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Capítulo 7- Tempestades

Capítulo 7- Tempestades 7... · 2018-11-09 · da terra) até o topo da nuvem. Já as cargas negativas, produzidas pelos raios cósmicos acima da nuvem, são atraídas para nuvem

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Capítulo 7- Tempestades

Teoria de eletrificação em nuvens

As tempestades elétricas são

nuvens que geram pelo menos 1 raio

durante o seu ciclo de vida ou são

nuvens que produzem pelo menos

um reverso de polaridade do campo

elétrico vertical tanto na superfície

como na vertical

Características típicas da estrutura de cargas em tempestades:

ar

qE

24

1

ESTRUTURA ELÉTRICA

P 1800: cargas negativas dominam

P 1916-30: especulações sobre dipólo

elétrico

1752, Franklin

Tempestades negativas

1940: Observações com balões indicam

tripólos (Simpson e Scrase,1937 e Simpson e

Robinson,1940) onde a base da nuvem era

positiva.

Uman, 2001, The Lightning discharge

P 1980: Centro negativo na mesma região

de temperatura

Krehbiel et al, 1983

Hoje: Tripólo é exceção e não regra!

3

222

1

zx

qzE

z

Teorias de carregamento devem

explicar características básicas das

tempestades:

1) Duração elétrica média de ~30 min para uma

única célula convectiva;

2) Separação de cargas de vários milhões de

Volts;

3) Carga deve estar concentrada entre as

isotermas de -5 e -40oC com um raio de ~2km;

4) Ter estrutura tripolar, com a carga negativa

centrada entre os níveis de -10 e -20oC;

5) Geração de cargas está associada ao

processo de formação da precipitação;

6) Ter carga suficiente para haver uma descarga

elétrica em ~20 minutos após o aparecimento

de partículas da ordem de alguns milímetros.

Teorias de eletrificação se dividem

em duas grandes categorias:

i) Processos de precipitação;

ii) Hipótese de carregamento por

convecção;

TEORIA DA PRECIPITAÇÃO

É baseada nos processos de formação da precipitação:

colisões entre as partículas!! (Julius Elster e Hans F. Geitel em 1885)

Requerimentos:

P Presença de um Campo Elétrico (para polarizar);

P Colisões devem ser repelidas (sem coalescência);

P As cargas se separam de acordo com o tamanho

das partículas ou temperaturas (para formar tripólo);

P A transferência de cargas durante a colisão deve ser

rápida;

P Deve ser rápido o suficiente para gerar campo

elétrico alto e um raio em ~20 min.

Dipolo

Modelo de precipitação (esquerda) sugere que a gravidade induz o

movimento descendente das gotas de chuva que são mais pesadas (granizo, e

partículas de gelo como graupel). Consequentemente, elas colidem

com as partículas menores de água e de gelo que estão suspensas e caem mais

lentamente, formando assim a transferência de cargas positivas para as partículas

menores e negativas para as mais pesadas.

Williams, Earle R. "The electrification of thunderstorms." Scientific American259.5 (1988): 88-99.

TEORIA DA CONVECÇÃO

Grenet (1947), Vonnegut (1955, 1963), e Telford (1981)

O Campo Elétrico de bom tempo não polariza

Cargas provenientes de 2 fontes externas: ionosfera e sfc

P Não explica camada negativa em região persistente

de temperatura!

IONOSFERA

+

-

+

-

+

-

E

++

+

++++ +

+ ++

+++

+++ +

+++

+

+ + +++

++

+

++

+

+ + +++

+ +

+-

-- -

---

-----

--

-

--

--

--

---

- - - -

---

---

--

--

--

--

--

-

--

---

--

-

--

--

--

--

-+ +

- -

+ +

- -

-

+

Q+

-

Q-

+

O Modelo de Convecção

propõe que as correntes

ascendentes de ar quente

carregam cargas Positivas

(liberadas pela superfície

da terra) até o topo da

nuvem.

