relógio operado manualmente em Capão da Canoa pelos salva-vidas ou por moças contratadas. Pro-vavelmente, décadas de 1950 e 1960.

muitas Casas - A foto foi feita de cima da caixa d'água da Corsan em 1960, e mostra, em primeiro plano, a esquina da Av. Paraguassu e a Av. Ararigboia.

Farol - Construído em 1930 para orientar os navegantes, foi o segundo farol de Capão da Canoa, o primeiro foi ergui-do em 1910, na rua Tupinambá com a rua Guaraci.

Foto: Reprodução|MC Foto: Reprodução|MC

Foto: Reprodução|MC

Foto: Reprodução|MCFoto: Reprodução|MC