Já as cargas negativas,

produzidas pelos raios

cósmicos acima da nuvem,

são atraídas para nuvem

pelas cargas positivas que sobem. Assim as cargas

negativas formam uma camada de blindagem no entorno

da nuvem. Finalmente as correntes descendentes

transportam as cargas negativas para baixo

Williams, Earle R. "The electrification of

thunderstorms." Scientific American259.5 (1988): 88-

99.

Propriedades elétricas da água

A água é uma molécula polar e tem momento de dipolo

permanente ( p = 6.18 x 10-30 cm).

A cargas apresentam a seguinte configuração:

Q+ nos núcleos de H e Q- no de O.

A geometria molecular é angular e não linear. Se fosse

linear, P = 0

O O fica na parte externa e o H na parte interna

Fonte: http://www.wikiwand.com/en/Water_cluster

• Sob a ação de um Campo Elétrico, as moléculas se alinham e formam um dielétrico.

• Isto implica em uma redução do Campo Elétrico interno do hidrometeoro e um aumento fora dele.

Dielétricos CondutoresO-

H+ H+

O-

H+ H+

Sob a ação de um campo elétrico temos que em um:

Dielétrico: as cargas polarizadas se aglutinam

Condutor: induz uma distribuição de carga na superfície

+ + + + + +

- - - - - - - - -

O-

H+ H+

O-

H+ H+

Processos de Eletrificação das Nuvens

Mecanismos de carregamento de cargas:

Pode haver a existência ou não de um Campo Elétrico para polarizar

os hidrometeoros:

a) Mecanismo Indutivo: Sob a ação de um Campo Elétrico os

hidrometeoros se polarizam.

Um hidrometeoro não carregado inicialmente quando sob a ação de

um campo elétrico, pode induzir cargas de polaridade oposta na

superfície do hidrometeoro, logo o hidrometeoro torna-se

polarizado.

b) Mecanismo Não Indutivo:

não precisa de um Campo Elétrico;

c) Mecanismo de Captura de Íons:

Íons gasosos são capturados por hidrometeoros;

Este processo pode distribuir sistematicamente as

cargas de uma polaridade em diferentes regiões de uma

tempestade. Logo, as regiões afetadas podem ter uma

carga resultante sem a necessidade de ter movimentos

adicionais no hidrometeoro.

d) Mecanismo Indutivo de Partícula-partícula:

Interação a partir da colisão dos hidrometeoros ou a partir da

quebra de hidrometeoros pequenos sob a superfície.

Já que cargas iguais e opostas estão dispostas nos hidrometeoros,

temos que a medida que as partículas interagem e se separam as

regiões irão permanecer eletricamente neutras até que os

hidrometeoros carregados negativamente começem a se mover

dos que estão carregados positivamente.

Para que este mecanismo se torne importante, as forças de gravidade

e empuxo devem agir na eletrificação das tempestades, ou seja,

esta hipótese propõe que os hidrometeoros tenham velocidades

terminais de queda diferentes (se aproximando da teoria de

precipitação).

Como a molécula de H2O tem um momento de dipolo

permanente, um campo elétrico externo induz um

alinhamento das moléculas.

O alinhamento parcial no hidrometeoro causa um

excesso de Q- na superfície de um lado e um excesso

de Q+ no lado oposto da superfície ao longo da direção

do campo elétrico. Quando isso ocorre a molécula é

dita como polarizada e no caso da água temos um

dielétrico polar.

O efeito de polarização é o de reduzir o campo elétrico dentro do

hidrometeoro e aumentar fora dele, logo a densidade de carga q

induzida na superfície de um condutor esférico sob a ação de um

campo elétrico constante poder ser expressa como:

Onde E,r é o ângulo formado pelo vetor do campo elétrico a partir

da superfície aonde se quer calcular e é a constante dielétrica.

rEqE

,cos3

E E=σ

q

3 ε

0=σq

Para um dielétrico temos

Mas como dielétrico da água é elevada (x 80), gotas de água são

comumente tratadas como condutores quando se considera a

indução de cargas através da presença de uma força elétrica.

Logo

Se integrarmos a densidade de carga sobre um hemisfério, temos

rE

diel

diel

qE

,cos

2

13

qcondutoroqdieletric

rdrddAreaqqq

23 rEq

Efeito da Camada Elétrica Dupla

• Esta hipótese assume que existe uma

camada elétrica dupla entre as interfaces da

água e o ar, gelo e ar ou gelo e água:

De acordo com Fletcher (1962, 1968), temos que

termodinamicamente as moléculas de água se

orientam com seus vértices negativos para fora na

superfície da água pura com o ar.

Quando a separação de cargas ocorre entre as gotas,

temos que na maioria das vezes, mais cargas da

região externa da gota são removidas da camada

dupla do que as internas.

Consequentemente temos um excesso de cargas

internas que está sendo deixada para trás após a

colisão entre os hidrometeoros

Mecanismos que podem causar a separação de cargas

nesta configuração:

Bolhas de CO2 no líquido ou no gelo.

Uma bolha emerge para a superfície

e se rompe. Logo as gotículas que

escapam levam cargas da parte mais

externa da camada, deixando um

excesso de cargas que residem na

parte interior.

Fricção entre 2 superfícies de gelo com diferentes

propriedades.

Se uma partícula retira mais cargas da camada

superior do que da camada inferior da outra partícula,

uma carga resultante poderá ser transferida da camada

externa.

Efeito Termo-Elétrico:

Na água, algumas moléculas se separam em

Cátions H+ e Anions OH-.

Como estes elementos tem diferentes mobilidades,

eles terão diferentes taxas de difusão ao longo de um

gradiente térmico.

Portanto existirá uma separação de cargas de acordo

com o gradiente de temperatura imposto na formação

do cristal de gelo.

A mobilidade na fase líquida é muito pequena, porém

no gelo a mobilidade do Cátion (H+) é muito maior que

a do Anion. (OH-).

Então se houver um gradiente de temperatura ao logo

de um pedaço de gelo, os íons H+ se difundirão mais

rápido para a parte mais fria do gelo, deixando uma

resultante de cargas negativas na região mais quente.

H+OH-

Quente Frio

O efeito termo-elétrico no gelo é relativamente demorado

quando se leva em consideração o tempo das colisões.

Portanto, não é um fator dominante se as partículas

trocarem cargas durante as colisões.

Por outro lado podemos pensar como um processo de

acoplamento, onde o efeito termo-elétrico é auxiliado pelas

colisões.

Por exemplo:

• Granizo coletando gotas de água super-resfriada e

cristais de gelo; ou

• Granizo coletando gotas de água super-resfriada

a) Considere um granizo e ou um graupel caindo em

uma nuvem com água super-resfriada e pequenos

cristais de gelo

Durante a colisão do granizo com os cristais de gelo, a

superfície do granizo estará mais quente que a dos

cristais de gelo, porque temos a liberação de calor

latente durante o congelamento das gotículas de água

super-resfriada que colidem com o granizo.

Texterno

Tinterno

Durante o tempo que o cristal (Tc) colide e entra em contato com

a superfície do granizo (Tg), o granizo se tornará carregado

negativamente e o cristal positivamente (H+ migrarão para a

parte mais fria).

E quando os cristais de gelo deixam o granizo, eles irão reter as

cargas positivas e se a velocidade terminal for menor que a

velocidade da corrente ascendente do ar na nuvem eles serão

transportados para a parte superior da nuvem.

Já os granizos se tornam negativos e como têm velocidade

terminal maior irão para a parte inferior da nuvem.

Este processo pode levar a um carregamento da ordem de

1C/km3min.

Tg

Tc

b) Assumindo granizo precipitando sobre gotículas

de água super-resfriada.

Quando gotículas de água super-resfriada se congelam sobre a

superfície do granizo, uma grande quantidade de lascas pequenas

de gelo podem ser lançadas no ar. (conhecida como produção

secundária de gelo)

Para o nosso exemplo de carregamento, considere que a gotícula

de água super-resfriada ao colidir com o granizo está em uma

segunda fase de congelamento sobre a superfície do gelo, logo

aumentando a espessura para dentro.

A parte interna da superfície desta casca está em contato com a

água líquida, logo T ~ 0oC e a externa está se resfriando com a

temperatura ambiente, T 0oC.

T < 0 T ~ 0

Conseqüentemente teremos um gradiente de

temperatura alongo desta casca de gelo, o que pelo

efeito termo-elétrico irá causar um aumento de Q+ na

parte externa da superfície (mais fria)

Então a medida que as lascas de gelo se quebram,

predominantemente da parte externa da casca de

gelo, elas irão carregar as cargas positivas e irão

deixar para trás cargas negativas no granizo.

Deslocamentos das estruturas do gelo:

Buracos, cavidades ou deslocamentos (“Calombos”) no gelo

apresentam estruturas entrelaçadas e criam redes de cargas

associadas às moléculas.

Estes buracos/calombos se movem no gelo e transportam cargas.

A concentração destes calombos (água super-resfriada que se

congela espontaneamente por contato) aumenta com a diminuição

da temperatura.

Potencial de Contato:

Processo análogo ao potencial de contato entre 2 metais, ou seja,

diferença de potencial e fluxo de corrente entre dois metais.

Sendo que neste caso, diferentes formações de gelo podem criar

diferentes potenciais. Por exemplo, cristais de gelo formados por

congelamento e não congelamento.

Observações indicam que a superfície do gelo congelado (rimed)

tem potencial de contato negativo relativo ao não congelado. A

magnitude do potencial de contato aumenta com a diminuição da

temperatura para ~ -20oC e depois se mantém estável.

Camada Quase-Líquida

Além da camada elétrica dupla, alguns pesquisadores

tais como Faraday (1860) e mais recentemente Baker

e Dash (1994) sugeriram que a interface entre gelo e

ar é realmente uma camada quase-líquida, mas com

característica típica de gelo.

Analogia segue a seguinte fase de transição:

Vapor Líquido Gelo

Baker e Dash estudaram a troca de massa (molécula de água)

entre partículas com diferentes espessuras na camada quase-

líquida.

Partículas com camadas superficiais mais espessas devem ter

massa para as partículas com uma camada superficial mais fina,

ou seja, o transporte pode ser visto como:

Temperatura Talta Tbaixa

Curvatura Alta Baixa

As diferentes espessuras da camada quase-líquida podem ter

acontecido devido a forma de crescimento por deposição das

partículas. Uma vez que ocorre colisão e separação, as partículas

com camadas mais espessas perdem massa para as partículas

que crescem mais devagar, deixando assim para as partículas

que crescem mais rápido um excesso de cargas positivas (+).

Exemplo: 2 partículas com camadas quase-líquidas

diferentes ou espessuras distintas colidem

A figura 11 apresenta o caso de um cristal de gelo em crescimento mais rápido que é rebatido

de um pelota de graupel em crescimento mais lento, de modo que a troca de carga e de

massa durante a colisão resulta no graupel tornando-se carregado negativamente. (Teoria de

Dash et al., 2001; Saunders (2008) – Charge Separation in Cloud.

Captura de Íons (Seletivo),

Wilson 1929 A medida que os hidrometeoros precipitam em um

ambiente com um Campo Elétrico, eles se tornam polarizados;

E ao caírem em relação aos íons que se movem sob a influência do vento e do Campo Elétrico, alguns íons serão capturados e outros repelidos.

Os íons de mesmo sinal, tais como na parte inferior dos hidrometeoros serão repelidos, e os íons de sinal oposto seriam atraídos e capturados.

Para este mecanismo funcionar, o movimento dos íons

associados ao Campo Elétrico tem que ser menor que a

velocidade dos hidrometeoros. Se a velocidade de deriva

dos íons for maior que a Velocidade terminal da partícula

precipitante, os íons de mesma polaridade do que a parte

inferior do hidrometeoro podem ser capturados na parte

superior do hidrometeoro. Dessa maneira ambas as

polaridades podem ser capturadas.

CapturadoCapturado

Repelido

O valor máximo de carga que pode ser acumulado em um

hidrometeoro, desde que a velocidade terminal do

hidrometeoro seja maior que a velocidade de deriva dos

íons, pode ser expressa por:

onde é a permissividade elétrica da substância, e “r” é o

raio da gota

2

max12 rEq

• Os hidrometeoros nas camadas de

região negativa capturam íons

(-), os quais tendem a aumentar a

carga (-) nesta região de dipolo.

• As partículas da região superior

positiva devem capturar íons

positivos (+), uma vez que eles são

carregados para cima pelas

correntes ascendentes e os íons (+)

são deslocados para baixo devido a

velocidade de deriva.

• Entretanto como a concentração

de íons é insuficiente para uma

captura “seletiva” de íons, não

temos uma contribuição

substancial para o

desenvolvimento do Campo

Elétrico dentro das tempestades.

• Por outro lado, abaixo da base

da nuvem a concentração de íons

pode ser alta devido aos pontos

de descarga.

Se os processos seletivos de captura de íons são

considerados a partir das condições iniciais como as

encontradas em “bom tempo” (100-200 V/m),

simulações numéricas sugerem que o campo elétrico

pode chegar até ~ 10 kV/m, o que é muito pequeno

quando comparado com medidas em tempestades

(~ 100 kV/m).

Este mecanismo é observado em nuvens

eletrificadas fracamente, logo se conclui que não

devem produzir relâmpagos.

Carregamento indutivo a partir de

partículas que rebatem

Este mecanismo também é conhecido como mecanismo indutivo de partícula-partícula.

Este processo baseia-se em um grau de polarização prévia devido a existência de um Campo Elétrico ambiente.

O grau de polarização é diretamente proporcional à força aplicada pelo campo elétrico.

•A transferência de carga entre 2 hidrometeoros carregados é

bem complicado, pois a indução de cargas em cada

hidrometeoro é modificado com a aproximação de um outro

hidrometeoro.

(a) A partícula de nuvem (amarela negativa) recebe cargas

positivas a partir da base da camada das partículas da

chuva

(b) A partícula que rebate carrega uma carga positiva

resultante, ou o sinal da carga da base das partículas

grandes;

Em princípio as gotas de chuva ao colidirem com as

gotículas de nuvem, transferem cargas da seguinte forma:

Vários autores sugerem que o aumento de cargas nestas

partículas pode ser descrito por:

Termo Indutivo

Magnitude do Campo Elétrico Ambiente

Ângulo formado entre o vetor do “E” e o ponto de

impacto na superfície da partícula grande

pequenograndeREpeqBQAQREdq

,

2

1cos4

E

RE ,

Qpequeno carga da partícula pequena (carga já existente)

Qgrande carga da partícula grande antes do impacto

A, B e são parâmetros de escala.

2

2

2

2

2

2

1

1;

1

grande

peq

grande

peq

grande

peq

R

R

B

R

R

R

R

A

Rpeq/Rg

de

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

1 2/2 3.9 3.10 2.55 2.06 2/6

2 2/6 1.36 1.21 1.11 1.04 1.0

em função de Rpeq/Rgde

Analisando a dependência angular.

Ponto de

impacto

pequenograndeREpeqBQAQREdq

,

2

1cos4

Neste mecanismo indutivo temos uma dependência na

separação das particulas após as colisões.

Se existe coalescência, não há um aumento no E.

Se o E aumenta, a polarização dos hidrometeoros cresce,

o que favorece a separação de cargas.

Neste sentido podemos questionar:

Como a coalescência varia em funções de ? RE ,

A Coalescência aumenta com o ângulo.

Então como isso pode afetar o aumento de dQ?

Se diminui, existe uma baixa probabilidade de

coalescência e uma alta probabilidade de separação.

Se aumenta, existe uma alta probabilidade de

coalescência e baixa separação, ou seja, a probabilidade

de separação de partículas decresce.

RE ,

RE ,

dq

dq

Condições para que o mecanismo

indutivo seja eficiente:

Partículas que colidem devem se separar;

Tempo de contato entre as partículas que

colidem dever ser longo o suficiente para que

as cargas se transfiram de uma superfície a

outra;

Os processos indutivos são somente considerados

importantes para precipitações congeladas e com a presença

de gotas super-resfriadas, ou seja, regiões com fase mista

ativa (BWF)

Nesta situação existe um Campo Elétrico significativo

para que haja uma polarização.

Aufderman e Johnson (1972) sugeriram que as colisões

entre graupel e gotas em regiões com E ≥ 10 kV/m poderiam

ser importantes para manter as tempestades eletrificadas

(a cada ~ 1000 colisões somente de 1-10 rebatem).

Resumidamente temos que o mecanismo indutivo deve

agir para sustentar Campos Elétricos Altos, mas estes

processos não agem para criá-los.

Mecanismo não indutivo

Qualquer mecanismo que não requer uma

polarização sob a ação de um Campo Elétrico

pode ser considerado um mecanismo não

indutivo.

Descrição empírica do mecanismo

de graupel e gelo Medidas em laboratório de Takahashi, Saunders,

Jayaratne, Avila, Reynolds mostraram que

transferência de carga tem dependência com:

a) polaridade das gotículas

b) conteúdo de água líquida (LWC)

c) tamanho e polaridade dos cristais de gelo;

d) velocidade de impacto e;

e) temperatura do ar quando elas colidem;

Takahashi (1978)

encontrou que a magnitude

e o sinal da carga

depositada no graupel

dependia da temperatura e

do LWC, e o tamanho da

gota liquida não tinha

nenhum efeito quando o

LWC era mantido

constante.

Mais tarde, Jayaratne et al. (1983) e Keith e Saunders

(1990) mostraram que o carregamento também

dependia do tamanho dos cristais de gelo que colidiam

com o graupel, como da velocidade de impacto e das

partículas contaminantes presentes nas gotas de água

(CCN). Note que o aumento na taxa transferência de

cargas por colisão diminui com o crescimento do cristal

de gelo.

Transferência de

Cargas + Cargas -

Vel impacto é a diferença entre

as velocidades terminais

Avila e Pereyra (2000):Por fim, em estudo semelhante ao de Takahashi mas com controle

do tamanho das gotículas (d) e dos cristais de gelo na câmara de

nuvem, eles mostraram que existe uma uma dependência com

tamanho (d) das gotículas

d = 15 μm d = 20 μm

Resultados de experimento em laboratório:

Takahashi (1978), Saunders et al. (1991),

Jayaratne (1983), Avila e Pereyra (2000).

Resumo Takahashi:

a) baixo LWC: graupel carrega (+)

para todas T;

b) alto LWC: graupel carrega (+)

para todas T;

c) médio LWC: graupel carrega (-)

para T < -8oC.

Resumo Saunders:

a) graupel carrega (+) ou (-) para

qualquer T, depende do LWC.

Carregamento durante o derretimento

Dinger e Gunn (1946) e Magono e Kiknch (1965)

Em princípio o gelo fica carregado positivamente quando está derretendo.

A camada externa da película de água explode e carrega cargas negativas da dupla camada elétrica da água derretida. Isto implica que as partículas de gelo ficam com um excesso de Q+.

A quantidade de carga adquirida durante o derretimento é maior quando há mais bolhas de CO2. Entretanto, a quantidade e até mesmo a polaridade da carga transferida é dependente das impurezas presentes na água.

Outros mecanismos

Os hidrometeoros líquidos ganham carga negativa durante o crescimento por condensação e positiva durante a evaporação.

Neve adquire carga positiva quando cresce por congelamento e carga negativa quando sublima ou fica estável.

Gotas de água que respingam (Efeito de Leonard, 1892; ou queda d’água) tornam-se positivas e as pequenas que se rebatem ficam negativas.

Obs: Nenhum destes efeitos consegue gerar cargas suficientes como as observadas em tempestades